estudo de caso: anÁlise das condiÇÕes de higiene e...

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CACTO DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL: EDIFÍCIOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO ESTUDO DE CASO: ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO, EM OBRAS RESIDENCIAIS NO MUNICÍPIO DE ANTONINA DO NORTE-CE Maria do Socorro Vieira da Silva JUAZEIRO DO NORTE, CE 2019

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CACTO

DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL: EDIFÍCIOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO

ESTUDO DE CASO: ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE HIGIENE E

SEGURANÇA NO TRABALHO, EM OBRAS RESIDENCIAIS NO

MUNICÍPIO DE ANTONINA DO NORTE-CE

Maria do Socorro Vieira da Silva

JUAZEIRO DO NORTE, CE

2019

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Maria do Socorro Vieira da Silva

Estudo De Caso: Análise Das Condições De Higiene E Segurança No Trabalho, Em

Obras Residências No Município De Antonina Do Norte-CE

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado a Banca Examinadora do

Curso de Tecnologia da Construção Civil

da Universidade Regional do Cariri-URCA,

com habilitação em Edificações, como

requisito para conclusão do curso.

Orientador (a): Prof. Esp. Samuel Bezerra Cordeiro

JUAZEIRO DO NORTE, CE

2019

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Agradecimentos

Primeiramente, agradeço a Deus por ter me guiado, me dando força, saúde e

capacidade para chegar até o final, sempre me ajudando a superar as dificuldades.

Agradeço também a mim pela determinação em seguir em frente, lutando e

acreditando nos meus sonhos apesar de todas as dificuldades enfrentadas. Sou grata

ao meu esposo Marcos Arraes pelo companheirismo, e estar sempre do meu lado me

apoiando e me dando toda força necessária e principalmente em se permitir em fazer

parte deste sonho junto a mim. Em especial, agradeço a minha mãe, Maria Vieira,

minhas irmãs Antônia, Francisca e Lucia, e também ao meus irmãos Cicero, Damião,

Francisco e Osvaldo por acreditarem no meu sonho e lutar junto comigo por toda essa

longa caminhada, me incentivando e dando todo suporte para não desistir.

Agradeço aos meus amigos(as) por toda força dada durante os momentos

difíceis e pelas palavras de incentivos.

Agradeço aos meus colegas de curso que se tornaram grandes amigos, que

me acompanham desde do início desta caminhada, onde trocamos incentivos, forças

e determinação.

Agradeço em especial a todos os professores, pois sem vocês, não seria

possível adquirir todo este conhecimento que tenho hoje, mas em especial ao meu

Orientador, Samuel Bezerra, pela paciência, dedicação, ajuda, e principalmente por

todos os ensinamentos e lições.

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RESUMO

A construção civil é considerada um dos setores com mais empregabilidade no Brasil,

apesar do cenário de crise que perdura desde 2014. Este mercado vem reagindo a

cada ano, onde nota-se uma grande demanda de trabalhadores, fazendo com que

essa busca contribua para o aumento da precariedade nas condições do ambiente de

trabalho, o que provoca os altos índices de acidentes, incidentes e fatalidades no

trabalho. O presente trabalho buscou analisar as condições de higiene e segurança

no trabalho em canteiros de obras residências, na cidade de Antonina do Norte-CE,

quanto ao cumprimento das exigências contidas nas normas regulamentadoras sobre

o tema de estudo. Através da pesquisa, buscou-se compreender a realidade

vivenciada pelos trabalhadores no ambiente de trabalho em que desempenham suas

atividades. Inicialmente, foi feito um estudo bibliográfico das Normas

Regulamentadoras e Leis, pertinentes a essa abordagem elaborou-se questionários,

que foram aplicados, sob forma de entrevista, aos trabalhadores e responsáveis pelas

obras e também realizou-se registros fotográficos através de uma câmera de celular.

A partir do resultado dos questionamentos, elaborou-se gráficos baseados nas

respostas dadas pelos entrevistados. Então, da análise desta pesquisa, foi possível

constatar as irregularidades relacionadas à segurança no trabalho nos canteiros de

obras visitados, constatando a inexistência de Leis Municipais e a ineficiência de

fiscalização das obras como a principal causa destas anormalidades encontradas.

Palavras-chave: Segurança, Higiene, Construção Civil, NR 18

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de Antonina ............................................................................ 21

Figura 2 - 1º questão do questionário dos funcionários .................................... 26

Figura 3- Gráfico da 2ª questão do questionário dos funcionários ................... 27

Figura 4- gráfico da 3ª questão questionário dos funcionários ......................... 28

Figura 5- Gráfico da 4ª questão questionário do funcionário ............................ 28

Figura 6- Gráfico da 5ª questão do questionário do funcionário ....................... 29

Figura 7- Gráfico da 6ª questão questionário dos funcionários "A" .................. 30

Figura 8- trabalhadores usando botas e fazendo manuseio com concreto/

argamassa ........................................................................................................ 30

Figura 9- trabalhadores fazendo manuseio de concreto/argamassa ................ 31

Figura 10 - Realização de trabalhos em altura sem proteção .......................... 31

Figura 11 - Realização de trabalhos em altura sem proteção .......................... 32

Figura 12- Gráfico da 6ª questão questionário dos funcionários "B" ............... 32

Figura 13 - Gráfico da 7ª questão do questionário dos funcionários ................ 33

Figura 14- Gráfico da 8ª questão do questionário dos funcionários ................. 34

Figura 15 - Gráfico da 9ª questão do questionário dos funcionários ............... 34

Figura 16 - Gráfico da 10ª questão do questionário dos funcionários .............. 35

Figura 17 - Gráfico da 11ª questão do questionário dos funcionários .............. 36

Figura 18- Gráfico da 12ª questão do questionário dos funcionários ............... 37

Figura 19- 2ª e 3ª questão do questionário aplicado a gerência ...................... 38

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ÍNDICE DE SIGLAS

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

NR – Norma Regulamentadora

PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PCMAT – Programa de Condições e meio Ambiente de Trabalho

PDDU – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano

PPRA – Programa de Prevenção e Riscos Ambientais

UDN – União Democrata Nacional

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 8

2. JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 10

3. OBJETIVO GERAL .................................................................................... 11

3.1. ESPECÍFICOS .................................................................................... 11

4. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................ 12

4.1. Acidente de Trabalho .......................................................................... 12

4.2. Causas de acidentes na construção civil ............................................ 14

4.3. Normas Regulamentadoras................................................................. 15

4.3.1. Equipamentos de Proteção Individual .......................................... 15

4.3.2. Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional ................... 16

4.3.3. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ............................ 17

4.3.4. Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção

18

4.3.5. Programa de Condições Meio Ambiente de Trabalho .................. 18

4.4. História do Município de Antonina do Norte-CE .................................. 20

5. METODOLOGIA ........................................................................................ 22

5.1. Elaboração do questionário ................................................................. 23

5.2. Relatório Fotográfico ........................................................................... 24

5.3. Análise dos resultados ........................................................................ 24

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................... 26

7. CONCLUSÃO ............................................................................................ 39

8. REFERENCIAS ......................................................................................... 40

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1. INTRODUÇÃO

A construção civil é considerada um dos setores com mais empregabilidade

no Brasil, apesar do cenário de crise desde 2014, este mercado vem reagindo a cada

ano.

Nota-se haver uma grande demanda de trabalhadores, trabalhando em

condições precárias no ambiente de trabalho, como a submissão dos trabalhadores a

trabalhos em altura sem a utilização das devidas proteções, ausência do uso de

equipamentos de proteção individual e coletiva, a falta de treinamento para

desenvolver atividades especificas, além da ineficiência na fiscalização nos canteiros

de obras, ilustrando alguns dos fatores que contribuem para o índice elevado de

incidentes, acidentes e mortes em canteiros de obras no Brasil.

De acordo com Rodrigues (2017) os trabalhadores da Construção Civil são

caracterizados pela baixa qualificação e profissionalização, e fazem parte do setor na

qual apresenta um cenário trabalhístico onde as condições de segurança no local de

trabalho são precárias, o que é um fator determinante para o elevado índices de

acidentes de trabalho no setor. Apesar de existirem leis e normas que descrevem

quais atitudes a serem tomadas em um canteiro de obra e que devem ser seguidas a

fim de proteger a saúde, higiene e segurança dos trabalhadores, percebe-se que

ainda existe um alto número de ilegalidades nos canteiros de obras no país. Isto

acontece devido a imprudência de quem contrata ou até mesmo por parte dos

trabalhadores, que acabam não cobrando por seus diretos ou até mesmo não tem

conhecimento disto, sendo algo que reflete muito o cenário das obras do município de

Antonina do Norte – CE.

A realidade nas obras do município de Antonina do Norte reflete a falta de

infraestrutura e planejamento nos canteiros de obras, tendo em vista que a cidade é

pouco desenvolvida, no campo econômico, pois apresenta um PIB per capita (2017)

de 7.951,26 e estar em 173 lugar no ranking do PIB das demais cidades do Cearenses e

apresenta uma população abaixo do que se é exigido para se ter um Plano Diretor de

Desenvolvimento Urbano (PDDU) que é 10.000 (dez mil) habitantes, e sem ter

nenhuma Lei ou Código de Obra, são alguns fatores que contribui para que empresas

e empreiteiros não hajam de acordo com o que descreve as Normas

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Regulamentadoras (NR) que assegure a higiene e segurança dos trabalhadores nas

obras, consequentemente permitindo que os trabalhadores atuem em obras com

situações precárias, assim arriscando a sua integridade física.

Com isto, o presente trabalho visa conhecer a realidade das obras do município

através da aplicação de questionários e relatórios fotográficos, ter-se o conhecimento

sobre as perspectivas dos profissionais da construção civil em relação a segurança

no trabalho, bem como as condições do ambiente de trabalho oferecidos a estes

trabalhadores, busca-se também saber a importância que os trabalhadores dão ao

uso de equipamentos de proteção individual e coletivos e a segurança como um todo.

Com a intensão de mostrar que mesmo diante das irregularidades e do conhecimento

de alguns acerca da segurança, muitos trabalhadores por questões de necessidades

se submetem as precárias condições oferecidas nos ambientes de trabalho da Cidade

de Antonina do Norte – CE.

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2. JUSTIFICATIVA

A falta de estrutura e planejamento nas obras e o descumprimento das

Normas Regulamentadoras relacionadas à Higiene e Segurança no Trabalho são

comum em diversas cidades brasileiras, a exemplo disso, tem-se o Município de

Antonina do Norte-CE, que de acordo com o IBGE (2018), a Cidade apresenta uma

área territorial de 260,104 Km², com uma população estimada para o ano de 2019 de

7.353 pessoas.

Nota-se que a fiscalização trabalhista é menor em cidades como a em

questão, na qual o desenvolvimento econômico é relativamente baixo, e, não há

construções de grande porte, vale ressaltar também que o município não apresenta o

PDDU, devido a sua população abaixo do que se é exigido, tornando-a desobrigada,

e de acordo com uma declaração dada pelo chefe de setor interno da câmara

municipal o Sr. Francisco Michael Jackson Nogueira de Oliveira, a cidade também não

é regida por nenhuma Lei, Projeto de Lei, Decreto, Resolução ou similares que

regulamentem as obras do município. E mediante a inutilidade do poder público

municipal em fiscalizar, gerenciar e principalmente cobrar uma posição de quem

contrata, medidas que possam prevenir e até mesmo evitar riscos a quem se trabalha

neste setor, podendo assim resguardar a saúde física de quem ali trabalha.

Por intermédio disto observou-se que nas obras do município de Antonina do

Norte os canteiros de obras tem uma certa precariedade no que se diz respeito a

higiene e segurança no trabalho.

Neste sentido viu-se a necessidade da realização de um estudo aprofundado

sobre o assunto, uma vez que, pressentiu-se situações em que haveria pessoas

trabalhando em condições ariscadas. E por estes motivos levou-se em consideração

a exploração do assunto em algumas obras do município, com o intuito de que possa

haver melhorias futuramente nos canteiros de obras do município.

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3. OBJETIVO GERAL

O presente trabalho tem por finalidade analisar as condições de higiene e

segurança no trabalho em alguns canteiros de obra, na cidade de Antonina do Norte-

CE, quanto ao comprimento das exigências das normas regulamentadoras que estão

relacionadas ao assunto em questão.

3.1. ESPECÍFICOS

Fazer um estudo relacionado a higiene e segurança no trabalho em livros, sites,

revistas, Leis e nas Normas Regulamentadoras.

Ilustrar através de fotos a realidade das obras no município de como é tratado

a higiene e segurança dos trabalhadores nas obras visitadas.

Elaborar dois questionários e aplica-los, um para a gerência e o outro aos os

trabalhadores nas obras em estudo e coletar os dados da pesquise.

Elaborar gráficos de acordo com os dados coletados nos questionários.

Fazer uma comparação de acordo com as respostas dos entrevistados através

de gráficos, na qual possa ser identificado o grau de importância e

conhecimento no que se trata de higiene e segurança nos canteiros de obras.

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4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1. Acidente de Trabalho

Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2017)“O canteiro de

obras é propício a apresentar agentes de riscos, que podem estar presentes em

máquinas, equipamentos, materiais e atividades em geral, independentemente do

tamanho e tipo da obra ou do número de trabalhadores”, o que de fato

independentemente da quantidade de trabalhadores, se ele não tiver uma estrutura

com condições de segurança e trabalho adequada, estará infringindo a Lei

igualmente, mesmo que na cidade onde a obra estar sendo executada não haja Lei

referente, a empresa ou empreiteiro não estará infringindo alguma lei municipal, mais

infringira uma Lei constitucional a de Nº8.213, de 24 de julho de 1991 , o que de

qualquer modo não diminuirá o erro.

De acordo lei de Nº8.213, de 24 de julho de 1991 considera-se acidente de

trabalho ou seja todo e qualquer ocorrência relacionada ao exercício do trabalho que

provocar lesão, poderá se enquadrar como incidente, acidente ou fatalidade, sendo

assim ficando por responsabilidade do empregador qualquer ocorrência de acidente

com empregado. No entanto, o acontecimento de acidentes está associado ao

homem, equipamentos e as atividades a serem executadas, ou seja acidentes que

pode acontecer associa-se ao grupo de agentes que contribui, não é apenas culpa da

empresa ou do funcionário, mas de todo o conjunto que colabora para que a obra

evolua.

Segundo o artigo 20 da Lei 8.213, considera-se acidentes de trabalho além das

ocorrências acidentais propriamente ditas, doenças profissional e doença de trabalho,

no primeiro caso dar-se a doenças produzidas ou desencadeadas pelo exercício do

trabalho peculiar a determinada atividade, já o segundo caso decorre das condições

particulares em que o trabalho é realizado e relaciona diretamente ao trabalho. Ainda

de acordo com esta Lei equiparam-se como acidente de trabalho, o acidente ligado

ao trabalho que, embora não tenha sido a única causa que possa ter contribuído

diretamente com acidente que por consequência teve redução ou perda de

capacidade para trabalhar, que tenha produzido lesão que exija atenção médica para

recuperação ou até mesmo tenha provocado a morte do mesmo. Outro tipo de que é

considerado acidente de trabalho é alguma tipo de agressão, sabotagem ou terrorismo

por terceiros ou companheiro de trabalho, ofensa física intencional, ato de

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imprudência, negligência, desabamento, inundação, incêndio e outros casos

acidentais ou decorrentes de força maior. Ainda de acordo com a Lei 8.213, de 24 de

julho de 1991

A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Como enfatiza Coltre (2011) conforme o texto abaixo:

“Tais acidentes podem ter inúmeras causas como: falta de treinamento

próprio, desatenção, descuido, comportamento inadequado, instruções

inadequadas, entre outros que representam na maioria das vezes a falta de

gerenciamento.

Porém um fator que também contribui bastante para o ocorrência destes

acidentes são os funcionários que trabalham em obras de forma irregular, onde muitas

empresas para não encarecer mais a prestação de serviço de um determinado

funcionário, opta por deixa-lo irregular, assim correndo o risco de multas devido a

infração.

Devido à indústria construção civil ter um número alto obras no Brasil e no

entanto não ser formal como é necessário, há um grande número de registro de

acidentados no local de trabalho. Segundo a associação nacional de medicina do

trabalho (2019),

A construção civil é um dos setores quem mais registra acidentes de trabalho

no brasil é o primeiro em incapacidade permanente e o segundo em mortes,

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ficando atrás apenas de acidentes de transportes terrestres e estar em quinto

lugar no quesito afastamentos com mais de quinze dias.

De acordo com câmara brasileira da indústria da construção-CBIC

No ano de 2017 foram registrados 549.405 acidentes de trabalho no brasil, e

o 4,67% equivalente a 25 647 casos, que é correspondente ao setor da

construção. Deste total de ocorrências vinculadas ao setor 81,18 % foram

classificadas como típicas, e 17,59% como ocorrências sem emissão do CAT

e apenas 1,22% foram enquadradas como doença do trabalho.

4.2. Causas de acidentes na construção civil

Segundo Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2017)“exposição de

qualquer pessoa a uma situação de perigo, seja empregado ou não, é capitulável

como crime pelo art. 132 do Código Penal”. A empresa deve ter um grande cuidado,

pois grandes serão os riscos penais independente de ser algum trabalhador ou não

da obra, sofra qualquer acidente que ponha em risco a saúde ou a integridade física

dos mesmos, ou decorrentes das atividades laborais executada, a empresa tem que

arcar com a responsabilidade.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2017) ainda “ressalta todos

os programas de prevenção exigidos pela legislação Como PPRA, PCMSO e PCMAT,

dentre outros e cobram do empregador a responsabilidade sobre a eficácia de suas

implementações”. Ainda existe as normas regulamentadoras 09 que descreve todos

os parâmetros que devem segui o PPRA, a 07, descreve do PCMSO, a NR 18 do

PCMAT.

Segundo Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2017) sabe-se das

limitações técnicas, administrativas e principalmente financeira que acabam

impedindo com que haja um melhor resultado no que se refere a higiene e segurança

no trabalho.

Segundo Frazão (2018), as causas de acidentes variam desde a

desobediência dos operários até mesmo pela inexistência de conhecimentos sobre o

assunto, como também a omissão de compromisso dos responsáveis da obra, e isto

acontece mesmo quando tanto encarregados quanto os trabalhadores tem a noção

dos riscos que tem neste campo de trabalho.

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Conforme Rodrigues (2017), Os trabalhadores da construção civil, são

conhecidos principalmente pela baixa qualificação e profissionalização, e estão entre

aqueles que mostram as piores condições de segurança, consequentemente

elevando os índices de acidentes de trabalho. As principais causas de acidentes na

indústria da construção são: trabalho em altura, falta de utilização de equipamentos

de proteção, e o principal a falta de instrução das empresas aos trabalhadores e a

ausência de conhecimento dos mesmos.

Cada dia mais ver-se o aumento de acidente nos canteiros de obras no brasil,

apesar de ter diversas normas especificamente que trata-se de segurança do trabalho,

muitas empresas ainda não seguem a risco quanto a questão da segurança do

trabalhador, e muitas das vezes a imprudência vem do próprio empregado que por

muitas das vezes deixam de usar os equipamentos por acharem que atrapalham ou

diminuem o desenvolvimento de trabalho, o que acaba colocando as suas vidas em

risco.

4.3. Normas Regulamentadoras

4.3.1. Equipamentos de Proteção Individual

A norma regulamentadora 06 é atribuída exclusivamente para o uso de EPI

(equipamento de proteção individual), segundo a NR 06 entende-se como

equipamento conjugado de proteção individual, todo aquele composto por vários

dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam

ocorrer simultaneamente e que possam ocorrer e que sejam suscetíveis de ameaçar

a segurança e a saúde no trabalho.

A norma ainda descreve os deveres que a empresa tem com o empregado, que

é fornecer o equipamento além de se responsabilizar pelo treinamento do trabalhador

quanto ao uso do EPI, e orienta-lo quanto a conservação do equipamento. Ou seja de

acordo com a norma regulamentadora 06(2018)

“Cabe ao empregador quanto ao EPI:

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b) exigir seu uso;

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c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,

g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.”

Já ao empregado cabe usá-lo de forma adequada cumprindo todas as orientações do empregador quanto ao uso adequado do equipamento, como descreve o a norma 06 (2018)

“Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,

d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.”

A norma ainda enfatiza o que deve ser feito da parte dos fabricantes ou

importadores em relação aos equipamentos, ou seja primeiro eles devem cadastrar-

se junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho,

segundo a norma regulamentadora 06 (2018), os fabricantes ainda devem certificar-

se de solicitar a emissão do Certificado de Aprovação-CA. Quando houver alterações

nas especificações do equipamento é responsabilidade também dos fabricantes

solicitar uma novo CA, e renova-lo quando o prazo de validade do equipamento

encerrar.

4.3.2. Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional

A Norma Regulamentadora 07 estabelece a obrigatoriedade por parte de

todos os empregadores a elaboração e implementação do PCMSO Programa de

Controle Médico de Saúde Ocupacional, com o objetivo de promoção e preservação

da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

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A norma descreve como deve ser observado os parâmetros para a elaboração

do PCMSO, como também descreve as atitudes que tem que ter a empresa como

também o empregado.

4.3.3. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

A NR 09 descreve como deve ser realizado o PPRA, além de que especificar

as responsabilidades tanto do empregador quanto do empregado. A norma

regulamentadora 09 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação,

por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como

empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, “visando à

preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação,

reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais

existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho”, assim descreve a norma

regulamentadora 09 (2017).

O desenvolvimento do PPRA deve conter as seguintes etapas:

“a) antecipação e reconhecimentos dos riscos;

b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;

c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;

d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;

e) monitoramento da exposição aos riscos;

f) registro e divulgação dos dados.” Segundo a NORMA

REGULAMENTADORA 09 (2017)

O reconhecimento dos riscos ambientais deve-se à identifica-los, apontar o

local onde ocorre estes possíveis riscos, identificar as funções e quantidade de

trabalhadores que podem estar expostos aos riscos, a caracterização e os tipos de

exposição da empresa como pontos específicos obtidos nela como indicativos de

possíveis comprometimentos de saúde resultante do trabalho e prováveis danos à

saúde correlacionados ao riscos encontrados. E torna-se obrigatório se ter estre

programa no canteiro de obras a partir de um funcionário.

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4.3.4. Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da

construção

A norma regulamentadora 18 é a norma que descreve diversos itens como deve

ser elaborado cada ambiente da área do canteiro de obras, onde também descreve o

que deve conter e como deverá ser elaborado para cada grupo de trabalhadores da

obra, além de tratar da segurança dos operários na obra, levar a sério a questão da

higiene e bem estar do trabalhador durante o período que ele se encontra na obra. A

norma ainda trata de todas as áreas de trabalho que se encontra no canteiro como a

carpintaria, área onde feito todos os trabalhos com o aço, e entre outras áreas de

extrema importância que contem em um canteiro de obras.

4.3.5. Programa de Condições Meio Ambiente de Trabalho

Segundo a Norma Regulamentadora 18 (2018), o PCMAT é um programa que

analisa as condições de riscos que há no meio ambiente de trabalho e ele é obrigatório

quando a obra tem vinte trabalhadores ou mais. Nele deve-se considerar as

exigências mínimas contidas na NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais, lembrando que deve ser elaborado por um profissional habilitado na área

de segurança no trabalho, e sua implementação é responsabilidade do empregador.

Partes que integram o programa de condições e meio ambiente de trabalho,

acordo com a Norma Regulamentadora 18 (2018):

a) memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e

operações, levando-se em consideração riscos de acidentes e de doenças

do trabalho e suas respectivas medidas preventivas;

b) projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as

etapas de execução da obra;

c) especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem

utilizadas; d) cronograma de implantação das medidas preventivas definidas

no PCMAT em conformidade com as etapas de execução da obra

e) layout inicial e atualizado do canteiro de obras e/ou frente de trabalho,

contemplando, inclusive, previsão de dimensionamento das áreas de

vivência;

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a) programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes

e doenças do trabalho, com sua carga horária.

A NR-18 ainda apresenta instruções de como deve ser feito e o que deve ter

na área de vivencia dos canteiros de obras como:

a) instalações sanitárias;

b) vestiário;

c) alojamento;

d) local de refeições;

e) cozinha, quando houver preparo de refeições;

f) lavanderia;

g) área de lazer;

h) ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50 (cinquenta) ou

mais trabalhadores.

Lembrando que todas as áreas de vivencia devem ser mantidas limpas e em

perfeito estado de conservação. Os itens C, F e G, só são obrigatórias caso haja

trabalhadores alojados no local da obra.

Segundo a NR18 (2018), As instalações sanitárias devem:

a) ser mantidas em perfeito estado de conservação e higiene;

b) ter portas de acesso que impeçam o devassamento e ser construídas de

modo a manter o resguardo conveniente;

c) ter paredes de material resistente e lavável, podendo ser de madeira;

d) ter pisos impermeáveis, laváveis e de acabamento antiderrapante;

e) não se ligar diretamente com os locais destinados às refeições;

f) ser independente para homens e mulheres, quando necessário;

g) ter ventilação e iluminação adequadas;

h) ter instalações elétricas adequadamente protegidas;

i) ter pé-direito mínimo de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros), ou

respeitando-se o que determina o Código de Obras do Município da obra;

j) estar situadas em locais de fácil e seguro acesso, não sendo permitido um

deslocamento superior a 150 (cento e cinquenta) metros do posto de trabalho

aos gabinetes sanitários, mictórios e lavatórios.

Todas as instalações sanitárias deverá conter um lavatório, vaso sanitário e

mictório para cada grupo de vinte pessoas e já o chuveiro uma unidade para cada

grupo de dez trabalhadores.

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Em todo canteiro é obrigatório de um lugar adequado para que os trabalhadores

façam suas refeições.

O local para refeições deve:

a) ter paredes que permitam o isolamento durante as refeições;

b) ter piso de concreto, cimentado ou de outro material lavável;

c) ter cobertura que proteja das intempéries;

d) ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no

horário das refeições;

e) ter ventilação e iluminação natural e/ou artificial;

f) ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior;

g) ter mesas com tampos lisos e laváveis;

h) ter assentos em número suficiente para atender aos usuários;

i) ter depósito, com tampa, para detritos;

j) não estar situado em subsolos ou porões das edificações;

k) não ter comunicação direta com as instalações sanitárias;

l) ter pé-direito mínimo de 2,80m (dois metros e oitenta centímetros), ou

respeitando-se o que determina o Código de Obras do Município, da obra,

NR 18 (2018).

Lembrando que independentemente do número de trabalhadores e se existe

ou não cozinha é obrigatório no canteiro de obras haver um local exclusivo para o

aquecimento das refeições com equipamento adequado e seguro. É obrigatório

também o fornecimento de água potável e fresca aos trabalhadores.

4.4. História do Município de Antonina do Norte-CE

A cidade de Antonina do Norte teve seu povoamento originado do expansionismo

colonial brasileiro dos séculos XVII e XVIII, através da penetração do interior

nordestino à busca de pastos para a criação de bovino. O município originou-se do

antigo povoado de Mocambo. Mocambo era parte integrante do Município de Saboeiro

e quando o município de Aiuaba é emancipada a vila Mocambo passa a pertence-la e

ficando apenas dependente religiosamente da cidade de Saboeiro.

Quando a cidade de Aiuaba se emancipou – através do projeto encaminhado

pelo Deputado Estadual Cincinato Furtado Leite, (UDN) as lideranças de Mocambo

encontram um pretexto para lutarem por sua emancipação. Através da liderança, o

distrito de Mocambo passa a votar em peso no Deputado Cincinato Furtado Leite,

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exigindo em troca que ele conseguisse emancipar Mocambo. A exigência é aceita e

através da Lei 4.077 de oito de maio de 1958 é elevado à categoria de cidade.

Antonina do Norte só veio a realizar sua primeira eleição municipal no ano de

1960. Esses dois anos passados entre a sua emancipação e a sua instalação

(11.12.60), quando da posse do primeiro prefeito, foram devidos a não preparação do

município para realizar sua eleição no ano de1958.A população de Mucambo aspirava

que o nome da cidade fosse “Santo Antônio”; na Assembleia Legislativa foi verificado

que não poderia ser este nome. Então o Deputada Estadual Aninha Sampaio sugeriu

o nome de “Antonina” em homenagem a sua mãe. Este nome foi acatado pela

Assembleia Legislativa.

O próximo passo foi verificar no mapa dos municípios brasileiros a existência ou

não de um município de mesmo nome: havia um no Paraná. Daí o nome de Antonina

do Norte, porque já existia uma “Antonina” no Sul do país. Sem embargo, a

emancipação do referido distrito só foi efetivada no ano de 1958. A figura 01 mostra a

área de expansão da cidade.

Figura 1 - Mapa de Antonina

Fonte: google maps

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5. METODOLOGIA

Para realizar o desenvolvimento do presente trabalho foi feito um estudo de

caso, na qual foi realizado um levantamento sobre higiene e segurança do trabalho

em quatro obras no Município de Antonina do Norte-CE, onde foram coletados dados

com a finalidade de conhecer e relatar as características da realidade e dos problemas

enfrentados por trabalhadores nas obras do município em relação ao assunto da

pesquisa. Também foram realizadas pesquisas bibliográficas em sites, revistas, em

normas regulamentadoras e também em Leis complementares.

O estudo baseou-se na aplicação de um questionário aos trabalhadores, e

outro questionário a gerência em suas respectivas obras, através da modalidade de

entrevista, e também foi realizado o registro fotográficos das condições dos canteiros.

A obtenção dos dados foi realizada em quatro obras, nas quais a escolha dessas

obras deu-se pela facilidade ao acesso e estudo das mesmas.

Foram identificadas como obra A, B, C e D. Todas elas eram de pequeno

porte, e o número máximo de trabalhadores que se encontravam, em cada canteiro

de seis pessoas. O questionário aplicado a estes trabalhadores foram respondidos

apenas por pedreiros e serventes, uma vez que, em nenhuma das obras havia

profissional de nível técnico ou superior, ou que ocupassem outros cargos da

construção civil.

As entrevistas foram realizadas individualmente onde, de forma impessoal, e

de acordo com a resposta dada o entrevistador preenchia conforme se encaixava nas

opções de respostas pré-definidas. Os questionários foram respondidos por um total

de 16 pessoas distribuídas da seguinte forma: obras A e C, três pessoas cada, obra

B quatro pessoas e obra D seis pessoas. A aplicação dos questionários deram-se

todos entres os horários de 08:00 às 10:00 da manhã.

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5.1. Elaboração do questionário

Para a elaboração dos questionários, foi-se baseado em revisões

bibliográficas e principalmente em alguns conceitos mínimos como: programas de

prevenções de acidentes, o cumprimento de requisitos legais, preparar o funcionário

e conscientiza-lo sobre a prevenção de acidentes no local de trabalho, o que se é

considerado de extrema importância seguir em um canteiro de obras.

Então, foi-se elaborado dois questionários onde um era para que os

trabalhadores da obra respondessem e continha 12(doze) perguntas conforme mostra

abaixo, e o outro questionário para a gerencia que continha 3(três) perguntas, como

mostra abaixo. Todas as perguntas foram elaboradas com linguagem clara e

objetivas, para que se tivesse fácil entendimento pelo entrevistado e não houvesse

dificuldade para responder.

QUESTIONÁRIO DOS FUNCIONÁRIOS

1. Qual cargo você ocupa nesta obra?

( )Pedreiro ( ) servente ( ) eletricista ( ) tecnólogo ( ) engenheiro ( ) outros

Qual? ___________________________

2. Quando você foi contratado foi realizado algum tipo de exame?

( ) admissional ( ) periódico ( ) complementares

3. No momento da contratação, você recebeu algum treinamento referente as atividades

que você iria realizar nesta ou em outras obras?

( ) sim ( ) não

4. Nesta obra há algum profissional que supervisiona e orienta em relação a segurança no

trabalho?

( ) sim ( ) não

5. A empresa ou empreiteiros disponibilizam equipamentos de proteção individual e

coletivo?

( ) sim ( ) não

6. Você usa sempre os EPI’s? e qual o grau de importância que você dá referente ao uso

destes equipamentos?

( ) sim ( ) não

( ) não importante ( ) pouco importante ( ) importante ( ) muito importante

7. Você teve algum treinamento referente ao uso corretamente dos EPI’s?

( ) sim ( )não

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8. Existe supervisão na obra referente ao uso adequado dos EPI’s?

( ) sim ( ) não

9. Você sabe para que serve o PCMAT (Programa de condições e meio ambiente de

trabalho)?

( ) sim ( )não

10. Você acha importante a segurança do trabalho?

( )sim ( ) não

11. Você tem conhecimento de que existe normas regulamentadoras que estabelecem

algumas atitudes que devem ser tomadas nos canteiros de obras?

( ) sim ( ) não

12. No decorrer em que você trabalha na indústria da construção civil já sofreu algum

acidente no ambiente de trabalho?

( ) sim ( ) não

QUESTIONÁRIO DA GERÊNCIA

1. Atualmente trabalhando na obra tem quantos funcionários?

2. Na obra existe o PCMAT (Programa de condições e meio ambiente de trabalho)?

( ) sim ( ) não

3. Na obra tem PPRA (programa de prevenção de riscos ambientais?

( )sim ( )não

5.2. Relatório Fotográfico

Foi-se realizados registros fotográficos com um celular da marca MotorolaⓇ

de modelo Motorola One, e para que fosse feito o registro foi pedido a autorização dos

responsáveis pelas obras e também para os trabalhadores se os mesmo se sentia

confortáveis com o registro. O intuito do registro fotográfico era averiguar e mostrar a

forma que eles trabalhavam sem o uso dos equipamentos de proteção, sendo o

registro feito no momento em que eles trabalhavam, podendo assim mostrar a sua

realidade no local de trabalho

5.3. Análise dos resultados

Para a obtenção das informações dos dados, para elaborar os resultados, foi-

se realizado elaborado gráficos de cada questionamento, através do software

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MicrosoftⓇ ExcelⓇ, sendo escolhido o de “pizza” para melhor compreensão dos dados

coletados.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A figura 02 é apresentada o gráfico com as respostas da 1ª questão, na qual

tratava-se de qual cargo o entrevistado ocupava na obra, onde 62,5% eram pedreiros

e 37,5 % eram serventes. No questionário aplicado havia outras opções de cargos,

tais como tecnólogos, engenheiros mas em todos os campos onde foram feitas as

pesquisas, continha apenas pedreiros e serventes. O que nota-se é que o profissional

contratado em especial o pedreiro realiza múltiplas funções, como: instalações

elétricas, instalações hidrosanitárias, tendo assim um desvio de funções o que pode

gerar um problema pois apesar do trabalhador ter conhecimento sobre tal atividade

mais não é um especialista.

Figura 2 - 1º questão do questionário dos funcionários

Fonte: próprio autor (2019)

A figura 03 apresenta o gráfico com os dados coletados na 2ª questão onde os

entrevistados eram questionados se no momento da contratação a empresa ou

empreiteiros cobravam deles a realização de algum tipo de exame, onde 100% dos

entrevistados não realizaram nenhum tipo de exame. Observou-se que maioria dos

entrevistados nem tinha a noção de que um dos primeiros procedimentos para uma

contratação legal se faz necessário a realização de exames admissionais.

62,5

37,5

1ª QUESTÃO

PEDREIRO

SERVENTE

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Figura 3- Gráfico da 2ª questão do questionário dos funcionários

Fonte: Próprio Autor(2019)

A figura 04 representa o gráfico com resultado da 3ª questão, onde se

questionava se no momento da contratação o entrevistado teve algum treinamento

referente a atividade que ele exerce, na qual a grande maioria ou seja 87,5%

responderam que não tiveram treinamento, o restantes obtiveram o treinamento, mas

foi em outras cidades quando foi trabalhar em obras de grande porte. Foi relatado por

parte dos pedreiros e serventes que eles aprenderam a realizar as atividades que

fazem no seu trabalho, por falta de oportunidade de trabalho em outras áreas e a

oportunidade de trabalhar como servente ou seja executar um trabalho sem

necessidade de algum conhecimento aprofundado e convivendo e trabalhando como

servente desenvolveu e aprendeu as funções de pedreiros, e alguns conviveram e os

pais os ensinaram a sua profissão.

100%

2ª QUESTÃO

NENHUM

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Figura 4- gráfico da 3ª questão questionário dos funcionários

Fonte: Próprio Autor (2019)

A figura 05 apresenta o gráfico com os dados da 4ª questão, na qual ela

procurava saber se nas obras existiam algum supervisor de segurança no trabalho

nas referentes obras, onde 100% dos entrevistados responderam que em nenhuma

das respectivas obras não havia supervisor no que se refere a segurança no trabalho.

O que é de extrema importância alguém com conhecimentos técnicos sobre a

segurança no trabalho para que possa supervisionar e orientar os trabalhadores, pois

muitas das vezes o funcionário pode realizar alguma atividade de maneira errada com

a justificativa de ser mais prático, quando na verdade pode estar arriscando sua vida,

e ter alguém supervisionando pode prevenir acidentes ou até mesmo fatalidades.

Figura 5- Gráfico da 4ª questão questionário do funcionário

12,5

87,5

3ª QUESTÃO

SIM

NÃO

100

4ª questão

SIM

NÃO

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Fonte: Próprio Autor (2019)

A figura 06 mostra um gráfico que apresenta os dados da 5ª questão onde, ela

questionava se as empresas ou empreiteiros disponibilizam os equipamento de

proteção, e 100% dos entrevistados responderam “não”, ou seja nenhum dos

empreiteiros ou empresas disponibilizavam os EPI (equipamentos de proteção

individual). E de acordo com a norma regulamentadora 06 toda empresa é obrigada a

fornecer os equipamentos de proteção individual gratuitamente aos seus

colaboradores em perfeito estado de conservação. Entende-se como o município é

carente relacionado a fiscalização nas obras, diante disso as empresas e empreiteiros

não dão a devida importância para o uso deste equipamento.

Figura 6- Gráfico da 5ª questão do questionário do funcionário

Fonte: Próprio Autor (2019)

A figura 07, mostra um gráfico com os dados da questão 06 onde eram feita

duas perguntas onde foram identificados como itens A e B, no item A questionava se

o entrevistado sempre usava equipamentos de proteção individual, e no item B queria

saber qual o grau de importância que eles davam no que se refere em usá-lo. No item

A 75% dos entrevistados não utilizavam EPI e 25% usavam; mas os que utilizavam

eram por iniciativa própria e mesmo assim não eram todos os EPI’s necessário para

a proteção, o que era mais comum que eles usavam era a bota, e geralmente quem

utilizava-as era quem tinha manuseio com argamassas e concreto, como mostra a

100

5ª questão

SIM

NÃO

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figura 08 e 09 Além disso no momento da visita em uma das obras, foi possível

presenciar o exato momento em que o pedreiro realizava atividades em altura e não

utilizava nenhum cinto de segurança nem algo que pudesse lhe proteger, como ilustra

as imagens 10 e 11.

Figura 7- Gráfico da 6ª questão questionário dos funcionários "A"

Fonte: Próprio Autor(2019)

Figura 8- trabalhadores usando botas e fazendo manuseio com concreto/ argamassa

Fonte: Próprio Autor (2019)

25%

75%

6ª QUESTÃO "A"

SIM

NÃO

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Figura 9- trabalhadores fazendo manuseio de concreto/argamassa

Fonte: Próprio Autor (2019)

Figura 10 - Realização de trabalhos em altura sem proteção

Fonte: Próprio Autor (2019)

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Figura 11 - Realização de trabalhos em altura sem proteção

Fonte: Próprio Autor (2019)

A figura 12, mostra os resultados na questão 06 do item “B”, na qual os

entrevistados era questionados de qual o grau de importância que eles dariam ao uso

de equipamento de proteção individual, onde 93,75% consideram muito importante o

uso de EPI, e 6,25% consideram importante. É notável a consciência dos

entrevistados no que se refere a importância do uso de equipamento de proteção

individual, mas que mesmo tendo a compreensão do quanto é importante nem todos

os utilizam, e com justificativa de que já que não é obrigatório eles arriscam, pois a

compra destes equipamentos já é um gasto a mais na obra.

Figura 12- Gráfico da 6ª questão questionário dos funcionários "B"

Fonte: Próprio Autor (2019)

6,25

93,75

6ªQUESTÃO "B"

IMPORTANTE

MUITO IMPORTANTE

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A figura 13 ilustra o resultado encontrado na questão 07 em que perguntava se

eles já tiveram algum treinamento referente ao uso corretamente dos EPI’s, e 87,5%

dos entrevistados nunca tiveram treinamento algum e 12,5% dos entrevistados

dispuseram do treinamento, mas enquanto trabalhavam em outras cidades e outras

obras. O treinamento é importante para o trabalhador, isto pode trazer para ele mais

consciência sobre a real importância do uso correto e do cuidado que ele tem que ter

com equipamento.

Figura 13 - Gráfico da 7ª questão do questionário dos funcionários

Fonte: Próprio Autor (2019)

A figura 14, exibe os resultados da questão 08, que questionava se nas obras

existia supervisão sobre o uso adequado do uso correto dos EPI’s, e em nenhuma

das obras visitadas havia supervisão. A supervisão faz com que os colaboradores da

obra se sintam incentivados e assim faça o uso adequado com o cuidado do uso do

modo correto do EPI’s, mas no caso dos objetos de estudo a única supervisão que

existia era apenas se os trabalhadores estavam fazendo o trabalho corretamente, e

esta supervisão era feita pelo mestre de obra, ou até mesmo pelo empreiteiro ou dono.

12,5

87,5

7ª QUESTÃO

SIM

NÃO

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Figura 14- Gráfico da 8ª questão do questionário dos funcionários

Fonte: Próprio Autor (2019)

A figura 15, indica os rendimentos da pesquisa referente a questão 09, na qual

questionava se o trabalhador tinha conhecimento sobre o PCMAT (programa de

condições e meio ambiente de trabalho). Onde todos os entrevistados não sabiam

para que serve O PCMAT, que é um de vários programa que deve conter toda e

qualquer obra, mas o PCMAT só é obrigatório quando a obra obtiver vinte

trabalhadores ou mais.

Figura 15 - Gráfico da 9ª questão do questionário dos funcionários

Fonte: Próprio Autor (2019)

100

8ª questão

SIM

NÃO

100

9ª questão

SIM

NÃO

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A figura 16, mostra os dados coletados na questão 10, que questionava se eles

achavam importante a segurança no trabalho, e todos os entrevistados responderam

que acham sim a importante a segurança no trabalho. O que mostra de certo modo a

consciência que eles tem do que é certo, mas devido a inexistência de Leis municipais

e falta de fiscalização referente ao assunto faz com que eles mesmo conscientes da

importância da higiene e segurança no local de trabalho, trabalhem em condições não

favoráveis em relação ao assunto, tornando o ambiente de trabalho em condições

desfavoráveis e também colocando assim a vida de quem trabalha em risco quando

se trabalha em circunstâncias perigosas.

Figura 16 - Gráfico da 10ª questão do questionário dos funcionários

Fonte: Próprio Autor (2019)

A figura 17, mostra os resultados da questão 11, e perguntava se eles tinham

conhecimento de que existe normas regulamentadoras que estabelecem algumas

atitudes que devem ser tomadas nos canteiros de obras, onde 50% dos entrevistados

não tinham noção de que existem essas normas, já os outros 50% tinham

conhecimento de que existem. O pessoal que tinha conhecimento das normas sabem

que elas existe mas não tinha uma instrução detalhada do que se trata pelo menos

cada uma delas.

100%

10ª QUESTÃO

SIM

NÃO

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Figura 17 - Gráfico da 11ª questão do questionário dos funcionários

Fonte: Próprio Autor (2019)

A figura 18 traz os resultados da questão 12, que os questionava se no decorrer

da do tempo em que trabalham no ramo da construção civil já sofreram algum acidente

no local de trabalho, onde felizmente 62,5% não sofreram algum acidente que os

deixasse incapaz de trabalhar algum dia, enquanto estava nos canteiros de obra, e

32,5% sofreram sim acidentes, tais como cortes enquanto cortava ou manuseava

cerâmicas, quedas em altura. Mas o que muitos relatam que por sorte não sofreram

acidentes que poderiam ser fatais, alguns contaram que quase caíram de grande

alturas e estavam sem proteção, outras narrações como: quase já cortou-se com

ferramentas que precisa de um manuseio com bastante atenção, e que já sofreram

machucões que felizmente não os impossibilitou-se de trabalhar, mas que poderiam

ter sido evitados se usasse um equipamento de proteção individual ou coletivo.

50%50%

11ª QUESTÃO

SIM

NÃO

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Figura 18- Gráfico da 12ª questão do questionário dos funcionários

Fonte: Próprio Autor (2019)

O gráfico seguinte traz os resultados encontrados no questionário aplicado ao

recursos humanos, onde só foi feito gráficos referente a segunda e terceira questão,

pois a primeira questionava a quantidade de pessoas que tinha trabalhando na obra,

onde nas obras A e C tinham apenas três trabalhadores cada, na B tinha quatro e na

D tinha seis pessoas trabalhando.

A figura 19 traz os resultados das questões 2 e 3 do questionário aplicado ao

dono da obra ou encarregado, onde 100% das obras não tinham o PPRA e/ou

PCMAT, e os entrevistados não sabiam nem que existia estes programas e nem sabe

qual as suas funções. E segundo a norma regulamentadora 18 o PCMAT é obrigatório

se ter nas obra com vinte ou mais trabalhadores o que não é o caso de nenhuma das

obras visitadas que máximo de trabalhadores encontrados foram seis. Já o PPRA de

acordo com norma 09 a partir um trabalhador.

37,5

62,5

12ª QUESTÃO

sim

não

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Figura 19- 2ª e 3ª questão do questionário aplicado a gerência

Fonte: Próprio Autor (2019)

100

2ª e 3ªquestão

SIM

NÃO

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7. CONCLUSÃO

Apesar da existência de leis e normas que regulamentam acerca das

condições de Higiene e Segurança do Trabalho, em obras de pequeno e grande porte

nas cidades brasileiras, ainda há um grande déficit do comprimento destas, o que

contribui bastante para o alto índice de acidentes de trabalho no país. O município de

Antonina do Norte, não dispõe de lei, decreto, portarias ou similar que possa

regulamentar as condições das obras do município, resultando em falta estrutura e

mau planejamento das mesmas.

Percebeu-se que apesar dos trabalhadores não utilizarem equipamentos de

segurança adequados e não estarem supervisionado por pessoas que exijam o

cumprimento da ordem da segurança do trabalho, os mesmos tem consciência sobre

a importância do assunto. Porém, os responsáveis pela gerência das obras, são

unânimes em argumentar que o assunto também é importante, mas que por questões

financeiras não põe em prática a metodologia de segurança no trabalho, com a

promessa futura de incorporar mais segurança em suas obras. Agrava-se ainda mais

a situação pela inexistência de Leis Municipais e da ineficiência de fiscalização das

obras, que propicia um cenário com a saúde e segurança do trabalhador

negligenciadas.

Com isto, sugere-se como trabalho futuro, o estudo de medidas de

conscientização e educação que possam diminuir as chances de negligenciamento

da segurança do trabalho e acidentes em canteiro de obras, e que de fato também

possa ganhar abrangência e notoriedade aos órgãos regulamentadores da cidade de

Antonina do Norte-CE.

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8. REFERENCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NR-06: EQUIPAMENTO DE

PROTEÇÃO INDIVIDUAL. Brasil: Clt DinÂmica, 2010. Disponível em:

<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr6.htm>. Acesso em: 02 jun. 2019

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICA. NR 07: PROGRAMA DE

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ANEXOS

Anexo 1 – Declaração dada pelo poder executivo de Antonina do Norte - CE

Fonte: Próprio autor (2019)

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Anexo 2 – realização de trabalho em altura sem proteção

Fonte: Próprio autor (2019)

Anexo 3 – trabalhador fazendo levantamento de peso de forma inadequada

Fonte: Próprio autor (2019)

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Anexo 4 – trabalhador sem EPI e em um posição inadequada.

Fonte: próprio autor (2019)

Anexo 5 – trabalhador sem EPI.

Fonte: próprio autor (2019)