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ESTRUTURA AGROPECUÁRIA E REDE URBANA: UMA ANÁLISEMULTIVARIADA DO VALE DO JEQUITINHONHA/MG
Marcelo Furtado Martins de PaulaEconomista/UFMG
Rodrigo SimõesProfessor do CEDEPLAR/UFMG;
Doutor em Economia pelo IE/UNICAMP
Resumo
Com o uso de técnicas de Análise Multivariada e clustering, o estudo analisa aestrutura de produção agropecuária do Vale do Jequitinhonha e da rede urbana da região,buscando caracterizá-la do ponto de vista da configuração espacial de sua produção. Regiãohomogênea e com uma produção historicamente voltada à subsistência, o Vale sofre no finaldo século XX a inserção da pecuária de corte, da cafeicultura e dos maciços dereflorestamento. A análise apresenta uma nítida diferenciação da produção do Alto e do BaixoJequitinhonha, e uma hierarquia urbana caracterizada por centralidades do rural distribuídasespacialmente , sem interdependência entre os núcleos urbanos.
Palavras-Chaves: Vale do Jequitinhonha; Economia Regional; Agropecuária; AnáliseMultivariada.
Abstract
The primary production and the urban system of the Vale do Jequitinhonha (MinasGerais – Brazil) region are analyzed in order to characterize the spatial configuration of itsproduction. This is done using Multivariate Analysis and clustering methods. Even beinghomogeneous, and its production being historically determined by rural livelihoods, in the lasthalf of the Twentieth Century the region in study witnessed the introduction of beef cattle,coffee farms and eucalyptus plantations. The analysis finds a well defined differentiationbetween the Alto and the Baixo Jequitinhonha regions, and an urban system featured by lowinterdependence of the urban centers, which are small “rural centers” of subsistence.
Key Words: Vale do Jequitinhonha; Regional Economics; Primary Production; MultivariateAnalysis.
JEL Code: R10.
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Estrutura agropecuária e rede urbana: Vale do Jequitinhonha/MG
Introdução
O Vale do Jequitinhonha é uma região que abrange mais de 50.000 km2, e umapopulação de 678.872 habitantes1. É a região mais pobre do estado de Minas Gerais, commenor IDH, menor PIB, e maior índice de Sen (MOSCOVITCH, 2000). O surgimento de suamalha urbana está ligado ao processo mineratório do século XVIII, mas a região ficoumarginalizada do desenvolvimento industrial e agrário brasileiro. De acordo com o censo2000, 41% da população do Vale é rural.
Este estudo pretende analisar a produção agropecuária do Vale do Jequitinhonha,bolsão de pobreza do estado de Minas Gerais, a partir de um enfoque espacial e da estruturada produção municipal da região.
I – Industrialização, Estrutura Agrária e o Vale do Jequitinhonha
1.1 – Agricultura e Indústria no Brasil
A economia brasileira experimentou no século passado uma profunda mudançaestrutural. O país chegou até meados da década de 1920 fortemente ancorado no setorprimário, que empregava dois terços da população economicamente ativa. O fenômeno podeser atribuído, entre outras razões, à herança colonial e à lucratividade das exportações“tradicionais”, como o café. (HOMEM DE MELO, 1979)
No final da década de 1940, a CEPAL postulava que o laissez-faire perpetuaria aospaíses da América Latina a condição de primário-exportadores, de baixa renda e dedeterioração em relação aos países desenvolvidos. (HOMEM DE MELO, 1979:49-50;BIELSCHOSWKY, 2000:20).
Defendeu-se o desenvolvimento a partir de dentro, com uma industrialização baseadana substituição de importações. Mesmo um investimento em tecnologia na agricultura seriadanoso, pois deterioraria os termos de troca dos países latino-americanos.
Esta orientação está vinculada àquele que foi, segundo BIELSCHOWSKY (2000), opensamento econômico hegemônico no Brasil da década de 1950: o desenvolvimentismo. Ascorrentes neoliberal e desenvolvimentistas nacionalistas foram, segundo o autor, as maisimportantes expressões do pensamento econômico no período, com Eugênio Gudin e CelsoFurtado sendo os maiores nomes de cada parte. Em relação à concentração da estruturaagrária, o pensamento de Gudin era, como argumenta BIELSCHOWSKY (2000), de quemedidas redistributivas eram praticamente inúteis. Para Gudin, a pobreza rural eraconseqüência da baixa produtividade devido à insuficiência nos campos da saúde,alfabetização, técnica agrícola e crédito. Pouca importância era atribuída à propriedade –conseqüência natural do acesso aos quatro primeiros elementos.
Celso Furtado demonstrava sérias preocupações com os problemas sociais, mas via naindustrialização o caminho para sua superação2. O autor trata sobre questões redistributivasque incluem o apoio à reforma agrária que seria, ao lado das reformas tributária eadministrativa, indispensável à estabilidade política do país. A tese estruturalista de Furtado 1 Segundo o Censo Demográfico 2000.2 Segundo BIELSCHOWSKY (2000), já em Roberto Simonsen, a industrialização era vista como a forma de superara pobreza brasileira.
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da agricultura como fonte de pressão inflacionária via na reforma agrária uma condiçãoindispensável à solução do problema da expansão da oferta de alimentos do Nordeste, apesarde que para o Centro-Sul a ênfase não era a mesma. (BIELSCHOWSKY, 2000).
O resultado desta orientação foi a rápida transformação estrutural da economiabrasileira. O problema da agricultura neste modelo de desenvolvimento era a produção dealimentos para o atendimento da demanda interna. HOMEM DE MELO (1979) argumentaque nos anos 50 a política econômica negligenciou profundamente a agricultura, e que mesmoas políticas econômicas implementadas não seguiram as teorias que geraram estaspreocupações relativas ao setor primário.
As principais orientações do governo estavam voltadas à criação de uma rede detransportes e armazenamento para uma comercialização mais eficiente dos produtos agrícolas.O governo investiu principalmente no desenvolvimento da infra-estrutura de transporterodoviário, além de proporcionar um aumento na capacidade de armazenamento, com maiorassistência técnica, políticas de subsídios a insumos considerados necessários à“modernização”, e crédito rural subsidiado. A política buscava uma taxa adequada decrescimento da produção de alimentos, com base na expansão da fronteira agrícola. Estesinvestimentos resultaram numa maior integração dos campos e na ocupação de novas áreas..Os subsídios a insumos importados e o crédito rural subsidiado dos anos 1950 favoreciam, noprocesso de ocupação de terras novas, às grandes propriedades. Estes incentivos só vieram aser reduzidos, via preço, na década de 19603.
Quanto às zonas de ocupação antiga, os efeitos dessas políticas forçavam alterações nacomposição da produção. No mercado de produtos, ao mesmo tempo em que o governobuscava reduzir o setor cafeeiro, surgiram novos mercados internacionais, como o da soja. Asleis de utilização da terra e do trabalho sancionadas na década de 1960 contribuíram para odesenvolvimento do mercado de fatores. As pesquisas agronômicas financiadas pelo setorpúblico buscavam uma utilização mais intensiva da terra, e proporcionaram considerávelganho de produtividade e a expansão intensiva e extensiva4 da fronteira agrícola. (HOMEMDE MELO, 1979; BAER, 1996).
1.2 – Estrutura agrária e concentração regional do desenvolvimento
GUIMARÃES (1977) insiste na forma violenta com que a propriedade rural foiestabelecida desde o início da colonização brasileira. A estrutura agrária dos primórdios dacolonização reproduziu no Brasil uma ordem feudal que se extinguia em Portugal. Aprodução vinculou-se profundamente à manufatura a partir do açúcar sem diluir, contudo, seucaráter feudal. A existência de um poder extra-econômico caracteriza a sobrevivência dofeudalismo na estrutura latifundiária brasileira.
Feudal ou capitalista, a estrutura agrária concentrada baseada em latifúndios seestende até os dias de hoje, e não foi motivo de preocupação, segundo HOMEM DE MELO(1979), do modelo de desenvolvimento adotado em meados do século passado5. Confiava-sena abundância de terras a serem incorporadas e na solução dos gargalos observados noprocesso de comercialização (as perdas neste processo eram calculadas em 25%). Astransações agrícolas com o exterior não eram vistas como importantes no modelo, sendo
3 Sobre os efeitos do Plano de Ação Econômica do Governo nos subsídios e crédito rural, ver NABUCO (1981),HOMEM DE MELO (1979) e RESENDE (1990)4 Como por exemplo, a inserção do cerrado na produção nacional de grãos.5 HOMEM DE MELO (1979) apresenta vários estudos que analisam a questão da estrutura, além da dependênciados fatores terra e trabalho.
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taxadas implicitamente através das políticas cambial e comercial, apesar de que também haviasubsídios implícitos para os insumos.
A questão da concentração na estrutura agrária era controversa. FURTADO (1975)enfatizou a relação desta concentração com a tecnologia em um país abundante de terras,argumentando que pelo uso da rotatividade de terras não havia incentivos para odesenvolvimento de tecnologias que possibilitassem um uso mais intensivo da terra6. SegundoBIELSCHOWSKY (2000), mesmo Furtado via a estrutura agrária mais como uma dificuldadeou limitação do que como uma barreira estrutural ao desenvolvimento7. HOMEM DE MELO(1979) ressalta a ineficiência desta estrutura, incluindo a baixa intensidade de uso -“ociosidade permanente” - e a perda crescente de fertilidade dos solos.
De acordo com NABUCO (1981), a agricultura esteve associada ao processo desubstituição de importações do desenvolvimentismo e das políticas de desenvolvimentoadotadas durante o regime militar. Segundo a autora, a agricultura não era, durante osgovernos militares, o principal foco de atenção das políticas governamentais. Os incentivos einvestimentos governamentais geraram, segundo a autora, concentração regional e setorial damodernização, devido à concentração da propriedade e da renda na produção agrícola. Aagricultura continuava sendo vista principalmente como fonte de alimentos para as zonasurbanas, com os governos focados na industrialização e no controle de preços, como meio defacilitar a reprodução da força de trabalho. Segundo a autora, principalmente após a recessãoque terminou em 1968, a agricultura passou a ser parte direta do processo de substituição deimportações. Contudo, a modernização se deu paralela à divisão regional do trabalho que sedesenvolvia a partir da industrialização, concentrada regionalmente. A concentração dapropriedade e da renda da produção agrícola atuou como uma barreira à modernização emnível nacional.
Em retrospectiva, HOMEM DE MELO (1979) identifica uma concentração regionaltambém nos esforços e resultados em pesquisa agronômica, com destaque para o estado deSão Paulo e, de forma secundária, Rio Grande do Sul. No âmbito federal, o autor argumentaque apenas na década de 1970 “[...] com a completa reformulação na organização do sistemade pesquisa agronômica e maior suporte de recursos é que se pode perceber uma mudança deênfase” nos investimentos em pesquisa.
O controle da densidade demográfica, interno à grande propriedade, e osdesenvolvimentos tecnológicos em algumas zonas mais antigas, combinados aos subsídios ainsumos e ao crédito rural são forças que segundo HOMEM DE MELO (1979) contribuírampara a concentração na estrutura agrária. Também contribuem para explicar o surgimento deuma grande quantidade de pequenos agricultores com baixíssimos níveis de renda8,fenômeno, mais agudo em determinadas regiões.
No nordeste e no centro-sul, prevalece a concentração com sistema de produçãotradicional, complementado pela conquista de novas fronteiras (apesar da barreira de terrasmenos férteis), num processo que gerava desvantagens para as pequenas propriedadesfamiliares. Com o aumento da densidade demográfica, estes agricultores familiaresimigravam para a fronteira, saíam da agricultura, ou permaneciam na agricultura, o quegerava uma subdivisão das propriedades, fato agravado pela diminuição na fertilidade naturaldos solos. Os pequenos agricultores também tinham sua produção concentrada em produtosalimentares para a subsistência familiar, com uma base de recursos limitada e de baixaqualidade. A subsistência é uma alternativa às incertezas do mercado, garantindo a
6 DIAS (1978) e FURTADO (1975) analisam a destruição da fertilidade causada por este modelo e Dias argumentaque o processo de expansão também esbarrou em terras pouco férteis no nordeste.7 Segundo BIELSCHOWSKY, dados mostravam uma expansão na produção brasileira de alimentos, nãocorrespondendo a um ponto de estrangulamento.8 Sobre os baixos níveis de renda na agricultura brasileira, ver PAIVA (1975).
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sobrevivência ao garantir o consumo - a comercialização dos excedentes com carátereventual. (HOMEM DE MELO, 1979:80-82)
Outro fato observado no período é a dificuldade de se transferir tecnologia pararegiões ecologicamente diferentes. Assim a desigualdade pesa ainda mais para estados comoSão Paulo e Rio Grande do Sul. Mesmo a utilização dos subsídios era desigual pelaocorrência, em algumas regiões, de falta de controle sobre a água, pobreza dos solos, relevoacidentado e custo mais elevado pela distância dos centros produtores. Em 1974, a relaçãocrédito agrícola/produto agrícola era de 21% para o nordeste, 51% para o sul, 55% para osudeste e de 60% para o centro-oeste. Autores como João Sayad mostravam que os “grandestomadores eram relativamente mais beneficiados com os juros subsidiados, pois tinham umaparcela maior de suas despesas totais financiadas pelo crédito” (HOMEM DE MELO,1979:73).
1.3 - As particularidades da formação da estrutura agrária mineira
Segundo PAULA (2000), Minas Gerais, ao contrário da tendência geral brasileira,apresenta uma vocação urbana desde o início, apesar da multiplicidade de particularidades natrajetória dos núcleos urbanos. Em Minas, de forma geral, apesar da origem das cidades estarligada à expansão da atividade mineratória, sua evolução apresenta diversidade de motivos eformas. Em regiões menos afetadas pela mineração, como a Bacia do Mucuri, os baixos riosDoce e Jequitinhonha, o processo tipicamente urbano só se deu no século XIX.
MULS (1990:95) argumenta que apesar de a inserção de Minas Gerais na economiacolonial se dar pela extração do outro e do diamante, a partir de fins do século XVII, a“atividade agro-pastoril é parte fundamental do complexo econômico da mineração”, devido ànecessidade de redução do custo da mão-de-obra escrava, bem de capital dispendioso eessencial à atividade mineratória. Com isso, não se formou uma economia agro-exportadora,tipo plantation, mas gerou-se uma lógica própria de acumulação das atividades agro-pastorisem função da atividade mineratória, em um processo de substituição de importações.
A partir da década de 1730, segundo a tese de MULS (1990), com a queda daprodução aurífera observa-se um deslocamento dos mineradores e conseqüente povoamentode outras regiões. Este deslocamento dos fatores de produção proporciona a ocupação denovas fronteiras agrícolas.
MULS (1990) argumenta que com o crescimento dos mercados de São Paulo e Rio deJaneiro há um estímulo à agropecuária do Sul de Minas. Era, contudo, voltada para o mercadointerno, o que a diferenciava do padrão nacional de exploração do trabalho escravoempregado na produção para exportação de bens tropicais. As particularidades da economiamineira facilitaram a gênese de um campesinato que propiciou a preservação da propriedade ea extração de renda fundiária, permitindo uma acumulação interna que conciliava ganhoseconômicos e políticos9.
Segundo MULS (1990), a agropecuária é implantada concomitantemente à mineraçãoe acompanha a ocupação do território. PAULA (2000) ainda argumenta que se a origem darede urbana mineira é devida ao ouro, não o é sua complexificação, estruturação ehierarquização10. Assim, no século XIX as cidades se formam pela expansão da fronteira
9 Para MULS (1990), o trabalho camponês garante a propriedade fundiária e mão-de-obra para a expansão dafronteira agrícola, para os tempos de valorização comercial de determinados produtos, etc. Foi primordial à expansãoagropecuária para o mercado interno e para a sustentação do setor externo (principalmente o café a partir da décadade 1830).10 Em contrário, para CUNHA (2002), num primeiro momento a lógica deste fenômeno é ditada pelo ouro.
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agrícola11. Contudo, MULS (1990) alerta que o desenvolvimento se dá de forma distinta nasdiferentes regiões do que hoje é o Estado de Minas Gerais. Sobretudo a partir de 1770, apesarda presença de territórios ainda não ocupados e integrados, as características básicas daeconomia mineira já estavam constituídas, com a coexistência do trabalho escravo nasgrandes propriedades e o trabalho camponês nas pequenas propriedades ou posses. Formou-se“um setor agropecuário não-exportador mas mercantil, (...) [que se configurou] através dediferentes tipos de unidades produtivas e diferentes formas de relações de produção” (MULS,1990:102). O traço característico da estrutura agrária mineira era o binômio latifúndio-minifúndio, baseado no trabalho escravo e, de forma menos intensa, no trabalho familiarcamponês.
Segundo NABUCO (1981), a industrialização paulista e as melhorias no setor detransportes interromperam uma manufatura nascente em Minas Gerais baseada principalmentena indústria têxtil e na produção de ferro. A produção agrícola do estado também se integrou,progressivamente, à indústria de São Paulo, fenômeno que contribuiu para sua diversificação.As zonas industrializadas se dedicaram cada vez menos à produção agrícola, enquanto suaszonas urbanas apresentavam um crescimento na demanda por alimentos e matérias-primas.
As políticas nacionais das décadas de 1950 e 1960 se voltaram para a industrializaçãodo estado, visando a criar uma indústria básica integrada ao pólo industrial paulista. Mas aprioridade do capitalismo brasileiro eram os bens de consumo duráveis, a indústria mineiranão conseguia competir com a paulista, e as políticas do governo central foram incapazes dealavancar a produção industrial. Nestas duas décadas, a produção agrícola do estado tambémapresentou uma baixa performance, e os governos prestaram pouca atenção ao setor agrícolaem geral. (NABUCO, 1981)
Hoje, como atestam GONÇALVES et alli (2000), Minas Gerais apresenta umaprodução espacialmente concentrada, e uma heterogeneidade de estágios de desenvolvimento.Conforme a Tabela 1.1, o PIB industrial se concentra principalmente na macrorregião Centrale nas macrorregiões Rio Doce, Sul, Mata e Triângulo. O setor de serviços é tambémconcentrado na macrorregião Central, seguida pelo Sul, Triângulo, Mata e Rio Doce. O setoragrícola é mais bem distribuído, com destaque para as regiões Sul, Triângulo, Central, Mata eRio Doce.
A Região Jequitinhonha/Mucuri tem a menor participação no PIB Agrícola (4,76%) eno PIB Industrial (0,94%), e a segunda menor participação no PIB Serviços (2,64%), atrásapenas da região Noroeste. Segundo os dados da Fundação João Pinheiro, oJequitinhonha/Mucuri tem ainda o menor PIB per capita do estado (R$ 2.104,08, para umamédia estadual de R$ 5.517,80)
Tabela 1.1Participação no Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes, participação na população e PIB por
habitante, por setores de atividade econômica, segundo regiões de planejamento – 2000
Macroregião %PIB Agrícola %PIB Industrial %PIB Serviços %População PIB/HabitanteCentral 10,18% 46,19% 49,58% 35,09% 7041,29Mata 9,88% 6,89% 9,25% 11,35% 4024,42
Sul de Minas 22,96% 12,99% 10,90% 13,33% 5308,00Triângulo 14,07% 7,54% 7,75% 7,15% 6318,59
Alto Paranaíba 10,76% 2,56% 2,97% 3,30% 5780,62Centro-Oeste de Minas 7,25% 4,99% 4,61% 5,52% 4994,93
Noroeste de Minas 6,53% 1,57% 1,34% 1,87% 5548,26Norte de Minas 7,26% 5,10% 4,49% 8,34% 3300,99
Jequitinhonha/Mucuri 4,76% 0,94% 2,64% 5,47% 2104,08Rio Doce 6,34% 11,21% 6,47% 8,58% 5479,04
Fonte: Elaboração Própria a partir de dados do PIB-M da Fundação João Pinheiro, 2000.
11 Para uma abordagem completa da ocupação territorial e do fenômeno urbano na província de Minas Gerais, verPAULA (1988).
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1.4 – O Jequitinhonha
Segundo BATISTA e MATOS (1999), o surgimento dos primeiros povoados naregião, em fins do século XVII, se dá pelos achados de diamante e ouro nos riosJequitinhonha e Araçuaí. A rede urbana aí gerada se integrou então com a região central deMinas Gerais, polarizada por Vila Rica. Segundo os autores, até fins do século XVII, Serro,Diamantina e Minas Novas eram os principais pontos da rede urbana que se formava,possuindo lavras expressivas e sendo centros administrativos importantes. A população
que se reunia no Alto Jequitinhonha, nos altiplanos da Serra do Espinhaço, haveria deintroduzir crescentes necessidades comerciais e de abastecimento, induzindo à formaçãode cidades em terrenos pouco adequados à prática da agricultura e pecuária. (BATISTA eMATOS, 1999:2-3).
MOURA (1992) atribui a aparição da região no cenário econômico ao Século XVII, esegundo BATISTA e MATOS (1999:3-4), as cidades aí formadas caracterizavam-se pelaforte vinculação com o Recôncavo Baiano e Salvador, capital colonial, através do fluxo depessoas e mercadorias (apesar das restrições impostas pela coroa). A procura de áreasdistantes dos lugares mais fiscalizados levou à expansão da ocupação territorial no séculoXIX, num movimento populacional do alto Vale do Jequitinhonha em direção a “outras sub-regiões, notadamente aquelas localizadas nas proximidades de Minas Novas e ao longo docurso médio e baixo do Jequitinhonha”. Os autores chamam atenção para a importância que ocomércio toma no século XIX, que além de complementar a mineração e o garimpo fez comque fosse demandada a abertura de novas rotas.
Segundo MOURA (1992), as propriedades tinham simultaneamente roças de milho,feijão e mandioca, abastecendo as próprias fazendas e comercializando os excedentes com ascidades mais expressivas no Alto Jequitinhonha. Para BATISTA e MATOS, o comérciotambém foi responsável pela integração, ainda maior, no século XIX com o sul da Bahia.Observou-se também a estruturação do comércio com o vale do rio São Francisco, além daarticulação do Alto Vale do Jequitinhonha com o Médio Jequitinhonha; e da conexão do AltoJequitinhonha com as proximidades de Araçuaí. O Baixo Jequitinhonha é ocupado a partir defins do século XIX, com empreendimentos nos rios Doce e Mucuri e com o avanço dapecuária, cuja extensividade implicou uma rede urbana modesta. Contudo, a navegaçãocontribuiu para o surgimento de uma série de povoados no curso do baixo Jequitinhonha.Posteriormente, grandes fazendas de pecuária de corte ocuparam a área, e é expressiva aprodução algodoeira. SILVA (1990) argumenta que a pecuária condicionou, a partir da quedada mineração, a organização produtiva e social do Vale do Jequitinhonha, mantendo aestrutura fundiária concentrada e arcaica.
PAULA (1988) apresenta a escassez de víveres na região de Minas Novas em anos depoucas chuvas, mas na Vila do Príncipe a produção era abundante. Segundo o autor, aprodução de algodão se expandiu na região de Minas Novas, e o comportamento destaprodução se condicionou ao mercado internacional, com destaque para a expansão algodoeirabrasileira verificada a partir da crise de produção americana. O autor ainda observa umatentativa pioneira de implantação de manufatura de tecidos na Demarcação Diamantina em1813.
MOURA (1992) contrasta o século XVIII com o XIX: enquanto o solo era rico emouro e diamantes no primeiro, no segundo seus pastos eram apenas razoáveis, exigindoextensividade na pecuária. Se a distância do ouro à Europa igualava de certa forma as regiões,o abastecimento interno distancia muito o Jequitinhonha em relação a outras áreas de MinasGerais. Neste ponto, BATISTA e MATOS (1999) também argumentam que as reestruturações
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econômicas sofridas pelo país após o avanço da cafeicultura e da industrialização no começodo século XX (deslocando definitivamente o eixo da economia para São Paulo e Rio deJaneiro), acentuaram a diferença nas dinâmicas espaciais das regiões distantes das áreasprivilegiadas pelos investimentos públicos e privados, como é o caso do Vale doJequitinhonha. Observa-se então a decadência da pecuária na região e a piora, na segundametade do século, das condições de vida de sua população.
Assim, segundo MOURA (1992), a estrutura econômica do Jequitinhonha nãoapresentou grandes mudanças desde a decadência da mineração. Sua economia estevereduzida, desde então
1) pela produção agrícola voltada para centros locais, que à exceção de Diamantina, sãoinexpressivos; 2) pela venda de reses para abate fora da região ou reses jovens para outrasregiões das Gerais, onde então completariam seu ciclo de crescimento; 3) pela produçãoartesanal do queijo crioulo; 4) pela venda de excedentes de produção agrícola, quepoderiam, num limite máximo, atingir Ouro Preto; 5) pela produção camponesa doalgodão sertanejo que chegava até o Rio de Janeiro. (MOURA, 1992:8-9).
A região ainda observa a incorporação, a partir de 1950, do Médio Jequitinhonha àcafeicultura moderna com base em grandes propriedades e o plantio de florestas de eucaliptos.
MOSCOVITCH (2000) demonstra como a situação econômica do Vale doJequitinhonha é hoje desfavorável em relação a outras regiões mineiras. O autor observa amaior importância do setor terciário, seguido pelo primário na região, com poucas atividadesindustriais. Estas estão geralmente ligadas ao ramo minero-metalúrgicos, intensivas emcapital e tecnologia, “com baixo efeito de encadeamento econômico e baixo potencial paragerar empregos capazes de oferecer alternativa econômica para a população regional”(MOSCOVITCH, 2000:63). O autor observa ainda que os ramos agropecuários são os quemais empregam, a despeito da maior importância do setor terciário no produto. ParaMOSCOVITCH,
dentre os principais ramos da agropecuária regional merece realce a pecuária de corte, maisimportante no Baixo e Médio Jequitinhonha; a monocultura do eucalipto, sobretudo noAlto Jequitinhonha e na sub-região da SUDENE; a cultura do café, praticada nosmunicípios de Capelinha, Novo Cruzeiro, Caraí e Padre Paraíso; e uma pequena produçãoagropecuária, juntamente com as de subsistência, difundidas em toda a região, porém, commaior freqüência na sub-região da SUDENE. (MOSCOVITCH, 2000:63).
É importante notar a intensificação da concentração fundiária12 e a profundatransformação nas relações sociais de produção da região causadas pelo processo de“modernização conservadora”, verificado na década de 1960. MOSCOVITCH (2000:64)argumenta que isto levou à desorganização da produção camponesa e à fuga da mão-de-obra,“conformando uma situação de exclusão social, claramente associada a mecanismosinstitucionais (como as políticas públicas) e de mercado (como por exemplo o mercado decrédito)”.
Desta forma, o Vale do Jequitinhonha se inseriu na economia mineira e brasileira noinício do século XVIII, através da atividade mineratória. Com a decadência da mineração, apecuária surgiu como atividade principal. Desde os primórdios, contudo, observa-se aagropecuária de subsistência que comercializava seus excedentes com as cidades maisexpressivas da região e como sul da Bahia. Desde então, uma estrutura agrária concentrada,baseada na pecuária extensiva coexiste com pequenas propriedades, e com a presença deposseiros, agregados e pequenos camponeses. (SILVA, 1990; BATISTA e MATOS, 1999).
12 MOURA (1992), contudo ressalta que não houve incentivos à concentração fundiária até então, observando oparcelamento intenso das fazendas através de heranças, sem nenhum fenômeno econômico que o contrariasse.
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Estas propriedades, como visto acima, foram negligenciadas pelas políticaseconômicas focadas na industrialização desde meados do século XX. A revolução agrícolaverificada no país, com a inserção do serrado a partir de pesquisas agronômicas foi levada acabo sem que se houvesse uma reforma agrária. Segundo HOMEM DE MELO (1979), oprocesso foi regionalmente excludente, assim como o foi a própria pesquisa agronômica.
Regiões como o Vale do Jequitinhonha foram excluídas do processo dedesenvolvimento. Com o surgimento na região do imenso maciço de floresta artificial(eucalipto) concentrou-se ainda mais a propriedade, desarticulando, segundo MOSCOVITCH(2000), a produção camponesa e induzindo a migração urbano-rural. Desde a década de 1960,o Vale já
se inseria na divisão interregional do trabalho como uma economia regional periférica, debaixa circulação monetária interna e de fraca articulação com outras regiões de maiordinamismo econômico de Minas e do País e mantendo, até então, um ritmo decrescimento lento e retardatário. (SILVA, 1990:105).
II – ANÁLISE REGIONAL
2.1 – Metodologia – Análise Multivariada: Componentes Principais e Agrupamento.
O nome Análise Multivariada aplica-se a um grande conjunto de análises estatísticasque trabalham com medidas múltiplas de uma ou mais amostras de indivíduos, tomadosgenericamente como um sistema único de medida, ou seja, consideram a interligação geral devariáveis aleatórias simultaneamente.
Neste trabalho, utilizamos duas técnicas de análise multivariada, Análise deComponentes Principais (ACP) e Modelos de Agrupamento (Cluster Analysis). O método deACP é utilizado com o objetivo de explicar a estrutura de variância e covariância de um vetoraleatório composto por p variáveis aleatórias, obtidas através de combinações lineares de kvariáveis originais (MANLY, 1986). Em outras palavras, o objetivo é reduzir o número devariáveis (atributos) explicativas de um conjunto de indivíduos a um pequeno número deíndices, chamado componentes principais (pois por construção k < p ), com a característica deserem não correlacionados.
Elabora-se um conjunto de variáveis ortogonais (estatisticamente independentes) Z1,Z2, ..., Zk a partir de uma combinação linear das variáveis ortogonais observadas (atributos)X1, X2, ..., Xk. Por construção as variáveis obtidas pelo método da ACP são ortogonais,possuindo correlação igual a zero. Os componentes Zk são calculados de forma que o primeirocomponente Z1 condense e sintetize a maior parcela da variância, e assim por diante.13
A análise de cluster tem como objetivo dividir em subconjuntos, o mais semelhantespossíveis, conjuntos de elementos (indivíduos), de forma que os elementos pertencentes a ummesmo grupo sejam similares com respeito às características (atributos) que forem medidasem cada elemento. A classificação dos indivíduos dá-se em grupos homogêneos, comvariabilidade intraclasse mínima e variabilidade interclasse máxima – permitindo criartaxonomias, tipologias, reduzindo a quantidade de dimensões a serem analisadas epossibilitando um entendimento mais direto das características inerentes das informações.
Consideramos apropriada para o presente estudo, dadas as características do universoanalisado, a análise de clusters não-hierárquica (k-means) por centróides. Consiste-se de umprocedimento que, dado um número de clusters previamente determinado, calcula pontos querepresentam os “centros” destes clusters e que são espalhados homogeneamente no universo
13 Ver MANLY (1986).
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Figura 1 – ClustersTotal dos Municípios
de dados e movidos, heuristicamente, até alcançar um equilíbrio estático. A análise de clusterse a análise de componentes principais serão efetuadas com o auxílio do pacote estatísticoSPSS 11.0. As iterações na análise de clusters foram limitadas em 10. Como padrão, utilizou-se a distância euclidiana, onde
( ) ( )∑=
−=p
fjfij xxjid
1
2, ,
alcançando o equilíbrio estático a partir de um processo iterativo de recentragem e realocaçãodos indivíduos até que a variância mínima das classes seja alcançada.
2.2 – Vale do Jequitinhonha: estrutura da produção agropecuária e hierarquia urbana deserviços
Este estudo é realizado a partir de dados do Censo Agropecuário IBGE de 1995, daestimativa do PIB Municipal da Fundação João Pinheiro, e de dados do PNUD sobre infra-estrutura e desenvolvimento humano. O universo de dados do Censo Agropecuário constrói-se a partir de indivíduos (propriedades) entrevistados. Desta forma, uma análise do conjuntopode retratar o tamanho (total dos indivíduos) ou a estrutura (média dos indivíduos) em cadamunicípio. Faremos uma análise preliminar do tamanho para depois focarmos com maisdetalhe a estrutura.
Os Quadros 1 e 2 condensam os resultados da ACP da produção agrícola utilizando ostotais dos indivíduos de cada município. O Mapa 1 sintetiza o resultado do agrupamento(clustering) deste mesmo conjunto de dados.
Nesta análise o primeiro componente da ACP, que explica 71,142% da variância,diferencia os atributos mais típicos da produção de grandes animais (total de bois, valor daprodução animal, terras destinadas a pastagens, propriedades entre 500 e 5000 ha) de atributosda pequena produção vegetal (propriedades entre 5 e 50 ha, valor da produção vegetal, uso deadubos). O segundo componente, que explica mais 26,513 da variância, diferencia osatributos mais típicos da grande produção vegetal (propriedades maiores de 5000 ha, valor daprodução vegetal, uso de adubos, lavouras) das variáveis da produção animal. Convém notarque o atributo “matas naturais e plantadas” diferencia mais os indivíduos que o atributo“lavouras temporárias e permanentes”. Outro atributo importante é o uso de tratores emáquinas.
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Quadro 1 – Componentes ACP AgrícolaTotal dos Municípios
Atributo Componente1 2
Total Bois ,922 -,155Total Porcos ,193 ,265Total Frangos ,028 ,430Assistência Técnica ,282 ,177Irrigação ,314 ,195Energia Elétrica ,263 ,099Propriedades menores de 5 ha -,339 ,115Propriedades entre 5 e 50 ha -,494 ,051Propriedades entre 50 e 500 ha -,146 -,551Propriedades entre 500 e 5000 ha ,516 -,407Propriedades maiores de 5000 ha -,010 ,781Tratores e Máquinas ,124 ,674Valor Produção Vegetal -,100 ,722Valor Produção Animal ,889 -,129Empreitada - Mão de Obra ,436 ,231Empreitada - Máq Equipamentos ,322 ,060Uso Adubos Químicos -,115 ,551Uso Adubos Orgâncos -,017 ,587Lavouras Permanentes eTemporárias
,059 ,435
Pastagens Naturais e Artificiais ,984 -,177Matas Naturais e Plantadas ,436 ,900Lavouras em descanso e Prodnão utilizadas
,347 ,162
PIB-M ,489 ,331População Urbana ,509 ,217População Rural ,113 ,303Fonte: Elaboração Própria
Quadro 2 – Variância Total ExplicadaInitial Eigenvalues Extraction Sums of Squared
LoadingsComponente Total % of
VarianceCumulative % Total % of
VarianceCumulative
%Rescaled 1 1,1E+15 71,142 71,142 4,699 18,795 18,795
2 4,3E+14 26,513 97,655 4,454 17,815 36,6093 2,8E+13 1,724 99,3794 7,4E+12 ,459 99,8385 2,4E+12 ,151 99,9896 1,8E+11 1,114E-02 100,000
Fonte:Elaboração Própria
Os clusters confirmam estas diferenciações da ACP, e mostram uma concentraçãoregional de cada tipo dentro do Vale do Jequitinhonha. Como pode ser observado na Figura 1,o baixo Jequitinhonha concentra municípios com maior renda da produção de vegetaisenquanto o alto Jequitinhonha concentra municípios voltados à produção animal (maioresrendas e maior parcela da terra destinada à pecuária). É importante observar que o PIBmunicipal do primeiro cluster (alto Jequitinhonha) é duas vezes maior que o do segundo.
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Quadro 3 – Centróides dos ClustersCluster
1 2Total Bois 48481,30 13729,70Total Porcos 2533,90 2290,00Total Frangos 22837,20 29709,33Assistência Técnica 106,20 48,61Irrigação 51,50 29,79Energia Elétrica 229,40 163,58Propriedades menores de 5 ha ,00 ,01Propriedades entre 5 e 50 ha ,05 ,18Propriedades entre 50 e 500 ha ,40 ,46Propriedades entre 500 e 5000 ha ,51 ,25Propriedades maiores de 5000 ha ,04 ,09Tratores e Máquinas 39,30 40,61Valor Produção Vegetal 285390,10 1544719,48Valor Produção Animal 2706017,80 815848,67Empreitada - Mão de Obra 147,60 83,82Empreitada - Máq Equipamentos 22,40 8,09Uso Adubos Químicos 32,90 149,88Uso Adubos Orgâncos 91,00 141,39Lavouras Permanentes eTemporárias
2482862,00 3101412,61
Pastagens Naturais e Artificiais 92078302,70
22272622,91
Matas Naturais e Plantadas 25591655,90
14578549,85
Lavouras em descanso eProd não utilizadas
7533440,00 3498684,21
PIB 45068,74 23945,43População Urbana 13669,30 7050,85População Rural 5953,70 6124,91
Fonte: Elaboração Própria
Nesta análise preliminar, ressaltamos a homogeneidade do segundo cluster. Apesar deque o identificamos como municípios voltados à produção de vegetais, o valor desta produçãoem relação ao primeiro cluster é pouco mais da metade. Além disto, a maior parte de suasterras está destinada a pastagens. Cumpre ainda observar que, nesta divisão, o primeiro clustertem a maior parte de suas propriedades com tamanho entre 500 e 5000 ha e pouquíssimaspropriedades menores de 50 ha, enquanto o segundo grupo caracteriza-se por propriedadesmenores.
Esta divisão contudo, incluiu como “produtores de animais” as produções de vegetaiscom maior valor da região. Como pode ser observado na Tabela 1, os municípios com maiorprodução vegetal estão concentrados no Alto Jequitinhonha. Dos dez listados, apenasJequitinhonha está no Baixo Jequitinhonha, mas sua produção não se compara à dos setemaiores, todos no Alto-Médio Jeqtuitinhonha.
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Tabela 1 – As 10 Maiores Produções de VegetaisMunicípio Valor em R$
Carbonita 12.529.349Minas Novas 7.982.000Capelinha 6.842.830Novo Cruzeiro 5.954.689Turmalina 4.351.247Itamarandiba 4.036.464Senador Modestino Gonçalves 2.943.866Caraí 944.718Padre Paraíso 580.866Jequitinhonha 544159
Fonte: Censo Agrícola 1995-1996
Transformando os dados originais em termos de estrutura, adotando-se a média porpropriedade em cada município no lugar de seus totais, esta aparente contradição desaparece.De acordo com a Figura 2, que sintetiza o agrupamento (clustering) deste novo conjunto dedados, o Vale do Jequitinhonha se divide então em dois grupos. Seis municípios concentradosno Alto-Médio Jequitinhonha se diferenciam dos demais.
Figura 2 – Clustering - média das propriedades
Fonte: Elaboração Própria
Das sete maiores produções de vegetais apresentadas na Tabela 1, apenas NovoCruzeiro não faz parte deste cluster. Esta região é precisamente a área dos grandes maciços deeucalipto, de forma que estes municípios têm grande porcentagem de terras destinadas amatas e alta concentração da propriedade, conforme a tabela 2. A ausência de Novo Cruzeiropode ser explicada pela Tabela 3, que apresenta as maiores rendas da silvicultura (dado nãopresente no universo analisado pela ACP!)
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Tabela 2 – Estrutura Fundiária e Uso da TerraOs 5 municípios com maior parcela de matas
e respectivas porcentagens de terras destinadas a grandes propriedades(maiores de 5000 hectares)
Município % Matas % GrandesPropriedades
Carbonita 82,46% 89,98% (1)Itamarandiba 68,18% 46,59% (4)Turmalina 66,80% 72,35% (2)Senador Modestino Gonçalves 48,45% 51,11% (3)Felício dos Santos 40,44% 0% (x)
Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Censo Agrícola 1995-1996
Tabela 3Valor da Produção e porcentagem do Total do Vale
SilviculturaMunicípio Silvicultura % do Total
Senador Modestino Gonçalves 6.851.003 23,34Carbonita 6.601.940 23,06Minas Novas 5.953.160 20,80Turmalina 3.876.050 13,54Capelinha 2.777.110 09,70Itamarandiba 1.866.388 06,52Virgem da Lapa 300.630 01,05Diamantina 192.730 00,67Pedra Azul 131.850 00,46Datas 31.120 00,10
Fonte: Elaboração própria a partir do Censo Agrícola 1995-1996
A divisão entre municípios produtores de animais e produtores de vegetais reaparece seforçamos uma regionalização em três grupos. Como mostra a Figura 3, a divisão entre oBaixo e o Alto Jequitinhonha é, inclusive, acentuada. Apenas quatro municípios (contra dozena Figura 1) do Baixo Jequitinhonha pertencem ao cluster dos municípios do AltoJequitinhonha. Os seis municípios distinguidos na separação anterior permanecem em umgrupo à parte.
Figura 3 – Clustering – média das propriedades
Fonte: Elaboração Própria
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Quadro 4 - Clusters - Centróides FinaisCluster
1 2 3Uso de Assistência Técnica ,10861 ,11880 ,08423Uso de Irrigação ,03850 ,04779 ,04833Estabelecimentos com acesso a En. Elétrica ,26833 ,27026 ,15212Propriedades menores que 5 há ,00240 ,02026 ,00692Propriedades entre 5 e 50 há ,08988 ,22050 ,11186Propriedades entre 50 e 500 há ,50433 ,45621 ,15798Propriedeades entre 500 e 5.000 há ,39233 ,28155 ,07318Propriedades maiores que 5.000 há ,01105 ,02148 ,65007Tratores e Máquinas por proprietário ,04534 ,08973 ,17176Valor Produção Vegetal ,00802 ,02800 ,07189Valor Produção Animal ,03029 ,01690 ,02162Uso de Adubos Químicos ,02575 ,26380 ,46058Uso de Adubos Orgânicos ,07396 ,32596 ,29525Lavouras Permanentes e Temporárias ,02540 ,10325 ,03954Pastagens Naturais e Artificiais ,80712 ,52116 ,18544Matas Naturais e Plantadas ,12302 ,26689 ,66474Lavouras em descanso e produtivas nãoutilizadas
,04446 ,10870 ,11027
População Urbana (%) ,53648 ,58889 ,70274% de grandes animais no valor da prod. animal ,92772 ,79176 ,72980% de lavouras no valor da prod. Vegetal ,85421 ,77254 ,23268
A análise dos centróides destes clusters apresenta os municípios do terceiro grupo (osseis municípios do agrupamento angerior) têm 65% de suas terras em propriedades maioresque 5.000 ha, contra 1,1% do primeiro cluster e 2,1% do segundo; 66% de suas terras sãoocupadas por matas, contra 26,7% do segundo grupo e 12% do primeiro. O valor de suaprodução vegetal é 2,6 vezes maior que a do segundo grupo, e 8,96 vezes maior que doprimeiro. O uso de adubos químicos é 1,75 vez maior que no segundo grupo. É interessanteobservar que a população urbana nestes municípios é de 70%, contra 58,9% no segundo grupoe 53,6% no primeiro. O número de tratores e máquinas por proprietário é 1,91 vez maior queo do segundo grupo e 3,79 vezes que o do primeiro.
O primeiro grupo (maior produção animal) diferencia-se do segundo (pequenosprodutores de vegetais) basicamente pelo tamanho da propriedade, além, é claro, da parcelada terra destinada à pastagem e lavoura e da utilização de adubos. Apesar de ambos os grupospossuírem o grosso de suas terras em propriedades entre 50 e 500 ha, apenas 9% das terras doprimeiro grupo estão em propriedades menores de 50 ha, contra 24% das terras do segundo.
A ACP deste conjunto de dados apresenta uma diferenciação no mesmo sentido daobservada no clustering e na primeira ACP. Os primeiros componentes aqui explicam umamenor variância que lá, porém convém observar que os dados estão bastante homogeneizadospela média.
O primeiro componente, que aqui explica 41,44% da variância, diferencia basicamenteos atributos relacionados à silvicultura (eucalipto) das demais, principalmente as relacionadasà pecuária, conforme o Quadro 5. As grandes propriedades (maiores de 5.000 ha) se opõe àspropriedades entre 50 e 5.000 ha. As terras destinadas a matas diferenciam-se das destinadas apastagens. Este componente ainda tem um grande peso nas pequenas porcentagens de grandesanimais e lavouras nos valores das produções de animais e vegetais, respectivamente.
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Quadro 5 – Matriz de Componentes – ACP média dos produtoresRescaled
Component1 2 3
Uso de Assistência Técnica ,017 ,594 -,282Uso de Irrigação ,125 ,197 -,065Estabelecimentos com acesso a En. Elétrica -,077 ,624 -,060Propriedades menores que 5 ha ,242 -,399 ,256Propriedades entre 5 e 50 ha ,199 -,407 ,540Propriedades entre 50 e 500 ha -,599 ,122 ,623Propriedeades entre 500 e 5.000 ha -,521 ,373 -,585Propriedades maiores que 5.000 ha ,822 -,152 -,344Tratores e Máquinas por proprietário ,453 ,470 -,163Valor Produção Vegetal ,649 -,186 ,046Valor Produção Animal -,184 -,225 -,347Uso de Adubos Químicos ,693 ,605 ,190Uso de Adubos Orgânicos ,450 ,754 ,264Lavouras Permanentes e Temporárias ,326 ,084 ,623Pastagens Naturais e Artificiais -,898 ,149 -,243Matas Naturais e Plantadas ,880 -,189 ,002Lavouras em descanso e produtivas nãoutilizadas
,390 -,050 ,336
População Urbana (%) ,232 ,439 -,375% de grandes animais no valor da prod. Animal -,669 ,238 -,254% de lavouras no valor da prod. Vegetal -,760 ,286 ,328
Fonte: Elaboração Própria
Quadro 6 – Variância explicada total – ACP média dos produtoresInitial Eigenvalues Extraction Sums of Squared
LoadingsComponen
tTotal% of VarianceCumulative % Total % of Variance Cumulative %
Rescaled
1 ,193 41,333 41,333 5,687 28,437 28,437
2 8,503E-02 18,177 59,510 2,924 14,618 43,0553 5,374E-02 11,488 70,999 2,420 12,100 55,1554 3,180E-02 6,798 77,7975 2,653E-02 5,671 83,468
Fonte: Elaboração Própria
O segundo componente desta ACP, que explica 18,17% da variância, diferenciaatributos de tecnologia (adubos, máquinas, assistência técnica, energia elétrica) de atributosde estrutura fundiária (tamanho da propriedade e uso da terra).
Por fim, o terceiro componente, que explica 11,5% da variância, diferencia atributosrelacionados à pecuária daqueles relacionados à lavoura, além de diferenciar o tamanho daspropriedades entre maiores e menores de 500 ha. As menores estão relacionadas às lavouras,enquanto as maiores estão relacionadas à pecuária de grandes animais. Maiores porcentagensde população urbana estão relacionadas, neste componente, à produção de grandes animais,assim como o acesso à tecnologia.
Estas análises, tomadas em conjunto, destacam a discrepância dos municípiosprodutores de eucalipto e a distinção Alto-Baixo Jequitinhonha entre pecuária e agricultura.Contudo, a análise da região a partir de dados do desenvolvimento urbano apresenta umaoutra configuração do Vale do Jequitinhonha. O agrupamento (clustering) em três gruposmostra a cidade de Diamantina como polarizadora da oferta de serviços urbanos. Diamantinapossui o maior PIB da região, composto principalmente de serviços (77%). Outros nove
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municípios aparecem como um grupo intermediário. Estes municípios (Pedra Azul, Almenara,Medina, Jequitinhonha, Itaobim, Araçuaí, Minas Novas, Capelinha e Itamarandiba) sãoexatamente os nove PIB de serviços imediatamente posteriores ao de Diamantina, conforme aTabela 4.
Apesar da improbabilidade de uma rede de quatro níveis na região, apresentamos naFigura 5 os resultados deste exercício. Os centros coincidem, grosso modo, com a análise deCARVALHO et alli (1999), que hierarquiza os municípios do Vale a partir de fluxos detelefonia interurbana. Almenara polariza claramente o Baixo Jequitinhonha; Araçuaí oMédio; e Diamantina o Alto Jequitinhonha. O Alto-Médio Jequitinhonha apresenta ainda trêsmunicípios (Itamarandiba, Capelinha e Minas Novas). Estes centros urbanos têm nos serviçosa maior parcela de seu PIB.
Contudo, como observa MOSCOVITCH (2000), a maior parte de sua população sededica a atividades agropecuárias. A região do Vale do Jequitinhonha, segundo LEMOS etalli (2000), é polarizada por Belo Horizonte. Espacialmente, os municípios mais próximos deBelo Horizonte (Alto Jequitinhonha) estão inseridos no cluster de maior PIB e produção depecuária bovina. Assim, a presença de Diamantina como um grupo separado dos demais deveser vista com cautela. As regionalizações do Vale do Jequitinhonha não a identificam comoum pólo de segunda ordem. Identifica antes, um maior desenvolvimento dos núcleos urbanosdesta região, uma capilaridade compartilhada com os municípios de Itamarandiba, Capelinhae Minas Novas. Caracterizamos assim Almenara, Araçuaí e, em menor grau, Diamantina,como “centralidades do rual”, núcleos urbanos que polarizam um hinterland agropecuário.
Figura 4 – Clusters Serviços Urbanos
AlmenaraAlmenaraAlmenaraAlmenaraAlmenaraAlmenaraAlmenaraAlmenaraAlmenara
AraçuaíAraçuaíAraçuaíAraçuaíAraçuaíAraçuaíAraçuaíAraçuaíAraçuaíBeriloBeriloBeriloBeriloBeriloBeriloBeriloBeriloBerilo
CapelinhaCapelinhaCapelinhaCapelinhaCapelinhaCapelinhaCapelinhaCapelinhaCapelinha
CarbonitaCarbonitaCarbonitaCarbonitaCarbonitaCarbonitaCarbonitaCarbonitaCarbonita
Coronel MurtaCoronel MurtaCoronel MurtaCoronel MurtaCoronel MurtaCoronel MurtaCoronel MurtaCoronel MurtaCoronel Murta
DiamantinaDiamantinaDiamantinaDiamantinaDiamantinaDiamantinaDiamantinaDiamantinaDiamantina
Div isópolisDiv isópolisDiv isópolisDiv isópolisDiv isópolisDiv isópolisDiv isópolisDiv isópolisDiv isópolis
Felício dos SantosFelício dos SantosFelício dos SantosFelício dos SantosFelício dos SantosFelício dos SantosFelício dos SantosFelício dos SantosFelício dos Santos
Gouv eiaGouv eiaGouv eiaGouv eiaGouv eiaGouv eiaGouv eiaGouv eiaGouv eia
ItamarandibaItamarandibaItamarandibaItamarandibaItamarandibaItamarandibaItamarandibaItamarandibaItamarandiba
ItaobimItaobimItaobimItaobimItaobimItaobimItaobimItaobimItaobimItingaItingaItingaItingaItingaItingaItingaItingaItinga
JequitinhonhaJequitinhonhaJequitinhonhaJequitinhonhaJequitinhonhaJequitinhonhaJequitinhonhaJequitinhonhaJequitinhonha
JoaímaJoaímaJoaímaJoaímaJoaímaJoaímaJoaímaJoaímaJoaíma
JordâniaJordâniaJordâniaJordâniaJordâniaJordâniaJordâniaJordâniaJordânia
MedinaMedinaMedinaMedinaMedinaMedinaMedinaMedinaMedina
Minas Nov asMinas Nov asMinas Nov asMinas Nov asMinas Nov asMinas Nov asMinas Nov asMinas Nov asMinas Nov asNov o CruzeiroNov o CruzeiroNov o CruzeiroNov o CruzeiroNov o CruzeiroNov o CruzeiroNov o CruzeiroNov o CruzeiroNov o Cruzeiro
Padre ParaísoPadre ParaísoPadre ParaísoPadre ParaísoPadre ParaísoPadre ParaísoPadre ParaísoPadre ParaísoPadre Paraíso
PalmópolisPalmópolisPalmópolisPalmópolisPalmópolisPalmópolisPalmópolisPalmópolisPalmópolis
Pedra AzulPedra AzulPedra AzulPedra AzulPedra AzulPedra AzulPedra AzulPedra AzulPedra Azul
Presidente KubitschekPresidente KubitschekPresidente KubitschekPresidente KubitschekPresidente KubitschekPresidente KubitschekPresidente KubitschekPresidente KubitschekPresidente Kubitschek
Rio do PradoRio do PradoRio do PradoRio do PradoRio do PradoRio do PradoRio do PradoRio do PradoRio do Prado
RubimRubimRubimRubimRubimRubimRubimRubimRubim
Santa Maria do SaltoSanta Maria do SaltoSanta Maria do SaltoSanta Maria do SaltoSanta Maria do SaltoSanta Maria do SaltoSanta Maria do SaltoSanta Maria do SaltoSanta Maria do Salto
TurmalinaTurmalinaTurmalinaTurmalinaTurmalinaTurmalinaTurmalinaTurmalinaTurmalina
Virgem da LapaVirgem da LapaVirgem da LapaVirgem da LapaVirgem da LapaVirgem da LapaVirgem da LapaVirgem da LapaVirgem da Lapa
Fonte: Elaboração Própria
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Tabela 4 – Maiores PIB ServiçosR$ 1.000,00
MUNICÍPIO SERVIÇOS TOTAL (1)
Diamantina 83.075 107.273,8 (1)Almenara 53.566 72.732,11 (4)Araçuaí 47.797 70.867,32 (5)
Itamarandiba 41.872 68.169,18 (6)Capelinha 40.393 80.451,62 (2)Pedra Azul 35.929 80.255,63 (3)
Itaobim 32.023 48.028,51 (9)Minas Novas 31.736 48.127,61 (8)
Medina 29.860 54.650,6 (7)Jequitinhonha 27.586 41.334,3 (11)
Fonte: Fundação João Pinheiro, 2000
Figura 5 – Clustering Rede Urbana
AlmenaraAlmenaraAlmenaraAlmenaraAlmenaraAlmenaraAlmenaraAlmenaraAlmenara
AraçuaíAraçuaíAraçuaíAraçuaíAraçuaíAraçuaíAraçuaíAraçuaíAraçuaí
BandeiraBandeiraBandeiraBandeiraBandeiraBandeiraBandeiraBandeiraBandeira
BeriloBeriloBeriloBeriloBeriloBeriloBeriloBeriloBerilo
CapelinhaCapelinhaCapelinhaCapelinhaCapelinhaCapelinhaCapelinhaCapelinhaCapelinha
CaraíCaraíCaraíCaraíCaraíCaraíCaraíCaraíCaraí
CarbonitaCarbonitaCarbonitaCarbonitaCarbonitaCarbonitaCarbonitaCarbonitaCarbonita
Chapada do NorteChapada do NorteChapada do NorteChapada do NorteChapada do NorteChapada do NorteChapada do NorteChapada do NorteChapada do Norte
ComercinhoComercinhoComercinhoComercinhoComercinhoComercinhoComercinhoComercinhoComercinho
Coronel MurtaCoronel MurtaCoronel MurtaCoronel MurtaCoronel MurtaCoronel MurtaCoronel MurtaCoronel MurtaCoronel Murta
DatasDatasDatasDatasDatasDatasDatasDatasDatas
DiamantinaDiamantinaDiamantinaDiamantinaDiamantinaDiamantinaDiamantinaDiamantinaDiamantina
DivisópolisDivisópolisDivisópolisDivisópolisDivisópolisDivisópolisDivisópolisDivisópolisDivisópolis
FelisburgoFelisburgoFelisburgoFelisburgoFelisburgoFelisburgoFelisburgoFelisburgoFelisburgo
GouveiaGouveiaGouveiaGouveiaGouveiaGouveiaGouveiaGouveiaGouveia
ItamarandibaItamarandibaItamarandibaItamarandibaItamarandibaItamarandibaItamarandibaItamarandibaItamarandiba
ItaobimItaobimItaobimItaobimItaobimItaobimItaobimItaobimItaobim
ItingaItingaItingaItingaItingaItingaItingaItingaItinga
JacintoJacintoJacintoJacintoJacintoJacintoJacintoJacintoJacinto
JequitinhonhaJequitinhonhaJequitinhonhaJequitinhonhaJequitinhonhaJequitinhonhaJequitinhonhaJequitinhonhaJequitinhonha
JoaimaJoaimaJoaimaJoaimaJoaimaJoaimaJoaimaJoaimaJoaima
JordâniaJordâniaJordâniaJordâniaJordâniaJordâniaJordâniaJordâniaJordânia
MedinaMedinaMedinaMedinaMedinaMedinaMedinaMedinaMedina
Minas NovasMinas NovasMinas NovasMinas NovasMinas NovasMinas NovasMinas NovasMinas NovasMinas NovasNovo CruzeiroNovo CruzeiroNovo CruzeiroNovo CruzeiroNovo CruzeiroNovo CruzeiroNovo CruzeiroNovo CruzeiroNovo Cruzeiro
Padre ParaísoPadre ParaísoPadre ParaísoPadre ParaísoPadre ParaísoPadre ParaísoPadre ParaísoPadre ParaísoPadre Paraíso
PalmópolisPalmópolisPalmópolisPalmópolisPalmópolisPalmópolisPalmópolisPalmópolisPalmópolis
Pedra AzulPedra AzulPedra AzulPedra AzulPedra AzulPedra AzulPedra AzulPedra AzulPedra Azul
Presidente KubitschekPresidente KubitschekPresidente KubitschekPresidente KubitschekPresidente KubitschekPresidente KubitschekPresidente KubitschekPresidente KubitschekPresidente Kubitschek
RubimRubimRubimRubimRubimRubimRubimRubimRubim
Santo Antônio do JacintoSanto Antônio do JacintoSanto Antônio do JacintoSanto Antônio do JacintoSanto Antônio do JacintoSanto Antônio do JacintoSanto Antônio do JacintoSanto Antônio do JacintoSanto Antônio do Jacinto
TurmalinaTurmalinaTurmalinaTurmalinaTurmalinaTurmalinaTurmalinaTurmalinaTurmalina
Virgem da LapaVirgem da LapaVirgem da LapaVirgem da LapaVirgem da LapaVirgem da LapaVirgem da LapaVirgem da LapaVirgem da Lapa
Fonte: Elaboração Própria
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Conclusão
O Vale do Jequitinhonha é a meso-região de Minas Gerais com menor PIBagropecuário, industrial e de serviços; e o maior Índice de Sen14. Caracteriza-se por ser aregião mais pobre economicamente e menos desenvolvida socialmente do estado. Oscondicionantes históricos que estruturaram a região com pequenas propriedades voltadas paracentros locais e a criação de gado, associados às políticas de desenvolvimento do governobrasileiro no século XX, comprometeram o desenvolvimento da região.
Com uma estrutura fundiária historicamente caracterizada por pequenas propriedadesde subsistência e grandes latifúndios improdutivos, o Vale sofreu modificações no final doséculo XX com a intensificação da pecuária de corte e o surgimento de grandes maciços deeucaliptos. Regionalmente, estas modificações podem ser identificadas no Alto e no MédioJequitinhonha, relativamente mais desenvolvidos que o Baixo Jequitinhonha, aindacaracterizado por uma produção voltada para o consumo local, com base em pequenaspropriedades.
Não obstante, algumas centralidades são observadas na região. o Baixo Jequitinhonhapossui um núcleo urbano polarizador de seu entorno, Almenara, que deve ser interpretadacomo uma base de oferta de serviços imediatos à região, uma centralidade do rural.O mesmose dá com Araçuaí, no Médio Jequitinhonha. No Alto Jequitinhonha, Diamantina polarizauma região mais capilarizada, com núcleos urbanos mais desenvolvidos como Itamarandiba,Capelinha e Minas Novas.
Contudo, a análise poderia ser refinada com a utilização de micro-dados, e pelomapeamento dos demais setores produtivos do Vale do Jequitinhonha. Uma qualificaçãoespacial do setor terciário seria particularmente enriquecedora, por se tratar da maiorcomposição do PIB regional. Uma outra abordagem importante seria analisar a evolução emodificação dos municípios da região com a introdução dos maciços de eucalipto e demaisculturas, numa análise de séries temporais.
BIBLIOGRAFIA
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