exercÍcios bloco 2 -...

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BLOCO 2 A NARRATIVA EXERCÍCIOS 1. Assinala com V (verdadeiro) ou F (falso) cada uma das seguintes afirmações: a. Sabe-se que Camões nasceu por volta de 1524. b. Os Cantos de Os Lusíadas possuem um número fixo de estâncias. c. O poeta, Luís de Camões, é o único narrador d’ Os Lusíadas. d. Os versos d’ Os Lusíadas são decassílabos. e. Para além d’ Os Lusíadas, Camões escreveu poemas líricos e peças de teatro. f. O escritor grego Homero é o autor de duas epopeias: Ilíada e Odisseia. g. No Renascimento, Deus era o centro do Universo. h. A narração d’ Os Lusíadas inicia-se in media res. i. A Proposição, Invocação e Dedicatória ocupam as 16 estâncias iniciais d’ Os Lusíadas. j. Os Portugueses são ajudados apenas pela deusa Vénus. k. A Armada de Vasco da Gama é bem recebida em Mombaça. l. Vasco da Gama conta ao rei a História de Portugal e a viagem até Me- linde. m. Durante a viagem, os Portugueses depararam-se apenas com um obs- táculo – o Adamastor. n. A Ilha dos Amores é uma recompensa dada por Vénus aos marinheiros portugueses. Canto I, est. 1-3 1. Lê estas três estâncias, que constituem a Proposição d’ Os Lusíadas: 1 As armas e os barões assinalados, Que da ocidental praia Lusitana, Por mares nunca dantes navegados, Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados, Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; 51

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BLOCO 2 A NARRATIVAEXERCÍCIOS

1. Assinala com V (verdadeiro) ou F (falso) cada uma das seguintes afirmações:

a. Sabe-se que Camões nasceu por volta de 1524.

b. Os Cantos de Os Lusíadas possuem um número fixo de estâncias.

c. O poeta, Luís de Camões, é o único narrador d’ Os Lusíadas.

d. Os versos d’ Os Lusíadas são decassílabos.

e. Para além d’ Os Lusíadas, Camões escreveu poemas líricos e peças deteatro.

f. O escritor grego Homero é o autor de duas epopeias: Ilíada e Odisseia.

g. No Renascimento, Deus era o centro do Universo.

h. A narração d’ Os Lusíadas inicia-se in media res.

i. A Proposição, Invocação e Dedicatória ocupam as 16 estâncias iniciaisd’ Os Lusíadas.

j. Os Portugueses são ajudados apenas pela deusa Vénus.

k. A Armada de Vasco da Gama é bem recebida em Mombaça.

l. Vasco da Gama conta ao rei a História de Portugal e a viagem até Me-linde.

m. Durante a viagem, os Portugueses depararam-se apenas com um obs-táculo – o Adamastor.

n. A Ilha dos Amores é uma recompensa dada por Vénus aos marinheirosportugueses.

Canto I, est. 1-3

1. Lê estas três estâncias, que constituem a Proposição d’ Os Lusíadas:

1

As armas e os barões assinalados,

Que da ocidental praia Lusitana,

Por mares nunca dantes navegados,

Passaram ainda além da Taprobana,

Em perigos e guerras esforçados,

Mais do que prometia a força humana,

E entre gente remota edificaram

Novo Reino, que tanto sublimaram;51

52

2

E também as memórias gloriosas

Daqueles Reis, que foram dilatando

A Fé, o Império, e as terras viciosas

De África e de Ásia andaram devastando;

E aqueles, que por obras valerosas

Se vão da lei da Morte libertando;

Cantando espalharei por toda parte,

Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

3

Cessem do sábio Grego e do Troiano

As navegações grandes que fizeram;

Cale-se de Alexandroe de Trajano

A fama das vitórias que tiveram;

Que eu canto o peito ilustre Lusitano,

A quem Neptuno e Marte obedeceram:

Cesse tudo o que a Musa antiga canta,

Que outro valor mais alto se alevanta.

2. Na Proposição estão presentes os quatro planos narrativos d’ Os Lusíadas.Transcreve do texto expressões exemplificativas e regista-as no quadro:

3. Indica qual é a função destas três estâncias.

Planos Expressões do texto

Viagem

Deuses

História de Portugal

Intervenções do poeta

53

4. «Cantando espalharei por toda a parte»: explicita qual o destino que o poetadeseja para o seu poema.

5. Na estância 3, o herói d’ Os Lusíadas é comparado com nomes da Antiguidade.Indica o objetivo desta comparação.

6. Identifica e transcreve do texto exemplos dos seguintes recursos expressivos:hipérbole, sinédoque e hipérbato.

Canto I, est. 4-5

1. Lê, agora, estas duas estâncias que correspondem à Invocação:

4

E vós, Tágides minhas, pois criado

Tendes em mi um novo engenho ardente,

Se sempre, em verso humilde, celebrado

Foi de mi vosso rio alegremente,

Dai-me agora um som alto e sublimado,

Um estilo grandíloco e corrente,

Por que de vossas águas Febo ordene

Que não tenham enveja às de Hipocrene.

5

Dai-me ~ua fúria grande e sonorosa,

E não de agreste avena ou frauta ruda,

Mas de tuba canora e belicosa,

Que o peito acende e a cor ao gesto muda.

Dai-me igual canto aos feitos da famosa

Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;

Que se espalhe e se cante no Universo,

Se tão sublime preço cabe em verso.

2. Identifica o destinatário da Invocação.

54

3. Identifica o modo em que se encontra a forma verbal «Dai-me» e justifica o seuuso, repetido ao longo das duas estâncias.

4. Refere os efeitos que a poesia épica provoca naqueles que a ouvem.

5. Explicita a intenção do poeta ao comparar o som da poesia lírica a uma flauta e oda poesia épica a uma tuba.

Canto I, est. 19-41

1. Completa o texto sobre o Consílio dos Deuses com as palavras apresentadas.

O Consílio dos Deuses é um episódio da obra Os Lusíadas, de __________________, que pertence ao __________________. Nas 22 estâncias que com-põem o episódio, o narrador – o próprio poeta - dá conta do que aconteceuna reunião convocada por __________________, o pai dos deuses, por inter-médio de Mercúrio, o __________________ dos deuses.

No monte __________________, Júpiter, sublime e dino, está sentado numassento de __________________ e tem uma coroa e um __________________.Dirige-se aos deuses com um tom de voz grave e __________________ e elogiaos __________________, afirmando que estes devem ser ajudados durante aviagem __________________.

Baco, o deus do __________________ e da vinha, não concorda com Júpi-ter, pois tem medo de perder privilégios no __________________, depois dachegada dos Portugueses. Vénus, a deusa do __________________, toma o par-tido dos Lusitanos e é apoiada por __________________, o deus da guerra.

Marte pede a Júpiter que não oiça as razões de __________________, nemvolte atrás na decisão que já tomara.

Canto I Júpiter Luís de Camões Baco Cetro

Vinho Portugueses Olimpo Mensageiro Estrelas

Horrendo Oriente Marte Amor Marítima

55

2. Lê com atenção o seguinte excerto do Consílio dos Deuses:

36

Mas Marte, que da Deusa sustentava

Entre todos as partes em porfia,

Ou porque o amor antigo o obrigava,

Ou porque a gente forte o merecia,

De entre os Deuses em pé se levantava

(Merencório10 no gesto parecia),

O forte escudo, ao colo pendurado,

Deitando para trás, medonho e irado;

37

A viseira do elmo de diamante

Alevantando um pouco, mui seguro,

Por dar seu parecer se pôs diante

De Júpiter, armado, forte e duro;

E, dando uma pancada penetrante,

C’o conto11 do bastão, no sólio puro,

O Céu tremeu, e Apolo, de torvado,

Um pouco a luz perdeu, como enfiado;

3. «Entre todas as partes em porfia» – a que «as partes em porfia» se refere esteexcerto?

4. Explica, por palavras tuas, as duas razões que, segundo o narrador, podem levarMarte a apoiar Vénus e os Portugueses.

5. Procede ao levantamento dos adjetivos que melhor caracterizam Marte.

6. Transcreve os versos que mostram o poder que este deus exerce sobre forçasda natureza.

6.1 Identifica a figura de estilo utilizada.

10 Merencório: aborrecido.11 Conto: extremidade.

56

Canto III, est. 118-137

1. Lê atentamente as seguintes estâncias, retiradas do episódio de Inês de Castro:

125

Para o Céu cristalino alevantando

Com lágrimas os olhos piedosos,

(Os olhos, porque as mãos lhe estava atando

Um dos duros ministros rigorosos),

E despois nos meninos atentando,

Que tão queridos tinha e tão mimosos,

Cuja orfandade como mãe temia,

Para o avô cruel assi dizia:

126

– Se já nas brutas feras, cuja mente

Natura fez cruel de nascimento,

E nas aves agrestes, que somente

Nas rapinas aéreas tem o intento,

Com pequenas crianças viu a gente

Terem tão piedoso sentimento,

Como co’ a mãe de Nino já mostraram,

E co’ os irmãos que Roma edificaram,

127

– Ó tu, que tens de humano o gesto e o peito

(Se de humano é matar ~ua donzela

Fraca e sem força, só por ter sujeito

O coração a quem soube vencê-la),

A estas criancinhas tem respeito,

Pois o não tens à morte escura dela;

Mova-te a piedade sua e minha,

Pois te não move a culpa que não tinha.

57

128

– E se, vencendo a maura resistência,

A morte sabes dar com fogo e ferro,

Sabe também dar vida com clemência

A quem para perdê-la não fez erro.

Mas, se to assi merece esta inocência,

Põe-me em perpétuo e mísero desterro,

Na Cítia fria ou lá na Líbia ardente,

Onde em lágrimas viva eternamente.

129

Põe-me onde se use toda a feridade,

Entre leões e tigres, e verei

Se neles achar posso a piedade

Que entre peitos humanos não achei.

Ali, co’ o Amor intrínseco e vontade

Naquele por quem morro, criarei

Estas relíquias suas, que aqui viste,

Que refrigério sejam da mãe triste.

2. Retira do texto exemplos que comprovem as afirmações que se seguem.

3. Indica a intenção com que D. Inês se dirige a Afonso IV.

3.1 Faz o levantamento dos argumentos utilizados por D. Inês para demover o rei.

3.2 Caracteriza D. Inês, com base nas palavras que ela dirige ao rei.

Afirmações Passagens do texto

a. Antes de iniciar o seu discurso, D. Inês de Castroestá visivelmente emocionada.

b. D. Inês temia pelo destino dos filhos.

c. As palavras de D. Inês são dirigidas a Afonso IV, paide D. Pedro.

d. A bondade de Afonso IV é posta em causa.

e. Inês de Castro põe a hipótese de os animais seremmais piedosos do que os homens.

58

4. Identifica, nos excertos retirados do episódio de Inês de Castro, os recursosexpressivos e os respetivos valores expressivos e completa o quadro.

Canto IV, est. 83-93

1. Relê o episódio das Despedidas em Belém e assinala as afirmações verdadeiras(V) e as falsas (F).

Estâncias 84-86

a. A expressão «onde o licor mistura a branca areia / Co’ o salgado Neptunoo doce Tejo» (est. 84) situa o porto de Lisboa no estuário do Tejo.

b. Na expressão «as naus prestes estão», existe um hipérbato.

c. Vasco da Gama teme que o medo impeça os seus marinheiros de embarcar.

d. O tempo não está de feição para a partida das naus.

e. As naus têm as bandeiras hasteadas.

f. Os marinheiros nunca pensaram na morte.

Estâncias 87-93

g. Vasco da Gama dirige-se ao rei D. Manuel I.

h. O capitão, Vasco da Gama, nunca sentiu medo ou emoção.

i. Apenas os familiares dos marinheiros se encontravam no porto.

j. As mães e as esposas dirigem-se aos filhos e maridos que partem.

k. Os marinheiros evitam olhar para os familiares, pois a emoção pode-ria fazê-los mudar de ideias.

l. Vasco da Gama determina o embarque, evitando que as despedidasse prolongassem.

Recursosexpressivos

Valorexpressivo

Tu, só tu, puro Amor, com força crua, / Que os cora-ções humanos tanto obriga, / Deste causa à molestamorte sua, C. III, 119, vv. 1-4

Que do sepulcro os homens desenterra, C. III, 118, v. 6

De teus anos colhendo doce fruto, C. III, 120, v. 2

(Bem como paciente e mansa ovelha), C. III, 131, v. 6

Secas do rosto as rosas, C. III, 134, v. 7

De latrocínios, mortes e adultérios, C. III, 137, v. 2

Naquele por quem morro, criarei, C. III, 129, v. 7

59

2. Lê atentamente as seguintes estâncias:

88

A gente da cidade, aquele dia

(Uns por amigos, outros por parentes,

Outros por ver somente), concorria,

Saudosos na vista e descontentes.

E nós, co’a virtuosa companhia

De mil religiosos diligentes,

Em procissão solene, a Deus orando,

Para os batéis viemos caminhando.

89

Em tão longo caminho e duvidoso

Por perdidos as gentes nos julgavam,

As mulheres c’um choro piedoso,

Os homens com suspiros que arrancavam.

Mães, esposas, irmãs, que o temeroso

Amor mais desconfia, acrescentavam

A desesperação e frio medo

De já não nos tornar a ver tão cedo.

2.1 Como sabes, as despedidas em Belém iniciam a narração da viagem da arma-da de Vasco da Gama para a Índia. Retira do texto todas as marcas de um dis-curso de 1.ª pessoa e justifica o seu uso.

2.2 A quem se dirige o narrador?

3. Qual a razão de apenas agora, no final do Canto IV, ser contado o início da viagem?

4. Interpreta o valor expressivo da anáfora «outros por» / «outros por» (88, vv. 2-3).

5. Refere as razões que levaram «a gente da cidade» a dirigir-se ao cais da partidadas naus.

6. Indica os sentimentos partilhados por aqueles que ficam.

60

Canto V, est. 37-60

1. Lê as seguintes estâncias do episódio do gigante Adamastor:

37

Porém já cinco sóis eram passados

Que dali nos partíramos, cortando

Os mares nunca de outrem navegados,

Prosperamente os ventos assoprando,

Quando ~ua noute, estando descuidados,

Na cortadora proa vigiando,~ua nuvem que os ares escurece,

Sobre nossas cabeças aparece.

38

Tão temerosa vinha e carregada,

Que pôs nos corações um grande medo;

Bramindo, o negro mar de longe brada,

Como se desse em vão nalgum rochedo.

- «Ó Potestade (disse) sublimada:

Que ameaço divino ou que segredo

Este clima e este mar nos apresenta,

Que mor cousa parece que tormenta?»

39

Não acabava, quando ~ua figura

Se nos mostra no ar, robusta e válida,

De disforme e grandíssima estatura;

O rosto carregado, a barba esquálida,

Os olhos encovados, e a postura

Medonha e má e a cor terrena e pálida;

Cheios de terra e crespos os cabelos,

A boca negra, os dentes amarelos.

61

40

Tão grande era de membros que bem posso

Certificar-te que este era o segundo

De Rodes estranhíssimo Colosso,

Que um dos sete milagres foi do mundo.

Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso,

Que pareceu sair do mar profundo.

Arrepiam-se as carnes e o cabelo,

A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo!

2. Transcreve da estância 37:

a. Duas referências temporais: _________________________________________________________________________________

b. Duas referências espaciais: ___________________________________________________________________________________

3. Aponta as alterações meteorológicas que antecedem o aparecimento do giganteAdamastor e o seu efeito junto dos marinheiros.

4. Quem se dirige à «Potestade sublimada» (est. 38)? Com que intenção?

5. Completa o quadro com as características físicas do gigante Adamastor referi-das na estância 39:

Elementos Características

Figura Robusta e válida

62

6. Refere os aspetos caracterizados na estância 40.

6.1 Identifica os recursos expressivos utilizados nessa caracterização e explica oseu valor expressivo.

7. Indica de que forma este episódio é importante para valorizar as ações do heróid’ Os Lusíadas – o povo português.

Canto VI, est. 70-93

1. Lê atentamente o seguinte excerto, retirado do episódio d’ A Tempestade.

70Mas, neste passo, assim prontos estandoEis o mestre, que olhando os ares anda,O apito toca: acordam despertandoOs marinheiros d~ua e doutra banda;E, porque o vento vinha refrescando,Os traquetes das gáveas tomar manda:– «Alerta – disse, estai, que o vento creceDaquela nuvem negra que aparece!»

71Não eram os traquetes bem tomados,Quando dá a grande e súbita procela– «Amaina, disse o mestre a grandes brados -,Amaina – disse - amaina a grande vela!»Não esperam os ventos indignadosQue amainassem, mas juntos dando nela,Em pedaços a fazem, c’ um ruídoQue o Mundo pareceu ser destruído.

63

72O céu fere com gritos nisto a gente,C’ um súbito temor e desacordo,Que, no romper da vela, a nau pendenteToma grão soma de água pelo bordo.– «Alija - disse o mestre rijamente -,Alija tudo ao mar! Não falte acordo!Vão outros dar à bomba, não cessando!À bomba, que nos imos alagando!»

73Correm logo os soldados animososA dar à bomba, e, tanto que chegaram,Os balanços, que os mares temerososDeram à nau, num bordo os derribaram.Três marinheiros, duros e forçosos,A menear o leme não bastaram;Talhas lhe punham d~ua e doutra parte,Sem aproveitar dos homens força e arte.

74Os ventos eram tais que não puderamMostrar mais força de ímpeto cruel,Se para derribar então vieramA fortíssima torre de Babel.Nos altíssimos mares, que creceram,A pequena grandura dum batelMostra a possante nau, que move espanto,Vendo que se sustém nas ondas tanto.

75A nau grande, em que vai Paulo da Gama,Quebrado leva o mastro pelo meio,Quase toda alagada; a gente chamaAquele que a salvar o mundo veio.Não menos gritos vãos ao ar derramaToda a nau de Coelho, com receio,Conquanto teve o mestre tanto tento,Que primeiro amainou que desse o vento.

64

2. No momento em que os homens estavam prontos para ouvir a história de Veloso,«o apito toca» (est. 70).

2.1 Indica a razão desse alarme.

2.2 Refere as medidas imediatamente tomadas.

3. De repente, a tempestade cai sobre os homens e as naus. Ordena cronologicamente as ações que se seguiram:

a. O vento destrói o mastro da nau de Paulo da Gama.

b. As velas grandes são recolhidas.

c. Os marinheiros tentam, em vão, segurar o leme com cordas.

d. As ondas aumentam de tamanho e ninguém entende como uma nau tão peque-na se aguenta.

e. Os terríveis ventos desfazem a vela grande e a nau enche-se de água.

f. Ouvem-se os gritos dos marinheiros da nau de Nicolau Coelho.

g. Os homens recebem ordens para atirarem a carga ao mar e retirarem a águacom bombas.

h. Os homens são atirados para um dos lados da nau.

4. Faz o levantamento de todas as palavras e expressões que destaquem a violên-cia da tempestade.

5. Retira do texto um exemplo para cada um dos seguintes recursos expressivos:

Hipérbato

Personificação

Hipérbole

Perífrase

65

6. Preenche o seguinte crucigrama:

Canto IX, est. 19-21

1. Lê atentamente o seguinte excerto, relativo à determinação de Vénus, no Canto IX.

18Porém a Deusa Cípria, que ordenadaEra, pera favor dos Lusitanos,Do Padre Eterno, e por bom génio dada,Que sempre os guia já de longos anos,A glória por trabalhos alcançada,Satisfação de bem sofridos danos,Lhe andava já ordenando, e pretendiaDar-lhe nos mares tristes alegria,

19Despois de ter um pouco revolvidoNa mente o largo mar que navegaram,Os trabalhos que pelo Deus nascidoNas Amphioneas Thebas se causaram,Já trazia de longe no sentido,Pera prémio de quanto mal passaram,Buscar-lhe algum deleite, algum descanso,No Reino de cristal, líquido e manso;

4

9

1

3

2

6

87

5

Horizontais: 2. vento norte; 5. advérbio demodo que indica a rapidez com que as Ninfasacalmavam os ventos; 7. tema a que se referemas estâncias 89 a 91; 8. Vénus e os ventos esta-beleceram um; 9. Primeiro adjetivo que Oritiautiliza para caracterizar Bóreas.

Verticais: 1. nome da Ninfa que se dirigeao Vento Sul; 3. recurso expressivo quetraduz a intensidade do amor de Notopor Galateia (est. 90, v. 6); 4. a quem serefere a expressão «Outros amores»(est. 91); vertical; 6. recurso expressivopresente no verso 8 da estância 89.

66

20Algum repouso em fim, com que pudesseRefocilar a lassa humanidadeDos navegantes seus, como interesseDo trabalho que incurta a breve idade.Parece-lhe razão que conta desseA seu filho, por cuja potestadeOs Deuses faz descer ao vil terrenoE os humanos subir ao céu sereno.

21Isto bem revolvido, determinaDe ter-lhe aparelhada, lá no meioDas águas, alg~ua insula divina,Ornada de esmaltado e verde arreio;Que muitas tem no reino que confinaDa primeira c’o terreno seio,Afora as que possui soberanasPera dentro das portas Herculanas.

2. Para responderes a cada item, seleciona a opção que permite obter uma afirma-ção adequada ao sentido do texto.

2.1 A expressão «Porém», no início da estância 18, introduz

a. uma oposição, que indicia uma alteração no rumo da viagem dos portugueses.

b. uma alternativa em relação à viagem de regresso.

c. uma condição para que se concretize a viagem de regresso.

d. uma consequência da decisão dos deuses.

2.2 O principal objetivo de Vénus era

a. guiar os portugueses até à pátria.

b. recompensar os lusitanos.

c. obedecer ao pai dos deuses.

d. agradar ao seu filho Cupido.

2.3 A decisão de Vénus relativamente aos portugueses fora uma ideia

a. ponderada e refletida.

b. impulsiva a imediata.

c. ponderada e recente.

d. imprevisível e emotiva.

67

2.4 A palavra com o significado que mais se aproxima do nome «danos» (est. 18, v. 6) é

a. proveitos.

b. obstáculos.

c. dificuldades.

d. provações.

3. Explicita a ordem dada por Júpiter a Vénus.

4. Indica duas das razões que levaram Vénus a querer proporcionar uma alegria aosnavegantes portugueses.

5. Relê as estâncias 20 e 21.Identifica o prémio preparado por Vénus e explicita os objetivos da Deusa aoexecutar o seu plano.

6. Elabora uma paráfrase dos versos 5 a 8 da estância 20, ou seja, reescreve-os porpalavras tuas.

7. Identifica os recursos expressivos presentes nas seguintes passagens:

a. «Do Padre Eterno, e por bom génio dada»;

b. «Dar-lhe nos mares tristes alegria»;

c. «No Reino de cristal, líquido e manso».

Canto IX, est. 78-81

1. Lê atentamente o seguinte excerto, relativo ao episódio de Leonardo, no Canto IX.

75Leonardo, soldado bem desposto,Manhoso, cavaleiro e namorado,A quem Amor não dera um só desgostoMas sempre fora dele mal tratado,E tinha já por firme prossupostoSer com amores mal afortunado,Porém não que perdesse a esperançaDe inda poder seu Fado ter mudança,

68

76Quis aqui sua ventura que corriaApós Efire, exemplo de beleza,Que mais caro que as outras dar queriaO que deu pera dar-se a natureza.Já cansado, correndo, lhe dizia:– Ó fermosura indigna de aspereza,Pois desta vida te concedo a palma,Espera um corpo de quem levas a alma!

77Todas de correr cansam, Ninfa pura,Rendendo-se à vontade do inimigo,Tu só de mi só foges na espessura?Quem te disse que eu era o que te sigo?Se to tem dito já aquela venturaQue em toda a parte sempre anda comigo,Oh! não na creas, porque eu, quando a cria,Mil vezes cada hora me mentia.

2. Caracteriza Leonardo, a partir dos elementos presentes no texto.

3. Relaciona a atitude da Ninfa com a vivência amorosa de Leonardo no passado.

4. Identifica o argumento utilizado por Leonardo para justificar o comportamentode Efire.

5. Integra este episódio na estrutura interna d’ Os Lusíadas.

69

Concluído o estudo do BLOCO 3, confere se sabes:SIM NÃO

• a biografia de Luís de Camões (pág. 37)

• que géneros literários abarcou a obra do poeta (pág. 38)

• caracterizar a época em que ele viveu (pág. 38)

• o que são o Renascimento, o Humanismo e oClassicismo (pág. 38)

• o que é uma epopeia (pág. 39)

• quais são as características das epopeias clássicas (pág. 39)

• quais são as características da epopeia camoniana (pág. 39)

• como se organiza a estrutura externa e a estrutura interna deOs Lusíadas (pág. 41)

• que partes constituem a obra (pág. 41)

• quais são os diversos planos narrativos da obra (pág. 41)

• o que é a narração in media res (pág. 41)

• quais os episódios mais importantes d’Os Lusíadas (pág. 45)

• compreender o valor simbólico dos episódios indicados nasMetas Curriculares (págs. 45-50)

CONFERE

8.2 Resposta livre.

(Ex. pontuação expressiva, metáfora, adjetivação…)

BLOCO 3

O TEXTO ÉPICO

1. a. F; b. F; c. F; d. V; e. V; f. V; g. F; h. V; i. V; j. F; k. F; l. V;m. F; n. V.

Canto I, est. 1-3

2. Viagem: Por mares nunca dantes navegados / Passa-ram ainda além da Taprobana;

Deuses: A quem Neptuno e Marte obedeceram

História de Portugal: As armas e os barões assinalados;as memórias gloriosas / Daqueles Reis, que foram dila-tando A Fé, o Império, e as terras viciosas /De África ede Ásia andaram devastando.

Intervenções do poeta: Cantando espalharei por todaparte /Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

3. Nestas estâncias, o poeta anuncia que pretende cantaros feitos heroicos do povo português;

4. Ele deseja que o seu canto se torne universal, espa-lhando pelos quatro cantos do mundo a glória portu-guesa;

5. Com esta comparação, pretende destacar a superiori-dade do herói português;

6. Hipérbole: Mais do que prometia a força humana / Aquem Neptuno e Marte obedecera; sinédoque: ocidentalpraia Lusitana/ peito ilustre Lusitano; hipérbato: e asterras viciosas De África e de Ásia andaram devas-tando.

Canto I, est. 4-52. O poeta invoca as Tágides, Ninfas do Tejo;

3. Modo imperativo: o seu uso repetido reforça e expli-cita o pedido de ajuda feito pelo poeta.

4. Segundo o poeta, a poesia épica faz «o peito acende[r]e a cor ao gesto muda[r]»;

5. Pretende mostrar que o som da poesia lírica é dema-siado suave e humilde para glorificar os portugueses.Essa glorificação só será conseguida através do som po-tente da tuba – o som da poesia épica.

Canto I, 19-411. Luís de Camões Canto I / Júpiter / mensageiro / Olimpo // estrelas / cetro / horrendo / portugueses / marítima /vinho / Oriente / Amor / Marte / Baco.

3. «As partes em porfia» são, por um lado, Vénus e Júpi-ter, os apoiantes dos portugueses e, por outro, o seuopositor, Baco;

4. Marte apoia Vénus e os Portugueses ou pela admira-ção que sente por estes, ou pelo amor antigo que nutrepor Vénus;

5. Os adjetivos são: medonho, irado, seguro, armado,forte, duro;

6. O Céu tremeu, e Apolo, de torvado, / Um pouco a luzperdeu, como enfiado;

6.1 Hipérbole.

Canto III, 118-1372. a. Para o Céu cristalino alevantando/ Com lágrimas osolhos piedosos; b. Cuja orfandade como mãe temia; c.Para o avô cruel assi dizia; d. Se de humano é matar adonzela; e. Se neles achar posso a piedade/ Que entrepeitos humanos não achei.

3. Inês de Castro dirige-se ao rei com o intuito de o de-mover da decisão de a assassinar;

3.1 Inês afirma, em primeiro lugar, que se os animais sel-vagens demonstram piedade para com crianças inocen-tes, o rei, que é humano, também o deve fazer em relaçãoaos seus filhos. Em segundo lugar, reforça que não co-meteu nenhum crime e, como tal, não deve ser conde-nada. Finalmente, pede ao rei que a desterre para umlugar longínquo, onde possa continuar a amar D. Pedro e a cuidar dos filhos de ambos;

3.2 Inês caracteriza-se pelo grande amor que tem pelosfilhos e por D. Pedro. Apesar de dominada pelos algozes,teve a coragem de enfrentar, com altivez, aqueles que acondenavam e de lhes dirigir palavras que relembravama sua inocência e apelavam à piedade.

4.

Canto IV, est. 83-931. a. V; b. V; c. V; d. F; e. V; f. F; g. F (dirige-se ao Rei de Me-linde); h. F; i. V; j. V; k.; l.

2.1 Estância 88: nós, viemos. Estância 89: nos, nos;

2.2 Vasco da Gama é o narrador e personagem da histó-ria que conta ao rei de Melinde. Utiliza o plural porque serefere a si e aos seus marinheiros;

3. Resposta livre.

4. Serve para reforçar que foram muitos os que ocorre-ram ao cais naquele dia e que tinham razões diferentespara o fazer.

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pág. 51-68

Personificaçãoe apóstrofe

Intensificar a crueldade do Amor e oseu poder sobre o ser humano.

HipérboleAcentuar a violência da barbárie co-metida contra D. Inês e o seu efeito nos homens.

Metáfora Mostrar que Inês vivia a sua juven-tude de forma tranquila e agradável.

Comparação

Ao comparar Policena (com quem D. Inês é comparada) a uma ovelhamansa e paciente, o poeta acentua asua fragilidade e submissão.

Metáfora Permitir uma visualização de Inêsmorta, com as faces secas e sem cor.

Enumeração Reforçar o caráter justiceiro do reiD. Pedro.

Soluções

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5. Despedirem-se dos familiares ou assistirem à partida,por curiosidade.

6. Os que ficam sentem já as saudades e a tristeza(«Saudosos na vista e descontentes»), estão muito emo-cionados («As mulheres c'um choro piedoso, / Os ho-mens com suspiros que arrancavam») e temem o pior(«Por perdidos as gentes nos julgavam»).

Canto V, est. 37-602. a. «cinco sóis eram passados» / «a noute». b. «dali»/ / «cortando / Os mares nunca de outrem navegados»;

3. Uma nuvem escura surge no céu, inesperadamente, e provoca um grande medo nos marinheiros;

4. Vasco da Gama dirige-se à «Potestade sublimada»para lhe perguntar que mistério terrível encerra aquelanuvem.

5.

6. Os membros e o tom de voz do Adamastor.

6.1 Comparação e hipérbole: o tamanho dos seus mem-bros é tal, que o Adamastor é comparado ao colosso deRodes, comprovando-se, assim, o seu tamanho anormal.Adjetivação: o tom de voz é aterrorizador.

7. O herói que enfrenta o Adamastor – o povo português– sai a ganhar deste confronto. Na verdade, a viagem nãofoi fácil e o maior obstáculo foi ultrapassado, pois o Ada-mastor afasta-se, vencido pelo amor e pela emoção.

Canto VI, 70-932.1 O alarme foi dado porque o vento estava a aumentare aproximava-se uma nuvem negra.

2.2 Imediatamente, o mestre da nau manda recolher asvelas mais altas.

3. b. As velas grandes são recolhidas. e. Os terríveis ven-tos desfazem a vela grande e a nau enche-se de água. g.Os homens recebem ordens para atirarem a carga aomar e retirarem a água com bombas. h. Os homens sãoatirados para um dos lados da nau. c. Os marinheirostentam, em vão, segurar o leme com cordas. d. As ondasaumentam de tamanho e ninguém entende como umanau tão pequena se aguenta. a. O vento destrói o mastroda nau de Paulo da Gama. 8.º Ouvem-se os gritos dosmarinheiros da nau de Nicolau Coelho.

4. Estância 71: «grande e súbita procela», «ventos indig-nados». Estância 71: «O céu fere com gritos». Estância73: « os mares temerosos», Estância 74: «Os ventoseram tais que não puderam/Mostrar mais força de ím-peto cruel», « altíssimos mares, que creceram».

5. Hipérbato: «A nau grande, em que vai Paulo daGama,/Quebrado leva o mastro pelo meio»; Personifi-cação: «ventos indignados»; Hipérbole: «Os ventos eramtais que não puderam/Mostrar mais força de ímpetocruel, /Se para derribar então vieram/A fortíssima torrede Babel»; Perífrase: «Aquele que a salvar o mundo veio»(Jesus Cristo).

6. Horizantais: 2. Bóreas; 5. Subitamente; 7. Amor; 8. Acordo; 9. Fero.Verticais: 1. Galateia; 3. Hipérbole; 6. Antíntese

Canto IX, est. 19-212.1 a).2.2 b).2.3 a).2.4 d).

3. Júpiter ordenara a Vénus que guiasse e protegessesempre os portugueses, o que deveria acontecer tam-bém na viagem de regresso à pátria.

4. Por um lado, Vénus protegia o povo lusitano desdelonga data: «Que sempre os guia já de longos anos». Poroutro lado, desejava recompensá-los pelas agruras su-portadas durante a viagem de descoberta do caminhomarítimo para a Índia.

5. Vénus decidira preparar uma ilha divina, densa de ve-getação, que os nautas encontrariam no caminho de re-gresso, para que estes pudessem recuperar forças, apósos trabalhos passados.

6. Para conseguir concretizar o seu plano, Vénus vai pro-curar o Deus do Amor, seu filho Cupido, contando com oseu poder de lançar setas para despertar a paixão.Deste modo, aproximará os deuses dos Homens mastambém permitirá que os Homens, neste caso os heróislusos, pisem chão divino.

7. a. Perífrase;b. Antítese;c. Perífrase, metáfora, dupla adjetivação.

Canto IX, est. 78-811. Leonardo era um soldado alegre, sedutor, cavaleiro emuito enamorado. O marinheiro/soldado sofrera sem-pre por amor ao longo da vida: «A quem Amor não deraum só desgosto / Mas sempre fora dele mal tratado».Apesar de acreditar que nunca seria afortunado noamor, nunca perdera a esperança de amar e ser amado.

2. A atitude de Efire, que se revelou a mais esquiva dasNinfas, pois não se rendia à perseguição do navegante,coadunava-se com a experiência amorosa de Leonardoaté então, porque este sempre fora infortunado noamor.

4.Leonardo argumenta referindo a sua desventura noamor: «Se to tem dito já aquela ventura / Que em toda aparte sempre anda comigo».

5. Este episódio integra-se na narração, no episódio daIlha dos Amores, em que o plano da viagem e o plano mi-tológico se cruzam, simbolizando o prémio atribuídopelos Deuses aos navegadores.

Soluções

Figura Robusta e válida

Estatura Disforme e grandíssima

Rosto Carregado

Barba Esquálida

Olhos Encovados

Postura Medonha e má

Cor Terrena e pálida

Cabelos Crespos e cheios de terra

Boca Negra

Dentes Amarelos