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    ALUNA: ANA CLARA SUZART LOPES DA SILVA

    CURSO: DIREITO

    SEMESTRE: 2013.2

    GRADE: 1

    MATÉRIA: DIREITO

    PROFESSOR: FLORA ARANHA

    DATA: 11/01/14

    OBRA: TEORIA GERAL DO DIREITO

    AUTORA: NORBERTO BOBBIO

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    SEGUNDA PARTE

    TEORIA DO ORDENAMENTO JURDICO

    1. DA NORMA JURÍDICA AO ORDENAMENTO JURÍDICO

    As normas jurídicas nunca existem soin!as" mas sem#re num

    contexto de normas $ue t%m re&a'(es es#ecí)icas entre si" ta& contexto

    costuma ser denominado ordenamento jurídico. *+ , #ossí-e& )a&ar de

    direito $uando existe um conjunto de normas )ormadoras de um

    ordenamento e" #ortanto" o direito no , norma" mas um conjunto

    coordenado de normas/ em suma" uma norma jurídica nunca est0 soin!a"

    mas est0 &iada a outras normas com as $uais )orma um sistema normati-o.

    *omente , #ossí-e& de)inir satis)atoriamente o direito caso se assuma

    o #onto de -ista do ordenamento jurídico. No conjunto das tentati-as

    rea&iadas #ara caracteriar o direito #or meio de a&um e&emento da norma

     jurídica" consideram2se so3retudo $uatro crit,rios4 )orma&" materia&" dosujeito $ue #(e a norma e do sujeito a $uem a norma , destinada.

    O crit,rio )orma& , a$ue&e #e&o $ua& se considera o #oder de de)inir o

    $ue , direito #or meio de a&um e&emento estrutura& das normas jurídicas"

    em re&a'o 5 estrutura as normas se distinuem em #ositi-as ou neati-as/

    cate+ricas ou !i#ot,ticas e erais ou indi-iduais. O crit,rio materia&

     #retende se extrair do conte6do das normas jurídicas" ou seja" das a'(esreu&adas. As a'(es reu&adas so as #ossí-eis dos !omens" exc&uindo2se"

    dessa )orma" as a'(es im#ossí-eis e necess0rias. *endo assim" as a'(es

     #odem ser c&assi)icadas em internas e externas ou su3jeti-as e

    intersu3jeti-as.

    O crit,rio do sujeito $ue #(e a norma re)ere2se 5 teoria $ue considera

     jurídica as normas #ostas #e&o #oder so3erano" no existiria #oder acima

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    deste $ue det,m o mono#+&io da )or'a. 7 im#ortante ressa&tar $ue a teoria

    do direito como rera coati-a e teoria do direito como emana'o do #oder 

    so3erano con-erem. O crit,rio do sujeito a $uem a norma , destinada

     #ode a#resentar duas -ariantes" #ode2se considerar como destinat0rio o

    cidado ou o jui.

    A norma jurídica , de)inida como a$ue&a cuja execu'o , arantida

     #or uma san'o externa e instituciona&iada. 8ara $ue !aja direito" , #reciso

    !a-er" em maior ou menor medida" uma orania'o" ou seja" um sistema

    normati-o com#&eto. A exist%ncia de uma san'o oraniada no im#&ica

    $ue todas as normas do sistema sejam sancionadas" a#enas $ue a maior 

     #arte o seja. Assim como a e)ic0cia" em um ordenamento existiro

    certamente normas ine)icaes" #or,m a #ers#ecti-a no de-e ser sinu&ar"

    mas sim destinada a todo ordenamento jurídico.

    O ordenamento jurídico , com#osto #or normas de conduta e normas

    de estrutura ou de com#et%ncia" estas res#ecti-amente #rescre-em a

    conduta $ue de-e ter ou no e #rescre-em as condi'(es e os #rocedimentos

     #or meio dos $uais so emanadas normas de condutas -0&idas.

    9. A UNIDADE DO ORDENAMENTO JURÍDICO

    Os ordenamentos jurídicos #odem ser distintos em sim#&es e

    com#&exos" con)orme as normas $ue os com#(em sejam deri-adas de uma

    6nica )onte ou -0rias )ontes. A com#&exidade de um ordenamento jurídico

    deri-a do )ato de $ue a necessidade de reras de conduta em $ua&$uer 

    sociedade , to rande $ue no existe #oder :ou +ro; ca#a de satis)a%2

    &a soin!o. *endo assim" #ara tentar ameniar ta& com#&exidade" o #oder 

    su#remo recorre 5 rece#'o de normas j0 existentes" #roduidas #or 

    ordenamentos di-ersos e anteriores e

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    Conc&ui2se" #ortanto" $ue em todo ordenamento a&,m das )ontes

    diretas" existem tam3,m as indiretas $ue #odem ser distintas como j0 citado

    em )ontes recon!ecidas e )ontes de&eadas. Exem#&o de )onte recon!ecida ,

    o costume nos ordenamentos estatais modernos" $ue tam3,m #ode ser 

    considerado )onte de&eada" #or,m este asseme&!a2se mais a um #roduto

    natura&. Exem#&o tí#ico de )onte de&eada , o reu&amento em re&a'o 5 &ei"

    a #rodu'o deste , de&eada ao 8oder Executi-o #e&o =eis&ati-o" tendo em

    -ista $ue , im#ossí-e& $ue o 8oder =eis&ati-o emane todas as normas

    necess0rias 5 reu&a'o da -ida socia&" sendo assim &imita2se a #roduir 

    normas en,ricas" con)iando aos +ros executi-os o encaro de torna2&asexe$uí-eis.

    O #oder neocia& no se encontra exatamente dentre as )ontes

    de&eadas ou recon!ecidas" -isto $ue #ode ser considerado um resíduo de

    um #oder normati-o natura& ou #ri-ado" anterior ao Estado" ou um #roduto

    do #oder oriin0rio do Estado. 7 essencia& ressa&tar $ue na rece#'o" o

    ordenamento jurídico aco&!e um #roduto j0 )eito/ na de&ea'o" determina

    $ue seja )eito" ordenando uma #rodu'o )utura.

    O #oder oriin0rio , o #onto de re)er%ncia 6&timo de todas as normas"

    ou seja" o #oder a&,m do $ua& no existe outro em $ue se #ossa )undar o

    ordenamento jurídico. Ta& #oder , denominado de )onte das )ontes.

    Ino3stante" se todas as )ontes deri-assem do #oder oriin0rio" se estaria

    diante de um ordenamento sim#&es. A com#&exidade do ordenamento

    decorre !istoricamente do )ato em $ue em ema sociedade no -ioram

    a#enas normas jurídicas" tam3,m -iem normas morais" sociais" re&iiosas"

    com#ortamentais" costumeiras" con-encionais" ou seja" de -0rios ti#os.

    A&,m disso" o #oder oriin0rio" uma -e constituído" cria #ara satis)aer a

    necessidade de uma normatia'o sem#re atua&iada" no-as centrais de

     #rodu'o jurídica.

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    *endo assim" a mu&ti#&ica'o das )ontes #ode deri-ar de uma

    &imita'o #ro-eniente do exterior" ou seja" do c!o$ue com uma rea&idade

    normati-a #r,2constituída ou de uma auto&imita'o do #oder so3erano" $ue

    su3trai a si mesmo uma #arte do #oder normati-o #ara atri3uí2&o a outros

    +ros ou oranismos" de a&um modo de#endentes de&e. O ordenamento

     jurídico #ode ser conce3ido 3aseado na conce#'o !o33esiana como se

    )iesse t03u&a rasa de todo o direito #reexistente ou na conce#'o &oc>iana"

    sendo conce3ido como emerente de um estado jurídico mais antio $ue

    continua a su3sistir.

    As )ontes do direito so a$ue&es )atos e a$ue&es atos de $ue o

    ordenamento jurídico de#ende #ara a #rodu'o de normas jurídicas. O

    con!ecimento de um ordenamento jurídico come'a sem#re a #artir da

    enumera'o das suas )ontes. 7 im#ortante ressa&tar $ue o ordenamento

     jurídico reu&a a #r+#ria #rodu'o normati-a.

    A com#&exidade do ordenamento no exc&ui sua unidade. *eundo

    ?e&sen" as normas de um ordenamento no esto todas no mesmo #&ano"

    sendo assim existem normas su#eriores e in)eriores" dessa )orma tais

    normas esto dis#ostas em ordem !ier0r$uica. As in)eriores deri-am das

    su#eriores. 8artindo das normas su#eriores e #assando #e&as $ue esto

    acima" c!ea2se #or 6&timo 5 norma su#rema" $ue no de#ende de nen!uma

    outra norma su#erior" so3re a $ua& re#ousa a unidade do ordenamento" esta

    , denominada norma )undamenta&.

    As normas #odem ser consideradas executi-as e #roduti-as ao

    mesmo tem#o" -isto $ue so executi-as em re&a'(es 5 normas su#eriores e

     #roduti-as em re&a'o 5 norma in)eriores. O rau mais 3aixo das normas ,

    constituído #e&os atos executi-os :so a#enas executi-os e no #roduti-os;

    e o rau mais a&to , constituído #e&a norma )undamenta& :, a#enas #roduti-a e no executi-a;. A estrutura !ier0r$uica #ode ser 3em

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    re#resentada da 8ir@mide de ?e&sen. Ino3stante" em3ora todos os

    ordenamento ten!am a )orma de #ir@mide" nem todas e&as t%m o mesmo

    n6mero de #&anos.

    uando um +ro su#erior atri3ui a um +ro in)erior um #ode

    normati-o" no &!e atri3ui um #oder i&imitado. Ao atri3uir esse #oder"

    esta3e&ece tam3,m os &imites dentro dos $uais #ode ser exercido. B medida

    $ue se #ercorre a #ir@mide de cima ara 3aixo" o #oder normati-o , cada -e

    mais circunscrito. Os &imites com $ue o #oder su#erior restrine e reu&a o

     #oder in)erior so de dois ti#os di)erentes4 re&ati-os ao conte6do e re&ati-os

    5 )orma.

    Os &imites )ormais nunca esto ausentes" #or,m os materiais #odem

    )a&tar nas re&a'(es entre Constitui'o e &ei ordin0ria" caso nos ordenamentos

    no exista uma di)eren'a de rau entre estas :constitui'o )&exí-e&;. Na

     #assaem da &ei ordin0ria 5 deciso judicia& do caso concreto encontra2se

    norma&mente am3os os &imites. Na #assaem da &ei ordin0ria ao ne+cio

     jurídico" ou seja na es)era da autonomia #ri-ada" os &imites )ormais

    costumam #re-a&ecer so3re os materiais.

    A #rodu'o jurídica , a ex#resso de um #oder :oriin0rio ou

    deri-ado; e a execu'o re-e&a o cum#rimento de um de-er. 8oder e de-er 

    so dois conceitos corre&atos4 um no #ode existir sem o outro" dessa )orma

    no existe o3ria'o em um sujeito sem $ue existe um #oder em outrosujeito.

    Toda norma #ressu#(e um #oder normati-o" dessa )orma" se existem

    normas constitucionais" de-e !a-er o #oder normati-o do $ua& e&as

    deri-am" este , o #oder constituinte. O #oder constituinte , o #oder 6&timo"

    su#remo" oriin0rio" num ordenamento jurídico. 7 im#ortante ressa&tar $ue

    todo #oder normati-o #ressu#(e uma norma $ue autorie a #roduir 

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    normas jurídicas. A norma $ue atri3ui ao #oder constituinte a )acu&dade de

     #roduir normas jurídicas , a norma )undamenta&.

    O #oder oriin0rio su#racitado , o conjunto das )or'as #o&íticas $ue"

    num determinado momento !ist+rico" tomaram a dianteira e instauram um

    no-o ordenamento jurídico. 7 im#ortante asseurar $ue a )or'a , um

    instrumento necess0rio do #oder" #or,m isso no sini)ica $ue tam3,m ,

    seu )undamento. Dessa )orma" a )or'a , necess0ria #ara exerc%2&o" )aendo

    res#eitar as normas $ue e&e emana" #or,m no #ara justi)ica2&o.

    A norma )undamenta& ," ao mesmo tem#o" atri3uti-a e im#erati-a.Ta& norm #ode ser )ormu&ada da seuinte )orma4 O #oder constituinte ,

    autoriado a emanar normas o3riat+rias #ara toda a co&eti-idade. A

    re)erida norma no , ex#ressa" mas #ressu#osta a )im de )undar o sistema

    normati-o" -isto $ue , o )undamento su3tendido de &eitimidade de todo o

    sistema. Uma norma , -0&ida $uando #ode ser reconduida at, a norma

    )undamenta&" sendo assim a norma )undamenta& , o )undamento de

    -a&idade e o #rincí#io uni)icador das normas de um ordenamento. No ,

     #ossí-e& !a-er ordenamento sem a norma )undamenta&" esta no #ossui

    nen!um )undamento" #ois se o #ossuísse deixaria de ser norma

    )undamenta&.

    ?e&sen enunciou uma teoria de)endida" inc&usi-e" #or Ross"

    sustentando $ue a )or'a , o o3jeto da reu&amenta'o jurídica" no sentidode $ue #or direito se de-e entender no um conjunto de normas )eitas -a&er 

    com )or'a" mas um conjunto de normas $ue reu&am o exercício da )or'a

    numa determinada sociedade" esta3e&ecendo o modo como de-em ser 

    a#&icadas certas san'(es. Ta& teoria est0 estreitamente -incu&ada 5 outra $ue

    considera como normas jurídicas a#enas as normas secund0rias. ?e&sen"

    inc&usi-e" #assou a c!amar as normas secund0rias de #rim0rias.Ino3stante" o o3jeti-o de todo &eis&ador no , de oraniar a )or'a" mas

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    oraniar a sociedade mediante a )or'a. A de)ini'o de ?e&sen e de Ross

     #arece &imitati-a tam3,m em re&a'o ao ordenamento jurídico considerado

    no seu todo" #ois con)unde a #arte com o todo" o instrumento com o )im.

    . A COERFNCIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO

    O ordenamento jurídico tam3,m constitui um sistema. *istema , uma

    tota&idade ordenada" ou seja" um conjunto de oranismos" entre os $uais

    existe certa ordem. Ordem #ressu#(e $ue os oranismos constituti-os no

    estejam a#enas em re&a'o com todo" mas estejam tam3,m em re&a'o de

    com#ati3i&idade entre si.

    Gans ?e&sen distinue entre os ordenamentos normati-os dois ti#os

    de sistema" est0tico e din@mico. O sistema est0tico , a$ue&e em $ue as

    normas esto &iadas umas 5s outras a #artir da dedu'o" ou seja" se

    deduem uma das outras" #artindo de uma ou mais normas oriin0rias de

    car0ter era&. Nesse caso" as normas esto &iadas entre si em re&a'o ao seu

    conte6do.

    O sistema din@mico" #or sua -e" , a$ue&e em $ue as normas $ue o

    com#(em deri-am uma das outras atra-,s de sucessi-as de&ea'(es de

     #oder" dessa )orma" no atra-,s do seu conte6do" mas da autoridade $ue as

    esta3e&eceu. A &ia'o entre as -0rias normas" nesse ti#o de ordenamento

    normati-o" no , materia&" mas )orma&. ?e&sen sustenta $ue os

    ordenamentos jurídicos so sistemas din@micos" os sistemas est0ticos

    seriam os ordenamentos morais.

    Uma #ro-a da tend%ncia constante da juris#rud%ncia em considerar o

    direito como sistema , a inter#reta'o sistem0tica $ue extrai seus

    arumentos do #ressu#osto de $ue as normas de um ordenamento" ou" mais

     #recisamente" de uma #arte de&e constituem uma tota&idade ordenada.

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     No uso !ist+rico da )i&oso)ia do direito e da juris#rud%ncia" emerem

    tr%s di)erentes sini)icados de sistema. O #rimeiro sini)icado esta3e&ece

    $ue um dado ordenamento , um sistema" uma -e $ue todas as normas

     jurídicas da$ue&e ordenamento deri-am de a&uns #rincí#ios erais" dessa

    )orma constitui2se um sistema deduti-o.

     No seundo sini)icado de sistema" o termo , usado #ara indicar um

    ordenamento da mat,ria" rea&iado com #rocedimento induti-o" ou seja"

     #artindo do conte6do das normas sinu&ares com o o3jeti-o de e&a3orar 

    conceitos cada -e mais erais" e c&assi)ica'(es ou di-is(es de toda

    mat,ria. O conceito mais en,rico e&a3orado #e&a juris#rud%ncia , muito

     #ro-a-e&mente o de re&a'(es jurídicas $ue #ermite a redu'o de todos os

    )enHmenos jurídicos a um es$uema 6nico e )a-orece #ortanto a e&a3ora'o

    de um sistema induti-o.

    O terceiro sini)icado de sistema jurídico , sem d6-ida o mais

    interessante" este di $ue um ordenamento jurídico constitui um sistema

     #or$ue ne&e no #odem coexistir normas incom#atí-eis. *endo assim"

    sistema e$ui-a&e a -a&idade do #rincí#io $ue exc&ui a incom#ati3i&idade

    das normas" destarte" as normas t%m certa re&a'o entre si de

    com#ati3i&idade. Em ta& conce#'o de sistema" em caso de

    incom#ati3i&idade de duas normas no !0 o co&a#so de todo o sistema"

    como no deduti-o" mas de a#enas uma das normas ou de am3as" no

    m0ximo.

    A situa'o das normas incom#atí-eis entre si , denominada

    antinomia. Ta& situa'o , -eri)icada em tr%s casos4 entre uma norma $ue

    comanda )aer a&o e outra $ue #roí3e )a%2&o" entre uma rera $ue

    comanda )aer e uma $ue #ermite no )aer e entre uma norma $ue #roí3e

    )aer e outra $ue #ermite )aer. As tr%s re)eridas situa'(es denotamcontrariedade.

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    A exist%ncia de antinomia #ressu#(e duas condi'(es4 $ue as duas

    normas #erten'am ao mesmo ordenamento" $ue as normas ten!am o

    mesmo @m3ito de -a&idade :tem#ora&" es#acia&" materia& e #essoa&;. As

    antinomias #odem ser di-ididas em tr%s di)erentes ti#os4 tota&2tota& :se duas

    normas incom#atí-eis t%m iua& @m3ito de -a&idade" -isto $ue em nen!um

    caso uma das duas normas #ode ser a#&icada sem entrar em con)&ito com a

    outra;" #arcia&2#arcia& :caso as duas normas incom#atí-eis t%m @m3ito de

    -a&idade em #arte iua& e em #arte di)erente" dessa )orma cada uma das

    normas tem um cam#o de a#&ica'o $ue est0 em con)&ito com a outra

    norma e um cam#o em $ue o con)&ito no existe; e tota& #arcia& :caso umadas normas incom#atí-eis t%m @m3ito de -a&idade iua& a outra" #or,m

    mais restrito" dessa )orma" a antinomia , tota& #or #arte da #rimeira norma

    em re&a'o a seunda e #arcia& #or #arte da seunda em re&a'o 5 #rimeira;.

    Tam3,m existem antinomias com re)er%ncia a outras situa'(es" so

    c!amadas as antinomias im#r+#rias" dentre e&as encontram2se as

    antinomias de #rincí#io :ordenamento jurídico ins#irado em ideo&oias

    o#ostas;" as antinomias de -a&ora'o :caso uma norma #una um de&ito

    menor com uma #enas mais ra-a do $ue a in)&iida a um de&ito maior; e as

    antinomias te&eo&+icas :contraste entre a norma $ue #rescre-e o meio #ara

    a&can'ar o )im e a$ue&a $ue #rescre-e o )im;.

    A#esar de no serem antinomias jurídicas" as antinomias de #rincí#io

     #odem dar &uar a normas incom#atí-eis. As antinomias de -a&ora'o se

    tratam mais de injusti'a $ue de antinomia" a antinomia #rodu incerta e a

     justi'a" desiua&dade. No caso das antinomias te&eo&+icas" a norma $ue

     #re-% o meio no #ermite a&can'ar o )im" muitas -ees #or insu)ici%ncia do

    meio" dessa )orma trata2se mais de &acuna $ue de antinomia.

    A #resen'a de antinomia em sentido #r+#rio , um de)eito $ue oint,r#rete tende a e&iminar. Tendo em -ista $ue antinomia sini)ica

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    encontro de duas #ro#osi'(es incom#atí-eis" $ue no #odem ser am3as

    -erdadeiras ou $ue no #odem ser am3as a#&icadas" a juris#rud%ncia

    e&a3orou a&umas reras #ara so&-er ta& situa'o. Ino3stante" tais reras no

    conseuem reso&-er todos os casos #ossí-eis de antinomia" -isto $ue

    existem as antinomias so&6-eis e as antinomias inso&6-eis.

    As ra(es #ara nem toda as antinomias terem so&u'o so4 casos de

    antinomias $ue no se #ode a#&icar nen!uma das reras e casos em $ue se

     #odem a#&icar ao mesmo tem#o duas ou mais reras em con)&ito em si. 7

    im#ortante ressa&tar $ue as antinomias so&6-eis tam3,m so denominadas

    a#arentes e as inso&6-eis so denominadas reais. As reras )undamentais

     #ara a so&u'o de antinomias so tr%s4 o crit,rio crono&+ico :lex

     posteriori;" neste das duas normas incom#atí-eis #re-a&ece a$ue&a

    sucessi-a/ o crit,rio !ier0r$uico :lex superior ;" neste de duas normas

    incom#atí-eis #re-a&ece a !ierar$uicamente su#erior/ o crit,rio da

    es#ecia&idade :lex specialis)" nesse caso de duas normas incom#atí-eis"

    uma era& e uma es#ecia&" #re-a&ece a seunda.

    O crit,rio !ier0r$uico )undamenta2se na in)erioridade de uma norma

    em re&a'o a outra $ue consiste na menor )or'a do seu #oder normati-o" ta&

    menor )or'a mani)esta2se justamente na inca#acidade de esta3e&ecer uma

    reu&amenta'o $ue esteja em contraste com a reu&amenta'o da norma

    !ierar$uicamente su#erior.

    O crit,rio da es#ecia&idade )unda2se na ideia de $ue a &ei es#ecia& ,

    a$ue&a $ue derroa uma &ei mais era&" ou seja" $ue su3trai a uma norma

    uma #arte da sua mat,ria #ara su3met%2&a a reu&a'o di-ersa" sendo assim

    )ornece um iua& tratamento a #essoas $ue #ertencem 5 mesma cateoria. A

    situa'o antinHmica criada a #artir da re&a'o entre uma &ei era& e uma &ei

    es#ecia& , a$ue&a corres#ondente ao ti#o de antinomia tota&2#arcia&. *endoassim" $uando se a#&ica o crit,rio da lex specialis no ocorre a e&imina'o

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    tota&de uma das duas normas incom#atí-eis" mas a#enas da$ue&a #arte da

    &ei era& $ue , incom#atí-e& com a &ei es#ecia&.

    Os crit,rios crono&+ico e !ier0r$uico costumam e&iminar tota&mente

    uma das normas" tais crit,rios se a#&icam $uando sure uma antinomia e o

    crit,rio da es#ecia&idade #or$ue #assa a existir uma antinomia.

    G0 casos em $ue se -eri)ica uma antinomia entre duas normas"

    contem#or@neas" erais e no mesmo ní-e&. Nesse caso os tr%s crit,rios

    su#racitados no reso&-em mais. 8ara so&ucionar ta& antinomia recorre2se

    ao crit,rio $ue di res#eito 5 )orma" sendo assim" se uma norma ,im#erati-a e outra" #roi3iti-a e am3as esto em con)&ito" #re-a&ece a

     #ermitisse" a$ue&a $ue concede a&uma &i3erdade so3re a $ue im#(e um

    o3ria'o. Na rea&idade" o #ro3&ema no , o de )aer #re-a&ecer uma norma

     #ermissi-a so3re a im#erati-a" ou -ice2-ersa" mas sim o de sa3er $ua& dos

    dois sujeitos da re&a'o jurídica , mais justo #roteer.

     No con)&ito entre duas normas incom#atí-eis em $ue uma ,im#erati-a e outra , #roi3iti-a" o com#ortamento em -e de ser comandado

    ou #roi3ido" considera2se #ermitido e &ícito. No caso de um con)&ito em $ue

    no se #ossa a#&icar nen!um dos tr%s crit,rios" a so&u'o , con)iada 5

    &i3erdade do int,r#rete $ue tem diante de si a #ossi3i&idade de e&iminar uma

    das normas :inter#reta'o a32roante;" e&iminar as duas" ou conser-ar as

    duas. A terceira so&u'o , ta&-e a$ue&a a $ue o int,r#rete recorra com mais)re$u%ncia" -isto $ue esse 3usca no e&iminar normas incom#atí-eis" mas

    e&iminar a incom#ati3i&idade.

    Ino3stante" #ode ocorrer $ue duas normas incom#atí-eis estejam

    entre si numa re&a'o em $ue #ossam ser a#&icados" ao mesmo tem#o" no

    a#enas um" mas dois ou tr%s crit,rios. Essa situa'o com#&exa no suscita

    di)icu&dade" $uando as normas so dis#ostas de modo $ue" seja $ua& )or o

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    crit,rio $ue se $ueira a#&icar a so&u'o no mude. *endo assim" nesse caso

    os dois crit,rios se somam e a norma #re-a&ece a fortiori. 

    Existe tam3,m a #ossi3i&idade de duas normas encontrarem2se em

    re&a'o ta& $ue seja a#&ic0-eis dois crit,rios" mas $ue a a#&ica'o de um

    crit,rio d% so&u'o o#osta 5 a#&ica'o de outro. Nesse caso no se #odem

    a#&icar dois crit,rios ao mesmo tem#o. 7 #reciso a#&icar um em #re)er%ncia

    ao outro. Ta& con)&ito entre os crit,rios #ara a so&u'o de antinomias d0

    oriem a uma antinomia de seundo rau. Nesses casos no , #ossí-e& dar 

    uma res#osta en,rica" , #reciso a-a&iar os casos de con)&ito entre os

    crit,rios.

     No caso de con)&ito entre o crit,rio crono&+ico e !ier0r $uico" o

    !ier0r$uico #re-a&ece so3re o crono&+ico. No caso de con)&ito entre o

    crit,rio de es#ecia&idade e o crit,rio crono&+ico" #re-a&ece o de

    es#ecia&idade" -isto $ue uma &ei era& sucessi-a no e&imina uma &ei

    es#ecia& anterior. Ta& rera de-e ser seuida com certa caute&a e #ossui

    -a&or #erem#t+rio in)erior do $ue a rera anterior.

    E no caso do con)&ito entre o crit,rio !ier0r$uico e o de es#ecia&idade

    no existe uma rera era& conso&idada. A so&u'o de#ender0 do int,r#rete

    $ue ir0 a#&icar ora um ora outro crit,rio a de#ender das circunst@ncias.

    Teoricamente" de-eria #re-a&ecer o crit,rio !ier0r$uico" #or,m na #r0tica" a

    exi%ncia de ada#tar os #rincí#ios erais de uma constitui'o 5s situa'(essem#re no-as &e-a muitas -ees a )aer com $ue triun)e a &ei es#ecia&.

    A rera da coer%ncia , #ressu#osta #e&a ideia de $ue a

    incom#ati3i&idade entre duas normas , um ma& a ser e&iminado. *endo

    assim" e&a #ode ser enunciada da seuinte )orma4 Em um ordenamento

     jurídico no de-em existir antinomias.

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    Uma rera $ue di res#eito 5s normas de um ordenamento jurídico

    como , o caso da #roi3i'o de antinomias s+ #ode ser destinada 5$ue&es

    $ue se dedicam 5 #rodu'o e 5 a#&ica'o das normas" os &eis&adores e

     juíes" soando res#ecti-amente" da seuinte maneira4 No criem normas

    $ue sejam incom#atí-eis com outras normas do sistema e Caso de#arem

    com antinomias" de-em e&imin02&as.

    Em re&a'o 5s normas distintas !ierar$uicamente" a rera da

    coer%ncia existe em am3as as )ormas" caso as normas sejam sucessi-as no

    tem#o" no !0 de-er de coer%ncia do &eis&ador" mas existe #or #arte do

     jui" e&iminando a norma anterior e a#&icando a sucessi-a. No caso das

    normas de mesmo ní-e& e contem#or@neas no !0 nen!uma o3ria'o

     juridicamente $ua&i)icada" -isto $ue o jui tem no m0ximo um de-er mora&

    de no se contradier e o jui no tem nen!um de-er juridicamente

    $ua&i)icado de e&iminar a antinomia.

    . A COM8=ETUDE DO ORDENAMENTO JURÍDICOA com#&etude , outra característica do ordenamento jurídico a&,m

    da unidade e coer%ncia" ta& denomina'o sini)ica aus%ncia de &acunas.

    Dessa )orma" um ordenamento , com#&eto $uando no !0 caso $ue no

     #ossa ser reu&ado com uma norma extraída do sistema. A com#&etude

    sini)ica" ainda" a exc&uso de toda situa'o em $ue no #erten'am ao

    sistema nen!uma das duas normas $ue se contradiem. Ta& característica ,uma condi'o sem a $ua& o sistema no seu todo no #oderia desem#en!ar a

     #r+#ria )un'o.

    De )ato" o $ue se #rocura , sem#re a unidade4 a unidade neati-a

    com a e&imina'o das contradi'(es e a unidade #ositi-a com o

     #reenc!imento das &acunas. 7 im#ortante ressa&tar" entretanto" $ue um

    ordenamento jurídico #ode to&erar normas incom#atí-eis no seu interior 

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    sem se extinuir" #or,m caso -iorem duas características no ordenamento

     jurídico4 o jui ser o3riado a ju&ar todas as contro-,rsias $ue se

    a#resentem ao seu exame e ser o3riado a ju&02&as com 3ase em uma

    norma #ertencente ao seu sistema" a com#&etude , condi'o necess0ria #ara

    ta& ordenamento.

    A a)irma'o do doma da com#&etude camin!a  pari passu com a

    mono#o&ia'o do direito #or #arte do Estado. 8ara manter o #r+#rio

    mono#+&io" o direito do Estado de-e ser-ir a todos os usos. Dessa )orma" o

    c+dio #ara o jui ser-e como um #rontu0rio $ue &!e de-e ser-ir 

    in)a&i-e&mente e do $ua& no #ode ser a)astar.

     Na ran'a" a esco&a jurídica" $ue se )oi im#ondo a#+s a codi)ica'o"

    costuma ser desinada com o nome de esco&a da exeese. A codi)ica'o

    desen-o&-eu entre os juristas e juíes a tend%ncia de se ater 

    escru#u&osamente aos c+dios. Ta& esco&a #ossui o car0ter #ecu&iar da

    admira'o incondiciona& #e&a o3ra rea&iada #e&o &eis&ador atra-,s da

    codi)ica'o" #ossuíam a cren'a de $ue o c+dio" uma -e emanado" 3aste

    com#&etamente a si mesmo" no tendo &acunas" em resumo nortea-a2se #e&o

    doma da com#&etude jurídica. A esco&a da exeese e a codi)ica'o so

    )enHmenos estreitamente -incu&ados e inse#ar0-eis um do outro.

    Emeriu uma no-a esco&a denominada esco&a do direito &i-re $ue

    tecia uma crítica 5 cren'a de $ue o direito estaria com#&eto" #ara osde)ensores dessa no-a esco&a" o direito constituído est0 re#&eto de &acunas e

     #ara #reenc!%2&as" , #reciso con)iar #rinci#a&mente no #oder criati-o do

     jui. As ra(es #e&as $uais ta& mo-imento suriu e se desen-o&-eu so

    -0rias" uma de&as , o en-e&!ecimento da codi)ica'o $ue )a-orecia o

    desco3rimento das suas insu)ici%ncias.

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    A&,m do en-e&!ecimento natura& do c+dio" na seunda metade do

    s,cu&o #assado ocorreu" em rao da Re-o&u'o Industria&" uma #ro)unda e

    r0#ida trans)orma'o da sociedade $ue )e com $ue as #rimeiras

    codi)ica'(es2 $ue re)&etiam uma sociedade ainda #rinci#a&mente aríco&a e

     #ouco industria&iada2 #arecessem u&tra#assadas" #ortanto" insu)icientes e

    inade$uadas" o $ue ace&erou seu #rocesso natura& de en-e&!ecimento.

    Inorar a no-a rea&idade -iente , )ec!ar os o&!os diante da rea&idade

    circundante #or amor a uma )+rmu&a" deixando2se i&udir #e&a in,rcia menta&

    e #e&o #reconceito. Acrescente2se ainda $ue esse descom#asso entre o

    direito constituído e a rea&idade )oi acom#an!ado #e&o #articu&ar desen-o&-imento da )i&oso)ia socia& e das ci%ncias sociais no s,cu&o KK.

    A socio&oia" no momento em $ue tomou consci%ncia das correntes

    su3terr@neas $ue animam a -ida socia&" contri3uiu #ara a destrui'o do

    mito do Estado" )ornecendo armas críticas aos juristas no-os contra as

    -0rias )ormas de juris#rud%ncia sem#re )ie& ao doma do estatismo e da

    com#&etude do direito. ormou2se dessa )orma uma corrente de socio&oia

     jurídica" da $ua& Enr&ic! , um dos re#resentantes mais autoriados" ta&

    corrente -isa-a mostrar $ue o direito , um )enHmeno socia& e" #ortanto" a

     #retenso dos juristas ortodoxos de )aer do direito um #roduto do Estado

    era in)undada e conduia a -0rios a3surdos" como a$ue&e de acreditar na

    com#&etude do direito codi)icado.

    Dessa )orma" o doma da com#&etude caía como in6ti& e #eriosa

    resist%ncia 5 ade$ua'o do direito 5s exi%ncias sociais. 8assando a ocu#ar 

    o seu &uar a con-ic'o de $ue o direito &eis&ati-o era &acunoso.

    Admitir a &i-re #es$uisa do direito" conceder cidadania ao direito

    &i-re sini)ica-a rom#er a 3arreira do #rincí#io da &ea&idade" $ue )ora

    esta3e&ecido em de)esa do indi-íduo" a3rir as #ortas ao ar3ítrio" aos caos" 5anar$uia. Os de)ensores da &ea&idade #ermanecem )i,is ao doma da

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    com#&etude" mas #ara isso ti-eram de encontrar no-os arumentos"

    demonstrando criticamente $ue a com#&etude era um car0ter constituti-o de

    todo ordenamento jurídico. *endo assim" o #ro3&ema da com#&etude #assou

    de uma )ase dom0tica #ara uma )ase crítica.

    O #rimeiro arumento uti&iado )oi o do es#a'o jurídico -aio" este

     #rea-a $ue o @m3ito da ati-idade !umana esta-a di-idida em dois

    com#artimentos4 a$ue&e $ue , -incu&ado #or normas jurídicas denominado

    es#a'o jurídico e a$ue&e em $ue , &i-re" sendo c!amado de es#a'o jurídico

    -aio. A es)era da &i3erdade #ode diminuir ou aumentar con)orme

    aumentem ou diminuem as normas jurídicas/ mas no !a-eria a

     #ossi3i&idade de um ato !umano ser ao mesmo tem#o &i-re e -incu&ado.

    Dessa )orma" de acordo com o #rimeiro arumento" no seria

     #ossí-e& admitir &acuna jurídica" -isto $ue at, onde o direito c!ea com

    suas normas" no existem &acunas/ onde no c!ea" existe o es#a'o jurídico

    -aio" e" #ortanto" no existe &acuna do direito. O #ro3&ema de ta&

    arumento , $ue seria #reciso exc&uir o #ermitido das moda&idades

     jurídicas" -isto $ue o $ue , #ermitido coincidiria com o $ue , juridicamente

    indi)erente.

    A seunda teoria" sustentada #or Ernst Lite&mann" #rea $ue no

    existem &acunas" #e&o )ato de $ue o direito nunca est0 ausente. Nesta teoria"

    todos os com#ortamentos no com#reendidos na norma #articu&ar soreu&ados #or uma norma era& exc&usi-a" ou seja" #e&a rera $ue exc&ui

    todos os com#ortamentos $ue no )aem #arte da$ue&e #re-isto #e&a norma

     #articu&ar. *endo assim" as normas nunca nascem soin!as" mas em #ar4

    todos os com#ortamentos no com#reendidos na norma #articu&ar so

    reu&ados #or uma norma era& exc&usi-a" ou seja" #e&a rera $ue exc&ui

    todos os com#ortamentos $ue no )aem #arte da$ue&e #re-isto #e&a norma #articu&ar.

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    Mesmo essa teoria da norma era& exc&usi-a tem o seu #onto )raco.

    O $ue no di , $ue num ordenamento jurídico era&mente no existe

    a#enas um conjunto de normas #articu&ares inc&usi-as e uma norma era&

    exc&usi-a $ue as acom#an!a" mas tam3,m um terceiro ti#o de norma" $ue ,

    inc&usi-a como a #rimeira e era& como a seunda" seundo ta& norma era&

    inc&usi-a" o jui de-e recorrer 5s normas $ue reu&am casos seme&!antes ou

    mat,rias an0&oas.

    A deciso de a#&icar a norma era& exc&usi-a ou a norma era&

    inc&usi-a ca3e ao int,r#rete. *endo assim" , im#ortante a)irmar $ue a

    &acuna se -eri)ica no #e&a aus%ncia de uma norma ex#ressa #ara a

    reu&amenta'o de um determinado caso" mas #e&a aus%ncia de um crit,rio

     #ara a esco&!a de $ua& das duas reras erais" a$ue&a exc&usi-a e a$ue&a

    inc&usi-a" de-a ser a#&icada.

    De-e2se conc&uir" #ortanto" $ue um ordenamento jurídico #ode ser 

    incom#&eto" -isto $ue entre a norma era& exc&usi-a e a #articu&ar inc&usi-a"

    existe a era& inc&usi-a $ue esta3e&ece uma ona intermedi0ria entre o

    reu&ado e o no reu&ado.

    Tam3,m se entende #or &acuna a aus%ncia no de uma so&u'o"

    mas de uma so&u'o satis)at+ria" ou" no a aus%ncia de uma norma" mas a

    aus%ncia de uma norma justa" ou seja" da$ue&a norma $ue ostaríamos $ue

    existisse" mas no existe. Tais &acunas so denominadas ideo&+icas. Todoordenamento #ossui tais &acunas" #or,m as &acunas com as $uais de-e se

     #reocu#ar a$ue&e $ue , c!amado a a#&icar o direito no so as ideo&+icas"

    mas as reais. *eundo runetti" as 6nicas &acunas cuja exist%ncia #ode ser 

    demonstrada so as &acunas ideo&+icas.

    8ara $ue o #ro3&ema das &acunas seja dotado de sentido" , #reciso

    con)rontar o ordenamento jurídico rea& com um ordenamento jurídico idea&"

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    ou considerar o ordenamento &eis&ati-o como re#resenta'o da -ontade do

    Estado" #eruntando2se se a &ei cont,m ou no tudo o $ue de-e conter #ara

     #oder ser considerada a mani)esta'o tecnicamente #er)eita da -ontade do

    Estado. O 6&timo #ro3&ema , o 6nico caso em $ue se #ode )a&ar de &acunas

    no sentido #r+#rio da #a&a-ra" ino3stante" mesmo esse caso #ode ser 

    inserido na cateoria de &acunas ideo&+icas" ou seja" no contraste entre

    a$ui&o $ue a &ei di e a$ui&o $ue de-eria dier #ara se ade$uar 

     #er)eitamente ao es#írito do sistema como um todo.

    As &acunas #odem ser distintas em #r+#rias ou im#r+#rias. As

    &acunas #r+#rias so a$ue&as do sistema ou dentro dos sistema/ a &acuna

    im#r+#ria deri-a da com#ara'o do sistema rea& com um sistema idea&.

     Num sistema em $ue todo caso no reu&ado incide a norma era&

    exc&usi-a s+ #ode !a-er &acunas im#r+#rias. A &acuna #r+#ria se d0

    somente $uando" ao &ado da norma era& inc&usi-a encontra2se a norma

    era& exc&usi-a" e o caso #ode ser reu&ado tanto #or uma" tanto #or outra.

    A &acuna im#r+#ria somente #ode ser so&-ida #or meio da emana'o

    de no-as normas" j0 a &acuna #r+#ria s+ #ode ser so&-ida mediante as &eis

    -ientes. As im#r+#rias s+ #odem ser com#&etadas #e&o &eis&ador e as

     #r+#rias #or o3ra do int,r#rete. Ao re)erir2se ao um sistema incom#&eto" se

    )a men'o 5s &acunas #r+#rias e no im#r+#rias.

    As &acunas" $uanto aos moti-os $ue as #ro-ocaram #odem sedistinuir em su3jeti-as ou o3jeti-as. *u3jeti-as so a$ue&as $ue de#endem

    de a&um moti-o im#ut0-e& do &eis&ador/ o3jeti-as so as $ue de#endem

    do desen-o&-imento das re&a'(es sociais" das no-as in-en'(es" de todas

    a$ue&as causas $ue #ro-ocam o en-e&!ecimento dos textos &eis&ati-os.

    As &acunas su3jeti-as" #or sua -e" #odem ser distintas em

    -o&unt0rias e in-o&unt0rias. In-o&unt0rias so a$ue&as $ue de#endem de

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    a&uma distin'o do &eis&ador/ -o&unt0rias so a$ue&as $ue o #r+#rio

    &eis&ador deixa de #ro#+sito. Em a&umas mat,rias" o &eis&ador atri3ui

    normas muito en,ricas $ue #odem ser c!amadas de direti-as" estas tra'am

    a#enas as &in!as erais da a'o a ser rea&iada" deixando aos #articu&ares a

    tare)a de determinar $uem de-e execut02&as ou a#&ica2&as.

    Existe &acuna em sentido #r+#rio $uando se #resume $ue o int,r#rete

    de-e reso&-er o caso com 3ase numa norma dada #e&o sistema" e essa

    norma no existe ou" #ara sermos mais exatos" o sistema no o)erece a

    de-ida so&u'o. Outra distin'o , entre as &acunas  praeter legem e  intra

    legem. As #rimeiras ocorrem $uando as reras ex#ressas" #or serem muito

    es#ecí)icas" no com#reendem todos os casos #ossí-eis" j0 as seundas

    ocorrem $uando as normas so demasiadamente en,ricas" re-e&ando

    -aios $ue ca3er0 ao int,r#rete #reenc!er. As &acunas -o&unt0rias" so3re as

    $uais se discorreu !0 #ouco" em era& so intra legem.

    8ara se com#&etar um ordenamento jurídico #ode se recorrer a dois

    m,todos di)erentes" seundo Carne&utti" a !eterointera'o e a

    autointera'o. O #rimeiro consiste na intera'o o#erada atra-,s do

    recurso a ordenamentos di-ersos e do recurso a )ontes di)erentes das

    dominantes. O seundo m,todo consiste na intera'o rea&iada atra-,s do

     #r+#rio ordenamento" no @m3ito da #r+#ria )onte dominante" sem recorrer a

    outros ordenamentos" e com o mínimo de recurso a )ontes di-ersas da

    dominante.

    A !eterointera'o assume tr%s )ormas4 o recuso ao costume"

     #odendo ser a#&icado de )orma am#&a :o costume -ie em todas as

    mat,rias no reu&adas #e&a &ei; ou restrita :o costume -ie somente nos

    casos em $ue , ex#ressamente re)erido #e&a &ei;. O m,todo mais

    im#ortante da !eterointera'o , o recurso ao #oder criati-o do juic!amado de direito judici0rio. G0 tam3,m o recurso Bs o#ini(es dos

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     juristas" no caso do si&%ncio da &ei e do costume e autoridade de )onte de

    direito.

    O m,todo da autointera'o se -a&e" so3retudo de dois

     #rocedimentos4 1; ana&oia/ 9; os #rincí#ios erais do direito. *endo assim4

    *e uma contro-,rsia no #uder ser decidida com um dis#ositi-o #reciso"

    de-em2se considerar os dis#ositi-os $ue reu&am casos seme&!antes ou

    mat,rias an0&oas/ se o caso ainda #ermanecer d63io" decide2se seundo os

     #rincí#ios erais do ordenamento jurídico do Estado.

      A ana&oia , certamente o mais tí#ico e o mais im#ortante dos #rocedimentos inter#retati-os de um determinado sistema normati-o" sendo

    am#&amente uti&iado em todas as ,#ocas. A seme&!an'a #ara a ocorr%ncia

    da ana&oia" no de-e ser uma seme&!an'a $ua&$uer" mas uma seme&!an'a

    re&e-ante.

    Os #rincí#ios erais so a#enas normas )undamentais ou normas

    enera&íssimas do sistema. Muitas normas constitucionais so #rincí#ioserais do direito. Ao &ado dos #rincí#ios erais ex#ressos" existem os no

    ex#ressos $ue #odem ser extraídos #or a3stra'o de normas es#ecí)icas ou

    ao menos no muito erais.

    A #rimeira condi'o #ara $ue se #ossa )a&ar em &acuna , $ue o caso

    no seja reu&ado4 o caso no , reu&ado $uando no existe nen!uma

    norma ex#ressa" nem es#ecí)ica" nem era&" nem enera&íssima" $ue se

    re)ira a e&e" ou seja" $uando a&,m da aus%ncia de uma norma es#ecí)ica $ue

    se re)ira a e&e" tam3,m o #rincí#io era&" dentro do $ua& #oderia se inserir"

    no , ex#resso.

    A #rimeira condi'o #ara $ue se #ossa )a&ar de re&a'(es entre

    ordenamentos , $ue os ordenamentos jurídicos existentes sejam mais de

    um. Monismo Jurídico , a ideia uni-ersa&ista com 3ase na $ua& existe um

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    6nico ordenamento jurídico uni-ersa& e 8&ura&ismo Jurídico re#resenta a

    ideia o#osta.

    Existem duas )ases do #&ura&ismo jurídico" a #rimeira , o

    !istoricismo" em $ue a ideia -iorante , $ue no existe a#enas um" mas

    muitos ordenamentos jurídicos" #ois existem muitas na'(es" cada uma das

    $uais tende a ex#rimir" num ordenamento unit0rio" a sua #ersona&idade e

    seu %nio jurídico. Existem tantos direitos" um di)erente do outro" $uanto

    so.

    A seunda )ase , instituciona& e sua tese #rinci#a& , de $ue existe umordenamento jurídico onde $uer $ue exista uma institui'o" ou seja" um

    ru#o socia& oraniado. As correntes de #ensamento $ue o oriinaram so

    a$ue&as mesmas correntes socio&+icas" antiestatistas. Dentre os

    ordenamentos no estatais encontram2se a$ue&es acima do Estado" a$ue&es

    a3aixo do Estado" a$ue&es ao &ado do Estado e a$ue&es contra o Estado.

    Existem -0rios ordenamentos $ue mantem entre si uma re&a'o desu#erior #ara in)erior. Ta& re&a'o #ode ser de coordena'o" caso ocorra

    entre Estados so3eranos" dando oriem 5$ue&e reime jurídico es#ecí)ico"

     #r+#rio das re&a'(es entre oranismos $ue esto no mesmo #&ano/ de

    su3ordina'o so a$ue&as entre o ordenamento estata& e os ordenamentos

    sociais #arciais :associa'(es" sindicatos" #artidos" Irejas;" $ue t%m

    estatutos #r+#rios" cuja -a&idade deri-a do recon!ecimento do Estado.

    Um seundo crit,rio de c&assi)ica'o das re&a'(es entre

    ordenamentos , a$ue&e $ue &e-a em conta as di-ersas extens(es recí#rocas

    dos res#ecti-os @m3itos de -a&idade. Nesse caso !0 tr%s re&a'(es4 exc&uso

    tota& :os @m3itos de -a&idade de dois ordenamentos so de&imitados de

    modo a no se so3re#or um ao outro2 ex4 Estado e Ireja;" inc&uso tota&

    :um dos ordenamentos tem um @m3ito de -a&idade com#reendido

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    tota&mente no @m3ito de -a&idade do outro2 ex4 -a&idade es#ecia&" Estado2

    mem3ro e Estado edera&; e exc&uso