epidemiologia -prevenção quaternária

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Epidemiologia Geral Uma necessidade do Sistema Único de Saúde Prevenção quaternária na atenção primária à saúde: Prof. Dra. Maria Regina Fernandes de Oliveira Por João Tiago Rodrigues, Natalia Nery, Sabrina Brant e Vinicius Moreira Estudantes de graduação em Medicina Armando Henrique Norman e Charles Dalcanale Tesser Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(9):2012-2020, set, 2009

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Apresentação de artigo sobre Prevenção Quaternária na disciplina de Epidemiologia Geral, 1/2013. Medicina, Universidade de Brasília.

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Page 1: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Epidemiologia Geral

Uma necessidade do Sistema Único de Saúde

Prevenção quaternária na atenção primária à saúde:

Prof. Dra. Maria Regina Fernandes de Oliveira

Por João Tiago Rodrigues, Natalia Nery, Sabrina Brant e Vinicius Moreira

Estudantes de graduação em Medicina

Armando Henrique Norman e Charles Dalcanale TesserCad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(9):2012-2020, set, 2009

Page 2: Epidemiologia -Prevenção quaternária

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O que vem a ser a prevenção quaternária?

1

Page 3: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Primum non nocere

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Jamoulle, 1999

Adoecimento iatrogênico Dr. Marc Jamoulle

Intervencionismo diagnóstico

Medicalização desnecessária{

Relação médico-paciente

Sabedoria prática

Contextualização existencial}

Page 4: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Primum non nocere

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Page 5: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Primum non nocere

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Page 6: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Primum non nocere

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Jamoulle, 1999

Dr. Marc Jamoulle

Tá, mas por que QUATERNÁRIA?

Page 7: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Relembrando HNS

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Leavell + Clark, 1965

Prevenção primária

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O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Leavell + Clark, 1965

Prevenção secundária

Relembrando HNS

Page 9: Epidemiologia -Prevenção quaternária

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Leavell + Clark, 1965

Prevenção terciária

Relembrando HNS

Page 10: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Um novo nível de prevenção

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Não causar danos?

Tomografia Coleta de sangueColonoscopia

Medicações preventivas

Page 11: Epidemiologia -Prevenção quaternária

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Mas afinal, o que é doença mesmo?

Prevenindo doenças

Page 12: Epidemiologia -Prevenção quaternária

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Mas afinal, o que é doença mesmo?

Prevenindo doenças

Page 13: Epidemiologia -Prevenção quaternária

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Mas afinal, o que é doença mesmo?

Prevenindo doenças

Page 14: Epidemiologia -Prevenção quaternária

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Prevenção ou cura?

Fator de risco

Doença

Page 15: Epidemiologia -Prevenção quaternária

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Prevenção ou cura?

Fator de risco

Doença

Page 16: Epidemiologia -Prevenção quaternária

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Prevenção ou cura?

Quem define a doença, o médico ou o paciente?

Page 17: Epidemiologia -Prevenção quaternária

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Prevenção ou cura?

Quem define a doença, o médico ou o paciente?

Normalidade Doença

DoençaNormalidade

Page 18: Epidemiologia -Prevenção quaternária

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

Máximo de qualidade, mínimo de intervenção

RivotrilDomperidonaOmeprazolSinvastatinaMetoprololLosartanaLevotiroxina

Page 19: Epidemiologia -Prevenção quaternária

O que vem a ser a prevenção quaternária?1

A ética da negativa

Protocolos clínicosPadrões-ouroConsensos das especialidadesPadrões-ouroIndústria farmacêuticaLaboratóriosEngenharia biomédicaFormação hospitalocêntricaOpinião pública

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O que vem a ser a prevenção quaternária?1

A ética da negativa

PACIENTE

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O que vem a ser a prevenção quaternária?

1

Page 22: Epidemiologia -Prevenção quaternária

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O excesso de rastreamento e exames complementares.

2

Page 23: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Excesso de Rastreamento

O excesso de rastreamento e exames complementares2

# Rastreamento (Screening)

# Princípios para implementação de um rastreamento: Wilson e Jungner (1968)

# Crenças da população no screening

# Como a incerteza inerente à prática médica é manejada na prevenção quaternária?

# Sustentação científica: estudos caso-controle e coorte e a relação custo-benefício do screening

# Necessidade de um profissional atualizado e bem capacitado: medicina com base em evidências e a escolha da conduta adequada

Page 24: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Excesso de Rastreamento

O excesso de rastreamento e exames complementares2

# Rastreamento (Screening)

# Princípios para implementação de um rastreamento: Wilson e Jungner (1968)

# Crenças da população no screening

# Como a incerteza inerente à prática médica é manejada na prevenção quaternária?

# Sustentação científica: estudos caso-controle e coorte e a relação custo-benefício do screening

# Necessidade de um profissional atualizado e bem capacitado: medicina com base em evidências e a escolha da conduta adequada

Page 25: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Excesso de Exames Complementares

O excesso de rastreamento e exames complementares2

# Características técnicas dos testes

# Distorção do raciocínio clínico

# Prática médica especializada

# Formação HOSPITALOCÊNTRICA

# Pressão do senso comum e leigo sobre os médicos – supervalorização dos exames complementares

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O excesso de rastreamento e exames complementares.

2

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A medicalização dos fatores de risco.

3

Page 28: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Nova era na saúde pública e medicina

A medicalização dos fatores de risco3

Fatores de risco agora são considerados doenças

Conceito de fator de risco .Aspectos com evidência epidemiológica .Fatores associados positivamente ao desenvolvimento de doenças Estabelecimento de fatores de risco

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A medicalização dos fatores de risco3

hipertensão

Page 30: Epidemiologia -Prevenção quaternária

A medicalização dos fatores de risco3

Page 31: Epidemiologia -Prevenção quaternária

A medicalização dos fatores de risco3

# Enquanto fatores de risco estão cada vez mais sendo considerados equivalentes a doenças para propósitos de intervenção, o conceito de prevenção perde seu significado prático.

Page 32: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Mas por que isso?

A medicalização dos fatores de risco3

Fatores de risco não são necessários nem suficientes para que a enfermidade seja apresentada

Evitar a presença de fatores de risco diminui a frequência da doença mas não a exclui

Page 33: Epidemiologia -Prevenção quaternária

A medicalização dos fatores de risco3

No estabelecimento de um fator de risco:

.É válido extrapolar a epidemiologia do fator para todos os pacientes ou devemos praticar a medicina baseada na evidência que temos, individualizando cada paciente?

Tragédia clínico-epidemiológica Feinstein

Page 34: Epidemiologia -Prevenção quaternária

A medicalização dos fatores de risco3

Fator de risco = agente etiológico?

CAUSALIDADE X ESTATÍSTICA X MEDICINA

.Identificação errônea dos pofissionais .Quem fuma vai ter câncer? .Quem tem hipertensão vai ter algum problema coronariano?

Page 35: Epidemiologia -Prevenção quaternária

A medicalização dos fatores de risco3

Fator de risco: carro-chefe de uma atividade sanitária que vai da saúde pública ao tratamento do paciente

Ideologia preventistaLinguagem moralizante Ocultas sob a estatística

Page 36: Epidemiologia -Prevenção quaternária

A medicalização dos fatores de risco3

Fatores de risco têm pouco poder preditivo

Transformação de pessoas sãos em sãs preocupadas, sãs estigmatizadas, pseudo-enfermos

Processo que demanda e reitera a necessidade da prevenção quaternária.

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A medicalização dos fatores de risco.

3

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Como exercer a prevenção quaternária?

4

Page 39: Epidemiologia -Prevenção quaternária

1

Como exercer a prevenção quaternária4

Da arte de cuidar:

Considerar o paciente como um ser individual e mais que isso: humano

Avaliar suas necessidadese anseios.

Atenção centrada no paciente

Page 40: Epidemiologia -Prevenção quaternária

2

Como exercer a prevenção quaternária4

Medicina baseada em evidências

Utilização de métodos de tratamento comprovadamente eficazes e que levem em conta a opinião do paciente.

2.1 Tipos de evidências:

2.1.1 – DOE: Disease Oriented Evidence

Tratar aquilo que está claramente desequilibrado:- Glicemia- Colesterolemia- Pressão Arterial ex.: Terapia de Reposição Hormonal - Colesterol

Page 41: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Como exercer a prevenção quaternária4

Tipos de evidências:2.1

2.1.2 – POEM: Patient Oriented Evidence that Matters.

Terapia de Reposição Hormonal – ‘Resultados

Avaliar o ganho real da terapia escolhida para o paciente.

Page 42: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Medicina baseada em evidências2

Como exercer a prevenção quaternária4

Page 43: Epidemiologia -Prevenção quaternária

4 Como exercer a prevenção quaternária

3 Fortalecimento da atenção primária

Praticar a longitudinalidade

Exercitar o conceito de observação assistida ou demora permitida

Monitoramento de indivíduos com sinais inespecíficos

“Starsfield estime que 40% dospacientes que trazem um problema ao médico de família melhoram sem que seja estabelecido um diagnóstico específico”

Permitir que a possível doença se expresse de maneira ‘clara’ no número real de afetados.

Page 44: Epidemiologia -Prevenção quaternária

4 Como exercer a prevenção quaternária

3 Fortalecimento da atenção primária

Gérvas & Pérez-Fernández:

“A chave da prevenção quaternária é não iniciar acascata de exames, não classificar o paciente, nãoabusar do poder de definir o que é enfermidade,fator de risco e saúde. Há que se resistir tanto àpressão da corporação farmacêutica, tecnológicae profissional como também dos pacientes. Háque se desenvolver e estruturar uma ética negativa,baseada no contrato social implícito queexige do médico o comprimento de sua obrigação,mesmo que haja uma demanda insaciávelpara iniciar a cascata diagnóstica e preventivadesnecessária”.

Page 45: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Bônus: um contra-caso

Page 46: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Bônus: um contra-caso

O intervencionismo a favor

EASJ, 23 anos, M. Exame físico compatível com apendicite aguda.Leucocitose + proteína C reativa elevada

Ultrassonografia: inflamação regional e compatibilidade. CC agendado

Evolução pré-cirúrgica: melhora do quadro de dor e exclusão dos sinais prévios ao exame físico.

CT: pedido do paciente. Resultado: inflamação de omento.

Observação + alta na manhã seguinte

Page 47: Epidemiologia -Prevenção quaternária

EASJ, 23 anos, M. 2 meses depois, à consulta de acompanhamento com gastroenterologista:

Exame físico normal, laboratorial normal.

SOLICITAÇÃO: FEZES + COLONOSCOPIA.

O intervencionismo a favor

Bônus: um contra-caso

Page 48: Epidemiologia -Prevenção quaternária

E aí?

O intervencionismo a favor

Bônus: um contra-caso

Page 49: Epidemiologia -Prevenção quaternária

SIM.

O intervencionismo a favor

Bônus: um contra-caso

Page 50: Epidemiologia -Prevenção quaternária

Epidemiologia Geral

Uma necessidade do Sistema Único de Saúde

Prevenção quaternária na atenção primária à saúde:

Prof. Dra. Maria Regina Fernandes de Oliveira

Por João Tiago Rodrigues, Natalia Nery, Sabrina Brant e Vinicius MoreiraEstudantes de graduação em Medicina

Obrigado.