histomorfometria de lesÃo cutÂnea induzida...

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Centro Universitário de Caratinga Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação Mestrado Acadêmico HISTOMORFOMETRIA DE LESÃO CUTÂNEA INDUZIDA SUBMETIDA A DIFERENTES TRATAMENTOS Por Gabriela Chaves Mendes Justino Orientador Prof.Dr. Marcus Vinícius de Mello Pinto Co-Orientadora Profa.Dra.Lamara Laguardia Valente Rocha Caratinga – março/2011

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Centro Universitário de Caratinga

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação

Mestrado Acadêmico

HISTOMORFOMETRIA DE LESÃO CUTÂNEA

INDUZIDA SUBMETIDA A DIFERENTES

TRATAMENTOS

Por

Gabriela Chaves Mendes Justino

Orientador

Prof.Dr. Marcus Vinícius de Mello Pinto

Co-Orientadora

Profa.Dra.Lamara Laguardia Valente Rocha

Caratinga – março/2011

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me conceder sabedoria, sustento e orientação. Nos

momentos onde tudo parecia impossível de realizar, me fez ter paciência e

descansar Nele, e principalmente me ensinando a confiar não em meus

conhecimentos ou ações, mas sim na força de seu poder. Se hoje aqui estou

foi porque Ele me usou como vaso em suas mãos e me permitiu alcançar mais

esta vitória.

Aos meus pais, irmãos e familiares pelas palavras de incentivo, apoio,

carinho e compreensão em todos os momentos e situações.

Ao meu esposo pelo amor, companheirismo, paciência, por estar ao meu

lado nas noites de estudo. A minha amada e querida filha Rebeca, pelo

carinho, pelo sorriso sempre presente, o abraço gostoso, pela compreensão

nos momentos em que precisei me ausentar. Por você eu busquei mais esta

conquista.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Marcus Vinícius de Mello Pinto, pela

coordenação deste trabalho, pelos momentos de conversa, pelas colaborações

e incentivos que levaram o meu crescimento e concretização deste trabalho.

A Profa. Dra. Lamara Laguardia Valente Rocha que com sua

incomparável paciência e dedicação, permitiu o desenvolvimento deste

trabalho, auxiliando em todo experimento e análise.

A Profa. Elcinéia Tavares pelo suporte e apoio na condução do

experimento.

Ao Jesus, técnico do Centro de Estudos da Biologia (CEB), pela grande

ajuda no experimento e cuidado com os animais.

Expresso a todos os meus sinceros agradecimentos.

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RESUMO

HISTOMORFOMETRIA DE LESÃO CUTÂNEA INDUZIDA

SUBMETIDA A DIFERENTES TRATAMENTOS

O reparo tecidual é um estado dinâmico que compreende diferentes processos,

entre eles, inflamação, proliferação e remodelação, sendo que cada fase

apresenta células e funções específicas. O LED é uma fonte de luz que tem

sido utilizada na modalidade fototerapêutica no processo de cicatrização de

feridas. A própolis também apresenta características em sua composição que

favorece o reparo cicatricial. O presente estudo utilizou como terapias o LED, a

própolis e seus usos associados, com o objetivo de compreender a ação

desses diferentes tratamentos na resposta inflamatória induzida considerando

a cinética do infiltrado inflamatório. O modelo experimental consistia na indução

de ferida cirúrgica no dorso de 40 camundongos. Os animais foram divididos

em 4 grupos: Controle, LED, Própolis e LED e Própolis, todos apresentaram

subgrupos com animais sacrificados aos sete dias e quatorze dias após

indução da lesão. A avaliação da histomorfometria foi realizada através de

imagens capturadas e avaliadas por sistema de captura de imagens. Os

achados da análise nos permitiram concluir que o LED isoladamente tem

atividade biomoduladora positiva sobre o número de fibrócitos/fibroblastos e na

neovascularização, no entanto, age como antiinflamatório sobre o infiltrado de

células do sistema imune. O tratamento isolado com própolis age como

proinflamatorio e não apresenta efeito estimulador na proliferação de

fibrócitos/fibroblastos, determinando, porém aumento de colágeno e

neovascularização enquanto inibe o aumento de SFA. O uso concomitante da

própolis e LED atuou como agente antiinflamatório, além de exacerbar a ação

do LED na produção de colágeno e na neovascularização.

Palavras-Chave: reparo tecidual, própolis, Diodos Emissores de Luz (LEDs)

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ABSTRACT HISTOMORPHOMETRY OF INJURY INDUCED SKIN UNDER DIFFERENT TREATMENTS Tissue repair is a dynamic state that includes several processes, including inflammation, proliferation and remodeling, with each phase cells and has specific functions. The LED is a light source that has been used in phototherapeutic modality in the healing of wounds. Propolis also has features in its composition which promotes the repair scar. This study used the LED as therapies, propolis and their associated uses, in order to understand the action of different treatments on inflammatory response considering the kinetics of the inflammatory infiltrate. The experimental model consisted in the induction of a surgical wound in the back of 40 mice. The animals were divided into four groups: Control, LED, LED and Propolis and Propolis, all presented subgroups of animals sacrificed at seven days and fourteen days after injury induction. The evaluation of histomorphometry was performed using images captured and evaluated by image capture system. The findings of the analysis we concluded that the LED alone has biomodulator positive activity on the number of fibrocytes / fibroblasts and neovascularization, however, acts as anti-inflammatory on the infiltration of immune cells. The single treatment with propolis acts as a proinflammatory and has no stimulatory effect on proliferation of fibrocytes / fibroblasts, determined, but an increase of collagen and neovascularization while inhibiting the increase in SFA. Concomitant use of propolis and LED served as anti-inflammatory agent, and exacerbates the action of the LED in the production of collagen and neovascularization. Words-key: tissue repair, propolis, light emitting diodes (LEDs).

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LISTA DE FIGURAS FIGURA 1. Sistema Tegumentar.......................................................................14

FIGURA 2. Fases da cicatrização de feridas.....................................................15

FIGURA 3. Fases da cicatrização de feridas.....................................................18

FIGURA 4. Cascata de eventos angiogênicos..................................................20

FIGURA 5. Cicatrização por primeira intenção numa ferida fechada, não

infectada, como uma ferida cirúrgica incusional................................................23

FIGURA 6. Cicatrização por segunda intenção primeiramente em uma ferida

aberta e não infectada, no segundo momento uma ferida aberta e

infectada............................................................................................................24

FIGURA 7. Ação antiinflamatória da própolis....................................................27

FIGURA 8. Diodo Emissor de Luz.....................................................................28

FIGURA 9. Profundidade de penetração dos comprimentos de onda na

pele....................................................................................................................29

FIGURA 10. Tricotomia no dorso do animal......................................................36

FIGURA 11. Ferida cirúrgica realizada com bisturi............................................36

FIGURA 12. Aplicação da ledterapia.................................................................38

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LISTA DE TABELAS Tabela 1. Grupos experimentais........................................................................35

Tabela 2. Intervalo de tratamento para aplicação do LED, após a indução da

ferida na região dorsal de camundongos, em diferentes períodos....................38

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LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1. Percentual médio de fibroblastos/fibrócitos nos grupos controle e

tratados com própolis, LED, LED+própolis aos 7 e 14 dias de

tratamento..........................................................................................................40

Gráfico 2. Percentual médio de macrófagos nos grupos controle e tratados com

própolis, LED, LED + Própolis aos 7 e 14 dias de

tratamento..........................................................................................................41

Gráfico 3. Percentual médio de linfócitos nos grupos controle e tratados com

própolis, LED, LED + Própolis aos 7 e 14 dias de

tratamento..........................................................................................................42

Gráfico 4. Percentual médio de neutrófilos nos grupos controle e tratados com

própolis, LED, LED + Própolis aos 7 e 14 dias de

tratamento..........................................................................................................43

Gráfico 5. Percentual médio de substância fundamental amorfa nos grupos

controle e tratados com própolis, LED, LED + Própolis aos 7 e 14 dias de

tratamento..........................................................................................................44

Gráfico 6. Percentual médio de fibras de colágeno nos grupos controle e

tratados com própolis, LED, LED + Própolis aos 7 e 14 dias de

tratamento..........................................................................................................46

Gráfico 7. Percentual médio de neovascularização nos grupos controle e

tratados com própolis, LED, LED + Própolis aos 7 e 14 dias de

tratamento..........................................................................................................47

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SUMÁRIO RESUMO...........................................................................................................03

ABSTRACT........................................................................................................04

LISTA DE FIGURAS..........................................................................................05

LISTA DE TABELAS..........................................................................................06

LISTA DE GRÁFICOS.......................................................................................07

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................09

1.1. Aspectos Gerais..........................................................................................09

2. OBJETIVOS...................................................................................................12

2.1. Objetivo geral..............................................................................................12

2.2. Objetivos Específicos..................................................................................12

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................13

3.1. O Sistema Tegumentar...............................................................................13

3.2. Cicatrização de feridas...............................................................................15

3.3. Própolis.......................................................................................................24

3.4. Ledterapia...................................................................................................27

4. METODOLOGIA DE TRABALHO..................................................................35

4.1. Grupos experimentais.................................................................................35

4.2. Indução da ferida........................................................................................36

4.3. Produção do creme de própolis..................................................................37

4.4. Ledterapia...................................................................................................37

4.5.Obtenção de material histológico.................................................................38

4.6. Histomorfometria.........................................................................................39

4.7. Análise estatística.......................................................................................39

5. RESULTADOS...............................................................................................40

6. DISCUSSÃO..................................................................................................49

7. CONCLUSÕES..............................................................................................57

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................58

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................59

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1-INTRODUÇÃO

1.1. Aspectos gerais

A população está cada vez mais exigente com a qualidade do produto

que consome e se preocupa em usar produtos menos agressivos de origem

natural ou o mais próximo possível desta origem. Por isso torna-se tão

necessária a pesquisa de produtos extraídos de fitoterápicos e produtos

naturais com valor conhecido (PACKER & LUZ, 2007).

Dentre esses produtos a própolis tem se destacado devido a sua

aplicabilidade na indústria de alimentos e cosméticos, sendo utilizada como

princípio ativo em vários produtos. Isto ocorre devido às suas diversas

propriedades terapêuticas, como: antimicrobiana, anti-tumoral, anestésica, anti-

inflamatória, cicatrizante e anti-viral (MARRUCCI, 1995; LONGHINI et al., 2007;

PACKER & LUZ, 2007 ).

A própolis tem sido grandemente utilizada, em todo o mundo, no uso de

produtos naturais, porém apesar de haver grande quantidade de informações

disponíveis referente aos aspectos químicos e biológicos da própolis, sua

aplicação terapêutica ainda tem sido pouco estudada (FUNARI & FERRO,

2006).

Segundo Lustosa et al., (2008) há registro na internet de

aproximadamente noventa produtos a base de própolis (dentre eles cápsulas,

condicionador, xampu, sabonete, dentrifícios, batom, bala, chá, protetor solar,

gel pós-barba, creme, pomada, etc) disponíveis no mercado brasileiro. A

própolis tem seu uso empregado em cosméticos e também na indústria

alimentícia na forma de alimentos funcionais (SFORCIN et al., 2000).

Apesar de já estarem bem estabelecidos no meio científico os efeitos

antiinflamatórios da própolis e os efeitos da ledterapia, são escassos os

trabalhos que relacionam o uso da própolis associado ao LED.

Como o uso da própolis tem acontecido de forma grandiosa e tem

encontrado boa aceitação popular, esta surge como uma opção no tratamento

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de feridas, pois é de baixa toxicidade e pode ser de uso tópico (SFORCIN et

al., 2000).

O reparo tecidual, de acordo com Whelan et al, (2001) é um estado

dinâmico que compreende diferentes processos, entre eles, inflamação,

proliferação e remodelação. Cada fase apresenta células e funções

específicas.

Whelan et al., (2001) ressaltaram que o processo de cicatrização possui

três fases: a primeira, a degradação do substrato, a segunda, a proliferação

celular e a terceira, a remodelagem do tecido. Estudos destes autores

demonstraram que as mitocôndrias ao receber radiação da luz vermelha e

infravermelho próximo aumentam o metabolismo respiratório de certas células.

A fototerapia de baixa intensidade produz efeitos biomoduladores nos

tecidos. Através dela os pacientes podem se beneficiar tendo diminuição no

tempo de tratamento e melhora do aspecto da cicatrização. Há muita

divergência no tipo de laser ou led a ser usado, comprimento de onda,

dosimetria, tempo de aplicação, número de aplicações e intervalo entre elas.

Os parâmetros devem ser revisados para cada tipo de lesão, relacionando com

a profundidade, características teciduais, estágio da lesão e condições

fisiológicas dos pacientes (WHELAN et al., 2001).

A radiação tecidual com fontes de luz de baixa intensidade Light

Amplification by Stimulated Emission of Radiation - (LASER) e Light Emitting

Diode (LED) – na faixa do vermelho ao infra-vermelho próximo, tem sido

indicada como um tratamenro efetivo na modulação da dor e favorecimento do

processo de cicatrização tecidual (KANA et al., 1981).

A luz LED foi desenvolvida para oferecer uma alternativa efetiva à luz

laser. Os LEDs estimulam o processo de energia nas mitocôndrias de cada

célula, particularmente quando a luz vermelha perto do infravermelho é usada

em comprimentos de onda específicos para ativar os constituintes

mitocondriais, tais como: sistemas de citocromos e cromóforos. Os

comprimentos de onda, mais adequados, que aceleram a cicatrização de

feridas são: 680, 730 e 880 nm (WHELAN et al., 2001).

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Baseado em achados na prática clínica encontrados em pacientes em

tratamento de feridas, na Clínica Regenere em Caratinga-MG, observou-se que

na terapêutica associando a aplicação da própolis e posteriormente o LED,

ocorreu melhora na cicatrização das feridas dos pacientes. Daí então surgiu tal

questionamento se estas duas terapêuticas em uso associado poderiam

potencializar os efeitos do tratamento de feridas.

Desta maneira, é relevante desenvolver novas alternativas nos

tratamentos de afecções, através do desenvolvimento de pesquisas que

objetivem avaliar o possível papel potencializador do LED sobre o efeito

antiinflamatório da própolis, além de compreender melhor a cinética da

resposta inflamatória, seja no tratamento isolado ou associado das terapêuticas

citadas.

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2 – OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral:

• Analisar a ação de diferentes tratamentos na resposta inflamatória

induzida considerando a cinética do infiltrado inflamatório.

2.2. Objetivos Específicos:

• Deteminar a cinética da resposta inflamatória nos tratamentos isolados

ou associados de LED e propólis.

• Comparar a ação isolada da própolis e do LED em resposta inflamatória

induzida.

• Avaliar a possível ação sinérgica ou potencializadora do uso associado

de LED e própolis no tratamento da inflamação em modelo experimental

.

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3 – Fundamentação Teórica

3.1- O Sistema Tegumentar

O revestimento externo do corpo constitui o chamado tegumento

comum. Constituindo este sistema a pele, seus anexos e a camada subcutânea

ou hipoderme (FIGURA 1). A pele apresenta múltiplas funções, atuando na

proteção do organismo contra agentes físicos, químicos e infecciosos

(bactérias), além de prevenir a eliminação excessiva de água por evaporação,

ou o seu ganho. Funciona como sistema refrigerador, uma vez que as

glândulas sudoríparas secretam um fluido para resfriar o corpo, enquanto os

pêlos e uma camada subjacente de gordura isolam contra o frio

(SILVERTHORN, 2010).

A pele é composta de três camadas, denominadas de epiderme, derme

e hipoderme, sendo as duas primeiras as principais. Cada uma delas é

formada por tecidos diferenciados e funções distintas (SAMPAIO & RIVITTI,

2001).

A epiderme, camada mais externa da pele é composta de proteínas

fibrosas denominadas de queratina. Na diferenciação epidérmica, há, também

importante participação da derme através de inter-relações entre fibroblastos e

queratinócitos (sintetizadores de queratina). A modulação da diferenciação

epidérmica é influenciada por meio de fator de crescimento epitelial (EGF),

fator transformador de crescimento (TGF-α), fator transformador de

crescimento de queratinócitos (KGF), fator transformador de crescimento beta

(TGF-ß), interleucinas (IL-1a, IL-6, IL-8), GM-CSF, vitamina A, retinóides e

chalonas (SAMPAIO & RIVITTI, 2001).

A derme é a segunda e também mais espessa camada da pele. Tem

como função o oferecimento de resistência, suporte, sangue rico em nutrientes

e oxigênio a pele. É subdividida em outras duas camadas: a papilar e a

reticular. A derme papilar está logo abaixo da epiderme, sendo composta

principalmente por células de fibroblasto que são responsáveis por produzir

uma forma de colágeno, que compõe o tecido conjuntivo. Já a camada reticular

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está localizada sob a camada papilar e também produz colágeno e fibras

elásticas. O colágeno e a elastina proporcionam resistência a pele e são

responsáveis pelo rechaço cutâneo. A derme também apresenta vasos

sanguíneos e linfáticos, nervos, glândulas sudoríparas e sebáceas e raízes

pilosas (FIGURA 1). A ligação entre a derme e o tecido conjuntivo e as

estruturas de suporte subjacentes, como fáscia, músculos e ossos, é realizado

por espessos feixes de colágeno.

A camada ou tela subcutânea é composta de tecidos adiposo e

conjuntivo, além de grandes vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos. A

espessura da epiderme, da derme e da tela subcutânea, irão depender das

pessoas e das partes do corpo, exercendo desta forma uma ação protetora

para o corpo humano diante de agentes agressores.

FIGURA 1: Sistema Tegumentar

FONTE: Bear MF, Connors BW, Paradiso MA 2002. Neurociências-Desvendando o Sistema Nervoso. Porto Alegre 2ª ed. Artmed Editora. Disponível em: <http://www.mundo vestibular.com.br/content_images/sistema_tegumentar.gif>. Acesso em: 06 maio 2010.

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3.2- Cicatrização de feridas

A cicatrização é uma seqüência de eventos que ocorre de forma

coordenada e são desencadeadas pelo organismo, com objetivo de reconstituir

estrutural e funcionalmente o tecido lesado (SILVA et al., 2007; MENDONÇA &

COUTINHO-NETTO, 2009).

Quando um organismo sofre uma agressão local, ocorre uma reação

tecidual e vascular, dando início ao processo de inflamação (FIGURA 2). O

tecido conjuntivo é formado por células e pela matriz extracelular. Diferentes

tipos celulares podem estar envolvidos na resposta inflamatória como os

fibroblastos, miofibroblastos, pericito, adipócito e leiomiócitos A matriz

extracelular é constituída por colágeno, elastina, proteoglicanos, glicoproteínas

estruturais e glicosaminoglicanos (MONTENEGRO & FRANCO, 2004).

FIGURA 2: Fases da cicatrização de feridas.

FONTE: Contran et al., 2000.

As células que compõem o tecido conjuntivo principalmente os

fibroblastos sintetizam o colágeno sob uma forma solúvel: o pró-colágeno.

Suas fibras são dispostas inicialmente ao acaso, orientadas em várias direções

no abundante material amorfo, formado principalmente por proteoglicanos. Este

padrão inicialmente frouxo é gradualmente substituído por padrão denso,

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quando acontece uma compactação das fibras colágenas em feixes paralelos e

bem orientados (MONTENEGRO & FRANCO, 2004).

A estabilização do colágeno ocorre aos poucos com ligações intra e

intermoleculares entre as cadeias alfas, geralmente por intermédio de cadeias

de lisina. Este processo é chamado de reticulação (cross-linking) que conduz

ao “amadurecimento” do colágeno o que lhe confere maior força tênsil e maior

resistência à degradação enzimática. Ocorre ainda um processo semelhante de

reticulação com a elastina que é essencial para consistência e elasticidade das

fibras elásticas (MONTENEGRO & FRANCO, 2004).

As células do tecido conjuntivo proliferam e secretam os componentes

da matriz extracelular através dos mensageiros químicos, sob forma de

polipeptídeos secretados por vários tipos celulares (citocinas) As citocinas

fibrogênicas mais importantes são o fator de transformação do crescimento

beta (TGF-beta), o fator de estimulação fibroblástica (FSF), o fator de

crescimento derivado de plaquetas (PDGF) e a interleucina 1 (IL-1). Estes

fatores exercem ações de potencialização e inibição da síntese de colágeno,

destacando o interferon-alfa e gama e o fator de necrose tumoral beta (TNF-

beta) (MONTENEGRO & FRANCO, 2004).

A remodelação ou reabsorção da matriz ocorre paralelo a sua formação.

Quando há um predomínio da síntese, tem uma formação de excesso de matriz

extracelular, chamada fibrose. Quando ocorre um predomínio da degradação

se tem o desaparecimento parcial ou total da fibrose. O reparo pode ocorrer de

duas formas: quando as células parenquimatosas morrem e o estroma continua

íntegro, o reparo se faz a partir de células do mesmo tipo das que perderam,

voltando o órgão à sua estrutura normal, este processo é chamado de

regeneração. Quando o estroma é destruído, o reparo se faz a partir do tecido

conjuntivo, ocorrendo então a cicatrização. Este processo quase sempre

acontece combinado à regeneração de elementos epiteliais. O processo de

cicatrização pode ser considerado um segmento do processo inflamatório que

provocou perda de substâncias. Nas duas situações o reparo ocorre após

perda de tecido por infarto, hemorragias, por ressecção cirúrgica, etc

(MONTENEGRO & FRANCO, 2004).

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A classificação das feridas é dada de acordo com o comprometimento

tecidual, sendo da seguinte forma: feridas de espessura parcial (ou feridas

epidérmicas) – nas quais a lesão acomete a epiderme e a camada superficial

da derme; feridas de espessura total (ou feridas dérmicas) – nas quais ocorre

comprometimento de toda a epiderme, derme e tecido subcutâneo, podendo se

estender ao tecido muscular e ósseo (SILVA et al., 2007).

Na cicatrização de feridas de espessura parcial, primeiramente ocorre

um preenchimento das feridas por sangue, restos celulares desvitalizados e

partículas de tecidos, que formam uma crosta. As células epiteliais separam-se

da membrana basal, migram em direção à área lesionada e depois se

incorporam à camada epitelial. Ao findar a cicatrização a crosta se desprende,

então inicia o processo de queratinização das células proliferadas. Ao processo

de regeneração é dado o nome de reepitelização. A cicatrização de feridas de

espessura parcial resulta em uma cicatriz imperceptível (SILVA et al., 2007).

Segundo Biondo-Simões et al., (2006) o processo de cicatrização é um

fenômeno local onde há a participação de elementos comuns a vários setores

do organismo. Sendo assim fica fácil imaginar que fatores ambientais e

fisiológicos tenham grande impacto na evolução da cicatrização, podendo

influenciar na qualidade e no tempo da cicatrização, e na presença ou não de

complicações. O mesmo autor realizou um estudo em feridas induzidas em

ratos e observou que a hipertensão arterial dificulta o processo de cicatrização,

sendo observado devido a densidade de colágeno ser maior em ratos

normotensos, além de que as cicatrizes em hipertensos serem menos

resistentes que as do grupo controle normotenso no primeiro momento.

A cicatrização de feridas de espessura total é bem complexa e de longa

duração, compreendendo três fases a inflamatória, a fibroblástica e a de

remodelamento (FIGURA 3).

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FIGURA 3: Fases da cicatrização de feridas

FONTE: < http: //www.aad.org/education/students/_img >. Acesso em 06 maio de 2010.

Na fase Inflamatória ocorre o preparo da ferida para a cicatrização,

retirando restos celulares e tecidos desvitalizados. Logo após o surgimento da

ferida, começa o processo de inflamação que consiste em respostas vascular e

celular, que são responsáveis pelo controle do sangramento e pela remoção de

microrganismos, material inorgânico e tecidos desvitalizados. No início do

processo inflamatório ocorre uma vasoconstrição transitória de vasos

sanguíneos e linfáticos para inibir a perda sanguínea. Simultaneamente ocorre

desencadeamento da cascata de coagulação que no seu termino converte o

fibrinogênio em fibrina pela ação da trombina. Depois ocorre uma

vasodilatação, onde a permeabilidade do vaso é aumentada, ocorrendo

extravasamento de liquido plasmático para o meio extravascular. Tampões de

fibrina vindos do plasma extravasado bloqueiam o fluxo linfático, localizando a

inflamação e inibindo a disseminação da infecção. Durante a vascularização

ocorre a marginação leucocitária, com a orientação periférica dos leucócitos,

depois estes migram para o tecido intersticial, processo denominado de

emigração. Os neutrófilos são atraídos por agentes quimiotáticos e migram

para o tecido da ferida, evento chamado de quimiotaxia. Então inicia o

processo de fagocitose, onde os leucócitos realizam digestão enzimática, para

eliminar bactérias, tecidos desvitalizados, restos celulares e demais

substâncias estranhas. Os neutrófilos apresentam vida curta predominando nas

primeiras 6 a 24 horas, sendo substituídos pelos monócitos. À medida que

ocorre a morte dos neutrófilos, ocorre a liberação de enzimas intracelulares que

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somado a outros produtos da degradação celular, fazem parte do exsudato da

ferida. Os monócitos são leucócitos mononucleares que estão envolvidos em

todas as fases da cicatrização. Os monócitos chegam ao local da lesão,

transformando-se em macrófagos para realizar a fagocitose de substâncias

estranhas. Os macrófagos vão eliminar da ferida todo o material que não foi

solubilizado pelos neutrófilos. Quando a fase inflamatória vai chegando ao fim a

atividade fagocitária dos macrófagos reduzem, assim como o edema e os

outros sinais clínicos de inflamação com calor, rubor e dor. Dando inicio a

segunda fase do processo de cicatrização (SILVA et al., 2007). Esta primeira

fase também pode ser chamada de Limpeza, onde após a lesão os tecidos

liberam mediadores químicos da inflamação. Surge então um processo

inflamatório agudo e o exsudato fibrinoso na superfície, que em contato com o

ar fica ressecado, formando uma crosta. Esta crosta tem uma importância para

auxiliar a conter a hemorragia e a proteger o ferimento de contaminações

externas. As células inflamatórias dirigem ou removem detritos celulares,

bactérias, corpos estranhos, passo essencial para que o crescimento reparador

ocorra. Enquanto não se findar a inflamação ativa, o processo de cicatrização

não se completa (MONTENEGRO & FRANCO, 2004).

A Fase fibroblástica inicia-se com o processo de migração de células

endoteliais da periferia para o centro da lesão. As células endoteliais proliferam

e dão origem ao tecido de granulação. O tecido de granulação é um tecido

especializado, com aspecto róseo e granular, com intensa proliferação de

novos vasos sanguíneos e fibroblastos. Nesta fase, os macrófagos continuam

presentes no tecido de granulação, porém em menos intensidade, eliminando

os restos de material, fibrina e outros corpos estranhos do local. Os novos

vasos originam-se por meio de brotação, a partir de vasos pré-existentes, a

esse processo biológico é dado o nome de angiogênese ou neovascularização

(MONTENEGRO & FRANCO, 2004) (FIGURA 4).

Ocorre a sintetização de fibroblastos a partir de células mesenquimais

indiferenciadas, que são responsáveis pela produção de colágeno, entre outros

componentes da matriz extracelular do tecido conjuntivo (fibras elásticas,

proteoglicanos, fibronectina) (SILVA et al., 2007).

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Os fibroblastos compreendem subpopulações celulares diferenciadas

que no intersticio se arranjam para sintetizar e modificar os componentes da

matriz que conferem apoio estrutural, resultando nos arcabouços, cápsulas ou

túnicas adventícias de órgãos, no estabelecimento de comunicações celulares,

no desempenho de papéis contráteis, endócrinos ou no armazenamento de

vitamina A, observados no estroma de órgãos como fígado, baço, rins, pele,

pulmões e gônadas, sem, no entanto, perderem a capacidade de amplificar

funções que levam à fibrilogênese ou à deposição de grandes quantidades de

matriz extracelular (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2003; KOMURO, 1990;

FRANK, 1999).

FIGURA 4: Cascata de eventos angiogênicos

FONTE: The Angiogenesis Foundation (2000).< http://www.angio.org/understanding/content_understanding.html>Acesso em: 05 out. 2010.

Os fibroblastos têm como função a proliferação, diferenciação, produção

e degradação de matriz extracelular, e também a apoptose, envolvendo a

ativação de vias de sinalização intracelulares induzidas por citocinas

multifuncionais (CARVALHO & COLLARES-BUZATO, 2005).

A deposição de fibroblastos é maior nos tecidos fetais do que em

adultos. Os fibroblastos fetais produzem uma matriz rica em

glicosaminoglicanos de alta massa molecular, particularmente o ácido

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hialurônico que garante ambiente favorável a migrações celulares quando

comparado a tecidos adultos, havendo excessiva deposição de colágeno e

neovascularização, acompanhados do decréscimo do conteúdo de ácido

hialurônico e aumento de glicosaminoglicanos sulfatados, favorecendo a

formação de fibras colágenas adaptadas para resistir ao aumento das forças de

tensão que atuam sobre a derme na vida pós-natal (NODDER & MARTIN,

1997).

O colágeno é responsável pela integridade da ferida, por proporcionar

resistência e rigidez. Com o avançar da proliferação tecidual e o preenchimento

da ferida por tecido de granulação, ocorre a epitelização gradual, com uma fina

cobertura sobre a pele. À medida que o processo de reepitelizacao se completa

inicia-se outro evento: a contração da ferida, que consiste na mobilização dos

tecidos ao redor, causando um movimento centrípeto da pele normal em toda

sua espessura. As células responsáveis pela contração da ferida são os

miofibroblastos, que se originam a partir da diferenciação dos fibroblastos. Os

miofibroblastos aderem às margens da ferida e puxam toda epiderme para

dentro. A contração da ferida recompõe toda a lesão, formando o tecido

cicatricial. O número de fibroblastos na ferida é reduzido gradativamente, na

medida em que a cicatriz vai se formando, o que caracteriza o final da fase

fibroblástica (SILVA et al., 2007).

Este estágio também pode ser chamado de retração, tendo início após 2

a 3 dias do ferimento. Após ocorrer o ferimento, os miofibroblastos proliferam e

se diferenciam nos tecidos vizinhos e estabelecem junções entre si, formando

um arcabouço contrátil, responsável pela formação de bordas na ferida.

Quando há uma ação exagerada dos miofibroblastos surgem as contraturas,

que são comuns após queimaduras extensas (MONTENEGRO & FRANCO,

2004).

A fase de remodelamento consiste na reorganização das fibras de

colágeno e na substituição das fibras do tipo III pelas do tipo I. Esta fase inicia

a partir da formação do tecido cicatricial, altera a forma, tamanho e resistência

da cicatriz. Ao mesmo tempo em que ocorre a formação do tecido cicatricial,

ocorre a produção e degradação de colágeno. A cicatriz fica densa e com fibras

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de colágeno desorganizadas, que são reorganizadas em um processo que

permite que o tecido cicatricial depositado aleatoriamente seja arranjado tanto

em orientação linear, como lateral. O processo de remodelamento geralmente

varia de 12 a 15 meses (SILVA et al., 2007).

De acordo com Montenegro & Franco, (2004) após as fases de limpeza

e retração, ocorre a fase chamada de tecido de granulação e a fase de

reepitelização. Na fase de granulação há proliferação de fibroblastos e de

capilares no seio de uma matriz abundante, edemaciada e basófila. Há ainda

um processo de angiogênese onde as células endoteliais secretam proteases

que degradam a matriz extracelular, depois migram nos espaços

perivasculares, proliferam e se alinham para formar novos vasos (FIGURA 3).

As células endoteliais se agrupam e fazem protrusão por entre os fragmentos

das membranas basais, a princípio formando fileiras sólidas de células. Vários

são os fatores ou sinais responsáveis pela angiogênese como, fatores

produzidos por macrófagos (fator de angiogênese derivado de macrófago),

mastócitos (heparina), plaquetas (fator de crescimento derivado de plaquetas,

fator de transferência do crescimento, beta) e fibroblastos (fator de crescimento

de fibroblastos). Os novos capilares ao crescerem se dirigem para a superfície

da lesão e se encurvam para baixo, formando um pequeno arco ou cajado,

conferindo um aspecto granuloso e avermelhado à superfície. A matriz

extracelular vai se tornando densa com o passar dos dias, adquirindo cada vez

mais fibras colágenas. No início apresenta um padrão frouxo, mas pouco a

pouco as fibras se dispõem em feixes paralelos, compactos, enquanto os vasos

sanguíneos vão se tornando menos proeminentes e desaparecem. Então o

tecido de granulação é substituído por uma cicatriz fibrosa, dura,

esbranquiçada e retraída.

Na fase de reepitelização, as células epiteliais sofrem mitoses e

começam a se intrometer por debaixo da crosta, porém a reepitelização total do

ferimento ocorre no término do processo de reparo. Ao final as células epiteliais

crescem rapidamente e restabelecem a continuidade do revestimento. No início

a camada epitelial de revestimento é fina e transparente, possibilitando a

visualização do tecido conjuntivo avermelhado que está abaixo, porém com o

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tempo o tecido conjuntivo se torna denso e o epitélio de revestimento mais

espesso (MONTENEGRO & FRANCO, 2004).

De acordo com a perda tecidual o processo de cicatrização pode ocorrer

de duas formas: cicatrização por primeira intenção e cicatrização por segunda

intenção. A cicatrização por primeira intenção também chamada de fechamento

primário, ocorre quando há lesão da pele com perda mínima de tecido

(FIGURA 5). O processo de cicatrização ocorre sem contaminação bacteriana

significativa e evolui rapidamente (SILVA et al., 2007).

FIGURA 5: Cicatrização por primeira intenção numa f erida fechada, não infectada, como uma ferida cirúrgica incisional.

FONTE: http://www.forp.usp.br/restauradora/laser/Luciana/Image95.gif

A cicatrização por segunda intenção também conhecida de fechamento

secundário ocorre quando a lesão se desenvolve com maior perda celular e

tecidual (FIGURA 6). As lesões são mais extensas e demoram um tempo maior

para cicatrização, aumentando o risco de uma infecção. Tem a formação de

uma grande quantidade de tecido de granulação e intensa contração da ferida.

Quando a ferida tem o seu fechamento primário adiado devido a presença de

infecção, a cicatrização é chamada de cicatrização por primeira intenção

retardada ou fechamento primário retardado ou ainda fechamento por terceira

intenção. No momento em que o processo infeccioso é controlado, a ferida é

suturada e a cicatrização se dá por reepitelização (SILVA et al.,2007).

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FIGURA 6: Cicatrização por segunda intenção primeiramente em uma ferida aberta e não infectada, no segundo momento uma ferida aberta e i nfectada.

FONTE: http://www.forp.usp.br/restauradora/laser/Luciana/Image96.gif

É importância lembrar que de acordo com STARKEY, (2001) a

velocidade e a qualidade da cicatrização são reguladas pela quantidade de

trifosfato de adenosina (ATP) produzido. O ATP corresponde a fonte primária

de energia da célula, sendo fundamental para fornecer a energia metabólica

necessária para restaurar as propriedades da membrana celular, realizando por

meio da entrada e saída de sódio e potássio da célula, para construir e

sintetizar novas proteínas.

3.3- Própolis

A palavra própolis é de origem grega e resulta da combinação entre

duas expressões, pró (defesa) e polis (cidade). As abelhas utilizam da própolis

para se protegerem de insetos e microrganismos (MARCUCCI, 1996).

A própolis contém 50 - 60% de resinas e bálsamos, 30 - 40% de ceras, 5

– 10% de óleos essenciais, 5% de grão de pólen, além de microelementos

como alumínio, cálcio, estrôncio, ferro, cobre, manganês e pequenas

quantidades de vitaminas B1, B6, C e E (FUNARI & FERRO, 2006).

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A composição química da própolis inclui flavonóides, ácidos aromáticos

e ésteres, aldeídos e cetonas, terpenóides e fenilpropanóides, esteróides,

aminoácidos, polissacarídeos, hidrocarbonetos, ácidos graxos e vários outros

compostos em quantidades menores (MATSUDA et al., 2002; ROCHA et al.,

2003). Há também na constituição elementos inorgânicos como o cobre,

manganês, ferro, cálcio, alumínio, vanádio e silício (MARCUCCI, 1996). Aos

flavonóides e ácidos fenólicos são atribuídas as propiedades antibacteriana,

antiviral e antioxidante (VOLPI & BERGONZINI, 2006).

Portanto, parece está havendo um crescente empenho na produção e

exploração da própolis, sendo que esse interesse global de pesquisas em

própolis tem duas justificativas: a primeira devido a suas características de

panacéia (várias atividades biológicas). De certa maneira essas características

também atrapalham sua aceitação, já que os médicos e outros profissionais

tendem a desconfiar da sua eficácia devido a lhe serem atribuída dezenas de

atividades biológicas simultaneamente. A segunda é devida ao seu alto valor

agregado, com o que um frasco do extrato alcoólico é vendido no Brasil por

cerca de 5 a 10 reais, mas chegando a custar 150 dólares em Tóquio

(NOTHENBERG, 1997; PEREIRA et al., 2002). Este alto valor agregado em

Tóquio pode justificar em parte o interesse dos japoneses na própolis,

principalmente a brasileira (sendo hoje a terceira maior produção mundial,

perdendo apenas para a Rússia e a China). Embora produza de 10 a 15% da

produção mundial, o Brasil atende a cerca de 80% da demanda japonesa.

Dados da Federação de Apicultores de Minas Gerais revelam que a própolis

produzida no estado é considerada a melhor do mundo no mercado japonês,

onde o quilograma do produto aumentou consideravelmente de US$ 5 para

US$ 200 nos últimos anos (PEREIRA et al., 2002).

Estudos realizados com extratos de própolis comercializados no Brasil

mostraram melhor atividade antimicrobiana contra bactérias gram-positivas, em

comparação à atividade contra gram-negativos, isto ocorre porque, apesar das

bactérias gram-negativas apresentarem uma estrutura de parede celular menos

rígida em comparação as gram - positivas, têm uma parede celular

quimicamente mais complexa, sendo que um dos constituintes desta parede, o

lipopolissacarídeo, é que determina a antigenicidade, toxicidade e

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patogenicidade destes microrganismos. Além do que as bactérias gram-

negativas possuem um teor lipídico maior do que as gram-positivas (VARGAS

et al., 2004; PACKER & LUZ, 2007). A própolis também demonstrou excelentes

atividades fungicida e fungistática, em testes in vitro contra leveduras

identificadas como causadores de onicomicoses (LONGHINI et al., 2007).

Independente de sua origem a própolis sempre apresenta atividade

antimicrobiana, uma vez que seu efeito bactericida e fungicida é indispensável

para preservar a vida da colméia (BURIOL et al., 2009).

Acredita-se que a atividade antiinflamatória da própolis ocorre devido a

presença de flavonóides que exercem uma atividade inibitória contra a

ciclooxigenase (COX) e lipooxigenase, além do ácido fenil éster caféico (CAPE)

que inibe a liberação de ácido aracdônico da membrana celular, suprimindo as

atividades das enzimas COX-1 e COX-2 (FIGURA 7)(BORRELLI et al., 2002).

A ação antiinflamatória da própolis também se dá pela inibição da síntese de

prostaglandinas, ativando a glândula do timo, auxiliando o sistema imune pela

promoção da atividade fagocitária e estimulando a imunidade celular

(KOSALEC et al., 2005).

A ação antioxidante também está relacionada aos flavonóides. Existe

uma correlação entre o alto conteúdo de flavonóides totais e a atividade anti-

radicais livres em extratos de própolis da Argentina (AHN et al., 2007).

Marcucci, (1995) se refere a uma ação virucida da própolis nos vírus de herpes

simples (HSV) e da estomatite vesicular (VSV).

A propriedade cicatrizante da própolis também está relacionado a

presença de flavonóides e ácidos fenólicos. Um estudo comparando a atividade

cicatrizante de um creme de própolis com um de sulfadiazina de prata,

demonstrou que os ferimentos tratados com própolis apresentaram menos

inflamação e mais rápida cicatrização do que aqueles tratados com sulfadiazina

de prata (GREGORY et al., 2002).

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FIGURA 7: Ação antiinflamatória da própolis

FONTE: http: //www.arthrits.co.za/cox.html

A pomada de própolis quando utilizada em portadores de feridas

crônicas apresentam um tempo médio de cicatrização de 13,10 semanas,

sendo considerado um estimulo para a cicatrização, além de ser uma ação

terapêutica asséptica e uma ferramenta de fácil utilização e baixo custo para o

cuidado tópico de feridas crônicas (SANTOS et al., 2007).

Segundo Vieira et al., (2008) os ratos que foram tratados em seu estudo

com própolis a 20% tiveram os diâmetros da lesão inferiores em comparação

com as lesões tratadas com chá verde e as feridas tratadas com o creme-base.

Relatou ainda que as lesões tratadas com própolis e chá verde evoluíram

melhor durante o tratamento e não apresentaram sangramentos, infecções

secundárias e tecido necrótico durante o tratamento.

3.4 - Ledterapia

O LED é uma fonte de luz contínua com alta eficiência

luminescente (FIGURA 8). Constitui-se de um diodo semicondutor (junção P-N)

que quando energizado emite luz visível, encaixado em uma cúpula clara de

epoxy que atua como uma lente (MAVROPOULOS et al., 2005). A luz é

monocromática e é produzida pelas interações energéticas do elétron. Emite

uma estreita faixa de radiação eletromagnética que varia de comprimentos de

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onda que vão do ultravioleta ao visível e infravermelho (POSTEN et al., 2005).

Este tipo de fonte de luz vem apresentando vantagens em relação à luz laser,

uma vez que se apresenta mais economicamente viável, pode irradiar uma

maior área de superfície e requer menos energia para operação (BRANDON et

al., 2008).

FIGURA 8: Diodo Emissor de Luz

FONTE: <http://www.casadofuturo2009.blogspot.com> Acesso em: 06 maio2010.

A luz emitida pelo LED é ausente de coerência e colimação (BAGNATO,

2002). A coerência da luz é distinguida por dois aspectos: o efeito físico que

promove e a ação desta luz com as moléculas ou tecidos. A absorção da luz de

baixa intensidade pelo sistema biológico, em condições fisiológicas, é não

coerente, devido a taxa de excitação da decomposição da coerência em níveis

de elevada magnitude em relação à taxa de fotoexcitação. A determinação da

interação da luz com as moléculas adjacentes, é determinada pelo tempo de

decomposição da coerência de fotoexcitação, sobre condições menores do que

10¹² segundos. Este tempo médio de excitação irá depender da intensidade da

luz, sendo que, em 1mW/cm², o tempo é em torno de 1 segundo, o que

determina que a coerência é retida ao longo dos primeiros extratos da pele,

antes que produza a absorção da luz pelas moléculas fotorreceptoras

especializadas (melanina, porfirina, citocromo e oxidase e hemoglobina)

(KARU, 2003).

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De acordo com Low & Reed, (2001) a profundidade de penetração está

relacionada ao comprimento de onda da radiação, sendo 0,5 a 2mm para luz

vermelha (635-670 nm) e de 2 a 4 mm para a luz infravermelha (820-904 nm)

(FIGURA 9).

FIGURA 9: Profundidade de penetração dos compriment os de onda na pele.

FONTE: SIMUNOVIC, Z; TROBONJACA,T.(2000) Lasers in Medicine and Dentistry-Basic Scienc andu p-to-date Clinical Aplication of Low Energy-Level Laser Therapy.

A radiação tecidual com fontes de luz de baixa intensidade- LASER e

LED– na faixa do vermelho ao infra-vermelho próximo, tem sido indicada como

um tratamento efetivo na modulação da dor e favorecimento do processo de

cicatrização tecidual (KANA et al., 1981).

Quando a irradiação é feita em uma ferida de forma pontual com laser,

observa-se um pequeno espalhamento da luz, para áreas ao redor do ponto

irradiado, já quando se irradia com um LED, observa-se um espalhamento

maior da luz. Este efeito de espalhamento pode otimizar a terapia, contribuindo

para a diminuição dos pontos de aplicação. Esta é uma outra condição que

facilita o uso do LED, porque enquanto o laser tem alto custo e dificilmente

encontra-se dispositivos de laser com mais de uma feixe de luz, o LED é

comercialmente mais barato e de fácil reprodução, podendo criar um

dispositivo com várias lâmpadas, podendo irradiar uma área maior em um

tempo menor (FIÓRIO, 2008).

O espectro de ação eletromagnética da luz emitida pelo LED é mais

amplo em relação ao laser. O laser é caracterizado por uma maior

concentração da fluência em uma pequena faixa espectral (660nm ±5nm). Já o

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LED, a densidade de energia está distribuída em uma banda eletromagnética

maior (635nm ± 35nm), podendo interagir com um maior grupo de

fotorreceptores específicos. Pode-se concluir que há uma grande janela

biológica de absorção da luz nos tecidos biológicos diante da aplicação dessas

luzes terapêuticas, permitindo a ação bioestimuladora nos respectivos

receptores de luz (CORAZZA, 2005).

De acordo com Lagan et al., (2000), a terapia com luz traz vários

benefícios como fotobiomodulação, sendo decorrentes da energia luminosa por

fotorreceptores biológicos (cromóforos), que são capazes de modular as

atividades bioquímica e fisiológica das células.

A terapia por diodo emissores de luz (LED) com comprimento de onda

na faixa espectral do vermelho (630nm) ao infravermelho próximo (880nm) leva

a melhora na irrigação local, além de formação de tecido de granulação e

cicatricial e redução da área das feridas em tratamento de lesões venosas,

podendo ser considerado uma alternativa interessante para o tratamento

destas lesões (SILVA et al., 2009).

Segundo Minatel et al., (2009) a associação de LED’s (32 LED’s de

890nm e 4 LED’s de 660nm, 500mW) duas vezes por semana com sulfadiazina

de prata a 1% tópica diária mostrou uma eficácia na cicatrização ainda maior

em comparação a 1 LED de 660 nm, 5mW. O uso do LED é uma terapia

bioestimuladora, não invasiva, de fácil e rápida aplicação, com efeito

analgésico no tratamento de ulceras de perna em pacientes diabéticos

(MINATEL et al., 2009).

O uso do LED, com comprimento de onda de 625 nm, em individuo

portador de úlcera em ambos os membros inferiores, mostra a potencialidade

desta alternativa de tratamento na evolução cicatricial e redução da dor,

relatando ainda um possível efeito tardio do LED no processo de reparação

tecidual (SIQUEIRA et al., 2009).

A laserterapia está indicada para processo inflamatório agudo, sendo

que a dosagem de 30J apresenta efetiva inibição da evolução do edema. O

laser diodo invisível com comprimento de onda 904nm, potência 27mW e

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densidade de energia de 4J/cm², exerce ação antiinflamatória e analgésica

sobre os tecidos (JÚNIOR et al., 2007). Ainda segundo Pinto et al., (2008) o

tratamento com laser As-Ga de 904 nm tem um efeito antiinflamatório ainda

melhor quando comparado com o ultra-som pulsado de 1mHz, quando aplicado

em músculo estriado esquelético inflamado de ratos wistar.

O uso do laser As-Ga (150mV, 60J/cm², 820 a 904nm) inicialmente

acelera a resposta inflamatória, depois promove maior ativação de células

monocíticas e fibroblastos, permitindo melhor modulação da resposta

inflamatória e da cicatrização da ferida (ROCHA et al., 2007).

De acordo com Júnior et al., (2006) a terapia a laser de baixa

intensidade é eficaz no processo de modulação da reparação tecidual,

favorecendo a cicatrização tecidual mais rápida e organizada.

A laserterapia de baixa intensidade (comprimento de onda de 870 nm,

potencia de pico de 70 mW, potencia media de saída de 0,5 a 3,5mW e

aplicação através de fibra ótica) obtém bons resultados no processo de

modulação da reparação tecidual, resultando em uma cicatrização tecidual

mais rápida e organizada (JUNIOR et al., 2006).

Whelan et al., (2001) comprovaram in vitro a resposta, muito favorável,

do aumento de fibroblastos em células derivadas da pele de ratos, quando

expostos ao LED (comprimentos de onda combinados 680nm, 730nm, 880nm;

8 J/cm2). O crescimento celular aumentou em 150-200% quando comparado

com as células controle. Isto também ocorre in vivo, em organismo saudável, o

qual irá regenerar o tecido cicatrizante, mas o crescimento celular cessa

quando a cicatrização está completa. Ressalta-se a importância que o

tratamento com LED acelera a cicatrização normal e a regeneração do tecido,

não produzindo excesso no crescimento celular, nem tampouco células

neoplásicas.

A terapia com LED melhora o processo de reparo tecidual em casos de

feridas crônicas, economizando não somente o tempo, bem como recursos

tanto para pacientes como para as instalações de cuidados com a saúde. Além

do que reduz o risco de infecções para o paciente, diminui a quantidade de

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medicação e faz com que o paciente retorne mais rapidamente a suas

atividades (WHELAN et al, 2003).

O LED pode funcionar como uma alternativa ao laser por produzir vários

comprimentos de onda, permitindo o tratamento de grandes feridas, além de

não produzir calor. Também é importante salientar que o uso do LED, segundo

a Food and Drug Administration (FDA) não oferece risco significante, sendo

aprovado seu uso em seres humanos (WHELAN et al., 2003).

Segundo Whelan et al., (2003) a ledterapia estimula genes que

codificam a melhora do reparo tecidual e regeneração da membrana. Ainda

não se tem uma resposta bioquímica de como o LED aprimora o processo de

cicatrização da ferida. Acredita-se que a luz infravermelha é absorvida por

alguns fotorreceptores, que acionam uma cascata de reações na célula.

Usando técnicas de detecção de genes podemos começar a entender o

mecanismo bioquímico que é acionado pelo LED e que podem exercer um

papel importante no processo de reparação da ferida. Os efeitos do LED na

expressão dos genes envolvidos no reparo da ferida é que possivelmente

reduzem a dor e modulam o reparo tecidual (WHELAN et al., 2003).

Farouk et al., (2003) fez um estudo utilizando terapia com LED no reparo

de feridas de queimaduras em ratos diabéticos e não-diabéticos, com um

programa de tratamento de três vezes por semana. Foi observado que a

ledterapia policromática atua na cicatrização dependendo das doses a serem

utilizadas. As doses e 5 e 10 J/cm² foram menos eficazes na aceleração do

reparo tecidual nos ratos não-diabéticos, em contra partida tiveram excelentes

resultados nos ratos diabéticos utilizando as doses de 5, 10, 20, e 30 J/cm².

O tratamento utilizando a luz, tem um efeito aumentando a

vasodilatação, já seus efeitos nas células inflamatórias precisam de mais

estudos, principalmente em modelos diabéticos, pelos comprometimentos na

microcirculação e na resposta inflamatória (FAROUK et al., 2003).

O uso da ledterapia policromática ainda está em fase inicial, em questão

de estudos científicos, ainda é necessário pesquisas mais rigorosas,

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33

orientações aos fabricantes e controle de qualidade dos equipamentos de LED.

São necessários estudos complementares direcionando o comprimento de

onda e a dosagem a ser utilizada para aumentar a sua eficácia e o nosso

conhecimento sobre seus mecanismos e seus efeitos (FAROUK et al., 2003).

Uma outra forma de utilização do LED é como fonte de luz na Terapia

Fotodinâmica, que é mais uma técnica no arsenal de tratamentos que usam

aparelhos para o controle das diversas doenças da pele, diminuindo a

necessidade do uso de medicamentos e o índice de efeitos colaterais e, ao

mesmo tempo, visando facilitar a vida dos indivíduos

(http://www.dermatologia.net/neo/base/artigos/terapia_fotodinamica.htm, acessado em Janeiro

de 2010).

A terapia fotodinâmica é um tipo de tratamento baseado em uma reação

fotoquímica citotóxica. Para que esta reação ocorra é preciso do oxigênio

molecular, da droga fotossensibilizadora e de uma fonte de luz intensa. Este é

um tipo de tratamento bastante promissor devido ao baixo índice de efeitos

colaterais, por apresentar um alto grau de seletividade (JUNIOR & PINHEIRO,

1998).

A terapia fotodinâmica tem mostrado bons resultados com relação a

terapia do câncer em suas diversas formas (MACHADO, 2000). Além de um

grande potencial em outros tratamentos como destruição de infestações

bacterianas resistentes a tratamentos tradicionais a base de antibióticos (VAN

DER MEULEN, 1997).

A terapia fotodinâmica — também chamada de PDT (na sigla em inglês

para Photodynamic Therapy) — não é um tratamento tão moderno quanto

parece, existe a mais de 40 anos. O que aconteceu foram algumas mudanças

na maneira de se fazer a técnica. Isto pode ter acontecido pelo conceito básico

da PDT: a combinação de um fotossensibilizante, drogas e luz, que são

relativamente inofensivos por si mesmos, mas combinado (na presença de

oxigênio) acaba por causar mais destruição do tumor ou menos seletiva

(http://transamerica.tv.br/index.php/Saude/Terapia-Fotodinamica.html,

acessada em Janeiro de 2010 ).

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34

Estudos multicêntricos controlados e randomizados demonstram a alta

eficácia e resultado cosmético final superior dessa modalidade terapêutica em

relação aos tratamentos convencionais. Para condições cutâneas não

oncológicas, como acne vulgar, verrugas virais e esclerodermia localizada, há

também relatos e série de casos confirmando o potencial terapêutico da terapia

fotodinâmica (TOREZAN et al., 2009).

O desenvolvimento de fotossensibilizantes tópicos, ácido 5-

aminolevulínico (ALA) ou seu metiléster (MAL), frente aos derivados da

hematoporfirina de aplicação sistêmica, permitiu um grande avanço na

popularidade da terapia fotodinâmica na dermatologia, uma vez que tanto ALA

quanto MAL tópicos não induzem mais fotossensibilidade generalizada

prolongada. A produção de intermediários reativos de oxigênio, como oxigênio

singlet, depende da concentração, da localização do fotossensibilizante no

tecido alvo, assim como da dose de luz utilizada. Tanto as lâmpadas de amplo

espectro quanto os LEDs constituem fontes de luz adequadas para que os

efeitos citotóxicos da terapia fotodinâmica resultem na destruição do tumor ou

seus efeitos imunomodulatórios atuem melhorando as condições inflamatórias

cutâneas (TOREZAN et al., 2009).

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35

4 – Material e métodos

4.1. GRUPOS EXPERIMENTAIS

Foram utilizados 40 camundongos, todos machos com

aproximadamente dois meses de idade, do Biotério Central da Universidade

Federal de Minas Gerais. Os animais foram mantidos no Centro de Estudo da

Biologia (CEB) do Centro Educacional de Caratinga (UNEC) em ciclo de

luminosidade 12 horas claro/escuro e temperatura de 22°C, permaneceram em

gaiolas individuais e receberam ração comercial e água em quantidades

adequadas durante o decorrer do experimento. Os animais foram pesados, e

posteriormente divididos em 4 grupos como descrito na Tabela 1.

Tabela 1 - Grupos experimentais n=40

Não-tratados

A Indução da ferida e sacrifício após 7 dias 5

B Indução da ferida e sacrifício após 14 dias 5

Tratado com própolis N° de animais

C Indução da ferida e uso da própolis com sacrifício após 7 dias. 5

D Indução da ferida e uso da própolis com sacrifício após 14 dias 5

Tratado com LED

E Indução da ferida e uso do LED com sacrifício após 7 dias. 5

F Indução da ferida e uso do LED com sacrifício após 14 dias 5

Tratado com própolis e LED

G Indução da ferida e uso da própolis e LED com sacrifício após 7

dias

5

H Indução da ferida e uso da própolis e LED com sacrifício após

14 dias

5

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36

4.2. Indução da ferida:

Os animais no momento da indução da ferida foram anestesiados com

Pentobarbital 50mg/Kg i.p. e Lidocaína, anéstesico local 0,5mg/20gs.c. e após

serem dispostos em decúbito ventral foi realizada tricotomia em seu dorso com

diâmetro aproximado de 3 cm (FIGURA 10). A anti-sepsia da área foi realizada

com aplicação de éter e posteriormente álcool iodado. A indução da ferida foi

feita com auxílio de um bisturi cirúrgico, com a ferida no tamanho de 1 cm

(FIGURA 11).

FIGURA 10: Tricotomia no dorso do animal (Foto reti rada no CEB)

FIGURA 11: Ferida cirúrgica realizada com bisturi ( Foto retirada no CEB)

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37

4.3- Produção do creme de própolis:

Na produção de 60g do creme foi utilizado creme base contendo

própolis na concentração de 20%. Para o preparo do creme foram pesados

todos os componentes da fase oleosa (F1) com 15.70% de cera não iônica

(cosmowax), 7.00% de óleo mineral (vaselina liquida), 0.10% de propilparabeno

(nipazol) e 0.07% de BHT, Em seguida foram aquecidos á 80°C. Como

componentes da fase aquosa (F2) nas seguintes proporções: metilparabeno

(Nipagim) (0.20%), propilenoglicol (5.00%), EDTA (0.14%) e água destilada

q.s.p., em seguida foram também aquecidos até 80°C; Posteriormente, a F2 foi

vertida sobre a F1, e em seguida submetida as fases a homogeinização lenta

até o resfriamento (aproximadamente 30°C); Foram, e ntão, adicionados a

mistura silicone volátil (2.80%) e germal a 50% (0.85%), que foram

homogeinizadas novamente e o pH corrigido até 6.0. A própolis, então, foi

incorporada ao creme base na proporção de 20% (VIEIRA et al., 2008 ).

4.4. Ledterapia:

Utilizou-se o equipamento de fototerapia, da marca Gentle Waves,

modelo LED, com os seguintes parâmetros: saída de 45w, comprimento de

onda 670nn, feixe de luz de cor vermelha, emissão contínua. O aparelho foi

aferido previamente ao inicio do trabalho pelo medidor de radiação Power

Metter.

Os animais em tratamento foram colocados em um recipiente de vidro,

de forma que os mesmos permaneceram a uma distância das lâmpadas do

LED de 8 cm. Os camundongos foram submetidos à ação da ledterapia em um

único disparo, com duração de 9 minutos. Estes permaneceram 24 horas,

antes do experimento, com água e ração ad libium, e a fototerapia teve inicio

24 horas após a indução da ferida conforme tabela 2. Nos tratamentos das

feridas utilizou-se 10 sessões realizadas diariamente (FIGURA 12).

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38

Tabela 2 - Intervalo de tratamento para aplicação do LED, após a indução da ferida na região dorsal de camundongos, em diferentes períodos

Grupos Ledterapia

E,F,G,H 24h após cirurgia.

E,F,G,H 48h após cirurgia.

E,F,G,H 72h após cirurgia.

E,F,G,H 5 dias após cirurgia

E,F,G,H 7 dias após cirurgia

F,H 10 dias após cirurgia

FIGURA 12: Aplicação da ledterapia (Foto retirada no CEB)

4.5. Obtenção de material histológico:

Os 40 animais dos grupos tratados e não-tratados foram sacrificados

com sobre-dose de anestesia Pentobarbital 7 e 14 dias após a indução da

ferida.

Após a eutanásia, a cicatriz cirúrgica foi ressecada, com 0,5cm das

margens superior e inferior e 2 cm das margens laterais, distendendo o retalho

sobre papel alumínio.

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39

O material foi fixado usando formol cálcio a 20%, desidratado em série

alcoólica crescente e incluído em parafina histológica. Foram feitas secções de

5µm e preparadas uma lâmina por animal com dez fragmentos por lâmina.

Estas foram coradas com Hematoxilina - Eosina, montadas sobre lamínula e

observadas em microscopia óptica para a morfometria.

4.6. Histomorfometria

A histomorfometria foi realizada no Laboratório Multifuncional do

Mestrado em Reabilitação do Centro Universitário de Caratinga, através de

imagens capturadas e avaliadas por sistema de captura de imagens. Foram

realizadas captura de trinta e sete campos aleatórios de cada lâmina

histológica com câmera digital (Samsung ES10) em microscópio Ultraphot

Zeiss, com objetiva de 40x. As imagens foram gravadas em CD e submetidas à

contagem de células no programa IMAGE PRO-PLUS avaliando os seguintes

critérios: áreas de hemorragia, hiperemia, fibra de colágeno fina/fibrina, fibra de

colágeno grossa, monócito/macrófagos, plasmócitos, neutrófilos, linfócitos,

neovascularização, células epiteliais normais, áreas de degeneração, artefatos.

4.7. Análise estatística

Para análise estatística foi utilizado o software Sigmastat Statistical

Analysis System, versão 1.0 (Jandel Scientific). Serão aplicados testes

paramétricos ou não paramétricos conforme a natureza dos dados obtidos e

considerando a significância em p<0,05.

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40

5- RESULTADOS

Os resultados da morfometria estão representados nos gráficos de

número 1 até o 7, onde encontram-se registrados os percentuais de fibrócitos/

fibroblastos, macrófagos, neutrófilos, linfócitos, substancia fundamental amorfa,

fibras de colágeno, vasos sanguíneos, neovascularização e artefatos. Para a

obtenção destes dados, utilizou-se de imagens obtidas no sistema de captura

de imagens, considerando-se 37 campos/animal. Para a contagem das

estruturas realizadas em um programa de analise de imagem, contaram-se os

pontos em uma grade com 176 pontos, considerando-se como 100% o total de

6512 pontos/animal.

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

controle própólis LED LED +Proposlis

controle própólis LED LED +Proposlis

7 dias 14 dias

% d

e ne

utró

filos

/651

2 po

ntos

Diferenças significativas para *Controle 7 dias e Própolis 7 dias (p= 0,0015), •Controle 7 dias e LED + Própolis 7 dias (p= 0,0012), ■Controle 14 dias e LED 14 dias (p= 0,00794),▲Controle 14 dias LED + Própolis 14 dias (p= 0,00794), □ Controle 7 dias e Controle 14 dias (p= 0,0004),▼LED 7 dias LED 14 dias (p= 0,00794), ▬ LED + Própolis 7 dias e LED + Própolis 14 dias (p= 0,00794)

Gráfico 1 – Percentual médio de neutrófilos nos grupos controle e tratados com

própolis, LED, LED + Própolis aos 7 e 14 dias de tratamento (n= 40 animais)

O percentual de neutrófilos apresentou variações significativas em

algumas das comparações feitas e os resultados encontram-se registrados no

gráfico 1. Observa-se, então, que aos sete dias o grupo controle

(0,844±0,0541) apresenta menores valores para neutrófilos do que o

encontrado nos animais submetidos ao tratamento com o própolis

(1,052±0,0829) e maiores quando se compara ao grupo onde foram associados

LED e própolis (0,552± 0,1219). Aos quatorze dias, o grupo controle

• *

*

▬ •

■ ▲ □

■ ▼ ▲ ▬

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41

(0,47±0,14) apresentou valores maiores para estes tipos celulares em relação

aos tratados com LED (0,05±0,10) e LED associado à própolis (0,00±0,00). Ao

final do tratamento o percentual de neutrófilos diminui de forma significativa na

maioria das comparações feitas, ou seja, entre os dois grupos controles (sete

dias: 0,844±0,0541; quatorze dias: 0,47±0,14), nos grupos submetidos ao

tratamento exclusivo com LED (sete dias: 0,72±0,21; quatorze dias: 0,05±0,10)

e entre os animais tratados com LED e propólis aos sete (0,55±0,10) e

quatorze dias (0,00±0,00).

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

controle própólis LED LED +Proposlis

controle própólis LED LED +Proposlis

7 dias 14 dias

% d

e Li

nfóc

itos/

6512

pon

tos

Diferenças significativas para: * Controle 7 dias e Própolis 7 dias (p= 0,0001), • Controle 7 dias e LED + Própolis 7 dias (p= 0,0012), ■ Própolis 7 dias e LED + Própolis 7 dias (p= 0,0001),▲ Controle 14 dias e Própolis 14 dias (p= 0,00794), □ Controle 14 dias e LED 14 dias (p= 0,0317),▼Controle 14 dias e LED + Própolis 14 dias (p= 0,00794), ▬ Própolis 14 dias e LED + Própolis 14 dias (p= 0,00794), + Controle 7 dias e Controle 14 dias (p= 0,0001), ○ LED + Própolis 7 dias e LED + Própolis 14 dias (p=0,0001).

Gráfico 2 – Percentual médio de linfócitos nos grupos controle e tratados com

própolis, LED, LED + Própolis aos 7 e 14 dias de tratamento (n= 40 animais)

Na análise do percentual de linfócitos descrito no gráfico 2, registrou-se

aumento significativo destas células nos grupos tratados e sacrificados com

sete dias, com própolis (5,87±0,33) e LED associado a própolis (1,95±0,29),

quando comparados ao controle (1,24±0,12). No entanto, o percentual de

linfócitos no final de sete dias foi estatisticamente menor naqueles animais

submetidos a terapia com LED e própolis (1,95±0,29) em comparação com os

percentuais obtidos no grupo tratado apenas com própolis (5,87±0,33).

+ * •

* ■

○ ■ •

+ □ ▼ ▲

▬ ▲ □

○ ▼▬

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42

Ainda segundo o registrado no gráfico 2, as formas de tratamento

utilizadas no estudo, própolis (4,24±1,15), LED (2,79±1,83), e LED com

própolis (0,78±0,09) determinaram aumento do percentual de linfócitos aos

quatorze dias em comparação ao controle (0,57±0,06) aos quatorzes dias.

Nenhuma diferença significativa foi observada na maioria das comparações

feitas entre os tipos de tratamento, somente entre própolis (4,24±1,15) e o

grupo tratado com LED e própolis (0,78±0,09) ao quatorze dias mostrou

diferenças significativas, com diminuição dos linfócitos naqueles indivíduos que

receberão o tratamento associado.

Com relação à cinética dos linfócitos durante a inflamação induzida,

observou-se uma diminuição significante nos percentuais ao se comparar o

grupo controle com quatorze dias (0,56±0,05) e o controle aos sete dias

(1,24±0,12). Resultado semelhante pode ser observado em relação aos grupos

tratados com LED e própolis, ocorrendo diminuição aos 14 dias (0,78±0,09) em

comparação aos 7 dias (1,95±0,30) (gráfico 2).

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

9,00

cont

role

próp

ólis

LED

LED

+

Pro

posl

is

cont

role

próp

ólis

LED

LED

+

Pro

posl

is

7 dias 14 dias

% d

e m

acró

fago

s/65

12 p

onto

s

Diferenças significativas para: * Controle 14 dias e Própolis 14 dias (p= 0,0007), • Própolis 14 dias e LED+Própolis 14 dias (p=0.00794), ■ Controle 7 dias e Controle 14 dias (p=0,0030), ▲Própolis 7 dias e Própolis 14 dias (p= 0,0303), □ LED + Própolis 7 dias e LED + Própolis 14 dias (p= 0,0036)

Gráfico 3 – Percentual médio de macrófagos nos grupos controle e tratados

com própolis, LED, LED + Própolis aos 7 e 14 dias de tratamento (n= 40

animais)

■ ▲

* ■

▲ • *

• □

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43

No gráfico 3 encontram-se registrados os dados relativos a contagem de

macrófagos nos diferentes grupos aos sete e quatorze dias. A análise deste

dado permite observar que aos sete dias não ocorreram variações significativas

nos percentuais deste fagócito entre os grupos. No entanto, aos quatorze dias

houve aumento significativo neste tipo celular, nos animais tratados com

própolis (6,97±0,98) quando comparados ao controle (4,28±0,51) do mesmo

período. Identifica-se também aos quatorze dias redução significativa do

percentual de macrófagos nos animais submetidos ao tratamento associado de

LED e própolis (3,68±0,29) quando se compara aos valores observados nos

tratados apenas com própolis (6,97±0,99).

Além disso, os percentuais de macrófagos variaram significativamente

na comparação entre os controles de 7 dias (5,33±0,21) e 14 dias (4,28±0,51),

apresentado declínio ao final do tratamento (gráfico 3).

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

cont

role

próp

ólis

LED

LED

+

Pro

posl

is

cont

role

próp

ólis

LED

LED

+

Pro

posl

is

7 dias 14 dias

% F

ibró

cito

s/fib

robl

asto

/651

2 po

ntos

Diferenças significativas para: *Controle 7 dias e LED 7 dias (P= 0,0279); ○ Controle 7 dias e LED + própolis 7 dias (P= 0,0037); ● Controle 14 dias e própolis 14 dias (P= 0,0011), ■ Controle 14 dias e LED 14 dias (P= 0,0067), ▲ Controle 14 dias e LED + própolis 14 dias (P= 0,002), □ Controle 7 dias e Controle 14 dias (P= 0,0167) Gráfico 4 – Percentual médio de fibroblastos/fibrócitos nos grupos controle e

tratados com própolis, LED, LED+própolis aos 7 e 14 dias de tratamento (n= 40

animais).

Ao considerarmos o percentual de fibrócitos/fibroblastos (gráfico 4),

observam-se diferenças significativas somente entre os controles e os grupos

tratados. Aos sete dias de tratamento, o grupo tratado com LED (8,68±1,52) e

* ○ □

□ • ■ ▲

○ * •

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44

LED associado à própolis (8,86±1,07) apresentou percentuais

significativamente maiores de fibrócito/fibroblasto quando comparado ao

controle (6,78±0,40) neste mesmo período. Aos quatorze dias, os grupos

tratados com LED (LED: 10,62±2,91; LED+própolis: 9,21±0,96) também

apresentaram aumento significativo no percentual destes tipos celulares

quando comparados ao controle (5,79±0,61).

Na avaliação da cinética de fibrócito/fibroblasto considerando seus

percentuais aos sete e quatorze dias do tratamento, não se obteve diferenças

significativas entre os grupos tratados. Somente obtiveram-se diferenças

significativas na comparação dos controles, observando-se valores

significativamente menores naquele grupo de 14 dias (5,79±0,61) quando

comparado ao de sete dias (6,79±0,40).

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

controle própólis LED LED +Proposlis

controle própólis LED LED +Proposlis

7 dias 14 dias

% d

e F

ibra

s de

col

ágen

o/65

12 p

onto

s

Diferenças significativas para:* Controle 7 dias e Própolis 7 dias (p= 0,0001), •Controle 7 dias e LED 7 dias (p= 0,0001), ■Controle 7 dias e LED + Própolis 7 dias (p= 0,0001), ▲ Própolis 7 dias e LED + Própolis 7 dias (p= 0,0001), □ Própolis 14 dias e LED + Própolis 14 dias (p= 0,0001),▼LED 14 dias e LED + Própolis 14 dias (p= 0,0317), ▬ Controle 7 dias e Controle 14 dias (p=0.0038), + LED + Própolis 7 dias e LED + Própolis 14 dias (p=0.0001). Gráfico 5 – Percentual médio de fibras de colágeno nos grupos controle e tratados com própolis, LED, LED + Própolis aos 7 e 14 dias de tratamento (n= 40 animais)

No gráfico 5 observou-se que os tratamentos propostos apresentaram

maiores percentuais de fibras de colágeno quando comparados ao grupo

controle (43.5±2.04) aos sete dias de experimento. Os animais do grupo LED

associado à própolis (62.2±0.702) apresentou os maiores percentuais aos sete

dias na comparação com o controle do que os valores encontrados nos

tratados com própolis (55.4±1.26) e com LED (59.3±4.83). Aos sete dias,

■ • ▬ *

▲ * • ■ ▲ +

▬ □

▼ ▼ □ +

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45

somente houve diferença significativa nos animais submetidos ao tratamento

de LED+própolis (62.2±0.70) quando comparados ao tratamento exclusivo com

própolis (55.4±1.26), com os primeiros apresentando percentuais mais

elevados de fibras de colágeno.

Aos 14 dias de experimento, não foram observadas diferenças

significativas entre o controle e os diferentes grupos de tratamento ao

considerar-se o percentual de fibras de colágeno (gráfico 5). No entanto, o

grupo tratado com própolis (59.2±3.49), ao final do experimento, apresentou

valores significativamente menores para essas estruturas teciduais quando

comparado aquele que foi submetido a LED associado à própolis (72.5± 0.92).

A associação de LED + própolis (72.7±71.8) induziu também maior percentual

para essas estruturas teciduais do tecido conjuntivo quando comparado aos

valores indicados nos animais tratados apenas com LED (61.9±59.2) ao final

do experimento.

Ainda, segundo o gráfico 5, ao se comparar os percentuais de fibras de

colágeno em grupos submetidos aos mesmos tratamentos, mas em intervalos

de tempo diferentes, observou-se que os controles de sete dias apresentam

maiores valores para essas fibras quando comparado ao controle com quatorze

dias. Houve também diferença significativa entre os grupos submetidos ao

tratamento associado ao LED e própolis nos diferentes períodos de tempo, com

aqueles com 14 dias de tratamento apresentando valores maiores do que o

que se observou aos sete dias.

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0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

controle própólis LED LED + Proposlis controle própólis LED LED + Proposlis

7 dias 14 dias

% d

e ne

ova

scul

ariz

ação

/651

2 po

nto

s

Diferenças significativas para: * Controle 7 dias e Própolis 7 dias (p= 0,0001), • Controle 7 dias e LED 7 dias (p= 0,0001), ■ Controle 7 dias e LED + Própolis 7 dias (p= 0,0001), ▲ Própolis 7 dias e LED + Própolis 7 dias (p= 0,0001), □ LED 7 dias e LED + Própolis 7 dias (p= 0,0001),▼Controle 14 dias e LED 14 dias (p= 0,0236), ▬ Controle 14 dias e LED + Própolis 14 dias (p=0.0001), + Própolis 14 dias e LED + Própolis 14 dias (p=0.0001), ►LED 14 dias e LED + Própolis 14 dias (p=0.0004),◄ Controle 7 dias e Controle 14 dias (p=0.0061), ◊ Própolis 7 dias e Própolis 14 dias (p=0.0053), ⌂ LED 7 dias e LED 14 dias (p=0.0171), ○LED + Própolis 7 dias e LED + Própolis 14 dias (p= 0,0002)

Gráfico 6 – Percentual médio de neovascularização nos grupos controle e tratados com própolis, LED, LED + Própolis aos 7 e 14 dias de tratamento (n= 40 animais) Ao se analisar a formação de novos vasos sanguíneos no processo

inflamatório induzido, obteve-se resultados significativamente diferentes entre

os grupos usados e nos períodos considerados. Estes resultados estão

registrados no gráfico 6 e apontam para maior percentual de vasos sanguíneos

neoformados, aos sete dias, nos grupos submetidos aos diferentes tratamentos

propostos, como própolis (1.08±0.07), LED (1.15±0.14) e LED associado ao

própolis (2.05±0.20) em relação ao controle (0.11±0.05).

A comparação entre os grupos tratados aos sete dias indicou maior

neovascularização no grupo submetido a associação de LED e própolis

(2.05±0.20) em relação aqueles animais que receberam tratamento exclusivo

com própolis (1.08±0.07) ou somente LED (1.15±0.14) (gráfico 7).

Em relação aos resultados para neovascularização aos 14 dias

demonstradas no gráfico 6, apontam para diferenças significativas entre o

controle (0.968±0.518) e o grupo tratado só com LED (1.91±0.55) e com LED e

própolis (4.28±0.74), com percentuais maiores nos grupos tratados. Em relação

aos tipos de tratamentos, observou-se que o grupo submetido a associação de

* ■ ◄ •

◊ ▲ * • □ ⌂

○ □ ▲ ■

◄ ▼ ▬ ◊ +

⌂▼►

○ ▬ + ►

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LED e própolis (4.28±0.74) apresentou maior formação de novos vasos do que

o visto nos animais que receberam própolis e LED (1.91±0.55) isoladamente.

0,00

5,00

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15,00

20,00

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controle própólis LED LED +Proposlis

controle própólis LED LED +Proposlis

7 dias 14 dias

% d

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Diferenças significativas para: * Controle 7 dias e Própolis 7 dias (p= 0,0001), • Controle 7 dias e LED 7 dias (p= 0,0001), ■ Controle 7 dias e LED + Própolis 7 dias (p= 0,0001), ▲Controle 14 dias e Própolis 14 dias (p= 0,0018), □ Controle 14 dias e LED 14 dias (p= 0,0006), ▼Controle 14 dias e LED + Própolis 14 dias (p= 0,0001), ▬ Própolis 14 dias e LED 14 dias (p=0.0363), + Própolis 14 dias e LED + Própolis 14 dias (p=0.0001), ►LED 14 dias e LED + Própolis 14 dias (p=0.0004),◄Controle 7 dias e Controle 14 dias (p=0.0109), ◊ Própolis 7 dias e Própolis 14 dias (p=0.0496), ⌂ LED 7 dias e LED 14 dias (p=0.0037)○ LED + Própolis 7 dias e LED + Própolis 14 dias (p= 0,0004) Gráfico 7 – Percentual médio de substância fundamental amorfa nos grupos controle e tratados com própolis, LED, LED + Própolis aos 7 e 14 dias de tratamento (n= 40 animais) Em relação ao percentual de SFA no material analisado, observou-se

que aos sete dias, os animais controle (39.8±2.38) apresentam valores maiores

deste componente tecidual do que todos os outros grupos submetidos aos

tratamentos sejam exclusivamente com própolis (20.2±2.68) ou LED

(21.7±3.55), ou naquele onde se associou LED à própolis (15.8±3.97) (gráfico

7).

O gráfico 7 registra ainda que esta diminuição do percentual de SFA nos

grupos tratados (própolis: 17.1±1.44; LED: 13.4±2.95; LED+Própolis:

4.95±1.48) quando comparados ao controle (30.1±6.16) também foi observado

aos 14 dias. Além disso, observaram-se também diferenças relativas ao tipo de

tratamento e o percentual de SFA. Desta forma, o grupo dos animais tratados

com própolis (17.1±1.44) apresentou maiores percentuais de SFA quando

comparados com aqueles tratados com LED (13.4±2.95) e no grupo onde se

associou LED e própolis (4.95±1.48). O tratamento com LED (13.4±2.95)

apresentou valores significativamente maiores do que o percentual de SFA

encontrado no grupo onde se aplicou LED e própolis (4.95±1.48).

◄ ■ • *

◊ * • ⌂ ○ ■

▲ ▼ ◄ □

▲ ◊ ▬ + ⌂ □ ► ▬

▼ ► ○ +

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Na comparação do percentual de SFA (gráfico 7) observou-se

diminuição nestes valores do sétimo ao décimo quarto dia. Tal fato foi

identificado na comparação entre os controles com sete (39.8±2.38) e quatorze

dias (30.1±6.16), nos tratados com própolis nestes mesmos períodos (7 dias:

20.2±2.68; 14 dias: 17.1±1.44) e nos grupos de sete dias e quatorze dias

submetidos ao LED (7 dias: 21.7±3.55; 14 dias: 13.4±2.95) e ao LED e

própolis (7 dias: 15.8±3.97; 14 dias: 4.95±1.48).

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6- DISCUSSÃO

Os tratamentos com LED e própolis aplicados isoladamente ou de forma

associada em ferida de primeira intenção, sugere ação significativamente

diferentes entre eles. Estas diferenças são relativas a cinética do infiltrado de

células que participam da resposta inflamatória, assim como nos eventos

relacionados ao reparo cicatricial aos sete e quatorze dias após induzida a

lesão.

A ação biomoduladora do LED foi descrita por outros autores como

Whelan, et al., (2001) e Al Watban & Andres (2003) que afirmam que este tipo

de fototerapia tem efeitos benéficos e semelhantes ao laser principalmente no

reparo tecidual e que o comprimento de onda mais indicado para promover

este efeito é o de 670nm. Em nosso modelo experimental também foi

empregado LED com este comprimento de onda, garantindo assim a ação

benéfica da fototerapia no tratamento de feridas.

A resposta inflamatória é caracterizada pelo envolvimento de vasos

sanguíneos, células do sangue e elementos teciduais. A cinética deste

infiltrado caracteriza a inflamação aguda e crônica, com a presença marcante

de neutrófilos nas primeiras 48 horas seguida de decréscimo em seus valores

até que se tornam raras, o que é registrado em torno dos 6 dias de inflamação.

Macrófagos apresentam pico entre dois e quatro dias tendendo também a

diminuição a medida que a inflamação se prolonga. Fibroblastos apresentam

valores maiores em torno do sexto dia e tendem a diminuir a partir deste ponto.

Linfócitos ocorrem mais tardiamente, entre 6 e 7 dias com queda a medida que

a inflamação evolui para o reparo (SILVA et al., 2007; MONTENEGRO &

FRANCO, 2004)

Nossos resultados são coerentes com esses dados, ao se considerar a

cinética das células como neutrófilos, macrófagos, linfócitos e

fibrócitos/fibroblastos na comparação feita entre os controles com 7 e 14 dias,

com a diminuição do infiltrado ao final do experimento.

Outros trabalhos desenvolvidos com LED de diferentes comprimentos de

onda defendem sua possível influência na resposta inflamatória. Desta

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maneira, segundo Fiório (2008) o uso do LED de 630 ± 20 nm em modelo

experimental de queimadura, utilizando ratos wistar, concluiu que a fototerapia

apresenta ação biomoduladora ocasionando a diminuição do infiltrado celular

aos 8 e 16 dias após a indução da lesão, na comparação feita com o grupo

controle.

Em outro trabalho, que utilizou ratos como modelo e que também induziu

ferida cutânea no dorso dos animais, afirmou-se a ação anti-inflamatoria do

LED, principalmente do LED vermelho de 700 nm aos oito dias após lesão

(Sousa, 2008).

Conforme Whelan et al., (2001) os efeitos biomoduladores da luz no

processo inflamatório caracterizam-se por inicialmente determinar um aumento

das células inflamatórias no local da lesão, para remover rapidamente o

excesso de detritos celulares e posteriormente induz a redução do número de

células inflamatórias e dinamização da sua funcionalidade na produção de

fatores de crescimento. Tal achado parece ser incoerente com nossos

resultados, uma vez que, tanto aos sete quanto aos quatorze dias após

indução da lesão, os animais tratados com LED apresentaram menor número

de todas as células presentes no infiltrado celular que caracteriza a inflamação

aguda ou crônica. Esta diferença pode se relacionar ao tempo em que foi

realizada a morfometria do material histológico no presente trabalho. Como se

observou os tecidos lesados aos sete e quatorze dias, a inflamação nestes

períodos seria caracterizada como crônica e com o pico de células da fase

aguda acontecendo em dias anteriores aos períodos considerados, impedindo

que se observasse seu efeito pro-inflamatório nesta fase.

Em outros tipos de fototerapia, como a laserterapia, há relatos da ação

biomoduladora destes tratamentos. Conforme Vinck et al (2003), segundo

estudos feitos na NASA, o LED tem efeito na fotoestimulação celular

semelhante ao encontrado com laser de baixa potencia. Desta maneira,

Silveira (2008) em um estudo aplicou laser de baixa intensidade sobre três

regiões de tecidos gengivais sem lesão anterior e observou que estas

apresentaram após tratamento menor número de neutrófilos em comparação

ao grupo controle, principalmente quando a irradiação foi feita utilizando laser

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infravermelho e vermelho. Nestes mesmos pacientes submetidos a laserterapia

de baixa intensidade, no entanto, a contagem de macrófagos no fluido gengival

era maior do que nos controles.

Rocha et al., (2007), em trabalho de indução de inflamação

granulomatosa em camundongos, separados em grupos controle e tratados

com laserterapia, observou que há maior número de linfócitos e plasmócitos

em relação aos neutrófilos tanto no grupo tratado como no grupo controle,

durante 21 dias de experimento. No entanto, a cinética destas células sofreu

mudanças significativas em relação ao tempo e ao tipo de tratamento. Assim,

no sétimo dia, os animais tratados apresentaram número significativamente

maior destes tipos celulares. Esta diferença continuou significativa na 14ª

semana, no entanto, nos controles ocorre diminuição do número destas

células, enquanto que, entre os camundongos sujeitos a laserterapia,

plasmócitos e linfócitos encontram-se aumentados em número, alcançando os

valores máximos, e os neutrófilos não foram mais observados. No 21º dia,

ocorreu diminuição de plasmócitos e linfócitos entre os tratados, já nos

controles estes tipos celulares apresentaram mais elevados do que aos 14

dias.

Nossos dados também apontam para a ação biomoduladora negativa do

LED sobre a contagem de neutrófilos em relação ao controle aos 14 dias após

indução da lesão, o que é semelhante aos achados de Rocha et al., (2007)

descritos anteriormente. Em relação a contagem de linfócitos, o aumento

observado aos 14 dias em nossos resultados é também coerente com o

encontrado por Rocha et al., (2007), em seu modelo experimental.

Na avaliação do processo de reparo tecidual induzido pelo LED neste

estudo, identificou-se seu papel estimulador na atividade de

fibrócitos/fibroblastos e produção de colágeno. O mesmo resultado foi

encontrado por Faria (2006) em seu estudo que investigou os efeitos da luz

coerente e não coerente no processo de reparação tendínea de ratos, e

constatou que os grupos tratados com LED apresentaram remodelação

tecidual, maturação (fibroblastos) e tipo de fibras colágenas depositadas no

processo de reparação tendínea superiores aos demais grupos tratados com

luz, principalmente durante a primeira semana do processo inflamatório.

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Alteração no número de fibrócitos/;fibroblastos e na quantidade de

colágeno induzida pelo tratamento com laser, foi também observada por

Rocha et al., (2007). Esses autores quantificaram o material fibroso no grupo

tratado com laser e grupo controle (fibrina/colágeno), e observaram diferenças

significativas, com menor incidência deste parâmetro na primeira semana

entre aqueles que receberam tratamento, este comportamento, no entanto,

sofre mudança aos 14 e 21 dias, quando a ocorrência de colágeno/fibrina

torna-se significativamente maior com a aplicação do laser.

A ação positiva do LED na contagem de fibrócitos indicada em nossos

resultados também é coerente com Vinck et al., (2003) que sugerem esta

mesma ação para o LED (660nm) com potencias de 80mW e terapia laser de

baixa potencia (670nm) com 40 mW em cultura de fibroblastos.

Muitos trabalhos descrevem como principais efeitos das fototerapias

aqueles que envolvem o processo cicatricial (CORAZZA, 2005), o combate ao

edema e a dor (RUARO, 2006) outra ação biomoduladora positiva também é

descrita sobre a microcirculação e a formação de novos vasos (PEREIRA,

2005). Nossos resultados indicaram também o efeito positivo dos tratamentos

usados sobre a neovascularização, tanto aos sete quanto aos quatorze dias.

Desta maneira, a própolis e o LED quando aplicados isolados ou de

forma associada apresentam ação estimuladora na formação de vasos

sanguíneos aos sete dias e com efeito sinérgico confirmado ao final dos

quatorze dias, quando os animais submetidos ao tratamento associado, LED e

própolis, apresentaram maiores valores para este parâmetro do que os outros

grupos também tratados.

Coerente com a ação estimuladora na neovascularização encontrada

nos nossos resultados, Corazza et al.,(2005) também destaca que é possível

influenciar o processo de angiogênese com fontes de luz LED e laser de baixa

intensidade empregando baixas doses de energia, em que a terapia luminosa

não depende da coerência, mas sim da absorção da luz em uma determinada

banda espectral.

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Em outro estudo utilizando modelo animal (Rocha Júnior et al., 2006)

estudaram o comportamento de feridas cutâneas provocadas no dorso de

ratos, irradiados com laser de 870 nm e dose de 3,8 J/cm², e observaram um

aumento da neovascularização e da proliferação fibroblástica, e diminuição da

quantidade de infiltrado inflamatório, sendo eficaz no processo de modulação

da resposta tecidual, contribuindo para a cicatrização tecidual mais rápida e

organizada.

Os efeitos angiogênicos do laser e do LED em feridas cutâneas de ratos

foi também pesquisado por Corazza et al., (2005) constatou uma proliferação

de vasos sanguíneos superior nos grupos irradiados em comparação com o

não irradiado. De acordo com os autores esta fotobiomodulação vascular pode

estar associada com a redução das células inflamatórias e com a estimulação

dos fatores de crescimento através dos macrófagos, linfócitos T, células

endoteliais, fibroblastos e queratinócitos durante a fase inicial de reparação

tecidual.

Nossos resultados registram também a ação inflamatória da própolis,

principalmente em sua ação sobre a elevação do número de linfócitos e

macrófagos seja aos sete ou aos 14 dias.

Tal achado é incoerente com o que defende Khayyal et al. (1993), ao

estudar o mecanismo implicado no efeito antinflamatório de extratos aquosos

de Própolis a 13% em diferentes doses de administração por via oral em ratos

com edema e artrites induzida, e o compararam com um antinflamatório de uso

convencional, para demonstrar um efeito antinflamatório significativo para a

Própolis e uma correlação de sua atividade antinflamatória e a liberação de

vários mediadores, de inflamação. Esta diferença pode estar centrada na forma

de administração utilizado por este autor, possivelmente a via oral age em

mecanismos bioquímicos diferentes, inibindo a cascata do acido araquidônico

garantindo este efeito antiinflamatório (SILVA et al., 2002), o que não foi

observado no uso tópico proposto em nosso modelo experimental.

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Baracho et al., (2009), testaram o extrato de própolis a 30 % em

cicatrização de feridas em ratos wistar com diabetes tipo I, e observaram após

21 dias de tratamento que na avaliação macroscópica os animais submetidos

ao tratamento com extrato de própolis a 30% apresentaram a cicatriz mais

superficial, mostrando seu efeito benéfico no processo de reparo tecidual.

Embora não ter sido avaliada a cinética da inflamação aos vinte e um dias em

nosso modelo experimental, nossos resultados são coerentes com o observado

pelo autor citado.

Rahal, et al., (2003), realizou um experimento induzindo uma ferida

cirúrgica em 60 ratos wistar, e os dividiu em 3 grupos, sendo um tratado com

pomada de própolis, outro com mel e um grupo controle. A análise da ferida foi

feita em 4 momentos, 3 dias, 7 dias, 14 dias e 21 dias. Os animais tratados

com própolis ao terceiro dia apresentaram infiltrado inflamatório

polimorfonuclear e fibrina na região mais superficial da ferida. A derme

apresentava-se com edema intersticial e infiltrado inflamatório misto. Ao sétimo

dia, as bordas das lesões estavam mais espessas e na região superficial,

verificou-se proliferação de capilares neoformados, discreto infiltrado de células

mononucleares e infiltração de fibroblastos. Na região mais profunda, notou-se

diminuição do número de células inflamatórias e presença de feixes de fibras

colágenas. No 14º dia, a ferida apresentava-se totalmente reepitelizada, com

acentuada redução do número de capilares. A proliferação fibroblástica foi

marcante, bem como a presença de feixes de fibras colágenas dispostas

paralelamente à superfície. Com 21 dias de tratamento, a regeneração do

epitélio foi completa, com a derme apresentando grande quantidade de

fibroblastos e fibras colágenas. Neste estudo foi possível concluir que, embora

as medidas das áreas não tenham diferido estatisticamente entre os grupos

nos diferentes tratamentos, os tratados com mel e própolis revelaram à

histologia a indução de uma melhor cicatrização pela redução da resposta

inflamatória, havendo reepitelização mais rápida com a própolis.

Os resultados descritos acima são semelhantes ao observado em nosso

experimento, no entanto, a ausência de um grupo analisado aos três dias, em

nosso modelo, nos impede de avaliar se aos sete dias o infiltrado sofreu

aumento ou diminuição em relação as fases iniciais da inflamação. O numero

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maior de linfócitos observados nos grupos tratados com própolis em relação ao

observado nos outros grupos, pode estar ligada a sua ação ativadora sobre o

Timo, auxiliando o sistema imune na promoção da atividade fagocítica e

estimulando a imunidade celular, conforme o descrito por Kosalec et al. (2005).

O aumento do numero de macrófagos aos 14 dias no grupo tratado com

própolis pode estar também relacionado a ação deste sobre o timo e no papel

que os LT CD4 do tipo Th 1 tem na resposta inflamatória, liberando citocinas

ativadoras de macrófagos e, em especial, o fator estimulador de colônias de

monócitos e granulócitos (GM-CSF) que induz também a proliferação e

diferenciação de macrófagos (CARVALHO & COLLARES-BUZATO, 2005).

Nossos achados apontam para ações diferenciadas dos tratamentos

utilizados em nosso experimento, sobre os vários eventos que ocorrem na

resposta inflamatória. Assim, percebe-se que o LED tem ação estimuladora

mais evidente sobre os fenômenos que envolvem os elementos do tecido

conjuntivo e neovascularização, entretanto, age como antiinflamatório ao

reduzir a presença de células que participam da inflamação. Já, a própolis atua

como agente inflamatório, quando aplicado topicamente e na dependência de

sua composição química, principalmente relativa a concentração de flavonóides

e sua ação antioxidante. Esta ação proinflamatória da própolis observada só

poderia ser completamente compreendida se informações como a origem e

concentração dos ativos existentes no creme de própolis por nós utilizado,

fosse conhecido. Desta maneira, torna-se difícil compreender e discutir os

mecanismos que realmente determinaram o efeito observado.

No uso concomitante de LED e própolis foi possível observar mudanças

na ação deste tratamento sobre os eventos analisados quando comparados ao

controle e aos outros grupos tratados.

A ação conjunta de LED e própolis sobre células imunitárias apontam

para possível alteração na conformação molecular da própolis pela ação da luz,

que poderia alterar seu sitio de ligação promovendo sua inativação, ou

exarcebar a sua atuação e até mesmo promover uma ação tóxica. A ação

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proinflamatoria registrada no uso exclusivo da própolis, foi modificada na

presença da luz emitida pelo LED, caracterizando-se como antiinflamatória.

Quando observada a ação da luz sobre a atividade da própolis na

função reparadora do tecido lesado, mais uma vez houve mudança quando

comparado aos tratamentos isolados de LED e própolis. Na presença de luz a

própolis age com menor intensidade sobre o aumento do numero de

fibrócitos/fibroblastos, diminui a produção de SFA e aumenta em quantidades

maiores do que o observado nos outros grupos a quantidade de colágeno e

neovascularização.

A escassez de artigos que tenham como objetivo comparar a ação de

própolis e LED nos impede de discutirmos nossos resultados com outros

autores.

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7- CONCLUSÃO

O reparo de lesões cutâneas de primeira intenção com LED e/ ou

própolis ocorre de forma mais rápida do que nos animais que não foram

submetidos a nenhum tratamento. O LED isoladamente tem atividade

biomoduladora positiva sobre o número de fibrócitos e fibroblastos e na

neovascularização, no entanto, age como antiinflamatório sobre o infiltrado de

células do sistema imune. O tratamento isolado com própolis, na forma tópica e

com composição química definida, parece agir como proinflamatorio e não

apresenta efeito estimulador na proliferação de fibrócitos/fibroblastos,

determinando porem aumento de colágeno e neovascularização enquanto inibe

o aumento de SFA. O uso concomitante de própolis e LED promoveu mudança

conformacional nas moléculas presentes nessa substancia, o que resulta em

mudanças nos ativos que atuam no creme de própolis, que passa então a atuar

como agente antiinflamatório, além de exacerbar a ação do LED na produção

de colágeno e na neovascularização.

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8- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho apresenta limitações devido a ausência na informação

relativa ao laudo técnico composicional da própolis utilizado na produção do

creme. Além disso, o uso tópico pode não ser tão eficiente na ação

antiinflamatória quanto o que se tem no seu uso oral.

O fato da própolis ser uma substancia fotossensível seria necessário

conhecer com maior exatidão a dose utilizada na aplicação do LED, assim

como o tempo gasto e distancia da lâmpada a área irradiada. Em relação aos

tempos considerados neste experimento, seria recomendável avaliar os

eventos ocorridos em momentos mais iniciais a instalação da lesão, como 3, 7,

14, e 21 dias após lesão..

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59

9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Cronograma

2010 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Levantament

o

bibliográfico

x x x x

Procediment

o de

pesquisa

x x x x

Procediment

o de análise x x

Conclusão

da pesquisa x

Revisão,

digitação e

entrega do

trabalho

X

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8.0 - ORÇAMENTO E RECURSOS FINANCEIROS

Materiais Quant. Valor unit (R$)

Valor total (R$)

Álcool Etílico Absoluto pa 99,5% min 5L 5,50 27,50

Artigo Científico 50 30,00 1500

Cartucho impressora HP 3535 Preto 1 80,00 80,00

Cartucho impressora HP 3535 colorido 1 100,00 100,00

Corante Hematoxilina Harris 1L 58,00 58,00

Corante Eosina 1L 15,00 15,00

Encadernação 08 3 24,00

Fixador Bouin 1L 51,00 51,00

Fixador para citologia gotas 100ml 2,50 2,50

Lamina de vidro com extremidade fosca 26 x 7 50 0,08 4,00

Lamínula de vidro para laboratório 22 x 22 50 3,50 175,00

Luva descartável plástica não estéril 100 0,10 10,00

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70

Papel A4 1000 0,05 50,00

Parafina Histológica em barra 56-58ºC (similar Paraplast)

1K 5,00 10,00

Xérox 2000 0,12 240,00

Xilol PA 1L 6,00 6,00

Total 2353