instituto federal do norte de minas gerais campus …

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1 INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS ALMENARA Tecnologia em Processos Gerenciais Héllen Cíntia Aguilar Castro QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: ESTUDO DE CASO A PARTIR DA PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DE DUAS ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE ALMENARA Trabalho de Conclusão de Curso Almenara/MG 2019

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INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAISCAMPUS ALMENARA

Tecnologia em Processos Gerenciais

Héllen Cíntia Aguilar Castro

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO:

ESTUDO DE CASO A PARTIR DA PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DE DUAS

ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE ALMENARA

Trabalho de Conclusão de Curso

Almenara/MG2019

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Héllen Cíntia Aguilar Castro

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO:

ESTUDO DE CASO A PARTIR DA PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DE DUAS

ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE ALMENARA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado aoInstituto Federal do Norte de Minas Gerais IFNMG –Campus Almenara do Curso Tecnólogo em ProcessosGerenciais como requisito obrigatório para a conclusãodo curso.Orientador (a): Prof. Msc. Deivson Vinicius Barroso

Almenara/MG2019

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus pela vida, força e a saúde. Pela coragem que foi

importante nos momentos mais difíceis e necessária para enfrentar as circunstâncias

desafiadoras.

A minha família, em especial a minha mãe Valdenise e ao meu pai Cláudio pelo amor,

paciência e que por meio de uma palavra amiga me encorajaram para não desistir, e pelo

apoio nas horas de dedicação ao trabalho. E a minha irmã Evellin, mesmo estando longe

confiou em meu potencial e a minha irmã Nielly que foi uma grande parceira nas horas mais

precisas.

Ao meu orientador, Prof: DeivsonVínicius Barroso, pela orientação e compreensão,

pela dedicação do seu tempo para as devidas correções. Pelo suporte do seu conhecimento

que me auxiliou na construção do trabalho e agregação de conhecimento.

Ao coordenador do curso, Prof: Luíz Célio Rocha, pelo exemplo de pessoa e de

incrível inteligência, sempre guiando o curso da melhor forma possível.

A todos os meus amigos e colegas que contribuíram de forma direta ou indireta para

a conclusão desta pesquisa.

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‘‘A inteligência é o que você usa quando não sabe o que fazer.’’ Jean Piaget

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RESUMO

O presente estudo buscou analisar comparativamente as percepções dos professores deduas escolas da rede pública na cidade de Almenara, referente às dimensões da Qualidade deVida no Trabalho segundo o modelo de Walton (QVT). O estudo é classificado no ponto devista de sua natureza como uma pesquisa social aplicada. Quanto à sua abordagem a pesquisaclassifica-se, como quali-quantitativa. Em relação se caracteriza aos objetivos descritiva.Referente aos procedimentos técnicos se classifica como um estudo de caso únicoincorporado e estudo de campo. A população-alvo deste estudo é composta pelos professoresdas escolas duas públicas. A coleta de dados foi feita por meio de um questionário compostopor duas partes de perguntas. A primeira parte trata-se dos dados sobre o perfil dosprofessores, tais como: sexo, escolaridade, faixa etária, tempo de trabalho, renda mensal,situação na escola e turno de trabalho. A segunda parte refere-se às questões fechadaselaboradas com base no modelo de QVT de Walton, o estudo foi feito com uma amostra de 74profissionais educadores dentre 40 da escola pública federal e 34 da escola pública estadual.Os resultados sobre a avaliação dos professores em relação ao seu ambiente de trabalho demaneira geral apontam que, na escola estadual, os professores deram nota 3, mostra que aqualidade de vida no trabalho deles precisa urgentemente ser revista, pois pelos argumentosmuitos pontos precisam ser melhorados. Já na escola federal a nota foi de 4, um valorsatisfatório, isso reflete nas argumentações, pois grande parte deles destacaram fatores quepodem esperar para serem resolvidos com maior dedicação .

Palavras-chave: Gestão de pessoas. Cultura Organizacional. Qualidade de Vida no Trabalho.

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ABSTRACT

This study aimed to comparatively analyze the perceptions of teachers from two public schools

in the city of Almenara, regarding the dimensions of Quality of Life at Work according to the

Walton model (QWL). The study is classified from the point of view of its nature as applied

social research. As for its approach the research is classified as quali-quantitative. In relation is

characterized as descriptive. Referring to the technical procedures is classified as a single case

study incorporated and field study. The target population of this study is composed of teachers

from two public schools. Data collection was done through a questionnaire consisting of two

parts of questions. The first part deals with data about the teachers' profile, such as: gender,

education, age, working time, monthly income, school situation and work shift. The second part

refers to the closed questions elaborated based on Walton's QWL model, the study was made

with a sample of 74 professional educators among 40 of the federal public school and 34 of the

state public school. The results on the teachers' evaluation in relation to their work environment

in general point out that, in the state school, the teachers gave grade 3, shows that their quality

of life at work urgently needs to be reviewed, because for the arguments many points need be

improved. Already in the federal school the grade was 4, a satisfactory value, this reflects in the

arguments, because most of them highlighted factors that can wait to be resolved with more

dedication

Key Words: People management. Organizational culture. Quality of life at work.

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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Comportamento do homem na empresa................…..................….............……...15

Figura 2 – Evolução do conceito QVT ( Nadler e Lawler, 1983)...................….....................31

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Os seis processos de Gestão de Pessoas….…………….……....………………...17

Quadro 2- Modelo de Qualidade de Vida de Walton...…....…...…..…....…..….………..…….37

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Número de professores respondentes…………....…...…………………………...44

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Professores respondentes (escola estadual e federal)………..………….….…..….44

Gráfico 2 – Sexo dos professores pesquisados….……..…………………….…………..……..45

Gráfico 3 – Faixa etária dos professores pesquisados…....……..…...…………………..……..46

Gráfico 4 – Grau de escolaridade.....…….........………....…………..……............…………....47

Gráfico 5 – Tempo de trabalho..…….......……...............…....………..…..................………....47

Gráfico 6 – Renda mensal.......…..…..….…………........…..…….……………….…………...48

Gráfico 7 – Situação na escola……..….……………………………………………………….49

Gráfico 8 – Turno de trabalho……………………………………………………………….....49

Gráfico 9 – Salário adequado pelo desempenho…..……….…....….….......…..…………...….50

Gráfico 10 – Igualdade salarial interna……..…….……………..………..….....…………...…51

Gráfico 11 – Igualdade salarial externa…......………….……..…..………………...………....52

Gráfico 12 – Carga horária………..…..…….…….......................……………..……………...53

Gráfico 13 – Esforço repetitivo.............….………....……...………………………………….54

Gráfico 14 – Uso da voz…...………...........……......…..….….……......………….…………..55

Gráfico 15 – Tempo em pé….…..……..…....……..…..…..…..…..….......…………………...55

Gráfico 16 – Estresse…….......………....................………...……….………..………………56

Gráfico 17 – Iluminação ….….…….………….……….…………...…..…………….….…...57

Gráfico 18 – Segurança………..………………………......….………….…..…..….………..57

Gráfico 19 – Higiene…….….……………………..………..….……….………………….…58

Gráfico 20 – Organização……………………..…...……..…….…………………………….59

Gráfico 21- Relação de amizade entre os professores e os colegas de trabalho ….…......…...59

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Gráfico 22 – Participação dos professores nas decisões da escola…..…….….….…..……....60

Gráfico 23 – Autonomia dos professores para resolução de problemas……................……...61

Gráfico 24 – Feedback dos superiores em relação ao desempenho....…..…...…....…..….…..61

Gráfico 25 – Privacidade dos professores na escola………………………………………….62

Gráfico 26 – Possibilidade de crescimento(intelectual e profissional) dos professores……....63

Gráfico 27 – Sugestões dos professores e funcionários da escola…….……….……………...64

Gráfico 28 - Relacionamento dos funcionários….………………..….…………………...…..64

Gráfico 29 – Tratamento de forma igualitária .………….….....………………………………65

Gráfico 30 – Tratamento de forma imparcial……….……...……………………………...…..65

Gráfico 31- Tratamento de forma justa………..…..…..…...…..………………….….....…….66

Gráfico 32- Privacidade na escola (Garantias institucionais)…..…..................……......……..67

Gráfico 33 – Satisfação com relação aos regulamentos da escola….....…….………..……….67

Gráfico 34 – Conhecimento a respeito dos regulamentos da escola..….…....……….……......68

Gráfico 35 – Percepção dos professores quanto tempo de lazer, atividades físicas e sociais....69

Gráfico 36 – Impacto da atividade exercida pelos professores...........………….……………..69

Gráfico 37 – Percepção dos professores quanto ao horário de trabalho………….…....…..….70

Gráfico 38 – Avaliação da Qualidade de vida no trabalho (escola estadual)….….…………...72

Gráfico 39 – Avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho (escola federal)………………….74

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO …….…..….….…………...…....…..….………….……..………………11

1.1 – CONTEXTUALIZAÇÃO, QUESTÃO PROBLEMA E OBJETIVOS DA PESQUISA..11

1.1.1 – Objetivos.….……………..…..………….……….……..……………………………..13

1.1.1.1 – Objetivo Geral ……...….....…………….....…….…..……………………………….13

1.1.1.2 – Objetivos Específicos ………………………….…….………………………………13

1.2 – JUSTIFICATIVAS E RELEVÂNCIA DO TEMA ……….….….….….…..….….…..….13

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ……......……..……….………………………………15

2.1 –GESTÃO DE PESSOAS ..…..……….…………………………………………………...15

2.1.1 –Processos de gestão de pessoas ...….............…..................…...............……………….17

2.1.1.1 – Agregar pessoas ….…….…...…........……..……....…..……...….…..…….…….…..17

2.1.1.2 – Aplicar pessoas ………………………………….…………………………………...18

2.1.1.3 – Recompensar pessoas ………..…..…….…………………………………………… 19

2.1.1.4 – Desenvolver pessoas ....….…............................….….….…..…………..…….…….. 20

2.1.1.5 – Manter pessoas ……...………………….…....….……..….…………...…………… 21

2.1.1.6 – Monitorar pessoas …..……..……….....…...…..………..…………….…………… 22

2.2 – CULTURA ORGANIZACIONAL ...........................…...…....….............…..............…. 23

2.2.1 – Cultura ...….............…..........….......…......…..…..…......…........……........….....….. 23

2.2.2 – Cultura e clima organizacional ....…...….....…....................…..…………….…… 24

2.3 - QUALIDADE DE VIDA ..............…...........................................….....….....….…....…. 27

2.3.1- Qualidade de Vida no Trabalho ..................................................…………………… 29

2.3.1.1- Modelos de Qualidade de Vida no Trabalho …....……....……..…...….………..…… 33

2.3.1.1.1Modelo de Walton (1973) ……………….………………………….………………..33

2.3.1.1.2Modelo de Hackamn Oldham( 1975) ……………………………………………….37

2.3.1.1.3 Modelo de Westley(1979) ………………..…………………….…………………….38

2.3.1.1.4Modelo de Nadler e Lawler (1983) ….…………….…....….…....…......………...….38

2.3.1.1.5 Modelo de Werther e Davis (1983) …………..…..……...…..………....……………39

3 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..….……..………….….….……..………..40

3.1 – CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO ...…..….…….….….......…..........………………..41

3.2 – UNIVERSO AMOSTRAL ………..……………...…....…………..……..……………...41

3.2.1 – Cenário da pesquisa …………………………………………....……………………..41

3.3 COLETA DE DADOS ...…....….….…..….…….....………………………………………42

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4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS …….…..…..…………..……………………...44

4.1 PERFIL DOS PROFISSIONAIS DAS DUAS ESCOLAS PÚBLICAS.........…......……..44

4.2 ANÁLISE DAS CATEGORIAS DE QVT SEGUNDO WALTON….…....…….…………49

4.2.1 Compensação justa e adequada....…......….….....…................….............……....…….50

4.2.2 Condições de segurança e saúde no trabalho…......……….…………..…….....……..52

4.2.3 Utilização e desenvolvimento das capacidades….…….....…..……….....….……..….59

4.2.4 Oportunidade de crescimento e segurança...……….….…….…….….….…………...62

4.2.5 Integração social na organização.....….......…..…..…...……………....….….………...63

4.2.6 Garantias institucionais….........……..…......…..….....…......………………………….66

4.2.7 Trabalho e espaço total de vida……….……..…........……...…..…....…..…….…..…..68

4.2.8 Relevância social da vida no trabalho .......................…...........…................………….70

5 – CONCLUSÃO ….…….……........…...…….…...…….….…..….……...….…..….………75

REFERÊNCIAS …………….………………………………………….………....…………..76

ANEXO I – QUESTIONÁRIO………………..………………….....………………………....87

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1 INTRODUÇÃO1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO, QUESTÃO PROBLEMA E OBJETIVOS DA PESQUISA

Albornoz (2012) enfatiza que na linguagem comum a palavra trabalho tem muitos

significados. Apesar de parecer fácil sua compreensão, na essência seu conteúdo é oposto. Por

vezes, composta de emoções, reflete dor, tortura, suor no rosto, fadiga. Em outros momentos

visa ‘‘a operação humana de transformação da matéria natural em objeto de cultura. É o

homem em ação para sobreviver e realizar-se, criando instrumentos, e com esses, todo um

novo universo cujas vinculações com a natureza, embora inegáveis, se tornam opacas’’

(ALBORNOZ, 2012 p. 8).

O trabalho constitui uma maneira pela qual o homem age reciprocamente e modifica o

meio ambiente, tornando-o seguro à sobrevivência e criando convivências interpessoais como

reforço para sua própria identidade (BOM SUCESSO, 2002). O trabalho é elemento presente

na vida do ser humano desde o momento em que lhe é passada a ideia de que não há outro

meio de sobrevivência. Além de ocupar um lugar primordial na vida do indivíduo, o trabalho

contribui para que os objetivos sejam traçados naquilo que se almeja ser (MENDONÇA,

2016).

O homem se reproduz pelo trabalho, pois torna-se capaz de desenvolver suas

habilidades e capacidade de imaginação. A visão que tem do mundo e de si mesmo se

modifica, desencadeia um processo de reconhecimento das suas próprias forças e limitações

(OLETO, MELO E LOPES, 2013).

É notável que a partir da grande influência que o trabalho tem na vida do ser humano,

este se encontra diretamente relacionado com o seu bem-estar. Cada vez mais, os profissionais

estão priorizando seus direitos e a qualidade de vida no ambiente em que executam suas

funções. Estar satisfeito com o trabalho é saber lidar com possíveis fatores que a todo

momento podem gerar preocupação nas organizações, tendo como foco manter a qualidade de

vida dos seus trabalhadores dentro e fora da organização.

Esses fatores e potenciais conflitos, quando não tratados com a devida importância,

acarretam sintomas psicológicos e até doenças, as quais levam à diminuição da produtividade

do profissional e consequentemente a qualidade do trabalho realizado. Entretanto, apesar de

diversos gestores terem conhecimento a respeito de manterem seus funcionários satisfeitos,

nota-se pouca atenção para a qualidade de vida desses trabalhadores dentro da organização

(BRANCO et al. 2016).

De acordo com Ribeiro e Santana (2015) a QVT abrange tanto o físico e ambiental,

como os aspectos psicológicos do local de trabalho. A QVT é tida como ‘‘uma compreensão

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abrangente e comprometida das condições de vida do trabalho, que inclui aspectos de bem-

estar, garantia da saúde e segurança física, mental e social e capacitação para realizar tarefas

com segurança e bom uso da energia pessoal (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2002 p.

156)’’. O conceito de qualidade de vida associa-se com as condições humanas e a ética do

trabalho: de um lado tem-se os riscos ocupacionais no ambiente físico que o indivíduo está

exposto, e do outro tem-se padrões de relação entre trabalho e a retribuição a esse esforço. Ou

seja, o próprio significado do trabalho (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2002).

O processo de globalização, característico da sociedade atual, gerou um ritmo

acelerado de produção tecnológica alterando de maneira intensa as relações construídas no

mundo do trabalho. E percebe-se, como consequência, uma queda crescente na qualidade de

vida da população trabalhadora. Dentre os diversos ambientes de trabalho onde isso pode ser

percebido, as instituições educacionais (escolas), são um ambiente de destaque e importância.

Isso, pois, as mesmas são diretamente influenciadas pelos impactos das mudanças políticas,

tecnológicas e econômicas decorrentes da globalização (ROCHA; FERNANDES, 2008).

Buscando identificar fatores que afetam a qualidade de vida dos colaboradores em seu

ambiente de trabalho, Walton (1973) propõe um modelo constituído por oito dimensões:

compensação justa e adequada, condições de trabalho, uso ou desenvolvimento das

capacidades, oportunidade de crescimento e segurança, integração social na organização,

constitucionalismo, trabalho e vida, e, relevância social. O autor possui o maior número de

categorias abrangendo de forma significativa todas as possíveis situações da vida profissional

de um colaborador, de maneira que as influências diretas se intercalam com indiretas. Tais

categorias não são organizadas em nível de prioridade, sendo atribuídas a cada uma delas, a

mesma importância na QVT (PEDROSO; PILATE 2009).

Tal modelo é adotado de forma ampla por possibilitar sua aplicação em diferentes

estruturas organizacionais, de diversos portes, ramos de atuação e localização. O modelo pode

ser aplicado em grandes empresas internacionais em capitais e metrópoles, ou ainda em

instituições menores de cidades pequenas, como é o caso da cidade de Almenara, que se

localiza no interior de Minas Gerais, e é tida como a cidade polo do Vale do Jequitinhonha.

Verificada essa aplicabilidade do modelo proposto por Walton (1973), e observada a

importância de estudar QVT dos profissionais, com objetivo de percebê-la na educação, em

seus respectivos ambientes de trabalho, lança-se o seguinte problema de pesquisa: “Quais as

percepções dos professores de duas escolas da rede pública em Almenara, acerca da

Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), a partir dos indicadores do modelo de Walton ?”

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1.1.1 Objetivos

1.1.1.1 Objetivo Geral

Analisar comparativamente as percepções dos professores de duas escolas da rede

pública na cidade de Almenara, referente às dimensões da Qualidade de Vida no Trabalho

(QVT) segundo o modelo de Walton .

1.1.1.2 Objetivos Específicos

1. Realizar um levantamento de referencial teórico e fundamentos básicos acerca da

Qualidade de Vida no Trabalho, a partir de estudiosos da área;

2. Desenvolver e aplicar questionário para coletar dados que possibilitem verificar a

percepção dos professores em seu ambiente de trabalho;

3. Analisar a satisfação dos professores sobre qualidade de vida, a partir dos fatores que

influenciam esta, apresentados na revisão de literatura;

4. Comparar a QVT dos professores das diferentes escolas pesquisadas.

1.2 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TEMA

Os professores são peças fundamentais para otimização dos valores que contribuem

para formação do cidadão, eles representam a “primeira solução para a lucidez intelectual,

coragem moral, a razão teórica e o empenho profissional, o exercício crítico e a proposta

cultural de cada um em seu posto de trabalho diário” (BUITRAGO, 2008, p.10).

Paulo Freire (1997) afirma que o ato de ensinar requisita a existência de quem ensina e

de quem aprende, o ensino e aprendizagem caminham juntos de tal maneira que quem ensina,

também aprende. Isso porque de um lado aprova um reconhecimento antes aprendido e, de

outro, porque observado o interesse do aluno em fase de aprendizagem, a dedicação em

apreender o ensino, o ensinante se ajuda a descobrir incertezas, acertos, equívocos. A

disciplina do ensino não pode ser doada ou imposta por ninguém sem que isto expresse

desconhecer a importância do papel do educador em sua construção.

Segundo Buitrago (2008), o professor pode se encontrar exposto a uma posição de

submissão diante das pessoas que o cercam, dentre elas alunos, pais, a escola, o sistema

burocrático e a cobrança política. Por isso, tendo como premissa a tamanha responsabilidade

pública que aos professores é devida, deve se restaurar a confiança e o entusiasmo deles como

sendo mestres, educadores, essência da cidadania.

Gonçalves; Gutierrez (2005)) afirmam que é primordial entender que o trabalhador

interage constantemente com seu trabalho, e fica claro que essa relação abrange várias

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14

dimensões, incluindo o psíquico, o físico e o social. E quando está abordando sobre a

“qualidade de vida no trabalho”, não deve deixar de lado as condições de vida do trabalhador.

O presente estudo sobre a qualidade de vida de profissionais da educação (professores)

em seu ambiente de trabalho, decorre da preocupação com a saúde seja mental, física e social

de tais profissionais, por vezes expostos a diferentes situações de stress, pressões acadêmicas,

além de lidar diariamente com um número expressivo de diferentes indivíduos, de diferentes

idades, comportamentos e interesses.

Faria e Rachid (2015) enfatizam que os professores lidam com uma jornada de

trabalho bastante intensa que vai além do tempo de ensino, pois demanda outra grande parte

do tempo para as atividades extraclasses. Além de que, muitas vezes os seus esforços se

aplicam exclusivamente a uma determinada escola, fazendo com que as demandas

profissionais reflitam em longas jornadas de trabalho difíceis de serem conciliadas com a vida

pessoal-familiar.

Tendo todo este contexto como premissa para o presente estudo, a satisfação na

execução de tarefas, de certa forma garante um bom desempenho e desenvolvimento de

atividade com qualidade e motivação. Mas para que essa ação aconteça, o profissional tem a

necessidade de sentir-se bem consigo mesmo e com o ambiente em que passa a maior parte do

tempo, de maneira que aquilo que pratica no seu dia a dia, seja significante tanto para quem

executa quanto para quem recebe. A atenção à QVT dos professores no trabalho é ainda

importante, por influenciar o processo de ensino/aprendizagem dos alunos, e logo, o ponto

central da educação.

Destacando a importância social deste trabalho, estudos sobre o aspecto de qualidade

de vida no trabalho, especificamente no município de Almenara, e na perspectiva de ouvir a

posição dos educadores a este respeito, não são comuns, sendo que a grande importância da

relação entre o trabalho e a vida social é o que motiva o educador a realizar o seu papel.

Portanto, como ponto de atenção desta pesquisa tem-se que serão ouvidos os profissionais

professores de duas escolas públicas (federal e estadual) no município de Almenara no interior

de Minas Gerais e localizada no Vale do Jequitinhonha. Buscando narrar e conhecer o que tais

profissionais tem a dizer acerca da qualidade de vida no seu ambiente de trabalho.

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15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 GESTÃO DE PESSOAS

As organizações são desenvolvidas pelos homens e mantém-se por meio deles, são

compostas por pessoas, que assim como as empresas, têm seus objetivos esboçados e

distinguidos. Knapik (2008) explica que as pessoas são as estruturas da organização e utilizam

suas competências, destrezas, conhecimentos e vivências como instrumentos para conseguir

novos recursos e alcançar os resultados esperados pela empresa. A área de gestão de pessoas

carece conhecer bem a organização, seu espaço de trabalho, suas crenças, seus valores, sua

missão e visão, o clima de trabalho e a cultura empresarial para que possa gerenciar seus

talentos e criar uma relação de ‘‘ganha-ganha’’ entre empresa e colaboradores (KNAPIK,

2008).

A Figura 1 abaixo retrata que o indivíduo com suas qualidades, percepções está

inserido dentro do ambiente em que passa a maior parte do tempo em busca de conciliar o seu

comportamento com os desafios da empresa.

O homem:personalidade,

motivação interna,percepção, valores.

A empresa: ambienteorganizacional, regras, climae cultura, politicas, métodose processos, recompensas e

punições.

=Comportamento do homem

na empresa

Figura 1: Comportamento do homem na empresa

Fonte: Janete Knapik (2008, p. 15)

Segundo Gil (2007), a Gestão de pessoas é caracterizada como uma função gerencial

na qual se estabelece um elo de cooperação entre duas partes, de um lado tem-se as pessoas

que colaboram nas organizações para que possam alcançar seus objetivos individuais e de

outro lado tem-se as empresas que buscam o alcance de seus objetivos organizacionais.

As organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seusobjetivos e cumprir suas missões. E para as pessoas, as organizações constituem omeio pelo qual elas podem alcançar vários objetivos pessoais com um mínimo detempo, esforço e conflito (CHIAVENATO, 1999, p. 5).

De acordo com Macarenco (2006), a atual Gestão de pessoas tem o encargo de

conduzir pessoas complexas em organizações complexas. De um lado é a forma de pensar nas

pessoas como cidadãos empenhados no seu progresso social e humano, e de outro, como

profissionais que são criadores e propagativos de conhecimento. Todo esse contexto muda

drasticamente as práticas dos padrões modernos de gerenciamento e o posterior desses

padrões. O esforço para a transformação deve vir de um diálogo interno, em prol da procura

Page 16: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

16

de uma compreensão abrangente sobre talentos e limitações, direcionados ao desenvolvimento

de conhecimentos, aptidões e modos para trabalhar, se relacionar e conviver. As pessoas

aprendem para melhorar as condições organizacionais e as delas próprias (MACARENCO,

2006).

Toledo (1986, p. 08) define Recursos Humanos como a função que orienta:

um conjunto de princípios, estratégias e técnicas que visa contribuir para a atração,manutenção, motivação, treinamento e desenvolvimento do patrimônio humano dequalquer grupo organizado. Seja este grupo, ou organização, pequeno ou grande,seja privado ou público, desempenhe ele atividades de trabalho, de lazer, açãopolítica ou religiosa.

Na concepção de Dutra (2002, p. 17) a Gestão de pessoas é um ‘‘conjunto de políticas

e práticas que permitem a conciliação de expectativas entre organização e as pessoas para que

ambas possam realizá-las ao longo do tempo”. O autor reitera que quando se coloca pessoas e

organização juntas pode-se observar um processo contínuo de troca de atribuições. Há

transferência de patrimônio de conhecimento para as pessoas, uma vez que as enriquece e

prepara para confrontar com novas situações profissionais e pessoais, seja dentro ou fora da

organização. E por outro ângulo as pessoas desenvolvem habilidades particulares e transferem

para a organização o aprendizado, preparando a organização para novos desafios.

Um dos objetivos da área é assessorar e apoiar a empresa a realizar o devido trabalho

com precisão, tendo como base a sua missão e visão organizacional. Utilizando as habilidades

e competências da força de trabalho, e estimular as pessoas a maior produtividade e

reconhecimento, tornando-a mais competitiva (DIONISIO, 2011).

Ainda de acordo com Dionisio (2011) outro ponto de vista pertinente da gestão de

pessoas é a atenção às mudanças locais e globais do mercado, transformações rápidas e

constantes incentivam as organizações a reconstruírem os processos produtivos. Esta ação

passa a ser uma questão essencial à qualidade de produtos e serviços, assim como na

competitividade.

A Gestão de pessoas propõe-se administrar e gerenciar a colaboração das pessoas,

possibilitando a harmonia dos objetivos organizacionais e individuais. Estabelece um elo de

relações entre as pessoas, as organizações e a sociedade. Não se trata de um sistema

independente, pois está inserido num contexto maior, político, econômico, jurídico, social e

ideológico (PEDRO, 2006).

Portanto, a área de Gestão de pessoas cria talentos através de uma integração de

processos e se encarrega do capital humano das organizações. As pessoas constituem o

elemento primordial do capital intelectual e a base do sucesso (CHIAVENATO, 2008).

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Os seis processos de Gestão de Pessoas

1- PROCESSOS DE

AGREGAR

PESSOAS.

São os processos utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser

denominados processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem recrutamento

e seleção de pessoas.

2- PROCESSOS DE

APLICAR

PESSOAS.

São os processos utilizados para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na

empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho organizacional e

desenho de cargos, analise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação do

desempenho

3- PROCESSOS DE

RECOMPENSAR

PESSOAS.

São os processos utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades

individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e benefícios e serviços

sociais.

4- PROCESSOS DE

DESENVOLVER

PESSOAS

São os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional

e pessoal das pessoas. Envolvem seu treinamento e desenvolvimento, gestão do

conhecimento e gestão de competências, aprendizagem, programas de mudanças e

desenvolvimento de carreiras e programas de comunicações e consonância.

5- PROCESSOS DE

MANTER

PESSOAS

São os processos utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias

para as atividades das pessoas. Incluem administração da cultura organizacional, clima,

disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de relações sindicais.

6- PROCESSOS DE

MONITORAR

PESSOAS.

São os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e

verificar resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais.

Quadro 01 - Os seis processos de Gestão de Pessoas. CHIAVENATO (2008, p.16)

2.1.1 Processos de gestão de pessoas

2.1.1.1 Processo de agregar pessoas

Atrair e agregar talentos reflete no futuro e destino da empresa e não somente na

realidade presente, uma vez que as pessoas ingressadas poderão ser futuros líderes, capazes de

construir alicerces que consolidem a visão organizacional. As organizações dependendo do

contexto em que se encontram, integram novas pessoas nos quadros de funcionários, mediante

a necessidade de substituição de funcionários ou ampliação do quadro de pessoal

(CORADINI, MURINI, 2009). A gestão de talentos reflete no aspecto estratégico, que é

debatida e adotada por organizações modernas. Tem-se como objetivo agregar valor para

acionista, cliente, empregado e sociedade, por intermédio da captação, seleção e retenção e

construção do talento individual e organizacional (ALMEIDA, 2004).

O primeiro processo é constituído por agregar pessoas, sendo dividido em

recrutamento e seleção, que segundo Coradini e Murini (2009), intenciona a busca no

mercado de trabalho por profissionais que se moldam ao perfil solicitado pela vaga a ser

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18

ocupada na empresa. A procura requer habilidades imprescindíveis para enfrentar o ambiente

competitivo e exigente, formadas por um mercado dinâmico e concorrido. O atributo de atrair,

desenvolver e reprimir pessoas talentosas apresenta missão difícil, o novo perfil descrito pelos

contratantes, exige diversas competências difíceis de ser encontradas em uma só pessoa

(GRAMIGNA, 2002).

Caxito (2008) conceitua o recrutamento como um processo que reúne, convoca, e

alista pessoas para um determinado fim, sendo que em contrapartida, os profissionais

incumbidos à finalidade de recrutar pessoas, busca o que seria considerado um candidato

ideal, e tem como tarefa o desafio de utilizar os recursos disponíveis da melhor forma, para

que possa evitar o desperdício de tempo de dinheiro.

O recrutamento é o processo organizacional na qual convida pessoas que se encontra

no mercado de mão de obra. O objetivo é atrair um número satisfatório e coincidente de

profissionais, para ocuparem um futuro cargo ou função da empresa. Este processo requer

diligência com relação ao tempo deposto para esta ação, aos custos e a otimização para a fase

posterior, que é a seleção (CORADINI, MURINI, 2009).

A seleção, por sua vez, consiste na segunda etapa do processo de agregar pessoas, ao

realizar a identificação do perfil mais adequado a posição disponível na organização ou

projeto. Nesta fase do processo tem-se ‘‘o objetivo de pesquisar, suprir e identificar

profissionais qualificados que colaboram para a superação do resultado, como o

aprimoramento e a realização pessoal, com o foco em melhores profissionais do mercado

(ORLICKAS 2001, p.22)’’.

2.1.1.2 Processo de aplicar pessoas

Chiavenato (2008, p.4) diz que, ‘‘uma vez recrutados e selecionados, as pessoas

deverão ser integradas à organização, posicionadas em seus respectivos cargos e tarefas e

avaliadas quanto ao seu desempenho’’. O processo de aplicação de pessoas vem logo após o

provimento de pessoas e amplia-se a partir do desenho de cargos e a da avaliação de

desempenho. Assimila-se bem a forma pela qual a organização obtém os recém-contratados e

os engloba a sua cultura e cenário, uma vez que o comportamento de acordo com a

expectativa da organização denominada socialização, evidencia ao novo integrante as bases e

premissas necessárias que empresa pretende funcionar (FERNANDES, 2011).

O Desenho de cargo é a caracterização do conteúdo, das táticas de trabalho e dos

vínculos com os demais cargos, no sentido de suprir as exigências tecnológicas,

organizacionais e sociais, bem como as exigências pessoais de seu ocupante (RIBAS;

SALIM, 2013).

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19

Dentro deste processo de Aplicação de pessoas, a Avaliação de Desempenho pode ser

compreendida como o reconhecimento e determinação das condutas que os colaboradores de

uma organização desempenharam no decorrer de um estipulado período. Posto que essa

organização porta um conjunto de critérios que atingem direta ou indiretamente a

performance de seus funcionários em diferentes ângulos, surge a inquietação de potencializar

a contribuição produtiva das pessoas, ordenando objetivos estratégicos e construindo um

ambiente adequado e saudável à realização pessoal e profissional, suavizando a ingerência do

fator humano na busca de resultados mais expressivos (AMARAL et al 2010).

É importante para uma organização manter um sistema de avaliação de desempenhotecnicamente elaborado. É uma maneira de evitar que a avaliação seja feita de formasuperficial e unilateral, do chefe em relação ao subordinado. Dessa forma, aavaliação alcança maior nível de profundidade, ajuda a identificar causas dodesempenho deficiente e possibilita estabelecer perspectivas com a participação doavaliado. Sem contar que a avaliação de desempenho elaborada a partir de princípioscientíficos possibilita uma abordagem mais racional do ser humano, livre dasdistorções próprias da avaliação feita com base apenas no senso comum (GIL, 2007,p. 149).

2.1.1.3 Processo de recompensar pessoas

O processo de recompensar pessoas, é utilizado para estimular as pessoas e suprir suas

necessidades individuais. ‘‘Inclui a remuneração, os programas de incentivos e os benefícios e

serviços sociais’’. (DIONISIO, 2011 p.34).

Caminha (2012) afirma que as recompensas podem ser financeiras ou não financeiras.

As financeiras constituí as recompensas adquiridas da organização, divididas como diretas

(salários, bonificações ou participações) ou indiretas (subsidiadas pelo empregador, como

plano de aposentadoria, descontos em compras). As não financeiras fomentam o cargo

deixando mais atraente, mas não aumenta as recompensas financeiras.

Ao falar sobre remuneração, é importante saber que ela é constituída de trêscomponentes: remuneração básica, que consiste no salário fixo do indivíduo, osincentivos salariais, concedidos para recompensar um bom desempenho por meio debônus e a participação nos resultados e os benefícios denominados de remuneraçãoindireta.(DIONISIO,2011 p.35).

Segundo Dutra (2002, p. 181), ‘‘a remuneração é a contrapartida econômica e/ou

financeira de um trabalho realizado pela pessoa”. As pessoas ocupam posição e executam

tarefas nas organizações para exercer os propósitos e metas delineadas; em contrapartida

obtém um retorno por isto. A remuneração, se conveniente administrada, pode constituir um

mecanismo convicto para aprimorar o desempenho e a satisfação do colaborador. Pois os

programas de remuneração, quando incorretamente administrados, dirigem para uma alta

rotatividade, absenteísmo elevado, nocivo desempenho e desgosto no cargo. Para que a

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20

remuneração seja pertinente ela precisa ser equitativa interna e externamente (PIZOLOTTO,

DREWS, 2009).

Segundo Dalmau e Tosta (2009) a remuneração é assentida pela formação e

capacitação dos profissionais, mediante a competência preliminarmente delineadas pela

organização.

Bonafin e Brandalise (2010) argumentam que o incentivo é altamente aplicado nas

organizações para adquirirem de seus funcionários maior dedicação em suas tarefas e melhor

desempenho em busca dos objetivos organizacionais. Portanto, é considerável ao

administrador ter conhecimento sobre como transcorre à motivação e o incentivo no indivíduo

para que possa aplicar uma política de incentivos que realmente estimule seus funcionários e

equilibre com a produtividade.

Dentro do contexto de recompensa tem-se os benefícios que contribuem como aspecto

motivacional. Chiavenato (2008) afirma neste sentido, que os benefícios sociais são

propensões, conformidades, vantagens e serviços que empresas oferecem aos seus

empregados, no sentido de poupar-lhes empenho e apreensões na realização do trabalho. O

autor Chiavenato (2008, p. 345) ainda reforça que ‘‘quase sempre não são pagos diretamente

pelas pessoas. Contudo, constituem meios indispensáveis na manutenção de força de trabalho

dentro de um nível satisfatório de satisfação e produtividade’’.

2.1.1.4 Processo de desenvolver pessoas

Para compreensão do processo de desenvolvimento de pessoas, Caxito (2008)

conceitua o mesmo como o responsável pelo treinamento e desenvolvimento, tanto das

pessoas através do desenvolvimento das competências convenientes a cada um, como da

Organização. De acordo com o autor, esse processo ‘‘deve estar profundamente ligado à

estratégia da empresa, a qual só poderá atingir seus objetivos de longo prazo se incentivar o

desenvolvimento das competências corretas em cada um de seus funcionários’’ (CAXITO,

2008 p. 11).

França (2007) percebe o treinamento como um processo que objetiva impulsionar a

aquisição de habilidades, normas, concepções e atitudes que esquadriam a melhoria da

combinação entre as características dos empregados e as requisições dos papeis funcionais. O

desenvolvimento, por sua vez, é estabelecido a longo prazo, tendo a finalidade de aperfeiçoar

as capacidades e motivações dos empregados, em busca de torná-los futuros membros

inestimáveis da organização.

Souza e Souza (2016) dizem que o treinamento e desenvolvimento não possuem

conceitos sinônimos, seus intuitos são distintos. O treinamento no ambiente corporativo

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21

vincula o conceito às ações de curto prazo, voltadas ao desenvolvimento das competências

imprescindíveis à melhoria do desempenho do indivíduo no exercício das suas atribuições

atuais.

Em suma, o processo desenvolvimento carateriza-se como uma decisão estratégicaque assegura vantagens competitivas ao definir políticas, programas, projetos eações de treinamento e desenvolvimento capazes de compatibilizar os interessesindividuais e organizacionais (SOUZA; SOUZA, 2016, p. 121).

2.1.1.5 Processo de manter pessoas

De acordo com Dutra (2002) manter pessoas constitui criar condições ambientais e

psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Inclui administração da disciplina,

higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de relações sindicais. Recrutar,

selecionar, desenvolver pessoas são passos a priori, pois as empresas precisam manter esse

recurso humano, por se tratar do seu bem primordial. Portanto, é crucial as empresas ater-se

ao fato de que precisam desenvolver todos os processos, desde princípio, antenadas em

manter tais colaboradores, inclusive, motivados, satisfeitos e com qualidade de vida no

trabalho mais precisa.

Pizolotto e Drews (2009) entendem que o processo de manter pessoas compreende os

temas: higiene e segurança no trabalho e nas relações estabelecidas entre as pessoas na

organização.

a) Higiene no trabalho: a higiene no local de trabalho designa um conjunto de diretrizes e

processos que buscam o aparato da integridade física e mental do empregado.

Preserva-o de riscos à saúde referente às designações do cargo e do ambiente físico

onde são exercidas. Tem-se o caráter preventivo, na qual evita que o trabalhador

adoeça e se ausente temporariamente ou definitivamente do cargo (PIZOLOTTO E

DREWS, 2009).

b) Segurança no trabalho: designa um conjunto de medidas técnicas, educacionais,

médicas e psicológicas para impedir acidentes. Evidencia a eliminação de condições

inseguras, orienta as pessoas para prática preventiva e elimina atos e condições

arriscadas (PIZOLOTTO, DREWS, 2009).

c) Relações: o foco de manter pessoas carece da forma como estabelece as relações

internas da gerência com sua equipe, da liderança e dos processos da comunicação.

Em conjunto dessas relações coloca-se a representação sindical dos trabalhadores,

habitualmente captada como inimiga. Mas na verdade pode ser vista como parceira no

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22

desenrolar de diferentes aspectos, pois exigem a intervenção da estrutura civil

organizada (PIZOLOTTO, DREWS, 2009).

2.1.1.6 Processo de monitorar pessoas

O processo de monitorar pessoas envolve etapas distintas: a definição de paradigmas

desejados, a observação do desempenho, a comparação do desempenho e ação corretiva. Tem-

se o foco nas informações que são obtidas por meio de banco de dados. O banco de dados

agrega diversos dados e informações complexas (dados pessoais, dados sobre os ocupantes de

cada cargo, os empregados de cada unidade, salários, benefícios e serviços sociais e

candidatos), dentre a formação de diferentes tipos de cadastros, geram relatórios, com o

intuito final de fornecer informações para tomada de decisão (DIONISIO, 2011).

O’Brien (2004, p. 6) afirma que os ‘‘sistemas de informação é um conjunto

organizado de pessoas hardware, software, rede de comunicação e recursos de dados que

coleta, transforma e dissemina informações em uma organização’’. A empresa trabalha como

um sistema aberto. E a partir disso, pleiteia a necessidade de feedback no sistema, para que

possa ter rapidez de resposta às alterações, com o designo de sobreviver no ambiente onde se

encontra. Devido à grande quantidade de atividades internas, é necessário a criação de um

modelo de sistema eficaz, que estabeleça feedback entre ambiente interno e externo da

organização (MENDES, 2009).

Para eficácia no monitoramento tem-se o sistema de informações gerenciais, que

atendem ao nível gerencial da organização. O objetivo do Sistema de Informações Gerenciais

é o de prover os gerentes de relatórios ou de acesso on-line aos registros de desempenho,

dando respostas a perguntas específicas anteriores, de modo a apoiar as funções de

planejamento, controle e decisão no nível gerencial, sempre em relação ao histórico da

organização. Habitualmente, são direcionados quase particularmente aos eventos internos e

não externos da organização (CANAL, 2013).

Dionísio (2011), por sua vez, concretiza que o sistema de informação fornece

elementos precisos, através da coleta de dados. Tendo em vista a precisão destes elementos, a

área de recursos humanos precisa manter sempre o sistema de informações atualizado e

disponíveis para os demais setores da organização. É de extrema importância conhecer todos

os ângulos que pleiteiam o capital humano.

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23

2.2 CULTURA ORGANIZACIONAL

2.2.1 Cultura

‘‘Cultura, diz-se geralmente, é uma das duas ou três palavras mais complexas da

língua inglesa, e ao termo que é, por vezes, considerado seu antônimo – natureza – é

frequentemente atribuído o título da mais complexa’’ (EAGLETON, 2003, p. 11). Contudo o

autor afirma que, a natureza é encarada como um proveniente da cultura, e no ponto de vista

etimológico (origem) cultura é um conceito que deriva da natureza. A natureza tem-se um dos

seus significados oriundos relativos à lavoura, ou relacionados ao crescimento natural.

Ainda na perspectiva de Eagleton (2003) no princípio, cultura era nomeada a apenas

uma meticulosa fase material, tendo ao longo do tempo sido referida metaforicamente para

relações espirituais. A palavra cultura contempla diversas indagações filosóficas elementares,

dentre elas questões relativas à autonomia e determinismo, o criar e o sofrer, a modificação e

a igualdade, o cedido e o elaborado. Conserva em si refugos de uma transição histórica.

Na perspectiva de Santos (1987), Cultura concerne-se de forma abrangente à

humanidade e concomitantemente a cada um dos povos, nações, sociedades e grupos

humanos. O autor explica que esta é uma preocupação contemporânea bem presente nos dias

atuais, ao buscar entender os diversos caminhos que conduzem os grupos humanos aos seus

vínculos presentes e suas visões de futuro.

Registro históricos revelam uma gama de transformações por qual as culturas passam,

‘‘pois o desenvolvimento da humanidade está marcado por contatos e conflitos entre modos

diferentes de organizar a vida social, de se apropriar dos recursos naturais e transformá-los, de

conceber a realidade e expressá-la’’(SANTOS, 1987 p. 07). O autor complementa, que a

cultura expressa as complexidades dos ajuntamentos humanos e as características que os

unem e diferenciam, ao discutir-se acerca deste conceito, o pensamento deve ser refletido com

base na humanidade, intercalando a sua riqueza e abundante formas de existência (SANTOS,

1987).

Para Souza (2005, p. 12) ‘‘as sociedades estão em constante integração e cada cultura

possui sua maneira de funcionar. Se as culturas são entendidas em seus contextos particulares,

evitamos conflitos e criação de estereótipos’’, ou seja, imagens preconcebidas das

características que diferem cada grupo social.

Com base no conceito do autor, ao analisar-se as particularidades que existem ou

existiram a respeito de cultura, imediatamente estabelece-se a sua tamanha diversidade, e

então, concretiza-se que é inevitável entender os meios e impactos que a essência da cultura

provoca para aqueles que nelas vivem. Portanto, a preocupação em entender isso é uma

importante conquista contemporânea (SOUZA, 1987).

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24

2.2.2 Cultura e Clima organizacional

A partir da década de 1950, a Teoria Geral da Administração mostrou-se insuficiente

para persistir na explicação só de fatos administrativos organizacionais que se apresentavam

devido as transformações sociais, econômicas, políticas e culturais. ‘‘Em decorrência, partiu-

se para novos campos de conhecimento, como a Administração por Objetivos (1950) a

Estrutura Organizacional (1960) e a Administração Estratégica (1970), até chegar à Cultura

Organizacional, conceitos como cultura e identidade’’ (CHESINI, 2004, p. 19).

Marques (2015) define Cultura Organizacional como sendo uma definição criada para

explicar os valores e as crenças de uma Organização. De maneira geral, afirma ser regras e

comportamentos naturais de pessoas e grupos de pessoas adquiridas dentro da Organização.

Por meio deste conjunto de compreensões recíprocas, a Cultura Organizacional supervisiona a

forma como os indivíduos se relacionam uns com os outros, abrangendo o interno e o externo

da organização (clientes, fornecedores e demais partes interessadas existentes fora dos limites

da empresa).

Schein (1992) afirma que a cultura pode ser disseminada aos novos integrantes do

ambiente empresarial conforme os níveis que se encontra:

A cultura organizacional é apreendida, transmitida e mudada, dependendo dos níveisem que ela se encontra. Esses níveis são: 1. artefatos e criações (elementosvisíveis):como as pessoas se vestem, a disposição das salas etc; 2. valores e crenças:aquilo que o grupo acredita permear suas ações; e 3. pressupostos básicos:determinam como membros de um grupo percebem, pensam e sentem. Fica noinconsciente das pessoas (SCHEIN, 1992, p. 17).

Fleury e Sampaio (2002, p. 293) conceituam Cultura Organizacional como o

‘‘conjunto de valores e pressupostos expressos em elementos simbólicos’’ que, em sua

habilidade de organizar, conceder significações, ergue a identidade organizacional. Engloba

desde os elementos de comunicação entre os indivíduos até a capacidade de mudança em

relação as eles. Dias (2007, p. 41) aponta que a Cultura Organizacional afirma-se em um

sistema de ‘‘valores e crenças distribuídas na qual interage com pessoas, estruturas da

organização, processos de tomada de decisões e sistemas de controle de uma empresa para

produzir normas de comportamentos (de como devem ser feitas as coisas numa organização

em particular)’’.

A cultura de uma organização é conduzida a partir de seus objetivos institucionais,

portanto, a construção dela prioriza as normas de planejamento da organização. O primeiro

passo para a melhoria de uma cultura diz respeito às ações coordenadas, uma vez que visa

potencializar o alcance de objetivos institucionais e minimizar os componentes negativos da

cultura para alcance desses objetivos. É de clara evidência que o processo de transformação se

constitui como um amplo desafio designado tanto para o gestor, como para a gestão por

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25

competência, devido a uma série de mudanças organizacionais requeridas para o alcance dos

resultados (MARQUES, 2015).

Portanto, as organizações se iniciam da conexão de diversas pessoas, que se agregam

na persistência de alcançar objetivos comuns definidos. Mediante essa união, almeja-se

alcançar resultados mais excelentes do que aqueles que seriam possíveis se estas mesmas

pessoas procedessem separadamente (CASSAR, 2003).

Observa-se que a Organização é desenhada como um sistema cultural, tanto em

categoria individual como no grupal. Mediante esta intercalação, as culturas organizacionais

eficientes moldam práticas que auxiliam e dão suporte para satisfazer ou modificar condições

do ambiente externo, com o apoio das pessoas envolvidas (SILVA, TSUKAHARA, NUNES,

2017).

Ferreira (2013) afirma que a cultura de uma empresa pode ter sido desenvolvida pelo

fundador da organização, composta por um conjunto de normas, regras, valores e atitudes. Tal

elemento fornece um modo distinto de ser, com traços próprios que as disferem das demais e

que são transmitidas aos novos integrantes como a forma certa de pensar e agir, estipulando o

que deve ser seguido e o que deve ser evitado.

Segundo a Fundação Nacional de Qualidade - FNQ (2018) a cultura organizacional é a

efetivação dos valores no cotidiano da empresa, construída ao longo do tempo, e se consolida

com o decorrer dos anos. É por meio da cultura que a empresa exprime a sua identidade e

dissemina a imagem pelo mundo, pois cada organização tem sua única e própria cultura e por

meio dela cria sua maneira de fazer negócios. ‘‘Dita como a organização trata seus

funcionários e clientes, o grau de autonomia que existe em suas unidades, assim como o grau

de lealdade dos profissionais colaboradores em relação à organização” (FNQ, 2018, p. 04).

Se por um lado a Cultura Organizacional ‘‘é formada por execução, cultura, atitude,

valores morais e éticos, além dos princípios: crenças, políticas internas e externas” (CIBIEN,

2013, p. 22), o Clima Organizacional permeia os condicionantes relacionados ao grau de

motivação dos indivíduos da organização. Pode-se estabelecer um paralelo entre estes

condicionantes, por exemplo, ao perceber que quando existe alta motivação entre as partes, o

clima motivacional se eleva e traduz-se em relações de satisfação, animação, interesse,

colaboração. Entretanto, quando há baixa motivação, seja por motivo de desapontamentos ou

dificuldades, automaticamente o clima organizacional tende a ficar menos positivo

(MIRANDA, 2009).

Miranda (2009) afirma que o clima organizacional é inspirado no estado motivacional

dos seres humanos, sendo agradável quando oferece satisfação das necessidades pessoais das

pessoas e elevação do moral, e desagradável quando as necessidades não são compreendidas.

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Balcão e Cordeiro (1979) demonstram como a relação das pessoas é importante para o estado

motivacional, através da compreensão das suas individualidades:

Praticar relações humanas significa muito mais do que estabelecimento e oumantermos contatos com outros indivíduos, significa estarmos condicionados nessasnossas relações, pois uma atitude, um estado de espírito ou uma maneira de ver ascoisas que nos permita compreender o nosso interlocutor respeitando a suapersonalidade, cuja estrutura é, sem dúvida, diferente da nossa. (BALCÃO &CORDEIRO, 1979, p. 52).

Na perspectiva de Souza e Morais (2007) o clima caracteriza o sucesso e determina os

paradigmas de qualidade que devem ser conquistados na organização. Por razões diversas, o

clima de uma organização não é visto por todos os integrantes da mesma maneira ‘‘em razão

das diferenças do setor, de cargo exercido, do gênero, do tempo de serviço, da natureza das

atividades, das formas de organização do trabalho; perfil da liderança; oportunidades; entre

outros fatores’’ (SOUZA; MORAIS, 2007, p. 46).

‘‘O clima organizacional é um termômetro para a cultura organizacional. Ele indica

como está o ambiente de trabalho e a percepção que os colaboradores têm da organização,

assim como se estão satisfeitos com ela” (FNQ, 2018, p. 05). Portanto, é dever do

administrador estimular um clima positivo no interior da organização, com o intuito de guiar

os colaboradores em direção ao ponto central: os objetivos da empresa. O ser humano não é

apenas um simples cumpridor de tarefas, que se deve comportar de acordo com a perspectiva

da empresa, pois possui sentimentos e emoções específicas (MIRANDA, 2009).

O ambiente de trabalho e a aderência das pessoas à cultura da organização impactamna produtividade dos colaboradores. Um clima bom aumenta o engajamento doscolaboradores, que, por sua vez, valorizam seu trabalho, proporcionando umambiente inovador, desenvolvendo vantagem competitiva e, em última instância,gerando valor para o negócio (FNQ, 2018, p. 06).

O clima da empresa bem avaliado, evita que a mesma faça investimentos em tempo,

dinheiro e energia em ações desvantajosas ou até mesmo em aspectos que são bem captados

pelos subordinados em consequência de outros que não são bem avaliados (FNQ, 2018).

Portanto Chiavenato (2010) diz que o desempenho no cargo e o clima organizacional são:

‘‘fatores importantes na determinação de QVT. Se a qualidade do traba1ho for pobre,

conduzirá a alienação do empregado e a insatisfação, à má vontade, ao declínio da

produtividade, a comportamentos contraproducentes como absenteísmo, rotatividade, roubo,

sabotagem, etc.” (CHIAVENATO, 2010, p. 488).

Assim sendo, o conceito de Qualidade do trabalho se interliga com o clima da

organização. Pois, se a qualidade de vida no trabalho eleva o clima de confiança, o respeito

mútuo também se eleva, e as pessoas tendem a aumentar suas contribuições e elevar suas

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‘‘oportunidades de êxito psicológico enquanto a administração tende a reduzir mecanismos

rígidos de controle social” ( CHIAVENATO, 2010 p. 488).

2.3 QUALIDADE DE VIDA

O entendimento a respeito de qualidade de vida envolve diversos campos do

conhecimento humano, biológico, social, político, econômico, médico, encontra-se em etapas

de estabilização de conceitos (ALMEIDA et al, 2012). Para Nahas (2001, p. 05) ‘‘qualidade

de vida é condição humana resultante de um conjunto de parâmetros individuais e

socioambientais, modificáveis ou não, que caracterizam as condições em que vive o ser

humano’’. Portanto, para se discutir o aspecto de qualidade de vida, é fundamental ter foco na

gama de questões que envolvem esse sistema, desde indicadores sociais até de saúde ou

econômicos. Pois, podem ser discorridos por diferentes áreas do conhecimento, com

perspectivas e processos distintos, sendo atreladas referenciais e críticas variadas

(ALMEIDA, GUTIERREZ e MARQUES, 2012).

Na década de 90, a qualidade de vida adentrou espaços desde o discurso acadêmico, a

literatura relacionada ao comportamento nas organizações. Dos programas de qualidade total,

até as conversas informais e a mídia como um todo. Por este motivo, a qualidade de vida tem

sido utilizada para mensurar as condições de vida urbana (transporte, saneamento básico,

lazer e segurança) e aspectos relacionados a saúde, conforto, bens materiais. Existe certa

dificuldade entre autores para definição do que venha a ser realmente ‘‘qualidade de vida’’,

devido ao fato do envolvimento de diversos fatores e, ainda porque a qualidade de vida muda

de pessoas para pessoa, dependendo do estilo de vida e expectativa de cada ser. (FERREIRA,

ALVES, TOSTES, 2009).

No artigo da Gazeta Mercantil (1998) apud Limonge-França (2004), a declaração de

Prestes Rosa, designa ‘‘Qualidade de Vida’’ como uma forma de melhorar os processos de

trabalho, construídos para incorporar as novas tecnologias e aproveitar o potencial humano

(individual e em equipe). Na visão empresarial, a qualidade de vida no trabalho é percebida na

qualidade das atividades desenvolvidas, pelos subordinados, dentro da empresa (LIMONGI-

FRANÇA, 2004).

De acordo com Minayo, Hartz e Buss (2000) o termo qualidade de vida engloba

diversos significados, entre as quais ponderam aprendizados, experiências e princípios do

indivíduo e coletividade. Remete a épocas, espaços e histórias diferentes, sendo, portanto,

uma edificação social com a marca da contingência cultural. Segundo a Organização Mundial

de Saúde (OMS), a QV é a perspectiva do ser humano de acordo com sua colocação na vida,

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28

esta visão sistematiza nos valores e parâmetros culturais, nos quais ele vive e, em relação aos

seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (OMS, 1995).

Qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximadaao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e aprópria estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese culturalde todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de confortoe bem-estar (MINAYO, HARTZ e BUSS, 2000 p.10).

De acordo com a OMS (1995), apesar de não haver consenso sobre o conceito de QV,

existem características que direcionam os investigadores nas pesquisas. O aspecto de

subjetividade: refere-se à percepção da pessoa sobre aspectos da sua vida, ou seja, a avaliação

de cada indivíduo sobre a sua situação pessoal em cada uma das dimensões relacionadas com

QV. Multidimensionalidade: refere-se a diferentes dimensões, entre elas: dimensão física

(percepção do indivíduo sobre a sua condição física); dimensão psicológica (percepção do

indivíduo sobre a sua condição afetiva e cognitiva); dimensão social (percepção do indivíduo

sobre os relacionamentos sociais e os papéis sociais adaptados da vida) e por fim, a dimensão

ambiental (percepção do indivíduo sobre aspectos diversos relacionados com o ambiente onde

vive) (SAMPAIO, 2007).

Almeida et al (2012) apontam aspectos com relação à qualidade de vida no ponto de

vista objetivo e no subjetivo. No ponto de vista objetivo, buscam compreendimento em

elementos quantificáveis e concretos, leva-se em consideração fatores como alimentação,

moradia, acesso à saúde, emprego, saneamento básico, educação, transporte, na qual, servem

como garantia de sobrevivência, ‘‘objetividade das condições materiais: interessa a posição

do indivíduo na vida as relações estabelecidas nessa sociedade’’ (VILARTA; GONÇALVES,

2004 p. 33).

Ainda segundo Almeida et al (2012), no ponto de vista subjetivo é necessário também

questões de ordem concreta, mas leva-se em consideração variáveis históricas, sociais,

culturais e de interpretação individual sobre as condições de bens materiais e de serviços do

sujeito (prazer, felicidade, angústia e tristeza), ‘‘subjetividade: interessa o conhecimento

sobre as condições físicas, emocionais e sociais relacionadas aos aspectos temporais, culturais

e sociais como são percebidas pelo indivíduo’’(VILARTA; GONÇALVES, 2004 p. 33).

Para Smith (1980) existem seis visões de qualidade vida, que ele caracterizou da

seguinte forma: Gratificação máxima do desejo: (viver bem é basicamente uma questão de ter

o que se quer ter e fazer o que se quer fazer); vistas dominantes de fins:( seleciona-se, a partir

da ampla gama de bens humanos, um fim dominante ou cluster de fins, a ser perseguido para

a exclusão relativa de outros fins); propósitos e visões de vida: (a vida se torna boa

contribuindo para um fim que está além dela); vivendo expectativas maiores: (a felicidade

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29

nessa visão é em grande parte uma função de um julgamento cognitivo que o real conforma

para um ideal razoável); o florescimento humano; (um cresce em direção à boa vida,

realizando progressivamente o potencial para o pleno funcionamento humano) e, por fim

satisfação das necessidades (necessidades genuínas são vistas como mais ou menos demandas

objetivas do organismo)e viver bem é ser relativamente bem-sucedido em atender às

necessidades de uma pessoa.

Finalmente, para Tatarkiewicz (1976), a qualidade de vida é estar satisfeito com a vida

como um todo, satisfação total, mesmo sendo difícil, pois nossa mente é incapaz de

compreender toda a nossa vida. A qualidade de vida garante maior felicidade, tendo em vista o

propósito pela qual a mesma é persistida.

2.3.1 Qualidade de vida no trabalho

Os estudos e pesquisas voltados para a Qualidade de Vida no Trabalho surgiram na

década de 50, quando Eric Trist (1975) apud Fernandes (1996)e seus colaboradores

desenvolveram pesquisa com abordagem sociotécnica para explicar a relação indivíduo -

trabalho e organização no Tavistock Institute, em Londres. Na década de 60, nos Estados

Unidos, houve maior preocupação com relação à Qualidade de Vida no Trabalho, com a

criação da National Comission on Produtivity que teve como foco analisar as causas da baixa

produtividade nas indústrias americanas. (FERNANDES, 1996).

No final da década de 70 com a forte competição nos mercados internacionais e

divulgação das técnicas japonesas no ocidente, os americanos começaram a questionar seus

modelos de gerenciar, e surge então um grande interesse por QVT. Segundo Nadler e Lawler,

1983 apud FERNANDES, 1996 os americanos reconhecem que a existência da eficácia nas

empresas, em outros países, estava no modelo diferente de gerenciamento (FERNANDES,

1996).

A Qualidade de Vida no Trabalho pode ser vista como ‘‘uma abordagem socio-técnica

em relação à organização do trabalho, tendo como base a satisfação do trabalhador no

trabalho e em relação a ele’’ (RODRIGUES, 1998 p. 76). A discussão sobre Qualidade de

Vida no Trabalho - QVT deriva da existência de uma nova realidade social: crescimento da

expectativa de vida, tempo superior de vida utilizado na execução de atividades, convicção do

direito à saúde, desejos a novos hábitos e traços comportamentais, responsabilidade social e

firmamento do compromisso de desenvolver-se sustentável (PIMENTEL, 2003).

Segundo Nunes (1999, p. 44) , não há definição certa e determinantemente única para

o que venha a ser QVT. ‘‘Em geral, a expressão vem sendo usada para fazer referências as

diversas experiências de humanização’’.

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30

Na visão de Cortês Rubio et al.(2003 p. 288), o conceito de qualidade de vida

profissional é o ‘‘sentimento de bem-estar que é derivado da percepção do indivíduo acerca

do equilíbrio entre as demandas ou cargas do trabalho e os recursos (psicológicos,

organizacionais e relacionais) de que dispõe para enfrentar essas demandas’’. Miranda (2009)

enfatiza que a procura por uma qualidade de vida melhor para os funcionários ultrapassa a

ideia de oferecer apenas alto salário ou a conquista de um cargo importante. O objetivo

primordial designa-se na satisfação pessoal do indivíduo no cumprimento de tarefas dentro

das organizações.

Segundo Bom Sucesso (1997), o gestor necessita conhecer a si próprio para

estabelecer objetivos pessoais, saber priorizar e ouvir, conhecer o outro e compreender a

forma como a pessoa atua no trabalho. Pois percebe-se que o trabalho visto por meio de uma

lente mais ampla, inclui o bem-estar do funcionário, a satisfação, o equilíbrio entre vida

pessoal e profissional, autonomia profissional e desenvolvimento pessoal (DROBNIC,

BEHAM, PRAG, 2010).

O equilíbrio entre trabalho e família é definido por Greenhaus e Beutell (1985 p. 77)

como ‘‘um tipo de conflito entre funções que ocorre quando as exigências da função derivam

de um domínio (trabalho ou família) interferem ou são incompatíveis com as exigências do

papel decorrentes de domínio (família ou trabalho)’’.

Guest (1979, p.76) define Qualidade de vida no trabalho como:

Um processo pelo qual uma organização tenta revelar o potencial criativo de seupessoal, envolvendo-os em decisões que afetam suas vidas no trabalho. Umacaraterística marcante do processo é que seus objetivos não são simplesmenteextrínsecos, focando na melhoria da produtividade e eficiência em si; eles tambémsão intrínsecos no que diz respeito ao que o trabalhador vê como fins de auto-realização e auto-engrandecimento.

Nadler e Lawler, (1983 apud FERNANDES, 1996) apresentam as evoluções do

conceito de QVT, com objetivo de reflexão sobre suas características e visões. O (Quadro 2)

retrata a evolução do conceito de QVT. Como uma variável, evidencia a melhoria da

qualidade de vida para o indivíduo priorizando sua reação quanto ao trabalho, como

abordagem o indivíduo se posiciona antes do resultado da organização, visto que o mesmo

trará melhorias para a empresa como um todo. Considerando como método, utiliza-se de

abordagens e métodos como ferramentas para a ajustes no ambiente, na qual, grupos

interligados se posicionam para alcance de maior produtividade. Na concepção de

movimento, há declaração ideológica sobre a natureza do trabalho, estabelecendo democracia

nas relações de trabalho. Contudo o autor finaliza caracterizando a QVT como, parceira dos

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31

problemas externos e na concepção de como será no futuro, dependerá do sucesso ou fracasso

dos projetos.

Quadro 02- Evolução do conceito QVT

Concepções evolutivas Características ou visão

1- QVT como uma variável(1959 a 1972)

Reação do indivíduo ao trabalho. Era investigado como melhorar aqualidade de vida no trabalho para o indivíduo.

2- QVT como uma abordagem(1969 a 1974)

O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional; mas, aomesmo tempo, tendia a trazer melhorias tanto ao empregado como àdireção.

3-QVT como um método(1972 a 1975)

Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para melhorar oambiente de trabalho e tornar o trabalho mais produtivo e maissatisfatório de grupos autônomos de trabalho, enriquecimento de cargoou desenho de novas plantas com integração social e técnica.

4- QVT como um movimento (1975 a 1980)

Declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as relações dostrabalhadores com a organização. Os termos – administrativosparticipativa e democracia industrial – eram frequentemente ditos domovimento da QVT.

5-QVT como um tudo(1979 a 1982)

Como parceira contra a competição estrangeira, problemas dequalidade, baixas taxas de produtividade, problemas de queixas eoutros problemas organizacionais.

6- QVT como nada (futuro) No caso de alguns projetos de QVT fracassarem no futuro, não passaráde apenas um ‘‘modismo’’ passageiro.

Fonte: Nadler e Lawler (1983 apud FERNANDES, 1996, p.42).

Segundo Pimentel (2003), a QVT é vista por diferentes formas e definições, com

encadeamentos éticos, políticos e de expectativas pessoais. A aplicação da tecnologia de QVT

tem como finalidade a renovação das formas de organização do trabalho, de maneira que as

organizações erguem o nível de satisfação do pessoal. Tem-se como foco também o aumento

da produtividade, por meio de maior participação dos empregados nas etapas relacionadas ao

seu trabalho. Portanto, um programa de QVT tem como objetivo formar uma organização

mais humanizada, na qual o trabalho abrange, simultaneamente, grau de responsabilidade e

independência ao nível do cargo, recebimento de recursos e de feedback sobre o desempenho,

com tarefas adequadas, variedade, enriquecimento do trabalho e com ênfase no

desenvolvimento pessoal do indivíduo (WALTON, 1973).

Fernandes e Gutierrez (1998) relatam que as:

Experiências inovadoras realizadas em vários países desenvolvidos, visando amelhoria da saúde organizacional através de novas formas de organizar o trabalhotêm sido objeto de inúmeros artigos e obras publicados sob a denominação de

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32

Qualidade de Vida no Trabalho QVT. No Brasil, o tema tem despertado o interessede empresários e administradores pela contribuição que posse oferecer para elevar onível de satisfação do empregado e da produtividade empresarial. (FERNANDES EGUTIERREZ 1998, p.185)

Segundo Limongi-França (2004), as diferenças individuais relativas à cultura, classe

social, educação, formação e personalidade, inferem de modo geral, na Qualidade de Vida no

Trabalho. ‘‘A qualidade de vida tem sido uma preocupação do homem desde o início de sua

existência. Com outros títulos em outros contextos, mas sempre voltado para facilitar ou

trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de sua tarefa’’ (RODRIGUES, 1998

p. 46). Para Walton (1973) o termo Qualidade de Vida no Trabalho tem foco frequente na

descrição de determinados valores ambientais e humanísticos esquecidos pela sociedade

industrializada, pelo fato do avanço tecnológico, da produtividade industrial, e do crescimento

econômico.

A qualidade de vida no trabalho e a satisfação na realização de tarefas são

consideradas essenciais a produtividade e a competitividade, incondicional para a

continuidade de qualquer empresa. Observa-se que medir os níveis de satisfação dos

empregados sobre condições de trabalho é um elemento imprescindível para o sucesso

empresarial, pois a todo momento cresce a ideia de que não se pode esperar qualidade no

desempenho de pessoas que demandam qualidade em seu próprio trabalho (MARTINS

JÚNIOR, OLIVEIRA, 1998).

Mendes e Oliveira (1998, p. 13) afirma que o fator humano é a peça diferencial de

uma empresa, uma vez que o mercado de trabalho altamente competitivo requer

competências, aprendizados, energias humanas aptas para destacar-se em relação aos demais

concorrentes. Portanto, um programa de qualidade de vida no trabalho é inevitável para a

sobrevivência das empresas atualmente.

A importância da QVT reside simplesmente no fato de que passamos em ambientede trabalho mais de oito horas por dia, durante pelo menos trinta e cinco anos denossas vidas. Não se trata mais de levar os problemas de casa para o trabalho, e simde levarmos para a casa os problemas, as tensões, os receios e as angústiasacumuladas no ambiente de trabalho (CONTE, 2003 p. 01).

Pereira (2012 p. 74) distingue duas forças que movimentam a busca pela Qualidade de

Vida no Trabalho. A primeira força provém do próprio trabalhador, pois isso afeta suas

próprias vidas; e a segunda força provêm das organizações, as quais garantem que

funcionários satisfeitos com o seu ambiente de trabalho, tendem a render maior produtividade.

As duas forças ocorrem ‘‘por ações definidas de empresariais que naturalmente desejam que

seus parceiros, no caso os trabalhadores, tenham uma boa condição de vida também no

ambiente laboral’’.

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33

A QVT não é determinada apenas pelas características individuais (necessidades,valores, expectativas) ou situacionais (estrutura organizacional, tecnologia, sistemasde recompensas, políticas internas), mas sobretudo pela atuação sistêmica dessascaracterísticas individuais e organizacionais (CHIAVENATO, 2010 p. 488).

Nesta perspectiva Chiavenato (2010) e por razão da Cultura inferir na QVT e gerar

várias indagações, diversos autores propõem modelos que sintetizam as suas ideias a este

respeito.

2.3.1.1 Modelos de Qualidade de Vida no Trabalho

2.3.1.1.1 Modelo de Walton (1973)

O modelo proposto por Walton (1973) ressalta a amplitude de atribuições que envolve

benfeitorias diretamente ligadas ao empregado, como compensação justa e adequada, e

melhorias nas condições de trabalho, estendendo até aspectos indiretamente ligados ao

indivíduo, como o equilíbrio entre trabalho e família e entre legalidade e responsabilidade

social (MENEZES, 2008) Walton (1973) estabelece oito categorias para a caraterização de

Qualidade de Vida no Trabalho, e as subdividem em critérios, que e/ou são a base deste

estudo.

Compensação justa e adequada

Segundo Walton (1973), não há nenhum consenso sobre padrões objetivos ou

subjetivos para determinar e/ou julgar a compensação adequada, o autor complementa

afirmando ser um conceito relativo, ou seja, pode variar de acordo com a perspectiva de cada

gestor. Isso ocorre, pois a adequação e a justiça dos pagamentos são parcialmente ideológicas.

O considerado justo depende de fatores tais como: a avaliação do trabalho que sintetiza a

conexão entre o pagamento e a responsabilidade requerida, o treinamento do trabalho e a

nocividade das relações de trabalho.

Por outro lado, a compensação justa pode estar associada a capacidade de pagar (as

empresas mais rentáveis deveriam pagar mais). Outro aspecto que infere nesta norma é que

quando as mudanças nas regras de trabalho aumentam a produtividade dos empregados, é

justo que os frutos obtidos sejam divididos entre todos os indivíduos envolvidos (WALTON,

1973).

Além desse raciocínio, são estabelecidos os seguintes critérios que resume todas as

variantes que envolve essa categoria:

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34

a) Remuneração adequada: remuneração paga ao trabalhador pelo trabalho exercido com

o intuito de abastecer suas necessidades pessoais, culturais, sociais e econômicas

(GONÇALVES, 2006);

b) Equidade interna: igualdade salarial entre todos os membros de uma determinada

organização (GONÇALVES, 2006);

c) Equidade externa: igualdade salarial em relação ao mercado de trabalho do mesmo

ramo (GONÇALVES, 2006).

Condições de trabalho seguras e saudáveis

Envolve o aspecto de evitar condições físicas ou horários que comprometam a saúde

do trabalhador. Para evitar situações perigosas ou prejudiciais à saúde, a Organização deve

ater-se para questões como horários razoáveis, condições físicas de trabalho que reduzam o

risco de doenças ocasionadas por esforços atribuídos a determinadas funções e lesão por

esforços repetitivos, estabelecer limites de idade impostos quando o trabalho é agravante e

destrutivo para certas idades (WALTON, 1973).

Oportunidade imediata de usar e desenvolver capacidades humanas

O desenvolver e usar habilidades humanas tende a seguir tendências que diferem de

um emprego para outro. São estabelecidos cinco critérios das qualidades de trabalho requerida

para o desenvolvimento: (Walton, 1973).

a) Autonomia: permite o autocontrole e independência na execução das atividades;

b) Habilidades múltiplas: permite que o indivíduo desenvolva várias habilidades, não

especificamente repetir a mesma habilidade;

c) Informação e perspectiva: permite conhecer todos as informações que envolve o

trabalho e percepção de suas próprias ações;

d) Tarefas completas: permite a realização de tarefas inteiras e não parte delas;

e) Planejamento: permite que todo o trabalho possua um planejamento, para que suas

atividades sejam feitas com organização e motivação.

Oportunidades futuras de crescimento e segurança continuados

O enfoque nessa categoria se estabelece pelas oportunidades de crescimento de

carreira no trabalho. Segundo Walton (1973) para tal ação é necessário investir na vida

profissional, atento aos seguintes critérios:

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35

a) Desenvolvimento: permite expandir as habilidades de um determinado individuo

através das atribuições de trabalho e atividades educativas;

b) Aplicação prospectiva: permite usar conhecimentos e habilidades desenvolvidas ou

recentes em designações futuras de trabalho;

c) Oportunidades de progresso: permite ofertar oportunidades para avanço de carreira;

d) Segurança: permite segurança no emprego tanto no aspecto de renda quanto na

estabilidade.

Integração social na organização do trabalho

Segundo Walton (1973, p. 15), ‘‘como o trabalho e a carreira são tipicamente buscados

no âmbito das organizações sociais, a natureza das relações pessoais torna-se outra importante

dimensão da qualidade de vida no trabalho.’’

a) Abster-se do preconceito: aceitar o trabalhador por traços, habilidades e potencial com

enfoque na maneira como realiza suas tarefas, sem levar em conta raça, orientação

sexual e nacionalidade, ou estilos de vida e aparência física;

b) Igualitarismo: estabelecer igualdade entre níveis hierárquicos, ou seja, sem

estratificação em organizações de trabalho em termos de símbolos de status;

c) Mobilidade: a existência de mobilidade flexível, por exemplo, funcionários que

potencialmente poderiam qualificar para níveis mais altos;

d) Grupos primários de apoio: A ajuda recíproca entre a participação em grupos de

trabalho presenciais com o apoio sócio emocional e afirmação das particularidades do

indivíduo;

e) Comunidade: a existência de grupos interativos não só no ambiente de trabalho, mas

também fora dele;

f) Abertura interpessoal: a maneira como os membros da organização se relaciona

atrelando ideias e sentimentos.

Constitucionalismo na organização do trabalho

Relaciona-se leis, regulamentos e regras que direcionam a proteção dos direitos do

empregado, pois o mesmo é afetado por decisões tomadas em seu nome. Os sindicatos por

meio do constitucionalismo protegem os funcionários de ações arbitrárias ou caprichosas por

parte dos empregadores. Os seguintes aspectos do constitucionalismo são elementos-chave

para proporcionar maior qualidade à vida profissional:

a) Privacidade: estabelece o direito à privacidade pessoal;

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36

b) Liberdade de expressão: o direito de discordar abertamente das opiniões dos

superiores na organização sem medo de repreensões;

c) Equidade: o direito ao tratamento equitativo em todos os ângulos, incluindo

compensação dos empregados, recompensas simbólicas e segurança no emprego;

d) Processo devido: uso da lei, mais do que a regra dos homens em questões como

igualdade de oportunidades em todos os aspectos do trabalho, privacidade e

discordância, incluindo procedimentos para o devido processo e acesso aos recursos.

Trabalho e o espaço total de vida

A experiência do indivíduo na vida profissional tem aspectos positivos ou negativos

nas relações familiares. A relação do trabalho com o espaço total da vida é melhor expressa

pelo conceito de equilíbrio. O papel de equilíbrio do trabalho é definido pelos horários de

trabalho, demandas de carreira e requisitos de viagem que não ocupam o tempo de lazer e da

família regularmente e promoção que não requerem deslocamentos geográficos.

A relevância social da vida de trabalho

Nesta categoria, o trabalhador reconhece se a empresa que trabalha é socialmente

responsável, através da forma que a mesma oferece produtos, na maneira como relaciona-se

com outros países, nas práticas de emprego, entre outros fatores. Organizações que agem de

maneira socialmente irresponsável comprometi a relação de funcionários com o valor seu

trabalho e carreiras, na qual, afeta a autoestima do trabalhador.

Modelo de Qualidade de Vida de Walton

FATORES DE QVT DIMENSÕES

1-Compensação justa e adequada Renda (salário) adequada ao trabalho Equidade interna (compatibilidade interna)Equidade externa (compatibilidade externa)

2-Condições de segurança e saúde no trabalho Jornada de trabalhoAmbiente físico (seguro e saudável)

3-Utilização e desenvolvimento de capacidade AutonomiaSignificado da tarefaIdentidade da tarefaVariedade de habilidadesRetroação e retro informação

4-Oportunidade de crescimento e segurança Possibilidades de carreiraCrescimento profissionalSegurança do emprego

5-Integração social na organização Igualdade de oportunidadesRelacionamentos interpessoais e grupaisSenso comunitário

6-Garantias constitucionais Respeito as leis e direitos trabalhistasPrivacidade pessoal

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Liberdade de expressãoNormas e rotinas claras da organização

7-Trabalho e espaço total de vida Papel balanceado do trabalho na vida pessoal

8-Relevância social da vida no trabalho Imagem da empresaResponsabilidade social pelos produtos/serviçosResponsabilidade social pelos empregados

Quadro 2 -Modelo de Qualidade de Vida de Walton

Fonte: CHIAVENATO, (2010 p.491)

2.3.1.1.2 Modelo de Hackamn e Oldham (1975)

Segundo o modelo de Hackamn e Oldham (1975), os estados psicológicos críticos são

criados pela presença de cinco dimensões preliminares do trabalho:

a) Variedade de habilidades: grau em que o trabalho requer uma variedade de diferentes

atividades, que envolvem o uso de diferentes habilidades e talentos do empregado;

b) Identidade da tarefa: o grau em que o trabalho é realizado por completo. Tendo

característica de identificável, ou seja, realizar o trabalho do começo ao fim com um

resultado visível;

c) Importância da tarefa: o grau em que o trabalho tem um impacto substancial na vida

ou trabalho de outras pessoas - na organização ou no ambiente externo;

d) Autonomia: grau em que o trabalho fornece liberdade, independência e descrição para

o empregado no agendamento de tarefas e na determinação dos procedimentos para

execução delas;

e) Feedback do trabalho: grau de execução das atividades exigidas pelo trabalho que

resulta no empregado obter informações diretas e claras sobre a eficácia de seu

desempenho (HACKAMN E OLDHAM,1975).

Halckman e Oldham (2010, p. 464) sintetiza que quando estes fatores estão vigentes,

os ‘‘ocupantes dos cargos considerarem que o trabalho é significativo, sentirem pessoalmente

responsáveis pelos resultados e tiverem conhecimento dos resultados de seu trabalho- eles

estariam internamente motivados para desempenhar bem’’.

São necessárias duas dimensões para entender o emprego as reações dos funcionários

em relação a ele: Feedback dos agentes (grau em que o funcionário recebe informações claras

sobre seu desempenho de supervisores ou de colegas de trabalho) e feedback do trabalho em

si (grau em que o trabalho exige que o funcionário realize as atividades em conjunto, entre

negociações com outros membros da organização e com "clientes" organizacionais externos).

Além desses fatores Hackamn e Oldham (1975), elaboram características objetivas do

trabalho como os resultados pessoais:

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38

a) Satisfação geral: grau em que o empregado está satisfeito e feliz com a realização

trabalho.

b) Motivação do trabalho interno: grau de é auto - motivação para realizar de forma

eficaz o trabalho, ou seja, o funcionário experimenta sentimentos internos positivos ao

trabalhar efetivamente no trabalho e sentimentos internos negativos ao fazer mal.

c) Satisfações específicas: a segurança no trabalho, pagamento e outras compensações,

relações com colegas de trabalho, supervisão, e oportunidade de crescimento pessoal e

desenvolvimento no trabalho. (HACKAMN E OLDHAM, 1975)

2.3.1.1.3 Modelo de Westley (1979)

A avaliação da qualidade de vida nas organizações pode ser examinada basicamente

através de quatro indicadores fundamentais.

a) Indicador econômico: representado pela equidade salarial e equidade no tratamento

recebido;

b) Indicador político: representado pelo conceito de segurança no emprego, o direito a

trabalhar e não ser discriminatoriamente dispensado;

c) Indicador psicológico, representado pelo conceito de autorrealização;

d) Indicador sociológico: representado pelo conceito de participação ativa em decisões

diretamente relacionadas com o processo de trabalho, com a forma de executar as

tarefas, com a distribuição de responsabilidade dentro da equipe.

2.3.1.1.4 Modelo de QVT de Nadler e Lawler (1983)

Segundo o modelo de Nadler e Lawler (1983) estes fatores levam uma análise a

respeito dos projetos de QVT dentro da organização. Estes fatores são:

a) Percepção da necessidade: todas as partes envolvidas devem perceber a existência de

problemas e a oportunidade de resolver tais problemas;

b) Enfocar um problema saliente na organização: o foco principal do programa dever ser

a resolução de um problema que afeta a organização com um todo;

c) Estruturação para identificação e resolução de problemas: deve-se desenvolver uma

estratégia para identificar todos os problemas emergentes da organização e delinear

corretamente estratégias para a resolução de tais problemas. Por fim, um treinamento

dos envolvidos para minimização ou extinção do problema;

d) Recompensar resultados positivos: ideias promissoras, projetos bem-sucedidos e

trabalhos bem realizados devem ser recompensados para motivar as pessoas a

continuar participando de tais atividades;

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39

e) Motivar pessoas ligadas a atividades de longo prazo: algumas tarefas na empresa são

seccionadas em diversas etapas e envolvem um grande investimento de tempo, esforço

e dinheiro, para resultados que não surgem de imediato. Por isso, os esforços

despendidos com tais tarefas devem ser devidamente reconhecidos em cada uma das

etapas, para motivar os envolvidos a continuar realizando o trabalho de forma

satisfatória;

f) Envolver a organização como um todo: as atividades de qualidade de vida no trabalho

não devem se limitar a grupos específicos, mas sim, a toda a organização

(FERNANDES, 1996, p. 78).

2.3.1.1.5 Modelo de Werther e Davis (1983)

Citem-se, ainda, Werther e Davis (1983) que estruturaram um modelo no qual

especificam elementos organizacionais, ambientais e comportamentais como aspectos que

influenciam o projeto de cargos em termos de qualidade de vida no trabalho;

a) Elementos Organizacionais: Neste nível o autor aborda a qualidade de vida tendo em

vista o cargo, os produtos e serviços e as formas de como realizar o trabalho. Dividi

então em abordagem mecanicista: trata especificamente cada tarefa em um cargo,

determina-as de forma que minimize tempo e esforço. O fluxo de trabalho que trata a

influencia que a natureza do produto ou serviço traz. As práticas de trabalhos: são os

caminhos para realização do trabalho;

b) Elementos Ambientais: Neste nível predomina as condições externas a organização.

Compõem por habilidades requeridas pela organização, ou seja, os cargos devem ser

ocupados exatamente dentro das exigências profissionais; disponibilidade de

empregados (existência de profissionais qualificados), e expectativas sociais;

c) Elementos Comportamentais: Neste nível abrange a autonomia: refere-se à capacidade

de tomar decisões próprias; variedade: refere-se ao uso das diferentes habilidades;

identidade da tarefa: refere-se o conhecimento a respeito do trabalho como um todo e

retro informação: está relacionado ao retorno sobre o resultado.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente tópico está estruturado para informar o conjunto de procedimentos

metodológicos organizados, a partir dos objetivos descritos, que contribuíram na investigação

do problema apresentado neste estudo. Portanto, é necessário classificá-la quanto à natureza, a

forma de abordagem, aos objetivos e quanto aos procedimentos técnicos utilizados.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

O estudo é classificado no ponto de vista de sua natureza como uma pesquisa social,

que, de acordo com Gil (2008, p. 26) ‘‘é um processo que, utilizando a metodologia científica,

permite a obtenção de novos conhecimentos no campo da realidade social.’’

Para o autor, a pesquisa social decorre da vontade de agir por meio do intelecto, e a

partir dessa classificação, o autor divide a pesquisa em pura e aplicada. A pesquisa pura tem

como foco desenvolver conhecimentos científicos, sem necessariamente apresentar uma

preocupação direta com sua aplicações e consequências práticas. A pesquisa aplicada,

característica deste estudo, se diferencia neste aspecto, pois tem como caráter ‘‘fundamental o

interesse na aplicação, utilização e consequências práticas dos conhecimentos. Sua

preocupação está menos voltada para desenvolvimento de teorias de valor universal que para

a aplicação imediata numa realidade circunstancial’’ (GIL, 2008 p. 26).

Quanto à sua abordagem a pesquisa classifica-se , como quali-quantitativa que de

acordo com Knechtel (2014, p.106) ‘‘interpreta as informações quantitativas por meio de

símbolos numéricos e os dados qualitativos mediante a observação, a interação participativa e

a interpretação do discurso do sujeito’’. A pesquisa apesar de trabalhar com números, na qual

são as informações quantitativas, esses números permitiram a análise qualitativa por meio de

sugestões e entendimento de conceitos. As perguntas abertas no final do questionário dão a

liberdade de interpretação dos argumentos propostos pelos pesquisados.

Quanto aos objetivos a presente pesquisa se caracteriza como descritiva, ao

corroborar com Gil (2008, p. 26), ao definir que tais estudos ‘‘têm como objetivo primordial

a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de

relações entre variáveis’’, e um de seus atributos mais precisos e há utilização de técnicas

padronizadas de coleta de dados e são vários grupos de pesquisas inclusas nestes atributos,

dentre elas as que têm por objetivo levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma

determinada população.

A respeito dos procedimentos técnicos configura-se estudo de caso, e estudo de

campo. Quanto ao primeiro procedimento, Yin (2001, p. 32) define que ‘‘o estudo de caso é

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uma investigação empírica de um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida

real’’.

Yin (2001, p. 61) apresenta quatro tipos básicos de estudo de caso:

1. Projetos de caso único holístico - unidade única de análise e único caso;

2. Projetos de caso único incorporado – unidades múltiplas de análise e único caso;

3. Projetos de casos múltiplos holísticos - unidade única de análise e múltiplos casos;

4. Projetos de casos múltiplos incorporados – unidades múltiplas de análise e

múltiplos casos.

Com base nessa definição, a presente pesquisa pode ser definida como projetos de

caos múltiplos holísticos, uma vez que se trata de uma unidade única análise, qualidade de

vida no trabalho do professor, com foco em múltiplos casos, visão da QVT nas duas escolas

em estudo.

E, quanto ao segundo procedimento, se caracteriza como estudo de campo que é

‘‘aquele utilizado como objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um

problema, para qual se procura uma resposta’’(LAKATOS e MARCONI, 2003, p.186). Sendo

este problema o foco do presente estudo: “Quais as percepções dos professores de duas

escolas da rede pública em Almenara, acerca da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), a

partir dos indicadores do modelo de Walton ?”

3.2 UNIVERSO AMOSTRAL

Para Malhotra (2001, p. 301) a população diz respeito à “soma de todos os elementos

que compartilham algum conjunto comum de características, conformando o universo para o

propósito do problema de pesquisa’’, e a amostra é vista como “um subgrupo dos elementos

da população selecionada para participação no estudo’’.

A população-alvo deste estudo é composta pelos professores das escolas públicas,

objeto deste estudo, sendo 56 (cinquenta e seis) docentes do IFNMG (Instituto Federal do

Norte de Minas Gerais) e 40 (quarenta) da Escola Estadual Tancredo Neves. A amostra foi

composta por 74 Professores, e foi calculada com base no RaoSoft Sample Size Calculator,

sendo que com essa quantidade de entrevistados a amostra gera resultados com um nível de

confiança em 90%.

3.2.1 Cenário da pesquisa

Este estudo será desenvolvido em duas escolas de rede pública: o Instituto Federal do

Norte de Minas Gerais (IFNMG)- Campus Almenara, situado na Rodovia BR 367, km 07, s/

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42

n em Almenara - MG; e, a Escola Estadual Tancredo Neves situada na Rua Lívio Fróis Otoni,

centro, Almenara - MG, tendo como sujeitos de estudo os educadores.

O Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Almenara iniciou o

funcionamento das atividades por meio da autorização da Portaria do Ministro Fernando

Haddad n° 108, de 29 de janeiro de 2010, publicada no Diário Oficial de 01 de janeiro de

2010. O IFNMG integra o ensino médio e possui cursos técnicos nas modalidades

concomitante, subsequente e integrado e cursos superiores (bacharel e tecnólogo).

A Escola Estadual Tancredo Neves iniciou suas atividades em 1959 e integra o ensino

médio, ensino fundamental, educação profissional e outros cursos populares.

3.3 COLETA DE DADOS

O instrumento de coleta de dados que foi utilizado neste estudo é o questionário, que

segundo Gil (2008), Lakatos e Marconi (2003) baseia-se em uma sequência ordenada de

questões que traduzem os objetivos da pesquisa, sendo que as respostas é que permitiram os

dados necessários para a análise dos resultados.

Segundo Lakatos e Marconi as vantagens do questionário são:

[...]economia de tempo, atinge maior número de pessoas simultaneamente, obtençãode repostas rápidas e precisas, há maior liberdade nas respostas, em razão doanonimato; há maior segurança, devido as respostas não serem identificadas; hámenos risco de distorção, pela influência do pesquisador; há maior tempo pararesponder e em hora mais favorável; há maior uniformidade na avaliação, emvirtude da natureza impessoal do instrumento e obtém respostas que materialmenteseriam inacessíveis ( LAKATOS e MARCONI. 2003, p.201).

O questionário é composto por duas partes de perguntas. A primeira parte trata-se dos

dados sobre o perfil dos professores, tais como: sexo, escolaridade, faixa etária, tempo de

trabalho, renda mensal, situação na escola e turno de trabalho.

A segunda parte refere-se às questões fechadas elaboradas com base no modelo de

QVT de Walton, divididas em compensação justa e adequada (três perguntas); condições de

segurança e saúde no trabalho (três perguntas); utilização e desenvolvimento das capacidades

(quatro perguntas); oportunidade de crescimento e segurança (duas perguntas); integração

social na organização (quatro perguntas); garantias constitucionais (duas perguntas) trabalho e

espaço total de vida (três perguntas) e relevância social da vida no trabalho (duas perguntas

abertas).

Utiliza-se uma escala de satisfação designada da seguinte forma: satisfeito, muito

satisfeito, insatisfeito, pouco satisfeito e neutro.

O questionário foi construído com base no modelo elaborado pela autora Djennifer

Francis Amaral dos Santos (2012), no seu trabalho sobre a Qualidade de Vida no Trabalho:

Page 43: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

43

Um estudo sobre a percepção dos funcionários do Centro Estadual de Ensino Fundamental

Tuncunduva. A autora elaborou perguntas que expressam a opinião, de acordo com a

avaliação sobre cada item solicitado, seguindo uma escala de muito ruim, ruim, neutro, bom e

muito bom.

Page 44: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

44

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

A coleta de dados iniciou-se no mês de outubro de 2019 e terminou no final do mesmo

mês e ano. No final da pesquisa foram alcançados 74 questionários. Os dados foram

coletados, e tabulados por meio de planilha no Libre Office Calc.

4.1 PERFIL DOS PROFISSIONAIS DAS DUAS ESCOLAS PÚBLICAS

Nesta seção será descrito o perfil dos profissionais (professores) das duas escolas

públicas. Tem-se que, da população de 96 professores, 40 são da escola estadual e 56 da

escola federal.

População total Respondentes

Escola Pública Estadual 40 34

Escola Pública Federal 56 40

Total 96 74

Tabela 1 – Número de professores respondentes

Fonte: Dados da pesquisa, 2019

Como revela o Gráfico 1, a seguir, dentre os indivíduos pesquisados, percebe-se o

maior número de respondentes foi da rede pública federal. Sendo uma amostra de 34

professores da rede estadual o que corresponde a cerca de 46% do total da amostra e 40

professores da rede federal o que corresponde os outros 54 % do total da amostra.

Gráfico 1 - Professores respondentes (escola estadual e federal)

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Além da descrição do número de respondentes é necessário um conjunto de

caraterísticas que definem a amostra, as estatísticas descritivas. Foram levadas em

consideração características como: sexo, escolaridade, faixa etária, tempo de trabalho na

46% 54%

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal

Page 45: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

45

escola, renda mensal, situação na escola e turno de trabalho. Portanto os gráficos a seguir

mostram com clareza tais elementos.

Ao analisar os Professores quanto ao sexo, tem-se que na escola estadual, 65% são do

sexo feminino e 35% do sexo masculino, percebe-se que a maior parte, ou seja, mais da

metade dos professores que lecionam na Escola Estadual Tancredo Neves é composta por

mulheres. Diferentemente, dos entrevistados no IFNMG, 42% são do sexo feminino e 58%

são do sexo masculino, revelando predominância maior de homens que lecionam na escola

federal, na amostra do estudo. Portanto tendo visão geral de toda a amostra pesquisada

prevalece uma concentração maior de indivíduos do sexo feminino que ministram aulas

dentro da amostra pesquisada.

Gráfico 2 - Sexo dos Professores pesquisados

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Quanto a faixa etária dos Professores entrevistados da escola estadual evidencia-se

que: 12% tem até 25 anos; 47% possuem entre 26 a 45 anos e 41% possuem acima de 45 anos

de idade. Na escola federal 3% tem até 25 anos; 90% possuem entre 26 a 45 anos e 7%

possuem idade superior a quarenta e cinco anos de idade. A partir da análise do gráfico,

observa-se que 88% dos educadores pesquisados da escola estadual possuem idade acima de

26 anos, não menos diferente na escola federal, 97% também possuem idade superior a 26

anos. Esse resultado é esperado, uma vez que para finalizar as formações necessárias, e

também participar dos processos seletivos e concursos públicos, geralmente o profissional

Professor precisa de um tempo após a conclusão de sua graduação.

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

65%

42%35%

58%

Sexo

Feminino

Masculino

Page 46: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

46

Gráfico 3 - Faixa etária dos professores pesquisados

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

A respeito do grau de escolaridade dos professores, a escola da rede pública estadual

possui profissionais com a seguinte formação: 76% concluíram o Ensino superior (bacharéis

ou licenciados); 12% Mestrado e 12% outro. Na rede federal possuem formação: 8% possuem

apenas a graduação; 45% doutorado; 45% mestrado e 2% outro. Percebe-se que 90% dos

docentes que compõem o quadro na escola federal, possuem formação mais qualificada em

relação a outra escola. Fator este, que de acordo com estudar na área da educação, pode estar

relacionado com qualidade melhor no ensino dos educandos. Apesar disso, ambas escolas

garantem o cumprimento da Lei de Diretrizes e Bases -Lei n° 9394/96, de 20 de dezembro de

1996:

Art. 62 - A formação docente para atuar na educação básica far-se á em nívelsuperior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima para oexercício do magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensinofundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

12%3%

47%

90%

41%

7%

Faixa etária

Até 25 anos

De 26 a 45 anos

Acima de 45 anos

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%20,00%30,00%40,00%50,00%60,00%70,00%80,00%

76%

8%

12%

45%

12%2%

45,00%

Escolaridade

Ensino FundamentalEnsino MédioEnsino SuperiorDoutorado MestradoOutro

Page 47: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

47

Gráfico 4 - Grau de escolaridade

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Quanto ao tempo de trabalho dos Professores da Escola Estadual, 9% trabalha há

menos de 4 anos na Instituição; 32% trabalha de 4 anos a 10 anos; 27% trabalha de 11 a 20

anos e 32% tem mais de 21 anos que trabalha na escola. Isso mostra que 91% dos professores

da escola estadual trabalham há mais de 4 anos na escola, ou seja, conhecem muito bem o

local de trabalho. E ainda há pouca rotatividade de professores, pois a maioria trabalha há

mais de 10 anos na escola. Na escola federal: 40% trabalham há menos de 4 anos, quase

metade, um número significativo, mas possivelmente justificado pelo tempo de

funcionamento do Instituto Federal, e recente criação de cursos e 60% trabalha entre 4 a 10

anos.

Gráfico 5 - Tempo de trabalho

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O gráfico a seguir revela a renda mensal dos professores. Na escola estadual 35% dos

entrevistados ganham até 2 salários mínimos; 35% ganha até 3 salários mínimos; 21% recebe

entre 4 a 5 salários mínimos e 9% recebe mais de 6 salários mínimos. Na escola federal 2%

ganha até 2 salários mínimos; 28% ganha entre 4 a 5 salários mínimos; 65% ganham mais de

6 salários mínimos e 5% possui outra fonte de renda.

Nota-se que 70% dos respondentes na escola recebem até 3 salários mínimos, mas por

meio dos dados da escola federal esse fator de notável discrepância, 93% recebem mais de 4

salários mínimos, com destaque em 65% ganham mais de 6 salários mínimos. Tal diferença é

explicada pelos planos de carreira no âmbito federal e estadual.

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

9%

40%32%

60%

27%32%

Tempo de trabalho

Menos de 4 anos

Entre 4 a 10 anos

Entre 11 a 20anos

Acima de 21 anos

Page 48: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

48

Gráfico 6- Renda mensal

Fonte: elaborado pela autora (2019)

São representados no gráfico 07, a seguir, a situação que os professores se encontram

nas duas escolas. Observa-se na escola estadual que metade trabalham com contrato

temporário 50% e metade 50% são efetivos. No ângulo da escola federal o número de

respondentes efetivos é consideravelmente bem maior, apenas 15% são contratados

(professores temporários ou substitutos) e 85% efetivos.

Gráfico 7- Situação na escola

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Quanto ao turno de trabalho, na escola estadual 15% trabalham somente na parte da

manhã; 9% somente a tarde; 41% manhã e tarde; 12% manhã e noite; 3% tarde e noite e 20%

trabalham todos os turnos. Tem-se, portanto, que a maioria dos professores da amostra atuam

nos turnos da manhã ou tarde. No IFNMG, 32% trabalham manhã e tarde; 5% manhã e noite;

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

35%

2%

35%21%

28%

9%

65%

5,00%

Renda mensal

Até 2 salários mínimosAté 3 salários mínimos De 4 a 5 salários mínimosMais de 6 salários mínimos Outra fonte de renda

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

50%

15%

50%

85%

Situação na escola

Nomeado

Contratato

Efetivo

Page 49: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

49

10% tarde e noite e 53% trabalham todos os turnos, ou seja, mais da metade dos professores

possuem disciplinas nos três turnos, sendo a maioria no regime de dedicação exclusiva.

Gráfico 8- Turno de trabalho

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2 ANÁLISE DAS CATEGORIAS DE QVT SEGUNDO WALTON

O presente tópico analisa comparativamente as percepções dos professores da Escola

Estadual Tancredo Neves e do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais a respeito da

Qualidade de Vida no seu ambiente de trabalho segundo o modelo de QVT proposto por

Walton. A análise dos resultados da pesquisa é baseada nas oito categorias designadas pelo

autor apresentadas separadamente: compensação justa e adequada; condições de segurança e

saúde no trabalho; utilização e desenvolvimento das capacidades; oportunidade de

crescimento e segurança; integração social na organização; garantias constitucionais do

trabalho e espaço total de vida e relevância social da vida no trabalho.

4.2.1 Categoria: Compensação justa e adequada

A categoria de compensação justa e adequada do modelo de QVT de Walton se divide

em remuneração adequada; equidade interna e equidade externa. O gráfico a seguir, por

número percentual, mostra o resultado das duas escolas (estadual e federal) quanto a maneira

como os professores se sentem em relação ao salário que recebem como professor

considerando que esse seja adequado pelo desempenho de cada um.

Observa-se que na escola estadual 9% estão muito satisfeitos, 24% satisfeitos, 35%

insatisfeitos, 29% pouco insatisfeitos e 3% mantiveram neutros. Analisa-se então que mais da

metade dos respondentes 64% da escola estadual estão insatisfeitos e 33% estão satisfeitos

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

15%9%

41%

32%

12%

5%

3%10%

20%

53%

Turno de trabalho

Manhã

Tarde

Noite

Manhã e tarde

Manhã e noite

Tarde e noite

Todos os turnos

Page 50: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

50

com o salário que consideram adequado pelo desempenho deles. Na escola federal 20% muito

satisfeitos, 65% satisfeitos, 5% insatisfeitos e 10% pouco satisfeitos. Diferentemente da

escola federal, o resultado obtido de 85% satisfeitos demostra que mais da metade dos

professores estão satisfeitos com o salário que recebem pelo desempenho exercido e somente

15% estão insatisfeitos.

Gráfico 9 - Salário adequado pelo desempenho

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

No Gráfico 10 (a seguir), estão demonstrados os resultados que revelam como os

professores se sentem em relação ao salário que recebem como professor comparado com o

dos seus colegas de trabalho. Nota-se então que na escola estadual 3% estão muito satisfeitos,

35% satisfeitos, 18% insatisfeitos, 26% pouco satisfeitos e 18 % mantiveram neutro em

relação a esse fator.

Pode-se analisar que 38% dos professores pesquisados da escola estadual se sentem

satisfeitos e 44% insatisfeitos, com a remuneração que recebem comparado com seus colegas

de trabalho. Isso significa dizer que a igualdade salarial interna entre todos os professores é

pouco diferente, talvez pelo fato de mais da metade dos professores 76%, terem a mesma

formação acadêmica em ensino superior e 70% ganharem até 2 salários mínimos.

Na escola federal, 17% consideram muito satisfeitos, 68% satisfeitos, 5% insatisfeitos,

8% pouco satisfeitos e 2% permaneceram neutros. Mediante esses dados a igualdade salarial

interna é vista de maneira diferente pelos professores da rede federal, pois 85% responderam

satisfeitos e 13% insatisfeitos. Os dados de satisfação podem ser associados quanto a

formação, pois 45% possui formação em doutorado e 45% em mestrado, além disso, pelo fato

de a maioria (65%), receberem mais de 6 salários mínimos.

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

9%

20%24%

65%

35%

5%

29%

10%

3%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 51: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

51

Gráfico 10 – Igualdade salarial interna

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

No Gráfico 11 os valores percentuais demonstram como os professores se sentem em

relação ao salário que recebem como professor, quando comparado com os pagos por outras

instituições de ensino (equidade externa). Na escola estadual 3% encontram muito satisfeitos,

9% satisfeitos, 56% insatisfeitos, 26% pouco satisfeitos e 6% neutro em relação a esse fator.

Na escola Federal 45% encontram muito satisfeitos, 45% satisfeitos, 3% insatisfeitos,

5% pouco satisfeitos e 2% neutros. Diante desses valores, percebe-se que a maior parte dos

professores da escola estadual encontram-se insatisfeitos, 82%, já pelo contrário os

professores da escola federal encontram-se satisfeitos, 90%. A realidade desta pesquisa pode

ser associada a argumentação de Pinto (2009) de que os docentes de rede federal de ensino

são bem remunerados e também apresentam melhores indicadores de qualidade, quando

comparados à rede pública de ensino estadual e municipal.

Gráfico 11 – Igualdade salarial externa

Fonte: Elaborado pela autora

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

3%

17%

35%

68%

18%

5%

26%

8%

18%

2%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

3%

45%

9%

45%

56%

3%

26%

5%6%2%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 52: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

52

Pinto (2009) discute que os professores não são adequadamente remunerados, e que

ainda existem argumentos que contradiz esta tese tão realista. Segundo o autor, apesar de

existir vários estudos discutindo que os professores ganham ‘‘menos que outros profissionais

com o nível de formação equivalente, vários autores, em especial os economistas, gostam de

salientar que, em média, os professores trabalham menos horas por semana e, quando esse

fator é levado em conta, a aparente desvantagem desaparece’’ (PINTO, 2009, p.54).

O autor complementa que algumas pesquisas feitas tentam afirmar que a remuneração

dos professores não é necessariamente baixa. Mas comentem um erro grave de metodologia

ao não levar em atenção o tempo despendido com planejamento, preparação das aulas, com a

correção de provas e trabalhos. É claro que a preparação de aula, correção de trabalhos e

provas, participação de reuniões coletivas com outros profissionais da educação são

compromissos que são provenientes da própria natureza da atividade e não podem acontecer

simultaneamente com a presença do professor em sala de aula.

4.2.2 Condições de segurança e saúde no trabalho

A categoria condições de segurança e saúde no trabalho abrange fatores ligados a

condições físicas, horários que prejudiquem a saúde do professor. Na primeira parte, os

gráficos mostram fatores mais estressantes do trabalho docente, ligados diretamente com a

saúde como: carga horária, esforço repetitivo, uso da voz, tempo em pé e estresse. Na segunda

parte os gráficos mostram fatores relacionados com ambiente de trabalho: iluminação,

segurança, higiene e organização.

No gráfico abaixo são avaliados como os professores das duas escolas se sentem com

relação à carga horária para a realização das as atividades de ensino dentro da organização. Na

escola estadual 3% responderam estarem muito satisfeitos, 38% satisfeitos, 15% insatisfeitos,

41% pouco satisfeito e 3% neutro, grande parte encontre-se insatisfeitos, 56%. Pelo contrário

na escola federal 15% responderam muito satisfeitos, 60% satisfeitos, 5% insatisfeitos, 13%

pouco satisfeitos e 7% neutros, ou seja, 75% concordam que a carga horária é adequada para a

realização das atividades de ensino.

Page 53: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

53

Gráfico 12 - Carga horária

Fonte: elaborado pela autora

Quanto aos fatores envolvidos na realização do trabalho que interferem na condição de

saúde do professor, estão o esforço repetitivo, uso da voz, tempo em pé e estresse.

Gomes et al (2012) afirmam que a causa dos afastamentos dos docentes das suas

atividades pode ser relacionada com as condições de trabalho a que estão expostos (muito

tempo em pé, ou em ambientes não ergonômicos). ‘‘A doença ocupacional decorrente de

esforços repetitivos é chamada de LER/DORT. São danos decorrentes da utilização excessiva

imposta ao sistema osteomuscular e da falta de tempo para recuperação’’ (GOMES et al,

2012, p.787).

Na escola estadual 9% dos respondentes estão muitos satisfeitos quanto ao esforço

repetitivo, 24% satisfeitos, 26% insatisfeitos, 35% pouco satisfeitos e 6% neutros. Na escola

federal 12,5 % estão muito satisfeitos, 47,5% satisfeitos, 12,5% insatisfeitos, 12,5% pouco

satisfeitos e 15% neutros.

Gráfico 13- Esforço repetitivo

Escola Pública Esta... Escola Pública Fed...0

10

20

30

40

50

60

3%

15%38%

60%

15%5%

41%

13%

3%7%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%5,00%

10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00%50,00%

9%13%

24%

48%

26%

13%

35%

13%

6%

15%

Muito satisfeitoSatisfeitoInsatisfeitoPouco satisfeitoNeutro

Page 54: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

54

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Quanto ao uso da voz, na escola estadual 12% estão muito satisfeitos, 29% satisfeitos,

35% insatisfeitos, 18% pouco satisfeitos e 6% neutros, observa-se que somando 53%

encontram insatisfeitos. Já na escola federal dentre os 2,5% muito satisfeitos, 45% satisfeitos,

22,5% insatisfeitos, 17,5% pouco satisfeitos e 12,5% neutro. Comparando o nível de

satisfação entre as duas escolas diferença é pouca dos respondentes, pois 53% na escola

estadual estão insatisfeitos e 47,5 % satisfeitos.

Em uma pesquisa feita pelos autores Mederios et al (2019) sobre ‘‘A limitação do uso

da voz na docência e a prática de atividade de física no lazer’’, diagnosticaram que 20,5%

responderam que sim e 79,5% não, no referido quesito problemas quanto ao uso da voz.

No trabalho ‘‘Professor – intensificação do trabalho e o uso da voz’’, os resultados

apontam que os professores esforçam muito a voz, ou seja, falam muito para garantir atenção

e resultado do trabalho; trabalhar conteúdos comportamentais e atitudinais; resolver e

negociar conflitos; administrar a violência na sala de aula; controlar situações e acalmar as

crianças. O professor é solicitado cotidianamente ao uso da voz para resolver situações

distintas - além de ministrar aulas - sem possibilidade de descanso e em condições adversas,

resultando no adoecimento do corpo e da mente (LANCMAN; KARMAN, 2013).

Gráfico 14 – Uso da voz

Fonte: Elaborado pela autora, (2019)

No fator tempo em pé, na escola estadual, os profissionais educadores de maneira

geral se sentem satisfeitos, pois 9% responderam estarem muito satisfeitos, 35% satisfeitos,

24% insatisfeitos, 23% pouco satisfeitos e 9% neutro. Na escola federal, a realidade também

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

12%

3%

29%

45%

35,0%

22,5%

18% 18%

6,0%

12,5%

Muito satisfeitoSatisfeitoInsatisfeitoPouco satisfeitoNeutro

Page 55: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

55

não é muito diferente, 5% muito satisfeitos, 53% satisfeitos, 5% insatisfeitos, 20% pouco

satisfeitos e 17% neutros neste quesito.

Gráfico 15 - Tempo em pé

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Quanto ao estresse, na escola estadual mais da metade dos professores estão

insatisfeitos, pois, ensinar constitui uma atividade de maneira geral altamente estressante, com

repercussões evidentes na saúde física, mental e no desempenho profissional dos professores

(GOMES et al 2012). Dentre os valores estão 9% muito satisfeitos, 38% insatisfeitos, 35%

pouco satisfeitos e 18% neutros.

‘‘O estresse ocupacional pode ser constatado entre docentes por seus sintomas e pela

redução na frequência ao trabalho. Fatores psicológicos ligados ao estresse docente incluem

ansiedade, depressão, irritabilidade, hostilidade e exaustão emocional’’ (GOMES, et al 2012

p. 782). Na escola federal metade dos professores encontram insatisfeitos 50%. Apesar da

maioria trabalharem os três turnos, 7,5% consideram muito satisfeitos, 27,5% satisfeitos, 27,5

% insatisfeitos, 22,5% pouco satisfeitos e 15% neutros.

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

9%5%

35%

53%

24%

5%

23%20%

9%

17%

Muito satisfeitoSatisfeitoInsatisfeitoPouco satisfeitoNeutro

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

9,0% 7,5%

38,0%

27,5%

35,0%

22,5%18%

15%27,5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 56: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

56

Gráfico 16 - Estresse

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Nos gráficos abaixo são analisados como os professores das duas escolas se sentem

em relação ao seu ambiente de trabalho: iluminação, segurança, higiene e organização.

Quanto ao aspecto de iluminação no ambiente de trabalho grande parte dos

entrevistados encontram satisfeitos, somando um total 56% (12% muitos satisfeitos, 44%

satisfeitos), a outra parte se divide entre 18% insatisfeitos e 26% pouco satisfeitos (escola

estadual). Na escola federal, também se nota que somando (muito satisfeito e satisfeitos) 85%

encontram satisfeitos quanto a esse fator, os demais 25% muitos satisfeitos, 60% satisfeitos,

2,5% insatisfeitos, 10% pouco satisfeitos e 2,5% neutros. A diferença entre satisfeitos entre as

duas escolas no aspecto iluminação é relativamente grande.

Gráfico 17- Iluminação

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

No fator segurança, na escola estadual o número de insatisfeitos deixa a desejar quanto

a segurança do local onde trabalham, pois 12% muito satisfeitos, 24% satisfeitos, 23%

insatisfeitos, 35% pouco satisfeitos e 6% neutros, o resultado de 58% insatisfeitos deixa

claramente verídico essa percepção. Na escola federal, os professores se sentem seguros no

local de trabalho, pois entre 15% muito satisfeitos, 57,5% satisfeitos, 5% insatisfeitos, 15%

pouco satisfeitos e 7,5% neutros, o total de 72,5% mostra o quanto se sentem seguros.

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

12%

25%

44%

60%

18,0%

2,5%

26%

10%

2,5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 57: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

57

Gráfico 18 – Segurança

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Quanto à higiene, a diferença entre os valores são pouco diferentes, 15% muito

satisfeitos, 38% satisfeitos (53%), 12% insatisfeitos e 35% pouco satisfeitos, (47%), na escola

estadual. Mas no fator higiene a escola federal eleva o porcentual de satisfação acima da

metade, e perde na insatisfação, isso é ótimo, pois o ambiente limpo e saudável proporciona

melhor desenvolvimento na execução das atividades. 12,5% muito satisfeitos, 67,5%

satisfeitos (80%), 2,5% insatisfeitos, 10% pouco satisfeitos (12,5%) e 7,5 % neutros (escola

federal).

Gráfico 19- Higiene

Fonte: elaborado pela autora (2019)

Quanto a organização teve destaque de satisfação nas duas escolas. Na escola estadual,

12% muito satisfeitos, 44% satisfeitos (56%), 12% insatisfeitos, 29% pouco satisfeitos e 3%

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

12%15%

24,0%

57,5%

23%

5%

35%

15%

6,0% 7,5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

15% 13%

38,0%

67,5%

12,0%

2,5%

35%

10%7,5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 58: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

58

neutros, não esquecendo que os muito satisfeitos tiveram o mesmo percentual dos que estão

pouco satisfeitos. Na escola federal, como dito anteriormente, os professores encontram

satisfeitos a respeito do seu local de trabalho, 15% muito satisfeitos, 48% satisfeitos, 2%

insatisfeitos, 22% pouco satisfeitos e 13% neutros.

Gráfico 20 – Organização

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

De maneira geral a categoria condições de segurança e saúde no trabalho somente no

quesito segurança que a escola estadual apresenta maior número de insatisfeitos e nos demais

quesitos encontram satisfeitos e na escola federal em todos os quesitos (iluminação, higiene,

segurança e organização) teve maior número de satisfeitos.

4.2.3 Utilização e desenvolvimento das capacidades

Essa categoria abrange discussões de como os docentes se sentem em relação a

amizade entre os colegas que são do mesmo setor (ensino); a participação nas decisões sobre

planejamento, desempenho e organização das atividades a serem desenvolvidas no espaço

escolar; autonomia que permite o autocontrole e independência na execução das atividades e

resolução de problemas; e por fim o feedback dos superiores.

Na perspectiva de como os professores se sentem em relação a amizade entre os

colegas que não são do mesmo setor (ensino), observa-se que nas duas escolas o resultado

deixa claro que não há problemas na amizade, seja dentro ou fora da escola. Pois na escola

estadual 29% responderam muito satisfeitos e 65% satisfeitos, um total de 94% satisfeitos. Na

escola federal 27,5% responderam muito satisfeitos e 62,5% satisfeitos, total de 90%.

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%5,00%

10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00%50,00%

12%15%

44%48%

12,0%

2,0%

29%

22%

3%

13%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 59: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

59

Gráfico 21- Relação de amizade entre os professores e os colegas de trabalho

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Para a pergunta de como os professores se sentem em relação a participação nas

decisões da escola sobre planejamento, desempenho, organização de atividades, na escola

estadual do total de 65% respondentes, 3% estão muito satisfeitos e 62% satisfeitos. Esses

valores mostram que praticamente todos os professores estão engajados em todos os

processos e decisões da escola, ponto forte para a qualidade de vida no trabalho deles. Pois a

relação da escola com os professores é de tamanha necessidade devido o educador está

diretamente ligado com o desempenho dos alunos.

Esse relacionamento pode ser notado também na escola federal, dentre os 65%, estão

inclusos 12,5% muito satisfeitos e 52,5% muito satisfeitos.

Gráfico 22 – Participação dos professores nas decisões da escola

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na visão de como os professores se sentem em relação em ter autonomia para

resolução de problemas, constata que na escola estadual, 18% estão muito satisfeitos, 38%

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

29,0% 27,5%

65,0% 62,5%

3%10%

3%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

3,0%

12,5%

62,0%

52,5%

9%

15% 15%11%

20%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 60: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

60

satisfeitos, um total significativo de 56% estão satisfeitos quanto ao autocontrole e

independência para resolver conflitos com total liberdade no seu ambiente de trabalho. Para a

escola federal no total 80% consideram satisfeitos e 10% insatisfeitos. Diante dos resultados

percebe-se que os pesquisados das duas escolas se encontram satisfeitos, pois a autonomia dá

ao professor a responsabilidade de desenvolver seu papel de maneira significativa, e

possibilita a ele o crescimento profissional.

Gráfico 23 – Autonomia dos professores para resolução de problemas

Fonte: elaborado pela autora (2019)

Quanto ao aspecto de como os professores se sentem em relação ao feedback dos seus

superiores a respeito do desempenho de suas atividades seja positivo ou negativo, 68% dos

professores da escola estadual encontram satisfeitos, dentre 12% muito satisfeitos e 56%

satisfeitos. Para Davis e Neswstrom (2001, p.65) ‘‘o feedback desempenho tende a encorajar

uma melhor performance e gera uma realimentação que representa um instrumento

motivacional especialmente poderoso’’.

Na escola federal 57% estão entre o nível de satisfeitos e 25% entre insatisfeitos, um

número relevante, mas vale destacar que 17,5% não quiseram manifestar sobre esta questão,

mantiveram neutros. Essa quantidade deixa um viés de dúvida da possibilidade do feedback

está na intermediação, não descartando a hipótese de alguns não estarem satisfeitos e não

manifestarem.

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

18% 15%

38%

65%

26,0%

2,5%

15,0%7,5%

3%10%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 61: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

61

Gráfico 24 – Feedback dos superiores em relação ao desempenho

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.4 Oportunidade de crescimento e segurança

A categoria oportunidade de crescimento e segurança estabelece oportunidades de

crescimento de carreira no trabalho. Nos gráficos abaixo será abordado como os professores

se sentem quanto a privacidade e possibilidade de crescimento dentro da escola.

Na comparação de como os professores se sentem em relação a preservação de sua

privacidade dentro da escola na categoria crescimento e segurança, na escola estadual 70%

encontram satisfeitos e 15% muito satisfeitos, com isso 85% estão satisfeitos com este

aspecto. Na escola federal 17,5% estão muito satisfeitos e 62,5% satisfeitos, um total de 80%

estão no nível de satisfação. Os valores são representativos, revela que as duas escolas

reforça o respeito mútuo entre todos e favorece o clima da organização. E garante a

segurança no ambiente de trabalho.

Gráfico 25 –Privacidade dos professores na escola

Fonte: Elaborado pela autora

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

12,0%7,5%

56%50%

9%5%

20% 20%

3,0%

17,5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

15,0% 17,5%

70,0%62,5%

3% 5%9,0%

2,5%3,0%

12,5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 62: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

62

A respeito de como os educadores se sentem em relação à possibilidade de

crescimento (intelectual, profissional) dentro da escola, os gráficos mostram que na escola

estadual 50% , dentre 18% muito satisfeitos e 32% satisfeitos, consideram satisfeitos quanto a

oportunidade de crescer profissionalmente e intelectualmente. Na perspectiva da escola

federal a possibilidade para avanço de carreira é bem maior, pois 72,5% dentre 25% muito

satisfeitos e 47,5% satisfeitos, consideram satisfeitos.

Gráfico 26 – Possibilidade de crescimento(intelectual e profissional) dos professores

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.5 Integração social na organização

Nesta categoria encontra-se expressada a maneira como são aceitas as sugestões dos

professores e funcionários para um bom funcionamento da escola, quanto ao relacionamento

dos funcionários e como os professores são tratados de forma (igualitária, imparcial e justa).

No quesito de como os docentes se sentem em relação à maneira como são aceitas as

sugestões dos professores e funcionários para um bom funcionamento na escola, destaca-se a

escola federal com 10% dos pesquisados muito satisfeitos, 75% satisfeitos e 2,5% insatisfeitos

e 5% pouco satisfeito. Já na escola estadual dos 65% satisfeitos, dentre eles estão 18% muito

satisfeitos e 47% satisfeitos. Observa-se então, que nas duas escolas a maioria dos professores

entende que a contribuição com sugestões e ideias dos professores e funcionários são bem

consideradas pela direção e coordenação da escola. Contexto este que representa em ambas as

escolas, o comprometimento entre todas as partes.

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%5,00%

10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00%50,00%

18%

25%

32,0%

47,5%

12,0%7,5%

29,0%

12,5%9,0% 7,5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 63: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

63

Gráfico 27 – Sugestões dos professores e funcionários da escola

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na parte que frisa a ideia de como os professores se sentem quanto ao relacionamento

dos funcionários da escola, o destaque é grande nas duas escolas. Na estadual, os resultados

apontam 74% dos entrevistados satisfeitos, e na federal visualiza-se 100% de satisfação, fato

esse que permite supor um relacionamento extremamente harmônico entre todos os

funcionários. A importância de se ter um ambiente de trabalho onde todos interagem e se

entendem, agrega um ponto forte na qualidade de vida no trabalho.

Gráfico 28 - Relacionamento dos funcionários

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Estudando os fatores que possuem relação com a maneira como os professores são

tratados, pode-se obter as seguintes classificações: igualitária, imparcial e justa.

Na maneira igualitária, as duas escolas os professores consideram que são tratados de

forma igualitária, ou seja, o que se aplica a um profissional, se aplica a todos, já que os

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

18%10%

47%

75%

9,0% 2,5%

18%

5%8,0% 7,5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

21,0%27,5%

73,0% 72,5%

6%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 64: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

64

resultados apontam que, na escola estadual 71% estão satisfeitos, e na escola federal 90% se

encontram satisfeitos.

Gráfico 29 – Tratamento de forma igualitária

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Quanto à maneira imparcial, metade dos respondentes da escola estadual estão

satisfeitos, pois 9% estão muito satisfeitos e 41% satisfeitos, somando um total de 50%

satisfeitos e 18% insatisfeitos e 20% pouco satisfeitos. Na escola federal 17,5% estão muito

satisfeitos, 57,5% satisfeitos, um total de 75% satisfeitos. Percebe-se que nas duas escolas as

preferências pessoais são deixadas de lado na hora de tomara alguma decisão, ou seja, são

baseadas em informações certas e precisas.

Gráfico -30 Tratamento de forma imparcial

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Já na maneira justa destaca-se que do total de 68% pesquisados na escola estadual,

estão entre 12% muito satisfeito e 56% satisfeitos. E na insatisfação, 12% estão insatisfeitos e

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

21,0%

27,5%

50,0%

62,5%

12,0%17,0%

7,5%2,5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

9,0%

17,5%

41,0%

57,5%

18,0%

2,5%20%10%

12,0% 12,5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 65: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

65

56% pouco satisfeitos, 3% permaneceram neutros. Na escola federal estão na categoria mais

da metade satisfeitos, pois 22,5%estão muito satisfeitos e 57,5% satisfeitos, a diferença entre

as duas escolas são relativamente pequenas, pois a maior parte de todos os entrevistados

consideram serem tratados de maneira justa.

Gráfico 31 – Tratamento de forma justa

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Destaca-se que, apesar dos três fatores terem o mesmo sentido, os três tiveram

percentuais diferentes.

4.2.6 Garantias institucionais

Na categoria garantias institucionais os seguintes aspectos são elementos para análise

deste estudo: como os professores sentem em relação a privacidade; o direito à privacidade

pessoal; e como se sentem em relação as normas e regras estabelecidas pela escola.

Quanto sobre a preservação da privacidade dentro da escola, na categoria das garantias

institucionais, na escola estadual 15% encontram muito satisfeitos, 76% satisfeitos (91%) e

9% insatisfeitos. Na escola federal 15% encontram muito satisfeitos, 70% satisfeitos (85%),

5% insatisfeitos e 10% neutro em relação a pergunta. Em comparação com a privacidade na

categoria oportunidade de crescimento e segurança a diferença dos respondentes nas duas

escolas foram de 5%, pois na escola estadual somando 85% estão satisfeitos com este aspecto

e na escola federal um total de 80% estão no nível de satisfação.

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

12,0%

22,5%

56,0% 57,5%

6,0%2,5%

23%

10%

3,0%7,5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 66: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

66

Gráfico 32- Privacidade na escola (Garantias institucionais)

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Quanto as normas e regras estabelecidas pela escola, nas duas escolas a maioria

encontram satisfeitos, pois 12% estão muito satisfeitos, 50% satisfeitos, 12% insatisfeitos e

26% pouco satisfeito (escola estadual). Na escola federal 2,5% estão muito satisfeitos, 72,5%

satisfeitos, 2,5% insatisfeitos, 17,5% pouco satisfeitos e 5% neutros. Portanto, nas duas

escolas a maioria dos respondentes estão satisfeitas quanto as normas de funcionamento da

escola, o que constitui direito e dever.

Gráfico 33 – Satisfação com relação aos regulamentos da escola

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Todos os respondentes da escola estadual conhecem os regulamentos da escola, 100%

e apenas 10% dos respondentes da escola federal não conhecem os regulamentos da escola.

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

15% 15%

76%70%

9,0%2,5%2,5%

10%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

12,0%

2,5%

50,0%

72,5%

12,0%

2,5%

26,0%17,5%

5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 67: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

67

Gráfico 34 – Conhecimento a respeito dos regulamentos da escola

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.7 -Trabalho e espaço total de vida

A categoria trabalho e espaço total de vida diz respeito ao equilíbrio do trabalho é do

tempo de lazer e da família. Os gráficos abaixo nos permite analisar sobre como os

professores se sentem em relação ao tempo disponível para lazer, atividades físicas e

atividades sociais; impacto que a atividade exercida por eles na escola causa na vida de outras

pessoas dentro e fora da escola, e; quanto ao horário de trabalho, no que se refere a vida

pessoal principalmente no relacionamento familiar.

A respeito de como se sentem em relação ao tempo disponível para lazer, atividades

físicas e atividades sociais, na escola estadual o percentual de respondentes que se sentem

insatisfeitos é muito grande 61,5%, 6% estão muito satisfeitos, 32,5% satisfeitos, 29%

insatisfeitos e 32,5% pouco satisfeitos. Pelo contrário da escola federal estão 45% satisfeitos

que consideram o tempo para a prática de lazer, atividades físicas e atividades sociais e 42,5%

insatisfeitos, a diferença é mínima.

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

100%90%

10%

sim

não

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

6% 5%

32,5%

40,0%

29%

10%

32,5% 32,5%

12,5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 68: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

68

Gráfico 35 – Percepção dos professores quanto tempo de lazer, atividades físicas e sociais

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Quanto ao impacto que a atividade exercida pelos professores na escola causa na vida

de outras pessoas dentro e fora da escola, na escola estadual dos 65% pesquisados, entre 15%

estão muito satisfeitos e 50% estão satisfeitos, mais da metade dos professores estão

satisfeitos com impacto que a transferência de conhecimento, no papel de educador, traz para

os pais, alunos e todos os interagem com esse conhecimento, e 15% insatisfeitos, 17% pouco

satisfeitos e 3% permaneceram neutros. Na escola federal, os valores indicam que a satisfação

é bem maior do que a escola estadual, pois 25,5% estão muito satisfeitos, 57,5% satisfeitos,

ou seja, 83% estão satisfeitos com esse aspecto e apenas 12,5% estão insatisfeitos.

Gráfico 36 – Impacto da atividade exercida pelos professores

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Quanto como os docentes se sentem em relação o seu horário de trabalho no que se

refere a sua vida pessoal principalmente no relacionamento familiar, mais da metade de

insatisfeitos na escola estadual é verídico, poisa 15% estão insatisfeitos e 41% pouco

satisfeitos, somando um total de 56% insatisfeitos, pelo contrário na escola federal dos 57,5%

satisfeitos, 7,5% estão muito satisfeitos e 50% satisfeitos. Mas vale destacar que apesar da

escola federal apresentar um número abaixo da metade de insatisfeitos 37,5%, não descartar

um olhar mais detalhado quanto ao horário dos educadores, para melhor dividirem o tempo

com a família.

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

15,0%

27,5%

50,0%57,5%

15,0%

2,5%17%10%

3,0% 2,5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 69: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

69

Gráfico 37 – Percepção dos professores quanto ao horário de trabalho

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.8 Relevância social da vida no trabalho

A categoria relevância social da vida no trabalho abrange como o professor se sente

em relação ao comprometimento que a escola tem com a sociedade, ou seja, com ambiente

externo a ela. A escola é portadora e responsável pelo conhecimento, essa ação não é só feita

pelos professores dentro do ambiente escolar, mas também com atividades e ações

desenvolvidas fora dela. Portanto, os argumentos abaixo dos professores das duas escolas,

apontam aspectos da escola e do ambiente externo.

Na próxima análise da categoria relevância social da vida no trabalho os professores

avaliam a qualidade de vida no seu trabalho e propõem pontos que consideram que precisam

ser melhorados.

Abaixo são retratados algumas falas dos professores da escola estadual de como é a

relação da escola com o ambiente externo. Segundo os respondentes, a Escola Estadual

Tancredo Neves tem um vínculo muito positivo com a comunidade, dentre alguns destaques

de que a relação: é ‘‘muito boa, tranquila, ótima, excelente e bacana’’, aspectos que fazem

com que a escola seja uma referência para a sociedade local. O vínculo está associado por

meio do desenvolvimento de diversas atividades que integram a comunidade sendo realizadas

dentro do ambiente escolar, tais como: ‘‘participação da vida escolar do aluno, atividades

abertas ao público: feiras literárias, feiras de ciências, jogos estudantis’’

Mas também outros discordam dizendo que a escola ‘‘precisa ser mais participativa,

pois a pouca participação da comunidade nos espaços e eventos sociais’’ que ‘‘os pais

participam pouco da vida do aluno na escola’’, ‘‘que há pouco recurso para desenvolver

trabalhos externos, por exemplo transporte.’’

Escola Pública Estadual Escola Pública Federal0,00%5,00%

10,00%15,00%20,00%25,00%30,00%35,00%40,00%45,00%50,00%

15,0%

7,5%26%

50%

15,0%

7,5%

41%

30%

3% 5%

Muito satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Pouco satisfeito

Neutro

Page 70: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

70

Para sintetizar toda a ideia, afirmam que diversas pessoas criticam os alunos devido

serem de ‘‘rede pública e por terem condições inferiores a outras instituições’’, fator claro de

preconceito por parte de algumas pessoas da sociedade. Ainda dizem que os ‘‘professores não

são qualificados adequadamente para o ensino dos estudantes’’.

Na fala dos professores do IFNMG-Campus Almenara a relação da escola com

ambiente externo é relativamente ‘‘muito boa, bastante saudável, outros dizem: ‘‘relação fria

quase uma relação de cliente e vendedor, pois a população não reconhece ainda os benefícios

da instituição para a cidade’’.

Muitos afirmam que a escola possui uma imagem de alta influência e faz parte da

missão dela a interação e o compromisso com o desenvolvimento, local e regional. Portanto,

são desempenhadas ações de ensino e pesquisa, o que ajuda no desenvolvimento das

comunidades próximas e são bem-aceitas por elas. ‘‘A escola também faz a integração do

conhecimento junto com a sociedade local’’. Além disso, hà muita facilidade em conseguir

apoio externo para as atividades a serem desenvolvidas, por exemplo, no âmbito de estágios,

projetos e formaturas.

Dentre aspectos que precisam ser melhorados está a questão da ‘‘comunicação, a

escola precisa ser mais participativa, ou seja, divulgar melhor as ações da escola (projetos de

ensino, colaborações, cursos oferecidos, haver mais atividades de extensão.) com a

comunidade. Precisa melhorar também as ‘‘limitações com a zona rural’’. Acreditam que

podem ‘‘contribuir mais com as escolas das redes estadual e municipal, tendo em vista o

maior porte financeiro a alta qualificação profissional dos servidores’’. Outros dizem que

‘‘faltam iniciativas em capacitar profissionais de outras instituições públicas, que também

contribuem na formação de alunos que o IFNMG recebe’’.

Nos dois locais de ensino a realidade é totalmente diferente, enquanto na escola

federal abordam assuntos relacionados com a pesquisa e a extensão, sendo elas de maneira

positiva (as qualidades da escola) ou negativa (sugestões de melhorias), na escola estadual

abordam assuntos pouco vagos, mas de certa forma essenciais. Ainda é necessário uma

participação maior da sociedade e escola. Apesar de haver algumas atividades externas, elas

são relativamente poucas e distantes.

Logo abaixo os gráficos retratam como os professores avaliam a qualidade de vida no

seu trabalho e citam pontos que acreditam poder ser melhorados.

• Avaliação da escola estadual

Nota-se que a avaliação da qualidade de vida no trabalho dos professores da escola

estadual, 44% deram nota 3, ou seja, quase metade consideração mais ou menos, a qualidade

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71

de vida no trabalho e pontuaram muitos aspectos que precisam ser revistos e melhorados para

melhoria no desenvolvimento e produtividade tanto para os educadores quanto para os

educandos. Apesar de alguns pontuarem com nota 4 (15%) e relatarem ser boa a qualidade de

vida no trabalho, outros destacaram pontos muito importantes, desde aspectos relacionados

com a infraestrutura até aspectos ligados ao relacionamento de aluno e professor. Talvez

dando atenção aos argumentos de cada um, possa haver outro olhar para a escola de maneira

específica.

Gráfico 38 – Avaliação da qualidade de vida no trabalho (escola estadual)

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

• Dentre as melhorias propostas pelos professores da rede pública estadual estão:

‘‘Haver capacitação dos professores para atendimento de alunos surdos. E

consequentemente metodologias, estratégias e práticas pedagógicas voltadas para facilitar o

ensino dos mesmos.’’

Afirmam que a escola tornou-se um ambiente de estresse, pois a falta de interesse e

compromisso dos alunos na aprendizagem, a interferência do celular na vida acadêmica e as

demandas no dia a dia é um desafio enfrentado por eles diariamente e isso faz justificar a má

qualidade no ambiente de trabalho. Além disso é muita cobrança em cima do professor para

obter bons resultados.

Alguns pontos precisam ser melhorados, como: melhorar a carga horária, pois é muito

extensa, desenvolver nos alunos e colegas de trabalho mais respeito, disciplina e valorização

do professor.’’

Relatam que a escola é maravilhosa em termos de recursos humanos, porém tem-se

muito trabalho de organização, planejamento e papelada. E às vezes por questões de salário,

12%

3%

44%15%

2%

9%

15%Nota 1

Nota 1,5

Nota 2

Nota 2,5

Nota 3

Nota 3,5

Nota 4

Nota 4,5

Nota 5

Neutro

Page 72: INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS …

72

trabalham em vários lugares, o que gera acúmulo de trabalho e tarefas que tomam tempo e

minam a qualidade de vida deles. Portanto é necessário tempo maior para dar assistência aos

alunos com maiores dificuldades e tempo para a realização de atividades, pois muitas são

levadas para casa isso faz com que diminua o tempo com família.

Devido os professores sempre está fazendo capacitações externas e isso faz com que

possuam ‘‘pouco tempo para cuidar da própria saúde.’’

Destacam falta de recursos, material didático para dar uma aula com maior qualidade e

desenvolver um excelente trabalho. ‘‘É preciso ter espaços adequados para atividades fora da

sala de aula e ter organização nos espaços que a escola possui. Dizem que falta estrutura física

para oferecer uma melhor condição de trabalho.’’

Relatam que à falta de regras na escola; é preciso a escola cobrar do aluno o uso do

uniforme e horário de entrada em sala, porque muitos alunos chegam atrasados. É preciso da

presença dos pais na escola de forma mais constante. É necessário sala de aula com número

menor de alunos. ‘‘Desenvolvimento de projetos que desenvolvem valores morais.’’

‘‘Psicólogos para atendimento do educando e do profissional da educação.’’

Ressaltam também que é necessário haver melhorais na ‘‘formação pedagógica

(relação direção pedagógica e professores), organização e parcerias, e na oferta de atividades

fora da escola.

• Avaliação da escola federal

Na escola federal a nota foi de certa forma considera melhor 45% nota 4 e 15% nota 5,

isso é visto pelas argumentações dadas, pois poucos pontos precisam ser melhorados, a

maioria considera boa. Os aspectos propostos foram relacionados com a relação à distribuição

melhor da carga horária, fato esse que é expresso na quantidade de professores que trabalham

todos os turnos, 53%.

2,5%

2,5%

17,5%

7,5%

45,0%

2,5%

15,0%

7,5%

Nota 1

Nota 1,5

Nota 2

Nota 2,5

Nota 3

Nota 3,5

Nota 4

Nota 4,5

Nota 5

Neutro

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73

Gráfico 39 – Avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho (escola federal)

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

• Dentre as melhorias propostas pelos professores da rede pública federal estão:

‘‘Os professores relatam que tem uma boa qualidade de vida no trabalho, uma vez que

conseguem conciliar trabalho e vida pessoal, sem prejuízo de nenhuma das partes.’’ E além

disso afirmam que toda a estrutura que o IFNMG oferece é de qualidade pra o ensino dos

alunos. Outros dizem que o ‘‘trabalho é ótimo, ambiente agradável e leve e os horários são

flexíveis’’. ‘‘As relações interpessoais são muito boas.’’ ‘‘A relação com os colegas

professores e outros funcionários é bem amistosa, criando assim um ambiente agradável de

traba1ho.’’ ‘‘A remuneração e disciplina do aluno também é satisfatória.’’

Mas alguns pontos necessitam ser revistos, sendo eles: ‘‘climatização, alimentação,

iluminação da área externa (ruas e quadra) e telefonia, melhoria no mobiliário, falta de

laboratório. ’’ Outros destacam que deve haver melhorias a respeito da ‘‘distribuição de aulas,

acompanhamento das atividades desenvolvidas, medição de problemas, transparência nas

ações.

Aspectos ligados ao ambiente: ‘‘sonoridade do ambiente pois (a salas de aulas fazem

muito eco e muitas vezes há barulhos nos corredores). ‘‘A ventilação também precisa se

melhorada.’’ ‘‘O principal ponto é a dificuldade de acesso e falta de transporte regular.’’

Destaca que precisa melhorar o conforto, por exemplo, ‘‘ar-condicionado na sala dos

professores, substituir quadro de giz por quadro branco.’’

Destacam também que a escola poderia ser mais firme com relação ao cumprimento e

fiscalização dos alunos no que diz respeito as regras e disciplinas.‘‘Criar senso de

responsabilidade dos discentes, melhora no setor técnico para uso de aulas práticas.’’

Diversos argumentos destacam o mesmo sentido, melhorar o horário de trabalho, pois

há excesso de carga horária para alguns professores. Uma professora até afirmou que devido

ela ser a única professora da matéria no campus carga horária dela não é condizente com a dos

outros professores. Assim, é preciso viabilizar o horário para que tenham momentos de lazer e

saúde mental.

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74

Dizem que poderiam ter ‘‘ambientes de esporte e lazer do IF, departamentos mais

ligados ao ensino, mais apoio para atividades extra-classe, permitindo a eles mais tempo para

a atividade principal que é o ensino – pesquisa – extensão’’.

A relação escola e comunidade, aplicação de metodologias de ensino eficazes para a

inclusão social, o reforço dos conteúdos identitários da instituição. Número de ementas/

disciplina por docente, menor burocracia para diversas solicitações, e maior incentivo a

qualificação. Poderia melhora no quesito segurança patrimonial e pessoal em períodos

noturnos, cobrar mais seriedade por parte dos alunos, principalmente o integrado;

Abordam que é preciso ‘‘incentivos a qualificação e recursos para projetos,’’

‘‘aumentar a oferta de vagas’’. Ter ‘‘mais eventos de confraternização’’. ‘‘A comunicação

com os superiores poderia ser melhorada (tem-se muitas atividades burocráticas, reuniões,

resolução de problemas que deveria ser feito pelos terceirizados, devido esse fator eles tem

menos tempo para dedicar ao ensino)’’.

‘‘Função da necessidade de pessoal para desempenho de todas as ações desenvolvidas.

Tempo para ações de qualidade de vida, interações sociais, ações culturais, ações esportivas,

ações de segurança no trabalho’’.

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75

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escola, o professor, o aluno e a comunidade constantemente interagem. A ferramenta

chave para essa integração está nos professores, estes que por meio do seu conhecimento,

dedicação e compreensão constroem a base do crescimento intelectual de cada cidadão,

considerando que, este cidadão tem a oportunidade de fazer parte deste processo.

Através deste contexto foi que o presente estudo buscou analisar comparativamente a

percepção dos professores de duas escolas públicas (estadual e federal) no município de

Almenara, a respeito da Qualidade de Vida no seu ambiente de trabalho, segundo um modelo

que abrange todas as dimensões necessárias para esta pesquisa, o modelo proposto por

Walton.

Cabe dar atenção aos seguintes critérios: estabelecer incentivos para a especialização

dos professores da escola estadual, pois além de melhorar o ensino, estabelece igualdade

salarial externa. A escola precisa cobrar mais do aluno comprometimento e responsabilidade

com a vida estudantil, para que possa diminuir o estresse comum nos professores.

Proporcionar ao educador material didático eficaz de ensino, diminuir a quantidade de aluno

por sala, para que a didática do professor não se torne uma atividade monótoma, mas sim

prazerosa e eficiente. Preocupar com a saúde do professor, tanto no tempo com a família

quanto ter profissionais da área da saúde na escola.

Conclui-se que a QVT do profissional da educação nas duas escolas estudadas foi

importante, pois, por meio de um estudo foi comprovado algo que todos presenciam de

maneira clara, mas que era apenas senso comum. No entanto, apesar de grande parte ter

conhecimento a esse respeito, observar-se que pouca coisa tem sido feita para melhorar essa

diferença entre escolas que são da mesma rede de ensino.

Contudo, sugere-se para próximos trabalhos, um estudo mais aprofundado com estes

profissionais ou, com outros da mesma área, com objetivo de revelar outros pontos precisos

na qualidade de vida no trabalho deles.

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ANEXO I - QUESTIONÁRIOEscola: ( )Pública Federal ( ) Pública Estadual1. Sexo: ( ) feminino ( ) masculino2. Faixa etária______________________________4. Escolaridade( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio( ) Magistério ( ) Ensino Superior( ) Doutorado () Mestrado( ) outro Qual:___________________________5. Tempo de Trabalho:_________________________6. Qual sua renda mensal na escola?( ) até 2 salários mínimos ( ) até 3 salários mínimos ( ) de 4 a 5 salários mínimos ( ) mais de 6 salários ( ) outra fonte de renda7. Situação na escola: ( ) nomeado ( ) contratado ( ) efetivo8. Qual o turno de trabalho?( ) manhã ( ) tarde ( ) noite ( ) todos os turnosMarque como você se sente em relação ao seu trabalho:( S ) Satisfeito ( MS) Muito satisfeito( I ) Insatisfeito ( PS) Pouco satisfeito (N) Neutro

1-COMPENSAÇÃO JUSTA E ADEQUADA1)- Como você se sente em relação ao salário que recebe como professor considerando queesse seja adequado pelo seu desempenho:

( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

2)- Como você se sente em relação ao salário que recebe como professor comparado com odos seus colegas de trabalho:

( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

3)- Como você se sente em relação ao salário que recebe como professor comparado com ospagos por outras instituições de ensino?( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

2-CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

4)- Como você se sente com relação a carga horária para a realização das suas atividades deensino dentro da organização?

( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)5)- Como você se sente em relação aos fatores envolvidos na realização do seu trabalho queinterferem na sua condição de saúde, tais como:Esforço repetitivo:( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

Uso da voz:( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

Tempo em pé:

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( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)Estresse:( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

6)- Como você se sente em relação ao seu ambiente de trabalho?Iluminação( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

Segurança( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

Higiene( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

Organização( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

3-UTILIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS CAPACIDADES

7)- Como você se sente em relação a amizade entre os colegas que não são do mesmo setor(ensino)?

( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

8)- Como você se sente em relação a sua participação nas as decisões da escola sobreplanejamento, desempenho, organização de atividades?

( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

9)- Como você se sente em relação em ter autonomia para resolução de problemas? ( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

10)- Como você se sente em relação ao feedback dos seus superiores a respeito dodesempenho de suas atividades seja positivo ou negativo?

( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

4-OPORTUNIDADE DE CRESCIMENTO E SEGURANÇA

11)- Como você se senti em relação a preservação de sua privacidade dentro da escola?( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

12)- Como você se senti em relação a possibilidade de crescimento( intelectual, profissional )dentro da escola?( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

5- INTEGRAÇÃO SOCIAL NA ORGANIZAÇÃO

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13) Como você se sente em relação da maneira como são aceitas as sugestões dos professorese funcionários para um bom funcionamento na escola?

( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

14) Como você se sente quanto ao relacionamento dos funcionários da escola?

( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

15). Como você se sente em relação a maneira como os professores são tratados? Igualitária( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

Imparcial( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

Justa( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

6-GARANTIAS INSTITUCIONAIS

16)Como você se sente sobre a preservação de sua privacidade dentro da escola?

( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

17) Como você se sente em relação as normas e regras estabelecidas pela escola?

( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

Conhece os regulamentos da escola?( ) sim ( ) não

7- TRABALHO E ESPAÇO TOTAL DE VIDA

18) Como você se sente em relação ao tempo disponível para lazer, atividades físicas eatividades sociais?

( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

19). Como você se sente sobre o impacto que a atividade exercida por você na escola causa navida de outras pessoas dentro e fora da escola?

( MS ) ( S) ( I ) ( PS) (N)

20) Como você se sente em relação o seu horário de trabalho no que se refere a sua vidapessoal principalmente no relacionamento familiar?

( S ) ( MS) ( I ) ( PS) (N)

8- RELEVÂNCIA SOCIAL DA VIDA NO TRABALHO

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21) Como é a relação da escola em que trabalha com o ambiente externo?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Dê uma nota de 1 a 5 da forma como você avalia a qualidade de vida no seu trabalho,justifique e cite pontos que acredita poder ser melhorados:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________