estudo sobre a prática de um programa de exercícios...

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________________________________ 1 Pós-graduando em traumato-ortopedia com ênfase em terapias manuais. 2 Mestrando em Bioética e Direito em Saúde, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Graduada em Fisioterapia. Estudo sobre a prática de um programa de exercícios regulares na geriatria: Revisão de Literatura Railene de Araújo Nascimento 1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em ortopedia e traumatologia com ênfase em terapias manuais Faculdade Ávila Resumo Estudo sobre a prática de um programa de exercícios regulares na geriatria: Revisão de Literatura tem como objetivo geral expor as consequências da prática de exercícios mantidos de maneira regular em pacientes idosos para a comunidade científica. Os objetivos específicos estão voltados para pesquisar como se dá o envelhecimento, identificar as alterações biomecânicas e fisiológicas, além de demonstrar como será realizado o programa de exercícios regulares. O envelhecimento é um processo natural fisiológico que vem sido visto de maneira errônea como sendo similar à perda da capacidade funcional do indivíduo, bem como de sua saúde. Trata-se de um momento da vida onde ocorre o declínio das funções fisiológicas que irão reduzir a capacidade de adaptação a sobrecargas funcionais. Nesta pesquisa indagamos se a prática de exercícios regulares para idosos é um fator gerador de benefícios que amenizam os declínios fisiológicos comuns nesta fase. Para a efetiva pesquisa utilizaremos a revisão bibliográfica, através de acervo público, artigos, monografias e teses retiradas da internet de fontes seguras como Scielo, Pubmed e Lilacs. Palavras-chave: Exercícios; Geriatria; Envelhecimento; Capacidade Funcional. INTRODUÇÃO O envelhecimento é um processo natural fisiológico que vem sido visto de maneira errônea como sendo similar à perda da capacidade funcional do indivíduo, bem como de sua saúde. Trata-se de um momento da vida onde ocorre o declínio das funções fisiológicas que irão reduzir a capacidade de adaptação a sobrecargas funcionais. Se por um lado a expectativa de vida vem aumentando de forma significativa, por outro, muito se discute sobre envelhecer de forma saudável (COSTA, 2008). A população idosa no país tende a ser crescente de acordo com sua expectativa de vida. Ao contrário do que se imagina, o aumento do nível de qualidade de vida não avança à mesma medida do seu crescimento (MEIRELES, 2008). No envelhecimento são notadas várias alterações, dentre as quais devemos dar ênfase nas que afetam o desempenho das habilidades motoras, o que irá dificultar a adaptação do idoso ao meio ambiente, bem como causar modificações psicológicas e de cunho social (CUNHA, 2009). Teremos como objetivo geral expor as consequências da prática de exercícios mantidos de maneira regular em pacientes idosos para a comunidade científica. Os objetivos específicos estão voltados para pesquisar como se dá o envelhecimento, identificar as alterações biomecânicas e fisiológicas, além de demonstrar como será realizado o programa de exercícios regulares. A recomendação de programas de atividade física e exercícios é importante como hábito de vida saudável e precisa ser quantificada para o entendimento de sua contribuição para a saúde e para a capacidade funcional da população idosa(CARVALHO, 2008).

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1Pós-graduando em traumato-ortopedia com ênfase em terapias manuais. 2Mestrando em Bioética e Direito em Saúde, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Graduada

em Fisioterapia.

Estudo sobre a prática de um programa de exercícios regulares na

geriatria: Revisão de Literatura

Railene de Araújo Nascimento1

[email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia2

Pós-graduação em ortopedia e traumatologia com ênfase em terapias manuais – Faculdade Ávila

Resumo

Estudo sobre a prática de um programa de exercícios regulares na geriatria: Revisão

de Literatura tem como objetivo geral expor as consequências da prática de exercícios

mantidos de maneira regular em pacientes idosos para a comunidade científica. Os

objetivos específicos estão voltados para pesquisar como se dá o envelhecimento,

identificar as alterações biomecânicas e fisiológicas, além de demonstrar como será

realizado o programa de exercícios regulares. O envelhecimento é um processo natural

fisiológico que vem sido visto de maneira errônea como sendo similar à perda da

capacidade funcional do indivíduo, bem como de sua saúde. Trata-se de um momento

da vida onde ocorre o declínio das funções fisiológicas que irão reduzir a capacidade

de adaptação a sobrecargas funcionais. Nesta pesquisa indagamos se a prática de

exercícios regulares para idosos é um fator gerador de benefícios que amenizam os

declínios fisiológicos comuns nesta fase. Para a efetiva pesquisa utilizaremos a revisão

bibliográfica, através de acervo público, artigos, monografias e teses retiradas da

internet de fontes seguras como Scielo, Pubmed e Lilacs.

Palavras-chave: Exercícios; Geriatria; Envelhecimento; Capacidade Funcional.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo natural fisiológico que vem sido visto de maneira

errônea como sendo similar à perda da capacidade funcional do indivíduo, bem como de

sua saúde. Trata-se de um momento da vida onde ocorre o declínio das funções

fisiológicas que irão reduzir a capacidade de adaptação a sobrecargas funcionais.

Se por um lado a expectativa de vida vem aumentando de forma significativa, por outro,

muito se discute sobre envelhecer de forma saudável (COSTA, 2008). A população

idosa no país tende a ser crescente de acordo com sua expectativa de vida. Ao contrário

do que se imagina, o aumento do nível de qualidade de vida não avança à mesma

medida do seu crescimento (MEIRELES, 2008).

No envelhecimento são notadas várias alterações, dentre as quais devemos dar ênfase

nas que afetam o desempenho das habilidades motoras, o que irá dificultar a adaptação

do idoso ao meio ambiente, bem como causar modificações psicológicas e de cunho

social (CUNHA, 2009).

Teremos como objetivo geral expor as consequências da prática de exercícios mantidos

de maneira regular em pacientes idosos para a comunidade científica. Os objetivos

específicos estão voltados para pesquisar como se dá o envelhecimento, identificar as

alterações biomecânicas e fisiológicas, além de demonstrar como será realizado o

programa de exercícios regulares.

“A recomendação de programas de atividade física e exercícios é importante como

hábito de vida saudável e precisa ser quantificada para o entendimento de sua

contribuição para a saúde e para a capacidade funcional da população idosa”

(CARVALHO, 2008).

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Um dos grandes desafios a serem enfrentados com o passar dos anos é o

envelhecimento, onde a sociedade terá que encontrar meios que possam estar sanando o

aumento da incapacidade funcional, comprometimento da independência física, mental

e autonomia pessoal que muitos idosos enfrentam (COSTA, 2008).

Nesta pesquisa indagamos se a prática de exercícios regulares para idosos é um fator

gerador de benefícios que amenizam os declínios fisiológicos comuns nesta fase.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O envelhecimento

O envelhecimento é um processo natural fisiológico que vem sido visto de maneira

errônea como sendo similar à perda da capacidade funcional do indivíduo, bem como de

sua saúde. Trata-se de um momento da vida onde ocorre o declínio das funções

fisiológicas que irão reduzir a capacidade de adaptação a sobrecargas funcionais.

“Envelhecimento pode ser compreendido como um conjunto de alterações estruturais e

funcionais desfavoráveis do organismo que se acumulam de forma progressiva,

especificamente em função do avanço da idade” (CUNHA, 2009).

“Dentro da população geriátrica em expansão, o segmento de idosos acima dos 75 anos

é o que mais cresce o que nos leva a nos depararmos com idosos vivendo em situação

de pobre saúde, dependência funcional e restrição ao leito” (JÚNIOR, 2007).

O processo de envelhecer é um fenômeno mundial e levando em consideração as

complexidades que apresenta se faz necessária a atuação de uma equipe interdisciplinar

para estabelecer relações preventivas que possam propiciar qualidade de vida e

autoestima ao idoso (FILHO, 2005).

A população idosa no país tende a ser crescente de acordo com sua expectativa de vida.

Ao contrário do que se imagina o aumento do nível de qualidade de vida não avança à

mesma medida do seu crescimento (MEIRELES, 2008).

Pesquisas informam que são esperados um aumento de 300% no número de idosos

somente nos países da América Latina (FILHO, 2005).

“O envelhecimento é um processo ou conjunto de processos que ocorrem em

organismos vivos, que com o passar do tempo, levam a uma deficiência funcional,

diminuição da adaptabilidade, e, finalmente, à morte” (COSTA, 2008).

No envelhecimento são notadas várias alterações, dentre as quais devemos dar ênfase

nas que afetam o desempenho das habilidades motoras, o que irá dificultar a adaptação

do idoso ao meio ambiente, bem como causar modificações psicológicas e de cunho

social (CUNHA, 2009).

“As alterações causadas pelo envelhecimento estão relacionadas aos aspectos funcionais

e psíquicos do corpo humano” (MEIRELES, 2008).

Não podemos deixar de lado a longevidade do homem ao decorrer do tempo. Contudo,

se faz necessário a compreensão do processo natural, dinâmico, progressivo e

irreversível, é um ato necessário e emergente (COSTA, 2008).

O declínio da capacidade funcional é uma cracterística marcante durante a fase do

envelhecimento. As variáveis afetadas diretamente durante este período são a força, o

equilíbrio, a flexibilidade, a agilidade e a coordenação motora, estando diretamente

ligadas por alterações neurológicas e musculares (MEIRELES, 2008).

Com o aumento da longevidade, o número de pessoas idosas vem

aumentando consideravelmente, sendo o processo de envelhecimento da

população humana um fenômeno mundial. Estima-se que, no ano de 2030, o número de idosos poderá chegar a setenta milhões nos países desenvolvidos.

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No Brasil, as projeções para o ano de 2025, indicam que a população total aumentará cinco vezes em relação à de 1950. Ainda que, o número de

indivíduos acima de 65 anos terá aumentado quinze vezes. Segundo dados do

Ministério da Saúde, a população brasileira idosa, em 1996, era de 7,8

milhões, e entre 1950 e 2020, esta estatística crescerá 16 vezes o número de

pessoas acima de sessenta anos de idade no país (COSTA, 2008).

“O comprometimento no desempenho neuromuscular, evidenciado por paresia,

incoordenação motora, lentidão e fadiga muscular, constitui um aspecto marcante neste

processo” (MEIRELES, 2008).

“Se por um lado, a expectativa de vida tem aumentado significativamente nas últimas

décadas, por outro, discute-se sobre a qualidade de vida de indivíduos em idade mais

avançada” (COSTA, 2008).

“Apesar da possibilidade de se constar alterações em ambos os casos, as modificações

não se correlacionam na mesma magnitude quando comparado o idoso saudável àquele

submetido a doenças” (MEIRELES, 2008).

Algumas da influências do envelhecimento são: diminuição do equilíbrio, alterações na

postura e marcha, que podem se transformar em um importante risco de saúde para

pessoas idosas (COSTA, 2008).

“O comprometimento no desempenho neuromuscular, evidenciado por paresia,

incoordenação motora, lentidão e fadiga muscular, constitui um aspecto marcante neste

processo” (MEIRELES, 2008).

O motivo pelo qual as quedas se transformam em um importante risco de

saúde nas pessoas de idades mais avançadas é consequência de diversos

fatores: diminuição do equilíbrio, alterações na postura e na marcha, onde,

por sua vez, sofrem várias influências do envelhecimento normal e

patológico (COSTA, 2008).

“Em relação ao déficit do sistema músculo-esquelético, podem-se notar efeitos

deletérios significantes e associativos sobre a eficiência em outros sistemas, como o

respiratório, o sensorial e o vestibular” (MEIRELES, 2008).

“Os sistemas de saúde terão de fazer frente a uma crescente demanda por procedimentos

diagnósticos e terapêuticos das doenças crônicas não transmissíveis, principalmente as

cardiovasculares e as neuro-degenerativas” (FILHO, 2005).

“O envelhecimento de fato causa déficits sobre o sistema mantenedor do equilíbrio

humano. Isso se deve porque as estruturas afetadas pelo processo de envelhecimento

cerebral desempenham importante função na dinâmica corporal” (MEIRELES, 2008).

Ao considerarmos a complexidade que é o cuidado com o idoso, a atuação de uma

equipe interdisciplinar torna-se fundamental para a integração de conhecimentos

variados para a mesma finalidade. Essas ações visam sobretudo, a manutenção da saúde

e da qualidade de vida do paciente idoso (FILHO, 2005).

Alterações fisiológicas e biomecânicas decorrentes do processo de envelhecimento

Um dos grandes desafios a serem enfrentados com o passar dos anos é o

envelhecimento, onde a sociedade terá que encontrar meios que possam estar sanando o

aumento da incapacidade funcional, comprometimento da independência física, mental

e autonomia pessoal que muitos idosos enfrentam (COSTA, 2008).

“De um modo geral, dois eventos marcam o “envelhecimento” no sistema nervoso: a

diminuição do peso total do encéfalo; e a redução na camada cortical, que leva a um

concomitante aumento das cavidades ventriculares e dos sulcos” (MEIRELES, 2008).

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O equilíbrio é muito afetado com o decorrer do tempo, principalmente em indivíduos

que se mantém parados, onde a amplitude e a frequência de oscilações da postura são

maiores que nos indivíduos mais jovens. O equilíbrio pode ser definido como a

capacidade de manter o centro de gravidade sobre a base de sustentação do corpo

durante situações estáticas e dinâmicas (COSTA, 2008).

A ação dos reflexos, os movimentos rítmicos automatizados e os movimentos

voluntários dependem da integridade dos pilares do circuito motor, tais são alterados

como resposta aos distúrbios de equilíbrio no envelhecimento. Com maior incidência no

envelhecimento as associações musculares agonistas-sinergistas-antagonistas são as

comumente afetadas (MEIRELES, 2008).

“A postura é descrita como o alinhamento das partes do corpo em relação a outras, em

um dado momento” (COSTA, 2008).

Pesquisas comprovam que o declínio desencadeado pelo envelhecimento incidiu

especialmente nas tarefas que exigiam rapidez, atenção, concentração e raciocínio

indutivo do idoso (FILHO, 2005).

A postura envolve interações complexas entre os músculos esqueléticos, o

tecido conjuntivo, as articulações, os ossos e os sistemas nervosos centrais e

periféricos. Essas interações promovem o equilíbrio humano, o controle

motor e o movimento em relação à gravidade. Mas com o passar dos anos, os

organismos sofrem alterações devido a patologias no tecido conjuntivo, lesões francas, micro traumatismos nos músculos e nos mecanismos do

controle neural, resultando assim, nas variações da postura do idoso

(COSTA, 2008).

Indiscutivelmente, o maior desafio do século XXI será pertinente à população de idosos

que é de fato crescente, onde a maioria se apresenta com níveis socioeconômico e

educacional baixos e com uma prevalência de doenças crônicas e incapacitantes

relativamente alta (FILHO, 2005).

“O uso pertinente de informações externas e internas para reagir às modificações de

estabilidade e tornar ativos os músculos para que trabalhem em conjunto de modo a

prevenir as mudanças no equilíbrio é classificado como equilíbrio dinâmico” (COSTA,

2008).

No entanto acredita-se que, com o avançar da idade, o indivíduo passe a

apresentar deficiências no controle genético da produção de proteínas

estruturais, de enzimas e dos fatores neurotróficos. Esse déficit, por sua vez,

repercute de maneira negativa na função das células nervosas e das

neuróglias, tornando mais difícil a neurogênese, a plasticidade, a condução e

transmissão dos impulsos nervosos. Com isso, déficits consideráveis no equilíbrio estático e dinâmico são gerados (MEIRELES, 2008).

Os sistemas envolvidos no equilíbrio são o visual, o vestibular e o somatossensorial

(COSTA, 2008).

É de extrema importância para o controle do equilíbrio corporal a integração dos vários

sistemas corporais sob o comando central. Os componentes afetados com o

envelhecimento são o sensorial (visual, somatosensorial, e vestibular), efetor (força,

amplitude de movimento, alinhamento biomecânico, flexibilidade) e central

(MEIRELES, 2008).

Para se manter o equilíbrio, os dados sensoriais primordiais são fornecidos

principalmente pelo sistema visual, pois ajuda quanto à orientação do corpo no espaço. Se os olhos estiverem fechados ou se a situação exigir um

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equilíbrio diferente do normal, a oscilação será exagerada. Já o sistema vestibular apresenta informações necessárias para o controle da oscilação

postural e do equilíbrio dinâmico. O sistema somatossensorial é de grande

importância para o equilíbrio, pois inclui informações das articulações, da

pele e dos sensores vibratórios, onde todos eles fornecem informações quanto

às posições do corpo (COSTA, 2008).

“Todo esse trabalho também deve preocupar-se com a qualidade de vida do idoso e

conter uma ampla avaliação funcional em busca de perdas possíveis dessas funções”

(FILHO, 2005).

“A oscilação postural é de fundamental importância, pois está relacionada aos riscos de

quedas, sendo de grande interesse para proporcionar e desenvolver estratégias

comportamentais que ajudem a prevenir as quedas e a estabilidades” (COSTA, 2008).

“Indo adiante, parece-nos que o conceito de “envelhecimento saudável” ou

“envelhecimento bem-sucedido” é um construto teórico que merece um pouco de

dedicação, e, talvez, se apresente como um aglutinador” (ACOSTA, 2007).

Entretanto, autores afirmam que as alterações morfofuncionais decorrentes da idade

podem ser retardadas ao manter um estilo de vida ativo e saudável (COSTA, 2008).

Os idosos apresentam uma amplitude de passada reduzida, e isso faz parte de uma série

de alterações sofridas em decorrência do envelhecimento, onde por se moverem

lentamente passam um tempo maior para adaptar-se às mudanças do meio ambiente, o

centro de massa e o centro de pressão também sofrem modificações (MEDEIROS,

2010).

As alterações no sistema respiratório abrangem mudanças nas cartilagens

costais, nas articulações costoesternais, nos pulmões e no nariz onde promove

aumento progressivo das cartilagens, que apresentam crescimento deste de cerca de 0,5 cm tanto na largura quanto no comprimento (COSTA, 2008).

Com a perda da integridade do sistemas sensoriais provenientes dos sistemas visual,

vestibular e somatosensorial, a postural é afetada. Levando a uma redução na qualidade

e talvez na quantidade da informação sensorial, em decorrência de menor eficiência na

captação de estímulos, o que irá alterar o seu comportamento (MEDEIROS, 2010).

“O envelhecimento encontra-se associado a alterações nas estruturas cardíacas e

pulmonares, que tendem a ser individualizadas” (COSTA, 2008).

A aptidão cardiorrespiratória tem sido apontada como o componente mais

importante da aptidão física, podendo ser influenciada por vários fatores, tais

como idade, sexo, condições de saúde, genética e, principalmente, o nível de

atividade física, que, portanto, é menor entre os idosos como decorrência do

envelhecimento e hábitos de vida (CARVALHO, 2008).

“Aos 70 anos o volume máximo de ar inspirado é a metade do ar que entra aos 30 anos,

com isso, o idoso utiliza com maior intensidade o músculo diafragma para compensar a

perda de elasticidade da caixa torácica” (COSTA, 2008).

O avançar da idade também é gerador de prejuízos quanto a capacidade funcional do

indivíduo, indo em torno de alterações motoras e do sistema musculo esquelético

(MEDEIROS, 2010).

A união das cartilagens costais com o osso esterno bem como as cartilagens dos brônquios e da traquéia calcifica-se, onde se tornam cada vez mais

rígidas. Encontra-se também rigidez na articulação do manúbrio com o corpo

do esterno, pois, com o envelhecimento, eles se fundem formando um único

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osso. Em decorrência disso, obter uma caixa torácica com menor mobilidade resume-se na importante diminuição de sua complacência (COSTA, 2008).

“Quando o equilíbrio se altera, dependendo das modificações, diante das perturbações, o

indivíduo poderá adotar inicialmente dois mecanismos (feedback e feedforward) e três

tipos de estratégias (tornozelo, quadril e da passada)” (MEDEIROS, 2010).

“Conforme o esforço físico respiratório alguns volumes variam. Além disso, há variação

de indivíduo para indivíduo dentro da normalidade, podendo ser alterados os

percentuais em decorrência de pneumopatias” (COSTA, 2008).

As alterações provocadas pelo envelhecimento nos sistema pulmonar são

bem descritas pela literatura, destacando-se a diminuição da complacência

torácica, a diminuição da força muscular inspiratória, o declínio na taxa de

fluxo expiratório e a redução na mobilidade da articulação costo-vertebral.

Sabe-se também que a função dos músculos respiratórios pode estar

relacionada à capacidade funcional, pois o treinamento desses músculos, que

segue os mesmos princípios do treinamento para os músculos esqueléticos,

melhora a capacidade funcional em idosos (CARVALHO, 2008).

“Uma das medidas mais confiáveis de volume pulmonar, a capacidade residual

funcional, é ligeiramente elevada em função da idade” (COSTA, 2008).

“O mecanismo a ser utilizado para o restabelecimento do equilíbrio depende da origem

da perturbação, este pode ser inicialmente de duas formas: externas ou internas”

(MEDEIROS, 2010).

“Com o aumento da idade, observa-se uma diminuição na velocidade de contração

muscular e uma atrofia das fibras que compõem esses músculos. Havendo então, uma

perda de massa muscular total” (COSTA, 2008).

“Alguns estudos também demonstram que a redução da força muscular associada à

diminuição no tamanho de números de fibras musculares e da quantidade de

motoneuronios ocorrida no envelhecimento pode está indiretamente relacionada”

(MEDEIROS, 2010).

Há uma perda de força muscular de 6% por década dos 35 anos ao 50 anos de idade,

podendo ser aumentado este número quando para 10% dos 50 anos em diante. Já em

relação a osteoporose existe uma relação intrínseca envolvida devido a própria

senescência, hábitos alimentares incorretos, falta de armazenamento correto de cálcio no

organismo e primordialmente a ausência de uma atividade física regular (COSTA,

2008).

“O desbalanço entre a formação e a reabsorção óssea, que propicia o aparecimento de

osteopenia e osteoporose, potencializa o risco de incapacidade na população idosa”

(MEIRELES, 2008).

O sistema musculoesquelético sofre deterioração das articulações zigapofisárias e

espinhais, achatamento e perda de resistência nos discos intervertebrais, estreitamento

do canal espinhal/forame neural, perda do espaço disco intervertebral, calcificação do

tecido conjuntivo periarticular, osteoporose e doenças degenerativas, o que irá tornar os

ossos mais porosos (COSTA, 2008).

“Existe uma série de alterações, no mecanismo de controle postural, dentre elas estão:

as comportamentais, onde encontramos as modificações que estão relacionadas com a

locomoção” (MEDEIROS, 2010).

“As alterações podem causar dor e reduzir os movimentos da coluna vertebral por causa

dos esforços, o que faz com que os indivíduos idosos se movam mais do que o

necessário” (COSTA, 2008).

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“Eventos nacionais enfatizam a necessidade de formação de recursos humanos para

atuar com pessoas idosas no Brasil, como exemplo: Fórum Nacional de Coordenadores

de Projetos da Terceira Idade de Instituições de Ensino Superior“ (MAZO, 2010).

Permanecer sentado por muito tempo pode levar a aumentar ainda mais o desequilíbrio

postural, devido aumentar a curvatura do pescoço, coluna lombar e dos ombros. Não

podemos deixar de citar que com o desgaste, contraturas por uma vida inteira, pode

produzir diferenças de discrepâncias dos membros inferiores, causando compensações

posturais, que irá afetar a marcha e ao ficar de pé, conduzindo a quedas (COSTA,

2008).

“As manifestações da síndrome do desequilíbrio tem grande impacto para os idosos,

podendo levá-los à perda de sua autonomia, por comumente afetar a realização das

atividades de vida diária e predispor o indivíduo a quedas e fraturas” (MEIRELES,

2008).

O envelhecimento, pela deterioração funcional dos vários sistemas, diminui a

mobilidade dos indivíduos, principalmente pela perda de força dos músculos dos

membros inferiores, pela diminuição da sensibilidade vibratória, da visão e dos reflexos

posturais (CARVALHO, 2008).

“As quedas são ocorrências relativamente comuns nos idosos e constituem uma

importante causa de morbidade e mortalidade em sujeitos com mais de 65 anos de

idade” (MEIRELES, 2008).

A marcha é de fundamental importância nas atividades de vida diária, bem como para a

funcionalidade de qualquer indivíduo, parecendo ser relativamente simples, porém na

verdade é um processo complexo que envolve diversos sistemas fisiológicos (COSTA,

2008).

Para se conseguir uma postura ereta é necessário que os sistemas nervoso e osteo-mio-

articular estejam em bom funcionamento. Entretanto, com a chegada do envelhecimento

há um declínio da força, atrofias e fibroses, presença de cifose, artropatias, degeneração

nervosa, distúrbios endócrinos, metabólicos ou nutricionais, causando mais

instabilidade e insegurança ao andar para o idoso acometido (MEIRELES, 2008).

“A visão também engloba a marcha para monitorar a velocidade do movimento,

direção, mantendo também o equilíbrio e fornecendo informações proprioceptivas aos

músculos, articulações e pele” (COSTA, 2008).

Para a manutenção de um estilo de vida saudável durante o envelhecimento é

indiscutível que o paciente deixe o estado sedentário para começar a prática de

atividades físicas regulares, principalmente se forem realizadas em grupo (MAZO,

2010).

“Pode-se dizer também que os indivíduos idosos adotam os passos mais curtos, pois a

resistência dos músculos mais fracos nos membros inferiores é maximizada com esses

passos, e praticamente não apresentam custo de energia” (COSTA, 2008).

“A perda de força muscular é a principal responsável pela deterioração na mobilidade e

na capacidade funcional do indivíduo que está envelhecendo” (GUERRA, 2009).

A característica principal do movimento dos idosos é que eles movem-se

muito mais lentamente do que as pessoas mais jovens, devido ao

condicionamento físico. Essa associação de condicionamento físico e velocidade da marcha são compatíveis com a hipótese de que quanto mais

atividade física, maior o condicionamento e a velocidade da marcha, então,

mantendo um estilo de vida ativo, incluindo caminhadas, pode-se manter a

marcha normal preservando assim a força e estimulando o equilíbrio. As

alterações sensoriais como acuidade visual e a sensibilidade plantar também

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podem influenciar na marcha, podendo estar associadas a quedas (COSTA, 2008).

Um dos riscos potenciais que afetam os idosos são as quedas. É definida como uma

incapacidade de correção do deslocamento do corpo durante sua movimentação no

espaço (CUNHA, 2009).

Programa de exercícios regulares para idosos

É dever do fisioterapeuta atuar nos níveis primário, secundário e terciário voltado para

os cuidados e atenção à saúde do idoso. Sua meta consiste em muitos casos tratar as

alterações motoras e funcionais decorrentes de doenças e problemas associados, bem

como trabalhar a reabilitação do idoso dentro de suas especificidades e peculiaridades

(COSTA, 2008).

Adotar medidas que levam a condutas e políticas preventivas são importantes para

combater as consequências do desequilíbrio, uma vez que são potencialmente sérias

(MEIRELES, 2008).

“A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece que a saúde seja o estado de

completo bem-estar mental, físico e social, e não somente ausência de enfermidade ou

moléstia” (COSTA, 2008).

Para seguir um roteiro de exercícios que o paciente de seguir, podemos utilizar na

avaliação fisoterapêutica o Perfil de Deambulação Funcional (FAP), desenvolvido por

Arthur J. Nelson (membro da sociedade americana de fisioterapia) que pretende

examinar as habilidades funcionais do paciente em relação a marcha, que vai do

equilíbrio em pé, em barras paralelas, até a deambulação independente. Neste teste usa-

se o cronômetro para que seja feita a medição do tempo que o indivíduo leva para

realizar determinadas tarefas e assim trabalhar objetivando ganhos de tempo na mesma

atividade (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2010).

“Para inserirmos o papel do fisioterapeuta na saúde do idoso, poderemos iniciar a partir

do momento da prevenção, sendo definida como o ato ou efeito de prevenir-se. A

prevenção é definida em três níveis: prevenção primária, secundária e terciária”

(COSTA, 2008).

A fisioterapia tem um papel essencial no treino do equilíbrio em pacientes idosos que

apresentam algum tipo de instabilidade no sistema de manutenção do equilíbrio. O

processo reabilitativo atua no fortalecimento muscular, treino de marcha, seja em

terreno estável como em terrenos instáveis, além de melhorar a postura e o quadro

proprioceptivo do paciente (MEIRELES, 2008).

Imagem 1 – Uma passada direita e uma esquerda (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2010)

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A marcha deve ser avaliada, mantida e treinada, uma vez que é um suporte fundamental

para a funcionalidade do idoso. As fases da marcha são divididas em apoio, onde

acontece o contato do calcanhar, pé plano, apoio médio, saída do calcanhar e saída dos

dedos; e o balanço, que é a fase da aceleração, balanço médio e desaceleração. A

imagem 1 ilustra uma passada direita e uma passada esquerda (O’SULLIVAN;

SCHMITZ, 2010).

“O exercício físico, principalmente em idades avançadas, atua na manutenção da

função, para conservar ativos todos os sistemas que formam o organismo, como:

sistema muscular, sistema nervoso e sistema osteoarticular” (COSTA, 2008).

“Quando associado a outros quadros patológicos, é essencial que a intervenção esteja

voltada para a readequação cognitivo-motora-sensorial do paciente. Outras estratégias

importantes envolvem a melhora da flexibilidade e a prevenção de deformidades”

(MEIRELES, 2008).

“A recomendação de programas de atividade física e exercícios é importante como

hábito de vida saudável e precisa ser quantificada para o entendimento de sua

contribuição para a saúde e para a capacidade funcional da população idosa”

(CARVALHO, 2008).

“A educação voltada à saúde, exercícios físicos globais e específicos, orientações

posturais, realizados tanto individualmente quanto em grupo, pode ser definida como

medidas primárias da fisioterapia para tratar o envelhecimento motor” (COSTA, 2008).

É importante citar que muitas pesquisas anteriores têm delineado a importância da

participação dos músculos da parede abdominal como agentes que irão estabilizar a

coluna, garantindo a estabilização segmentar da coluna através destes exercícios na

promoção da estabilidade (CARVALHO, 2008).

“Diante de esforços intensos e breves, o idoso tem dificuldades para adaptar-se. Com

isso, em princípio, os exercícios rápidos e violentos não são indicados para pessoas com

idade mais avançadas” (COSTA,2008).

Aumentar o acesso às atividades físicas, educacionais, incentivando a adoção de um

estilo de vida sadio e promovendo benefícios para a saúde e qualidade de vida dos

idosos são propostas aceitáveis e que garantem bons resultados aos praticantes (MAZO,

2010).

Com o aumento da idade, eleva-se a probabilidade de aparecimento de

enfermidades, onde sua prevenção pode ser realizada pela prática regular de

exercício físico, retardando ou atenuando o envelhecimento, atuando diretamente na promoção da saúde e na prevenção de agravos, tais como,

distúrbios osteomusculares, doenças cardiovasculares, obesidade, melhoras

na capacidade respiratória, na reserva cardíaca, no tempo de reação, na força

muscular, na memória recente, na cognição e nas habilidades sociais, entre

outras (COSTA, 2008).

“Na terceira idade os exercícios que atuam revertendo perdas como a da massa óssea,

muscular e força, são os mais eficazes já que contribuem para uma maior autonomia

funcional” (GUERRA, 2009).

Os efeitos positivos que a atividade motora regular e contínua pode trazer aos idosos

refletem não somente na capacidade de resistência ao exercício e, portanto, o esforço,

como também nas capacidades intelectuais, como vivacidade intelectual e estado de

desenvolvimento psíquico superior (COSTA, 2008).

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“O baixo risco de lesões, controle de freqüência cardíaca e pressão arterial são fatores

que tornam certos exercícios seguros, portanto preferíveis nesta faixa etária”

(GUERRA, 2009).

A prática regular de exercícios físicos se consegue fortalecimento da

musculatura, melhora do equilíbrio e da estabilidade postural, com isso,

resulta na diminuição do risco de quedas, consequentemente, reduz a

imobilização, aumentando a independência nas atividades de vida diária

(AVD) e ajudando tanto no seu contato social, reduzindo assim problemas psicológicos (COSTA, 2008).

Podemos utilizar vários meios de recursos terapêuticos manuais, entre tantos podemos

citar o isostretching. “O isostretching é uma modalidade de atividade física com

finalidades terapêuticas e é considerado como terapia complementar para o tratamento

dos desequilíbrios posturais” (CARVALHO, 2008).

O isostretching é uma técnica postural global que tem por objetivo fortalecer e

flexibilizar a musculatura de maneira a corrigir a postura e melhorar a capacidade

funcional respiratória. Os exercícios são realizados em uma posição vertebral de

máximo alinhamento e exigindo da coluna vertebral uma atitude de alongamento

(CARVALHO, 2008).

METODOLOGIA

Para a efetiva pesquisa utilizaremos a revisão bibliográfica, através de acervo público,

artigos, monografias e teses retiradas da internet de fontes seguras como Scielo,

Pubmed e Lilacs.

A relação de dados colhidos na revisão bibliográfica deste artigo consta dos anos de

1998 ao ano de 2013.

Procuramos nos focalizar em pesquisar fontes que retratassem de maneira direta e

indireta os benefícios que a prática de um programa de exercícios pode proporcionar aos

idosos, uma vez que pretende-se minimizar as alterações fisiológicas que os mesmos

hão de sofrer no decorrer do processo de envelhecimento.

A fonte utilizada no artigo científico é Times New Roman, tamanho da fonte 12,

espaçamento simples, Microsoft Office Word para posteriormente ser salvo em PDF de

acordo com as normas exigidas pela instituição de ensino.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

“Na utilização da abordagem dos sistemas, o fisioterapeuta deverá determinar, sempre

que possível, os problemas referentes à idade, qual alteração é patológica e qual é

causado pelo desuso” (COSTA, 2008).

“A Fisioterapia deve intervir sobre as alterações fisiológicas ao envelhecimento,

promovendo saúde e qualidade de vida à população” (MEIRELES, 2008).

A fisioterapia é de grande importância na reabilitação geriátrica.

Compreender o processo de encaminhamento e as potenciais intervenções e

contribuições permitirão que membros de outras equipes de reabilitação

passem a utilizar os serviços que essa profissão proporciona (COSTA, 2008).

Há sem dúvida um crescente aumento no interesse da comunidade científica em estudar

e pesquisar o processo do envelhecimento nas suas mais diversas abordagens para gerar

novos dados em ciências da saúde (FILHO, 2005).

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“O fisioterapeuta está envolvido na avaliação, no exame, no tratamento e prevenção de

distúrbios cardiovasculares, pulmonares, neuromusculares e musculoesqueléticos”

(COSTA, 2008). “Constatou-se que o declínio desencadeado pelo envelhecimento incidiu especialmente nas

tarefas que exigiam rapidez, atenção, concentração e raciocínio indutivo” (FILHO, 2005).

“O Ministério da Educação (MEC) distinguiu o fisioterapeuta como um profissional

generalista, onde pode ser capaz, de atuar em todos os níveis de prevenção e atenção a

saúde, não necessariamente devendo ficar restrito as ações reabilitadoras e curativas”

(COSTA, 2008).

“No Brasil, para isso a Política Nacional de Saúde do Idoso tem contribuído de forma

relevante e tem como propósito básico a promoção do envelhecimento saudável, pela

manutenção e melhoria, ao máximo, da capacidade funcional dos idosos” (FILHO,

2005).

O fisioterapeuta tem excelente formação acadêmica, para atuar na execução

de programas de promoção de saúde. Porém, normalmente, suas atividades

profissionais mais reconhecidas são a recuperação e a reabilitação de pessoas

fisicamente lesadas com atuação, por conseguinte, em níveis de atenção

secundária e terciária à saúde (COSTA, 2008).

Tarefas como a adoção de bons hábitos alimentares, prática de atividades físicas, direito

ao lazer, entre outras, são propostas que já contribuíram para modificar a situação da

terceira idade no país em relação às décadas anteriores que precisam ser levadas mais a

sério para contribuição na manutenção da saúde, realização das atividades de vida diária

e principalmente da qualidade de vida (FILHO, 2005).

“A potencialização das capacidades físicas, como força, flexibilidade, potência aeróbia,

equilíbrio, entre outras, promovem uma melhoria significativa nas atividades de vida

diária, reduzindo a fadiga a pequenos esforços, minimizando o risco de quedas”

(COSTA, 2008).

A conduta fisioterápica de exercícios em solo e em meio aquático são eficazes no

aumento do equilíbrio e mobilidade funcional de idosos, conforme estudos realizados

anteriormente (CUNHA, 2009).

Em idosos submetidos ao método isostretching foi constatado melhora significativa a

partir da quinta sessão, onde sua capacidade funcional foi amplamente evidenciada

(CARVALHO, 2008).

O envelhecimento humano é um processo em que o declínio fisiológico é

caracterizado por medidas dos parâmetros globais do organismo, diante disto,

vários estudos mostram que o envelhecimento possui características próprias.

Por outro lado, os autores relataram que o exercício físico pode produzir um

profundo aumento de aptidão física de idosos e das funções essenciais. Isto é

um aspecto que chama atenção referente à utilização da prática do exercício

físico dirigida para a qualidade de vida e a saúde (COSTA, 2008).

A crescente preocupação com o desenvolvimento científico na prevenção em relação

com o envelhecimento, pode ser constatada através de revistas indexadas no PubMed,

não somente em relação a nível nacional mas em termos mundiais (FILHO, 2005).

“Os exercícios físicos sistematizados reduzem a vulnerabilidade e a fragilidade causadas

pela inatividade, minimizam as mudanças biológicas trazidas pelo envelhecimento e

ajudam no controle de doenças crônicas” (COSTA, 2008).

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A literatura corrobora com o conceito de que uma menor eficiência do sistema neuromuscular pode levar tanto ao prejuízo do desempenho quanto a

lesões, e que a estabilidade do tronco é um componente importante para

prover uma base sólida e exercer ou resistir às forças (CARVALHO, 2008).

“Os protocolos de exercício para essa população estão centrados na prevenção, proteção

e promoção osteoarticulares e cardiovasculares” (COSTA, 2008).

Como foi citado anteriormente, o aumento de idosos na população mundial é um

fenômeno crescente, onde todos os processos relacionados direta ou indiretamente ao

envelhecimento necessitam ser cada vez mais estudados, no propósito de assegurar uma

melhor qualidade de vida para essa população (FILHO, 2005).

CONCLUSÃO

“Pelos achados pode-se considerar que a fisioterapia específica no envelhecimento

humano, usufrui de aplicação de exercícios físicos gerando efeitos positivos na saúde do

idoso e sua qualidade de vida” (COSTA, 2008).

É certo que falar em qualidade de vida virou não somente um modismo mas algo que

vem preocupando a comunidade científica com a finalidade de lançar novos meios que

possam propiciar o que muitos querem e que nem todos conseguem obter, a qualidade

de vida.

Apesar de ser impossível evitar que as alterações comuns ao processo do

envelhecimento não apareçam com o avançar da idade, podemos minimizá-las por meio

de atitudes e bons hábitos realizados ao longo da vida (MEIRELES, 2008). A

fisioterapia, cujo objetivo de estudo é principalmente o movimento humano, vem

colaborar lançando mão de conhecimentos e recursos fisioterápicos, com o intuito de

compreender os fatores que possam acarretar perda ou diminuição da qualidade de vida

e bem-estar nos idosos (GUERRA, 2009).

É notório a necessidade da realização de novas pesquisas neste âmbito de tratamento,

uma vez que o número de idosos no país tende a crescer assim como a necessidade de

profissionais capacitados para prestar atendimento e tratamento a estes pacientes.

Contudo, após uma longa coleta de materiais para a realização deste artigo foi

satisfatória a conclusão que a fisioterapia pode colaborar com o desenvolvimento das

potencialidades e capacidade funcional de pacientes no período do envelhecimento

através de exercícios que promovam mobilidade articular, flexibilidade, resistência à

fadiga, fortalecimento muscular, potência aeróbia e melhora do equilíbrio para a

garantia significativa na qualidade de vida do idoso.

O conceito de qualidade de vida é muito amplo, entretanto podemos defini-la como o

que cada um de nós pode considerar como importante para viver bem. Haja vista que é

um bem muito almejado na atualidade e proposta de mais estudos para sua evolução no

futuro.

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ANEXOS

Imagem 1 – Prática de atividades físicas em grupo

Imagem 2 – Idosas em prática de atividades lúdicas

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Imagem 3 – Idosos em prática de atividade para condicionamento físico

Imagem 4 – Idosos mantendo sua flexibilidade com exercícios de alongamento

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Imagem 5 – Idosos realizando exercícios de fortalecimento muscular com uso do Thera Band

Imagem 6 – Idosos realizando exercícios proprioceptivos para o equilíbrio com uso da bola suíça