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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Produção Didático pedagógica

Título: O Negro e o Ensino Profissional: Condicionantes das escolhas profissionais de Alunos Negros e das Alunas Negras nos Cursos de Eletromecânica e Edificações na Modalidade Subsequente no CEEP-Curitiba, Centro Estadual de Ensino Profissional.

Autor: Wilzeli Rejane do Amaral

Disciplina: Pedagogia Área: Diversidade

Escola de Implementação do Projeto: Centro Estadual de Educação Profissional – Curitiba – CEEP Curitiba

Endereço Rua Frederico Maurer nº 3015 – Boqueirão

Município: Curitiba

Núcleo Regional de Educação: Curitiba

Professor Orientador: Marcos Silva da Silveira

Instituição de Ensino Superior: UFPR

Relação Interdisciplinar: Nesse caso essa relação compreende as disciplinas dos cursos de eletromecânica e edificações, haja posto que será um trabalho com o setor pedagógico e com as coordenações de ambos os cursos as quais já ofereceram respaldo na implementação do projeto a ser aplicado.

Resumo:

Justificativa: A educação profissional tem como objetivo criar cursos para o mundo do trabalho, tanto para estudantes, quanto quem busca qualificação e atualização profissional. Trabalhando no CEEP – Curitiba ofertando cursos técnico em química, educação ambiental, eletrônica, eletromecânica e edificações, há seis anos, observei o ingresso de alunos negros e negras nos referidos cursos percebendo que na sua maioria, os estudantes negros e negras direcionam suas escolhas, de sobremaneira, aos cursos: “Edificações” e “Eletromecânica”. O que leva esses jovens negros matricularem-se nestes cursos? É significativo conscientizá-los da capacitação em ingressarem e desenvolverem tão exemplarmente quanto qualquer aluno não negro entendendo que horizontes podem se expandir em qualquer profissão.

Objetivo Geral : Analisar as escolhas dos estudantes negros/as que optam pelos cursos profissionalizantes de eletromecânica e edificações no Centro Estadual de Ensino Profissional (CEEP), modalidade subsequente, correlacionando estas escolhas com seu pertencimento étnico-racial.

Metodologia: Aplicação de atividades envolvendo os estudantes:

Palestras: Ministradas pelo convidado André Nunes: “O Negro e o Mercado de Trabalho.

Debate sobre o tema da Palestra.

Cursos: Indicados pela professora PDE.

Seminários: Promovidos pela professora PDE e elaborados juntamente com a equipe pedagógica orientando do valor da sua identidade (pertencimento étnico-racial) e da sua escolha profissional, com o intuito de estimular a permanência e a conclusão do curso escolhido

Palavras-chave: Negro, Ensino Profissional, Critério de Escolhas.

Público Alvo

Alunos negros e alunas negras dos cursos técnico em eletromecânica e do curso técnico em edificações da modalidade subsequente do Centro Estadual de Ensino Profissional de Curitiba – CEEP Curitiba.

Apresentação:

A presente produção discute os aspectos das escolhas do aluno negro e

da aluna negra ao ingressar no curso de ensino profissional do CEEP Curitiba.

Nesse sentido, a minha intenção com essa unidade didática é promover ações

através de seminários, palestras e debates que possam contribuir com a

eliminação das representações sociais negativas que talvez, até, definidas na

historicidade de vidas deles e são impostas à população negra ao longo de cinco

séculos por meio de estereótipos e preconceitos, bem como abordar a questão

étnico-racial, destacando a importância deste povo para a formação

socioeconômica e cultural do nosso país e do nosso estado, alertando-os que

posicionamentos contrários, que são tão naturalizados pela população não negra

e por ela mesmo, nada contribuem para a valorização do estudante negro/a.

A transição do trabalho escravo para o trabalho livre no Brasil gerou um processo de marginalização e/ou exclusão dos negros, na escolhas no mercado de trabalho livre e por essa razão pode-se admitir que o negro após essa transição ficou convencido de que os serviços subalternos lhes cabiam.

Nogueira (2007) afirma que em nossa sociedade está estabelecida uma relação

de desqualificação, o que estabelece um lugar subalterno ou de subordinação

tanto nas relações de estudo como nas de trabalho, equivalentes ao “lugar social

de inferioridade” reservado aos negros/a no Brasil.

Há que se perceber que nos interiores das escolas existe uma prática velada

desde quando a criança negra adentra seus portões reforçando uma imagem

inferiorizada do negro, com graves conseqüências para sua auto-estima, fazendo

com que as possibilidades de ficar na escola obtenham uma nulidade deixando de

ter oportunidades de apreensões bem sucedidas.

A ausência de referências positivas na vida da criança, seja nos livros didáticos e

no espaço escolar, traz prejuízos à construção da identidade da criança negra

que pode chegar à fase adulta com total rejeição à sua origem racial,

prejudicando-lhe a vida cotidiana. O contrário é fácil de acontecer, desde que se

tragam referências positivas de seu povo, reforçando o sentimento de seu

pertencimento racial.

Após seis anos observando o ingresso de alunas negras e de alunos negros

matriculados no Centro Estadual de Educação Profissional – Curitiba observei

que na sua maioria esses alunos e alunas direcionam suas escolhas, de

sobremaneira, aos cursos de “Edificações” e “Eletromecânica”. Acredito que a

escolha profissional é um processo muito importante e essa escolha deve

compreender os elementos que compõem a dinâmica e os cenários do mundo do

trabalho. O fato de ainda termos que avançar na superação da discriminação e

das desigualdades sociais deve ser reconsiderado e repensado com mais

seriedade.Quais as condicionantes que fazem o aluno negro e a aluna negra

ingressam no Centro Estadual de Ensino Profissional - Curitiba e optarem,

principalmente, pelos cursos acima citados?

Relatório:

Analisando os dados da pesquisa elaborada e aplicada para os alunos da

modalidade subseqüente e Proeja, pude observar que antes de iniciar a pesquisa

propriamente dita, através de uma conversa informal com os alunos em sala de

aula para saber o porquê das suas escolhas profissionais, alguns comentaram

que já trabalhavam no ramo, não por uma escolha, mas sim por uma

oportunidade de trabalho e não podiam perder o emprego. Outros teceram o

seguinte comentário, porém em proporção menor: Que já estão trabalhando nesta

área e precisam concluir o curso, ou para mudar de função, ou para não serem

demitidos. Muitos deles explanaram que fizeram a escolha, influenciados por

membros de suas famílias devido alguns deles já estarem inseridos nesse ramo

profissionalcomo uma espécie de opção previa de escolha o que subjetivamente

pode dar a conotação de influênciaencontrada na família. Levando em

consideração essa hipótese, quero narrar uma conversa que tive com três

senhoras, Donana, D. Mariazinha, Tia Doca e dois senhores, o seu Zé Costa e o

Tio Edu, numa faixa etária entre setenta e quatro até oitenta e dois anos em um

café organizado por uma das minhas tias de noventa e dois anos. Observei que a

fala deles ao retratar a época em que eram ainda adolescentes já acomanhavam

seus pais para o labor a fim de aprender a “lida” e já ter um ofício para quando

chegasse o momento de trabalhar, pois já tinham ciência da impossibilidade de

estudar e conquistar um emprego melhor. “A gente já sabia que seria doméstica,

mesmo!”, Donana comentou.

Voltando à análise da pesquisa, foram entrevistados 205 alunos e alunas dos

quais 70 estavam cursando o primeiro semestre e 33 o segundo semestre do

curso técnico em edificações, 72 alunos no primeiro semestre e 30 no segundo

semestre do curso técnico em eletromecânica.

A pesquisa foi elaborada e aplicada por mim contendo os seguintes dados:

Nome, curso, semestre, sexo, ao qual marcariam “M”, no quadrado referente ao

sexo masculino e “F”, referente ao sexo feminino. Cor: Neste item marcariam uma

das quatro opções oferecidas. Branca, Preta, Parda, Amarela e responderiam as

seguintes perguntas:

O que você cursou no Ensino Médio?

O que desejaria cursar?

Se pudesse trocar, qual curso do CEEP escolheria?

Depois de computados os itens acima discriminados, a pesquisa apresentou os

seguintes resultados:

Dos alunos e alunas, 108 se auto declararam brancos, 99 deles optaram pelo

curso e não trocariam. 72 se auto declararam pardos, dos quais 63 optaram pelo

curso e queriam trocar. Dos 25 que se auto declararam pretos, 19 deles gostariam

de trocar de curso. Apenas para ter um parâmetro sobre a incidência de alunos

não brancos em outras turmas, apliquei a mesma pesquisa para os alunos do

primeiro semestre do curso técnico em química que dos 72 que foram

entrevistados, apenas 4 se auto declararam pretos e 13 se auto declararam

pardos.

Percebe-se pelos dados acima descritos que os estudantes negros não estão

satisfeitos com a opção por estes cursos e ao contrário dos estudantes brancos

que na sua maioria não gostariam de mudar de curso!

Então por que escolheram? Qual seria a verdadeira explicação destes

estudantes negros e negras que não fizeram outras escolhas? Será que optaram

pelos cursos acima destacados por acharem que são os cursos aos quais se

sentem melhor capacitados? Ou lhes cabem por sua identidade étnica? Ou seria

uma forma mais rápida de adentrar no mundo do trabalho com um certificado? E

por fim, a ultima questão a ser analisada é pesquisar se os alunos negros do

CEEP – Curitiba não ingressam em outros cursos por acharem que os cursos de

química, meio ambiente e eletrônica são cursos formados apenas para atender a

um público elitizado aos quais eles não podem ingressar, e, portanto não “devem”

ser freqüentados por não brancos?

Os negros, que em sua maciça maioria faziam parte da classe baixa, “conheciam

seu lugar”, e a elite, quase toda branca, podia cerrar estreitamente suas fileiras

sem se sentir ameaçada (Azevedo, 1966; Pierson, 1942; Hutchinson, 1957).

Diante dessa estatística acredito ser mais que válido orientar e sugerir uma

reflexão a esses alunos e alunas sobre três eixos: se o ingresso no curso vem de

uma influência do espaço familiar se identificando com sua condição

socioeconômica e dos seus, ou vem através do seu contato no decorrer da sua

formação escolar criando uma espécie de “Estereótipo racial e comportamento

cotidiano preconceituoso” conforme cita Fazzi (2006, p.113-114) em seu livro: “O

drama racial de crianças brasileiras: socialização entre pares e preconceito” ao

qual faz uma análise sobre o preconceito racial e o discurso relativizador,

igualitário, já elaborado por crianças de 7 a 10 anos num processo de formação

de uma realidade preconceituosa, destacando a potencialidade do preconceito

racial e do racismo, o que nos me remete a entender que desde tenra idade, em

período escolar, os menores já têm um pensamento pautado pela noção de “raça”

como “um princípio classificador humano relacionando o positivo ao branco e o

negativo ao preto, ou por último, acharem que os outros cursos oferecidos no

CEEP - Curitiba sejam de categoria mais elitistas não cabendo assim para suas

pretensões.

Vale ressaltar que há um teste seletivo para ingressar no Centro Estadual de

Educação Profissional – CEEP – Curitiba para os cursos de técnico em química,

edificações, eletromecânica e eletrônica na modalidade subseqüente no período

da manhã e da noite e médio integrado no período da manhã e tarde. Os critérios

são baixa renda, tempo máximo de estudos em escolas públicas e as melhores

notas nas disciplinas de língua portuguesa e matemática. O curso técnico em

meio ambiente é ofertado no período da manhã e tarde, apenas na modalidade

médio integrado.

Cabe ressaltar que esta unidade se constitui numa oportunidade de esclarecer

aos alunos negros e alunas negras deste Centro Estadual que além de tomarem

ciência das suas inquietações e as problemáticas raciais que merecem ser

repensadas e investigadas mais aprofundamente, ela também contribui para a

visibilidade do tema em questão as quais esses alunos terão a oportunidade de

externar seus pensamentos nos debates superando-se no decorrer do tempo.

O Centro Estadual de Ensino Profissional – Curitiba tem cerca de dois mil alunos

e pode ser apontado como um espaço de ensino caracterizado por pessoas não

negras. É óbvio que consigo perceber isso com muita clareza por uma questão de

representatividade.

Fazendo minhas pesquisas consegui descobrir que muito pouco se fala do negro

e o ensino profissional, encontrei algumas referencias em Porto Alegre, Rio de

Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco, porém pautadas de maneira

muito particular as quais não serviram de norte para minhas análises e não

consegui encontrar nenhuma referência de trabalho ligada ao negro e suas

escolhas no ensino profissional no estado do Paraná.

Florestan Fernandes (1972, p. 99-102) há décadas atrás já apontava a existência

de um paralelismo entre a “cor” e a “posição social”, onde a figura do negro está

ligada a figura do escravo, mesmo pós-abolição.

Quando aconteceu a transformação do poder escravocrata para o mercado de trabalho

assalariado no Brasil, os negros representaram critérios não-econômicos que ordenaram

preferências e hierarquias. Seguindo os critérios simbólicos entre um branco e um negro, o

local e a historicidade de onde estão situados, estabeleceu-se uma relação no lugar de

cada trabalhador nessa sociedade, o que por sua vez exerceu influência sobre as

possibilidades de inserção, ou não, dos indivíduos no mercado de trabalho e no

preenchimento de determinadas ocupações.

Silva (2011b) estuda as práticas educacionais de negros no século XVIII em

Minas Gerais e conclui que:

Nos documentos administrativos da época, vê-se que a

preocupação maior das autoridades não era com o ensino da

leitura e da escrita para os órfãos pobres e mestiços, e sim com o

ensino dos ofícios manuais, que lhes ocupassem o tempo e lhes

tirassem da ociosidade e da vadiagem. Nos testamentos e

inventários, foi possível observar que o tipo de educação almejada

pelos forros a si e a seus descendentes dependia do valor e da

necessidade de instrução. Os ofícios foram utilizados pelos negros

como fontes de sobrevivência e distinção das pessoas. Além de

ascenderem horizontalmente, alguns negros herdaram posições

sociais de grande prestígio em atividades relacionadas ao escrito

ou não, na ocupação de cargos públicos, no exercício da

advocacia. Pode-se afirmar, ao observar o universo letrado, que o

investimento na leitura e na escrita foi visto como possibilidade de

ascensão social a alguns filhos mestiços de portugueses e aos

filhos dos forros aqui analisados (SILVA, 2011b, p.129).

Posto isso vale aqui questionar às evidências de que com toda essa historicidade

passada pela população negra e parda que suas opções no âmbito da educação

profissional sejam marcadas por uma espécie de baixa auto-estima conformando-

se que somente determinados cursos, como no caso dos cursos oferecidos pelo

Centro Estadual de Educação Profissional, sejam dignos de suas escolhas.

Jeferson Bacelar no seu livro “A Hierarquia das raças – Cor, Trabalho e Riqueza”,

após a abolição em Salvador nos conta sobre a importância da cidade e de como

no século XVIII já era uma metrópole regional.Mesmo no final do século XIX

entrando no ocaso econômico era o foco da economia, sede do poder

administrativo e político com vastos recursos. Uma cidade comercial, centro de

bens produzidos, pólo dominante de desenvolvimento, com exportação e

importação, casas bancária e indústria têxtil. A cidade montada em diversos

setores favorecia um leque de oportunidades ao trabalho. Com mais de duzentos

mil habitantes e sendo os negros majoritários demograficamente, muitos já

libertos, puderam assegurar controle direto sobre os seus meios de produção, nas

oficinas, artesanatos, construção civil e pequenos comércios. Diante disso, os

negros tinham completas condições favoráveis para ascender na sociedade e no

mundo do trabalho em Salvador. Porém a história não foi bem essa, visto que a

sociedade baiana não queria mudanças. Existiam interesses dos comerciantes

diretamente vinculados à economia da cidade. A presença do escravo implicava

na desvalorização da mão-de-obra livre e permitindo baixas remunerações.

Para que possamos analisar num ângulo mais categórico o Brasil perpassou por

três períodos cada um dos quais corresponde a níveis diferentes de

desenvolvimento econômico e integração da população negra no mercado de

trabalho.

Entre 1888 e 1930 onde os negros em sua maciça maioria faziam parte da classe

baixa e conheciam o seu lugar.

O segundo período vai da ditadura na década de 1930 até o final dos anos

setenta. Nessa época abrem-se porta para a população negra no setor formal do

mercado de trabalho, ainda mais no setor publico onde o governo Vargas

restringe a imigração e favorece a mão-de-obra nacional. Refinarias se abrem

oportunizando a entrada do negro no mercado de trabalho formal.

O terceiro período que ocorre dos finais dos anos oitenta com a redemocratização

até os tempos de agora. Durante esse período novos sonhos e frustrações

floresceram na população negra. Aos canais de mobilidades sociais que foram de

suma importância para os mais velhos não tinham mais essa importância para os

negros mais jovens.

Referências bibliográficas

FAZZI, R. Noções de preconceito e de igualdade entre crianças : a potencialidade do discurso relativizador . Publicação de Artigo. Belo Horizonte: Disponível em: <http://www.abant.org.br/conteudo/ANAIS/CD_Virtual_26_RBA/mesas_redondas/trabalhos/MR%2026/rita%20de%20cassia%20fazzi.pdf>.

FAZZI, R. O drama racial de crianças brasileiras: socializaçã o entre pares e preconceito , Coleção Políticas da Cor. Belo Horizonte; Rio de Janeiro: Autêntica. Lp./UERJ, 2004.

Florestan, Fernandes. O negro mundo dos brancos. São Paulo, Difel, 1972.

LINGAU, C.M; MARQUES, S.M.S.História da Escola Pública Brasileira: Alguns Elementos Sobre o Espaço do Negro na Educação. Publicação em história e-história. Campinas: 2013. Disponível em: <http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=professores&id=159>.

SANTOS, S. A. A Formação do mercado de trabalho livre em São Paul o: Tensões raciais e marginalização social . Dissertação de Mestrado em Sociologia. Brasília: 1997. Disponível em: <http://aplicacao.tst.jus.br/dspace/bitstream/handle/1939/19577/1997_santos_sales.pdf?sequence=1>.