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1 ESTUDO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS E EVOLUTIVAS DAS HEMORRAGIAS DIGESTIVAS ALTAS EM UM HOSPITAL PÚBLICO TERCIÁRIO Artur Leonel Carneiro Centro Universitário de Caratinga 2010

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ESTUDO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS

ANATÔMICAS E EVOLUTIVAS DAS

HEMORRAGIAS DIGESTIVAS ALTAS EM UM

HOSPITAL PÚBLICO TERCIÁRIO

Artur Leonel Carneiro

Centro Universitário de Caratinga

2010

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ESTUDO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS

ANATÔMICAS E EVOLUTIVAS DAS

HEMORRAGIAS DIGESTIVAS ALTAS EM UM

HOSPITAL PÚBLICO TERCIÁRIO

Artur Leonel Carneiro

Caratinga

Minas Gerais – Brasil

2010

Dissertação apresentada ao Curso de Pós Graduação em

Ciências da Reabilitação do Centro Universitário de Caratinga,

como requisito parcial para obtenção do título de Mestre.

Orientador: Prof. Dsc. Marcus Vinícius de Mello Pinto

Co-Orientadora: Prof. Dsc. Lamara Laguardia Valente Rocha

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AGRADECIMENTOS

- Aos pacientes, que gentilmente aderiram a nossa pesquisa;

- À meus filhos Gustavo Souza Leonel Carneiro e Henrique Souza Leonel

Carneiro, e minha esposa, Mônica Souza Carneiro, que altruisticamente

abdicaram de muitas horas de convívio para permitir a realização de um

sonho;

- A meu pai, Benedito Carneiro, que do outro plano segue iluminando meus

passos, e minha mãe, Rita Resende Carneiro, sempre vibrando a cada

conquista;

- A meus irmãos, cunhados, sobrinhos e sogros, que me incentivam com

palavras e gestos de carinho;

- Aos meus orientadores, Marcus Vinicius de Mello Pinto e Lamara

Laguardia Rocha, que pacientemente vem direcionando meus passos para

atingir meus objetivos;

- Ao grande amigo Paulo Fonseca Furtado, que carinhosamente me auxiliou

na escolha e análise do banco de dados;

- A todos que tem colaboraram com a minha formação.

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FINANCIAMENTO DA PESQUISA

Este trabalho foi realizado com recursos próprios, portanto, sem conflito de

interesses.

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“Acreditar na medicina seria a suprema loucura se não acreditar nela não

fosse uma maior ainda, pois desse acumular de erros, com o tempo,

resultaram algumas verdades.”

MARCEL PROUST (1871- 1922)

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SUMÁRIO

Lista de abreviaturas

Lista de gráficos

Lista de tabelas

1. Introdução 10

2. Revisão de Literatura 14

2.1Hemorragia digestiva alta 15

2.1.1 Definição 15

2.1.2 Causas 15

2.1.3 Fisiopatologia 15

2.1.4 Sistema vascular envolvido 17

2.2Diagnóstico 18

2.2.3 Exames complementares 24

2.2.3.1 Raio X 24

2.2.3.2 Ultra Sonografia24

2.2.3.3 Angiografia24

2.2.3.4 Tomografia de Abdômen 25

2.2.3.5 Ressonância Nuclear Magnética25

2.2.3.6 Endoscopia Digestiva Alta 26

3. Objetivo 28

4. Pacientes e Métodos 30

4.1 Tipo de estudo 31

4.2 Pacientes 31

4.2.1 Critérios de inclusão 31

4.2.2 Critérios de exclusão 31

4.3 Métodos 32

4.4 Aspectos éticos 32

5. Resultados 33

5.1 Distribuiçao do gênero e idade da amostra 34

5.2 Localizações mais frequentes nas hemorragias digestivas altas 35

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5.3 Variação na ocorrência de hemorragias digestivas altas de acordo com

sua localização 37

6. Discussão 38

7. Conclusão 52

8. Referências bibliográficas 54

Anexos

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LISTA DE ABREVIATURAS HDA Hemorragia Digestiva Alta

HDB Hemorragia Digestiva Baixa

HMC Hospital Municipal de Contagem

AMS Artéria Mesentérica Superior

AGD Artéria Gastroduodenal

EDA Endoscopia Digestiva Alta

AAS Ácido Acetil Salicílico

AINE Antiinflamatório Não Esteróide

IBP Inibidor de Bomba Protônica

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Relação idade e freqüência de sangramento.

Gráfico 2: Demonstração do local mais comum de sangramento nas HDAs.

Gráfico 3: regressão binomial relacionando freqüência de ocorrência de

sangramento duodenal e ano de ocorrência

Gráfico 4: regressão binomial relacionando freqüência de ocorrência de

sangramento esofageano e ano de ocorrência

Gráfico 5: regressão binomial relacionando freqüência de ocorrência de

sangramento gástrico e ano de ocorrência

GRÁFICO 6: Comparação entre os estudos de Saowaros e presente

pesquisa.

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1. INTRODUÇÃO

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A hemorragia digestiva alta (HDA) é definida como o sangramento que se

origina no tubo digestório proveniente de lesões proximais ao ligamento de

Treitz, que delimita a junção entre o duodeno e jejuno. Portanto são lesões

originadas no esôfago, estômago e duodeno. Clinicamente pode se

manifestar através de sangramento digestivo alta ou baixo sendo suas

principais manifestações a hematêmese (vômito de sangue), melena (fezes

pretas) ou enterorragia (sangramento intestinal) sinais comuns dessa

enfermidade (GODOY, 2004).

A HDA corresponde a aproximadamente 80% das hemorragias digestivas.

Formas agudas e maciças de HDA, nos EUA, determinam em torno de

350.000 hospitalizações, com taxa de óbito de 6% a 10% (CHELBI,2005).

Estudos comparativos realizados nos Estados Unidos e Reino Unido

mostraram uma prevalência maior do sexo masculino em relação ao

feminino em 2-1. Em relação à idade 44,5% de todos os pacientes tinham

mais de 60 anos. A morbidade e a mortalidade também aumentaram com a

idade: 73,2% dos óbitos ocorreram em pacientes com mais de 60 anos

(VARMA & ALLEN, 2008).

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A mortalidade é maior entre os pacientes mais idosos e com co-morbidades,

especialmente as renais, hepáticas, cardíacas ou neoplásicas. (VARMA &

ALLEN, 2008).

A hemorragia digestiva alta pode ocorrer através de uma variedade de

etiologias onde cerca de 90 % dos casos surgem como lacerações de

Mallory-Weiss (esforço de vômitos), hemorragia varicosa por hipertensão

portal, lesões agudas de mucosa gastroduodenal, úlcera péptica e gastrite.

Podem, portatnto, originar-se de ramos do tronco celíaco e da artéria

mesentérica superior.

No cotidiano temos situações que podem simular uma HDA, como vômitos

decorrentes de estase gástrica, fezes avermelhadas após a ingestão de

beterraba, fezes enegrecidas por ingestão de sais de ferro ou bismuto,

epistaxe ou hemoptise. O primeiro ponto de decisão no manuseio de

hemorragia gastrointestinal é definir o local e a causa do sangramento, se é

do trato superior ou inferior.

Para classificarmos a gravidade, baseamos principalmente pela taxa e

extensão da hemorragia, co-morbidades e idade, ou estado hemodinâmico

do paciente, classificando-o em classes progressivas em relação às perdas

sanguíneas. Podem ser classificadas como 1, 2, 3 ou 4. A estimativa da

quantidade exteriorizada é freqüentemente errônea, pois grande parte do

sangramento pode permanecer no trato digestivo.

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A apresentação clinica da HDA depende da taxa e duração do sangramento

bem como das co-morbidades. A perda sanguínea de 500 ml é muitas vezes

necessária antes de anormalidades sistêmicas aparecerem. Grande perda

de sangue pode resultar em choque, com vasoconstrição periférica e

hipotensão ortostática. Os sintomas clínicos incluem síncope, vertigens,

náuseas, sudorese, taquicardia e hipotensão.

A condução adequada dos quadros agudos de hemorragia digestiva baixa

interessam de forma significativa a nós, cirurgiões, posto que os quadros

mais graves e de maior mortalidade invariavelmente terminam em uma sala

cirúrgica, em intervenções emergenciais, quando pouco resta a fazer.

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2. Revisão de literatura

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2.1. Hemorragia digestiva alta

2.1.1 Definição

É o sangramento que se origina no tubo digestivo em decorrência de lesões

proximais ao ângulo de Treitz, que delimita o duodeno e jejuno. São então

lesões que podem estar localizadas no esôfago, estômago e duodeno

(CHELBI, 2005).

2.1.2 Causas

A doença ulcerosa péptica é a maior causa de HDA, porém casuísticas

recentes demonstraram diminuição de sua incidência, que era de 46% no

estudo da American Society of Gastrointestinal Endoscopy, para 38%,

podendo também ser causada por gastrite erosiva e varizes esôfago

gástricas (MARTINS et al., 2009).

2.1.3 Fisiopatologia

A hemorragia digestiva alta pode ocorrer a partir de uma variedade de

etiologias. A sequência fisiopatológica é muitas vezes a erosão da mucosa

com hemorragia subseqüente. Cerca de 90% dos casos de HDA surgem

como lacerações de Mallory-Weiss, hemorragia varicosa por hipertensão

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portal, lesões agudas de mucosa, úlcera péptica e gastrite. Podem estar

associadas à ingestão de álcool recente, a hipertensão portal ou o uso de

antiinflamatórios como a aspirina, diclofenaco ou ibuprofeno. Pacientes com

queimaduras, traumas e aqueles que foram submetidos à cirurgia também

podem ter erosões gástricas (VARMA & ALLEN, 2008).

Celinski et al (2008) em artigo de revisão, mostraram que sua freqüência é

cerca de 40-150 casos por 100.000 habitantes, com taxa de mortalidade de

7-14%. A resolução do foco de sangramento principal, bem como a

prevenção da recorrência é associado com dinâmica de desenvolvimento de

métodos de tratamento endoscópico, bem como com otimização de

tratamento farmacológico.

Du et al (2009) estudando a variação de incidência de HDA no decorrer do

ano, identificou que a sua incidência varia nos diferentes meses e estações

do ano em Pequim. Seus fatores de risco relacionados com o clima podem

incluir a pressão de temperatura e barametrico, mas não incluem umidade

relativa e velocidade do vento. Os casos de HDA ocorreram com mais

freqüência no inverno e primavera, especialmente em Janeiro. A maioria de

casos de HDA foram apresentados durante a noite, especialmente das 8 à

meia-noite.

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2.1.4 Sistema Vascular Envolvido

A Hemorragia digestiva surge de ramos do tronco celíaco e a artéria

mesentérica superior (AMS), e raramente de fístula aorto-intestinal. A

embolização e demais procedimentos cirúrgicos são relativamente seguros

serem realizados nessa região, devido à rica rede de colaterais entre as

artérias do tronco celíaco e AMS, bem como entre os ramos do tronco

celíaco.

A artéria gástrica esquerda é oriunda do tronco celíaco em 90% dos

indivíduos e fornece irrigação ao estômago e esôfago distal. Geralmente é o

seu primeiro grande ramo que sangra. Percorre a curvatura menor do

estômago e faz anastomose com a artéria gástrica direita, que surge a partir

da artéria hepática esquerda (40%) ou da artéria hepática comum (40%). A

artéria gástrica direita irriga o piloro e face posterior distal do estômago. As

artérias gástricas curtas (a partir da artéria esplênica) e as artérias gastro-

epiplóicas direita e esquerda (ramos da artéria gastroduodenal [ADG] e

artéria esplênica, respectivamente) são responsáveis pelo abastecimento da

curvatura maior do estômago (VARMA & ALLEN, 2008).

A irrigação do duodeno é fornecida pelos ramos da AGD e AMS, e

ocasionalmente, das artérias hepáticas. Uma comunicação rica arterial

existe entre a AGD e a AMS, através das artérias da arcada pancreática e

artéria pancreaticoduodenal inferior. Assim, o estudo angiográfico do

sangramento piloro duodenal requer injeções de contraste em ambas as

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artérias do tonco celíaco e AMS, bem como seus ramos (VARMA & ALLEN,

2008).

A hemorragia digestiva alta, muitas vezes surge de varizes esofágicas ou

gástricas da veia coronária (gástrica esquerda) ou das veias gástricas

curtas, sendo a hipertensão portal a sua principal causa. Raramente, a

hemorragia de varizes no intestino delgado pode causar HDA (VARMA &

ALLEN, 2008).

2.2 Diagnóstico

A anamnese é sempre a principal ferramenta para o raciocínio diagnóstico e

na HDA isso não é diferente. Já na identificação alguns dados são

relevantes, como a idade (alguns diagnósticos são mais comuns em idades

mais avançadas, como o câncer e a angiodisplasia) e a procedência (a

hipertensão portal por esquistossomose ocorre em determinadas regiões

endêmicas do Brasil) (CHELBI, 2005).

Outro ponto fundamental para a suspeita diagnóstica da HDA é a presença

de história prévia de doenças relacionadas com hemorragia digestiva ou de

sintomas que sugerem esses diagnósticos. Alguns exemplos são listados a

seguir:

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A úlcera péptica

A HDA ocorre em 10% a 20% dos pacientes com doença ulcerosa péptica,

mas em 20% dos casos de sangramento por esta etiologia os pacientes não

tinham previamente diagnósticos ou sintomas característicos. Os sintomas

mais sugestivos são: dor epigástrica em queimação, podendo ou não

melhorar com alimentação, ritmicidade (surge 2 a 3 horas após refeições,

acorda o paciente à noite), periodicidade (persiste por dias e semanas,

melhora por semanas e meses, depois retornam com as mesmas

características. O Dr. D. A. Gilbert (1981) e colaboradores publicaram um

levantamento realizado pela American Society of Gastrointestinal Endoscopy

– ASGE – de 2.320 endoscopias digestivas realizadas por 277 sócios. Este

estudo constatou a doença ulcerosa péptica como a principal causa da

hemorragia digestiva, seguida pela lesão aguda da mucosa gástrica e de

varizes de esôfago (GILBERT, 1981).

Hipertensão portal

Na maioria das vezes há história de doença hepática crônica, ou, pelo

menos, de seus fatores etiológicos (alcoolismo, hepatites virais ou seus

fatores de risco, outras hepatopatias, esquistossomose). Não são raros os

casos recidivantes, sendo importante avaliar se episódios anteriores já

ocorreram. Deve-se lembrar que 20% dos hepatopatas apresentam HDA por

outra causa (CHELBI, 2005).

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Seo et al (2008) estudando pacientes cirróticos com HDA, sendo sua causa

mais frequente as varizes esofageanas, verificaram que a hemostasia inicial

foi alcançada, através do tratamento clínico e endoscópico, em 86,8% dos

casos, mas o ressangramento ocorreu em 3,8% e 16,8% dos casos no prazo

de cinco dias e seis semanas de hemorragia, respectivamente. As taxas de

mortalidade em cinco dias e seis semanas foram 11,3% e 25,9%,

respectivamente.

Neoplasia

Perguntar sobre diagnóstico já estabelecido de neoplasia gastrointestinal ou

sintomas compatíveis, como emagrecimento, febre intermitente, hiporexia,

empachamento, distensão abdominal, massas palpáveis e outros.

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Outros antecedentes importantes

Devemos também pesquisar a doença inflamatória intestinal, antecedente de

doença aterosclerótica ou condições para embolização sistêmica como a

colite isquêmica. O uso recente de AINE pode ser o responsável pelo

sangramento (lesão da mucosa gastroduodenal) ou promover o

sangramento em pacientes com úlcera péptica. Devemos pesquisar também

o abuso recente de álcool e vômitos intensos.

Ng et al (2006) identificaram que a incidência de hemorragia digestiva alta

em pacientes com doença arterial coronariana em uso de longo prazo de

baixa dose de aspirina é baixa, mas é acompanhada com morbidade

significativa. Com o uso prolongado de aspirina, a HDA continua a ser um

problema para aqueles com fatores de risco e principalmente em pacientes

com história de úlceras pépticas, nos quais a HDA tende a ocorrer logo após

a terapia com AAS.

Taha et al (2006) concluiram que usuários de AAS, AINE e outras drogas

antitrombóticas tiveram periodo de internação mais prolongado e maior

necessidade de hemotransfusão que os demais pacientes. Em outro estudo,

encontraram que o aumento da incidência de hemorragia gastrointestinal

superior foi fracamente relacionado com a mudança no uso de anti-

inflamatórios não esteróides. Em vez disso, ele provavelmente reflete a

crescente utilização de baixa dose de aspirina, outros antitromboticos e

álcool.

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Straube et al (2009), analisando o risco do uso de AINE, verificou que a HDA

ou perfuração ainda carrega um risco considerável de morte. Dados

publicados desde 1997 sugerem que a mortalidade global de pacientes que

sofrem de um sangramento gastrointestinal superior ou perfuração caiu para

1 em 13, mas permanece superior a cerca de 1 em 5 naqueles exposto a

AINE ou aspirina.

Andries Hallas et al (2006) demonstaram que o tratamento antitrombotico

está se tornando cada vez mais agressivo e que o tratamento combinado

antitrombotico-AAS está associado com alta incidência de HDA.

Johansen (2006) verificou que a associação AAS com IBP (esomeprazol)

provou ser superior ao clopidrogel na prevenção de HDA recorrente, apesar

de ser prática comum a substituição do AAS ao primeiro episódio de AAS.

Ishikawa et al (2008), em um estudo com 17.270 pacientes, cuja prescrição

de AINE foi acompanhada de IBP, constatou uma incidência de 0,05% de

HDA entre usuários de AINE, todas em formas leves, sem necessidade de

hemotransfusão.

Gulmez et al (2008) concluiu que o uso de espironolactona está associado

com aumento do risco de UGB, sendo maior o risco com doses mais

elevadas.

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Kumar et al (2009) encontraram que os medicamentos que inibem

recaptação de serotonina podem causar HDA. Médicos devem estar cientes

do mesmo e devem tentar afastar episódios anteriores de sangramento ou a

presença de outros fatores de risco que pode predispor a ele antes de

prescreve-los. Eles também devem avisar os pacientes sobre esse potencial

efeito colateral. Além disso, a presença de traço de Talassemia no paciente

merece uma atenção especial e precisa ser explorado para ver se poderia

de alguma forma contribuir na potencialização deste efeito colateral.

Karincaoglu et al (2010) verificaram, aos estudar pacientes críticos, que

marcadores de tecido gástrico antral mostraram alterações oxidativas

significativamente correlacionadas com o estado hemodinâmico. O estresse

oxidativo pode não ser uma condição clínica, mas, obviamente, leva ao dano

tecidual gástrico e pode explicar em muitos dos pacientes graves o

diagnóstico adicional de erosões gástricas.

Exame físico

Steger (1993) recomenda que quando existe a suspeita de hemorragia

digestiva alta deve ser realizada uma anamnese e exame físico cuidadoso.

O exame físico é fundamental para estimar a magnitude do sangramento.

Em relação às hipóteses para o diagnóstico etiológico da HDA, sua

contribuição é menos marcante, mas alguns dados são úteis como a

presença de alterações compatíveis com insuficiência hepática que chama a

atenção para a hipótese de varizes esofagogástricas, embora em até 20%

das HDA em hepatopatas tenham outras etiologias; a palpação de massa

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epigástrica leva a suspeita de neoplasia, o quadro clínico de abdome agudo

associado à HDA sugere isquemia mesentérica, e na dúvida entre HDA ou

hemorragia digestiva baixa, o toque retal pode identificar patologias

anorretais.

2.2.3 Exames Complementares

2.2.3.1 Raio x

Pode revelar um pneumomediastino em caso de perfuração esofageana,

pneumoperitônio, em caso de perfuração gástrica, pneumoretroperitônio ou

um delineamento das imagens dos músculos psoas e por vezes do rim

direito nos casos de perfuração posterior do duodeno (PEDROSO &

OLIVEIRA, 2007).

2.2.3.2 Ultra sonografia

A ultra sonografia tem um papel limitado no diagnóstico e tratamento da

hemorragia digestiva alta, não tendo nenhum papel no estabelecimento de

hemorragia digestiva superior aguda. Pode ser útil para estabelecer a

permeabilidade da veia porta antes do shunt intra hepático transjugular

(TIPS) em pacientes com sangramento de varizes (VARMA & ALLEN, 2008).

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2.2.3.3 Angiografia

A Avaliação angiográfica de HDA é normalmente realizada através de

acesso da artéria femoral. É um procedimento invasivo, que muitas vezes

permite a localização precisa da hemorragia e que permite a utilização de

opções terapêuticas que incluem a embolização ou infusão de vasopressina.

A taxa de sangramento de 0.5 a 1.0 ml/minuto é necessária para que possa

ser visualizado com angiografia (VARMA & ALLEN, 2008).

2.2.3.4 Tomografia de Abdome

Normalmente a tomografia não é utilizada como na avaliação de hemorragia

digestiva superior aguda de origem arterial. No entanto na detecção de HDA

de pseudo aneurismas dos vasos mesentéricos, as sucursais do eixo

celíaco, ou fístulas aorto entéricas é o estudo de escolha. Além disso, na

avaliação de massa do sistema gastrointestinal superior ou tumores do

fígado e hemorragia do peritônio podem ser detectados pela tomografia

(VARMA & ALLEN, 2008).

2.2.3.5 Ressonância Nuclear Magnética

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A ressonância magnética não tem um papel real na avaliação de hemorragia

digestiva alta. Na definição de pseudo aneurismas a angiografia por

ressonância magnética pode ser útil em descrever anomalias vasculares

(VARMA & ALLEN, 2008).

2.2.3.6 Endoscopia Digestiva Alta

A endoscopia é o exame inicial de escolha para a avaliação de hemorragia

digestiva alta. Permite a estimar o fluxo atual de sangramento, a taxa de

ressangramento e possibilita varias opções terapêuticas que podem levar à

resolução total ou parcial do quadro. É também útil no diagnóstico e

tratamento da HDA. Estudos recentes têm mostrado que a endoscopia

precoce é associada com redução dos custos de saúde e melhorias nos

resultados médicos. É capaz de confirmar a presença de HDA e fornecer

seu diagnóstico etiológico em 80% a 90% dos casos desde que seja

realizada nas primeiras 24 horas do evento, período após o qual a sua

acurácia começa a reduzir (STEGER, 1993; CHELBI, 2005).

Biecker et al (2008) em uma revisão, demonstrou que a EDA foi eficaz na

identificação e terapêutica da maioria dos sangramentos digestivos do trato

superior.

Theocharis et al (2008), estudando múltiplas variáveis, encontraram, na

Grécia, que enquanto as taxas de cirurgia de emergência ou por

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ressangramento são relativamente baixas em octogenários com HDA, a

presença de co-morbidade grave é o fator principal do resultado adverso.

Henrion et al (2008) comparando um coorte de pacientes com HDA com

intervalo de 20 anos, teve como resultado que a idade média se manteve

próxima, as principais etiologias permaneceram, a ingestão de drogas

gastrotoxicas não diminuiu apesar dos efeitos nocivos, a intervenção

terapêutica durante a primeira endoscopia foi realizada em 36% dos casos

em coorte mais recente, mas apenas 2% dos casos há 20 anos. A

freqüência e o volume de transfusão de sangue diminuíram drasticamente

durante as últimas duas décadas. Sobre o resultado, o requisito de cirurgia e

a taxa de hemorragia correntes diminuiu pela metade, mas mortalidade

manteve-se inalterada.

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3. OBJETIVOS

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Este estudo tem como objetivos:

- Determinar a prevalência específica de cada local de sangramento nas

hemorragias digestivas altas;

- Verificar a variação na prevalência do sangramento de esôfago após

implementação de ligadura sistemática profilática por via endoscópica.

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4. PACIENTES E MÉTODOS

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4.1 TIPO DE ESTUDO

Trabalho retrospectivo, observacional e descritivo.

4.2 PACIENTES

Foram estudados 7.711 laudos de endoscopias de pacientes provenientes

do HMC entre os anos de 2006 à 2010.

4.2.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

A) Tiverem sido submetidos à EDA no HMC;

B) Concordância com a realização do estudo após a leitura do termo de

consentimento livre e esclarecido;

C) Possuírem laudo conclusivo do exame EDA realizado.

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32

4.2.2 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

A) Não concordância com os termos de consentimento livre e esclarecido;

B) Não obtenção dos laudos referentes à EDA.

4.3 MÉTODOS

Os dados foram tabulados no programa BrOffice de domínio público e os

gráficos mais a análise estatística feitos no programa EPI INFO , também

de domínio público. O nível de significância estatística considerado foi de

p<0,05.

4.4 ASPECTOS ÉTICOS

O trabalho foi realizado após a aprovação do comitê de ética do HMC

(anexo2).

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5. RESULTADOS

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Foram analisados laudos endoscópicos de HDA no HMC, no período

compreendido entre os anos de 2006 a 2010, totalizando 7.711 endoscopias

obtendo um resultado positivo para sangramento em 253 pacientes.

5.1 Distribuição do Gênero e Idade da amostra

Dos 253 pacientes com resultados positivos para HDA, 190 (75%) eram do

sexo masculino e 63 (25%) eram do sexo feminino. A idade mínima foi 02

anos e a idade máxima foi 91 anos, sendo que a idade média dos pacientes

foi de 54,64 anos.

A freqüência de ocorrências das hemorragias digestivas, de acordo com a

idade do paciente, é representada no gráfico1.

Gráfico1: Relação idade e freqüência de sangramento.

0 50 100

0

10

20

30

Faixas

Etárias

Fre

quencia

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35

5.2 Localizações mais freqüentes nas hemorragias digestivas

altas

Em relação às localizações mais frequentes do sangramento nos pacientes

do HMC, destacam-se: o antro gástrico com 55 casos(21%), seguido de

corpo gástrico 48 casos (19%), duodeno 44 casos (17%), esôfago distal (40

casos – 16%), cárdia (27 casos – 11%), fundo gástrico (18 casos – 7%),

esôfago médio (14 casoss – 6%), esôfago proximal (7 casos – 3%).

O locais de sangramentos mais encontrados são demonstrados no gráfico 2.

7;3% 14;6%

40;16%

27;11%

18;7%48;19%

55;21%

44;17%

esôfago proximal esôfago medial esôfago distal cardia

fundo gástrico corpo antro duodeno

Gráfico 2: Demonstração do local mais comum de sangramento nas HDAs.

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36

No ano de 2006, o serviço de Endoscopia Digestiva do HMC passou a tratar

profilaticamente lesões de esôfago potencialmente sangráveis, identificadas

à endoscopia, através de esclerose ou ligadura elástica

Figura 1: Esquema representativo do trato digestivo alto com suas

subdivisões representando as diferentes freqüências de sangramento nas hemorragias digestivas altas estudadas no Hospital Municipal de Contagem entre os anos de 2003 e 2010. 1- Menos frequente; 2- Pouco frequente; 3- Frequente; 4-Muito frequente.

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37

5.3 Variação na ocorrência de hemorragias digestivas altas

de acordo com sua localização

Para compararmos a variação na incidência da ocorrência das hemorragias

digestivas altas, de origem duodenal, a partir da adoção de medidas

profiláticas (ano de 2006), foi realizado uma regressão binomial entre a

incidência dessas hemorragias em relação ao ano de ocorrência das

mesmas, a partir de 2007 (gráfico 3).

Foi registrada a ocorrência de 12 casos em 2007, 4 casos em 2008 e 7

casos em 2009.

Gráfico 3: regressão binomial relacionando freqüência de ocorrência de sangramento duodenal e ano de ocorrência

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38

Já com relação à variação na incidência da ocorrência das hemorragias

digestivas altas, de origem esofageana, também a partir da adoção de

medidas profiláticas (ano de 2006), foi realizado uma regressão binomial

entre a incidência dessas hemorragias em relação ao ano de ocorrência das

mesmas, a partir de 2007 (gráfico 4).

Foi registrada a ocorrência de 72 casos em 2007, 56 casos em 2008 e 61

casos em 2009.

Gráfico 4: regressão binomial relacionando freqüência de ocorrência de sangramento esofageano e ano de ocorrência

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Quanto à variação na incidência da ocorrência das hemorragias digestivas

altas, de origem gástrica, a partir da adoção de medidas profiláticas (ano de

2006), foi realizado uma regressão binomial entre a incidência dessas

hemorragias em relação ao ano de ocorrência das mesmas, a partir de 2007

(gráfico 5).

Foi registrada a ocorrência de 37 casos em 2007, 39 casos em 2008 e 40

casos em 2009.

Gráfico 5: regressão binomial relacionando freqüência de ocorrência de sangramento gástrico e ano de ocorrência

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6. DISCUSSÃO

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41

Dos 253 pacientes com resultados positivos para HDA, 190 (75%) eram do

sexo masculino e 63 (25%) eram do sexo feminino. A idade mínima foi 02

anos e a idade máxima foi 91 anos, sendo que a idade média dos pacientes

foi de 54,64 anos.

A freqüência do aparecimento da HDA em pacientes submetidos á

endoscopia digesiva alta no HMC foi de 3 homens para cada 1 mulher sendo

que este resultado está de acordo com os resultados encontrados por

SAOWAROS et al. (1994).

Em relação às localizações mais frequentes do sangramento nos pacientes

do HMC, destacam-se: o antro gástrico com 55 casos(21%), seguido de

corpo gástrico 48 casos (19%), duodeno 44 casos (17%), resultados estes

que se aproximam aos achados por SAOWAROS et al. (1994),

apresentados no gráfico 3.

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Gráfico 6: Comparação entre os estudos de Saowaros e presente pesquisa

Saowaros et al, em 1994, realizaram um levantamento com 5.000 pacientes

que apresentaram HDA durante um período de 20 anos (Janeiro de 1973 a

Dezembro de 1992). As causas de sangramento foram: úlcera péptica

(gástrica e duodenal) em 51.24%. Lesão aguda da mucosa em 31.61%,

sangramento varicoso em 8,2%, lesões de Mallory-Weiss em 4,54%,

sangramento por câncer em 1,66%; pólipos gástricos em 0,28% e

endoscopia normal em 2,46%. As idades dos pacientes variaram de 12 a 91

anos, a proporção de sexo foi 3:1 de masculina para feminina. As lesões

encontradas foram 61,28 por cento no estômago, 20,78 por cento no

duodeno e 15,48 por cento no esôfago. As causas de hemorragia puderam

ser detectadas em 97,54 por cento por endoscopia. Não foram encontradas

complicações significativas nos exames. Concluiu-se que a pan-endoscopia

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43

é um procedimento seguro e útil e deve ser feito rotineiramente como a

principal abordagem de no diagnóstico de hemorragia digestiva alta.

Shangrila et al (2007) investigando epidemiologicamente a HDA na província

de Mersin, Turquia, identificaram que a causa mais comum é úlcera péptica

e o uso de AINEs é o fator de risco etiológico mais freqüente. Embora

estatisticamente insignificante, havia flutuações sazonais e mensais na

incidência, onde o clima Mediterrâneo é predominante. O sangramento era

mais frequentes em Março e na primavera e menos frequente em Setembro

e no outono. Também mostrou uma flutuação sazonal semelhante do uso de

AINEs, que foi o fator de risco mais frequente. Portanto, se pode ser evitado

o uso desnecessário de AINEs, é possível proteger a maioria das pessoas

contra esta condição de emergência, que pode ser letal, em todos os meses

e estações do ano.

Al-Naamani et al (2008), verificando fatores preditivos de gravidade,

encontraram que pacientes com HDA nao varicosa, o nível de uréia sérica

na apresentação inicial é um preditor fraco da gravidade, conforme definido

pela admissão em CTI, mas não é útil na identificação de pacientes com

lesões de alto risco de sangramento.

Schemmer et al (2006), ao realizar análise regressiva multivariada fatores de

risco para sangramento, encontrou que os parâmetros prognósticos mais

utilizados na rotina clínica atual não são confiáveis o suficiente na predição

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de uma ameaça vital ao paciente devido a uma HDA. A cirrose hepática, por

outro lado, é significativamente mais freqüentemente associada a um risco

aumentado de morte após o sangramento de uma úlcera localizada na

parede posterior duodenal.

Pilotto et al (2007), investigando pacientes acima de 65 anos internados

devido a HDA recorrente provaram que ferramentas de avaliação

abrangente geriátrica são úteis como parte de um índice diagnóstico

multidimensional que prevê significativamente o risco de mortalidade no

prazo de dois anos em pacientes idosos com HDA.

Tammaro et al (2008) criaram uma estratificação de risco de sangramento

antes da realização de endoscopia cujo resultado foi adequadamente

associado à detecção de lesões com estigma de sangramento à endoscopia,

indicando situações que teriam realmente indicação de exame urgente. Um

estudo adicional, aleatorizado, é necessário para avaliar sua precisão no

agendamento com segurança de endoscopia em pacientes com HDA.

Pongprasobchai et al (2008) desenvolveram um escore de risco de etiologia

do sangramento gastrointestinal alto, dividido em varicoso e não varicoso,

sendo utilizado três parâmetros: cirrose ou sinais de insuficiência hepática,

vômito avermelhado e presença de sangue vivo em sonda nasogástrica,

sendo provavelmente varicosa quando os três sinais são positivos,

permitindo a implantação de medidas clinicas adequadas.

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45

Paik et al (2007), estudando as características da HDA em um serviço de

referência terciário, demonstraram um índice inicial de controle de

sangramento de 86.2% e 94.0% de controle ao final do tratamento, na HDA

aguda. Volume de transfusão, sangramento durante permanência em CTI ou

status ventilatório foram fatores preditivos importantes de falência de

tratamento.

Keyvani et al (2006) demonstraram que a utilização de IBP antes da

realização de endoscopia reduz significativamente o risco de desenvolver

resultados gastrintestinais adversos em pacientes com HDA, porém

sugeriram estudos futuros para melhor caracterizar essa relação.

Leontiadis et al (2007) estudando as medidas farmacológicas demonstrou

que o tratamento com IBP, em comparação com placebo ou bloqueadores

H2, reduz a mortalidade após sangramento de úlcera péptica entre os

pacientes com achados endoscópicos de alto risco de sangramento e reduz

as taxas de ressangramento e a intervenção cirúrgica. Tratamentos com IBP

iniciados antes da endoscopia na HDA reduz significativamente a proporção

de pacientes com estigmas de sangramento recente na endoscopia, mas

não reduz a mortalidade, ressangramento ou a necessidade de cirurgia. A

estratégia de dar IBP oral antes e depois da endoscopia, com terapia

hemostatica endoscópica para aqueles com grandes estigmas de

sangramento recente, é susceptível de ser o mais econômico. Tratamento

da infecção por H. pylori foi encontrado como mais eficaz do que a terapia

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46

de antisecretores na prevenção de sangramento recorrentes de úlcera

péptica. A erradicação sozinha do H. pylori ou erradicação seguida pelo uso

de misoprostol (com opção para IBP, se misoprostol não for tolerado) são as

duas estratégias mais econômicas para evitar sangramento de úlceras entre

infectados pelo H. Pylori usuários de AINE, apesar dos dados não é possível

excluir o uso exclusivo de IBP ser também custo efetivo. Serão necessários

mais ensaios controlados e aleatorizados grandes para avaliar situações

como administração de IBP anteriores ao exame endoscópico, diferentes

doses e formas de administração de IBP, bem como a prevenção primária e

secundária de sangramento do trato gastrointestinal alto.

Targownik et al (2007), avaliando a performance do procedimento

endoscópico nas primeiras 24h, comparando com a endoscopia rápida (até

6h), mostraram que para pacientes de alto risco com quadro de HDA não

varicosa, realizar endoscopia dentro de 6 horas de apresentação é mais

eficaz do que a execução endoscopia entre 6 e 24 h após a apresentação,

porém o papel desta modalidade de endoscopia em pacientes de alto risco

clínico exige mais delineamento de forma prospectiva.

Já Kim et al (2009), avaliando a necessidade de endoscopia de emergência,

dentro de 12 horas após a chegada a sala de emergência, identificou que a

mesma não conduz a melhor prognóstico em HDA aguda.

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47

Sarin et al (2009) avaliando retrospectivamente exames endoscópicos

realizados em hospital de ensino, a análise multivariada não demonstrou

qualquer tipo de benefício para endoscopia precoce (menos de 6 h) em

comparação com endoscopia dentro de 24 h, concluiu que a maioria dos

pacientes com hemorragia gastrointestinal aguda podem ser efetivamente

manuzeados com endoscopia dentro de 24 horas.

Parente et al (2005) concluiu que a experiência do endoscopista é um fator

prognóstico independente importante para abordagem de HDA aguda não

varicosa. Endoscopia de urgência deve ser feita preferencialmente por um

endoscopista experiente, já que um profissional menos experiente tende a

subestimar algumas lesões de risco com uma influência negativa na

hemostasia.

Jae et al (2007), ao estudar a embolização transarterial de vasos sangrantes

na HDA com N-butil cianoacrilatos demonstraram que é uma modalidade de

tratamento altamente eficaz e seguro para HDA não varicosa, especialmente

quando não é possível o avanço do micro cateter no local do sangramento e

quando o paciente possui coagulopatia.

Sung et al (2007) comparando a terapêutica de injeção ou termocoagulação

com hemoclips no tratamento da hemorragia não varicosa encontrou que a

aplicação bem-sucedida de hemoclips é superior à injeção isoladamente,

mas comparável à termocoagulação na obtenção de hemostasia definitiva.

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48

Não houve diferença nas causas globais de mortalidade,

independentemente das modalidades de tratamento endoscópico.

Sridhar et al (2009), utilizando a água oxigenada para identificacao de local

de sangramento a endoscopia, revelou que a mesma melhora a visualização

das bases da úlcera em HDA nao varicosa. Um volume menor de H2O2 foi

necessário para limpar coágulos em pacientes que usaram antiinflamatórios

não-esteróides e tinham infecção por H. pylori. O uso de H2O2 ajudou na

identificação de mais vasos na úlcera duodenal. O uso de H2O2 deve ser

considerado como uma terapia padrão no manuseio de coágulos na HDA

nao varicosa.

Henrion et al (2008) comparando um coorte de pacientes com HDA com

intervalo de 20 anos, teve como resultado que a idade média se manteve

próxima, as principais etiologias permaneceram, a ingestão de drogas

gastrotoxicas não diminuiu apesar dos efeitos nocivos, a intervenção

terapêutica durante a primeira endoscopia foi realizada em 36% dos casos

em coorte mais recente, mas apenas 2% dos casos há 20 anos. A

freqüência e o volume de transfusão de sangue diminuíram drasticamente

durante as últimas duas décadas. Sobre o resultado, o requisito de cirurgia e

a taxa de hemorragia correntes diminuiu pela metade, mas mortalidade

manteve-se inalterada.

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49

Barkun et al (2010), em um consenso internacional sobre HAD, envolvendo

34 experts de 15 países, definiram como recomendações uma estratificação

precoce de risco, utilizando escalas de prognostico já validadas, e

endoscopia precoce (dentro de 24h). A hemostasia endoscópica permanece

indicada em lesões de alto risco, aonde os dados disponíveis dão suporte à

tentativa de deslocar os coágulos sob os estigmas de sangramento com

tratamento hemostático, farmacológico ou combinado. Clips ou

termocoagulação, sozinhos ou combinados com injeção de epinefrina, são

métodos efetivos; a injeção isolada de epinefrina não e recomendada.

Endoscopia revisional pode ser útil em pacientes selecionados de alto risco,

mas não é rotineiramente recomendada. Terapia pré-endoscópica com IBP

pode reduzir a gravidade da lesão. Terapia endovenosa com IBP em altas

doses após hemostasia endoscópica bem sucedida diminui tanto o

ressangramento quanto a mortalidade em pacientes com lesões com

estigma de alto risco de sangramento. Apesar de alguns pacientes poderem

ser liberados prontamente apos o exame, pacientes de alto risco devem ser

hospitalizados por pelo menos 72 horas. Para pacientes com HDA que

necessitarem usar AINE, um inibidor de COX2 associado a IBP deve ser

utilizado para reduzir ressangramento. Pacientes com HDA que necessitam

profilaxia cardiovascular devem reiniciar uso de AAS tão logo o risco

cardiovascular supere o gastrointestinal (normalmente 7 dias); a terapia do

AAS associado ao IBP é preferida ao uso isolado de clopidogrel para reduzir

ressangramento.

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Greenspoon e Barkun (2010), em recente revisão, divulgaram

recomendações no manuseio de pacientes com HDA nao varicosa:

Eritromicina topica melhora a visualização quando for provável encontrar

sangue no estômago.

Inibição de bomba de prótons pré-endoscópica não melhora os

resultados, mas as lesões endoscópica de alto risco sofrem reducao

(downstage) e pode ser considerada.

Em pacientes com anticoagulantes, correção de uma coagulopatia é

recomendada, mas não deve atrasar endoscopia precoce (dentro de 24

horas), já que a mesma melhora os resultados clínicos.

Em pacientes com alto risco de presenca de estigma endoscópica,

embora melhor do que não fazer nada, injeção de epinefrina sozinha

fornece eficácia com qualidade inferior e deve ser combinada com outra

modalidade tais como clips, injeção térmico ou esclerosante, que também

são eficazes por si só.

Na sequência de uma tentativa de deslocamento, coágulos aderentes

podem ser tratados com alta dose de infusão intravenosa de IPB (80mg

em bolus e 8 mg/h para os 3 dias) ou seguir hemostasia endoscópica. A

combinação é indicada para todos os outros pacientes com alto risco de

estigma, atualmente há uma falta de qualidade de dados generalizáveis

para apoiar outros regimes de IBP orais ou intravenosos.

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51

Uma endoscopia revisional é recomendada apenas seletivamente após

hemostasia endoscópica. Um resultado negativo no teste para

Helicobacter pylori requer confirmação na configuração aguda.

Na ausência de discussões apropriadas, ácido acetilsalicílico (ASA)

poderá em breve ser reiniciado após sangramento; co-terapia de longo

prazo com IBP é imperativo

Em pacientes que sangraram em uso de fármacos anti-inflamatórios, se

ainda for necessário, dar preferência a um inibidor de ciclooxigenase-2,

Clopidogrel não deve ser utilizado sozinho.

De acordo com a análise dos dados encontrados nesta pesquisa podemos

sugerir ao serviço de endoscopia do HMC, que, ao realizar exame

endoscópico em pacientes com quadro de hemorragia digestiva alta, a

seguinte escala de prioridades deve ser utilizada: avaliar inicialmente o antro

gástrico, posteriormente o corpo gástrico e o duodeno.

Desta forma, o endoscopista terá uma chance aumentada de identificar e

tratar mais rapidamente um sangramento ativo, reduzindo assim o tempo de

exame, com claros benefícios para este perfil de pacientes, com idade mais

avançada, co-morbidades e instabilidade clínica.

Podemos perceber, também, que após a instituição da esclerose e/ou

ligadura profilática de lesões potencialmente sangrantes em esôfago, existe

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52

uma tendência à queda de HDA secundária a afecções deste sítio,

necessitando, contudo, de um período mais longo de observação.

Reforça esta hipótese o fato de que a incidência de sangramento dos

demais sítios, para os quais não existe nenhum protocolo de profilaxia, tem

se mantido estáveis no período estudado.

Novos estudos são necessários para determinar a eficácia na redução da

mortalidade em decorrência da utilização de uma menor dose de opióides,

em pacientes com instabilidade hemodinâmica, na vigência de uma

hemorragia digestiva alta, com a priorização dos sítios anatômicos mais

freqüentes durante a realização da endoscopia digestiva alta propedêutica

e/ou terapêutica.

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7. CONCLUSÃO

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54

O presente estudo permitiu chegar às seguintes conclusões:

O local mais acometido pelas hemorragias digestivas altas no HMC entre os

anos de 2006 e 2010 foi o antro gástrico (55 casos - 21%), seguido de corpo

gástrico (48 casos – 19%), duodeno (44 casos – 17%), esôfago distal (40

casos – 16%), cárdia (27 casos – 11%), fundo gástrico (18 casos – 7%),

esôfago médio (14 casoss – 6%), esôfago proximal (7 casos – 3%).

Houve uma tendência à redução, a partir do ano de 2007, na incidência da

ocorrência de hemorragias digestivas altas de origem esofageana após a

adoção de medidas profiláticas, pela equipe de endoscopia do HMC, a partir

do ano de 2006.

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8. REFERÊNCIAS

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65

ANEXO 1

Estudo:

Estudo sobre as características anatômicas e evolutivas das

hemorragias digestivas altas em hospital um hospital público terciário

Consentimento Pós-informado

1- A Hemorragia Digestiva Baixa é uma condição clínica freqüente em nosso

meio, sendo responsável por muitas consultas em pronto-socorro,

internações e até óbitos.

2- A Endoscopia Digestiva é um método de diagnóstico e de tratamento

muito utilizado nestas situações, mas às vezes o sangramento é tão intenso

que sua realização fica dificultada e consequentemente, a hemorragia não é

adequadamente tratada

3- Com este objetivo, o Hospital Municipal de Contagem está realizando um

estudo de prontuários para tentar identificar os locais mais frequentemente

acometidos por este problema, visando sistematizar a realização deste

exame nas situações de sangramento.

4- Eu, ............................................................................ portador (a) de

documento de identidade nº.........................., expedido pela.........................,

estou ciente do que foi exposto acima e autorizo a análise de meu prontuário

e laudo de exame endoscópico, conforme me foi esclarecido.

Contagem, ....... de ......................... de ..........

........................................................................................... assinatura do(a) paciente

Telefone para contato: 031 3352-8824 ( Hospital Municipal de Contagem)

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66

ANEXO 2

AO COMITÊ DE ÉTICA E DIRETORIA DO HOSPITAL MUNICIPAL DE

CONTAGEM

Eu, Artur Leonel Carneiro, cirurgião geral efetivo da FAMUC e professor do

curso de Medicina da UNEC, juntamente com meu orientador: Dr. Marcus

Vinícius de Mello Pinto, solicitamos parecer para a realização de um trabalho

científico denominado: “ESTUDO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS

ANATÔMICAS E EVOLUTIVAS DAS HEMORRAGIAS DIGESTIVAS

ALTAS EM HOSPITAL UM HOSPITAL PÚBLICO TERCIÁRIO”.

Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo, cujo objetivo é

determinar a prevalência específica de cada local de sangramento nas

hemorragias digestivas altas, visando propor uma seqüência racional de

abordagem endoscópica para esses casos.

Comprometo-me a utilizar o estudo em questão apenas para fins científicos

mantendo sigilo sobre a identidade dos participantes. Comprometo-me

também a disponibilizar uma versão final do estudo para a biblioteca deste

hospital.

De acordo com a realização do estudo:

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

____________________________________________________________

Contagem, 15/10/2010

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68

FICHA CATALOGRÁFICA

Sistema de Bibliotecas - UNEC

Ficha Catalográfica

616.33

P952e

2010

CARNEIRO, Artur Leonel.

Análise estatística da localização endoscópica do sangramento

nas hemorragias digestivas altas. Artur Leonel Carneiro. Centro

Universitário de Caratinga – UNEC: Pós Graduação em Ciências

da Reabilitação.

68p; 29,7 cm.

Dissertação (Pós Graduação - UNEC – Área: Ciências da

Reabilitação).

Orientador: Prof. DSc. Marcus Vinícius de Mello Pinto.

Co-orientadora: Prof DSc. Lamara Laguardia Rocha

1. Localização.

2. Hemorragia Gastrointestinal.

3. Sangramento..

I. Título II. Prof. DSc. Marcus Vinícius de Mello Pinto.