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I

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II

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia do Campo

fevereiro de 2015 a julho de 2015

Ana Sofia Castro Freitas

Orientador: Dra. Inês Fonseca Marques

________________________________

Tutor FFUP: Prof. Doutora Maria Beatriz Vasques Neves Quinaz

Garcia Guerra Junqueiro

_____ __________________________

setembro de 2015

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III

Declaração de Integridade

Eu, Ana Sofia Castro Freitas, abaixo assinado, nº 201007176, aluno do Mestrado Integrado

em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro

ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo

por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais

declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores

foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação

da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de __________________ de

______

Assinatura: ______________________________________

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IV

Agradecimentos

Finda esta etapa, não poderia deixar de agradecer a todos os que dela fizeram parte.

Em primeiro lugar, tenho a agradecer a oportunidade à Comissão de Estágio da

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto.

À Professora Dra. Beatriz Quinaz, a minha tutora, agradeço toda a disponibilidade.

A toda a equipa da Farmácia do Campo, nomeadamente à Dra. Inês Marques,

minha orientadora de estágio, agradeço pela forma como tão bem me acolheram durante os

seis meses de estágio, por todo o conhecimento transmitido, boa disposição, compreensão

e paciência.

Aos meus pais, família e amigos, sempre presentes ao longo desta caminhada,

agradeço por toda a força, carinho, amizade e apoio incondicional.

A todos um Muito Obrigada!

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V

Resumo

A realização do estágio curricular encerra o percurso de uma formação académica

que decorre ao longo de cinco anos, permitindo ao estagiário obter a primeira experiência

profissional e o primeiro contacto com a realidade e a responsabilidade inerentes à

atividade farmacêutica.

O meu estágio curricular decorreu na Farmácia do Campo, no Porto, de 2 de

fevereiro a 31 de julho, período durante o qual tive a oportunidade de aplicar e enriquecer

conhecimentos teóricos e adquirir competências práticas.

A elaboração do relatório de estágio pretende materializar esta experiência e

descrever as atividades por mim desenvolvidas ao longo do mesmo. Este encontra-se

dividido em duas partes distintas. A primeira parte aborda as atividades executadas ao

longo dos seis meses de estágio e que correspondem às várias tarefas que o farmacêutico

executa no seu dia a dia. A segunda parte foca os trabalhos desenvolvidos, através dos

quais procurei dar o meu contributo pessoal à farmácia.

O primeiro tema consiste numa avaliação do risco cardiovascular e que inclui a

realização de um rastreio, fundamental para avaliar fatores de risco, o seu controlo e a

sensibilização da população para a adoção de estilos de vida saudáveis.

O segundo tema aborda a doença venosa crónica, uma patologia evolutiva e

crónica, de gravidade frequentemente desvalorizada.

O terceiro tema que desenvolvi foram as alergias, as quais afetam uma parte

considerável da população, sendo essencial o seu conhecimento e as medidas necessárias

para as controlar.

O quarto tema aborda o melanoma, um cancro muito agressivo e preocupante, para

o qual a adoção de certas medidas auxilia a prevenção e diagnóstico precoce. Neste

sentido, alertar a população é fundamental.

Toda esta experiência enriquecedora, tanto a nível profissional como pessoal,

possibilitou-me a consciencialização da importância das funções que o farmacêutico

assume perante a sociedade.

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VI

Índice

Declaração de Integridade ................................................................................................... III

Agradecimentos ................................................................................................................... IV

Resumo ................................................................................................................................. V

Índice ................................................................................................................................... VI

Lista de Abreviaturas ........................................................................................................... IX

Índice de Tabelas ................................................................................................................. IX

Índice de Anexos ................................................................................................................. IX

PARTE I ................................................................................................................................ 1

1. Introdução .......................................................................................................................... 1

2. Farmácia do Campo ........................................................................................................... 1

2.1. Instalações ................................................................................................................... 2

2.2. Horário de Funcionamento ......................................................................................... 2

3. Aprovisionamento e gestão de stocks ................................................................................ 2

3.1. Elaboração de encomendas ......................................................................................... 3

3.2. Receção e verificação de encomendas ........................................................................ 3

3.3. Armazenamento .......................................................................................................... 4

3.4. Controlo de prazos de validade ................................................................................... 4

3.5. Devoluções .................................................................................................................. 5

4. Dispensa de medicamentos ................................................................................................ 5

4.1. Medicamentos sujeitos a receita médica ..................................................................... 6

4.1.1. Prescrição médica e validação.............................................................................. 6

4.1.2. Aviamento da receita ............................................................................................ 7

4.1.3. Receita eletrónica ................................................................................................. 8

4.1.4. Regimes de comparticipação ................................................................................ 8

4.2. Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes .......................................................... 9

4.2.1. Aquisição de medicamentos psicotrópicos e estupefacientes .............................. 9

4.2.2. Dispensa de medicamentos psicotrópicos e estupefacientes ................................ 9

4.2.3. Controlo de stocks de psicotrópicos e estupefacientes ....................................... 10

4.3. Receituário e Faturação ............................................................................................ 10

4.4. Medicamentos não sujeitos a receita médica ............................................................ 11

5. Produtos cosméticos e de higiene corporal...................................................................... 11

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VII

6. Medicamentos manipulados ............................................................................................ 12

7. Medicamentos e produtos homeopáticos ......................................................................... 12

8. Produtos dietéticos e produtos para alimentação especial ............................................... 12

9. Produtos fitoterapêuticos ................................................................................................. 13

10. Medicamentos de uso veterinário .................................................................................. 13

11. Dispositivos médicos ..................................................................................................... 13

12. Serviços adicionais prestados pela farmácia ................................................................. 14

12.1. Determinação de Parâmetros Fisiológicos e Bioquímicos ..................................... 14

12.2. Realização de serviços e programas de saúde adicionais ....................................... 14

12.3. VALORMED .......................................................................................................... 15

12.4. Farmacovigilância ................................................................................................... 15

13. Formações ...................................................................................................................... 15

14. Cronograma de atividades ............................................................................................. 16

PARTE II ............................................................................................................................. 18

1. AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR ........................................................ 18

1.1. Escolha do tema ........................................................................................................ 18

1.2. Objetivos ................................................................................................................... 18

1.3. Introdução ................................................................................................................. 18

1.4. Hipertensão arterial ................................................................................................... 19

1.5. Diabetes .................................................................................................................... 19

1.6. Dislipidemia .............................................................................................................. 20

1.7. Obesidade e obesidade central .................................................................................. 22

1.8. Avaliação Sistemática do Risco Cardiovascular....................................................... 23

1.9. Métodos .................................................................................................................... 23

1.10. Resultados ............................................................................................................... 24

1.11. Discussão dos resultados ........................................................................................ 24

1.12. Aconselhamento farmacêutico ................................................................................ 25

1.13. Conclusão ................................................................................................................ 26

2. DOENÇA VENOSA CRÓNICA .................................................................................... 26

2.1. Seleção do tema ........................................................................................................ 26

2.2. Objetivos ................................................................................................................... 27

2.3. Introdução ................................................................................................................. 27

2.4. Classificação e sintomatologia .................................................................................. 27

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VIII

2.5. Mecanismo fisiopatológico ....................................................................................... 28

2.6. Diagnóstico e tratamento .......................................................................................... 28

2.6.1. Medidas higieno-dietéticas ................................................................................. 29

2.6.2. Compressão ........................................................................................................ 29

2.6.3. Fármacos venoativos .......................................................................................... 29

2.6.4. Métodos cirúrgicos ............................................................................................. 31

2.7. Conclusão .................................................................................................................. 31

3. ALERGIAS ..................................................................................................................... 32

3.1. Seleção do tema ........................................................................................................ 32

3.2. Objetivos ................................................................................................................... 32

3.3. Introdução ................................................................................................................. 32

3.4. Rinite alérgica ........................................................................................................... 32

3.5. Conjuntivite alérgica ................................................................................................. 33

3.6. Dermatite alérgica ..................................................................................................... 34

3.7. Urticária .................................................................................................................... 34

3.8. Alergias alimentares ................................................................................................. 35

3.9. Conclusão .................................................................................................................. 35

4. MELANOMA .................................................................................................................. 36

4.1. Seleção do tema ........................................................................................................ 36

4.2. Objetivos ................................................................................................................... 36

4.3. Introdução ................................................................................................................. 36

4.4. Fatores de risco ......................................................................................................... 37

4.5. Rastreio ..................................................................................................................... 38

4.6. Medidas preventivas ................................................................................................. 38

4.7. Conclusão .................................................................................................................. 39

Referências bibliográficas ................................................................................................... 40

ANEXOS ............................................................................................................................. 50

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IX

Lista de Abreviaturas

DVC – Doença Venosa Crónica

HDL – High-Density Lipoprotein

IgE – Imunoglobulina E

LDL – Low-Density Lipoprotein

MSRM – Medicamento Sujeito a Receita Médica

MNSRM – Medicamento Não Sujeito a Receita Médica

PVP – Preço de Venda ao Público

UV – Ultravioleta

Índice de Tabelas

Tabela 1: Classificação de Fredrickson-Levy ................................................................... 21

Tabela 2: Valores de colesterol e triglicerídeos recomendados ........................................ 22

Tabela 3: Classificação da obesidade em relação ao IMC ................................................ 23

Tabela 4: Fármacos venoativos e respetivos mecanismos de ação ................................... 30

Índice de Anexos

Anexo 1: Definição de risco cardiovascular muito alto e risco cardiovascular alto .......... 50

Anexo 2: Tabela SCORE e tabela do risco relativo ........................................................... 51

Anexo 3: Questionário elaborado no âmbito do rastreio cardiovascular, questionários

preenchidos e compilação dos resultados dos parâmetros mensurados ............................. 52

Anexo 4: Apresentação em formato powerpoint sobre a Doença Venosa Crónica ........... 61

Anexo 5: Protocolos de aconselhamento sobre alergias .................................................... 72

Anexo 6: Panfleto informativo sobre o melanoma ............................................................ 82

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1

PARTE I

1. Introdução

O estágio em farmácia comunitária proporciona ao estudante o primeiro contacto

com a realidade profissional, surgindo ao fim de quase cinco anos de aprendizagem com o

objetivo de interligar o conhecimento científico já adquirido, com o desenvolvimento de

novas competências. Todo este processo serve de suporte para que, no futuro, o

farmacêutico esteja apto para responder aos constantes desafios que advêm da evolução

das ciências farmacêuticas, bem como responder de forma clara e sustentada às

solicitações colocadas pelo utente.

É muitas vezes na farmácia que ocorre o último contacto do utente com um

profissional de saúde, sendo dever do farmacêutico promover a educação do utente, o uso

racional, seguro e eficaz de produtos de saúde, bem como realizar um acompanhamento

terapêutico após o seu aconselhamento. Para tal, torna-se imprescindível ao farmacêutico a

consciencialização da responsabilidade incutida no exercício da sua atividade, conjugando

rigor, atitude profissional e uma vertente emocional apropriada.

O meu estágio curricular decorreu na Farmácia do Campo, no Porto, de 2 de

fevereiro a 31 de julho. Durante este período tive a oportunidade de executar diversas

atividades, as quais enriqueceram significativamente a minha formação como

farmacêutica. Estas encontram-se discriminadas no cronograma apresentado no ponto 14.

2. Farmácia do Campo

A Farmácia do Campo situa-se na Praça da República nº 119, na freguesia de

Cedofeita, concelho do Porto. Localizada numa zona central da cidade, encontra-se

rodeada por estabelecimentos comerciais, áreas residenciais e é um local de interesse

turístico. Nas imediações da farmácia encontra-se o Hospital da Irmandade da Lapa,

Centro de Atendimento a Toxicodependentes (CAT), Quartel General da Região Militar do

Norte e clínicas de medicina dentária e dermatologia, pelo que a afluência de utentes

provenientes destes estabelecimentos de saúde é considerável.

Os utentes que mais visitam a farmácia são idosos, a maioria residente em áreas

adjacentes e que recorrem, portanto, aos seus serviços de uma forma diária ou quase diária.

É com esta população que existe uma maior relação de proximidade, possibilitando

adicionalmente um melhor acompanhamento farmacêutico.

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A Farmácia do Campo integra o Grupo Holon, uma rede nacional de farmácias, que

partilham a mesma imagem e filosofia.

2.1. Instalações

Uma farmácia deve possuir instalações que lhe permitam assegurar a segurança,

conservação e preparação dos medicamentos, bem como a acessibilidade, comodidade e

privacidade dos utentes e do pessoal [1].

Na zona exterior da Farmácia do Campo é possível observar a existência da cruz

verde, identificadora de uma farmácia e informações como o horário de funcionamento e

uma lista com as farmácias de serviço. Existe uma rampa, para auxiliar a entrada a utentes

com mobilidade reduzida.

A Farmácia do Campo possui uma área de atendimento ao público, área

multifuncional (escritório, laboratório e armazém) e instalações sanitárias.

2.2. Horário de Funcionamento

Na Farmácia do Campo cumpre-se o seguinte horário de funcionamento: 9:00h-

19:30h, durante a semana e 9:00-13:00h aos sábados, encontrando-se ininterruptamente

aberta durante 24 horas nos dias de serviço.

3. Aprovisionamento e gestão de stocks

É imprescindível uma gestão inteligente e lucrativa dos produtos existentes na

farmácia, a qual se inicia pelo processo de compra e escolha de fornecedores. Esta deve ter

em conta diversos aspetos, nomeadamente condições financeiras, frequência e rapidez de

entrega, qualidade dos produtos aviados e prontidão de serviço. Na Farmácia do Campo os

fornecedores diários são a UDIFAR (entrega única, ao início da manhã) e a OCP (duas

entregas, ao início e fim da tarde). Existem outros fornecedores alternativos para os quais

são feitas encomendas, somente quando necessário.

A farmácia deve fazer a gestão dos seus stocks de forma equilibrada; é necessário

existir um stock mínimo, por forma a satisfazer as necessidades dos utentes, mas evitando

ter stock em excesso e consequente prejuízo económico para a farmácia. A gestão do stock

é auxiliada informaticamente pelo Sifarma 2000®. Na ficha de cada produto podem

definir-se os stocks máximo e mínimo, os quais podem variar mediante diversos

parâmetros, tais como a rotação do produto, preferências dos utentes, alteração dos hábitos

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de consumo, sazonalidade e hábitos de prescrição de médicos de estabelecimentos de

saúde próximos.

3.1. Elaboração de encomendas

Quando o stock mínimo é atingido, o sistema informático gera de forma automática

uma proposta de encomenda, a qual é sujeita a análise pelo operador. Este pode adicionar

ou retirar produtos e alterar as quantidades propostas antes de finalizar a operação e enviar

diretamente ao fornecedor via internet. Por vezes surgem na farmácia utentes que

pretendem adquirir um produto sem rotação na farmácia, ou com prescrições médicas de

produtos não disponíveis em stock. Nestes casos, com consentimento do utente, é feita uma

encomenda instantânea ao fornecedor, informaticamente ou por via telefónica.

Adicionalmente, podem ser feitas encomendas diretamente ao laboratório. Por

norma, são mediadas por um delegado de informação médica, que se desloca a farmácia de

forma periódica. Este método tem a vantagem de fornecer melhores condições negociais,

como bonificações ou descontos, os quais devem ser avaliados minuciosamente, dado que

a quantidade encomendada deve ser adequada à rotação dos produtos na farmácia. Desta

forma é possível gerar lucro num determinado intervalo de tempo, compensando assim o

investimento financeiro.

3.2. Receção e verificação de encomendas

As encomendas chegam à farmácia acondicionadas nos contentores próprios de

cada fornecedor e acompanhadas pela respetiva fatura, em duplicado, ou guia de remessa.

Os produtos que necessitem de condições especiais de conservação, como os de

armazenamento em frigorífico, vêm acondicionados em contentores térmicos e devem ser

armazenados prioritariamente.

A receção da encomenda é feita manualmente, com recurso ao Sifarma 2000®.

Através do leitor ótico ou por introdução manual do código de barras, os produtos aviados

são registados, sendo necessário conferir diversos parâmetros: código do produto, número

de embalagens faturadas e recebidas, prazo de validade, stock existente, preço unitário,

preço de venda ao público (PVP), bonificações e margens, no caso de produtos de venda

livre. Relativamente ao prazo de validade, deve ficar memorizado o prazo a expirar em

primeiro lugar. É igualmente necessário ter em atenção o aspeto físico da embalagem e se

esta se encontra em condições de ser dispensada. Introduzidos no sistema todos os

produtos, compara-se o valor total da fatura, Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) e

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número de embalagens aviadas com a informação apresentada no ecrã. Em caso de

incoerência deve ser feita uma reclamação ao fornecedor. Após finalizar a encomenda, é

apresentada uma lista com os produtos em falta na encomenda, os quais podem ser

transferidos para outro fornecedor, e são também impressas etiquetas a colocar nos

produtos de venda livre. As faturas são separadas e arquivadas.

3.3. Armazenamento

Após a receção das encomendas é necessário armazenar os produtos, de acordo

com a sua localização na farmácia. Independentemente desta, é seguido o conceito “First

Expired First Out” (FEFO), permitindo que produtos com prazos de validades mais curtos

sejam dispensados anteriormente.

Na Farmácia do Campo os produtos são separados de acordo com a forma

farmacêutica e armazenados por ordem alfabética, dosagem e dimensão da embalagem.

Vacinas, insulinas, alguns colírios e vitaminas necessitam de ser armazenados no

frigorífico.

É fundamental manter a temperatura e humidade relativa da farmácia e do

frigorífico compreendidas num intervalo estipulado, por forma a manter os produtos

viáveis. Assim, a temperatura ambiente de uma farmácia deve ser inferior a 25ºC. A

temperatura no frigorífico deve estar compreendida entre 2 e 8ºC. Estes parâmetros são

continuamente monitorizados. A temperatura ambiente e a humidade da farmácia e no

frigorífico são controladas por termohigrómetros. A análise do termohigrómetro do

frigorífico foi, desde o início do estágio, uma tarefa da minha responsabilidade: todas as

terças-feiras efetuava a leitura dos valores registados durante a semana e gravava os dados

num ficheiro, em computador.

3.4. Controlo de prazos de validade

O controlo dos prazos de validade deve ser rigoroso, evitando assim erros aquando

da dispensa dos produtos. Este é realizado diariamente, ao rececionar as encomendas, e

mensalmente. Deste modo, no primeiro dia de cada mês é emitida uma listagem dos

produtos cuja validade expira nos meses seguintes. Após a verificação da mesma, procede-

se à devolução dos produtos cuja validade expira em dois meses e, quando necessário,

efetua-se a correção das validades no sistema informático. Produtos veterinários e tiras,

lancetas e agulhas para diabéticos são devolvidos com cinco meses de antecedência.

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3.5. Devoluções

O processo das devoluções pode dever-se a diversos motivos: prazo de validade a

expirar ou já expirado, recolha de produtos por indicação da Autoridade Nacional do

Medicamento e Produtos de Saúde I. P. (INFARMED), perda de integridade da

embalagem e/ou produto, alteração de preço, erro no envio do pedido ou produto pedido

por engano.

O operador emite uma nota de devolução ao fornecedor, indicando o produto, a

quantidade a devolver, o preço de custo, o motivo da devolução e o número da fatura

referente ao mesmo. Durante a operação é obrigatória a comunicação à autoridade

tributária, gerada informaticamente pelo Sifarma 2000®. A nota de devolução é emitida

em triplicado, carimbada e rubricada: o original e duplicado são levados pelo fornecedor

conjuntamente com os produtos e o triplicado permanece arquivado na farmácia até à sua

regularização. Ao efetuar uma devolução o stock é automaticamente atualizado.

Posteriormente ocorre uma das seguintes situações: o fornecedor emite uma nota de crédito

de valor correspondente aos produtos devolvidos, dá-se a troca do produto original por

outro igual, ou o fornecedor não aceita a devolução, devolvendo os produtos à farmácia.

4. Dispensa de medicamentos

Uma das principais e fundamentais atividades pela qual o farmacêutico é

responsável é a dispensa de medicamentos. Esta consiste em ceder medicamentos ou

substâncias medicamentosas ao utente, após avaliação da medicação, e pode ocorrer na

presença de uma prescrição médica ou em regime de automedicação ou indicação

farmacêutica. Em qualquer um dos casos, o farmacêutico deve certificar-se de que é

prestada ao utente toda a informação necessária e apropriada ao uso correto, eficaz e

seguro do medicamento, por forma a que o utente possa efetivamente beneficiar do

tratamento [2].

Um exemplo de indicação farmacêutica que efetuei dizia respeito a um utente que

pretendia um produto para uma infeção fúngica que tinha na unha do pé. Assim, aconselhei

uma caneta fúngica, por ser mais prática e simples de utilizar, apresentando duas opções

disponíveis na farmácia: Excilor® (Vemedia Consumer Health) e Dr. Scholl® (Dr.

Scholl). Expliquei ao utente as diferenças (o primeiro não necessita de limar previamente a

unha) e como proceder: começar por lavar bem a unha afetada e de seguida, com a caneta

aplicadora, cobrir a superfície da unha com o produto, que deve ser aplicado de manhã e à

noite. Referi tratar-se de um tratamento demorado, com duração de meses, para que a unha

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se restabeleça totalmente, indicando ainda algumas medidas como secar bem os pés após o

banho, evitar usar calçado sem meias, preferir meias de fibras naturais como o algodão e

ter cuidado com os utensílios de corte das unhas, tanto para não infetar as restantes unhas

como para evitar a partilha com outras pessoas.

4.1. Medicamentos sujeitos a receita médica

Medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM) podem apenas ser vendidos na

farmácia perante a apresentação de uma receita médica válida e prescrita por um

profissional de saúde competente. De acordo com o Decreto-Lei nº 176/2006, de 30 de

agosto, são considerados MSRM os medicamentos que reúnam uma das seguintes

condições:

Possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo

quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância

médica;

Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando utilizados com

frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a que se

destinam;

Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja atividade ou

reações adversas seja indispensável aprofundar;

Se destinem a ser administrados por via parentérica (injetável) [3].

Na Farmácia do Campo os MSRM maioritariamente dispensados são anti-

hipertensores, antidislipidémicos, antidiabéticos orais e protetores gástricos. É ainda de

referir que muitos dos MSRM dispensados são medicamentos genéricos.

4.1.1. Prescrição médica e validação

As receitas médicas podem ser de dois tipos: receita médica não renovável, com

validade de trinta dias a partir da data da prescrição, essencialmente usada para tratamentos

de curta e média duração, e receita médica renovável, com validade de seis meses e que

possui um original e duas vias autocopiáveis. Esta última destina-se essencialmente para a

prescrição de medicação crónica e tratamentos prolongados [3].

A receita médica deve ser elaborada com recurso a um sistema informático,

minimizando assim erros aquando da dispensa. Contudo, a lei prevê situações excecionais

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em que pode ser utilizada a receita manual, desde que devidamente reconhecida por uma

das seguintes exceções: prescrição ao domicílio, falência de sistema informático,

inadaptação fundamentada do prescritor, ou máximo de quarenta receitas por mês [4].

A lei em vigor define como obrigatória a prescrição por Denominação Comum

Internacional (DCI), forma farmacêutica, dosagem, quantidade e dimensão da embalagem.

Todavia, em determinadas situações, a prescrição é válida pelo nome comercial, quando o

medicamento não possui um similar ou quando existe uma justificação do prescritor:

exceção A (medicamentos com margem ou índice terapêutico estreito), exceção B (reação

adversa prévia) ou exceção C (continuidade de tratamento superior a 28 dias). No último

caso, o utente pode optar por outro medicamento, desde que de preço inferior ao prescrito.

Uma receita pode conter, no máximo, quatro medicamentos distintos, com um limite de

duas embalagens para o mesmo medicamento. Caso o medicamento se apresente sob a

forma unitária, podem ser prescritas até quatro embalagens do mesmo medicamento [5].

A receita médica deve ser minuciosamente analisada, por forma a ser validada. Para

tal, devem ser conferidos os seguintes itens: número da receita e respetivo código de

barras, identificação do médico prescritor, identificação do local de prescrição e respetiva

vinheta (quando aplicável), identificação do utente e respetivo regime de comparticipação,

data da prescrição e respetiva validade, rubrica do médico prescritor e a prescrição

propriamente dita.

4.1.2. Aviamento da receita

Após validar a receita médica, o farmacêutico procede ao seu aviamento. Estando

este finalizado, é impressa no verso da receita a informação relativa à faturação, de acordo

com o organismo de comparticipação. Neste documento constam o nome da farmácia, o

número da venda, a entidade de comparticipação, os códigos de barras de todos os

medicamentos comparticipados, com o respetivo preço total, preço de referência, valor

comparticipado e valor a ser pago pelo utente. O utente assina em local apropriado,

declarando que lhe foram dispensados os medicamentos constantes na receita e foram

prestados os conselhos e informações sobre a utilização, bem como uma referência ao

direito de opção, caso a exerça. Para finalizar, a receita é carimbada, datada e rubricada

pelo farmacêutico, sendo separada e armazenada de acordo com o organismo de

comparticipação.

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8

4.1.3. Receita eletrónica

No início do mês de junho entrou em vigor a receita eletrónica na Farmácia do

Campo. Esta tem por fim limitar o uso das receitas em papel, tornando o processo mais

automatizado. Recorrendo ao guia de tratamento, é efetuada a leitura ótica do código de

barras da receita, bem como de um código de acesso. No caso do utente não apresentar

consigo o guia de tratamento, o processamento da receita deve ser efetuado de forma

manual. Na receita eletrónica, caso o utente opte por um medicamento com um PVP

superior ao quinto PVP mais barato, é necessário introduzir o código de opção, igualmente

presente no guia de tratamento. Com a receita eletrónica o organismo de comparticipação é

selecionado automaticamente. No final, a receita pode ter dois desfechos: na inexistência

de erros, a receita é validada e integra o lote 99, com comunicação direta aos Serviços

Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). Caso se verifique algum erro, é apresentada a

informação de que a receita integra o lote 98, devendo neste caso ser aviada de forma

manual.

4.1.4. Regimes de comparticipação

A comparticipação do Estado no preço dos medicamentos encontra-se fixada de

acordo com os seguintes escalões: escalão A (90% do PVP), escalão B (69% do PVP),

escalão C (37% do PVP) e escalão D (15% do PVP). A percentagem de comparticipação é

feita de acordo com a classificação farmacoterapêutica. Para pensionistas do regime

especial existe um acréscimo na comparticipação: 5% (95%) para o escalão A e 15% para

os escalões B, C e D (84%, 52% e 30% respetivamente) [5].

Em certas situações, os utentes beneficiam de comparticipações superiores, ou

mesmo totais do medicamento em causa. Para que tal ocorra, é necessário o prescritor

indicar na receita o despacho ou portaria relativos à patologia existente. A título de

exemplo, medicamentos usados no tratamento da Doença de Alzheimer, obrigam à

prescrição por parte de um neurologista ou psiquiatra, com a referência ao despacho

13020/2011.

Alguns utentes usufruem de um subsistema ou um segundo organismo de

comparticipação, situação designada por “Sistema de Complementaridade”. Neste caso,

quando acompanhados pelo cartão respetivo beneficiam de uma comparticipação adicional,

que depende do mapa de acordos entre a Associação Nacional das Farmácias (ANF) e os

respetivos organismos de comparticipação.

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9

4.2. Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes

Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes são um grupo de fármacos que atua

no sistema nervoso central (SNC), sendo suscetíveis de causar dependência se usados

indevidamente. Para evitar o seu consumo descontrolado, encontram-se sujeitos a uma

legislação própria que regulamenta a sua prescrição, distribuição e dispensa. O

INFARMED é a entidade encarregue de fiscalizar e controlar o movimento dos

psicotrópicos e estupefacientes [6].

4.2.1. Aquisição de medicamentos psicotrópicos e estupefacientes

A entrada de psicotrópicos e estupefacientes ocorre de forma idêntica aos restantes

produtos adquiridos pela farmácia. Todavia, são acompanhados de uma requisição,

entregue em duplicado. O duplicado é carimbado, datado e rubricado pelo farmacêutico

responsável e entregue mensalmente ao fornecedor. O original é arquivado na farmácia,

devendo permanecer na mesma por um período mínimo de três anos.

4.2.2. Dispensa de medicamentos psicotrópicos e estupefacientes

Medicamentos psicotrópicos e estupefacientes não podem ser prescritos numa

receita contendo outros medicamentos. Podem, em cada receita, ser prescritos até quatro

medicamentos diferentes, não sendo permitido ultrapassar as quatro embalagens totais,

duas por cada medicamento [4].

No momento da dispensa é necessário o preenchimento informático de um

formulário: número da receita, nome do médico prescritor, identificação do utente (nome e

morada), identificação do adquirente (nome, morada, número de bilhete de identidade/

cartão do cidadão e idade). Estes dados são impressos num documento (registo de saída)

que permanece anexado à receita.

Por forma a controlar a circulação destes medicamentos, é necessário o envio de um

registo à autoridade competente, o INFARMED. Deste modo, é obrigatório enviar um

registo trimestral das entradas, um registo mensal das saídas, enviando no final do ano um

balanço das entradas e saídas. Para as receitas manuais é adicionalmente necessário o envio

das cópias das receitas. Para as benzodiazepinas devem apenas ser enviados anualmente

um registo das entradas e um balanço das entradas e saídas. Todos os documentos devem

ser mantidos em arquivo na farmácia durante três anos [7]. Na Farmácia do Campo é feito

o envio mensal, tanto dos registos de entrada, como dos registos de saída dos

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psicotrópicos, até ao oitavo dia do mês seguinte, e no final do ano o mapa de balanço, para

psicotrópicos e benzodiazepinas.

4.2.3. Controlo de stocks de psicotrópicos e estupefacientes

Uma das tarefas que me foi atribuída foi a de realizar o controlo destes

medicamentos, uma vez por semana. Assim, efetuava a comparação entre o stock

informático e o stock real, por forma a controlar a quantidade de produtos existentes e

assegurar de que não ocorreram erros no momento da dispensa.

4.3. Receituário e Faturação

A conferencia do receituário deve ser feita diariamente, assegurando que as

dispensas foram efetuadas corretamente. Qualquer erro detetado deve ser corrigido. Após

serem conferidas, as receitas são separadas por organismos e agrupadas em lotes de trinta

receitas, de acordo com o número da receita e o número de lote. No último dia de cada mês

realiza-se o fecho de lotes recorrendo ao sistema informático. Após um lote estar completo

é impresso um verbete de identificação do lote, que é anexado ao mesmo. Nos primeiros

dias do mês os lotes do mês anterior são organizados e faturados conforme o organismo de

comparticipação. São impressas a relação do resumo de lotes e a fatura mensal. A relação

do resumo de lotes é impressa em duplicado, para o receituário do Serviço Nacional de

Saúde (SNS) e em quadruplicado para os outros organismos que possuam acordos com a

ANF, ficando apenas uma cópia de cada documento arquivada na farmácia. As faturas são

sempre emitidas em quadruplicado, ficando uma das cópias na farmácia para

posteriormente ser enviada para a contabilidade. Toda a documentação deve ser

devidamente rubricada e carimbada. Por fim é emitido um documento resumo de todas as

faturas emitidas nesse mês.

Quando o organismo de faturação é o SNS, as receitas e respetiva documentação

são recolhidas, no dia 5 do mês seguinte, sendo o destinatário o Centro de Conferência de

Faturas (CCF). As receitas dos restantes organismos são enviadas por correio para a ANF

até ao dia 10 do mês seguinte. Caso tudo esteja em conformidade, a farmácia é

reembolsada.

Apesar do rigor durante a conferência do receituário, surgem algumas

irregularidades que recaem sob a forma de prejuízo. As receitas, deste modo não

comparticipadas, são devolvidas, conjuntamente com um documento explicativo dos

motivos da devolução. Caso seja possível, estas são corrigidas e refaturadas no mês

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seguinte. Adicionalmente, aquando da realização da faturação no mês seguinte, é emitida

uma nota de crédito à Administração Regional de Saúde (ARS), no valor correspondente às

receitas devolvidas.

4.4. Medicamentos não sujeitos a receita médica

Medicamentos que não obedeçam a qualquer das condições necessárias à

classificação dos MSRM podem ser considerados medicamentos não sujeitos a receita

médica (MNSRM). Assim, a sua dispensa não exige a apresentação de uma receita médica

nem são comparticipados [3]. O farmacêutico tem um papel preponderante na dispensa

destes medicamentos, sendo da sua responsabilidade analisar de forma individualizada a

situação do utente e proporcionar-lhe o mais correto e completo aconselhamento.

A dispensa de MNSRM relaciona-se com a época do ano em questão. Na Farmácia

do Campo os MNSRM mais dispensados, durante uma fase inicial do estágio, foram

essencialmente antigripais, xaropes para a tosse, pastilhas para as dores de garganta e

rouquidão e descongestionantes nasais. Com o decorrer da primavera verificou-se um

aumento na dispensa de anti-histamínicos, tendo, por exemplo, a procura de repelentes de

insetos aumentado no último mês.

5. Produtos cosméticos e de higiene corporal

Um produto cosmético e de higiene corporal é descrito como qualquer substância

ou mistura destinada a ser posta em contacto com as partes externas do corpo humano

(epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou com os

dentes e as mucosas bucais), tendo em vista, exclusiva ou principalmente, limpá-las,

perfumá-las, modificar-lhes o aspeto, protegê-las, mantê-las em bom estado ou corrigir os

odores corporais [8].

Dada a diversidade de marcas e produtos disponíveis, é fundamental o seu

conhecimento por parte do farmacêutico, por forma a esclarecer as questões do utente e

prestar um aconselhamento, não só mais adequado, como também mais completo, por

exemplo, reforçando a importância da limpeza da pele ou a importância da proteção solar

diária.

Na Farmácia do Campo são consideravelmente procurados protetores solares e

cremes hidratantes, tendo as gamas da Avène® e Eucerin® um maior destaque. Pastas de

dentes e colutórios são também muito procurados, nomeadamente por utentes com uma

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idade mais avançada. Adicionalmente, é comum a procura destes produtos, mas já derivada

de uma indicação médica.

6. Medicamentos manipulados

Medicamento manipulado é, de acordo com a Portaria nº 594/2004, de 2 de junho,”

qualquer fórmula magistral ou preparado oficinal preparado e dispensado sob a

responsabilidade de um farmacêutico”. A grande vantagem é a personalização da

terapêutica, que assim se ajusta melhor às necessidades do utente. Pode caracterizar-se

como preparado oficinal, quando preparado segundo as indicações de uma farmacopeia ou

de um formulário oficial, ou como fórmula magistral, segundo receita médica e específica

para um determinado utente [9].

Na Farmácia do Campo não é comum a preparação de medicamentos manipulados,

pelo que não tive a oportunidade de os preparar. Contudo, tive contacto com documentação

relativa a estes medicamentos, como legislação, fichas de preparação de medicamentos

manipulados feitos anteriormente na farmácia e cálculo do preço.

7. Medicamentos e produtos homeopáticos

Segundo o Decreto-Lei nº 176/2006, de 30 de agosto, define-se medicamento

homeopático como “medicamento obtido a partir de substâncias denominadas stocks ou

matérias-primas homeopáticas, de acordo com um processo de fabrico descrito na

farmacopeia europeia ou, na sua falta, em farmacopeia utilizada de modo oficial num

Estado membro, e que pode conter vários princípios” [3].

Na Farmácia do Campo existem alguns destes produtos, contudo de pouca rotação.

8. Produtos dietéticos e produtos para alimentação especial

De acordo com o Decreto-Lei nº 74/2010, de 21 de junho, definem-se como

“aqueles que, devido à sua composição especial ou a processos especiais de fabrico, se

distinguem claramente dos alimentos de consumo corrente, mostrando-se adequados às

necessidades nutricionais especiais de determinadas categorias de pessoas” [10]. É uma

classe de produtos heterogénea, pela diversidade e pela faixa etária abrangida.

Na Farmácia do Campo são essencialmente procurados leites e farinhas para

lactentes e bebés e suplementos nutricionais para adultos.

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9. Produtos fitoterapêuticos

Segundo o Decreto-Lei nº 176/2006, de 30 de agosto, considera-se como produto

fitoterapêutico “qualquer medicamento que tenha exclusivamente como substâncias ativas

uma ou mais substâncias derivadas de plantas, uma ou mais preparações à base de plantas

ou uma ou mais substâncias derivadas de plantas em associação com uma ou mais

preparações à base de plantas” [3].

Na Farmácia do Campo são essencialmente procurados produtos para infeções

urinárias, perturbações do sono e obstipação. Por serem de origem natural, é comum o

utente ver este tipo de produtos como inofensivos. O farmacêutico deve esclarecer que,

apesar desse facto, também eles possuem efeitos adversos, contraindicações e interações

medicamentosas.

10. Medicamentos de uso veterinário

Segundo o Decreto-Lei nº 148/2008, de 29 de julho, considera-se um medicamento

veterinário como “toda a substância, ou associação de substâncias, apresentada como

possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em animais ou dos seus

sintomas, ou que possa ser utilizada ou administrada no animal com vista a estabelecer um

diagnóstico médico-veterinário ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou

metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas” [11].

Na Farmácia do Campo os medicamentos de uso veterinário mais dispensados são

os desparasitantes internos e externos e anticoncecionais.

11. Dispositivos médicos

De acordo com o Decreto-Lei nº 145/2009, de 17 de junho, é considerado

dispositivo médico “qualquer instrumento, aparelho, equipamento, software, material ou

artigo utilizado isoladamente ou em combinação, incluindo o software destinado pelo seu

fabricante a ser utilizado especificamente para fins de diagnóstico ou terapêuticos e que

seja necessário para o bom funcionamento do dispositivo médico, cujo principal efeito

pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos, imunológicos

ou metabólicos, embora a sua função possa ser apoiada por esses meios, destinado pelo

fabricante a ser utilizado em seres humanos para fins de: diagnóstico, prevenção, controlo,

tratamento ou atenuação de uma doença; diagnóstico, controlo, tratamento, atenuação ou

compensação de uma lesão ou de uma deficiência; estudo, substituição ou alteração da

anatomia ou de um processo fisiológico; controlo da conceção [12].

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Na Farmácia do Campo os dispositivos médicos mais dispensados incluem

materiais de penso, material ortopédico (pulsos e joelhos elásticos) e dispositivos

anticoncecionais.

12. Serviços adicionais prestados pela farmácia

Atualmente, e cada vez mais, a farmácia executa serviços que pretendem ser uma

mais valia para os utentes. Aqui se incluem testes de execução rápida, que permitem

despistar algumas patologias ou condições, e possibilitam ao farmacêutico a oportunidade

de prestar um aconselhamento adequado e elucidativo.

12.1. Determinação de Parâmetros Fisiológicos e Bioquímicos

Na Farmácia do Campo são realizadas as seguintes determinações: pressão arterial,

peso e altura, glicemia capilar, colesterol total, triglicerídeos, teste de gravidez e teste da

cotinina.

Durante o estágio tive a oportunidade de efetuar o controlo da glicemia capilar,

colesterol total, triglicerídeos, peso e altura, e, mais regularmente, medição da pressão

arterial, prestando o meu aconselhamento quando necessário. O aparelho utilizado para a

medição da glicemia em jejum foi o FreeStyle Freedom Lite®, para a medição dos

triglicerídeos e do colesterol total foi o Accutrend Plus® e para a pressão arterial foi o

OMRON R3®.

Adicionalmente, tive a oportunidade de executar o teste da cotinina. A realização

deste teste advém de um acordo existente entre as Farmácias do Grupo Holon, a

companhia de seguros Advance Care e o Laboratório de Patologia Clínica Professor

Parreira. Este teste é um imunoensaio que determina de forma qualitativa os níveis de

cotinina (metabolito do tabaco) na saliva, indicativos de comportamentos de risco, como

hábitos tabágicos ou simplesmente exposição do utente a ambientes ricos em fumo do

tabaco.

Considerei esta última uma atividade enriquecedora, pois apesar de ser um teste de

fácil execução, era um teste que desconhecia, sendo por isso uma mais valia.

12.2. Realização de serviços e programas de saúde adicionais

Igualmente no âmbito de uma iniciativa do Grupo Holon, tive a oportunidade de

realizar uma atividade relacionada com o Dia Mundial do Sono. Durante a mesma, foram

feitos questionários aos utentes, com o objetivo de recolher informação sobre a qualidade

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do seu sono e, adicionalmente, caso fossem detetadas necessidades específicas, efetuar o

aconselhamento mais apropriado.

12.3. VALORMED

A VALORMED, a Sociedade Gestora do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos

de Embalagens e de Medicamentos é uma sociedade sem fins lucrativos, cujo objetivo e

responsabilidade é a gestão dos resíduos de embalagens vazias e medicamentos não usados

[13]. Medicamentos fora de prazo ou não utilizados, materiais de acondicionamento e

embalagem e acessórios facilitadores da administração de medicamentos são entregues na

farmácia e colocados num contentor [14]. Quando completo, este é selado, pesado e

recolhido por um dos fornecedores.

12.4. Farmacovigilância

A farmacovigilância é uma obrigação do farmacêutico, devendo notificar reações

adversas que se suspeitem estar relacionadas com a toma de determinado medicamento. A

notificação, preenchida num formulário próprio, é enviada para o Centro Nacional de

Farmacovigilância do INFARMED, que analisa a situação.

É uma questão de saúde pública, que tem por objetivo detetar, avaliar, analisar e

prevenir a ocorrência de reações adversas a medicamentos (RAM), buscando assegurar

qualidade e segurança na sua utilização.

13. Formações

26 de fevereiro – Formação Pierre Fabre Santé 2015 (Oral care, Drill®, Pedi Relax®, Pré-

Butix®, Percutalfa® e Naturactive®) (4 horas)

26 de fevereiro – Formação Pharma Nord – Terapêutica nutricional com Q10 na patologia

cardiovascular e terapêutica nutricional com crómio na resistência à insulina (3 horas)

14 de abril – Fórum Farmácia – Oftalmologia (conjuntivites bacterianas, víricas e

alérgicas) e Otorrinolaringologia (canal auditivo interno e externo irritado/inflamado) (2

horas)

15 de abril – “Emagrecer – Para dois pesos, várias medidas” (2 horas)

16 de abril – Formação Pharma Nord – Medicina Preventiva e Suplementos Alimentares (7

horas)

23 de abril – Formação Solares Avène® (3 horas)

19 de maio – Workshop de Farmácia Nestlé Health Science (4 horas)

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21 de maio – Formação Gedeon Richter - Farmácia e o Aconselhamento à Mulher em

Anticoncetivos (2 horas)

18 de junho – Formação Krka – Workshop “Gestão de Atendimento ao Cliente” (8 horas)

30 de junho – A Dor Muscular e a Dor Osteoarticular – Avaliação e Aconselhamento

Farmacêutico (2 horas)

Formação online – Doença Venosa Crónica (março a maio)

14. Cronograma de atividades

Atividades 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês 6º mês

Receção de encomendas e

aprovisionamento

Controlo de prazos de

validade

Conferência de receituário

Aprendizagem do

funcionamento do sistema

informático

Atendimento ao público

(apenas com supervisão)

Atendimento ao público

Determinação de

parâmetros bioquímicos

Faturação

Formações

Logo desde o início do estágio comecei por rececionar encomendas, o que me

permitiu ir conhecendo os produtos à venda na farmácia, bem como dosagens e formas

farmacêuticas disponíveis para cada medicamento. O aprovisionamento dos produtos e o

controlo dos prazos de validade foi fundamental para conhecer os locais de armazenamento

e a organização espacial da farmácia. O contacto com o Sifarma 2000® foi igualmente

essencial, não só para conhecer as suas funcionalidades, como também para cimentar o

meu conhecimento, nomeadamente por consulta da informação científica disponível na

ficha de produto. Paralelamente, tive contacto com protocolos de aconselhamento, sem

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dúvida uma preparação para o atendimento ao balcão e que me serviu de orientação

quando numa fase posterior efetuava o meu aconselhamento.

Numa segunda fase tive um conhecimento mais profundo da receita médica, as suas

normas de prescrição, a conferência e a organização das receitas em lotes, o que me

permitiu familiarizar com o processo da dispensa de medicamentos e ter uma noção

preliminar do processo de faturação, o qual vim a realizar meses depois.

Posteriormente comecei a observar o atendimento, o seu formato, a postura a

adotar, as questões mais colocadas pelos utentes e as questões a colocar em casos de

aconselhamento, seguindo-se o atendimento com supervisão. Igualmente teve início a

determinação de parâmetros bioquímicos, com destaque para a medição da pressão arterial,

que me permitiu um maior contacto e conhecimento dos utentes habituais da farmácia. O

atendimento ao público surgiu após consolidar os conhecimentos já referidos.

As formações decorreram ao longo do estágio e foram uma mais valia, dada a

importância da formação contínua do farmacêutico.

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PARTE II

1. AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR

1.1. Escolha do tema

Ao longo do estágio foi muito recorrente efetuar medições da pressão arterial, o que

desde logo demonstra a consciencialização e preocupação dos utentes perante este

problema de saúde. Tive a oportunidade de determinar alguns parâmetros bioquímicos e

fisiológicos, sendo a medição do colesterol e da glicemia em jejum os mais frequentes. Tal

como referido anteriormente, anti-hipertensores, antidislipidémicos e antidiabéticos orais

eram dos MSRM mais dispensados ao balcão. Posto isto, realizei um rastreio

cardiovascular gratuito, com a duração de cinco dias, durante o qual determinei vários

parâmetros fortemente associados à doença cardiovascular.

1.2. Objetivos

Evidenciar a importância da deteção precoce de fatores de risco e do seu controlo

regular;

Educar e sensibilizar os utentes para a adoção de estilos de vida saudáveis;

Promover a saúde da população.

1.3. Introdução

As doenças do sistema cardiovascular figuram como a principal causa de morte em

Portugal, nomeadamente o acidente vascular cerebral (AVC) e o enfarte agudo do

miocárdio (EAM) [15].

Entre os fatores de risco para o seu aparecimento incluem-se doenças crónicas,

como a hipertensão arterial, a diabetes, dislipidemia e obesidade, bem como o stress,

hábitos tabágicos, consumo desmedido de bebidas alcoólicas e hábitos sedentários.

Também a genética, a idade e o sexo são fatores a ter em conta [16].

A prevenção é essencial, pois alguns fatores de risco são modificáveis e dependem

do indivíduo. Neste campo, a adoção de um estilo de vida saudável, com atividade física

regular e uma dieta equilibrada são fundamentais.

A realização de um rastreio permite detetar atempadamente fatores de risco e, caso

se verifique alguma irregularidade, possibilita o encaminhamento do utente ao médico.

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Neste âmbito, a função do farmacêutico é zelar pela saúde do utente e desta forma evitar

ou retardar complicações mais severas.

1.4. Hipertensão arterial

A hipertensão arterial é um flagelo na sociedade atual, algo que pude observar na

farmácia através das inúmeras prescrições médicas para esta doença.

Para que o sangue possa ser distribuído a todo o organismo é necessário exercer

uma determinada pressão sobre a parede dos vasos sanguíneos, a denominada pressão

arterial. A pressão arterial normal de um indivíduo adulto é de 120/80 mmHg, em que 120

mmHg corresponde à pressão arterial sistólica (PAS) e 80 mmHg corresponde à pressão

arterial diastólica (PAD). A primeira ocorre durante a contração do músculo cardíaco,

enquanto que a segunda deriva do relaxamento do mesmo [17].

Por ação de certos fatores, esta pressão que é exercida nos vasos pode

progressivamente aumentar. Neste caso, verifica-se um aumento da força necessária ao

coração para conseguir manter a circulação sanguínea, estando presente uma situação de

hipertensão arterial. Define-se hipertensão arterial um valor da PAS igual ou superior a

140mmHg e/ou um valor da PAD igual ou superior a 90 mmHg [17].

A hipertensão não controlada pode ter repercussões graves ao nível do sistema

cardiovascular. Entre estas incluem-se a ocorrência de ataques cardíacos, hipertrofia

cardíaca, insuficiência cardíaca, formação e rebentamento de aneurismas ou mesmo

acidentes vasculares cerebrais [17].

1.5. Diabetes

Segundo informação do Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes, no

ano de 2013, a prevalência em Portugal, em adultos entre os vinte e os setenta e nove anos,

era de 13%, dos quais 5,7% não se encontrava diagnosticada [18].

Diabetes Mellitus compreende um conjunto de distúrbios metabólicos que derivam

de perturbações ao nível da secreção da insulina e/ou da sua ação ineficiente, originando

um quadro de hiperglicemia persistente [19].

A insulina trata-se de uma hormona que, entre outras funções, permite a

incorporação celular de glucose. Assim, quando esta é incapaz de atuar, os níveis de

glucose sanguíneos elevam-se, corrompendo continuamente os vasos sanguíneos [20].

O desenvolvimento da diabetes pode ocorrer por diferentes mecanismos: destruição

das células β (células produtoras de insulina) por um mecanismo autoimune (diabetes tipo

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20

1) ou por um misto de insulinorresistência e insuficiente secreção compensatória (diabetes

tipo 2). A diabetes tipo 2 é a mais prevalente e está associada a hábitos pouco saudáveis

[19].

Um valor de glicemia em jejum igual ou superior a 126 mg/dl permite diagnosticar

diabetes, devendo em indivíduo assintomático, efetuar-se uma segunda análise para

confirmação. Um valor igual ou superior a 110 mg/dl e inferior a 126 mg/dl é indicativo de

uma anomalia de glicemia em jejum, classe de risco de desenvolvimento de diabetes [21].

A cronicidade desta patologia tem efeitos a longo prazo, afetando diversos órgãos

entre os quais o coração e os vasos sanguíneos. Assim, diabéticos apresentam uma

incidência superior de doenças cardiovasculares [19].

1.6. Dislipidemia

Do metabolismo lipídico podem advir algumas anormalidades, designadas

dislipidemias, que, numa fase inicial podem manifestar-se de forma silenciosa, tornando

essencial um diagnóstico precoce. Estas abrangem uma elevação do colesterol

(hipercolesterolemia), triglicerídeos (hipertrigliceridemia), distúrbios metabólicos das

High-Density Lipoproteins (HDL), ou uma conjugação dos dois primeiros (hiperlipidemia

mista) [22,23].

O colesterol é uma substância produzida maioritariamente no fígado, existente na

totalidade das células do organismo e que, quando em concentrações normais, é fulcral

para que diversas funções orgânicas ocorram, como por exemplo a síntese de ácidos

biliares e de hormonas esteroides. Os triglicerídeos são um tipo de lípido sanguíneo e

entram na composição de uma grande maioria das gorduras de origem animal e vegetal,

podendo ainda ser sintetizados pelo organismo. Os triglicerídeos constituem a salvaguarda

energética do organismo, permanecendo armazenados no tecido adiposo. Quando

aumentam as necessidades metabólicas, os triglicerídeos são hidrolisados a ácidos gordos

livres [22, 23].

Por sua vez, as lipoproteínas definem-se como complexos moleculares que

permitem o transporte sanguíneo do colesterol e dos triglicerídeos. Estes complexos

distinguem-se conforme a sua densidade, dimensão e conteúdo proteico: Quilomicra, Very-

Low-Density Lipoproteins (VLDL), Intermediate-Density Lipoproteins (IDL), Low-Density

Lipoproteins (LDL) e as High-Density Lipoproteins (HDL). As Quilomicra são, por norma,

as de maior dimensão e as de menor densidade, sendo as HDL as de menor tamanho,

densidade superior e com uma proporção proteínas:lípidos superior. As HDL são

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responsáveis pela remoção do colesterol a partir de células periféricas, transportando-o até

ao fígado, processo denominado por transporte reverso do colesterol. Quantidades elevadas

de HDL potenciam este processo, o que sugere a relação inversa entre a sua concentração e

o risco de desenvolvimento de doença cardiovascular. Adicionalmente, apresentam um

efeito antioxidante, prevenindo a oxidação das LDL. As LDL são responsáveis pelo

transporte do colesterol até às células do organismo, removendo o colesterol da circulação

principalmente no fígado, onde se verifica uma grande expressão de recetores LDL. Estas

lipoproteínas são heterogéneas em tamanho e, devido às suas dimensões, podem infiltrar-se

na íntima dos vasos sanguíneos. As LDL mais pequenas e densas são mais facilmente

oxidáveis e consequentemente mais aterogénicas, dada a sua capacidade em estimular o

processo inflamatório característico da aterosclerose. Além disso, apresentam uma menor

afinidade para o recetor LDL, o que diminui a sua captação por parte das células e aumenta

a permanência no sangue, ampliando a sua influência no desenvolvimento da aterosclerose.

As Quilomicra são responsáveis pelo transporte dos triglicerídeos adquiridos pela dieta,

sendo as VLDL as responsáveis pelo transporte dos triglicerídeos de origem endógena [23,

24].

Variadas causas estão subjacentes ao desenvolvimento de dislipidemia. Estas

podem ser definidas como primárias, de origem genética, ou secundárias, com associação a

comportamentos do indivíduo ou determinadas patologias [25].

Uma forma de classificar a dislipidemia consiste em recorrer à classificação de

Fredrickson-Levy, indicada na tabela 1.

Tabela 1: Classificação de Fredrickson-Levy. Adaptado de [26]

Fenótipo Lipoproteína

aumentada

Colesterol

sérico

Triglicerídeos

séricos Aterogenicidade

I Quilomicra Normal a ↑ ↑↑↑↑ Não descrita

IIa LDL ↑↑ Normal +++

IIb LDL e VLDL ↑↑ ↑↑ +++

III IDL ↑↑ ↑↑↑ +++

IV VLDL Normal a ↑ ↑↑ +

V VLDL e Quilomicra Normal a ↑ ↑↑↑↑ +

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22

Os valores de colesterol total (CT), colesterol LDL (c-LDL), colesterol HDL (c-

HDL) e triglicerídeos recomendados encontram-se discriminados na tabela 2.

Em indivíduos de risco muito elevado, na impossibilidade de atingir os valores

recomendados para o colesterol total e colesterol LDL é recomendável reduzir pelo menos

50% do colesterol LDL [27]. A classificação em indivíduos de risco cardiovascular muito

alto e risco cardiovascular alto encontra-se descrita no anexo 1.

É ainda de ressalvar que aquando da realização do rastreio apenas foi possível a

determinação do colesterol total e dos triglicerídeos.

Tabela 2: Valores de colesterol e triglicerídeos recomendados. Adaptado de [27] e [28]

Parâmetro Valores

Colesterol total 190 mg/dl

Colesterol LDL

115 mg/dl

100 mg/dl (se risco cardiovascular alto)

70 mg/dl (se risco cardiovascular muito

alto)

Colesterol HDL > 40 mg/dl (homem) e > 45 mg/dl (mulher)

Triglicerídeos < 150 mg/dl

A dislipidemia é, deste modo, uma condição predisponente ao aparecimento de

doenças cardiovasculares, sendo o seu rastreio tão importante como o da hipertensão ou

diabetes.

1.7. Obesidade e obesidade central

A obesidade, encarada como uma epidemia por parte da Organização Mundial de

Saúde (OMS), é um marcante fator de risco cardiovascular. Para avaliar o grau de

obesidade de um indivíduo é possível recorrer ao índice de massa corporal (IMC),

calculado pelo quociente entre o peso (expresso em quilogramas) e a altura elevada ao

quadrado (expressa em metros) [29]. As diferentes classes encontram-se descritas na tabela

3.

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23

Tabela 3: Classificação da obesidade em relação ao IMC. Adaptado de [29]

Categoria IMC (Kg/m2)

Baixo Peso < 18,5

Peso Normal 18,5 - 24,9

Excesso de Peso 25,0 - 29,9

Obesidade de Grau I 30,0 - 34,9

Obesidade de Grau II 35,0 - 39,9

Obesidade de Grau II ≥ 40,0

Porém, a distribuição da gordura corporal é também um fator a ter em

consideração; um excesso de gordura visceral, definido como obesidade central, relaciona-

se igualmente com um risco acrescido de desenvolver uma doença cardiometabólica. Para

estimar este parâmetro procede-se à medição do perímetro abdominal. Um perímetro

superior a 80 cm para as mulheres e 94 cm para os homens aumenta o risco de

implicâncias a nível metabólico, enquanto que valores superiores a 88 cm e 102 cm, para

mulheres e homens respetivamente, constituem já um risco muito aumentado [30, 31].

1.8. Avaliação Sistemática do Risco Cardiovascular

Os fatores de risco não têm uma influência isolada, atuando de forma sinérgica e

agravando-se mutuamente. A estimativa desta conjugação permite direcionar a intervenção

a ser feita, tornando-a mais rentável e efetiva.

A avaliação sistemática do risco cardiovascular (Systematic Coronary Risk

Evaluation - SCORE) permite prever o risco absoluto de eventos cardiovasculares fatais

num período de dez anos, para indivíduos com idades situadas entre os quarenta e os

sessenta e cinco anos, fundamentando-se nas variáveis idade, sexo, colesterol total, PAS e

tabagismo. Indivíduos já considerados de risco cardiovascular muito alto ou risco

cardiovascular alto estão isentos da avaliação SCORE [32].

Para indivíduos com menos de quarenta anos pode ser calculado o risco relativo,

com base nas variáveis tabagismo, PAS e colesterol total.

A tabela SCORE e a tabela de risco relativo podem ser consultadas no anexo 2.

1.9. Métodos

Elaboração de um questionário para posterior realização no dia do rastreio (ver em

anexo);

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24

Seleção do perfil de utentes utentes com fatores de risco, utentes com excesso de

peso e utentes com possível risco, por razões hereditárias;

Recrutamento dos utentes, anotando o respetivo dia e hora numa folha de

marcações;

Realização do rastreio duração de cerca de vinte minutos para cada utente.

Realização do questionário: recolher informação sobre patologias

diagnosticadas, medicação habitual e certos hábitos do quotidiano, como o

tipo de refeições, atividade física e sedentarismo

Recolha dos dados antropométricos e parâmetros bioquímicos e fisiológicos:

peso, altura, perímetro abdominal, glicemia em jejum, triglicerídeos,

colesterol total e pressão arterial

Aconselhamento farmacêutico

1.10. Resultados

Os questionários realizados (catorze na totalidade) e a compilação dos parâmetros

mensurados encontra-se disponível no anexo 3.

1.11. Discussão dos resultados

Da medição dos triglicerídeos foi possível observar que apenas três utentes exibiam

valores abaixo do recomendado para este parâmetro. Dada a estreita relação entre os níveis

de triglicerídeos e hábitos alimentares recentes, foi questionado aos utentes se estavam

efetivamente em jejum, quanto tempo tinha decorrido desde a última refeição e qual o seu

conteúdo. Recomenda-se um jejum de doze horas para determinar os triglicerídeos,

evitando a interferência dos alimentos. Em alguns casos, esta tinha ocorrido há menos de

doze horas, o que pode influir diretamente nos resultados. Também o consumo de álcool e

inatividade física podem ter influência nestes parâmetros. É ainda de realçar que em três

casos não foi possível obter o valor exato, aparecendo no visor do aparelho a indicação

High. O intervalo de medição do aparelho é de 70 a 600 mg/dl e, de acordo com o manual

de instruções, esta referência é feita quando o valor se encontra acima deste intervalo. Tais

valores são bastante altos, o que pode sugerir que os utentes em questão não têm hábitos de

vida saudáveis nem controlam com alguma regularidade este parâmetro, ou sugerir a

existência de alguma patologia, pelo que reencaminhei ao médico para proceder a novos

exames [27, 33].

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25

Quanto ao colesterol total, apenas três valores se encontram acima dos valores

recomendados, todos relativos a utentes com hipercolesterolemia diagnosticada. Dois dos

valores encontravam-se abaixo do intervalo de medição que é de 150 a 300 mg/dl,

indicação dada por Low, aquando da medição [33].

Relativamente à glicemia em jejum, três dos utentes apresentavam valores

elevados, superiores a 126 mg/dl, e dois apresentavam valores superiores a 110 mg/dl.

Todos são diabéticos diagnosticados. Um dos valores é excessivamente elevado (245

mg/dl), algo que, pelo boletim de controlo da utente era uma situação frequente. Contudo,

referi a importância de falar com o médico.

Três utentes apresentavam valores de pressão arterial altos, os quais tinham já

hipertensão arterial diagnosticada pelo médico. Os restantes utentes com hipertensão

arterial diagnosticada apresentavam valores normais, o que poderá indicar que tinham este

parâmetro controlado.

Em relação aos parâmetros antropométricos é possível verificar que mais de metade

dos utentes rastreados apresenta um peso e perímetro abdominal superiores ao

recomendável.

Estes resultados demonstram a importância da realização de rastreios periódicos e a

necessidade de um aconselhamento adequado.

1.12. Aconselhamento farmacêutico

Manter rotinas alimentares saudáveis é uma medida essencial tanto na prevenção

como no tratamento. Por este facto, incluí no aconselhamento farmacêutico algumas

recomendações como fazer várias refeições ao dia, idealmente de três em três horas,

aumentar o aporte de vegetais, fruta e peixe (comer mais peixes gordos ricos em ácidos

gordos essenciais), privilegiar carnes brancas em detrimento de carnes vermelhas, utilizar o

azeite na confeção e tempero, moderar o consumo do sal optando por ervas aromáticas ou

especiarias, evitar os fritos, privilegiando os cozidos e grelhados, beber no mínimo um litro

e meio de água, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas (é, no entanto, de referir o efeito

benéfico do vinho tinto a nível cardiovascular, conferido pelo seu teor em polifenóis), com

toma preferencial às refeições e, num máximo de um e dois copos pequenos diários (para

mulher e homem respetivamente), entre outras medidas [34, 35]. Em certos casos, para

além do aconselhamento não farmacológico também aconselhei, como adjuvantes, o

HolonPlus Ómega 3® (Holon), um suplemento alimentar que contribui para a melhoria do

perfil lipídico, ao aumentar os níveis séricos de HDL e reduzir os níveis de LDL, ou o

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26

Arterin® (OmegaPharma) para o controlo do colesterol. A Monacolina K, principal

constituinte do Arterin® (OmegaPharma), é uma substância natural que demonstrou ser

eficaz na manutenção dos níveis de colesterol dentro de valores normais. Esta molécula faz

parte da composição da Levedura de Arroz Vermelho, da qual fazem ainda parte esteróis,

isoflavonas e ácidos gordos monoinsaturados, os quais potenciam a eficácia deste

suplemento. O Arterin® (OmegaPharma) só é indicado quando os valores de colesterol

sérico são inferiores a 240 mg/dl [36].

1.13. Conclusão

Os rastreios constituem um importante meio de identificação de qualquer

anormalidade, permitindo um diagnóstico, intervenção e tratamento mais precoces. Tendo

em apreciação a grande morbi-mortalidade associada às doenças cardiovasculares, a

realização de rastreios que permitam mensurar parâmetros é fundamental, sendo a farmácia

um local privilegiado para a sua execução.

O papel do farmacêutico é preponderante no que diz respeito à educação do utente,

um dos objetivos da sua profissão, e encontra-se numa posição privilegiada para comunicar

com o utente e transmitir-lhe informação que permita corrigir determinados

comportamentos que põem em causa a sua saúde.

Nesse sentido, como farmacêutica estagiária procurei dar o meu contributo,

sensibilizando os utentes com os quais tive contacto a adotar medidas benéficas e

específicas para melhorar o seu bem estar e o seu estado de saúde. O resultado desta

intervenção foi positivo, além de notar preocupação e consequente vontade por parte dos

utentes em seguir medidas mais saudáveis e melhorar a sua saúde, esta ação permitiu uma

maior aproximação e confiança por parte dos utentes quando novamente tive contacto com

eles, quer ao balcão, quer novamente na determinação de alguns destes parâmetros.

2. DOENÇA VENOSA CRÓNICA

2.1. Seleção do tema

No decorrer do meu estágio pude observar que era comum surgirem na farmácia

utentes à procura de algum produto que pudesse aliviar as “pernas cansadas”, ou que

procuravam algo específico, já de toma habitual, para os mesmos fins. Além disso tive

contacto com um panfleto sobre este problema de saúde, o que me despertou interesse em

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27

abordá-lo. Assim, decidi dar uma formação técnica na farmácia sobre este tema. A

apresentação em formato powerpoint encontra-se disponível no anexo 4.

2.2. Objetivos

Reconhecer a doença venosa crónica (DVC) como um grave e incapacitante

problema de saúde;

Esclarecer o mecanismo fisiopatológico da doença;

Indicar formas de prevenção e terapêutica disponível;

Enfatizar o papel do farmacêutico no acompanhamento desta doença.

2.3. Introdução

A DVC é uma patologia de prevalência crescente que, pela sua evolução e

cronicidade, afeta de forma significativa a qualidade de vida dos doentes, traduzindo-se

num grande impacto socioeconómico. Estima-se que afete cerca de 25-40% de mulheres e

10-20% de homens [37].

Por definição, DVC abrange qualquer transformação ao nível da morfologia e da

funcionalidade do sistema venoso, de duração prolongada, expressa por sintomas e/ou

sinais e que carece de estudo e/ou tratamento [38].

Diversos fatores são considerados de risco para o desenvolvimento de DVC, entre

os quais a idade, o sexo feminino, gravidez, contraceção oral, obesidade, histórico familiar

e a manutenção da posição ortostática por longos períodos de tempo [39-41].

Os primeiros sinais podem ser mascarados, dada a similaridade com os que surgem

como consequência do cansaço comum, sendo por isso menosprezados. Os sintomas,

embora não exclusivos, podem ser indicativos, caso melhorem com o repouso e elevação

das pernas ou piorem com o aumento da temperatura e o decorrer do dia [38]. O

farmacêutico deve estar atento, podendo deste modo alertar o utente e atuar, o mais

precocemente possível, na prevenção e retardamento da progressão.

2.4. Classificação e sintomatologia

Sendo indispensável o diagnóstico da DVC e o seu tratamento, e de modo a

sistematizá-los, foi criada uma classificação que compreende as manifestações clínicas (C),

etiologia (E), distribuição anatómica (A) e fisiopatologia (P) – classificação CEAP.

Numa primeira etapa é a classificação clínica que apresenta maior relevância, sendo

executada por simples observação. A sintomatologia pode estar presente mesmo sem ser

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28

possível visualizar e palpar sinais de doença (C0). Sintomas como sensação de pernas

cansadas e pesadas, dor e edema são os mais comuns e reportados ao balcão da farmácia. A

doença cursa com o aparecimento de telangiectasias e varizes reticulares (C1), que se

tornam progressivamente mais dilatadas e sinuosas (C2), edema (C3), alterações cutâneas

(C4) e, culmina com o desenvolvimento de úlceras venosas, cicatrizadas ou ativas (C5 e C6

respetivamente) [42].

A avaliação laboratorial permite classificar a DVC quanto à sua etiologia,

distribuição anatómica e fisiopatologia [39].

2.5. Mecanismo fisiopatológico

A circulação venosa tem como função promover o retorno do sangue venoso ao

coração. Numa situação normal, este flui no sentido ascendente, contra a gravidade e são

as válvulas venosas que impedem o seu retrocesso. Contudo, numa situação de DVC,

ocorre hipertensão venosa como resultado de obstrução, perturbações no funcionamento

das válvulas (incompetência valvular) ou ambos. Esta situação permite o refluxo

sanguíneo, favorecendo a acumulação do sangue nos membros inferiores. A constante

hipertensão venosa afeta adicionalmente a rede capilar, podendo daí resultar alterações

cutâneas como a hiperpigmentação, lipodermatosclerose e úlcera [42].

A hipertensão venosa conjuntamente com a dilatação venosa possibilita a ativação

de leucócitos e células endoteliais, desenvolvendo-se um processo inflamatório. Após a

ativação e adesão, ocorre a transmigração leucocitária através do endotélio venoso.

Paralelamente a este processo ocorre a transformação da matriz extracelular, responsável

pela lesão valvular contínua e incompetência valvular [43].

2.6. Diagnóstico e tratamento

Diagnosticar corretamente o problema é fundamental e constitui a base para o

tratamento adequado. Assim, são considerados três níveis de diagnóstico, os quais se

relacionam com a classificação CEAP; o nível I aplica-se a estados iniciais e o nível III

encontra-se reservado para situações mais severas. O nível I consiste na avaliação do

histórico clínico e exame físico efetuados por um médico, o nível II inclui exames não

invasivos e o nível III compreende exames invasivos ou estudos mais complexos [44].

O método de tratamento eleito deve atuar, essencialmente, ao nível da diminuição

dos sintomas e prevenção da evolução da patologia para situações mais severas. Medidas

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29

higienodietéticas, compressão, terapêutica farmacológica e métodos cirúrgicos são as

opções de tratamento disponíveis.

2.6.1. Medidas higienodietéticas

Comportamentos saudáveis são capazes de prevenir e melhorar a sintomatologia da

DVC. Estes incluem manter um estilo de vida ativo; evitar passar demasiado tempo em pé

ou sentado; evitar locais quentes e fontes de calor; prática de atividade física, como a

caminhada e a natação, evitando desportos demasiado bruscos e que exijam mais força,

como o ténis; tomar duche em água morna, finalizando com um jato de água fria no

sentido ascendente; prevenir a obstipação e o excesso de peso; usar vestuário e calçado

adequados, massajar as pernas no sentido ascendente e realizar diversos exercícios que

facilitem a circulação [41, 45].

2.6.2. Compressão

As meias de compressão permitem exercer uma pressão superior ao nível dos

tornozelos, favorecendo a circulação. Estão disponíveis em diferentes comprimentos e

podem ser agrupadas em quatro classes, consoante a pressão que exercem: classe I

(ligeira), classe II (moderada), classe III (forte) e classe IV (extra-forte). Esta pressão é

então crescente e proporcional ao grau de evolução da patologia. Deve ter-se em atenção

que existem algumas contraindicações ao seu uso, por exemplo hipertensão arterial [44,

46].

2.6.3. Fármacos venoativos

Os fármacos venoativos atuam por diversos mecanismos, como aumento do tónus

venoso, diminuição da permeabilidade capilar, melhoria da drenagem linfática, ação anti-

inflamatória, ação ao nível das paredes e das válvulas venosas e atuação nos parâmetros

hemorreológicos [44].

São várias as opções disponíveis na farmácia, entre as quais a fração flavonóica

purificada micronizada - Daflon® (Servier Portugal), a diosmina - Venex Forte®

(Pharminds Portugal), a escina - Venotop® (Dr. Willmar Schwabe GmbH & Co), a

hidrosmina - Venosmil® (Laboratórios Vitória), hesperidina + Ruscus aculeatus + ácido

ascórbico – Cyclo3® (Pierre Fabre Médicament Portugal) e dobesilato de cálcio - Doxi-

Om® (OM-Pharma) [47]. As oxerrutinas - Venoruton® (GlaxoSmithKline Consumer

Healthcare), escina + salicilato de dietilamina - Venoparil® (Neo-Farmacêutica) e

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30

troxerrutina + heparinóide – Rimanal® (Materfarma) encontram-se disponíveis em forma

de gel (o primeiro também em pó para solução oral) e são essencialmente recomendadas

para o alívio das manifestações sintomáticas [48-50]. O mecanismo de ação destes

compostos encontra-se descrito na tabela 4.

Tabela 4. Fármacos venoativos e respetivos mecanismos de ação. Adaptado de [44, 51 e

52]

Composto Mecanismo de ação

Fração flavonóica purificada

micronizada

Tónus venoso

Permeabilidade capilar

Válvulas e paredes venosas

Drenagem linfática

Ação anti-inflamatória

Parâmetros hemorreológicos

Diosmina Tónus venoso

Permeabilidade capilar

Escina Tónus venoso

Permeabilidade capilar

Ação anti-inflamatória

Hidrosmina Tónus venoso

Permeabilidade capilar

Drenagem linfática

Parâmetros hemorreológicos

Extrato de Ruscus Tónus venoso

Permeabilidade capilar

Dobesilato de cálcio Tónus venoso

Permeabilidade capilar

Drenagem linfática

Ação anti-inflamatória

Parâmetros hemorreológicos

Rutinas e rutósidos Tónus venoso

Permeabilidade capilar

Drenagem linfática

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Ação anti-inflamatória

Parâmetros hemorreológicos

Os mecanismos de ação da diosmina e da hidrosmina não se encontram ainda

completamente esclarecidos, porém admite-se que inibam a degradação de noradrenalina

(responsável pelo tónus venoso), hipótese comprovada “in vivo” e “in vitro” para a

diosmina [44, 51, 52].

A pentoxifilina encontra-se aprovada no tratamento da úlcera da perna, tendo

demonstrado acelerar o seu processo de cicatrização quando usada como adjuvante da

terapia compressiva. Esta substância favorece a fluidez sanguínea, a perfusão de tecidos

isquémicos e atenua o processo de lesão do endotélio, por interferir com a ativação, adesão

e migração dos leucócitos [53-55].

2.6.4. Métodos cirúrgicos

Os métodos cirúrgicos destinam-se a situações refratárias aos métodos

anteriormente abordados, e têm por objetivo reduzir o refluxo venoso [56].

2.7. Conclusão

O domínio deste tema por parte do farmacêutico é cada vez mais importante, tal a

frequência com que os utentes chegam à farmácia com este problema. O farmacêutico deve

estar preparado para identificar as queixas do utente e para lhe colocar as questões certas,

pois apesar da sintomatologia não ser específica, certas situações que melhorem ou piorem

o problema podem ser sugestivas de DVC.

A DVC é atualmente uma patologia ainda desvalorizada, pois é comum o utente

procurar na farmácia soluções para as “pernas cansadas” sem ter, contudo, a perceção da

magnitude do problema. O farmacêutico encontra-se numa posição privilegiada para

aconselhar o utente perante estas situações, estando ao seu alcance intervir, tanto ao nível

da recomendação de medidas preventivas, como na dispensa de MNSRM.

Ao realizar esta apresentação dei uma formação a toda a equipa da Farmácia do

Campo, relembrando conhecimentos técnicos importantes para a compreensão deste

problema de saúde e reforçando a sua dimensão, para que ao balcão da farmácia todos os

profissionais interviessem da melhor forma perante utentes com indícios de perturbações

venosas.

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32

3. ALERGIAS

3.1. Seleção do tema

Uma das situações recorrentes ao longo do estágio foi o facto de vários utentes se

dirigirem à farmácia com sintomas de alergia, procurando algo que atenuasse o problema.

Pela experiência já referida, tive a possibilidade de ler protocolos de aconselhamento, que

me permitiram obter maior informação acerca de vários transtornos menores e me

permitiram conhecer as várias opções disponíveis na farmácia. Assim, decidi elaborar

protocolos de aconselhamento sobre alergias várias: rinite alérgica, conjuntivite alérgica,

urticária, dermatite de contacto alérgica e alergias alimentares. Os protocolos elaborados

podem ser consultados no anexo 5.

3.2. Objetivos

Esclarecer acerca dos diversos tipos de alergias e o mecanismo subjacente ao seu

aparecimento;

Fornecer informações que permitam realizar um diagnóstico diferencial;

Descrever o tratamento indicado, referindo algumas das medidas não

farmacológicas mais adequadas.

3.3. Introdução

Uma alergia consiste numa resposta exacerbada por parte do sistema imunitário em

resposta a um estímulo externo ao organismo, o qual é considerado inofensivo para a

generalidade da população. Assim, após a entrada do alergénio no organismo, é induzida a

produção de imunoglobulina E (IgE) que, ao ligar-se à superfície dos mastócitos, induz a

libertação de histamina, um potente mediador químico [57-59].

Algumas alergias apresentam um caráter sazonal, expressando-se numa

determinada época do ano, tal como a rinite alérgica que se destaca sobretudo durante a

primavera. Contudo, existem alergias que apresentam um caráter mais permanente,

manifestando-se de forma similar durante todo o ano, como por exemplo a asma alérgica, a

sinusite e as alergias alimentares [60].

3.4. Rinite alérgica

A rinite alérgica é uma patologia sintomática que afeta o nariz e que surge como

resposta à inflamação mediada pelas IgE, após contacto com um determinado alergénio

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33

[61]. Após a inalação do alergénio, este liga-se às IgE localizadas na superfície dos

mastócitos, induzindo a libertação de mediadores químicos, como por exemplo histamina,

heparina, cininas, entre outros, responsáveis pela ocorrência da sintomatologia típica da

rinorreia. Adicionalmente verifica-se um aumento da produção de secreções,

permeabilidade vascular e vasodilatação. Estes fenómenos decorrem em minutos e são

característicos da fase inicial da reação alérgica [62].

Algumas horas depois, os mediadores químicos libertados induzem a mobilização

de células inflamatórias até à mucosa, o que leva ao desenvolvimento de uma reação

inflamatória, característica da fase tardia da reação alérgica, a qual pode permanecer

durante alguns dias [62].

A rinite alérgica é considerada uma patologia prevalente e de morbilidade

significativa, sendo comum a ocorrência de comorbilidades como a asma, a sinusite e a

conjuntivite [61].

3.5. Conjuntivite alérgica

A conjuntivite consiste numa inflamação da conjuntiva, a membrana responsável

pelo revestimento do olho. A inflamação pode surgir por diferentes fatores, pelo que se

classifica a conjuntivite em quatro classes distintas consoante a sua origem: bacteriana,

vírica, alérgica e irritativa [63].

Dada a similaridade entra a mucosa nasal e a conjuntiva, é comum que os

alergénios responsáveis por provocar rinite alérgica sejam da mesma forma capazes de

provocar o aparecimento de conjuntivite alérgica. O pólen, os ácaros e o pelo dos animais

são alguns dos alergénios mais comuns [64].

A conjuntivite alérgica pode classificar-se em sazonal ou perene. A primeira é

caracterizada pela manifestação sintomática em épocas do ano bem definidas, por exemplo

na primavera com o pólen das árvores, no verão perante o pólen das gramíneas e durante o

outono na presença do pólen das ervas daninhas. Dada a reduzida transmissão aérea destes

alergénios no inverno, indivíduos habitualmente afetados não apresentam, por norma,

sintomas durante essa época. Por outro lado, indivíduos que padeçam de conjuntivite

alérgica perene podem desenvolver sintomatologia durante todo o ano [64].

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34

3.6. Dermatite alérgica

A dermatite de contacto alérgica ocorre por exposição da pele a um determinado

alergénio, ao qual o utente é sensível, e que pode traduzir-se em diferentes estados de

eritema, edema e vesiculação [65].

É de salientar a distinção entre dermatite de contacto alérgica e dermatite de

contacto irritativa. Esta última é uma inflamação que se desenvolve pelo contacto da pele

com uma substância irritante, causando-lhe uma lesão direta [66]. Por sua vez, a dermatite

de contacto alérgica consiste numa reação de hipersensibilidade tardia (tipo IV). Após o

contacto do alergénio com a pele, este sofre endocitose por parte das células

apresentadoras de antigénios, que migram para os gânglios linfoides, onde, na superfície

celular vão apresentar os péptidos do antigénio ao complexo de histocompatibilidade major

(MHC classe II). Quando este processo ocorre corretamente, linfócitos T CD4+ com

especificidade para os péptidos, reconhecem-nos, o que induz a ativação e a proliferação

dos linfócitos e consequente libertação de citocinas.

Algumas citocinas, como a interleucina-4 e interleucina-13, induzem uma maior

produção de IgE, aumentando a sua ligação aos recetores de alta afinidade, localizados,

entre outras células, na superfície dos mastócitos. Com a maior ocupação dos recetores de

alta afinidade, aumenta a probabilidade de determinantes antigénicos no mesmo alergénio

serem reconhecidos por duas moléculas de IgE contíguas. Adicionalmente, estas citocinas

aumentam o recrutamento para o local de linfócitos T e eosinófilos. A interleucina-5 é,

também, uma das principais ativadoras de eosinófilos. Todo este processo é denominado

fase de sensibilização. Após reexposição ao alergénio com o qual o utente tenha ficado

sensibilizado, ocorre um processo idêntico ao verificado na fase de sensibilização.

Contudo, por já existir um número significativo de IgE específicas localizadas à superfície

dos mastócitos, dá-se a agregação de moléculas contíguas a determinantes específicos do

antigénio, o que conduz a uma desgranulação mais exacerbada dos mastócitos [67].

Utentes com dermatite de contacto alérgica podem desenvolver quadros de

dermatite persistente ou recorrente caso o alergénio não seja identificado e/ou continue a

ocorrer exposição ao mesmo. Alguns utentes podem desenvolver dermatite de contacto

alérgica por exposição crónica ao alergénio, mesmo que em baixas doses [65].

3.7. Urticária

A urticária é caracterizada pelo aparecimento de lesões cutâneas, pápulas

pruriginosas e eritematosas disseminadas pelo corpo. Apresenta uma evolução rápida,

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inferior a vinte e quatro horas e tende a regredir espontaneamente, não deixando lesão

residual após o seu desaparecimento. No caso de atingir as mucosas, como lábios, língua

ou vias respiratórias, denomina-se angioedema, condição mais severa e que necessita de

mais tempo para se resolver [68, 69].

Diversas causas podem estar subjacentes ao aparecimento de urticária, sendo, deste

modo, possível fazer a sua divisão em vários subtipos. A urticária pode dividir-se em

urticária aguda, com uma duração inferior a seis semanas ou urticária crónica, com uma

duração superior a seis semanas. Outras classes de urticária incluem urticária de contacto e

urticária física, a qual inclui a urticária por pressão, urticária demográfica, urticária solar,

entre outras [70].

3.8. Alergias alimentares

Uma alergia alimentar é uma reação adversa que ocorre com envolvimento do

sistema imunitário e que origina uma resposta reprodutível aquando da exposição a um

determinado alimento ou ingrediente [71].

Embora parte dos alergénios responsáveis pela ocorrência de reação alérgica sejam

ingeridos crus, muitos podem causar alergia mesmo após serem cozinhados ou até mesmo

após o processo digestivo [71].

Neste tipo de alergias é também usual a ocorrência de um fenómeno denominado

reatividade cruzada. Este consiste na reação dos anticorpos não só com o alergénio em

questão, mas também com alergénios semelhantes, quer do ponto de vista estrutural, quer

do ponto de vista químico, resultando assim numa reação idêntica à verificada com o

alergénio original [71].

Leite, ovos, nozes e marisco são alguns dos alimentos que mais frequentemente se

mostram responsáveis pela ocorrência de alergias [72].

3.9. Conclusão

É de forma diária que a população recorre à farmácia com o intuito de obter

aconselhamento farmacêutico sobre determinadas alergias.

Nestas situações, deve o farmacêutico estar preparado para esclarecer todas as

dúvidas que lhe são colocadas, devendo em todos os casos escutar atentamente o utente e

recolher as informações necessárias à interpretação do problema. Em caso de possível

atuação ao nível da farmácia, é da sua responsabilidade indicar qual o tratamento mais

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36

adequado, bem como medidas preventivas mais apropriadas, reencaminhando para o

médico as situações que considerar necessário.

Com a elaboração dos protocolos de aconselhamento pretendi compilar alguma

informação sobre determinadas alergias, noções teóricas e sobretudo orientações que

possam ser úteis aos profissionais quando colocados perante estas situações. Procurei

dirigir o meu contributo em particular para futuros estagiários, para que estes possam com

a informação contida nos protocolos (disponíveis na farmácia), orientar melhor o seu

aconselhamento, algo que pela minha experiência, é realmente importante no início da

atividade farmacêutica.

4. MELANOMA

4.1. Seleção do tema

Um dos assuntos que considerei desenvolver foi a proteção solar. Este tema ganhou

ênfase quando numa formação de solares da Avène® foi feita referência ao Dia do

Euromelanoma, que se assinala em maio. Considerei pertinente este tema, pois ainda há

alguma falta de cuidado com a exposição solar e uma desvalorização do autoexame da pele

e de sinais que não devem ser ignorados. Como tal, procedi à realização de um panfleto

informativo acerca deste problema de saúde. Este encontra-se disponível no anexo 6.

4.2. Objetivos

Elucidar a população acerca do melanoma;

Enfatizar a necessidade de um diagnóstico precoce;

Sensibilizar a população para a importância das medidas preventivas.

4.3. Introdução

Embora seja um dos tipos de cancro de pele menos frequentes, a incidência do

melanoma tem vindo a aumentar, emergindo cerca de cento e trinta e dois mil novos casos

por ano em todo o mundo [73]. Em Portugal, estima-se para o ano de 2015, o aparecimento

de mil novas ocorrências de melanoma [74].

Trata-se de um tumor maligno com início nos melanócitos, localizados na epiderme

e encarregues da produção de melanina. Esta, constitui o pigmento responsável pela cor da

pele. Dada a contínua produção de melanina pelos melanócitos malignos, estes tumores

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apresentam vulgarmente uma coloração escura, como castanho ou preto, contudo podem

também surgir zonas de cor branca ou rosa [75, 76].

Os melanócitos encontram-se presentes noutros locais além da epiderme, como por

exemplo no olho, trato gastrointestinal e trato urinário. Por este motivo, pode ocorrer o

desenvolvimento de melanomas não cutâneos, como o uveal, vaginal, anorretal, nasal e do

trato gastrointestinal [77].

De acordo com a progressão do tumor, existem cinco estadios que permitem a sua

classificação: nevos (sinais) melanocíticos benignos, nevos melanocíticos displásicos,

melanoma de fase de crescimento radial, melanoma de fase de crescimento vertical e

melanoma metastático. Um tumor em fase radial encontra-se ainda confinado à epiderme,

enquanto que em fase de crescimento vertical este atinge a derme e o tecido subcutâneo

[78].

Os locais mais expostos e favoráveis ao desenvolvimento do melanoma são o

tronco no homem e os membros inferiores na mulher [79].

Este tumor apresenta uma grande capacidade de formar metástases, podendo assim

alastrar a tecidos circundantes e atingir outros locais do organismo, sendo os mais

frequentes, fígado, ossos e cérebro. É, deste modo, um tumor muito agressivo e dos

cancros de pele que acarreta maior preocupação [80].

Em fase metastática, a taxa de sobrevivência a cinco anos é inferior a 15%,

contudo, uma deteção atempada do tumor culmina, na maioria dos casos na sua cura [75,

80].

4.4. Fatores de risco

A exposição à radiação ultravioleta (UV) é um fator de risco conhecido, quer esta

seja proveniente de uma fonte natural como o sol, quer seja proveniente de fontes

artificiais como solários ou lâmpadas UV. A exposição solar excessiva lesa a pele,

contudo, exposições agudas e intermitentes, particularmente durante a infância e da qual

tenham resultado queimaduras solares, com formação de bolhas e feridas potenciam o

risco de desenvolver melanoma [81, 82].

Populações caucasianas apresentam uma predisposição adicional pelo facto de

terem uma pele mais clara. Indivíduos de pele clara e com sardas, olhos claros, cabelos

claros e com maior propensão a queimar do que a bronzear (fotótipos de pele mais baixos,

como o I e o II) são mais sensíveis à exposição solar e aos seus malefícios, contudo

indivíduos com uma pele morena ou negra estão também em risco [83].

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38

Outros fatores como a idade, sexo masculino, a presença de um grande número de

sinais (superior a cinquenta), sinais de grandes dimensões e nevos displásicos,

antecedentes familiares de melanoma, antecedentes pessoais de cancro cutâneo e

debilitação do sistema imunitário encontram-se também associados ao aumento do risco

[81, 84, 85].

4.5. Rastreio

A deteção precoce constitui um importante fator na redução da morbi-mortalidade

associadas ao melanoma. Deste modo, é recomendada a realização mensal de um

autoexame da pele, preferencialmente após o duche, num local com boa iluminação,

procurando examinar todo o corpo com detalhe. O ideal é utilizar um espelho de corpo

inteiro e recorrer a um espelho de mão para melhor visualizar as áreas de maior

dificuldade. Deve estar-se atento a qualquer alteração, desde o aparecimento de novos

sinais, manchas de aspeto duvidoso, nódulos, alteração de sinais já existentes, bem como

sangramento, presença de fluídos, comichão, inflamação ou feridas que não cicatrizam [86-

88].

Para auxiliar a deteção de irregularidades foi criado o método ABCDE que avalia

os nevos quanto à assimetria, bordos, cor, diâmetro e evolução. Nevos benignos são

simétricos, com extremidades regulares, castanhos e homogéneos, com menos de seis

milímetros de diâmetro e de aspeto constante ao longo do tempo. Qualquer alteração

observada pode ser relevante [76, 89].

4.6. Medidas preventivas

A prevenção é essencial, como tal a adoção de algumas medidas, de onde se destaca

a moderação da exposição à radiação UV que é determinante para reduzir o risco de

desenvolver melanoma. Para tal, é importante utilizar um protetor solar adequado, de largo

espetro para proteger contra radiação UVA e radiação UVB e com um fator de proteção

solar (FPS) não inferior a trinta. Protetores solares com filtros minerais são recomendados

em casos de pele intolerante ou pele sensível, como a das crianças. A sua aplicação deve

ser feita trinta minutos antes da exposição solar e, para assegurar o nível de proteção

indicado, a quantidade a aplicar é de 2 mg/cm2

de pele. O protetor deve renovar-se de

forma frequente, de duas em duas horas e após sair da água. Outro procedimento

preventivo e igualmente importante consiste na exposição solar nas horas de maior

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intensidade (entre as doze e as dezasseis horas), que deve ser evitada, tal como o

bronzeamento artificial. A exposição solar deve iniciar-se de forma gradual.

A proteção das radiações UV inclui vestuário e acessórios adequados, tais como

óculos de sol, chapéus de abas largas, roupa escura, se necessário de manga comprida,

calças, entre outros.

Implementar desde cedo a educação da criança é fundamental, alertando-a

relativamente aos perigos da exposição solar e a necessidade da sua proteção [85, 90-92].

4.7. Conclusão

Embora o cancro da pele seja objeto de constante informação ao público,

nomeadamente por campanhas de sensibilização e prevenção, muitos são os indivíduos que

continuam a menosprezar o problema, adotando comportamentos de risco.

O melanoma é um problema de saúde pública de prevalência crescente, todavia, se

diagnosticado numa fase inicial apresenta uma elevada probabilidade de cura. Assim, a

intervenção dos profissionais de saúde, entre os quais o farmacêutico, é essencial para

promover um diagnóstico mais precoce e alertar o utente, reforçando quais as medidas

preventivas a adotar e quais as alterações a valorizar.

Os panfletos elaborados despertaram a atenção e o interesse no seu conteúdo por

parte do público, algo que pude constatar com base no diálogo iniciado (quer por iniciativa

própria dos utentes, quer por minha abordagem), pelo feedback positivo recebido ou pelo

simples facto de os utentes levarem consigo os panfletos. Deste modo, considero ter dado o

meu contributo para o esclarecimento do público relativamente a este assunto e desta

forma reforçar o papel da farmácia como estabelecimento de saúde voltado para a

educação do utente e promoção da sua saúde.

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importação, a exportação, a distribuição, a comercialização, a rotulagem e informação, a

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ANEXOS

Anexo 1. Definição de risco cardiovascular muito alto e risco cardiovascular alto

Segundo a Norma da Direção-Geral da Saúde Nº 005/2013 de 19 de março de

2013, são considerados utentes de risco cardiovascular muito alto, os seguintes: “Utente

portador de doença CV aterosclerótica documentada, independentemente do território

vascular afetado, como sejam, enfarte do miocárdio, síndrome coronário agudo,

revascularização coronária ou outro procedimento de revascularização arterial, acidente

vascular cerebral isquémico, doença arterial periférica; utente com diabetes tipo 2 ou tipo

1, com um ou mais fatores de risco CV e/ou lesão dos órgãos-alvo (tal como

microalbuminúria: 30-300 mg/24 horas); utente com doença renal crónica grave [taxa de

filtração glomerular (TFG) inferior a 30 ml/min/1.73 m2]; utente com avaliação SCORE

igual ou superior a 10%.” e considerados utentes de risco cardiovascular alto, os seguintes:

“Utente com fatores de risco vascular isolados, muito elevados, tais como, hipertensão

arterial grave (de grau 3) ou dislipidemia familiar; Utente com diabetes tipo 2 ou tipo 1,

mas sem outros fatores de risco CV ou lesão de órgão-alvo; utente com doença renal

crónica moderada (TFG entre 30-59 ml/min/1.73 m2); utente com avaliação SCORE igual

ou superior a 5% mas inferior a 10%.

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Anexo 2. Tabela SCORE e tabela do risco relativo

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Anexo 3. Questionário elaborado no âmbito do rastreio cardiovascular, questionários

preenchidos e compilação dos resultados dos parâmetros mensurados

Nome ___________________________________________________________________

Idade _____ anos

Sexo _______________

Como classifica a sua saúde? Boa Razoável Fraca

No último ano, quantas vezes foi ao médico? Nenhuma vez 1-3 vezes Mais de 3

vezes

Alguma vez lhe foi diagnosticado pelo médico:

Hipertensão (tensão arterial elevada) Sim Não NS/NR

Hipercolesterolemia (colesterol elevado) Sim Não NS/NR

Diabetes (níveis de açúcar no sangue elevados) Sim Não NS/NR

Com que frequência faz o controlo destes parâmetros? _____________________________

Toma alguma medicação para o sistema cardiovascular? Sim Não

Se sim:

Qual a medicação ____________________________________________________

Toma regularmente? Sim Não

Tem familiares em primeiro grau com antecedentes de doença cardiovascular?

Sim Não

Relativamente ao tabaco considera-se:

Fumador Em média, quantos cigarros fuma por dia? __________________________

Ex-fumador Há quanto tempo deixou de fumar? ______________________________

Não fumador

Quantas refeições faz por dia? ________________________________________ refeições

Com que frequência inclui frutas e legumes às refeições? ______________________ dias

Com que frequência ingere bebidas alcoólicas? __________________________________

Em média, quantas horas de atividade física pratica semanalmente? _____________ horas

Em média, quanto tempo permanece sentado diariamente? _____________________ horas

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Compilação dos resultados dos parâmetros mensurados

Utente Peso Altura IMC TG CT

Glicemia

em

jejum

PAS/PAD Perímetro

Abdominal

VA 60 1,63 22,6 100 227 83 113/67 70

MR 60 1,52 26,0 253 152 245 110/65 99

AR 49 1,62 18,7 High 159 123 151/83 68

DM 65 1,66 23,6 158 174 96 140/60 87

MO 58 1,60 22,7 170 165 92 110/51 92

AO 77 1,55 32,1 139 Low 98 111/63 105

CR 81 1,68 28,7 320 150 126 146/78 103

LR 69 1,54 29,1 130 185 88 139/69 92

IP 70 1,60 27,34 255 190 103 114/61 91

FM 50 1,59 19,8 High 151 170 109/56 80

CM 58 1,52 25,1 208 Low 92 118/70 93

CS 66 1,55 27,5 High 159 93 115/74 87

MC 73 1,58 29,24 216 185 96 106/71 96

LM 56 1,67 20,08 229 200 111 106/59 78

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Anexo 4. Apresentação em formato powerpoint sobre a Doença Venosa Crónica

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Anexo 5. Protocolos de aconselhamento sobre alergias

Rinite alérgica

Contacto

com o utente

Sintomas

Rinorreia aquosa

Congestão nasal

Prurido no nariz, olhos, ouvidos e boca

Espirros

Anosmia

Sintomas oculares lacrimejo, vermelhidão, olhos inchados

Mal estar, cefaleias, fadiga e dificuldade de concentração [61, 93]

Questões a colocar

Sintomatologia: qual, início, constância ou variação ao longo do dia e

associação com determinadas situações

Diagnóstico prévio de rinite ou asma

Existência de dificuldade respiratória e/ou falta de ar (indício de asma),

dor de ouvidos (indício de otite média), dor facial (indício de sinusite)

Histórico familiar de alergias

Medicação já tomada para aliviar os sintomas

Outras patologias e medicação [61]

Avaliação

da situação

Referenciação ao médico

Idade inferior a 12 anos

Gravidez e amamentação

Sintomatologia unilateral

Obstrução nasal na ausência de outros sintomas

Rinorreia mucopurulenta, rinorreia posterior

Dor

Epistaxis

Anosmia

Rinite severa e persistente

Suspeita de asma não diagnosticada ou não controlada

Inefetividade do tratamento [61]

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Anti-histamínicos orais H1, preferencialmente de 2ª geração

Anti-histamínicos locais H1 (intranasais, oculares)

Descongestionantes orais

Descongestionantes intranasais

Cromonas

Anticolinérgicos intranasais

Corticosteróides intranasais

Corticosteróides orais/intramusculares casos severos. Por via intramuscular não

recomendados [61, 94]

Educação do utente evitar a exposição aos alergénios e fatores desencadeantes

Medidas de controlo ambiental

Fazer inalações com água salgada ou soro fisiológico

Terapêuticas alternativas e complementares, por exemplo acupuntura [61, 95]

Tratamento farmacológico

Tratamento não farmacológico

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Conjuntivite alérgica

Contacto

com o utente

Sintomas

Prurido

Vermelhidão

Edema

Lacrimejo

Secreção aquosa

Sensação de picada

Ardência

Visão permanece inalterada

Usualmente bilateral

Comum histórico de prurido e conjuntivite prévios [96]

*

Questões a colocar

Sintomatologia: qual, início

Inflamação unilateral ou bilateral

Quantidade e tipo de secreções

Uso de lentes de contacto

Existência de dor, alterações visuais e fotofobia

Histórico de inflamação prévia

Medicação já tomada para aliviar os sintomas [96]

Avaliação

da situação

Referenciação ao médico

Dor ocular

Visão turva

Diminuição da acuidade visual

Fotofobia

Vermelhidão ocular no interior ou à volta da íris

Incapacidade em movimentar o olho

Suspeita de conjuntivite bacteriana

Inefetividade do tratamento [97]

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Tratamento farmacológico

Tratamento não farmacológico

* É essencial o diagnóstico diferencial entre a conjuntivite alérgica e conjuntivite

bacteriana, vírica e irritativa. A conjuntivite bacteriana é caracterizada pela produção de

uma secreção purulenta e abundante e uma maior dificuldade em abrir o olho (sensação de

olho “colado”). Na conjuntivite de origem vírica ocorre a produção de uma secreção

aquosa e existem lesões e edema nas pálpebras bem como nódulos pré-auriculares

palpáveis indicativos de adenopatia. A conjuntivite irritativa, que ocorre por ação de certos

irritantes como o fumo e o cloro, é caracterizada por uma maior sensação de “areia no

olho” [96, 98].

Soluções oftálmicas de conforto

Colírios anti-histamínicos

Colírios inibidores da desgranulação dos mastócitos (ácido cromoglícico)

Anti-histamínicos orais sintomatologia mais intensa

Colírios vasoconstritores evitar, podem mascarar alterações oculares graves

[97]

Lavar os olhos com água ou soro fisiológico

Aplicar compressas esterilizadas frias

Lavar as mãos frequentemente

Evitar o contacto das mãos com os olhos

Não compartilhar produtos cosméticos para os olhos, toalhas ou lenços

Trocar a fronha frequentemente

Evitar o uso de lentes de contacto

Limitar atividades ao ar livre

Manter as portas e janelas de casa fechadas

Arejar e limpar bem a casa

Minimizar o número de carpetes, tapetes e cortinas

Evitar o contacto com animais

Uso de equipamentos de ar condicionado [97]

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Dermatite alérgica

Contacto

com o utente

Sintomas

Pápulas

Eritema

Prurido

Descamação

Vesículas

Placas pruriginosas liquenificadas e fissuras podem ser indício de

dermatite alérgica crónica [65, 99]

Questões a colocar

Sintomatologia: qual, início

Atividades ocorridas nas horas precedentes ao início dos sintomas

Situações e atividades que melhorem ou piorem os sintomas

Exposição a novos químicos, cosméticos ou fármacos tópicos

Histórico clínico

Medicação já tomada para aliviar os sintomas [100]

Avaliação

da situação

Referenciação ao médico

Idade inferior a 2 anos

Sinais de infeção

Cerca de 20% da área corporal afetada ou órgãos genitais

Edema nos olhos, pálpebras ou mucosas

Edema corporal ou das extremidades

Inefetividade do tratamento [101]

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Corticosteróides tópicos

Imunomoduladores tópicos

Situações mais severas ou extensas corticosteróides sistémicos, fototerapia

(Psoralen plus ultraviolet A - PUVA) e mais raramente agente imunossupressores

podem ser indicados [102]

Identificação do alergénio

Evitar o contacto com a substância ou substâncias com as quais seja possível a

ocorrência de reatividade cruzada

Evitar coçar as lesões

Tomar duches rápidos e em água fria

Tomar banhos em óleo ou aveia coloidal

Aplicar compressas de água fria

Aplicar antipruriginosos por exemplo calamina

Aplicar emolientes e hidratantes sobre a pele hidratar a pele e repor a barreira

lipídica [99, 102]

Tratamento farmacológico

Tratamento não farmacológico

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Urticária

Contacto

com o utente

Sintomas

Pápulas palpáveis (lineares, circulares ou serpiginosas)

Eritema

Coalescência das lesões áreas eritematosas que desaparecem após

pressão

Prurido intenso

Lesões com relevo [68, 97]

Questões a colocar

Sintomatologia: início a reação, frequência e recorrência

Caracterização das lesões – forma, tamanho, distribuição

Existência de outros sintomas, angioedema

Histórico pessoal e familiar de urticária

Alergias prévias ou recorrentes

Relação com agentes físicos, exercício, alimentos

Existência de outras doenças e medicação habitual/iniciada recentemente

(particularmente aspirina, anti-inflamatórios não esteroides)

Medicação já tomada para aliviar os sintomas [68, 103]

Avaliação

da situação

Referenciação ao médico

Duração dos sintomas superior a 36-48h

Angioedema

Sintomas respiratórios, digestivos, neurológicos, gerais

Lesões de duração superior a 24-48h, com aparecimento de equimose e

pigmentação residual – diagnóstico diferencial (urticária por vasculite)

Suspeita de reação anafilática

Suspeita de associação com a toma de alguma medicamento

Inefetividade do tratamento [68, 97, 104]

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Anti-histamínicos orais anti-histamínicos H1 de 2ª geração, como a cetirizina,

loratadina ou desloratadina, por apresentarem menos efeitos anticolinérgicos, são

considerados a primeira linha de tratamento. Anti-histamínicos H1 de 1ª geração,

como a difenidramina e hidroxizina não devem ser usados em monoterapia,

contudo podem ser úteis como adjuvantes, nomeadamente em casos de

perturbações do sono devidas à sintomatologia). Anti-histamínicos H2, como a

ranitidina e famotidina, podem ser usados como adjuvantes em utentes com

urticária crónica

Evitar o uso de anti-histamínicos tópicos fotossensibilização

Em casos de urticária refratária, pode considerar-se o uso de corticosteroides [70,

97]

Evitar os fatores desencadeantes

Evitar fibras sintéticas ou que sejam apertadas

Evitar coçar as lesões

Aplicar loções antipruriginosas, por exemplo calamina

Aplicar compressas frias

Notificar o médico caso o desenvolvimento da reação tenha uma possível relação

com medicação [70, 97]

Tratamento farmacológico

Tratamento não farmacológico

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Alergias alimentares

Contacto

com o utente

Sintomas

Semelhantes aos ocorridos numa reação anafilática

Dermatológicos e oculares urticária, rubor, prurido, angioedema,

exantema, inchaço

Respiratórios congestão nasal, rinorreia, espirros, coriza, dispneia, falta

de ar, tosse, rouquidão, disfonia, aperto na garganta, aperto no peito, edema

da laringe, retrações intercostais

Cardiovasculares tonturas, sensação de fraqueza, desmaio, dor no peito,

palpitações, taquicardia, bradicardia (menos frequente), arritmias,

Gastrointestinais disfagia, náuseas, vómitos, diarreia, cólicas,

angioedema da língua, palato e lábios, língua inchada, refluxo

Neurológicos cefaleias, tonturas, visão turva, apreensão, sensação de

morte iminente

Outros paladar metálico, cólicas e hemorragias uterinas [71, 72]

Questões a colocar

Histórico completo registar quais os alimentos ingeridos pelo utente e

procurar determinar qual o ingrediente/alimento suspeito pela reação

alérgica

Sintomatologia: qual, quanto tempo decorreu desde o início da alergia,

gravidade

Modo de preparo do alimento e via de administração

Reação mais recente: qual, há quanto tempo surgiu

Histórico pessoal e familiar de alergias e intolerâncias

Fatores que possam potenciar a reação alérgica: fármacos, alimentos, estilo

de vida

Medicação já tomada para aliviar os sintomas [72]

Avaliação

da situação

Referenciação ao médico

Na presença de sintomatologia reencaminhar ao médico

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Anti-histamínicos considerados a base do tratamento e controlo dos sintomas em

casos de reação alérgica não severa.

Caso se desenvolva uma reação anafilática, adrenalina em forma injetável é

considerado o tratamento de emergência.

Pode ser necessária a administração de outros fármacos, por exemplo em casos em

que a restrição do alergénio seja complicada ou origine carências nutricionais [71]

Evitar a ingestão do alergénio, restringindo-o da dieta normal

Educação do utente aprendizagem de rótulos alimentares, permitindo a

identificação do alergénio em determinado alimento;

Restringir apenas os alimentos confirmados como provocatórios de reação alérgica,

não ignorando fontes de contacto alternativas (por exemplo, cosméticos e

medicamentos)

Considerar a existência de vias de contacto alternativas (por exemplo, por inalação

ou cutânea)

Antecipar potenciais fenómenos de reatividade cruzada

Prever a ocorrência de situações propícias a um contacto acidental ou descuidado

[72]

Tratamento farmacológico

Tratamento não farmacológico

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Anexo 6. Panfleto informativo sobre o melanoma

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