etica na administração

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  • 1. Leila Mara Mello tica nos Negcios Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br

2. IESDE Brasil S.A Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel Curitiba PR 0800 708 88 88 www.iesde.com.br Todos os direitos reservados. 2008 IESDE Brasil S.A. proibida a reproduo, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorizao por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. M298 Mello, Leila Mara. / tica nos Negcios. / Leila Mara Mello. Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2008. 152 p. ISBN: 978-85-7638-791-6 1. tica comercial. 2. tica. 3. Responsabilidade social. I. Ttulo. CDD 174.4 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 3. Leila Mara Mello Mestre em Cincia da Motricidade Humana pela Universidade Castelo Branco (UCB). Graduada em Pedagogia pela Universidade do estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professora da Graduao e da Ps-Graduao da UCB. Tutora da Educa- o a Distncia do Centro Universitrio Augusto Motta (Unisuam) e da UCB. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 4. sumriosumrio mriosumrio Desmistificando tica 7 7 | Conceito de tica 10 | Diferena entre tica e moral 12 | A importncia da tica na contemporaneidade 17 | Fundamentos da tica geral e profissional Cdigos de conduta profissional 27 27 | Consideraes gerais 29 | Fundamentao legal da conduta profissional do administrador 51 | Os cdigos de conduta profissional O papel social da empresa 61 61 | Consideraes gerais 68 | O conceito de empresa-cidad O conceito de Balano Social 79 79 | Histrico do Balano Social 84 | A importncia do Balano Social 87 | Os beneficirios pelo Balano Social 89 | Balano Social e os benefcios para a sociedade 90 | Estruturao de um Balano Social 97 | Demonstrao do Valor Adicionado tica na Administrao 105 105 | Evoluo do conceito de tica Empresarial 112 | Premissas para a empresa ser tica 113 | tica e o capital humano 117 | Dilemas ticos nas tomadas de decises Glossrio 137 Gabarito 139 Referncias 147 Anotaes 155 Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 5. Introduo ticanosNegcios Esta disciplina tem como objetivo geral possi- bilitar a reflexo crtica dos futuros profissionais do curso de Administrao em relao aos fun- damentos da tica no exerccio profissional. Dessa forma, tentaremos enfocar os fundamen- tos bsicos de tica, para que quando chegue ao mercado de trabalho o profissional tenha um comportamento pautado no dilogo, na justia, na solidariedade e no respeito mtuo, a fim de tornar o ambiente de trabalho um local de par- ceria, com vistas tanto para o progresso profis- sional quanto para o da empresa. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 6. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 7. tica na Administrao Evoluo do conceito de tica Empresarial Se formos desvelar a evoluo da histria da tica Empresarial, temos que nos dar conta de que nas sociedades primitivas e antigas a atividade eco- nmica se baseava na troca de mercadorias, no existindo nesse perodo a idia de lucro e nem de empresa. Portanto, a tica se restringia s relaes de poder entre as partes e pelas eventuais necessidades presentes na obteno de certos bens ou artigos (OURIVES, 2007). O surgimento do conceito de lucro nas operaes de natureza econmica trouxe certa dificuldade para a moral, posto que o lucro era originariamente considerado um acrscimo indevido, sob o ponto de vista da moralidade. Somente no sculo XVIII o economista Adam Smith, na sua obra ARiqueza das Naes, citado por Moreira (1998, p. 28), conseguiu demonstrar que o lucro no um acrscimo indevido, mas um vetor de distribuio de renda e de promoo do bem-estar social, expondo pela primeira vez a compatibili- dade entre tica e atividade lucrativa. A doutrina no mbito do Direito Empresarial tem conceituado a empresa como uma atividade econmica organizada pelo empresrio, que se utiliza dos fatores da produo: a natureza, o capital e o trabalho, a fim de produzir um resultado, que pode ser um servio, um bem ou um direito, para venda no mercado, com o objetivo final de lucro. Moreira (1998, p. 28) esclarece que a encclica Rerum Novarum, do papa Leo XIII, foia primeira tentativa formal de impor um comportamento tico empresa. Esse documento, feito pelo papa, trouxe no seu bojo princpios ticos aplicveis nas relaes entre a empresa e empregados, valorizando o respei- to aos direitos e dignidade dos trabalhadores. Dessa forma, surge nos Estados Unidos, no ano de 1890, a Lei Shelman Act, destinada a proteger a sociedade contra os acordos entre empresas, contrrios ou restritivos da livre concorrncia.(MOREIRA, 1998). Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 8. 104 tica nos Negcios O mesmo autor nos revela que no ano de 1972 realizou-se a Conferncia Internacional sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo, Sucia, preparada pela Organizao das Naes Unidas, cuja finalidade foi conscientizar todos os segmentos sociais, inclusive as empresas, sobre a necessidade de se preser- var o planeta. Dando continuidade, o mesmo autor esclarece que aps cinco anos o go- verno americano estabeleceu sobre a tica Empresarial, atravs da edio da Lei Foreign Corrupt Practices Act, que probe e estabelece penalidades s pes- soas ou organizaes que ofeream subornos s autoridades estrangeiras, com a finalidade de obter negcios ou contratos. Entretanto, no Brasil, a Lei 4.137/62, alterada pela Lei 8.884/94, foi edita- da a fim de reprimir o abuso do poder econmico e as prticas de concor rncias. Em diversas outras reas, como nas de proteo ao trabalho, do meio ambiente, do consumidor, existem leis especficas, tratando da questo da tica. Perante essa preocupao mundial com a tica Empresarial, pode-se afir- mar que estamos vivendo uma nova era nesse assunto. Relativamente evoluo da tica na empresa societria, ao que se tem notcia, at o fim da primeira metade do sculo XX os conflitos associados eram solucionados na prpria empresa, sendo poucas as demandas judiciais. Prevalecia o poder daquele que majoritariamente comandava a empresa. Esse perodo foi chamado de fase monrquica da sociedade comercial. Aplicava-se a viso do banqueiro alemo ao qual se atribui qualificao dos acionistas minoritrios como sendo tolos e arrogantes. Tolos porque lhe entregavam o dinheiro e arrogantes, pois ainda pretendiam receber os dividendos (MARTINS, 1999, p. 31). Paulatinamente, se cria nova conscincia nessas relaes, em que os con- troladores passam a buscar o consenso junto aos demais participantes da sociedade, isto , entre empregados, minoritrios etc. No Brasil, a partir da metade do sculo XX, j h uma preocupao do direito brasileiro para com os direitos dos minoritrios, possibilitando-lhes o recebimento dos dividendos, o recesso e responsabilizar os administradores e controladores da companhia. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 9. tica na Administrao 105 Para Wald apud Martins (1999, p. 40): o primeiro passo para a demo- cratizao e moralizao da empresa, mediante a criao de um sistema de liberdade com responsabilidade que sucedeu ao regime da mais completa irresponsabilidade. O artigo 115, da Lei 6.404/76, assim como a legislao do mundo intei- ro, tem reconhecido o poder do voto como ser exercido no interesse da sociedade. Nesse sentido, o acionista exerce o direito de voto no interesse da compa- nhia; considerando abusivo o voto exercido com fim de causar dano com- panhia ou a outros acionistas, de obter para si ou para outrem, vantagem a que no faz jus, e de que resulte, ou possa resultar prejuzo para companhia ou para outros acionistas. Conforme se v, a obedincia tica e aos bons costumes se imps at aos acordos de acionistas, cujas clusulas ilegais, abusivas ou imorais no podem ser consideradas vinculatrias para os seus signatrios. (MARTINS, 1999, p. 33). Assim sendo, ao abordarmos sobre a evoluo do conceito de tica nas empresas no podemos deixar de nos basear na declarao de Ourives (2007, p. 3): A tica relaciona-se diretamente com os juzos morais. H empresas que possuem seus cdigos de conduta, numa demonstrao sociedade sobre seus pressupostos ticos. A finalidade da empresa, sob a tica da teoria clssica a maximizao dos lucros. Modernamente, o escopo empresarial ancora-se, tambm, no conceito da explorao da atividade econmica, sob a tica de que ela (empresa) algo mais que um negcio. Alm do interesse da empresa em si, h um interesse social a ser perseguido. A empresa que adota uma cultura tica, possivelmente, reduzir seus custos de coordenao. [...] a cultura do conflito mais cara que a cultura da cooperao. A empresa que no pugna por um comportamento tico, estar, fatalmente, fadada ao insucesso. Percebemos que as empresas, atualmente, tm grande preocupao em relao tica, no somente visando ao lucro, mas, concomitantemente, ao interesse social, como j abordamos no captulo anterior. Moreira (1999) define a tica Empresarial como comportamento da empre- sa entidade lucrativa quando ela age em conformidade com os princpios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade (regras ticas). Assim sendo, a tica na atividade empresarial significa ter um olhar atento para o outro, sem o qual o eu no se humaniza, ou seja, essas atividades esto dirigidas para o outro. Logo, a atividade empresarial eticamente fundada Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 10. 106 tica nos Negcios e orientada quando se cria emprego, proporciona habitao, alimentao, vesturio e educao, detendo os bens como quem os administra. Para Denny (2001), no h distino entre moral e tica, portanto, tica Empresarial consiste na busca do interesse comum, ou seja, do empresrio, do consumidor e do trabalhador. Dessa forma, toda empresa que no se preocupa com o capital humano considerada imoral. Segundo Martins (1999, p. 137) o Brasil renasce das preocupaes sobre a tica nos negcios. O grande desafio tico, diz ele, encontra-se na descoberta de como libertar o mundo da pobreza e opresso alarmante em que vive. Com certeza, a tica da solidariedade ser o componente principal de qualquer soluo: ser o prenncio da civilizao do amor. Moreira (1999) enfatiza que os conceitos ticos so extrados da expe- rincia e do conhecimento da humanidade. Baseado na lio de Henry R. Cheeseman (Contemporary Business Law, Prentice Halll, New Jersey, Estados Unidos da Amrica, 1997), diz Moreira que h pelo menos cinco teorias a respeito da formao dos conceitos ticos, aos quais tambm denominam- se como preceitos, a saber: a) teoria fundamentalista prope que os conceitos ticos sejam obtidos de uma fonte externa ao ser humano, a qual pode ser um livro (como a Bblia), um conjunto de regras, ou at mesmo outro ser humano; b) teoria utilitarista sustentada nas idias de Jeremy Bentham e John Stuart Mill, para os quais o conceito tico deve ser elaboradono critrio do maior bem para a sociedade como um todo; c)teoriakantianadefendidaporEmanuelKant,propequeoconceitoticoseja extrado do fato de que cada um deve se comportar de acordo com princpios universais. d) teoria contratualista baseada nas idias de John Locke e Jean Jacques Rousseau, parte do pressuposto de que o ser humano assumiu com seus semelhantes a obrigao de se comportar de acordo com as regras morais, para poder conviver em sociedade. Os conceitos ticos seriam extrados, portanto, das regras morais que conduzissem perpetuao da sociedade, da paz e da harmonia do grupo social; e) teoria relativista segundo a qual cada pessoa deveria decidir sobre o que ou notico,combasenassuasprpriasconvicesenasuaprpriaconceposobre o bem e o mal. Assim sendo, o que tico para um pode no o ser para outro. Nessa esteira, advertimos para que os conceitos ticos levem em conta o estudo de todas as teorias citadas acima, entretanto, como j sabemos, no existem verdades absolutas ou exatas em matria de tica, logo, a reflexo precisa ser permanente. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 11. tica na Administrao 107 Dessa forma, todo sistema que diminui a relevncia da tica, tornando tal valor um desperdcio, tende a no respaldar a reclamao da socieda- de. Conseqentemente, torna o estado que produziu menos democrtico, quando no totalitrio, por conseguinte, sua durao se d em tempo menor que os demais ordenamentos que a reconhecem. Alm de outros dispositivos constitucionais, cuja tica permeia, verifica- se no captuloVII do ttulo III da Constituio Federal (CF) de 1988, que ela se encontra de forma mais evidente, pois a necessidade da tica, no exerccio da honrosa funo de servir a sociedade, esse princpio se encontra dentre os mais importantes da Administrao Pblica, a saber: legalidade, impes- soalidade, moralidade, publicidade e eficincia. Nessa tica, na atividade empresarial, os princpios ticos que norteiam a Ordem Econmica e Financeira fundamentam-se na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa. Nesse sentido, reprimem o abuso do poder eco- nmico, incentivando a livre concorrncia, dando tratamento preferencial s empresas de pequeno porte, proibindo a atuao do Estado na rea espec- fica da iniciativa privada, a no ser em carter excepcional, como segurana nacional ou relevante interesse coletivo. O Pargrafo 4. do artigo 173 da CF de 1988 estabelece as prticas que devem ser evitadas na explorao da atividade econmica, por ferir a tica Empresarial, dispondo que:a lei reprimir o abuso do poder econmico que vise dominao dos mercados, eliminao da concorrncia e ao aumento arbitrrio dos lucros. Arnold Wald apud Martins (1999, p. 198) exprime sobre a crescente im- portncia da tica: Evolumos,assim,paraumasociedadeemquealgunsdenominaramps-capitalistaeoutros neocapitalistaou aindasociedade do saber, caracterizada pela predominncia do esprito empresarial e pelo exerccio da funo reguladora do direito. O Estado reduz-se a sua funo de operador para tornar-se o catalisador das solues, o regulador e o fiscal da aplicao da lei e a prpria administrao se desburocratiza. O esprito empresarial, por sua vez, cria parcerias que se substituem aos antigos conflitos de interesses que existiam, de modo latente ou ostensivo, entre empregados e empregadores, entre produtores e consumidores e entre o Poder Pblico e a iniciativa privada. A sociedade contempornea apresenta um novo modelo para que a empresa possa progredir e o Estado evolua adequadamente, mediante a mobilizao construtiva de todos os participantes, no s do plano poltico, pelo voto, mas tambm no campo econmico, mediante vrias formas de parceria, com base na confiana e na lealdade que devem presidir as relaes entre as partes. Nesse contexto, notamos que a maioria das empresas est abandonando a organizao hierarquizada utilizada por Taylor, Fayol e Ford para se apo- Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 12. 108 tica nos Negcios derar do mundo empresarial em que os valores so prprios, como inicia- tiva, responsabilidade, comunicao, transparncia, qualidade, inovao e flexibilidade. Assim, observa-se que vrias empresas abandonam a estrutura originria, ou seja, cujo comando estava unicamente com os proprietrios da empresa, para dar lugar a nova estratgia, oferecendo maior poder aos acionistas e empregados e at a prpria sociedade civil. Nessa tica, as empresas passam a ter verdadeiros deveres, no s com os seus integrantes e acionistas, mas tambm com os seus consumidores, clientes e at com o meio ambiente. A Lei 6.404/76, que disciplina as sociedades por aes, enumera de forma precisa e detalhada os deveres e responsabilidades dos administradores, com a funo social da empresa. Orientando no sentido de que o adminis- trador deve exercer as atribuies que a lei e o estatuto lhe conferem para conseguir os fins e o interesse da empresa, satisfeito as exigncias do bem pblico e da funo social da empresa (artigo 154). necessrio ressaltar, que nos dias atuais no que tange matria con- tratual, no se aceita mais o tipo de comportamento do passado, ou seja, a prtica comercial do dolus bonus, ao contrrio, hoje o direito de contratao exige a completa boa f, e, ainda, proporciona proteo, bem mais adequa- da, ao comerciante mais frgil. Em relao questo ambiental, ressaltamos o meio ambiente, que se transformou em um valor permanente para a sociedade, de forte contedo tico. Assim, proteg-lo tornou-se um imperativo para todos os habitantes do planeta Terra, exigindo que cada habitante se conscientize dessa grande ne- cessidade, requerendo esforo comum, em resposta aos desafios do futuro. Exige-se, assim, que as empresas promovam o desenvolvimento susten- tvel, conforme tem insistido a Cmara de Comrcio Internacional. Desse modo, preconiza Juan Chacon de Assis (Maximiano, 1974, p. 104): preciso pensar e pensar rpido, com coragem e ousadia, numa nova tica para o desenvolvimento. Numa tica que transcenda a sociedade de mercadoria, da suposta generalizao dos padres de consumo dos pases ricos para as sociedades perifricas promessa irrealizvel de certas correntes desenvolvimentistas do passado e dos neoliberais de hoje em dia. Tal promessa no passa de um jogo das contas de vidro, recheado de premissas falsas, devido a obstculos polticos criados pelos pases ricos (que brecam a generalizao da riqueza) e as limitaes impostas pela base de recursos naturais. Ou seja, as limitaes ecolgicas inviabilizam (devido ao efeito estufa, destruio Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 13. tica na Administrao 109 da camada de oznio, dilapidao das florestas tropicais etc.) a homogeneizao para toda a humanidade dos padres santurios do consumo. Conforme reporta Denny (2001), atualmente, as grandes entidades finan- ceiras nacionais e estrangeiras s aprovam financiamentos para projetos que no afetem o meio ambiente. Dentrodessecontexto,fundamentalqueaempresaadoteospostulados ticos em suas relaes. Logo, necessrio estabelecer as regras de conduta em um instrumento interno, ou seja, elaborar um Cdigo de tica que tenha a incumbncia de padronizar e formalizar o entendimento da organizao empresarial em seus diversos relacionamentos e operaes. Acredita-se que evitaria que os julgamentos subjetivos deturpem, impeam ou restrinjam a aplicao plena dos princpios, alm de poder constituir uma prova legal de determinao da administrao da empresa, de seguir os preceitos nele refletidos.(MOREIRA, 1999, p. 59). Para Maximiano (1974, p. 294),a interpretao de valores ticos pode ser absoluta ou relativa. A primeira baseia-se na premissa de que as normas de conduta so vlidas em todas as situaes, e a segunda, de que as normas dependem da situao. Para os orientais, no que tange a tica, os indivduos precisam se dedicar inteiramente empresa, assim como se constitui uma famlia, a qual perten- ce vida de todos os trabalhadores. J para os ocidentais, o entendimento de que h diferena entre a vida pessoal e a vida profissional. Assim, encerrado o horrio normal do trabalho, o restante do tempo do trabalhador, e no do patro (MAXIMIANO, 1974). Quanto tica absoluta, parte-se do princpio de que determinadas con- dutas so, intrinsecamente, erradas ou certas, qualquer que seja a situao, e, dessa maneira, se apresentam e difundem como tal (MAXIMIANO, 1974). Maximiano (1974) ressalta que um problema srio da tica absoluta que a noo de certo e errado depende de opinies. Cita como exemplo: Os bancos suos construram uma reputao de confiabilidade com base na preservao do sigilo sobre suas contas secretas. Sob a perspectiva absoluta, para o banco, o correto proteger a identidade e o patrimnio do cliente. Durante muito tempo, os bancos suos foram admirados por essa tica, at ficar evidente que os clientes nem sempre eram respeitveis. Traficantes de drogas, ditadores e nazistas haviam escondido nas famosas contas secretas muito dinheiro ganho de maneira ilcita. Os bancos continuaram insistindo em sua poltica, enquanto aumentavam as presses internacionais, especialmente dos pases interessados em rastrear a lavagem de dinheiro das drogas, ou recuperar o que Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 14. 110 tica nos Negcios havia sido roubado pelos ditadores e nazistas. Para as autoridades desses pases, a tica absoluta dizia que o sigilo era intrinsecamente errado, uma vez que protegia dinheiro obtido de forma desonesta. Finalmente, as autoridades suas concordaram em revelar a origem dos depsitos e iniciar negociaes visando devoluo do dinheiro para os seus donos. Premissas para a empresa ser tica Ourives (2007) esclarece que a maioria dos autores que estuda a ques- to da tica Empresarial estabelece que o comportamento tico seja a nica maneira de obter lucro com respaldo moral. A sociedade tem exigido que a empresa sempre batalhe pela tica nas relaes com seus clientes, fornece- dores, competidores, empregados, governo e pblico em geral. Denny (2001, p. 135) assevera que:o comportamento tico dentro e fora da empresa permite s companhias inteligentes baratear os produtos, sem diminuir a qualidade e nem baixar os salrios, porque uma cultura tica torna possvel reduzir os custos de coordenao. Alm dessas, outras razes podem ser invocadas como o no pagamento de subornos, compensaes indevidas etc. A empresa, ao agir com tica, estabelece normas de condutas, a fim de que seus dirigentes e empregados ajam com lealdade e dedicao. Como expressa Moreira (1999, p. 31):os procedimentos ticos facilitam e solidificam os laos de parceria empresarial, quer com clientes, com fornece- dores, quer, ainda, com scios efetivos ou potenciais. Isso ocorre em funo do respeito que um agente tico gera em seus parceiros. A tica da empresa trata de mostrar, ento, que optar por valores que humanizam melhor para a empresa, entendida como um grupo humano, e para a sociedade em que ela opera.(DENNY, 2001, p.135). O mesmo autor d continuidade, afirmando que a atividade empresarial no s para ganhar dinheiro, mas mais que um negcio: antes de tudo um grupo humano que persegue um projeto, necessitando de um lder para lev-lo a cabo. Entretanto, precisa de um tempo para desenvolver todas as suas potencialidades. Logo, entendemos que a tica deve estar acima de tudo. Isso porque a empresa que age dentro dos postulados ticos aceitos pela sociedade s tende a prosperar; em contrapartida, quem no condiz Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 15. tica na Administrao 111 com a mesma, predominando pela esperteza e safadeza, dissuadem. O engano ensina ao cliente que basta uma vez. A falta de qualidade afunda a empresa.(MOREIRA, 1999, p. 31). Nesse sentido, percebemos que a questo tica vem se destacando em nosso pas, sobretudo na ltima dcada. Entretanto, no s na esfera poltica, como tambm no campo empresarial, tendo em conta o porte de sua eco- nomia e em relao opo estratgica adotada, ou seja, integrar o pas em um mercado que se globaliza e exige relaes profissionais e contratuais. Notamos, ento, a existncia da cobrana cada vez maior por parte da sociedade, por transparncia e honestidade, tanto no trato da coisa pblica como no fornecimento de produtos e servios ao mercado. Para Ourives (2007), a legislao constitucional e a infraconstitucional tm possibilitado um acompanhamento mais rigoroso da matria, permitin- do que os rgos de fiscalizao e a sociedade, em geral, adotem medidas judiciais necessrias para coibir os abusos cometidos pelas empresas. Desse modo, necessrio que o mundo empresarial se conscientize cada vez mais de que a tica Empresarial imprescindvel para o seu desenvolvi- mento e crescimento no campo dos negcios. tica e o capital humano Afirmar que tica no um conceito facilmente aplicvel nas grandes corporaes fidedigno. Isso porque o capital no consegue se multiplicar na velocidade que precisa, s se adot-la como bandeira. Se assim o fizesse, a distribuio de renda seria diferente, as relaes desumanas no trabalho teriam outra conotao, e os profissionais de valor seriam mais que um sim- ples nmero no quadro de empregados da organizao (IRIO, 2004). Notamos que todas as recomendaes dos especialistas com as mais va- riadas teorias sobre a tica e o capital humano ressaltam que as empresas continuam fracassando abruptamente na conduo dos negcios. Isso resultado do capital humano que nunca foi preo para a ambio desmedida do lucro, cuja ambio ultrapassa os limites do razovel. A tica e o respeito aos indivduos so literalmente derrubados pelo poder, que no conhece limites. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 16. 112 tica nos Negcios Vrios autores relatam sobre a necessidade de modificar as relaes entre ocapitaleotrabalho,cujoobjetivodeproporcionarambientesmaisjustose fraternos, contudo, o abismo entre o discurso e a prtica incomensurvel. Um exemplo tpico da imposio do poder a sobrecarga de trabalho. A preferncia pela diminuio da fora de trabalho e a voracidade do capital pelo lucro em progresso geomtrica eleva o custo social, sem pudor. Irio (2004) ressalta que as empresas so feitas de pessoas, e as mesmas erram, porm, em uma sociedade extremamente competitiva, o mnimo erro torna-se imperdovel. Erros fazem parte do crescimento, mas no mundo corporativo atual, o erro ser parte do crescimento em outra empresa, e no onde se cometeu o mesmo. Sendo assim, no existe espao para a redeno. O erro a chance que as organizaes esperam para descartar os indivduos, a fim de elevar a produti- vidade e o lucro por empregado, importantes na divulgao dos resultados. Devido s relaes entre capital e trabalho serem absolutamente frias, conseqentemente, as relaes entre o administrador e os subordinados tambm o . Isso acontece por ser mais cmodo exercer a presso do que a liderana efetiva para se obter resultados. As incertezas do mundo atual no permitem questionamentos nem espao para diversidade, alis, so poucos os lderes que conseguem convi- ver com as diferenas. Em princpio, esto voltados para o crescimento das organizaes. O mundo foi construdo com base nas diferenas tnicas, religiosas e cul- turais. Diante de tal afirmao, Nelson Rodrigues afirmava que toda unanimi- dade burra, mas poucos entendem essa mxima. Por questo de sobrevivncia, muitos profissionais se sujeitam a trabalhar em empresas de valores duvidosos, contrrios s necessidades pessoais de cada um, cujo discurso vale apenas para a sociedade, e a tica restringe-se aos manuais da organizao. No existe emprego ideal, mas existe trabalho ideal, caso contrrio, o mundo seria cruel. O que nos leva para frente a certeza de que existem pessoas de bem, apesar da nossa tendncia inequvoca de pensar diferente. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 17. tica na Administrao 113 Parafraseando um dos executivos considerado dos mais sensatos no mundo profissional, afirma que a tica o freio da ambio. Isso porque os seres humanos so capazes de coisas incrveis por dinheiro e poder, e, na maioria das vezes, a ambio mais forte que a tica, para desespero dos menos favorecidos politicamente (MENDES, 2007). Portanto, no se deve perder a esperana, jamais. As relaes na vida pes- soal e profissional so difceis, mas o mundo evolui rapidamente. Existem lderes, organizaes sensatas e, portanto, os mesmos conseguem conciliar os interesses pois transcendem a ambio e o lucro, em nome daquilo que se convm chamar de tica, aliada ao respeito aos indivduos. Em razo de todo o exposto, Irio (2004, p. 1) afirma que precisamos con- fiar sempre na justia divina, a despeito de toda falta de bom senso e tole- rncia na face da Terra. Sendo assim, deitar a cabea no travesseiro com a sensao do dever cumprido, desprovido de culpas e mgoas, no para homens comuns. Como diria Otto Lara Resende, devemos almejar firmemente a utopia, afinal, o mundo no precisa seguir permanentemente infeliz. Nesse caso, os economistas formados nos ltimos 50 anos, por influn- cia do importante livro de Irving Fischer (1910), em que o capital definido como todo e qualquer ativo que seja capaz de proporcionar um fluxo de rendimentos ao longo do tempo, fizeram muitos empresrios pensarem so- mente no lucro (MENDES 2007). Assim sendo, a definio encampada pelos grandes tericos da denomi- nada teoria do capital humano, como Theodore Schultz e Gary Becker, a de que o capital pode ser desmembrado em trs grandes blocos, a saber: o capital fsico, o humano e o tecnolgico, definidos, respectivamente, como o somatrio dos investimentos em mquinas, equipamentos, construes e instalaes, a soma do que se investiu em educao e sade e os gastos aplicados em pesquisa. A idia bastante simples: como o capital um estoque, formado, portanto, por fluxos, o valor do capital corresponde ao valor descontado no tempo desses fluxos e, quanto mais intensos em quantidade, qualidade e melhor alocados forem esses gastos, maior a sua capacidade de gerar rendas durante a sua vida til e, portanto, mais elevado o valor do capital. No por outra razo, por exemplo, que um trabalhador com anos de estudo bem treinado, e bem nutrido, possui uma capacidade superior de auferir e de gerar rendimentos do que um outro sem estudo, sem treinamento e desnutrido. (IRIO, 2004, p. 5). Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 18. 114 tica nos Negcios Sob o ponto de vista estritamente econmico, portanto, a teoria do ca- pital humano permite-nos definir o prprio crescimento como um processo de acumulao generalizada de capital, ou seja, como uma sucesso inin- terrupta, ao longo do tempo, de investimentos em capital fsico, humano e tecnolgico, que produzir o efeito de elevar a capacidade produtiva, ano aps ano (SOUZA, 2005). O mesmo autor afirma que existe uma quarta forma de capital, o moral, que no aparece nos artigos e livros especializados em teoria do crescimen- to econmico. Esta quarta dimenso do capital desprezada, como um dos subprodutos do positivismo, pelas Cincias Sociais e pela maioria dos eco- nomistas. Contudo, to ou mais importante que as tradicionais para expli- car porque muitas naes ou regies conseguiram desenvolver suas eco- nomias, e outras no. Porm, no significa que a nica explicao, mas importantssima. Dessa forma, explicar o que vem a ser o capital moral de uma sociedade que se resume em estoque de hbitos, tradies, usos, costumes, atitudes e aes, fruto da herana acumulada durante geraes na sociedade ociden- tal, do esprito que a base de nossa civilizao, e que o inestimvel legado deixado pelo Antigo e pelo Novo Testamento, ainda, se encontra to presen- tes nos dias atuais. Mendes (2007) informa que aquele conjunto de preceitos bsicos que, em ltima instncia, permite viver em sociedade, levando-nos a crer no res- peito e na solidariedade ao prximo. Assim sendo, aceitvel acatar os direi- tos consagrados pela lei natural, rejeitando os vcios como o da corrupo; acreditar que o trabalho duro elemento edificante, no que diz respeito nossa dignidade humana; a amar a vida antes e depois do nascimento e a ter esprito pblico. As sociedades so formadas por trs grandes sistemas: o da economia, o da poltica e o dos valores ticos e morais. Quando o ltimo se v ameaado, sob intenso ataque, e os respeitos humanos aumentam, pelo medo s repre- slias, o organismo social acaba sendo inteiramente contaminado. Em sntese, a sociedade mundial est doente. Cabe aos que respeitam a tradio, lutar pela sua cura. Precisamos recuperar o estoque de capital moral, urgente, isto , induzirmos a todos refletirem sobre a sua importncia. Sem isso, o combate estar perdido. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 19. tica na Administrao 115 Dilemas ticos nas tomadas de decises sabido que a discusso em torno do tema tica, nos mais diversos tipos de profisso tem-se orientado, quer queiramos ou no, para a qualidade de vida enquanto pessoas, mas tambm enquanto profissionais, com repercus- ses no cotidiano subjetivo das organizaes e objetivo das profisses. Nesse sentido, o principal interesse reside na anlise de alguns aspectos que se pensa serem significativos, dando especial nfase tica profissional e importncia que essa questo assume na construo de atitudes e com- portamentos profissionais das pessoas. Assim, Argandoa Rmiz (1999, p. 59) concebe a questo da tica como um fenmeno que parece estar na moda da poltica, da economia, da em- presa, da profisso, destacando que a tica est na moda pela falta de tica que observamos nesses campos. O autor d conta de que produzir, competir e superar um mercado corrupto, com trabalhadores, competidores, direto- res, lutando com imoralidade, com vcios, no tarefa fcil. Moreira (1996, p. 289) pe em destaque: a importncia de que a tica tem para a sociedade moderna e progressista. Por isso, no se surpreende que atitudes e comportamentos antiticos ponham em jogo no s a qualidade, mas tambm uma sobrevivncia sem reflexes sobre a tica no cotidiano da profisso moral, sem tica, sem valores, contribuindo para a instabilidade profissional e social. No por acaso que as grandes pocas de reflexo sobre a tica foram grandes pocas de transio, em que se verificaram tambm a corrupo e a imoralidade. Atualmente, volta-se a falar da tica em todo o mundo pro- fissional, a fim de encontrar normas que inspirem o comportamento do ser humano, em geral, na sociedade; em particular, na empresa e na profisso que exerce. No se admira que a construo de uma tica na profisso envolva no s o trabalhador, a empresa, mas tambm a sociedade em seu conjunto. Para tal, necessrio inovar atravs de polticas que envolvam e confiram impor- tncia a cada elemento, a cada pessoa, a cada trabalhador e sua contribuio para um objetivo pessoal, mas tambm comum. De pouco serviro grandes estratgias se a coletividade no sentir uma consistncia tica e moral nos procedimentos e comportamentos de cada Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 20. 116 tica nos Negcios indivduo, sobretudo, daqueles que tm maior responsabilidade face s fun- es e papis que lhe so atribudos. Para Souza (2005), independentemente daquilo que se pense em relao vivncia da tica, temos de reconhecer que qualquer profissional que con- sidere os princpios ticos como o motor das suas escolhas, das suas aes e do seu agir, os resultados adquirem vivncias, que moldam no s o com- portamento profissional, mas tambm conferem um modo de estar, que lhe proporciona uma forma diferente de entender o ser humano, alcanando uma salutar relao de grande qualidade, no apenas tcnica, mas tambm humana. Assim sendo, esta realidade assegura-lhe um conjunto de sinergias e xitos que o levam a adquirir grande prazer naquilo que faz. Essa condio estende-se ao indivduo, ao grupo profissional a que pertence, empresa e ao bem comum da comunidade. Os princpios ticos, quando relacionados com a profisso, no se limitam apenas ao bem pessoal, mas tambm ao envolvimento de todos os nveis organizacional, porque a profisso efetiva se faz com as pessoas, e no de qualquer outro modo, como, apenas, individual. Nesta ordem de idias, a coerncia, o empenho, a verdade e a responsa- bilidade, individual e coletiva, tm sempre como objetivo integrar de forma harmoniosa os recursos humanos, tcnicos e financeiros, de modo a otimizar os valores pessoais e sociais. Para que acontea o desenvolvimento integral do homem e das organi- zaes, fundamental que se reconhea tica, porque ela a base de toda a atividade econmica (MEYNAUD, 1996). Cabe aqui proceder reflexo sobre a tica profissional, com o intuito de ter maior visibilidade a alguns pontos-chave que se apliquem com grande freqncia quando precisamos analisar ou opinar sobre os comportamen- tos profissionais, isto , quando esto em jogo as responsabilidades pessoais com repercusses nas empresas e na comunidade. Meynaud (1996) esclarece que embora a tica seja nica, percebemos que as pessoas atuam profissionalmente em um emaranhado de relaes, regras e costumes. Por isso, ser tico no algo abstrato, uma vez que expe a pessoa em situaes concretas na empresa, segundo o papel e a funo que desempenha. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 21. tica na Administrao 117 Uma das questes mais atuais a fraqueza pessoal, devido s presses empresariais e sociais serem to fortes, a maioria das pessoas se comporta de forma pouco tica. Nesse sentido, a questo da tica assume um papel fundamental no desempenho profissional. Portanto, todo profissional precisa ter conscin- cia de suas responsabilidades ticas, no ignorando que o profissionalismo feito de comportamentos concretos, reais e humanos, fundamentado na prtica da tica. Por isso, os valores podem ser de satisfao, valores espirituais, culturais, de utilidade pessoal e social. Podem ser valores ticos de que s as pessoas so portadoras, que tm suportes reais, objetivos, com carter de exigncia imperativa e so universais (AVILA, 1969). Assim sendo, os valores constituem normas ou critrios que afetam esfe- ras da atividade e da conduta humana. Portanto, tm um carter normativo, oriundo das leis essenciais do ser, cujos valores no so metas e objetivos, no entanto, influenciam o indivduo ou o grupo na escolha das suas decises, conferindo um preo a determinados atos ou idias. Uma das principais caractersticas da tica assinaladas por Rego, Moreira e Sarrico (2003) que no podemos ignorar o fato de a tica ser sempre o centro pessoa humana, na sua dignidade e igualdade, no seu direito realizao e felicidade, na sua vocao comunitria, que lhe d o direito e o dever de ser protagonista no aperfeioamento da sociedade em que se insere. Assim sendo, cada profisso abrange um estatuto, a fim de que todos se liguem mais ou menos no prestgio e no poder. Dessa forma, posies que se podem caracterizar com efeitos positivos, quando h um comportamen- to adequado, ou, pelo contrrio, negativos, quando o prestgio e o poder so utilizados para fins pouco ticos e transparentes, trazendo problemas que a curto prazo afetam a empresa ou a organizao e, a mdio prazo, o prprio indivduo que transgride, atravs das atitudes e comportamentos no-ticos. Em sentido restrito, a profisso um ofcio que desfruta de condies de exerccio prestigioso a todos os nveis na sociedade. O modelo das profisses liberais precisa ser exemplo dos mais clssicos. Essa distino baseia-se mais em uma diviso acentuada entre trabalho manual e trabalho intelectual, que Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 22. 118 tica nos Negcios posta em causa por certas formas de diviso do trabalho, caracterizadas pelos critrios de responsabilidade e condenao a todos os nveis do pro- cesso de produo (KENNETH, 1993). Posto isso, a essncia da profisso constituda pelo exerccio de um tipo de trabalho especfico, que integra fundamentalmente um posto de traba- lho e uma funo, onde ditado certo comportamento tico especfico para o desempenho daquele trabalho. Por conseguinte, h uma relao muito forte entre a tica e a profisso. O trabalho abrange todas ou quase todas as atividades humanas; uma atividade orientada para um fim, que exige compromisso, esforo e doao. Nas palavras de Reimo (2002), o trabalho tem implicao no sistema eco- nmico e social, sendo percebido como uma ocupao individual que cada um desempenha na comunidade. Assim, o trabalho importante para o indivduo ou para a comunidade. O trabalho um lugar, uma posio que corresponde a um papel fixado que comportam ordens, instrues em relao colocao atribuda ou escolhi- da. Por um lado, o posto de trabalho relaciona-se com as tarefas, os objeti- vos em relao organizao interna ou estrutura do sistema. Por outro lado, em qualquer profisso existe um objetivo a atingir, cuja realizao dos postos de trabalho contribuem. Para tal, preciso identificar as funes que o posto desempenha em um conjunto especfico mais amplo para se atingi- rem os objetivos da respectiva profisso. Nesse domnio, a tica desenvolveu-se a partir de um conjunto de pre- ceitos que regem os julgamentos, as aes e as atitudes no contexto de uma teoria elaborada a partir de normas que servem de guia para distinguir os comportamentos humanos bons dos maus. Assim, como de um sistema de valores, segundo o qual os efeitos desses comportamentos sejam tambm julgados bons ou maus, na profisso. por isso que a tica tem por base o critrio do maior bem para a pessoa e para a sociedade como um todo. O ser humano tem um compromisso com os seus semelhantes, conduzindo harmonia do grupo profissional. A tica na profisso incorre em uma prtica de compensaes que facilitam e soli- dificam os laos que so de valor incalculvel para a pessoa que a pratica, e para a empresa onde exerce a profisso. A prtica da tica na profisso insere-se no rol dos deveres relativos res- ponsabilidade que cada um tem no seu trabalho. A tica no enganosa Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 23. tica na Administrao 119 nem abusiva, no induz ao erro. Por isso, ferir a tica significa violar a lei dos deveres profissionais, no cumprir os compromissos assumidos por escrito ou verbalmente para com a profisso. Portanto, a necessidade de agir em conformidade com a tica diz respeito a cada indivduo, a cada grupo profissional com caractersticas especficas e aos grupos na sociedade em geral (VAZQUEZ, 1996, p. 1). Desse modo, Vazquez (1996, p. 125) profere opo por uma tica na profisso no deriva, nem pode derivar, consciente ou inconscientemente, de uma situao de vazio que preciso preencher. Pelo contrrio, ela deve derivar de uma vontade e autntica conformidade entre pensamento e comportamento profissional. No ser autntica a nenhuma pessoa pensar de um modo e agir de outro. Essa conscincia est essencialmente ligada capacidade de relao objetiva do sujeito entre o que pensa e o que decide fazer. Isso questo de coerncia e de justia. A tica o que de mais justo existe. (MEGALE, 1989, p. 169). Daqui resulta, fundamentalmente quem assume a profisso na sua es- sncia tica, adquire experincias ativas, relacionando cada uma consigo mesma, com todo o seu eu, crescendo na profisso e nas relaes profissio- nais, garantindo uma identidade que lhe prpria e uma contnua estabili- dade profissional. Por conseguinte, o equilbrio fundamental est em desempenhar uma profisso em nome da verdade, do entusiasmo, de pretenses positivas, au- sentando indiferenas, acomodamentos que se tornam prejudiciais para si, para a prpria profisso e, sem dvida, para o ambiente de trabalho. Como refere Lima (1999, p. 59):a tica infinita. Detenhamo-nos, ento, um pouco mais no papel da tica na profisso. A tica profissional insere-se na tica social, ou seja, na cincia das normas relativas atuao moral, ordenada dentro das normas dos quadros sociais. Difere da tica individual ou cincia relativa s normas de ao individual como tal. A profisso exige determinados comportamentos que se dirigem por normas especficas. Moreira (1999, p. 67), ao discutir a introduo, ou no, de um cdigo tico nas empresas, diz que: Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 24. 120 tica nos Negcios a imposio de cdigos de conduta s por si seria intil, no garante que as empresas sejam ticas; isso s se consegue se as pessoas que as integram forem ntegras, ou seja, possuidoras das virtudes morais [...] julgamos as empresas e os seus responsveis pelas suas aes, no por piedosas declaraes de intenes. Essa problemtica prende-se com a prpria natureza da concepo de tica, entendida como podemos acentuar na reconstituio de conjuntos, de preceitos e leis que regem as aes e as atitudes no mbito da moralidade. No fundo, trata-se de normas que servem de guia para distinguir os com- portamentos bons ou maus de um sistema de valores, a partir do qual os efei- tos desses comportamentos em geral so tambm julgados bons ou maus, em particular os comportamentos que se relacionam com a profisso. Existe uma exigncia que passa por uma conformao com a tica, que diz respeito no s pessoa, mas a cada um dos grupos da sociedade, nos quais os indivduos esto includos profissional e socialmente. Segundo Moreira (1999, p. 69), um profissional pode ser perigosssimo se o seu nvel tico, por desconhecimento ou m f, for reduzido. Assim sendo, a tica coloca-nos face existncia de uma relao de con- vergncia entre as prprias escolhas na profisso, que envolvem todo o nosso ser, mente e ao, provocando um dinamismo de concentrao po- sitiva incontornvel entre a tica e a profisso. Por isso, a tica e a profis- so, duas palavras que se entrecruzam na vida profissional, sublinham por um lado uma grande liberdade de conscinciae, por outro, a construo da identidade pessoal, para vir a ser o objeto reconhecido e refletido no exerc- cio da profisso. Ora, a tica no se prende apenas com a competncia requerida para o exerccio e desempenho da profisso, h objetivos, inerncias profundas, que assentam em dimenses valorativas, de responsabilidade, requeridas para o perfil profissional. que, s vezes, pensa-se que os conhecimentos superam o conjunto completo das aes realizadas, da finalidade, da relao entre as pessoas que integram a organizao. Um dos dilemas ticos na profisso a responsabilidade nas relaes laborais, por isso no se admira que os autores Kitson e Camppbell (1996, p. 238) acentuem a importncia da tica ao apontarem-na comoum instru- mento de ancoragem nas organizaes. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 25. tica na Administrao 121 Assim sendo, imprescindvel a percepo de conjunto e da coerncia entre pensamento e comportamento tico para a realizao do objetivo organizacional. ParaReimo(2002,p.3),Asrelaesnoexerccioprofissionalenavida,em geral, dependem da extenso em que o indivduo encontra sadas adequa- das para as suas aptides, interesses, traos de personalidade e valores [...] e continua, mais adiante: na gesto participativa h muito mais confiana no grupo de trabalho nas tomadas de deciso [...] o que conduz ao envolvi- mento na organizao. Percebemos que o desempenho, o envolvimento na organizao e a ao profissional s so realizveis e satisfatrias para o conjunto organizacional se cada indivduo se munir de uma tica pessoal com repercusses diretas na prpria profisso e indiretas na organizao. Sendo assim, Kitson e Camppbell (1996, p. 225) afirmam que a prtica profissional em todos os tipos de desenvolvimento da profisso exige, cotidiana- mente, tomada de deciso tica e moral. A conduta humana e moral nas organizaes questo de tica profissional e passa pela honestidade dos seus elementos. Mesmo sabendo que os dilemas ticos aumentam de complexidade, medida que a cincia e os conhecimentos intervm no desempenho da pro- fisso, envolvendo relaes diretas com os seres humanos e com a socieda- de, cada vez mais exigente, torna-se urgente tecer consideraes que impli- quem sempre compromissos com os direitos humanos. Nessa tica, ressaltamos o quanto o ambiente de trabalho do indivduo afeta o seu desenvolvimento, se os princpios ticos no estiverem presen- tes, o trabalho revelar-se-, com efeito, muito pouco eficaz. Isso quer dizer que no podemos ignorar as responsabilidades que temos na profisso, seja ela de que tipo for, independente ou dependente, liberal ou outra. Cada vez mais, as empresas de diversos setores reconhecem que o debate sobre a tica uma oportunidade para que as organizaes empresariais levem cabo os seus negcios, tendo como objetivo competir com xito dentro de uma economia global concorrida e complexa (TIERNEY, 1999). Isso porque as empresas no existem sem pessoas, e so elas que as valorizam e dignificam. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 26. 122 tica nos Negcios Em sntese, podemos dizer que qualquer profisso levanta questes morais e ticas, que podem ser favorveis ou desfavorveis no grupo, bene- ficiando ou lesando os direitos fundamentais das pessoas. A tica expe problemas que decorrem das exigncias morais que podem entrar em conflito entre as pessoas nas organizaes. Existe certo limite que todo e qualquer profissional no deve ultrapassar. Por exemplo: o desres- peito pelas pessoas, pelo direito de viver digna e humanamente, causando prejuzos aos demais, pois imoral e eticamente inaceitvel para as relaes na profisso. Em suma, as exigncias da tica envolvem comportamentos que se radi- cam necessariamente na moralidade e nos valores. Muitos dos problemas fluem diretamente da ausncia de valores e de princpios morais em que certos comportamentos so inaceitveis. assim que as exigncias da tica na profisso assentam sobre qualida- des atitudinais e valorativas, que resultam da responsabilidade, honestida- de, autenticidade e do sentido de justia. Essas e muitas outras caracters- ticas da tica permitem certos comportamentos, padres de conduta, que fundamentam as escolhas das relaes profissionais. Finalmente, podemos evidenciar que a consistncia da tica na profisso radica essencialmente na conscincia e se concretiza nos critrios da justia. No por acaso que a crescente ateno em relao aos temas da tica , sobretudo, alimentada por problemas concretos dejustia, propostos pelas formas de experincias com referncia tica dos negcios e das profisses (KENNETH; PEALE, 1993). Uma tica profissional, de tal gnero, contribui para o desenvolvimen- to da prpria conscincia moral do profissional; daquela conscincia que exige dele, no apenas lesar os direitos dos outros, mas viver o prprio em- penhamento profissional, importante para a prpria vida pessoal (KENNETH; PEALE, 1993). bvio que a profisso de uma pessoa, mesmo qualificada, atualizada, no suficiente. So necessrias regras ticas para viver de modo objetivo e se afirmar na profisso com a sua prpria condio humana. Hoje, precisamos de personalidades fortes e honestas em todos os cam pos da vida social, econmica, poltica etc., personalidades com tica. Muitas pessoas esto altura de responder quando as necessidades do sucesso se Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 27. tica na Administrao 123 impem, quando recebem estmulos para agir em um srio ethos profissio- nal e social. Porm, alguns, esvaziam a nossa inteligncia, nos esmagam atravs de processos inaceitveis. A coragem, a fora dos valores mais altos, leva-nos a perseverar, a ir procura daquilo que nos eleva, e no daquilo que nos diminui. Agir em conformidade com os valores essencial. Procurar uma an- coragem forte, segura e slida, em uma conscincia que no se deixa mano- brar por influncias nada saudveis nem gratificantes para o desempenho da profisso fundamental. Nesse sentido, nas tomadas de decises, todo profissional precisa alar a tica como referncia dignidade humana, que muitas vezes vem mani- pulada, fazendo com que a pessoa perca sua identidade pessoal e social. Por isso, preciso uma orientao que se abra em princpios potencialmente positivos no que diz respeito conscientizao e sensibilidade, essenciais na profisso. A questo da tica profissional um fenmeno que precisa levar inte- riorizao de um conjunto de valores morais e sociais que disciplinam e pa- dronizam os comportamentos das pessoas nas organizaes. Mas, por outro lado, leva interiorizao de um conjunto de expectativas racionais que im- plicam em contrapartidas padronizadas em um sistema de recompensas e de status. Se pensarmos que a grande maioria dos membros de uma empresa passam suas vidas nos locais de trabalho, nessas condies, no possvel continuar a omitir comportamentos ticos como uma realidade que est fora da empresa. O seu caminho ser de trilhar de forma saudvel e perseve- rar nelas. Pautando sempre por uma linha de rigor, de verdade e de justia, e no o contrrio, embora por vezes os combates se tornem difceis de gerir. Mas, para separar muitas atitudes comportamentais no-ticas na profis- so, se faz importante o empenho de todos, no se pode pretender que um simples funcionrio imprima sua profisso valores morais e ticos, quando quem tem o poder no altera o seu comportamento menos tico. difcil, se no reconhecer o trabalho como mrito e a empresa no dispor de diversos meios para encorajar e favorecer as posies ticas e morais dos seus elementos. importante criar na empresa um tipo de envolvimento Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 28. 124 tica nos Negcios que favorea as tomadas de deciso tica e uma boa moral. Isso s ser pos- svel quando todos adotarem condutas honestas, ouvir a voz da conscincia e no se vender a qualquer preo. Como refere Kenneth e Peale (1993, p. 90-91), Os dirigentes devem criar um envolvimento positivo fundado sobre valores [...]. Exigem-se chefes com princpios ticos elevados. A tica do lder da autoridade importante para a qualidade da organi- zao.(AGUILAR, 1994, p.117). No podemos deixar de levar em conta a necessidade de que quem domina os grupos profissionais abdique de certas prerrogativas e no faa presidir s suas estratgias, objetivos pessoais e irresponsabilidades, esque- cendo a empresa, as pessoas, os valores, os princpios e os critrios de rigor na aplicao das normas. Acreditamos que somente a partir da convivncia pela motivao profis- sional ser conseguida no s para si prprio, mas tambm com melhores resultados para a organizao. De fato, a ausncia de motivao uma rup- tura entre o indivduo e a sua profisso. O trabalho no pode ser afetado, pondo em causa a identidade e a conscincia do trabalhador, no lhe pro- porcionando satisfao. A tica incita as pessoas a continuar em uma tenacidade, e at teimosia, permanente e duradoura, porque ela muito til, universal e, por isso, pre- cioso para o desenvolvimento, crescimento e bem das pessoas, logo, no se deve desperdi-la ou deix-la de fora. S assim, pela compreenso, concomitantemente, da tica e da profisso juntas, cada vez mais se reconhece que so altamente teis as relaes entre si, por isso andam sempre de mos dadas (MOREIRA, 1999). Portanto, a tica uma exigncia do ser humano, porque ensina como passar do ser ao dever ser na profisso, do homem como , ao homem como deve ser. Na verdade, hoje, no mundo profissional, a conduo da empresa funda- da em valores morais tem a tica como o primeiro elemento de qualidade de vida e do sucesso da empresa. Quando as pessoas se sentem maltrata- das, perdem todo o respeito para com a empresa e todos se saturam do seu trabalho, revelando-se o desinteresse, a falta de motivao, o que torna a empresa pouco eficiente e eficaz. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 29. tica na Administrao 125 Desse modo, compreende-se que preciso continuar perseverante, man- ter-se igual a si mesmo, firme e invarivel, seja qual for a posio que se tem na profisso, na empresa, num dado momento. Para concluir esse ponto, sobre a perseverana na tica, no resistimos a corroborar com as palavras de Winston Churchill, retiradas da obra de Ken- neth e Peale (1993, p. 59-60), ao referirem-se a um dos cinco princpios da tica, a persistncia: Nunca me hei de esquecer do discurso que Winston Churchill fez, j no fim da vida, na escola preparatria que tinha freqentado na Inglaterra. O diretor disse aos alunos: Este um momento histrico.Winston Churchill o maior orador de lngua inglesa.Tomem nota de tudo o que ele disser. Vai fazer um discurso inesquecvel. Quando se preparava para fazer o discurso, Churchill espreitou por cima dos culos e disse: Nunca! Nunca! Nunca! Nunca desistam! Certamente, no ser em vo alertar que vivemos demasiado virados para ns prprios, obcecados por umeuque cultivamos em nossa vida, nas aes, o conceito esvaziado de verdade e de responsabilidade. Notamos no dia-a-dia da maioria dos seres humanos, se alimentando do que vende, do que bem pago, do que mais fcil, ou seja, as premissas em destaque so o egosmo e o individualismo, empobrecendo e defraudando os interesses da tica profissional. Atualmente, o significado do interesse comum, a empresa, a organizao e a profisso muitas vezes so deixadas de lado, a fim de tirar partido em proveito prprio, sem se preocupar com o que isso possa representar para os demais. No entanto, trata-se de um egosmo bastante refinado, inadmissvel, so- bretudo para os princpios bsicos que fundamentam a profisso. Esse sen- timento indica que o homem egosta, superando a tica humana e esque- cendo com muita freqncia do dever ser, e no apenas do dever ter. por isso que muitas vezes, por certas convenincias, o indivduo passa ao lado da tica na profisso, abandonando valores fundamentais (ALBERONI, 1994). Nas sociedades de hoje prevalecem o consumismo, o individualismo, a competitividade desonesta, o poder e o utilitarismo, em que se pensa no poder, na riqueza pessoal; por tudo isso expressado, percebemos o quanto a questo da tica na profisso cada vez mais atual, mas tambm geradora de conflitos, pelo que no admira que um grande nmero de pessoas nas diversas reas do saber cincias mdicas, teolgicas, sociais e humanas se dediquem importncia que a tica tem na dinmica e ao laboral e em- presarial (VAZQUEZ, 1996). Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 30. 126 tica nos Negcios No seria inoportuno interrogarmo-nos como posta em prtica a tica na profisso, pois, se no a exercitamos, definha-se, morre e esquecemo-nos que ela existe. Muitas vezes, somos ns prprios, na nossa profisso, a furtarmo-nos a um bem to precioso como a tica no relacionamento com os outros. Con- tabilizamos as nossas expectativas sempre no intuito de obter ou reaver, sem qualquer forma desinteressada, o bem prprio. Cultivamos certo padro de importncia e pretendemos um trato especial, pensamos que a tica um papel a executar, no por ns, mas pelos outros. Geralmente isso que acontece, mas de forma to disfarada que nem tomamos verdadeira conscincia quando recorremos a subterfgios para justificar e sutilizar a tica praticada na profisso, por ns mesmos. Esta apa- rece desmedida, destituda de cdigos ticos e morais, porque se usam pre- textos que refletem ateno excessiva prpria pessoa, predominando os interesses pessoais. Assimsendo,todapessoahabituadaamentirnafamliaeaosseusamigos, dificilmente ser sincero na vida profissional. Muitas vezes, para ganhar di- nheiro, para conquistar poder, a pessoa est disposta a falsificar documen- tos, a faltar palavra dada e provavelmente a praticar muitas outras irregula- ridades com o mesmo fim. Esses comportamentos, para atingir os fins, sem olhar aos meios, so reprovveis pela prtica da tica. Assim, passar ao lado da tica patrimnio dos negcios, das empresas, das profisses e das pessoas para se obterem benefcios prprios. Os dias atuais nos levam a viver em um ambiente competitivo, em uma aldeia global, por isso, temos que refletir e reconhecer os conflitos ticos como realidade nas organizaes, mas que trazem implicaes piores nas decises e nos resultados (CORTINA, 1994). A cultura nas organizaes, muitas vezes, demasiadamente resistente, como evidencia Drummond e Bain (1994, p. 39):a conexo entre tica e cul- tura na organizao est em crise. Na verdade, a mudana cultural essen- cial, mas muito difcil de realizar, no que diz respeito moral e tica. No tenhamos dvidas que as empresas de sucesso so, de fato, aquelas nas quais se pratica uma moral excelente, ou seja, as que fazem mudana, em nvel de comportamentos ticos, tirando vantagem em relao s que continuam incapazes de adaptao mudana. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 31. tica na Administrao 127 Diversas influncias podem, assim, afetar a tica, porque presses podem colocar as necessidades acima de outras. Como nos refereTierney (1999, p. 3):todos estamos sujeitos ao escrutnio pblico. Ningum gosta de ser exposto, pondo em perigo o bom nome, ou a reputao, [...] perdendo benefcios. H muitas pessoas cuja conduta pouco tica, porque olham sua volta e observam como muitos outros se saram durante muitos anos. Vazquez (1996, p. 85) anuncia que muitos citam com freqncia exemplos de com- portamentos detestveis que conduzem ao xito [...] de igual forma, aque- les que tiveram xito utilizando prticas pouco ticas podem tambm sair impunes. As relaes constroem-se sobre convices, na credibilidade de parte a parte, quando se acredita que se diz a verdade e se assumem compromissos. Claro que as experincias negativas, por questes ticas, na carreira de uma pessoa, podem ter intervenes futuras. A auto-estima diminui e ficam comprometidas novas relaes e a insegurana manifesta-se nas relaes de trabalho. H de se fazer aqui um parntese para relatar o seguinte: o bom nome da empresa ou a suspeita de uma atuao incorreta, como a falta de tica, pode levar situaes pouco benficas, em muitos casos, irrecuperveis. Desse modo, os comportamentos ticos so oportunidades tanto para o trabalhador como para a prpria instituio onde se trabalha. por isso que nessa linha de pensamento, a confiana, a colaborao, a verdade e as responsabilidades mtuas permitem o xito do trabalhador e da instituio no seu conjunto. Percebemos que todos os recursos humanos da empresa tm papel de- cisivo, por isso bom saber aproveitar as suas potencialidades, firmados em valores e princpios ticos no trabalho. Devemos aceitar a condio dos outros com os quais trabalhamos, pois todas as atividades envolvem seres humanos e interaes humanas, portan- to o respeito mtuo condio que leva a profundas implicaes na forma como desempenhamos o nosso papel na profisso. Cada pessoa um indivduo nico, logo, o carter afeta a forma como o indivduo se comporta eticamente na profisso. Por isso, a tica questiona- Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 32. 128 tica nos Negcios nos acerca dos compromissos assumidos na profisso, na empresa e na so- ciedade. Obviamente, teremos que refletir sobre essas questes e tirar as res- pectivas concluses. Em sntese, na prtica de uma tica moral na vida profissional, todos co- lhero os seus frutos, porque quando as pessoas se vem privadas de refe- rncias surgem comportamentos ou condutas associais ou aanomia, como profere mile Durkheim. Ampliando seus conhecimentos Reflexes sobre tica na Administrao A tica, a informao e a mdia Fala-se muito hoje em dia sobre tica. tica na poltica, tica no esporte, tica nas profisses e tica nas relaes sociais. Fala-se tanto, a ponto de ba- nalizarem seus conceitos. A mdia, atravs dos meios de comunicao, no se farta de apresentar e incentivar debates sobre temas polmicos que envolvam padres de comportamento, conceitos e modos de vida de uma sociedade, ex- plorando, s vezes de maneira banal, fatos isolados, e obtendo, da, preciosos dividendos. O poder da comunicao de massa materializa otoque de Midas, em umtoque de mdia. Os diversos veculos de comunicao, a todo o momento nos colocam em contato com acontecimentos inusitados da vida brasileira, alguns recheados de sensacionalismo, e que num dado momento acabam se transformando em fenmeno social, dada a explorao massificada de episdios da vida real pre- sentes no cotidiano de pessoas comuns. Ocaso Pedrinho(o garoto roubado de uma famlia de classe mdia, numa maternidade em Braslia), por exemplo, poderia ter passado despercebido por todos. Afinal, seria mais um caso de criana desaparecida em maternidades no Brasil, como tantos que existem. No entanto, os meios de comunicao, a pretexto de fazerem jornalismo, usaram e abusaram da imagem do menino de rosto bonito. Focadas no senso comum, as pessoas condenaram veemen- temente o comportamento tico da me adotiva. Acendeu-se, assim, o esto- pim para novas investigaes e novas descobertas em torno do assunto e, a Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 33. tica na Administrao 129 vida daquela mulher se transformou, convertendo-a na mais terrvel de todas as vils. Diariamente, centenas de crianas so abandonadas pelas mes que, no tendo como cuidar de seus filhos, devido s dificuldades econmicas e sociais, deixam seus bebs renegados prpria sorte, nas caladas, nas portas das casas, em lates de lixo. Muitas dessas mes so adolescentes, solteiras, sem trabalho: algumas dependentes de drogas. Vez ou outra, os meios de comu- nicao tambm exploram destes dramas, cujo final no to feliz quanto a histria do menino Pedrinho, que aps conhecer seus verdadeiros pais, tem agora a chance de iniciar uma nova vida e compartilhar ao lado deles, novas experincias. Nas empresas, falncias fraudulentas, falcatruas, sonegao, contrabando, irregularidades diversas, posturas antiticas, entre outros, tambm repercu- tem e so mais ou menos explorados, ao gosto da mdia, preservando ou no os interesses das partes envolvidas. O crime organizado, a corrupo e a fome robustecem as pautas dos telejornais, que so preparados com todo o cuida- do, ou com o sensacionalismo peculiar, para prender a ateno dos expectado- res e elevar os picos de audincia. Escndalos religiosos, crimes passionais, assassinatos e tantos outros dra mas povoam jornais, revistas, rdios e TV; sem contar a internet, onde em geral a informao mais importante que a fonte que a gerou. A vida de pessoas comuns transforma-se em um jogo real e s vezes inescrupuloso. Intimidades desveladas, privacidade ultrajada e muita gente querendo aparecer, fazem o show da vida real. Isso fantstico. Em nossa opinio, tica est ligada a atitude. Est relacionada com a aceita- o pelo outro, de determinadas aes praticadas por um indivduo ou grupos de indivduos. A aceitao plena de outro parece-me algo utpico em socieda- des to desiguais. As guerras so o grande exemplo. Elas esto a, como sempre estiveram, impregnadas nas mentes, coraes e aes de pessoas inescrupulosas e prepo- tentes, que se acham donas da verdade, ignorando as diferenas, desrespeitan- do todos os princpios ticos que devem prevalecer nas relaes entre povos. Existiria guerra tica? Fazem parte da histria, as guerras santas. A guerra no Iraque, no Afeganisto, os ataques de 11 de setembro, entre outros episdios trgicos da histria contempornea, se fundamentaram em ideais, cujo prop- sito, ora religioso, ora econmico, garantia a paz. Que paz? Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 34. 130 tica nos Negcios Estamos assistindo no Brasil, pas considerado pacfico, a vrias guerras. A mdia divulga a todo o momento os nmeros de guerra contra a fome, a injus- tia social, o desemprego, o narcotrfico, a violncia, entre outras. Talvez essas sejam guerras ticas.Vrias guerras, que a meu ver so contra um mesmo inimi- go, oculto, perigoso e que s vezes se esconde em cada um de ns, fantasiado de hipocrisia, desamor e cobia. A tica nas organizaes Nas organizaes, a grande competitividade coloca as pessoas em bata- lhas sem fim, disputando fatias de mercado, disputando posies de destaque dentro das empresas e fora delas. Na busca desenfreada pelo conhecimento, manuteno do status, prestgio, lucratividade e poder, muitas vezes a tica deixada de lado. a guerra da sobrevivncia patrocinada pelo mercado. Nesse cenrio mercadolgico, conciliar interesse pessoal com objetivos comuns, por vezes, exige do administrador um comportamento, sobretudo, tico, de respeito ao prximo, respeito concorrncia, ao cliente, s leis etc. A est o grande desafio do administrador. No entanto, h tica na Administrao? O que administrar? Qual o objetivo da Administrao? H tica nas orga- nizaes? H tica no ensino da Administrao? Em que momento somos ou deixamos de ser ticos, na sociedade moderna? H tica na globalizao? Agir de forma proativa em prol dos interesses organizacionais, prioriz-los em detrimento das questes individuais e ao mesmo tempo ser honesto, res- peitar os clientes, a concorrncia, ser cumpridor das leis e saber valorizar as pessoas so palavras de ordem nos Cdigos de tica das organizaes. Quanto a ser e manter-se tico diante das circunstncias, vai depender de cada indiv- duo, de cada administrador. Entendo que o administrador, em seu processo de formao, brindado com uma srie de saberes sociolgicos, filosficos e humanos, que o creden- ciam a agir de maneira tica no exerccio da profisso. Cabe ressaltar que as regras so postas e impostas pelo mercado, qualquer que seja o mercado. Ser fiel aos princpios de vida em sociedade, respeitar as opinies divergentes, ser leal aos objetivos organizacionais, ser coerente e ter a conscincia de que preciso estar sempre procurando aprender mais. O administrador, dentro e fora das organizaes, deve ter perseverana e lutar pelo seu futuro e de sua famlia, fazendo sua parte enquanto cidado para Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 35. tica na Administrao 131 que tenhamos um mundo melhor, mais justo, onde todos tenham oportunida- des. necessrio, em minha opinio, que o administrador tenha sensibilidade e equilbrio no momento de tomar decises, e que trabalhe em prol de resulta- dos positivos para as organizaes, sem esquecer que elas fazem parte de um sistema aberto; portanto no so um fim em si mesma. O administrador no pode se dar ao luxo de desconsiderar tais premissas. O papel da escola Vejo que as escolas, principalmente as instituies de nvel superior, que tm o propsito de formar profissionais para o mercado de trabalho so fun- damentais nesse processo. Prticas pedaggicas e atitudes profissionais res- ponsveis e coerentes com o que ensinado so elementos facilitadores para a internalizao de princpios ticos pelos acadmicos. Tenho acompanhado com certa preocupao a banalizao do Ensino Supe- rior e sua mercantilizao. A democratizao do acesso ao Ensino Superior traz em seu bojo algo de perverso. Colocar disposio do mercado pessoas com formao universitria, sem, no entanto, prepar-las para enfrentar a concor- rncia, sem desenvolver nenhum programa de encaminhamento dessas pes- soas para o mercado de trabalho adotar a poltica do salve-se quem puder. contribuir para a formao de uma nova categoria de desempregados. Ode- sempregado intelectual, ouintelectualizado. Deve-se considerar que novos modelos de organizaes esto surgindo na era do conhecimento, e os acadmicos precisam estar cientes disso. Estar espera dos novos profissionais um mercado disputadssimo e voltil voltado para resultados. As palavras de ordem sero: competncia, ambio, poder, profissionalismo, dinamismo, sucesso, garra, suspenso etc. Ou seja, ters de matar um leo a cada dia. O diferencial vai depender de cada um. Cada qual lutando e buscando seu espao. Muito do que se aprende sobre princpios e tcnicas para uma boa Adminis- trao esto presentes nos livros estrangeiros, onde relatam casos de empresas de sucesso (grandes corporaes) e seus modelos administrativos. A partir da, a infinidade de bibliografias vai se somando, formando conceitos e padres para uma boa Administrao e fazendo da cincia da administrao algo mera- mente mecanicista, ou melhor, umlivro de receitas. Muitas publicaes brasileiras ligadas administrao de empresas so me- Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 36. 132 tica nos Negcios ramente repetidoras dos modelos tericos importados, sem muita identifica- o com a realidade da maioria das empresas brasileiras. Surgem os gurus, que vo se tornando cada vez mais populares, vendendofrmulas de sucesso, a quem interessar possa. Desenvolver nos estudantes uma mentalidade crtica, empreendedora, pro- ativa, focada em Responsabilidade Social a sublime misso das instituies de ensino compromissadas com a educao. S assim ser possvel continuar idealizando um perfil de profissional, que seja considerado tico e que saiba conduzir as organizaes para os resultados pretendidos, mas, promovendo o equilbrio, a justia social e agindo em prol da melhoria das condies de vida das pessoas: cumprindo as leis e respeitando a natureza, o meio ambiente e, sobretudo, reconhecendo as diferenas individuais de cada ser humano. (Orlando Barbosa Rodrigues, administrador de empresas, economirio, professor universitrio, Mestre em Cincias da Educao pela UCG.) Atividades de aplicao 1. Raphael responsvel em realizar entrevistas para selecionar candida- tos para a empresa em que trabalha. Em um determinado dia, Raphael tinha dois candidatos para ocupar uma vaga no setor de Administra- o. Assim que iniciou a entrevista, informou aos candidatos, o horrio de trabalho, ou seja, das 7h s 16h. O primeiro entrevistado, ao tomar cincia do horrio, com sua capacidade de expresso, informou que suas habilidades funcionam melhor depois das 8h. O segundo en- trevistado no reclamou do horrio, mostrou-se interessado, porm avisou que tinha pouca experincia para o trabalho indicado. Raphael escolheu o primeiro candidato. Em sua percepo, Raphael apresentou uma postura tica quanto escolha do candidato? Justifique. 2. O Brasil o pas dos escndalos, principalmente em relao a subor- no e corrupo em vrias empresas. Tanto que o presidente de uma empresa X j manda o contador separar certa quantia para ser distri- buda entre os vrios fiscais que fiscalizam a empresa mensalmente. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 37. tica na Administrao 133 Tanto os fiscais quanto o presidente esto infringindo o Cdigo de tica? Explane a sua resposta. 3. Atualmente, as empresas de ponta tendem a valorizar a relao hu- mana mais que a tcnica. Isso no configura que os funcionrios no apresentem competncias e habilidades para que acontea a harmo- nia no trabalho. Explique a afirmao acima, porm no se esquea de relatar os con- ceitos primordiais para que realmente acontea o esperado, e d exemplos. 4. Na hora de uma negociao entre duas empresas, cite trs tipos de comportamento tico que os negociadores devem apresentar para que a transao seja boa para ambas as partes. 5. A discusso sobre o contedo de tica nos Negcios, pelo mundo, trouxe a tona, pelo menos, uma questo de consenso: preciso incluir e aprofundar o ensino da tica na formao dos administradores? Jus- tifique a afirmativa. Crie uma situao em que o empresrio no use o Cdigo de tica na hora das negociaes. 6. Valle (1996) afirma que nas sociedades de hoje, prevalecem o con- sumismo, o individualismo, a competitividade desonesta, o poder, o utilitarismo, onde se pensa no poder, na riqueza pessoal. Por tudo expressado, percebemos o quanto a questo da tica na profisso cada vez mais atual, mas tambm geradora de conflitos. Justifique as palavras proferidas pelo autor. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 38. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 39. Gabarito tica na Administrao 1. Sim, porque, atualmente, a empresa est preocupada com o emprega- do que apresenta habilidades e competncias. 2. Sim. Ambos no utilizaram preceitos bsicos para realizar um neg- cio. O empresrio expressou valores e estratgias no-ticas assim como os fiscais. Faltou ao empresrio agregar valores dignos a todos os envolvidos no ambiente empresarial. O empresrio e os fiscais con- servam hbitos, tradies, usos, costumes, atitudes e aes, fruto da herana acumulada durante geraes na sociedade ocidental: o vcio da corrupo. Ambos precisam tomar cincia do Cdigo de tica, a fim de perceber que, agindo dessa forma, no esto contribuindo, como cidados e profissionais, para o progresso do pas e das instituies sociais e dos princpios legais. 3. Atualmente, o mercado de trabalho est dando nfase ao profissional que saiba trabalhar com esprito de equipe. Sabendo de antemo que cada indivduo um ser nico, logo, durante a jornada de trabalho, necessrio superar o individualismo e definir regras e normas de com- portamento com a participao de todos, atravs do respeito mtuo, dilogo, solidariedade e justia. 4. Estudar a fundo o produto que vai negociar; estar pronto para dar res- posta rpida e segura; que a negociao seja de parceria, ou seja, ter sempre em mente que o parceiro tenha a ganhar e fale e oua na mes- ma medida. 5. Concordo, pois como futuros negociadores precisam agregar compor- tamento tico, a fim de que sejam respeitados, profissionalmente, no mercado de trabalho. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 40. tica nos Negcios 6. Situao: o empregador chama ateno do empregado; como o em- pregador no gostou da maneira como foi feita a reclamao, ele reve- la um sigilo profissional para outros colegas com a inteno de resultar prejuzo empresa. 7. O drama de hoje, nesse mundo capitalista, que a maioria das pessoas est imbuda da ambio insacivel, volta-se, unicamente, para oter. A necessidade deterpassa a ser uma doena e, conseqentemente, esquece-se de ser, ou seja, perde-se a capacidade de amar, compreen- der, perdoar, acolher etc. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 41. Gabarito Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br 42. Esse material parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.aulasparticularesiesde.com.br