intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé...

13
1 Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé diabético: Revisão Literária Wilgria Mércia Palheta de Sousa 1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional Faculdade Faipe Resumo O pé diabético é a complicação mais frequente do diabetes mellitus, caracterizando-se como a principal causa de amputação não traumática dos membros inferiores. Objetivo deste estudo é descrever a importância da intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera no pé diabético. A metodologia do estudo consistiu-se de uma revisão literária em manuais de saúde pública, Consenso, monografias, teses, periódicos em revistas científicas em português publicados na base de dados da Biblioteca virtual de Saúde/BVS, LILACS, MEDLINE, PUBMED e SciELO, publicados no período de 2005 até primeiro semestre de 2015. Discussões: Durante a pesquisa literária realizada, somente foram identificados dois estudos científicos nos últimos dez anos que incluíssem a atuação ou intervenção fisioterapêutica na prevenção da úlcera no pé diabético, o único artigo foi por Barros et al. (2012 e outro desenvolvida por Mendonça et al. (2011), percebeu-se poucos estudos sobre a intervenção fisioterapêutica que se faz necessário como intervenção na atenção primária de saúde. Concluí-se que após a análise dos estudos pesquisados, a intervenção fisioterapêutica na atenção primária se faz necessária e indispensável, na prevenção das úlceras em pé diabético, redução nas internações hospitalares recorrentes e gastos públicos, amputações e sequelas irreversíveis aos portadores de DM. Palavras-chave: Fisioterapia; úlcera; pé diabético. 1. Introdução A diabetes mellitus (DM) tem vindo a aumentar consideravelmente na população portuguesa devido a diversos fatores. Dados referentes a 2010 (Observatório Nacional da Diabetes, 2012) apontam para uma prevalência de 12,4% na população portuguesa com idades entre os 20 e os 79 anos, mas a taxa de prevalência da diabetes diagnosticada situa-se entre os 6,3% e os 7,3% na população portuguesa. Uma das complicações mais graves que ocorre com frequência nos diabéticos é o pé diabético, com responsabilidade em cerca de 70% das amputações realizadas por causas não traumáticas (Ministério da Saúde. Direção Geral da Saúde, 2011 a ). Embora grave e relativamente frequente nos diabéticos, esta complicação pode ser prevenida se profissionais 1 Pós-graduando em Fisioterapia em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual. 2 Orientadora: Fisioterapeuta. Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Mestranda em Bioética e Direito em Saúde.

Upload: lythien

Post on 19-Jul-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé ...portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/98/153-IntervenYYo_fisioterap... · Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional

1

Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé diabético:

Revisão Literária

Wilgria Mércia Palheta de Sousa1

[email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia2

Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional – Faculdade Faipe

Resumo

O pé diabético é a complicação mais frequente do diabetes mellitus, caracterizando-se como

a principal causa de amputação não traumática dos membros inferiores. Objetivo deste

estudo é descrever a importância da intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera no

pé diabético. A metodologia do estudo consistiu-se de uma revisão literária em manuais de

saúde pública, Consenso, monografias, teses, periódicos em revistas científicas em português

publicados na base de dados da Biblioteca virtual de Saúde/BVS, LILACS, MEDLINE,

PUBMED e SciELO, publicados no período de 2005 até primeiro semestre de 2015.

Discussões: Durante a pesquisa literária realizada, somente foram identificados dois estudos

científicos nos últimos dez anos que incluíssem a atuação ou intervenção fisioterapêutica na

prevenção da úlcera no pé diabético, o único artigo foi por Barros et al. (2012 e outro

desenvolvida por Mendonça et al. (2011), percebeu-se poucos estudos sobre a intervenção

fisioterapêutica que se faz necessário como intervenção na atenção primária de saúde.

Concluí-se que após a análise dos estudos pesquisados, a intervenção fisioterapêutica na

atenção primária se faz necessária e indispensável, na prevenção das úlceras em pé

diabético, redução nas internações hospitalares recorrentes e gastos públicos, amputações e

sequelas irreversíveis aos portadores de DM.

Palavras-chave: Fisioterapia; úlcera; pé diabético.

1. Introdução

A diabetes mellitus (DM) tem vindo a aumentar consideravelmente na população portuguesa

devido a diversos fatores. Dados referentes a 2010 (Observatório Nacional da Diabetes, 2012)

apontam para uma prevalência de 12,4% na população portuguesa com idades entre os 20 e os

79 anos, mas a taxa de prevalência da diabetes diagnosticada situa-se entre os 6,3% e os 7,3%

na população portuguesa.

Uma das complicações mais graves que ocorre com frequência nos diabéticos é o pé

diabético, com responsabilidade em cerca de 70% das amputações realizadas por causas não

traumáticas (Ministério da Saúde. Direção Geral da Saúde, 2011a). Embora grave e

relativamente frequente nos diabéticos, esta complicação pode ser prevenida se profissionais

1Pós-graduando em Fisioterapia em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual. 2Orientadora: Fisioterapeuta. Especialista em Metodologia do Ensino Superior. Mestranda em Bioética e Direito

em Saúde.

Page 2: Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé ...portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/98/153-IntervenYYo_fisioterap... · Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional

2

de saúde intervierem de forma adequada na avaliação e diagnóstico precoce de possíveis

ulcerações e os diabéticos aderirem às medidas preventivas.

De acordo com as recomendações da Associação Americana do Diabetes – ADA, são

necessárias a formação e a atuação de uma equipe multiprofissional como condição decisiva

para favorecer os cuidados aos portadores do DM, de forma a permitir melhor qualidade de

vida para estes indivíduos. Poucos estudos relatam a atuação da Fisioterapia na avaliação

preventiva de diabéticos, fato este que pode ser justificado, pois as práticas fisioterapêuticas

ainda se centram no processo curativo das enfermidades, apesar de as diretrizes da

Fisioterapia determinarem também a atuação desse profissional no âmbito da prevenção

(SAMPAIO, 2002).

Atualmente, a literatura (Reiber, 2002) tem comprovado que o diagnóstico precoce das

alterações decorrentes do DM, associado ao tratamento oportuno e ao bom cuidado com os

pés, pode prevenir complicações. Considerando o prognóstico desta população desenvolver

lesões incapacitantes em decorrência do atraso no diagnóstico das complicações associadas ao

DM. Objetivo deste estudo é descrever a importância da intervenção fisioterapêutica na

prevenção de úlcera no pé diabético.

2. Fundamentação teórica

2.1. Anatomia e Fisiologia Da Pele

A pele é constituída por duas camadas primárias fundidas, a epiderme e a derme, e uma

camada de tecido subcutâneo.

A epiderme é a camada mais externa da pele, é fina e avascular (sem vasos e sem sangue),

costuma regenerar-se em 4 a 6 semanas. É constituída por várias camadas de células

organizadas, com suas subcamadas, o estrato córneo, mais externo, o estrato lúcido, o estrato

granuloso, o espinhoso, e camada mais externa, o estrato germinativo ou cauda de células

basais como refere (IRION, 2005, p. 4). Suas funções básicas são manter a integridade da pele

e atuar como barreira física.

A derme é muito mais espessa do que a epiderme, mas não tem uma organização tão regular.

Essa camada contém vasos sanguíneos, folículos pilosos, vasos linfáticos, glândulas sebáceas

e sudoríparas. No interior da derme existem fibroblastos que são responsáveis pela formação

de colágeno, substância matricial, proteínas e de elastina, esta última é responsável pelo

rechaço cutâneo e o colágeno pela resistência da pele, sendo que feixes de colágenos ligam a

derme ao tecido subcutâneo e às estruturas de suporte subjacente, como fáscia, músculos e

ossos. Sua função é de oferecer resistência, suporte, sangue e oxigênio à pele.

O tecido subcutâneo é composto de tecidos adiposo e conjuntivo, além de grandes vasos

sanguíneos, nervos e vasos linfáticos. A gordura subcutânea é responsável pelo isolamento

térmico e pelo acolchoamento das protuberâncias ósseas. Por isso, indivíduos emagrecidos

estão propensos a um risco elevado de úlceras de pressão devido à falta de tecido mole entre a

pele e as protuberâncias ósseas.

A espessura da epiderme, derme e do tecido subcutâneo, variam entre diferentes pessoas e

partes do corpo.

A pele é o maior órgão do corpo, constituindo cerca de 10% do peso corpóreo. Está sempre

exposta a agressões físicas e mecânicas, que podem levar a conseqüências físicas permanentes

ou não. Suas funções são de proteção, sensibilidade, termorregulação, excreção, metabolismo

e imagem corporal, conforme Hess (2002).

Page 3: Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé ...portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/98/153-IntervenYYo_fisioterap... · Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional

3

Figura 01 – Anatomia da pele

2.2. Diabetes Mellitus (DM) e o Pé diabético

O DM caracteriza-se por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo dos

carboidratos, lipídios e proteínas. Embora na literatura existem vários conceitos de diabetes,

segundo a recente publicação do Comitê Internacional de Especialistas, que trabalhou sob o

patrocínio da ADA, Diabetes mellitus foi definido como um grupo de doenças metabólicas

caracterizado por uma hiperglicemia resultante de defeitos na secreção de insulina, na ação da

insulina ou em ambas. Este quadro de hiperglicemia crônica está associado, após longos

períodos, ao prejuízo e à falência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, coração

e vasos sanguíneos (ADA, 2009).

O pé diabético é caracterizado por lesões ulcerativas que o paciente pode apresentar em seus

pés, causadas pela neuropatia periférica dos membros e agravadas pelas alterações

circulatórias decorrentes da micro e macroangiopatia (SPOLLETT, 1998; LEVIN; O’NEAL,

2001; FRYKBERG et al., 2006). Essas lesões, geralmente, apresentam contaminação por

bactérias Gram-positiva (G+) nos tecidos superficiais e bactérias Gram-negativas (G-) nos

tecidos profundos como Echerchia Coli, Pseudomonas aeruginosas, Proteus sp e Neisseria

gonorrheae. Infecções extremamente invasivas e de caráter mionecrótico estão associadas às

bactérias anaeróbicas como Clostridium perfrigens e Bacteroides fragilis, responsáveis por

um quadro clínico de prognóstico reservado, amplamente relacionado à amputação dos

membros ou segmentos acometidos (SANTOS; NASCIMENTO, 2003).

Estima-se que 14 a 20% dos pacientes com úlceras nos pés são submetidos a uma amputação

e que 85% das amputações são precedidas de úlceras. A neuropatia diabética é um dos fatores

predisponentes mais comuns para o pé diabético e 5 a 7% dos pacientes com essa complicação

apresentam lesões nos pés (BOULTON; PEDROSA, 2006; BREM et al., 2006).

As alterações vasculares são causadoras de considerável morbidade e mortalidade. Quase

todos os tecidos são afetados, em maior ou em menor grau, em decorrência de tais alterações.

A prevalência da doença vascular periférica, em indivíduos com diabetes, é da ordem de 10%

e de 2,6% nos não diabéticos. O DM é a principal causa da cegueira adquirida: os portadores

de DM apresentam 25 vezes mais possibilidades de perder a visão do que os não diabéticos. A

doença é ainda responsável pela segunda causa de insuficiência renal terminal (KOZAK;

ROWBOTHAM; GIBBONS, 1996; GAMBA,1998).

Entre as complicações crônicas, uma das mais graves constitui as lesões nos pés, conhecidas,

na nomenclatura médica, como pé diabético. As úlceras de pé diabético ocorrem mais

Page 4: Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé ...portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/98/153-IntervenYYo_fisioterap... · Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional

4

comumente devido à neuropatia periférica e à doença vascular periférica. Estima-se que, dos

pacientes diabéticos com úlcera no pé, 60 a 70% deles tem como causa da lesão a neuropatia

periférica (STEED, 1997). De fato, a maioria dos trabalhos científicos demonstram que as

infecções em membros inferiores e as amputações são as mais importantes causas de

hospitalização, incapacidade, morbidade e mortalidade entre pacientes com diabetes

(KOZAK; ROWBOTHAM; GIBBONS, 1996; GAMBA, 1998).

O distúrbio mais comum, a polineuropatia periférica distal causa a perda da sensibilidade a

estímulos dolorosos, tácteis e térmicos, representando a maior parte das sequelas em

diabéticos. A neuropatia autonômica está intimamente ligada à diminuição da irrigação

sanguínea, que agrava as complicações diabéticas, como a anidrose, as fissuras e as

rachaduras. Além disso, os distúrbios motores ocorrem ocasionando metatarso-falangeanas e

interfalangeanas, como dedos em garra e genovalgo (FOOT care in patients with diabetes

mellitus, 1997).

A causa da doença do pé diabético pode ser infecciosa, neuropática ou isquêmica (KOZAK;

ROWBOTHAM; GIBBONS, 1996). A literatura e as pesquisas demonstram que os

portadores de DM são tecidos precariamente oxigenados no pé isquêmico são incapazes de

elaborar uma resposta imune vigorosa. Em decorrência da perda de sensibilidade, o paciente

com neuropatia pode não adotar medidas protetoras adequadas. O pé neuropático, com

alterações isquêmicas, é ainda mais vulnerável, pois, desprovido de defesas protetoras, torna-

se alvo perfeito para traumatismos e invasões bacterianas (FOOT care in patients with

diabetes mellitus, 1997).

Entre os problemas mais comuns do pé estão verrugas plantares, fissuras, infecções fúngicas

interdigitais, paroníquia, unhas encravadas e acidentes de pedicuro. Além desses, vale

ressaltar as complicações decorrentes de vesículas, calosidades e calos causados por sapatos

inadequados (KOZAK; ROWBOTHAM; GIBBONS, 1996).

A ulceração neuropática é a complicação mais séria de uma neuropatia que afeta o pé.

Embora possa ocorrer em qualquer parte da região plantar, é mais comum surgir na região

anterior dos pés especialmente no 1º e 3º espaços interdigitais metatársico. A úlcera indolor é

precedida pela formação de hiperqueratose plantar, com uma cavidade profunda subjacente.

Em geral, ocorre infecção, que pode se espalhar envolvendo os ossos metatarsianos, falanges

e tendões. O pé neuropático, apresenta coloração rósea e com discreta hipertermia, pulsos

palpáveis no tornozelo; a pele geralmente é seca, mas, às vezes, com anidrose. Ao menor sinal

de fissura na pele, hiperemia ou bolha deve ser analisado por profissionais especializados

(QUESNE, 1986; GAMBA, 1991).

Nas lesões plantares, as calosidades costumam causar maceração dos tecidos subcutâneos

com extravasamento de sangue e plasma, através dos capilares, o que forma um meio propício

para a invasão bacteriana, responsável pelo desenvolvimento de abcessos e úlceras. Por conta

da perda mais suscetíveis a essa enfermidade do que os não diabéticos. De fato, os de

sensibilidade, o paciente pode não perceber a condição até que a infecção tenha se

generalizado. Às vezes, a hiperqueratinose é tão dura que a infecção invade a cápsula articular

e a cabeça metatarsiana com mais facilidade do que a calosidade, o que explica a osteomielite

que lhe é associada. O mesmo processo pode ocorrer por tumefação articular, ruptura e

absorção óssea, com fraturas e eventual cicatrização com depósitos ósseos, resultando em

articulações desorganizadas, arcos colapsados e artelhos encurtados. O pé resultante,

denominado pé de Charcot, é largo e deformado e, devido a seu contorno irregular, sujeito a

calosidades e úlceras. Ao afetar os receptores musculares, a neuropatia periférica causa atrofia

de alguns grupos musculares, na perna e no pé, resultando num tônus muscular

desproporcional nos pés e acarretando a deformidade de cavo e a queda do pé. Este quadro é

muito grave, e requer muitas vezes amputação. (BIRKE et al, 1994; FOOT care in patients

with diabetes mellitus, 1997; GAMBA, 1991; 1998).

Page 5: Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé ...portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/98/153-IntervenYYo_fisioterap... · Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional

5

Figura 02- Consenso Internacional sobre Pé Diabético, 2001.

Tipo Características

Quente, bem perfundido, vasos dorsais dilatados

Anidrose, pele seca com tendência a rachaduras e fissuras

Neuropático Arco médio elevado, metatarsos proeminentes, dedos em garra/martelo

Áreas de pressão plantar anormal (hiperqueratose) e calosidades

Susceptível a alterações articulares graves como pé de Charcot

Pé frio, com pobre perfusão, pulsos diminuídos ou ausentes

Pé isquêmico Pele fina e brilhante

Unhas atrofiadas, ausência/rarefação dos pelos

Pé neuroisquêmico Combinação dos achados neuropáticos e vasculares, com ou sem deformidades

Tabela 01: Características clínicas do pé diabético

Fisiopatologia

Vias para a ulceração no pé diabético

Page 6: Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé ...portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/98/153-IntervenYYo_fisioterap... · Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional

6

No pé diabético, a presença de neuropatia, pontos de hiperpressão plantar e diminuição do

fluxo arterial podem ocorrer simultaneamente ou não. Cada complicação aumenta a

suscetibilidade de ocorrência de úlcera (PARISI, 2003).

Não se sabe ainda se o tipo de DM influencia a existência de úlcera nos pés, porém observa-se

que a maioria das úlceras e amputações ocorrem em pacientes com DM tipo 2. A idade exerce

importante influência como também está relacionada com a maior probabilidade de

amputação (CONSENSO INTERNACIONAL SOBRE PÉ DIABÉTICO, 2001).

Os fatores etiológicos envolvidos na ulceração do pé diabético

Figura 03: Fatores etiofisiopatológicos para ulceração do pé diabético

Nota: DAP* = Doença arterial periférica

Fonte: Livro texto Endocrinologia Clínica, 3 ed, 2003.

As lesões são classificadas de acordo com sua etiologia, que pode ser de origem neuropática,

vascular ou a combinação de ambas, semelhante à classificação do pé (PARISI, 2003).

As úlceras neuropáticas resultam de fatores extrínsecos ao pé insensível, como o uso de

calçados inadequados, associados a fatores intrínsecos, como a pressão plantar aumentada.

Cerca de 55% das úlceras no pé são decorrentes da ND (CONSENSO INTERNACIONAL

SOBRE O PÉ DIABÉTICO, 2001).

O medo das complicações do diabetes, é um dos maiores temores de indivíduos com essa

doença. A educação em saúde é uma das maiores ferramentas para prevenir tais sequelas e o

profissional fisioterapeuta pode intervir na prevenção e no tratamentos dessas úlceras,

reduzindo possíveis sequelas futuras em decorrência da doença. Na Figura 04 descreve

detalhadamente a classificação de Wagner conforme o grau das úlceras no pé diabético.

Fatores etiofisiopatológicos

stress biomecânico neuropatia diabética Calçados inadequados

ÚLCERA

PÉ DIABÉTICO

DAP*

arterial Fator evolutivo

Infecção

Fator complicador

Page 7: Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé ...portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/98/153-IntervenYYo_fisioterap... · Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional

7

Classificação de Wagner

Figura 04 - Fonte: Úlceras do pé diabético Prevenção e tratamento: Um guia rápido da

Coloplast, 2013.

2.3. Intervenção Fisioterapêutica na prevenção das Complicações associadas ao

desenvolvimento do pé diabético

As lesões do pé diabético resultam da combinação de dois ou mais fatores de risco que

atuam concomitantemente e podem ser desencadeadas tanto por traumas intrínsecos como

extrínsecos, associados à neuropatia periférica (NP), à doença vascular periférica (DVP) e à

alteração biomecânica (ADA, 2010).

A NP crônica associada ao DM caracteriza-se pelo comprometimento das fibras sensitivas,

motoras e/ou autonômicas. O componente sensitivo acarreta perda gradual da sensibilidade

protetora, percepção da pressão plantar, temperatura e propriocepção. Quanto ao

componente motor, este se caracteriza por hipotrofia da musculatura intrínseca do pé, que

pode desencadear deformidades osteoarticulares e alterações na deambulação. Já o

comprometimento autonômico reduz ou suprime a sudorese dos pés, deixando-os secos e

predispostos a fissuras, além de desencadear alterações arteriovenosas (OCHOA-VIGO,

2005).

A DVP não constitui fator de risco isolado para ulcerações, mas quando associada à

neuropatia é uma das principais causas não traumáticas de amputação. Por reduzir o fluxo

de nutrientes e oxigênio ao tecido, favorece a emergência de úlceras, já que dificulta a

Page 8: Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé ...portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/98/153-IntervenYYo_fisioterap... · Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional

8

cicatrização, assim como também favorece o surgimento de processos infecciosos, graças ao

fato de que condições isquêmicas reduzem a ação da antibioticoterapia (WU, 2007).

Quanto à biomecânica da marcha, qualquer limitação dos movimentos das articulações do pé

e tornozelo podem alterá-la, ocasionando passo disfuncional (Boike, 2002). Segundo Sumpio

(2000), na neuropatia periférica, quando já existem deformidades ósseas desenvolvidas nas

cabeças metatarsianas dos pés e no antepé, estas representam áreas de excessiva pressão

durante a fase de propulsão do calcâneo e de apoio plantar no ciclo da marcha. Por causa da

perda da sensibilidade protetora, o trauma repetitivo causado pela caminhada pode não ser

percebido e, como resposta fisiológica natural, acarreta a formação de calos, o que aumentará

o risco de ulceração (PEDROSA, 1998).

A prevenção das complicações à saúde do diabético, pode ser realizada a partir de avaliações

simples e de baixo custo (Comdessonche, 2009). O fisioterapeuta está capacitado a realizar

essas avaliações, entretanto, sua prática profissional em ações de prevenção e promoção da

saúde ainda é bastante restrita e existem muitas controvérsias sobre seu real papel. A inserção

deste profissional em ações de cuidados preventivos é de grande importância para a

concretização das diretrizes de uma assistência à saúde realmente integral (BARROS, 2002).

Ao se avaliar uma pessoa com DM, enfatiza-se a prevenção das complicações nos pés e o

fisioterapeuta deve buscar a influência dos fatores que poderão estar envolvidos direta ou

indiretamente na instalação das complicações advindas do DM. Ao considerarmos os danos

motores, sensoriais e funcionais acarretados pelo diabetes, uma avaliação específica se torna

importante para que a construção do protocolo terapêutico atenda às necessidades específicas

de cada indivíduo (LELLER, 2000).

A dimensão do impacto socioeconômico causado pelas consequências da DM podem ser

evidenciada a partir dos gastos com internações prolongadas e recorrentes, os números

elevados de incapacidades físicas e sociais como perda de emprego e produtividade. Por isso

é importante concentrar esforços na procura de métodos de praticidade e eficiência de

ampliação em programas preventivos.

Uma avaliação criteriosa, acompanhamento regular, conscientização sobre os cuidados com

os pés, entre outras medidas, podem reduzir e/ ou prevenir os agravos advindos do DM. Os

aspectos coletados por meio da avaliação sugerida pelo presente estudo poderão servir para

traçar o perfil do diabético e, assim, evidenciar aqueles que apresentam maiores riscos de

desenvolverem complicações e, dessa forma, terem um acompanhamento mais adequado.

Contudo, se faz necessários o profissional esteja capacitado para realizar uma boa abordagem

na anamnese e exame físico, com uso de classificação de risco, classificação de Wagner e

protocolos para avaliação do paciente e possíveis alterações que o paciente poderá

desenvolver no futuro por causa da DM. A partir disto é que se poderão ser evidenciadas as

possíveis alterações de úlceras no pé diabético, além da prevenção, adotar condutas de

tratamentos e oferecer resolutividade quanto às complicações no pé de indivíduos diabéticos.

Entende-se que o risco de ulceração é proporcional ao número de fatores de risco, e que

estes aumentam 1,7 vezes em pessoas com diagnóstico de neuropatia periférica, subindo

para 12 vezes em pessoas com neuropatia e deformidade do pé e para 36, naquelas com

neuropatia, deformidade e amputação prévia, quando comparadas a pessoas sem fatores de

risco (SUMPIO, 2000). Na figura 05 observa-se um resumo da abordagem da úlcera do pé

diabético e na tabela 02 um protocolo de avaliação fisioterapêutica.

Page 9: Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé ...portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/98/153-IntervenYYo_fisioterap... · Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional

9

Figura 05- Consenso Internacional sobre Pé Diabético,2001.

Tabela 02 - Etapas da proposta do protocolo de avaliação fisioterapêutica para diabéticos

Dados Itens a pesquisar Materias utilizados

Etapa 1 Identificação Nome, sexo, idade, endereço,

telefone

Protocolo semiestruturado

Sociodemográficos Estado civil, ocupação,

escolaridade, renda familiar

Protocolo semiestruturado

Estilo de vida Tabagismo, etilismo, prática

de atividade física

Protocolo semiestruturado

Histórico do

diabetes e doenças

associadas

Histórico familiar, tempo de

diagnóstico, realização de tratamento

e doenças associadas

Protocolo semiestruturado

Etapa 2 Exame físico Altura, peso, IMC Fita métrica e balança

Condição

dermatológica

Úlcera, queimadura, bolha,

rachadura, calosidade, pele ressecada

/ descamativa, micose interdigital,

unha espessa / farinácea /

onicomicose

Protocolo semiestruturado

Page 10: Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé ...portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/98/153-IntervenYYo_fisioterap... · Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional

10

Tabela 04 – Fonte: Mendonça, SS; Morais, JSA; Moura, MCGG. Proposta de um protocolo de avaliação

fisioterapêutica para os pés de diabéticos Fisioter. Mov., Curitiba, v. 24, n. 2, p. 285-298, abr./jun. 2011.

Entende-se que a intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera no pé diabético depende

do exame físico do paciente e abordagem fisioterapêutica. Após diagnosticado as alterações

visibilizadas, o fisioterapeuta deverá adotar na atenção primária nesse indivíduo a orientação e

educação em saúde, definir conduta fisioterapêutica para melhorar a circulação periférica,

cuidados com os pés como a higienização, corrigir alterações biomecânicas, melhorar a

marcha do paciente, orientar calçados com palmilhas adequadas por causa da perda da

sensibilidade, deformidade óssea e do arco plantar, exercícios cinesioterapêuticos para

descarga de peso e ganho de amplitude de movimento, redução da dor e edema caso seja

diagnosticado. São infinitas ações de intervenção que o fisioterapeuta totalmente capacitado

deverá tomar como decisão para prevenção de úlcera no pé diabético e com a tal ação reduzirá

o número de indivíduos internados e amputados por causa da DM.

3. Metodologia

O presente estudo trata-se de uma revisão literária em manuais de saúde pública,

Consenso, monografias, teses, periódicos em revistas científicas em português publicados na

base de dados da Biblioteca virtual de Saúde/BVS, LILACS, MEDLINE, PUBMED e

SciELO, tendo como inclusão na pesquisa artigos relacionados ao tema proposto e como

descritores (Fisioterapia, úlcera, pé diabético), publicados no período de 2005 até primeiro

semestre de 2015. Método de exclusão foram artigos que não estavam relacionados com o

tema proposto, dos descritores, período estimado e periódicos internacionais.

Condição

circulatória

Sinais e sintomas de

comprometimento vascular e índice

tornozelo-braço (ITB)

Protocolo

semiestruturado,

esfignomanômetro,

Doppler vascular, gel de

contato

Condição

neurológica

Sensibilidade de proteção e

vibratória, refl exo aquileu, refl

exo patelar

Monofi lamento de

Semmes-Weinstein

de 10 g (5.07),

diapasão 128 Hz,

martelo de refl exo

Condição

funcional

Função muscular, amplitude

articular, testes funcionais

Protocolo semiestruturado,

goniômetro

Condição

estrutural

Alterações ósseas, tipo de

pé, pontos de pressão

Protocolo

semiestruturado, tinta,

papel

Etapa 3 Avaliação do

autocuidado

Tipo de calçado, higiene com

os pés, corte das unhas

Protocolo semiestruturado

Page 11: Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé ...portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/98/153-IntervenYYo_fisioterap... · Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional

11

4. Resultados e Discussão

Durante a pesquisa literária realizada, não foi identificado estudos científicos nos últimos dez

anos que incluíssem a atuação ou intervenção fisioterapêutica na prevenção da úlcera no pé

diabético, o único artigo foi por Barros et al. (2012) com o tema Impacto de intervenção

fisioterapêutica na prevenção do pé diabético mais próximo selecionado que relacionou de

forma direta sobre prevenção fisioterapêutica e outra foi uma pesquisa desenvolvida por

Mendonça et al. (2011), na qual foi criado um protocolo fisioterapêutico que se limitava a

investigar a aplicação do protocolo fisioterapêutico para avaliação e prognóstico de úlcera em

pé diabético. Percebe-se poucos estudos relacionando a fisioterapia na prevenção dessas

alterações que acometem os portadores da DM.

No desenvolvimento das úlceras em pé diabético está relacionado as propriedades dos

calçados adquirem relevância na função de proteger os pés de agentes lesivos externos, porém

podem constituir-se em agentes lesivos, quando extremamente estreitos, ou extremamente

folgados (Ochoa-Vigo, 2006). Um estudo (Meyer, 2001) mostrou uma recorrência de 83% de

úlceras entre pessoas com DM que usaram calçados convencionais e 27% naquelas com

calçados especialmente confeccionados. Uma vez detectada a alteração biomecânica pela

presença de calosidades ou deformidades nos pés ou amputação de dedos, calçados

terapêuticos devem ser confeccionados sob medida, juntamente com palmilhas que auxiliem a

redução e o amortecimento do efeito da tensão repetitiva (SALOME, 2009).

Alguns estudos relatam que se as condições dermatológicas dos pés estiverem

comprometidas, qualquer prejuízo na pele ou nos pés podem progredir até a instalação de uma

lesão grave, podendo atingir tecidos profundos (Gambá, 2004). Em outro estudo (Pedrosa,

1998) foram identificados como fatores desencadeantes da formação do pé diabético a falta de

higiene do pé e o corte de unhas impróprio, com uma taxa de 73,3% de indivíduos que não

possuíam um autocuidado adequado e desenvolveram complicações no pé. Essas condições

dermatológicas poderão constituir parâmetros importantes de avaliação para o fisioterapeuta,

no processo de orientação ao cuidado, permitindo-lhe determinar as intervenções básicas e

planejar as ações educativas, conforme necessidades do indivíduo.

Compreende-se que as alterações biomecânica, traumas repetitivos, higienização e cuidados

com os pés são causas diretas das úlceras em pé diabético, porém o profissional de saúde deve

prever ao portador de DM futuras lesões ocasionada por maus cuidados por causa muitas

vezes da perda da sensibilidade (neuropatias periféricas), doenças arterial periférica, doença e

doença venosa periféricas e a educação em saúde deve estar inserida nos programas de saúde

na atenção primária. O fisioterapeuta deverá estar preparado para uma boa avaliação e

conduta de tratamento em ação de saúde na prevenção das úlceras diabética, ocasionando

melhor qualidade de vida e reduzindo internações prolongadas e gastos nos cofres públicos e

incapacidade física provocada pelas amputações em pé diabético e há necessidade de mais

estudos abordando a intervenção do fisioterapeuta nesse cuidados principalmente na atenção

primária de saúde.

5. Considerações finais

O desenvolvimento socioeconômico causado pelas consequências da DM podem ser

evidenciada a partir dos gastos com internações prolongadas e recorrentes nos hospitais

públicos, os números elevados de incapacidades físicas e sociais como perda de emprego e

produtividade. Por isso se faz necessário e indispensável ações na atenção primária na

prevenção de doenças crônicas e nas doenças instaladas prevenção nos avanços e sequelas que

essas doenças provocam nos portadores de DM como úlcera no pé diabético que não tratada

leva a sequelas irreversíveis e é importante concentrar esforços na procura de métodos de

Page 12: Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé ...portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/98/153-IntervenYYo_fisioterap... · Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional

12

praticidade e eficiência de ampliação em programas preventivos, principalmente na

capacitação de profissionais e educação em saúde.

Uma avaliação criteriosa, acompanhamento regular, conscientização sobre os cuidados com

os pés, intervenção fisioterapêutica e entre outras medidas, podem reduzir e/ ou prevenir os

agravos advindos do DM.

Entretanto, a intervenção fisioterapêutica na atenção primária se faz necessária e

indispensável, na prevenção de úlcera, deformidades, alterações biomecânicas e vascular,

podendo evitar compressão, traumas repetitivos e descarga de peso em área do pé e além da

intervenção deverá ser adotado como uma ação de saúde, educação permanente ao indivíduo

portador da DM.

6. Referências

American Diabetes Association (ADA). Standards of medical care in diabetes-2010. Diabetes

Care. 2010;33( suppl 1):11-61.

ALEMANHA, CM; PRICE, P., WERVEN, WR. Úlcera de pé diabético prevenção e

tratamento: um guia rápido da Coloplast. Gary Sibbald, Canadá. 2011.

BARROS, FBM. O fisioterapeuta na saúde da população: atuação transformadora. Rio

de Janeiro: Fisiobrasil; 2002.

BARROS, MFA, MENDES, JC, NASCIMENTO, JA, CARVALHO, AGC. Impacto de

intervenção fisioterapêutica na prevenção do pé diabético. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 25,

n. 4, p. 747-757, out./dez. 2012.

BOIKE, AM, Hall JO. A practical guide for examining and treating the diabetic foot.

Cleve Clin J Med. 2002;69(4):342-8.

BOULTON, A, PEDROSA, HC. Abordagem diagnóstica, terapêutica e preventiva da

neuropatia periférica. In: Vilar L. Endocrinologia clínica. 3a ed. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan; 2006.

CAMDESSANCHE JP, JOUSSERAND G, FERRAUD K, VIAL C, PETIOT P,

HONNORAT J, et al. The pattern and diagnostic criteria of sensory neuronopathy: a

case-control study. Brain. 2009;132(7):1723-33.

Grupo de Trabalho Internacional sobre Pé Diabético. Diretrizes práticas: abordagem e

prevenção do pé diabético. Brasília: Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal;

2001.

LELLIS, VL. Avaliação, prevenção e intervenção no “pé em risco”. Diabetes Clín.

2000;4(5):371-75.

MEIJER, JWG, LINKS, TP, SMIT, AJ, GROOTHOFF, JW, EISMA, WH. Evaluation of a

screening and prevention programme for diabetic foot complications. Prosthet Orthot Int.

2001;25(2):132-8.

MILECH, Adolpho et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes-SBD. Itapevi-SP: AC Farmacêutica, 3 ed. 2009.

OCHOA-VIGO, K, PACE, AE. Pé diabético: estratégias para prevenção. Acta Paul

Enferm. 2005;18(1):100-9.

OCHOA-VIGO, K, TORQUATO, MTCG, SILVÉRIO, IAS, QUEIROZ, FA, DE-LA-

TORRE-UGARTE-GUANILO, MC, PACE AE. Caracterização de pessoas com diabetes

Page 13: Intervenção fisioterapêutica na prevenção de úlcera em pé ...portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/98/153-IntervenYYo_fisioterap... · Pós-graduação em Fisioterapia em Dermatofuncional

13

em unidades de atenção primária e secundária em relação a fatores desencadeantes do

pé diabético. Acta Paul Enferm. 2006;19(3):296-303.

MENDONÇA, SS, MORAIS, JS, MOURA, MCGG. Proposta de um protocolo de

avaliação fisioterapêutica para os pés de diabéticos. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 24, n. 2, p.

285-298, abr./jun. 2011.

PEDROSA, HC, NERY, ES, SENA, FV, NOVAES, C, FELDKIRCHER, TC, DIAS, MSO,

et al. O desafio do projeto salvando o pé diabético. Terapia em Diabetes. 1998;4(19):1-10.

REIBER, GE. Epidemiologia das úlceras e amputações do pé diabético. In: Bowker JO,

Pfeifer MA. Levin e O’Neal o pé diabético. 6a ed. Rio Janeiro: Di-Livros; 2002 . p. 13-33.

SALOME GM, BLANES L, FERREIRA LM. Capacidade funcional dos pacientes com

diabetes mellitus e pé ulcerado. Acta Paul Enferm. 2009;22(4):412-6.

SAMPAIO, RF. Promoção de saúde, prevenção de doenças e incapacidades: a

experiência da fisioterapia/ UFMG em uma Unidade Básica de Saúde. Fisioter Mov.

2002;15(1):19-23.

Sociedade Brasileira de Diabetes. Consenso brasileiro sobre diabetes: diagnóstico e

classificação do diabete mellito e tratamento do diabetes mellito tipo 2 . Rio de Janeiro:

Diagraphic; 2003.

SUMPIO, B. Foot ulcers. New Engl J Med. 2000;343 (11):787-93.

WU SC, DRIVER VR, WROBEL JS, ARMSTRO DG. Foot ulcers in the diabetic patient,

prevention and treatment. Vasc Health Risk Manag. 2007;3(1):65-76.