introdução -...

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Entre as questões de mais interesse para os administradores respon-

sáveis pela aplicação de recursos públicos está a identificação dos efeitos

desses investimentos sobre a área social - ver, por exemplo, Belik (2003)

e Kageyama e Hoffmann (2006). De particular importância são os efeitos

secundários da pesquisa agropecuária sobre a pobreza rural e urbana,

mitigando-a. Nesse contexto, interessa investigar o comportamento dos

preços da cesta básica.

A literatura é prolífica em artigos que estudam a evolução dos preços

da cesta básica ao longo do tempo, os quais procuram mostrar o impac-

to positivo das taxas negativas de crescimento da série, em termos reais.

A maioria desses estudos é pontual, ou seja, analisa a evolução da série de

preços para períodos e/ou localidades específicos. Em alguns casos, anali-

sam-se também efeitos tributários e de segurança alimentar. São exemplos

típicos desse tipo de literatura: Alves et aI. (2010), Andrade et aI. (2011), Bar-

ros et aI. (2002), Carvalho et aI. (2006), Oliveira et aI. (2010), Santos e Corazza

(2006), Silva e Tavares (2008), Souza e Reis (2000) e Tomich et aI. (1998).

Meneghetti Neto (1992) e Tomich et aI. (1998) analisaram os efeitos

tributários do imposto sobre a circulação de mercadorias e a prestação de

serviços (ICMS). Souza e Reis (2000) estudaram o comportamento do custo

da cesta básica na cidade de Fortaleza, entre 1985 e 1997, e mostraram que

o comportamento dos preços é sazonal. Esses autores identificaram uma

tendência crescente do poder de compra, especialmente para o consumi-

dor de baixa renda. Barros et aI. (2002) analisaram o comportamento dos

preços de uma cesta básica específica entre julho de 1975 e junho de 2000,

encontrando uma taxa média mensal de queda de 5%. O perfil sazonal para

a série de custos da cesta básica do município de Lavras, MG, no período

1995-2004, foi analisado por Carvalho et aI. (2006), utilizando o método

X-12 Arima. Santos e Corazza (2006) analisaram o comportamento da in-

flação e do custo da cesta básica na região metropolitana de Porto Alegre,

Capítulo 7 Pesquisa agropecuária e preços da alimentação básica...

Introdução

235

Neste artigo, a análise dos preços da cesta básica no Estado de São

Paulo, de Alves et aI. (2010), é estendida para o Brasil, e criam-se os meca-

nismos econométricos que permitem fundamentar, em bases quantitati-

vas, a associação entre a redução dos preços da cesta básica e o nível de

investimento na pesquisa agropecuária. Como proxy para investimento em

pesquisa, tomou-se o orçamento anual da Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária (Embrapa).

Contribuição da Embrapa para o desenvolvimento da agricultura no Brasil

RS, no período 1994-2004. A relação entre os preços dos alimentos e a

segurança alimentar foi objeto de estudo de Andrade et aI. (2011) e Silva e

Tavares (2008). Já Oliveira et aI. (2010) estudaram a evolução dos preços da

cesta básica no município de Passo Fundo, RS,entre 1995 e 2009, com o uso

de índices de preços e modelos de regressão em séries temporais. A análise

de Alves et aI. (2010) para a cidade de São Paulo sugere que os grandes

beneficiá rios da queda dos preços da cesta básica são os consumidores,

principalmente os de baixa renda. Em sua exposição, sugerem também que

o investimento em agricultura é fundamental para a redução da pobreza

rural e urbana. E acrescentam dizendo que o aumento da produtividade

depende de desenvolvimento tecnológico.

Na próxima seção, estuda-se a evolução dos preços médios da cesta

básica para o Brasil e ajusta-se um modelo não linear com a utilização de

splines lineares e quadráticos. Na seção Casualidade de Granger, discute-se

a associação entre investimento em pesquisa e preços da cesta básica,

por meio do teste da causalidade de Granger. Na seção Considerações

sobre cointegração, discute-se a existência de cointegração entre as séries.

A seção Evolução da série de preços da cesta básica utiliza-se dos resultados

precedentes no ajuste de um modelo linear com erros em séries de tempo,

para explicar a evolução da série de preços da cesta básica em função do

nível de investimento defasado na pesquisa agropecuária e a outras variá-

veis estruturais. Finalmente, na última seção, apresentam-se um resumo e

as conclusões do estudo.

236

Capítulo 7 Pesquisa agropecuária e preços da alimentação básica ...

Evolução dos preços da cesta básicaA composição dos itens da cesta básica nas unidades especificadas

está descrita na Tabela 1.

Tabela 1. Composição da cesta básica, em provisões mínimas.

Composição da cesta básicaAlimento

Região 1 Região 2 Região 3 NacionalCarne (kg) 6,0 4,5 6,6 6,0Leite (L) 7,5 6,0 7,5 15,0Feijão (kg) 4,5 4,5 4,5 4,5Arroz (kg) 3,0 3,6 3,0 3,0Farinha (kg) 1,5 3,0 1,5 1,5Batata (kg) 6,0 6,0 6,0Legumes (tomate) (kg) 9,0 12,0 9,0 9,0Pão francês (kg) 6,0 6,0 6,0 6,0Café em pó (g) 600 300 600 600Frutas (banana) (unidade) 90 90 90 90Açúcar (kg) 3,0 3,0 3,0 3,0Banha/Óleo (g) 750 750 900 1,5Manteiga (g) 750 750 750 900

Região 1 - Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro e Goiás e o Distrito Federal.Região 2 - Estados de Pernambuco, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Amazonas, Pará,Piaui, Tocantins, Acre, Paraiba, Rondônia, Amapá, Roraima e Maranhão.Região 3 - Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.Nacional - Cesta normal média para a massa trabalhadora em atividades diversas e para todo o territórionacional.Fonte: Dieese (1993).

A Figura 1 mostra a evolução dos preços médios da cesta básica, ob-

servados no Brasil, no período de janeiro de 1970 a julho de 2012, a preços

de julho de 2012, em reais (DIEESE,2012). Superpõe-se na figura uma curva

de ajuste, a ser explicada adiante.

237

Contribuição da Embrapa para o desenvolvimento da agricultura no Brasil

log(preços)

6.6

~6.5

c: 6.4.~" 6.3Q.

'" "CJ c:.- "'" '"...,,,,.0.0

"'- 6.1-'""'e>~..2~~'" - 5.9o",:se;..,,,,

5.8E""'."o o 5.7~=~ :::I0.'_" 5.6.".,.

ao: 5.5E~ 5.4

5.3o 100 200 300 400

Número de meses

Figura 1. Evolução da série de preços médios da cesta básica para o Brasil, em reaisde julho de 2012, em 109S (base neperiana), de janeiro de 1970 a julho de 2012.

Fonte: dados de Dieese (2012).

o tamanho da amostra no cálculo da média varia por período, con-forme as informações constantes da Tabela 2.Tal fato implica heteroscedas-ticidade potencial, que não foi detectada de modo significante na análiseestatística da série de preços.

Na Figura 1,superpõe-se o modelo definido por polinômios segmen-tados, continuamente diferenciáveis nos pontos de ligação, que se utilizano ajuste da evolução da série de preços. Na especificação e na análiseestatística do modelo, segue-se Gallant (1987) e Souza (1998). Desse modo,seja:

Tk (z) = zk1 [O,+OO)(z), z E (-00, +(0),

em que 1[O,+OO)(z) é a função indicadora do intervalo [0,+(0).

238

500

Capítulo 7 Pesquisa agropecuária e preços da alimentação básica...

Postula-se que

Y, = 81 + 8i + 83T2(84 - t) + 8J2(t - 85) + E"

em que trepresenta tempo em meses (1-511 ),Y, é 0109 neperiano do preço

médio da cesta básica, 8's são parâmetros desconhecidos, e E é um compo-1 I

nente de erro possivelmente autocorrelacionado.

São Paulo

São Paulo, Porto Alegre

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,Salvador

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,Salvador, Curitiba

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,Salvador, Curitiba, Florianópolis

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,Salvador, Curitiba, Florianópolis, Brasília

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,Salvador, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Fortaleza

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,Salvador, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Fortaleza,Recife

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,Salvador, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Fortaleza,Recife

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,Salvador, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Fortaleza,Recife, Belém

Tabela 2. Capitais componentes do cálculo do preço médio da cesta básicabrasileira.

Período Capitais

Jan. 1970 a dez. 1976

Jan. 1977 a ago. 1979

Set. 1979 a dez. 1982

Jan. 1983 a mar. 1983

Abr. 1983 a maio 1983

Jun. 1983 a abr. 1985

Maio 1985 a dez. 1985

Jan. 1986 a ago. 1986

Set. 1986 a jan. 1987

Fev. 1987 a jul. 1987

Fev. 1987 a jul. 1987

Ago.1987 ajun.1988

Continua ...

239

Contribuição da Embrapa para o desenvolvimento da agricultura no Brasil

Tabela 2, Continuação.

Período Capitais

Jul. 1988 a set. 1988

Out. 1988 a jan. 1991

Fev. 1991 a novo 1994

Dez. 1994 a ago. 1995

Set. 1995 a ago. 2008

Set. 2008 a jul. 2012

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,Salvador, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Fortaleza,Recife, Belém, João Pessoa

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,Salvador, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Fortaleza,Recife, Belém, João Pessoa, Vitória

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,Salvador, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Fortaleza,Recife, Belém, João Pessoa, Vitória, Natal

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,Salvador, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Fortaleza,Recife, Belém, João Pessoa, Vitória, Natal, Goiânia

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,Salvador, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Fortaleza,Recife, Belém, João Pessoa, Vitória, Natal, Goiânia,Aracaju

São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro,Salvador, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Fortaleza,Recife, Belém, João Pessoa, Vitória, Natal, Goiânia,Aracaju, Manaus

Fonte: dados de Dieese (2012).

Depois da investigação preliminar, com o uso de mínimos quadra-dos lineares sobre a natureza da série residual, ajustou-se um modelo deregressão não linear, via mínimos quadrados generalizados, supondo-se aestrutura AR(S) - modelo autorregressivo de ordem 5 - para a série 8

1, O

resultado do exercício estatístico consta da Tabela 3.

O modelo de regressão estimado implica a especificação E(P) =exp(f(t)), em que E representa o operador esperança matemática, p o preçoda cesta básica em reais, efit) a função ajustada no modelo de regressão.

240

Lcbreal 11 500 0,6607 0,00132 0,0364 0,9868 0,9865

Capítulo 7 Pesquisa agropecuária e preços da alimentação básica...

Tabela 3. Ajuste do modelo estatístico não linear dos logs da série de preçosmédios da cesta básica. Listagem SAS v. 9.2. As quantidades 11- t6 represen-tam estimativas dos parâmetros 81- 86 e Icbreal a resposta y.

Nonlinear OLS Summary of Residual Errors

. DF DF Root .Equatlon diSSE MSE MSE R-Square AdJ R-Sqmo e error

Nonlinear OLS Parameter Estimates

. Approx StdParameter Estlmate E t Value Approx Pr > Itl Labelrr

t1 6,54875 0,0505 129,58 <0,0001

t2 -0,00268 0,000199 -13,47 <0,0001

t3 -0,00007 0,000026 -2,89 0,0040

t4 91,33429 16,6774 5,48 <0,0001

t5 378,4205 38,9327 9,72 <0,0001

t6 0,000022 0,000013 1,67 0,0959

Icbreal 11 1,044594 0,0443 23,57 <0,0001AR(lcbreal)

Icbreal

lag 1 parameter

IcbreaU2 -0,23616 0,0643 -3,67 0,0003AR(lcbreal)

Icbreal

lag2 para meter

Icbreal 13 0,022168 0,0652 0,34 0,7338AR(lcbreal)

Icbreal

lag3 parameter

Icbreal 14 -0,08092 0,0643 -1,26 0,2089AR(lcbreal)

Icbreal

lag4 para meter

Icbreal 15 0,138431 0,0444 3,12 0,0019AR(lcbreal)

Icbreal

lag5 parameter

Continua ...

241

Contribuição da Embrapa para o desenvolvimento da agricultura no Brasil

Tabela 3. Continuação.

Nonlinear OLS Estimates

. Approx StdTerm Estirnate E t Value Approx Pr > Itl labelrr

TestO WaldL. R.

L. M.

2,78

13,12

14,27

0,0953

0,0003

0,0002

t6=0

t6=0

t6=0

Max 73,25387 10,0298 7,30 <0,0001 t4-t2/(2*t3)

Nonlinear OLS Estimates

. Approx StdTerm Estlmate E t Value Approx Pr > Itl labelrrMin 440,0681 10,8374 40,61 <0,0001 t5-t2/(2*t6)

Test Results

Test Type Statistic Pr > ChiSq label

Fonte: observações da análise obtidas de Dieese (2012).

Define-se a taxa média de variação de p no período [a, b] por meio da fór-

mula seguinte, herdada da teoria da medida (ASH; DOLÉANS-DADE, 1999):

-l-fbf'(t)dt= j{b) -j{a) .b-a a b-a

É interessante fazer a análise da evolução da curva em termos das esti-

mativas t, - t6 dos parâmetros 8, - 86, Pontos identificados como importantessão os extremos das parábolas. Identificam-se, na Tabela 3, os meses 073 -

jan. 1976 - f(073) = 6,3317, representando o máximo da primeira parábola,

e 440 - ago. 2006 - f(440) = 5,3759, representando o mínimo da segunda

parábola. Tais pontos servem ao propósito de estimar a taxa de queda média

da curva, de 0,260% ao mês. A significância estatística da presença do termo

quadrático da segunda parábola - parâmetro 86 - só foi obtida com a utili-

242

Capítulo 7 Pesquisa agropecuária e preços da alimentação básica ...

zação dos testes dos multiplicadores de Lagrange e da Razãode Verossimi-lhança (GALLANT,1987;GREENE,2011; SOUZA,1998). Interpreta-se o menorvalor da estatística de Student, observada no teste de Wald, como tendênciaà estabilização da série de preços em termos reais.

A Tabela 4 apresenta taxas de evolução dos preços da cesta para ou-tros períodos de interesse. Há três subperíodos principais: janeiro de 1970a janeiro de 1976, 72 meses, com taxa elevada de crescimento do preçoda cesta básica; longo período de queda, de fevereiro de 1976 a agostode 2006, 367 meses; crise do petróleo, seca em regiões produtoras e fortedemanda por parte da Ásia, especialmente da China, desembocam noperíodo mais recente de incremento do preço da cesta básica, com ten-dência ao arrefecimento, como ilustram a Figura 1 e o modelo. O períodode fevereiro de 1976 a julho de 2012 reúne o período de persistente quedacom aquele de aumento no final da série, que se interpreta como tendênciaà estacionaridade. A queda dominou fortemente o aumento, a ponto dealcançar uma queda anual de 2,18%, em todo o período. Analisam-se, aseguir, os três períodos principais.

No período de 1950 a 1970,a agricultura foi fortemente discriminada.Imaginava-se que havia muita terra ociosa no Brasil.Sendo assim, a melhoropção era deixar a agricultura crescer pela incorporação de terra. Ao mes-mo tempo, atingia-se outro objetivo: o de ocupar o território nacional. Nes-se quadro, a agricultura não incomodava a política de industrialização nacompetição pela poupança nacional e pelos empréstimos internacionais.

Houve iniciativas exógenas, como a de Nelson Rockfeller (PEIXOTO,2008), de implantar um modelo de extensão rural no Brasil,baseando-se nahipótese de que havia amplo estoque de tecnologias à disposição. Portanto,o Brasil carecia de um amplo e eficiente serviço de extensão. Essahipótesefundamentou o desenvolvimento impressionante da extensão rural, inspi-rado no modelo americano. Paraconquistar o território pela agricultura, osinvestimentos em estradas foram cruciais. Alguns estados, como São Paulo

243

Jan. de 1970 a jan. de 1976 72 0,5435 6,52 39,13

Fev. de 1976 a ago. de 2006 367 -0,2604 -3,1248 -95,58

Set. de 2006 a jul. de 2012 71 0,2276 2,7312 16,16

Fev. de 1976 a jul. de 2012 438 -0,1813 -2,1756 -79,42

Jan. de 1970 a jul. de 2012 511 -0,0790 -0,9480 -40,29

Fonte: dados de Dieese (2012).

Contribuição da Embrapa para o desenvolvimento da agricultura no Brasil

Tabela 4. Taxas de variação do preço da cesta básica mensal, anual e doperíodo todo, no período de janeiro de 1970 a julho de 2012, e nos subperío-dos.

Número .P . d d Mensal Anual Penodo

erro o e (%) (%) (%)meses

e Rio Grande do Sul, desenvolveram importantes ações para aumentar aprodutividade da terra, sem impacto nacional.

Os elevados preços internacionais de alimentos e a rápida urbani-zação geraram forte pressão de demanda, que não foi respondida pelaagricultura. Assim, os preços internos de alimentos subiram a taxas explo-sivas. No período de janeiro de 1970 a janeiro de 1976, o preço da cestabásica cresceu à taxa anual de 6,52%, e no subperíodo, a 39,13%. A agitaçãourbana mostrou sua presença, e filas para comprar alimentos era uma re-alidade nas principais cidades brasileiras, caracterizando, na compreensãopopular, uma forma de desabastecimento. Tudo isso ameaçou o governomilitar. A resposta inicial foi investir mais em extensão rural e em estradas,e ampliar o crédito rural, agora destinado à compra de insumos modernose à de bens de capital, conectados com a expansão da agricultura e tam-bém com o aumento de sua produtividade. Em 1971, criou-se um grupode trabalho (PASTORE;ALVES,1976) para responder à questão: por que aprodutividade da agricultura não crescia, a despeito dos investimentos emextensão e crédito rural? A resposta do grupo, depois de 2 anos de trabalho,foi a de que era falsa a hipótese da existência de estoque de tecnologias. Na

244

segunda metade de 1972, os resultados foram comunicados ao Ministérioda Agricultura, e, concomitantemente, foi feita a proposta de uma drásticareforma da pesquisa no âmbito do Ministério da Agricultura, de respon-sabilidade do Departamento Nacional de Pesquisa Agropecuária (DNPEA).Assim nasceu a Embrapa (ARAÚJO,1979), ou seja, fortemente influenciadapela crise de abastecimento do começo da década de 1970.

No período de fevereiro de 1976 a agosto de 2006, reforçou-se apolítica de investimento na extensão e no crédito rurais, e a política deestoque regulador foi ampliada, bem como os investimentos em estradas.Mas a pesquisa agropecuária passou a ser a estrela da modernização daagricultura. Teve, e tem tido, recursos abundantes para desenvolver seusprogramas, principalmente o de formação de recursos humanos, queocupa praticamente todo o território nacional. As universidades federais e,nelas, a área de ciências agrárias também foram fortemente incentivadas.Os agricultores responderam aos incentivos. Em consequência, montou-seum poderoso complexo de apoio à agricultura, que responde pelo sucessodo agronegócio, que, por sua vez, venceu os desafios das exportações e doabastecimento do mercado brasileiro. O período corresponde a 367 meses.Nele, a queda anual do preço da cesta básica equivaleu ao impressionantevalor de 3,12% (-3,12%). No período, a 95,58% de queda. Osgrandes benefi-ciados foram os consumidores mais pobres. Sem essaqueda, os programasde transferência de renda não teriam sido bem-sucedidos.

Capítulo 7 Pesquisa agropecuária e preços da alimentação básica ...

De setembro de 2006 a julho de 2012, apontam-se os seguintes eprincipais fatos:

A demanda de alimentos proveniente da Ásia cresceu fortemente.

Os Estados Unidos, com o programa de produção de álcool demilho, reduziram a produção de commodities agrícolas, provo-cando, assim, forte impacto sobre a oferta mundial. A Europa, emmenor escala, seguiu o mesmo caminho, com seu programa debioenergia.

245

246

Contribuição da Embrapa para o desenvolvimento da agricultura no Brasil

o crescimento do preço do petróleo teve impacto direto sobre ospreços de transporte e de fertilizantes, reduzindo a capacidade daagricultura mundial de responder à demanda.

A crise financeira na Europa abalou a economia mundial.

Os fatos listados acima para o período induziram o incremento dospreços internacionais de alimentos, com reflexos diretos sobre o Brasil. Anossa oferta respondeu, e o setor tem tirado proveito dos preços elevados,aumentando substancialmente as exportações. O governo optou pelapolítica correta, não impondo restrições às exportações. Se a opção fosserestringir as exportações, quebrar-se-ia o vínculo entre os preços externose os internos, com enorme custo para o Brasil.Tome-se como exemplo oque aconteceu com nossos vizinhos e com o Brasil no passado, quando ocomércio externo não era livre. Como o governo brasileiro não cortou o vín-culo entre os preços externos de alimentos e os internos, os preços internossubiram no período, refletindo-se na cesta básica. O preço da cesta básicanos 71 meses do período cresceu à taxa anual de 2,73%, tendo o períodocorrespondido a 16,16%.Como já se afirmou, o final da curva mostra sinaisde estabilização. Contribuiu para isso a resposta da agricultura brasileiraaos aumentos de preços internacionais, por meio do aumento da oferta.

A agricultura brasileira construiu grande capacidade de resposta àdemanda por alimentos. Sem empecilhos, tem condições de responderaos desafios atuais da demanda. Os dados recentes da cesta básica são umalerta para as nossas autoridades de que a agricultura moderna é muitosensível aos preços e à estabilidade macroeconômica. Conhecimentos etecnologia são bases para um processo de decisão apropriado. É importan-te, portanto, conhecer os fatores que restringem a resposta da agriculturaaos preços. Destacam-se os preços de fertilizantes e aqueles administradospelo governo, como energia. A sociedade acordou para a inclusão social. Oincremento do preço da cesta básica pode pôr a perder tudo o que se con-seguiu, final trágico que ninguém deseja. Num quadro desses, o correto éincentivar a agricultura e tirar proveito de sua imensa base tecnológica paraampliar as exportações, acumular divisas e também estabilizar os preçosinternos.

247

Capítulo 7 Pesquisa agropecuária e preços da alimentação básica ...

Causalidade de Granger: investimentoem pesquisa vs. preços da cesta básica

Passa-se agora ao estudo da associação entre o preço da cesta básica

e o nível de investimentos na pesquisa agropecuária. Para tornar as séries

compatíveis na análise, trabalha-se com as médias anuais dos preços e com

o orçamento anual da Embrapa, como proxy para o investimento. A Tabela 5

mostra a evolução dessas variáveis a preços constantes dejulho de 2012, em

reais. A análise é levada a efeito em logs na base neperiana, representados

aqui por LMMEDIA (Iog de preços) e LEMB (Iog do orçamento da Embrapa).

A Figura 2 mostra o diagrama de dispersão dessas duas séries.

Tabela 5. Evolução dos preços médios da cesta básica e do orçamento anualda Embrapa.

A Orçamento da Embrapa Preços médios da cesta básicano (103R$) (R$)

1970 383,18

1971 407,11

1972 442,15

1973 555,13

1974 2,489E-11 580,04

1975 7,829E-11 567,61

1976 1,965E-10 585,79

1977 3,475E-10 500,28

1978 5,519E-10 495,56

1979 1,199E-09 544,23

1980 2,379E-09 544,72

1981 5,043E-09 496,74

1982 1,305E-08 453,38

1983 2,348E-08 467,66

1984 6,914E-08 450,75

Continua ...

Contribuição da Embrapa para o desenvolvimento da a~1 "~UILUla no Brasil

Tabela 5. Continuação.

A Orçamento da Embrapa Preços médios da cesta básicano (103 R$) (R$)

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2,799E-07

6,868E-07

2,354E-06

1,611 E-05

2,248E-04

7,242E-03

4,367E-02

3,554E-01

9,136

217,808

407,925

565,787

536,291

537,599

553,205

607,798

672,799

701,621

789,352

932,433

955,554

1.060,967

1.167,184

1.372,356

1.855,378

1.906,124

2.079,363

432,25

454,12

416,70

334,19

376,60

336,45

310,38

306,18

308,09

332,28

323,93

305,99

279,97

298,72

275,52

258,11

256,03

254,30

250,05

234,53

223,97

218,27

227,18

251,85

250,03

249,50

247,84

251,26

Valores em reais de julho de 2012, corrigidos pelo IGP-DI.Fonte: dados de Dieese (2012) e Embrapa (2012).

248

Capítulo 7

6,4

6,2

6,0

~cw 5,8::E::E...J

5,6

5,4

5,2

-30

Pesquisa agropecuária e preços da alimentação básica...

• •. .... .... .

• ..• • •.

I

\,

I•

-20 -10

LEMB

o 10

Figura 2. Diagrama de dispersão das séries LMMEDIA (Iog dos preços médios dacesta básica) e LEMB (Iog do orçamento da Embrapa).

Granger (1969) propôs O estudo de causalidade entre duas sériestemporais XI e wI' por meio do estudo da significância dos parâmetros dasregressões seguintes, que tomam como variáveis explicativas as defasa-gens nessasvariáveis.

I I I A' r:l..' I

XI = a o + a lXI_1 + ...+ a lXI_1 + I-' lWI_1 + ...+ I-' lWI.1 + ê I

o teste de ~l = ~2 = ...= ~l = Ona primeira regressão tem por hipótesenula lia série XI não causa w": e o teste de W1 = W2 = ...= W1 = Otem porhipótese nula liasérie w

Inão causax".

249

LEMB does not Granger Cause LMMEDIA

LMMEDIA does not Granger Cause LEMB

35 0,61346

3,21368

0,6120

0,0380

Contribuição da Embrapa para o desenvolvimento da agricultura no Brasil

o exercício estatístico correspondente à análise do teste da causa-

lidade de Granger para as séries LMMEDIA e LEMB consta da Tabela 6. A

escolha 1=3 é a menor possível, conduzindo a causalidade de Granger de

pelo menos uma das direções envolvidas. Observa-se causalidade na dire-

ção de LMMEDIA para LEMB.

Tabela 6. Teste de causalidade de Granger - Listagem do Eviews 7.2.

Amostra: 1970-2012

Lags: 3Null Hypothesis: Obs F-Statistic Probo

Fonte: observações da análise obtidas de Dieese (2012).

Considerações sobre a cointegraçãoentre os investimentos em pesquisae os preços da cesta básica

A rigor, não se pode esperar cointegração entre as séries de orçamentoem pesquisa e preços da cesta básica. Embora a hipótese de passeio aleatório

não possa ser rejeitada no período para ambas as séries, existem quebras

estruturais no período e tendência à estacionaridade na série de preços.

Nesse contexto, a evolução das duas séries indica afastamento, pelo menos

no futuro próximo. O gráfico da Figura 3 é ilustrativo dessa observação.

Apesar dessas observações, levou-se a efeito a análise de cointegra-

ção, com a utilização da técnica de Johansen (1991, 1995), para o período

1974-20111• O resultado foi marginal no teste do autovalor máximo (7%) e

1 Ver Greene (2011).

250

251

Capítulo 7 Pesquisa agropecuária e preços da alimentação básica ...

8.0- LEMB

7.6 - LMMEDIA

.,01 7.2g,III::;;

6.8w...J•.<I:Õ 6.4w::;;::;;...J

6.0

5.6

5.2

1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012

Ano

Figura 3. Evolução de preços da cesta básica (LMMEDIA) e investimento na pesquisaagropecuária (LEMB) a partir do plano real (Iogs).

significante no teste do traço (5%). A elasticidade de longo prazo estimadafoi de -2,6%, com desvio-padrão de 0,002. ',.•

Evolução da série de preços dacesta básica como função do nível deinvestimento na pesquisa agropecuária

Com base nas discussões precedentes, conclui-se pela existência po-tencial de uma defasagem de três períodos entre os preços da cesta básicae o investimento na pesquisa agropecuária. Desse modo, para explicar aevolução passada da série de preços, levando em conta também os efeitosde políticas de impostos e das mudanças estruturais, postula-se a seguinterepresentação:

LMMEDIA = c + yd + R.t + LEMB + u1 1 I-' 1-3 1

Dependent Variable: LMMEDIA

Method: Least Squares

Date: 09/17/12 Time: 07:57

Sample (adjusted): 1977 2012

Inciuded observations: 36 after adjustments

Convergence achieved after 9 iterations

MA Backcast: 1976

Contribuição da Embrapa para o desenvolvimento da agricultura no Brasil

em que a componente de tendência t capta efeitos tributários e outros nãoexplicitamente modelados, d é uma variável indicadora do plano real, eo erro u

1é um processo de médias móveis de primeira ordem. A Tabela 7

mostra os resultados estatísticos obtidos para a representação acima.

A Figura 4 dá indicações sobre a qualidade do ajuste estatístico. Osresíduos passam nos testes de ruído branco e de normalidade. A elastici-dade de longo prazo encontrada - 2,25% (0,005) - é compatível com osresultados obtidos na cointegração.

Tabela 7. Relação de longo prazo entre preços da cesta básica e investimentoem pesquisa. Listagem Eviews 7.2.

. Varíable Coeffícíent Std. Error t-Statistlc Probo

C 5.778170 0.162492 35.55965 0.0000

DUMMY 0.184650 0.074067 2.493009 0.0182

@TREND -0.008442 0.004923 -1.714852 0.0964

LEMB(-3) -0.022573 0.005578 -4.046807 0.0003

MA(1) 0.538746 0.163667 3.291721 0.0025

R-squared 0.959990 Mean dependent var 5.785800

Adjusted R-squared 0.954827 S.D.dependentvar 0.287287

S.E. of regression 0.061060 Akaike ínfo críteríon -2.625682

Sum squared resid 0.115577 Schwarz criterion -2.405749

Log líkelihood 52.26228 Hannan-Quinn criter. -2.548920

F-statistic 185.9507 Durbin-Watson stat 1.821185

Prob(F-statistic) 0.000000

Fonte: observações da análise obtidas de Dieese (2012).

252

Capítulo 7 Pesquisa agropecuária e preços da alimentação básica...

- Residuais

- Observados

- Preditos

6.4

5.2

6.2

6.0

5.80.15

5.60.10

5.40.05

-0.05

-0.10

-0.15 +--,-------,---!-.,-------,----,------,-----r--I1980 1990 20101995

Ano2000 20051985

Figura 4. Valores observados, preditos e residuais. Listagem Eviews 7.2 da relaçãode longo prazo entre log(preços) da cesta básica - LMMEDIA - e valores defasadosdo investimento em pesquisa agropecuária - LEMB(-3).

Considerações finaiso papel fundamental do agronegócio é alimentar bem o povo brasi-

leiro. A cesta básica reflete as necessidades de consumo dos mais necessita-dos. Como os mais pobres gastam a maior parte da sua renda com a comprade alimentos, a queda do preço da cesta básica é um fato auspicioso, queimplica transferência de renda para os mais necessitados. O aumento deseu preço tem efeito contrário: gera forte pressão por aumento de salários,agitação nas cidades, pressão inflacionária, greves e outros fatos que de-monstram a revolta da população contra os governantes. Por essa razão,para avaliar o efeito atenuante do investimento na pesquisa agropecuáriasobre a pobreza rural e a urbana, optou-se pelo estudo da associação delongo prazo entre a série de preços da cesta básica e a série de investimen-

253

Conclui-se da análise que o incentivo contínuo à agricultura, tirandoproveito de sua imensa base tecnológica para ampliar as exportações e

Contribuição da Embrapa para o desenvolvimento da agricultura no Brasil

tos na pesquisa agropecuária. Como proxy da segunda série, tomou-se oorçamento da Empresa Brasileira de PesquisaAgropecuária (Embrapa).

Os preços da cesta básica da cidade de São Paulo foram estudadosem detalhes por Alves et aI. (2010). A técnica estatística utilizada por essesautores foi estendida à série de dados que se acumularam para as capitaisdo Brasil,mês a mês. Paracada mês, somaram-se asobservações disponíveise obteve-se a média aritmética. No início da série, há apenas informaçõesde São Paulo. No final da série, em julho de 2012, há dados mensais para 17capitais. O modelo estatístico não linear obtido pela ligação diferençável desplines de primeira e segunda ordem aderiu bem aos dados, como o gráficomostrado na Figura 1 sugere para o período de janeiro de 1970 a julho de2012. No fim do período, nota-se uma tendência à estacionaridade. Taisconsiderações indicam sucesso,até o momento, nos esforços de contençãode preços, em benefício dos consumidores.

Procurou-se explicar o movimento dos preços em comparação como orçamento da Embrapa. Técnicas de séries temporais foram utilizadas. En-controu-se, por meio do teste da causalidade de Granger, uma defasagemde 3 anos em relação aos preços, para o investimento na pesquisa agrope-cuária. Com essa defasagem de 3 anos em mente, e levando em conta asmudanças conjunturais e outros efeitos capturados em uma componentede tendência, ajustou-se um modelo de regressão entre o Iogaritmo dospreços médios da cesta básica e o logaritmo do orçamento da Embrapa,com coeficiente de correlação não espúrio, da ordem de 96%. Encontrou-sea elasticidade de longo prazo de -0,0226, com um desvio-padrão de 0,006.Assim, a longo prazo, 10% de incremento do orçamento da Embrapa impli-cou a queda de 2,23% no preço da cesta básica. Pela primeira vez mostrou--se, de forma direta, a importância da pesquisa na redução do preço dacesta básica. Esseresultado é compatível com uma análise de cointegraçãoentre as séries em nível.

254

255

Capítulo 7 Pesquisa agropecuária e preços da alimentação básica ...

acumular divisas, é o mecanismo adequado para estabilizar os preços inter-

nos e mitigar, de modo significante, a pobreza no País.

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