relatório de dados secundários norte de minas

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MUNICÍPIOS NORTE MINEIROS DE BAIXO IDH-M: UM OLHAR A PARTIR DE DADOS SECUNDÁRIOS

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MUNICÍPIOS NORTE MINEIROS DE BAIXO IDH-M: UM OLHAR A PARTIR DE DADOS SECUNDÁRIOS Projeto 10Envolver

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Page 1: Relatório de dados secundários Norte de Minas

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MUNICÍPIOS NORTE MINEIROS

DE BAIXO IDH-M:

UM OLHAR A PARTIR DE DADOS

SECUNDÁRIOS

Page 2: Relatório de dados secundários Norte de Minas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA - UFJV

Reitor Professor Dr. Henrique Duque de Miranda Chaves Filho Vice - Reitor

Professor José Luiz Rezende Pereira Pró-Reitora de Pesquisa Professora Drª. Marta Tavares D'Agosto CENTRO DE PESQUISAS SOCIAIS Diretor Professor Paulo Cesar Pontes Fraga Projeto 10Envolver Análise dos dados Gláucia Fialho Fonseca Janaina Sara Lawall Paulo Cesar Pontes Fraga Assistentes de pesquisa

Ana Paula Alves da Cruz Luciana Andrade Sampaio Sheila Cristina Gonçalves

CENTRO DE PESQUISAS SOCIAIS

Campus Universitário / UFJF Juiz de Fora – Minas Gerais - CEP.: 36036-900 Tel: (32) 2102.3104 / 3122 / 3154 Home-page: www.cps.ufjf.br / [email protected]

Page 3: Relatório de dados secundários Norte de Minas

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES

Reitor

Professor João dos Reis Canela Vice-Reitora Professora Maria Ivete Soares de Almeida Pró-Reitor de Ensino

Professor João Felício Rodrigues Neto Pró-Reitor de Pesquisa Professor Vicente Ribeiro Rocha Júnior Pró-Reitora de Extensão

Professora Marina Ribeiro Queiróz Núcleo de Estudos, Pesquisas e Intervenções em Serviço Social – NEPISS Professora MSc.Geusiani Pereira Silva e Nascimento

Projeto 10Envolver – equipe Norte de Minas

Professora Drª Jussara Machado Jardim Professora MSc.Tathiane Paraiso da Silva Professora MSc.Geusiani Pereira Silva e Nascimento Estagiário de Serviço Social Weslley Ribeiro Carvalho Pimenta

Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro

Avenida Rui Braga, s/n - Vila Mauricéia - CEP 39.401-089 Montes Claros/MG - (38) 3229-8000 - www.unimontes.br

Page 4: Relatório de dados secundários Norte de Minas

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1. Delimitação territorial do município de Bonito de Minas. .......................................................................................................... 32

Figura 1.2. Indicação espacial dos municípios Bonito de Minas, Januária, Montes Claros e Belo Horizonte. .......................................... 32

Figura 1.3. Foto aérea de Bonito de Minas (parcial). .................................................................................................................................. 33

Figura 2.1. Delimitação territorial do município de Fruta de Leite. .............................................................................................................. 66

Figura 2.2. Indicação espacial dos municípios Fruta de Leite, Salinas e Belo Horizonte. .......................................................................... 67

Figura 2.3. Imagem aérea de Fruta de Leite (parcial). ................................................................................................................................ 67

Figura 3.1. Delimitação territorial do município de Gameleiras: ................................................................................................................ 100

Figura 3.2. Indicação espacial dos municípios Gameleiras, Janaúba, Montes Claros e Belo Horizonte. ................................................. 101

Figura 3.3. Foto aérea de Gameleiras (parcial). ....................................................................................................................................... 101

Figura 4.1. Delimitação territorial do município de Indaiabira. .................................................................................................................. 134

Figura 4.2. Indicação espacial dos municípios Indaiabira, Salinas, Montes Claros e Belo Horizonte. ...................................................... 135

Figura 4.3. Foto aérea de Indaiabira (parcial). .......................................................................................................................................... 135

Figura 5.1. Delimitação territorial do município de Pai Pedro. .................................................................................................................. 168

Figura 5.2. Indicação espacial dos municípios Pai Pedro, Janúba, Montes Claros e Belo Horizonte. ...................................................... 169

Figura 5.3. Foto aérea de Pai Pedro (parcial). .......................................................................................................................................... 169

Figura 6.1. Indicação Espacial dos Municípios 10Envolver e Belo Horizonte ........................................................................................... 200

Page 5: Relatório de dados secundários Norte de Minas

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1. População residente por sexo: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010 .......................................................... 34

Tabela 1.2. Percentual da população residente segundo situação do domicílio: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010 ... 36

Tabela 1.3. Percentual da população rural composta por homens: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010 ....................... 36

Tabela 1.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas –

2000-2010 ................................................................................................................................................................................................... 37

Tabela 1.5. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010 ........................ 39

Tabela 1.6. Distribuição percentual da população por cor / raça: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2010 .................................... 40

Tabela 1.7. Indicativos sobre as situações de vulnerabilidade social em Bonito de Minas (2013) ............................................................ 41

Tabela 1.8. Indicativo do acesso aos serviços públicos básicos em Bonito de Minas (em %) – 1991 a 2010............................................ 43

Tabela 1.9. Frota de veículos circulantes em Bonito de Minas – 2005-2012 .............................................................................................. 43

Tabela 1.10. Dados gerais sobre meio ambiente em Bonito de Minas – 2010 ........................................................................................... 44

Tabela 1.11. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas (em %): Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010 ... 46

Tabela 1.12. Índice de Desenvolvimento Familiar e seus componentes em Bonito de Minas - 2010 ......................................................... 53

Tabela 1.13. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas - 2010 ..................... 57

Tabela 1.14. Identificação da população com algum grau de dificuldade físico-motora e/ou deficiências de Bonito de Minas - 2010 ...... 57

Tabela 1.15. Equipamentos e dados gerais sobre segurança pública em Bonito de Minas – 2010 ........................................................... 64

Tabela 2.1. População residente por sexo: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010 ................................................................ 68

Tabela 2.2. Percentual da população residente segundo situação do domicílio: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010 ....... 70

Page 6: Relatório de dados secundários Norte de Minas

Tabela 2.3. Percentual da população rural composta por homens: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010 ........................... 70

Tabela 2.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-

2010 ............................................................................................................................................................................................................ 71

Tabela 2.5. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010 ........................... 74

Tabela 2.6. Distribuição percentual da população por cor / raça: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010 ....................................... 75

Tabela 2.7. Frota de veículos circulantes em Fruta de Leite – 2005-2012 ................................................................................................. 77

Tabela 2.8. Dados gerais sobre meio ambiente em Fruta de Leite – 2010................................................................................................. 78

Tabela 2.9. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas (em %): Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010 ......... 79

Tabela 2.10. Índice de Desenvolvimento Familiar e seus componentes em Fruta de Leite- 2010 ............................................................ 87

Tabela 2.11. Indicativos sobre as situações de vulnerabilidade social existentes em Fruta de Leite (2013) ............................................. 88

Tabela 2.12. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010 ....................... 91

Tabela 2.13. Identificação da população com algum grau de dificuldade físico-motora e/ou deficiências de Fruta de Leite - 2010 ......... 92

Tabela 2.14. Ocupação da população de 18 anos ou mais - Fruta de Leite - MG ..................................................................................... 96

Tabela 2.15. Equipamentos e dados gerais sobre segurança pública em Fruta de Leite – 2010 ............................................................... 98

Tabela 3.1. População residente por sexo: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010 .................................................................. 102

Tabela 3.2. Percentual da população residente segundo situação do domicílio: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010 ........ 104

Tabela 3.3. Percentual da população rural composta por homens: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010 ............................. 104

Tabela 3.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-

2010 .......................................................................................................................................................................................................... 105

Tabela 3.5. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010 ............................ 107

Page 7: Relatório de dados secundários Norte de Minas

Tabela 3.6. Distribuição percentual da população por cor / raça: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010 ......................................... 108

Tabela 3.7 - Indicadores de Habitação - Gameleiras - MG ....................................................................................................................... 110

Tabela 3.8. Frota de veículos circulantes em Gameleiras – 2005-2012 ................................................................................................... 111

Tabela 3.9. Dados gerais sobre meio ambiente em Gameleiras – 2010 .................................................................................................. 112

Tabela 3.10. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas (em %): Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010 ......... 113

Tabela 3.11. Índice de Desenvolvimento Familiar e seus componentes em Gameleiras - 2010 .............................................................. 121

Tabela 3.12. Indicativos das situações de Vulnerabilidade Social - Gameleiras - MG.............................................................................. 121

Tabela 3.13. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010 ......................... 125

Tabela 3.14. Ocupação da população de 18 anos ou mais - Gameleiras - MG ....................................................................................... 129

Tabela 3.15. Equipamentos e dados gerais sobre segurança pública em Gameleiras – 2010................................................................. 132

Tabela 4.1. População residente por sexo: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010 ..................................................................... 136

Tabela 4.2. Percentual da população residente segundo situação do domicílio: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010 ........... 138

Tabela 4.3. Percentual da população rural composta por homens: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira– 2000-2010 ................................. 138

Tabela 4.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010

.................................................................................................................................................................................................................. 139

Tabela 4.5. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010 ................................ 141

Tabela 4.6. Indicadores de esperança de vida ao nascer e taxa de envelhecimento 2010 ..................................................................... 142

Tabela 4.7. Distribuição percentual da população por cor / raça: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010............................................ 143

Tabela 4.8.Frota de veículos circulantes em Indaiabira – 2005-2012 ....................................................................................................... 146

Tabela 4.9. Dados gerais sobre meio ambiente em Indaiabira – 2010 ..................................................................................................... 147

Page 8: Relatório de dados secundários Norte de Minas

Tabela 4.10. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas (em %): Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010 ........... 148

Tabela 4.11. Índice de Desenvolvimento Familiar e seus componentes em Indaiabira - 2010 ................................................................. 155

Tabela 4.12. Vulnerabilidade social .......................................................................................................................................................... 155

Tabela 4.13. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010 ............................ 159

Tabela 4.14. Equipamentos e dados gerais sobre segurança pública em Indaiabira 2010 ...................................................................... 166

Tabela 5.1. População residente por sexo: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010 ..................................................................... 170

Tabela 5.2. Percentual da população residente segundo situação do domicílio: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010 ........... 172

Tabela 5.3. Percentual da população rural composta por homens: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro– 2000-2010 ................................. 172

Tabela 5.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010

.................................................................................................................................................................................................................. 173

Tabela 5.5. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, MinasGerais e Pai Pedro – 2000-2010 ................................. 175

Tabela 5.6. Distribuição percentual da população por cor / raça: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010............................................ 176

Tabela 5.7.Frota de veículos circulantes em Pai Pedro – 2005-2012 ....................................................................................................... 179

Tabela 5.8. Dados gerais sobre meio ambiente em Pai Pedro– 2010 ...................................................................................................... 180

Tabela 5.9. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas (em %): Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010 ............. 182

Tabela 5.10. Índice de Desenvolvimento Familiar e seus componentes em Pai Pedro– 2010 ................................................................. 188

Tabela 5.11. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010 ............................ 192

Tabela 5.12 Equipamentos e dados gerais sobre segurança pública em Pai Pedro-2010 ...................................................................... 198

Page 9: Relatório de dados secundários Norte de Minas

LISTA DE QUADROS

Quadro 1.1. Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Bonito de Minas (em %) – 2010 ......................................................... 43

Quadro 1.2. Dados gerais sobre educação em Bonito de Minas – 2009 ................................................................................................... 47

Quadro 1.3. IDEB de Bonito de Minas – 2009 ........................................................................................................................................... 48

Quadro 1.4. Dados gerais sobre a Biblioteca Municipal em Bonito de Minas - 2010 ................................................................................. 48

Quadro 1.5. Dados gerais sobre a gestão da assistência social em Bonito de Minas – 2010 .................................................................... 49

Quadro 1.6. Dados sobre famílias, CadUnico e Bolsa Família em Bonito de Minas – 2010...................................................................... 50

Quadro 1.7. Mapa de Pobreza e Desigualdade do Conjunto dos Municípios Brasileiros e de Bonito de Minas – 2003 ............................ 51

Quadro 1.8. Indicativos de renda, pobreza e desigualdade em Bonito de Minas - 1991 a 2010 ............................................................... 52

Quadro 1.9. Porcentagem da Renda Apropriada por Estratos da População - Bonito de Minas - MG ...................................................... 52

Quadro 1.10. Existência de conselhos municipais em Bonito de Minas – 2010 ......................................................................................... 53

Quadro 1.11. Dados gerais sobre situação da saúde em Bonito de Minas – 2010 .................................................................................... 55

Quadro 1.12. Dados gerais sobre saúde - atenção básica - em Bonito de Minas 2010 ............................................................................ 55

Quadro 1.13. Taxa de mortalidade infantil e Número de óbitos infantis em Bonito de Minas – 2007-2011 ................................................ 56

Quadro 1.14. Dados gerais sobre renda e emprego em Bonito de Minas – 2000 e 2010 ......................................................................... 60

Quadro 1.15. Grandes grupos ocupacionais .............................................................................................................................................. 60

Quadro 1.16. Grandes grupos ocupacionais por remuneração média e número de postos em Bonito de Minas - 2008 e 2011 ............... 61

Quadro 1.17. Ocupação da população de 18 anos ou mais - Bonito de Minas MG (200-2010) ............................................................... 62

Quadro 1.18. Produtos da lavoura temporária em Bonito de Minas – 2004-2011 ...................................................................................... 62

Page 10: Relatório de dados secundários Norte de Minas

Quadro 1.19. Dados sobre produção pecuária em Bonito de Minas – 2004-2011 ..................................................................................... 63

Quadro 1.20. Capacidade de aplicação da lei em Bonito de Minas – 2010 ................................................................................................ 64

Quadro 2.1. Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Fruta de Leite (em %) – 2010 .............................................................. 76

Quadro 2.2. Dados gerais sobre educação: em Fruta de Leite – 2009 ..................................................................................................... 81

Quadro 2.3. IDEB de Fruta de Leite – 2009 ............................................................................................................................................... 81

Quadro 2.4. Dados gerais sobre a Biblioteca Municipal em Fruta de Leite – 2010 ................................................................................... 82

Quadro 2.5. Dados gerais sobre a gestão da assistência social em Fruta de Leite– 2010......................................................................... 84

Quadro 2.6. Dados sobre famílias, CadUnico e Bolsa Família em Fruta de Leite – 2010 ......................................................................... 84

Quadro 2.7. Identificação do número de atendidos pelos benefícios sociais da Política de Assistência Social em Fruta de Leite – agosto

de 2013 ....................................................................................................................................................................................................... 85

Quadro 2.8. Resultados do Acompanhamento .......................................................................................................................................... 86

Quadro 2.9. Mapa de Pobreza e Desigualdade do Conjunto dos Municípios Brasileiros e de Fruta de Leite – 2003 .............................. 86

Quadro 2.10. Conselhos municipais existentes em Fruta de Leite – 2010 ................................................................................................. 88

Quadro 2.11. Dados gerais sobre situação da saúde em Fruta de Leite – 2010 ........................................................................................ 89

Quadro 2.12. Dados gerais sobre saúde - atenção básica - em Fruta de Leite - 2010 ............................................................................... 90

Quadro 2.13. Taxa de mortalidade infantil e Número de óbitos infantis em Fruta de Leite – 2009-2011 ................................................... 90

Quadro 2.14. Dados gerais sobre renda e emprego em Fruta de Leite – 2000 e 2010 ............................................................................. 94

Quadro 2.15. Grandes grupos ocupacionais .............................................................................................................................................. 94

Quadro 2.16. Grandes grupos ocupacionais por remuneração média e número de postos em Fruta de Leite - 2008 e 2011 ................... 95

Quadro 2.17. Produção agrícola na lavoura permanente em Fruta de Leite 2004-2011 ........................................................................... 96

Page 11: Relatório de dados secundários Norte de Minas

Quadro 2.18. Produção agrícola na lavoura temporária em Fruta de Leite – 2004 - 2011 ......................................................................... 96

Quadro 2.19. Dados sobre produção pecuária em Fruta de Leite – 2004-2011 ......................................................................................... 97

Quadro 2.20. Capacidade de aplicação da lei em Fruta de Leite – 2010 ................................................................................................... 98

Quadro 3.1. Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Gameleiras (em %) – 2010................................................................ 110

Quadro 3.2. Dados gerais sobre educação em Gameleiras – 2009 ........................................................................................................ 115

Quadro 3.3. IDEB Gameleiras – 2007-2011 ............................................................................................................................................ 115

Quadro 3.4. Dados gerais sobre a Biblioteca Municipal em Gameleiras – 2010 ..................................................................................... 116

Quadro 3.5. Dados gerais sobre a gestão da assistência social em Gameleiras – 2010 ......................................................................... 117

Quadro 3.6. Dados sobre famílias, CadUnico e Bolsa Família em Gameleiras-2010 .............................................................................. 118

Quadro 3.7. Mapa de Pobreza e Desigualdade do Conjunto dos Municípios Brasileiros e de Gameleiras – 2003 ................................. 119

Quadro 3.8. Conselhos municipais existentes em Gameleiras – 2010 ..................................................................................................... 122

Quadro 3.9. Dados gerais sobre situação da saúde em Gameleiras – 2010 ............................................................................................ 123

Quadro 3.10. Dados gerais sobre saúde - atenção básica - em Gameleiras – 2010 ................................................................................ 123

Quadro 3.11. Taxa de mortalidade infantil e Número de óbitos infantis em Gameleiras– 2007-2011 ...................................................... 124

Quadro 3.12. Dados gerais sobre renda e emprego em Gameleiras – 2000 e 2010 ................................................................................ 127

Quadro 3.13. Grandes grupos ocupacionais ............................................................................................................................................ 128

Quadro 3.14. Grandes grupos ocupacionais por remuneração média e número de postos em Gameleiras - 2008 e 2011 ..................... 128

Quadro 3.15. Produção agrícola na lavoura permanente em Gameleiras – 2004-2011 .......................................................................... 130

Quadro 3.16. Produção agrícola na lavoura temporária em Gameleiras – 2004-2011 ............................................................................. 130

Quadro 3.17. Dados sobre produção pecuária em Gameleiras – 2004-2011 ........................................................................................... 131

Page 12: Relatório de dados secundários Norte de Minas

Quadro 3.18. Capacidade de aplicação da lei em Gameleiras – 2010 ..................................................................................................... 132

Quadro 4.1. Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Indaiabira(em %) –2010 .................................................................... 145

Quadro 4.2. Dados gerais sobre educação emIndaiabira –2009 .............................................................................................................. 150

Quadro 4.3.Dados gerais sobre a Biblioteca Municipal em Indaiabira – 2010 .......................................................................................... 151

Quadro 4.4. Dados gerais sobre a gestão da assistência social em Indaiabira-2010 ............................................................................... 152

Quadro 4.5.Dados sobre famílias, CadUnico e Bolsa Família em Indaiabira - 2010 ............................................................................... 152

Quadro 4.6. Mapa de Pobreza e Desigualdade do Conjunto dos Municípios Brasileiros e de Indaiabira – 2003 .................................... 153

Quadro 4.7. Conselhos municipais existentes em Indaiabira – 2010 ....................................................................................................... 156

Quadro 4.8. Dados gerais sobre situação da saúde em Indaiabira – 2010 .............................................................................................. 157

Quadro 4.9. Dados gerais sobre saúde - atenção básica - em Indaiabira – 2010 .................................................................................... 157

Quadro 4.10. Taxa de mortalidade infantil e Número de óbitos infantis em Indaiabira– 2007-2011 ......................................................... 158

Quadro 4.11. Dados gerais sobre renda e emprego em Indaiabira – 2000 e 2010 .................................................................................. 161

Quadro 4.12. Grandes grupos ocupacionais ............................................................................................................................................ 162

Quadro 4.13. Grandes grupos ocupacionais por remuneração média e número de postos em Indaiabira - 2008 e 2011 ....................... 162

Quadro 4.14. Produção agrícola na lavoura permanente em Indaiabira – 2004 2011 ............................................................................. 163

Quadro 4.15. Produção agrícolana lavoura temporária em Indaiabira – 2004-2011 ................................................................................ 164

Quadro 4.16. Dados sobre produção pecuária em Indaiabira– 2004-2011 .............................................................................................. 165

Quadro 4.17.Capacidade de aplicação da lei em Indaiabira – 2010 ......................................................................................................... 166

Quadro 5.1. Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Pai Pedro (em %) – 2010 .................................................................. 178

Quadro 5.2. Dados gerais sobre educação em Pai Pedro – 2009 ............................................................................................................ 183

Page 13: Relatório de dados secundários Norte de Minas

Quadro 5.3. Dados gerais sobre a Biblioteca Municipal em Pai Pedro –2010 .......................................................................................... 184

Quadro 5.4. Dados gerais sobre a gestão da assistência social em Pai Pedro 2010 ............................................................................... 185

Quadro 5.5.Dados sobre famílias, CadUnico e Bolsa Família em Pai Pedro 2010 ................................................................................. 185

Quadro 5.6. Mapa de Pobreza e Desigualdade do Conjunto dos Municípios Brasileiros e de Pai Pedro – 2003 .................................... 186

Quadro 5.7. Conselhos municipais existentes em Pai Pedro – 2010 ....................................................................................................... 189

Quadro 5.8. Dados gerais sobre situação da saúde em Pai Pedro – 2010 .............................................................................................. 190

Quadro 5.9. Dados gerais sobre saúde - atenção básica - em Pai Pedro – 2010 .................................................................................... 190

Quadro 5.10. Taxa de mortalidade infantil e Número de óbitos infantis em Pai Pedro– 2008-2011 ......................................................... 191

Quadro 5.11. Dados gerais sobre renda e emprego em Pai Pedro – 2000 e 2010 .................................................................................. 194

Quadro 5.12. Grandes grupos ocupacionais ............................................................................................................................................ 195

Quadro 5.13. Grandes grupos ocupacionais por remuneração média e número de postos em Pai Pedro - 2008 e 2011 ....................... 195

Quadro 5.14. Produção agrícola na lavoura permanente em Pai Pedro – 2004 -2011 ............................................................................ 196

Quadro 5.15. Produção agrícola na lavoura temporária em Pai Pedro – 2004 -2011 .............................................................................. 196

Quadro 5.16. Dados sobre produção pecuária em Pai Pedro – 2004-2011 ............................................................................................. 197

Quadro 5.17. Capacidade de aplicação da lei Pai Pedro – 2010 .............................................................................................................. 198

Quadro 6.1. Crescimento da frota de veículos circulantes nos municípios 10Envolver – 2005 e 2012 .................................................... 203

Quadro 6.2. Taxa de mortalidade por homicídio na população total nos municípios 10Envolver – 2010 (por 100 mil habitantes) ........... 206

Quadro 6.3. Dados gerais sobre renda e emprego nos municípios 10Envolver -2010 ............................................................................. 207

Page 14: Relatório de dados secundários Norte de Minas

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1.1. População masculina (em %): Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010 ............................................................ 35

Gráfico 1.2. População rural (em %): Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010 ..................................................................... 35

Gráfico 1.3. Distribuição percentual da população residente na área rural por sexo: Bonito de Minas – 2010 .......................................... 36

Gráfico 1.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2010

.................................................................................................................................................................................................................... 37

Gráfico 1.5. Média de moradores em domicílios particulares ocupados (Pessoas): Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010.

.................................................................................................................................................................................................................... 38

Gráfico 1.6. Distribuição da população por número de moradores em domicílios particulares ocupados (em %): Brasil, Minas Gerais e

Bonito de Minas – 2010 .............................................................................................................................................................................. 38

Gráfico 1.7. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2010 ................................. 40

Gráfico 1.8. Distribuição percentual da população por cor/raça (“Branca” e “Parda”): Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2010 ..... 41

Gráfico 1.9 . Crescimento da frota de veículos circulantes em Bonito de Minas – 2005-2012 ................................................................... 44

Gráfico 1.10. Percentual de pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-

2010 ............................................................................................................................................................................................................ 45

Gráfico 1.11. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas por FAIXA ETÁRIA (em %): Brasil, Minas Gerais e Bonito de

Minas – 2010 .............................................................................................................................................................................................. 46

Gráfico 1.12. Percentual da população com pelo menos nível superior (graduação) concluído: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas –

2010 ............................................................................................................................................................................................................ 47

Page 15: Relatório de dados secundários Norte de Minas

Gráfico 1.13. Indicadores que compõem o Mapa de Pobreza e Desigualdade: Bonito de Minas e Conjunto dos Municípios Brasileiros –

2003 ............................................................................................................................................................................................................ 51

Gráfico 1.14. Evolução da Taxa de mortalidade infantil: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2007-2010 ........................................ 56

Gráfico 1.15. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2010 ................... 58

Gráfico 1.16. IDH-M de municípios mineiros selecionados – 2000 ............................................................................................................. 59

Gráfico 1.17. Composição do PIB a preços correntes em Bonito de Minas – 2010 (em mil reais) ............................................................ 59

Gráfico 1.18. Evolução do número de postos de trabalho em Bonito de Minas – 2008 e 2011 (três grup0s com maior número de postos

em 2011) ..................................................................................................................................................................................................... 61

Gráfico 2.1. População masculina (em %): Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010 ................................................................. 69

Gráfico 2.2. População rural (em %): Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010 .......................................................................... 69

Gráfico 2.3. Distribuição percentual da população residente na área rural por sexo: Fruta de Leite – 2010 .............................................. 70

Gráfico 2.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010

.................................................................................................................................................................................................................... 72

Gráfico 2.5. Média de moradores em domicílios particulares ocupados (Pessoas): Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010 ... 72

Gráfico 2.6. Distribuição da população por número de moradores em domicílios particulares ocupados (em %): Brasil, Minas Gerais e

Fruta de Leite – 2010 .................................................................................................................................................................................. 73

Gráfico 2.7. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010 ..................................... 74

Gráfico 2.8. Distribuição percentual da população por cor/raça (“Branca” e “Parda”): Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010 ......... 75

Gráfico 2.9. Crescimento da frota de veículos circulantes em Fruta de Leite – 2005-2012 ........................................................................ 77

Page 16: Relatório de dados secundários Norte de Minas

Gráfico 2.10. Percentual de pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010

.................................................................................................................................................................................................................... 79

Gráfico 2.11. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas por FAIXA ETÁRIA (em %): Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite

– 2010 ......................................................................................................................................................................................................... 80

Gráfico 2.12. Percentual da população com pelo menos nível superior (graduação) concluído: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite –

2010 ............................................................................................................................................................................................................ 80

Gráfico 2.13. Indicadores que compõem o Mapa de Pobreza e Desigualdade: Fruta de Leite e Conjunto dos Municípios Brasileiros –

2003 ............................................................................................................................................................................................................ 87

Gráfico 2.14. Evolução da Taxa de mortalidade infantil: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2009-2010 ............................................. 90

Gráfico 2.15. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010 ....................... 91

Gráfico 2.16. IDH-M de municípios mineiros selecionados – 2000 ............................................................................................................. 93

Gráfico 2.17. Composição do PIB a preços correntes em Fruta de Leite – 2010 (em mil reais) ................................................................ 93

Gráfico 2.18. Evolução do número de postos de trabalho em Fruta de Leite -2008 e 2011 (três grupos com maior número de postos em

2011)........................................................................................................................................................................................................... 95

Gráfico 3.1. População masculina (em %): Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010 ................................................................... 103

Gráfico 3.2. População urbana (em %): Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010........................................................................ 103

Gráfico 3.3. Distribuição percentual da população residente na área rural por sexo: Gameleiras – 2010 ................................................ 104

Gráfico 3.4. Média de moradores em domicílios particulares ocupados (Pessoas): Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010 .... 106

Gráfico 3.5. Distribuição da população por número de moradores em domicílios particulares ocupados (em %): Brasil, Minas Gerais e

Gameleiras – 2010.................................................................................................................................................................................... 106

Page 17: Relatório de dados secundários Norte de Minas

Gráfico 3.6. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010 ....................................... 108

Gráfico 3.7. Distribuição percentual da população por cor/raça (“Branca”, “Parda” e “Preta”): Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010

.................................................................................................................................................................................................................. 109

Gráfico 3.8. Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010........................................ 110

Gráfico 3.9 . Crescimento da frota de veículos circulantes em Gameleiras – 2005-2012 ......................................................................... 111

Gráfico 3.10. Percentual de pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010 113

Gráfico 3.11. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas por FAIXA ETÁRIA (em %): Brasil, Minas Gerais e Gameleiras –

2010 .......................................................................................................................................................................................................... 114

Gráfico 3.12. Percentual da população com pelo menos nível superior (graduação) concluído: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010

.................................................................................................................................................................................................................. 114

Gráfico 3.13. Indicadores que compõem o Mapa de Pobreza e Desigualdade: Gameleiras e Conjunto dos Municípios Brasileiros – 2003

.................................................................................................................................................................................................................. 120

Gráfico 3.14. Evolução da Taxa de mortalidade infantil: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2007 e 2010 ............................................ 124

Gráfico 3.15. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010 ......................... 125

Gráfico 3.16. IDH-M de municípios mineiros selecionados – 2000 ........................................................................................................... 126

Gráfico 3.17. Composição do PIB a preços correntes em Gameleiras – 2010 (em mil reais) ................................................................. 127

Gráfico 5.18. Evolução do número de postos de trabalho em Gameleiras – 2008 e 2011 (três grupos com maior número de postos em

2011)......................................................................................................................................................................................................... 129

Gráfico 4.1. População masculina (em %): Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010 ..................................................................... 137

Gráfico 4.2.População urbana (em %): Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010 ........................................................................... 137

Page 18: Relatório de dados secundários Norte de Minas

Gráfico 4.3.Distribuição percentual da população residente na área rural por sexo: Indaiabira – 2010 ................................................... 138

Gráfico 4.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010 ... 139

Gráfico 4.5. Média de moradores em domicílios particulares ocupados (Pessoas): Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010 ....... 140

Gráfico 4.6. Distribuição da população por número de moradores em domicílios particulares ocupados (em %):Brasil, Minas Gerais e

Indaiabira – 2010 ...................................................................................................................................................................................... 140

Gráfico 4.7. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010 ......................................... 142

Gráfico 4.8. Distribuição percentual da população por cor/raça (“Branca” , “Parda” e “Preta”):Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010 143

Gráfico 4.9.Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010 ............................................ 145

Gráfico 4.10.Crescimento da frota de veículos circulantes em Indaiabira – 2005-2012 ........................................................................... 146

Gráfico 4.11.Percentual de pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010 ... 148

Gráfico 4.12. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas por FAIXA ETÁRIA (em %): Brasil, Minas Gerais e Indaiabira–

2010 .......................................................................................................................................................................................................... 149

Gráfico 4.13. Percentual da população com pelo menos nível superior (graduação) concluído: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010

.................................................................................................................................................................................................................. 149

Gráfico 4.14. Fluxo Escolar por Faixa Etária – Indaiabira ......................................................................................................................... 150

Gráfico 4.15. Indicadores que compõem o Mapa de Pobreza e Desigualdade: Indaiabirae Conjunto dos Municípios Brasileiros – 2003

.................................................................................................................................................................................................................. 154

Gráfico 4.16. Evolução da Taxa de mortalidade infantil: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2007, 2008 e 2010 .................................... 158

Gráfico 3.17. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010 .......................... 159

Gráfico 4.18. IDH-M de municípios mineiros selecionados – 2000 ........................................................................................................... 160

Page 19: Relatório de dados secundários Norte de Minas

Gráfico 4.19. Composição do PIBa preços correntes em Indaiabira – 2010 (em mil reais) ...................................................................... 161

Gráfico 4.20. Evolução do número de postos de trabalho em Indaiabira – 2008 e 2011 (três grupos com maior número de postos em

2011)......................................................................................................................................................................................................... 163

Gráfico 5.1. População masculina (em %): Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010 ..................................................................... 171

Gráfico 5.2. População urbana (em %): Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010 .......................................................................... 171

Gráfico 5.3.Distribuição percentual da população residente na área rural por sexo: Pai Pedro – 2010 ................................................... 172

Gráfico 5.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010 ... 173

Gráfico 5.5. Média de moradores em domicílios particulares ocupados (Pessoas): Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010 ....... 174

Gráfico 5.6. Distribuição da população por número de moradores em domicílios particulares ocupados (em %):Brasil, Minas Gerais e Pai

Pedro – 2010 ............................................................................................................................................................................................ 174

Gráfico 5.7. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010 ......................................... 176

Gráfico 5.8. Distribuição percentual da população por cor/raça (“Branca”, “Parda” e “Preta”): Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010 177

Gráfico 5.9.Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010 ............................................ 179

Gráfico 5.10.Crescimento da frota de veículos circulantes em Pai Pedro – 2005-2012 ........................................................................... 180

Gráfico 5.11. Percentual de pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010 .. 181

Gráfico 5.12. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas por FAIXA ETÁRIA (em %): Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro–

2010 .......................................................................................................................................................................................................... 182

Gráfico 5.13. Percentual da população com pelo menos nível superior (graduação) concluído: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010

.................................................................................................................................................................................................................. 183

Page 20: Relatório de dados secundários Norte de Minas

Gráfico 5.14. Indicadores que compõem o Mapa de Pobreza e Desigualdade: Pai Pedroe Conjunto dos Municípios Brasileiros – 2003

.................................................................................................................................................................................................................. 187

Gráfico 5.15 Taxa de extrema pobreza dos moradores de Pai Pedro – 2010 .......................................................................................... 187

Gráfico 5.16. Evolução da Taxa de mortalidade infantil: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2008-2010 ................................................. 191

Gráfico 5.17. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010 ........................... 192

Gráfico 5.18. IDH-M de municípios mineiros selecionados – 2000 ........................................................................................................... 193

Gráfico 5.19. Composição do PIBa preços correntes em Pai Pedro – 2010 (em mil reais) ...................................................................... 194

Gráfico 5.20. Evolução do número de postos de trabalho em Pai Pedro– 2008 e 2011 (três grupos com maior número de postos em

2011)......................................................................................................................................................................................................... 196

Gráfico 6.1. Crescimento da população municipal: municípios 10Envolver - 2000-2010.......................................................................... 201

Gráfico 6.2. Distribuição da população por situação do domicílio (urbano, rural) – Brasil, Minas Gerais e conjunto dos municípios

10Envolver, 2010 ...................................................................................................................................................................................... 201

Gráfico 6.3. Média de moradores em domicílios particulares ocupados (Pessoas): Brasil, Minas Gerais e municípios 10Envolver – 2000-

2010 .......................................................................................................................................................................................................... 202

Gráfico 6.4. Percentual da população com até 17 anos de idade: Brasil, Minas Gerais e municípios 10Envolver – 2010 ....................... 202

Gráfico 6.5. Percentual de pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas: Brasil, Minas Gerais e municípios 10Envolver - 2010

.................................................................................................................................................................................................................. 203

Gráfico 6.6. Percentual da população com pelo menos nível superior (graduação) concluído: Brasil, Minas Gerais e municípios

10Envolver – 2010 .................................................................................................................................................................................... 204

Gráfico 6.7. Percentual de famílias com perfil CadUnico no municípios 10Envolver -2010 ...................................................................... 204

Page 21: Relatório de dados secundários Norte de Minas

Gráfico 6.8. Percentual de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família nos municípios 10Envolver - 2010 ................................... 205

Gráfico 6.9. Índice de Desenvolvimento Familiar nos municípios 10Envolver - 2010 ............................................................................... 205

Gráfico 6.10. Taxa de mortalidade infantil: Brasil, Minas Gerais e municípios 10Envolver - 2009 ........................................................... 206

Page 22: Relatório de dados secundários Norte de Minas

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................................... 28

1. BONITO DE MINAS ............................................................................................................................................................................... 31

1.1. BREVE HISTÓRICO E LOCALIZAÇÃO ............................................................................................................................................. 31

1.2. DADOS GERAIS SOBRE DEMOGRAFIA, FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS .............................................................................................. 34

1. 2.1. COMPOSIÇÃO POPULACIONAL ........................................................................................................................................................... 34

1.2.2. FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS .................................................................................................................................................................... 36

1.3. INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ........................................................................................................................................... 42

1.4. EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES ............................................................................................................................................ 45

1.4.1. EDUCAÇÃO ...................................................................................................................................................................................... 45

1.4.2. CULTURA E ESPORTES ..................................................................................................................................................................... 48

1.5. ASSISTÊNCIA, PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL .......................................................................................................... 49

1.5.1. ASSISTÊNCIA SOCIAL........................................................................................................................................................................ 49

1.5.2. PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL ............................................................................................................................................ 53

1.6. SAÚDE ................................................................................................................................................................................................ 54

1.7. ECONOMIA, EMPREGO E FINANÇAS .............................................................................................................................................. 58

Page 23: Relatório de dados secundários Norte de Minas

1.8. SEGURANÇA PÚBLICA ..................................................................................................................................................................... 64

2. FRUTA DE LEITE................................................................................................................................................................................... 66

2.1. BREVE HISTÓRICO E LOCALIZAÇÃO ............................................................................................................................................. 66

2.2. DADOS GERAIS SOBRE DEMOGRAFIA, FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS .............................................................................................. 68

2.2.1. COMPOSIÇÃO POPULACIONAL ............................................................................................................................................................ 68

2.2.2. FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS .................................................................................................................................................................... 70

2.3. INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ........................................................................................................................................... 76

2.4. EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES ............................................................................................................................................. 78

2.4.1. EDUCAÇÃO .................................................................................................................................................................................. 78

2.4.2. CULTURA E ESPORTES ..................................................................................................................................................................... 82

2.5. ASSISTÊNCIA, PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL .......................................................................................................... 83

2.5.1. ASSISTÊNCIA SOCIAL........................................................................................................................................................................ 83

2.5.2. PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL ............................................................................................................................................ 88

2.6. SAÚDE ................................................................................................................................................................................................ 89

2.7. ECONOMIA, EMPREGO E FINANÇAS .............................................................................................................................................. 92

2.8. SEGURANÇA PÚBLICA ..................................................................................................................................................................... 98

3. GAMELEIRAS ...................................................................................................................................................................................... 100

Page 24: Relatório de dados secundários Norte de Minas

3.1. BREVE HISTÓRICO E LOCALIZAÇÃO ........................................................................................................................................... 100

3.2. DADOS GERAIS SOBRE DEMOGRAFIA, FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS ............................................................................................ 102

3.2.1. COMPOSIÇÃO POPULACIONAL .......................................................................................................................................................... 102

3.2.2. FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS .................................................................................................................................................................. 104

3.3. INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ......................................................................................................................................... 109

3.4. EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES ........................................................................................................................................... 112

3.4.1. EDUCAÇÃO .................................................................................................................................................................................... 112

3.4.2.CULTURA E ESPORTES .................................................................................................................................................................... 115

3.5. ASSISTÊNCIA SOCIAL, PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL ......................................................................................... 116

3.5.1. ASSISTÊNCIA SOCIAL...................................................................................................................................................................... 116

3.5.2. PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL .......................................................................................................................................... 121

3.6. SAÚDE .............................................................................................................................................................................................. 122

3.7. EMPREGO, ECONOMIA E FINANÇAS ............................................................................................................................................ 126

3.8. SEGURANÇA PÚBLICA .................................................................................................................................................................. 132

4. INDAIABIRA ......................................................................................................................................................................................... 134

4.1. BREVE HISTÓRICO E LOCALIZAÇÃO ........................................................................................................................................... 134

4.2. DADOS GERAIS SOBRE DEMOGRAFIA, FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS ............................................................................................ 136

Page 25: Relatório de dados secundários Norte de Minas

4.2.1. COMPOSIÇÃO POPULACIONAL .......................................................................................................................................................... 136

4.2.2. FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS .................................................................................................................................................................. 138

4.3. INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ......................................................................................................................................... 144

4.4.EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES ............................................................................................................................................ 147

4.4.1. EDUCAÇÃO .................................................................................................................................................................................... 147

4.4.2. CULTURA E ESPORTES ................................................................................................................................................................... 150

4.5. ASSISTÊNCIA, ORGANIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL ........................................................................................................ 151

4.5.1. ASSISTÊNCIA SOCIAL...................................................................................................................................................................... 151

4.5.2. PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL .......................................................................................................................................... 155

4.6. SAÙDE .............................................................................................................................................................................................. 156

4.7. ECONOMIA, EMPREGO E FINANÇAS ............................................................................................................................................ 160

3.8. SEGURANÇA PÚBLICA .................................................................................................................................................................. 166

5. PAI PEDRO .......................................................................................................................................................................................... 168

5.1.BREVE HISTÓRICO E LOCALIZAÇÃO ............................................................................................................................................ 168

5.2. DADOS GERAIS SOBRE DEMOGRAFIA, FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS ............................................................................................ 170

5.2.1. COMPOSIÇÃO POPULACIONAL .......................................................................................................................................................... 170

5.2.2. FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS .................................................................................................................................................................. 172

Page 26: Relatório de dados secundários Norte de Minas

5.3. INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE ......................................................................................................................................... 178

5.4. EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES ........................................................................................................................................... 181

5.4.1. EDUCAÇÃO .................................................................................................................................................................................... 181

5.4.2. CULTURA E ESPORTES .................................................................................................................................................................... 183

5.5. ASSISTÊNCIA, PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL ........................................................................................................ 184

5.5.1. ASSISTÊNCIA SOCIAL...................................................................................................................................................................... 184

5.5.2. PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL .......................................................................................................................................... 189

5.6. SAÚDE .............................................................................................................................................................................................. 189

5.7. ECONOMIA, EMPREGO E FINANÇAS ............................................................................................................................................ 193

5.8. SEGURANÇA PÚBLICA .................................................................................................................................................................. 198

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................................................................................... 200

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................................................................................................................................ 208

Page 27: Relatório de dados secundários Norte de Minas

27

INTRODUÇÃO

Page 28: Relatório de dados secundários Norte de Minas

28

INTRODUÇÃO

O presente relatório é um produto do Projeto 10Envolver, iniciativa da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Sociais (CIMOS) e a Escola Institucional do Ministério Público, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais / Faculdade de Direito, a Universidade Federal de Juiz de Fora / Centro de Pesquisas Sociais, a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, a Universidade Estadual de Montes Claros e a Fundação Universidade de Itaúna, com objetivo de estreitar relações com os dez municípios mineiros de menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) – Bertópolis, Bonito de Minas, Crisólita, Fruta de Leite, Gameleiras, Indaiabira, Monte Formoso, Novo Oriente de Minas, Pai Pedro e Setubinha – para posterior articulação e promoção de ações que cooperem com o desenvolvimento humano e social, com a participação e o empoderamento das populações locais.

Tal produto, sob responsabilidade do Centro de Pesquisas Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora, apresenta alguns dados sobre os municípios em estudo com intuito de auxiliar na identificação da situação socioeconômica da população residente em cada município. Optou-se por apresentar cada município em separado e nas considerações finais algumas observações e relações entre eles.Destaca-se que a Equipe do Projeto 10envolver do Norte de Minas contribuiu com análises de dados coletados em pesquisa primária e também dados divulgados por órgãos oficiais de pesquisas sociais.

Foi construída uma estrutura única para a apresentação de cada um dos cinco municípios do Norte de Minas, qual seja: breve histórico e localização; dados gerais sobre demografia, famílias e domicílios; educação, cultura e esportes; assistência, participação e organização social; saúde; economia, emprego e finanças; e, segurança pública. No primeiro item, “Breve histórico e localização”, apresenta-se brevemente a origem do município e sua localização a partir de informações disponibilizadas pelo IBGE Cidades. Em “Dados gerais sobre demografia, famílias e domicílios”, é possível verificar o panorama geral da composição populacional e das condições de vida no município, inclusive de infraestrutura. No item seguinte, “Educação, cultura e esportes” apresenta-se a situação educacional e o acesso a equipamentos de cultura e esportes por parte da população local. Em seguida, são apresentados dados gerais sobre assistência, participação e organização social. O quinto item apresenta de forma sintética informações sobre saúde. A seguir apresentam-se a situação econômica e dados sobre segurança pública. E por fim, são apresentadas as considerações parciais acompanhadas de recomendações de necessidade de complementação e aprofundamento da análise.

Cabe, por fim, registrar que de maneira geral, os municípios brasileiros, principalmente os de pequeno porte, não têm experiência consolidada em armazenamento de dados. Sendo assim, para este trabalho, o acesso a dados secundários confiáveis tornou-se uma atividade demasiadamente longa. Frente às dificuldades de se acessar os dados municipais, optou-se por trabalhar com fontes reduzidas e já consolidadas

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em análises socioeconômicas como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através dos Censos Demográficos e IBGE Cidades; a Fundação João Pinheiro, através do Índice Mineiro de Responsabilidade Social – IMRS/FJP; o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a partir do Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013; e, não menos importantes, as contribuições dos relatórios dinâmicos coordenados pelo PNUD e disponibilizados pelo Portal Objetivos do Milênio (ODM).

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30

BONITO DE MINAS

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31

1. BONITO DE MINAS

1.1. BREVE HISTÓRICO E LOCALIZAÇÃO

Bonito de Minas, município localizado ao norte de Minas Gerais a uma distância de 50 km de Januária, 218 km de Montes Claros e 642 km de Belo Horizonte, tem sua origem ligada ao povoado chamado Lagoa do Barro, fundado por João Gasparino Pimenta em 1937, às margens do rio Borrachudo. O povoado era utilizado como ponto para o repouso dos tropeiros que vinham de Goiás rumo, principalmente, a Montes Claros. Em 1939 inicia-se, efetivamente, a povoação e por iniciativa de Saulo Pimenta de Carvalho, é construída a primeira igreja do povoado, a Igreja do Bom Jesus.

Em maio de 1976 o povoado é elevado a distrito de Januária pela Lei nº 6.769. E em abril de 1977 é instalado o distrito de Bonito, mesmo ano em que foi também instalado o Cartório de Registro Civil e inaugurado o posto de saúde Bernardo Gomes Pimenta. Apenas em dezembro de 1995 há emancipação do distrito, após plebiscito (consulta popular), que no referido ano passou à categoria de município.

Bonitenses e visitantes acreditam que o nome do município está relacionado ao cenário apresentado pelo olhar ao horizonte que o cerca, lugar de beleza natural e encanto.

De acordo com o IBGE, Bonito de Minas, município de pequeno porte, ocupa uma extensão de 3.904,9 km² e, em 2010 tinha uma população de 9.673 habitantes e uma densidade demográfica de 2,48 habitantes por Km². Conforme o Atlas do Desenvolvimento Humano de 2003 (ano base 2000), apenas quatro municípios mineiros apresentavam IDH-M inferior ao seu, que era de 0,58 (os municípios com IDH inferior eram Pai Pedro, Indaiabira, Monte Formoso e Setubinha). Sua economia concentra-se, principalmente, na agricultura, pecuária e serviços gerais. Aspectos que serão tratados a seguir.

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Figura 1.1. Delimitação territorial do município de Bonito de Minas.

Fonte: Google.com.br.

Figura 1.2. Indicação espacial dos municípios Bonito de Minas, Januária, Montes Claros e Belo Horizonte.

Fonte: Google Earth.

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33

Figura 1.3. Foto aérea de Bonito de Minas (parcial).

Fonte: Google Earth.

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1.2. DADOS GERAIS SOBRE DEMOGRAFIA, FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS

1. 2.1. Composição populacional

Muitos municípios brasileiros de pequeno porte têm apresentado um crescimento negativo da população residente nos últimos anos. Uma das explicações para este fenômeno relaciona-se à baixa dinâmica econômica de tais municípios e a consequente dificuldade de acesso a emprego e renda. Tendo em vista a baixa dinâmica econômica, parte da população, principalmente jovens e adultos, deixa o município em busca de maior oportunidade de emprego. Bonito de Minas não acompanha essa tendência, no entanto, isso não significa que a população do município não sofra com problemas referentes a emprego e renda. De acordo com os últimos censos demográficos a população residente no município apresentou crescimento positivo de 23% entre 2000 e 2010. Na última década, a população saltou de 7.863 habitantes para 9.673, sendo 4.995 homens (51,64%) e 4.678 mulheres (48,36%).

Em grande parte dos municípios brasileiros a composição da população segundo o sexo apresenta uma pequena vantagem quanto ao número de mulheres. Ou seja, mesmo que em pequena diferença, há mais mulheres que homens. Fenômeno que se repete no conjunto dos municípios de Minas Gerais e do Brasil. Bonito de Minas, por sua vez, apresenta-se como uma exceção. Quanto a esse tipo de distribuição (por sexo), é possível identificar nos Censos de 2000 e 2010 uma pequena diferença numérica positiva para os homens (51,58% de homens em 2000 e 51,64% em 2010). No entanto, a diferença é pequena e permite afirmar que existe um equilíbrio entre os sexos. O

dado apenas chama atenção por se diferenciar do encontrado para o Brasil e Minas Gerais nos últimos recenseamentos. A tabela a seguir apresenta estes dados em números e em percentuais.

Tabela 1.1. População residente por sexo: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010

Região geográfica

Sexo Nº %

2000 2010 2000 2010

Brasil

Total 169.799.170 190.755.799 100,00 100,00

Homens 83.576.015 93.406.990 49,22 48,97

Mulheres 86.223.155 97.348.809 50,78 51,03

Minas Gerais

Total 17.891.494 19.597.330 100,00 100,00

Homens 8.851.587 9.641.877 49,47 49,2

Mulheres 9.039.907 9.955.453 50,53 50,8

Bonito de Minas

Total 7.863 9.673 100,00 100,00

Homens 4.056 4.995 51,58 51,64

Mulheres 3.807 4.678 48,42 48,36

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

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Gráfico 1.1. População masculina (em %): Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010

48,97 49,2051,6449,4749,22 51,58

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Brasil Minas Gerais Bnito de Minas

2000 2010

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

Outro aspecto interessante da composição populacional de Bonito de Minas refere-se à distribuição segundo a situação do domicílio (urbano/rural). Essa distribuição chama atenção por também se distanciar, significativamente, do verificado para o Brasil e Minas Gerais. Em 2010, mais de 75% da população do município residia em área rural, enquanto que os dados encontrados para Brasil e Minas Gerais não atingiam 16%. Já a distribuição dos habitantes segundo sexo por situação do

domicílio segue o padrão brasileiro e de Minas Gerais, qual seja: mais homens que mulheres residindo em áreas rurais.

Gráfico 1.2. População rural (em %): Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010

15,64 14,71

81,94

18,75 18,00

77,16

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

Brasil Minas Gerais Bonito de Minas

2000 2010

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

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Tabela 1.2. Percentual da população residente segundo situação do domicílio: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Urbano Rural Urbano Rural

Brasil 81,25 18,75 84,36 15,64

Minas Gerais 82,00 18,00 85,29 14,71

Bonito de Minas 18,06 81,94 22,84 77,16

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Apesar da redução do contingente populacional rural de Bonito de Minas, entre os anos de 2000 a 2010, verifica-se que essa população ainda é majoritária nesse município de grande extensão territorial. Há que se considerar que muitas comunidades rurais são muito distantes da sede municipal, e essa situação se torna mais complexa quando se observa o difícil trajeto, realizado em estradas arenosas para se chegar até elas. Conforme constatado por pesquisadores do Projeto 10envolver, muitas famílias não têm acesso a bens, direitos e serviços públicos que, possivelmente, atenderiam as suas necessidades vitais.

Tabela 1.3. Percentual da população rural composta por homens: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Brasil 51,39 52,62

Minas Gerais 51,52 53,19

Bonito de Minas 51,76 52,68

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Gráfico 1.3. Distribuição percentual da população residente na área rural por sexo: Bonito de Minas – 2010

Homens; 52,68

Mulheres; 47,32

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

1.2.2. Famílias e Domicílios

Em 2010, o Censo Demográfico identificou 2.280 domicílios particulares permanentes em Bonito de Minas. Quanto à situação dos domicílios (localização em área urbana ou rural), Bonito de Minas apresenta maior número de domicílios localizados em área rural, situação inversa à verificada para o

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Brasil e Minas Gerais. O processo de urbanização acelerada experimentado pelo país, que hoje resulta em mais de 85% dos domicílios em áreas urbana, não se repetiu em Bonito de Minas, que em 2010 se deparava com 74,30% dos domicílios particulares permanentes em área rural. Com esse percentual de domicílios localizados em área rural, fica evidente a necessidade de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural e o fortalecimento da agricultura familiar.

Cabe, ainda, ressaltar que, quanto à situação dos domicílios (localização em área urbana / área rural), Bonito de Minas está entre os 149 municípios mineiros com mais de 50% dos domicílios particulares permanentes situados em área rural.

Entre 2000 e 2010 houve um acréscimo no número de domicílios na área urbana e uma leve queda no número de domicílios na área rural. Tal crescimento, uma tendência nacional, pode trazer preocupações quando não acompanhado do aumento da produtividade rural e do surgimento de novos postos de trabalhos na zona urbana.

Tabela 1.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Urbana Rural Urbana Rural

Brasil 83,35 16,65 85,87 14,13

Minas Gerais 83,26 16,74 86,05 13,95

Bonito de Minas 19,61 80,39 25,70 74,30

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Gráfico 1.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 201

0

14,13 13,95

25,7

85,87 86,06

74,3

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Brasil Minas Gerais Bonito de Minas

Urbana Rural

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

A média de moradores em domicílios particulares ocupados em Bonito de Minas é superior à verificada para o Brasil e Minas Gerais. No entanto, na última década todos apresentam a mesma tendência: queda. Como é possível identificar no gráfico a seguir, a queda na média de moradores por domicilio no município na última década foi mais acentuada que em Minas e Brasil.

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Gráfico 1.5. Média de moradores em domicílios particulares ocupados (Pessoas): Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010

3,76

3,31

3,23

3,72

4,95

4,23

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

2000 2010

Brasil Minas Gerais Bonito de Minas

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Outro dado importante a ser ressaltado, refere-se ao número de moradores por domicílio. De acordo com o Censo 2010, 10,88% dos domicílios particulares ocupados em Bonito de Minas tinham apenas 1 morador e 25,61% tinham 6 ou mais moradores. Quando comparado aos demais municípios em estudo, verifica-se que Bonito de Minas e Setubinha apresentam maior número de domicílios com 6 moradores ou mais (ultrapassa 25%).

Gráfico 1.6. Distribuição da população por número de moradores em domicílios particulares ocupados (em %): Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2010

13

79,5

7,5110,88

63,5

25,61

8,79

12,18

79,02

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

1 morador 2 a 5 moradores 6 moradores ou mais

Brasil Minas Gerais Bonito de Minas

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Ainda sobre os domicílios, os dados sobre a condição da ocupação chamam atenção quanto ao elevado número de domicílios reconhecidos por seus moradores como “Próprios”: 2.055 unidades (90,13%); 4,08% (93 unidades) foram identificados como “Alugado”; e, 5,26% (120 unidades) como “Cedido”. Ressalta-se que o percentual de imóveis residenciais próprios é o mais alto dentre os 10 municípios objetos de estudo

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do Projeto 10Envolver. O percentual de imóveis (domicílios) “próprios” é superior ao identificado para Brasil e Minas Gerais (aproximadamente 70%) e que produz reflexos positivos no orçamento familiar.

A distribuição etária da população revela um quadro comum a várias cidades brasileiras com IDH mais baixo, percentual significativo de pessoas com até 17 anos – economicamente não ativas. Dado que se distancia do verificado para Minas Gerais e Brasil. Enquanto Minas e Brasil apresentam 27.75% e 29,52% respectivamente da população nessa faixa etária, Bonito de Minas apresenta 38,2%. Ou seja, 10% a mais de pessoas nesta faixa. Certamente isso produz impactos, inclusive financeiros, nas políticas públicas para crianças e adolescentes. Consequentemente, o município apresenta menor percentual da população na idade adulta (aqui considerada de 25 a 59 anos), quando comparado ao Brasil e Minas Gerais. O percentual de idosos (60 anos ou mais) não representa destaque. Apesar de maior que o verificado para o Brasil, ele se aproxima do encontrado para Minas Gerais. Enquanto o Índice de envelhecimento apresentou crescimento na última década, passando de 19,8 em 2000 para 29,7 em 2010 (FJP), a Razão de dependência apresentou queda, saindo de 59,6 em 2000 e chegando a 52,2 em 2010.

A tabela e o gráfico a seguir ilustram bem a distribuição etária.

Tabela 1.5. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010

Faixa etária Brasil Minas Gerais Bonito de Minas

2000 2010 2000 2010 2000 2010

0 a 4 anos 9,65 7,24 9,03 6,51 13,00 8,40

5 a 9 anos 9,76 7,85 9,40 7,30 12,60 10,70

10 a 17 anos 16,53 14,43 16,14 13,94 22,40 19,10

18 e 24 anos 13,75 12,52 13,68 12,29 11,90 13,51

25 a 39 anos 23,04 24,50 23,14 24,07 16,50 19,00

40 a 49 anos 11,35 13,02 11,89 13,62 8,70 9,60

50 a 59 anos 7,37 9,66 7,65 10,49 6,40 7,80

60 a 69 anos 4,82 5,95 5,18 6,42 4,90 5,90

70 anos ou mais 3,73 4,84 3,90 5,38 3,60 5,99

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

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Gráfico 1.7. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2010

12,29 11,810,79

12,52

29,52

47,18

27,75

48,18

38,20

13,51

36,40

11,89

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Até 17 anos De 18 a 24 anos De 25 a 59 anos 60 anos ou mais

Brasil Minas Gerais Bonito de Minas

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Em relação à cor / raça, os dados apresentam distribuição diversa da encontrada para Brasil e Minas. Mais de 70% da população do município autodeclara-se “Parda”, enquanto para as demais regiões aqui tratadas o percentual não atinge 50%. Outro dado que chama atenção, é a diferença entre os percentuais de “Branca”, 13,82% em Bonito de Minas e mais de 45% no Brasil e Minas Gerais.

Tabela 1.6. Distribuição percentual da população por cor / raça: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2010

Cor / Raça Brasil Minas Gerais Bonito de Minas

Branca 47,51 45,06 13,82

Preta 7,52 9,22 8,78

Amarela 1,10 0,96 1,51

Parda 43,42 44,58 75,89

Indígena 0,43 0,16 -

Sem declaração 0,02 0,01 -

Total 100,00 100,00 100,00

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Destaca-se em Bonito de Minas, a existência de oito comunidades remanescentes de quilombolas denominadas: Campo Redondo, Ilha do Retiro, Ilha Valerinho, Lapinha, Ressaca, Tamboril, Tapera e Buriti das Mulatas (CEDEFES1).Tais dados justificam os percentuais de população branca, parda e negra desse município, divulgados pelo IBGE. As vulnerabilidades sociais de Bonito de Minas foram verificadas principalmente nas populações negra e parda.

1 Disponível em: <http://www.cedefes.org.br/>.

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Gráfico 1.8. Distribuição percentual da população por cor/raça (“Branca” e “Parda”): Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2010

45,06 44,58

13,82

47,51

43,42

75,89

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

Branca Parda

Brasil Minas Gerais Bonito de Minas

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Outros dados importantes a serem analisados se referem às situações de vulnerabilidade social apontadas pelo Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013. A Tabela 1.7 apresenta os dados dos últimos relatórios:1991,2000,2010 de Bonito de Minas.

Tabela 1.7. Indicativos sobre as situações de vulnerabilidade social em Bonito de Minas (2013)

Crianças e Jovens 1991 2000 2010

Mortalidade infantil 55,10 44,60 21,20

% de crianças de 4 a 5 anos fora da escola - 76,08 75,15

% de crianças de 6 a 14 anos fora da escola 33,87 9,66 6,97

% de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam nem trabalham e são vulneráveis à pobreza

- 23,63 32,89

% de mulheres de 10 a 14 anos que tiveram filhos 0,00 0,95 0,00

% de mulheres de 15 a 17 anos que tiveram filhos 4,58 2,40 13,07

Taxa de atividade - 10 a 14 anos (%) - 15,28 20,54

Família 1991 2000 2010

% de mães chefes de família sem fundamental completo e com filhos menores de 15 anos

9,55 10,07 23,07

% de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza e dependentes de idosos 5,79 15,42 7,42

% de crianças extremamente pobres 76,89 78,10 47,76

Trabalho e Renda 1991 2000 2010

% de vulneráveis à pobreza 94,34 91,04 78,09

% de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental completo e em

ocupação informal - 89,06 71,66

Condição de Moradia 1991 2000 2010

% de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário inadequados

24,90 3,83 5,22

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano (2013); Pnud, Ipea e FJP

Esses dados sobre as vulnerabilidades sociais do segmento infanto juvenil, e outros sobre as categorias Família; Trabalho e Renda e Condições de Moradia, indicam algumas demandas que merecem maior atenção dos gestores municipais para o seu enfrentamento, para que tais situações não se agravem ao pondo de serem identificadas como de risco social e ambiental.

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Apesar de o índice de mortalidade infantil, o de crianças e jovens fora da escola ter diminuído para os anos apresentados,o índice de jovens vulneráveis a pobreza aumentou, e também aumentou o número de mulheres jovens que tiveram filhos.

1.3. INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE

Outras informações importantes e que devem ser levadas em consideração neste primeiro momento de identificação das principais características do município refere-se à infraestrutura disponível e ao meio ambiente.

Dados sobre a infraestrutura geral nos permitem uma visão mais próxima da real qualidade de vida da população residente em termos de acesso à habitação e serviços básicos como energia elétrica, água, saneamento, transporte entre outros.

Em se tratando de município com mais de 70% dos domicílios em área rural, os dados apresentados no quadro a seguir não chegam a ser uma surpresa. No entanto, não é possível passar por eles sem um estranhamento. De acordo com o IMRS/FJP, a prestadora responsável pelo abastecimento de água no município é a COPASA. Praticamente todos os domicílios da área urbana e aproximadamente 11% dos domicílios na área rural são atendidos pelo abastecimento oferecido pela prestadora (COPASA). Mas chamam atenção os elevados percentuais de domicílios que não acessam água por rede geral ou poço/nascente na propriedade (quase 60%) e que não possuem banheiro/sanitário exclusivo do domicílio (47,63%). Informações importantes que indicam a necessidade de maior investimento em infraestrutura, saneamento e controle da qualidade da água utilizada para consumo residencial, inclusive por questões de saúde pública.

Page 43: Relatório de dados secundários Norte de Minas

43

Por outro lado, o percentual de domicílios com acesso a energia elétrica indica um aspecto positivo, mais de 90% deles têm acesso a este serviço. Segundo o IMRS/FJP haviam em 2009 1.766 ligações residenciais de energia elétrica no município.

Quadro 1.1. Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Bonito de Minas (em %) – 2010

Dado 2010

Domicílios com acesso a abastecimento de água por rede geral 33,38

Domicílios com acesso a abastecimento de água por poço ou nascente na

propriedade 7,24

Domicílios com acesso a abastecimento de água por outra forma 59,39

Domicílios com acesso a energia elétrica 91,01

Domicílios atendidos com sistema de esgotamento sanitário – rede geral 0,09

Domicílios atendidos com sistema de esgotamento sanitário – fossa 50,27

Domicílios com existência de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do domicílio 52,37

Domicílios atendidos por sistema de coleta de lixo 23,64

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Percentuais calculados a partir de um total de 2.280 domicílios.

O Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013 apresenta os seguintes indicativos sobre o acesso populacional à água encanada, à energia elétrica e à coleta do lixo, entre os anos de 1991 a 2010:

Tabela 1.8. Indicativo do acesso aos serviços públicos básicos em Bonito de Minas (em %) – 1991 a 2010

Dado 1991 2000 2010

% da população em domicílios com água encanada 4,22 21,22 40,61

% da população em domicílios com energia elétrica 9,88 52,79 89,67

% da população em domicílios com coleta de lixo. *Somente para população urbana.

17,60 90,08 90,70

Fonte: Altas do Desenvolvimento Humano (2013) Pnud, Ipea e FJP.

A frota de veículos em Bonito de Minas apresentou crescimento nos últimos anos. Situação que não difere da verificada na maioria dos municípios brasileiros. O crescimento no número de automóveis e motocicletas entre 2005 e 2012 chama atenção. Como indica a tabela a seguir, o número automóveis saltou de 9 para 88 (quase 10 vezes maior) e o de motocicletas passou de 65 em 2005 para 375 em 2012.

Tabela 1.9. Frota de veículos circulantes em Bonito de Minas – 2005-2012

Veículo 2005 2006 2007 2009 2010 2011 2012

Automóvel 9 11 13 33 54 67 88

Caminhão 14 15 15 14 18 18 18

Caminhão trator 0 0 0 0 0 0 0

Caminhonete 10 16 25 44 57 68 78

Camioneta 0 0 0 0 13 12 17

Micro-ônibus 2 2 3 3 2 2 2

Motocicleta 65 71 89 164 218 289 375

Motoneta 0 0 0 2 3 2 3

Ônibus 11 12 13 14 16 18 23

Trator de rodas 0 0 0 0 0 0 0

Utilitário 0 0 0 0 1 1 1

Outros 0 0 0 0 2 3 3

Total 111 127 158 274 384 480 608

Fonte: IBGE Cidades.

Obs.: Dados de 2008 não disponíveis.

Page 44: Relatório de dados secundários Norte de Minas

44

Gráfico 1.9 . Crescimento da frota de veículos circulantes em Bonito de Minas – 2005-2012

8871

89

164

218

289

375

111127

158

274

384

480

608

6754

33139 11

65

1,0

101,0

201,0

301,0

401,0

501,0

601,0

701,0

2005 2006 2007 2009 2010 2011 2012

Automóvel Motocicleta Total de veídulos

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Dados de 2008 não disponíveis.

Sobre o meio ambiente, foi possível identificar o percentual de cobertura vegetal por flora nativa (57,61) e de áreas de uso sustentável (85,53). Esses e os demais dados apresentados no quadro a seguir devem ser constatados quando da visita da equipe de pesquisa ao município. É importante registrar que dados sobre degradação ambiental deverão ser observados quando da(s) visita(s) ao município.

Tabela 1.10. Dados gerais sobre meio ambiente em Bonito de Minas – 2010

Dado Percentual

Percentual de áreas de proteção integral 3,26 a 0,24

Percentual de áreas de uso sustentável 85,53

Percentual de cobertura vegetal por mata atlântica 0,15

Percentual de cobertura vegetal por flora nativa 57,61

Percentual de cobertura vegetal por reflorestamento 0,96

Percentual de áreas indígenas 0,00

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Destaca-se que em campo verificou-se que houve a implantação do Conselho Municipal de Meio Ambiente no município e o mesmo tem maior representação da sociedade civil. A presente instância desenvolve suas atribuições desde 2006. Os dados apresentam ainda que Bonito de Minas possui o Fundo Municipal de Meio Ambiente, entretanto., nos últimos 12 meses, o município não contou com recursos específicos para o desenvolvimento da sações na área ambiental.

Page 45: Relatório de dados secundários Norte de Minas

45

1.4. EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES

1.4.1. Educação

Como é sabido, a educação (escolarização da população) é um importante componente do cálculo do IDH. Os dados sobre educação em Bonito de Minas ganham destaque por apresentar percentuais de acesso, frequência e alfabetização inferiores aos encontrados para o país e para o estado.

Primeiramente, chama atenção o percentual de pessoas com 5 anos ou mais de idade não alfabetizadas. Como é possível verificar no gráfico a seguir, na última década houve queda no percentual de analfabetos, reforçando o esforço de enfrentamento local deste problema. Mas, ainda assim, o município apresenta percentual significativamente superior de pessoas analfabetas ao verificado para o Brasil e Minas Gerais.

Gráfico 1.10. Percentual de pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010

8,55

38,3

25,54

15,7

10,5313,3

1,0

6,0

11,0

16,0

21,0

26,0

31,0

36,0

41,0

2000 2010

Brasil Minas Gerais Bonito de Minas

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Page 46: Relatório de dados secundários Norte de Minas

46

Esse dado merece detalhamento para melhor compreensão do problema. Tanto em 2000 quanto em 2010, Bonito de Minas apresentou percentual superior de não alfabetizados em todas as faixas etárias quando comparado ao Brasil e Minas Gerais. É importante registrar que 5,1% da população em idade regular para frequentar a escola, principalmente o ensino fundamental (5 a 14 anos), não eram alfabetizadas em 2010. Apesar de apresentar uma queda de 50% de 2000 para 2010, esse percentual ainda é elevado. Mas cabe registrar que, geralmente, o processo de alfabetização para a maioria das crianças, principalmente àquelas que acessam a escola pública, se inicia aos 6 anos de idade.

É importante ainda destacar que 20% das pessoas com 5 anos ou mais de idade não alfabetizadas se encontravam na faixa etária de 5 a 14 anos. Outro percentual que chama atenção no município é o de adultos entre 30 a 59 anos que também não são alfabetizados, 10,37%. Estes dados devem ser levados em consideração quando da elaboração de políticas educacionais especificas para crianças, jovens e adultos.

Tabela 1.11. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas (em %): Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2000-2010

Faixa etária Brasil Minas Gerais Bonito de Minas

2000 2010 2000 2010 2000 2010

De 5 a 14 anos 5,62 2,81 4,28 1,74 11,84 5,1

De 15 a 29 anos 1,83 0,81 1,05 0,43 5,11 2,26

De 30 a 59 anos 3,25 3,86 2,71 3,06 8,98 10,37

60 anos ou mais n.d. 3,05 n.d. 3,31 n.d. 7,8

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010. Nota: n.d. = não disponível

Gráfico 1.11. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas por FAIXA ETÁRIA (em %): Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2010

3,05

0,43

3,063,31

5,1

2,26

10,37

7,8

3,862,81

0,811,74

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

De 5 a 14 anos De 15 a 29 anos De 30 a 59 anos 60 anos ou mais

Brasil Minas Gerais Bonito de Minas

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Page 47: Relatório de dados secundários Norte de Minas

47

Os dados sobre pessoas com pelo menos nível superior (graduação) concluído reforçam a baixa escolaridade e a necessidade de se investir na escolarização da população. Enquanto no Brasil e em Minas Gerais esse percentual ultrapassa 6%, em Bonito de Minas não atinge 3%.

Gráfico 1.12. Percentual da população com pelo menos nível superior (graduação) concluído: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2010

6,857,06

2,49

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

Brasil Minas Gerais Bonito de Minas

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

O quadro a seguir apresenta dados gerais sobre educação como número de matrículas, de docentes e de escolas identificados no município em 2009. Cabe registrar que todas as matrículas, em todos os níveis, são em escolas públicas.

Quadro 1.2. Dados gerais sobre educação em Bonito de Minas – 2009

Dado Unidade Número

Matrículas - Ensino fundamental matrícula 2.200

Matrículas - Ensino médio matrícula 246

Matrículas - Ensino pré-escolar matrícula 148

Docentes - Ensino fundamental docente 141

Docentes - Ensino médio docente 32

Docentes - Ensino pré-escolar docente 14

Escolas - Ensino fundamental escola 23

Escolas - Ensino médio escola 1

Escolas - Ensino pré-escolar escola 2

Fonte: IBGE Cidades.

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, de Bonito de Minas/MG, é apresentado pelo Ministério da Educação – MEC a partir das metas projetadas e o resultado observado em cada ano de referência. Em 2007, por exemplo, a meta para o IDEB deste município, para os anos iniciais (4ª série/5º ano) era de 3.3, mas só foi alcançado 3.2 nessas escalas. Já a meta projetada para os anos finais (8ª série / 9º ano) era de 2.3 e foi superada pelo indicador obtido de 2.7. No espaço temporal de 2009 a 2011, tem-se o seguinte indicativo de metas projetadas e resultados obtidos do IDEB de Bonito de Minas para os anos iniciais e finais:

Page 48: Relatório de dados secundários Norte de Minas

48

Quadro 1.3. IDEB de Bonito de Minas – 2009

Ano de referência

2009

2011

Meta

projetada

Resultado

obtido

Meta

projetada

Resultado

obtido

Anos iniciais (4ª série/5º ano)

3.6 3.7 4.0 4.6

Anos finais (8ª série / 9º ano)

2.4 3.0 2.7 3.4

Fonte: MEC/INEP (2013)

Todas as metas projetadas para os anos de 2009 e 2011 foram alcançadas, quando os dados apresentados acima são comparados. Esse indicativo é positivo, pois revela que o desempenho dos alunos no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB e na Prova Brasil foram muito bons. Para o ano de 2013, indica-se a meta de 4.3 para as séries iniciais e de 3.1 para as finais.

1.4.2. Cultura e Esportes

Sobre cultura e esportes, poucos dados secundários foram encontrados para incrementar a presente análise. As informações identificadas referem-se à gestão, participação popular e existência de equipamento.

De acordo com o Índice Mineiro de Responsabilidade Social, desenvolvido pela Fundação João Pinheiro (FJP), em Bonito de Minas, em se tratando de organização e gestão, a área cultural apresentava mais avanços que a área de esportes. No ano de 2010 existia no município Conselho de Patrimônio Cultural e Conselho Municipal de Cultura. O órgão gestão de cultura,

apesar de apresentar baixo grau de estruturação, era a “Secretaria” em conjunto com outras instituições.

O único equipamento de cultura existente identificado pelo referido Índice em 2010 no município foi Biblioteca; outros como museu, teatro, cinema, centro cultural e banda de música inexistiam. De acordo com o Índice, em 2010 a Biblioteca municipal permitia ao leitor acesso à internet, aspecto positivo no tocante à inclusão digital. O quadro a seguir apresenta dados gerais sobre acervo, número de leitores e serviços prestados pela Biblioteca.

Quadro 1.4. Dados gerais sobre a Biblioteca Municipal em Bonito de Minas - 2010

Acervo (livros, revistas, etc.) 5 a 10 mil exemplares

Número de leitores por mês 216

Média mensal de empréstimos 68

Acesso à internet para o leitor Sim

Número de funcionários n.d.

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Nota: n.d. = não disponível.

Segundo esta mesma fonte (IMRS/FJP), não existia em Bonito de Minas no ano de 2010 Conselho Municipal de Esporte ou Turismo. Também não foi identificada por esta fonte informação sobre a existência de equipamentos de esporte.

Page 49: Relatório de dados secundários Norte de Minas

49

1.5. ASSISTÊNCIA, PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL

1.5.1. Assistência Social

A assistência social é um aspecto importantíssimo a ser pensado quando o assunto é município de baixo IDH. Geralmente, esses municípios têm um significativo percentual da população com renda e escolaridade baixas e, consequentemente, mais pessoas expostas aos riscos sociais. Municípios com estas características devem estar atentos às políticas públicas, nacionais e estaduais, de assistência, e cada vez mais aprimorar os serviços de assistência social para atender as demandas da população.

Entre os principais mecanismos de enfrentamento dos problemas de assistência social por parte dos municípios estão a previsão orçamentária para esta função (assistência social) e elaboração de política municipal de assistência. Bonito de Minas, em 2010, não contava com nenhum desses mecanismos de auxílio ao enfrentamento dos problemas referentes à assistência. Aspecto negativo em se tratando de município de baixo IDH e significativo percentual da população em risco social.

Os dados sobre a gestão da assistência social dizem muito da capacidade de atendimento e apoio que o município pode oferecer à população menos abastada economicamente. Em Bonito de Minas, no ano de 2010, a gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) era básica e, segundo o Índice Mineiro de Responsabilidade Social (FJP), o município contava

com 1 Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) para os atendimentos à população.

Quadro 1.5. Dados gerais sobre a gestão da assistência social em Bonito de Minas – 2010

Nº Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) cadastrados 1

Gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) Básica

Nº de assistentes sociais atuando na Assistência Social 8

Nº de funcionários da Assistência Social 8

Existência de previsão orçamentária para a função Assistência Social Não

Existência de Política Municipal de Assistência Social Não

Sistema de gestão e controle social atuante (0 a 6) 4

Sistema de garantia de direitos atuante (0 a 6) 3

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Conforme dados atualizados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) o município de Bonito de Minas, de fato, encontra-se em porte pequeno, contando com os serviços da proteção básica em uma unidade de referência. Os serviços desenvolvidos no CRAS do município verificados em campo são: PAIF, Projovem Adolescente, Equipe volante e serviços de convivência e/ou domiciliar.

Os dados do IMRS/FJP indicam que, para o ano de 2010, em Bonito de Minas os índices de Cobertura qualificada do Cadastro Único (CadUnico), Atualização do CadUnico e Gestão descentralizada municipal do Programa Bolsa Família, ambos variando de 0 a 1, eram de 0,92, 0,87 e 0,85 respectivamente. Ainda de acordo com o IMRS/FJP, o índice de

Page 50: Relatório de dados secundários Norte de Minas

50

Institucionalização da assistência social, que varia de 0 a 28, era de 22 e o Índice Municipal de Desenvolvimento dos CRAS, que varia de 0 a 10, era de 9.

Aspecto adicional com relação à qualidade de vida das pessoas pertencentes à famílias de baixa renda refere-se ao recebimento de benefícios sociais. Apesar das críticas, já existem diferentes estudos apontando os reflexos positivos, incluindo aí uma pequena (mas consistente) parcela de desconcentração na renda promovida por programas de transferência de renda, ainda que, é quase unanimidade, haja um horizonte determinado para alguns programas. De todos, o destaque vai para o Bolsa Família, do Governo Federal. Trata-se de um programa de transferência que associa basicamente educação (freqüência à escola) e combate à fome. Este programa é construído por cadastro local e as informações são repassadas ao governo central que disponibiliza diretamente ao beneficiário um valor em espécie. Por definição, trata-se ainda de um programa focalizado em indivíduo / famílias em patamar de renda bem definido para pobreza e extrema pobreza.

Os percentuais de famílias com perfil CadUnico e de beneficiárias do Programa Bolsa Família ajudam a dimensionar a situação de pobreza, de qualidade de vida e bem estar social de uma determinada população. Os percentuais verificados para Bonito de Minas chamam atenção e preocupam por serem elevados, ambos ultrapassando 50%, superiores a média nacional. Os demais municípios em estudo também apresentaram estes percentuais elevados.

Quadro 1.6. Dados sobre famílias, CadUnico e Bolsa Família em Bonito de Minas – 2010

Total de famílias identificadas no município (Censo 2010) 2.263

Total famílias beneficiárias do Programa Bolsa família 1.272

% famílias beneficiárias do Programa Bolsa família 56,21

Total famílias com perfil CadUnico 1.521

% famílias com perfil CadUnico 67,21

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010; Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação

João Pinheiro.

Quanto aos dados de 2012, o Relatório de Informações Sociais elaborado pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informações do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, indica que haviam 2.083 famílias cadastradas no CadUnico, sendo 1.809 com renda per capita de até ½ salário mínimo e 1.523 com renda per capita de até R$140,00.

Conforme o Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS/FJP), em 2010 foram transferidos R$ 1.657.790,00 para as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família no município. Dentre os municípios em estudo, Bonito de Minas ficou em terceiro lugar no ranking dos que mais receberam transferências do Programa, em primeiro lugar ficou Setubinha (R$1.905.520,00) e em segundo Novo Oriente de Minas (R$1.703.770,00). Valores que certamente impactaram positivamente no município, dinamizando o comércio e a economia local.

Ainda sobre benefícios de transferência de renda, destaca-se o Benefício da Prestação Continuada (BPC), disponível para idosos e deficientes de famílias de baixa renda. Em 2010, haviam em Bonito de Minas 51 beneficiários do BPC-Deficientes

Page 51: Relatório de dados secundários Norte de Minas

51

e 15 do BPC-Idoso. Esses benefícios contabilizaram R$411.780,00 no mesmo ano. (Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro)

Os dados que constituem o “Mapa da pobreza e desigualdade dos municípios brasileiros”, disponibilizado pelo IBGE Cidades, corroboram a situação preocupante indicada anteriormente. A incidência de pobreza, proporção de pessoas que vivem com até R$ 70,00 de rendimento domiciliar per capita ao mês, verificada para Bonito de Minas em 2003 era de 70,92%. Superior ao identificado para o conjunto dos municípios brasileiros.

Quadro 1.7. Mapa de Pobreza e Desigualdade do Conjunto dos Municípios Brasileiros e de Bonito de Minas – 2003

Indicador Bonito de

Minas Municípios brasileiros

Unidade

Incidência da Pobreza 70,92 52,27 %

Limite inferior da Incidência de Pobreza

58,41 47,62 %

Limite superior da Incidência de Pobreza

83,43 56,92 %

Incidência da Pobreza Subjetiva 76,78 55,91 %

Limite inferior da Incidência da Pobreza Subjetiva

66,08 51,27 %

Limite superior Incidência da Pobreza Subjetiva

87,48 60,56 %

Índice de Gini 0,4 0,49 ...

Limite inferior do Índice de Gini 0,35 0,46 ...

Limite superior do Índice de Gini 0,46 0,53 ...

Fonte: IBGE Cidades.

O gráfico a seguir demonstra que todos os indicadores que compõem o Mapa da Pobreza em Bonito de Minas são superiores os identificados para o conjunto dos municípios

brasileiros. Aspecto negativo e que reforça a situação difícil em que vive grande parte da população do município.

Gráfico 1.13. Indicadores que compõem o Mapa de Pobreza e Desigualdade: Bonito de Minas e Conjunto dos Municípios Brasileiros – 2003

87,48

52,2756,92

60,56

83,43

70,9276,78

55,91

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Incidência da Pobreza Limite superior da

Incidência de Pobreza

Incidência da Pobreza

Subjetiva

Limite superior

Incidência da Pobreza

Subjetiva

Bonito de Minas Municípios brasileiros

Fonte: IBGE Cidades.

O Censo 2010 detectou que a incidência de pobreza era maior nos municípios de porte médio (10 mil a 50 mil habitantes). Os dados por município para este ano não estavam disponíveis até o final da elaboração deste relatório. Mas, cabe registrar que enquanto a proporção de pessoas que viviam com até R$70,00 de rendimento domiciliar per capita era, em média, 6,3% no

Page 52: Relatório de dados secundários Norte de Minas

52

Brasil, nos municípios de 10 mil a 20 mil habitantes esse percentual era o dobro (13,7%), com metade da população nesses municípios vivendo com até ½ salário mínimo per capita. Já nas cidades com população superior a 500 mil habitantes, menos de 2% viviam com até R$70,00 per capita e cerca de ¼ das pessoas viviam com até ½ salário mínimo de rendimento domiciliar per capita 2

Conforme dados do Censo Demográfico 2010, no município, a taxa de extrema pobreza da população era de 54,67% enquanto a do Estado de Minas Gerais era de 24.66% e a do Brasil de 30,33%. Apreende-se que Bonito de Minas, tem sido marcado fortemente pelas expressões da questão social e encontra-se em situação intensamente desfavorável em comparação com o estado ou país. O censo 2010 sinaliza claramente a expressiva desigualdade social instaurada no Brasil.

Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013, a renda per capita média de Bonito de Minas cresceu 165,32% nas últimas duas décadas, passando de R$73,74 em 1991 para R$85,69 em 2000 e R$195,65 em 2010. A extrema pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 70,00, em reais de agosto de 2010) passou de 69,85% em 1991 para 64,17% em 2000 e para 35,66% em 2010.

2 Para maiores informações consultar sítio do IBGE -

<http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2019&id_pagina=1?>.

Quadro 1.8. Indicativos de renda, pobreza e desigualdade em Bonito de Minas - 1991 a 2010

Renda, Pobreza e Desigualdade - Bonito de Minas - MG 1991 2000 2010

Renda per capita (em R$) 73,74 85,69 195,65

% de extremamente pobres 69,85 64,17 35,66

% de pobres 89,30 81,07 56,14

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano (2013); Pnud, Ipea e FJP

Com relação a porcentagem da renda apropriada por estratos da população indica-se os 20% mais ricos de Bonito de Minas detinham, em 2010, cerca de 59,43% da riqueza desse município enquanto que, nessa mesma proporção, os 20% mais pobres apropriavam apenas 1,45% da renda produzida.

Quadro 1.9. Porcentagem da Renda Apropriada por Estratos da População - Bonito de Minas - MG

1991 2000 2010

20% mais pobres 5,24 0,00 1,45

40% mais pobres 14,26 0,02 6,68

60% mais pobres 26,19 8,83 18,54

80% mais pobres 44,76 29,44 40,57

20% mais ricos 55,24 70,56 59,43

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano (2013); Pnud, Ipea e FJP

Cabe ainda registrar o Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF), indicador sintético que mede o grau de desenvolvimento das famílias possibilitando apurar o grau de vulnerabilidade de cada família do CADÚNICO, bem como analisar um grupo de famílias ou mesmo o total de famílias do município. O índice varia de 0 a 1, quanto mais próximo de 1 melhores as condições da família3

3 Para mais informações vide: < http://www.mds.gov.br>.

Page 53: Relatório de dados secundários Norte de Minas

53

(). Como é possível identificar na tabela abaixo, os componentes que mais comprometem o IDF em Bonito de Minas são: Acesso ao trabalho, Acesso ao conhecimento e Disponibilidade de recursos.

Tabela 1.12. Índice de Desenvolvimento Familiar e seus componentes em Bonito de Minas - 2010

Índice e seus componentes Índice

Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF) 0.50

Vulnerabilidade 0.70

Acesso ao conhecimento 0.31

Acesso ao trabalho 0.23

Disponibilidade de recursos 0.33

Desenvolvimento infantil 0.93

Condição Habitacional 0.50

Fonte: Relatórios de Informações Sociais / SAGI / MDS.

O Índice de Desenvolvimento Familiar de Bonito de Minas de 0.50 indica a fragilidade das condições de vida no município. Quando os demais componentes são analisados vê-se o quanto é preciso investir para que o acesso ao conhecimento, ao trabalho, entre os fatores como as condições habitacionais tenham incrementos significativos e qualitativos nos territórios.

1.5.2. Participação e Organização Social

Outro dado importante que deve ser olhado com cuidado nas cidades em estudo, refere-se à organização e à participação social. Estes dados importam quando o que se pretende é aumentar o grau de empoderamento popular, um dos objetivos do Projeto 10Envolver. Os conselhos municipais são espaços de

participação que ganharam força com a instituição da Constituição de 1988.

A seguir apresenta-se um quadro com a existência de conselhos no município.

Quadro 1.10. Existência de conselhos municipais em Bonito de Minas – 2010

Conselho Existência

Assistência Social Conselho Tutelar

Saúde Meio Ambiente Habitação

Gestor do Programa Bolsa Família Crianças e Adolescentes Segurança Pública (este não havia sido marcado como existente...)

Sim

Segurança Alimentar Direito dos Idosos Defesa dos Direitos de Pessoas Deficientes

Desenvolvimento Rural Direitos da Mulher Política Urbana ou de Desenvolvimento Urbano

Transporte

Não

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Como é possível verificar no quadro acima, em termos quantitativos, o município apresenta um significativo número de conselhos, sete. Contudo, há que se verificar a expressividade e a capacidade de controle social dos mesmos. De maneira geral, em termos de Brasil, sabe-se que ainda há muito por fazer para aumentar e incentivar a participação popular e o acompanhamento, por parte da população local, no debate e na implementação de políticas públicas. Observe-se que em Bonito de Minas não há Conselho de Desenvolvimento Rural, aspecto

Page 54: Relatório de dados secundários Norte de Minas

54

preocupante em se tratando de município com mais de 70% dos domicílios particulares permanentes localizados em área rural.

1.6. SAÚDE

Em se tratando de saúde, os dados identificados como relevantes para esta análise referem-se à atenção básica, mortalidade e equipamentos.

Em 2009 o único estabelecimento de saúde existente no município era público municipal, vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e equipado para atendimento ambulatorial (com atendimento médico em especialidades básicas) e odontológico (não equipado para internações). (Fonte: IBGE Cidades)

Os dados gerais sobre a situação da saúde em Bonito de Minas não se distanciam muito do encontrado para os demais municípios com baixo IDH. Dos aspectos positivos vale ressaltar a taxa 0 (zero) encontrada para mortalidade por causas externas (acidentes de transporte e homicídios) e a reduzida proporção de internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (dados referentes ao ano de 2010).

Page 55: Relatório de dados secundários Norte de Minas

55

Quadro 1.11. Dados gerais sobre situação da saúde em Bonito de Minas – 2010

Taxa bruta de mortalidade 3,2 (por mil

habitantes)

Taxa bruta de mortalidade padronizada 2,46 (por mil

habitantes)

Taxa de mortalidade por acidente de transporte da população de

15 a 29 anos 0

(por 100 mil

habitantes)

Taxa de mortalidade por homicídio na população total 0 (por 100 mil habitantes)

Taxa de mortalidade por homicídio da população de 15 a 29 anos 0 (por 100 mil habitantes)

Mortalidade proporcional da população idosa (60 anos ou mais) 61,29 (%)

Notificação de óbito por raiva humana transmitida por cão ou gato 0 Nº

Proporção de nascidos vivos com baixo peso 11,00 (%)

Proporção de internações por doenças relacionadas ao

saneamento ambiental inadequado 0,47 (%)

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Dos dados sobre atenção básica (apresentados no quadro a seguir) chamam atenção os referentes à proporção da população atendida pelo Programa de Saúde da Família (PSF) e a cobertura vacinal de tríplice viral da população de 1 ano de idade, ambos inferiores à maioria dos municípios em estudo.

Quadro 1.12. Dados gerais sobre saúde - atenção básica - em Bonito de Minas 2010

Proporção da população atendida pelo PSF 89,17 %

Meses de cobertura do PSF 12 Meses

Proporção de nascidos vivos cujas mães realizaram 7 ou mais

consultas de pré-natal 42,40 %

Cobertura vacinal de tetravalente em menores de 1 ano 100,00 %

Cobertura vacinal contra poliomielite em menores de 1 ano 100,00 %

Cobertura vacinal de tríplice viral da população de 1 ano de idade 83,06 %

Cobertura vacinal em campanha contra influenza da população de 60 anos ou mais

9,68 %

Proporção de óbitos por causas mal definidas sem assistência médica

94,99 %

Proporção de óbitos por causas mal definidas 3,23 %

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Ainda sobre saúde, é importante destacar dados referentes à mortalidade infantil. O número de óbitos de menores de um ano de idade na população residente em determinado espaço geográfico reflete, de maneira geral, as condições de desenvolvimento socioeconômico e infraestrutura ambiental, bem como o acesso e a qualidade dos recursos disponíveis para atenção à saúde materna e da população infantil. Como é possível verificar no quadro a seguir, em 2009 Bonito de Minas apresentou uma elevada Taxa de Mortalidade Infantil, superior a 50 por mil habitantes, valor que na classificação da taxa é considerado alto (a critério de comparação, nesse mesmo ano a Taxa para o Brasil era de 16,8 e para Minas Gerais 16,98). Em 2010 e 2011 verifica-se queda significativa na Taxa municipal. A queda permitiu que o município fosse classificado como Taxa média (entre 49 e 21 por mil habitantes), mas manteve-se superior à apresentada por Minas Gerais e Brasil.

Page 56: Relatório de dados secundários Norte de Minas

56

Quadro 1.13. Taxa de mortalidade infantil e Número de óbitos infantis em Bonito de Minas – 2007-2011

Ano Taxa de mortalidade infantil Nº de óbitos infantis

2007 12,50 2

2008 13,79 2

2009 55,17 8

2010 25,21 3

2011 23,26 3

Fonte:Ministério da Saúde / DATASUS / Pacto pela Saúde, 2010-2011.

De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013, a mortalidade infantil em Bonito de Minas reduziu 52% entre os anos 2000 a 2010. Esse indicativo, de mortalidade infantil, incorpora os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas. Para tanto, esforça-se para que esse índice brasileiro esteja abaixo de 17,9 óbitos por mil nascidos em 2015.

Gráfico 1.14. Evolução da Taxa de mortalidade infantil: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2007-2010

15,97

12,50

20,01

17,417,56

13,79

17,3816,8

55,17

16,98

25,21

16,16

1,0

11,0

21,0

31,0

41,0

51,0

61,0

Brasil Minas Gerais Bonito de Minas

2007 2008 2009 2010

Fonte:Ministério da Saúde / DATASUS / Pacto pela Saúde, 2010-2011.

Os dados sobre os tipos de deficiências não apresentam surpresas e se aproximam dos verificados para o Brasil e Minas Gerais. Cabe registrar que 24,2% da população apresentavam pelo menos uma das deficiências investigadas pelo Censo 2010 (visual, auditiva, motora, mental/intelectual). A tabela a seguir, ilustra isso.

Page 57: Relatório de dados secundários Norte de Minas

57

Tabela 1.13. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas - 2010

Tipo de deficiência Brasil Minas Gerais

Bonito de Minas

Pelo menos uma das deficiências investigadas 23,91 22,62 24,20

Deficiência visual - não consegue de modo algum

0,27 0,23 0,18

Deficiência visual - grande dificuldade 3,18 3,02 3,56

Deficiência visual - alguma dificuldade 15,31 13,79 14,70

Deficiência auditiva - não consegue de modo

algum 0,18 0,17 0,26

Deficiência auditiva - grande dificuldade 0,94 1,02 1,30

Deficiência auditiva - alguma dificuldade 3,97 3,93 4,93

Deficiência motora - não consegue de modo algum

0,39 0,40 0,30

Deficiência motora - grande dificuldade 1,94 2,06 1,42

Deficiência motora - alguma dificuldade 4,63 4,57 5,67

Mental / Intelectual 1,37 1,53 1,66

Nenhuma dessas deficiências 76,06 77,36 75,80

Sem declaração 0,03 0,02 -

Fonte: IBGE Cidades.

Com relação às vulnerabilidades afeitas à população, estima-se que em Bonito de Minas exista um total de 3.125 pessoas com algum tipo de deficiência, seja ela auditiva, motora, visual ou mental/intelectual. A tabela 6, exposta a seguir, contextualiza melhor o que foi anunciado:

Tabela 1.14. Identificação da população com algum grau de dificuldade físico-motora e/ou deficiências de Bonito de Minas - 2010

Tipo de

deficiências

Especificação/grau de impedimento

Alguma

dificuldade

Grande

dificuldade

Não consegue

de modo algum

Total de pessoas com

alguma deficiência

Auditiva 477 126 25 628

Motora 548 137 29 714

Visual 1.422 344 17 1.783

Mental / intelectual - 161

Total geral 3.125

Fonte: IBGE, Censo Demográfico / 2010.

Page 58: Relatório de dados secundários Norte de Minas

58

Gráfico 1.15. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Bonito de Minas – 2010

1.7. ECONOMIA, EMPREGO E FINANÇAS

Fonte: IBGE Cidades.

Um dos principais índices que ajudam a entender o desenvolvimento humano e social de uma determinada localidade é o IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal). Tendo por base o ano de 2000, Bonito de Minas ocupava o 5º pior lugar no ranking do IDH-M dos municípios mineiros (0,580). É importante atentar para dois aspectos importantes do IDH-M no município: os três subíndices que compõem o IDH-M (Renda, Longevidade e Educação) são baixos, mesmo apresentando crescimento no período entre 1991 e 2000; o IDHM-Renda tem impacto significativo no índice final do município, sendo este subíndice o menor dos três componentes (nos dez municípios em estudo). Alguns dados já apresentados ajudam a explicar/entender o baixo IDH municipal.

Page 59: Relatório de dados secundários Norte de Minas

59

Gráfico 1.16. IDH-M de municípios mineiros selecionados – 2000

0,585

0,582

0,581

0,580

0,575

0,571

0,570

0,568

0,586

0,841

0,586

0,4

Poços de Caldas

Crisólita

Fruta de Leite

Bertópolis

Novo Oriente de Minas

Gameleiras

Bonito de Minas

Pai Pedro

Indaiabira

Monte Formoso

Setubinha

Obs.: Municípios selecionados: 10 menores IDH-M e maior IDH-M de Minas Gerais. Fonte:Atlas do Desenvolvimento Humano / PNUD, 2003.

Conforme informações do IBGE Cidades, o Produto Interno Bruto (PIB) de Bonito de Minas em 2010 era R$38.023.000,00 e o PIB per capita R$3.931,57. O destaque em sua composição era para o setor de serviços, com R$26.788.000,00, seguido da Agropecuária (R$6.267.000,00), Indústria (R$4.158.000,00) e Impostos sobre produtos líquidos de subsídios (R$810.000,00), todos a preços correntes.

Gráfico 1.17. Composição do PIB a preços correntes em Bonito de Minas – 2010 (em mil reais)

810

4.158

26.788

6.267

0,0

5000,0

10000,0

15000,0

20000,0

25000,0

30000,0

Serviços Agropecuária Indústria Produtos líquidos de

subsídios

Fonte: IBGE Cidades.

Entre os 10 municípios em estudo pelo Projeto 10Envolver, segundo o IMRS/FJP, Bonito de Minas apresentava em 2010 uma renda per capita de R$279,20 - segundo menor valor entre os 10 municípios em estudo. Apesar do baixo valor da renda per capta, o município apresentou a maior taxa de crescimento

Page 60: Relatório de dados secundários Norte de Minas

60

dessa renda entre os anos 2000 e 2010 (também entre os 10 municípios em estudo), 182,45%.

Quadro 1.14. Dados gerais sobre renda e emprego em Bonito de Minas – 2000 e 2010

Renda per capita (R$ de ago) 2000 – FJP 98,89

Renda per capita (R$ de dez) 2010 – FJP 279,20

Empregados do setor formal (pessoas) – FJP 368

Taxa de emprego no setor formal (%) – FJP 6,6

Rendimento médio no setor formal (R$ de dez/2010 / empregado) – FJP 769,75

Rendimento per capita no setor formal (R$ de dez/2010 / habitante) – FJP 29,28

Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio – Urbana (R$) – IBGE Cidades

1.364,72

Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio – Rural (R$) – IBGE Cidades

702,21

Fonte: IBGE Cidades; Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Conforme o Boletim de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo RAIS - Principais ocupações formais do público BSM, elaborado pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que divulga dados municipais, no período de 2008 e 2011, a quantidade de vagas no mercado formal aumentou em 145 postos. A maior elevação concentrou-se no Grupo 5 - Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados, 86 postos. As ocupações formais com maior número de postos em 2011 no município eram as compostas pelos grupos 3 e 5 (com 148 e 163 postos respectivamente). As remunerações mais altas estavam concentradas nos grupos 1 e 2.

Em particular, cabe destacar a variação de 5564,26% na remuneração média no Grupo 3 - Técnicos de nível médio e a remuneração média de R$ 2.477,58 pertencente ao Grupo 1 - Membros superiores do poder público, dirigentes de organizações de interesse público e de empresas e gerentes em 2011.

Quadro 1.15. Grandes grupos ocupacionais

Grupo Ocupação

1 Membros superiores do poder público, dirigentes de organizações de interesse público e de empresas e gerentes

2 Profissionais das ciências e das artes

3 Técnicos de nível médio

4 Trabalhadores de serviços administrativos

5 Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados

6 Trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca

7 Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais

8 Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais

9 Trabalhadores em serviços de reparação e manutenção

Fonte: Boletim – Relatórios de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo

RAIS - Principais ocupações formais do público BSM / SAGI / MD

Page 61: Relatório de dados secundários Norte de Minas

61

Quadro 1.16. Grandes grupos ocupacionais por remuneração média e número de postos em Bonito de Minas - 2008 e 2011

Grupo Remuneração média em 2008

Postos em 2008

Remuneração média em 2011

Postos em 2011

Variação da Remuneração

1 1.446,39 5 2.477,58 6 71,29%

2 0 9 1.928,58 24 -%

3 16,37 117 927,24 148 5564,26%

4 92,63 62 985,72 63 964,15%

5 118,88 77 571,39 163 380,64%

6 451,04 26 638,05 24 41,46%

7 125,69 21 626,44 29 398,40%

8 0 0 0 0 -%

9 0 12 580,8 17 -%

Fonte: Boletim – Relatórios de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo RAIS - Principais ocupações formais do público BSM / SAGI / MDS.

Um significativo aspecto deve ser destacado tendo em vista a perspectiva de gênero. Segundo dados do Portal ODM4, havia maior representação das mulheres em relação a inserção no mercado de trabalho. A participação da mesma no mercado formal era de 55,3% em 2011. O percentual em 2011 do rendimento feminino em relação ao masculino era de 105,4% independentemente do nível de escolaridade. Entre os de nível superior o percentual é ainda maior, passa para 83%.

4 Disponível em:< http://www.portalodm.com.br/>.Acesso em: 01 set. 2013.

Gráfico 1.18. Evolução do número de postos de trabalho em Bonito de Minas – 2008

e 2011 (três grup0s com maior número de postos em 2011)

163

77

117

148

62 63

1,0

21,0

41,0

61,0

81,0

101,0

121,0

141,0

161,0

181,0

Postos em 2008 Postos em 2011

Grupo 5 Grupo 3 Grupo 4

De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013, entre 2000 e 2010, a taxa de atividade da população de 18

anos ou mais - economicamente ativa - passou de 60,92% em 2000 para 56,45% em 2010. Já a taxa de desocupação -

população economicamente ativa, mas desocupada - passou de 8,77% em 2000 para 9,06% em 2010, conforme sinaliza o Quadro 17, apresentado a seguir:

Page 62: Relatório de dados secundários Norte de Minas

62

Quadro 1.17. Ocupação da população de 18 anos ou mais - Bonito de Minas MG (200-2010)

2000 2010

Taxa de atividade 60,92 56,45

Taxa de desocupação 8,77 9,06

Grau de formalização dos ocupados - 18 anos ou mais 11,38 22,28

Nível educacional dos ocupados 2000 2010

% dos ocupados com fundamental completo 6,92 28,43

% dos ocupados com médio completo 3,62 16,88

Rendimento médio 2000 2010

% dos ocupados com rendimento de até 1 s.m. 90,82 71,28

% dos ocupados com rendimento de até 2 s.m. 97,32 94,91

Fonte: Pnud, Ipea e FJP

Os dados publicizados ainda sinalizam que no ano de 2010, das pessoas ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais, 59,81% trabalhavam no setor agropecuário, 0,47% na indústria extrativa, 0,83% na indústria de transformação, 3,76% no setor de construção, 0,54% nos setores de utilidade pública, 6,58% no comércio e 23,76% no setor de serviços (ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO, 2013).

Os principais produtos da lavoura permanente em 2011 foram: coco-da-baía (27 mil frutos produzidos) e limão (8 toneladas produzidas). Já os produtos da lavoura temporária neste mesmo ano foram: arroz, cana-de-açúcar, feijão, mandioca e milho (vide produção no quadro a seguir).

Quadro 1.18. Produtos da lavoura temporária em Bonito de Minas – 2004-2011

Produto Quantidade produzida

2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004

Arroz (em casca) 365 600 750 750 354 750 984 800

Cana-de-açúcar 6.000 5.250 . . . . . .

Feijão (em grão) 144 330 653 650 350 366 430 441

Mandioca 1.600 2.000 . . . . . .

Milho (em grão) 210 170 517 510 94 210 1.775 1.098

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Produção em toneladas.

O quadro anterior, que apresenta a produção da lavoura temporária, nos permite identificar que a produção de cana-de-açúcar e mandioca é mais recente no município (2010 e 2011), enquanto a produção de arroz, feijão e milho tem registro desde 2004 pelo IBGE Cidades. É importante atentar também para a constante queda na quantidade produzida de arroz e feijão.

Quanto à produção pecuária, é possível identificar que 6 dos 10 produtos identificados no município apresentaram aumento na produção de 2010 para 2011 (destacados no quadro a seguir). Aspecto positivo, inclusive por se tratar de produtos alimentícios, e que merece atenção para que o crescimento se mantenha constante.

Page 63: Relatório de dados secundários Norte de Minas

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Quadro 1.19. Dados sobre produção pecuária em Bonito de Minas – 2004-2011

Produto Quantidade produzida

Unidade 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Bovinos 14.325 12.610 13.095 14.531 13.466 10.633 16.004 20.650 cabeças

Eqüinos 2.010 2.022 2.171 2.158 2.163 1.000 666 524 cabeças

Suínos 1.334 1.371 1.334 1.108 1.106 820 1.180 1.170 cabeças

Caprinos 396 402 427 431 131 100 311 233 cabeças

Galos, frangas, frangos e pintos 6.643 7.210 7.258 7.281 7.305 10.200 13.500 13.800 cabeças

Galinhas 2.110 2.162 2.363 2.372 2.384 4.800 5.500 5.600 cabeças

Vacas ordenhadas 2.232 2.264 2.490 2.998 3.006 2.370 2.725 3.100 cabeças

Leite de vaca 3.168 3.168 3.472 3.474 3.474 2.740 2.480 2.950 Mil litros

Ovos de galinha 6 6 7 7 7 14 28 28 Mil dúzias

Mel de abelha 120 126 135 142 150 150 150 180 Kg

Fonte: IBGE Cidades.

Page 64: Relatório de dados secundários Norte de Minas

64

1.8. SEGURANÇA PÚBLICA

Segurança pública representa hoje uma das principais preocupações da população brasileira, sejam de cidades pequenas, médias ou grandes. Mas cabe atentar que em muitos municípios a sensação de insegurança é também um problema que merece atenção. Sendo assim, dados sobre segurança pública devem ser considerados quando o que se pretende é fortalecer a organização social, promover o empoderamento e melhorar a qualidade de vida da população local.

Dados gerais sobre equipamentos de segurança pública e capacidade de aplicação da lei identificados pelo Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS/FJP) e apresentados a seguir, indicam certa precariedade em Bonito de Minas, seja em equipamentos ou em capacidade de aplicação da lei. De acordo com o Índice, em 2010 haviam 1.934,6 habitantes por policial militar, número elevado se comparado a outros municípios. No ranking das 10 cidades em estudo, Bonito de Minas ocupa o 10º lugar e em 9º ficou Setubinha com 1.555 habitantes por policial militar.

Quanto ao número de habitantes por promotor da comarca, entre os 10 municípios em estudo, Bonito de Minas ocupa a 9ª posição com 54.838,38 habitantes por promotor. Em último ficou Pai Pedro com 62.467,75 habitantes por promotor.

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro Obs.: n.d. – informação não disponível

Tabela 1.15. Equipamentos e dados gerais sobre segurança pública em Bonito de Minas – 2010

Equipamento / Dado Situação

Existência de delegacia de Polícia Civil Não

Existência de delegacia de proteção a criança e ao adolescente Não

Existência de delegacia de polícia especializada no atendimento à mulher Não

Existência de guarda municipal Não

Existência de unidade prisional Não

Existência de unidade de internação de adolescentes infratores Não

Taxa de armas apreendidas (por cem mil habitantes) 671,97

Taxa de detidos em crimes violentos (%) 0

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Quadro 1.20. Capacidade de aplicação da lei em Bonito de Minas – 2010

Dado Nº

Número de habitantes por policial militar 1.934,60

Número de policiais militares 5

Número de habitantes por policial civil n.d.

Número de policiais civis n.d.

Número de habitantes por juiz na comarca n.d.

Número de habitantes por promotor na comarca 54.838,38

Número de habitantes por defensor público na comarca n.d.

Page 65: Relatório de dados secundários Norte de Minas

65

FRUTA DE LEITE

Page 66: Relatório de dados secundários Norte de Minas

66

2. FRUTA DE LEITE

2.1. BREVE HISTÓRICO E LOCALIZAÇÃO

Fruta de Leite localiza-se no Norte de Minas Gerais a uma distância de 47 km de Salinas e 613 km de Belo Horizonte. Sua altitude é 900 m e o clima semiárido.

A cidade tem este nome pela presença em sua vegetação de uma grande quantidade de uma fruta comestível adocicada chamada fruta de leite. Sua emancipação ocorreu no dia 12 de dezembro de 1995 e a padroeira da cidade é Santa Izabel. Quem nasce em Fruta de Leite é fruta de leitense.

O distrito foi criado pela Lei Municipal nº1435, em 1993, subordinado ao município de Salinas. Tornou-se um município pela Lei Estadual nº 12030, de 1995, desmembrando-se desse. Sua sede atual é no distrito de Fruta de Leite e data de 1997. Em divisão territorial datada de 2003, o município é constituído do distrito sede.

De acordo com o IBGE, Fruta de Leite, município de pequeno porte, ocupa uma área territorial de 762,785 km² e, em 2010 tinha uma população de 5.940 habitantes e uma densidade demográfica de 7,79 habitantes por Km². Conforme o Atlas do Desenvolvimento Humano de 2003 (ano base 2000), apenas oito municípios mineiros apresentavam IDH-M inferior ao seu, que atingiu apenas 0,586. Sua economia concentra-se, principalmente, na agricultura, pecuária e serviços gerais. Aspectos que serão tratados a seguir.

Figura 2.1. Delimitação territorial do município de Fruta de Leite.

Fonte: Google.com.br.

Page 67: Relatório de dados secundários Norte de Minas

67

Figura 2.2. Indicação espacial dos municípios Fruta de Leite, Salinas e Belo Horizonte.

Fonte: Google Earth.

Figura 2.3. Imagem aérea de Fruta de Leite (parcial).

Fonte: Google Earth.

Page 68: Relatório de dados secundários Norte de Minas

68

2.2. DADOS GERAIS SOBRE DEMOGRAFIA, FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS

2.2.1. Composição populacional

Muitos municípios brasileiros de pequeno porte têm apresentado um crescimento negativo da população residente nos últimos anos. Uma das explicações para este fenômeno relaciona-se à baixa dinâmica econômica de tais municípios e a consequente dificuldade de acesso a emprego e renda. Considerando a baixa dinâmica econômica, e os poucos atrativos municipais, parte da população, principalmente jovens e adultos, deixa o município em busca de mais oportunidades. Para autores como Camarano e Abramovay (1999, p.24), o campo e o urbano se interagem muito mais na contemporaneidade. Sendo assim, só “resta saber se esta abertura dará lugar a laços construtivos e interativos ou se levará à desagregação do tecido social existente hoje no meio rural”.

Na última década (2000-2010) o IBGE identificou crescimento negativo na população municipal. De acordo com os dois últimos censos demográficos a população residente no município caiu de 6.777 habitantes para 5.940, uma redução de 12,4%, situação que merece atenção.

Em grande parte dos municípios brasileiros a composição da população segundo o sexo apresenta uma pequena vantagem quanto ao número de mulheres. Ou seja, mesmo que em pequena diferença, há mais mulheres que homens. Fenômeno que se repete no conjunto dos municípios de Minas Gerais e do Brasil. Fruta de Leite, por sua vez, apresenta-se como uma exceção. Quanto a esse tipo de distribuição (por sexo), é

possível identificar nos Censos de 2000 e 2010 uma pequena diferença numérica positiva para os homens (50,14% de homens em 2000 e 50,91% em 2010). No entanto, a diferença é mínima e permite afirmar que existe um equilíbrio entre os sexos. O dado apenas chama atenção por se diferenciar do encontrado para o Brasil e Minas Gerais nos últimos recenseamentos. A tabela a seguir apresenta estes dados em números e em percentuais.

Tabela 2.1. População residente por sexo: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010

Região geográfica

Sexo Nº %

2000 2010 2000 2010

Brasil

Total 169.799.170 190.755.799 100,00 100,00

Homens 83.576.015 93.406.990 49,22 48,97

Mulheres 86.223.155 97.348.809 50,78 51,03

Minas Gerais

Total 17.891.494 19.597.330 100,00 100,00

Homens 8.851.587 9.641.877 49,47 49,2

Mulheres 9.039.907 9.955.453 50,53 50,8

Fruta de Leite - MG

Total 6.777 5.940 100,00 100,00

Homens 3.398 3.024 50,14 50,91

Mulheres 3.379 2.016 49,86 49,09

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

Page 69: Relatório de dados secundários Norte de Minas

69

Gráfico 2.1. População masculina (em %): Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010

48,97 49,250,9150,1449,4749,22

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

2000 2010

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

Outro aspecto interessante da composição populacional de Fruta de Leite refere-se à distribuição segundo a situação do domicílio (urbano/rural). Essa distribuição chama atenção por também se distanciar, significativamente, do verificado para o Brasil e Minas Gerais. Em 2010, mais de 65% da população do município residia em área rural, enquanto que os dados encontrados para Brasil e Minas Gerais não atingiam 16%. As investigações sociais realizadas in loco confirmam tais

constatações: o maior contingente populacional de Fruta de Leite está mesmo no meio rural. E é nesse lugar que buscam estratégias para melhoria de sua condição de vida.

Já a distribuição dos habitantes segundo sexo por situação do domicílio segue o padrão brasileiro e de Minas Gerais, qual seja: mais homens que mulheres residindo em áreas rurais.

Gráfico 2.2. População rural (em %): Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010

15,64 14,71

65,72

18,75 18,00

69,87

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

2000 2010

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

Page 70: Relatório de dados secundários Norte de Minas

70

Tabela 2.2. Percentual da população residente segundo situação do domicílio: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Urbano Rural Urbano Rural

Brasil 81,25 18,75 84,36 15,64

Minas Gerais 82,00 18,00 85,29 14,71

Fruta de Leite 30,13 69,87 34,28 65,72

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

A partir da Tabela 2.2 registra-se uma redução de 4,5% da população que reside no meio rural, entre os anos de 2000 a 2010, e um aumento da população urbana equivalente a 4,15%, nesse mesmo período de referência. Ao analisar a Tabela 2.3 e o Gráfico 2.3, respectivamente, percebe-se, também, o crescimento e predominância do número de homens nesses territórios.

Tabela 2.3. Percentual da população rural composta por homens: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Brasil 51,39 52,62

Minas Gerais 51,52 53,19

Fruta de Leite 50,67 52,15

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Gráfico 2.3. Distribuição percentual da população residente na área rural por sexo: Fruta de Leite – 2010

Homens; 52,15

Mulheres; 47,85

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

2.2.2. Famílias e Domicílios

Em 2010, o Censo Demográfico identificou 1.587 domicílios particulares permanentes em Fruta de Leite. Quanto à situação dos domicílios (localização em área urbana ou rural), Fruta de Leite apresenta uma situação inversa à verificada para o Brasil e Minas Gerais, com mais municípios localizados em área rural. O processo de urbanização acelerada experimentado pelo país, que hoje resulta em mais de 85% dos domicílios em áreas

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71

urbana, não impactou diretamente o município, que em 2010 se deparava com 61,81% dos domicílios particulares permanentes em área rural. Com esse percentual de domicílios localizados em área rural, fica evidente a necessidade de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural e o fortalecimento da agricultura familiar.

Cabe, ainda, ressaltar que, quanto à situação dos domicílios (localização em área urbana / área rural), Fruta de Leite está entre os 149 municípios mineiros com mais de 50% dos domicílios particulares permanentes situados em área rural.

Aqui, atenta-se para a irregularidade fundiária existente no município que ainda não possui legislação, plano ou programa municipal específico que dispõe sobre essa situação. De acordo com o Relatório Dinâmico de Fruta de Leite/MG, sob a direção do PNUD 5 a proporção de moradores, em 2010, com acesso ao direito de propriedade (própria ou alugada) atingia 94,5%. O hiato existente revela que a permanência dessa situação irregular inviabiliza a legalização da posse da terra e o acesso, principalmente, de produtores rurais, a vários direitos e benefícios sociais.

De 2000 para 2010 verificou-se um aumento no número de domicílios particulares permanentes (1.472 em 2000 e 1.587 em 2010). Esse crescimento foi maior na área urbana, onde em 2000 haviam quinhentos e quatro domicílios e em 2010 seiscentos e seis (aumento de 20%). Crescimento que deve ser

5 Disponível em:< http://www.portalodm.com.br/>.Acesso em: 01 set. 2013.

acompanhando com atenção para se evitar diminuição e precariedade da infraestrutura e da rede de serviços e, consequentemente, queda na qualidade de vida.

Tabela 2.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Urbana Rural Urbana Rural

Brasil 83,35 16,65 85,87 14,13

Minas Gerais 83,26 16,74 86,05 13,95

Fruta de Leite 34,24 65,76 38,19 61,81

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Page 72: Relatório de dados secundários Norte de Minas

72

Gráfico 2.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010

14,13 13,95

85,87 86,06

38,19

61,81

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

Urbana Rural

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

A média de moradores em domicílios particulares ocupados em Fruta de Leite, apesar de superior à encontrada para Brasil e Minas Gerais, apresentou queda na última década (4,57 em 2000 e 3,73 em 2010).

Gráfico 2.5. Média de moradores em domicílios particulares ocupados (Pessoas): Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010

3,23

4,57

3,73

3,76

3,31

3,72

3,0

3,2

3,4

3,6

3,8

4,0

4,2

4,4

4,6

4,8

2000 2010

Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Outro dado a ser ressaltado, refere-se ao número de moradores por domicílio. De acordo com o Censo 2010, 12,98% dos domicílios particulares ocupados no município tinham apenas 1 morador e 17,96% tinham 6 ou mais moradores. Quando comparado aos demais municípios em estudo, verifica-se que

Page 73: Relatório de dados secundários Norte de Minas

73

Fruta de Leite é um dos cinco que apresentam mais de 15% dos domicílios com seis ou mais moradores.

Gráfico 2.6. Distribuição da população por número de moradores em domicílios particulares ocupados (em %): Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010

13,00

79,50

7,51

12,98

69,07

17,96

12,18

79,02

8,79

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

1 morador 2 a 5 moradores 6 moradores ou mais

Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Ainda sobre os domicílios, os dados sobre a condição da ocupação chamam atenção quanto ao elevado número de

domicílios reconhecidos por seus moradores como “Próprios”: 89,04% (1.413 unidades); 4,41% (70 unidades) foram identificados como “Alugado”; e, 6,11% (97 unidades) como “Cedido”. Ressalta-se que o percentual de imóveis residenciais próprios é um dos mais altos dentre os 10 municípios objetos de estudo do Projeto 10Envolver e superior ao identificado para Brasil e Minas Gerais (aproximadamente 70%) e que produz reflexos positivos no orçamento familiar.

O município apresenta menor percentual da população na idade adulta (aqui considerada de 25 a 59 anos), quando comparado ao Brasil e Minas Gerais. O percentual de idosos (60 anos ou mais) identificado foi de 12,86, próximo ao identificado para Minas (11,80%) e Brasil (10,79%). Enquanto o Índice de envelhecimento apresentou crescimento na última década, passando de 18,7 em 2000 para 34,2 em 2010 (FJP), a Razão de dependência apresentou queda, saindo de 58,8 em 2000 e chegando a 54,7 em 2010. A concessão de benefícios sociais, como o BPC, se tratando da população idosa, pode ser um fator explicativo nesse sentido.

Page 74: Relatório de dados secundários Norte de Minas

74

A tabela e o gráfico a seguir ilustram bem a distribuição etária.

Tabela 2.5. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010

Faixa etária Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

2000 2010 2000 2010 2000 2010

0 a 4 anos 9,65 7,24 9,03 6,51 12,26 9,48

5 a 9 anos 9,76 7,85 9,40 7,30 12,45 10,59

10 a 17 anos 16,53 14,43 16,14 13,94 22,49 18,46

18 e 24 anos 13,75 12,52 13,68 12,29 12,75 12,12

25 a 39 anos 23,04 24,50 23,14 24,07 14,15 18,05

40 a 49 anos 11,35 13,02 11,89 13,62 9,22 9,07

50 a 59 anos 7,37 9,66 7,65 10,49 7,36 9,38

60 a 69 anos 4,82 5,95 5,18 6,42 5,58 6,73

70 anos ou mais 3,73 4,84 3,90 5,38 3,73 6,13

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Os indicativos da tabela 5 permitem afirmar que 50,65% da população de Fruta de Leite é composta pelo segmento infanto juvenil (pessoas de 0 a 24 anos). O percentual equivalente à população adulta (de 25 a 59 anos) é de 36,5% enquanto o da população com 60 anos ou mais é de 13,46%. Sinaliza-se a importância de políticas públicas para a proteção e garantia de direitos sociais da parcela para todos os cidadãos, principalmente para a parcela que hoje é majoritária e que tenderá, para as futuras décadas, para o envelhecimento.

Gráfico 2.7. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010

10,79

38,53

12,12

29,52

12,52

47,18

12,29

27,75

48,18

11,8

36,50

12,86

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Até 17 anos De 18 a 24 anos De 25 a 59 anos 60 anos ou mais

Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Em relação à cor / raça, os dados apresentam distribuição diversa da encontrada para Brasil e Minas. Mais de 65% da população do município autodeclara-se “Parda”, enquanto para as demais regiões aqui tratadas (Brasil e Minas Gerais) o percentual não atinge 50%. O percentual de “Branca” também chama atenção por se distanciar do encontrado para Brasil e Minas Gerais (ver tabela e gráfico a seguir).

Page 75: Relatório de dados secundários Norte de Minas

75

Tabela 2.6. Distribuição percentual da população por cor / raça: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010

Cor / Raça Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

Branca 47,51 45,06 22,52

Preta 7,52 9,22 7,68

Amarela 1,10 0,96 1,32

Parda 43,42 44,58 68,43

Indígena 0,43 0,16 0,06

Sem declaração 0,02 0,01 -

Total 100,00 100,00 100,00

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Não se tem registro da existência de populações tradicionais indígenas ou comunidades quilombolas no município de Fruta de Leite, conforme listagem disponibilizada pelo CEDEFES e por Organizações não governamentais diversas6.

6 Para consulta a relação de comunidades quilombolas do Estado de Minas Gerais

consultar o site: <http:/www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/mg/mg_lista_comunidades.html>.

Gráfico 2.8. Distribuição percentual da população por cor/raça (“Branca” e “Parda”): Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010

44,58

22,52

68,43

47,51

43,4245,06

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

Branca Parda

Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Page 76: Relatório de dados secundários Norte de Minas

76

2.3. INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE

Outras informações importantes e que devem ser levadas em consideração neste primeiro momento de identificação das principais características do município refere-se à infraestrutura disponível e ao meio ambiente.

Dados sobre a infraestrutura geral nos permitem uma visão mais próxima da real qualidade de vida da população residente em termos de acesso à habitação e serviços básicos como energia elétrica, água, saneamento, transporte entre outros.

Sobre os serviços básicos que cercam a questão da habitação, pode-se verificar certa precariedade no município e, consequentemente, a urgência de expansão e melhorias. Em se tratando de município com mais de 60% dos domicílios em área rural, os dados apresentados no quadro a seguir não chegam a ser uma surpresa. No entanto, não é possível passar por eles sem um estranhamento. Praticamente todos os domicílios da área urbana e aproximadamente 12% dos domicílios na área rural têm acesso à água via rede geral. Mas chamam atenção os elevados percentuais de domicílios que não acessam água por rede geral ou poço/nascente na propriedade (45,31%) e que não possuem banheiro/sanitário exclusivo do domicílio (28,35%). A inexistência de coleta de esgoto via rede geral merece destaque. Informações importantes que indicam a necessidade de maior investimento em infraestrutura, saneamento e controle da qualidade da água utilizada para consumo residencial, inclusive por questões de saúde pública.

Por outro lado, o percentual de domicílios com acesso a energia elétrica indica um aspecto positivo, mais de 90% deles têm acesso a este serviço.

Quadro 2.1. Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Fruta de Leite (em %) – 2010

Dado 2010

Domicílios com acesso a abastecimento de água por rede geral 45,31

Domicílios com acesso a abastecimento de água por poço ou nascente na propriedade

9,39

Domicílios com acesso a abastecimento de água por outra forma 45,31

Domicílios com acesso a energia elétrica 94,83

Domicílios atendidos com sistema de esgotamento sanitário – rede geral 0,06

Domicílios atendidos com sistema de esgotamento sanitário – fossa 69,81

Domicílios com existência de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do domicílio 71,65

Domicílios atendidos por sistema de coleta de lixo 29,99

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Percentuais calculados a partir de um total de 1.587 domicílios.

Nas questões de vulnerabilidade social apontadas pelo Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013, a porcentagem de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário inadequados aparece como um importante indicativo dessa realidade. Em Fruta de Leite acusava-se, no ano 2000, a ocorrência de 36,38% de pessoas em domicílios nessas situações, enquanto que em 2010, situa-se a redução desses percentuais para 12,54% (PNUD, Atlas do Desenvolvimento Humano, 2013).

A frota de veículos em Fruta de Leite apresentou crescimento de 298% entre os anos de 2005 a 2012. Chama atenção o aumento no número de automóveis e motocicletas. Como indica a tabela

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77

a seguir, o número automóveis saltou de 65 em 2005 para 178 em 2012 e o de motocicletas passou de 137 para 445.

Tabela 2.7. Frota de veículos circulantes em Fruta de Leite – 2005-2012

Veículo 2005 2006 2007 2009 2010 2011 2012

Automóvel 65 67 85 114 127 142 178

Caminhão 16 19 18 19 17 20 20

Caminhão trator 0 0 0 0 0 0 0

Caminhonete 14 14 23 27 24 40 46

Camioneta 0 0 0 0 13 14 13

Micro-ônibus 1 1 1 2 2 3 3

Motocicleta 137 149 180 280 331 382 445

Motoneta 1 2 2 2 2 3 2

Ônibus 14 16 17 18 18 25 28

Trator de rodas 1 1 1 1 1 1 1

Utilitário 0 0 0 0 0 0 0

Outros 0 0 0 0 3 5 5

Total de Veículos 249 269 327 463 538 635 741

Fonte: IBGE Cidades.

Obs.: Dados de 2008 não disponíveis.

Gráfico 2.9. Crescimento da frota de veículos circulantes em Fruta de Leite – 2005-2012

178

65 67 85114

127

142

445

137149

180

280

331

382

741

327

463

538

635

249269

1,0

101,0

201,0

301,0

401,0

501,0

601,0

701,0

801,0

2005 2006 2007 2009 2010 2011 2012

Automóvel Motocicleta Total de veídulos

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Dados de 2008 não disponíveis.

Poucos dados secundários sobre o meio ambiente e degradação ambiental foram localizados,. Por meio da Tabela 2.8, apresentada a seguir, tem-se um indicativo das áreas de proteção existentes e percentagens de cobertura da vegetação desse município.

Page 78: Relatório de dados secundários Norte de Minas

78

Tabela 2.8. Dados gerais sobre meio ambiente em Fruta de Leite – 2010

Dado Percentual

Percentual de áreas de proteção integral 0,00

Percentual de áreas de uso sustentável 0,00

Percentual de cobertura vegetal por mata atlântica 0,00

Percentual de cobertura vegetal por flora nativa 45,41

Percentual de cobertura vegetal por reflorestamento 1,46

Percentual de áreas indígenas 0,00

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Em termos gerais sabe-se que, desde 2008, o município não realiza licenciamento ambiental de impacto local conforme publicizam os dados e informações apresentadas pelo PNUD (2013) no Relatório Dinâmico de Fruta de Leite (Portal ODM, 2013). Ainda com base nesse documento identificam-se a escassez de recursos hídricos e os desmatamentos como algumas das ocorrências de degradação ambiental impactantes em seu território e nas condições de vida da população.

2.4. EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES

2.4.1. EDUCAÇÃO

Como é sabido, a educação (escolarização da população) é um importante componente do cálculo do IDH. Os dados sobre educação em Fruta de Leite ganham destaque por apresentar percentuais de acesso, frequência e alfabetização inferiores aos encontrados para o país e para o estado.

Primeiramente, chama atenção o percentual de pessoas com 5 anos ou mais de idade não alfabetizadas. Como é possível verificar no gráfico a seguir, na última década houve queda no percentual de analfabetos, reforçando o esforço de enfrentamento local deste problema. Mas, ainda assim, o município apresenta percentual significativamente superior de pessoas analfabetas ao verificado para o Brasil e Minas Gerais.

Page 79: Relatório de dados secundários Norte de Minas

79

Gráfico 2.10. Percentual de pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010

8,55

30,9

15,7

10,5313,3

38,95

1,0

6,0

11,0

16,0

21,0

26,0

31,0

36,0

41,0

2000 2010

Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Esse dado merece detalhamento para melhor compreensão do problema. Tanto em 2000 quanto em 2010, Fruta de Leite apresentou percentual superior de não alfabetizados em todas as faixas etárias quando comparado ao Brasil e Minas Gerais. É importante registrar que 5,24% da população em idade regular para frequentar a escola, principalmente o ensino fundamental (5 a 14 anos), não eram alfabetizadas em 2010. Apesar de apresentar uma queda entre 2000 e 2010, esse percentual ainda

é elevado. Mas cabe registrar que, geralmente, o processo de alfabetização para a maioria das crianças, principalmente àquelas que acessam a escola pública, se inicia aos 6 anos de idade.

É importante ainda destacar que 16,95% das pessoas com 5 anos ou mais de idade não alfabetizadas se encontravam na faixa etária de 5 a 14 anos. Outro percentual que chama atenção no município é o de adultos entre 30 a 59 anos que também não são alfabetizados, 13,18%. Estes dados devem ser levados em consideração quando da elaboração de políticas educacionais especificas para crianças, jovens e adultos.

Tabela 2.9. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas (em %): Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2000-2010

Faixa etária Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

2000 2010 2000 2010 2000 2010

De 5 a 14 anos 5,62 2,81 4,28 1,74 10,14 5,24

De 15 a 29 anos 1,83 0,81 1,05 0,43 4,19 1,82

De 30 a 59 anos 3,25 3,86 2,71 3,06 10,54 13,18

60 anos ou mais n.d. 3,05 n.d. 3,31 n.d. 10,67

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Nota: n.d. = não disponível.

Page 80: Relatório de dados secundários Norte de Minas

80

Gráfico 2.11. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas por FAIXA ETÁRIA (em %): Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010

0,43

5,24

1,82

10,67

2,81

0,81

3,86

3,05

1,74

3,06

3,31

13,18

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

De 5 a 14 anos De 15 a 29 anos De 30 a 59 anos 60 anos ou mais

Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Os dados sobre pessoas com pelo menos nível superior (graduação) concluído reforçam a baixa escolaridade e a necessidade de se investir na escolarização da população. Enquanto no Brasil e em Minas Gerais esse percentual ultrapassa 6%, em Fruta de Leite é pouco mais de 1%.

Gráfico 2.12. Percentual da população com pelo menos nível superior (graduação) concluído: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010

7,066,85

1,33

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Page 81: Relatório de dados secundários Norte de Minas

81

O quadro a seguir apresenta dados gerais sobre educação como números de matrículas, de docentes e de escolas identificados no município em 2009. Cabe registrar que todas as matrículas, em todos os níveis, são em escolas públicas.

Quadro 2.2. Dados gerais sobre educação: em Fruta de Leite – 2009

Dado Unidade Número

Matrículas - Ensino fundamental matrícula 1.263

Matrículas - Ensino médio matrícula 221

Matrículas - Ensino pré-escolar matrícula 66

Docentes - Ensino fundamental docente 84

Docentes - Ensino médio docente 21

Docentes - Ensino pré-escolar docente 8

Escolas - Ensino fundamental escola 9

Escolas - Ensino médio escola 1

Escolas - Ensino pré-escolar escola 1

Fonte: IBGE Cidades.

A distorção idade-série é outra dimensão importante a ser analisada. Indica-se que há 43,2% de defasagem entre as pessoas que chegam até o ensino médio. Isso quer dizer que a distorção aumenta na medida em que se avança nos níveis de ensino. No ensino fundamental, particularmente, estima-se que 12,9% dos alunos estejam com idade superior à recomendada para as séries iniciais (1º ao 5º ano) enquanto 43,7% é apontado para as séries finais (6º ao 9º ano) (PNUD / Portal ODM, 2013). Demarca-se, nesse contexto, o significado social de ações

políticas como do Pacto Nacional pela Alfabetização na idade certa, do Governo Federal, operacionalizado nos municípios. O IDEB de Fruta de Leite também apresentou variações consideráveis entre 2009 a 2011.

Quadro 2.3. IDEB de Fruta de Leite – 2009

Ano de referência

2009

2011

Meta

projetada

Resultado

obtido

Meta

projetada

Resultado

obtido

Anos iniciais (4ª série/5º ano)

3.6 4.5 4.1 5.3

Anos finais (8ª série / 9º ano)

2.9 2.4 3.1 3.1

Fonte: MEC/INEP (2013)

Ao combinar os resultados da avaliação do rendimento escolar às notas dos alunos obtidas no exame Prova Brasil, o IDEB de Fruta de Leite, para os anos iniciais, o inseriu na 1.772ª posição entre os 5.565 brasileiros. Nessa mesma correlação, o Índice obtido para as séries finais o colocou na 5.305ª posição. Verifica-se, por meio dos dados apresentados no quadro 3 que as metas projetadas foram alcançadas, no ano de 2009, somente nas séries iniciais. Em 2011, o IDEB foi positivo em ambos os anos (iniciais e finais) da educação básica. Cabe sinalizar que a meta projetada para 2013 é de 4.4 para as séries iniciais e de 3.5 para as finais. Tais informações indicam que os resultados foram melhores, mais exitosos, nos primeiros anos de escolarização das crianças/adolescentes do ensino fundamental do que os obtidos

Page 82: Relatório de dados secundários Norte de Minas

82

nas séries que se seguem. Cabe ressaltar que a variação do IDEB é de 0 a 10.

2.4.2. Cultura e Esportes

Sobre cultura e esportes, poucos dados secundários foram encontrados para incrementar o presente relatório. As informações identificadas referem-se à gestão, participação popular e existência de equipamento.

De acordo com o Índice Mineiro de Responsabilidade Social, desenvolvido pela Fundação João Pinheiro (IMRS/FJP), em Fruta de Leite, em se tratando de organização e gestão, a área cultural é mais estruturada que a área de esportes. Em 2010 existia no município Conselho de Patrimônio Cultural e Conselho Municipal de Cultura e o Órgão Gestor de Cultura era a própria Secretaria de Cultura. Nesse mesmo ano não havia Conselho Municipal de Esporte. O único equipamento de cultura existente identificado pelo referido Índice em 2010 no município foi a Biblioteca Municipal (outros como museu, teatro, cinema, centro cultural e banda de música inexistiam). O quadro a seguir apresenta dados gerais sobre acervo, número de leitores e serviços prestados pela Biblioteca municipal.

Quadro 2.4. Dados gerais sobre a Biblioteca Municipal em Fruta de Leite – 2010

Acervo (livros, revistas, etc.) 10 mil a 20 mil exemplares

Número de leitores por mês 189

Média mensal de empréstimos 95

Acesso à internet para o leitor Sem informação

Número de funcionários 5

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Segundo esta mesma fonte (IMRS/FJP), não foi identificada a existência de equipamentos de esporte.

Page 83: Relatório de dados secundários Norte de Minas

83

2.5. ASSISTÊNCIA, PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL

2.5.1. Assistência Social

Mesmo não compondo diretamente o indicador, a assistência social é um aspecto importantíssimo a ser pensado quando o assunto é município de baixo IDH. Geralmente, esses municípios têm um significativo percentual da população com renda e escolaridade baixas e, consequentemente, mais pessoas expostas aos riscos sociais. Municípios com estas características devem estar atentos às políticas públicas socioassistenciais nacionais e estaduais, e cada vez mais aprimorar os serviços de assistência social para atender as demandas da população.

Destaca-se que entre os principais mecanismos de enfrentamento dos problemas de assistência social por parte dos municípios estão a previsão orçamentária para essa função (assistência social) e elaboração de Política Municipal de Assistência Social.

Os dados sobre a gestão da assistência social dizem muito da capacidade de atendimento e apoio que o município pode oferecer à população menos abastada economicamente. Fruta de Leite se classifica como um município de pequeno porte I, considerando o seu contingente populacional e área de abrangência. De acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento Social (2013), sistematizadas pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI), por meio dos relatórios da política de proteção social básica, o nível de

habilitação da gestão da política municipal de Assistência Social de Fruta de Leite é básica. O Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) é o único equipamento público que legitima esse tipo de proteção social básica tendo previsão da capacidade de atendimento de até 500 famílias / ano, conforme dispositivos da NOB-SUAS de 2012. Quanto aos pisos previstos pela Política de Assistência Social tem-se o Piso Básico Variável ,I ligado ao Projovem Adolescente, que até julho de 2013, era responsável pelo cofinanciamento de 02 (dois) coletivos juvenis com capacidade de atendimento de até 50 jovens. O Piso Básico Variável II diz respeito ao cofinanciamento dos serviços de convivência social dentro ou fora do domicílio. Até julho de 2013, um total de 679 famílias que contavam com a presença de crianças e/ou idosos com renda per capita familiar de até ½ salário mínimo foi atendido. A única equipe volante do CRAS, ligada ao único CRAS existente em Fruta de Leite, é cofinanciada por meio do Piso Básico Variável III. Como se pode observar, grande parte dessas informações estão sintetizadas no quadro 5, apresentado abaixo:

Page 84: Relatório de dados secundários Norte de Minas

84

Quadro 2.5. Dados gerais sobre a gestão da assistência social em Fruta de Leite– 2010

Nº Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) cadastrados 1

Gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) Básica

Nº de assistentes sociais atuando na Assistência Social 1

Nº de funcionários da Assistência Social 3

Existência de previsão orçamentária para a função Assistência Social Não

Existência de Política Municipal de Assistência Social Sim

Sistema de gestão e controle social atuante (0 a 6) 3

Sistema de garantia de direitos atuante (0 a 6) 4

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Os dados do IMRS/FJP indicam que, para o ano de 2010, em Fruta de Leite os Índices de Cobertura Qualificada do Cadastro Único (CadUnico), Atualização do CadUnico e Gestão Descentralizada Municipal do Programa Bolsa Família, ambos variando de 0 a 1, eram de 1, 0,62 e 0,85 respectivamente. Ainda de acordo com o IMRS/FJP, o Índice de Institucionalização da assistência social, que varia de 0 a 28, era de 26 e o Índice Municipal de Desenvolvimento dos CRAS, que varia de 0 a 10, era de 4.

Aspecto adicional com relação à qualidade de vida das pessoas pertencentes à família de baixa renda refere-se ao recebimento de benefícios sociais. Apesar das críticas, já existem diferentes estudos apontando os reflexos positivos, incluindo aí uma pequena (mas consistente) parcela de desconcentração na renda promovida por programas de transferência de renda, ainda que, é quase unanimidade, haja um horizonte determinado para alguns programas. Entre todos, o destaque vai para o Bolsa Família, do Governo Federal. Trata-se de um programa de

transferência que associa basicamente educação (frequência à escola) e combate à fome. Este programa é construído por cadastro local e as informações são repassadas ao governo central que disponibiliza diretamente ao beneficiário um valor em espécie. Por definição, trata-se ainda de um programa focalizado em indivíduo / famílias em patamar de renda bem definido para pobreza e extrema pobreza.

Os percentuais de famílias com perfil CadUnico e de beneficiárias do Programa Bolsa Família ajudam a dimensionar a situação de pobreza, de qualidade de vida e bem estar social de uma determinada população. Os percentuais verificados para Fruta de Leite chamam atenção e preocupam por serem elevados, ambos ultrapassando 60%, superiores a média nacional. Fruta de Leite ocupa o primeiro lugar no ranking dos municípios em estudo quanto aos percentuais de famílias com perfil CadUnico e de beneficiárias do Programa Bolsa Família. Em segundo lugar está Bertópolis.

Quadro 2.6. Dados sobre famílias, CadUnico e Bolsa Família em Fruta de Leite – 2010

Total de famílias identificadas no município (Censo 2010) 1.480

Total famílias beneficiárias do Programa Bolsa família 935

% famílias beneficiárias do Programa Bolsa família 63,2

Total famílias com perfil CadUnico 1.358

% famílias com perfil CadUnico 91,8

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010; Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Page 85: Relatório de dados secundários Norte de Minas

85

De acordo com o relatório de informações sistematizado pelo MDS (2013), em setembro de 2013, 895 famílias eram beneficiárias do Programa Bolsa Família, sendo que o valor total de recursos financeiros pagos em benefícios às famílias 144.822,00 nesse mesmo período de referência.

Quanto aos dados de 2013 o Relatório de Informações Sociais elaborado pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, indica que haviam 1.773 famílias cadastradas no CadUnico, sendo 1.524 com renda per capita de até ½ salário mínimo e 1.110 com renda per capita de até R$140,00.

Conforme o Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS/FJP), em 2010 foram transferidos R$ 1.175.410,00 para as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família no município. Valor que certamente causou impactos positivos no município, dinamizando o comércio e a economia local.

O Programa Bolsa Família concede quatro tipos de benefícios7 (básico, variável, variável vinculado ao adolescente e o variável de caráter extraordinário) aos atendidos, de acordo com a renda per capita familiar que indica a posição da família frente à extrema pobreza. No mês de agosto de 2013 registrou-se a seguinte realidade quanto ao recebimento de benefícios sociais básicos e variáveis por segmentos populacionais de Fruta de Leite:

7 Para maiores informações sobre esses benefícios consultar o site

<http://www.mds.gov.br/bolsafamilia/valores-dos-beneficios>

Quadro 2.7. Identificação do número de atendidos pelos benefícios sociais da Política de Assistência Social em Fruta de Leite – agosto de 2013

Tipo de benefício atendidos

Benefício Básico 857

Benefícios Variáveis 1.536

Benefício Variável Jovem 192

Benefício Variável Nutriz - BVN 9

Benefício Variável Gestante – BVG 4

Benefício de Superação da Extrema Pobreza - BSP 318

Fonte: MDS (2013)

Ainda sobre benefícios de transferência de renda, destaca-se o Benefício da Prestação Continuada (BPC), disponível para idosos e deficientes de famílias de baixa renda. Em 2010, havia em Fruta de Leite 19 beneficiários do BPC-Deficientes e 8 do BPC-Idoso. Esses benefícios contabilizaram R$171.530,00 no mesmo ano8.. Se considerarmos o contingente populacional de pessoas com deficiências, por exemplo, verifica-se que a demanda atendida ainda está aquém da existente.

De acordo com informações sintetizadas em agosto de 2013, no relatório do Programa Bolsa Família e Cadastro Único de Fruta de Leite, infere-se os seguintes resultados do acompanhamento das condicionalidades sociais por parte de outros setores públicos.

8 Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Page 86: Relatório de dados secundários Norte de Minas

86

Quadro 2.8. Resultados do Acompanhamento

Setores responsáveis pelo acompanhamento

Beneficiários acompanhados

Educação

815 pessoas (06 a 15 anos)

93 (16 a 17 anos)

67 (com frequência abaixo da exigida)

Saúde

841 famílias

1 gestante c/ pré natal em dia

459 crianças acompanhadas

455 crianças com vacinação em dia

Fonte: MDS (2013)

Os dados que constituem o “Mapa da pobreza e desigualdade dos municípios brasileiros”, disponibilizado pelo IBGE Cidades, corroboram a situação preocupante indicada anteriormente. A incidência de pobreza, proporção de pessoas que vivem com até R$ 70,00 de rendimento domiciliar per capita ao mês, verificada para Fruta de Leite em 2003 era de 71,45%. Superior ao identificado para o conjunto dos municípios brasileiros.

Quadro 2.9. Mapa de Pobreza e Desigualdade do Conjunto dos Municípios Brasileiros e de Fruta de Leite – 2003

Indicador Fruta de Leite Municípios brasileiros

Unidade

Incidência da Pobreza 71,45 52,27 %

Limite inferior da Incidência de Pobreza

62,12 47,62 %

Limite superior da Incidência de Pobreza

80,79 56,92 %

Incidência da Pobreza Subjetiva 75,38 55,91 %

Limite inferior da Incidência da Pobreza Subjetiva

66,55 51,27 %

Limite superior Incidência da Pobreza

Subjetiva 84,21 60,56 %

Índice de Gini 0,41 0,49 ...

Limite inferior do Índice de Gini 0,37 0,46 ...

Limite superior do Índice de Gini 0,45 0,53 ...

Fonte: IBGE Cidades.

O gráfico a seguir demonstra que todos os indicadores que compõem o Mapa da Pobreza em Fruta de Leite são superiores aos identificados para o conjunto dos municípios brasileiros.

Page 87: Relatório de dados secundários Norte de Minas

87

Gráfico 2.13. Indicadores que compõem o Mapa de Pobreza e Desigualdade: Fruta de Leite e Conjunto dos Municípios Brasileiros – 2003

84,21

52,27

56,9260,56

71,45

80,79

75,38

55,91

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

Incidência da Pobreza Limite superior da

Incidência de Pobreza

Incidência da Pobreza

Subjetiva

Limite superior

Incidência da Pobreza

Subjetiva

Fruta de Leite Municípios brasileiros

Fonte: IBGE Cidades.

O Censo 2010 detectou que a incidência de pobreza era maior nos municípios de porte médio (10 mil a 50 mil habitantes). Os dados por município para este ano não estavam disponíveis até o final da elaboração deste relatório. Mas; cabe registrar que enquanto a proporção de pessoas que viviam com até R$70,00 de rendimento domiciliar per capita era, em média, 6,3% no Brasil, nos municípios de 10 mil a 20 mil habitantes esse percentual era o dobro (13,7%), com metade da população nesses municípios vivendo com até ½ salário mínimo per capita.

Já nas cidades com população superior a 500 mil habitantes, menos de 2% viviam com até R$70,00 per capita e cerca de ¼ das pessoas vivia com até ½ salário mínimo de rendimento domiciliar per capita9

Cabe ainda registrar o Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF), indicador sintético que mede o grau de desenvolvimento das famílias possibilitando apurar o grau de vulnerabilidade de cada família do CADÚNICO, bem como analisar um grupo de famílias ou mesmo o total de famílias do município. O índice varia de 0 a 1, quanto mais próximo de 1 melhores as condições da família 10 Como é possível identificar na tabela a seguir, os componentes que mais comprometem o IDF em Fruta de Leite são os mesmos verificados em Bonito de Minas: Acesso ao trabalho, Acesso ao conhecimento e Disponibilidade de recursos.

Tabela 2.10. Índice de Desenvolvimento Familiar e seus componentes em Fruta de Leite- 2010

Índice e seus componentes Índice

Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF) 0,50

Vulnerabilidade 0,70

Acesso ao conhecimento 0,23

Acesso ao trabalho 0,15

Disponibilidade de recursos 0,37

Desenvolvimento infantil 0,94

Condição Habitacional 0,60

Fonte: Relatórios de Informações Sociais / SAGI / MDS.

9 Para mais informações consultar sítio do IBGE - <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2019&id_pagina=1> 10 Para mais informações vide: <http://www.mds.gov.br>.

Page 88: Relatório de dados secundários Norte de Minas

88

O Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013 sintetiza os seguintes indicativos de vulnerabilidade social existentes em Fruta de Leite:

Tabela 2.11. Indicativos sobre as situações de vulnerabilidade social existentes em Fruta de Leite (2013)

Crianças e Jovens 1991 2000 2010

Mortalidade infantil 45,10 38,40 19,50

% de crianças de 4 a 5 anos fora da escola - 81,95 65,11

% de crianças de 6 a 14 anos fora da escola 49,50 10,90 5,29

% de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam nem trabalham e são vulneráveis à pobreza

- 37,82 18,52

% de mulheres de 10 a 14 anos que tiveram filhos 0,00 0,00 0,75

% de mulheres de 15 a 17 anos que tiveram filhos 3,23 2,99 7,01

Taxa de atividade - 10 a 14 anos (%) - 3,48 14,23

Família 1991 2000 2010

% de mães chefes de família sem fundamental completo e com filhos menores de 15 anos

17,44 20,86 22,86

% de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza e dependentes de

idosos 12,64 7,73 5,41

% de crianças extremamente pobres 76,47 68,47 26,68

Trabalho e Renda 1991 2000 2010

% de vulneráveis à pobreza 96,38 89,60 69,76

% de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental completo e em ocupação informal

- 85,22 68,86

Condição de Moradia 1991 2000 2010

% de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário inadequados

16,43 36,38 12,54

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano (2013); Pnud, Ipea e FJP

2.5.2. Participação e Organização Social

Outro dado importante que deve ser olhado com cuidado nas cidades em estudo, refere-se à organização e à participação social. Estes dados importam quando o que se pretende é aumentar o grau de empoderamento popular, um dos objetivos do Projeto 10Envolver. Os conselhos municipais são espaços de participação que ganharam força com a instituição da Constituição de 1988.

A seguir apresenta-se um quadro com a existência de conselhos no município.

Quadro 2.10. Conselhos municipais existentes em Fruta de Leite – 2010

Conselho

Assistência Social

Conselho Tutelar Conselho de Alimentação Escolar Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente

Defesa dos Direitos dos idosos Habitação Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural

Meio Ambiente Saúde

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro e complementação

com dados de pesquisa direta feita pelos Pesquisadores do Projeto 10envolver no município (2013).

Page 89: Relatório de dados secundários Norte de Minas

89

2.6. SAÚDE

Em se tratando de saúde, os dados identificados como relevantes para esta análise referem-se à atenção básica, mortalidade e equipamentos.

Em 2009 existiam no município dois estabelecimentos de saúde, todos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ambos equipados para atendimento ambulatorial (com atendimento médico em especialidades básicas) e odontológico. Nenhum deles estava equipado para internações11.

Os dados gerais sobre a situação da saúde em Fruta de Leite não se distanciam muito do encontrado para os demais municípios com baixo IDH. Entre os aspectos positivos vale ressaltar a pequena proporção de internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado e entre os negativos a elevada taxa de mortalidade por acidente de transporte da população de 15 a 29 anos (dados referentes ao ano de 2010).

11 Fonte: IBGE Cidades

Quadro 2.11. Dados gerais sobre situação da saúde em Fruta de Leite – 2010

Taxa bruta de mortalidade 8,08 por mil

habitantes)

Taxa bruta de mortalidade padronizada 7,03 por mil

habitantes)

Taxa de mortalidade por acidente de transporte da população de 15 a 29 anos

192,018 por 100 mil habitantes)

Taxa de mortalidade por homicídio na população total 0 por 100 mil habitantes)

Taxa de mortalidade por homicídio da população de 15 a 29 anos 0 por 100 mil

habitantes)

Mortalidade proporcional da população idosa (60 anos ou mais) 45,83 %

Proporção de nascidos vivos com baixo peso 10 %

Notificação de óbito por raiva humana transmitida por cão ou gato 0 Nº

Proporção de internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado

0,96 %

Proporção de internações por doenças de veiculação hídrica 0,96 %

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Dos dados sobre atenção básica (apresentados no quadro a seguir) chama atenção o referente à proporção de nascidos vivos cujas mães realizaram sete ou mais consultas de pré-natal. Certamente esse atendimento pode e deve ser ampliado

Page 90: Relatório de dados secundários Norte de Minas

90

Quadro 2.12. Dados gerais sobre saúde - atenção básica - em Fruta de Leite - 2010

Proporção da população atendida pelo PSF 100,00 %

Meses de cobertura do PSF 12 Meses

Proporção de nascidos vivos cujas mães realizaram 7 ou mais

consultas de pré-natal 61,00 %

Cobertura vacinal de tetravalente em menores de 1 ano 100,00 %

Cobertura vacinal contra poliomielite em menores de 1 ano 100,00 %

Cobertura vacinal de tríplice viral da população de 1 ano de idade 100,00 %

Cobertura vacinal em campanha contra influenza da população de

60 anos ou mais 78,47 %

Proporção de óbitos por causas mal definidas sem assistência médica

n.d. %

Proporção de óbitos por causas mal definidas 8,33 %

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro. Nota: n.d. = não disponível.

Ainda sobre saúde, é importante destacar dados referentes à mortalidade infantil. O número de óbitos de menores de um ano de idade na população residente em determinado espaço geográfico reflete, de maneira geral, as condições de desenvolvimento socioeconômico e infraestrutura ambiental, bem como o acesso e a qualidade dos recursos disponíveis para atenção à saúde materna e da população infantil. De 2010 para 2011 verificou-se queda significativa na Taxa de Mortalidade Infantil municipal. Há que se registrar que em município pequeno, de população reduzida, uma pequena mudança no número de óbitos interfere diretamente no valor da taxa. Portanto, é preciso acompanhar de perto tanto a evolução desta quanto do número de óbitos infantis.

Quadro 2.13. Taxa de mortalidade infantil e Número de óbitos infantis em Fruta de Leite – 2009-2011

Ano Taxa de mortalidade infantil Nº de óbitos infantis

2009 9,43 1

2010 29,7 3

2011 10,31 1

Fonte: Ministério da Saúde / DATASUS / Pacto pela Saúde, 2010-2011.

Gráfico 2.14. Evolução da Taxa de mortalidade infantil: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2009-2010

16,8 16,98

29,70

15,9716,16

10,31

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

2009 2010

Fonte:Ministério da Saúde / DATASUS / Pacto pela Saúde, 2010-2011.

Page 91: Relatório de dados secundários Norte de Minas

91

De maneira geral, os dados sobre os tipos de deficiências em Fruta de Leite não apresentam surpresas e, apesar de superiores, não se distanciam significativamente dos encontrados para Minas Gerais e Brasil. Cabe registrar que 15,68% da população apresentava pelo menos uma das deficiências investigadas pelo Censo 2010 (visual, auditiva, motora, mental/intelectual), inferior ao verificado para Minas e Brasil. A tabela e o gráfico a seguir, ilustram a situação.

Tabela 2.12. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010

Tipo de deficiência Brasil Minas

Gerais

Fruta de

Leite

Pelo menos uma das deficiências investigadas 23,91 22,62 15,68

Deficiência visual - não consegue de modo

algum 0,27 0,23 0,07

Deficiência visual - grande dificuldade 3,18 3,02 0,98

Deficiência visual - alguma dificuldade 15,31 13,79 9,34

Deficiência auditiva - não consegue de modo algum

0,18 0,17 0,12

Deficiência auditiva - grande dificuldade 0,94 1,02 0,59

Deficiência auditiva - alguma dificuldade 3,97 3,93 3,71

Deficiência motora - não consegue de modo algum

0,39 0,40 0,09

Deficiência motora - grande dificuldade 1,94 2,06 0,56

Deficiência motora - alguma dificuldade 4,63 4,57 5,63

Mental / Intelectual 1,37 1,53 1,33

Nenhuma dessas deficiências 76,06 77,36 84,32

Sem declaração 0,03 0,02 -

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Gráfico 2.15. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Fruta de Leite – 2010

4,63

1,37

22,62

13,79

4,57

1,53

15,68

9,34

3,71

5,63

1,33

23,91

15,31

3,97 3,93

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

Pelo menos uma

das deficiências

investigadas

Deficiência

visual - alguma

dificuldade

Deficiência

auditiva -

alguma

dificuldade

Deficiência

motora - alguma

dificuldade

Mental /

Intelectual

Brasil Minas Gerais Fruta de Leite

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Sobre a mensuração do contingente populacional de Fruta de Leite/MG, com algum tipo de deficiência/fragilidades, conseguiu-se apontar algumas estimativas de 2010 a esse respeito:

Page 92: Relatório de dados secundários Norte de Minas

92

Tabela 2.13. Identificação da população com algum grau de dificuldade físico-motora e/ou deficiências de Fruta de Leite - 2010

Tipo de

deficiências

Especificação/grau de impedimento

Alguma

dificuldade

Grande

dificuldade

Não consegue

de modo algum

Total de pessoas com

alguma deficiência

Auditiva 221 35 7 263

Motora 334 33 5 372

Visual 555 58 4 617

Mental / intelectual - 79

Total geral 1.331

Fonte: IBGE, Censo Demográfico / 2010.

Por meio da tabela 2.13 identifica-se um expressivo grau de dificuldades/fragilidades de visão, e/ou deficiência visual, de 617 residentes de Fruta de Leite-MG. Em termos gerais cerca de 1.331 pessoas possuem algum tipo de dificuldade e/ou deficiência que provoca inúmeros impedimentos audios-visuais, mentais ou motores. Além de demandar políticas públicas específicas, esse contingente é expressivo quando comparado, principalmente, ao tamanho da população desse município (5.940 / CENSO 2010/IBGE).

2.7. ECONOMIA, EMPREGO E FINANÇAS

Entre os índices que ajudam a entender o desenvolvimento humano e social de uma determinada localidade está o IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal). Tendo por base o ano de 2000, Fruta de Leite, juntamente com Crisólita, apresentava 9º pior IDH-M dos municípios mineiros (0,586). É importante atentar para dois aspectos importantes do IDH-M no município: os três subíndices que compõem o IDH-M (Renda, Longevidade e Educação) são baixos, mesmo apresentando crescimento no período entre 1991 e 2000; o IDHM-Renda tem impacto significativo no índice final do município, sendo este subíndice o menor dos três componentes (nos dez municípios em estudo). Alguns dados já apresentados ajudam a explicar/entender o baixo IDH municipal.

Page 93: Relatório de dados secundários Norte de Minas

93

Gráfico 2.16. IDH-M de municípios mineiros selecionados – 2000

0,585

0,582

0,581

0,580

0,575

0,571

0,570

0,568

0,586

0,841

0,586

0,4

Poços de Caldas

Crisólita

Fruta de Leite

Bertópolis

Novo Oriente de Minas

Gameleiras

Bonito de Minas

Pai Pedro

Indaiabira

Monte Formoso

Setubinha

Obs.: Municípios selecionados: 10 menores IDH-M e maior IDH-M de Minas Gerais.

Fonte:Atlas do Desenvolvimento Humano / PNUD, 2003.

Conforme informações do IBGE Cidades, o Produto Interno Bruto (PIB) de Fruta de Leite em 2010 era R$31.908.000,00 e o PIB per capita R$5.371,59. O destaque em sua composição era para o setor de serviços, com R$19.212.000,00, seguido da Agropecuária (R$6.313.000,00), Indústria (R$5.679.000,00) e Impostos sobre produtos líquidos de subsídios (R$704.000,00), todos a preços correntes.

Gráfico 2.17. Composição do PIB a preços correntes em Fruta de Leite – 2010 (em mil reais)

704

19.212

6.313

5.679

0,0

5000,0

10000,0

15000,0

20000,0

25000,0

Serviços Agropecuária Indústria Produtos líquidos

de subsídios

Fonte: IBGE Cidades.

Entre os 10 municípios em estudo pelo Projeto 10Envolver, segundo o IMRS/FJP, Fruta de Leite apresentava em 2010 uma renda per capita de R$312,23 - sexto menor valor entre os 10 municípios em estudo. Apesar do baixo valor da renda per capta, o município apresentou a segunda maior taxa de crescimento dessa renda entre os anos 2000 e 2010 (também entre os 10 municípios em estudo), 178,26%.

Page 94: Relatório de dados secundários Norte de Minas

94

Quadro 2.14. Dados gerais sobre renda e emprego em Fruta de Leite – 2000 e 2010

Renda per capita em 2000 (R$ de dez) – FJP 112,21

Renda per capita em 2010 (R$ de dez) – FJP 312,23

Empregados do setor formal (pessoas) – FJP 335

Taxa de emprego no setor formal (%) – FJP 9,90

Rendimento médio no setor formal (R$ de dez/2010 / empregado) – FJP 941,33

Rendimento per capita no setor formal (R$ de dez/2010 / habitante) – FJP 53,09

Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio – Urbana (R$) – IBGE Cidades

806,43

Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio – Rural

(R$) – IBGE Cidades

1.110,77

Fonte: IBGE Cidades; Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Conforme o Boletim de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo RAIS - Principais ocupações formais do público BSM, elaborado pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que divulga dados municipais, no período de 2008 e 2011, a quantidade de vagas no mercado formal diminuiu em 08 postos. Esta informação denuncia a precariedade econômica no município. Este tipo de situação poderá contribuir para crescimento negativo da população, na medida em que parcela da população economicamente ativa não consegue emprego no município em que reside. Apesar da baixa de postos de trabalho no município, o grupo que apresentou maior elevação foi o Grupo 2 – Profissionais das ciências e das artes, 16 postos. As ocupações formais com maior número de postos em 2011 no município eram as compostas pelos grupos 3 e 5 (com 59 e 131 postos

respectivamente). As remunerações mais altas estavam concentradas nos grupos 2 e 4.

Em particular, cabe destacar a variação de 63,44% na remuneração média no Grupo 7 - Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais e a remuneração média de R$ 1.343,05 pertencente ao Grupo 2 - Profissionais das ciências e das artes em 2011.

Quadro 2.15. Grandes grupos ocupacionais

Grupo Ocupação

1 Membros superiores do poder público, dirigentes de organizações de interesse público e de empresas e gerentes

2 Profissionais das ciências e das artes

3 Técnicos de nível médio

4 Trabalhadores de serviços administrativos

5 Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados

6 Trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca

7 Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais

8 Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais

9 Trabalhadores em serviços de reparação e manutenção

Fonte: Boletim – Relatórios de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo RAIS - Principais ocupações formais do público BSM / SAGI / MDS.

Page 95: Relatório de dados secundários Norte de Minas

95

Quadro 2.16. Grandes grupos ocupacionais por remuneração média e número de postos em Fruta de Leite - 2008 e 2011

Grupo Remuneração média em 2008

Postos em 2008

Remuneração média em 2011

Postos em 2011

Variação da Remuneração

1 944,73 14 852,96 09 -9,71%

2 865,74 22 1.343,05 38 55,13%

3 449,56 75 707,49 59 57,37%

4 536,11 28 854,63 30 59,41%

5 410,40 142 587,76 131 43,22%

6 604,58 02 549,89 03 -9,05%

7 480,29 13 784,98 15 63,44%

8 00,00 00 816,25 01 -%

9 00,00 00 544,77 02 -%

Fonte: Boletim – Relatórios de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo RAIS - Principais ocupações formais do público BSM / SAGI / MDS.

Gráfico 2.18. Evolução do número de postos de trabalho em Fruta de Leite -2008 e 2011 (três grupos com maior número de postos em 2011)

142

131

75

59

22

38

1,0

21,0

41,0

61,0

81,0

101,0

121,0

141,0

161,0

Postos em 2008 Postos em 2011

Grupo 5 Grupo 3 Grupo 2

Fonte: Boletim – Relatórios de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo RAIS - Principais ocupações formais do público BSM / SAGI / MDS.

Sobre a taxa de atividade da população de 18 anos ou

economicamente ativa é possível afirmar que obteve um significativo aumento de 40,63% para 65,09%, entre os anos de 2000 a 2010, respectivamente. Já a taxa de desocupação

reduziu de 15,57% para 6,52% nesses mesmos anos de referência. Em síntese, tem-se a seguinte realidade em Fruta de Leite:

Page 96: Relatório de dados secundários Norte de Minas

96

Tabela 2.14. Ocupação da população de 18 anos ou mais - Fruta de Leite - MG

Descrição 2000 2010

Taxa de atividade 40,63 65,09

Taxa de desocupação 15,57 6,52

Grau de formalização dos ocupados - 18 anos ou mais 33,47 32,77

Nível educacional dos ocupados

% dos ocupados com fundamental completo 9,95 24,14

% dos ocupados com médio completo 5,78 13,59

Rendimento médio

% dos ocupados com rendimento de até 1 s.m. 80,93 64,09

% dos ocupados com rendimento de até 2 s.m. 93,46 95,99

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humanos (20130; Pnud, Ipea e FJP

Ainda sinaliza o Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013 que no ano de 2010, 64,37% das pessoas ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais trabalhavam no setor agropecuário, enquanto que 0,32% estavam inseridos na indústria extrativa, 1,23% na indústria de transformação, 4,86% no setor de construção, 0,10% nos setores de utilidade pública, 2,23% no comércio e 24,25% no setor de serviços.

Os principais produtos da lavoura permanente em 2011 foram a banana, café, coco-da-baía, laranja, limão, manga e tangerina. Já os produtos da lavoura temporária neste mesmo ano foram o amendoim, arroz, cana-de-açúcar, feijão, mamona, mandioca e milho (vide produção no quadro a seguir).

Quadro 2.17. Produção agrícola na lavoura permanente em Fruta de Leite 2004-2011

Produto 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004

Banana 195 195 195 195 195 165 165 150

Café 22 36 23 36 36 30 30 29

Coco-da-baía 4 3 3 - - - - -

Laranja 264 264 264 264 264 264 264 300

Limão 5 5 5 5 5 5 5 6

Manga 145 145 140 140 140 140 140 150

Tangerina 13 13 12 12 12 12 12 16

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Produção em toneladas.

Quadro 2.18. Produção agrícola na lavoura temporária em Fruta de Leite – 2004 - 2011

Produto 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004

Amendoim 1 1 1 1 1 1 18 8

Arroz (em casca) 5 5 5 4 3 - -

Cana-de-açúcar 4.125 4.675 4.675 4.675 4.675 4.500 2.500 3.500

Feijão (em grão) 257 94 226 226 365 90 90 144

Mamona 2 10 - 1 - - - -

Mandioca 600 960 960 960 960 980 480 600

Milho (em grão) 546 36 600 600 866 900 806 900

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Produção em toneladas.

Page 97: Relatório de dados secundários Norte de Minas

97

A produção pecuária merece atenção por apresentar queda na maioria dos produtos. Apenas “Bovinos”, “Equinos” e “Ovinos” apresentaram aumento na produção. O quadro a seguir apresenta a situação.

Quadro 2.19. Dados sobre produção pecuária em Fruta de Leite – 2004-2011

Produto Quantidade produzida

Unidade 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Asininos 23 22 18 51 48 47 40 38 cabeças

Bovinos 7324 6507 6811 6815 7782 7321 6840 6156 cabeças

Caprinos 14 12 10 201 194 190 179 174 cabeças

Equinos 420 416 522 570 580 584 577 571 cabeças

Galinhas 5983 5930 5906 5682 5671 5684 5612 5415 cabeças

Galos, frangas, frangos e pintos 12452 12312 12294 9210 9150 9290 9375 9110 cabeças

Leite de vaca 657 629 644 651 662 658 594 569 Mil litros

Leite de vaca 460 0 0 0 0 0 0 Mil Reais

Muares 200 196 189 123 119 120 128 125 cabeças

Ovinos 14 15 0 69 67 69 64 62 cabeças

Ovos de galinha - produção 89 89 89 86 85 85 84 81 Mil dúzias

Suínos 1562 1488 1466 1466 1464 1455 1446 1370 cabeças

Vacas ordenhadas 1460 1398 1431 1486 1472 1463 1320 1264 cabeças

Fonte: IBGE Cidades.

Page 98: Relatório de dados secundários Norte de Minas

98

2.8. SEGURANÇA PÚBLICA

Segurança pública representa hoje uma das principais preocupações da população brasileira, sejam de cidades pequenas, médias ou grandes. Mas cabe atentar que em muitos municípios a sensação de insegurança é também um problema que merece atenção. Sendo assim, dados sobre segurança pública devem ser considerados quando o que se pretende é fortalecer a organização social, promover o empoderamento e melhorar a qualidade de vida da população local.

Dados gerais sobre equipamentos de segurança pública e capacidade de aplicação da lei identificados pelo Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS/FJP) e apresentados a seguir, indicam que ainda há muito o que se fazer em Fruta de

Leite, seja no tocante a equipamentos ou capacidade de aplicação da lei. De acordo com o Índice, em 2010 haviam 990 habitantes por policial militar. No ranking das 10 cidades em estudo, Fruta de Leite ocupa o segundo lugar, em primeiro está Bertópolis com 643 habitantes por policial militar e em 10º está Bonito de Minas com 1935 habitantes por policial militar.

Não foram identificadas informações sobre o número de habitantes por policiais civis, promotor, defensor e juiz da comarca.

Quadro 2.20. Capacidade de aplicação da lei em Fruta de Leite – 2010

Dado Nº

Número de habitantes por policial militar 990

Número de policiais militares 6

Número de habitantes por policial civil n.d.

Número de policiais civis n.d.

Número de habitantes por juiz na comarca n.d.

Número de habitantes por promotor na comarca n.d.

Número de habitantes por defensor público na comarca n.d.

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Obs.: n.d. – informação não disponível.

Tabela 2.15. Equipamentos e dados gerais sobre segurança pública em Fruta de Leite – 2010

Equipamento / Dado Situação

Existência de delegacia de Polícia Civil Não

Existência de delegacia de proteção a criança e ao adolescente Não

Existência de delegacia de polícia especializada no atendimento à mulher Não

Existência de guarda municipal Não

Existência de unidade prisional Não

Existência de unidade de internação de adolescentes infratores Não

Taxa de armas apreendidas (por cem mil habitantes) 488,22

Taxa de detidos em crimes violentos (%) 0

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Page 99: Relatório de dados secundários Norte de Minas

99

GAMELEIRAS

Page 100: Relatório de dados secundários Norte de Minas

100

3. GAMELEIRAS

3.1. BREVE HISTÓRICO E LOCALIZAÇÃO

Gameleiras localiza-se no norte de Minas Gerais a uma distância de 137 km de Janaúba, 270 km de Montes Claros e 691 km de Belo Horizonte.

Gameleiras surgiu, ao que tudo indica, a partir de um grupo de pessoas que construiu casas próximas a fim de facilitar a solução de problemas comuns. Assim, teve início a povoação do município, que se localiza às margens do riacho que desce da Serra Central e que recebeu o mesmo nome “Rio Gameleiras”. A área que hoje constitui o Município de Gameleiras pertencia ao município de Boa Vista do Tremedal, que inicialmente chamou-se Brejo dos Mártires. Em 1911, compunha-se de 8 distritos. Em 1923, de acordo com a Lei Estadual 843, o município sede passou a chamar-se simplesmente Tremedal, com 5 distritos. Nessa divisão administrativa, o distrito de Brejo dos Mártires aparece pela primeira vez com o nome de Gameleiras. O município foi emancipado através da Lei Estadual nº 12.030, em 1995. Foi administrado pelo prefeito de Monte Azul até 1996, quando o primeiro prefeito do município foi eleito.

De acordo com o IBGE, Gameleiras, município de pequeno porte, ocupa uma extensão de 1.733,203 km² e, em 2010 tinha uma população de 5.139 habitantes e uma densidade demográfica de 2,97 habitantes por Km². Conforme o Atlas do Desenvolvimento Humano de 2003 (ano base 2000), apenas

cinco municípios mineiros apresentavam IDH-M inferior ao seu, que era de 0,581. Sua economia concentra-se, principalmente, na agricultura, pecuária e serviços. Aspectos que serão tratados a seguir.

Figura 3.1. Delimitação territorial do município de Gameleiras:

Fonte: Google.com.br.

Page 101: Relatório de dados secundários Norte de Minas

101

Figura 3.2. Indicação espacial dos municípios Gameleiras,

Janaúba, Montes Claros e Belo Horizonte.

Fonte: Google Earth.

Figura 3.3. Foto aérea de Gameleiras (parcial).

Fonte: Google Earth.

Page 102: Relatório de dados secundários Norte de Minas

102

3.2. DADOS GERAIS SOBRE DEMOGRAFIA, FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS

3.2.1. Composição populacional

Muitos municípios brasileiros de pequeno porte têm apresentado um crescimento negativo da população residente nos últimos anos. Uma das explicações para este fenômeno relaciona-se à baixa dinâmica econômica de tais municípios e a consequente dificuldade de acesso a emprego e renda. Tendo em vista o baixo dinamismo econômico, parte da população, principalmente jovens e adultos, deixa o município em busca de maior oportunidade de emprego. Na última década (2000-2010) o IBGE identificou crescimento negativo na população municipal. De acordo com os dois últimos censos demográficos a população residente no município caiu de 5.263 habitantes para 5.139, uma redução de 2,4%, situação que merece atenção.

Em grande parte dos municípios brasileiros a composição da população segundo o sexo apresenta uma pequena vantagem quanto ao número de mulheres. Ou seja, mesmo que em pequena diferença, há mais mulheres que homens, fenômeno que se repete no conjunto dos municípios de Minas Gerais e do Brasil. Gameleiras, por sua vez, apresenta-se como uma exceção. Quanto a esse tipo de distribuição (por sexo), é possível identificar nos Censos de 2000 e 2010 uma leve diferença numérica positiva para os homens (50,83% de homens em 2000 e 51,06% em 2010). No entanto, a diferença é pequena e permite afirmar que existe um equilíbrio entre os sexos. O

dado apenas chama atenção por se diferenciar do encontrado para o Brasil e Minas Gerais nos últimos recenseamentos. A tabela a seguir apresenta estes dados em números e em percentuais.

Tabela 3.1. População residente por sexo: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010

Região geográfica

Sexo Nº %

2000 2010 2000 2010

Brasil

Total 169.799.170 190.755.799 100,00 100,00

Homens 83.576.015 93.406.990 49,22 48,97

Mulheres 86.223.155 97.348.809 50,78 51,03

Minas Gerais

Total 17.891.494 19.597.330 100,00 100,00

Homens 8.851.587 9.641.877 49,47 49,20

Mulheres 9.039.907 9.955.453 50,53 50,8

Gameleiras - MG

Total 5.263 5.139 100,00 100,00

Homens 2.675 2.624 50,83 51,06

Mulheres 2.588 2.515 49,17 48,94

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

Page 103: Relatório de dados secundários Norte de Minas

103

Gráfico 3.1. População masculina (em %): Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010

48,97 49,249,22 49,47 50,83 51,06

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Brasil Minas Gerais Gameleiras

2000 2010

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

Outro aspecto interessante da composição populacional de Gameleiras refere-se à distribuição segundo a situação do domicílio (urbano/rural). Essa distribuição chama atenção por também se distanciar, significativamente, do verificado para o Brasil e Minas Gerais. Em 2010, mais de 70% da população do município residia em área rural, enquanto que os dados

encontrados para Brasil e Minas Gerais não atingiam 16%. Já a distribuição dos habitantes segundo sexo por situação do domicílio segue o padrão brasileiro e de Minas Gerais, qual seja: mais homens que mulheres residindo em áreas rurais.

Gráfico 3.2. População urbana (em %): Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010

16,25

27,50

81,25

84,36

82,0085,29

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

2000 2010

Brasil Minas Gerais Gameleiras

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

Page 104: Relatório de dados secundários Norte de Minas

104

Tabela 3.2. Percentual da população residente segundo situação do domicílio: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Urbano Rural Urbano Rural

Brasil 81,25 18,75 84,36 15,64

Minas Gerais 82,00 18,00 85,29 14,71

Gameleiras 16,25 83,75 27,50 72,50

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Assim como foi evidenciado em outros municípios destaca-se o expressivo contingente populacional que reside na zona rural do município de Gameleiras. Considerando a precária condição de vida e a parca existência de empregos na cidade sinaliza-se a importância de políticas públicas e sociais que incrementem o IDHM e promovam o qualitativo acesso da população a bens, direitos, serviços públicos e às oportunidades sociais motivadoras da permanência do homem no campo.

Tabela 3.3. Percentual da população rural composta por homens: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Brasil 51,39 52,62

Minas Gerais 51,52 53,19

Gameleiras 50,61 51,74

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Gráfico 3.3. Distribuição percentual da população residente na área rural por sexo: Gameleiras – 2010

Homens; 51,74

Mulheres; 48,26

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

3.2.2. Famílias e Domicílios

Em 2010, o Censo Demográfico identificou 1.475 domicílios particulares permanentes em Gameleiras. Quanto à situação dos domicílios (localização em área urbana ou rural), Gameleiras apresenta maior número de domicílios localizados em área rural, situação inversa à verificada para o Brasil e Minas Gerais. O processo de urbanização acelerada experimentado pelo país, que hoje resulta em mais de 85% dos domicílios em

Page 105: Relatório de dados secundários Norte de Minas

105

áreas urbana, não se repetiu em Gameleiras, que em 2010 se deparava com praticamente 72% dos domicílios particulares permanentes em área rural. Com esse percentual de domicílios rurais, fica evidente a necessidade de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural e o fortalecimento da agricultura familiar.

Cabe, ainda, ressaltar que, quanto à situação dos domicílios (localização em área urbana / área rural), Gameleiras está entre os 149 municípios mineiros com mais de 50% dos domicílios particulares permanentes situados em área rural.

Entre 2000 e 2010 houve um acréscimo no número de domicílios tanto na área urbana, quanto na área rural. O crescimento de domicílios na área urbana, uma tendência nacional, pode trazer preocupações quando não acompanhado do aumento da produtividade rural e do surgimento de novos postos de trabalhos na zona urbana.

Tabela 3.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Urbana Rural Urbana Rural

Brasil 83,35 16,65 85,87 14,13

Minas Gerais 83,26 16,74 86,05 13,95

Gameleiras 16,43 83,57 28,07 71,93

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Gráfico 3.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por

situação: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010

14,13 13,95

85,87 86,06

28,07

71,93

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Brasil Minas Gerais Gameleiras

Urbana Rural

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

A média de moradores em domicílios particulares ocupados em Gameleiras é superior à verificada para o Brasil e Minas Gerais. No entanto, na última década todos apresentam a mesma tendência: queda. Como é possível identificar no gráfico a seguir, a queda na média de moradores por domicilio no município na última década foi mais acentuada que em Minas e Brasil.

Page 106: Relatório de dados secundários Norte de Minas

106

Gráfico 3.4. Média de moradores em domicílios particulares ocupados (Pessoas): Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010

3,23

4,39

3,46

3,76

3,31

3,72

3,0

3,2

3,4

3,6

3,8

4,0

4,2

4,4

4,6

2000 2010

Brasil Minas Gerais Gameleiras

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Outro dado importante a ser ressaltado, refere-se ao número de moradores por domicílio. De acordo com o Censo 2010, 11,19% dos domicílios particulares ocupados em Gameleiras tinham apenas 1 morador e 9,76% tinham 6 ou mais moradores. Valores próximos aos identificados para Minas Gerais e Brasil.

Gráfico 3.5. Distribuição da população por número de moradores em domicílios particulares ocupados (em %): Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010

13,00

79,50

7,5111,19

79,04

9,76

12,18

79,02

8,79

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

1 morador 2 a 5 moradores 6 moradores ou mais

Brasil Minas Gerais Gameleiras

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Sobre a condição da ocupação, chama atenção o percentual de domicílios reconhecidos por seus moradores como “Cedidos”: 11,39% (168 unidades). Ressalta-se que o percentual de imóveis cedidos é o 4º mais elevado dentre os 10 municípios objetos de estudo do Projeto 10Envolver. Situação que merece atenção por, muitas vezes, refletir insegurança quanto acesso à

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107

moradia. Os domicílios identificados como “Próprios” somaram 1.242 unidades (84,2%, superior ao identificado para Brasil e Minas Gerais – aproximadamente 70%) e os “Alugados” 64 unidades (4,34%).

Ao despertar atenção e preocupação esses dados apontam a necessidade de promover políticas de regularização fundiária em Gameleiras que, em 2010, tinha mais de 10% de sua população residindo em situação irregular. De acordo com informações disponibilizadas no Relatório Dinâmico desse município (PNUD, Portal ODM, 2013), desde o ano de 2008 foram identificados inúmeros loteamentos irregulares, mas nenhuma política de regularização fundiária foi construída com vistas a resolver o problema.

A distribuição etária da população revela um quadro comum a várias cidades brasileiras com IDH mais baixo, percentual significativo de pessoas com até 17 anos – economicamente não ativas. Dado que se distancia do verificado para Minas Gerais e Brasil. Enquanto Minas e Brasil apresentam 27,75% e 29,52% respectivamente da população nessa faixa etária, Gameleiras apresenta 32,03%. Certamente isso produz impactos, inclusive financeiros, nas políticas públicas para crianças e adolescentes. Consequentemente, o município apresenta menor percentual da população na idade adulta (aqui considerada de 25 a 59 anos), quando comparado ao Brasil e Minas Gerais. O percentual de idosos (60 anos ou mais) identificado foi de 11,89, próximo ao identificado para Minas (11,80%) e Brasil (10,79%). Enquanto o Índice de envelhecimento apresentou crescimento na última década,

passando de14,6 em 2000 para 37,3 em 2010 (FJP), a Razão de dependência apresentou queda, saindo de 54,8 em 2000 e chegando a 38,7 em 2010.

A tabela e o gráfico a seguir ilustram bem a distribuição etária.

Tabela 3.5. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010

Faixa etária Brasil Minas Gerais Gameleiras

2000 2010 2000 2010 2000 2010

0 a 4 anos 9,65 7,24 9,03 6,51 9,71 7,07

5 a 9 anos 9,76 7,85 9,40 7,30 12,65 7,45

10 a 17 anos 16,53 14,43 16,14 13,94 21,41 17,51

18 e 24 anos 13,75 12,52 13,68 12,29 14,16 12,9

25 a 39 anos 23,04 24,50 23,14 24,07 18,62 21

40 a 49 anos 11,35 13,02 11,89 13,62 9,88 12,32

50 a 59 anos 7,37 9,66 7,65 10,49 6,67 9,87

60 a 69 anos 4,82 5,95 5,18 6,42 4,05 6,97

70 anos ou mais 3,73 4,84 3,90 5,38 2,85 4,92

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Page 108: Relatório de dados secundários Norte de Minas

108

Gráfico 3.6. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010

10,7912,29

32,03

12,90

29,52

12,52

47,18

27,75

48,18

11,8

43,19

11,89

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Até 17 anos De 18 a 24 anos De 25 a 59 anos 60 anos ou mais

Brasil Minas Gerais Gameleiras

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Outra especificidade de Gameleiras reside na existência de uma comunidade quilombola em seu território. Segundo informações disponibilizadas pelo CEDEFES12 (2013), essa comunidade tradicional é identificada por Lagoa dos Mártires, o que explica

12

Para acesso à relação de comunidades quilombolas existentes em Minas Gerais consultar o site < http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/mg/mg_lista_comunidades.html>.

as iniciativas políticas específicas para esse município, tais como escolas e o atendimento advindo das políticas de saúde e da assistência social.

Como é possível verificar na tabela a seguir, os dados municipais referentes à cor / raça não apresentam diferenças significativas quando comparados aos encontrados para Brasil e Minas Gerais.

Tabela 3.6. Distribuição percentual da população por cor / raça: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010

Cor / Raça Brasil Minas Gerais Gameleiras

Branca 47,51 45,06 41,64

Preta 7,52 9,22 3,37

Amarela 1,10 0,96 1,06

Parda 43,42 44,58 53,93

Indígena 0,43 0,16 -

Sem declaração 0,02 0,01 -

Total 100,00 100,00 100,00

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Page 109: Relatório de dados secundários Norte de Minas

109

Gráfico 3.7. Distribuição percentual da população por cor/raça (“Branca”, “Parda” e “Preta”): Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010

44,58

41,64

53,93

47,51

43,42

7,52

45,06

9,22

3,37

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Branca Parda Preta

Brasil Minas Gerais Gameleiras

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Destaca-se, também, a importância de iniciativas diversas com vistas a trabalhar com toda a população de Gameleiras, a questão da raça/cor; do sentimento de pertencimento e a valorização das culturas existentes.

3.3. INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE

Outras informações importantes e que devem ser levadas em consideração neste primeiro momento de identificação das principais características do município refere-se à infraestrutura disponível e ao meio ambiente.

Dados sobre a infraestrutura geral nos permitem uma visão mais próxima da real qualidade de vida da população residente em termos de acesso à habitação e serviços básicos como energia elétrica, água, saneamento, transporte entre outros.

Sobre os serviços básicos que cercam a questão da habitação, pode-se verificar certa precariedade no município e, consequentemente, a urgência de expansão e melhorias. Em se tratando de município com mais de 70% dos domicílios em área rural, os dados apresentados no quadro a seguir não chegam a ser uma surpresa. No entanto, não é possível passar por eles sem um estranhamento. Praticamente todos os domicílios da área urbana e aproximadamente 75% dos domicílios na área rural têm acesso à água via rede geral. Mas chamam atenção os elevados percentuais de domicílios que não possuem banheiro/sanitário exclusivo do domicílio (18,03%) e a inexistência de coleta de esgoto via rede geral. Informações importantes que indicam a necessidade de maior investimento em infraestrutura, saneamento e controle da qualidade da água utilizada para consumo residencial, inclusive por questões de saúde pública.

Page 110: Relatório de dados secundários Norte de Minas

110

Por outro lado, o percentual de domicílios com acesso a energia elétrica indica um aspecto positivo, mais de 95% deles têm acesso a este serviço. Segundo o IMRS/FJP haviam em 2009 1.433 ligações residenciais de energia elétrica no município.

Quadro 3.1. Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Gameleiras (em %) – 2010

Dado 2010

Domicílios com acesso a abastecimento de água por rede geral 82,03

Domicílios com acesso a abastecimento de água por poço ou nascente na

propriedade 5,69

Domicílios com acesso a abastecimento de água por outra forma 8,41

Domicílios com acesso a energia elétrica 97,15

Domicílios atendidos com sistema de esgotamento sanitário – rede geral 0,14

Domicílios atendidos com sistema de esgotamento sanitário – fossa 81,22

Domicílios com existência de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do domicílio 81,97

Domicílios atendidos por sistema de coleta de lixo 25,02

Fonte: IBGE Cidades.

Obs.: Percentuais calculados a partir de um total de 1.475 domicílios.

A síntese apresentada pelo Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013 indica a seguinte realidade de Gameleiras:

Tabela 3.7 - Indicadores de Habitação - Gameleiras - MG

1991 2000 2010

% da população em domicílios com água encanada 18,73 45,45 87,73

% da população em domicílios com energia elétrica 39,54 91,31 96,73

% da população em domicílios com coleta de lixo. *Somente para população urbana.

0,00 32,82 70,51

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano (2013); Pnud, Ipea e FJP

Indica-se que a porcentagem de domicílios que tiveram acesso aos serviços públicos como de água encanada, energia elétrica

e coleta urbana de lixo aumentaram significativamente entre os anos de 1991 a 2010. No entanto, ressalta-se que a água encanada acessível à população não passa por nenhum tipo de tratamento, ou seja, da mesma forma que sai dos reservatórios e barragem ela chega até as residências. Não sendo tratada, aumentam-se as probabilidade de doenças ou infecções.

Gráfico 3.8. Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010

87,40

75,37

98,75

82,85

98,73

55,45

97,35

86,28

99,29

87,63

82,03

97,15

0,14

81,97

25,02

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Domicílios com

acesso a

abastecimento

de água por

rede geral

Domicílios com

acesso a

energia elétrica

Domicílios

atendidos com

sistema de

esgotamento

sanitário – rede

geral

Domicílios com

existência de

banheiro ou

sanitário de uso

exclusivo do

domicílio

Domicílios

atendidos por

sistema de

coleta de lixo

Brasil Minas Gerais Gameleiras

Fonte: IBGE Cidades.

Page 111: Relatório de dados secundários Norte de Minas

111

A frota de veículos em Gameleiras apresentou crescimento nos últimos anos. Situação que não difere da verificada na maioria dos municípios brasileiros. O crescimento no número de automóveis e motocicletas entre 2005 e 2012 chama atenção. Como indica a tabela a seguir, o número de automóveis saltou de 48 para 175 (um aumento de 265%) e o de motocicletas passou de 283 em 2005 para 513 em 2012 (aumento de aproximadamente 80%).

Tabela 3.8. Frota de veículos circulantes em Gameleiras – 2005-2012

Veículo 2005 2006 2007 2009 2010 2011 2012

Automóvel 48 61 68 96 123 146 175

Caminhão 16 21 24 24 25 26 25

Caminhão trator 0 0 0 0 0 0 0

Caminhonete 19 26 34 47 46 57 65

Camioneta 0 0 0 0 6 6 7

Micro-ônibus 1 1 2 2 3 4 6

Motocicleta 283 317 351 422 469 492 513

Motoneta 4 4 5 6 8 9 10

Ônibus 8 8 8 12 11 13 16

Trator de rodas 0 0 0 0 0 0 0

Utilitário 0 0 0 0 0 0 0

Outros 0 0 0 0 0 1 1

Total 379 438 492 609 691 754 818

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Dados de 2008 não disponíveis.

Gráfico 3.9 . Crescimento da frota de veículos circulantes em Gameleiras – 2005-2012

175

513492

609

691

754

818

48 61 6896

123

146

283 317

351

422

469492

379

438

1,0

101,0

201,0

301,0

401,0

501,0

601,0

701,0

801,0

901,0

2005 2006 2007 2009 2010 2011 2012

Automóvel Motocicleta Total

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Dados de 2008 não disponíveis.

Esse é um indicativo a ser considerado no processo de elaboração do Plano Diretor de Gameleiras. Mesmo não sendo de cunho obrigatório, considerando o tamanho de sua população, reforça-se a sua necessidade para melhor planejamento do espaço urbano e de sua maior acessibilidade.

Sobre o meio ambiente, foi possível identificar o percentual de áreas de proteção integral (12,5), cobertura vegetal por mata

Page 112: Relatório de dados secundários Norte de Minas

112

atlântica (0,28) e de cobertura vegetal por flora nativa (63,23). Esses e outros dados sobre degradação ambiental deverão ser observados quando da(s) visita(s) da equipe do Projeto ao município.

Tabela 3.9. Dados gerais sobre meio ambiente em Gameleiras – 2010

Dado Percentual

Percentual de áreas de proteção integral 12,5

Percentual de áreas de uso sustentável 0,0

Percentual de cobertura vegetal por mata atlântica 0,28

Percentual de cobertura vegetal por flora nativa 63,23

Percentual de cobertura vegetal por reflorestamento 0,0

Percentual de áreas indígenas 0,0

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

O Relatório Dinâmico de Gameleiras, disponibilizado pelo Portal ODM (PNUD, 2013), sinaliza ocorrências ambientais impactantes para esse município, desde o ano de 2008. Dentre estas situam-se os sérios problemas de escassez de água, até pelos prolongamentos dos períodos de estiagem; as queimadas; desmatamentos e a ocorrência de atividades agrícolas e pecuárias que também degradam o meio ambiente. Apesar do município possuir um Conselho Municipal de Meio Ambiente, e de contar com recursos específicos para a área ambiental nos últimos 12 meses, até pela existência de Fundo Municipal de Meio Ambiente, não se conseguiu identificar como o orçamento é aplicado nessa área.

3.4. EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES

3.4.1. Educação

Como é sabido, a educação (escolarização da população) é um importante componente do cálculo do IDH. Os dados sobre educação em Gameleiras ganham destaque por apresentar percentuais de acesso, frequência e alfabetização inferiores aos encontrados para o país e para o estado. Primeiramente, chama atenção o percentual de pessoas com 5 anos ou mais de idade não alfabetizadas. Como é possível verificar no gráfico a seguir, na última década houve queda no percentual de analfabetos, reforçando o esforço de enfrentamento local deste problema. Mas, ainda assim, o município apresenta percentual significativamente superior de pessoas analfabetas ao verificado para o Brasil e Minas Gerais

Page 113: Relatório de dados secundários Norte de Minas

113

Gráfico 3.10. Percentual de pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas:

Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010

8,55

32,73

22,63

15,7

10,5313,3

1,0

6,0

11,0

16,0

21,0

26,0

31,0

36,0

2000 2010

Brasil Minas Gerais Gameleiras

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Esse dado merece detalhamento para melhor compreensão do problema. Tanto em 2000 quanto em 2010, Gameleiras apresentou percentual superior de não alfabetizados em diversas faixas etárias quando comparado ao Brasil e Minas Gerais. É importante registrar que 2,17 da população em idade regular para frequentar a escola, principalmente o ensino fundamental (5 a 14 anos), não eram alfabetizadas em 2010.

Apesar de apresentar queda de 2000 para 2010, ainda é preciso e possível diminuir um pouco mais. Mas, cabe registrar que, geralmente, o processo de alfabetização para a maioria das crianças, principalmente àquelas que acessam a escola pública, se inicia aos 6 anos de idade.

É importante ainda destacar que 9,37% das pessoas com 5 anos ou mais de idade não alfabetizadas se encontravam na faixa etária de 5 a 14 anos.

Tabela 3.10. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas (em %): Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2000-2010

Faixa etária Brasil Minas Gerais Gameleiras

2000 2010 2000 2010 2000 2010

De 5 a 14 anos 5,62 2,81 4,28 1,74 9,58 2,17

De 15 a 29 anos 1,83 0,81 1,05 0,43 2,99 0,91

De 30 a 59 anos 3,25 3,86 2,71 3,06 9,58 11,26

60 anos ou mais n.d. 3,05 n.d. 3,31 n.d. 8,30

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010. Nota: n.d. = não disponível.

Page 114: Relatório de dados secundários Norte de Minas

114

Gráfico 3.11. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas por FAIXA ETÁRIA (em %): Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010

0,43

2,17

0,91

11,26

8,3

2,81

0,81

3,86

3,05

1,74

3,06

3,31

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

De 5 a 14 anos De 15 a 29 anos De 30 a 59 anos 60 anos ou mais

Brasil Minas Gerais Gameleiras

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

No Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013 é possível identificar que 36,64% da população de 18 anos ou mais de idade tinha completado o ensino fundamental no ano de 2010, enquanto apenas 25,18% concluiu o ensino médio. Esses mesmos dados reforçam o entendimento de que nos últimos vinte anos, a taxa de analfabetismo dessa população de 18 anos ou mais diminuiu em 17,71%, e isso é um indicativo positivo.

Os dados sobre pessoas com pelo menos nível superior (graduação) concluído reforçam a baixa escolaridade e a necessidade de se investir na escolarização da população. Enquanto no Brasil e em Minas Gerais esse percentual ultrapassa 6%, em Gameleiras não atinge 3%.

Gráfico 3.12. Percentual da população com pelo menos nível superior (graduação) concluído: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010

7,066,85

2,39

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

Brasil Minas Gerais Gameleiras

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Page 115: Relatório de dados secundários Norte de Minas

115

O quadro a seguir apresenta dados gerais sobre educação como número de matrículas, de docentes e de escolas identificados no município em 2009. Cabe registrar que todas as matrículas, em todos os níveis, são em escolas públicas.

Quadro 3.2. Dados gerais sobre educação em Gameleiras – 2009

Dado Unidade Número

Matrículas - Ensino fundamental Matrícula 879

Matrículas - Ensino médio Matrícula 369

Matrículas - Ensino pré-escolar Matrícula 133

Docentes - Ensino fundamental Docente 85

Docentes - Ensino médio Docente 31

Docentes - Ensino pré-escolar Docente 13

Escolas - Ensino fundamental Escola 12

Escolas - Ensino médio Escola 2

Escolas - Ensino pré-escolar Escola 6

Fonte: IBGE Cidades.

Com relação ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, verifica-se a sua variação e o não cumprimento de várias metas projetadas, seja para os anos iniciais como também para os anos finais, conforme aponta o Quadro 3.3, exposto a seguir:

Quadro 3.3. IDEB Gameleiras – 2007-2011

Ano de referência

2007

2011

Meta

projetada

Resultado

obtido

Meta

projetada

Resultado

obtido

Anos iniciais (4ª série/5º ano)

3.0 4.4 3.8 4.9

Anos finais (8ª série / 9º ano)

3.6 3.4 4.0 3.4

Fonte: MEC/INEP (2013)

Em 2007, o município conseguiu superar apenas as metas projetadas do IDEB para os anos/séries iniciais (de 3.0 para 4.4). Isso quer dizer que essa progressão não foi percebida no IDEB afeito às séries finais (3.6 para 3.4), nesse mesmo ano de referência. Em 2011, segundo o Ministério da Educação (2013), essa situação se repete, ou seja, somente as metas do IDEB para os anos iniciais foram alcançadas (3.8 para 4.9). Assim sendo verifica-se a necessidade de melhoria da política educacional de Gameleiras principalmente direcionadas para os adolescentes e jovens que, muitas vezes, não obtêm resultados positivos nas avaliações tomadas como base. Cabe destacar que para o ano de 2013, a meta projetada para as séries iniciais é de 4.0 e para os anos finais é de 4.4.

3.4.2.Cultura e Esportes

Sobre cultura e esportes, poucos dados secundários foram encontrados para incrementar a presente análise. As informações identificadas referem-se à gestão, participação popular e existência de equipamento.

Page 116: Relatório de dados secundários Norte de Minas

116

De acordo com o Índice Mineiro de Responsabilidade Social, desenvolvido pela Fundação João Pinheiro (FJP), em Gameleiras, em se tratando de organização e gestão, a área cultural e a área de esportes apresentavam baixa estrutura. No ano de 2010 o município não contava com nenhum dos conselhos na área, quais sejam, Conselho de Patrimônio Cultural e Conselho Municipal de Cultura. O único equipamento de cultura existente identificado pelo referido Índice em 2010 no município foi a Biblioteca Municipal (outros como museu, teatro, cinema, centro cultural e banda de música inexistiam). De acordo com o Índice, em 2010 a Biblioteca municipal não permitia ao leitor acesso à internet, aspecto negativo quanto à inclusão digital. O quadro a seguir apresenta dados gerais sobre acervo, número de leitores e serviços prestados pela Biblioteca municipal.

Quadro 3.4. Dados gerais sobre a Biblioteca Municipal em Gameleiras – 2010

Acervo (livros, revistas, etc.) 1 a 3 mil exemplares

Número de leitores por mês 100

Média mensal de empréstimos 200

Acesso à internet para o leitor Não

Número de funcionários n.d.

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro. Nota: n.d. = informação não disponível

Segundo esta mesma fonte (IMRS/FJP), não existia em Gameleiras no ano de 2010 Conselho Municipal de Esporte ou Turismo. Também não foi identificada por esta fonte informação sobre a existência de equipamentos de esporte.

3.5. ASSISTÊNCIA SOCIAL, PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL

3.5.1. Assistência Social

A assistência social é um aspecto importantíssimo a ser pensado quando o assunto é município de baixo IDH. Geralmente, esses municípios têm um significativo percentual da população com renda e escolaridade baixas e, consequentemente, mais pessoas expostas aos riscos sociais. Municípios com estas características devem estar atentos às políticas públicas, nacionais e estaduais, de assistência, e cada vez mais aprimorar os serviços de assistência social para atender as demandas da população.

Entre os principais mecanismos de enfrentamento dos problemas de assistência social por parte dos municípios estão a previsão orçamentária para esta função (assistência social) e elaboração de Política Municipal de Assistência. Segundo o IMRS/FJP, Gameleiras contava em 2010 com esses dois mecanismos de auxílio ao enfrentamento dos problemas referentes à assistência. Aspecto positivo em se tratando de município com baixo IDH-M.

Page 117: Relatório de dados secundários Norte de Minas

117

Os dados sobre a gestão da assistência social dizem muito da capacidade de atendimento e apoio que o município pode oferecer à população menos abastada economicamente. De acordo com informações publicizadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social – MDS, por meio dos relatórios da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação – SAGI (2013), o nível de habilitação da Política de Assistência Social de Gameleiras no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) é considerada como básica, sendo o município classificado como de pequeno porte I, conforme o seu contingente populacional apresentado no último Censo de 2010, pelo IBGE.

Sendo de gestão básica e o município classificado como de pequeno porte I, identifica-se a existência de apenas 01 Centro de Referência em Assistência Social – CRAS cofinanciado. Sinaliza o MDS/SAGI (2013) que esse equipamento público social, responsável pela referência da política de proteção social básica nos territórios, tem a capacidade de atendimento de 667 famílias ano, conforme dispositivos da NOB/SUAS. No total de famílias referenciadas ano tem-se a estimativa de 3.333 atendimentos/acompanhamentos realizados/registrados. A previsão de repasse anual para funcionamento do CRAS é de R$ 72.000,00 (MDS/SAGI, 2013).

No município existem 02 coletivos do Projovem Adolescente cofinanciados a partir do Piso Básico Variável I, com capacidade de atendimento de 50 jovens em cada um desses grupos. Tem-se o indicativo de 397 famílias referenciadas pelos serviços de convivência viabilizados a partir do Piso Variável II. Estas famílias são atendidas por contarem com crianças e/ou idosos

entre os seus membros e por ter renda familiar/per capita de até ½ salário mínimo. A política de proteção social de Gameleiras ainda é legitimada pela atuação de 01 equipe volante, também cofinanciada pelo Piso Básico Variável III, que atende famílias inseridas no CadÚnico, beneficiárias do Bolsa Família, situadas em comunidades mais distantes da sede do município.

Os dados do IMRS/FJP indicam que, para o ano de 2010, em Gameleiras os índices de Cobertura qualificada do Cadastro Único (CadUnico), Atualização do CadUnico e Gestão descentralizada municipal do Programa Bolsa Família, ambos variando de 0 a 1, eram de 1, 0,83 e 0,95 respectivamente. Ainda de acordo com o IMRS/FJP, o índice de Institucionalização da Assistência Social, que varia de 0 a 28, era de 26 e o Índice Municipal de Desenvolvimento dos CRAS, que varia de 0 a 10, era de 8.

Quadro 3.5. Dados gerais sobre a gestão da assistência social em Gameleiras – 2010

Nº Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) cadastrados 1

Gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) Básica

Nº de assistentes sociais atuando na Assistência Social 1

Nº de funcionários da Assistência Social 67

Existência de previsão orçamentária para a função Assistência Social Sim

Existência de Política Municipal de Assistência Social Sim

Sistema de gestão e controle social atuante (0 a 6) 3

Sistema de garantia de direitos atuante (0 a 6) 3

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Gameleiras também conta com 01 (um) Centro de Referência Especializado em Assistência Social – CREAS, com capacidade

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118

de 50 atendimentos mensais de indivíduos e/ou famílias que tiveram os seus direitos ameaçados, violados ou que cumprem medidas protetivas e socioeducativas. Esse é um fator positivo, se comparado com a realidade de outros municípios atendidos pelo Projeto 10envolver que não contam com existência desse equipamento público social, que viabiliza a proteção social especial para a população.

Aspecto adicional com relação à qualidade de vida das pessoas pertencentes à famílias de baixa renda refere-se ao recebimento de benefícios sociais. Apesar das críticas, já existem diferentes estudos apontando os reflexos positivos, incluindo aí uma pequena (mas consistente) parcela de desconcentração na renda promovida por programas de transferência de renda, ainda que, é quase unanimidade, haja um horizonte determinado para alguns programas. Entre todos, o destaque vai para o Bolsa Família, do Governo Federal. Trata-se de um programa de transferência que associa basicamente educação (frequência à escola) e combate à fome. Este programa é construído por cadastro local e as informações são repassadas ao governo central que disponibiliza diretamente ao beneficiário um valor em espécie. Por definição, trata-se ainda de um programa focalizado em indivíduo / famílias em patamar de renda bem definido para pobreza e extrema pobreza.

Os percentuais de famílias com perfil CadÚnico e o número de beneficiárias do Programa Bolsa Família ajudam a dimensionar a situação de pobreza, de qualidade de vida e bem estar social de uma determinada população..

Quadro 3.6. Dados sobre famílias, CadUnico e Bolsa Família em Gameleiras-2010

Total de famílias identificadas no município (Censo 2010) 1.419

Total famílias beneficiárias do Programa Bolsa família (2009) * 768

% famílias beneficiárias do Programa Bolsa família n.d.

Total famílias com perfil CadUnico 1.102

% famílias com perfil CadUnico 77,7

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010; Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação

João Pinheiro. Nota: * Total de famílias beneficiárias do Programa Bolsa família no ano de 2010 não disponível.

De acordo com o Relatório de Informações elaborado pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o total de famílias gameleirenses inscritas no Cadastro Único, em maio de 2013, era de 1.697. Desse total, cerca de 969 famílias tinham renda per capita familiar de até R$70,00; 1.111 se enquadravam no perfil das famílias com renda per capita familiar de até R$ 140,00 e 1.390 com renda per capita até meio salário mínimo13. No mês de setembro de 2013, um total de 888 famílias foram beneficiadas pela transferência direta de renda advinda do Programa Bolsa Família (PBF). O número de atendimento indica uma cobertura de 115,5% do contingente de famílias pobres existentes no município de Gameleiras. A média dos valores recebidos pelos beneficiários, neste mês de referência, é de R$ 159,30 e o valor total transferido pelo Governo Federal em benefícios às famílias atendidas foi de R$ 141.454,00 (SAGI/MDS, 2013).

13

Para outras análises consultar o relatório de informações do Programa Bolsa Família e Cadastro Único de Gameleiras/MG, disponível no site <http:// aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/geral/relatorio.php>.

Page 119: Relatório de dados secundários Norte de Minas

119

Sobre o cumprimento das condicionalidades infere-se, com base nos dados e informações sistematizadas pela SAGI/MDS, referentes ao mês de maio de 2013, que 92,95% das crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos, que corresponde a um total de 593 alunos, foram acompanhados em termos de frequência escolar. Já entre os jovens de 16 e 17 anos, esse percentual foi de 81,82%, resultando em 117 jovens acompanhados. Em junho de 2013, 84,43% das famílias beneficiárias (que corresponde a 678 famílias) foram acompanhadas pelo setor saúde, no cumprimento das condicionalidades.

Ainda sobre benefícios de transferência de renda, destaca-se o Benefício da Prestação Continuada (BPC), disponível para idosos e deficientes de famílias de baixa renda. Considerando o mês de agosto de 2013, acusou-se a existência de 31 pessoas com deficiências e de apenas 01 idoso ambos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (SAGI/MDS (2013)14. A concessão desses benefícios contabilizaram um montante de R$ 21.696,00 mensais repassado pelo Governo Federal.

Os dados que constituem o “Mapa da pobreza e desigualdade dos municípios brasileiros”, disponibilizado pelo IBGE Cidades, corroboram a situação preocupante indicada anteriormente. A incidência de pobreza, proporção de pessoas que vivem com até R$ 70,00 de rendimento domiciliar per capita ao mês, verificada para Gameleiras em 2003 era de 57,7%, superior ao identificado para o conjunto dos municípios brasileiros.

14

Informações disponíveis no site < http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/ge ral/index.php>.

Quadro 3.7. Mapa de Pobreza e Desigualdade do Conjunto dos Municípios Brasileiros e de Gameleiras – 2003

Indicador Gameleiras Municípios brasileiros

Unidade

Incidência da Pobreza 57,70 52,27 %

Limite inferior da Incidência de Pobreza

46,72 47,62 %

Limite superior da Incidência de

Pobreza 68,68 56,92 %

Incidência da Pobreza Subjetiva 64,04 55,91 %

Limite inferior da Incidência da Pobreza Subjetiva

55,96 51,27 %

Limite superior Incidência da Pobreza

Subjetiva 72,11 60,56 %

Índice de Gini 0,44 0,49 ...

Limite inferior do Índice de Gini 0,38 0,46 ...

Limite superior do Índice de Gini 0,50 0,53 ...

Fonte: IBGE Cidades.

O gráfico a seguir demonstra que alguns dos indicadores que compõem o Mapa da Pobreza em Gameleiras são superiores aos identificados para o conjunto dos municípios brasileiros. Aspecto negativo e que reforça a situação difícil em que vive grande parte da população do município.

Page 120: Relatório de dados secundários Norte de Minas

120

Gráfico 3.13. Indicadores que compõem o Mapa de Pobreza e Desigualdade: Gameleiras e Conjunto dos Municípios Brasileiros – 2003

72,11

52,27

56,9260,5657,7

68,68

64,04

55,91

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

Incidência da Pobreza Limite superior da

Incidência de Pobreza

Incidência da Pobreza

Subjetiva

Limite superior

Incidência da Pobreza

Subjetiva

Gameleiras Municípios brasileiros

Fonte: IBGE Cidades.

O Censo 2010 detectou que a incidência de pobreza era maior nos municípios de porte médio (10 mil a 50 mil habitantes). Os dados por município para este ano não estavam disponíveis até o final da elaboração deste relatório. Mas cabe registrar que enquanto a proporção de pessoas que viviam com até R$70,00 de rendimento domiciliar per capita era, em média, 6,3% no Brasil, nos municípios de 10 mil a 20 mil habitantes esse percentual era o dobro (13,7%), com metade da população nesses municípios vivendo com até ½ salário mínimo per capita.

Já nas cidades com população superior a 500 mil habitantes, menos de 2% viviam com até R$70,00 per capita e cerca de ¼ das pessoas vivia com até ½ salário mínimo de rendimento domiciliar per capita15

Segundo informações publicizadas pelo Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013, o Índice de Gini de Gameleiras, no ano de 2010, era de 0,50, enquanto que a porcentagem de pessoas extremamente pobres era de 22,37% e de pobres era de 43,87%. Esse indicativo revela a carência da população e incita maiores reflexões e ações sobre as vulnerabilidades sociais a ela atinentes.

Cabe ainda registrar o Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF), indicador sintético que mede o grau de desenvolvimento das famílias possibilitando apurar o grau de vulnerabilidade de cada família do CadUnico, bem como analisar um grupo de famílias ou mesmo o total de famílias do município. O índice varia de 0 a 1, quanto mais próximo de 1 melhores as condições da família (para mais informações vide: http://www.mds.gov.br). Como é possível identificar na tabela a seguir, os componentes que mais comprometem o IDF em Gameleiras são: Acesso ao trabalho, Acesso ao conhecimento e Disponibilidade de recursos.

15 Para mais informações consultar sítio do IBGE - <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2019&id_pagina=1>.

Page 121: Relatório de dados secundários Norte de Minas

121

Tabela 3.11. Índice de Desenvolvimento Familiar e seus componentes em Gameleiras – 2010

Índice e seus componentes Índice

Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF) 0,57

Vulnerabilidade 0,75

Acesso ao conhecimento 0,32

Acesso ao trabalho 0,20

Disponibilidade de recursos 0,46

Desenvolvimento infantil 0,97

Condição Habitacional 0,72

Fonte: Relatórios de Informações Sociais / SAGI / MDS.

No Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013, também, é possível visualizar a seguinte síntese das situações de vulnerabilidade social existentes em Gameleiras:

Tabela 3.12. Indicativos das situações de Vulnerabilidade Social - Gameleiras - MG

Crianças e Jovens 1991 2000 2010

Mortalidade infantil 49,80 35,50 19,00

% de crianças de 4 a 5 anos fora da escola - 40,62 8,75

% de crianças de 6 a 14 anos fora da escola 20,64 6,45 1,08

% de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam nem trabalham e são

vulneráveis à pobreza - 16,89 21,90

% de mulheres de 10 a 14 anos que tiveram filhos 0,00 0,00 1,94

% de mulheres de 15 a 17 anos que tiveram filhos 5,65 3,61 1,74

Taxa de atividade - 10 a 14 anos (%) - 25,34 7,40

Família 1991 2000 2010

% de mães chefes de família sem fundamental completo e com filhos menores de 15 anos

7,42 17,05 12,24

% de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza e dependentes de idosos 5,44 7,27 4,03

% de crianças extremamente pobres 71,10 54,48 33,75

Trabalho e Renda 1991 2000 2010

% de vulneráveis à pobreza 95,31 88,51 64,82

% de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental completo e em ocupação informal

- 80,04 60,04

Condição de Moradia 1991 2000 2010

% de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário inadequados

15,59 11,99 4,70

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano (2013); Pnud, Ipea e FJP

3.5.2. Participação e Organização Social

Outro dado importante que deve ser olhado com cuidado nas cidades em estudo, refere-se à organização e à participação social. Estes dados importam quando o que se pretende é

Page 122: Relatório de dados secundários Norte de Minas

122

aumentar o grau de empoderamento popular, um dos objetivos do Projeto 10Envolver. Os conselhos municipais são espaços de participação que ganharam força com a instituição da Constituição de 1988.

O quadro a seguir apresenta os conselhos municipais identificados pelo IMRS/FJP. Eles são apenas cinco, o que implica em redução das possibilidades de participação da população. Chama-nos a atenção a ausência do Conselho Gestor do Programa Bolsa Família. Há que se verificar in loco essa informação, além da expressividade e a capacidade de controle social dos identificados pelo IMRS/FJP. De maneira geral, em termos de Brasil, sabe-se que ainda há muito por fazer para aumentar e incentivar a participação popular e o acompanhamento, por parte da população local, no debate e na implementação de políticas públicas..

Quadro 3.8. Conselhos municipais existentes em Gameleiras – 2010

Assistência Social Conselho Tutelar

Crianças e Adolescentes Meio Ambiente Saúde

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

3.6. SAÚDE

Em se tratando de saúde, os dados identificados como relevantes para esta análise referem-se à atenção básica, mortalidade e equipamentos.

Em 2009 existiam no município seis estabelecimentos de saúde, todos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Quatro deles estavam equipados para atendimento ambulatorial com médicos em especialidades básicas, um para atendimento médico em outras especialidades e cinco para atendimento ambulatorial com atendimento odontológico. Nenhum deles estava equipado para internações. (Fonte: IBGE Cidades)

Os dados gerais sobre a situação da saúde em Gameleiras não se distanciam muito do encontrado para os demais municípios com baixo IDH. Dos aspectos positivos vale ressaltar a taxa 0 (zero) encontrada para mortalidade por acidentes de transporte

Page 123: Relatório de dados secundários Norte de Minas

123

Quadro 3.9. Dados gerais sobre situação da saúde em Gameleiras – 2010

Taxa bruta de mortalidade 3,5 (por mil

habitantes)

Taxa bruta de mortalidade padronizada 2,81 (por mil

habitantes)

Taxa de mortalidade por acidente de transporte da população de

15 a 29 anos 0

(por 100 mil

habitantes)

Taxa de mortalidade por homicídio na população total 19,46 (por 100 mil

habitantes)

Taxa de mortalidade por homicídio da população de 15 a 29 anos 0 (por 100 mil habitantes)

Mortalidade proporcional da população idosa (60 anos ou mais) 55,56 (%)

Notificação de óbito por raiva humana transmitida por cão ou gato n.d. Nº

Proporção de nascidos vivos com baixo peso 6,3 (%)

Proporção de internações por doenças relacionadas ao

saneamento ambiental inadequado n.d. (%)

Proporção de internações por doenças de veiculação hídrica n.d. (%)

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Quanto aos dados sobre atenção básica (apresentados no quadro a seguir) é importante destacar a proporção de nascidos vivos cujas mães realizaram 7 ou mais consultas de pré-natal, 73,50 – segunda maior entre os dez municípios em estudo (em primeiro está Indaiabira com 77,30%).

Quadro 3.10. Dados gerais sobre saúde - atenção básica - em Gameleiras – 2010

Proporção da população atendida pelo PSF 100,00 %

Meses de cobertura do PSF 12 Meses

Proporção de nascidos vivos cujas mães realizaram 7 ou mais consultas de pré-natal

73,50 %

Cobertura vacinal de tetravalente em menores de 1 ano 100,00 %

Cobertura vacinal contra poliomielite em menores de 1 ano 97,42 %

Cobertura vacinal de tríplice viral da população de 1 ano de idade 98,62 %

Cobertura vacinal em campanha contra influenza da população de 60 anos ou mais

82,38 %

Proporção de óbitos por causas mal definidas sem assistência médica

28,00 %

Proporção de óbitos por causas mal definidas 28,00 %

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Ainda sobre saúde, é importante destacar dados referentes à mortalidade infantil. O número de óbitos de menores de um ano de idade na população residente em determinado espaço geográfico reflete, de maneira geral, as condições de desenvolvimento socioeconômico e infraestrutura ambiental, bem como o acesso e a qualidade dos recursos disponíveis para atenção à saúde materna e da população infantil. De 2007 para 2010 verificou-se significativa queda na Taxa de Mortalidade Infantil municipal, aspecto positivo.

Page 124: Relatório de dados secundários Norte de Minas

124

Quadro 3.11. Taxa de mortalidade infantil e Número de óbitos infantis em Gameleiras– 2007-2011

Ano Taxa de mortalidade infantil Nº de óbitos infantis

2007 28,99 2

2008 n.d. n.d.

2009 n.d. n.d.

2010 15,87 1

2011 n.d. n.d.

Fonte: Ministério da Saúde / DATASUS / Pacto pela Saúde, 2010-2011.

Gráfico 3.14. Evolução da Taxa de mortalidade infantil: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2007 e 2010

28,99

17,4

20,01

15,87

16,1615,97

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

Brasil Minas Gerais Gameleiras

2007 2010

Fonte:Ministério da Saúde / DATASUS / Pacto pela Saúde, 2010-2011.

Os dados sobre os tipos de deficiências não apresentam surpresas e, apesar de levemente superiores, se aproximam dos verificados para o Brasil e Minas Gerais. Cabe registrar que 21,87% da população apresentavam pelo menos uma das deficiências investigadas pelo Censo 2010 (visual, auditiva, motora, mental/intelectual). A tabela a seguir, ilustra isso.

Page 125: Relatório de dados secundários Norte de Minas

125

Tabela 3.13. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010

Tipo de deficiência Brasil Minas Gerais

Gameleiras

Pelo menos uma das deficiências investigadas 23,91 22,62 21,87

Deficiência visual - não consegue de modo algum

0,27 0,23 0,07

Deficiência visual - grande dificuldade 3,18 3,02 2,08

Deficiência visual - alguma dificuldade 15,31 13,79 12,56

Deficiência auditiva - não consegue de modo

algum 0,18 0,17 0,63

Deficiência auditiva - grande dificuldade 0,94 1,02 1,07

Deficiência auditiva - alguma dificuldade 3,97 3,93 4,99

Deficiência motora - não consegue de modo algum

0,39 0,40 0,23

Deficiência motora - grande dificuldade 1,94 2,06 1,77

Deficiência motora - alguma dificuldade 4,63 4,57 4,86

Mental / Intelectual 1,37 1,53 1,71

Nenhuma dessas deficiências 76,06 77,36 78,13

Sem declaração 0,03 0,02 -

Fonte: IBGE Cidades.

Gráfico 3.15. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Gameleiras – 2010

4,63

1,37

22,62

13,79

4,57

1,53

21,87

12,56

4,99 4,86

1,71

23,91

15,31

3,97 3,93

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

Pelo menos uma

das deficiências

investigadas

Deficiência

visual - alguma

dificuldade

Deficiência

auditiva -

alguma

dificuldade

Deficiência

motora - alguma

dificuldade

Mental /

Intelectual

Brasil Minas Gerais Gameleiras

Fonte: IBGE Cidades.

Page 126: Relatório de dados secundários Norte de Minas

126

3.7. EMPREGO, ECONOMIA E FINANÇAS

Um dos principais índices que ajudam a entender o desenvolvimento humano e social de uma determinada localidade é o IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal). Tendo por base o ano de 2000, Gameleiras apresentava o sexto pior IDH-M de Minas Gerais (0,581). É importante atentar para dois aspectos importantes do IDH-M no município: os três subíndices que compõem o IDH-M (Renda, Longevidade e Educação) são baixos (inferiores a 0,7), mesmo apresentando crescimento no período entre 1991 e 2000; o IDHM-Renda tem impacto significativo no índice final do município, sendo este subíndice o menor dos três componentes (nos dez municípios em estudo). Alguns dados já apresentados ajudam a explicar/entender o baixo IDH municipal.

Gráfico 3.16. IDH-M de municípios mineiros selecionados – 2000

0,585

0,582

0,581

0,580

0,575

0,571

0,570

0,568

0,841

0,586

0,586

0,4

Poços de Caldas

Crisólita

Fruta de Leite

Bertópolis

Novo Oriente de Minas

Gameleiras

Bonito de Minas

Pai Pedro

Indaiabira

Monte Formoso

Setubinha

Obs.: Municípios selecionados: 10 menores IDH-M e maior IDH-M de Minas Gerais. Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano / PNUD, 2003.

Conforme informações do IBGE Cidades, o Produto Interno Bruto (PIB) de Gameleiras em 2010 era R$37.236.000,00 e o PIB per capita R$7.245.69. O destaque em sua composição era para o setor de serviços, com R$19.211.000,00, seguido da Agropecuária (R$15.073.000,00), Indústria (R$2.331.000,00) e Impostos sobre produtos líquidos de subsídios (R$621.000,00), todos a preços correntes.

Page 127: Relatório de dados secundários Norte de Minas

127

Gráfico 3.17. Composição do PIB a preços correntes em Gameleiras – 2010 (em mil reais)

621

19.211

15.073

2.331

0,0

5000,0

10000,0

15000,0

20000,0

25000,0

Serviços Agropecuária Indústria Produtos líquidos

de subsídios

Fonte: IBGE Cidades.

Entre os 10 municípios em estudo pelo Projeto 10Envolver, segundo o IMRS/FJP, Gameleiras apresentava em 2010 uma renda per capita de R$311,48 - quinto menor valor entre os 10 municípios em estudo. Apesar do baixo valor da renda per capta, o município apresentou a quarta maior taxa de crescimento dessa renda entre os anos 2000 e 2010 (também entre os 10 municípios em estudo), 132,93%.

Quadro 3.12. Dados gerais sobre renda e emprego em Gameleiras – 2000 e 2010

Renda per capita (R$ de ago) 2000 – FJP 133,72

Renda per capita (R$ de dez) 2010 – FJP 311,48

Empregados do setor formal (pessoas) – FJP 186

Taxa de emprego no setor formal (%) – FJP 5,5

Rendimento médio no setor formal (R$ de dez/2010 / empregado) – FJP 866,42

Rendimento per capita no setor formal (R$ de dez/2010 / habitante) – FJP 31,36

Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio – Urbana (R$) – IBGE Cidades

1.272,27

Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio – Rural (R$) – IBGE Cidades

775,68

Fonte: IBGE Cidades; Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Conforme o Boletim de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo RAIS - Principais ocupações formais do público BSM, elaborado pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que divulga dados municipais, no período de 2008 e 2011, a quantidade de vagas no mercado formal aumentou em 51 postos. A maior elevação concentrou-se no grupo 4 - Trabalhadores de serviços administrativos, 20 postos. As ocupações formais com maior número de postos em 2011 no município eram as compostas pelos grupos 4, 2 e 3 (com 90, 39 e 31 postos respectivamente). As remunerações mais altas estavam concentradas nos grupos 2, 1 e 9.

Em particular, cabe destacar a variação de 102,46% na remuneração média no Grupo 6 - Trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca - e a remuneração média de R$ 1.193,58 pertencente ao Grupo 2 - Profissionais das ciências e das artes em 2011.

Page 128: Relatório de dados secundários Norte de Minas

128

Quadro 3.13. Grandes grupos ocupacionais

Grupo Ocupação

1 Membros superiores do poder público, dirigentes de organizações de interesse público e de empresas e gerentes

2 Profissionais das ciências e das artes

3 Técnicos de nível médio

4 Trabalhadores de serviços administrativos

5 Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados

6 Trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca

7 Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais

8 Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais

9 Trabalhadores em serviços de reparação e manutenção

Fonte: Boletim – Relatórios de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo

RAIS - Principais ocupações formais do público BSM / SAGI / MDS.

Quadro 3.14. Grandes grupos ocupacionais por remuneração média e número de postos em Gameleiras - 2008 e 2011

Grupo Remuneração média em 2008

Postos em 2008

Remuneração média em 2011

Postos em 2011

Variação da Remuneração

1 731,04 01 999,64 08 36,74%

2 627,21 37 1.193,58 39 90,30%

3 537,24 17 684,55 31 27,42%

4 554,71 70 747,42 90 34,74%

5 436,46 11 588,83 18 34,91%

6 436,86 10 884,47 07 102,46%

7 576,13 11 833,36 14 44,65%

8 0 0 0 0 -%

9 508,45 01 939,03 02 84,68%

Fonte: Boletim – Relatórios de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo RAIS - Principais ocupações formais do público BSM / SAGI / MDS.

Page 129: Relatório de dados secundários Norte de Minas

129

37

17

70

90

39

31

1,0

11,0

21,0

31,0

41,0

51,0

61,0

71,0

81,0

91,0

101,0

Postos em 2008 Postos em 2011

Grupo 4 Grupo 2 Grupo 3

Fonte: Boletim – Relatórios de Informações Sociais – Inclusão Produtiva / SAGI / MDS.

O Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013 sinaliza que a taxa de atividade da população de 18 anos ou mais - economicamente ativa - passou de 61,74% em 2000 para 63,24% em 2010. Já a taxa de desocupação indicou redução de 12,40% para 8,64% nesse mesmo período de referência.

Tabela 3.14. Ocupação da população de 18 anos ou mais - Gameleiras - MG

2000 2010

Taxa de atividade 61,74 63,24

Taxa de desocupação 12,40 8,64

Grau de formalização dos ocupados - 18 anos ou mais 14,90 18,11

Nível educacional dos ocupados 2000 2010

% dos ocupados com fundamental completo 16,96 42,17

% dos ocupados com médio completo 3,89 28,77

Rendimento médio 2000 2010

% dos ocupados com rendimento de até 1 s.m. 91,02 71,70

% dos ocupados com rendimento de até 2 s.m. 97,85 93,89

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano (2013); Pnud, Ipea e FJP

Registra-se que no ano de 2010, cerca de 53,05% das pessoas ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais trabalhavam no setor agropecuário, enquanto que 0,99% na indústria extrativa, 2,46% na indústria de transformação, 5,20% no setor de construção, 0,94% nos setores de utilidade pública, 6,53% no comércio e 29,10% no setor de serviços (PNUD, 2013).

A produção agrícola da lavoura permanente em 2011 foi composta pelos seguintes produtos: banana, coco-da-baía, laranja, limão, mamão e manga. A produção da lavoura temporária teve maior número de produtos, um total de 15, sendo os principais o arroz, a cana-de-açúcar, o feijão, e a mandioca. Produção, permanente e temporária, apresentada nos quadros a seguir.

Gráfico 5.18. Evolução do número de postos de trabalho em Gameleiras – 2008 e 2011 (três grupos com maior número de postos em 2011)

Page 130: Relatório de dados secundários Norte de Minas

130

Quadro 3.15. Produção agrícola na lavoura permanente em Gameleiras – 2004-2011

Produto 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004

Banana 150 60 60 1.760 240 75 165 160

Coco-da-baía 60 150 150 810 330 90 189 160

Laranja 52 52 52 52 52 52 52 50

Limão 50 55 50 43 36 36 36 22

Mamão 60 55 60 70 65 65 65 50

Manga 50 55 40 36 48 48 48 45

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Produção em toneladas.

Quadro 3.16. Produção agrícola na lavoura temporária em Gameleiras – 2004-2011

Produto 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004

Abacaxi 23 23 23 23 23 23 23 24

Algodão herbáceo

(em caroço) 5 5 4 2 4 1 126 105

Alho 6 6 6 6 6 6 6 6

Amendoim (em

casca) 6 6 6 6 6 5 2 2

Arroz (em casca) 502 3.125 1.452 1.760 2.016 2 525 360

Batata-doce 40 40 32 22 14 14 14 0

Cana-de-açúcar 1.500 1.500 1.500 3.600 3.600 150 150 160

Cebola 3 3 3 3 3 3 3 4

Fava (em grão) 2 7 10 12 9 9 9 7

Feijão (em grão) 402 797 608 620 620 18 774 418

Mamona (bagaço) 77 180 15 0 0 0 0 0

Mandioca 3.422 4.056 10.140 1.600 1.600 1.800 1.800 960

Melancia 96 120 110 110 105 105 105 80

Milho (em grão) 58 660 490 1.260 450 7 1.440 1.200

Sorgo granífero

(em grão) 38 45 75 100 151 186 336 210

Fonte: IBGE Cidades.

Obs.: Produção em toneladas.

No quadro anterior é possível identificar que na lavoura temporária a produção da mamona é a mais recente no município, iniciada em 2009. Arroz, fava, feijão, mamona, mandioca, melancia, milho e sorgo granífero apresentaram queda na produção de 2010 para 2011. Outros seis produtos mantiveram a produção estável. O produto que apresentou maior crescimento na produção entre 2004 e 2011 foi a cana-de-açúcar e os que apresentaram maior queda foram algodão e milho.

Page 131: Relatório de dados secundários Norte de Minas

131

Quanto à produção pecuária, é possível identificar que 8 dos 13 produtos identificados no município apresentaram redução da produção de 2004 para 2011 (destacados no quadro a seguir). O produto que apresentou maior redução na produção no período de 2004 a 2011 foi “Equinos” e o que apresentou maior aumento foi “Caprinos”.

Quadro 3.17. Dados sobre produção pecuária em Gameleiras – 2004-2011

Produto Quantidade produzida

Unidade 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Asininos 20 23 21 18 19 17 15 13 cabeças

Bovinos 28.800 31.550 33.150 32.620 31.655 31.648 28.753 33.115 cabeças

Caprinos 600 685 650 600 2.955 2.900 2.850 2.430 cabeças

Equinos 4.950 5.200 5.210 4.975 1.735 1.720 1.770 1.775 cabeças

Galinhas 7.100 7.250 7.120 6.350 6.850 15.900 15.600 14.750 cabeças

Galos, frangas, frangos e pintos 9.000 8.800 8.650 8.120 9.560 21.900 22.000 20.230 cabeças

Leite de vaca - produção 5.945 6.510 6.476 6.373 6.185 4.841 4.576 4.038 Mil litros

Mel de Abelha - produção 1.800 1.650 1.500 1.150 2.100 1.680 1.550 1.400 Kg

Muares 120 132 130 125 210 206 210 212 cabeças

Ovinos 370 380 370 350 880 885 860 650 cabeças

Ovos de galinha 126 129 128 114 123 224 234 221 Mil dúzias

Suínos 1.840 1.800 1.755 1.705 1.800 5.420 5.505 5.358 cabeças

Vacas ordenhadas 6.210 6.800 6.817 6.708 6.510 5.904 5.384 4.750 cabeças

Fonte: IBGE Cidades.

Page 132: Relatório de dados secundários Norte de Minas

132

3.8. SEGURANÇA PÚBLICA

Segurança pública representa hoje uma das principais preocupações da população brasileira, sejam de cidades pequenas, médias ou grandes. Mas cabe atentar que em muitos municípios a sensação de insegurança é também um problema que merece atenção. Sendo assim, dados sobre segurança pública devem ser considerados quando o que se pretende é fortalecer a organização social, promover o empoderamento e melhorar a qualidade de vida da população local.

Dados gerais sobre equipamentos de segurança pública e capacidade de aplicação da lei identificados pelo Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS/FJP) e apresentados a seguir, indicam certa precariedade em Gameleiras, seja em equipamentos ou em capacidade de aplicação da lei. De acordo com o Índice, em 2010 haviam 1.027,8 habitantes por policial militar, número elevado se comparado a outros municípios. No ranking das 10 cidades em estudo, Gameleiras ocupa o 3º lugar, em 10º ficou Bonito de Minas com 1.934,6 habitantes por policial militar e em 1º Bertópolis com 624,57.

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro. Obs.: n.d. = informação não disponível.

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro. Obs.: n.d. = informação não disponível.

Quadro 3.18. Capacidade de aplicação da lei em Gameleiras – 2010

Dado Nº

Número de habitantes por policial militar 1.027,8

Número de policiais militares 5

Número de habitantes por policial civil n.d.

Número de policiais civis n.d.

Número de habitantes por juiz na comarca n.d.

Número de habitantes por promotor na comarca n.d.

Número de habitantes por defensor público na comarca n.d.

Tabela 3.15. Equipamentos e dados gerais sobre segurança pública em Gameleiras – 2010

Equipamento / Dado Situação

Existência de delegacia de Polícia Civil Não

Existência de delegacia de proteção a criança e ao adolescente Não

Existência de delegacia de polícia especializada no atendimento à mulher Não

Existência de guarda municipal Não

Existência de unidade prisional Não

Existência de unidade de internação de adolescentes infratores n.d.

Taxa de armas apreendidas (por cem mil habitantes) 622,69

Taxa de detidos em crimes violentos (%) 0

Page 133: Relatório de dados secundários Norte de Minas

133

INDAIABIRA

Page 134: Relatório de dados secundários Norte de Minas

134

4. INDAIABIRA

4.1. BREVE HISTÓRICO E LOCALIZAÇÃO

Indaiabira, município localizado ao norte de Minas Gerais a uma distância de 91 km de Salinas, 306 km de Montes Claros e 728 km de Belo Horizonte, teve início com uma fazenda denominada Palmeiras do Bom-Fim em 1908. Com a doação de terrenos de seu extenso território, a fazenda se transformou em um lugarejo denominado Coqueiros, pelo Decreto Estadual nº 148 em 1938, que eventualmente tornou-se uma Vila com o nome de Indaiabira. Em 1939, a Vila passa a ser um Distrito pertencente ao Município de Rio Pardo de Minas até 1995. Pelo Decreto-Lei estadual nº 1058, de 1943, o distrito de Coqueiros passou a denominar-se Indaiabira e o município de Rio Pardo tornou-se Rio Pardo de Minas. Sob o mesmo decreto acima citado o distrito de Indaiabira perdeu parte do seu território para o novo município de São João do Paraíso. Em 1995, desmembra-se de Rio Pardo de Minas e é elevado à categoria de município, com sede instalada no antigo distrito de Indaiabira em 1997. Dois anos depois, o distrito de Barra de Alegria é anexado ao município de Indaiabira. Em 2003, o município é constituído desses dois distritos.

De acordo com o IBGE, Indaiabira,município de pequeno porte, ocupa uma extensão de 1.004,149 km² e, em 2010tinha uma população de 7.330 habitantes e uma densidade demográfica de 7,30 habitantes por Km². Conforme o Atlas do Desenvolvimento Humano de 2003 (ano base 2000), o IDH-M era de 0,571 e

apenas dois municípios mineiros apresentavam esse índice inferior ao seu, Monte Formoso e Setubinha. Sua economia concentra-se, principalmente, na agricultura, pecuária e serviços. Aspectos que serão tratados a seguir.

Figura 4.1. Delimitação territorial do município de Indaiabira.

Fonte: Google.com.br.

Page 135: Relatório de dados secundários Norte de Minas

135

Figura 4.2. Indicação espacial dos municípios Indaiabira, Salinas, Montes Claros e Belo Horizonte.

Fonte: Google Earth.

Figura 4.3. Foto aérea de Indaiabira (parcial).

Fonte: Google Earth.

Page 136: Relatório de dados secundários Norte de Minas

136

4.2. DADOS GERAIS SOBRE DEMOGRAFIA, FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS

4.2.1. Composição populacional

Muitos municípios brasileiros de pequeno porte têm apresentado um crescimento negativo da população residente nos últimos anos. Uma das explicações para este fenômeno relaciona-se à baixa dinâmica econômica de tais municípios e a consequente dificuldade de acesso a emprego e renda. Tendo em vista o baixo dinamismo econômico, parte da população, principalmente jovens e adultos, deixa o município em busca de maior oportunidade de emprego. Na última década (2000-2010) o IBGE identificou crescimento negativo na população municipal. De acordo com os dois últimos censos demográficos a população residente no município caiu de 7.425 habitantes para 7.330, uma redução de 1,3%, situação que merece atenção.

Em grande parte dos municípios brasileiros a composição da população segundo o sexo apresenta uma pequena vantagem quanto ao número de mulheres, ou seja, mesmo que em pequena diferença, há mais mulheres que homens. Fenômeno que se repete no conjunto dos municípios de Minas Gerais e do Brasil. Indaiabira, por sua vez, apresenta-se como uma exceção. Quanto a esse tipo de distribuição (por sexo), é possível identificar nos Censos de 2000 e 2010 uma leve diferença numérica positiva para os homens (51,6% de homens em 2000 e 50,95% em 2010). No entanto, a diferença é pequena e permite afirmar que existe um equilíbrio entre os sexos. O dado apenas chama atenção por se diferenciar do encontrado para o

Brasil e Minas Gerais nos últimos recenseamentos.A tabela a seguir apresenta estes dados em números e em percentuais.

Tabela 4.1. População residente por sexo: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010

Região

geográfica Sexo

Nº %

2000 2010 2000 2010

Brasil

Total 169.799.170 190.755.799 100,00 100,00

Homens 83.576.015 93.406.990 49,22 48,97

Mulheres 86.223.155 97.348.809 50,78 51,03

Minas Gerais

Total 17.891.494 19.597.330 100,00 100,00

Homens 8.851.587 9.641.877 49,47 49,20

Mulheres 9.039.907 9.955.453 50,53 50,80

Indaiabira - MG

Total 7.425 7.330 100,00 100,00

Homens 3.831 3.735 51,60 50,95

Mulheres 3.594 3.595 48,40 49,05

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

Page 137: Relatório de dados secundários Norte de Minas

137

Gráfico 4.1. População masculina (em %): Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010

48,97 49,249,22 49,47 51,6 50,95

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Brasil Minas Gerais Indaiabira

2000 2010

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

Outro aspecto interessante da composição populacional de Indaiabira refere-se à distribuição segundo a situação do domicílio (urbano/rural). Essa distribuição chama atenção por também se distanciar, significativamente, do verificado para o Brasil e Minas Gerais. Em 2010, mais de 60% da população do município residia em área rural, enquanto que os dados encontrados para Brasil e Minas Gerais não atingiam 16%,.Já a

distribuição dos habitantes segundo sexo por situação do domicílio, segue o padrão brasileiro e de Minas Gerais, qual seja: mais homens que mulheres residindo em áreas rurais.

Gráfico 4.2.População urbana (em %): Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010

16,61

37,41

81,25

84,36

82,0085,29

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

2000 2010

Brasil Minas Gerais Indaiabira

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

Page 138: Relatório de dados secundários Norte de Minas

138

Tabela 4.2. Percentual da população residente segundo situação do domicílio: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Urbano Rural Urbano Rural

Brasil 81,25 18,75 84,36 15,64

Minas Gerais 82,00 18,00 85,29 14,71

Indaiabira 16,61 83,39 37,41 62,59

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Tabela 4.3. Percentual da população rural composta por homens: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira– 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Brasil 51,39 52,62

Minas Gerais 51,52 53,19

Indaiabira 51,91 52,44

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Gráfico 4.3.Distribuição percentual da população residente na área rural por sexo: Indaiabira – 2010

Homens; 52,44

Mulheres; 47,56

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

4.2.2. Famílias e Domicílios

Em 2010, o Censo Demográfico identificou 1.944 domicílios particulares permanentes em Indaiabira. Quanto à situação dos domicílios (localização em área urbana ou rural), Indaiabira apresenta maior número de domicílios localizados em área rural, situação inversa à verificada para o Brasil e Minas Gerais. O processo de urbanização acelerada experimentado pelo país, que hoje resulta em mais de 85% dos domicílios em áreas urbanas, não se repetiu em Indaiabira, que em 2010 se

Page 139: Relatório de dados secundários Norte de Minas

139

deparava com mais de 60% dos domicílios particulares permanentes em área rural. Com esse percentual de domicílios rurais, fica evidente a necessidade de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural e o fortalecimento da agricultura familiar.

Cabe, ainda, ressaltar que, quanto à situação dos domicílios (localização em área urbana / área rural),Indaiabira está entre os 149 municípios mineiros com mais de 50% dos domicílios particulares permanentes situados em área rural, apesar do acréscimo no número de domicílios na área urbana e queda na área rural entre 2000 e 2010. O crescimento de domicílios na área urbana, uma tendência nacional, pode trazer preocupações quando não acompanhado do aumento da produtividade rural e do surgimento de novos postos de trabalhos na zona urbana.

Tabela 4.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Urbana Rural Urbana Rural

Brasil 83,35 16,65 85,87 14,13

Minas Gerais 83,26 16,74 86,05 13,95

Indaiabira 17,14 82,86 39,92 60,08

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Gráfico 4.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010

14,13 13,95

85,87 86,06

39,92

60,08

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Brasil Minas Gerais Indaiabira

Urbana Rural

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

A média de moradores em domicílios particulares ocupados em Indaiabira é superior à verificada para o Brasil e Minas Gerais. No entanto, na última década todos apresentam a mesma tendência: queda.Como é possível identificar no gráfico a seguir, a queda na média de moradores por domicilio no município na última década foi mais acentuada do que em Minas e Brasil.

Page 140: Relatório de dados secundários Norte de Minas

140

Gráfico 4.5. Média de moradores em domicílios particulares ocupados (Pessoas): Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010

3,23

4,48

3,773,76

3,31

3,72

3,0

3,2

3,4

3,6

3,8

4,0

4,2

4,4

4,6

2000 2010

Brasil Minas Gerais Indaiabira

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Outro dado importante a ser ressaltado, refere-se ao número de moradores por domicílio. De acordo com o Censo 2010, 8,9% dos domicílios particulares ocupados em Indaiabira tinham apenas 1 morador e 16,05% tinham 6 ou mais moradores. Esse último, superior ao identificado para Minas Gerais e Brasil.

Gráfico 4.6. Distribuição da população por número de moradores em domicílios particulares ocupados (em %):Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010

13,00

79,50

7,518,90

75,05

12,18

79,02

8,79

16,05

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

1 morador 2 a 5 moradores 6 moradores ou mais

Brasil Minas Gerais Indaiabira

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Sobre a condição da ocupação, chama atenção o elevado número de domicílios reconhecidos por seus moradores como “Próprios”, 1.729 unidades (88,94%); 78 unidades (4,01%) foram identificados como “Alugado”; e, 133 unidades (6,84%) como “Cedido”. O percentual de imóveis (domicílios) “próprios” é superior ao identificado para Brasil e Minas Gerais

Page 141: Relatório de dados secundários Norte de Minas

141

(aproximadamente 70%) e produz reflexos positivos no orçamento familiar.

A distribuição etária da população revela um quadro comum a várias cidades brasileiras com IDH mais baixo, percentual significativo de pessoas com até 17 anos – economicamente não ativas. Dado que se distancia do verificado para Minas Gerais e Brasil. Enquanto Minas e Brasil apresentam 27,75% e 29,52% respectivamente da população nessa faixa etária, Indaiabira apresenta 34,1%. Certamente isso produz impactos, inclusive financeiros, nas políticas públicas para crianças e adolescentes. Consequentemente, o município apresenta menor percentual da população na idade adulta (aqui considerada de 25 a 59 anos), quando comparado ao Brasil e Minas Gerais.O percentual de idosos (60 anos ou mais) identificado foi de 12,65, próximo ao identificado para Minas (11,80%) e Brasil (10,79%). Enquanto o Índice de envelhecimento apresentou crescimento na última década, passando de 20,5 em 2000 para 39,5 em 2010 (FJP), a Razão de dependência apresentou queda, saindo de 55,2 em 2000 e chegando a 46,7 em 2010.

A tabela e o gráfico a seguir ilustram bem a distribuição etária.

Tabela 4.5. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010

Faixa etária Brasil Minas Gerais Indaiabira

2000 2010 2000 2010 2000 2010

0 a 4 anos 9,65 7,24 9,03 6,51 11,6 6,84

5 a 9 anos 9,76 7,85 9,40 7,30 12,55 8,59

10 a 17 anos 16,53 14,43 16,14 13,94 19,59 18,67

18 e 24 anos 13,75 12,52 13,68 12,29 12,33 12,1

25 a 39 anos 23,04 24,50 23,14 24,07 18,06 20,01

40 a 49 anos 11,35 13,02 11,89 13,62 9,47 11,65

50 a 59 anos 7,37 9,66 7,65 10,49 7,3 9,47

60 a 69 anos 4,82 5,95 5,18 6,42 5,41 6,9

70 anos ou mais 3,73 4,84 3,90 5,38 3,69 5,75

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Page 142: Relatório de dados secundários Norte de Minas

142

Gráfico 4.7. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010

10,7912,29

34,10

12,10

29,52

12,52

47,18

27,75

48,18

11,8

41,13

12,65

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Até 17 anos De 18 a 24 anos De 25 a 59 anos 60 anos ou mais

Brasil Minas Gerais Indaiabira

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Considerando a esperança de vida ao nascer e a taxa de envelhecimento, o Atlas de desenvolvimento humano apresenta os seguintes dados:

Tabela 4.6. Indicadores de esperança de vida ao nascer e taxa de envelhecimento 2010

Esperança de vida ao nascer

Probabilidade de sobrevivência até 60

anos

Taxa de envelhecimento

2010 2010 2010

Brasil 73.94

84.05

7.36

Indaiabria 73.26

79.88

9.00

Fonte: PNUD, 2010

Ainda quanto a estrutura etária do município, o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil demonstra que entre 2000 e 2010, a razão de dependência16 de Indaiabira passou de 73,72% para 55,89% e a taxa de envelhecimento evoluiu de 6,06% para 9,00%.Entre 1991 e 2000, a razão de dependência foi de 83,68% para 73,72%, enquanto a taxa de envelhecimento evoluiu de 4,66% para 6,06% (PNUD, 2010).

Em relação à cor / raça, os dados apresentam distribuição diferente da encontrada para Brasil e Minas. Mais de 60% da população do município autodeclara-se “Parda”, enquanto para as demais regiões aqui tratadas o percentual não atinge 50%. Outro dado que chama atenção, é a diferença entre os percentuais de “Branca”, 31,54% em Indaiabira e mais de 45% no Brasil e Minas Gerais.

16

A razão de dependência segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil é o

percentual da população de menos de 15 anos e da população de 65 anos e mais (população dependente) em relação à população de 15 a 64 anos (população potencialmente

ativa).

Page 143: Relatório de dados secundários Norte de Minas

143

Tabela 4.7. Distribuição percentual da população por cor / raça: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010

Cor / Raça Brasil Minas Gerais Indaiabira

Branca 47,51 45,06 31,54

Preta 7,52 9,22 3,92

Amarela 1,10 0,96 0,08

Parda 43,42 44,58 64,47

Indígena 0,43 0,16 -

Sem declaração 0,02 0,01 -

Total 100,00 100,00 100,00

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Gráfico 4.8. Distribuição percentual da população por cor/raça (“Branca” , “Parda” e “Preta”):Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010

44,58

31,54

64,47

47,51

43,42

7,52

45,06

9,22

3,92

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

Branca Parda Preta

Brasil Minas Gerais Indaiabira

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Importante ressaltar, ainda, que de acordo com o CEDEFES, o Norte de Minas conta com uma das maiores áreas de concentração de comunidades quilombolas de Minas Gerais. No município de Indaiabira são duas comunidades quilombolas denominadas de Fazenda Brejo Grande e Brejo Grande, reconhecida em 24 de março de 2006 (data de publicação no

Page 144: Relatório de dados secundários Norte de Minas

144

Diário Oficial da União). Tais comunidades requerem uma atenção especial, pois assim como muitas outras comunidades, a morosidade nos processos de titulação das terras e a falta de reconhecimento por parte do Estado, no que tange às lutas e especificidades dessa população ,têm sido os maiores desafios dessas comunidades.

4.3. INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE

Outras informações importantes e que devem ser levadas em consideração neste primeiro momento de identificação das principais características do município, refere-se à infraestrutura disponível e ao meio ambiente.

Dados sobre a infraestrutura geral nos permitem uma visão mais próxima da real qualidade de vida da população residente em termos de acesso à habitação e serviços básicos como energia elétrica, água, saneamento, transporte entre outros.

Sobre os serviços básicos que cercam a questão da habitação, pode-se verificar certa precariedade no município e, consequentemente, a urgência de expansão e melhorias. De acordo com o IMRS/FJP, a prestadora responsável pelo abastecimento de água no município é a COPASA. O Censo 2010 indica que 98,71% dos domicílios da área urbana têm acesso à água por rede geral e apenas 3% dos domicílios na área rural têm esse acesso. Chama atenção o percentual de domicílios atendidos por sistema de coleta de lixo (40,23%). Informações importantes que indicam a necessidade de maior investimento em infraestrutura e saneamento, inclusive por questões de saúde pública.

Por outro lado, o percentual de domicílios com acesso a energia elétrica indica um aspecto positivo, mais de 90% deles têm acesso a este serviço.

Page 145: Relatório de dados secundários Norte de Minas

145

Quadro 4.1. Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Indaiabira(em %) –2010

Dado 2010

Domicílios com acesso a abastecimento de água por rede geral 52,52

Domicílios com acesso a abastecimento de água por poço ou nascente na

propriedade 19,24

Domicílios com acesso a abastecimento de água por outra forma 28,24

Domicílios com acesso a energia elétrica 93,47

Domicílios atendidos com sistema de esgotamento sanitário – rede geral 14,35

Domicílios atendidos com sistema de esgotamento sanitário – fossa 69,34

Domicílios com existência de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do domicílio 88,58

Domicílios atendidos por sistema de coleta de lixo 40,23

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Percentuais calculados a partir de um total de 1.944 domicílios.

Gráfico 4.9.Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010

75,37

87,4082,85

98,73

55,45

97,3586,28

99,29 98,75

87,63

52,52

93,47

14,35

88,58

40,23

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Domicílios com

acesso a

abastecimento

de água por

rede geral

Domicílios com

acesso a

energia elétrica

Domicílios

atendidos com

sistema de

esgotamento

sanitário – rede

geral

Domicílios com

existência de

banheiro ou

sanitário de uso

exclusivo do

domicílio

Domicílios

atendidos por

sistema de

coleta de lixo

Brasil Minas Gerais Indaiabira

Fonte: IBGE Cidades.

A frota de veículos em Indaiabira apresentou crescimento nos últimos anos. Situação que não difere da verificada na maioria dos municípios brasileiros. O crescimento no número de automóveis e motocicletas entre 2005 e 2012 chama atenção. Como indica a tabela a seguir, o número de automóveis saltou

Page 146: Relatório de dados secundários Norte de Minas

146

de 5 para 238 e o de motocicletas passou de 458 em 2005 para 794 em 2012 (aumento superior a 200%).

Tabela 4.8.Frota de veículos circulantes em Indaiabira – 2005-2012

Veículo 2005 2006 2007 2009 2010 2011 2012

Automóvel 5 6 7 9 181 209 238

Caminhão 70 83 101 149 38 51 60

Caminhão trator 22 25 27 38 0 0 0

Caminhonete 31 29 45 63 70 79 86

Camioneta 0 0 0 0 12 12 12

Micro-ônibus 3 4 4 5 5 5 6

Motocicleta 458 475 498 629 698 760 794

Motoneta 2 2 2 8 16 21 22

Ônibus 14 13 14 20 23 22 22

Trator de rodas 0 0 0 0 0 0 0

Utilitário 0 0 0 0 0 0 0

Outros 0 0 0 0 15 16 15

Total de Veículos 605 637 698 921 1.058 1.175 1.255

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Dados de 2008 não disponíveis.

Gráfico 4.10.Crescimento da frota de veículos circulantes em Indaiabira – 2005-2012

238

5 6 7 9

181209

794

458475

498

629698

760

1.175

1.058

921

698

1.255

605637

1,0

201,0

401,0

601,0

801,0

1001,0

1201,0

1401,0

2005 2006 2007 2009 2010 2011 2012

Automóvel Motocicleta Total de Veículos

Fonte: IBGE Cidades.

Obs.: Dados de 2008 não disponíveis.

Page 147: Relatório de dados secundários Norte de Minas

147

Sobre o meio ambiente, foi possível identificar o percentual de cobertura vegetal por flora nativa (50,79) e de cobertura vegetal por reflorestamento (3,66). Esses e outros dados sobre degradação ambiental deverão ser observados quando da(s) visita(s) da equipe do Projeto ao município.

Tabela 4.9. Dados gerais sobre meio ambiente em Indaiabira – 2010

Dado Percentual

Percentual de áreas de proteção integral 0,0

Percentual de áreas de uso sustentável 0,0

Percentual de cobertura vegetal por mata atlântica 0,55

Percentual de cobertura vegetal por flora nativa 50,79

Percentual de cobertura vegetal por reflorestamento 3,66

Percentual de áreas indígenas 0,0

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

4.4.EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES

4.4.1. Educação

Como é sabido, a educação (escolarização da população) é um importante componente do cálculo do IDH. Os dados sobre educação em Indaiabira ganham destaque por apresentar percentuais de acesso, frequência e alfabetização inferiores aos encontrados para o país e para o estado.

Primeiramente, chama atenção o percentual de pessoas com 5 anos ou mais de idade não alfabetizadas. Como é possível verificar no gráfico a seguir, na última década houve queda no percentual de analfabetos, reforçando o esforço de enfrentamento local deste problema. Mas, ainda assim, o município apresenta percentual significativamente superior de pessoas analfabetas ao verificado para o Brasil e Minas Gerais.

Page 148: Relatório de dados secundários Norte de Minas

148

Gráfico 4.11.Percentual de pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010

8,55

37,75

27,89

15,7

10,5313,3

1,0

6,0

11,0

16,0

21,0

26,0

31,0

36,0

41,0

2000 2010

Brasil Minas Gerais Indaiabira

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Esse dado merece detalhamento para melhor compreensão do problema. Tanto em 2000 quanto em 2010, Indaiabira apresentou percentual superior de não alfabetizados em todas as faixas etárias quando comparado ao Brasil e Minas Gerais. É importante registrar que 3,25% da população em idade regular para freqüentar a escola, principalmente o ensino fundamental (5 a 14 anos), não eram alfabetizadas em 2010.

É importante ainda destacar que 11,65% das pessoas com 5 anos ou mais de idade não alfabetizadas se encontravam na faixa etária de 5 a 14 anos. Outro percentual que chama atenção no município é o de adultos entre 30 a 59 anos que também não são alfabetizados, 12,84%. Estes dados devem ser levados em consideração quando da elaboração de políticas educacionais especificas para crianças, jovens e adultos.

Tabela 4.10. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas (em %): Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2000-2010

Faixa etária Brasil Minas Gerais Indaiabira

2000 2010 2000 2010 2000 2010

De 5 a 14 anos 5,62 2,81 4,28 1,74 9,62 3,25

De 15 a 29 anos 1,83 0,81 1,05 0,43 4,59 1,58

De 30 a 59 anos 3,25 3,86 2,71 3,06 9,81 12,84

60 anos ou mais n.d. 3,05 n.d. 3,31 n.d. 10,22

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010. Nota: n.d. = informação não disponível.

Page 149: Relatório de dados secundários Norte de Minas

149

Gráfico 4.12. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas por FAIXA ETÁRIA (em %): Brasil, Minas Gerais e Indaiabira– 2010

0,43

3,25

1,58

12,84

10,22

2,81

0,81

3,86

3,05

1,74

3,06

3,31

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

De 5 a 14 anos De 15 a 29 anos De 30 a 59 anos 60 anos ou mais

Brasil Minas Gerais Indaiabira

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Os dados sobre pessoas com pelo menos nível superior (graduação) concluído reforçam a baixa escolaridade e a necessidade de se investir na escolarização da população. Enquanto no Brasil e em Minas Gerais esse percentual ultrapassa 6%, em Indaiabira não atinge 3%.

Gráfico 4.13. Percentual da população com pelo menos nível superior (graduação) concluído: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010

7,066,85

2,09

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

Brasil Minas Gerais Indaiabira

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

O quadro a seguir apresenta dados gerais sobre educação como número de matrículas, de docentes e de escolas identificados no município em 2009. Cabe registrar que todas as matrículas, em todos os níveis, são em escolas públicas.

Page 150: Relatório de dados secundários Norte de Minas

150

Quadro 4.2. Dados gerais sobre educação emIndaiabira –2009

Dado Unidade Número

Matrículas - Ensino fundamental matrícula 1.522

Matrículas - Ensino médio matrícula 390

Matrículas - Ensino pré-escolar matrícula 193

Docentes - Ensino fundamental docente 124

Docentes -Ensino médio docente 47

Docentes -Ensino pré-escolar docente 15

Escolas - Ensino fundamental escola 13

Escolas -Ensino médio escola 3

Escolas -Ensino pré-escolar escola 8

Fonte: IBGE Cidades.

Os dados preliminares do censo (2013) e as informações do Atlas de Desenvolvimento humano revelam que o município de Indaiabira) tem apresentado uma crescente no fluxo escolar nas séries iniciais da educação infantil (Creche e pré-escola), no ensino fundamental e médio. O gráfico abaixo apresenta os dados sobre esse fluxo por faixa etária.

Gráfico 4.14. Fluxo Escolar por Faixa Etária – Indaiabira

Fonte: PNUD, IPEA e FJP.

4.4.2. Cultura e Esportes

Sobre cultura e esportes, poucos dados secundários foram encontrados para incrementar a presente análise. As informações identificadas referem-se à gestão, participação popular e existência de equipamento.

Page 151: Relatório de dados secundários Norte de Minas

151

De acordo com o Índice Mineiro de Responsabilidade Social, desenvolvido pela Fundação João Pinheiro (FJP), em Indaiabira, em se tratando de organização e gestão, a área cultural e a área de esportes apresentavam baixa estrutura. No ano de 2010 existia no município apenas Conselho Municipal de Cultura. A mesma fonte identificou a existência de Banda de Música e de Biblioteca Municipal (outros como museu, teatro, cinema, centro cultural não foram identificados pelo IMRS/FJP). Não foi identificada informação sobre a existência de equipamentos de esporte. O quadro a seguir apresenta dados gerais sobre acervo, número de leitores e serviços prestados pela Biblioteca municipal.

Quadro 4.3.Dados gerais sobre a Biblioteca Municipal em Indaiabira – 2010

Acervo (livros, revistas, etc.) 3 a 5 mil exemplares

Número de leitores por mês 30

Média mensal de empréstimos n.d.

Acesso à internet para o leitor n.d.

Número de funcionários n.d.

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Nota: n.d. = informação não disponíve

4.5. ASSISTÊNCIA, ORGANIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL

4.5.1. Assistência Social

A assistência social é um aspecto importantíssimo a ser pensado quando o assunto é município de baixo IDH. Geralmente, esses municípios têm um significativo percentual da população com renda e escolaridade baixas e, consequentemente, mais pessoas expostas aos riscos sociais. Municípios com estas características devem estar atentos às políticas públicas, nacionais e estaduais, de assistência, e cada vez mais aprimorar os serviços de assistência social para atender as demandas da população.

Entre os principais mecanismos de enfrentamento dos problemas de assistência social por parte dos municípios estão a previsão orçamentária para esta função (assistência social) e elaboração de Política Municipal de Assistência. Indaiabira contava em 2010 com esse primeiro mecanismo de auxílio ao enfrentamento dos problemas referentes à assistência: previsão orçamentária.

Os dados sobre a gestão da assistência social dizem muito da capacidade de atendimento e apoio que o município pode oferecer à população menos abastada economicamente. Em Indaiabira, no ano de 2010, a gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) era básica e, segundo o Índice Mineiro de Responsabilidade Social (FJP), o município contava

Page 152: Relatório de dados secundários Norte de Minas

152

com 1Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) para os atendimentos à população.

Quadro 4.4. Dados gerais sobre a gestão da assistência social em Indaiabira-2010

Nº Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) cadastrados 1

Gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) Básica

Nº de assistentes sociais atuando na Assistência Social 2

Nº de funcionários da Assistência Social 14

Existência de previsão orçamentária para a função Assistência Social Sim

Existência de Política Municipal de Assistência Social Não

Sistema de gestão e controle social atuante (0 a 6) 4

Sistema de garantia de direitos atuante (0 a 6) 3

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Os dados do IMRS/FJP indicam que, para o ano de 2010, em Indaiabira os índices de Cobertura qualificada do Cadastro Único (CadUnico), Atualização do CadUnico e Gestão Descentralizada Municipal do Programa Bolsa Família, ambos variando de 0 a 1, eram de 1, 0,78 e 0,9, respectivamente. Ainda de acordo com o IMRS/FJP, o índice de Institucionalização da Assistência Social, que varia de 0 a 28, era de 22 e o Índice Municipal de Desenvolvimento dos CRAS, que varia de 0 a 10, era de 4.

Aspecto adicional com relação à qualidade de vida das pessoas pertencentes à famílias de baixa renda refere-se ao recebimento de benefícios sociais. Apesar das críticas, já existem diferentes estudos apontando os reflexos positivos, incluindo aí uma pequena (mas consistente) parcela de desconcentração na renda promovida por programas de transferência de renda,

ainda que, é quase unanimidade, haja um horizonte determinado para alguns programas. Entre todos, o destaque vai para o Bolsa Família, do Governo Federal. Trata-se de um programa de transferência que associa basicamente educação (frequência à escola) e combate à fome. Este programa é construído por cadastro local e as informações são repassadas ao governo central que disponibiliza diretamente ao beneficiário um valor em espécie. Por definição, trata-se ainda de um programa focalizado em indivíduo / famílias em patamar de renda bem definido para pobreza e extrema pobreza.

Os percentuais de famílias com perfil CadUnico e de beneficiárias do Programa Bolsa Família ajudam a dimensionar a situação de pobreza, de qualidade de vida e bem estar social de uma determinada população. Os percentuais verificados para Indaiabira chamam atenção e preocupam por serem elevados. Os demais municípios em estudo também apresentaram estes percentuais elevados.

Quadro 4.5.Dados sobre famílias, CadUnico e Bolsa Família em Indaiabira - 2010

Total de famílias identificadas no município (Censo 2010) 1.902

Total famílias beneficiárias do Programa Bolsa família 893

% famílias beneficiárias do Programa Bolsa família 46,9

Total famílias com perfil CadUnico 1.447

% famílias com perfil CadUnico 76,1

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010; Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação

João Pinheiro

Page 153: Relatório de dados secundários Norte de Minas

153

Quanto aos dados de 2012, o Relatório de Informações – Síntese dos Programas Sociais elaborado pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, indica que haviam 1.807 famílias cadastradas no CadUnico, sendo 1.706 com renda per capita de até ½ salário mínimo e 1.545 com renda per capita de até R$140,00.

Conforme o Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS/FJP), em 2010 foram transferidos R$ 1.157.610,00 para as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família no município. Valor que certamente causou impactos positivos nos municípios, dinamizando o comércio e a economia local.

Ainda sobre benefícios de transferência de renda, destaca-se o Benefício da Prestação Continuada (BPC), disponível para idosos e deficientes de famílias de baixa renda. Em 2010, haviam em Indaiabira 29 beneficiários do BPC (21 referentes ao BPC-Deficientes e 8 ao BPC-Idoso). Esses benefícios contabilizaram R$ 182.000,00 no mesmo ano 17.

Os dados que constituem o “Mapa da pobreza e desigualdade dos municípios brasileiros”, disponibilizado pelo IBGE Cidades, corroboram a situação preocupante indicada anteriormente. A incidência de pobreza, proporção de pessoas que vivem com até R$ 70,00 de rendimento domiciliar per capita ao mês, verificada para Indaiabira em 2003 era de 49,30%, inferior ao identificado para o conjunto dos municípios brasileiros. Cabe registrar que

17 Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

entre os dez municípios em estudo, Indaiabira apresentava o menor percentual de incidência de pobreza.

Quadro 4.6. Mapa de Pobreza e Desigualdade do Conjunto dos Municípios Brasileiros e de Indaiabira – 2003

Indicador Indaiabira Municípios brasileiros

Unidade

Incidência da Pobreza 49,30 52,27 %

Limite inferior da Incidência de Pobreza

37,54 47,62 %

Limite superior da Incidência de Pobreza

61,05 56,92 %

Incidência da Pobreza Subjetiva 57,05 55,91 %

Limite inferior da Incidência da Pobreza Subjetiva

49,15 51,27 %

Limite superior Incidência da Pobreza Subjetiva

64,95 60,56 %

Índice de Gini 0,38 0,49 ...

Limite inferior do Índice de Gini 0,34 0,46 ...

Limite superior do Índice de Gini 0,42 0,53 ...

Fonte: IBGE Cidades.

Page 154: Relatório de dados secundários Norte de Minas

154

Gráfico 4.15. Indicadores que compõem o Mapa de Pobreza e Desigualdade: Indaiabirae Conjunto dos Municípios Brasileiros – 2003

64,95

52,27

56,92

60,56

49,3

61,05

57,05 55,91

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

Incidência da Pobreza Limite superior da

Incidência de Pobreza

Incidência da Pobreza

Subjetiva

Limite superior

Incidência da Pobreza

Subjetiva

Indaiabira Municípios brasileiros

Fonte: IBGE Cidades.

Pode-se identificar que apesar do município possuir a menor incidência de pobreza dentre os demais municípios pesquisados, tem-se que levar em consideração os grandes índices de desigualdade social existente. Segundo o portal ODM a participação dos 20% mais pobres da população na renda passou de 6,3%, em 1991, para 3,2%, em 2000, aumentando ainda mais os níveis de desigualdade. Em 2000, a participação dos 20% mais ricos era de 52,0% , ou 16 vezes superior à dos 20% mais pobres.

O Censo 2010 detectou que a incidência de pobreza era maior nos municípios de porte médio (10 mil a 50 mil habitantes). Cabe registrar que enquanto a proporção de pessoas que viviam com até R$70,00 de rendimento domiciliar per capita era, em média, 6,3% no Brasil, nos municípios de 10 mil a 20 mil habitantes esse percentual era o dobro (13,7%), com metade da população nesses municípios vivendo com até ½ salário mínimo per capita. Já nas cidades com população superior a 500 mil habitantes, menos de 2% viviam com até R$70,00 per capita e cerca de ¼ das pessoas vivia com até ½ salário mínimo de rendimento domiciliar per capita18

.

Em Indaiabira, identifica-se que a renda per capita média cresceu 119,28% nas últimas duas décadas, passando de R$130,85, em 1991, para R$146,20, em 2000, e R$286,93, em 2010. A taxa média anual de crescimento foi de 11,73% no primeiro período e 96,26% no segundo. A extrema pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 70,00, em reais de agosto de 2010) passou de 28,89% em 1991 para 39,37% em 2000 e para 13,97% em 2010 (PNUD).

Cabe ainda registrar o Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF), indicador sintético que mede o grau de desenvolvimento das famílias possibilitando apurar o grau de vulnerabilidadede cada família do CadUnico, bem como analisar um grupo de famílias ou mesmo o total de famílias do município. O índice varia de 0 a

18

Para mais informações consultar sítio do IBGE - <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2019&id_pagina=1>.

Page 155: Relatório de dados secundários Norte de Minas

155

1, quanto mais próximo de 1 melhores as condições da família 19. Como é possível identificar na tabela a seguir, os componentes que mais comprometem o IDF em Indaiabira são: Acesso ao trabalho, Acesso ao conhecimento e Disponibilidade de recursos.

Tabela 4.11. Índice de Desenvolvimento Familiar e seus componentes em Indaiabira - 2010

Índice e seus componentes Índice

Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF) 0,50

Vulnerabilidade 0,75

Acesso ao conhecimento 0,23

Acesso ao trabalho 0,07

Disponibilidade de recursos 0,34

Desenvolvimento infantil 0,93

Condição Habitacional 0,65

Fonte: Relatórios de Informações Sociais / SAGI / MDS.

Quanto a vulnerabilidade social o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil aponta que o município em 2010 encontra-se com 63,60 % de vulneráveis a pobreza, 22,69% de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam nem trabalham e são vulneráveis a pobreza e 4,90% de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza e dependentes de idosos. A tabela 4.12 traz mais alguns indicadores quanto a vulnerabilidade social do município de Indaiabira.

19

Para mais informações vide: <http://www.mds.gov.br>.

Tabela 4.12. Vulnerabilidade social

Fonte: PNUD, IPEA, FJP

4.5.2. Participação e Organização Social

Outro dado importante que deve ser olhado com cuidado nas cidades em estudo, refere-se à organização e à participação social. Estes dados importam quando o que se pretende é aumentar o grau de empoderamento popular, um dos objetivos do Projeto 10Envolver. Os conselhos municipais são espaços de participação que ganharam força com a instituição da Constituição de 1988.

A seguir apresenta-se um quadro com a existência de conselhos no município.

Page 156: Relatório de dados secundários Norte de Minas

156

Quadro 4.7. Conselhos municipais existentes em Indaiabira – 2010

Assistência Social Conselho Tutelar Crianças e Adolescentes

Gestor do Programa Bolsa Família Habitação Meio Ambiente

Saúde

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Como é possível verificar no quadro anterior, em termos quantitativos, o município apresenta um significativo número de conselhos, sete. Contudo, há que se verificar a expressividade e a capacidade de controle social dos mesmos. De maneira geral, em termos de Brasil, sabe-se que ainda há muito por fazer para aumentar e incentivar a participação popular e o acompanhamento, por parte da população local, no debate e na implementação de políticas públicas.

4.6. SAÙDE

Em se tratando de saúde, os dados identificados como relevantes para esta análise referem-se à atenção básica, mortalidade e equipamentos.

Em 2009 existiam no município cinco estabelecimentos de saúde, todos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e equipados para atendimento ambulatorial com atendimento médico em especialidades básicas e dois para atendimento odontológico. Nenhum deles estava equipado para internações. (Fonte: IBGE Cidades)

Os dados gerais sobre a situação da saúde em Indaiabira não se distanciam do encontrado para os demais municípios com baixo IDH. Dos aspectos positivos, vale ressaltar as seguintes taxas: Taxa de mortalidade por acidentes de transporte da população de 15 a 29 anos e a Taxa de mortalidade por homicídio da população de 15 a 29 anos, ambas 0 (zero).

Page 157: Relatório de dados secundários Norte de Minas

157

Quadro 4.8. Dados gerais sobre situação da saúde em Indaiabira – 2010

Taxa bruta de mortalidade 4,5 (por mil

habitantes)

Taxa bruta de mortalidade padronizada 3,79 (por mil

habitantes)

Taxa de mortalidade por acidente de transporte da população de

15 a 29 anos 0

(por 100 mil

habitantes)

Taxa de mortalidade por homicídio na população total 13,64 (por 100 mil habitantes)

Taxa de mortalidade por homicídio da população de 15 a 29 anos 0 (por 100 mil habitantes)

Mortalidade proporcional da população idosa (60 anos ou mais) 51,52 (%)

Notificação de óbito por raiva humana transmitida por cão ou gato n.d. Nº

Proporção de nascidos vivos com baixo peso 9,3 (%)

Proporção de internações por doenças relacionadas ao

saneamento ambiental inadequado n.d. (%)

Proporção de internações por doenças de veiculação hídrica n.d. (%)

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro. Obs.: n.d. = informação não disponível.

Quanto aos dados sobre atenção básica (apresentados no quadro a seguir) é importante ressaltar aspectos positivos como a quase universalização da cobertura vacinal em menores de 1 ano. Outro dado que chama atenção é a Proporção de óbitos por causas mal definidas, quinta mais elevada entre os municípios em estudo.

Quadro 4.9. Dados gerais sobre saúde - atenção básica - em Indaiabira – 2010

Proporção da população atendida pelo PSF 100,00 %

Meses de cobertura do PSF 12 Meses

Proporção de nascidos vivos cujas mães realizaram 7 ou mais

consultas de pré-natal 77,30 %

Cobertura vacinal de tetravalente em menores de 1 ano 100,00 %

Cobertura vacinal contra poliomielite em menores de 1 ano 100,00 %

Cobertura vacinal de tríplice viral da população de 1 ano de idade 96,18 %

Cobertura vacinal em campanha contra influenza da população de 60 anos ou mais

83,14 %

Proporção de óbitos por causas mal definidas sem assistência médica

18,18 %

Proporção de óbitos por causas mal definidas 24,24 %

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Ainda sobre saúde, é importante destacar dados referentes à mortalidade infantil. O número de óbitos de menores de um ano de idade na população residente em determinado espaço geográfico reflete, de maneira geral, as condições de desenvolvimento socioeconômico e infraestrutura ambiental, bem como o acesso e a qualidade dos recursos disponíveis para atenção à saúde materna e da população infantil. De 2010 para 2011 verificou-se aumento na Taxa de Mortalidade Infantil municipal. Cabe atentar para o fato de que análises sobre o aumento ou queda da taxa de mortalidade infantil em populações pequenas como a de Indaiabira devem ter cautela e levar em consideração outras variáveis, pois a ocorrência de uma ou duas mortes ao ano pode alterar significativamente a taxa.

Page 158: Relatório de dados secundários Norte de Minas

158

É importante destacar quanto a saúde infantil as consultas pré-natais que estão diretamente ligadas as taxas de mortalidade. O Portal ODM revela que quanto maior o número de consultas pré-natais, maior a garantia de uma gestação e parto seguros,.A proporção de gestantes sem acompanhamento pré-natal, em 2011, neste município, foi de 0,0%. As gestantes com 7 ou mais consultas foram 82,6%.Em 2011, no Município, 100,0% dos nascidos vivos tiveram seus partos assistidos por profissionais qualificados de saúde.

Quadro 4.10. Taxa de mortalidade infantil e Número de óbitos infantis em

Indaiabira– 2007-2011

Ano Taxa de mortalidade infantil Nº de óbitos infantis

2007 28,57 3

2008 34,88 3

2009 0 0

2010 13,33 1

2011 21,98 2

Fonte: Ministério da Saúde / DATASUS / Pacto pela Saúde, 2010-2011.

Gráfico 4.16. Evolução da Taxa de mortalidade infantil: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2007, 2008 e 2010

28,57

17,4

20,01

34,88

17,3817,56

13,33

16,1615,97

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

Brasil Minas Gerais Indaiabira

2007 2008 2010

Fonte:Ministério da Saúde / DATASUS / Pacto pela Saúde, 2010-2011.

Outros dados importantes quanto a saúde do município são os referentes aos casos de AIDS e os casos de doenças transmissíveis por mosquitos, presente no Relatório Dinâmico dos municípios do Portal ODM. No município, entre 2001 e 2011, houve 36 casos de doenças transmitidas por mosquitos, dentre os quais nenhum caso confirmado de malária e nenhum caso confirmado de febre amarela. Destaca-se o fato dos 36 casos confirmados serem de leishmaniose e nenhuma

Page 159: Relatório de dados secundários Norte de Minas

159

notificação de dengue. O Município não teve nenhum caso de AIDS diagnosticado até 2012 (Portal ODM).

Os dados sobre os tipos de deficiências não apresentam surpresas e se aproximam dos verificados para o Brasil e Minas Gerais. Cabe registrar que 21,78% da população apresentavam pelo menos uma das deficiências investigadas pelo Censo 2010 (visual, auditiva, motora, mental/intelectual). A tabela a seguir, apresenta a situação.

Tabela 4.13. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010

Tipo de deficiência Brasil Minas Gerais

Indaiabira

Pelo menos uma das deficiências investigadas 23,91 22,62 21,78

Deficiência visual - não consegue de modo algum

0,27 0,23 0,42

Deficiência visual - grande dificuldade 3,18 3,02 2,86

Deficiência visual - alguma dificuldade 15,31 13,79 12,95

Deficiência auditiva - não consegue de modo algum

0,18 0,17 0,3

Deficiência auditiva - grande dificuldade 0,94 1,02 1,64

Deficiência auditiva - alguma dificuldade 3,97 3,93 4,18

Deficiência motora - não consegue de modo algum

0,39 0,40 0,21

Deficiência motora - grande dificuldade 1,94 2,06 1,32

Deficiência motora - alguma dificuldade 4,63 4,57 4,86

Mental / Intelectual 1,37 1,53 1,27

Nenhuma dessas deficiências 76,06 77,36 78,22

Sem declaração 0,03 0,02 -

Fonte: IBGE Cidades.

Gráfico 3.17. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Indaiabira – 2010

4,63

1,37

22,62

13,79

4,57

1,53

21,78

12,95

4,184,86

1,27

23,91

15,31

3,97 3,93

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

Pelo menos uma

das deficiências

investigadas

Deficiência

visual - alguma

dificuldade

Deficiência

auditiva -

alguma

dificuldade

Deficiência

motora - alguma

dificuldade

Mental /

Intelectual

Brasil Minas Gerais Indaiabira

Fonte: IBGE Cidades.

Page 160: Relatório de dados secundários Norte de Minas

160

4.7. ECONOMIA, EMPREGO E FINANÇAS

Um dos principais índices que ajudam a entender o desenvolvimento humano e social de uma determinada localidade é o IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal). Tendo por base o ano de 2000, Indaiabira apresentava o terceiro pior IDH-M de Minas Gerais (0,571). É importante atentar para dois aspectos importantes desse índice no município: os três subíndices que compõem o IDH-M (Renda, Longevidade e Educação) são baixos, mesmo apresentando crescimento no período entre 1991 e 2000; o IDHM-Renda tem impacto significativo no índice final do município, sendo este subíndice o menor dos três componentes (nos dez municípios em estudo). Alguns dados já apresentados ajudam a explicar/entender o baixo IDH municipal.

Gráfico 4.18. IDH-M de municípios mineiros selecionados – 2000

0,585

0,582

0,581

0,580

0,575

0,571

0,570

0,568

0,841

0,586

0,586

0,4

Poços de Caldas

Crisólita

Fruta de Leite

Bertópolis

Novo Oriente de Minas

Gameleiras

Bonito de Minas

Pai Pedro

Indaiabira

Monte Formoso

Setubinha

Obs.: Municípios selecionados: 10 menores IDH-M e maior IDH-M de Minas Gerais.

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano / PNUD, 2003.

Conforme informações do IBGE Cidades, o Produto Interno Bruto (PIB) de Indaiabira em 2010 era R$36.021.000,00 e o PIB per capita R$4.916,24. O destaque em sua composição era para o setor de serviços, com R$23.685.000,00, seguido da Agropecuária (R$7.931.000,00), Indústria (R$3.614.000,00) e Impostos sobre produtos líquidos de subsídios (R$791.000,00), todos a preços correntes.

Page 161: Relatório de dados secundários Norte de Minas

161

Gráfico 4.19. Composição do PIBa preços correntes em Indaiabira – 2010 (em mil reais)

791

23.685

7.931

3.614

0,0

5000,0

10000,0

15000,0

20000,0

25000,0

Serviços Agropecuária Indústria Produtos líquidos

de subsídios

Fonte: IBGE Cidades.

Entre os 10 municípios em estudo pelo Projeto 10Envolver, segundo o IMRS/FJP, Indaiabira apresentava em 2010 uma renda per capita de R$337,40 – sétimo menor valor entre os 10 municípios em estudo. Apesar do baixo valor da renda per capta, o município apresentou a quinta maior taxa de crescimento dessa renda entre os anos 2000 e 2010 (também entre os 10 municípios em estudo), 134,8%.

Quadro 4.11. Dados gerais sobre renda e emprego em Indaiabira – 2000 e 2010

Renda per capita (R$ de ago) 2000 – FJP 148,98

Renda per capita (R$ de dez) 2010 – FJP 337,40

Empregados do setor formal (pessoas) – FJP 436

Taxa de emprego no setor formal (%) – FJP 9,60

Rendimento médio no setor formal (R$ de dez/2010 / empregado) – FJP 940,85

Rendimento per capita no setor formal (R$ de dez/2010 / habitante) – FJP 50,02

Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio – Urbana (R$) – IBGE Cidades

1.077,56

Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio – Rural (R$) – IBGE Cidades

1.180,07

Fonte: IBGE Cidades; Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Conforme o Boletim de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo RAIS - Principais ocupações formais do público BSM, elaborado pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que divulga dados municipais, no período de 2008 e 2011,a quantidade de vagas no mercado formal aumentou em 273 postos. A maior elevação concentrou-se no Grupo 3–Técnicos de nível médio, 112 postos. As ocupações formais com maior número de postos em 2011 no município eram as compostas pelos grupos 3, 5 e 7 (com 161, 125 e 101 postos respectivamente). As remunerações mais altas estavam concentradas nos grupos 9, 2, 8 e 1.

Em particular, cabe destacar a variação de 75,25% na remuneração média no Grupo 9 - Trabalhadores em serviços de

Page 162: Relatório de dados secundários Norte de Minas

162

reparação e manutenção, com remuneração média de R$ 1.774,99.

Quadro 4.12. Grandes grupos ocupacionais

Grupo Ocupação

1 Membros superiores do poder público, dirigentes de organizações de interesse público e de empresas e gerentes

2 Profissionais das ciências e das artes

3 Técnicos de nível médio

4 Trabalhadores de serviços administrativos

5 Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados

6 Trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca

7 Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais

8 Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais

9 Trabalhadores em serviços de reparação e manutenção

Fonte: Boletim – Relatórios de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo RAIS - Principais ocupações formais do público BSM / SAGI / MDS.

Quadro 4.13. Grandes grupos ocupacionais por remuneração média e número de postos em Indaiabira - 2008 e 2011

Grupo Remuneração média em 2008

Postos em 2008

Remuneração média em 2011

Postos em 2011

Variação da Remuneração

1 1.726,72 08 1.060,92 45 -38,56%

2 1.471,19 13 1.206,85 78 -19,97%

3 712,29 49 781,88 161 9,77%

4 640,90 27 815,56 23 27,25%

5 479,77 141 654,65 125 36,45%

6 617,50 46 719,08 51 16,45%

7 621,94 26 654,64 101 5,26%

8 724,11 08 1.067,62 09 47,44%

9 1.012,81 05 1.774,99 03 75,25%

Fonte: Boletim – Relatórios de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo RAIS - Principais ocupações formais do público BSM / SAGI / MDS.

Page 163: Relatório de dados secundários Norte de Minas

163

Gráfico 4.20. Evolução do número de postos de trabalho em Indaiabira – 2008 e 2011 (três grupos com maior número de postos em 2011)

49

161

141

125

26

101

1,0

21,0

41,0

61,0

81,0

101,0

121,0

141,0

161,0

181,0

Postos em 2008 Postos em 2011

Grupo 3 Grupo 5 Grupo 7

Fonte: Boletim – Relatórios de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo RAIS - Principais ocupações formais do público BSM / SAGI / MDS.

Destaca-se, segundo o atlas de Desenvolvimento Humano, em 2010 , das pessoas ocupadas na faixa etária de 18 anos ou mais, 54,18% trabalhavam no setor agropecuário, 0,21% na indústria extrativa, 4,42% na indústria de transformação, 5,57% no setor de construção, 0,30% nos setores de utilidade pública,

6,82% no comércio e 23,91% no setor de serviços. Percebe-se, portanto, que por ser um município com predominância rural, mais da metade da população trabalha no setor agropecuário, constituída em sua maior parte por pequenos agricultores. No quadro a seguir é possível identificar que na lavoura permanente a produção de banana, laranja, limão, manga e tangerina manteve-se constante de 2010 para 2011. Apenas a produção de café apresentou crescimento. Entre 2004 e 2011 o produto que apresentou maior crescimento na produção foi o café.

Quadro 4.14. Produção agrícola na lavoura permanente em Indaiabira – 2004 2011

Produto 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004

Banana 140 140 140 140 140 144 120 90

Café 378 374 293 296 296 41 42 30

Laranja 120 120 120 120 120 120 96 120

Limão 6 6 6 6 6 6 6 7

Manga 62 62 64 64 64 64 64 60

Tangerina 14 14 13 13 13 13 13 16

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Produção em toneladas.

Page 164: Relatório de dados secundários Norte de Minas

164

Quadro 4.15. Produção agrícolana lavoura temporária em Indaiabira – 2004-2011

Produto 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004

Arroz (em casca)

84

144

40

120

60

62

30

62

Cana-de-açúcar

33.000

39.000

48.000

48.000

48.000

78.000

36.000

108.000

Feijão (em

grão)

310

420

353

492

456

510

379

409

Mamona

(bagaço)

-

-

-

-

3

-

-

-

Mandioca

1.200

1.800

2.200

1.300

1.500

1.800

1.200

2.400

Melancia

-

-

-

-

-

-

75

75

Milho (em

grão)

560

672

96

952

630

672

190

680

Tomate

550

750

1.050

1.250

1.000

350

50

1.250

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Produção em toneladas.

Sugestão:No quadro anterior é possível identificar que na lavoura temporária a produção da mamona aconteceu somente no ano de 2007 e de melancia em 2004 e 2005.Todos os produtos apresentaram queda na produção entre 2010 e 2011,O produto que apresentou maior crescimento foi a cana-de-açúcar e o que apresentou maior queda foi o tomate.

Page 165: Relatório de dados secundários Norte de Minas

165

Quanto à produção pecuária, é possível identificar que 5 dos 13 produtos identificados no município apresentaram redução da produção de 2004 para 2011 (destacados no quadro a seguir). O produto que apresentou maior crescimento na produção no período de 2004 a 2011 foi bovinos e o que apresentou maior queda foi muares. Cabe destacar que a produção de mel de abelha aconteceu apenas no ano de 2009.

Quadro 4.16. Dados sobre produção pecuária em Indaiabira– 2004-2011

Produto Quantidade produzida

Unidade 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Asininos 22 23 26 26 28 12 16 18 cabeças

Bovinos 3597 3676 5393 6167 5984 5562 5226 5669 cabeças

Caprinos 115 118 119 124 133 84 98 101 cabeças

Eqüinos 510 515 523 525 511 451 443 448 cabeças

Galinhas 9686 9715 9728 9815 10084 10098 10198 10313 cabeças

Galos, frangas, frangos e pintos 18212 18420 18440 18982 19242 19020 19046 19337 cabeças

Leite de vaca 219 221 226 230 218 365 271 309 Mil litros

Mel de Abelha 0 0 0 0 0 70 0 0 Kg

Muares 121 125 132 130 122 15 38 35 cabeças

Ovinos 0 0 0 0 0 29 36 33 cabeças

Ovos de galinha 145 146 146 147 152 151 153 155 Mil dúzias

Suínos 1906 1937 1954 1917 2008 1804 1847 1867 cabeças

Vacas ordenhadas 486 492 502 510 478 810 502 572 cabeças

Fonte: IBGE Cidades.

Page 166: Relatório de dados secundários Norte de Minas

166

3.8. SEGURANÇA PÚBLICA

Segurança pública representa hoje uma das principais preocupações da população brasileira, seja de cidades pequenas, médias ou grandes. Mas cabe atentar que em muitos municípios a sensação de insegurança é também um problema que merece atenção. Sendo assim, dados sobre segurança pública devem ser considerados quando o que se pretende é fortalecer a organização social, promover o empoderamento e melhorar a qualidade de vida da população local.

Dados gerais sobre equipamentos de segurança pública e capacidade de aplicação da lei identificados pelo Índice Mineiro

de Responsabilidade Social (IMRS/FJP) e apresentados a seguir, indicam precariedade em Indaiabira, seja em equipamentos ou em capacidade de aplicação da lei. De acordo com o Índice, em 2010 haviam 1.466 habitantes por policial militar, número elevado se comparado a outros municípios. No ranking das 10 cidades em estudo, Indaiabira ocupa o 6º lugar, em 10º ficou Bonito de Minas com 1.934,6 habitantes por policial militar e em 1º Bertópolis com 624,57.

Quadro 4.17.Capacidade de aplicação da lei em Indaiabira – 2010

Dado Nº

Número de habitantes por policial militar 1.466

Número de policiais militares 5

Número de habitantes por policial civil n.d.

Número de policiais civis n.d.

Número de habitantes por juiz na comarca n.d.

Número de habitantes por promotor na comarca n.d.

Número de habitantes por defensor público na comarca n.d.

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Obs.: n.d.=–informação não disponível.

Tabela 4.14. Equipamentos e dados gerais sobre segurança pública em Indaiabira 2010

Equipamento / Dado Situação

Existência de delegacia de Polícia Civil Não

Existência de delegacia de proteção a criança e ao adolescente Não

Existência de delegacia de polícia especializada no atendimento à mulher Não

Existência de guarda municipal Não

Existência de unidade prisional Não

Existência de unidade de internação de adolescentes infratores Não

Taxa de armas apreendidas (por cem mil habitantes) 1.477

Taxa de detidos em crimes violentos (%) 5

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro

Page 167: Relatório de dados secundários Norte de Minas

167

PAI PEDRO

Page 168: Relatório de dados secundários Norte de Minas

168

5. PAI PEDRO

5.1.BREVE HISTÓRICO E LOCALIZAÇÃO

Pai Pedro localiza-se no norte de Minas Gerais a uma distância de 68 km de Janaúba, 201 km de Montes Claros e 622 km de Belo Horizonte.

De acordo com o IBGE, Pai Pedro, município de pequeno porte, ocupa uma extensão de 839,805 km² e, em 2010 tinha uma população de 5.934 habitantes e uma densidade demográfica de 7,07 habitantes por Km². Conforme o Atlas do Desenvolvimento Humano de 2003 (ano base 2000), o IDH-M era de 0,575 e apenas três municípios mineiros apresentavam esse índice inferior ao seu. Sua economia concentra-se, principalmente, na agricultura, pecuária e serviços gerais. Aspectos que serão tratados a seguir.

A povoação da sede do município de Pai Pedro foi incentivada por sua proximidade com o Rio Serra Branca e a chegada da estrada de ferro, com a inauguração de uma estação em 10/09/1947.

Distrito criado com a denominação de Pai Pedro, pela lei estadual nº 6769, de 13-05-1976, subordinado ao município de Porteirinha. Elevado à categoria de município com a denominação de Pai Pedro, pela lei estadual nº 12030, de 21-12-1995, desmembrado de Porteirinha. Sede no antigo distrito de Pai Pedro. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-

1997. Em divisão territorial datada de 2003, o município é constituído do distrito sede.

Figura 5.1. Delimitação territorial do município de Pai Pedro.

Fonte: Google.com.br.

Page 169: Relatório de dados secundários Norte de Minas

169

Figura 5.2. Indicação espacial dos municípios Pai Pedro, Janúba, Montes Claros e Belo Horizonte.

Fonte: Google Earth.

Figura 5.3. Foto aérea de Pai Pedro (parcial).

Fonte: Google Earth.

Page 170: Relatório de dados secundários Norte de Minas

170

5.2. DADOS GERAIS SOBRE DEMOGRAFIA, FAMÍLIAS E DOMICÍLIOS

5.2.1. Composição populacional

Muitos municípios brasileiros de pequeno porte têm apresentado um crescimento negativo da população residente nos últimos anos. Uma das explicações para este fenômeno relaciona-se à baixa dinâmica econômica de tais municípios e a consequente dificuldade de acesso a emprego e renda. Tendo em vista a baixa dinâmica econômica, parte da população, principalmente jovens e adultos, deixa o município em busca de maior oportunidade de emprego. Pai Pedro apresentou um crescimento positivo da população muito pequeno entre 2000 e 2010, apenas 1,7%, passando de 5.832 habitantes para 5.934.

Em grande parte dos municípios brasileiros a composição da população segundo o sexo apresenta uma pequena vantagem quanto ao número de mulheres, ou seja, mesmo que em pequena diferença, há mais mulheres que homens. Fenômeno que se repete no conjunto dos municípios de Minas Gerais e do Brasil. Pai Pedro, por sua vez, apresenta-se como uma exceção. Quanto a esse tipo de distribuição (por sexo), é possível identificar nos Censos de 2000 e 2010 uma leve diferença numérica positiva para os homens (51,39% de homens em 2000 e 50,96% em 2010). No entanto, a diferença é pequena e permite afirmar que existe um equilíbrio entre os sexos. O dado apenas chama atenção por se diferenciar do encontrado para o Brasil e Minas Gerais nos últimos recenseamentos.A tabela a seguir apresenta estes dados em números e em percentuais.

Tabela 5.1. População residente por sexo: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010

Região geográfica

Sexo Nº %

2000 2010 2000 2010

Brasil

Total 169.799.170 190.755.799 100,00 100,00

Homens 83.576.015 93.406.990 49,22 48,97

Mulheres 86.223.155 97.348.809 50,78 51,03

Minas Gerais

Total 17.891.494 19.597.330 100,00 100,00

Homens 8.851.587 9.641.877 49,47 49,20

Mulheres 9.039.907 9.955.453 50,53 50,8

Pai Pedro

Total 5.832 5.934 100,00 100,00

Homens 2.997 3.024 51,39 50,96

Mulheres 2.835 2.910 48,61 49,04

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

Page 171: Relatório de dados secundários Norte de Minas

171

Gráfico 5.1. População masculina (em %): Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010

48,97 49,249,22 49,47 51,39 50,96

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Brasil Minas Gerais Pai Pedro

2000 2010

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

Outro aspecto interessante da composição populacional de Pai Pedro refere-se à distribuição segundo a situação do domicílio (urbano/rural). Essa distribuição chama atenção por também se distanciar, significativamente, do verificado para o Brasil e Minas Gerais. Em 2010, quase71% da população do município residia em área rural, enquanto que os dados encontrados para Brasil e Minas Gerais não atingiam 16%.Apesar da maior parte da

população residir na área rural, o Atlas de Desenvolvimento Humano (2013) apresenta que nas últimas duas décadas, a taxa de urbanização cresceu 40,37%.

Já a distribuição dos habitantes segundo sexo por situação do domicílio segue o padrão brasileiro e de Minas Gerais, qual seja, mais homens que mulheres residindo em áreas rurais.

Gráfico 5.2. População urbana (em %): Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010

27,329,47

81,25

84,36

82,0085,29

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

2000 2010

Brasil Minas Gerais Pai Pedro

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

Page 172: Relatório de dados secundários Norte de Minas

172

Tabela 5.2. Percentual da população residente segundo situação do domicílio: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Urbano Rural Urbano Rural

Brasil 81,25 18,75 84,36 15,64

Minas Gerais 82,00 18,00 85,29 14,71

Pai Pedro 27,30 72,70 29,47 70,53

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Tabela 5.3. Percentual da população rural composta por homens: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro– 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Brasil 51,39 52,62

Minas Gerais 51,52 53,19

Pai Pedro 51,60 51,52

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Gráfico 5.3.Distribuição percentual da população residente na área rural por sexo: Pai Pedro – 2010

Homens; 51,52

Mulheres; 48,48

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

5.2.2. Famílias e Domicílios

Em 2010, o Censo Demográfico identificou 1.635 domicílios particulares permanentes em Pai Pedro. O processo de urbanização acelerada experimentado pelo país, que hoje resulta em mais de 85% dos domicílios em áreas urbana, não impactou diretamente o município, que em 2010 se deparava com 66,79% dos domicílios particulares permanentes em área rural. Com esse percentual de domicílios localizados em área

Page 173: Relatório de dados secundários Norte de Minas

173

rural, fica evidente a necessidade de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural e o fortalecimento da agricultura familiar.

Cabe, ainda, ressaltar que, quanto à situação dos domicílios (localização em área urbana / área rural),Pai Pedro está entre os 149 municípios mineiros com mais de 50% dos domicílios particulares permanentes situados em área rural.

Tabela 5.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010

Região geográfica 2000 2010

Urbana Rural Urbana Rural

Brasil 83,35 16,65 85,87 14,13

Minas Gerais 83,26 16,74 86,05 13,95

Pai Pedro 30,76 69,27 33,21 66,79

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Gráfico 5.4. Distribuição percentual dos domicílios particulares permanentes por situação: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010

14,13 13,95

85,87 86,06

33,21

66,79

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Brasil Minas Gerais Pai Pedro

Urbana Rural

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Page 174: Relatório de dados secundários Norte de Minas

174

A média de moradores em domicílios particulares ocupados em Pai Pedro é superior à verificada para o Brasil e Minas Gerais. No entanto, na última década todos apresentam a mesma tendência: queda. Como é possível identificar no gráfico a seguir, a queda na média de moradores por domicilio no município na última década foi mais acentuada que em Minas e Brasil.

Gráfico 5.5. Média de moradores em domicílios particulares ocupados (Pessoas): Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010

3,23

4,32

3,62

3,76

3,31

3,72

3,0

3,2

3,4

3,6

3,8

4,0

4,2

4,4

2000 2010

Brasil Minas Gerais Pai Pedro

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Outro dado importante a ser ressaltado, refere-se ao número de moradores por domicílio. De acordo com o Censo 2010, 12,42% dos domicílios particulares ocupados em Pai Pedro tinham apenas 1 morador e 13,03% tinham 6 ou mais moradores. Esse último, superior ao identificado para Minas Gerais e Brasil.

Gráfico 5.6. Distribuição da população por número de moradores em domicílios particulares ocupados (em %):Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010

13,00

79,50

7,51

12,42

74,55

12,18

79,02

8,79

13,03

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

1 morador 2 a 5 moradores 6 moradores ou mais

Brasil Minas Gerais Pai Pedro

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Page 175: Relatório de dados secundários Norte de Minas

175

Sobre a condição da ocupação, chama atenção o percentual de domicílios reconhecidos por seus moradores como “Cedidos”: 9,79% (160 unidades). Ressalta-se que o percentual de imóveis cedidos é o 6º mais elevado dentre os 10 municípios objetos de estudo do Projeto 10Envolver. Situação que merece atenção por, muitas vezes, refletir insegurança quanto acesso à moradia. Os domicílios identificados como “Próprios” somaram 1.359 unidades (83,12%, superior ao identificado para Brasil e Minas Gerais – aproximadamente 70%) e os “Alugados” 59 unidades (3,61%).

A distribuição etária da população revela um quadro comum a várias cidades brasileiras com IDH mais baixo, percentual significativo de pessoas com até 17 anos – economicamente não ativas. Dado que se distancia do verificado para Minas Gerais e Brasil. Enquanto Minas e Brasil apresentam 27,75% e 29,52% respectivamente da população nessa faixa etária, Pai Pedro apresenta 34,86%. Certamente isso produz impactos, inclusive financeiros, nas políticas públicas para crianças e adolescentes. Consequentemente, o município apresenta menor percentual da população na idade adulta (aqui considerada de 25 a 59 anos), quando comparado ao Brasil e Minas Gerais.O percentual de idosos (60 anos ou mais) identificado foi de 10,88, próximo ao identificado para Minas (11,80%) e Brasil (10,79%).

A tabela e o gráfico a seguir ilustram bem a distribuição etária.

Tabela 5.5. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, MinasGerais e Pai Pedro – 2000-2010

Faixa etária Brasil Minas Gerais Pai Pedro

2000 2010 2000 2010 2000 2010

0 a 4 anos 9,65 7,24 9,03 6,51 10,94 7,47

5 a 9 anos 9,76 7,85 9,40 7,30 12,71 9,17

10 a 17 anos 16,53 14,43 16,14 13,94 20,83 18,22

18 e 24 anos 13,75 12,52 13,68 12,29 13,54 12,57

25 a 39 anos 23,04 24,50 23,14 24,07 18,53 21,94

40 a 49 anos 11,35 13,02 11,89 13,62 10,07 10,87

50 a 59 anos 7,37 9,66 7,65 10,49 6,21 8,88

60 a 69 anos 4,82 5,95 5,18 6,42 4,58 5,59

70 anos ou mais 3,73 4,84 3,90 5,38 2,60 5,29

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Page 176: Relatório de dados secundários Norte de Minas

176

Gráfico 5.7. Distribuição percentual da população por faixa etária: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010

10,7912,29

34,86

29,52

12,52

47,18

27,75

48,18

11,812,57

41,69

10,88

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

Até 17 anos De 18 a 24 anos De 25 a 59 anos 60 anos ou mais

Brasil Minas Gerais Pai Pedro

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Importante ressaltar ainda o grau de dependência da população jovem e adulta em relação aos idosos. Sabe-se que em municípios de pequeno porte por não haver tantas oportunidades de trabalho e geração de renda, muitos acabam dependentes dos familiares aposentados. Segundo o PNUD,

entre 2000 e 2010, a razão de dependência de Pai Pedro passou

de 71,48% para 53,73% e a taxa de envelhecimento evoluiu de5,06% para 7,53%. Entre 1991 e 2000, a razão de dependência foi de 94,50% para 71,48%, enquanto a taxa de envelhecimento evoluiu de 4,01% para 5,06%.

Em relação à cor / raça, os dados apresentam distribuição diferente da encontrada para Brasil e Minas. Quase 70% da população do município autodeclara-se “Parda”, enquanto para as demais regiões aqui tratadas o percentual não atinge 50%. Outro dado que chama atenção, é a diferença entre os percentuais de “Branca”, 16,37% em Pai Pedro e mais de 45% no Brasil e Minas Gerais.

Tabela 5.6. Distribuição percentual da população por cor / raça: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010

Cor / Raça Brasil Minas Gerais Pai Pedro

Branca 47,51 45,06 16,37

Preta 7,52 9,22 14,73

Amarela 1,10 0,96 0,75

Parda 43,42 44,58 68,03

Indígena 0,43 0,16 0,12

Sem declaração 0,02 0,01 -

Total 100,00 100,00 100,00

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Page 177: Relatório de dados secundários Norte de Minas

177

Gráfico 5.8. Distribuição percentual da população por cor/raça (“Branca”, “Parda” e “Preta”): Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010

44,58

16,37

68,03

47,51

43,42

7,52

45,06

9,22

14,73

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

Branca Parda Preta

Brasil Minas Gerais Pai Pedro

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Importante ressaltar que a população pai pedrense em sua extensa área rural possui várias comunidades quilombolas, a CEDEFES reconhece pelo menos nove comunidades que fazem parte do grande Gurutuba, são elas: Barra do Pacui / Gurutubanos; Picada / Gurutubanos; Salinas I / Gurutubanos; Salinas II / Gurutubanos; Salinas IV / Gurutubanos; Salinas V / Gurutubanos; Salinas VI / Gurutubanos; São Domingos e Taperinha / Gurutubanos. O Gurutuba foi reconhecido em 2004 pela Fundação Cultural dos Palmares, publicado no Diário Oficial

da União nº43, de 4 de março de 2004. Tais comunidades tem

demandado maior infraestrutura, abastecimento de água potável, saneamento básico e maior atenção em relação ao acesso a educação e saúde, principalmente.

Page 178: Relatório de dados secundários Norte de Minas

178

5.3. INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE

Outras informações importantes e que devem ser levadas em consideração neste primeiro momento de identificação das principais características do município refere-se à infraestrutura disponível e ao meio ambiente.

Dados sobre a infraestrutura geral nos permitem uma visão mais próxima da real qualidade de vida da população residente em termos de acesso à habitação e serviços básicos como energia elétrica, água, saneamento, transporte entre outros.

Sobre os serviços básicos que cercam a questão da habitação, pode-se verificar certa precariedade no município e, consequentemente, a urgência de expansão e melhorias. De acordo com o IMRS/FJP, a prestadora responsável pelo abastecimento de água no município é a COPASA. O Censo 2010 indica que 98,71% dos domicílios da área urbana têm acesso à água por rede geral e 29,30% dos domicílios na área rural têm esse acesso.

O percentual de domicílios com acesso a energia elétrica indica um aspecto positivo, mais de 90% deles têm acesso a este serviço. Segundo o IMRS/FJP haviam em 2009 1.418 ligações residenciais de energia elétrica no município.

Quadro 5.1. Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Pai Pedro (em %) – 2010

Dado 2010

Domicílios com acesso a abastecimento de água por rede geral 52,35

Domicílios com acesso a abastecimento de água por poço ou nascente na

propriedade 5,99

Domicílios com acesso a abastecimento de água por outra forma 41,65

Domicílios com acesso a energia elétrica 96,39

Domicílios atendidos com sistema de esgotamento sanitário – rede geral 0,18

Domicílios atendidos com sistema de esgotamento sanitário – fossa 79,57

Domicílios com existência de banheiro ou sanitário de uso exclusivo do domicílio 81,04

Domicílios atendidos por sistema de coleta de lixo 34,80

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Percentuais calculados a partir de um total de 1.635 domicílios.

Page 179: Relatório de dados secundários Norte de Minas

179

Gráfico 5.9.Dados gerais sobre infraestrutura e saneamento em Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010

87,40

75,37

82,85

98,73

55,45

97,35

86,28

99,29 98,75

87,63

52,35

96,39

0,18

81,04

34,80

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Domicílios com

acesso a

abastecimento

de água por

rede geral

Domicílios com

acesso a

energia elétrica

Domicílios

atendidos com

sistema de

esgotamento

sanitário – rede

geral

Domicílios com

existência de

banheiro ou

sanitário de uso

exclusivo do

domicílio

Domicílios

atendidos por

sistema de

coleta de lixo

Brasil Minas Gerais Pai Pedro

Fonte: IBGE Cidades.

A frota de veículos em Pai Pedro apresentou crescimento nos últimos anos. Situação que não difere da verificada na maioria dos municípios brasileiros. O crescimento no número de automóveis e motocicletas entre 2005 e 2012 chama atenção. Como indica a tabela a seguir, o número de automóveis saltou de 63 para 165 (um aumento de 162%) e o de motocicletas passou de 212 em 2005 para 632 em 2012 (aumento de 198%).

Tabela 5.7.Frota de veículos circulantes em Pai Pedro – 2005-2012

Veículo 2005 2006 2007 2009 2010 2011 2012

Automóvel 63 64 70 86 118 137 165

Caminhão 13 12 11 13 14 10 12

Caminhão trator 1 1 1 0 0 0 0

Caminhonete 13 10 10 21 24 28 29

Camioneta 0 0 0 0 2 2 4

Micro-ônibus 5 5 5 4 5 4 5

Motocicleta 212 231 269 429 506 574 632

Motoneta 3 5 5 4 8 10 9

Ônibus 17 18 18 15 16 17 0

Trator de rodas 0 1 1 1 1 1 21

Utilitário 0 0 0 0 0 0 0

Outros 0 0 0 0 7 7 7

Total de Veículos 327 347 390 573 701 790 884

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Dados de 2008 não disponíveis.

Page 180: Relatório de dados secundários Norte de Minas

180

Gráfico 5.10.Crescimento da frota de veículos circulantes em Pai Pedro – 2005-2012

165

390

63 64 70 86118

137

632

212231

269

429

506

574

884

573

701

790

327347

1,0

101,0

201,0

301,0

401,0

501,0

601,0

701,0

801,0

901,0

1001,0

2005 2006 2007 2009 2010 2011 2012

Automóvel Motocicleta Total de Veículos

Fonte: IBGE Cidades.

Obs.: Dados de 2008 não disponíveis.

Sobre o meio ambiente, foi possível identificar o percentual de cobertura vegetal por flora nativa (49,14). Esse e outros dados sobre degradação ambiental deverão ser observados quando da(s) visita(s) da equipe do Projeto ao município.

Tabela 5.8. Dados gerais sobre meio ambiente em Pai Pedro– 2010

Dado Percentual

Percentual de áreas de proteção integral 0,00

Percentual de áreas de uso sustentável 0,00

Percentual de cobertura vegetal por mata atlântica 0,16

Percentual de cobertura vegetal por flora nativa 49,14

Percentual de cobertura vegetal por reflorestamento 0,00

Percentual de áreas indígenas 0,00

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Page 181: Relatório de dados secundários Norte de Minas

181

5.4. EDUCAÇÃO, CULTURA E ESPORTES

Gráfico 5.11. Percentual de pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010

5.4.1. Educação

Como é sabido, a educação (escolarização da população) é um importante componente do cálculo do IDH. Os dados sobre educação em Pai Pedro ganham destaque por apresentar percentuais de acesso, frequência e alfabetização inferiores aos encontrados para o país e para o estado.

Primeiramente, chama atenção o percentual de pessoas com 5 anos ou mais de idade não alfabetizadas. Como é possível verificar no gráfico a seguir, na última década houve queda no percentual de analfabetos, reforçando o esforço de enfrentamento local deste problema. Mas, ainda assim, o município apresenta percentual significativamente superior de pessoas analfabetas ao verificado para o Brasil e Minas Gerais.

8,55

36,69

27,55

15,7

10,5313,3

1,0

6,0

11,0

16,0

21,0

26,0

31,0

36,0

41,0

2000 2010

Brasil Minas Gerais Pai Pedro

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Esse dado merece detalhamento para melhor compreensão do problema. Tanto em 2000 quanto em 2010, Pai Pedro apresentou percentual superior de não alfabetizados em todas as faixas etárias quando comparado ao Brasil e Minas Gerais. É importante registrar que 3,47% da população em idade regular para frequentar a escola, principalmente o ensino fundamental (5 a 14 anos), não eram alfabetizadas em 2010. Apesar de

Page 182: Relatório de dados secundários Norte de Minas

182

apresentar queda de 2000 para 2010, esse percentual ainda é elevado. Mas cabe registrar que, geralmente, o processo de alfabetização para a maioria das crianças, principalmente àquelas que acessam a escola pública, se inicia aos 6 anos de idade.

É importante ainda destacar que 12,59% das pessoas com 5 anos ou mais de idade não alfabetizadas se encontravam na faixa etária de 5 a 14 anos. Outro percentual que chama atenção no município é o de adultos entre 30 a 59 anos que também não são alfabetizados, 13,27%. Estes dados devem ser levados em consideração quando da elaboração de políticas educacionais especificas para crianças, jovens e adultos.

Tabela 5.9. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas (em %): Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2000-2010

Faixa etária Brasil Minas Gerais Pai Pedro

2000 2010 2000 2010 2000 2010

De 5 a 14 anos 5,62 2,81 4,28 1,74 9,57 3,47

De 15 a 29 anos 1,83 0,81 1,05 0,43 4,92 1,71

De 30 a 59 anos 3,25 3,86 2,71 3,06 10,86 13,27

60 anos ou mais n.d. 3,05 n.d. 3,31 n.d. 9,09

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010. Nota: n.d. = não disponível.

Gráfico 5.12. Pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas por FAIXA ETÁRIA (em %): Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro– 2010

0,43

3,47

1,71

9,09

2,81

0,81

3,86

3,05

1,74

3,06

3,31

13,27

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

De 5 a 14 anos De 15 a 29 anos De 30 a 59 anos 60 anos ou mais

Brasil Minas Gerais Pai Pedro

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Os dados sobre pessoas com pelo menos nível superior (graduação) concluído reforçam a baixa escolaridade e a necessidade de se investir na escolarização da população. Enquanto no Brasil e em Minas Gerais esse percentual ultrapassa 6%, em Pai Pedro não atinge 3%.

Page 183: Relatório de dados secundários Norte de Minas

183

Gráfico 5.13. Percentual da população com pelo menos nível superior (graduação) concluído: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010

7,066,85

2,85

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

Brasil Minas Gerais Pai Pedro

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

O quadro a seguir apresenta dados gerais sobre educação como número de matrículas, de docentes e de escolas identificados no município em 2009. Cabe registrar que todas as matrículas, em todos os níveis, são em escolas públicas.

Quadro 5.2. Dados gerais sobre educação em Pai Pedro – 2009

Dado Unidade Número

Matrículas - Ensino fundamental matrícula 1.284

Matrículas - Ensino médio matrícula 336

Matrículas - Ensino pré-escolar matrícula 119

Docentes - Ensino fundamental docente 92

Docentes -Ensino médio docente 39

Docentes -Ensino pré-escolar docente 7

Escolas - Ensino fundamental escola 8

Escolas -Ensino médio escola 1

Escolas -Ensino pré-escolar escola 3

Fonte: IBGE Cidades.

Em 2010, 30,80% da população de 18 anos ou mais de idade tinha completado o ensino fundamental e 17,58% o ensino médio. Em Minas Gerais, 51,43% e 35,04% respectivamente. Esse indicador carrega uma grande inércia, em função do peso das gerações mais antigas e de menos escolaridade (PNUD). Atualmente, os dados têm comprovado que pela maior facilidade de acesso aos estudos e pela sua reconhecida importância, a taxa de analfabetismo da população de 18 anos ou mais diminuiu 30,83% nas últimas décadas.

5.4.2. Cultura e esportes

Sobre cultura e esportes, poucos dados secundários foram encontrados para incrementar a presente análise. As informações identificadas referem-se à gestão, participação popular e existência de equipamento.

Page 184: Relatório de dados secundários Norte de Minas

184

De acordo com o Índice Mineiro de Responsabilidade Social, desenvolvido pela Fundação João Pinheiro (FJP), em Pai Pedro, em se tratando de organização e gestão, a área cultural e a área de esportes apresentavam baixa estrutura. Para o ano de 2010 não foram identificadas informações sobre a existência de conselhos nessas áreas (Conselho de Patrimônio Cultural, Conselho Municipal de Cultura e Conselho Municipal de Esporte ou Turismo) e de equipamentos de esporte. O único equipamento de cultura existente identificado pelo referido Índice em 2010 no município foi a Biblioteca municipal (outros como museu, teatro, cinema, centro cultural e banda de música inexistiam). De acordo com o Índice, em 2010 a Biblioteca municipal não permitia ao leitor acesso à internet, aspecto negativo quanto à inclusão digital. O quadro a seguir apresenta dados gerais sobre acervo, número de leitores e serviços prestados pela Biblioteca municipal.

Quadro 5.3. Dados gerais sobre a Biblioteca Municipal em Pai Pedro –2010

Acervo (livros, revistas, etc.) Até mil exemplares

Número de leitores por mês 7

Média mensal de empréstimos 11

Acesso à internet para o leitor Não

Número de funcionários 2

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro. Nota: n.d. = informação não disponível.

5.5. ASSISTÊNCIA, PARTICIPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL

5.5.1. Assistência Social

A assistência social é um aspecto importantíssimo a ser pensado quando o assunto é município de baixo IDH. Geralmente, esses municípios têm um significativo percentual da população com renda e escolaridade baixas e, consequentemente, mais pessoas expostas aos riscos sociais. Municípios com estas características devem estar atentos às políticas públicas, nacionais e estaduais, de assistência, e cada vez mais aprimorar os serviços de assistência social para atender as demandas da população.

Entre os principais mecanismos de enfrentamento dos problemas de assistência social por parte dos municípios estão a previsão orçamentária para esta função (assistência social) e elaboração de Política Municipal de Assistência Social. Pai Pedro contava em 2010 com esse último mecanismo de auxílio ao enfrentamento dos problemas referentes à assistência: Política Municipal de Assistência.

Os dados sobre a gestão da assistência social dizem muito da capacidade de atendimento e apoio que o município pode oferecer à população menos abastada economicamente. Em Pai Pedro, no ano de 2010, a gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) era básica e, segundo o Índice Mineiro de Responsabilidade Social (FJP), o município contava

Page 185: Relatório de dados secundários Norte de Minas

185

com 1 Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) para os atendimentos à população.

Quadro 5.4. Dados gerais sobre a gestão da assistência social em Pai Pedro 2010

Nº Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) cadastrados

1

Gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) Básica

Nº de assistentes sociais atuando na Assistência Social 2

Nº de funcionários da Assistência Social 31

Existência de previsão orçamentária para a função Assistência Social

Não

Existência de Política Municipal de Assistência Social Sim

Sistema de gestão e controle social atuante (0 a 6) 5

Sistema de garantia de direitos atuante (0 a 6) 4

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Os dados do IMRS/FJP indicam que, para o ano de 2010, em Pai Pedro os índices de Cobertura qualificada do Cadastro Único (CadUnico), Atualização do CadUnico e Gestão descentralizada municipal do Programa Bolsa Família, ambos variando de 0 a 1, eram de 1, 0,82 e 0,89 respectivamente. Ainda de acordo com o IMRS/FJP, o índice de Institucionalização da Assistência Social, que varia de 0 a 28, era de 25 e o Índice Municipal de Desenvolvimento dos CRAS, que varia de 0 a 10, era de 8.

Aspecto adicional com relação à qualidade de vida das pessoas pertencentes à famílias de baixa renda refere-se ao recebimento de benefícios sociais. Apesar das críticas, já existem diferentes estudos apontando os reflexos positivos, incluindo aí uma pequena (mas consistente) parcela de desconcentração na

renda promovida por programas de transferência de renda, ainda que, é quase unanimidade, haja um horizonte determinado para alguns programas. Entre todos, o destaque vai para o Bolsa Família, do Governo Federal. Trata-se de um programa de transferência que associa basicamente educação (freqüência à escola) e combate à fome. Este programa é construído por cadastro local e as informações são repassadas ao governo central que disponibiliza diretamente ao beneficiário um valor em espécie. Por definição, trata-se ainda de um programa focalizado em indivíduo / famílias em patamar de renda bem definido para pobreza e extrema pobreza.

Os percentuais de famílias com perfil CadUnico e de beneficiárias do Programa Bolsa Família ajudam a dimensionar a situação de pobreza, de qualidade de vida e bem estar social de uma determinada população. Os percentuais verificados para Pai Pedro chamam atenção e preocupam por serem elevados, ambos ultrapassando 50%, superiores a média nacional. Os demais municípios em estudo também apresentaram estes percentuais elevados.

Quadro 5.5.Dados sobre famílias, CadUnico e Bolsa Família em Pai Pedro 2010

Total de famílias identificadas no município (Censo 2010) 1.554

Total famílias beneficiárias do Programa Bolsa família 795

% famílias beneficiárias do Programa Bolsa família 51,2

Total famílias com perfil CadUnico 1.243

% famílias com perfil CadUnico 80,0

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010; Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Page 186: Relatório de dados secundários Norte de Minas

186

O Relatório de Informações – Síntese dos Programas Sociais elaborado pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, indica que em março de 2013 haviam 1.665 famílias cadastradas no CadUnico, sendo 1.379 com renda per capita de até ½ salário mínimo e 1.043 com renda per capita de até R$140,00.

Conforme o Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS/FJP), em 2010 foram transferidos R$ 974.240,00 para as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família no município. Valor que certamente causou impactos positivos nos municípios, dinamizando o comércio e a economia local.

Ainda sobre benefícios de transferência de renda, destaca-se o Benefício da Prestação Continuada (BPC), disponível para idosos e deficientes de famílias de baixa renda. Em 2010, haviam em Pai Pedro 11 beneficiários do BPC (8 referentes ao BPC-Deficientes e 3 ao BPC-Idoso). Esses benefícios contabilizaram R$ 71.340,00 no mesmo ano. (Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro)

Os dados que constituem o “Mapa da pobreza e desigualdade dos municípios brasileiros”, disponibilizado pelo IBGE Cidades, corroboram a situação preocupante indicada anteriormente. A incidência de pobreza, proporção de pessoas que vivem com até R$ 70,00 de rendimento domiciliar per capita ao mês, verificada para Pai Pedro em 2003 era de 50,63%, pouco abaixo do identificado para o conjunto dos municípios brasileiros.

Quadro 5.6. Mapa de Pobreza e Desigualdade do Conjunto dos Municípios Brasileiros e de Pai Pedro – 2003

Indicador Pai Pedro Municípios brasileiros

Unidade

Incidência da Pobreza 50,63 52,27 %

Limite inferior da Incidência de Pobreza

36,02 47,62 %

Limite superior da Incidência de

Pobreza 65,24 56,92 %

Incidência da Pobreza Subjetiva 57,12 55,91 %

Limite inferior da Incidência da Pobreza Subjetiva

47,51 51,27 %

Limite superior Incidência da Pobreza

Subjetiva 66,72 60,56 %

Índice de Gini 0,35 0,49 ...

Limite inferior do Índice de Gini 0,31 0,46 ...

Limite superior do Índice de Gini 0,39 0,53 ...

Fonte: IBGE Cidades.

Page 187: Relatório de dados secundários Norte de Minas

187

Gráfico 5.14. Indicadores que compõem o Mapa de Pobreza e Desigualdade: Pai Pedroe Conjunto dos Municípios Brasileiros – 2003

66,72

52,2756,92

60,56

50,63

65,24

57,12 55,91

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

Incidência da Pobreza Limite superior da

Incidência de Pobreza

Incidência da Pobreza

Subjetiva

Limite superior

Incidência da Pobreza

Subjetiva

Pai Pedro Municípios brasileiros

Fonte: IBGE Cidades.

O Censo 2010 detectou que a incidência de pobreza era maior nos municípios de porte médio (10 mil a 50 mil habitantes)..Conforme dados do Censo Demográfico 2010, no município, a taxa de extrema pobreza da população era de 44,29%.

Gráfico 5.15 Taxa de extrema pobreza dos moradores de Pai Pedro – 2010

Fonte:IBGE, Censo Demográfico 2010

Segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil,a renda per capita média de Pai Pedro cresceu 167,48% nas últimas duas décadas, passando de R$76,24, em 1991, para R$144,09, em 2000, e R$203,93, em 2010. A taxa média anual de crescimento foi de 89,00% no primeiro período e 41,53% no

Page 188: Relatório de dados secundários Norte de Minas

188

segundo. A extrema pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 70,00), passou de 60,64% em 1991 para 39,32% em 2000 e para 25,41% em 2010.

Cabe registrar que enquanto a proporção de pessoas que viviam com até R$70,00 de rendimento domiciliar per capita era, em média, 6,3% no Brasil, nos municípios de 10 mil a 20 mil habitantes esse percentual era o dobro (13,7%), com metade da população nesses municípios vivendo com até ½ salário mínimo per capita. Já nas cidades com população superior a 500 mil habitantes, menos de 2% viviam com até R$70,00 per capita e cerca de ¼ das pessoas vivia com até ½ salário mínimo de rendimento domiciliar per capita20

.

Cabe ainda registrar o Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF), indicador sintético que mede o grau de desenvolvimento das famílias possibilitando apurar o grau de vulnerabilidadede cada família do CadUnico, bem como analisar um grupo de famílias ou mesmo o total de famílias do município. O índice varia de 0 a 1, quanto mais próximo de 1 melhores as condições da família21. Como é possível identificar na tabela a seguir, os componentes que mais comprometem o IDF em Pai Pedro são: Acesso ao trabalho, Acesso ao conhecimento e Disponibilidade de recursos.

20 Para mais informações consultar sítio do IBGE - <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2019&id_pagina=1>. 21 Para mais informações vide: <http://www.mds.gov.br>.

Tabela 5.10. Índice de Desenvolvimento Familiar e seus componentes em Pai Pedro– 2010

Índice e seus componentes Índice

Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF) 0,54

Vulnerabilidade 0,74

Acesso ao conhecimento 0,28

Acesso ao trabalho 0,18

Disponibilidade de recursos 0,49

Desenvolvimento infantil 0,96

Condição Habitacional 0,59

Fonte: Relatórios de Informações Sociais / SAGI / MDS.

Aspectos quanto a desigualdade e a vulnerabilidade faz-se também importante para compreender a questão da assistência social no município dado às diversas situações de precarização de necessidades existentes pelos sujeitos que se encontra em situação de exclusão social. Pai Pedro apresentou um quadro de 74,10% de vulneráveis à pobreza e 6,60 % de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza e dependentes de idosos em 2010, no que tange ao trabalho e renda (PNUD).

O atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil ainda apresenta os dados referentes a renda, pobreza e desigualdade. Constatou-se, relevando os dados de renda per capta (em R$), em 2010 Pai Pedro tinha uma população de 25,41% de extremamente pobres e 45,67% de pobres.

Page 189: Relatório de dados secundários Norte de Minas

189

5.5.2. Participação e Organização Social

Outro dado importante que deve ser olhado com cuidado nas cidades em estudo, refere-se à organização e à participação social. Estes dados importam quando o que se pretende é aumentar o grau de empoderamento popular, um dos objetivos do Projeto 10Envolver. Os conselhos municipais são espaços de participação que ganharam força com a instituição da Constituição de 1988.

O quadro a seguir apresenta os conselhos municipais identificados pelo IMRS/FJP. São apenas cinco e chama-nos a atenção à ausência dos conselhos “Gestor do Programa Bolsa Família” e “Saúde”. Há que se verificar in loco essa informação, além da expressividade e a capacidade de controle social dos demais conselhos identificados pelo IMRS/FJP. De maneira geral, em termos de Brasil, sabe-se que ainda há muito por fazer para aumentar e incentivar a participação popular e o acompanhamento, por parte da população local, no debate e na implementação de políticas públicas.

Quadro 5.7. Conselhos municipais existentes em Pai Pedro – 2010

Assistência Social Conselho Tutelar Crianças e Adolescentes

Direito dos Idosos Segurança Alimentar

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

5.6. SAÚDE

Em se tratando de saúde, os dados identificados como relevantes para esta análise referem-se à atenção básica, mortalidade e equipamentos.

Em 2009 existiam no município quatro estabelecimentos de saúde, todos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Dois deles estavam equipados para atendimento ambulatorial de atendimento médico em especialidades básicas e um para atendimento odontológico. Nenhum deles estava equipado para internações. (Fonte: IBGE Cidades)

Os dados gerais sobre a situação da saúde em Pai Pedro não se distanciam do encontrado para os demais municípios com baixo IDH. Dos aspectos positivos, vale destacar as taxas de mortalidade por homicídio (população total e população de 15 a 29 anos), 0 (zero).

Page 190: Relatório de dados secundários Norte de Minas

190

Quadro 5.8. Dados gerais sobre situação da saúde em Pai Pedro – 2010

Taxa bruta de mortalidade 4,55 (por mil

habitantes)

Taxa bruta de mortalidade padronizada 3,96 (por mil

habitantes)

Taxa de mortalidade por acidente de transporte da população de

15 a 29 anos 59,17

(por 100 mil

habitantes)

Taxa de mortalidade por homicídio na população total 0 (por 100 mil habitantes)

Taxa de mortalidade por homicídio da população de 15 a 29 anos 0 (por 100 mil habitantes)

Mortalidade proporcional da população idosa (60 anos ou mais) 37,04 (%)

Notificação de óbito por raiva humana transmitida por cão ou gato n.d. Nº

Proporção de nascidos vivos com baixo peso 8,1 (%)

Proporção de internações por doenças relacionadas ao

saneamento ambiental inadequado n.d. (%)

Proporção de internações por doenças de veiculação hídrica n.d. (%)

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Obs.: n.d. = informação não disponível.

Quanto aos dados sobre atenção básica (apresentados no quadro a seguir) é importante ressaltar aspectos positivos como a universalização do atendimento do Programa Saúde da Família e da cobertura vacinal em campanha contra influenza da população de 60 anos ou mais. Outro dado que chama atenção é a Proporção de óbitos por causas mal definidas, a mais elevada entre os municípios em estudo.

Quadro 5.9. Dados gerais sobre saúde - atenção básica - em Pai Pedro – 2010

Proporção da população atendida pelo PSF 100,00 %

Proporção de nascidos vivos cujas mães realizaram 7 ou mais consultas de pré-natal

58,10 %

Cobertura vacinal de tetravalente em menores de 1 ano 100,00 %

Cobertura vacinal contra poliomielite em menores de 1 ano 86,90 %

Cobertura vacinal de tríplice viral da população de 1 ano de idade 100,00 %

Cobertura vacinal em campanha contra influenza da população de 60 anos ou mais

100,00 %

Proporção de óbitos por causas mal definidas sem assistência médica

33,33 %

Proporção de óbitos por causas mal definidas 18,52 %

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Ainda sobre saúde, é importante destacar dados referentes à mortalidade infantil. O número de óbitos de menores de um ano de idade na população residente em determinado espaço geográfico reflete, de maneira geral, as condições de desenvolvimento socioeconômico e infraestrutura ambiental, bem como o acesso e a qualidade dos recursos disponíveis para atenção à saúde materna e da população infantil. De 2008 para 2011 verificou-se uma oscilação na Taxa de Mortalidade Infantil municipal. Cabe atentar para o fato de análises sobre o aumento ou queda da taxa de mortalidade infantil em populações pequenas como a de Pai Pedro devem ser cautelosas e levar

Page 191: Relatório de dados secundários Norte de Minas

191

em consideração outras variáveis, pois a ocorrência de uma ou duas mortes ao ano pode alterar significativamente a taxa.

Quadro 5.10. Taxa de mortalidade infantil e Número de óbitos infantis em Pai Pedro– 2008-2011

Ano Taxa de mortalidade infantil Nº de óbitos infantis

2008 13,16 1

2009 32,26 2

2010 13,51 1

2011 25,00 2

Fonte: Ministério da Saúde / DATASUS / Pacto pela Saúde, 2010-2011.

Gráfico 5.16. Evolução da Taxa de mortalidade infantil: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2008-2010

17,5617,38

13,16

16,816,98

32,26

15,97 16,16

13,51

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

Brasil Minas Gerais Pai Pedro

2008 2009 2010

Fonte:Ministério da Saúde / DATASUS / Pacto pela Saúde, 2010-2011.

Os dados sobre os tipos de deficiências não apresentam surpresas e, apesar de levemente superiores, se aproximam dos verificados para o Brasil e Minas Gerais. Cabe registrar que 25,15% da população apresentavam pelo menos uma das deficiências investigadas pelo Censo 2010 (visual, auditiva, motora, mental/intelectual). A tabela a seguir, apresenta a situação.

Page 192: Relatório de dados secundários Norte de Minas

192

Tabela 5.11. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010

Tipo de deficiência Brasil Minas Gerais

Pai Pedro

Pelo menos uma das deficiências investigadas 23,91 22,62 25,15

Deficiência visual - não consegue de modo algum

0,27 0,23 0,15

Deficiência visual - grande dificuldade 3,18 3,02 3,45

Deficiência visual - alguma dificuldade 15,31 13,79 16,82

Deficiência auditiva - não consegue de modo

algum 0,18 0,17 -

Deficiência auditiva - grande dificuldade 0,94 1,02 1,22

Deficiência auditiva - alguma dificuldade 3,97 3,93 5,11

Deficiência motora - não consegue de modo algum

0,39 0,40 0,2

Deficiência motora - grande dificuldade 1,94 2,06 1,26

Deficiência motora - alguma dificuldade 4,63 4,57 4,27

Mental / Intelectual 1,37 1,53 1,53

Nenhuma dessas deficiências 76,06 77,36 74,85

Sem declaração 0,03 0,02 0,0

Fonte: IBGE Cidades.

Gráfico 5.17. Distribuição percentual da população por tipo de deficiência: Brasil, Minas Gerais e Pai Pedro – 2010

4,63

1,37

22,62

13,79

4,57

1,53

25,15

16,82

5,114,27

1,53

23,91

15,31

3,97 3,93

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

Pelo menos uma

das deficiências

investigadas

Deficiência

visual - alguma

dificuldade

Deficiência

auditiva -

alguma

dificuldade

Deficiência

motora - alguma

dificuldade

Mental /

Intelectual

Brasil Minas Gerais Pai Pedro

Fonte: IBGE Cidades.

Page 193: Relatório de dados secundários Norte de Minas

193

5.7. ECONOMIA, EMPREGO E FINANÇAS

Um dos principais índices que ajudam a entender o desenvolvimento humano e social de uma determinada localidade é o IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal). Tendo por base o ano de 2000, Pai Pedro apresentava o quarto menor IDH-M de Minas Gerais (0,575). É importante atentar para dois aspectos importantes do IDH-M no município: os três subíndices que compõem o IDH-M (Renda, Longevidade e Educação) são baixos, mesmo apresentando crescimento no período entre 1991 e 2000; o IDHM-Renda tem impacto significativo no índice final do município, sendo este subíndice o menor dos três componentes (nos dez municípios em estudo). Alguns dados já apresentados ajudam a explicar/entender o baixo IDH municipal.

Gráfico 5.18. IDH-M de municípios mineiros selecionados – 2000

0,585

0,582

0,581

0,580

0,575

0,571

0,570

0,568

0,841

0,586

0,586

0,4

Poços de Caldas

Crisólita

Fruta de Leite

Bertópolis

Novo Oriente de Minas

Gameleiras

Bonito de Minas

Pai Pedro

Indaiabira

Monte Formoso

Setubinha

Obs.: Municípios selecionados: 10 menores IDH-M e maior IDH-M de Minas Gerais. Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano / PNUD, 2003.

Conforme informações do IBGE Cidades, o Produto Interno Bruto (PIB) de Pai Pedro em 2010 era R$29.975.000,00 e o PIB per capita R$5.051,46. O destaque em sua composição era para o setor de serviços, com R$18.985.000,00, seguido da Agropecuária (R$7.540.000,00), Indústria (R$2.847.000,00) e Impostos sobre produtos líquidos de subsídios (R$603.000,00), todos a preços correntes.

Page 194: Relatório de dados secundários Norte de Minas

194

Gráfico 5.19. Composição do PIBa preços correntes em Pai Pedro – 2010 (em mil reais)

603

18.985

7.540

2.847

0,0

5000,0

10000,0

15000,0

20000,0

25000,0

Serviços Agropecuária Indústria Produtos líquidos

de subsídios

Fonte: IBGE Cidades.

Entre os 10 municípios em estudo pelo Projeto 10Envolver, segundo o IMRS/FJP, Pai Pedro apresentava em 2010 uma renda per capita de R$258,48 - o menor valor entre os 10 municípios em estudo. Cabe registrar também que o município apresentou a pior taxa de crescimento dessa renda entre os anos 2000 e 2010 (também entre os 10 municípios em estudo), 76,61%.

Quadro 5.11. Dados gerais sobre renda e emprego em Pai Pedro – 2000 e 2010

Renda per capita (R$ de ago) 2000 – FJP 143,91

Renda per capita (R$ de dez) 2010 – FJP 258,48

Empregados do setor formal (pessoas) – FJP 414

Taxa de emprego no setor formal (%) – FJP 11,00

Rendimento médio no setor formal (R$ de dez/2010 / empregado) – FJP 845,86

Rendimento per capita no setor formal (R$ de dez/2010 / habitante) – FJP 59,01

Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio – Urbana (R$) – IBGE Cidades

852,03

Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio – Rural (R$) – IBGE Cidades

733,23

Fonte: IBGE Cidades; Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Conforme o Boletim de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo RAIS - Principais ocupações formais do público BSM, elaborado pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que divulga dados municipais, no período de 2008 e 2011,a quantidade de vagas no mercado formal diminuiu em 07 postos. Apesar da baixa de postos de trabalho no município, o grupo que apresentou maior elevação foi o Grupo 5 - Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados, 30 postos. As ocupações formais com maior número de postos em 2011 no município eram as compostas pelos grupos 5, 2 e 4 (com 168, 112 e 111 postos respectivamente). As remunerações mais altas estavam concentradas nos grupos 1, 9 e 2.

Page 195: Relatório de dados secundários Norte de Minas

195

Em particular, cabe destacar a variação de 47,87% na remuneração média no Grupo 2 - Profissionais das ciências e das artes e a remuneração média de R$ 1.127,12 pertencente ao Grupo 1 - Membros superiores do poder público, dirigentes de organizações de interesse público e de empresas e gerentes em 2011.

Quadro 5.12. Grandes grupos ocupacionais

Grupo Ocupação

1 Membros superiores do poder público, dirigentes de organizações de interesse público e de empresas e gerentes

2 Profissionais das ciências e das artes

3 Técnicos de nível médio

4 Trabalhadores de serviços administrativos

5 Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados

6 Trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca

7 Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais

8 Trabalhadores da produção de bens e serviços industriais

9 Trabalhadores em serviços de reparação e manutenção

Fonte: Boletim – Relatórios de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo

RAIS - Principais ocupações formais do público BSM / SAGI / MDS.

Quadro 5.13. Grandes grupos ocupacionais por remuneração média e número de postos em Pai Pedro - 2008 e 2011

Grupo Remuneração média em 2008

Postos em 2008

Remuneração média em 2011

Postos em 2011

Variação da Remuneração

1 1.221,41 16 1.127,12 06 -7,72%

2 644,64 172 953,25 112 47,87%

3 600,60 18 714,13 22 18,90%

4 478,29 100 545,79 111 %

5 425,19 138 583,02 168 28,93%

6 446,61 17 591,28 24 32,39%

7 526,47 24 721,44 34 37,03%

8 0 0 0 0 -%

9 0 0 999,59 01 -%

Fonte: Boletim – Relatórios de Informações Sociais – Dinâmica das Ocupações Formais segundo RAIS - Principais ocupações formais do público BSM / SAGI / MDS.

Page 196: Relatório de dados secundários Norte de Minas

196

Gráfico 5.20. Evolução do número de postos de trabalho em Pai Pedro– 2008 e 2011 (três grupos com maior número de postos em 2011)

172

138

168

112

100

111

1,0

21,0

41,0

61,0

81,0

101,0

121,0

141,0

161,0

181,0

Postos em 2008 Postos em 2011

Grupo 5 Grupo 2 Grupo 4

Fonte: Boletim – Relatórios de Informações Sociais – Inclusão Produtiva / SAGI / MDS.

No quadro a seguir é possível identificar que na lavoura permanente quase todos os produtos apresentaram queda na produção de 2010 para 2011, exceto a laranja que apresenta produção estável desde 2005 e o coco-da-baía que apresentou crescimento. O produto que apresentou maior crescimento na produção entre 2004 e 2011 foi coco-da-baía e o que apresentou maior queda foi a banana.

Quadro 5.14. Produção agrícola na lavoura permanente em Pai Pedro – 2004 -

2011

Produto 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Banana 160 145 145 145 145 145 200 95

Coco-da-baía 132 160 160 160 160 160 160 550

Laranja 20 22 22 22 22 22 22 22

Limão 60 63 63 63 65 65 65 60

Mamão 45 47 47 47 62 80 85 75

Manga 21 21 21 21 19 19 19 17

Urucum

(semente) 0 3 3 3 3 3 4 3

Fonte: IBGE Cidades.

Obs.: Produção em toneladas.

Quadro 5.15. Produção agrícola na lavoura temporária em Pai Pedro – 2004 -2011

Produto 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Algodão herbáceo (em caroço)

137 450 12 225 40 300 188 420

Amendoim (em

casca) 1 2 4 6 6 6 6 6

Arroz (em casca) 5 6 0 7 6 3 6 4

Batata-doce 0 15 15 15 16 30 45 50

Cana-de-açúcar 400 420 420 420 420 420 420 420

Feijão (em grão) 129 145 46 22 67 67 51 62

Mamona (baga) 0 0 0 0 0 44 60 30

Mandioca 360 400 400 180 180 350 350 144

Melancia 160 180 180 180 160 180 180 140

Milho (em grão) 825 540 16 221 1260 132 594 504

Sorgo granífero (em grão)

144 300 288 360 330 90 200 130

Tomate 20 18 18 18 18 18 18 18

Fonte: IBGE Cidades. Obs.: Produção em toneladas.

Page 197: Relatório de dados secundários Norte de Minas

197

No quadro anterior é possível identificar que na lavoura temporária a produção da mamona é a mais recente no município, iniciada em2009.Arroz, mamona, mandioca, melancia, milho e sorgo granífero apresentaram queda na produção de 2010 para 2011. Três produtos mantiveram a produção estável e outros três apresentaram crescimento. O produto que apresentou maior crescimento na produção entre 2004 e 2011 foi o amendoim e o que apresentou maior queda foi a mandioca. Quanto à produção pecuária, é possível identificar que 2 dos 13 produtos identificados no município apresentaram redução da produção de 2004 para 2011 (destacados no quadro a seguir). O produto que apresentou maior crescimento na produção no período de 2004 a 2011 foi “Bovinos” e o que apresentou maior queda foi “Caprinos”.

Quadro 5.16. Dados sobre produção pecuária em Pai Pedro – 2004-2011

Produto Quantidade produzida

Unidade 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Asininos 18 17 16 20 19 20 20 18 Cabeças

Bovinos 13.136 13.536 15.275 17.266 26.532 24.878 23.680 23.150 Cabeças

Caprinos 1.600 1.720 1.750 1.730 250 270 280 255 Cabeças

Eqüinos 1.075 1.070 1.065 1.430 1.410 1.406 1.420 1.280 Cabeças

Galinhas 4.750 5.500 5.650 8.950 8.825 9.350 9.400 10.200 Cabeças

Galos, frangas, frangos e pintos 11.920 12.500 13.120 16.230 15.950 16.890 17.400 16.900 Cabeças

Leite de vaca 2.833 2.862 1.974 4.427 4.617 4.329 4.259 4.164 Mil litros

Mel de Abelha 1.800 2.200 2.350 4.850 3.200 3.400 4.000 3.000 Kg

Muares 112 110 115 98 95 98 100 97 Cabeças

Ovinos 450 500 525 950 810 850 900 820 Cabeças

Ovos de galinha 71 83 85 152 132 140 141 135 Mil dúzias

Suínos 1.575 1.690 1.775 2.730 2.585 2.765 2.840 2.880 Cabeças

Vacas ordenhadas 2.361 2.385 2.407 5.088 5.307 4.976 4.685 4.580 Cabeças

Fonte: IBGE Cidades.

Page 198: Relatório de dados secundários Norte de Minas

198

5.8. SEGURANÇA PÚBLICA

Segurança pública representa hoje uma das principais preocupações da população brasileira, sejam de cidades pequenas, médias ou grandes. Mas cabe atentar que em muitos municípios a sensação de insegurança é também um problema que merece atenção. Sendo assim, dados sobre segurança pública devem ser considerados quando o que se pretende é fortalecer a organização social, promover o empoderamento e melhorar a qualidade de vida da população local. Dados gerais sobre equipamentos de segurança pública e capacidade de aplicação da lei identificados pelo Índice Mineiro de Responsabilidade Social (IMRS/FJP) e apresentados a seguir, indicam precariedade em Pai Pedro, seja em equipamentos ou em capacidade de aplicação da lei. De acordo com o Índice, em 2010 haviam 1.483,5 habitantes por policial militar, número elevado se comparado a outros municípios. No ranking das 10 cidades em estudo, Pai Pedro ocupa o 8º lugar, em 10º ficou Bonito de Minas com 1.934,6 habitantes por policial militar e em 1º Bertópolis com 624,57.

Quadro 5.17. Capacidade de aplicação da lei Pai Pedro – 2010

Dado Nº

Número de habitantes por policial militar 1.483,5

Número de policiais militares 4

Número de habitantes por policial civil n.d.

Número de policiais civis n.d.

Número de habitantes por juiz na comarca n.d.

Número de habitantes por promotor na comarca n.d.

Número de habitantes por defensor público na comarca n.d.

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Obs.: n.d. – informação não disponível.

Tabela 5.12 Equipamentos e dados gerais sobre segurança pública em Pai Pedro-

2010

Equipamento / Dado Situação

Existência de delegacia de Polícia Civil Não

Existência de delegacia de proteção a criança e ao adolescente Não

Existência de delegacia de polícia especializada no atendimento à mulher Não

Existência de guarda municipal Não

Existência de unidade prisional Não

Existência de unidade de internação de adolescentes infratores n.d.

Taxa de armas apreendidas (por cem mil habitantes) 370,74

Taxa de detidos em crimes violentos (%) 0

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro. Obs.: n.d. – informação não disponível.

Page 199: Relatório de dados secundários Norte de Minas

199

CONSIDERAÇÕES

FINAIS

Page 200: Relatório de dados secundários Norte de Minas

200

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nestas considerações finais são resumidos os dados apresentados trazendo um retrato do estado da arte dos dez municípios aqui investigados com intuito de contribuir para posteriores articulações e promoção de ações que cooperem com o desenvolvimento humano e social, a participação e o empoderamento das populações locais.

Como era de se esperar, em se tratando de municípios de baixo IDH-M, esse primeiro olhar a partir dos dados secundários identificados denuncia a precariedade em que vive as aproximadamente 70 mil pessoas residentes nos dez municípios estudados. Certamente há diversidade nas condições de vida em tais municípios mas, de maneira geral, pode-se dizer a partir dos dados aqui apresentados que as dificuldades experimentadas na área educacional, emprego e renda, saúde e infraestrutura habitacional são muitas.

Como foi visto, a população tem baixa escolaridade e o percentual de analfabetos é elevado. A renda média é baixa, assim como a taxa de emprego formal. A área de habitação não é um dado a ser tomado com tranquilidade. É inegável que as condições gerais de infraestrutura urbana têm apresentado melhora, mas ainda é preciso muitos investimentos para atender e garantir à população acesso a direitos e serviços. Verificou-se que nos municípios com maioria da população vivendo em área rural, o acesso a infraestrutura (água, saneamento) fica prejudicado.

Figura 6.1. Indicação Espacial dos Municípios 10Envolver e Belo Horizonte

Fonte: Google Earth.

Como foi possível verificar, três municípios apresentaram crescimento negativo da população entre o período de 2000 a 2010: Indaiabira, Gameleiras e Fruta de Leite.

Page 201: Relatório de dados secundários Norte de Minas

201

Gráfico 6.1. Crescimento da população municipal: municípios 10Envolver - 2000-2010

6.777

5.263

7.425

4.411

9.974

5.832

9.291

4.498

9.673

6.047

5.940

5.139

7.330

4.656

10.339

5.934

10.885

5.298

7.863

4.436Bertópolis

Bonito de Minas

Crisólita

Fruta de Leite

Gameleiras

Indaiabira

Monte Formoso

Novo Oriente de Minas

Pai Pedro

Setubinha

2000 2010

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

A distribuição da população segundo a situação do domicílio (urbano/rural) é marcada por elevado percentual de pessoas vivendo em área rural, 64,1% no total dos municípios. Esse dado se distancia do verificado para Brasil e Minas Gerais em 2010, com mais de 80% de sua população residente em área urbana. Informação que reforça a necessidade de investimentos na agricultura familiar e para, inclusive, crescimento da produção agrícola para consumo local.

Gráfico 6.2. Distribuição da população por situação do domicílio (urbano, rural) – Brasil, Minas Gerais e conjunto dos municípios 10Envolver, 2010

15,64 14,71

64,1

35,9

85,2984,36

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

Brasil Minas Gerais Municipios 10Envolver

Urbana Rural

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

O tamanho médio da família nos municípios em estudo, assim como no país como um todo, apresentou queda na última década. No entanto, ela permanece superior ao encontrado para Brasil e Minas.

Page 202: Relatório de dados secundários Norte de Minas

202

Gráfico 6.3. Média de moradores em domicílios particulares ocupados (Pessoas): Brasil, Minas Gerais e municípios 10Envolver – 2000-2010

3,76

3,72

4,95

4,75

4,57

4,53

4,48

4,39

4,32

4,19

4,07

4,02

3,31

3,23

4,23

4,25

3,73

3,79

3,77

3,46

3,62

3,42

3,44

3,52

Brasil

Minas Gerais

Bonito de Minas

Setubinha

Fruta de Leite

Monte Formoso

Indaiabira

Gameleiras

Pai Pedro

Novo Oriente de Minas

Crisólita

Bertópolis

2010

2000

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

A distribuição etária da população revela um quadro comum a várias cidades brasileiras com IDH mais baixo, percentual significativo de pessoas com até 17 anos – economicamente

não ativas – dado que se distancia do verificado para Minas Gerais e Brasil.

Gráfico 6.4. Percentual da população com até 17 anos de idade: Brasil, Minas Gerais e municípios 10Envolver – 2010

32,0

34,0

34,9

35,2

35,8

38,4

38,5

41,4

43,7

29,5

27,8

31,1

Brasil

Minas Gerais

Indaiabira

Gameleiras

Novo Oriente de Minas

Pai Pedro

Bertópolis

Crisólita

Bonito de Minas

Fruta de Leite

Monte Formoso

Setubinha

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

Sobre os serviços básicos relacionados à habitação, percebe-se certa precariedade nos municípios em estudo e a necessidade de ampliação de serviços essenciais como água tratada,

Page 203: Relatório de dados secundários Norte de Minas

203

sanitário por unidade habitacional, saneamento básico, coleta e destino adequado ao lixo entre outros.

A frota de veículos nos municípios em estudo apresentou crescimento que variaram de 107% a 447% entre 2005 e 2012.

Quadro 6.1. Crescimento da frota de veículos circulantes nos municípios 10Envolver – 2005 e 2012

Município 2005 2012 % de crescimento

Setubinha 199 814 309,0

Pai Pedro 327 884 170,3

Novo Oriente de Minas 338 1.184 250,3

Monte Formoso 129 514 298,4

Indaiabira 605 1255 107,4

Gameleiras 379 818 115,8

Fruta de Leite 249 741 197,6

Crisólita 131 513 291,6

Bonito de Minas 111 608 447,7

Bertópolis 155 393 153,5

Fonte: IBGE Cidades.

O percentual de pessoas com 5 anos ou mais de idade não alfabetizadas chama atenção por ser superior ao verificado para o Brasil e Minas Gerais e deve ser levado em consideração quando da elaboração de políticas educacionais especificas para crianças, jovens e adultos.

Gráfico 6.5. Percentual de pessoas de 5 anos ou mais de idade NÃO alfabetizadas: Brasil, Minas Gerais e municípios 10Envolver - 2010

25,54

32,91

30,9

22,63

27,89

28,1

28,89

27,55

29,14

30,07

8,55

10,53Brasil

Minas Gerais

Bertópolis

Bonito de Minas

Crisólita

Fruta de Leite

Gameleiras

Indaiabira

Monte Formoso

Novo Oriente de Minas

Pai Pedro

Setubinha

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000 / 2010.

Os dados sobre pessoas com pelo menos nível superior (graduação) concluído reforçam a baixa escolaridade e a necessidade de se investir na escolarização da população.

Page 204: Relatório de dados secundários Norte de Minas

204

Gráfico 6.6. Percentual da população com pelo menos nível superior (graduação) concluído: Brasil, Minas Gerais e municípios 10Envolver – 2010

2,49

2,49

2,39

2,20

2,09

1,87

1,48

1,33

0,86

7,06

6,85

2,85

Brasil

Minas Gerais

Pai Pedro

Bonito de Minas

Novo Oriente de Minas

Gameleiras

Setubinha

Indaiabira

Bertópolis

Monte Formoso

Fruta de Leite

Crisólita

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

O único equipamento de cultura comum aos municípios em estudo é a Biblioteca. Cabe destacar que apenas em Bonito de Minas e Novo Oriente de Minas esse equipamento permite aos seus usuários acesso à internet.

De acordo com o Índice Mineiro de Responsabilidade Social, elaborado pela Fundação João Pinheiro, em todos os municípios existe Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) para melhor atendimento da população menos favorecida economicamente e em situação de vulnerabilidade.

Cabe destacar os percentuais de famílias com perfil CadUnico e de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família.

Gráfico 6.7. Percentual de famílias com perfil CadUnico no municípios 10Envolver -2010

91,8

76,1

67,6

72,7

80

80,7

77,7

89,2

67,21

73,6

Bertópolis

Bonito de Minas

Crisólita

Fruta de Leite

Indaiabira

Monte Formoso

Novo Oriente de Minas

Pai Pedro

Setubinha

Gameleiras

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010; Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Page 205: Relatório de dados secundários Norte de Minas

205

Gráfico 6.8. Percentual de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família nos municípios 10Envolver - 2010

63,2

46,9

51,6

52,3

51,2

57,6

54,6

56,21

62,1Bertópolis

Bonito de Minas

Crisólita

Fruta de Leite

Indaiabira

Monte Formoso

Novo Oriente de Minas

Pai Pedro

Setubinha

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010; Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação

João Pinheiro. Obs.: Dados de Gameleiras não disponíveis.

Cabe também um destaque para o Índice de Desenvolvimento Familiar, todos inferiores a 60% (varia de 0 a 1, quanto mais próximo de 1 melhores as condições da família).

Gráfico 6.9. Índice de Desenvolvimento Familiar nos municípios 10Envolver - 2010

0,50

0,57

0,50

0,51

0,52

0,54

0,49

0,51

0,50

0,53

Bertópolis

Bonito de Minas

Crisólita

Fruta de Leite

Gameleiras

Indaiabira

Monte Formoso

Novo Oriente de Minas

Pai Pedro

Setubinha

Fonte: Relatórios de Informações Sociais / SAGI / MDS.

A rede de saúde é exclusivamente de consistência pública. Segundo o IBGE Cidades, em todos os municípios existem estabelecimentos de saúde, que estão equipados para atendimento ambulatorial (com atendimento médico em especialidades básicas) e odontológico, mas nenhum deles estava equipado para internações.

Aspecto positivo no tocante à saúde, é a quase universalização da cobertura vacinal em crianças menores de 1 ano de idade. Outro ponto positivo é a taxa zero de mortalidade por homicídio na população total em cinco municípios: Bonito de Minas, Crisólita, Fruta de Leite, Monte Formoso e Pai Pedro.

Page 206: Relatório de dados secundários Norte de Minas

206

Quadro 6.2. Taxa de mortalidade por homicídio na população total nos municípios 10Envolver – 2010 (por 100 mil habitantes)

Novo Oriente de Minas 58,03

Setubinha 27,56

Bertópolis 22,23

Gameleiras 19,46

Indaiabira 13,64

Fonte: Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro. Obs.: Taxa zero para os demais municípios 10Envolver.

A taxa de mortalidade infantil referente ao ano 2009 merece destaque por ser superior à encontrada para Minas Gerais e Brasil em sete dos dez municípios em estudo.

Gráfico 6.10. Taxa de mortalidade infantil: Brasil, Minas Gerais e municípios 10Envolver - 2009

16,80

16,98

9,43

14,93

25,42

28,57

32,26

32,43

37,38

55,17

55,17

Brasil

Minas Gerais

Fruta de Leite

Monte Formoso

Novo Oriente de Minas

Crisólita

Pai Pedro

Setubinha

Bertópolis

Bonito de Minas

Bonito de Minas

Fonte: Ministério da Saúde / DATASUS / Pacto pela Saúde, 2010-2011.

Obs.: Dados de Gameleiras não disponíveis para 2009. Taxa zero em Indaiabira.

Page 207: Relatório de dados secundários Norte de Minas

207

A taxa de emprego formal, o número de empregados do setor formal e a renda per capita nos municípios em estudo, segundo o IMRS/FJP, são de maneira geral baixos.

Quadro 6.3. Dados gerais sobre renda e emprego nos municípios 10Envolver -2010

Município Renda per capita Pessoas empregadas

no setor formal Taxa de emprego

no setor formal (%)

Bertópolis 362,99 188 7,1

Bonito de Minas 279,20 368 6,6

Crisólita 385,31 391 10,9

Fruta de Leite 312,23 335 9,9

Gameleiras 311,48 186 5,5

Indaiabira 337,40 436 9,6

Monte Formoso 297,82 291 11,3

Novo Oriente de Minas 346,29 590 9,5

Pai Pedro 258,48 414 11

Setubinha 284,92 320 5,4

Fonte: IBGE Cidades; Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Fundação João Pinheiro.

Na maioria dos municípios em estudo, a produção agrícola e pecuária é baixa e pouco diversificada e os dados sobre segurança pública indicam certa precariedade nos municípios.

A persistência da pobreza, onde um ciclo de carência pode instalar-se envolvendo atividades de baixa remuneração e qualificação se multiplicando pela família, deve ser acompanhada de perto para que as novas gerações possam ter mais oportunidades de escolaridade, emprego e renda.

Mais uma vez cabe reforçar a necessidade de verificação dos dados aqui apresentados através de visitas aos municípios. Tais dados denunciam a precariedade em que vive um significativo número de pessoas. Sendo assim, não mais basta garantir que haja água, luz e esgotamento sanitário; é preciso garantir mais escola, mais formação escolar e de qualidade, melhores condições de deslocamento e criar um ambiente favorável à atração de investimentos para o desenvolvimento humano e econômico e ao empoderamento da população. Pois, não se trata apenas de fortalecer o Estado regulatório e promotor de políticas sociais, mas de cooperar com o Estado para responder aos desafios de gestão da questão social. As instituições públicas, o mercado, as pessoas devem e precisam participar deste processo. Os investimentos públicos na promoção da qualidade da educação, de melhores serviços de saúde e assistência devem ser combinados com ações do setor privado e dos demais atores sociais inclusive nós, cidadãos.

Page 208: Relatório de dados secundários Norte de Minas

208

REFERÊNCIAS

CAMARANO, Ana Amélia; ABRAMOVAY, Ricardo. Êxodo rural, envelhecimento e masculinização no Brasil: panorama dos últimos 50 anos. Rio de Janeiro: IPEA, 1999. Disponível em: < http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/td_0621.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2013. CEDEFES. Relação das comunidades quilombolas do Estado de Minas Gerais. Disponível em: <http://www.cpisp.org.br/comuni dades/html/brasil/mg/mg_lista_comunidades.html>. Acesso em: out. 2013. Fundação João Pinheiro – FJP (Índice Mineiro de Responsabilidade Social). Google e Google Earth. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (Censo Demográfico, IBGE Cidades). Ministério da Saúde (DATASUS). Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS (Relatórios de Informações Sociais). PNUD. Atlas do Desenvolvimento Humano de 2013. Disponível em: <http://www.atlasbrasil.org.br/2013/>. Acesso em: out. 2013.

____ . Portal ODM. Relatório dinâmico do município de Fruta de Leite/MG. Disponível em: <http://www.portalodm.com.br/>. Acesso

em: out. 2013.