utilização do método rapid entire body assecement...

26
1 Pós-graduando em fisioterapia traumatoortopédica com ênfase em terapia manual **Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde Utilização do método rapid entire body assecement (reba), associado a diagrama de localização de sintomas e aspectos organizacionais do trabalho, para avaliação de riscos ocupacionais em funcionários da Rádio Rural de Santarém Wanderson Augusto Oliveira de Almeida 1 [email protected] Orientadora: Dayana Priscila Mejia de Sousa Pós-graduação em Fisioterapia Traumatoortopédica com ênfase em Terapia ManualFaculdade Ávila Resumo Esta pesquisa teve como objetivo avaliar as posturas adotadas pelos radialistas da Rádio Rural da cidade de Santarém, utilizando o método Rapid Entire Body Assecement (REBA) de Avaliação Postural, associado à aplicação de questionário para a localização de sintomas e aspectos organizacionais do trabalho. Para esta análise, foi necessária a captação de imagens por meio de câmera digital, do trabalho dos radialistas, durante trinta minutos, posteriormente, as posturas registradas foram avaliadas de acordo com o método (REBA) associado a um questionário de localização de sintomas e de aspectos organizacionais do trabalho. Foram observados ainda, fatores como hábitos, organização e gerenciamento do trabalho, além de possíveis riscos à saúde ocupacional existente no ambiente laboral. A pesquisa traz uma amostragem de oito indivíduos, com idade entre 31 e 60 anos, correspondendo a 89% do total de radialistas da empresa. A conclusão deste estudo apresentou uma alta incidência de desconfortos posturais nestes profissionais, com destaque para a região cervical (35,7%), lombar (21,4%), dorsal (14,3%) e ombros (14,3%). Pesquisou-se ainda, a intensidade das dores, onde 66,6% (n=14) classificaram-se como dores moderadas, 6,6% dores intensas; 6,6% dores leves, e 6,6% descritas como “formigamentos”. Os movimentos de maior expressão, por sua relação com as sobrecargas posturais, estão relacionados às posturas estáticas sustentadas por mais de quatro minutos, sendo adotadas durante a leitura de recados e anúncios durante a transmissão dos programas, as quais são categorizadas como de risco médio e alto. Outro fator que foi associado à incidência de risco postural se trata do acento utilizado pelos funcionários, avaliado como inadequado. A pesquisa permitiu concluir que o profissional radialista fica exposto a um grau de constrangimento postural importante, o que classificaria como uma profissão de médio risco com propensão a DORT, principalmente, aquelas associadas à coluna vertebral, como lombalgias e cervicalgias, sendo necessária a intervenção Fisioterapêutica através medidas ergonômicas a curto prazo. Palavras-chave: Postura, DORT, Método REBA, Ergonomia, Saúde do Trabalhador, Fisioterapia

Upload: lamcong

Post on 20-Sep-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

1 Pós-graduando em fisioterapia traumatoortopédica com ênfase em terapia manual

**Fisioterapeuta, especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e

Direito em Saúde

Utilização do método rapid entire body assecement (reba), associado

a diagrama de localização de sintomas e aspectos organizacionais do

trabalho, para avaliação de riscos ocupacionais em funcionários da

Rádio Rural de Santarém

Wanderson Augusto Oliveira de Almeida 1

[email protected]

Orientadora: Dayana Priscila Mejia de Sousa

Pós-graduação em Fisioterapia Traumatoortopédica com ênfase em Terapia Manual– Faculdade Ávila

Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo avaliar as posturas adotadas pelos radialistas da

Rádio Rural da cidade de Santarém, utilizando o método Rapid Entire Body Assecement

(REBA) de Avaliação Postural, associado à aplicação de questionário para a localização de

sintomas e aspectos organizacionais do trabalho. Para esta análise, foi necessária a

captação de imagens por meio de câmera digital, do trabalho dos radialistas, durante trinta

minutos, posteriormente, as posturas registradas foram avaliadas de acordo com o método

(REBA) associado a um questionário de localização de sintomas e de aspectos

organizacionais do trabalho. Foram observados ainda, fatores como hábitos, organização e

gerenciamento do trabalho, além de possíveis riscos à saúde ocupacional existente no

ambiente laboral. A pesquisa traz uma amostragem de oito indivíduos, com idade entre 31

e 60 anos, correspondendo a 89% do total de radialistas da empresa. A conclusão deste

estudo apresentou uma alta incidência de desconfortos posturais nestes profissionais, com

destaque para a região cervical (35,7%), lombar (21,4%), dorsal (14,3%) e ombros

(14,3%). Pesquisou-se ainda, a intensidade das dores, onde 66,6% (n=14) classificaram-se

como dores moderadas, 6,6% dores intensas; 6,6% dores leves, e 6,6% descritas como

“formigamentos”. Os movimentos de maior expressão, por sua relação com as sobrecargas

posturais, estão relacionados às posturas estáticas sustentadas por mais de quatro minutos,

sendo adotadas durante a leitura de recados e anúncios durante a transmissão dos

programas, as quais são categorizadas como de risco médio e alto. Outro fator que foi

associado à incidência de risco postural se trata do acento utilizado pelos funcionários,

avaliado como inadequado. A pesquisa permitiu concluir que o profissional radialista fica

exposto a um grau de constrangimento postural importante, o que classificaria como uma

profissão de médio risco com propensão a DORT, principalmente, aquelas associadas à

coluna vertebral, como lombalgias e cervicalgias, sendo necessária a intervenção

Fisioterapêutica através medidas ergonômicas a curto prazo.

Palavras-chave: Postura, DORT, Método REBA, Ergonomia, Saúde do Trabalhador, Fisioterapia

Page 2: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

1. Introdução

As “dores nas costas”, decorrentes de posturas inadequadas no ambiente de

trabalho, são talvez as desordens ocupacionais mais encontradas por pesquisadores em

todo o mundo. A adoção de posturas inadequadas na realização de determinadas funções,

associado a outros fatores de risco existentes no posto de trabalho, como as sobrecargas

impostas à coluna vertebral, equipamentos e mobiliários desconfortáveis, e a manutenção

de uma postura por tempo prolongado constitui uma das maiores causas de afastamento do

trabalho e de sofrimento humano no mundo moderno.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os maiores desafios para

a saúde do trabalhador atualmente e no futuro são os problemas de saúde ocupacional, em

conseqüência às sobrecargas impostas pelo trabalho, riscos ambientais (meios físicos,

químicos e biológicos), más posturas adotadas pelos trabalhadores e estresse.

“A saúde do trabalhador se caracteriza por um conjunto

de ações que visam à melhoria do ambiente e das relações

de trabalho, contribuindo para a saúde física e mental do

trabalhador. E entre os fatores a serem observados para

esta melhoria, está o ergonômico, ou seja, a adequação dos

mobiliários e estruturação física do ambiente de trabalho,

aos aspectos anatômicos e características pessoais dos

indivíduos” (CARVALHO, 1999).

A não observância desses aspectos implicará em distúrbios/doenças, entre as quais

estão os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), que atualmente

têm se constituído em um grande problema de saúde pública em muitos países

industrializados, pois vivemos em uma época onde as empresas, para subsistir no mercado

nacional ou internacional necessitam de grande produtividade a um custo competitivo.

Segundo Lech (1997), estas condições levam a imposição de ritmos de trabalho

intensos, causando distúrbios orgânicos pelo uso abusivo da musculatura e demais partes

moles do sistema osteomuscular, ao realizar tarefas devido à repetitividade, sobrecarga,

alta velocidade, precisão e posturas inadequadas, entre outros fatores predisponentes. Tudo

isso em função de um trabalho mal conduzido ou exercido em más condições de

gerenciamento, por defeituosa organização do trabalho e ainda, em condições ergonômicas

precárias.

Para Carvalho (1999), a Fisioterapia tem se preocupado muito nos últimos anos

com a prevenção dos DORT e suas conseqüências físicas e psicoemocionais. Uma vez que

as mesmas podem incapacitar o indivíduo para suas atividades de trabalho, domésticas e

para o lazer, levando-o a um estado de depressão, angústia, medo; podendo causar outras

doenças, encurtar-lhe a vida ou levá-lo ao óbito precoce.

Entre os principais DORT estão àquelas relacionadas diretamente com as Posturas

Inadequadas durante o trabalho, lazer e descanso, como as Lombalgias, Lombociatalgias,

Dorsalgias, Dorsolombalgias, Cervicalgias e Cervicobraquialgias.

Mesmo se tratando de um tema relevante, percebe-se a escassez de referências

sobre o tema “dores nas costas causadas por distúrbios posturais”. A legislação brasileira,

através da Norma Regulamentadora 17 – NR17 (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 1978),

embora estabeleça parâmetros para a adaptação das condições de trabalho às características

Page 3: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações avaliá-las e realizar análise

ergonômica do trabalho, não deixando claro ou não sugerindo metodologias para estas

avaliações.

Existem muitos métodos de análise de riscos ergonômicos encontrados na literatura

disponível, delineados para determinar e quantificar a exposição a fatores de risco devido à

sobrecarga biomecânica dos membros superiores. Entre eles destacam-se aqueles que

evidenciam de forma qualitativa a presença de características ocupacionais que podem

levar o “avaliador” em direção à possível presença de um risco.

Nossa proposta é avaliar a aplicabilidade do método “Rapid Entire Body

Assessment” (REBA), que no Brasil significa Avaliação Rápida do Corpo Inteiro,

proposto por Sue Higrnett e Lynn McAtammney para avaliação postural, bem como

sugerir uma forma de complementação para que se possa fazer uma avaliação mais

completa e detalhada das condições de trabalho dos indivíduos.

Foi escolhido o ambiente dos Radialistas pela facilidade encontrada para a

execução deste projeto e por se tratar de uma profissão com uma incidência de

sintomatologia álgica da coluna vertebral bastante alta. Além da semelhança de

movimentos com aqueles executados por trabalhadores de escritórios, secretarias, entre

outros setores administrativos.

O trabalho apresentado visa integrar um instrumento análise de riscos ergonômicos

(o REBA), a um questionário de busca de sintomas e aspectos organizacionais do trabalho,

para dar condições, em especial aos fisioterapeutas, para levantar o possível diagnóstico de

quais seriam os fatores de risco e desencadeadores de processos álgicos para a coluna

vertebral, e assim desenvolverem programas preventivos mais eficazes, ajudando-o então a

ampliar seus horizontes profissionais.

2. Referencial Teórico

2.1 Saúde do trabalhador e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho

(DORT) e a ergonomia.

Guimarães (2004), define os Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho

(DORT) como sendo uma conseqüência nefasta e desarmônica entre a atividade de

trabalho desenvolvida, o ambiente laboral e o trabalhador. Os DORT acometem em maior

proporção à região dos membros superiores, mas também podem ocorrer em outras regiões

do corpo, como a cintura escapular e a coluna cervical e lombar, onde recebem

denominações próprias como cervicalgias, cervicobraquialgias, dorsalgias e lombalgias.

Um dos principais distúrbios relacionados ao trabalho e a adoção de posturas

estáticas são as dores nas costas. Pesquisas recentes demonstram que as disfunções da

coluna vertebral apresentam uma alta incidência entre a população geral, ocupando o

segundo lugar na procura de assistência médica em decorrência de doenças crônicas e uma

das principais causas das faltas no trabalho custando aos cofres públicos cifras

elevadíssimas.

Ergonomia, etimologicamente, derivada do grego érgon: trabalho e nomos: leis ou

regra. É o conjunto de Estudos que visam à organização metódica do trabalho em função

do fim proposto e das relações entre o homem e a máquina. (FERREIRA, 2000).

Page 4: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

Com relação à prevenção do erro humano e adequação ergonômica do posto de

trabalho, Hagberg et.al., (1995), sugere que para analisar os fatores de risco relacionados

as DORT, três tipos de estratégias de avaliação devem ser tomadas: relatórios dos próprios

trabalhadores, observação do local de trabalho quanto a análise das atividades

desenvolvidas pelos trabalhadores, bem como a mensuração semiquantitativa ou

quantitativa por alguma forma de instrumento de medidas. Sobre as observações realizadas

no local de trabalho são realizadas de forma: 1) Identificação das condições de trabalho

que possam estar causando problemas; e, 2) fornecer conselhos preventivos para eliminar

os agentes estressores.

De acordo com Lida (2007), atualmente alguns softwares de computadores estão

sendo desenvolvidos por equipes inter-multidisciplinares composta por ergonomistas,

médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, estão sendo desenvolvidos e testados

para detectarem quais são os principais fatores que podem desencadear DORT. Estes

programas levantam o possível diagnóstico de quais tipos de posturas e movimentos

nocivos que oferecem risco aos trabalhadores à aquisição de futuras doenças do sistema

músculo esquelético. Dentre os métodos de analise ergonômica destacam-se:

Métodos Descrição Informações Resultados

OWAS (KARHU et.

al 1977)

Esquema de observação

da atividade de todo o

corpo

A postura do tronco, pernas

e braços são definidos por

códigos numéricos

Descrição postural

RULA

(MCATAMNEY E

CORLET, 1993)

Ferramenta

classificadora de risco

para os membros

superiores

Diagrama de posturas com

pesos aditivos

Classificação do posto

de trabalho quanto à

prioridade de

intervenção

DRAFT OHSHA

checklist

(SILVERSTAIN,

1997)

Lista de checagem de

fatores de riscos gerais

Diagramas com pesos

aditivos

Classificação da

atividade laboral quanto

aos fatores de riscos

analisados

REBA (HIGNETT E

MCATAMNE, 2000)

Ferramenta

classificatória de risco

para o corpo inteiro

Diagramas de posturas com

pesos aditivos

Classificação do posto

de trabalho quanto à

prioridade de

intervenção

Observation

Analysis of the hand

end wrist

(STERTSON et. al.

1991)

Técnica de observação

que quantificação

Registro e armazenamento

de uma serie de parâmetros

como forca de inserção com

ou sem ferramentas, forca

de pinçamento, posturas do

punho

Uso do próprio sistema

de armazenamento e

registro

Figura 1: Métodos usados na análise de riscos físicos em ergonomia

Fonte: Artigo: Revisão dos métodos de análise ergonômica, aplicados ao estudo dos DORT em trabalho de

montagem manual (2004)

Page 5: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

2.2 Método Reba

O Método REBA (Rapid Entire Body Assessment), que em português significa

Avaliação Rápida do Corpo Inteiro do foi proposto por Sue Higrnett e Lynn

McAtammney, publicado em uma revista especializada a Applied Ergonomics, no ano de

2000. O método é resultado de um trabalho conjunto, composto por ergônomos,

fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e enfermeiros, que identificaram cerca de 600

posturas para sua elaboração.

O método permite a análise do conjunto das posições adotadas pelos membros

superiores (braço, antebraço e mãos), do tronco, da coluna cervical e das pernas. Enfim,

define outros fatores que considera determinantes para a avaliação final da postura, bem

como a força aplicada, o tipo de pegada, tipo de atividade muscular realizada pelo

trabalhador. Permite avaliar tanto posturas estáticas quanto dinâmicas, incorporando como

novidade a possibilidade de assinalar a existência de movimentos estafantes e posturas

inadequadas.

Para a definição dos segmentos corporais foi analisada uma série de tarefas simples

com variações de cargas e movimentos. O estudo se realizou aplicando varias

metodologias, de confiabilidade amplamente reconhecida pela comunidade ergonômica,

tais como, o método NIOSH (Waters et. al. 1993) a Escala de Percepção de Esforço (Borg,

1985), o método OWAS (Karhu et al. 1994), a técnica BPD (Corllet & Bishop, 1976) e o

método RULA (Mctamney, 1993).

O método REBA é uma ferramenta de análise postural especialmente sensível para

detectar tarefas que exigem movimentos inesperados de postura, como conseqüência

normalmente da manipulação de cargas. Sua aplicação previne o elevado índices de risco

de lesões associados à postura, principalmente pelos músculos esqueléticos, indicando em

cada caso a urgência com que se deveriam aplicar ações corretivas. Trata-se, por tanto de

uma ferramenta útil para a prevenção de riscos capaz de alertar sobre as condições de

trabalho inadequadas.

3. Metodologia

De acordo com Zentgraf (2006), sobre a metodologia da pesquisa cientifica, este

trabalho se caracteriza como um estudo descritivo, qualitativo, do tipo transversal, quais

foram participantes, os funcionários da RÁDIO RURAL DA CIDADE DE SANTARÉM

que desempenham a função de radialista, analisando a incidência de alterações posturais

numa população específica de funcionários e a presença de sintomas, que podem ser

relacionados a estes indivíduos.

Local da Pesquisa

Este trabalho foi realizado na Rádio Rural de Santarém, localizada na Avenida São

Sebastião, 622-A, Santarém do Pará.

Período de Realização

A pesquisa foi realizada no período de Maio a Outubro de 2011

População e Amostra da Pesquisa

Page 6: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

Fizeram parte da amostra da pesquisa todos os radialistas que fazem parte do

quadro de funcionários da rádio, totalizando 8 (oito). A maioria dos programas, 7 (sete),

são realizados de segunda a sexta-feira, sendo que os mesmos possuem em média uma

duração de uma hora e meia. Durante a pesquisa foi estipulado o tempo para a captação de

imagens em meia hora para cada programa. O número de radialistas submetidos ao estudo

correspondeu a aproximadamente 89% do total da empresa (n=9).

Instrumentos para Coleta e Análise de Dados.

Os instrumentos para análise e coleta de dados compreendem dois métodos, que

nesta obra, os classificamos, como método objetivo e subjetivo.

Como método subjetivo foram utilizados, um questionário adaptado (AnexoI) de

Amando e Perez (2004), e aplicado à amostra de radialista, intitulado de

"QUESTIONÁRIO DE SINTOMAS E DE ASPECTOS DA ORGANIZAÇÃO DO

TRABALHO", e uma ficha de avaliação com o diagrama de CORLETT, de caráter

subjetivo sobre a dor (AnexoII). O questionário consistiu em 14 perguntas, abertas e

fechadas, que colheram informações sobre as características físicas do ambiente de

trabalho, as atividades desenvolvidas no trabalho e o tipo de vida dos integrantes da

amostra. Em relação ao diagrama de sintomas e localização das dores, foi possível

localizar e quantificar a dor em uma escala sugerida, da seguinte forma: cor vermelha – dor

intensa; cor amarela - dor moderada; azul – dor leve.

Como método objetivo foi utilizado a ficha de avaliação postural do Método REBA

(Anexo III), para a análise das posturas e movimentos que podem desencadear processos

degenerativos e álgicos da coluna e articulações do corpo.

A Coleta de Dados foi realizada através da captação de imagens (estáticas e

dinâmicas) das atividades desenvolvidas durante o trabalho dos radialistas, com a

utilização de filmadora e máquina fotográfica digital, sendo preconizado um tempo de 30

minutos de filmagem, com a posição da câmera ajustada de modo que captasse uma

imagem em perfil do individuo. E somente após esta coleta é que foram aplicados os

questionários e fichas de avaliação já descritas.

Após coleta e análise dos dados, tanto no método subjetivo quanto no objetivo,

foram levantadas hipóteses sobre possíveis riscos ocupacionais.

O possível diagnóstico das posturas adquiridas pelos radialistas, as condições de

trabalho, hábitos adquiridos, movimentos estafantes e a organização do trabalho nortearão

as discussões desta pesquisa.

Aplicação do método

a) Divisão do corpo em segmentos para serem codificados individualmente, e avalia tanto

os membros superiores, como o tronco, a coluna cervical e as pernas.

b) Analise a repercussão sobre a carga postural e manejo de cargas realizado com as mãos

e com outras partes do corpo.

c) O resultado determina o nível de risco que podem ocasionar lesões, estabelece ainda o

nível de ação requerida e a urgência em deve serem feitas às intervenções.

d) Avaliar a duração da tarefa excessiva e a composição de outras operações elementares,

secundares as posturas e movimentos preconizados.

Page 7: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

e) Registro as diferentes posturas adotadas pelo trabalhador durante sua jornada de

trabalho, além da captura desse registro em vídeo, fotografias e anotações em temo real ser

for possível.

f) Identificação entre todas as posturas registradas, aquelas consideradas mais

significativas ou "perigosas" para sua posterior avaliação com o método REBA.

g) A aplicação do método deve resumir-se nos seguintes passos:

h) Divisão do corpo em dois grupos, sendo o grupo A, correspondendo ao tronco, coluna

cervical e pernas, e o grupo B, formado por membros superiores (braço, antebraço e mãos).

A pontuação individual dos membros de cada grupo deve se dar, a partir de seus

correspondentes valores da tabela.

i) Preenchimento da ficha de avaliação do método REBA (anexoIII)

j) Consulta da tabela A para a obtenção da pontuação do grupo inicial A, a partir das

pontuações individuais do tronco, coluna cervical e pernas.

k) Mensuração dos valores do grupo B a partir das pontuações do braço, antebraço e mãos,

mediante a tabela B.

l) Modificação da pontuação da assinalada do grupo A em função das cargas e forças

aplicadas, para obtenção da “pontuação A”.

m) Correção da pontuação assinalada a zona corporal e dos membros superiores (braço,

antebraço e punhos). O grupo B, segundo o tipo de pegada a carga manejada, em seguida

determinar a “Pontuação B”.

n) A partir da “pontuação B” e a consulta da tabela C, obtém-se uma nova pontuação

denominada “Pontuação C”.

o) Modificação da “Pontuação C” segundo o tipo de atividade muscular desenvolvida para

a obtenção da pontuação final de acordo com o método.

p) Consulta do nível de ação, risco e urgência de atuação correspondente ao valor final

calculado.

Pontuação dos grupos A e B

Tronco

Coluna Cervical

1 2 3

Pernas Pernas Pernas

1

2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

1 1 2 3 4 1 2 3 4 3 3 5 6

2 2 3 4 5 3 4 5 6 4 5 6 7

3 2 4 5 6 4 5 6 7 5 6 7 8

4 3 5 6 7 5 6 7 8 6 7 8 9

5 4 6 7 8 6 7 8 9 7 8 9 9

Figura 2: Pontuação inicial para o Grupo A1

1 2

As figuras (2 – 9) tem como fonte o artigo: Apllied Ergonomics, HIGRNETT & MCATMMNEY

(2000).

Page 8: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

A pontuação inicial para o Grupo B será obtida a partir da pontuação do

braço, antebraço e punho, através da consulta da figura 3.

Braço

Antebraço

1 2

Punho Punho

1 2 3 1 2 3

1 1 2 2 1 2 3

2 1 2 3 2 3 4

3 3 4 5 4 5 5

4 4 5 5 5 6 7

5 6 7 8 7 8 8

6 7 8 8 8 9 9

Figura 3 - Pontuação inicial para o grupo B

Pontuação da Carga e Força

Pontos Posição

+0 A carga ou força aplicada é menor de 5 kg.

+1 A carga ou força está entre 5 e 10 Kg.

+2 A carga ou força é maior que 10 Kg.

Figura 4: Pontuação para a carga ou força aplicada durante a realização do trabalho

Pontos Posição

+1 A força é aplicada bruscamente.

Figura5: Modificação da pontuação para as cargas ou forças

Pontos Posição

+ 0 Pegada Boa - A pegada é boa e a força de aplicada é suficiente, não necessita de

outras regiões do corpo.

+ 1 Pegada Regular - A pegada é aceitável, mas não é ideal, a pegada é auxiliada por

outras partes do corpo.

+ 2 Pegada Ruim - A pegada é possível, mas a carga é pesada e a pegada é instável.

+ 3 Pegada inaceitável - A pegada é insegura, faz-se necessária a utilização de outras

partes do corpo, para que se possa deslocar a carga.

Page 9: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

Figura 6: Pontuação referente ao tipo de Pegada

Pontuação C

A “Pontuação A” e a “Pontuação B” permitem obter uma pontuação

intermediaria denominada a “Pontuação. O quadro 18 mostra os valores para esta

pontuação.

Pontuação A Pontuação B

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

1 1 1 1 2 3 3 4 5 6 7 7 7

2 1 2 2 3 4 4 5 6 6 7 7 8

3 2 3 3 3 4 5 6 7 7 8 8 8

4 3 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9

5 4 4 4 5 6 7 8 8 9 9 9 9

6 6 6 6 7 8 8 9 9 10 10 10 10

7 7 7 7 8 9 9 9 10 10 11 11 11

8 8 8 8 9 10 10 10 10 10 11 11 11

9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12

10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 12

11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 12

12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12

Figura 7: Pontuação C em função das pontuações A e B.

Pontuação Final

A pontuação Final do método é resultado da soma da “Pontuação C”, mais o

incremento proveniente do tipo de atividade muscular. Os três tipos de atividades

consideradas pelo método.

Pontos Atividade

+1 Uma ou mais partes do corpo permanecem estáticas, por exemplo,

suportadas durante mais de 1 minuto.

+1 Produzem-se movimentos repetitivos, por exemplo, repetidos mais de 4

vezes por minuto (na posição estática).

+1 Produzem-se mudanças de postura importantes o se adotam posturas

instáveis.

Page 10: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

Figura 08: Pontuação referente ao tipo de atividade muscular exigida

O método classifica a pontuação final em cinco níveis. Por sua vez, cada nível

corresponde a um nível de ação. Cada nível de ação determina um nível de risco e

recomenda uma atuação sobre a postura avaliada, assinalando em cada caso a urgência que

deve ser feita a intervenção. O valor será maior quanto maior seja o risco previsto, o valor

1 indica um risco praticamente inexistente, já o valor Maximo, 15, estabelece uma postura

de risco muito alto e sobre esse risco deve ser estabelecida uma atuação imediata, por

exemplo.

Análise do Risco e Intervenção.

REBA (Pontuação) Grau de Risco Intervenção e posterior análise

1 Inexistente Não é necessário

2-3 Baixo Pode ser necessário

4-7 Médio Necessário

8-10 Alto Prontamente necessário

11-15 Muito alto. Atuação imediata

Figura 9: Verificação dos níveis de risco e ação método REBA

Procedimentos Metodológicos

Buscando a investigação de distúrbios posturais apresentados nas atividades dos

radialistas da amostra, este estudo foi constituído pelas seguintes etapas:

Elaboração do projeto de pesquisa; Solicitação do local da pesquisa, a Rádio Rural

de Santarém, através do diretor responsável Padre Edilberto Sena, que autorizou a pesquisa

(APÊNDICE I), mediante apresentação do projeto e objetivos do trabalho;

Assinatura do Termo de Consentimento para a realização da pesquisa pelos

integrantes da amostra estudada (APÊNDICE II);

Elaboração do questionário (APÊNDICE III), que foi composto por três partes

fundamentais:

a) Com informação de dados pessoais, como: nome, sexo, idade, altura, peso;

b) Com informação de dados sobre a atuação profissional, como local de atuação,

tempo de atuação, carga horária de trabalho, número de horas extras realizadas por mês,

exercício de outra atividade profissional (em caso positivo, qual), ocorrência de eventos na

rotina de trabalho (pausas para ir ao banheiro ou tomar água);

c) Com informações sobre distúrbios ocorridos recentemente, como: se ocorreu

sintomas como dores, formigamentos, queimações; que tipo de distúrbio foi esse; qual

região do corpo afetada, (sinalização deste distúrbio no mapa de desconforto corporal e

quantificação desta dor), se o distúrbio foi diagnosticado por um médico; se consultou um

Page 11: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

médico por causa do distúrbio; se deixou de atuar profissionalmente por causa do

distúrbio; que tipo de atividade faz no tempo livre;

d) Informações sobre o que pode ser feito para a melhoria das condições do

trabalho, como, quais os pontos mais problemáticos em seu ambiente de trabalho e

sugestões para a melhoria do conforto e melhoria das condições de trabalho.

4. Resultados:

4.1 Análise das atividades desenvolvidas e do ambiente de trabalho dos radialistas

Durante as inúmeras visitas e análises realizadas durante a programação da rádio

RURAL de Santarém, pode-se observar características comuns no que se refere as posturas

e movimentos executados pelos radialistas. Além disto, foi possível descrever

características do ambiente de trabalho nas quais estão inseridos. Através de fotos,

filmagens e mensuração dos mobiliários foram registradas todos esses momentos que

serviram de banco de dados para a pesquisa. A observação das características da atividade

profissional dos radialistas foi de fundamental importância para que se pudesse chegar a

um diagnóstico de quais as medidas ergonômicas devem ser adotadas, visando sempre a

segurança, eficiência e conforto dos trabalhadores.

De modo geral os radialistas exercem posturas estáticas durante longos períodos. A

duração da jornada de trabalho dos radialistas entrevistados é, em média, de 5 horas, das

quais uma hora e meia é utilizada “no ar”, ou seja, comandando os programas de rádio ao

vivo, o restante do tempo, na edição e produção do programa. Durante o período de

gravação do programa, o locutor, exerce uma postura sentada, sob uma cadeira de madeira,

executando movimentos de torção, flexão e extensão da coluna lombar para alcançar

objetos que ficam espalhados sobre a mesa, raramente interrompem essa postura para

realização de outras atividades que não estão ligadas ao programa. O restante da jornada de

trabalho é executada em outro ambiente, em condições parecidas com as que foram citadas

até aqui.

A mesa tem forma de bancada e possui cerca de 1,10 m de altura. Se for levada em

consideração a relação altura da mesa x altura da cadeira, a mesa torna-se baixa, já que o

espaço para posicionamento dos membros inferiores torna-se pequeno. Sobre a utilização e

organização dos materiais dispostos sobre a mesa, foi observada a presença de um

computador, microfone, telefone, teclado e mouse, além de inúmeros papéis, que servem

de lembretes e outros recados lidos durante os programas e que estão dispostos de forma

desorganizada sobre a mesa. O ambiente de trabalho é frio, sendo que a direção do ar

condicionado está posicionada lateralmente e acima do espaço onde o locutor esta

localizado.

Geralmente durante a gravação dos programas duas pessoas ficam na sala, uma

comandando a “mesa de som”, e a outra, o radialista fica do outro lado de uma bancada

aonde esta o microfone regulável e o local conduzindo a programação. Por causa da

bancada, às vezes se torna necessário o indivíduo fazer um movimento de extensão da

coluna, para tornar possível à comunicação entre eles.

4.2 Análise dos Dados obtidos através do Questionário.

Após o estudo das características do ambiente físico e o tipo de atividade

desenvolvida pelos radialistas da Rádio Rural de Santarém, iniciamos em primeiro

momento, a apresentação dos dados obtidos através da aplicação do questionário (ANEXO

Page 12: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

III) traçando um perfil dos profissionais radialistas, Lembrando que nossa amostra é

constituída de 8 (oito) funcionários, que corresponde à cerca de 89% do total de indivíduos

que desempenham esta função dentro da instituição.

Os radialistas eram todos do sexo masculino, com idade entre 31 e 60

anos.

Idade Freqüência (n=8) (%)

30 ┤49 2 25

40 ┤49 3 37,5

50 ┤60 3 37,5

Tabela 1: Distribuição de freqüências: Idade dos radialistas

A Figura 10 nos mostra a distribuição da População quanto ao tempo de

atuação profissional.

Figura 15:

Tempo de atuação profissional

Quanto ao tempo de atuação profissional (questão 3) revelou que: 12,5 %

dos entrevistados relataram estar atuando como radialista a menos de cinco anos; 12,5%

entre 5 e 10 anos; 25% entre 10 e 15 anos e 50% há mais de 20 anos. Isto evidenciou um

número mais elevado no que se refere aos radialistas com maior tempo de atividade

profissional, acima de 20 anos de profissão.

Investigou-se a ocorrência de queixa de dores nos últimos quatro meses, por

parte dos radialistas (questão 9). Em caso de afirmação, perguntou-se ainda se o indivíduo

procurou atendimento médico (questão 10) ou foi afastado do seu posto de trabalho por

causa do problema (questão 11).

O número total de radialistas acometidos por dores nos últimos quatro meses

foi de seis (6), o que corresponde a 75% dos entrevistados, e 25% não referiram dores.

Com relação à procura de atendimento médico indagada, apenas dois dos entrevistados

relatam ter procurado atendimento médico por causa das dores. Apenas um dos

entrevistados teve que ser afastado temporariamente da atividade devido esta queixa de

dor.

12,5%

12,5%

25,0% 50,0%

0-5 anos

5-10 anos

10-20 anos

Mais de 20 anos

Page 13: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

Com relação à localização e intensidade das dores, indicada pelos

entrevistados, através do diagrama de desconforto corporal (APÊNDICE IV), os dados

obtidos estão representados na Tabela 2.

Localização da dor Distribuição das queixas de dores.

N %

Coluna Cervical 5 35,7

Coluna lombar 3 21,4

Coluna Dorsal 2 14,3

Ombros 2 14,3

Punho 1 7,1

Panturrilha 1 7,1

Tabela 2: Distribuição das queixas e localização das dores

De acordo com os resultados demonstrados sobre a região de incidência e

localização das dores corporais, referentes à questão 9 do questionário (APÊNDICE III)

e o diagrama de CORLETT (APÊNDICE IV), é possível observar que foram registrados

seis principais focos onde estariam localizadas as dores, sendo que, 35,7% da dor está

localizado na região cervical; 21,4% na região lombar da coluna; 14,3 % na coluna dorsal;

14,3% nos ombros; 7,1% nos punhos e 7,1% na panturrilha, do tipo formigamento. (Tabela

2).

Já quanto à intensidade das dores, localizada no diagrama de desconforto corporal

(APÊNDICE IV), foi constatado que 66,6% referem dor moderada; 21,1% dor leve; 6,7%

dor leve; e 6,7% dos entrevistados relatam sentir “formigamento” em determinadas áreas

do corpo (Figura 20).

Figura 11: Intensidade das dores relatadas pelos radialistas

Por perguntou-se aos radialistas sobre quais as sugestões que poderiam ser dadas

para a melhoria das condições de trabalho (questão 14). A principal sugestão indicada

pelos funcionários foi à mudança da cadeira utilizada durante a gravação dos programas

(75%), referindo-se ao acento desconfortável. Porém 12,5% queixaram-se da temperatura

(frio) dentro do estúdio e da direção do ar condicionado, pois segundo queixas, a

temperatura e o vento provocam o ressecamento e irritação das cordas vocais. Outro

6,7%

66,6%

20,1%

6,7%

Dor intensa

Dor moderada

Dor Leve

Formigamento

Page 14: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

aspecto sugerido foi o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar para o

desenvolvimento da melhoria das condições de trabalho e prevenção de doenças

ocupacionais.

Análise dos Dados Obtidos pelo Método REBA.

De acordo com as observações, filmagens, fotos e anotações realizadas no ambiente de

trabalho, além do preenchimento das informações na ficha de avaliação do Método REBA

(APÊNDICE V), quatro principais posturas foram identificadas durante a jornada de

trabalho destes profissionais.

As posturas identificadas foram denominadas como:

Postura 1 - Leitura dos anúncios e cartas.

Postura 2 - Utilização do computador.

Postura 3 - Alcance dos objetos sobre a mesa.

Postura 4 - Postura durante os Intervalos dos programas.

A postura mais utilizada entre todas as atividades desenvolvidas pelos radialistas, foi a

Postura 1, podendo ser descrita da seguinte forma:

Indivíduo sentado e com apoio bilateral para os pés; com a sustentação desta postura por

mais de quatro minutos;

Flexão de tronco entre 20º - 60º, com presença de torção ou inclinação lateral;

Flexão do pescoço maior que 20º, com rotação ou inclinação lateral;

Braços fletidos entre 20º e 45º, estando abduzidos e ombros elevados;

Antebraços fletidos, formando um ângulo maior que 100º com o eixo longitudinal;

Punhos fletidos entre 0º e 15º;

A pontuação final revelada pelo método REBA, para esta postura, foi de 9 pontos. A

postura 1, foi classificada, como postura de alto risco.

As posturas 2 e 3, somam eventos bastante visualizados durante o trabalho em estudo,

seus resultados são bastante similares, a diferença detectada apareceu no final da análise

que avalia a sustentação da postura estática por mais de 4 minutos, em conseqüência disto,

a postura 2, somou um ponto no score final, totalizando 7 pontos, enquanto a postura 3,

somou 6 pontos. Ambas posturas foram categorizadas como de risco médio, segundo a

avaliação REBA.

As posturas 2 e 3, foram descritas assim:

Indivíduo sentado e com apoio bilateral para os pés; com a sustentação desta postura por

mais de quatro minutos (Postura 2) ou não (Postura 3), sob ação de cargas inferiores a 5

kg;

Flexão de tronco entre 20º – 60º, com presença de torção ou inclinação lateral;

Flexão do pescoço entre o e 20º, presença de rotação;

Braços fletidos entre 20º e 45º, somado a elevação de ombros.

Antebraços fletidos formando um ângulo maior que 100º com o eixo longitudinal;

Punhos fletidos entre 0º e 150;

A postura 4, obteve a menor pontuação, igual a 4 pontos. Apesar de esta ser a postura

detectada com menor pontuação, é a menos freqüente, e sugere uma postura de repouso,

isto é, neste instante o radialista está no intervalo dos programas, sentado na cadeira,

Page 15: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

esperando o recomeço das atividades. Neste instante, esta postura foi categorizada também

como de risco médio, motivada principalmente pela adoção de uma postura estática

sustentada por mais de 4 minutos. A descrição da Postura 4, foi:

Indivíduo sentado, pés apoiados bilateralmente, sustentação desta postura por mais de

quatro minutos, submetidos à ação de uma força ou carga menor que 5 kg;

Flexão de tronco entre 0º e 20º, presença de torção ou inclinação lateral;Flexão do

pescoço apresentando um ângulo entre 0º e 20º, presença de rotação ou inclinação lateral;

Braços fletidos entre 0º e 20º, e com apoio;

Antebraços fletidos entre 60º e 100º;

Punhos fletidos entre 0º e 15º.

As quatro posturas identificadas durante os procedimentos, foram analisadas, sendo que

sua categorização baseou-se nos itens contidos na Ficha de Avaliação do Método REBA. O

resultado final deste estudo revelou que, das quatro posturas analisadas três delas, as

Posturas 2, 3, 4 foram categorizadas como de risco médio, já a postura 1, foi categorizada

como sendo de alto risco para o surgimento de lesões do sistema músculo esquelético

destes trabalhadores.

Figura 12: Posturas adotadas pelos radialistas durante a jornada de trabalho

5. Discussão dos Resultados .

Os resultados obtidos nesta pesquisa revelaram a incidência de posturas que podem

desencadear distúrbios posturais nos profissionais radialistas, além disto, foram detectados

sinais e sintomas que justificariam as conseqüências das posturas que representam riscos

ao sistema músculo esquelético destes trabalhadores.

Page 16: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

De fato há um consenso na literatura de que um número cada vez maior de

trabalhadores das mais diversas áreas profissionais, entre elas os radialistas, vem sendo

acometidos por dores na região das costas decorridos das atividades de trabalho. Os dados

obtidos pela aplicação do Método REBA na avaliação postural, confirmou estes resultados

demonstrando a necessidade das modificações a serem tomadas no ambiente de trabalho

destes trabalhadores. O trabalho destes profissionais, se assemelha a outras atividades

como o secretariado, bancários, cobradores de ônibus, etc., já que, caracteriza-se

basicamente pela a adoção de posturas estáticas (sentadas), e pela manutenção desta

postura por longos períodos.

Através do estudo das imagens captadas e das observações realizadas, durante as

várias visitas na Rádio Rural de Santarém, foi possível detectar quatro principais posturas

mais freqüentes entre os radialistas. As quatro posturas foram categorizadas como sendo de

risco médio e alto, segundo o Método REBA, dessa forma, confirmou-se a suspeita que

apesar do trabalho de radialista ser aparentemente “leve”, tendo em vista que, não se

executam movimentos estafantes, repetitivos e de suspensão de cargas, mesmo assim está

propensa ao surgimento de lombalgias e cervicalgias, como foi observado na investigação

dos sinais e sintomas.

Quanto aos sintomas detectados, 71,4% (n=14), estão relacionados à coluna

vertebral, a região cervical obteve o maior índice de queixas (31%), dessa forma, é

possível comparar a análise deste dado aos estudos de Viel e Esnalt (2000), quando

afirmam que, a postura inadequada da cabeça, principalmente a inclinação da coluna

cervical, nas tarefas de trabalho impõe um consumo de energia muscular demasiado

considerável da região cervical, o que podem desencadear processos álgicos como

cervicalgias e cervicobraquialgias.

Com relação à intensidade das dores, é possível relacioná-las aos riscos

ocupacionais. A maioria das queixas de dores foi classificada como moderadas e leves 72,9

% (N=14), confirmando-se dessa forma, a necessidade intervenção ergonômica, resultante

da avaliação de risco médio proposta pelo método objetivo em questão.

A postura 1, a mais freqüente durante o trabalho, foi classificada como de alto risco,

o método de Hignett e Mccattmey (2000), deve ser realizada um intervenção ergonômica

imediata. A postura de número 4 é a menos freqüente, esta postura está relacionada aos

momentos de intervalos dos programas, neste instante, atividades como atender

telefonemas, são comuns, esta postura estática, mesmo atingindo a menor pontuação (4

pontos), ainda atinge o limiar da pontuação referente a categorização de risco médio.

O questionário sobre a pesquisa dos sinais e sintomas e aspectos de organização do

trabalho, procurou identificar quais foram os principais sintomas apresentados pelos

trabalhadores, além da observação quanto à presença de fatores de risco ambientais como

os mobiliários, e hábitos de vida e de trabalho, elementos estes que podem ou não estar

relacionados com o surgimento das dores nas costas por parte dos trabalhadores, como

propôs Peres (2002), quando ressalta que os sintomas podem ser de característica

multifatorial ou variam conforme as condições físicas ou de treinamento profissional.

Com relação ao ambiente de trabalho e o mobiliários utilizados, também estão entre

fatores que podem desencadear algias existentes na coluna vertebral, segundo Chafin

(2001), a altura, a inclinação do assento, a posição, forma e inclinação do encosto, a

presença de outros tipos de apoio (cotovelo e coluna dorsal) influenciam na postura, sendo

assim, foi constatado que o acento utilizado pelos trabalhadores é inadequado.

Page 17: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

Em estudos propostos por Viel e Esnalt (2000), a “cadeira ideal” deveria conter

algumas características básicas, como: Encosto para a coluna lombar e dorsal,

acolchoamento para apoio isquiático, deve ser giratória, caso o trabalho exige posturas em

torção, deve ter apoio para os braços, sendo assim, a cadeira utilizada no estúdio da rádio,

não se enquadra neste perfil, muito pelo contrário, é desconfortável e contribui

significativamente para a adoção de posturas cifóticas, que segundo Rio e Pires (2001)

provocam aumento da compressão dos discos intervertebrais, fadiga e dores na região

lombar e cervical.

Analizando as posturas mais freqüentes para o trabalho de radialistas, que foram

caracterizadas basicamente por adoção de posturas sentadas, estáticas e com execução de

movimentos em rotação de tronco e pescoço, além de abdução e elevação de ombros,

percebe-se que a utilização de acentos adequados são indispensáveis para a melhoria das

condições de trabalho destes indivíduos, já que as funções da cadeira (rotação, apoio para

os braços e coluna, acolchoados para isquiático e lombar), auxiliariam e proporcionariam

um melhor conforto ao indivíduo a realizar suas tarefas durante seu trabalho. A partir dos

autores citados, podemos correlacionar os dados desta pesquisa na qual demonstrou

claramente a alta incidência de distúrbios posturais dos profissionais radialistas em função

de sua atividade ocupacional.

6. Conclusão

A compreensão dos conhecimentos da biomecânica corporal se faz necessária para

entender os mecanismos de defesa da fadiga muscular e conseqüentemente dos distúrbios

posturais relacionados ao trabalho nas mais diversas áreas, em especial, dos radialistas, que

mesmo submetidos a cargas leves, sofrem de algias, principalmente na coluna e

constrangimentos posturais.

A realização de posturas estáticas por tempo prolongado, associado à flexão e

rotação de tronco, abdução e elevação de ombros, freqüentemente utilizada por esses

profissionais, somado ao desconforto provocado por imóveis inadequados, como a cadeira

utilizada dentro do estúdio de gravação, por exemplo, podem ser fatores desencadeadores

de algias na coluna, que segundo a literatura, estão enquadradas como Distúrbios

Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).

De acordo com a avaliação postural pelo Método REBA, pôde-se constatar que das

posturas mais adotas por estes trabalhadores, a maioria delas 75% (N=4), enquadraram-se

na categoria de risco médio. A pesar de este método apresentar alguma deficiência em suas

aplicações por não permitir a análise de outros fatores como, riscos ambientais, fatores

intrínsecos etc, este método, propõe-se à identificação da gravidade das posturas assumidas

sugerindo providências a serem tomadas nas posturas e situação de trabalho, o que é de

extrema importância para a saúde do trabalhador.

Dentre as providências a serem adotadas, inicialmente, deve-se executar um trabalho

de educação e conscientização, no intuito de se corrigir as posturas em questão, orientando

esse trabalhador sobre a importância de se manter uma postura correta, melhor utilização

dos equipamentos (telefone, cadeira, microfone), dicas sobre a organização das atividades.

Medidas educativas como estas, com certeza, ajudarão a conscientizar os funcionários,

sobre como pode ser possível diminuir os risco de dores nas costas.

Através dos resultados dessa pesquisa podemos enumerar algumas recomendações,

que farão parte da intervenção ergonômica, que foi um dos objetivos desta pesquisa, tendo

Page 18: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

em vista que, até este momento, conseguimos diagnosticar quais foram os principais

fatores de risco ao acometimento das DORT, por parte dos radialistas da Rádio Rural de

Santarém:

1. Utilização de atividade física regularmente;

2. Evitar a permanência de posturas, principalmente sentada, por tempos

prolongados.

3. Alongamentos específicos (peitorais, coluna cervical, cintura escapular e membros

superiores) antes atividades do início das atividades, não só dos programas, mas também

da produção e edição dos mesmos.

4. Nos intervalos entre a programação, promover a mudança de posição, se for

possível realizar a seqüência de alongamentos recomendada, na posição em pé, exercitando

dessa forma a musculatura corporal.

5. Manutenção de um ambiente de trabalho agradável e organizado, para que se evite

torções e inclinações do tronco para alcance de objetos desorganizados sobre a mesa.

6. Acompanhamento de uma equipe multiprofissional (médicos, fisioterapeutas,

enfermeiros, etc) para tratamento de sintomas já existentes e prevenção de futuras

complicações.

7. Reuniões Periódicas com funcionários mais profissionais da saúde visando à

promoção de palestras sobre ergonomia e temas ligados a saúde, para que se possa

continuar reforçando a conscientização de como se pode ter um ambiente de trabalho mais

confortável e seguro.

7. Referências Bibliográficas.

ABNT Digital. “Normas Técnicas para trabalhos científicos”. Disponível em www.abnt.com.br, acessado

em novembro de 2007.

CARVALHO, D. C. de e PANTOJA A.L.B, Fisioterapia preventiva nas lesões por esforços repetitivos /

Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT) em trabalhadores de escritórios. 1999. 82f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – curso de graduação em Fisioterapia,

Universidade do Estado do Pará, Belém, 1999.

DELIBERATO, Paulo C. P. Fisioterapia preventiva: fundamentos e aplicações. São Paulo: Manole,

2002.

FERREIRA, Aurélio Buarque, Mini-dicionário da língua portuguesa, 4a

Edição, Ed. Nova Fronteira Rio

de Janeiro.2000.

GIROUX, B.;LAMONTAGNE, M, Net shoulder joint moment end musular activity during light weight

handling at different displacements and frequencies. Ergonomics, 35. p.385-403, 1992.

GUIMARÃES, Carla P.; Revisão dos métodos de análise ergonômica aplicados ao estudo dos DORT em

trabalho de montagem manual, Artigo publicado na Revista Produto & Produção v.3 p. 63-75, março de

2004.

Page 19: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

LECH, Osvandré, PEREIRA, T.I. Prevenindo a LER: Técnicas para evitar a ocorrência de lesões por

esforço repetitivo. Ver.. Proteção, n.63, p. 53, 1997.

LIDA, I. Ergonomia: Projeto e produção. São Paulo. Ed. Edgar Bluter ltda, 4a Ed. 1997.

HIGNETT, S.;McTAMNEY, L. Rapid Entire Body Assessment (REBA). Applied Ergonomics, (31), p.

201-205, 2000.

PERES, Celeide P.A., Estudo Das Sobrecargas Posturais em Fisioterapeutas: Uma Abordagem

Biomecânica Ocupacional. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis

– SC. 2002.

Revista Produto & Produção, Revisão dos Métodos de analise Ergonômica aplicados ao Estudo dos

DORT, em trabalho de montagem manual. Carla Patrícia Guimarães, Volume 7, n.1, p. 63-75, março de

2004.

“Saúde do Trabalhador segundo a Organização Mundial da Saúde”. Disponível em

www.oms.com/saudedotrabalhador, acessado em 10 de junho de 2007.

VIEL, É. ; ESNAULT, M. Lombalgias e Cervicalgias da Posição Sentada. Sã

WISNER, A. Ergonomia e condiciones de trabajo. Buenos Aires, Humanitas, 1987.

ZENTGRAF, Maria C. Docência do Ensino Superior: Metodologia Científica. Universidade Castelo

Branco. Rio de Janeiro 2006.

Page 20: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

APÊNDICE I

AUTORIZAÇÃO

Autorizo a coleta de dados (filmagem e entrevista) referente ao trabalho de

conclusão de curso TCC, intitulado: UTILIZAÇÃO DO MÉTODO RAPID ENTIRE BODY

ASSECEMENT (REBA), ASSOCIADO À DIAGRAMA DE LOCALIZAÇÃO DE SINTOMAS

E ASPECTOS ORGANIZACIONAIS DO TRABALHO, PARA AVALIAÇÃO DE RISCOS

OCUPACIONAIS EM RADIALISTAS. De autoria do acadêmico do curso de graduação

em fisioterapia da Universidade do Estado do Pará, Wanderson Augusto Oliveira de

Almeida sob orientação do Prof. Ms Alexandre R B Oliveira da mesma instituição,

Concordo também com a publicação ou divulgação dos resultados obtidos,

mediante previa apresentação dos resultados do trabalho, ficando a cargo do diretor da

empresa a decisão de vetar ou não tal autorização. Este documento também garante à

obrigatoriedade dos autores a citação do nome da instituição bem como os locais de

realização do trabalho.

Santarém, 01 Outubro de 2007.

______________________________________________

Diretor da Radio Rural de Santarém

Page 21: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

APÊNDICE I

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ.

CURSO DE FISIOTERAPIA.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.

Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa entitulada

“UTILIZAÇÃO DO MÉTODO RAPID ENTIRE BODY ASSECEMENT (REBA),

ASSOCIADO À DIAGRAMA DE LOCALIZAÇÃO DE SINTOMAS E ASPECTOS

ORGANIZACIONAIS DO TRABALHO, PARA AVALIAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS

EM RADIALISTAS”. que será apresentada a instituição acima citada, após a elaboração de um

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para obtenção do titulo de graduação em Fisioterapia.

Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo,

assine ao final deste documento. Em caso de recusa você não será penalizado(a) de forma

alguma.

Eu, ____________________________________________,abaixo assinado, concordo em participar do estudo “Analise das Posturas adotadas pelos Radialistas da Rádio Rural da cidade de Santarém: Utilização do método Rapid Entire Body Assecement (REBA) de Avaliação Postural associado à aplicação de Questionário para a localização de Sintomas e Aspectos Organizacionais do Trabalho”, como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pelos pesquisadores responsáveis, Wanderson Augusto Oliveira de Almeida (acadêmico do 5º Ano de Fisioterapia) e Alexandre Dica (Professor Mestre e Fisioterapeuta orientador da pesquisa) sobre a pesquisa e os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/ assistência.

Santarém, 02 de Maio de 2007.

Assinatura: _______________________________ ____________________________________

Page 22: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

AXEXO I

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CURSO DE FISIOTERAPIA

QUESTIONÁRIO DE SINTOMAS E ASPECTOS DA ORGANIZACÃO DO TRABALHO

1. Nome________________________________________________________

2. Sexo ( )masculino ( ) feminino;Idade___ Peso___ Altura___________

3. Há quanto tempo (ano e meses) trabalha como radialista?

_______________________________________________________________

4. Quantas horas compõem sua jornada de trabalho?_____________________

5. Alem de radialista você exerce outra atividade? ( )Sim ( ) Não

Qual?__________________________________________________________

6. Você realiza horas extras? ( ) Sim ( ) Não

Quantas por mês? ________________________________________________

7. Você interrompe o trabalho para ir ao banheiro ou beber água sempre que necessite? (

) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

8. Você sente dormência, formigamento, queimação, ou dores?

( ) Sim ( ) Não. Em que parte do corpo? ___________________________

9. Você sentiu dores nos últimos 4 meses? ( ) Sim ( ) Não

Caso afirmativo assinale na figura (verso) os locais onde sentiu dor.

10. Você já consultou um médico devido a esse problema? ( ) Sim ( ) Não

11. Você já ficou afastado do trabalho por este problema? ( ) Sim ( ) Não

12. Você realiza algum tipo de atividade física, ou laboral? (caminhadas, alongamentos,

exercícios físicos)? Qual?______________________________

13. Descreva como você se sente ao final de um dia de

trabalho:_______________________________________________________

14. Você tem alguma sugestão para melhorar o seu

trabalho?________________________________________________________________

_______________________________________________________

Page 23: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

ANEXO II

DIAGRAMA PARA LOCALIZAÇÂO E INTENSIDADE DAS DORES.

Page 24: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

ANEXO III

AVALIAÇÃO RÁPIDA DO CORPO – REBA.

Postura:___________________________________ Freqüência:____________________________

GRUPO A

GRUPO B

Postura/Segmento

Score Total Postura/Segmento Score total

TRONCO

BRAÇOS

D

E

Erguido

1

+ 1

Se existe flexão

lateral ou torção

do tronco.

Flexão: 0 – 20o

Extensão: 0 – 20o

1

O braço abduzido ou

rotação: +1

O ombro elevado:

+1

Apoio aos braços e

postura a favor da

gravidade: - 1

Flexão: 0 – 20o

extensão: 0 – 20o

2

Flexão: 20 – 45o

Extensão: > 20 o

2

Flexão: 20 – 60o

extensão: > 20 o

3

Flexão: 46 - 90o

3

Flexão: > 90o

4

Flexão: > 60o

4

PESCOÇO

ANTEBRAÇO

Flexão: 0 – 20o

1

+1

Existe torção/

inclinação lateral

do pescoço

Flexão: 60 - 100o

1

Sem ajustes

Flexão: > 20o

Extensão: > 20 o

2

Flexão: < 60o

Flexão: > 100 o

2

Page 25: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações

PERNAS

PUNHOS

Suporte bilateral, andando ou

sentado.

1

Posição sentada:

0

flexão de joelhos

30 – 60 O

: + 1

flexão de joelho

> 60 O

: + 2

Flexão: 0 - 15o

Extensão: 0 - 15 o

1

Existe torção ou

desvio lateral do

punho: +1

Flexão: > 15o

Extensão: > 15 o

2

Suporte unilateral, suporte

temporário ou

Postura instável

2

Pontuação

da tabela A

Pontuação

da tabela B

Força/carga. Tipo de pegada

< 5 kg 0 força aplicada

bruscamente: +1.

Boa 0

Sem ajustes

5 – 10 kg 1 Regular 1

> 10 kg 2 Ruim 2

Instável 3

Pontuação Final de A

Tipo de atividade Muscular

Pontuação

Final para B

D E

Uma ou mais partes do corpo permanecem

estáticas.

+1

PONTUAÇÃO C

Produzem-se movimentos repetitivos

+1

Pontuação do Tipo de atividade

Adotam-se posturas instáveis.

+1

Avaliação final

REBA

Page 26: Utilização do método rapid entire body assecement …portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/132_-_UtilizaYYo_do_mYtodo... · psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe as organizações