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ÍNDICE
Módulo III – A Comunicação Não Verbal 3
Objetivos Pedagógicos 3
Conteúdos Programáticos 3
1. Componente Vocal 4
1.1 A Respiração 5
1.2 A Articulação 5
1.3 A Intensidade 6
1.4 A Entoação 6
1.5 O Ritmo 7
2. Linguagem Não Verbal 8
2.1 Postura 8
2.2 Olhar 9
2.3 Gestos 10
2.4 Expressão Facial 11
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Módulo III – A Comunicação Não Verbal
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS
No final deste módulo deverá ser capaz de:
• Avaliar o impacto da comunicação não verbal nas apresentações orais;
• Identificar os principais cuidados a ter com a colocação e projeção da voz;
• Reconhecer as regras para uma correta articulação e entoação das palavras;
• Reconhecer o impacto dos gestos, da postura e do olhar na comunicação.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
• Impacto da comunicação não verbal, nos vários domínios:
- Vocal
- Gestual
• Regras de colocação e projeção da voz;
• Técnica para correta articulação e entoação das palavras;
• Cuidados com a postura, gestos e expressão facial.
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1. COMPONENTE VOCAL
A componente vocal é determinante no
sucesso de uma apresentação. É a voz
que vai levar a mensagem aos ouvintes,
despertar o seu interesse e motivação,
estimular a curiosidade, chamar a
atenção ou, pelo contrário, empurrá-los
para a sonolência.
Tirar partido de todas as potencialidades da nossa voz, é uma das regras de ouro para
ser bem sucedido.
Em primeiro lugar, uma postura correta (ombros e
cabeça levantados, olhando em frente), desde logo
contribuirá para uma melhor colocação da voz, pelo
facto das cordas vocais localizadas na laringe se
encontrarem livres de qualquer pressão, permitindo que
o som saia sem esforço adicional.
É também importante saber que a palavra está
intimamente ligada com a respiração: é durante o
movimento da expiração que, passando pela laringe, o
sopro pulmonar é sonorizado, dando origem à voz. É
depois, ao nível da faringe e dos órgãos da boca
(palatino, língua e lábios), que a voz é articulada e se torna palavra.
Qual a importância de tudo isto na vocalização?
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1.1 A RESPIRAÇÃO
A forma como se respira é determinante na componente vocal. Naturalmente que o
nervosismo por vezes torna-se um incómodo, porque passamos apenas a respirar com a
parte superior dos pulmões, daí a importância de fazermos alguns exercícios de
respiração abdominal (ver módulo I, técnicas de respiração). Quando há respiração
descontraída o ar enche os pulmões na altura da inspiração, e isso constitui uma reserva
para as palavras que proferimos. Uma respiração ampla permite armazenar muito ar, o
que é um trunfo importante para a projeção da voz. A correta postura contribui também
em larga medida para se respirar adequadamente (ver ponto 2.1, relativo à postura
corporal).
1.2 A ARTICULAÇÃO
Também frequentemente designada por dicção, a articulação diz respeito à forma de
dizer as palavras, isto é, o ato de pronunciar os sons, as sílabas, as palavras,
destacando-as.
Imaginemos que se está a preparar para uma comunicação, ou a preparar-se para a
preparar, talvez não esteja minimamente interessado em conhecer pormenores
excessivos do campo da fonética (ramo da linguística que se ocupa da articulação), por
isso referiremos apenas alguns dos aspetos mais importantes para se conseguir uma
boa técnica vocal.
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• As consoantes são os pontos de apoio em que se baseia uma boa articulação;
• Projete a sua voz, imaginando que alguém se encontra no fim da sala, não
aumentando o volume da voz, mas abrindo ligeiramente mais os maxilares;
• Aproveite as sequências de inspiração vs expiração para dar mais ênfase a
determinadas palavras da mensagem;
• Não deixe “cair” os finais de frases, dê-lhes ênfase em especial;
• Para corrigir tendências prejudiciais, treine-se a ler em voz alta, procurando
pronunciar todas as sílabas, abrindo bem os maxilares;
• Com este treino, verificará a necessidade de falar pausadamente.
1.3 A INTENSIDADE
A intensidade da voz é a força, a potência com que se fala; pode ter tendência para falar
alto ou baixo masm, seja como for, deve adaptar a intensidade da sua voz ao volume do
espaço em que se encontra. No caso de ser necessário, poderá utilizar um microfone,
de preferência de lapela, pois são os que têm maior definição e avariam com menos
frequência. Se puder antecipadamente visitar a sala onde vai fazer a sua comunicação,
treine este aspeto, ficará assim a saber a intensidade com que tem de projetar a sua voz
para se fazer ouvir por todos de forma percetível.
1.4 A ENTOAÇÃO
A entoação é o movimento melódico da voz
caracterizado pelas variações de altura da
mesma.
Numa frase interrogativa, a entoação sobe:
“Estão a ouvir-me?”
Ao contrário, numa frase afirmativa, a voz tem
tendência para baixar no fim: “Vamos terminar por aqui.”
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Para cativar e entusiasmar a assistência é fundamental jogar com vários tipos de
entoações. Por exemplo, se quiser chamar a atenção para um aspeto ou ideia principal,
suba de tom, caso queira criar um clima de cumplicidade ou mistério, baixe o tom, como
que falando em segredo com cada uma das pessoas que está no público.
1.5 O RÍTMO
O ritmo é a velocidade com que nos
exprimimos. Certas pessoas falam
depressa, outras lentamente.
É preciso encontrar o ritmo certo para
cada um de nós. Se falar depressa
demais, terá maior dificuldade em ser
compreendido e poderá até dar a ideia
que está com pressa, com vontade de
“fugir” dali, ou pouco interessado na
audiência.
Pelo contrário, se falar lentamente em
demasia, poderá parecer falta de entusiasmo e convicção. Pode até ter o efeito de
“adormecer” o público.
Em resumo, eis algumas regras básicas relativamente à colocação da voz:
• Respiração ampla e profunda
• Boa articulação
• Intensidade adequada ao espaço
• Entoações variadas e significativas
• Ritmo controlado
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2. LINGUAGEM NÃO VERBAL
Conhece aquela frase que diz, “Não podemos não comunicar
não verbalmente”, isto é, quer queiramos ou não, mesmo
quando estamos em silêncio, estamos a comunicar. A nossa
postura, a nossa forma de vestir, os nossos gestos e até a
distância a que nos encontramos dos outros, são formas de
comunicar sem palavras.
Sabia que foram feitos alguns estudos pela Kodak, de forma
a perceber a importância atribuída a cada uma das
componentes da comunicação?
Os resultados são surpreendentes: quando colocados numa
situação de face a face pela primeira vez, e para a formação da imagem dessa pessoa,
a componente física, ou seja, a postura, a forma de vestir, o aspeto físico em geral, são
determinantes, cerca de 55%, seguindo-se 38% para a componente vocal e, finalmente,
apenas 7% para as palavras proferidas. Tem que se lhe diga, não é verdade?
Lembre-se por isso destes números quando estiver a preparar a sua comunicação e dê
uma particular atenção à sua aparência física, aos gestos e à sua voz. A forma de
transmitir uma mensagem é tão importante como a própria mensagem.
2.1 POSTURA
Qual a posição mais conveniente durante o discurso? Sentado ou de pé?
Isso depende de cada pessoa e da forma como ela se sentir mais à vontade, mas deve
lembrar-se que se permanecer de pé envolve mais a audiência. Há pessoas a quem
agrada mover-se perante o público, para cativá-lo ou para conseguir um determinado
efeito. Quando estiver de pé, dê particular atenção à sua postura, não podemos
esquecer que apenas um tronco bem firme, com os ombros levantados e o pescoço
erguido, permite uma boa saída para o ar e por isso uma boa projeção da voz.
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Na verdade, não existem regras rígidas no que refere a estes aspetos. Correndo o risco
de repetir um “chavão”, o importante é que se sinta à vontade no seu corpo enquanto
dura a sua intervenção. Para além deste aspeto, não podemos esquecer que a postura
ideal é aquela que respeita as leis da gravidade, concentrando o peso da cabeça, tronco
e braços no plano ósseo sacro-ilíaco. O alinhamento corporal deve ser estável, mas não
estático, dinâmico e não fixo.
Se sentir necessidade de se movimentar, faça-o, evitando contudo as seguintes
situações:
• Balançar o corpo para os lados ou para trás
• Fazer gestos repetitivos sem qualquer significado
• Meter as mãos nos bolsos
2.2 OLHAR
Além disso, estar de pé permite o contacto visual
com o público. Para muitas pessoas, esta é uma
das grandes dificuldades de falar em público: o
olhar nos olhos dos participantes e, como forma de
o evitar, procuram um ponto no infinito (no fim do
anfiteatro ou na porta da saída), outros refugiam-se
no papel à sua frente. Quais os resultados deste
tipo de estratégia de fuga? Não há público que
aguente e o fracasso é quase sempre garantido.
Quando nos encontramos num grande auditório, isto é mais fácil de conseguir, dado que
até podemos fixar pontos entre as pessoas, olhar para o cimo das cabeças, evitando
assim o contacto ocular fixo. Numa sala de pequena dimensão, quando se fala para um
grupo mais restrito, esta pode ser uma dificuldade acrescida. Devemos resistir também à
tentação de olhar apenas para uma ou duas pessoas conhecidas, ou para aquela
senhora que está sempre a dizer que sim com a cabeça, dado que podemos irritar a
restante assistência.
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O contacto visual com o público tem uma importância crucial no estabelecimento da
relação com a audiência, por isso é fundamental manter o olhar dirigido para ela,
distribuindo-o por todo o público. Já agora, aproveite estes momentos para “ler” os
rostos dos espectadores e faça também uma avaliação do feedback, através de
movimentos coletivos típicos - acenos de cabeça, cruzar de pernas, tomar notas, coçar a
cabeça, mexer nos papéis, podem ser sinais de motivação ou de desinteresse. Procure
perceber o que eles estão a sentir e, se for caso disso, faça apelo à sua capacidade de
motivação e animação. Não pode é permitir que o seu público se desinteresse do que
lhe está a comunicar.
O sucesso da sua apresentação mede-se em função do interesse revelado pelo público.
2.3 GESTOS
No que se refere aos gestos e movimentos
com as mãos, existem vários autores que
são apologistas de que os gestos podem
funcionar como um fator distrativo e, por isso
mesmo, as mãos devem ser mantidas junto
ao corpo, ou em cima do púlpito. Será
humanamente possível eliminar os nossos
gestos naturais? Na nossa perspetiva, os
gestos das mãos podem facilitar a
compreensão da mensagem, as mãos devem ter vida. Não as impeça de viver.
Naturalmente poderá apoiá-las, caso exista um púlpito, ou, porque não, manejar uma
esferográfica ou um apontador. O importante é que se trate de um gesto natural e não
rígido ou excessivo.
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2.4 EXPRESSÃO FACIAL
A expressão gestual pode, e deve, acompanhar a
expressão oral, sublinhando e reforçando as suas
afirmações.
A expressão facial deve ajustar-se ao assunto do
qual se está falar. Por exemplo, se pretende fazer
rir o público, a expressão deve conter o sentido
irónico do que estamos a referir.
Em resumo, no que se refere à comunicação não verbal:
• Utilize os olhos para estabelecer contacto visual com a audiência, para estabelecer
interação, mostrando permanentemente o interesse que tem em captar a sua atenção;
• Procure manter-se de pé, porque favorece o contacto visual, dá uma imagem de
segurança e convicção e permite uma melhor vocalização;
• Utilize as mãos, fazendo gestos e movimentos que estejam de acordo com a
mensagem e facilitem a sua compreensão;
• Mantenha uma expressão facial simpática mas adequada aos sentimentos que
pretende transmitir;
• Não esqueça que a forma de transmitir a mensagem é tão importante como a
mensagem em si própria.