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Pólo Jequitinhonha 10 anos [1996 - 2006] A Consolidação de uma Experiência de Desenvolvimento Regional

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Pólo Jequitinhonha 10 anos

[1996 - 2006]A Consolidação de uma Experiência de Desenvolvimento Regional

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Pólo Jequitinhonha 10 anos

[1996 - 2006]A Consolidação de uma Experiência de Desenvolvimento Regional

Organização

Maria das Dores Pimentel Nogueira

2008

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Reitor Ronaldo Tadêu Pena

Vice-Reitora Heloisa Maria Murgel Starling

Pró-Reitora de Extensão Ângela Imaculada Loureiro de Freitas Dalben

Pró-Reitora Adjunta de Extensão Paula Cambraia de Mendonça Vianna

Produção executiva Márcio Simeone Henriques

Texto e Edição Pedro Souza Pinto Ione Maria Nascimento Andrade Oliveira Lucas Silva Gomes

Capa e Projeto gráfico Glória Campos e Clô Paoliello/Mangá Ilustração e design gráfico

Site do Programa Pólo de Integração da UFMG no

Vale do Jequitinhonha: http://www.ufmg.br/polojequitinhonha/

Ficha catalográfica

Coordenação do Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha no período de 1996-2006

Edison José Corrêa PROEX (1998 – 2006)

Ângela Imaculada Loureiro de Freitas Dalben PROEX (2006)

João Antônio de Paula CEDEPLAR / FACE (1996-2006)

Paulo Sérgio Lacerda Beirão PRPQ (1998 – 2002)

José Aurélio Garcia Bergmann PRPQ (2002 – 2006)

Coordenação Acadêmica e Executiva Maria das Dores Pimentel Nogueira PROEX (1996 - 2006)

Pró-Reitoria de Pesquisa Júnia Furtado FAFICH (1998 – 2000)

Cristina Helena Ribeiro Rocha Augustin IGC (2001 – 2002)

Joel Alves Lamounier Faculdade de Medicina (2002 – 2006)

Coordenação Temática Desenvolvimento Regional e Geração de Ocupação e Renda Roberto do Nascimento Rodrigues CEDEPLAR / FACE (1996 – 2006)

Cultura Sônia Maria de Melo Queiroz FALE (1996 – 2006)

Educação Antônia Vitória Soares Aranha FAE (2000 – 2002)

Luiz Alberto de Oliveira Gonçalves FAE (2003 – 2004)

João Valdir Alves de Souza FAE (2005 – 2006)

Meio Ambiente Luiz Guilherme Knauer IGC (2000 – 2006)

Saúde Eli Iola Gurgel de Andrade (1998 – 2003)

Edison José Corrêa Faculdade de Medicina (2003 – 2006)

Mara Vasconcelos Faculdade de Odontologia (2004 – 2006)

Suporte de Comunicação Márcio Simeone Henriques FAFICH (2001 – 2006)

P778 Pólo Jequitinhonha – 10 [1996-2006] : a consolidação de uma experiência de desenvolvimento regional / Maria das Dores Pimentel Nogueira (org.). - Belo Horizonte: UFMG/PROEX, 2008. 68 p. Nota: Realização do Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Minas Gerais.

1. Desenvolvimento regional – Jequitinhonha, Rio Vale (MG, BA). 2. Extensão universitária. I. Nogueira, Maria das Dores Pimentel. II. Universidade Federal de Minas Gerais. Pró-Reitoria de Extensão. CDD – 333.7398151

Catalogação da Fonte : Biblioteca da FaE/UFMG

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[Sumário]

9 O Vale do Jequitinhonha

11 Depoimento [Professor João Antônio de Paula]

15 Depoimento [Sr. Averaldo Martins, prefeito de Virgem da Lapa]

18 Entrevista [Maria das Dores Pimentel Nogueira]

21 Projetos Realizados pelo Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha – Período [1996 – 2006]

Áreas

21 [Desenvolvimento Regional e Geração de Ocupação e Renda]

33 [Educação]

41 [Cultura]

45 [Comunicação]

51 [Meio Ambiente]

59 [Saúde]

65 Lista de siglas deste catálogo

67 Patrocinadores

67 Parceiros

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AgradecimentoA todos aqueles que acreditaram e tornaram esse trabalho possível: professores, técnicos, alunos e administradores da UFMG, instituições parceiras, financiadores, apoiadores e ao povo do Vale – principal sujeito nesse processo.

Agradecimento especialÀ Ameje – Associação Microrregional dos Municípios do Médio Jequitinhonha

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O Vale do Jequitinhonha

Situado no nordeste de Minas, banhado pelo Rio Jequiti-nhonha, o Vale do Jequitinhonha ocupa uma área de 79 mil km2, com uma população de aproximadamente 940 mil habitantes. É composto, hoje, por 75 municípios, dos quais 52 estão organizados nas microrregiões Alto, Mé-dio e Baixo Jequitinhonha, e 23 estão integrados à anti-ga área mineira da SUDENE. A região caracteriza-se por intenso fluxo migratório, pequena oferta de emprego e baixa taxa de urbanização.

Baixo Jequitinhonha

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O Vale do Jequitinhonha é uma das mais pobres e estagnadas regiões de Minas Gerais. Seu PIB total corresponde a menos de 2,0% do PIB estadual. A agro-pecuária é caracterizada pela pecuária de corte e uma agricultura na qual predomina a pequena produção de alimentos básicos, atividade pouco dinâmica, desca-pitalizada e com baixa utilização de insumos e equi-pamentos modernos. O Vale dispõe de uma precária base industrial, caracterizando-se como uma região sem tradição no setor, que é composto especialmen-te por pequenas e micro empresas, sem dinamismo econômico, que absorvem uma parcela minúscula da mão-de-obra.

Uma das características mais marcantes do Vale é o aspecto contrastante da sua realidade econômica. De um lado, a riqueza destacada pelas potencialida-des do sub-solo, promissor em recursos minerais, de seu patrimônio histórico e cultural, referência para Minas Gerais e para o Brasil, de seu artesanato diversificado e de seus múltiplos atrativos turísticos. De outro, a extrema pobreza em que vive grande parte de sua população. Os municípios apresentam problemas nas áreas de saúde, saneamento e educa-ção. O meio-ambiente vem sendo sistematicamente agredido pela atividade mineradora, comprometendo seus recursos hídricos.

Vale do Jequitinhonha

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Depoimento

[Professor João Antônio de Paula] Faculdade de Ciências Econômicas. Durante o evento de abertura das comemorações dos 10 anos do Pólo Jequitinhonha, em maio de 2006

É com muita satisfação e alegria que eu estou aqui para participar desta atividade que comemora os dez anos do Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha. A minha presença se deve, talvez, ao fato de eu ser um dos mais antigos, se-não, junto com a Marizinha, o mais antigo militante dessa causa, desse Programa Pólo da UFMG no Vale do Jequitinhonha. 10 anos depois estar aqui e poder comemorar, o muito que foi feito, é pra mim, ainda que a minha contribuição tenha sido muito peque-na, motivo de satisfação.

Igreja de Itira, Município de Araçuaí

Quero cumprimentar ao Magnífico Reitor, à Vi-ce-Reitora, à Pró-Reitora Adjunta de Extensão e a todas as outras autoridades presentes e aos amigos que estão aqui. Preparei duas ou três questões para abordar aqui com vocês. A primeira é mais interna à UFMG, mas tem um sentido, também, importante por reafirmar certos compromissos da universidade pública no Brasil e que esse Programa Pólo desenvolve com muita, muita força. A universidade pública no Brasil tem dado contribuição importante, ao longo do tempo, ao processo de desenvolvimento brasileiro.

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Neste processo, alguns desafios têm sido vencidos, outros continuam convocando a nossa capacidade de intervenção, a nossa inteligência, a nossa disposição. Um desses temas, que desafiam a universidade, com uma vigência cada vez maior é a questão do desen-volvimento econômico, social, cultural do nosso país. A universidade tem compromisso com isso e esse compromisso é inafastável, é intransferível. Tudo o que nós estudamos, tudo o que nós pesquisamos, tem um destinatário, em última instância, que é a sociedade brasileira. E um dos temas que nos desafia, particularmente no Brasil, é o tema da desigualdade regional, funcional e pessoal, de renda e riqueza.

O Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha, desde o início, buscou enfrentar esse problema com as armas e com a capacidade que a universidade dispõe, ou seja, mobilizando os seus professores, os seus estudantes e fazendo algo que era até certo ponto inovador. O Programa reu-niu, de fato, ensino, pesquisa e extensão com igual intensidade. A extensão aparece aí não como uma espécie de similar de um programa assistencialista, mas como algo fundamental na própria definição das ações, como mecanismo de aprendizado da própria equipe. Creio que, se não foi a primeira vez, foi uma das primeiras vezes que, de fato, se tentou articular ensino, pesquisa e extensão com resultados tão efe-tivos, tão positivos como é possível constatar no caso do nosso Programa.

O segundo ponto, também importante, é chamar a atenção para o fato de que a Universidade Federal de Minas Gerais poucas vezes foi de fato de Minas Gerais, e nesse caso ela foi de Minas Gerais, ela dei-xou de ser uma universidade de Belo Horizonte. Ela tem sido cada vez menos isso, mas durante muito

tempo ficou confinada, por diversas razões, à região metropolitana, a ações localizadas na capital. Com o Programa Pólo a universidade dá uma resposta que vai além do seu entorno imediato e faz isso a partir de algo que já estava instalado no Vale do Jequiti-nhonha, em Diamantina, que era o antigo Instituto Eschwege, agora chamado Instituto Casa da Glória, que abriga uma série de atividades de ensino, pesqui-sa e extensão na área das geociências. Então, de um lado é um programa pioneiro na medida em que reuniu diversas áreas de ensino e pesquisa, reuniu os pró-reitores de pesquisa e extensão, então, a profes-sora Dorila e o professor Evandro, além do professor Beirão e da Marizinha, para pensar um programa de atividades da UFMG no Vale do Jequitinhonha de maneira permanente.

Um terceiro aspecto que eu queria chamar aten-ção é exatamente o da continuidade. Nós tivemos durante a vigência do Programa três reitorados: o do Tomás, o do professor César, e o da professora Ana Lúcia, estamos agora no quarto reitorado, com o professor Ronaldo. O Programa Pólo se manteve, mudaram as pessoas e o programa se manteve e vai continuar com outras pessoas, com o mesmo ímpeto, com a mesma vontade, com a mesma capacidade de trabalho. Eu quero registrar de público, já fiz isso em outras oportunidades, que a Marizinha tem sido fundamental nesse projeto, sem ela, provavelmente, o Programa não teria alcançado os resultados que alcançou. Muita gente colaborou, mas com certeza a participação dela é decisiva.

É importante registrar e valorizar, a metodologia de trabalho desenvolvida pelo programa. Eu escrevi um texto para um congresso de extensão em que eu tentei refletir sobre isso usando uma idéia que vem 12

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da teoria da literatura, que é a idéia de recepção. A crítica literária, os estudos literários durante muito tempo, concentraram a sua atenção no autor. O au-tor, a biografia do autor, explicando a obra. Depois houve um momento em que se passou a valorizar a obra, esquecia-se um pouco o autor e havia uma hiper-ênfase no texto. Depois veio a tendência, muito importante ao meu juízo, que é valorizar o receptor, aquele que lê, que usufrui, que frui a obra. Também esse sujeito deve ser considerado no sentido que a obra, na verdade, só se realiza quando ela é lida, quando ela é apropriada. Há um elemento criativo na figura do leitor. Cada um lê a seu modo o texto. Cada um se apropria dele de um modo singular. Então eu usei essa idéia da recepção para falar a respeito do conceito de extensão, que, de alguma maneira, esta-va sendo desenvolvido, que está sendo desenvolvido nesse Programa Pólo do Jequitinhonha. Ou seja, a população para a qual o projeto se destina, interfere efetivamente nos rumos do processo, redefinindo rumos, participando, criticando, enfim, não é sim-plesmente um sujeito passivo, mas, um sujeito que a cada momento nos ensina. Aprendemos com isso, nessa interação. Então, por diversos aspectos, eu diria que o Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha tem, para nós que estamos acom-panhando isso, um conjunto de ensinamentos, de práticas metodológicas, de práticas culturais, que são inovadoras, que são efetivamente interdisciplinares, que apontam na direção do transdisciplinar.

O segundo tema que eu quero abordar é o refe-rente ao conceito de desenvolvimento que nós pro-curamos desenvolver no projeto, desde o primeiro momento. Uma idéia importante é tentar distinguir crescimento econômico, de desenvolvimento econô-

mico. O Brasil, ao longo do século XX, teve períodos de crescimento econômico bastante expressivos. Se nós tomarmos a economia brasileira de 1930 a 1980, portanto 50 anos, as taxas de crescimento do Brasil foram altíssimas, só não foram maiores do que as do Japão, nesse período. O Brasil cresceu a uma média de 7% ao ano, por 50 anos, e nem por isso o Brasil se tornou um país desenvolvido. Não é só porque a base de onde se partiu era precária. O Brasil não é um país desenvolvido porque os frutos desse crescimento eco-nômico não foram distribuídos efetivamente. Houve quem se beneficiasse dele com certeza. A burguesia brasileira como um todo, setores da classe média, mas esse processo de crescimento econômico acabou sen-do capturado por uma certa elite econômica e políti-ca. Então, crescimento econômico não é sinônimo de desenvolvimento econômico. Desenvolvimento eco-nômico é um processo de mudanças estruturais, que vai da economia até o campo da cultura, passa pela questão ambiental, passa pela maneira como a socie-dade resolve históricos desafios como o problema da distribuição da terra, da reforma agrária, etc. Existe uma expressão, de dois economistas muito famosos, um brasileiro, que é o Celso Furtado, o outro indiano, Amartya Sen, eles dizem que o desenvolvimento eco-nômico pressupõe a distribuição primária da renda e por distribuição primária da renda estamos nos referindo à reforma agrária, à reforma do sistema educacional, à habilitação das pessoas para lidarem com as novas tecnologias, tudo isso faz parte do con-ceito de distribuição primária da renda. O conceito de desenvolvimento que nos interessava discutir, no caso do Vale do Jequitinhonha, é este conceito. Não haverá desenvolvimento econômico, nem lá nem em qualquer outro lugar do Brasil, se não mediante

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reformas estruturais, que consigam de fato distribuir renda, riqueza, poder e informação. Esse é o núcleo da idéia que nós construímos, coletivamente, para pensar o Programa Pólo do Vale do Jequitinhonha.

Uma terceira questão, e eu vou encerrar, estou me alongando muito, diz respeito do próprio Vale do Jequi-tinhonha. Eu tenho impressão que a história do Vale do Jequitinhonha dos últimos 30 anos ou 40 anos tem sido marcada também por uma espécie de reiteração dos temas da desigualdade, da miséria, da pobreza, como características do Vale do Jequitinhonha. De fato, o Vale do Jequitinhonha é uma das regiões mais pobres do estado de Minas Gerais, do ponto de vista da renda. O IDH do Vale do Jequitinhonha é inferior à média de Minas Gerais, que já não é uma média muito boa. Essa visível e inaceitável desigualdade que se manifesta lá tem nome e endereço. Os índi-ces de concentração da terra no Jequitinhonha são os mais altos de Minas Gerais. Do ponto de vista da renda dos trabalhadores assalariados, por exemplo, também é lá que estão concentrados os trabalha-dores que menos recebem, cuja renda é menor. Ou seja, nós não estamos falando de uma condenação natural à pobreza, ao subdesenvolvimento, seja do Vale do Jequitinhonha, seja de Minas Gerais, seja do Brasil. Estamos, na verdade, diante de fenômenos históricos, de construções históricas resultantes de um processo absolutamente iníquo de concentração de renda e de riqueza.

A idéia que me parece importante aqui é a se-guinte. É claro que as mudanças que vão fazer com que o Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, o Brasil efetivamente se desenvolvam são mudanças estrutu-rais, elas têm uma incidência que vai além do local, obviamente. Mas isso não significa dizer que não haja

ações importantes que se somam, que convocam essas mudanças estruturais e que devem ser feitas, e que podem ser feitas e para a qual a Universidade também está desafiada a contribuir seja através da re-flexão crítica, seja do desenvolvimento de propostas, de programas e de propostas de políticas públicas. É preciso reconhecer as limitações das políticas locais, mas também apostar que elas têm impactos positivos no sentido da transformação estrutural e devem ser buscadas. Ao mesmo tempo é preciso apontar para a necessidade de mudanças estruturais, contribuir para elas. Esse sempre foi o eixo, o conceito com o que se procurou, ao longo desses dez anos, trabalhar no programa Pólo do Jequitinhonha.

O relato que a Marizinha vai fazer sobre o que foi feito demonstrará que muita coisa foi conseguida, muita coisa avançou. Sobretudo porque a universi-dade, efetivamente, se fez presente naquela região, se fez respeitar. A UFMG é uma instituição que hoje, com certeza, demonstrou a extraordinária capacidade da universidade pública de ser um sujeito ativo no processo de desenvolvimento nacional. Mas isso é um processo. Nós estamos falando de dez anos, estou falando de ações às vezes moleculares, mas há um sentido nisso tudo que é o que eu queria registrar, e que é o de que essas ações, ainda que tópicas, estão efetivamente comprometidas, compromissadas com uma idéia de um outro Brasil, um outro mundo, que pode ser melhor desde que nós nos empenhamos para construí-lo.

Então, é um pouco isso que eu diria que foi a nossa visão, na definição dos rumos, dos conceitos que, de alguma maneira, presidem o Programa Pólo do Jequitinhonha. Muito Obrigado.

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Depoimento

[Sr. Averaldo Martins]Prefeito de Virgem da LapaDurante o evento de abertura das comemorações dos 10 anos do Pólo Jequitinhonha

O desafio que me foi colocado nessa tarde e noite é fa-lar da importância que tem esse programa, o Pólo de Integração do Vale do Jequitinhonha, desenvolvido pela UFMG. Eu estou há apenas um ano e quatro me-ses à frente da prefeitura de Virgem da Lapa, e talvez o Marquinhos, prefeito de Carbonita, que está aqui, tenha até mais sapiência para falar sobre isso, porque ele esteve oito anos integrado a esse Programa mara-vilhoso da UFMG.

Eu vou contar uma pequena história, só para a gente ilustrar a importância do Programa. Quando

eu cheguei à UFMG, no ano passado, procurando pela Maria das Dores, eu vi um quadro azul, bonito, no sexto andar, nem está lá mais. E eu via naquele quadro, por-tando poeticamente a história desse Programa desen-volvido pela UFMG no Vale Jequitinhonha, as cidades de Padre Paraíso, Ponto dos Volantes, Itinga, Araçuaí, e aí “pulava” Virgem da Lapa e chegava a Berilo, Carbo-nita, Chapada do Norte. Em Virgem da Lapa, na época, não houve uma receptividade ao Programa. Então nós procuramos nos informar melhor sobre o que era o Pro-grama Pólo de Integração no Jequitinhonha, e vimos a

Virgem da Lapa

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importância que ele tem no ponto de vista social, no ponto de vista do desenvolvimento, das pessoas, da capacitação técnica, da inserção de todas as áreas da cultura, da saúde, nos municípios em que o Pólo estava se desenvolvendo e junto com os outros prefeitos do Médio Jequitinhonha. E são tantas as cidades onde a UFMG atua no Vale! Todos os depoimentos e tudo o que nós ouvimos durante todo esse tempo é de que a UFMG estava cumprindo um papel social fantástico e maravilhoso dentro do Jequitinhonha.

E na verdade, quando se fala em distribuição de renda, eu costumo falar que nós precisamos pri-meiro construir a renda do Jequitinhonha, preparar as pessoas para que estejam inseridas num mundo mais dinâmico, mais desenvolvido do ponto de vista econômico, social, e do desenvolvimento econômico sustentável. E nós entendemos que é de extrema importância que parceiros e atores como a UFMG tenham lá dentro não só o braço, mas que tenham também os pés, as mãos, o cérebro, funcionando 24 horas por dia, para que a gente possa arrancar o Jequitinhonha dessa estagnação política, estagnação econômica, do abandono em que fomos deixados durante tantos anos.

Construir isso não a partir de pensar o Jequiti-nhonha de Belo Horizonte, mas de pensar o Jequiti-nhonha junto com o jequitinhonhense. Junto com o povo de lá, que também pensa em desenvolvimento, pensa em crescimento, pensa que nós vamos con-seguir superar nossos entraves seculares, a partir de políticas assistencialistas que pensam que é preciso haver uma intervenção mais séria, mais rigorosa do ponto de vista educacional, do fortalecimento da cul-tura local, do fortalecimento dos arranjos produtivos locais, do turismo, do artesanato, do fortalecimento

do nosso sistema educacional e da revisão da nossa educação. Às vezes a gente fala em educação ainda baseada na educação da cidade grande, esquecendo as nossas próprias realidades.

Enfim, são importantes programas como o inter-nato rural, que nós estamos aqui pleiteando desde o ano passado para Virgem da Lapa, e também como o projeto dos arranjos produtivos locais. Nós temos a questão da mineração, do artesanato, das comidas, das bebidas do Jequitinhonha, do próprio turismo, que pode fomentar a economia dos nossos municípios. Quem sabe a gente pode sonhar com um fim, um dia, dessa predatória exploração da nossa mão-de-obra, que vai para os grandes centros e para os canaviais e cafezais de São Paulo. E a questão ambiental, dos resíduos sólidos, que vem sendo desenvolvida em vários municípios onde a UFMG tem tido uma parti-cipação efetiva.

Então a gente percebe que esses dez anos têm que ser comemorados e louvados, para que eles possam se transformar em cem, numa atividade cada vez mais concreta porque tem resultados. A gente às vezes fica desesperado com algumas políticas que existem no Jequitinhonha, porque a gente não consegue enxer-gar os resultados, a intervenção direta na melhoria da qualidade de vida das pessoas. Mas o programa do Pólo tem obtido resultados concretos, agindo di-retamente na vida e no cotidiano das pessoas. São intervenções que permitem sonhar com novos dias, melhores dias, e sonhar com uma qualidade de vida melhor, com nossos filhos crescendo e se desenvol-vendo dentro do próprio Vale, que tem um potencial fantástico. Além de toda a cultura, cantada por todo mundo, da música, do folclore e do artesanato, nós temos um potencial econômico maravilhoso, do pon-

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to de vista do minério, do turismo. Nós temos tudo pra ser um grande celeiro produtor de alimentos. Temos terras férteis, basta chover, não precisa nem de correção de solo como em São Paulo, no Paraná e outros lugares. O Jequitinhonha produz por força da terra e da mão do seu povo, cada vez mais crente que é possível viver ali de forma mais feliz.

A UFMG conseguiu, nesses dez anos, cumprir um papel fantástico dentro do Vale do Jequitinhonha. Temos que construir a partir desses dez anos, a partir dessa reflexão, do papel cumprido pela UFMG. Mas construir novas atividades, novas intervenções mais duradouras, mais eficazes, que possam trabalhar em outras atividades dentro do Jequitinhonha além dessas que o Pólo já tem trabalhado.

Enfim, em nome do Médio Jequitinhonha, e tam-bém dos outros municípios do Alto Jequitinhonha; Carbonita, que se faz presente; Jequitinhonha, que está no Baixo Jequitinhonha; enfim, os municípios onde a UFMG tem trabalhado, em nome desses mu-nicípios, nós queremos agradecer a grande parceria. Essa coisa da mão-dupla: a UFMG vai lá, pesquisa, nos ajuda e traz para cá também! A gente contribui para que os nossos alunos, a UFMG e os nossos professores tenham muito mais elementos para serem trabalha-dos, e percebam um outro mundo que precisa de mais solidariedade, que precisa de mais pessoas juntas, para que a gente possa sonhar com novos dias. Então muito obrigado a todos vocês, a você especialmente Marizinha. Que o Pólo de Integração possa se fortale-cer cada vez mais, e que ele possa continuar conosco no Vale do Jequitinhonha, e agora mais uma cidade possa estar naquele quadro azul: Virgem da Lapa.

Muito obrigado.

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Entrevista

[Maria das Dores Pimentel Nogueira]Coordenadora Executiva e Acadêmica do Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha (1996-2006)

Há dez anos à frente do Programa Pólo de Integra-ção da UFMG no Vale do Jequitinhonha, Maria das Dores Pimentel Nogueira, a Marizinha, ainda se ini-be ao falar de sua atuação, e insiste em reafirmar a face coletiva do Programa: “O Pólo tem hoje um grupo de mais de 20 técnicos, um quadro de pro-fessores que ultrapassa os 50 e estudantes que já perdemos as contas. Ele se propõe a trabalhar em parceria com o Vale: nunca levamos nada pronto para a região, partimos sempre da concepção de uma articulação local. Não há sustentabilidade se a comunidade que demanda não participa da con-

cepção, do desenvolvimento e da avaliação dos pro-jetos”, explica Marizinha.

Extrair dela uma declaração pessoal sobre o Pólo é ainda mais complicado. Não só pelas suas diversas escapulidas - quando se percebe lá está Marizinha novamente falando das diretrizes do Programa. A dificuldade também reside no fato de que expor uma visão subjetiva é mexer na parte de sua alma que lhe provoca grande emoção. Mas a verdade é que com sensibilidade feminina e mãos de ferro, Marizinha vem conduzindo o Pólo, que tem seu histórico con-fundido com a própria memória dessa mulher.

Crianças do Vale

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Como começou o Pólo Jequitinhonha?Recebíamos, na UFMG, demandas de municípios do interior do estado. Muitas vinham exatamente do Vale do Jequiti-nhonha. Nós entendemos que, ao atender isoladamente esses pedidos, não conseguiríamos nenhuma transfor-mação. Assim, resolvemos fazer um projeto articulado. A oportunidade veio quando a FINEP publicou um edital para atendimento de demandas sociais. Fizemos uma proposta que foi aprovada. O recurso deu fôlego aos primeiros quatro anos do Programa. A idéia inicial era partir de Diamantina, onde tínhamos uma estrutura física, que é o Centro de Geologia Eschwege / Instituto Casa da Glória. Mas, cedo percebemos que o município não tinha tanta identidade com a região. Como a própria população diz: Diamantina é uma princesa de costas para o Vale. Começamos, então, a trabalhar com associações micro-regionais: Ameje, Amaje, e menos com Ambaje, pois o trabalho no Baixo Jequitinhonha não foi muito fácil de começar.

Por que o Programa “caiu” em suas mãos? O Pólo começou com um convite da Vice- Reitoria, em 1996, para atender uma demanda da região. Na reunião, tínha-mos a vice-diretora do IGC, o vice-reitor, um representante da extensão, que era eu e da pesquisa, que era o pró-reitor da época. A partir dessa conversa, começamos a pensar o programa e eu me afinei muito com a idéia, pois já tinha uma grande experiência com projetos de interiorização na Universidade Federal do Pará. Formamos um grupo para elaborar a proposta. Assumimos a elaboração do projeto, eu, a Lúcia Fantinel, pelo Instituto de Geociências, repre-sentantes de diversas unidades acadêmicas – Faculdade de Educação, Escola de Enfermagem, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas – e da FUNDEP. O Prof. João Antônio de Paula, da Faculdade de Ciências Econômicas, teve uma contribuição decisiva na concepção do Programa que, até

hoje, segue suas diretrizes. O projeto foi aprovado pela

FINEP e os recursos liberados para execução de 16 projetos. Mas, trabalhamos, de fato, para construir um programa; uma proposta interdisciplinar que articulasse extensão, ensino e pesquisa.

Além desses, dez outros projetos foram desenvolvi-dos nesse período. Isso foi possível graças à estratégia de criação de uma infra-estrutura comum e à atuação de uma coordenação executiva central que otimizou a utilização dos recursos disponíveis.

Havia um coordenador, inicialmente do IGC, depois ele se afastou e a coordenação, de fato, aconteceu dentro da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) todo esse tempo.

Além da PROEX, temos na coordenação do Programa a participação da Pró-Reitoria de Pesquisa e uma estrutura bem colegiada, composta por um representante da Faculdade de Ciências Econômicas/Cedeplar, uma coordenação executi-va e temática de cada um dos eixos temáticos do programa: desenvolvimento regional e geração de ocupação e renda, comunicação, cultura, educação, meio-ambiente e saúde.

Toda conquista vem normalmente de muita luta, mas o caminho para a vitória é, às vezes, recheado de percalços. Isso aconteceu com o Programa?Sempre existiu uma boa vontade muito grande com o Pólo. O que já aconteceu foi de alguns professores desenvolve-rem projetos e não retornarem, pois não se adaptaram à interdisciplinaridade. Eu brinco que quem não deu conta de trabalhar de maneira articulada acabou tomando bomba e saindo por conta própria. Outra coisa que enfrentamos é a falta de recursos, já que não tivemos mais um patrocínio tão grande quanto aquele que a FINEP nos concedeu no início. Muitos projetos interessantes estão de fato, não na gaveta, mas em cima da mesa esperando para poderem ser executados.

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Por quais diretrizes o Programa é conduzido?Temos algumas diretrizes conceituais e políticas que nos são muito caras. Uma delas é a articulação com a população local. Este é um programa concebido e desenvolvido “com” o Vale e não “para” o Vale. Os parceiros locais são, de fato, parceiros. Participam da concepção, desenvolvimento e ava-liação dos projetos. Outra diretriz é a interdisciplinaridade. A busca da articulação entre os projetos é uma constante no programa. O objeto do programa – o Vale do Jequitinhonha – é considerado uma realidade diferenciada sobre a qual os projetos, de uma forma interdisciplinar, considerados seus limites, estabelecem intervenções na região, aumentando o conhecimento sobre ela, oferecendo propostas de políticas públicas para o enfrentamento dos problemas regionais à sociedade local.

Outra importante linha condutora é a articulação entre a extensão, a pesquisa e o ensino, de graduação e de pós-graduação. A extensão não pode acontecer desvinculada das outras atividades acadêmicas.

Procuramos também estabelecer parcerias com as várias instituições de ensino superior que atuam na região, secretarias de Estado e programas governamentais.

Outra diretriz é a qualificação de recursos humanos locais, sejam vinculadas às prefeituras municipais, ong’s, associações de artesãos, e outros. Esta é uma estratégia de contribuir para a capacitação da própria sociedade local, legítimo sujeito na definição dos rumos do seu de-senvolvimento.

Quais as características do Vale do Jequitinhonha mais marcantes para o Pólo? A gente fala em Vale do Jequitinhonha, mas a verdade é que existem três: o Alto, o Médio e o Baixo, que são muito diferentes, mas com problemas semelhantes. Mas o Vale está aí e ele tem histórias, inclusive muito tristes, de pro-

gramas governamentais que aumentaram sua pobreza. Muita gente já usou o Vale para obras eleitoreiras. Projetos foram feitos em Brasília e não chegavam até lá, ou quando chegavam não tinha articulação local, sustentabilidade e nem identidade com a região. Das coisas que também cha-mam a atenção no local é a capacidade da população de se organizar em associações. O sentimento de pertencimento ao Vale também é algo muito bonito e forte. Este é o único Vale que não precisa de designação. Quem é do Jequitinho-nha só fala que é do Vale, e todo mundo entende.

Como a UFMG é vista pela população do Vale?Acho que hoje o programa é parte integrante da política de desenvolvimento socioeconômico do Vale, principalmente na região do Médio Jequitinhonha e em alguns municípios do Alto e do Baixo Vale. A UFMG é uma parceira que não é esquecida, inclusive em circunstâncias traumáticas. Con-seguimos construir nesses anos uma relação de confiança e respeito mútuos. Isto tem sido confirmado em depoimentos de pessoas da região em diversas oportunidades.

O que o Vale desenhou em você?Nossa, nem fale!... (emoção) Acho que desenhou um grande respeito pela região, pe-las pessoas de lá, uma grande admiração pelas soluções simples e pela força do povo. Conheci a terra e o seu povo, sua cultura e hospitalidade. Suas dificuldades, os entraves e as potencialidades para seu desenvolvimento. Gosto de ir ao Vale. Gosto do Vale. A verdade é que tenho trocado experiências com o Vale e aprendido muito na região, com seu povo.

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Projetos Realizados pelo Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha Período [1996 - 2006]

Área: Desenvolvimento Regional e Geração de Ocupação e Renda

de criar um ambiente favorável ao início de um processo de desenvolvimento endógeno. Na busca de concretização desse objetivo, a interação com a população do Vale do Jequitinhonha revelou que a contribuição que a UFMG pode oferecer e receber é enorme, indo além da dimensão das trocas de conhecimentos e experiências, para atingir a dimensão da emoção e calor que emanam desta parceria de trabalho. Assim se passaram dez anos, mas não passou a esperança de ver vencido o desafio que tanto trabalho ainda exigirá nos próximos 10 anos. Ou mais.

Roberto do Nascimento RodriguesCoordenador da Área de Desenvolvimento Regional e

Geração de Ocupação e Renda

Dona Jacinta, artesã do Campo Alegre/Turmalina

A coordenação da área de Desenvolvimento Regional e Geração de Ocupação e Renda pautou-se, sempre, pela preocupação com a construção de uma agenda própria para o Vale do Jequitinhonha, construída com a efetiva partici-pação da sua população, acreditando ser isto uma pré-con-dição desenvolvimentista para os territórios que possuem baixa densidade populacional, baixa especialização e baixo dinamismo econômico e social. Essa jornada exige ir além da simples indicação do papel da universidade no tocante ao desenvolvimento local e reconhecer que a grande tarefa consiste em articular os instrumentos federais e estaduais com as instituições locais, seja com o sistema produtivo e empresarial, seja com as instituições públicas e civis de cada localidade, para promover a aquisição de conhecimentos, valores e experiências duráveis, capazes

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1. Diagnósticos sócio-econômicos: novo paradigma

A elaboração de diagnósticos e a descoberta das pers-pectivas de desenvolvimento do Vale do Jequitinho-nha estão entre os principais objetivos desse projeto. Para que essa meta seja alcançada, foi realizado o delineamento das condições de vida da população e as formas específicas de organização da sociedade no Vale. Também foram delimitadas as potenciali-dades regionais, juntamente com os pontos de es-trangulamento que dificultam a exploração de tais capacidades. Com isso, pretende-se adequar ações e planejamento, visando o desenvolvimento da região. O Diagnóstico foi organizado em quatro volumes, sendo o volume I, Confiança, Capital Social, Redes Sociais e Desenvolvimento Local, de autoria do pro-fessor Weber Soares, do IGC; e os volumes II, III e IV, Diagnóstico do Alto e Médio Vales do Jequitinhonha e Vale do Mucuri; de autoria dos professores Roberto do Nascimento Rodrigues e Dimitri Fazito, ambos do Cedeplar. A publicação está prevista para 2008.

Coordenador

Prof. Roberto do Nascimento Rodrigues Cedeplar/FACE

2. Reestruturação Sócio-Espacial e Desenvolvimento Regional do Vale do Jequitinhonha

Pesquisa de caráter interdisciplinar custeada pela FINEP, desenvolvida no Laboratório de Estudos Ter-ritoriais do Departamento de Geografia da UFMG – entre os anos de 1998 e 2001 – que produziu aná-lises geográficas, geoistóricas, econômicas, sociais e demográficas. Além disso, foram realizados estu-

dos avaliativos, inventários de campo em mais de 30 municípios e discussões sobre desenvolvimento, agricultura e estrutura fundiária regional. O traba-lho em sua totalidade proporcionou a construção de indicadores georeferenciados, referidos às micror-regiões e municípios do Vale do Jequitinhonha e as sínteses das análises e conclusões foram armazena-das em CD-Rom, sendo 70 exemplares distribuídos para as Prefeituras Municipais da região. Dentre os resultados e produtos desse projeto encontram-se diversas dissertações, monografias, muitas orienta-ções de alunos de graduação com bolsas de extensão e iniciação científica, artigos científicos publicados em eventos e periódicos e o áudio-visual: “Vale do Jequitinhonha: caminhos e lugares”.

Coordenador

Prof. Ralfo Edmundo S. Matos DEPGEOG/IGC

3. Seminários sobre Lei de Responsabilidade Fiscal

Em 2001, os prefeitos, secretários de administração e planejamento, contadores e vereadores dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e do Rio Doce puderam es-clarecer suas dúvidas referentes à Lei de Responsa-bilidade Fiscal. Isso foi possível devido à realização do “Seminário sobre Lei de Responsabilidade Fiscal”, que teve como objetivo apresentar e discutir as prin-cipais questões relacionadas a essa lei e seus impac-tos na gestão pública, de maneira a compatibilizar as funções de crédito da União com o desenvolvimento regional. No Seminário, foi dada uma ênfase especial ao tratamento das finanças públicas com o máximo de eficiência, priorizando o planejamento da ação

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governamental. Os seminários foram realizados nos municípios de Governador Valadares, Teófilo Otoni e Araçuaí.

Coordenador

Prof. Roberto do Nascimento Rodrigues Cedeplar/FACE

4. Centro de Experimentação, Treinamento e Prestação de Serviços (CETEPS)

O CETEPS possui dois objetivos fundamentais. O pri-meiro constitui-se na elaboração de serviços de ar-quitetura e urbanismo para entidades que defendam os interesses de comunidades carentes e que não disponham de recursos para procurar os serviços de profissionais de arquitetura. Cumpre, dessa forma, o papel de levar o conhecimento científico gerado na Universidade para beneficiar a população. O segun-do objetivo é o de treinar alunos graduandos em ar-quitetura nas diversas atividades práticas da área.

Projetos elaborados pelo CETEPS no âmbito do Pólo Jequitinhonha

: Projetos Arquitetônicos Anexo da Casa de Cultura de Jequitinhonha;* Escola APAE de Carbonita; Igreja Adventista do 7º Dia em Carbonita; Casas populares, Prefeitura de Turmalina; Parque de Eventos Municipal, Turmalina; Escola APAE de Turmalina; Centro de Agricultura Familiar em

Ponto dos Volantes.

: Projetos Urbanísticos Rua do Descobrimento em Jequitinhonha;* Praça da Matriz, Distrito de Abadia,

Município de Carbonita; Praça da Matriz, Distrito de Montebelo,

Município de Carbonita; Praça da Rotatória , Carbonita; Parque Ecológico Municipal, Carbonita; Praça Edgar Miranda, Carbonita;

: Projetos de Revitalização Beco do Comércio de Jequitinhonha;* Casa da Cultura, Cidade de Jequitinhonha;

: Levantamento cadastral, Rua do Descobrimento da Cidade Jequitinhonha.

: Cadastro Técnico Municipal, Carbonita – aproximadamente 1000 imóveis.*

: Elaboração do Banco de Dados dos Imóveis Urbanos de Carbonita.

: Elaboração do mapa da cidade de Carbonita.

: Redação do Projeto de Lei do Novo Código de Obras do Município de Carbonita.

Os projetos assinalados com asterisco (*) tiveram parceria da FEAMIG (Faculdade de Engenharia de Agrimensura de Minas Gerais), que foi responsável pelo levantamento topográfico desses locais.

Coordenador

Prof. Ricardo Orlandi França TAU/Escola de Arquitetura

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5. Projeto Carbonita Cidade Futuro

Este projeto, inspirado na Agenda 21 local, teve o objetivo de estabelecer as bases de um desenvolvi-mento sustentável para o município de Carbonita, nos próximos 20 anos, com intensa participação po-pular. Foi realizado entre agosto de 2001 e dezembro de 2004, e suas ações foram divididas em oito eixos temáticos: desenvolvimento econômico, social e ge-ração de renda; urbanismo, plano diretor, trânsito e códigos; educação, cultura, esporte e lazer; meio ambiente; saúde; promoção social e terceira idade; administração, funcionalismo, modernização e co-municação e defesa social. Durante a execução do projeto, foi possível a participação coordenada de vários especialistas da UFMG nestas áreas, que au-xiliaram na elaboração das pautas de discussão, na apresentação de temas e na capacitação dos grupos de atores mobilizados. O Programa Pólo também for-neceu suporte para as ações estratégicas de comuni-cação e de mobilização, bem como para as atividades de organização, documentação e registro de todo o processo deliberativo que se efetivou por meio de várias reuniões e conferências temáticas. Além dis-so, foi realizada pesquisa sobre as estratégias de co-municação para mobilização social, que contou com o forte envolvimento de estudantes da UFMG.

Coordenador

Prof. Márcio Simeone Henriques DCS/FAFICH

6. Desenvolvimento Regional e Inserção da Mulher no Alto Jequitinhonha

O trabalho buscou estabelecer bases para a elabora-ção de um programa de desenvolvimento regional, dando ênfase à absorção da população, principalmen-te a feminina, em atividades produtivas locais. Fo-ram levadas em consideração as potencialidades e especificidades dos recursos humanos e a capacida-de produtiva da região, tanto do ponto de vista das percepções e experiências da população e das ins-tituições municipais, quanto do ponto de vista da análise dos dados secundários disponíveis, especial-mente censos demográficos, econômicos e pesqui-sas institucionais. Os municípios abrangidos foram Capelinha, Carbonita, Chapada do Norte, Couto de Magalhães de Minas, Datas, Diamantina, Felício dos Santos, Gouveia, Itamarandiba, Minas Novas, Presi-dente Kubitschek, São Gonçalo do Rio Preto, Sena-dor Modestino Gonçalves, Serro e Turmalina.

Coordenador

Prof. Roberto do Nascimento Rodrigues CEDEPLAR/FACE

7. Infra-estrutura e articulação do Pólo Jequitinhonha

Promover, de forma interdisciplinar, a articulação entre os projetos do Programa Pólo e a inserção da proposta do Programa no Vale do Jequitinhonha, num movimento permanente de discussão e cons-trução conjunta entre a equipe da UFMG e a popula-ção do Vale. Nesse sentido, o Pólo Jequitinhonha é um programa concebido “com o Vale” e não “para

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o Vale”. Para chegar a esse objetivo estabeleceu-se uma grande interlocução com a sociedade. A idéia é que o desenvolvimento econômico do Vale só tem sentido se incorporar, efetivamente, em suas várias instâncias, a capacidade produtiva de toda a popu-lação. Essa foi a principal linha condutora do “In-fra-estrutura e articulação”, que atua dando apoio logístico para o desenvolvimento dos projetos de ex-tensão e pesquisa, além de criar uma infra-estrutu-ra comum que possibilite a otimização dos recursos disponíveis. Para isso, o Programa atua com base em seis eixos principais: ações de mobilização política nos municípios; promoção de articulação interna na UFMG; construção, consolidação e ampliação de par-cerias com outras instituições de ensino superior do Estado, entidades e programas governamentais nos níveis estadual e federal; integração entre as diversas atividades dos projetos; ações de acompa-nhamento e avaliação dos projetos; divulgação do Programa e captação de recursos. Este é um projeto permanente, devido à sua função articuladora de assegurar as diretrizes acadêmicas do Programa.

Coordenadora

Maria das Dores Pimentel Nogueira PROEX

8. Criação de Cabras: Combate à desnutrição e à pobreza, associativismo e ação educacional no Vale do Jequitinhonha - 1ª fase

O combate à desnutrição, a busca pela geração de ocupação e renda, o reforço do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) e participação de escolas e outras organizações no processo de iden-

tificação e encaminhamento de jovens não alfabe-tizados a sistemas de alfabetização foram os moti-vos que impulsionaram a realização desse projeto. A Universidade Federal de Ouro Preto foi um importan-te parceiro em todo o processo, e as ações, realizadas em conjunto com aquela instituição, concentraram-se nos municípios de Ponto dos Volantes, Araçuaí, Francisco Badaró, Itaobim, Itinga, Jenipapo de Minas e Jequitinhonha, para incentivar o consumo, bene-ficiamento e comercialização do leite e da carne de cabras pelas famílias carentes. Essas famílias tam-bém foram acompanhadas e avaliadas em relação a seus estados nutricionais e de saúde. O projeto con-tou com financiamento dos Programas Universidade Solidária e PROEXT – 2003/MEC/SESU.

Coordenadores

Prof. Iran Borges DZOO/EV

Prof. Camilo Adalton Mariano da Silva Escola de Nutrição/UFOP

Genilson Ribeiro Zeferino PROEX

Ponto dos Volantes

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9. Cabras Comunitárias: Ampliando a Experiência de Criação de Cabras em Municípios do Médio Jequitinhonha – 2ª fase

Esse trabalho tratou de intensificar a experiência consagrada pelo projeto “Criação de Cabras” no mu-nicípio de Ponto dos Volantes e teve como alvos prin-cipais o estímulo ao associativismo e à auto-gestão. Em parceria com a Escola de Nutrição da Universi-dade Federal de Ouro Preto e a equipe de Medicina Veterinária da UFMG, o projeto empenhou-se em for-talecer o associativismo entre pequenos produtores da região e possibilitar a abertura de novas oportuni-dades de trabalho em propriedades pequenas. Além disso, a UFOP buscou validar a implantação do Siste-ma de Vigilância Alimentar e Nutricional na cidade (SISVAN), com apoio das instituições do sistema de saúde. Para o seu desdobramento, também está pre-vista a capacitação de equipes técnicas das Escolas Família Agrícola para que elas possam orientar seus alunos e população local sobre a criação de cabras e cuidados em saúde, alimentação e nutrição.

Coordenadores

Prof. Iran Borges DZOO/EV

Prof. Camilo Adalton Mariano da Silva Escola de Nutrição/UFOP

Genilson Ribeiro Zeferino PROEX

10. Simpósio Turismo e Desenvolvimento Sustentável no Vale do Jequitinhonha

O 1º Simpósio de Turismo e Desenvolvimento Susten-tável no Vale do Jequitinhonha ocorreu nos dias 14 e 15 de outubro de 2004, na cidade de Jequitinhonha. Re-alizado em parceria com o Centro de Pesquisa - Ação em Planejamento Turístico (Ceplantur), teve o apoio da Associação dos Colaboradores em Prol da Cidade de Jequitinhonha. Seu objetivo foi identificar e debater potencialidades e limitações para o desenvolvimento e consolidação do turismo na região. Professores de diversas universidades mineiras, bem como represen-tantes de outras instituições, como o SEBRAE e o Minis-tério do Desenvolvimento Agrário, debateram ques-tões como a dinâmica demográfica, a sustentabilidade do turismo, a economia e a mão-de-obra feminina, as paisagens e a cultura do Vale do Jequitinhonha.

Coordenadores

Prof. Allaoua Saadi DEPGEOG/IGC

Maria da Ajuda Barroso PROEX

Biribiri

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11. Arranjo Produtivo de Gemas e Jóias do Norte/Nordeste de Minas Gerais – Progemas

A situação de produção de gemas e jóias em Minas Gerais aponta para a necessidade de uma transforma-ção em todos os segmentos de sua cadeia produtiva. O projeto busca inserir essa produção no contexto de uma mineração social e ambientalmente susten-tável. Foram utilizadas técnicas para: i) redução dos impactos ambientais e aproveitamento integral dos pegmatitos; ii) ampliação das atividades do atual ar-ranjo produtivo local de produção e comercialização da pedra bruta; e iii) lapidação e produção de jóias e bijuterias. Essas ações possibilitaram a melhoria da competitividade na comercialização e exportação de gemas e jóias, além da qualificação da mão-de-obra local. O projeto foi realizado em Teófilo Otoni, Coro-nel Murta, Araçuaí, Itinga e Virgem da Lapa.

Coordenadora

Profª. Maria José Gazzi Salum DEMIN/EE

12. Raça e Gênero em Projetos de Geração de Ren-da da Mesorregião dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri/MESOVALES

Com financiamento da Secretaria Especial de Polí-ticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), este projeto trabalhou junto à MESOVALES – uma OSCIP que tem por objetivo implementar um modelo de gestão para o desenvolvimento sustentável na mesorregião dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri –, assesso-rando-a na implementação de projetos de geração de renda que visam à diminuição das desigualdades das mulheres e de segmentos da população negra e

indígena na sociedade. Dividido em quatro sub-pro-jetos e voltado a esse objetivo, desenvolveu diferen-tes ações, como um diagnóstico do Vale do Mucuri, com uma descrição do perfil sócio-demográfico da região, levando em consideração o recorte de raça/etnia e sua distribuição nos diversos indicadores sociais. Realizou oficinas de cerâmica e tecelagem para artesãos de diversos municípios e associações ministradas em conjunto, pelos artesãos da região e professores da Escola de Belas Artes da UFMG. Foi re-alizado um cadastro de artesãos dos municípios de Berilo, Francisco Badaró, Jenipapo de Minas, Jequiti-nhonha, Turmalina e Chapada do Norte, envolvendo também o poder público, comunidades e parceiros no seu planejamento. Realizou ainda oficinas e se-minários para discussão do Plano de Desenvolvi-mento da MESOVALES.

Coordenadores

Maria das Dores Pimentel Nogueira PROEX

Prof. Luiz Alberto de Oliveira Gonçalves DECA /FAE

Prof. João Valdir Alves de Souza DECAE/FAE

Prof. Roberto do Nascimento Rodrigues Cedeplar/FACE

Terezinha Furiati DAC

13. Avaliação do projeto Gotas de Esperança em Jenipapo de Minas

Esta avaliação ocorreu a pedido do Fundo Cristão Pa-ra Crianças por ocasião Projeto Gotas de Esperança no município Jenipapo de Minas, no Médio Vale do Jequitinhonha. O objetivo era preparar um diagnósti-co sócio-econômico que fundamentasse a chamada “Linha de Base” da aplicação do projeto, instrumen-to necessário para a correta avaliação e comparação

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objetiva entre as diversas etapas definidas no pro-jeto. A linha temática do projeto visa a melhoria da qualidade de vida da população carente das áreas rurais quanto aos eixos: melhoria de recursos hídri-cos; nutrição e saúde (em especial, infantil); educa-ção e formação profissional e alternativas de produ-ção industrial.

O projeto, nesta primeira etapa, consistiu da apli-cação de um survey (uma pesquisa probabilística) em 236 domicílios, com questões gerais sobre os eixos temáticos expostos. Com base no survey elaborou-se um banco de dados que foi a referência fundamental para a elaboração final da Linha de Base, um relatório de pesquisa social indicando os principais recursos humanos e naturais, o perfil sócio-demográfico e as principais demandas da comunidade assistida em Jenipapo de Minas pelo Fundo Cristão Para Crianças. Ao longo dos próximos dois anos o projeto deverá continuar o processo de avaliação e comparação dos avanços e desenvolvimentos alcançados através do Projeto Gotas de Esperança

Coordenador

Prof. Dimitri Fazito de Almeida Rezende Cedeplar/FACE

14. Telecentros Comunitários do Vale do Jequitinhonha

De mãos dadas com a população do Vale e em par-ceria com o Banco do Brasil e as prefeituras munici-pais, esse projeto se propôs a contribuir para forta-lecer a cidadania das camadas menos favorecidas, ajudar a impulsionar o desenvolvimento local e re-gional sustentável e a promover a inclusão digital e social. Foram distribuídos computadores aos muni-

cípios para serem instalados nos telecentros, cuja infra-estrutura física ficou sob a responsabilidade das prefeituras municipais. A realização de cursos em informática e o assessoramento aos municípios na implantação e desenvolvimento de salas de te-lecentros estão entre as duas linhas mestras orien-tadoras deste projeto, que se preocupa também em identificar jovens excluídos socialmente, como potenciais usuários desses telecentros. À exceção do município de Minas Novas, onde a parceria foi firmada com a Congregação Salesiana, nos demais municípios os telecentros foram implantados em parceria com as prefeituras municipais. São eles: Padre Paraíso, Carbonita, Turmalina, Jequitinhonha, Ponto dos Volantes e São Gonçalo do Rio Preto. Esta iniciativa demanda continuidade no apoio aos mu-nicípios para que os telecentros cumpram, de fato, seus objetivos.

Coordenadora

Angela Bibiana Nogueira PROEX

15. Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha – 7 edições

A área de desenvolvimento regional e geração de ocupação e renda do Programa Pólo tem no artesa-nato uma de suas principais bases. Considerando que uma das grandes dificuldades do artesão é expor e vender sua produção, a UFMG, através da parceria firmada com as Prefeituras dos municípios partici-pantes do Programa Pólo, com a Ameje e com o apoio de outras instituições interessadas, criou, em 2000, a Feira de Artesanato. O evento permite ao artesão e ao artista do Vale divulgar e vender os seus trabalhos,

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sem a necessidade de intermediários. A 7ª edição da Feira, realizada em 2006, foi visitada por 8.000 pessoas e contou com a participação de 71 artesãos, represen-tando 26 municípios da região: Almenara, Araçuaí, Berilo, Caraí, Chapada do Norte, Coronel Murta, Cou-to de Magalhães de Minas, Diamantina, Francisco Badaró, Gouveia, Itamarandiba, Itaobim, Itinga, Je-quitinhonha, Mata Verde, Medina, Minas Novas (in-cluindo Coqueiro Campo), Padre Paraíso, Palmópolis, Pedra Azul, Ponto dos Volantes (aí incluindo Santana do Araçuaí), Santo Antônio do Itambé, Taiobeiras e Turmalina (aí incluindo Campo Alegre), Veredinha e Virgem da Lapa. A feira vem obtendo, ao longo dos anos, patrocínio de diversas instituições, como: Ar-tesanato Solidário, FUMP, FUNDEP, Ong Moradia e Ci-dadania, SEBRAE-MG, Sind-Ifes BH. Vem recebendo ainda apoio da CAC e CEDECOM/UFMG.

Coordenadora

Márcia Fonseca Rocha DAC

16. Assistência Social Formação e Gestão Qualificada

O processo de descentralização da política da assis-tência social tem colocado novos desafios para os atores e profissionais que atuam na área, como o desenvolvimento de novas habilidades para o plane-jamento, gestão e avaliação da política. O aumento da eficiência e capacidade de resolutividade dos sis-temas locais de assistência social tem exigido ain-da a atualização dos conhecimentos sobre os novos fundamentos que orientam a política e a legislação que regulamenta o funcionamento destes sistemas. Portanto, o projeto foi executado com a finalidade de instrumentalizar os trabalhadores da área de as-sistência social, para operacionalizar a implantação e implementação de sistemas locais de assistência social. Sua realização se deu por meio de cursos e oficinas, nas cidades de Araçuaí, Turmalina e Teó-filo Otoni. O projeto foi uma parceira entre o Pro-grama Pólo e o Projeto Assistência Social Formação e Gestão Qualificada desenvolvido pelo Núcleo de Apoio a Política de Assistência Social (NUPASS).

Coordenadoras

Edite da Penha Cunha PROEX

Eleonora Schettini Martins Cunha PROEX

Ângela Maria Dayrell de Lima NESCON/Faculdade de Medicina

17. Projeto Mosaico: Incubação de cooperativa e associações para o fortalecimento de grupos de mulheres e jovens na geração de trabalho e renda

Em parceria com o programa Pólos de Cidadania, da Faculdade de Direito, Escola de Belas Artes e Escola

Feira de artesanato

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de Veterinária, o Projeto Mosaico tem o objetivo de promover ações de inclusão de jovens e mulheres em atividades de trabalho e geração de renda. Faz parte da proposta a realização de oficinas de artesa-nato em bambu, palha de bananeira, papel artesa-nal e serigrafia, em Açucena; oficinas para pequenos criadores de cabras em Ponto dos Volantes e Padre Paraíso e oficina de patch work para um grupo de mulheres de Padre Paraíso. Para tanto, vem imple-mentando uma cooperativa de confecção em Padre Paraíso, a organização de associações de criadores de cabras em Ponto dos Volantes e Padre Paraíso e a criação de uma associação de artesãos em Açu-cena, no Vale do Rio Doce. Os resultados esperados com este projeto são um aumento da auto-estima, da geração de renda dos jovens e mulheres parti-cipantes, assim como a ampliação do seu acesso a bens e serviços públicos. O projeto é financiado pelo ministério de Desenvolvimento Social – MDS e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvol-vimento – PNUD.

Coordenadores

Profª Miracy Barbosa de Souza Gustin DIT/Faculdade de Direito

Prof. Vlad Eugen Poenaru DES/EBA

Geraldo Jonas DZOO/EV

18. Seminário Cultura e DesenvolvimentoO Seminário Cultura e Desenvolvimento integrou o evento Vale: Vozes e Visões – A Arte Universal do Jequitinhonha. Foi realizado entre os dias 6 e 8 de novembro de 2006, no Palácio das Artes, em Belo Ho-rizonte, numa parceria entre a Secretaria de Estado

de Cultura de Minas Gerais, o SEBRAE Minas e o BID, e contou com a participação da UFMG por meio do Programa Pólo do Jequitinhonha. O objetivo do Se-minário foi apresentar um detalhado diagnóstico da região e esquadrinhar perspectivas reais de desen-volvimento, com base em um diálogo que procuras-se analisar e propor políticas públicas abrangentes, abarcando os diversos segmentos sociais envolvidos nesse processo. Além disso, o evento ainda buscou gerar benefícios para as comunidades locais, inte-grando a cultura, em toda a sua diversidade, às prá-ticas do desenvolvimento. Os temas desenvolvidos durante os três dias foram: “Diagnóstico Socioeco-nômico do Vale do Jequitinhonha: Novo Paradigma”; “Economia Solidária e Desenvolvimento Sustentá-vel”; “Riqueza Mineral, Agricultura e Economia Re-gional”; “O Urbano e o Rural no Vale do Jequitinho-nha”; e “Experiências no Vale do Jequitinhonha”.

Coordenadora

Maria das Dores Pimentel Nogueira PROEX

19. Vale: Vozes e Visões – A Arte Universal do Vale do Jequitinhonha – Oficinas

As oficinas, parte integrante do evento “Vale: Vo-zes e Visões – a arte universal do Jequitinhonha”, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, aconteceram entre os dias 13 e 17 de novembro 2006, em Belo Horizonte, no Palácio das Artes (espaços Mari’Stella Tristão e pátio interno), que contou com a participação da UFMG, por meio do Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha. O objetivo das oficinas foi proporcio-nar ao público da Grande Belo Horizonte o contato e

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a possibilidade de aprender, com os mestres do Vale do Jequitinhonha, seu ofício, sua arte e tradição. Fo-ram oferecidas 07 oficinas: Bordado (Mestras Borda-deiras Joana Rodrigues Trindade e Nildete Mendes Maciel, de Turmalina), Tambor (Mestre Artesão An-tônio Luiz de Matos, de Minas Novas), Trançado de Couro e Milho (Mestre Artesão José Sebastião Vaz, de Chapada do Norte), Tipografia (Mestre Artesão Sebastião Bento da Paixão, de Jequitinhonha), Tran-çado de Taboa (Mestre Artesão Gilson Alves Mene-zes, de Itaobim), Cerâmica (Mestres Artesãos Ulisses Mendes, de Itinga, e Glória Maria Andrade, de San-tana do Araçuaí), e Tecelagem (Mestres Artesãos Geraldo Enivon Machado, Ana das Graças Amaral e Sebastiana de Paula Nunes, de Berilo). As oficinas tiveram duração de 5 dias (20 horas/aula). Participa-ram delas 112 alunos, selecionados dentre 931 inscri-tos. A seleção dos participantes foi feita através de curriculum, tendo como critério de seleção priorida-de para educadores (profissionais e voluntários), na área escolhida. Durante todo o trabalho os espaços foram abertos à visitação, totalizando, durante os 05 dias, aproximadamente 1800 visitantes.

Coordenadoras

Terezinha Maria Furiati PROEX

Maria Alice Braga Fundação de Arte de Ouro Preto/SEC

20. PAIR – Programa de Ações Integradas e Refe-renciais de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil em Minas Gerais

Com recursos da Secretaria Especial dos Direitos Hu-manos da Presidência da República (SEDH) o PAIR, em 2007, se contextualiza como instrumento estratégico

de apoio à implementação da política de combate à Violência Sexual Infanto-Juvenil, por meio de ações/intervenções de apoio e fortalecimento da rede de proteção à infância, adolescência e juventude nos municípios de Itaobim, Teófilo Otoni e Uberaba. A atuação da UFMG se fará representar nos muni-cípios de Itaobim e Teófilo Otoni por um “pool” de unidades afeitas a ações de extensão nesta temáti-ca. Assim sendo, estarão envolvidos: Pró-Reitoria de Extensão, Faculdade de Odontologia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Departamento de Co-municação, Departamento de Psicologia, Núcleo de Apoio ao Desenvolvimento da Política de Assistên-cia Social (NUPASS)), Faculdade de Direito (Programa Pólos de Cidadania), Faculdade de Educação, Esco-la de Enfermagem e Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa – FUNDEP. No município de Uberaba, as ações do Programa serão coordenadas e executadas pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro, re-presentada pela Pró-Reitoria de Extensão, Centro de Graduação em Enfermagem e Departamento de Me-dicina Social. A estratégia de intervenção do Progra-ma prevê a realização de mobilização e articulação local; diagnóstico e capacitação da rede de proteção às crianças, aos adolescentes e aos jovens, vítimas de violência e exploração sexual e comercial ou em situação de risco visando o enfrentamento da vio-lência sexual infanto-juvenil, bem como a assessoria técnica, monitoramento e avaliação do Programa. Coordenadora

Edite da Penha Cunha PROEX

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Área: Educação

Nasci e vivi a maior parte da minha infância e adolescência na zona rural do município de Turmalina, onde iniciei meu processo de escolarização. No início dos anos 80, como es-tudante da Escola Normal, decidi ser professor. Até 1990, quando terminei minha licenciatura em Ciências Sociais, meu propósito era voltar pra Turmalina, onde exerceria a profissão cujo diploma tinha sido conseguido a custa de muito trabalho e dedicação.

Porém, em decorrência dessas reviravoltas que vez ou outra acontecem na vida da gente, em 1991 eu me vi professor na Faculdade de Educação da UFMG, coisa que nem nos meus sonhos mais distantes eu encarava como possibilidade. Mas como bem diz o ditado, que não se deve perder a chance de montar o cavalo quando ele passa arreado, saltei sobre os arreios e me segurei como pude.

Quinze anos depois, cavalgo com certa tranqüilidade pelos campos da educação e seus múltiplos caminhos. Um deles é o que me permite voltar ao Jequitinhonha para desen-volver projetos de extensão universitária e dizer aos meus interlocutores que vale a pena investir em conhecimento, independentemente dos usos imediatos que se faça dele.

João Valdir Alves de Souza Coordenador da Área de Educação

Projeto de Botânica no Município de Gouveia

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1. Atlas Escolar como Instrumento de Pesquisa e Comunicação

Foi para suprir a falta de livros de geografia, nas es-colas das cidades do Alto Jequitinhonha, que esse projeto se iniciou em 1997. Assim, foram construídos atlas didáticos, por meio de estudos das característi-cas geográficas de algumas cidades da região. Neles, alunos do ensino fundamental puderam aprender sobre o clima, o solo, o meio ambiente, a vegetação, a paisagem e inúmeros outros aspectos físicos e sociais da área em que vivem. Esse processo de construção também foi ensinado a pesquisadores do Vale, que formaram equipes locais para traçar novos atlas das cidades do Médio Jequitinhonha.

: Atlas concluídos até abril de 2004: municípios de Gouveia, São Gonçalo do Rio Preto, Santo Antônio do Itambé, Presidente Kubitschek, Felício dos Santos, Itamarandiba, Padre Paraíso, Carbonita, Jenipapo de Minas, Carlos Chagas, Datas e Senador Modestino Gonçalves.

Coordenadora

Profª. Janine Gisèle Le Sann CARTOG/IGC

2. Capacitação de Professores que atuam em Classes Multisseriadas do Primeiro Ciclo do Ensino Fundamental de Escolas do Meio Rural do Médio Vale do Jequitinhonha

Identificar e analisar as condições nas quais se reali-za a escolarização de crianças das classes multisse-riadas, de séries iniciais do ensino fundamental, no meio rural do Médio Vale do Jequitinhonha. Esse foi o objetivo inicial desse projeto que buscava o avan-

ço conceitual e prático desse processo de aprendiza-gem. Na sua execução, foi realizado um curso de ca-pacitação para 40 professores, que atuam em classes multisseriadas de dezesseis municípios do Médio Je-quitinhonha. Esses professores tiveram como tarefa o repasse das informações em seus municípios para outros educadores que atuam na mesma área. Parti-ciparam do processo de capacitação professores de todos os municípios que compunham a Ameje, em 2002: Araçuaí, Berilo, Cachoeira do Pajeú, Caraí, Cha-pada do Norte, Comercinho, Coronel Murta, Francis-co Badaró, Itaobim, Itinga, Jenipapo de Minas, José Gonçalves de Minas, Medina, Padre Paraíso, Ponto dos Volantes e Virgem da Lapa.

Coordenadoras

Profª. Mara Ramalho Faculdade de Filosofia e Letras de Diamantina/UEMG

Profª. Antônia Vitória Soares Aranha DAE/FAE

Escola Municipal, município de Padre Paraiso

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3. Capacitação de Dirigentes Municipais de EducaçãoA proposta desse curso nasceu da necessidade de me-lhorar a qualificação profissional de quadros técnicos municipais. Assim, ao longo de 2001, várias ações fo-ram desenvolvidas, dentre elas destacam-se: a capa-citação de secretários municipais de educação sobre fontes de financiamento da educação, a capacitação de dirigentes e contadores municipais sobre recur-sos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério e a capacitação de secretários municipais de educa-ção para elaboração de projetos a serem apresenta-dos ao Ministério da Educação. Contou com a parti-cipação dos secretários de educação dos municípios vinculados à Ameje: Padre Paraíso, Araçuaí, Berilo, Chapada do Norte, entre outros.

Coordenador

Genilson Ribeiro Zeferino PROEX

4. A População Rural do Alto Jequitinhonha e a questão da Leitura e da EscritaO principal alvo desse projeto foi compreender o sig-nificado que a escrita possuía para os alunos resi-dentes na comunidade rural de Senador Modestino Gonçalves, no Alto Vale do Jequitinhonha. Para isso, procurou-se explorar os significados que o aprendi-zado da escrita assumem para crianças que vivem em meios marcados pela oralidade e pela circula-ção restrita da escrita. Procurou-se também, reunir elementos que contribuíssem para a reversão dos níveis de analfabetismo e da baixa escolaridade no meio rural.

Coordenadores

Prof. Antônio Augusto Gomes Batista CEALE/FAE

Profª. Vânia Costa Faculdade de Filosofia e Letras de Diamantina/UEMG

5. I Seminário Estadual de Pesquisadores e Pesquisas sobre o Vale do Jequitinhonha

O Seminário aconteceu no período de 30/08 a 06/09 de 2004, durante o “XIX Festival da Canção em Turma-lina” (FESTUR), com a proposta de se constituir como um espaço para ampliar o debate sobre pesquisas realizadas no Vale do Jequitinhonha. A necessidade de tal evento deriva da constatação já amplamente divulgada de que ainda é precário o diálogo entre os pesquisadores e entre eles e o público alvo de suas pesquisas. Pretende-se, também, garantir as condi-ções de acesso ao resultado dessas pesquisas e ar-ticular a produção de conhecimento sobre a região com as propostas de intervenção.

Coordenador

Prof. João Valdir Alves de Souza DECAE/FAE

6. II Seminário Estadual de Pesquisadores e Pesquisas sobre o Vale do Jequitinhonha

Realizado no período de 4 a 6 de outubro de 2006, por ocasião da Festa do Rosário, o “II Seminário Estadual de Pesquisadores e Pesquisas sobre o Vale do Jequi-tinhonha” procurou dar continuidade ao debate so-bre pesquisas realizadas na região e sobre planos e programas de desenvolvimento destinados a ela. Centrando-se no tema cultura popular, particular-mente a cultura das populações afro-descendentes,

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o Seminário discutiu questões como: Populações afro-descendentes no norte-nordeste de Minas Ge-rais, a devoção ao Rosário, cultura popular no Vale do Jequitinhonha, patrimônio cultural, além dos pro-jetos Museu de Percurso e Centro de Referência Cul-tural do Vale do Jequitinhonha e as possibilidades de oferta educacional proporcionadas pela recém-criada Universidade Federal dos Vales do Jequiti-nhonha e Mucuri (UFVJM).

Coordenador

Prof. João Valdir Alves de Souza DECAE/FAE

7. I Ciclo de Estudos: Turmalina em DebateA necessidade de estabelecer uma regularidade na discussão de temas levantados por ocasião do “I Se-minário Estadual de Pesquisadores e Pesquisas so-bre o Vale do Jequitinhonha” e a reivindicação de que fossem debatidos temas específicos de Turmalina foram os principais motivos para a realização do “I Ciclo de Estudos”. Seu principal objetivo foi articular um conjunto de ações previstas para serem realiza-das em Turmalina, no primeiro semestre de 2005, como palestras, cursos, encontros e festas. Todas as atividades aconteceram em parceria com a Associa-ção de Filhos e Amigos de Turmalina, a Prefeitura Municipal de Turmalina, o Programa Pólo de Integra-ção da UFMG no Vale do Jequitinhonha, o PAIE/UFMG e o Projeto REALIDADE.

Coordenador

Prof. João Valdir Alves de Souza DECAE/FAE

8. II Ciclo de Estudos: Turmalina em DebateO “II Ciclo de Estudos” aconteceu entre fevereiro e outubro de 2006, dando continuidade ao “I Ciclo de Estudos: Turmalina em Debate”. O evento buscou possibilitar a efetivação dos efeitos multiplicadores previstos na realização do “I Seminário Estadual Pes-quisadores e Pesquisas sobre o Vale do Jequitinho-nha”. Foram abordadas questões ambientais relacio-nadas à construção da Usina de Irapé, estimulando estudantes e professores locais a se ocuparem da pesquisa e discussão sistemática sobre temas locais e regionais. Foram realizados também o concurso “Causos e Crônicas das Festas Religiosas de Turma-lina” e o lançamento do livro Igreja, Escola e Comuni-dade: elementos para a história cultural do município de Turmalina.

Coordenador

Prof. João Valdir Alves de Souza DECAE/FAE

9. Programa de Alfabetização e Formação Profissional no Vale do Jequitinhonha (2003-2005) 1a etapa

O analfabetismo como resultado de condições mate-riais que restringem o acesso de uma pessoa à apren-dizagem do ler e do escrever. É dessa maneira que esse projeto procurou abordar a questão, repudian-do interpretações de que o analfabeto é preguiçoso ou inferior, ou de que precisa ser sensibilizado para o significado da aquisição da palavra escrita numa sociedade letrada. O Programa, executado entre 2003-

2005, visava atender às demandas colocadas por alfa-betizadores em cursos de formação, no que se refe-ria ao acesso a material didático de qualidade para o

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trabalho com alfabetização de jovens e adultos bem como identificar possibilidades de geração de em-prego e renda na região. Nesse contexto, as princi-pais metas do Programa era a produção de material didático de qualidade para o trabalho junto aos alfa-betizandos e a elaboração de diagnósticos socioeco-nômicos para os municípios de Araçuaí, Chapada do Norte, Francisco Badaró, Itaobim, Itinga, Jenipapo de Minas, Jequitinhonha e José Gonçalves de Minas.

Coordenadores

Profa.Gladys Rocha CEALE/DMTE/FAE

Prof. Roberto do Nascimento Rodrigues Cedeplar/FACE

Maria das Dores Pimentel Nogueira PROEX

10. Programa de Alfabetização e Formação Profissional no Vale do Jequitinhonha (2004-2006) 2a etapa

Este Programa representa a continuidade e amplia-ção do Programa iniciado no ano anterior na medida em que, em atendimento a demandas locais, passa a envolver, também, a formação de professores do En-sino Fundamental. Essa demanda, colocada pela Su-perintendência Regional de Ensino de Araçuaí – SRE/Araçuaí – teve como foco a formação de alfabetiza-dores dos primeiros anos de escolarização do Ensino Fundamental em 21 municípios do Vale: Araçuaí, Be-rilo, Berizal, Chapada do Norte, Comercinho, Coronel Murta, Francisco Badaró, Fruta de Leite, Indaiabira, Itaobim, Itinga, Jenipapo de Minas, José Gonçalves de Minas, Medina, Ninheira, Novorizonte, Rubelita, Salina, Santa Cruz de Salinas, Taiobeiras e Virgem da Lapa. Esse eixo do Programa, ainda em curso, tem como objetivo criar quatro pólos de formação

de técnicos e de alfabetizadores nos municípios de Araçuaí, Itaobim, Salinas e Taiobeiras. Em outubro de 2006, partcipantes desta vertente do Programa, ainda em curso, foram convidados a apresentar um Programa na série “Formação Continuada do Profes-sor Alfabetizador”, da TV Escola/Salto para o Futuro. O material destinado a turmas de alfabetização de jovens e adultos com previsão de publicação para 2008, na forma de Cadernos, em 2 volumes: Volume 1: Identidade e Volume 2: Trabalho. Ambos os cadernos apresentam uma versão para o alfabetizando e ou-tra para o professor. O diagnóstico sócio-econômico da região é publicado como parte de uma coleção, abrangendo ainda as regiões do Alto Jequitinhonha e Vale do Mucuri. Ambas as publicações – Cadernos de Alfabetização e Diagnóstico Sócio-econômico do Médio Vale – são financiadas com recursos do PRO-

EXT/SESU/MEC.

Coordenadores

Prof. Antônio Augusto Gomes Batista CEALE/DMTE/FAE

Profa.Gladys Rocha CEALE/DMTE/FAE

Prof. Roberto do Nascimento Rodrigues Cedeplar/FACE

Maria das Dores Pimentel Nogueira PROEX

11. Alfabetização SolidáriaEsse Projeto, que teve como principal financiador o Programa Alfabetização Solidária, foi desenvolvido a partir de parceria instituída entre a Universidade Federal de Minas Gerais, o Ministério da Educação e o Programa Alfabetização Solidária visando ao aten-dimento de jovens e adultos analfabetos e a forma-ção inicial de alfabetizadores em diferentes muni-cípios. A execução ficou sob a responsabilidade do

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CEALE/FAE, com apoio da Pró-Reitoria de Extensão. Nos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri a atuação da UFMG centrou-se nos seguintes municípios: 1999: Ladainha, Araçuaí; 2000 e 2001: Araçuaí, Itaobim, Itin-ga, Jequitinhonha e Ladainha; 2002 e 2003: Itaobim e Jequitinhonha; em 2004: Araçuaí, Itaobim, Itinga e Jequitinhonha; em 2005 e 2006: Araçuaí e Itinga. Ten-do em vista o compromisso da Universidade com a ampliação dos Programas junto aos quais atua, quer na sua ampliação, consolidação ou na indicação de limites e/ou possibilidades, foi produzida uma tese de doutorado, defendida na Faculdade de Educação em março de 2004; apresentados trabalhos nos dois últimos Congressos de Extensão Universitária – 2003 e 2005 – e publicado um texto, em 2005, no CD produ-zido pela Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação – ANPED.

Coordenadoras

Profa.Gladys Rocha CEALE/DMTE/FAE

Maria das Dores Pimentel Nogueira PROEX

12. Programa de Formação de Alfabetizadores no Vale do Jequitinhonha – FormaVale

Dando continuidade ao “Programa de Alfabetização e Formação Profissional no Vale do Jequitinhonha”, desenvolvido em 2003 a 2006, este Programa busca a formação de professores para o sistema educacional no Vale do Jequitinhonha, atendendo a um púbico de professores alfabetizadores de crianças e de jovens e adultos, coordenadores pedagógicos que atuam no Ciclo Inicial de Alfabetização em escolas públicas da rede estadual e municipal dos 21 municípios sob a ju-risdição da Superintendência Regional de Ensino (SRE)

de Araçuaí, técnicos da área da educação da referida superintendência e secretários municipais de educa-ção. A formação docente visada pretende dar-se a par-tir da produção do material didático, que será analisa-do para a compreensão por parte dos professores dos aspectos teórico-metodológicos que norteiam as ati-vidades propostas e aplicação em sala de aula, além da realização de conferências ministradas por profes-sores da Faculdade de Educação, cujos temas são de relevância e refletem demandas dos professores em formação. Entre seus principais objetivos, está con-solidar a criação, em parceria com a SRE de Araçuaí, de quatro pólos de formação de técnicos e alfabeti-zadores dos dois primeiros anos de escolarização nos municípios de Araçuaí, Itaobim, Salinas e Taiobeiras.

Coordenadores

Prof. Antônio Augusto Gomes Batista CEALE/FAE

Profa. Ceris Salete Ribas da Silva DMTE/FAE

13. Projeto Gênero, Participação Política e Juventude na Escola Família Agrícola – Bontempo na cidade de Itaobim

Esse projeto de extensão foi estruturado a partir da pesquisa desenvolvida junto ao movimento de mu-lheres trabalhadoras rurais do Médio Vale do Jequiti-nhonha, que intermediou o contato com a a Escola Família Agrícola (EFA) Bontempo. Com isso, a equipe da UFMG foi convidada a participar do debate jun-to a juventude sobre a hierarquia das relações de gênero e as formas de democratização na Escola. A partir daí, diversas ações foram realizadas: oficinas educativas com temas como direitos sexuais e re-produtivos, participação da juventude, êxodo rural,

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educação, entre outros; o seminário regional “Juven-tude do Campo e Participação: Nós Temos Fome de Quê?”; e também um diagnóstico participativo so-bre o funcionamento da EFA. Todas essas atividades associadas à inserção com as trabalhadoras rurais culminaram num estágio, baseado nos moldes do Estágio Internato Rural, realizado junto ao Curso de Psicologia da UFMG. Nesse estágio, os estudantes via-jam para a EFA Bontempo e permanecem lá desen-volvendo atividades de intervenções psicossocioló-gicas durante dois meses. O eixo central do estágio está pautado no trabalho com os atores envolvidos na construção cotidiana da Escola Família Agrícola – jovens estudantes e monitores – sobre as relações de gênero, as formas de participação social da juventu-de na EFA e a constituição de identidades coletivas a partir destas experiências. Esse projeto, conveniado com a AMEFA (Associação Mineira das EFAs) e a EFA Bontempo-Itaobim, objetiva uma aproximação dos saberes acadêmicos e populares e tem como refe-rência teorias e metodologias em Psicologia Política, em que pesquisa e extensão se encontram aliados e engajados em propostas originais de desenvolvi-mento local e mudança social, abrindo espaço para a produção de conhecimento sobre os movimentos sociais do campo, além de garantir que futuros pro-fissionais tenham como experiência em sua forma-ção, o diálogo com as realidades locais e regionais.

Coordenador

Prof. Marco Aurélio Máximo Prado Departamento de

Psicologia/FAFICH

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Área: Cultura

Aos 10 anos de vida no Pólo Jequitinhonha, ouvindo os contadores de histórias, editando as narrativas em livros e CD’s, experimentando, em oficinas com educadores e estudantes, velhas e novas formas de contar histórias, meu maior aprendizado foi a percepção e a consciência da enorme riqueza desse lugar de encontro de águas e culturas que é o Vale do Jequitinhonha.

Sônia Queiroz Coordenadora da Área de Cultura

1. Quem conta um conto aumenta um pontoDesde 1996, o projeto “Quem conta um conto aumen-ta um ponto” registra parte da memória cultural do Vale do Jequitinhonha, catalogando, transcrevendo e registrando narrativas orais contadas por pessoas da região. A pesquisa foi realizada nos municípios de Minas Novas, Serro, Capelinha, Itamarandiba, Tur-malina, Novo Cruzeiro, Araçuaí, Jenipapo de Minas, Chapada do Norte, Berilo e Diamantina, e o trabalho resultou em um acervo de mais de duzentos contos e poemas orais, narrados por contadores de história, de várias gerações. “Seu” Chico, “Seu” Neném, Abel Tareco, Paiada, “Seu” Pedro do Vau, Don’Ana Benze-deira, entre outros, fazem parte do elenco de conta-dores de história mais conhecidos e respeitados da

Projeto Contadores de História

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região. Os textos, além de transcritos, são reconta-dos, reescritos e transformados em livros e CDs a partir do trabalho dedicado de estudantes universi-tários. O projeto aproxima a literatura oral das salas de aula, produzindo material paradidático para ser usado nas escolas, por alunos de todas as idades. O próximo produto a ser lançado por “Quem conta um conto aumenta um ponto” será a coletânea “No tem-po em que os bichos falavam”, que divulga gravações de histórias sobre animais em CD e transcrições im-pressas em livros, que inclui atividades para sala de

aula e vocabulário do dialeto rural. Esse projeto teve também importante parceria da professora Vera Fe-lício da PUC-Minas.

Coordenadora

Profª. Sônia Queiroz FALE

2. Preservação do Patrimônio Cultural no Vale do Jequitinhonha – Pesquisa e Treinamento

A restauração da obra “Anunciação” foi o mote pro-pulsor deste projeto. A obra, localizada no Centro de Geologia Eschwege/Casa da Glória, em Diamantina, de propriedade da UFMG, é uma pintura de cavalete em óleo sobre tela, de autor desconhecido. Para res-taurar a arte, foi realizada uma detalhada pesquisa sobre ela. Além disso, foram feitas ações de restaura-ção da ermida do Centro de Geologia Eschwege e pa-lestras em Diamantina, Ouro Preto e Belo Horizonte sobre identificação, conservação e recuperação do patrimônio cultural.

Coordenadora

Gislaine Randazo Teixeira Moura CECOR/EBA

3. Família e Relações de Gênero no Tejuco Duas linhas de investigação foram responsáveis pelo desenvolvimento desse projeto. A primeira consistiu em uma pesquisa temática sobre família ou relações de gênero no Tejuco, na primeira metade do sécu-lo XX. Já a segunda baseou-se na reconstituição da história de Chica da Silva, personagem feminina do Tejuco Setecentista. Os acervos utilizados no de-senvolvimento do projeto passaram por um proces-Restauração de patrimônio Casa da Glória/Diamantina

Foto 10

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so de limpeza, restauração, organização, ordenação, catalogação e higienização. Alguns dos resultados do trabalho foram as publicações dos livros “Chica da Sil-va e o Contratador dos Diamantes” (Companhia das Letras), que já se encontra na 2a. reimpressão e foi agraciado com a Menção Honrosa Prêmio Casa de las Americas (Cuba), Menção Honrosa na Categoria de Li-teratura Brasileira em 2004. Diálogos Oceânicos: Mi-nas Gerais e as novas abordagens para uma história do Império Ultramarino Português (Editora UFMG), ambos de autoria de Júnia Ferreira Furtado. Também como resultado das contribuições da pesquisa para as relações de gênero a mesma pesquisadora rece-beu o Prêmio Érico Vanucci Mendes, Menção Honro-sa pelo conjunto da sua obra relacionada às questões de gênero e raça, concedido pelo CNPq, em 2004. Coordenadora

Profª. Júnia Ferreira Furtado HIS/FAFICH

4. Acervo de Partituras Históricas de Diamantina: Pesquisa, Recuperação e Integração Musical

Documentos musicais dos séculos XVIII e XIX, abri-gados no Asilo “Pão de Santo Antônio”, em Diaman-tina. Os manuscritos foram registrados, limpos, tra-tados e adequadamente acondicionados, ao longo do desenvolvimento desse projeto. Também foram realizadas a catalogação, inventário e a transferên-cia para a Biblioteca da Cúria de Diamantina. Foram ainda promovidos eventos artísticos e culturais com músicos da região e da Escola de Música da UFMG.

Coordenador

Prof. Maurício Freire Garcia INC/MUSICA

5. Base de Dados dos Alunos do Vale do Jequitinhonha na UFMG

A Base de Dados dos Alunos do Vale Jequitinhonha na UFMG objetiva conhecer os alunos da UFMG oriun-dos do Vale do Jequitinhonha e promover a intera-ção entre eles e o Programa Pólo. Visa a promoção de discussão de questões relativas à região e a dificul-dades enfrentadas pela população local. O projeto é fundamental na inserção dos alunos no ambiente da extensão, contribuindo para o comprometimento dos mesmos com a sua região de origem, possibili-tando à universidade cumprir o seu papel de ajudar a população no exercício pleno da cidadania e na superação das formas de exclusão.

Coordenadoras

Renata Cristina Teixeira Aluna estagiária ECI/PROEX Maria das Dores Pimentel Nogueira PROEX

6. Jornada Cultural UFMG em Jequitinhonha – Patrimônio material e imaterial

Realizada entre os dias 12 e 18 de novembro de 2005, na cidade de Jequitinhonha, a Jornada Cultural teve como eixo central a discussão sobre conceitos de bens culturais, tombamento e inventário, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da consciência preservacionista da população. Além de palestras, es-petáculos de teatro e shows musicais, o público re-gional – local e de cidades vizinhas – teve acesso às oficinas que versaram sobre a Elaboração, captação e gestão de projetos culturais, Quem conta um conto aumenta um ponto, Cerâmica e técnicas de constru-ção de fornos, Iniciação teatral – ator criador, Confec-ção de tambores ritualísticos, Registros da realidade

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e Estratégias de abordagem da cultura da coopera-ção. Este projeto contou com a parceria da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, da Prefeitura de Jequitinhonha e da Associação dos Colaboradores em Prol da cidade de Jequitinhonha.

Coordenador

Prof. Fabrício Fernandino APL/EBA

7. Programa Trabalho e Cidadania Realizado em 1998, na cidade de Araçuaí, em parce-ria com a Prefeitura Municipal, o Programa Trabalho e Cidadania contou com cursos e oficinas visando à formação de educadores e agentes culturais, além de atividades destinadas a crianças e adolescentes. Fo-ram oferecidos cursos de capacitação de monitores de educação do CIAME (Centro de Integração e Aten-dimento ao Menor), técnica vocal, técnica circense, iniciação teatral, percussão e ritmo, e agente cultu-ral. Com a participação de crianças, jovens e adultos em geral, além de artistas e membros de diversos grupos culturais da região, foram atendidas ao todo cerca de duzentas e quarenta pessoas. Coordenadores

Profª Maria Beatriz Mendonça TU

Profª Mírian Tavares TU Programador cultural Sérgio Diniz PROEX

8. Vocabulário do dialeto rural no Vale do Jequitinhonha

O trabalho ora em andamento, na forma de dicionário, faz uma descrição de palavras e expressões do dialeto

rural no Vale do Jequitinhonha. Sua elaboração repre-senta um esforço no sentido da participação dos estu-dos dialetológicos e sociolingüísticos em geral, assim contribuindo para o (re)conhecimento das linguagens da população de Minas Gerais e promovendo o reco-nhecimento público de uma modalidade lingüística minoritária. Nesse sentido, o Vocabulário do dialeto ru-ral no Vale do Jequitinhonha incentiva não só o acesso ao dialeto rural por parte de estudantes de letras, pro-fessores, pesquisadores e demais interessados nos es-tudos de variação lingüística em geral, como também estimula o uso desse dialeto em atividades didáticas, o que possibilita a interlocução dos conceitos erudito e popular.

Coordenadora

Profª. Carolina do Socorro Antunes Santos FALE

Colaboradora Maria José Francisco de Souza

9. Memória do Vale do Jequitinhonha MG/Brasil: Centro de Acervos

A organização do acervo de dados e materiais sobre o Vale do Rio Jequitinhonha é um dos principais inte-resses desse projeto. Sua realização se dá de forma a disponibilizar conhecimentos com fundamenta-ção e ao mesmo tempo fomentar questões básicas na área da educação e, especificamente, de educação ambiental. Algumas de suas ações estão ligadas ao arranjo do acervo de minerais, de rochas, de elemen-tos da flora, de mapas e de documentos históricos da Casa da Glória, em Diamantina.

Coordenador

Prof. Antônio Gilberto Costa DEPGEOL/IGC

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Área: Comunicação

O Programa Pólo, nascido da necessidade de articular as ações da UFMG numa extensa região do Estado, comple-ta dez anos de atividades. Podemos comemorar seu sucesso sob três aspectos: primeiro por ter conseguido uma inte-gração efetiva no meio acadêmico entre pesquisadores das mais diversas áreas, promovendo entre eles um diálogo in-terdisciplinar extremamente produtivo. Em segundo lugar, pela realização de ações indissociáveis de ensino, pesquisa e extensão, com amplos reflexos acadêmicos, demons-

trando o vigor da Universidade Pública. Em terceiro, pela interlocução constante com as lideranças da região, com as quais ganhou enorme respeito e pôde efetivar profícuas parcerias. Ao imergir na cultura da Vale do Jequitinhonha, o Pólo trouxe para o âmbito acadêmico as ricas e múltiplas vozes da região. Tudo isso foi uma resposta a realidades desafiadoras, por meio de um saber produzido na vivência local, em conjunto com a população. Muito foi feito, mas dez anos ainda são pouco tempo...

Márcio Simeone Coordenador da Área de comunicação

Crianças em oficina de vídeo em Virgem da Lapa

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1. Suporte de Comunicação para o Programa Pólo Jequitinhonha

Todos os projetos do Programa Pólo contam com as-sessoria de um Suporte de Comunicação, que busca ligar os seus participantes por meio de um denomina-dor comum: empreender a imagem do Vale do Jequi-tinhonha, sua cultura e a possibilidade de seu de-senvolvimento. Esse projeto mantém os públicos informados sobre assuntos relacionados ao Vale, fortalecendo os vínculos dos integrantes com o Pro-grama e vice-versa, estimulando-os a se manterem cada vez mais atuantes. As atividades do Suporte fo-ram organizadas em três frentes: Planejamento, Pro-dução Jornalística e Produção de Rádio. O projeto de Suporte promoveu uma integração com as ativida-des de ensino do Curso de Comunicação Social, rea-lizando parte das atividades das três frentes através de um laboratório, do qual já participaram dezenas de alunos com creditação curricular. Foram feitos vá-rios diagnósticos sobre a comunicação do Programa, com o objetivo de verificar a efetividade da comuni-cação com os seus diversos públicos e a potenciali-dade de instrumentos e produtos de comunicação. Com isso, elaborou um plano de comunicação ins-titucional para o Programa, que não se restringiu ao âmbito da UFMG, estendendo-se também aos rela-cionamentos com os mais variados públicos exter-nos, especialmente, com lideranças dos municípios do Vale e com os parceiros institucionais. Dentre as suas principais ações, destacam-se o planejamento e realização dos Seminários “Visões do Vale I e II” e dos encontros periódicos com coordenadores de projetos e bolsistas do Programa; a elaboração do Banco de Dados do Pólo, incluindo um amplo ma-peamento das mídias locais nas áreas onde atua e

a reformulação do Catálogo de Projetos. A frente de Produção Jornalística é responsável pela produção do impresso “Informativo Pólo Jequitinhonha”, do informe eletrônico e da cobertura dos eventos nos quais o Programa esteve envolvido. A frente de Pro-dução de Rádio elaborou o projeto para a realização de um programa veiculado na Rádio UFMG Educativa: o “Vozes do Vale”, além da promoção de várias ofi-cinas de produção de rádio ministradas em diversos municípios do Vale.

Coordenador

Prof. Márcio Simeone Henriques DCS/FAFICH

2. Assessoria de Comunicação para o XXII FestivaleA Assessoria de Comunicação do XXII Festivale foi realizada por alunos do departamento de Comunica-ção Social da UFMG durante o primeiro semestre de 2003, com a participação dos organizadores do even-to. Foram planejadas ações a serem realizadas antes, durante e após o evento, que ocorreu de 21 a 27 de julho do mesmo ano, no município de Medina. No dia 1º de julho, foi realizado coquetel para imprensa. Foram também produzidos 4 spots de rádio com par-ticipação de artistas da região e 3 releases diferen-tes foram enviados. Quatro jornais impressos, três rádios de BH e nove do Vale, e quatro programas de televisão fizeram a cobertura do evento. Nove jovens participaram das oficinas de rádio e jornalismo e, além desses, a equipe contou com 5 alunos do curso de Comunicação Social e um técnico de rádio. Foram sete edições do jornal Festivale Hoje, sete edições do panfleto de programa Passa Lá e sete edições do boletim radiofônico. Tanto os jovens quanto os alu-

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nos do curso de comunicação puderam, com essa experiência, vivenciar e participar do dia-a-dia de uma organização de comunicação, com produção de veículo diários.

Coordenador

Prof. Márcio Simeone Henriques DCS/FAFICH

3. Plano de Comunicação para as Prefeituras Municipais de Turmalina e Carbonita

A principal finalidade deste projeto foi a elaboração de um planejamento de comunicação para as admi-nistrações municipais de Turmalina e Carbonita, junto às equipes locais. Paralelamente, foram desen-volvidas estruturas capazes de sustentar o trabalho comunicacional das prefeituras e aproveitar melhor os recursos de comunicação das cidades envolvidas. Tudo isso foi realizado de maneira a proporcionar aos estudantes, do curso de Comunicação Social da UFMG, oportunidades de trabalho prático e de alcance social, com aproveitamento de créditos curriculares.

Coordenador

Prof. Márcio Simeone Henriques DCS/FAFICH

4. Projeto Gestão Estratégica da Comunicação das Prefeituras do Médio Jequitinhonha.

Comercinho, Coronel Murta, Itinga, Jequitinhonha, Medina, Novo Cruzeiro, Padre Paraíso, Ponto dos Vo-lantes foram as cidades atingidas por esse projeto. Nelas, foram realizados diagnósticos das necessida-des comunicacionais de suas prefeituras. A partir do resultado, foram elaboradas propostas de cursos de

capacitação de agentes municipais da área de comu-nicação e um site foi construído. No site, ficaram dis-poníveis os resultados desses diagnósticos, apresen-tando informações das características e problemas comunicativos dos municípios, e nele também fo-ram disponibilizados materiais didáticos dos cursos de capacitação em comunicação, como por exemplo, de cerimonial, de teatro e de radiojornalismo. O site ficou um ano no ar.

Coordenadora

Profª. Maria do Carmo Reis DCS/FAFICH

5. Oficina de Rádio-jornalismo para Mobilização de Ações Culturais no Vale do Jequitinhonha

Desde sua constituição, o Programa Pólo tem perce-bido a importância e centralidade das rádios como veículos de comunicação comunitária e mobilização social. Nesse sentido, alunos do curso de comunica-ção, orientados por técnicos e professores do Depar-tamento de Comunicação da UFMG, formaram grupos de estudantes e de jovens que participavam de rádios comunitárias para oferecer a eles um curso de produ-ção radiofônica como uma oficina prática. As oficinas foram realizadas no município de Turmalina.

Orientadora

Marina Torres Curso Comunicação Social/FAFICH

Equipe

Emanuela São Pedro e Frederico Vieira de Souza Curso Comunicação Social/FAFICH

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6. Oficina de Rádio em Salto da DivisaRealizada em abril de 2005, no município de Salto da Divisa, a oficina teve o objetivo de ampliar o conhe-cimento de diversas pessoas ligadas a rádios da re-gião. Além de Salto da Divisa, também participaram da oficina pessoas dos municípios de Jacinto e Santa Maria do Salto. Estiveram presentes representantes de rádios comunitárias, educativas e evangélicas. Fo-ram dois dias de atividade: no primeiro, além dos cerca de 15 representantes de rádios, participaram cerca de 50 crianças e adolescentes de 12 a 15 anos para as quais foram passados conhecimentos teó-ricos sobre a produção radiofônica. No segundo dia ocorreu a parte prática, com a produção de uma edi-ção do programa “Vozes do Vale”. Para a realização do programa foram ouvidos moradores locais, repen-tistas, poetas, músicos e outros artistas. Também fo-ram fornecidas aos alunos da oficina diversas trilhas para serem usadas em suas próprias produções. O “Vozes do Vale” foi gravado e entregue aos alunos, que se disponibilizaram a distribuí-lo e veiculá-lo nas rádios locais. A oficina contou o apoio da Secre-taria Municipal de Educação de Salto da Divisa.

Coordenador

Gilberto Geraldo Corrêa DCS/FAFICH

7. Programa “Vozes do Vale”: Inserção do Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha na Rádio UFMG Educativa

O “Vozes do Vale” é um projeto concebido pelo Su-porte de Comunicação do Programa Pólo Jequitinho-nha com o objetivo de potencializar o trabalho rea-lizado nos mais diversos projetos com o uso do meio

radiofônico. A experiência de realização de oficinas de produção radiofônica no Vale permitiu a produção local de programas e a coleta de material sonoro, de onde surgiu a proposta, em 2005, de produção para a Rádio UFMG Educativa de um programa semanal de 12 minutos. O “Vozes do Vale” busca trazer ao público informações curiosas e importantes sobre o Vale do Jequitinhonha, seu povo, sua cultura e suas riquezas. Ao mesmo tempo, faz uma ponte com os diversos trabalhos realizados pelo Programa Pólo naquela re-gião. Integra também o projeto a realização de ofici-nas de produção no Vale, como forma de capacitação para os agentes locais e a constituição de uma rede de distribuição dos programas na própria região.

Coordenadores

Elias Santos Rádio UFMG Educativa

Gilberto Corrêa DCS/FAFICH

Prof. Márcio Simeone Henriques Departamento de Comunicação Social/FAFICH

8. Perfil da mídia local no Médio JequitinhonhaA atuação do Programa Pólo Jequitinhonha tem evi-denciado uma ampla perspectiva de atuação da co-municação estratégica para a mobilização social. Para efetivação das ações de comunicação dos mais va-riados projetos tomou-se como pré-requisito uma ênfase nos meios de comunicação de cada localida-de. Nessa perspectiva, o Suporte de Comunicação re-alizou, de início, um amplo levantamento e elaborou um banco de dados dos veículos de comunicação nas localidades atendidas por projetos do Progra-ma. O chamado “Mapa da Mídia” teve sua primeira versão concluída em 2003 e abrangeu 20 municípios

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(16 do Médio, 1 do Baixo e 3 do Alto Jequitinhonha), sofrendo duas atualizações posteriores, em 2004 e 2005. O levantamento constatou um grande número de emissoras de rádio e, concomitantemente, uma grande demanda em relação à capacitação para o uso desse meio. Desse modo, os projetos desenvolvidos na região procuram incorporar essa demanda e rea-lizar oficinas radiofônicas em vários municípios. O contato com as mídias locais da região tem trazido inúmeras indagações sobre seu perfil, suas caracte-rísticas, seu alcance e sua efetividade, em especial quanto aos processos de mobilização de públicos locais. Assim, o projeto realizado em 2006 traçou o perfil das mídias locais em oito municípios do Médio Vale do Jequitinhonha (Araçuaí, Comercinho, Itao-bim, Itinga, Medina, Padre Paraíso, Ponto dos Volan-tes e Virgem da Lapa) e promoveu uma nova atuali-zação do banco de dados. Coordenadores

Prof. Augusto Otávio Simeone Henriques DCS/FAFICH

Prof. Márcio Simeone Henriques DCS/FAFICH

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Área: Meio Ambiente

Jequitinhonha. Um fantástico lugar para aprender Brasil. Coordenar a área de meio ambiente e sustentabilidade do Jequitinhonha é uma experiência fascinante para alguém que veio do Sul. Por um lado, poder atuar com outros profis-sionais e discentes da UFMG e de outras universidades. Por outro, poder interagir com aquele povo tão interessante, so-lidário, culto e participativo do Vale. Neste projeto a UFMG vem dando um exemplo marcante e correto de extensão, tentando contribuir para a diminuição das desigualdades regionais e formando melhores seres humanos.

Luiz Guilherme Knauer Coordenador da Área de Meio Ambiente

1. Lixo e Cidadania em Minas Gerais: Mudando Paradigmas.

A UFMG e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais ini-ciaram esse projeto com o intuito de estabelecer um conjunto de ações integradas, nos municípios da re-gião do Médio Jequitinhonha, em relação ao geren-ciamento, manejo e destinação final dos resíduos sólidos urbanos (RSU). Visava ainda assessorar os municípios no desenvolvimento de planos de ges-tão integrada de RSU; na estruturação de projetos básicos de instalações destinadas ao manejo dos re-síduos; e no processo de remediação dos despejos de lixo a céu aberto, minimizando o potencial de im-pacto ambiental. Realizaram-se cursos para geren-

Rio Araçuai

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tes e pessoas que atuam na área técnico-operacional de manejo, tratamento e destinação final dos RSU, da orientação na elaboração de projetos básicos de Gestão Integrada de resíduos sólidos urbanos, das ações de conscientização e mobilização da popula-ção local com o apoio dos formadores de opinião, bem como promover a mobilização e organização de catadores de lixo e realizar seminários sobre a temá-tica de resíduos sólidos. Realizaram-se oficinas para elaboração de projetos de coleta seletiva e oficinas para capacitação de grupos de teatro nas ações de mobilização e educação ambiental. Foram implan-tados, sob orientação da equipe executora do proje-to os aterros controlados nos municípios de Itinga, Ponto dos Volantes, Chapada do Norte e Comerci-nho, e projetados dois aterros sanitários, em Araçuaí e Itaobim. Os demais municípios (Berilo, Cachoeira do Pajeú, Cel. Murta, Francisco Badaró, Jenipapo de Minas, José Gonçalves de Minas, Medina, Novo Cru-zeiro, Padre Paraíso, Virgem da Lapa e Jequitinho-nha) encaminharam pessoal técnico para participar de todas as fases de capacitação e implantação dos aterros. Assim esses municípios qualificaram-se pa-ra a aplicação das técnicas aprendidas no âmbito de suas próprias necessidades. As ações do projeto, com ênfase em sua metodologia estão publicadas no livro “Lixo e Cidadania: uma experiência inovadora o Mé-dio Vale do Jequitinhonha”.

Coordenadores

Maria das Dores Pimentel Nogueira PROEX

Prof. Luiz Guilherme Knauer DEPGEOL/IGC

Angela Bibiana Nogueira PROEX Prof. Márcio Simeone Henriques DCS/FAFICH

2. Mapeamento Geológico.O projeto objetiva consolidar uma série de ativida-des realizadas na região de Diamantina pelo Centro de Geologia Eschwege, relacionadas a cursos de Ge-ologia de Campo e de Mapeamento Geológico para alunos de universidades brasileiras que possuem graduação em Geologia e Engenharia Geológica. Du-rante sua realização, novos dados geológicos foram obtidos e um novo projeto foi proposto no âmbito do Programa Pólo: “Diagnóstico das Características Só-cio-Ambientais dos Garimpos e Lavras Diamantífe-ras da Região de Diamantina”.

Coordenador

Prof. Luiz Guilherme Knauer DEPGEOL/IGC

3. Sustentabilidade da Extração Mineral no Vale do Jequitinhonha.

A equipe desse projeto estudou os aspectos econô-micos, sociais, legais e ambientais da extração de bens minerais em municípios do Vale do Rio Jequi-tinhonha. Orientou equipes das prefeituras muni-cipais na elaboração e desenvolvimento de instru-mentos de ações que contribuam para a definição de Políticas Públicas para a sustentabilidade da ati-vidade extrativa mineral na região. O trabalho foi desenvolvido especialmente nos municípios de Ara-çuaí, Virgem da Lapa, Coronel Murta, Itinga.

Coordenadores

Prof. Cláudio Scliar DEPGEOL/IGC

Prof. Celso Scalambrini Faculdade de Filosofia e Letras de Diamantina/UEMG

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4. Os Impactos da Atividade Minerária no Alto Jequitinhonha.

O projeto buscou realizar um estudo sobre a ativida-de minerária no Vale do Jequitinhonha abrangendo principalmente seus aspectos ambientais, sócio-eco-nômicos e legais. Para isso, além de um cadastramen-to dos depósitos minerais conhecidos na região, foram realizados três diagnósticos distintos: um diagnóstico referente aos direitos minerários e tributários, outro referente à questão sócio-econômica e legal da mine-ração, além de um diagnóstico ambiental. Os dados foram levantados junto aos órgãos competentes e também na própria região mineradora de Diamanti-na, localizada no Alto Jequitinhonha e nos municípios de Itinga, Araçuaí, Coronel Murta e Virgem da Lapa.

Coordenador

Prof. Cláudio Scliar DEPGEOL/IGC

5. Estudo sobre a Degradação Ambiental e seu Controle no Município de Gouveia – Serra do Espinhaço, Alto Jequitinhonha.

Uma das principais preocupações desse projeto con-sistiu em compreender o “modus operandi” do meio ambiente tropical sub-úmido da área estudada. As-sim, buscou-se entender, de maneira mais global, a atuação dos processos erosivos da região, os meca-nismos relacionados à resposta da cobertura vegetal à agressão antrópica ao meio bio-físico e a contenção dos diversos tipos de erosão, utilizando-se de técnicas alternativas de manejo. Além de outras atividades de-senvolvidas, tentou-se consolidar um grupo de pes-quisa ambiental de caráter inter e multidisciplinar.

Coordenadora

Profª. Cristina Helena Ribeiro Rocha Augustin DEPGEOG/IGC

6. Estudo da Vegetação do Nordeste de Minas Gerais num Processo de Pesquisa, Ensino e Extensão.

Uma das boas ferramentas para entender esse proje-to é recorrer a algumas das atividades realizadas por ele. Podem ser apontadas: aulas teóricas e práticas de botânica para professoras da Escola Estadual Le-opoldo Pereira, elaboração de cartilhas sobre a mor-fologia e anatomia de órgãos reprodutivos de cinco espécies de plantas de São Gonçalo do Rio Preto, exposição de fotografias no Festival de Inverno da UFMG em Diamantina, produção de conhecimento e material didático sobre a vegetação da Reserva Na-tural do Cerrado Curral de Pedras. Foram realizadas

Garimpo no Alto Vale do Jequitinhonha

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ainda pesquisas de campo e coleta de material com participação de crianças de escolas públicas dos mu-nicípios de Gouveia e Diamantina. O trabalho foi reali-zado nos seguintes municípios: Gouveia, Diamanti-na, São Gonçalo do Rio Preto, Milho Verde/Serro, com uma atuação diversificada em extensão, ensino e pesquisa na área ambiental.

Coordenadoras

Profª. Marilene Marinho Nogueira BOT/ICB Profª. Rosy Mary dos Santos Isaias BOT/ICB

7. Desenvolvimento de Modelos para Recomposição de Nascentes do Rio Jequitinhonha.

Caracterizar a flora de nascentes da área preservada do distrito de Milho Verde, criando modelos-padrão para a recuperação de áreas degradadas. Esta é a principal proposta deste projeto cujo desenvolvimento conta com efetiva parceria com comunidades e lideranças locais. São realizadas coletas de sementes, plantio de viveiros e transplantes em áreas degradadas.

Coordenadoras

Profª. Marilene Marinho Nogueira BOT/ICB Profa. Rosy Mary dos Santos Isaias BOT/ICB

8. Programa de Internato Curricular da Engenharia – PIC/EEUFMG.

O objetivo do Programa de Internato Curricular da Engenharia, dentro do Programa Pólo, é dar apoio de recursos técnicos e de pesquisa aos seus muni-cípios na elaboração e no desenvolvimento de pro-jetos para atender demandas das populações locais.

Com a contribuição de diversas parcerias estabele-cidas desde 1998, o PIC/EEUFMG desenvolve serviços e consultoria nas diversas áreas de atuação da Enge-nharia Civil, com a participação dos alunos de final de curso, objetivando a promoção da qualidade de vida das populações locais, a partir de demandas identificadas em conjunto com as Prefeituras. Des-de sua implantação, foram atendidos 48 municípios, dos quais podem ser citados entre outros: Carboni-ta, Couto Magalhães, Datas, Diamantina, Felício dos Santos, Gouveia, Itabirito, Ladainha, Minas Novas, Padre Paraíso, Pirapora, Presidente Kubitschek, San-tana do Riacho, Senador Modestino, Serra Azul, Ser-ro, Três Marias, Virgem da Lapa.

Coordenadores

Prof. Bernardo Abraão Lopes da Silva (na primeira fase do projeto 97/98) DEP-EE

Prof. Dimas Alberto Gazolla Palhares (Atual) DESA/EE

9. Cidadania e Justiça Ambiental: Assessoria à Participação Popular em Processos de Licenciamento Ambiental em Minas Gerais.

No espírito de construção de uma sociedade mais justa, igualitária e sustentável, o Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (GESTA) tem trabalhado, desde 2001, para assessorar comunidades atingidas por barragens hidroelétricas em Minas Gerais. A atu-ação se desenvolve, sobretudo, no Vale do Jequiti-nhonha e tem como objetivo reduzir as assimetrias existentes entre as comunidades atingidas e o Setor Elétrico, construindo novas perspectivas de partici-pação. O projeto tem como diretriz de ação o prin-

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cípio da justiça ambiental, o qual procura destacar a relação entre as desigualdades econômicas e so-ciais e a concentração de poder na apropriação dos recursos naturais em detrimento dos grupos sociais de menor renda, geralmente expostos a maior carga de riscos e danos ambientais.

Coordenadora

Profª. Andréa Luisa Moukhaiber Zhouri SOA/FAFICH

10. Gestão de Recursos Naturais e Geração de Renda no Vale Jequitinhonha, Minas Gerais.

Contribuir para a segurança e a construção de condi-ções para produção agrícola de forma independente, permitindo a contínua geração de renda das popu-lações rurais no Médio Jequitinhonha. Esta é a linha principal desse projeto que busca, assim, investir na melhoria das condições hídricas e da agroecologia, com proteção à biodiversidade, trabalhando com fa-mílias piloto e oferecendo-lhes possibilidades para a preservação e sustentabilidade do meio ambiente e dos seus modos de vida. Atuou em Coronel Murta, Berilo, Josenópolis, Grão Mogol e Virgem da Lapa.

Coordenador

Prof. Klémens Augustinus Laschefski DEPGEOG/IGC

11. Proteção Sanitária das Cisternas Utilizadas na Preservação de Águas Pluviais para Uso Domiciliar: Aspectos Técnicos e Educacionais (1a fase)

As técnicas alternativas de “water harvesting”, que incluem as captações de água de neblinas, de orva-

lho, de chuva, de vazões em cursos d’água intermi-tentes e de águas subterrâneas, têm sido utilizadas cada vez mais em regiões áridas e semi-áridas do mundo. Já no Brasil, as suas utilizações são relativa-mente restritas. Dessa forma, este projeto se propõe a estudar a eficiência das técnicas de captação de água de chuva que estão sendo empregadas, atual-mente, na região do Vale. O projeto foi desenvolvido nos municípios de Araçuaí e Itinga. Coordenadores

Prof. Rafael Palmier EHR/EE

Prof. Valter Lúcio de Pádua DESA/EE

12. Participação na Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos Domésticos I: Francisco Badaró

A produção de resíduos sólidos é inerente ao proces-sos sociais. No Brasil, as milhares de toneladas de lixo geradas por dia são um problema de difícil solução, que exige a reeducação e o comprometimento de to-dos os cidadãos, independente do porte das cidades. Este projeto realiza estudos e pretende colaborar na elaboração de projetos sobre o gerenciamento inte-grado de resíduos sólidos domésticos de Francisco Badaró. Depois de remediado o lixão, são discutidas soluções para a implantação de um aterro contro-lado, a recuperação e o funcionamento da usina de reciclagem e compostagem (que pressupõe a im-plantação de coleta seletiva). A educação sanitária e ambiental, além da mobilização da comunidade, também faz parte dos estudos.

Coordenador

Prof. Raphael Tobias de Vasconcelos Barros DESA/EE

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13. Participação na Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos Domésticos II: Padre Paríso

A proposta deste projeto é colaborar com a prefeitu-ra municipal de Padre Paraíso, na realização de estu-dos sobre o gerenciamento integrado e sustentável dos resíduos sólidos urbanos do município, de modo a que sejam atendidas as exigências legais relativas aos aspectos ambientais desta questão. Partindo da mesma linha do “Participação na Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos Domésticos I: Francisco Badaró”, este projeto auxilia técnicos e responsáveis locais na recuperação e na atualização de documentos relati-vos ao serviço municipal de limpeza pública, partici-pa do processo de implantação do aterro controlado, colabora na implantação da coleta seletiva e na re-cuperação da usina de reciclagem e compostagem de Padre Paraíso. Além disso, colabora nos processos de educação sanitária e ambiental e de mobilização da comunidade, visando a incentivar a participação dos usuários nesses serviços e melhorar a eficiência ope-racional do gerenciamento de resíduos sólidos, dimi-nuindo os impactos ambientais que provocam.

Coordenador

Prof. Raphael Tobias de Vasconcelos Barros DESA/EE

14. Caracterização Geológica das Regiões de Nascentes do Alto Curso do Rio Jequitinhonha

O mapeamento geológico das principais áreas de nas-centes dos rios formadores da “Bacia do Jequitinho-nha” é o trabalho primordial deste projeto. Ele envol-ve desde a coleta de dados já existentes e detalhada fotointerpretação, até trabalhos de campo nas áreas consideradas. Este mapeamento permite que se te-

çam considerações sobre as condições destas nascen-tes, servindo de base para estudos relacionados a sua conservação e até mesmo sua reconstituição. Além disso, estes trabalhos serão utilizados na produção de mapas municipais com informações geológicas para parte dos municípios do Alto Vale do Jequitinhonha.

Coordenador

Prof. Luiz Guilherme Knauer DEPGEOL/IGC

15. Diagnóstico das Características sócio- ambientais dos garimpos e lavras diamantíferas da região de Diamantina

Diamantina representa a segunda região do planeta onde foram reconhecidos diamantes. Mas ainda hoje, a falta de fiscalização permite o desenvolvimento de garimpos e lavras praticamente sem controle ambi-ental. Uma análise do quadro regional mostra a ne-cessidade de providências urgentes que envolvam o desenvolvimento de técnicas de manejo ambiental correto para a situação específica, a formalização dos trabalhos de mineração, a confecção e aplicação de regras de proteção social, dentre outros. Para que es-tas medidas possam ser propostas e aplicadas, existe a necessidade de um correto diagnóstico da situação. Pretende-se abrir possibilidades para a busca de so-lução de problemas, tanto na região como em outras áreas do país com forte presença de mineração infor-mal, fornecendo, dessa maneira, um valor estratégi-co para a produção de políticas públicas efetivamen-te comprometidas. Coordenadores

Prof. Luiz Guilherme Knauer DEPGEOL/IGC

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Prof. Lúcia Maria Fantinel DEPGEOL/IGC

Prof. Paulo Roberto Antunes Aranha DEPGEOL/IGC

16. Engenharia e Arquitetura Públicas da UFMG: articulação, educação e desenvolvimento urbano.

Este projeto é uma forma de promover às comunida-des carentes e aos municípios do interior do Estado o acesso aos serviços da área de engenharia e arquite-tura, ao mesmo tempo em que sistematiza e amplia a participação de estudantes da UFMG, dos cursos de arquitetura e engenharia, em programas extramurais – Internatos Curriculares –, na rede pública e em equi-pamentos sociais não governamentais. No âmbito do Programa Pólo, este projeto é realizado, atualmente, em Virgem da Lapa. Os alunos e professores devem propor, documentar e pôr em prática as diretrizes de conservação do patrimônio natural, histórico, cultural e arquitetônico do município, reforçando a identida-de e as características da comunidade. Também de-vem apoiar a elaboração e a revisão de Planos Direto-res e sua legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo urbano e de edificações, para os municípios a serem atendidos; estruturar, com base na experiência realizada, um espaço de trabalho integrado, das áre-as de conhecimento da engenharia e arquitetura, no modelo de um Escritório Público de Prestação de Ser-viços, para atender às necessidades das populações dos municípios de áreas mais carentes do estado; e organizar um sistema a distância de formação e qua-lificação profissional, articulado aos projetos da UFMG de implementação de políticas públicas, entre outros objetivos. Procura-se ainda o envolvimento de outras unidades acadêmicas da UFMG, cuja participação de docentes e discentes se faz necessária durante o de-

senvolvimento do projeto, em especial a Faculdade de Direito (Direito Urbanístico), o Curso de Comuni-cação Social (atividades de mobilização), cursos de Geologia, Geografia e Cartografia, dentre outros.

Coordenadores

Prof. Dimas Alberto Gazolla Palhares DESA/EE

Prof. Ricardo Orlandi França TAU/Escola de Arquitetura

17. Gestão de resíduos sólidos domésticos e abastecimento de água em municípios do Médio Vale Jequitinhonha

Esta proposta pretende dar continuidade a ações que já vêm sendo feitas pelo Programa Pólo em peque-nas cidades do Médio Vale do Jequitinhonha, em es-pecial o projeto “Gerenciamento de Resíduos Sólidos Domésticos” e o projeto “Águas de Chuva”, e busca atender aos municípios de Padre Paraíso, Francisco Badaró e Ponto dos Volantes.

A partir da articulação entre Universidade e ato-res locais dentro de uma linha de trabalho comum, e com o fortalecimento no Vale de uma rede solidária, o projeto visa a melhorar o gerenciamento dos resíduos sólidos naquelas cidades, bem como desenvolver e aperfeiçoar soluções técnicas e educacionais para a proteção sanitária das fontes pluviais utilizadas no suprimento doméstico. Além disso, parte importante do processo é a formação de recursos humanos para lidar com essas questões no semi-árido, garantindo assim a sustentabilidade das inciativas.

Coordenadores

Prof. Raphael Tobias de Vasconcelos Barros DESA/EE

Prof. Valter Lúcio de Pádua DESA/EE

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Área: Saúde

Dez anos de caminhada, o longo percurso traçado está apenas às portas do alvorecer adolescente, mas sabemos que muito já se conquistou. Horizontes foram várias ve-zes vislumbrados. Caminhos se construíram, ao mesmo tempo em que caminhávamos, tendo sempre como ideal o respeito por princípios básicos de compreensão da diver-sidade e do enfrentamento da complexidade. Buscamos,

então, realizar nossos trabalhos dialogando sempre com todos e construindo equipes que se articulassem em um compromisso comum: a transformação social. Para mim, foi e será sempre uma honra estar presente nessa história e, especialmente, ter conhecido e partilhado do ideal de tanta gente que coloca muito de suas vidas nesse trabalho.

Edison José Corrêa Coordenador da Área de Saúde

Edison José Corrêa e Mara Vasconcelos Coordenadores desta área

Moradores da área rural

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1. Instrumentos e Métodos de Planejamento e Gerência Participativa em Sistemas Locais de Saúde

Desenvolver e aperfeiçoar metodologias e ferramen-tas de planejamento e gestão em saúde, no Alto e no Médio Vale do Jequitinhonha, foi a finalidade pri-meira desse projeto. Assim, ele instrumentalizou os municípios, contribuindo para o avanço do processo de consolidação dos Sistemas Municipais e Micror-regional de Saúde. As principais ações do projeto fo-ram a elaboração de planos municipais de saúde, a realização de diagnósticos e a capacitação dos ges-tores de saúde, a integração de instituições regionais e o fortalecimento da articulação das cidades em tor-no da formulação política de saúde. No Alto Vale, participaram do projeto os municípios de Diaman-tina, Carbonita e Gouveia, entre outros. No Médio Vale o trabalho foi desenvolvido com os municípios integrantes da Ameje, no período de 2001 e 2002.

Coordenadores

Profª. Eli Iola Gurgel Andrade NESCON/Faculdade de Medicina

Max André Santos NESCON/Fac de Medicina

2. Enfermagem no Vale do Jequitinhonha: Estratégia de Educar-Fazendo e Fazer-Educando

Dois momentos específicos dividiram esse trabalho. Primeiramente realizou-se um levantamento nas ci-dades de Diamantina, Chapada do Norte, Congonhas do Norte, Datas, Gouveia, Leme do Prado, Minas No-vas, Novo Cruzeiro, Sabinópolis, Senador Modestino e Serro que tinham enfermeiros em seus quadros. Constatou-se, então, a necessidade e a disposição desses profissionais em participar de programas de

qualificação. Como resultado, realizou-se um Curso de Especialização em Enfermagem de Saúde Pública, ministrado por professores da Escola de Enferma-gem, que propiciou o aprimoramento do processo de qualificação dos profissionais de enfermagem do Vale. Num segundo momento, os enfermeiros egres-sos da capacitação receberam um acompanhamento nas localidades onde atuavam, de forma a trabalhar com as questões específicas de cada município, o que proporcionou o aprofundamento teórico e prá-tico das atividades de assistência, administração e ensino desenvolvidas por esses profissionais. Coordenadoras

Profª. Matilde Meire Miranda Cadete EMI/Escola de Enfermagem

Profª. Lindalva Carvalho Armond EMI/Escola de Enfermagem

3. Estudo Químico Etnofarmacológico das Plantas Medicinais

O estudo químico etnofarmacológico de plantas me-dicinais, realizado por esse projeto, procurou intera-gir o saber acadêmico com uma das coisas que há de melhor numa sociedade: o saber popular. A popula-ção foi orientada sobre preparos de fórmulas e a co-mercialização da matéria-prima, após confirmação científica das atividades que vinham sendo realiza-das. As pessoas também foram instruídas sobre as formas de aproveitar melhor o potencial medicinal da vegetação local. Coordenador

Prof. Délio Soares Raslan DQ/ICEX

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4. Avaliação Nutricional e Parasitológica em Região Endêmica para Febre Maculosa no Estado de Minas Gerais

As regiões do Vale do Mucuri e Vale do Jequitinhonha apresentavam-se, desde 1984, como áreas endêmi-cas para a febre maculosa, com surtos epidêmicos nos municípios de Ouro Verde de Minas, Bertópolis e Novo Cruzeiro. A partir dessa constatação, foi reali-zada a avaliação do estado nutricional de escolares e determinado o índice de infecção para febre ma-culosa, investigando-se a associação da doença com deficiências nutricionais. Assim, foram elaborados planos de intervenção em saúde pública, vigilância epidemiológica, alimentar e nutricional para a re-gião estudada. A execução desse projeto se deu com a parceria constante da Escola de Nutrição da Uni-versidade Federal de Ouro Preto.

Coordenadores

Prof. Joel Alves Lamounier PED/Faculdade de Medicina Prof. Márcio Moreira Galvão Departamento de Nutrição Clínica e Social/UFOP

Prof. Camilo Adalton Mariano da Silva Escola de Nutrição/UFOP

Prof. Élido Bonomo Escola de Nutrição/UFOP

Prof. Romário Cerqueira DMVP/EV

5. Curso de Capacitação de CantineirasAs cidades da Associação dos Municípios da Micror-região do Médio Jequitinhonha (Ameje) enviaram 48 cantineiras para participar desse curso em Araçuaí, em 2001. Lá, elas puderam aprender sobre o armaze-namento correto dos gêneros, sobre os grupos de ali-mentos e seus conteúdos nutricionais. Outros aspectos

contemplados na capacitação foram: o da qualidade microbiológica de alimentos, métodos e técnicas sim-plificadas de preparo e conservação de alimentos, hi-giene ambiental e corporal. Também receberam infor-mações a respeito da elaboração de cardápios, dieta alternativa, preparação dos alimentos em sua parte prática e relações interpessoais. Além disso, tiveram noções básicas de horta escolar e comunitária e de higiene no preparo das refeições.

Coordenadores

Prof. Élido Bonomo Escola de Nutrição/UFOP

Prof. Camilo Adalton Mariano da Silva Escola de Nutrição/UFOP

Genilson Ribeiro Zeferino PROEX

6. Curso de Higiene e Manipulação de AlimentosTrata-se de um curso de 12 horas, ministrado nos muni-cípios de Francisco Badaró, Jenipapo de Minas e Ponto dos Volantes, no Médio Vale do Jequitinhonha no perí-odo de 04 a 10 de junho de 2006, destinado a cantineiras, merendeiras e cuidadoras infantis. A demanda, que visa maior qualificação dos recursos humanos locais e melhoria das condições materiais de vida, foi apre-sentada por municípios integrantes da Associação de Municípios da Microrregião do Médio Jequitinhonha. Conteúdo do curso: Módulo 1: Microbiologia e higiene corporal; Módulo 2: Higienização dos alimentos; Módu-lo 3: Higienização do ambiente de trabalho; Módulo 4: Noções básicas de nutrição; Módulo 5: Planejamento de refeições. Para a divulgação deste trabalhado, planejou-se utilizar meios como relatórios técnicos e seminários para discussão de resultados e proposições de políticas públicas que envolvam a participação da comunidade.

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Coordenador

Prof. Camilo Adalton Mariano da Silva Escola de Nutrição/UFOP

7. Internato em Saúde Coletiva de OdontologiaA disciplina obrigatória Internato em Saúde Coletiva do último período do curso de graduação da Facul-dade de Odontologia da UFMG vem sendo ofertada desde o primeiro semestre de 2000. Foi concebida para acontecer em regiões e municípios do interior do Estado de Minas Gerais, abrangendo suas áreas urbana e rural e prevê a permanência integral do aluno no ambiente dos serviços de saúde. Seus prin-cipais objetivos são 1) Proporcionar ao aluno uma formação profissional que o capacite a compreen-der e atuar em sistema público de atenção à saú-de bucal, considerando os princípios da integração docente-assistencial e do Sistema Único de Saúde – SUS; e 2) Contribuir para o desenvolvimento das dimensões política e assistencial dos municípios.

Coordenadora

Profª Andréa Clemente Palmier OSP/ODONTO

Sub-coordenador

Prof Marcos Werneck OSP/ODONTO

8. Programa de Atenção à Saúde Bucal para População Rural – Promovendo Acesso e Inclusão Social

Teve início em 2004, com o objetivo de auxiliar no processo de construção da atenção à saúde bucal da população residente na zona rural dos 187 municípios da área de abrangência do Instituto de Desenvolvi-mento do Norte e Nordeste de Minas Gerais – IDENE,

por meio de ações curativas, preventivas e de promo-ção da saúde. Busca-se capacitar recursos humanos e contribuir para o desenvolvimento da região. Para que o projeto seja executado são selecionados dois alu-nos dos últimos períodos do curso de graduação para cumprirem estágio rural em cada município durante o período de férias escolares, com duração de quatro semanas. Esse processo proporciona ao estudante a compreensão do processo de trabalho em saúde e a participação em atividades multiprofissionais.

Coordenadora

Profª Andréa Clemente Palmier OSP/ODONTO

Sub-coordenadora

Profª Simone Dutra Lucas OSP/ODONTO

9. Programa Internato Rural de Farmácia: Rede

Descentralizada SUS/MG: Assistência Farmacêutica

O Programa Internato Rural da Faculdade de Farmá-cia iniciou sua atividade em julho de 1995 nos muni-cípios ligados ao Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto São Francisco e desde 1997, leva alunos e pro-fessores às cidades do Vale do Jequitinhonha, onde estudantes planejam e realizam mudanças para orga-nizar a Assistência Farmacêutica no SUS/Municipal. Para isso realizam: a) levantamento situacional da Assistência Farmacêutica, avaliando as condições de seleção, programação, aquisição, armazenamento, prescrição e dispensação de medicamentos; b) ava-liação física dos medicamentos para verificar os que atingiram os prazos de validade ou se deterioraram e orientam seu descarte de modo a preservar o meio ambiente; c) armazenamento técnico de medicamen-tos e materiais de saúde; d) organização técnica do

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local de dispensação de medicamentos para melho-rar o atendimento e eliminar os desperdícios; e) trei-namento de pessoal para as atividades básicas de Assistência Farmacêutica; f) levantamento das do-enças pelas fichas clínicas; g) palestras sobre vários temas ligados à saúde e de interesse da comunidade municipal; h) relatório técnico-científico ilustrado so-bre as atividades realizadas. Foram atendidos, até o ano de 2006, no Vale do Jequitinhonha, quarenta e nove municípios; Águas Vermelhas, Almenara, An-gelândia, Araçuaí, Aricanduva, Bandeira, Berilo, Ca-choeira do Pajeú, Capelinha, Carbonita, Chapada do Norte, Coluna, Comercinho, Coronel Murta, Couto de Magalhães de Minas, Datas, Divisópolis, Felício dos Santos, Felizburgo, Francisco Badaró, Gouveia, Itai-pé, Itamarandiba, Itaobim, Itinga, Jacinto, Jenipapo de Minas, Jequitinhonha, Joaima, José Gonçalves de Minas, Leme do Prado, Mata Verde, Medina, Minas Novas, Novo Cruzeiro, Padre Paraíso, Palmópolis, Pe-dra Azul, Ponto dos Volantes, Rio do Prado, Rubelita, Rubim, Salto da Divisa, Santa Maria do Salto, Santo Antônio do Jacinto, São Gonçalo do Rio Preto, Setubi-nha, Turmalina e Virgem da Lapa. Coordenador

Prof. Antônio Basílio Pereira FaFar – Departamento de Produtos Farmacêuticos

10. Estágio Curricular de EnfermagemA linha guia do projeto se fundamenta nas ações edu-cativas, atividades assistenciais, administrativas- gerenciais e de investigação em saúde. Ele permite que alunos do Curso de Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da UFMG atuem no Vale

conhecendo sua realidade e, ao mesmo tempo, res-gatando o conteúdo teórico-prático que lhes foi mi-nistrado nos sete períodos anteriores do curso. Além disso, possibilita a formação de um profissional qua-lificado e diferenciado que atenda aos princípios e às estratégias do Sistema Único de Saúde. Atualmente o estágio vem sendo desenvolvido nos municípios de Araçuaí, Jequitinhonha e Virgem da Lapa

Coordenadoras

Profa. Lenice de Castro Mendes Villela EMI/Escola de Enfermagem

Profa. Andréa Gazzinelli Escola de Enfermagem/EMI

11. Diagnóstico Nutricional de Menores de 6 Anos nos Municípios do Médio Jequitinhonha

Caracterizar o estado nutricional e consumo alimen-tar da população menor de seis anos residente nos 16 municípios do Médio Jequitinhonha, utilizando como ferramenta chave a avaliação antropométrica

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e o questionário de freqüência do consumo alimen-tar. Este é o objetivo principal que direcionou a re-alização desse projeto. A necessidade deste tipo de atuação foi apontada pelos gestores locais, e tam-bém em função de pesquisas que a UFMG e a UFOP de-senvolvem no Vale. A médio e longo prazo espera-se contribuir para a melhoria do SUS, a partir da reali-zação de exames e práticas de saúde e nutrição que os municípios não tem condições de arcar.

Coordenadores

Prof. Camilo Adalton Mariano da Silva Escola de Nutrição/UFOP

Prof. Élido Bonomo Escola de Nutrição/UFOP

12. Estudos sobre a esquitossomose mansoi no Vale do Jequitinhonha

Estão sendo desenvolvidos, desde 2001, no municí-pio de Jequitinhonha e Ponto dos Volantes projetos de pesquisa relacionados à área de helmintoses in-testinais e esquistossomose que, infelizmente, ain-da são graves problemas de saúde pública no Brasil, principalmente nas regiões mais pobres, onde exis-tem milhões de indivíduos infectados ou em risco de infecção. Estes projetos têm como meta avaliar os fatores de risco (imunológicos, geográficos, com-portamentais, genéticos dentre outros) relacionados à infecção e reinfecção por estes parasitas. Além dis-so, estes projetos abordam ainda, a relação entre es-tas helmintoses e nutrição, crescimento e cognição das crianças assim como a identificação de barrei-ras que influenciam o acesso e a utilização dos indi-víduos aos serviços de saúde em comunidade rural e urbana destes municípios. Finalmente, pretende-

se implementar um programa piloto de controle das helmintoses que envolve educação em saúde e mo-bilização comunitária. Deve-se ressaltar que estes projetos são desenvolvidos em colaboração com o centro de pesquisas René Rachou – FIOCRUZ e CO-

TAN com a participação ativa de alunos de inicia-ção científica, de mestrado e doutorado e ainda os envolvidos com o Internato Rural de Enfermagem. São financiados por agências de fomento nacionais e internacionais.

Coordenadora

Profa. Andréa Gazzinelli Escola de Enfermagem/EMI

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Lista [Siglas deste Catálogo]

ALFASOL – Alfabetização Solidária

Amaje – Associação dos Municípios do Alto Jequitinhonha

Ameje – Associação dos Municípios do Médio Jequitinhonha

ANA – Agência Nacional de Águas

APL – Departamento de Artes Plásticas

Artesol – Artesanato Solidário

BOT – Departamento de Botânica

CAC/UFMG – Coordenadoria de Assuntos Comunitários da UFMG

CARTOG – Departamento de Cartografia

CEALE – Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita

CECOR – Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais

CEDECOM – Centro de Comunicacao da UFMG

Cedeplar – Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional/FACE/UFMG

CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CPC – Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia Odontológica

CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/ Superintendência de Belo Horizonte

DAC – Diretoria de Ação Cultural

DAE – Departamento de Administração Escolar

DCS – Departamento Comunicação Social

DECAE – Departamento de Ciências Aplicadas à Educação

DEMIN – Departamento de Engenharia de Minas

DEPGEOG – Departamento de Geografia

DEPGEOL – Departamento de Geologia

DES – Departamento de Desenho

DESA – Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental

DIT – Departamento de Direito do Trabalho e Introdução ao Estudo do Direito

DMTE – Departamento Métodos e Técnicas de Ensino

DMVP – Departamento de Medicina Veterinária e Preventiva

DQ – Departamento de Química

DZOO – Departamento de Zootecnia

EBA – Escola de Belas Artes

EE – Escola de Engenharia

EHR – Departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos

EMI – Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública

EV – Escola de Veterinária

FACE – Faculdade de Ciências Econômicas

FAE – Faculdade de Educação

FaFar – Faculdade de Farmácia

FAFICH – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas

FALE – Faculdade de Letras

FEAMIG – Faculdade de Engenharia e Agrimensura de Minas Gerais

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FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos

FUMP – Fundação Mendes Pimentel

FUNASA – Fundação Nacional de Saúde

FUNDEP – Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa

HIS – Departamento de História

ICB – Instituto de Ciências Biológicas

ICEX – Instituto de Ciências Exatas

IGC – Instituto de Geociências

INC – Departamento de Instrumento e Canto

MEC – Ministério da Educação

MESOVALES – Agência de Desenvolvimento Integrado e Sustentável da Mesorregião dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri

MUSICA – Escola de Música da UFMG

NESCON – Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva

ODONTO – Faculdade de Odontologia

OSP – Departamento de Odontologia Social e Preventiva

OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

PED – Departamento de Pediatria

PROEX – Pró-Reitoria de Extensão

PROEXT – Programa de Apoio à Extensão Universitária/MEC/SESU

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SEC – Secretaria de Estado de Cultura/MG

SEMAD – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/MG

SEPPIR – Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Social da Presidência da República

SESU – Secretaria de Educação Superior – Ministério da Educação

SOA – Departamento de Sociologia e Antropologia

SUM/SECMG – Superintendência de Museus da Secretaria de Estado da Cultura

TAU – Departamento de Tecnologia da Arquitetura e do Urbanismo

TU – Teatro Universitário

UNISOL – Universidade Solidária

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[Patrocinadores]

Alfabetização Solidária

Artesanato Solidário

Centro Integrado de Desenvolvimento Social, vinculado à Assembléia Legislativa de MG.

CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Fapemig – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais

FINEP/Financiadora de Estudos e Projetos.

Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa – FUNDEP

Fundação Nacional de Saúde – FUNASA

Fundação Universitária Mendes Pimentel – FUMP

Loteria Mineira

Ministério da Educação/PROEXT

Ministério de Ciência e Tecnologia

Ministério de Minas e Energia – Secretaria de Mineração e Metalurgia

Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável/MG

SEPPIR – Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Social da Presidência da República

Universidade Solidária

[Parceiros]

Amaje – Associação dos Municípios do Alto Jequitinhonha

Ameje – Associação dos Municípios do Médio Jequitinhonha

AMUC – Associação de Municípios da Microrregião do Vale do Mucuri

Associação de Filhos e Amigos de Turmalina

Associação dos Colaboradores em prol da Cidade de Jequitinhonha

Banco do Brasil

Casa da cultura de Jequitinhonha/Instituto D. Mercedes

Casa da Cultura de Turmalina

Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude do Estado de Minas Gerais

Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente

Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL

Faculdade de Engenharia de Agrimensura de Minas Gerais

Faculdade de Filosofia e Letras de Diamantina

Financiadora de Estudos e Projetos/FINEP

Frente de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente

Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente

Fundação Carlos Chagas

Fundação Ford

Fundo Cristão para crianças

Assinatura de termo de cooperação entre UFMG e lideranças do Vale

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Juizado da Infância e da Juventude de Minas Gerais

Oficina de Imagens

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Prefeituras municipais

Rádio UFMG Educativa

Secretaria de Estado de Cultura/MG

Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Esportes – SEDESE

Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Universidade Federal de Ouro Preto

Visão Mundial