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Escorpionismo Escorpionismo Palmira Cupo Palmira Cupo Hospital das Clínicas da FMRP- Hospital das Clínicas da FMRP- USP USP Centro de Controle de Centro de Controle de Intoxicações Intoxicações Unidade de Emergência Unidade de Emergência

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Page 1: Escorpionismo Palmira Cupo Hospital das Clínicas da FMRP-USP Centro de Controle de Intoxicações Unidade de Emergência

EscorpionismoEscorpionismo

Palmira CupoPalmira CupoHospital das Clínicas da FMRP-Hospital das Clínicas da FMRP-

USPUSPCentro de Controle de Centro de Controle de

IntoxicaçõesIntoxicaçõesUnidade de Emergência Unidade de Emergência

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Letalidade de 0,23% (104/45,721). A maioria das mortes ocorreu em < de 14 anos (53%),sendo a letalidade na faixa de 1-4 anos 1,04% (24/2.339),Quando o acidente evolui para óbito este ocorre nas primeiras 3 horas, em 87% dos casos (90/104) ..

N= 45.721 acidentes, (15% > que em 2008)Incidência nacional foi de 24 /100.000, sendo maior na região Nordeste (39,6/100), seguida pelas regiões Sudeste (23,7/100 mil), Norte (16,2/100mil), Centro-Oeste (13,3/100 mil) e Sul (3,5/100 mil)

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Caso Clínico 1

Menina, 7a10m, picada por T. serrulatus no 3º dedo da mão E ao calçar o tênis, há 1 hora. Logo após a picada, dor local intensa, evoluindo com náuseas, vômitos abundantes, acompanhados de salivação, sudorese fria, tremores e cansaço para respirar. Foi levada à UBS, continuou com vários episódios de vômitos , sudorese profusa e PA (160x100mmHg).

Exame HC: sialorréia, sudorese profusa e fria, T=34,8ºC, torporosa. FR=40 ipm, FC=130bpm, bulhas arrítmicas, PA=150x90mmHg, pulsos cheios, Estertores grossos em todo ht D. Pox =99% com 0,5 L/min. Local da picada com hiperemia (feito bloqueio local de origem). Apresentou novo episódio de vômito na chegada, grande volume.

Conduta: 8 ampolas SAE iv, monitorização, ECG, O2 nasal, soro manutenção basal.

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Evolução

Após 1h SAE : PA =119x91x77, FR=45, FC 98, 36,9ºC. Melhora das condições gerais. O2 1L/min.

Após 2 h: dormindo, FR=38, FC=100, O2 0,5 L /min, PA=109x82x98. Muita dor local. Novo bloqueio.

Após 4 h: FC=110, FR=35, PA=100x68x52

Após 8h : dipirona iv para dor, FC=110, Sat. 98% aa.

Após 12h: FC=120, FR=30

Após 24h mantendo FC entre 124-110, FR=28.

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Horas após picada

Glicemia CK-MB< 25

TGO< 32

Amilase< 125

GB TnI < 0,01

Na K

Lactato< 2,5

2h 324 49 24 355 25000 1382,7

10,9

12 h 93 63 71 401 19800 2,37 1383,8

1,1

24 h 49 53 197 1404,2

36h 28 35

Gasometria chegada: pH 7,29 pO2 107 pCO2 20 Bic. 10 BE – 15,7 Sat O2 97%

Gasometria 12 horas: pH 7,43 pO2 71 pCO2 28 Bic 18 BE - 5 Sat O2 95%

Exames Laboratoriais

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ECO 2h após acidente: FE=26%. Disfunção sistólica acentuada. Hipocinesia difusa acentuada das paredes do VE exceto da região apical, que apresenta boa mobilidade. Dilatação leve das câmaras E. Insuficiência mitral e tricúspide leves.

ECO com 36h após acidente: FE=63%. Desempenho global do VE preservado. Hipocinesia dos segmentos septo inf. basal e médio, septo anterior basal e médio, demais paredes com boa mobilidade.

ECO após 7 dias acidente: FE= 73%.

Rx Tórax: Normal

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chegada 1h após picada

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após 6h picada

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após 12 h

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após 36h

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Caso Clínico 2

Menino, 5a4m, picado por escorpião amarelo há 1 h, na mão E, enquanto brincava com um pedaço de madeira. Após 10 min apresentou 1 episódio de vômito e ficou “molinho”. Foi levado à UBS, vomitou 5 vezes, estava sudoreico, taquicárdico e com pulsos finos. Feito bloqueio local.

Admissão UE-HC: chegou com SAMU, pele fria, úmida, T=32,2ºC, sonolento, ritmo cardíaco irregular, FC 115, FR=44, PA=141x111x125, priapismo, roupa molhada, Pox 95% aa. Local da picada hiperemiado. Vomitou novamente .

Conduta: 8 ampolas SAV iv (após pré-medicação), monitorização, ECG, soro manutenção basal.

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Evolução

1 h após SAV, FC=127, PA=127x67x82, T=35,8ºC, Pox 95%, apresentou um episódio de vômito.

Apresentou melhora da sintomatologia geral, porém vomitou novamente, referia dor abdominal cefaléia e dor no local da picada. 6h após SAV, FC=140, FR=52, PA=122x86. Iniciou com estertores pulmonares, Rx com infiltrado, feito diurético. Evoluiu com queda de PA, de saturação e de nível de consciência, agitado, gritando e falando coisas desconexas. Internado no CTIP, feito 2 expansões com 5ml/kg de SF, melhora da PA, mas piora do quadro pulmonar. Iniciado dopa e dobutamina (4 dias). Não houve necessidade de ventilação mecânica.

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Horas após picada

Glicemia CK-MB< 25

TGO< 40

Amilase<125

TnI<0,01

Na K

GB Lactato< 2,2

2 303 148 55 269 139 2.2

28100 5,8

12 231 95 77 239 3,26 143 3.8

19600 3,9

24 181 110 134 142 130 4.0

1,3

48 102 88 17800 1,0

Gasometria chegada: pH 7,44 pO2 97 pCO2 19 Bic. 13 BE – 10 Sat O2 97%

Gasometria 12 horas: pH 7,44 pO2 80 pCO2 24 Bic 16 BE - 7 Sat O2 95%

Gasometria 24 horas: pH 7,41 pO2 61 pCO2 27 Bic 17 BE - 7 Sat O2 90%

Exames Laboratoriais

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ECO 3h após picada: FE=23%, hipocinesia de grau acentuado do VE, exceto região apical, com boa mobilidade. Dilatação moderada de VE e leve de AE. Hipertensão pulmonar grau moderada.

ECO 5 dias após picada: FE=38%, hipocinesia difusa grau moderado VE, exceto região apical. Dilatação leve das câmaras esquerdas. Hipertensão pulmonar grau leve.

ECO 8 dias após picada: FE= 63%, hipocinesia leve dos segmentos septo inferior basal e médio, septo anterior basal e médio, demais paredes sem alterações. Câmaras cardíacas de dimensões normais.

ECO 13 dias após picada: FE= 68%. Mobilidade normal.

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3h após picada

1h10min após picada

2 horas após SAV

Page 16: Escorpionismo Palmira Cupo Hospital das Clínicas da FMRP-USP Centro de Controle de Intoxicações Unidade de Emergência

20h após picada

32h após picada

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52h após picada

84h após acidente

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Caso Clínico 3

Menino, 10 a, picado por T. serrulatus no pé E, há 1 hora (6h30) ao calçar o tênis. Dor intensa imediata até a raiz da coxa, com hiperemia. Procurou rapidamente a UBDS, onde chegou com agitação intensa, sudorese profusa, sialorréia, náuseas, vômitos abundantes, T=34,5º, FC=180, PA=200x150. Evoluiu com queda de saturação entre 67-79% e pulsos finos.

Chegou ao nosso HC às 9h30, com os mesmos sintomas, bastante sudoreico, além de cianose labial e de extremidades, FC=120, PA=100x65, estertoração pulmonar difusa, consciente. Foi imediatamente intubado, com saída de líquido róseo e espumante pelas narinas e boca , além de aproximadamente 300 ml de líquido sanguinolento pela cânula traqueal. Recebeu 8 ampolas SAE iv.

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Exames Laboratoriais Iniciais

G 449 CK-MB 75 TGO 30 Amilase 299 K 2,9 GB 33900 Lactato 8,9

ECO 8h após acidente: FE=22%. Disfunção sistólica acentuada de VE, hipocinesia difusa grave com exceção do segmento apical, que apresenta boa mobilidade. Câmara cardíacas de dimensões normais.

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A gravidade do envenenamento escorpiônico resulta principalmente de uma disfunção cardíaca esquerda aguda, de diferentes graus, reversível, acometendo principalmente a função sistólica, de instalação rápida, que pode evoluir para choque e/ou edema pulmonar.

ESCORPIONISMO GRAVEESCORPIONISMO GRAVE

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O quadro clínico está relacionado aos sistemas cardiovascular e respiratório e caracteriza-se por hiper e hipotensão, taquicardia, arritmias, evidências ECG de lesão cardíaca, insuficiência cardíaca e edema pulmonar

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Ação do Veneno Ação do Veneno

atua sobre os canais de sódio

estimulação das fibras musculares e terminações nervosas do simpático, parassimpático e medula da supra-renal

liberação de neurotransmissores, catecolaminas e acetilcolina, além de outros mediadores

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CatecolaminasCatecolaminas

midríase FC, PAarritmias cardíacasvasoconstricçãosudorese FR Glicemia Potássio

AcetilcolinaAcetilcolina

miose FCarritmias cardíacasvasodilatação secreções broncoconstricçãoAmilase

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hiperestimulação adrenérgica /colinérgica

ação das citocinas

liberação de endotelina-1, neuropeptídio Y, e peptídeo natriurético atrial (experimental)

efeito tóxico direto de componentes do veneno (???)

Outras situações relacionadas com Outras situações relacionadas com de de catecolaminas cursam com quadro clínico e catecolaminas cursam com quadro clínico e laboratorial semelhante ao do laboratorial semelhante ao do escorpionismo !!!!!!!!!!!!!!!!escorpionismo !!!!!!!!!!!!!!!!

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Descarga maciça de catecolaminasDescarga maciça de catecolaminas

efeitos inotrópicos hipóxia

arritmia ventricular

“lesão“ celular por metabolitos

alteração na permeabilidade da membrana

vasoconstrição da microcirculação e/ou

espasmo coronariano

endotelina-1, neuropeptídio Y

citocinas

hipoperfusão, hipoperfusão, isquemia, isquemia,

“ “stuning stuning miocárdicomiocárdico”

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Neurohumoral activation in severe scorpion envenomation: Correlation with hemodynamics and circulatin toxin.Nouira S. et al. Toxicol and Applied Pharmacol 2005; 208:111-116

Buthus occitanus

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A canine study of immunotheraphy in scorpion venom. Abroug et al. Intens care Med 2003; 29:2266-2276

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Leves: sintomatologia exclusivamente local (1)

Moderados: (1) + vômitos + algumas manifestações sistêmicas isoladas e de pequena intensidade : FC, PA, taquipnéia leve, agitação, sudorese.

Graves: náuseas e vômitos profusos, secreções (lacrimal, nasal, salivar, gástrica, intestinal), alteração dos ritmos cardíaco e respiratório ( ou da PA e da FC, taquidispnéia), agitação intensa allternada com sonolência, priapismo.

Classificação dos Acidentes

Os acidentes graves podem evoluir para: insuficiência Os acidentes graves podem evoluir para: insuficiência cardíaca, edema pulmonar, choque e óbitocardíaca, edema pulmonar, choque e óbito

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Alterações Imediatas: Glicemia, GB, Potássio, ECG, Gasometria, Amilase (inconstante).

Alterações mais Tardias: Amilase (inconstante), Glicosúria, CK-MB, TGO, Troponina I, alterações de ECO, Rx de Tórax, Cintilografia miocárdica

Nos casos muito graves e naqueles que chegam mais tardiamente, todos os exames podem estar alterados já na chegada do paciente, mesmo os de Imagem.

Com exceção da Glicemia, Potássio, Gasometria e GB, cuja normalização se dá nas primeiras horas após SAV, os demais continuam a se alterar nos casos graves, e voltam ao normal geralmente dentro da primeira semana após acidente

Alterações Laboratoriais casos moderados e graves

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CINTILOGRAFIA MIOCÁRDICACINTILOGRAFIA MIOCÁRDICA

Figueiredo et al., 2006

FMRP-USP

ECO

PERFUSÃO

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Tratamento Inicial do EscorpionismoTratamento Inicial do Escorpionismo

SAV o mais precocemente possível 4 ou 8 ampolas iv

Aliviar a dor: bloqueio, analgésicos vo ou parenteral

Se vômitos persistirem após SAV: antiemético (metoclopramida, bromopride)

Balanço hídrico rigoroso : evitar “bolus” de SF, mas tb evitar hipovolemia. Geralmente não há necessidade de corrigir a hipopotassemia ou a alteração do equilíbrio ácido-básica.Deve-se colocar soro de manutenção mais restrito com necessidades basais de eletrólitos e manter jejum algumas horas, até definição do quadro.

Hipertensão: geralmente normaliza-se logo após SAV.

Monitorização cardio-respiratória, ECG, dosagens laboratoriais

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Como saber se um paciente com escorpionismo Como saber se um paciente com escorpionismo grave vai evoluir para IC e/ou EP (quando já não grave vai evoluir para IC e/ou EP (quando já não chega assim)? chega assim)?

É aquele paciente que após o SAV, melhora de toda a sintomatologia geral, mas continua com da FC e da FR, progressivamente, daí a necessidade de monitorização contínua.

Esse paciente com certeza vai apresentar alterações laboratoriais em relação às enzimas cardíacas, ECG e ECO.

Em relação ao ECO, as alterações podem ser mínimas, com Fração de Ejeção (FE) normal (>50%) e alterações de mobilidade apenas de alguns segmentos do septo interventricular (geralmente o primeiro local a ser acometido) ou mais graves, com graus variados de FE e de hipocinesia de mais segmentos ou mesmo difusa.

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Tratamento do Escorpionismo Grave*Tratamento do Escorpionismo Grave*

Se apenas FE, com taquicardia, porém mantendo PA, diurese e saturação adequadas, só monitorização e balanço hídrico rigoroso.

Se FE e infiltrado pulmonar discreto, com parâmetros hemodinâmicos adequados: diuréticos, restrição hídrica, oxigênio suplementar. Monitorização contínua. Se necessário Dobutamina.

Se ICC ou EPA grave, associado ou não a choque : cuidados de CTI, ventilação mecânica, medicações vasoativas (Dobutamina, Milrinone, Dopamina, Noradrenalina).

* a depender das condições de cada serviço

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ACIDENTES ESCORPIÔNICOS

Acidentes leves Acidentes Moderados Acidentes Graves

Dor localParestesiaFC discreta/e Agitação pela dor

Combater a dor:Bloqueio anestésico sem vasoconstritor (até 3 com intervalo de 1h) Analgésicos vo/parenteralObs. em UBDS por 4-6 h

Dor e Parestesia LocalAlguns episódios de vômitos*Agitação,*Sudorese,* FR, * FC,* PA*manifestações discretas, nem todas presentes

Dor e Parestesia localVômitos abundantesAgitação, Sonolência, Sudorese intensa, SialorréiaPA ou , FC ou , FR Arritmias cardíacasBroncorréia Podem não estar presentes, mascaradas pelo quadro sistêmico

Pode haver evolução paraEdema Pulmonar, Choque, Óbito

Referenciar a Hospitais que possuam SAV, tanto as crianças como osadultos, via Regulação Médica, o mais rápido possível, para observação mais rigorosa e avaliar necessidade de soroterapia específica.Quando o paciente for encaminhado, não se deve aplicar a pré-medicação, não se deve fazer expansão com soro endovenoso (cuidado! o coração pode já estar comprometido). A única coisa que deve ser feita é aliviar a dor, manter acesso venoso, oxigenioterapia se necessário e agilizar o mais possível a transferência.

Atenção: sempre pensar em acidente escorpiônico, mesmo sem a história ou a identificação do agente, diante de um paciente com quadro de vômitos súbitos, sem causa aparente, acompanhado de sudorese profusa e da pressão arterial. Em se tratando de crianças, choro contínuo e agitação são também dados importantes.

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