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1 Centro Universitário de Caratinga Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação Mestrado Acadêmico DISSERTAÇÃO Linha de Pesquisa – Desempenho Funcional Humano ESTUDO DA EFICÁCIA DA ACUPUNTURA SISTÊMICA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO EM 150 MULHERES DE VITÓRIA-ES Por Rúbia Mara Gomes da Silva Orientador Prof. Dr. Marcus Vinícius de Mello Pinto Co-Orientador Profa. Dra. Lamara Laguardia Valente Rocha Caratinga 2010

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Centro Universitário de Caratinga Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação

Mestrado Acadêmico

DISSERTAÇÃO

Linha de Pesquisa – Desempenho Funcional Humano

ESTUDO DA EFICÁCIA DA ACUPUNTURA SISTÊMICA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO EM 150 MULHERES DE VITÓRIA-ES

Por

Rúbia Mara Gomes da Silva

Orientador

Prof. Dr. Marcus Vinícius de Mello Pinto

Co-Orientador Profa. Dra. Lamara Laguardia Valente Rocha

Caratinga 2010

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ESTUDO DA EFICÁCIA DA ACUPUNTURA SISTÊMICA NO TRATAMENTO DA

DEPRESSÃO EM 150 MULHERES DE VITÓRIA-ES

Rúbia Mara Gomes da Silva

Dissertação apresentada ao Centro Universitário de Caratinga, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, para obtenção do Título de Mestre.

Marcus Vinícius de Mello Pinto - Orientador

Lamara Laguardia Valente Rocha - Co-Orientadora

CARATINGA

2010

Centro Universitário de Caratinga

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação

Mestrado Acadêmico

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RÚBIA MARA GOMES DA SILVA

ESTUDO DA EFICÁCIA DA ACUPUNTURA SISTÊMICA NO TRATAMENTO DA

DEPRESSÃO EM 150 MULHERES DE VITÓRIA-ES

Dissertação apresentada ao Centro Universitário de Caratinga, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, para obtenção do Título de Mestre.

___________________________________ _____________________________ Prof. Dr. Marcus Vinícius de Mello Pinto Prof. Dr. Amédis Germano dos Santos (Orientador) _____________________________________ Prof. Dr. Mário Baraúna.

Dissertação apresentada em: _____/_____/______

Parecer da Banca:

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DEDICATÓRIA Este trabalho é dedicado ao meu esposo Glicério do Nascimento Pinto Júnior, estamos sempre

juntos, nas horas difíceis que ficamos mais fortes.

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Agradecimentos

Agradeço a todos os professores da minha vida, sei que sem eles não poderia estar aqui. Meu querido orientador e amigo que sempre me acolheu nas horas mais difíceis muito obrigada. Mas nas horas de felicidade, como esta, também sempre do meu lado. Lamara Laguardia Valente Rocha, sempre sábia, suas palavras fazem a diferença. Eugênio Ribeiro Gomes, seu apoio foi fundamental. Familiares e amigos, Revanir Gomes da Silva, Guiomar Aparecida Silva, Rosemary Aparecida Gomes da silva, Wesley Gomes da Silva, Raíssa Gomes da silva, Thiago Anildo Pereira, Raerine Gomes da Silva, Ádan Lúcio Gonçalves Pereira Penha, Sra Selma Cevidanes e Sr.Glicério do Nascimento Pinto: a turma do meu coração.

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GOMES SILVA, RÚBIA MARA. Centro Universitário de Caratinga. Agosto 2010. Estudo da Eficácia da Acupuntura Sistêmica na depressão em 150 mulheres de Vitória-ES.Orientador: Professor D.Sc. Marcus Vinícius de Mello Pinto; Co-Orientadores: Professora D.Sc. Lamara Laguárdia Valente Rocha

RESUMO No último século, com a necessidade de uma maior rapidez das atividades diárias, houve uma elevação da prevalência das doenças crônicas não-transmissíveis, as quais desenvolvem-se de forma silenciosa, de origem multifatorial e influenciam diretamente a qualidade de vida do indivíduo. Este grupo de enfermidades compreende transtornos psicológicos e psiquiátricos, como a depressão. Esta patologia é recorrente podendo apresentar prejuízos físicos, emocionais e mentais, pelo estado alterado das emoções no qual a pessoa se sente num nível anormal de tristeza. As causas de depressão podem variar, influenciando o início e a persistência dos episódios depressivos. No final do século XIX, surgiram as escalas de avaliação dos sintomas de depressão. O Inventário de Depressão de Beck é apontado como um método auto-avaliativo muito utilizado no meio clínico e de pesquisa. O tratamento desta patologia se baseia em ansiolíticos, fármacos anti-depressivos inibindo o sistema nervoso central, hormônios, psicoterapias e acupuntura. Os efeitos da acupuntura sobre atividade cerebral têm sido demonstrados através de exames neurológicos, e seus resultados no tratamento de transtornos depressivos também têm sido evidenciados. O objetivo deste trabalho é analisar a influência da acupuntura sistêmica no tratamento de mulheres diagnosticadas com depressão. É um trabalho prospectivo, randomizado, feito com 150 pacientes, adultos, entre 35 e 50 anos, do sexo feminino e, após avaliadas por um médico psiquiatra, foram encaminhadas para a Clínica Escola do Instituto Superior de Ciências da Saúde na cidade de Vitória-ES, para receberem tratamento de acupuntura, durante o primeiro semestre de 2010. Foram tratadas com um protocolo de combinação de pontos segundo Ross (2000), de acupuntura realizados em 3 sessões semanais, sendo um total de 30 sessões cada paciente. Foram utilizadas agulhas de acupuntura descartáveis de 0,25 (diâmetro) x 30mm (comprimento), em aço inox; álcool 70%; algodão hidrófilo, descarpack e luvas descartáveis. Foram excluídas todas as pacientes impossibilitadas de ir ao local de avaliação e tratamento. Depois de avaliadas por um indivíduo treinado, todas as pacientes foram submetidas ao “Inventário de depressão de beck” (IDB). Os resultados obtidos após o tratamento mostraram uma melhora significativa no quadro de depressão, mas conclui-se que necessita de maiores estudos para entender a verdadeira atuação da acupuntura perante a doença

Descritores: Acupuntura, Depressão, Cognição

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GOMES SILVA, RÚBIA MARA. Centro Universitário de Caratinga. agosto 2010. Estudo da Eficácia da Acupuntura Sistêmica na depressão em 150 mulheres de Vitória-ES. Adviser: Prof. D.Sc. Marcus Vinícius de Mello Pinto; Co-Adviser: Prof. D.Sc. Lamara Laguárdia Valente Rocha

ABSTRACT

The last century has been marked by the need for speed in the daily activities of life. Therefore the income of prevalence chronicle non-communicable diseases has increased. Those diseases are developed in a silent way, have got multifactorial sources and act straight on the personal quality of life. The depression is one of the examples of psychological and psychiatrist illness. This pathology is recurrent and involves physical, emotional and mental damages, considering the abnormal status of emotions and high level of sadness. The causes of depression vary including social factors that influence on the beginning and continuity of depressing episodes. At the end of XIX century were created the scales of evaluation of depression symptoms. The Beck Depression Inventory (BDI) is pointed as a depression self-evaluation method used for clinic and research. The treatment of this pathology is based on ansiolitics, pharmacists, non-depressives, hormones, psychotherapies and acupuncture. The effects of acupuncture on brain activity have been demonstrated throughout neurologic exams, and the results of depression treatment have also been shown. The objective of this work is to analyze the influence of the systemic acupuncture on treatment on diagnosis of women depressed. It’s a prospective work, random, done with 150 patients, adults, age from 35 to 50 years old, female. After evaluated the patients were taken to Clínica Escola do Instituto Superior de Ciências da Saúde in the city of Vitória-ES, to receive acupuncture treatment, during the first semester of 2010. They were treated with a combination of acupuncture points according to Ross (2000), managed three times a week in a total of 30 sessions on each patient. It were used disposable acupuncture needles of 0,25 mm (diameter) x 30mm (length), made of inox; 70% alcohol; hygrophilous cotton; descarpack and disposable gloves. After being evaluated by trained personal, all the patients were under the Beck Depression Inventory . The results of t the treatment have shown considerable changing in depression status, although it´s needed bigger studies to understand the real acting of acupuncture on the disease. Keywords: Acupuncture, Depression, Cognition

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO……………………………………………………........……..................09

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................10

2.1. Depressão....................................................................................................................10

2.2. História da Depressão........................................................................................11

2.3. Classificação da Depressão.................................................................................12

2.4. Etiopatogenia da Depressão.......................................................................................14

2.5. Método Avaliativo – Inventário de Depressão de Beck.............................................16

2.6. Tratamento.......................................................................................................17

2.7. Acupuntura.......................................................................................................19

3. OBJETIVO E HIPÓTESES ..............................................................................................23

4. METODOLOGIA DE TRABALHO................................................................................24

4.1. Seleção dos Pacientes........................................................................................25

4.1.1. Critérios de Inclusão................................................................................25

4.1.2. Critérios de Exclusão..............................................................................25

4.2. Método de Tratamento......................................................................................25

5. ANÁLISE ESTATÍSTICA:................................................................................................32

6. RESULTADOS...............................................................................................................33

7. DISSCURSSÃO..............................................................................................................34

8. CONCLUSÃO ...............................................................................................................36

9. REFERÊNCIAS .............................................................................................................37

10. ANEXOS......................................................................................................................40

10.1. Anexo A..................................................................................................43

10.2. Anexo B....................................................................................................43

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1 - Introdução

O Brasil passou, no último século, por um aumento das doenças crônicas não

transmissíveis. Houve uma mudança no perfil de morbidade da população, o envelhecimento

populacional também aumentou, elevando, assim, a prevalência de tais enfermidades. (ROSA,

2007).Diabetes, patologias cardiovasculares, psiquiátricas e psicológicas fazem parte do grupo

das doenças não transmissíveis. Muitas vezes, desenvolvendo-se de forma silenciosa e

apresentam grande recorrência. (SOUZA, 2007).

Por ter uma variação de sinais e sintomas muito alta entre os pacientes, há uma certa

dificuldade de diagnóstico e tratamento. Este é o caso da depressão. (BALDESSIN, 2002).

A depressão é uma condição médica comum, crônica e associada à limitação

funcional. Sua causa ainda não é bem definida, variando de causas biológicas, genéticas e

psicosociais. (PADOOVANI, 2005).

Em reunião realizada no Rio de Janeiro em novembro de 2003, com representantes do

Ministério da Saúde, da Organização Pan-Americana de Saúde, Organização Mundial da

Saúde e da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, foi dito que

este conjunto de doenças é responsável por 60% das mortes e incapacidade em todo o mundo,

numa escala progressiva, podendo chegar a 73% de todas as mortes em 2020. Em 2001, no

Brasil, foram responsáveis por 62% de todas as mortes e 39% de todas as hospitalizações

registradas no Sistema Único de Saúde (OPAS/OMS, 2004).

Entender os transtornos depressivos e sua associação e correlação com outras

patologias é importante para fomentar e criar políticas públicas de saúde em gerir qualidade e

condição de vida para a população, fortalecendo e concretizando a interdisciplinaridade dos

profissionais da área de saúde e promovendo uma intensa integração entre ensino, pesquisa e

extensão. Oferecendo, dessa forma, um ciclo completo de inter-relacionamento nas atividades

multiprofissionais. (DEL PORTO, 2000).

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2. Revisão Bibliográfica_____________________________________________________

2.1 – Depressão

No último século, com os avanços tecnológicos, e a necessidade de uma maior rapidez

das atividades de vida diárias, houve uma elevação da prevalência das doenças crônicas não-

transmissíveis. (ROSA, 2007). Essas doenças influenciam diretamente no trabalho, nas

atividades de vida diária, ou seja, na qualidade de vida do indivíduo, pelo alto grau de stress

do paciente. (SOUZA, 2007).

As doenças crônicas não-transmissíveis, muitas vezes, desenvolvem-se de forma

silenciosa e têm origem multifatorial. Além do mais, não é raro que as mesmas se apresentem

interligadas, não podendo ser estabelecida uma abordagem única e padronizada. (ROSA,

2007). O grupo dessas doenças compreende enfermidades cardiovasculares, diabetes, câncer,

doenças respiratórias crônicas, transtornos psicológicos e psiquiátricos, sendo que os fatores

de risco são comuns e demandam por assistência continuada de serviços e ônus progressivos.

(DEL PORTO, 2000).

A depressão, é uma doença crônica não transmissível e recorrente, de caráter

psicológico podendo apresentar prejuízos psiquiátricos, físicos, emocionais e mentais, pelo

estado alterado das emoções no qual a pessoa se sente num estado anormal de tristeza. Ocorre

ainda, limitação do bem-estar, o que compromete a qualidade de vida. Há a possibilidade de

variáveis psicológicas iniciarem o desenvolvimento de sintomas físicos, como no caso de uma

tensão muscular resultante de uma resposta mal adaptada ao estresse psicológico.

(BALDESSIN, 2002; ROSA, 2007; SOUZA, 2007).

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2.2 – História da Depressão

A primeira descrição de um quadro de possível depressão foi feita na Grécia por

Hipócrates que usava os termos “mania” e ”melancolia” quando havia perturbações mentais.

Nesta época, depressão, melancolia e psicose eram consideradas a mesma patologia. Os

sintomas de aversão à comida, falta de ânimo, insônia, irritabilidade e inquietação estavam

presentes na maioria dos pacientes psiquiátricos, e se durassem muito tempo, tal estado seria

próprio da melancolia. (JACOMINO, 2006).

A história do Rey Saul, no Antigo Testamento, descreve uma síndrome depressiva,

assim como a história do suicídio de Ajax, na Ilíada, de Homero Cerca de 400 a.C. Por volta

do ano 30, Aulus Comelius Celsus descreveu a melancolia em alguns estudos. Foi assim

utilizado por outros autores, incluindo Arateus, Galeno e Alexandre de Talles, no século VI.

Moses Maimonides, no século XII, que considerou a melancolia como uma entidade

patológica distinta.(SOUZA, 1999).

No Iluminismo, o escocês Willian Cullen sugeriu que na melancolia ocorreria uma

alteração de função nervosa, e fez a descrição mais detalhada das doenças mentais da época.

As partes do encéfalo estariam em um estado desigual de “excitação” e “colapso”.(DUARTE,

2007).

No século XIX houve uma atualização dos conceitos de doença psiquiátrica, que se

aproximam dos utilizados atualmente. Em 1685, Bonet descreveu uma doença mental à qual

chamou de maníaco-melancholicus.(KAPLAN, 1997).

O médico francês Dr.Philipe Pinel deu início a um tratamento mais humano na Europa

durante o ano de 1793. Apartir daí, com a classificação das doenças psiquiátricas de Pinel foi

facilitado o entendimento e abordagem dos pacientes em hospitais e clínicas. (BLAY, 2000).

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O Dr. Aubrey Lewis foi o primeiro a diferenciar depressão e psicose, tornando-se um

marco para definição e orientação no tratamento da depressão. Já que a psicose tem como

predominância do delírio nos relatos do dia a dia, feito pelos pacientes. Em 1864, Jules Falret

descreveu uma condição chamada de folie circulaire, na qual os pacientes experimentam

humores alternados de depressão e mania. (SOUZA, 1999)

Emil Kraepelin, em 1899 descreveu uma psicose maníaco-depressiva que continha a

maioria dos critérios usados atualmente pelos psiquiatras, para o estabelecimento do

diagnóstico de Transtorno bipolar. (JACOMINO, 2006).

Por fim, os transtornos psicológicos foram amplamente estudados pelo Dr. Sigmund

Freud, em seu artigo Luto e melancolia descreveu várias semelhanças entre a melancolia e o

luto, onde a perda de interesse pelo mundo externo, e como semelhança o fato de no luto a

perda ser real e na melancolia o objeto foi perdido como objeto de amor. (ACHUTTI, 2004).

2.3 – Classificação da Depressão A depressão tem sido classificada de diferentes formas. Atualmente, há duas

classificações: a da escola européia, contida no CID-10 (Classificação Internacional de

Doenças em sua décima edição – capítulo V), e a da Associação Americana de Psiquiatria,

denominada DSM-IV (Manual de Diagnóstico e de Estatística das Perturbações Mentais).

De acordo com o CID-10, no episódio depressivo o indivíduo sofre de perda de interesse

e prazer e energia reduzida levando a uma fatigabilidade aumentada e atividade diminuída.

Cansaço marcante após esforços leves é comum, concentração e atenção reduzidas, auto-

estima e autoconfiança reduzidas, idéias de culpa e inutilidade, visões desoladas e

pessimistas do futuro, idéias ou atos autolesivos ou suicídio, sono perturbado, apetite

diminuído. (SANTOS, 2009)

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Em alguns casos, ansiedade, angústia e agitação motora são mais proeminentes do que a

depressão. A mudança do humor pode ser mascarada por irritabilidade, consumo excessivo

de alcool, exacerbação de sintomas fóbicos ou obsessivos preexistentes ou por preocupações

hipocondríacas. Para o diagnóstico, o CID-10 requer uma duração de pelo menos duas

semanas, mas períodos mais curtos podem ser razoáveis se os sintomas são usualmente

graves e de início rápido. (CID-10, 1993).

Ainda assim, é uma morbidade de difícil mensuração, especialmente em estudos

epidemiológicos, porque os sintomas traduzem diferentes tipos de sentimento, que variam

bastante em intensidade. (BALDESSIN, 2002).

Utiliza-se o termo depressão, caso sensações de infelicidade tornam-se mais

duradouras e intensas, o que pode prejudicar a capacidade das atividades de vida diárias de

uma pessoa, no trabalho e vida pessoal. (PADOVANI, 2005).

A depressão tem como característica vários sintomas (o mesmo paciente não

apresentará todos esses sintomas) como Síndrome do pânico; transtorno obsessivo

compulsivo; anorexia nervosa; tristeza, com o humor muito deprimido; chorar muito ou não

conseguir chorar; dificuldade de concentração nos estudos ou mesmo ao ler uma revista;

sentimento de fracasso; alterações do apetite, diminuindo ou aumentando; alterações no

sono, o paciente fica totalmente insone ou muito sonolento; perda de interesse pela vida;

sensação de cansaço; pessimismo; não conseguir terminar algo que iniciou; desanimo para as

atividades diárias; ansiedade (impaciência, inquietação) associada ao quadro depressivo;

sensação de opressão no peito; sensação de desconforto no rítmo cardíaco, sem causa física

comprovada pelo cardiologista; constipação intestinal; dificuldades digestivas; boca

ressecada; perda da libido (perda do desejo sexual); cefaléia (dor de cabeça), sem motivo

físico; pensamentos de suicídio; raramente ocorrerão todos os sintomas juntos no mesmo

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paciente, porém, na maioria das vezes, acompanhadas de sintomas do sistema cognitivo,

somático e comportamental. (PADOVANI, 2005; ROSA,2007).

Os pacientes com depressão apresentam um reduzido funcionamento físico e mental,

como os pacientes que apresentam doenças crônicas como diabetes. (SMITH, 2008).

2.4- Etiopatogenia da Depressão A depressão pode ter iníco em qualquer idade, porém, estatisticamente tem idade

média de aparecimento de 25 anos. Alguns episódios de depressão podem se mesclar com

períodos de anos sem sintomas. Em muitos casos ocorrem episódios cada vez mais freqüente

com o aumento da idade. (DEL PORTO, 2000).

De 10% a 15% da população sofre de depressão. Das pessoas acometidas por

depressão a quantidade de mulheres é 2 vezes maior do que em homens. Este transtorno

intenso está associado com alta mortalidade. Até 15% dos indivíduos com forte depressão

morrem por suicídio, sendo que 20% dos indivíduos que apresentam alguma alteração da

saúde (por exemplo, diabetes, infarto do miocárdio, câncer, acidente vascular cerebral)

desenvolvem depressão ao longo do tempo. O tratamento da alteração da saúde é mais

complexo e o prognóstico é menos favorável se houver um transtorno depressivo (SOUZA,

1999; SMITH, 2008).

As causas de depressão podem variar desde fatores psicossociais, como condições

adversas que podem influenciar o início e a persistência dos episódios depressivos, fatores

genéticos e biológicos. Neste sentido, tem-se buscado identificar as condições que estariam

associadas à depressão, não só as causas, mas também os fatores de proteção. (GOLDEN,

2008; ROSA, 2007).

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Os episódios depressivos, muitas vezes, surgem após algum evento stressor

psicossocial severo, como luto, divórcio ou desemprego. Estudos sugerem que eventos

psicossociais (eventos estressores) podem desempenhar um papel mais importante na

precipitação do primeiro ou segundo episódio de transtorno depressivo e têm menos

importância para o início dos episódios mais tarde. Entre esses eventos, podemos encontrar

também as mudanças nas condições de trabalho ou no início de um novo tipo de trabalho,

doença de um ente querido, de conflitos familiares graves, as mudanças no círculo de amigos

ou mudança de cidade. (BLAY, 2000).

Alguns estudos demonstram a hipótese de hereditariedade ter sua importância na causa

da depressão, filhos de pais deprimidos têm maior risco de desenvolver depressão. (DUARTE,

2007).

Não é conhecida exatamente a causa biológica da depressão. Nota-se o desequilíbrio

de determinadas substâncias, tais como neurotransmissores e hormônios. As alterações

bioquímicas do cérebro que são observadas na depressão são variadas e ainda não se tem

definido o papel exato. Genericamente se observa desequilíbrio de certos neuromediadores

como serotonina, noradrenalina, dopamina, acetilcolina, e o sistema do ácido gama-

aminobutírico. (BALDESSIN, 2002).

Para entender melhor essa doença, e agir de forma adequada, antes de tudo é preciso

compreender de que forma se que dão certas relações, suas peculiaridades biofisiológicas e

psicossociais. Muitas vezes, o indivíduo, traz alterações morfofisiológicas que podem,

quando associadas a fatores ambientais referentes ao estilo de vida, propiciar a gênese de

novas patologias e aumentar a fragilidade do mesmo. Se não bem-conhecidas e estudadas

pelos profissionais de saúde, podem ser erroneamente interpretadas como peculiares do stress

e abordadas de forma não coerente. (MOUNTZ et al, 1995).

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2.5– Método Avaliativo – Inventário de Depressão de Beck

No final do século XIX, surgiram as escalas de avaliação dos sintomas de depressão,

sendo que na década de 1950, houve uma proliferação de instrumentos desse tipo a partir do

avanço da psicofarmacologia. (PADOVANI, 2005).

De acordo com a variedade e a complexibilidade dos sinais e sintomas, as escalas e

formas de avaliação, de certa forma, privilegiam determinadas categorias de sintomas, em

detrimento de outras. Então, ao escolher uma determinada escala, é necessário identificar

qual categoria será abordada na escala em questão, de acordo com a porcentagem de

contribuição de cada uma dessas categorias de sintomas ao escore máximo possível.

(PADOVANI, 2005).

O Inventário de Depressão de Beck (IDB) é apontado por Gorenstain e Andrade

(2000) como um método auto-avaliativo de depressão muito utilizado no meio clínico e de

pesquisa. Esta escala, valoriza principalmente a categoria de sintomas cognitivos,

responsável por cerca de 52% dos itens. Estaca-se ainda a avaliação para depressão de

Hamilton, que prioriza os sintomas vegetativos/somáticos (28%), os sintomas cognitivos

(28%), e os ansiosos (16%), a escala de Montgomery-Asberg, a qual concentra-se na

avaliação do humor(30%), dos sintomas vegetativos/somático (30%) e dos sintomas ansiosos

(10%). (GANDINI, 2007).

O IDB é a escala mais utilizada e considerada mais práticas pelos profissionais da

saúde e estudiosos. Consiste de 21 itens referente a tristeza, pessimismo, sensação de fracasso,

falta de satisfação, sensação de culpa, sensação de punição, idéias suicidas, crises de choro,

irritabilidade, retração social, indecisão, distúrbio do sono, diminuição da libido,

autodepreciação, auto-acusações, distorção da imagem corporal, inibição para o trabalho,

fadiga, perda de apetite, perda de peso, preocupação somática. Cada um desses 21 itens

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contém quatro respostas, que é escolhida e marcada pelo paciente, sendo que essas respostas

variam em intensidade de 0 a 3, e são somados após respondido o IDB, sendo que o resultado

distinguirá o nível de depressão. Para isso, se tem os seguintes pontos de corte: menor que 10

= sem depressão ou depressão mínima; de 10 a 18 = depressão, de leve a moderada; de 19 a

29 = depressão de moderada a grave; de 30 a 63 = depressão grave. (DUARTE; 2000).

2.6 Tratamento

O tratamento desta patologia se baseia em ansiolíticos, fármacos antidepressivos que

inibi o sistema nervoso central e ainda hormônios, psicoterapias e acupuntura.

(BALDESSIN, 2002). Subseqüente a isto, existem uma série de intervenções psicológicas,

terapias cognitivas e orientações. Há indicativos que na Austrália preferem as terapias

complementares para esta doença, sendo que 49% da população australiana já consultaram

algum terapeuta de técnicas complementares. Nos Estado Unidos os pacientes que sofrem de

depressão, utilizam a acupuntura para tratamento. (SMITH, 2008).

A intervenção terapêutica deve ser realizada com o paciente e não para o paciente,

portanto, deverá ser disponibilizada ao paciente informações concernentes à depressão bem

como às opções terapêuticas, sendo abordado e entendido de forma globalizada levando em

consideração o ser humano como um todo incluindo dimensões biológicas, psicológicas, e

sociais. (SOUZA, 1999).

A motivação, grau da depressão, ambiente estável e o estilo de vida são fatores que

podem influenciar o sucesso do tratamento. Sendo que um paciente clínico deprimido ajuda

menos quando em tratamento de alguma patologia de base ou secundária a doença, existindo

maior prejuízo funcional. (SOUZA,1999; JACOMINO, 2006).

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A ajuda recebida por familiares e amigos, contribui para um melhor senso de controle

pessoal influenciando positivamente no bem-estar psicológico. Com a presença de suporte

social adequado, é esperado que as pessoas sintam-se amadas e seguras para lidar com

problemas de saúde e tenham elevada auto-estima. As redes sociais formadas por familiares e

amigos influenciam significativamente nos efeitos da depressão. Pessoas que não têm este tipo

de suporte tendem a ter maior dificuldade para lidar com estas situações do que as pessoas que

têm o suporte social. Este atributo cresce de importância, sobretudo quando se observam as

distintas formas de como as pessoas estão enfrentando as situações da vida, ou como elas

reagem ante os estímulos estressantes e lidam com situações adversas. (ROSA, 2007).

Para os sujeitos em que seus valores e crenças são mediados por práticas religiosas, as

estratégias de enfrentamento são mais utilizadas, influenciando positivamente no acesso a

redes de suporte social. (PADOVANI, 2006).

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2.7 – Acupuntura

Juntamente com a medicina ocidental, oficialmente reconhecida no Brasil, coexistem

outras práticas de diagnóstico, cuidados e prevenção relacionados à saúde. A tendência na

literatura, ao fazer referências a essas práticas, usam o termo medicina complementar e

alternativa. O Centro Nacional de Medicina Complementar e Alternativa dos Estados Unidos,

diz que a medicina complementar é o conjunto de diversos sistemas, práticas e produtos

médicos e de atenção à saúde que não se consideram atualmente parte da medicina

convencional. Podendo ainda ser definida como intervenções que não são discutidas durante a

graduação e que geralmente não estão disponíveis, facilmente na literatura, nos hospitais ou

que não estão em conformidade com os padrões da comunidade terapêutica ocidental. (NETO,

2009).

Nos Estados Unidos, tem demonstrado sistematicamente o uso de medicina alternativa

no cuidado à saúde. Os tipos de terapias alternativas utilizadas variam de um país para outro.

As formas mais comuns incluem: fitoterapia brasileira ou chinesa, massoterapia, homeopatia,

oração a Deus, grupos de auto-ajuda, remédios populares, programas de dietas, acupuntura,

quiropraxia, exercícios físicos e respiratórios, entre outros. O que é convencional num lugar,

não o é, necessariamente, em outro. (NETO, 2009).

Desde o ano de 2002, a Organização Mundial de Saúde procura incentivar a utilização

das práticas alternativas nos seus países membros por meio do documento conhecido como

WHO Traditional Medicine - definitions. Esse informe aponta diversas razões, como baixo

custo e elevada efetividade, pelas quais as práticas da medicina tradicional, incluindo-se a

acupuntura, devem ser utilizadas por seus países membros. (SANTOS, 2009).

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A Organização Mundial de Saúde, reconhece que a acupuntura poderia servir como

tratamento principal ou complementar para as mais diversas patologias, além de apresentar

uma influência profunda sobre os problemas físicos e emocionais. (ACHUTTI, 2004).

A acupuntura tem origem na China, sendo uma técnica que surgiu como modo de

prevenção, mas utilizada no oriente como método curativo, na maioria das vezes. Isso devido

a cultura dos grandes centros. A teoria da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) diz que o

estado da saúde depende do equilíbrio de energia do corpo, seus feitos ocorrem mediante a

inserção de agulhas finas em várias partes do corpo para corrigir o desequilíbrio de energia.

Existem vários métodos de aplicação de agulha como a acupuntura clássica, acupuntura

auricular, crânio puntura, entre outras. A MTC se baseia nas idéias filosóficas do yin e yang e

dos 5 elementos, estas teorias constituem a base para a explicação das enfermidades e dos

funcionamentos fisiológicos. Uma explicação ocidentalizada inclui seus efeitos no sistema

nervoso central e o uso em pontos gatilhos. (SMITH, 2008).

Os efeitos da acupuntura sobre atividade cerebral têm sido demonstrados através de

eletroencefalografia, de potenciais evocados, ressonância magnética, e seus resultados no

tratamento de transtornos depressivos também têm sido evidenciados, e que o conceito de

pontos-sensíveis ou dolorosos têm uma relação estreita com o conceito dos pontos de

acupuntura. (YAMAMURA, 2001).

Os estudos da neurociência relacionam os efeitos da acupuntura com estímulos

neuronais, ativação de mecanismos opióides endógenos e de neuropeptídeos estimulando

estruturas cerebrais específicas. (SZABO, 2006).

Para a ciência convencional a acupuntura exerce seu efeito mediante mecanismos

neurológicos, neuro-humorais e psicológicos. Com relação a depressão, existe evidências,

apartir de experimentos com animais, que utilizaram eletroacupuntura, e foi demonstrado que

aumento da síntese e liberação de serotonina (5-HT) e norepinefrina (NE).(SMITH, 2008).

21

A base teórico-filosófica do tratamento através da acupuntura é no reequilíbrio

energético dos meridianos, que são canais que conduzem a energia vital (Qi) pelo nosso

organismo, propiciando equilíbrio bioquímico, físico (biológico) e mental. A acupuntura pode

promover a diminuição drástica dos sintomas álgicos nos casos de dores crônicas,

promovendo o restabelecimento precoce das atividades. Uma técnica milenar com resultados

que comprova o aumento da produção de endorfinas, responsáveis pela sensação de bem estar.

Tem sido utilizada para tratar diversas condições dolorosas. Seus efeitos neurobiológicos, que

também interferem sobre os neurotransmissores relacionados com a dor e a depressão,

qualificam o método como adequado para o tratamento desta patologia. (SZABÓ ,2001;

ROSS, 2006).

Existe um consenso entre os autores em relação a causa da depressão de acordo com a

Medicina Chinesa, todos concordam que pode ser explicada através da teoria dos 5 elementos

(MACIOCIA, 2007).

Na teoria dos 5 elementos, os portadores de transtornos depressivos possuem distúrbio

energético no fígado, baço-pâncreas e rim. Já que segundo esta teoria o fígado é responsável

pelas emoções, sendo considerado o pai das emoções ; o baço-pâncreas é responsável pela

memória e fome, e o rim revela o estado geral de energia do indivíduo em especial da energia

ancestral (também genética) e como a mesma esta sendo utilizada. (AUTEROCHE,1992;

ROSS, 2006).

Para Yamamura (2001) e Maciocia (2007), no caso da depressão há uma alteração

energética caracterizada por um excesso do fígado e uma deficiência de rins e baço,

principalmente. Através desta lei também se observa que o ciclo de dominação fígado,

coração, rim, pulmão, necessita de tratamento simultâneo.

De acordo com estudos e pesquisas para comprovar a eficácia, a arte da acupuntura

visa através da sua técnica, estimular os pontos reflexos que tenham a propriedade de

22

restabelecer o equilíbrio alcançando assim, resultados terapêuticos e diminuindo o quadro

álgico para uma melhor qualidade de vida e retorno às atividades diárias. (SZABO, 2001).

O resultado do tratamento depende de vários detalhes, que varia entre procedimento

invasivos e não-invasivos como o ângulo de inserção e profundidade das agulhas; o método

de estimulação como, por exemplo, o uso de eletroestimulação (que consiste de corrente

elétrica pulsátil ou contínua por meio das agulhas), laser nos pontos de acupuntura, acupressão

(pressão digital nos pontos de acupuntura). È possível que estes diferentes estímulos podem

atuar na efetividade do resultado, a investigação sobre isto é escassa. (MACICIOCIA, 2007)

A acupuntura é um procedimento que não dispõe de efeitos adiversos, caso feito por

profissional competente e bem treinado.

Desta forma, encontrar alternativas de tratamento que minimizem e resolvam os

sintomas da depressão é de suma importância para os sistemas de saúde.

23

3 – Objetivos e Hipóteses

3.1 - Objetivo Geral: Analisar a influência da acupuntura sistêmica no tratamento de mulheres diagnosticadas com depressão. Objetivo Específico:

-Avaliar o efeito da acupuntura no tratamento da depressão -Realizar um levantamento dos pacientes com depressão -Analisar os resultados -Obter esclarecimentos sobre a atuação da acupuntura na doença citada

3.2 Hipótese: pacientes com depressão submetidas ao tratamento de acupuntura terão uma melhora considerável na qualidade de vida.

24

4- Metodologia do Trabalho

É um estudo experimental controlado, feito com 150 pacientes, adultos, entre 35 e 50

anos, do sexo feminino, as quais depois de avaliadas por um médico psiquiatra foram

encaminhadas para a Clínica Escola do Instituto Superior de Ciências da Saúde na cidade de

Vitória-ES, para receberem tratamento de acupuntura, durante o primeiro semestre de 2010.

Foram tratados com um protocolo de combinação de pontos segundo Ross (2000), de

acupuntura sistêmica, realizados em 3 sessões semanais, sendo um total de 30 sessões cada

paciente.

Foi utilizado agulhas de acupuntura descartáveis de 0,25mm (diâmetro) x 30mm

(comprimento), em aço inox; álcool 70%; algodão hidrófilo, descarpack e luvas descartáveis.

Após avaliadas por um indivíduo treinado, todas as pacientes foram submetidas ao

Inventário de Depressão de Beck (IDB). (ANEXO A).

Foi aplicado o IDB (Beck et al., 1961), sendo utilizada a versão validada em português

(GORENSTEIN E ANDRADE, 1996).

O IDB foi respondido antes do tratamento, e foram selecionadas somente as pacientes

que obtiverem resultado de 20 pontos, e as que tinham condições de de chegar ao local de

tratamento.

Todos os voluntários assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, de

acordo com o Comitê de Ética em Pesquisa da UNEC. Todas as pacientes foram informadas

sobre o tratamento, e a metodologia foi aprovada pelo Comitê de Ética do Centro

Universitário de Caratinga- UNEC.

25

4.1- Seleção dos pacientes

4.1.1- Critério de inclusão:

Mulheres com idade de 35 a 50 anos, com diagnóstico clínico de depressão, expedido

previamente por médico psiquiátrico. Todas apresentando sinais e sintomas da patologia em

questão e confirmada pelo Inventário de Depressão de Beck aplicado pelo médico preparado.

Todas as pacientes, obrigatoriamente, passaram por uma avaliação clínica criteriosa, por um

médico psiquiátrico e um psicólogo para evitar variáveis na pesquisa. Não poderia haver uso

de fármacos específicos para depressão ou de efeitos secundários para a própria.

4.1.2 – Critérios de exclusão:

Alterações psiquiátricas graves, ou que alcançaram uma pontuação maior ou menor

que 20 no IDB, uos de medicamentos para depressão ou que interfere na doença, tratamento

com acupuntura sistêmica com até um ano antes do começo do estudo, para que não haja

dúvidas sobre os efeitos, pois o efeito é acumulativo.

4.2- Método de tratamento

Foram realizadas 30 sessões de acupuntura sistêmica, três vezes por semana, com

duração de 20 minutos cada uma e sempre pelo mesmo fisioterapeuta acupunturista. Usou-se

agulhas próprias para acupuntura, flexíveis, novas e descartáveis, com 0,25mm de espessura e

0,30 mm de comprimento.

Devido a localização dos pontos selecionados, as pacientes ficaram em decúbito dorsal

durante os vinte minutos do procedimento, com os cuidados necessários para prevenir

26

acometimentos de todas as estruturas anatômicas, de forma que elas se encontrassem mais

relaxadas possíveis.

Em todos os atendimentos as pacientes eram submetidas ao tratamento de acupuntura.

Os pontos selecionados eram esterilizados por álcool 70%, e posteriormente eram

introduzidas as agulhas em cada ponto de acordo com as informações de atlas gráfico de

acupuntura. O terapeuta utilizou de luvas de procedimento descartáveis ao aplicar e retirar as

agulhas. Após todas as agulhas introduzidas, o paciente permaneceu deitado na maca por um

período de 20 minutos para que se pudesse proceder ao efeito da acupuntura. Após esse

período, as agulhas eram retiradas e a paciente liberada para retornar as suas atividades do dia.

Os pontos de acupuntura foram selecionados e punturados bilateralmente a partir de

indicações bibliográficas de acordo com a sintomatologia da depressão, pois não há um

padrão ouro para este tratamento. Foi usado o mesmo grupo de pontos para todas as mulheres.

O tratamento deve ser: IG4, C7, VG20, B20, B23, B62, ID3, B52, B22, R3, Yintang

A forma de puntura e as funções dos pontos foram definidos apartir do Atlas Gráfico

de Acupuntura - Um manual ilustrado dos pontos de acupuntura (seirin), que define a

profundidade e graus de inclinação da agulha, como segue.

Fonte: Atlas gráfico de acupuntura: um manual ilustrado dos pontos de acupuntura

27

IG4, localizado nas costas da mão, ao lado do ponto médio do segundo osso metacárpico,

mo músculo abdutor do polegar, deve ser punturado perpendicularmente de 0,5 a 0,8 tsun de

profundidade, liberta o calor e a superfície, descongestiona e ativa os cinco órgãos sensoriais;

Fonte:Atlas gráfico de acupuntura:um manual ilustrado dos pontos de acupuntura

C7, na extremidade cubital da prega distal do punho, na depressão entre o lado radial do

tendão do músculo flexor cubital do punho, no bordo proximal do osso pisiforme, de 0,3 a 0,5

tsun de profundidade, perpendicular, protege e acalma o coração, pacifica o espírito e melhora

as depressões;

Fonte:Atlas gráfico de acupuntura:um manual ilustrado dos pontos de acupuntura

VG 20, na linha média dorsal, 5,5 tsun acima do ponto intermédio da linha capilar

posterior, a puntura deve ser subcutânea de 0,5 a 0,8 de profundidade, acalma o fígado e

dispersa o vento, pacifica o espírito e pacifica os espasmos ;

28

Fonte:Atlas gráfico de acupuntura:um manual ilustrado dos pontos de acupuntura

B20, ao nível da depressão inferior da apófise espinhosa de T11, 1,5 tsun lateral em

relação á linha média dorsal, puntura de 0,5 a 0,8 tsun oblíqua internamente, fortalece o baço e

aumenta a clareza;

Fonte:Atlas gráfico de acupuntura:um manual ilustrado dos pontos de acupuntura

B23, ao nível da depressão inferior da apófise espinhosa de L1, 1,5 tsun lateral em relação

à linha média dorsal, 0,5 a 1 tsun perpendicular, regula o triplo aquecedor, fortalece o baço;

29

Fonte:Atlas gráfico de acupuntura:um manual ilustrado dos pontos de acupuntura

B62, na depressão distal ao maléolo externo, 0,3 a 0,5 tsun perpendicular, relaxa os

tendões e alivia a dor;

Fonte:Atlas gráfico de acupuntura:um manual ilustrado dos pontos de acupuntura

ID3, com o punho do paciente ligeiramente fechado, na extremidade cubital da prega

proximal da articulação metacarpofalangica, na linha divisória entre a carne vermelha e a

branca, 0,3 a 0,5 tsun perpendicular, liberta o calor e promove a calma geral;

30

Fonte:Atlas gráfico de acupuntura:um manual ilustrado dos pontos de acupuntura

B52, ao nível da depressão inferior da apófise espinhosa de L2, 3 tsun lateral em relação a

linha média dorsal, 0,5 e 0,8 tsun oblíqua internamente, protege os rins e firma a essência,

liberta a dispersa a umidades e o calor;

Fonte:Atlas gráfico de acupuntura:um manual ilustrado dos pontos de acupuntura

B22, ao nível da depressão inferior da apófise espinhosa de L1, 1,5 tsun lateral em relação

á linha média dorsal, 0,5 a 1 tsun perpendicular, regula o triplo aquecedor e fortalece o baço;

31

Fonte:Atlas gráfico de acupuntura:um manual ilustrado dos pontos de acupuntura

R3, na depressão entre a protuberância do maléolo interno e o tendão de Aquiles, 0,5 tsun

obliquamente, tonifica o yin, fortalece os ossos e o fígado.

Fonte:Atlas gráfico de acupuntura:um manual ilustrado dos pontos de acupuntura

Yintang, entre as sobrancelhas, 0,3-0,5 cun subcutânea. Elimina as energias perversas,

o vento e o calor, interrompe a dor, acalma o Shen e clareia a mente, Abre o nariz.

As agulhas foram retiradas no final de vinte minutos e as pacientes questionadas sobre

qualquer sensação incômoda.

Todas as pacientes foram submetidas ao IDB, após os 30 dias de tratamento para

analisar e comparar os dados do IDB aplicado inicialmente.

32

5- ANÁLISE ESTATÍSTICA___________________________________________

Das 150 pacientes com diagnóstico de depressão, cadastradas para o trabalho, houve a

evasão de 10 mulheres, por motivos pessoais e religiosos. As 140 restantes participaram do

estudo até o final, sendo aplicado o Inventário de Beck, antes de iniciar a primeira sessão de

acupuntura e após a última.

Os dados colhidos foram analisados com a utilização da estatística descritiva, por meio

do programa Microsoft Excel e SPSS (Statistical Package for Social). Foram analisadas como

variáveis quantitativas o resultado da aplicação do Inventário de Beck, antes e após o

tratamento com acupuntura, através do teste t de student.

33

6- Resultados_________________________________________________________

Pode-se observar através da comparação dos resultados do IDB realizado antes do

tratamento da acupuntura e do IDB após os trinta dias de tratamento de acupuntura, que houve

uma diminuição significante do score.

.

20%

70%

10%

Score Mantida

Score Reduzida

Desistência

Gráfico representando desistências da pesquisa, alterações do Inventário de Beck e pacientes sem alterações do IDB pós acupuntura.

Todas as 150 mulheres estudas apresentaram um escore de 20 no IDB, durante o período

pré-tratamento de acupuntura, o que denota depressão moderada à grave. Após o período de

trinta dias de tratamento foi obtida uma média de score 10, o que quantifica uma melhora da

depressão moderada. De acordo com o gráfico, observamos que 20% das mulheres tratadas

mantiveram seus sinais e sintomas mantendo também a pontuação do IDB em 20, sendo que

70% das pacientes alcançaram melhoras e diminuição da pontuação do IDB. Apenas 10% das

pacientes desistiram.

34

7- Discussão______________________________________________________________

A depressão sempre foi no meio clínico, uma doença de difícil diagnóstico e

tratamento, sendo durante muito tempo confundida com outras patologias, mascarando assim

suas características clínicas.

Desde os primórdios a acupuntura é utilizada como tratamento para desequilíbrios

emocionais, com resultados satisfatórios, porém de características empíricas e sem

profundidade científica, devido uma falta de padronização do tratamento.

Há uma escassez de ensaios clínicos controlados para avaliar a função da acupuntura

no tratamento da depressão, e o objetivo desse estudo foi analisar os efeitos da acupuntura.

Uma grande parte da população sofre desse mal, o que aumenta o probabilidade de

aparecimento de outras doenças e dificulta o tratamento de enfermidades

secundárias.(OKADA, 2006).

Infelizmente a cultura ocidental não favorece a prática de procedimentos relacionados

à saúde, que previnem patologias. As doenças crônicas não-transmissíveis, são doenças que

podem ser evitadas em caso feito uma prevenção cuidadosa. (VALDÉS, 2001).

As práticas não usualmente utilizadas no meio clínico, conhecidas como práticas

complementares, muitas vezes, são confundidas com religiões, isso também dificulta a

credibilidade do população.

Neste estudo, 10% das participantes desistiram do tratamento, alegando ter medo de

agulha e achar que este método de tratamento era contra os princípios religiosos que

praticavam.

As relações familiares e psicosociais parecem ter forte influência no resultados dos

tratamentos, pois neste estudo 20% das mulheres que tinham relatos freqüentes de problemas

familiares ou insatisfação não obteve melhoras nos sintomas da depressão.

35

Os resultados deste trabalho mostrou que apesar de ser milenar, a acupuntura deve ser

mais bem explorada e conhecida. Os resultados foram significantes, mas o tratamento pode

ser por mais tempo, pois esta prática tem como objetivo a cura ou prevenção.

36

8. Conclusão______________________________________________________________

Esta pesquisa nos leva a perceber que a acupuntura necessita de mais estudos

experimentais sobre seu efeito na depressão, pois um padrão ouro de tratamento ainda é

escasso, o que dificulta a aceitação desta prática no meio científico e de alguns terapeutas.

Tal técnica oriental demonstrou resultados favoráveis para o tratamento depressivo,

mas ainda é pouco conhecida, e deve ser utilizada a longo prazo para esta enfermidade, pois

os pacientes tendem a ter patologias associadas, o que requer maiores cuidados.

As dissociações de conhecimentos e a dificuldade de conciliação entre medicina

chinesa e ocidental impedem muitas vezes a amplificação das pesquisas clinicas sobre o efeito

da acupuntura na maioria das patologias, acrescido ao ceticismo de pesquisadores ocidentais

quanto à novas possibilidades de tratamento.

A necessidade de maiores experimentações clinicas a respeito do efeito neurogênico

da acupuntura em pacientes com o diagnóstico de depressão, basea-se no interesse de

implementação da técnica em grande escala no tratamento de tais transtornos, servindo como

um recurso terapêutico de baixo custo, sem nenhuma possibilidade de efeitos colaterais, o que

será de grande aplicabilidade em casos de depressões persistentes e doentes com

hipersensibilidade ao principio ativo de antidepressivos e ansiolíticos.

A quantidade de pesquisas realizadas ainda é muito aquém da demanda encontrada

em todo o mundo, visto que foi considerada a patologia do século XXI, visto que a acupuntura

é apenas uma das inúmeras técnicas que podem e devem ser pesquisadas para que se possa

solucionar de vez esse mal que afeta a humanidade.

37

9- Referências Bibliográficas AUTEROCHE, B.; NAVAILH .P. O diagnóstico na medicina chinesa. Andrei, 1992. BLAY, S.; BICKEL, H.; COOPER, B. Características clínicas, fatores de risco e curso da

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38

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SOUZA, F.G.; Tratamento da depressão; Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 30. P 104-108. outubro, 1999 SZABÓ, Márcia Valéria Rizzo Scognamillo; BECHARA, Gervásio Henrique. Acupuntura: bases científicas e aplicaçõeS. Ciência Rural, Santa Maria, v.31, n.6, p.1091-1099, 2001

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hematológicas: prevalência e sintomas associados. Jornal Brasileiro Psiquiatrico, Florianópolis, p. 96-101, 2006 OKADA,Daniel Mochida;ONISHI, Ektor Tsuneo;CHAMI, Fernando Ioriatti;BORIN, Andrei;CASSOLA, Nicolle; GUERRERO, Viviane Maria. Acupuncture for tinnitus

immediate relief , revista brasileira de otorrinolaringologia. v . 72. Março, 2006 NETO, Joao Felício Rodrigues; FARIA, Anderson Antônio de; FIGUEIREDO, Maria Fernanda Santos. Medicina com plementar e alternativa: utilização pela com unidade de montes claros, minas gerais, Rev Assoc Med Bras.; v. 55. p . 296-301, 2009 SANTOS, F.A.S, et all. Acupuntura no sistema único de saúde a inserção de profissionais

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no Brasil: repercussões do modelo de atenção à saúde sobre a seguridade social. Ciência & Saúde Coletiva, v.9. p.833-840, 2004

GANDINI,Rita de Cássia;MARTINS, Maria do Carmo Fernandes;RIBEIRO,Marjorie e Paula;SANTOS,Daniela Torres Gonçalves. Inventário de Depressão de Beck – BDI:

validação fatorial para mulheres com câncer. Psico-USF, v. 12, n. 1, p. 23-31, jan./jun. 2007

40

10-Anexos

Anexo A

Inventário de Depressão de Beck Este questionário consiste em 21 grupos de afirmações. Depois de ler cuidadosamente cada grupo, faça um círculo em torno do número (0, 1, 2 ou 3) diante da afirmação, em cada grupo, que descreve melhor a maneira como você tem se sentido nesta semana, incluindo hoje. 1. 0 Não me sinto triste. 1 Eu me sinto triste. 2 Estou sempre triste e não consigo sair disso. 3 Estou tão triste ou infeliz que não consigo suportar. 2. 0 Não estou especialmente desanimado quanto ao futuro. 1 Eu me sinto desanimado quanto ao futuro. 2 Acho que nada tenho a esperar. 3 Acho o futuro sem esperança e tenho a impressão de que as coisas não podem melhorar. 3. 0 Não me sinto um fracasso. 1 Acho que fracassei mais do que uma pessoa comum. 2 Quando olho para trás, na minha vida, tudo o que posso ver é um monte de fracassos. 3 Acho que, como pessoa, sou um completo fracasso. 4. 0 Tenho tanto prazer em tudo como antes. 1 Não sinto mais prazer nas coisas como antes. 2 Não encontro um prazer real em mais nada. 3 Estou insatisfeito ou aborrecido com tudo. 5. 0 Não me sinto especialmente culpado. 1 Eu me sinto culpado às vezes. 2 Eu me sinto culpado na maior parte do tempo. 3 Eu me sinto sempre culpado. 6. 0 Não acho que esteja sendo punido. 1 Acho que posso ser punido. 2 Creio que vou ser punido. 3 Acho que estou sendo punido. 7. 0 Não me sinto decepcionado comigo mesmo. 1 Estou decepcionado comigo mesmo. 2 Estou enojado de mim. 3 Eu me odeio. 8. 0 Não me sinto de qualquer modo pior que os outros. 1 Sou crítico em relação a mim devido a minhas fraquezas ou meus erros.

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2 Eu me culpo sempre por minhas falhas. 3 Eu me culpo por tudo de mal que acontece. 9. 0 Não tenho quaisquer idéias de me matar. 1 Tenho idéias de me matar, mas não as executaria. 2 Gostaria de me matar. 3 Eu me mataria se tivesse oportunidade. 10. 0 Não choro mais que o habitual. 1 Choro mais agora do que costumava. 2 Agora, choro o tempo todo. 3 Costumava ser capaz de chorar, mas agora não consigo mesmo que o queira. 11. 0 Não sou mais irritado agora do que já fui. 1 Fico molestado ou irritado mais facilmente do que costumava. 2 Atualmente me sinto irritado o tempo todo. 3 Absolutamente não me irrito com as coisas que costumavam me irritar. 12. 0 Não perdi o interesse nas outras pessoas. 1 Interesso-me menos do que costumava pelas outras pessoas. 2 Perdi a maior parte do meu interesse nas outras pessoas. 3 Perdi todo o meu interesse nas outras pessoas. 13. 0 Tomo decisões mais ou menos tão bem como em outra época. 1 Adio minhas decisões mais do que costumava. 2 Tenho maior dificuldade em tomar decisões do que antes. 3 Não consigo mais tomar decisões. 14. 0 Não sinto que minha aparência seja pior do que costumava ser. 1 Preocupo-me por estar parecendo velho ou sem atrativos. 2 Sinto que há mudanças permanentes em minha aparência que me fazem parecer sem atrativos. 3 Considero-me feio. 15. 0 Posso trabalhar mais ou menos tão bem quanto antes. 1 Preciso de um esforço extra para começar qualquer coisa. 2 Tenho de me esforçar muito até fazer qualquer coisa. 3 Não consigo fazer nenhum trabalho. 16. 0 Durmo tão bem quanto de hábito. 1 Não durmo tão bem quanto costumava. 2 Acordo uma ou duas horas mais cedo do que de hábito e tenho dificuldade para voltar a dormir. 3 Acordo várias horas mais cedo do que costumava e tenho dificuldade para voltar a dormir. 17. 0 Não fico mais cansado que de hábito. 1 Fico cansado com mais facilidade do que costumava.

42

2 Sinto-me cansado ao fazer quase qualquer coisa. 3 Estou cansado demais para fazer qualquer coisa. 18. 0 Meu apetite não está pior do que de hábito. 1 Meu apetite não é tão bom quanto costumava ser. 2 Meu apetite está muito pior agora. 3 Não tenho mais nenhum apetite. 19. 0 Não perdi muito peso, se é que perdi algum ultimamente. 1 Perdi mais de 2,5 Kg. 2 Perdi mais de 5,0 Kg. 3 Perdi mais de 7,5 Kg. Estou deliberadamente tentando perder peso, comendo menos: SIM ( ) NÃO ( ) 20. 0 Não me preocupo mais que o de hábito com minha saúde. 1 Preocupo-me com problemas físicos como dores e aflições ou perturbações no estômago ou prisão de ventre. 2 Estou muito preocupado com problemas físicos e é difícil pensar em outra coisa que não isso. 3 Estou tão preocupado com meus problemas físicos que não consigo pensar em outra coisa. 21. 0 Não tenho observado qualquer mudança recente em meu interesse sexual. 1 Estou menos interessado por sexo que costumava. 2 Estou bem menos interessado em sexo atualmente. 3 Perdi completamente o interesse por sexo.

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ANEXO B CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA

Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão COMITE DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP/UNEC

E-Mail: [email protected] Telefone: (33) 3329- 4555

Comitê de Ética e Pesquisa - UNEC

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pelo presente instrumento que atende as exigências legais o(a) Senhor(a) ___________________________________________________________________________,

residente e domiciliado ________________________________________________________, bairro

______________________________, cidade _________________________________ telefone para contato ______________________ portador(a) da cédula de identidade de

número ____________________________________, expedido por ____________________, após leitura minuciosa da CARTA DE INFORMAÇÃO AO PACIENTE, devidamente explicada em seus mínimos detalhes, ciente dos serviços e procedimentos aos quais será

submetido, não restando quaisquer dúvidas a respeito do exposto, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO em concordância em participar da

pesquisa proposta: ESTUDO DA EFICÁCIA DA ACUPUNTURA SISTÊMICA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO EM 150 MULHERES DE VITÓRIA-ES

Fica claro que o participante ou seu representante legal pode a qualquer momento retirar o seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da pesquisa e ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial guardada por força do sigilo profissional.Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e o endereço do pesquisador principal, podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento. Por estarem entendidos e conformados, assinam o presente termo. Caratinga, _____ de ___________________ de 2010.

______________________________________

Assinatura participante ou responsável

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