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Abril de 2010 1 MICHELE BACHELET É CONVIDADA PARA O 21º CONGRESSO DA CACB NOVO CONGRESSO NACIONAL Sinal verde para as reformas

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Edição 67 - Março de 2011 da publicação Empresa Brasil da CACB.

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Page 1: Empresa Brasil 67

Abril de 2010 1MICHELE BACHELET É CONVIDADA PARA O 21º CONGRESSO DA CACB

NOVO CONGRESSO NACIONAL

Sinal verde paraas reformas

Page 2: Empresa Brasil 67

2 Empresa BRASIL

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doEstado do Acre – FEDERACREPresidente: George Teixeira PinheiroAvenida Ceará, 2351 Bairro: CentroCidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado deAlagoas – FEDERALAGOASPresidente: José Geminiano Acioli JuremaRua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIAPresidente: José Arimáteia Araújo SilvaRua General Rondon, 1385 Bairro: CentroCidade: Macapá CEP: 68.900-182

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariaisdo Amazonas – FACEAPresidente: Valdemar PinheiroRua Guilherme Moreira, 281Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300

Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado daBahia – FACEBPresidente: Clóves Lopes CedrazRua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070

Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACCPresidente: João Porto GuimarãesRua Doutor João Moreira, 207 Bairro: CentroCidade: Fortaleza CEP: 60.030-000

Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais eIndustriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDFPresidente: José Sobrinho BarrosSCS Quadra 02 - Edifício Palácio do Comércio - 1º andarBairro: Setor Comercial Sul Cidade: Brasília CEP: 70.318-900

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Espírito Santo – FACIAPESPresidente: Arthur AvellarRua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEGPresidente: Deocleciano Moreira AlvesRua 143 - A - Esquina com rua 148,Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

Maranhão – Federação das Associações Empresariais doMaranhão – FAEMPresidente: Júlio César Teixeira NoronhaAv. Ana Jansen, 2 - QD 19 - SL 801Ed. Mendes Frota - Bairro: São Francisco Cidade: São Luis CEP: 65.076-730

Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais do Estado do Mato Grosso – FACMATPresidente: Pedro NadafRua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020

Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais doMato Grosso do Sul – FAEMSPresidente: Leocir Paulo MontagnaRua Quinze de Novembro, 390Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917

Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINASPresidente: Wander Luís SilvaAvenida Afonso Pena, 726, 15º andarBairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002

Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doPará – FACIAPAPresidente: Reginaldo FerreiraAvenida Presidente Vargas, 158 - 5º andarBairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000

Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais daParaíba – FACEPBPresidente: Alexandre José Beltrão MouraAvenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andarBairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doParaná – FACIAPPresidente: Rainer ZielaskoRua: Heitor Stockler de Franca, 356Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais de Pernambuco – FACEPPresidente: Djalma Farias Cintra JuniorRua do Bom Jesus, 215 – 1º andarBairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACPPresidente: José Elias TajraRua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207.Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: CentroCidade: Teresina CEP: 64.001-060

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJPresidente: Jésus Mendes CostaRua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: CentroCidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030

Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do RioGrande do Norte – FACERNPresidente: Sérgio Roberto de Medeiros FreireAvenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200

Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e deServiços do Rio Grande do Sul - FEDERASULPresidente: José Paulo Dornelles CairoliRua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andarPalácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110

Rondônia – Federação das Associações Comerciaise Industriais do Estado de Rondônia – FACERPresidente: Ednei Pereira dos SantosRua Dom Pedro II, 637 – Bairro: CaiariCidade: Porto Velho CEP: 76.801-151

Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais deRoraima – FACIRPresidente: Jadir Correa da CostaAvenida Jaime Brasil, 223, 1º andarBairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350

Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISCPresidente: Alaor Francisco TissotRua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540

São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado deSão Paulo – FACESPPresidente: Alencar BurtiRua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001

Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Estado de Sergipe – FACIASEPresidente: Sadi Paulo Castiel GitzRua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: CentroCidade: Aracaju CEP: 49.010-110

Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriaisdo Estado de Tocantins – FACIETPresidente: Jarbas Luís Meurer103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA -Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversifi cada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

DIRETORIA DA CACBBIÊNIO 2009/2011

PRESIDENTEJosé Paulo Dornelles Cairoli - RS

1º VICE-PRESIDENTESérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTESArdisson Naim Akel - PRArthur Avellar - ESFernando Pedro de Brites - DFJosé Geminiano Acioli Jurema - ALJosé Sobrinho Barros - DFLeocir Paulo Montagna - MSLuiz Carlos Furtado Neves - SCSadi Paulo Castiel Gitz - SEWander Luis Silva - MG

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAISJoão José de Carvalho Sá - BA

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOSDeocleciano Moreira Alves - GO

DIRETOR-SECRETÁRIOJarbas Luis Meurer - TO

DIRETOR-FINANCEIROGeorge Teixeira Pinheiro - AC

CONSELHO FISCAL TITULARESJadir Correa da Costa - RRPaulo Sérgio Ribeiro - MTSergio Roberto de Medeiros Freire - RN

CONSELHO FISCAL SUPLENTESAltair Correia Vieira - PAGilberto Laurindo - APRonaldo Silva Resende - RN

COORDENADOR DO PROJETO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL Ardisson Naim Akel - PR

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIAMaria Salette Rodrigues de Melo - PR

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIOEduardo Machado

COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO SOCIALNeusa Galli Fróesfróes, berlato associadas

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIALOlívia Bertolini Thais Margalho

COORDENADOR DO EMPREENDERCarlos Alberto Rezende

COORDENADOR NACIONAL DA CBMAEValério Figueiredo

COORDENADOR DO PROGERECSLuiz Antonio Bortolin

SCS Quadra 3 Bloco ALote 126Edifício CACB61 3321-131161 3224-003470.313-916 Brasília - DF

Site: www.cacb.org.br

Federações CACB

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Fevereiro de 2011 3

Se depender do Congresso Nacional, as reformas política e tri-butária vão ser prioridade no ano legislativo que começa ago-ra. Pelo menos foi o que mostrou um levantamento realizado pelo Instituto FSB Pesquisa com 340 deputados e senadores.

Os parlamentares citaram de forma espontânea duas pautas legislativas que consideram importantes para votar no primeiro semestre deste ano. O levantamento mostra que 65% apontaram a reforma política como priori-dade. Seguida pela reforma tributária, citada por 50% dos parlamentares.

O cenário do Congresso Nacional para a presidente Dilma Rousseff é

mais que favorável para que se avance nas propostas das reformas neces-

sárias para modernização da democracia do país. Sabemos que o governo

tem maioria absoluta no Congresso, além de ter no início do ano legislativo

mais oportunidades para avançar em temas tão importantes.

Foi assim com os presidentes Fernando Henrique Cardoso, em 1995,

e com Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. Neste ano, portanto, as agendas

da presidente Dilma e do Congresso são convergentes e apontam para as

reformas política e tributária. Aliás, as duas reformas foram compromissos

de campanha.

Mas nem tudo são boas notícias para nós. Comenta-se que também

poderá entrar na pauta do Congresso a proposta de redução da jornada

de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais – uma luta cujo posicio-

namento contrário já é conhecido há mais tempo.

Embora a CACB tenha se mobilizado e se mostrado contrária à re-

dução, o levantamento feito com os parlamentares mostra que 49% se

dizem favoráveis à medida. Os que são contra representam 31% e 20%

se disseram indecisos.

Se por um lado as boas novas apontam para os avanços das reformas

pelas quais há muito lutamos, por outro é preciso lembrar que vamos manter

a mobilização para estarmos prontos para defender a manutenção da jornada

de trabalho em 44 horas, uma medida que, ao contrário do que dizem os

que são a favor da redução para 40 horas, vai proteger os empregos e, por-

tanto, é a favor dos trabalhadores. A CACB está em alerta máximo.

Clima propício para as reformas

PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasile da Federasul

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4 Empresa BRASIL

3 PALAVRA DO PRESIDENTEO cenário do Congresso Nacional para a presidente Dilma Rousseff é mais que favorável. Chance para as reformas política e tributária, que foram promessas de campanha.

5 PELO BRASIL Santa Catarina planeja ampliar incentivos para atrair novos investimentos.

8 CAPACom maioria governista no Congresso Nacional, as reformas estruturais necessárias para o país avançar dependem apenas de um ato de vontade da presidente Dilma Rousseff.

14 CASE DE SUCESSO União das artesãs de Alagoas garante mais renda e novos negócios a uma das mais tradicionais atividades da região Nordeste.

16 GESTÃOO uso adequado do tempo é uma das habilidades que podem conferir uma boa vantagem nos dias de hoje. Não é por acaso que cada vez mais empresas investem na administração do tempo.

17 NEGÓCIOS O Brasil é a bola da vez na rota dos turistas internacionais. Dados divulgados pelo Banco Central, em janeiro, apontam que, em 2010, foi registrada a entrada recorde de US$ 5,9 bilhões por meio de gastos de turistas estrangeiros.

20 CONJUNTURAPesquisa do Ipea mostra que 55,5% das mulheres do país não têm conta bancária. Esses dados fazem parte de um estudo sobre bancarização do país divulgado em janeiro.

22 DESTAQUE FEDERAÇÕESCom o objetivo de melhorar a estrutura de competitividade das empresas e da população em geral, a CACB, em parceria com o Iesde, criou o projeto Escola Empresarial.

24 DESTAQUE CACBA convidada internacional do 21º Congresso da CACB, em Salvador (BA), será Michele Bachelet, ex-presidente do Chile.

26 DESTAQUE CBMAEA reforma do Código de Processo Civil é um dos temas que deverão mobilizar a Câmara dos Deputados no reinício do ano legislativo.

28 TENDÊNCIASMuitas vezes citadas, mas pouco acreditadas, as campanhas de conscientização sobre o consumo de sacolas plásticas começam a apresentar resultados animadores no Brasil.

30 BIBLIOCANTOBiografi a de Obama mostra a verdadeira dimensão da eleição de um negro num país declaradamente racista.

31 ARTIGOO empresário Claiton Galdino analisa o atendimento no comércio brasileiro.

ÍNDICE

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E Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróesfróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - [email protected] gráfi co: Vinícius KraskinDiagramação: Kraskin ComunicaçãoFoto da capa: Saulo Cruz / Agência CâmaraRevisão: Flávio Dotti CesaColaboradores: Angela Caporal, Karen Horn, Luana Feldens, Neusa Galli Froes, Olivia Bertolini, Thais MargalhoExecução: Editora Matita Perê Ltda.Comercialização: Fone: 51.3392.7932Avenida Chicago, 92. CEP: 90240-010 - Porto Alegre-RS

14 CASE DE SUCESSO

28 TENDÊNCIAS

8 CAPA

SUPLEMENTO ESPECIAL

Grandes eventos e inovaçãopautam agenda do Sebrae

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PELO BRASIL

Entidades do sul e norte promovem intercâmbio

O secretário da Fazenda, Ubiratan Rezende, participou, no início

de fevereiro, de reunião da diretoria da Federação das Associações Comer-ciais e Empresariais de Santa Catarina (Facisc). Recebido pelo presidente da entidade, Alaor Tissot, ele anunciou o reexame da política de benefícios fi scais do estado. “Extinguimos um benefício que valia apenas para 11 empresas ex-portadoras e estamos estudando novas medidas”, explicou.

O secretário analisou a econo-mia mundial e fez um paralelo com a economia catarinense. Lembrou que o crescimento chinês e a migração das produções industriais para aquele país prejudicam a geração de empregos em todo mundo e deu a receita. “Santa Catarina tem que investir em nichos

de mercado em que a China não está atuando, onde a sua mão de obra não está capacitada” , receitou.

O secretário destacou a importân-cia dos portos catarinenses e reforçou: “Não podemos retroceder na questão portuária”.

Santa Catarina planeja ampliar incentivos

Sul e norte do Brasil estiveram juntos para trocar experiências no fi nal do mês de janeiro. A Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Rondônia (Facer) recebeu Clovis Consoli e Gilson Zimmermam, da Federação da Associação Comercial de Santa Catarina (Facisc). O encontro teve como objetivo orientar a capacita-ção das empresas de dois núcleos se-toriais do Empreender: automecânica de Vilhena; e da indústria e confecções de Pimenta Bueno.

A iniciativa faz parte do programa do Sebrae nacional e tem como foco estabelecer alianças estratégicas na mobilização de recursos, competências

e conhecimentos. Além da promoção do acesso a mercados, o que gera um aumento da lucratividade. O progra-ma também promove a adequação, modernização e a ampliação do acesso a mercados locais, além de regionais e geração de novos postos de trabalho.

O secretário da Fazenda (SC), Ubiratan Rezende (E), em

apresentação na Facisc

Associação de Vitória defi ne agenda de 2011

Dedicar atenção especial ao planejamento e aos canais de co-municação não é uma preocupa-ção apenas das grandes associa-ções ou federações. A Associação Comercial de Vitória (Aciv) é um exemplo. Além de defi nir uma agenda repleta de palestras e seminários, a entidade começa o ano do seu 85º aniversário com o lançamento de um blog. O objetivo é divulgar as ações da entidade, abrir espaço para troca de ideias, além de promover a integração dos associados e mem-bros da diretoria.

A entidade também se destaca por reconhecer o trabalho do empresário local em prol do desenvolvimento regional. O prê-mio “Construtores do Progresso Vitorense”, promovido pela Aciv, é um evento tradicional na cidade.

Foto: Divulgação

Fevereiro de 2011 5

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6 Empresa BRASIL

PELO BRASIL

6 Empresa BRASIL

Gastronomia, mercado e oportu-nidades marcaram o ciclo de atividades que reuniu mais de 60 colaboradores das empresas integrantes do núcleo setorial de gastronomia em Toledo. A ação, promovida pela Associação Comercial e Empresarial (Acit), faz par-te do projeto Empreender Competiti-vo. Durante as atividades, os consulto-res Nelson de Castro Neto e Thiago Henrique Lopes palestraram sobre gastronomia, organização e a cozinha; oportunidades da gastronomia regional para o desenvolvimento do setor; e circuito gastronômico do Brasil.

Para Lopes, o mercado da gastrono-mia está em expansão no Brasil, o que estimula iniciativas como a da Acit. “Quem trabalha no setor são pessoas apaixonadas

que precisam de estímulo para se colocar de forma mais adequada no mercado.” Durante o ciclo de atividades, foram

realizados cursos sobre manipulação de alimentos, além de consultorias e ofi cinas de base de cozinha para empresários.

Gastronomia é tema de atividades no oeste do Paraná

Núcleo de gastronomia: setor é indutor de crescimento no Paraná

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A diretoria da Faems (Federação das Associações Empresariais do Mato Grosso do Sul), na primeira reunião do ano, no fi nal de janeiro, discutiu as eleições da nova diretoria (2011/2014) e o 2º Congresso da entidade que será realizado em maio em Ponta Porã. Durante a reunião, o presidente da entidade, Leocir Montagna, explicou as diretrizes do evento que começou a ser estruturado em dezembro do ano passado, em parceria com a prefeitura de Ponta Porã, governo do estado e outras entidades.

Ponta Porã será sede de Congresso da Faems

Foto

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A eleição da nova diretoria da Faems para o triênio 2011/2014 será realizada dia 16 de abril na sede da Associação Comer-cial e Industrial de Campo Grande. Para acompanhar o andamento dos trabalhos foi criada uma comissão prévia formada por Leocir Montag-na (Faems), Romualdo Diniz Salgado (Aced ,de Dourados) e Roberto Oshiro (Acicg, de Campo Grande).

Nova diretoria será eleita em abril

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Fevereiro de 2010 7

O Paraná é um dos estados brasi-leiros que ainda não regulamentaram em âmbito estadual a Lei Complemen-tar 123/2006, a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa que, além de outros benefícios, facilita o acesso das micro e pequenas empresas às compras públicas.

No fi nal de janeiro, o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), Rainer Zielasko, entregou ao secretário da Fazenda do Paraná, Luiz Carlos Hauly, um pedido ofi cial para a regulamentação e implantação da Lei Geral no estado.

“Hauly, como líder do Paraná na Câmara dos Deputados, foi um grande

defensor da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Agora, com ele no Executivo estadual, temos a certeza de que o Paraná será o próximo estado do Brasil a implantar efetivamente a legislação”, disse Zielasko.

Além de solicitar a implantação da lei na esfera estadual, a Faciap também vai usar a capilaridade do seu sistema para implantar e regulamentar a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa nos municípios paranaenses que ainda não o fi zeram. Hoje, cerca de 320 dos 399 municípios do Paraná já possuem Leis Gerais Municipais. Desses, 114 participam de um programa do Sebrae/PR que tem como objetivo promover o desenvolvimento, a partir da legislação.

Zielasko defende regulamentaçãoda Lei Geral no Paraná

Faciap incentiva Lei Geral em todo o Estado

Foto: Divulgação

A implementação da Lei Geral é também um compromisso da CACB. Desde agosto do ano passado, quando fi rmou um acordo com o Sebrae nacional, a entidade tem intensifi cado o trabalho de informação nos estados. A ideia é despertar nos empresários e no meio político a consciência sobre a im-portância da legislação. Tanto na esfera estadual como municipal, a adoção da Lei viabiliza o acesso a novos mercados, fomenta a inovação, gera desburocra-tização, incentiva a educação empreendedora, estimula o associativismo, abre acesso ao crédito e acelera a formalização dos empreendedores individuais.

Um compromisso da CACB

A Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Cona-je) – entidade parceira da CACB – divulgou, no fi m de janeiro, a sua agenda anual. O destaque é a 8ª edição nacional do Feirão do Imposto, que promove a conscientização da população sobre a alta carga tributária aplicada no país. Em 2010, mais de 80 cidades participaram simultaneamente do evento. A Conaje e seus movimentos coligados congregam mais de 33 mil jovens empreendedores com o objetivo de articular e divulgar práticas que fortaleçam e disseminem novos e sólidos negócios no país. A entidade, constituída em 2000, tem origem nos grupos de jovens empresários que, a partir de 1992, passaram a se reunir como Fórum Nacional de Jovens Lideranças Empresariais.

Conaje planeja 8ª edição nacional do Feirão do Imposto

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8 Empresa BRASIL

Composiçãodo novoCongressoNacionalfacilita asreformas

Relegadas ao esquecimento nos últimos oito anos, as reformas estruturais estão novamente na agenda do Congresso Nacional. Com maioria nas duas Casas, a presidente Dilma Rousseff manifestou a intenção de dar início a um novo processo. “São necessárias mudanças que fortaleçam o sentido programático dos partidos brasileiros e simplifi quem o sistema tributário”, destacou em discurso no dia 2 de fevereiro.

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Um Congresso amplamente favorável ao governo vai balizar a nova legislatura que se iniciou no dia 1º deste mês. Essa nova correlação de forças, segundo o sociólo-

go e cientista político Fernando Lattman-Weltman, espe-cialista em mídia e política do CPDOC da Fundação Ge-tulio Vargas, poderá favorecer a discussão sobre a série de reformas que estão sendo exigidas pela sociedade.

“Dada a ampla maioria governista no Congresso, as reformas dependem apenas de um ato de vontade da presidente Dilma Rousseff. Somente se a presidente não quiser não teremos reformas”, afi rma Weltman.

No novo Congresso Nacional, os dez partidos que fi zeram parte da coligação petista (PT, PMDB, PDT, PRB, PTN, PSC, PR, PTC, PSB, PC do B) somam 311 deputa-dos e 50 senadores, número sufi ciente para aprovar mu-danças na Constituição que exigem três quintos da com-posição de cada Casa – 308 deputados e 49 senadores.

O PT, com 88 parlamentares, terá a maior bancada da Câmara dos Deputados, superando o PMDB. Este parti-do, que vinha se mantendo com o maior número de re-presentantes nas últimas legislaturas, aparece em segundo, com 79. Os partidos de oposição PSDB e DEM somam 53 e 43 cadeiras, respectivamente. O PR e o PP também conseguiram eleger mais de 40 deputados cada um.

No Senado, o PT conseguiu ampliar sua bancada. Foram eleitos 11 senadores em 11 estados. O partido terá 14 representantes – seis a mais que na legislatura anterior. O PMDB ampliou de 17 para 20.

Os dois partidos de oposição – DEM e PSDB – perde-ram espaço. Serão 12 senadores a menos. O DEM elegeu dois senadores, mas perdeu sete. O PSDB perdeu cinco.

Além dos novos candidatos eleitos, suplentes tam-bém assumiram no lugar de senadores que ainda tinham quatro anos de mandato, mas foram eleitos governa-dores nestas eleições – caso de Santa Catarina, Espírito Santo, Acre e Rio Grande do Norte.

Agenda legislativaA nova legislatura começa com uma prática antiga:

o trancamento das votações por causa de MPs. Entre elas, a que fi xa em R$ 540 o salário mínimo a partir de 1º de janeiro. O resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) levou o governo fe-deral a rever o aumento do salário mínimo e estabe-

lecer um novo aumento. Com isso, o teto passaria de R$ 540,00 para R$ 545,00.

Em 2011, o Congresso Nacional terá uma pau-ta variada e recheada de projetos do Executivo para apreciar nos primeiros seis meses do governo Dilma Rousseff. Deverão ser debatidos nesse período desde o salário mínimo até a prometida reforma política.

Um deles é o projeto de lei que estabelece novas re-gras para o pagamento de royalties decorrente da explora-ção de petróleo na camada pré-sal a estados e municípios.

No ano passado, o tema gerou uma enorme dis-puta federativa. A proposta enviada ao Congresso em dezembro pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não foi negociada com a base aliada nem com os maiores interessados: os prefeitos e governadores.

O governo tem pressa em aprovar esse projeto, por-que enquanto não houver uma regra clara sobre a distri-buição de royalties não será possível realizar os primeiros leilões das áreas do pré-sal sob o modelo de partilha.

Na Câmara, pelo menos uma matéria já tem data para ser votada: o novo Código Florestal. O tema será colocado em votação na primeira quinzena de mar-ço. Durante a campanha eleitoral, a presidente Dilma afi rmou que, do jeito como o projeto havia sido apro-vado, inspirava preocupações e que, se eleita, pediria que houvesse uma revisão das regras.

Promessa de vários ex-presidentes, mas que nunca saiu do papel, a reforma política volta a ser discutida. Apesar da pouca ênfase reservada ao tema em seu discurso no Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff a incluiu entre as prioridades.

“São necessárias mudanças que fortaleçam o sentido programático dos partidos brasileiros e aperfeiçoem as instituições, permitindo mais transparência ao conjunto de atividades públicas”, destacou. Sobre a reforma tribu-tária, resumiu: “A reforma tributária é também tema es-

Em seu discurso no Congresso

Nacional, a presidente Dilma

Rousseff incluiu as reformas política e tributária entre as

prioridades

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Sena

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10 Empresa BRASIL

CAPA

sencial, a fi m de que sistema tributário seja simplifi cado, racionalizado e modernizado”.

Dilma também deve enviar logo propostas legisla-tivas para impulsionar o combate à pobreza extrema e cumprir sua promessa de erradicar a miséria. Nos pri-meiros meses do ano, Executivo e Legislativo também têm interesse que sejam aprovadas medidas que rees-truturem o sistema de prevenção de catástrofes naturais para evitar tragédias como a que devastou a região ser-rana do Rio de Janeiro.

Uma herança de 24 MPsO novo Congresso herdou 24 Medidas Provi-

sórias recebidas do Executivo. A maioria é resquício da gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Como as MPs têm poder de segurar outras votações após 45 dias de sua edição, o Planalto acaba ditando o ritmo no Congresso.

“O Executivo tem poder quase imperial sobre o Congresso”, disse o cientista político Leonardo Barre-to, pesquisador da UnB. “Hoje é a MP, antes eram os decretos-lei. O Executivo estabelece o que vai ser pauta no Congresso. Não signifi ca Congresso subalterno, mas a agenda é determinada pelo Executivo”, diz Barreto.

No ano passado, das 114 propostas aprovadas pela Câmara dos Deputados, 22 foram MPs. Pode parecer pouco, mas vários projetos de lei também tiveram origem no Executivo. Trataram da regulamentação da produção e exploração do petróleo da camada pré-sal, que tramitou em 2010. No total, 13 PLs foram aprovados. Os “decre-tos legislativos” aparecem em grande número, num total de 67, mas são restritos a acordos internacionais.

De acordo com o levantamento realizado pela Câmara dos Deputados, que corresponde a apenas os últimos qua-tro anos, 2007 bateu o recorde de MPs aprovadas, com 61, seguido de 2008 (51) e 2009 (26). (Agência Reuters)

No novo Congresso Nacional, base governista pode aprovar mudançasna Constituição

Foto Rodolfo Stuckert/Agência Câmara

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No Senado, o peemedebista José Sarney (AP) foi reeleito para o seu quarto mandato, enquanto na Câmara o deputado Marco Maia (PT-RS) obteve a maioria dos votos e vai comandar a Casa nos próximos dois anos.

Com as maiores bancadas no Senado, PT e PMDB mantiveram sob controle dos aliados os principais cargos. As conversas também envolvem as presidências de comissões temáticas na Casa. PSDB e DEM, sem assentos

na Mesa, deverão fi car com as comissões de Infraestrutura e Agricultura.

Fevereiro de 2011 11

Quem comandará a Câmara e o Senado

A nova Câmara dos Deputados■ Fragmentação recorde - A Câmara terá 22 partidos representados. É o número mais elevado desde a volta do pluripartidarismo, no início da década de 80.Na Colômbia, há 12 partidos com deputados eleitos. No Chile, 8. No México, só 7. Já a exótica e em crise eterna Argentina tem 35 blocos políticos no Congresso.

■ Concentração - 8 dos 22 partidos com deputados eleitos receberam 75,4% dos votos.

■ Nanicos - O Brasil tem hoje 27 partidos. Os cinco que não elegeram deputados tiveram, juntos, 0,6% do total de votos para a Câmara.

■ PMDB grande - Desde 1986, nunca um partido havia eleito deputados em todas as 27 unidades da Fede-ração. No ano passado, o PMDB foi o único a repetir a façanha. O PT terá representantes de 23 Estados e do Distrito Federal.

(Fonte: Fernando Rodrigues, Folha de S.Paulo)

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Marco Maia (PT-RS)

José Sarney(PMDB-AP)

Page 12: Empresa Brasil 67

12 Empresa BRASIL

BancadasCâmara dos Deputados

Base governista: 388 cadeiras

PT (88), PMDB (78), PP (44), PR (40), PSB (34), PDT (26), PTB (22), PSC (17), PCdoB (15), PRB (8), PMN (4), PTdoB (4) PHS (2), PRP (2), PRTB (2), PSL (1) e PTC (1)

Oposição: 108 cadeiras

PSDB (53), DEM (43), PPS (12)

Partidos neutros: 17 cadeiras

PV (14) e PSOL (3)

Senado

Base governista: 63 cadeiras

PMDB (20), PT (15), PTB (6) PP (5), PR (5), PDT (4), PSB (3), PCdoB (2), PRB/PMN/PSC (1)

Oposição: 16 cadeiras

PSDB (10), DEM (5)

Neutros: 2 cadeiras

PPS (1) e PSOL (1)

As reformas política e tributária deixarão de ser me-ras promessas de campanha para se tornar uma priori-dade em 2011. Foi o que revelou o levantamento efe-tuado pelo Instituto FSB Pesquisa, de Brasília, com 340 deputados e senadores do novo Congresso Nacional.

Segundo o estudo, 65% apontaram a reforma política como prioridade. Citada por 50% dos parla-mentares consultados, a reforma tributária vem em se-gundo lugar. Em seguida, aparecem o projeto do novo Código Florestal (11%), a reforma trabalhista (7%) e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300, que estabelece um piso nacional de R$ 3,2 mil a policiais e bombeiros do país.

Dos parlamentares entrevistados, 71% declararam que a carga tributária deveria ser reduzida urgentemen-te. Apenas 1% defenderam o aumento dos impostos para fi nanciar políticas públicas. Apesar disso, 29% se mostraram a favor da criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS). A ideia porém foi rejeitada por 56% dos senadores e deputados, enquanto 15% se declararam indecisos sobre a criação do novo tributo.

A proposta de redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais também dividiu o novo Congresso. Quase metade dos parlamentares (49%) é favorável à medida. Os contrários ao projeto representam 31%, 20% se disseram indecisos.

Maioria é favorável às reformas

Líderes dos partidosNo Senado:

Renan Calheiros (PMDB)Humberto Costa (PT)Gim Argello (PTB)Francisco Dornelles (PP)Magno Malta (PR)Acir Gurgacz (PDT)Antonio Carlos Valadares (PSB)Inácio Arruda (PCdoB)Álvaro Dias (PSDB)Demóstenes Torres (DEM)

Na Câmara:

Paulo Teixeira (PT)Henrique Eduardo Alves (PMDB)Lincoln Portela (PR)Ana Arraes (PSB)Giovanni Queiroz (PDT)Jovair Arantes (PTB)Ratinho Junior (PSC)Osmar Junior (PCdoB)Duarte Nogueira (PSDB)ACM Neto (DEM)Rubens Bueno (PPS)Sarney Filho (PV)

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Fevereiro de 2011 13

■ Apoio a empresas localizadas no Rio de Janeiro

■ Crédito para os municípios atingidos pelas chuvas

■ Data das atividades do médico-residente e paga-mento de gratifi cação para servidores da Advoca-cia-Geral da União.

■ Cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospita-lares S/A

■ Doação de estoques públicos de alimentos para assistência humanitária internacional

■ Cria cadastro de adimplentes

■ Institui regime especial de incentivos para o de-senvolvimento de usinas nucleares

■ Estabelece o salário mínimo a partir de 1º de janeiro de 2011

■ Abre crédito extraordinário em favor da Jus-tiça do Trabalho e de outros órgãos do Poder Executivo

■ Alterações no programa Minha Casa, Minha Vida

■ Investimentos em estradas federais, portos e al-terações no Seguro Habitacional do Sistema Finan-ceiro de Habitação

■ Incentivos fi scais para o desenvolvimento regio-nal e da indústria automotiva

■ Garantia de fi nanciamento do Trem de Alta Ve-locidade

■ Desoneração tributária para fomento das ativida-des de pesquisa tecnológica e incentivo para cons-trução, ampliação, reforma ou modernização de estádios de futebol

■ Franquia Postal

■ Crédito extraordinário para o Ministério da Educação

■ Estabelece sanção disciplinar para a violação de sigilo fi scal

■ Sanção para violação de sigilo fi scal

■ Recurso adicional para o BNDES

■ Alterações na Embrapa

■ Consórcio Autoridade Pública Olímpica

■ Altera o Programa Bolsa Atleta e cria os progra-mas Atleta Pódio e Cidade Esportiva

■ Subvenção econômica ao BNDES

Principais pontos da Reforma Política

■ Financiamento público de campanha

■ Voto distrital ou lista fechada

■ Contribuição nas campanhas

■ Limitação de valores gastos nas campanhas

■ Fim dos senadores suplentes e da convocação de suplentes em período de recesso

Principais pontos da Reforma Tributária

■ Alteração dos critérios de divisão dos tributos en-tre União, estados e municípios

■ Substituição da Cofi ns

■ Redução do ICMS interestadual

■ Fim da guerra tributária entre os estados

■ Redução da contribuição patronal ao INSS

O que o Congresso vai votar

Congresso herdou 24 Medidas Provisórias, a maioria da gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da SilvaFo

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14 Empresa BRASIL

Mãos ágeis e visão empreendedora

Quando a união faz a força e transforma negócios frágeis em consistentes, as expectativas de crescimento ganham novo ritmo, transformando o cenário

e trazendo novas perspectivas. Foi o que aconteceu com as mulheres artesãs de Alagoas.

Trabalhos produzidos a partir da palha, cerâmica, madeira, couro, casca de coco, fi bra da bananeira e bor-dados em geral fazem do artesanato de Alagoas um dos mais ricos e variados do Nordeste. Em sua maioria, é confeccionado por pessoas simples e serve como fonte de renda para diversas comunidades do estado.

Um grupo de artesãs de Marechal Deodoro, dis-tante 36km de Maceió, é exemplo de como mãos ágeis e visão empreendedora. junto com força de vontade, podem contribuir de forma signifi cativa para o desenvolvimento do município. Com a ajuda da As-sociação Comercial de Maceió, através do programa Empreender, as artesãs se organizaram e criaram até uma associação própria com o objetivo de disseminar

a tradição e a beleza do artesanato nordestino. Com o apoio de uma consultoria empresarial da

AcMaceió, participaram de capacitações nas áreas de vendas, atendimento e gestão empresarial. Há três meses, criaram uma feira no principal ponto turístico da cidade – a praia do Francês. A iniciativa, que benefi cia mais de 30 artesãs integrantes do núcleo, proporciona aos outros empreendedores locais um meio para co-mercializar seus produtos.

Para a coordenadora do programa Empreender no estado, Cléa Carvalho, a participação do poder público é vital para o sucesso de iniciativas como esta. “Mais Prefeituras deveriam seguir o exemplo de Ma-rechal Deodoro, que nos recebeu de braços abertos, facilitando muito nosso trabalho”, sugere.

A feira “Arte Nossa” é uma ferramenta muito im-portante para o desenvolvimento socioeconômico da região, visto que possibilita a abertura de novos mer-cados, movimentando a economia, melhorando a vida de milhares de pessoas, diz Cléa.

O sucesso: a formação de umgrupo disposto a aprender e lutarfoi fundamental

Grupo de artesãs de Marechal Deodoro, a 36km de Maceió, é exemplo de que com planejamento, capacitação e motivação é possível alcançar o êxito

CASE DE SUCESSO

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Fevereiro de 2011 15

Um sonho planejadoO processo de venda antes da união das artesãs

era improdutivo e incerto, conta Ana Lúcia da Silva. “Antes negociávamos nossos produtos com feiras de artesanato da capital, e hoje dispomos de um espaço com estrutura adequada para atender os nossos clien-tes, proporcionando um retorno bem maior, tanto em termos fi nanceiros como de divulgação de nosso tra-balho, algo impensável antes da feira”, informa.

As artesãs investiram no novo projeto, que levou um ano para ser implantado. Hoje o empreendimento possui 21 tendas, banheiro químico e amplo espaço para circulação onde as peças produzidas são expostas, fazendo uma decoração natural do local. São benefi cia-das diretamente mais de 61 artesãs do município, que tem como destaque a produção do Filé.

Para a consultora Conceição Peixoto, o suces-so das artesãs de Marechal é uma consequência de planejamento, capacitação e motivação, e qualquer segmento pode ter o mesmo êxito seguindo essas diretrizes. “Quando começamos os trabalhos de planejamento e qualifi cação já existia um grupo em busca de um propósito e disposto a aprender e lutar por ele, isso foi surpreendente e fundamental para o sucesso do trabalho”, diz.

Segundo as artesãs, a próxima meta é articular reu-nião com as operadoras de turismo do estado para in-cluir a feira como parada obrigatória no roteiro de guias e programadores de eventos. “Este é nosso próximo sonho e temos a certeza de que juntas vamos conse-guir”, defi niu a artesã Loredana Iulli.

Artesãs criaram associação para disseminar a tradição e a beleza do artesanato nordestino

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Quando começamos os trabalhos de planejamento e qualifi cação já existia um grupo em busca de um propósito e disposto a aprender e lutar por ele, isso foi surpreendente e fundamental para o sucesso do trabalhoConceição Peixoto

Page 16: Empresa Brasil 67

16 Empresa BRASIL

GESTÃO

Empresas investemna administração do tempo

O uso adequado do tempo é uma das habilidades que podem conferir uma boa vantagem nos dias de hoje. Não é por acaso que uma das profi ssões

mais prósperas é justamente a de especialistas em ges-tão do tempo. Livros, palestras, sites e até mesmo softwares mostram como organizá-lo e ser mais produti-vo tanto nas atividades profi ssionais como na vida familiar.

Pioneira no Brasil na área de administração do tem-po, a PowerSelf, de Porto Alegre, criada em 1996 pelo engenheiro eletrônico Jaime Wagner, já treinou mais de 13 mil profi ssionais de empresas como Gerdau, General Motors e Refi naria Alberto Pasqualini (Refap).

Autor de livros como “A Arte de Planejar o Tem-po” (2003) e “O Entregador de Sonhos – Refl exões de um Empreendedor” (2005), Wagner relaciona a arte de viver bem à organização do tempo. “Tudo o que você prioriza é o que mais vai ter para si”, diz o especialista. “Quem não se planeja e reclama da falta de tempo nun-ca vai tê-lo”, ensina.

Para que se tenha sucesso profi ssional, segundo Wag-ner, é preciso fazer um planejamento diário e organizar o tempo de acordo com suas prioridades. “Muitos têm medo de perder tempo e executam suas atividades com ansiedade, o que reduz a qualidade do trabalho”, ensina.

Mas como mudar a mente de uma pessoa condi-

cionada aos padrões de velhos hábitos? Para Wagner, é preciso disciplina para agir de forma diferente. Com base no psicólogo William James (1842–1910), ele diz que de-pois de agir durante 21 dias de forma diferente é possível introduzir um novo hábito. Para melhor monitorar as ati-vidades, os compromissos devem ser anotados com ho-rário no calendário, enquanto as tarefas e demais ações na agenda, sem ultrapassar entre 5 a 10 itens por dia. Outra lição é saber agendar. Ou seja, não fazer tudo imediata-mente, pois nem sempre o que é simples é rápido.

Wagner, que também coordena a divisão de tec-nologia da Federasul, avalia que para um planejador do tempo convém organizar suas atividades sempre no fi nal da tarde de sexta-feira ou na manhã de segunda-feira. Nesses horários é possível fazer uma avaliação mais precisa da semana que passou e planejar a próxi-ma, com foco no longo prazo e no equilíbrio pessoal.

Para melhor ajustar-se ao tempo dos interessados, a Powerself oferece cursos com durações diferencia-das, de 32, 16 e 8 horas, que incluem um sistema de planejamento pessoal e diário, com ferramentas como listas de tarefas e agendas.

Com dez funcionários, a empresa, em 2010, teve um crescimento de 40% em seu faturamento em compara-ção ao ano anterior – o mesmo índice previsto para 2011. Atualmente, a PowerSelf atende cerca de 200 empresas.

Wagner: “É preciso

disciplina para agir de forma

diferente”

“ ”Muitos têm medo de perder tempo e executam suas atividades com ansiedade, o que reduz a qualidade do trabalho

16 Empresa BRASIL

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INFORME DO SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

FEVEREIRO/2011 – WWW.SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800

Foto: Paulo Lacerda

Sebrae incentiva a regulamentação e a prática da Lei da Micro e Pequena Empresa em todo o País. A instituição defi niu a municipalização da lei entre as suas prioridades

Copa e Olimpíadas vão exigir dos empresários maior investimento em inovação e qualifi cação para aproveitar a oportunidade de novos negócios

Grandes eventos e inovação pautam agenda do Sebrae

Lei Geral é adotada em mais de 50% dos municípios brasileiros

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2 EMPREENDER // SEBRAE

/ /Desa f ios / /

“PRECISAMOS MELHORAR AINDA MAIS A QUALIDADE

DO ATENDIMENTO PRESTADO, INTEGRANDO DIFERENTES PRODUTOS E AÇÕES, PARA

FIDELIZAR OS NOSSOS CLIENTES”, ASSINALA LUIZ

BARRETTO, NOVO PRESIDENTE DA INSTITUIÇÃO

As micro e pequenas empre-sas (MPE) estão diante de um enorme desafi o. A realização de grandes eventos nos próximos

anos, como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, vai exigir dos empre-sários investimentos cada vez maiores em inovação e qualifi cação para aproveitar as novas oportunidades de negócios.

Essa é a avaliação do novo presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Luiz Barretto. “Nossa intenção é dar continuidade ao que foi feito nos últimos anos, prosseguir nos avanços e preparar a instituição e as micro e pequenas empresas para o futuro, que já bate à nossa porta”, afi rma.

As MPE somam 5,9 milhões de em-preendimentos e, de janeiro a novembro do ano passado, foram responsáveis por 72% dos 2,5 milhões de empregos formais criados, segundo dados do Ministério do Trabalho.

De acordo com o presidente do Se-brae, o número de empreendedores ten-

de a aumentar com o Empreendedor In-dividual. Desde que entrou em vigor, em julho de 2009, a lei que criou a nova fi -gura jurídica permitiu a regularização de quase 910 mil trabalhadores por conta própria. Só em janeiro deste ano foram quase 90 mil formalizações, e a meta na-cional do programa é formalizar 500 mil profi ssionais até o fi m de 2011.

Para Luiz Barretto, os desafi os avan-çam na mesma proporção em que cresce o número de empreendedores. Em 2011, mais de 1,1 milhão de empresários de-vem ser atendidos pela instituição. “Pre-cisamos melhorar ainda mais a qualida-de do atendimento prestado, integrando diferentes produtos e ações, para fi deli-zar os nossos clientes. Vamos também continuar buscando soluções de vanguar-da com foco na competitividade”, assinala.

Apesar de representarem 99,1% do número de empresas, os micro e peque-nos negócios contribuem com cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) na-cional. A saída para elevar essa participa-

GRANDES EVENTOS E INOVAÇÃO PAUTAM AGENDA DO SEBRAEPara Luiz Barretto, novo presidente do instituição, os desafi os avançam na mesma proporção em que cresce o número de empreendedores

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Fevereiro de 2011 3

Presidente do Conselho Deliberativo Nacional,Roberto Simões(E); Diretor-Presidente, Luiz

Barretto; Diretor-Técnico, Carlos Albertodos Santos, e Diretor de Administração e

Finanças, José Claudio dos Santos

ção é investir em inovação para elevar a produtividade. Esse será o principal foco da instituição nos próximos três anos, quando serão investidos R$ 787 milhões no Sebraetec, principal programa para le-var inovação e tecnologia para empresas de pequeno porte.

//Políticas públicas A disseminação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa também está entre as prioridades da instituição para 2011. “Nas políticas públicas, continuaremos a defen-der a bandeira da Lei Geral e vamos lutar por ações efetivas. Trabalharemos para tirá-la defi nitivamente do papel. Além de apoiar a sua regulamentação, cobraremos das pre-feituras políticas de desburocratização, de incentivo às compras governamentais aos negócios de pequeno porte, de acesso às novas tecnologias e aos tantos benefícios proporcionados por uma legislação moder-na e abrangente”, afi rma Barretto.

A instituição também vai atuar para apro-var no Congresso Nacional o projeto que altera a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (PLP 591/10), desarquivado no início de fevereiro. O texto prevê o aumento do teto da receita bruta anual das empresas para inclusão no Simples Nacional, de R$ 2,4 milhões anuais para R$ 3,6 milhões, e o limite de faturamento do Em-preendedor Individual, de R$ 36 mil para R$ 48 mil ao ano. O projeto também permite a inclusão de novas categorias econômicas no Simples Nacional e o parcelamento de débi-tos tributários de empresas no sistema.

//Pontos de atendimento São várias as formas de acesso às informa-ções e serviços do Sebrae. Em 2010, mais de 17 milhões de brasileiros acessaram o

portal da instituição (www.sebrae.com.br), quase o dobro do volume registrado em 2009. A Central de Relacionamentos Se-brae (0800 570 0800) realizou no ano passado 2,3 milhões de atendimentos tele-fônicos. Os empreendedores podem ainda procurar os mais de 750 mil pontos presen-ciais espalhados por todo o País.

“Temos muito a contribuir diante da enorme capilaridade e capacidade técni-ca do Sebrae. Para isso, iremos fortalecer e aperfeiçoar as nossas ações e projetos. Uma das formas de incentivar a competi-tividade e o empreendedorismo neste país é apoiar os arranjos produtivos locais, de todos os setores econômicos. O Sebrae age capacitando, modernizando e tornan-do competitivas as MPE, pois são elas que ajudam a transformar econômica e social-mente o Brasil”, afi rma o presidente do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, Roberto Simões. E

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4 EMPREENDER // SEBRAE

/ /Agenda Sebrae/ /

PARA BARRETTO, AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS SÃO

GRANDES GERADORAS DE OPORTUNIDADE E RENDA

BARRETTO DESTACA PAPEL DAS MPE NO DESENVOLVIMENTO DO PAÍSA importância dos pequenos negócios também foi destacada pelo ex-presidente Paulo Okamotto

A importância das micro e peque-nas empresas para a economia brasileira foi destacada durante a posse da nova diretoria do Sebrae

e da presidência do Conselho Deliberativo Na-cional. Em cerimônia realizada em fevereiro, em Brasília, o novo presidente da instituição, Luiz Barretto, afi rmou que os negócios de mi-cro e pequeno porte somam quase 6 milhões de empresas no país e empregam 53% da for-ça de trabalho formal.

“As micro e pequenas empresas são as grandes geradoras de oportunidades de em-prego e renda e também o motor do nosso mercado interno. E esse papel se torna ain-da mais importante em momentos espe-ciais, como o que estamos vivendo no Brasil”, disse, em seu discurso.

A presidência do Sebrae foi transmitida a Barretto pelo ex-presidente da instituição, Paulo Okamotto. A cerimônia também mar-cou a transmissão do cargo de presidente do Conselho Deliberativo Nacional, que passou de Adelmir Santana para Roberto Simões. Os diretores Carlos Alberto dos Santos (diretoria-técnica) e José Claudio dos Santos (diretoria de administração e fi nanças) foram recondu-zidos aos cargos ocupados na gestão anterior.

O evento contou com a participação de governadores, ministros, parlamentares, em-baixadores, representantes do Executivo e de dirigentes e colaboradores do Sistema Sebrae.

Além dos diretores e ex-diretores da instituição, compuseram a mesa de apre-sentação os governadores Agnelo Queiroz (Distrito Federal) e Antônio Anastasia (Mi-nas Gerais), o ministro do Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT/RS).

A importância das micro e pequenas empresas também foi destacada pelo ex-pre-sidente do Sebrae, Paulo Okamotto. “Acredito que é preciso distribuir conhecimento, opor-tunidade e poder. E as micro e pequenas em-presas são uma forma muito importante de fazer isso, de criar oportunidades para todos.”

Empossado na presidência do Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, Roberto Si-mões lembrou que ainda há um longo cami-nho a percorrer. “Enquanto os pequenos res-pondem por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil, na Argentina chega a 60%. Já se fez muito, mas ainda há muito a fazer para tornar o ambiente ainda mais favorá-vel. Isso depende do nosso esforço”, afi rmou.

Já o ministro Fernando Pimentel destacou que a instituição terá o apoio do ministério para desenvolver seus projetos. “Precisamos reconhecer o papel da MPE no desenvolvimen-to da economia. A força e a pujança das micro e pequenas empresas mostraram que o Brasil não só precisa como quer e requer o apoio de-las”, disse Pimentel. E

De acordo com Barretto, a meta é dar continuidade ao que foi feito nos últimos anos, prosseguir nos avanços e preparar a instituição e as micro e pequenas empresas para o futuro

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/ /Le i Gera l / /

LEI GERAL CHEGA A 50% DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROSLegislação da micro e pequena empresa já está regulamentada em 2.783 cidades, que concentram maioria da população do país

A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/06) está regulamentada em 50,01% dos municípios. Das

5.565 cidades brasileiras, 2.783 já contam com o dispositivo. Elas concentram 68,75% da população do país e 68,98% das empre-sas do Simples Nacional.

Das 5,9 milhões de micro e pequenas empresas existentes no Brasil, mais de 4,6 milhões recolhem tributos pelo Simples Nacional, sistema criado pela Lei Geral. Mato Grosso e o Espírito Santo estão com 100% dos seus municípios com a lei regu-lamentada. Santa Catarina e Rio de Janei-ro têm, respectivamente, 97,95% e 94,57% das suas cidades com a legislação.

Em outros nove estados o cenário também é otimista. São eles: Paraná (79,70%), Tocantins (74,82%), Rio Grande do Norte (70,66%), Alagoas (68,63%), Rio Grande do Sul (66,53%), Ceará (61,96%), Rondônia (59,62%), Mato Grosso do Sul (55,13%) e Bahia (52,76%).

// PrioridadeO Sebrae incentiva a regulamentação e a pratica da Lei Geral. A instituição defi niu a municipalização da lei entre suas priorida-des e, para atingir esse objetivo, estabele-ceu parcerias com entidades municipalis-tas e tribunais de contas.

Para o gerente de Políticas Públicas do Sebrae, Bruno Quick, a marca de 50,01% dos municípios com a lei regulamentada comprova a ação acertada do Sebrae e demais atores envolvidos no processo e a própria importância do tema. “O índice é de grande simbolismo, especialmente levan-do-se em conta que num país democrático como o Brasil as decisões são tomadas pela maioria. A lei foi acolhida e já é bandeira da maioria dos municípios”, assinala.

A Lei Geral já está implementada em 100% dos

municípios capixabas

A MUNICIPALIZAÇÃO DA LEI GERAL É UMA DAS PRIORIDADES DO SEBRAEE

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6 EMPREENDER // SEBRAE

/ / Incêndio e superação//

PREJUÍZO DE ESCOLAS CARIOCAS PODE CHEGAR A R$ 20 MILHÕESPerdas são irreparáveis e atingem micro e pequenas empresas envolvidas na cadeia produtiva dos desfi les de Carnaval

As escolas de samba cariocas afetadas pelo incêndio no iní-cio de fevereiro, que consumiu os barracões da União da Ilha

e da Grande Rio. Também foram atingi-das partes dos barracões da Portela e da sede da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa). A cadeia produtiva dos desfi les reúne mais de 500 empresas fl uminenses (a maioria de micro e pequeno porte), que empregam 1,2 mil pessoas. Na Cidade do Samba, são gerados 6 mil postos de trabalho diretos.

O dono da ‘Vilmar do Espelho’, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, já fez suas contas. A pequena vidraçaria, que empre-ga quatro pessoas, vai perder R$ 150 mil por conta do incêndio. Fornecedor do Car-naval há 20 anos, ele diz que de outubro a fevereiro o faturamento aumenta dez ve-zes. “Nem sei direito como vou fazer, mas acredito que tudo se resolva. A gente tem que esperar e ver”, afi rma.

Só a Grande Rio calcula um prejuízo de R$ 9 milhões na preparação do desfi le, que

seria o mais caro da sua história. O fogo con-sumiu 3,3 mil fantasias e oito carros alegó-ricos. Apesar dos danos, Helinho de Oliveira, presidente da Grande Rio, disse que ninguém será prejudicado. Cada uma das agremiações atingidas emprega cerca de 300 pessoas.

O desfi le da União da Ilha estava ava-liado em R$ 5,5 milhões. O fogo consumiu 2,3 mil fantasias. Um carro alegórico e duas outras alegorias foram danifi cadas. Já a Portela não perdeu nenhum carro, mas fi -cou sem 2,8 mil fantasias. A estimativa do desfi le da Portela era de R$ 4,5 milhões.

//SuperaçãoTodo um esforço está sendo feito para sal-var o carnaval carioca. Nenhuma escola do grupo especial será rebaixada e o pre-feito do Rio, Eduardo Paes, garantiu aporte

fi nanceiro para ajudar as que foram pre-judicadas. Segundo os dirigentes, não há tempo hábil para refazer todo o trabalho. A menos de um mês do carnaval, muitas encomendas estavam sendo negociadas. Cada uma das agremiações ainda contava com cerca de R$ 1,4 milhão do governo fe-deral e do Estado do Rio.

“O carnaval não é só pano e lantejoula. A gente precisa de toneladas de ferro, madeira, geradores, cola, gás, e os gastos incluem até ofi cina mecânica para revisão dos carros ale-góricos. Para as micro e pequenas empresas será uma queda drástica. Agora é difícil até imaginar o valor do prejuízo”, resume em tom solidário o presidente da Porto da Pedra, Francisco José Marins. “Este vai ser um car-naval mais de emoção e superação do que de brilho”, afi rma Marins.

Os prejuízos causados pelo incêndio na Cidade do Samba podem chegar a R$ 20 milhões. A cadeia produtiva dos desfi les, composta principalmente por micro e pequenas empresas, gera mais de 6 mil empregos diretos

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Empreender Informe do Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 604/605, módulos 30 e 31, Asa Sul, Brasília/DF, CEP: 70.200-645 - Fone: (61) 3348-7100 - Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800 - Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae

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Fevereiro de 2011 17

NEGÓCIOS

Embratur comemora volume recorde de divisas resultante do turismo internacional em 2010

Brasil avança como opção de turismo e de novas rotas

O Brasil é a bola da vez na rota dos turistas internacionais. Dados divulgados pelo Banco Central, em janeiro, apontam que, em 2010, foi registrada a entrada

recorde de US$ 5,9 bilhões por meio de gastos de turistas estrangeiros. No mesmo período, a Lonely Planet, uma das principais publicações de turismo do mundo, elegeu o Brasil como o 2º melhor destino para viajar em 2011.

O aumento das divisas internacionais mostra que o Brasil tem se qualifi cado cada vez mais no competiti-vo cenário internacional, diz o presidente da Embratur (Instituto Nacional de Turismo), Mário Moysés.

O aumento da promoção no país no exterior, além da conquista para sediar a Copa 2014 e Olimpíadas do Rio, em 2016, reforça a perspectiva de que a tendência deverá acentuar-se, acredita Moysés. “Até 2020, as

receitas com o turismo internacional no Brasil deverão crescer 300% com o dobro de turistas”, prevê.

O momento do setor incrementou também a mo-vimentação das companhias de aviação. De acordo com o SNAE (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), em 2010 a demanda pelo Brasil, nas rotas internacionais, aumentou 20,4%, em comparação ao ano anterior, enquanto que a taxa de ocupação cresceu 76% nos últi-mos quatro anos, o que deve chegar a 80% em 2011.

De olho nesta tendência, as empresas aéreas de todos os continentes elegeram o Brasil como ponto es-tratégico em suas rotas. A Qatar Airlines, por exemplo, inaugurou, ano passado, um voo direto para Doha. Já a panamenha Copa abriu o terceiro voo diário para a Cidade do Panamá (Panamá) e a LAN dobrou a oferta diária de partidas para Buenos Aires. A portuguesa TAP

Rio de Janeiro continua sendo a primeira cidade turística do Brasil

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18 Empresa BRASIL

NEGÓCIOS

18 Empresa BRASIL

passou a operar em Viracopos (Campinas-Lisboa), três vezes por semana (todos os voos são de ida e volta). Já a pequena Avianca (antiga OceanAir) lançou, em outu-bro, um novo voo internacional São Paulo-Bogotá.

O aumento da demanda fez com que as empresas aéreas ampliassem também a oferta de voos em rotas já estabelecidas. A Lufthansa é um exemplo. A partir de maio deste ano, o Grupo Lufthansa, incluindo a Swiss, passa a voar todos os dias de São Paulo para Munique, Alemanha. Atualmente, a companhia oferece cinco voos por semana.

A Turkish Airlines, considerada a 4ª maior em-presa do segmento na Europa, investiu não só no aumento de linhas, mas na renovação dos aviões.

Depois de lançar em maio a rota São Paulo-Istam-bul, a empresa renovou também as aeronaves.

Além de aumentar a frequência semanal, a Air France/KLM ampliou a oferta de destinos no Brasil aos passageiros que partem da Europa, Oriente Médio e Ásia. A Emirates Airlines também vê o Brasil como um mercado potencial. A ideia é continuar na rota crescente adotada em 2010, quando houve o aumento no núme-ro de assentos em voo e o recrutamento de brasileiros para as equipes de bordo. “O ano de 2011 será o de preparação para as atividades globais que acontecerão no Brasil nos próximos anos”, anunciou Ralf Aasmann, diretor-geral da empresa no país.

Companhias aéreas recuperam receitas com primeira classe

O número de passageiros que viajou na primeira classe em viagens internacionais aumentou 10,9% em outubro de 2010, em comparação a igual mês do ano anterior. Esses dados são da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). No total, viajaram 3,5 milhões de passageiros, o que representa 7% menos que no mesmo mês de 2007.Isso signifi ca que o segmento de primeira clas-se está em franca recuperação, mas ainda distante do período anterior à crise mundial.

As receitas que as companhias obtêm dessas ativi-dades são signifi cativas para a sua saúde fi nanceira. Por exemplo, 23% das receitas da Iberia procedem desses serviços. A Lufthansa indicou que somente no terceiro trimestre de 2010, a primeira classe e a classe business representaram 18% de seu tráfi co intercontinental.

O destaque maior é da British Airways que depois de sofrer perdas no exercício que terminou em março de 2010 voltou ao azul graças em parte ao desempenho de suas classes mais exclusivas.

Para conseguir esse incremento nos negócios, muitas companhias decidiram perguntar diretamente aos clientes sobre o que gostariam de ver agregado à primeira classe. Para alguns passageiros o fundamen-tal é a privacidade, outros preferem a gastronomia. Mas um aspecto vital para desfrutar um voo agradá-vel, segundo a maioria, ainda é o espaço.

As mordomias da Turkish Quem voa pela Turkish tem a possibilidade de se

aproximar um pouco da cultura turca. Na entrada do avião, recebe toalhas quentes e um drinque de boas vindas servidos com nozes aquecidas.O cardápio, da entrada e da sobremesa, traz opções de pratos típicos daquele país. Ao fi nal é servido o tradicional chá turco com fatias de limão. O café turco também é oferecido, acompanhado de lokumiguaria típica.

Na hora de dormir, o assento pode ser colocado na posição de cama, que pode ser envolvida em uma cobertura de pele de ganso, e um pijama e chinelos também são oferecidos. Os homens contam ainda com aparelhos para barbear e espuma, nos toaletes.

O sistema de entretenimento de bordo tem tela plana e monitores de 23 polegadas e consiste em uma seleção de fi lmes que, somados, oferecem mais de 200 horas de tempo de exibição.

Quem voa pela Turkish se aproxima da cultura turca

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Conforto, luxo e diferenciação

Um dos públicos-alvo das empresas aéreas é o chamado cliente Vip, formado pelos executivos que movimentam o chamado turismo de negócios – segmento em franca evolução no país. Para atrair esse nicho de mercado, as companhias apostam em conforto, luxo e diferenciação com poltronas mais confortáveis, serviços a bordo e menus “estrelados”.

Tradicionalmente, segundo Karen Weiner Esca-lera, especialista em turismo de luxo e presidente da KWE Partners, empresa de marketing e relações públicas, as companhias aéreas têm focado em ser-viços que incluem até mesmo chefs renomados que oferecem cardápios diferenciados.

A união de um novo cardápio com “mimos” foi uma das estratégias da TAM Linhas Aéreas, que, desde janeiro deste ano, oferece um cardápio nos voos internacionais elaborado com a consultoria dos renomados chefs espanhóis Javier e Sergio Torres. Os pratos “Sabores do Mediterrâneo”, por exemplo, são concebidos com base na culinária da região europeia, reconhecida por seu equilíbrio.

Os irmãos Torres já trabalharam em restaurantes “estrelados’ no conceituado Guia Michelin, que apon-ta os melhores estabelecimentos do mundo. O novo serviço da TAM oferece mais de 500 opções durante todo o ano – entradas, pratos principais e sobremesas – para atender todas as classes de serviço.

A TAM também renovou os utensílios de bordo assinados pela holandesa de Ster. Os clientes da primeira classe podem escolher os cosméticos que queiram utilizar depois da confortável viagem em pol-tronas que reclinam até 180º. “A Primeira Classe da TAM foi pensada para proporcionar uma experiência de viagem prazerosa e inesquecível”, comenta Mano-ela Amaro, diretora de Marketing da companhia.

Premiada e reconhecida pelo luxo, a Emirates Airlines acredita que a qualidade dos serviços é o seu principal diferencial. “O cliente Emirates é um consumi-dor que sabe o que quer encontrar em cada produto e

serviço que contrata. Ele é exigente, gosta do conforto que nossos voos oferecem e entende a ótima relação custo/benefício que proporcionamos”, diz o diretor da empresa no Brasil, Ralf Aasmann,

A empresa oferece, por exemplo, traslado do aeroporto até da casa do cliente. Em muitas cidades, disponibiliza gratuitamente carros com motorista para os passageiros da Primeira Classe e da Classe Execu-tiva. Já a British Airways deve lançar, em abril, cabines superluxuosas, com áreas maiores, televisores em tela grande e até um guarda-roupa pessoal. Os bancos são de couro e a iluminação projetada semelhante à luz natural. Além disso, o passageiro pode, claro, solicitar bebidas e comidas a qualquer hora do voo.

A Air France/ KLM oferece um mordomo que leva os passageiros da sala VIP para o avião em um carro privado. O cardápio é assinado, entre outros, pelo chef Joël Robuchon (reconhecido pelo guia Michelin).

Para Karen Weiner Escalera, outra tendência é o uso de poltronas mais confortáveis e facilidades que podem ser usados no pós-voo. “Há muitas oportunida-des para que as empresas ampliem o seu portfólio de clientes. Um exemplo são os serviços como concierge ainda no momento da reserva, com orientações sobre o visto, organizando agenda de lazer dos executivos.”

Empresas esmeram-se até mesmo na qualidade da louça dos pratos

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Um número cada vez maior de companhias opta pela gastronomia como item essencial da Primeira Classe na diferenciação com a concorrência; das massas folheadas a sucos frescos, no café da manhã, a vinhos fi nos, no jantar, quem ganha é o freguês

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20 Empresa BRASIL

Com uma participação de 55,5%, as mu-lheres constituem a maior parte da po-pulação fora da rede bancária, ante 66% dos homens. Já a população jovem está

tendo acesso mais cedo aos serviços bancários, en-quanto os maiores de 45 anos tiveram avanço menor. No segmento entre 18 e 24 anos, 51,9% possuem conta, mas apenas 11,8% há mais de cinco anos.

Esses dados fazem parte de um estudo sobre ban-carização do país divulgado em janeiro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com o levantamento, 39,5% não têm acesso a banco. A por-centagem é ainda maior na região Nordeste: 52,6%. A região Sul detém a menor porcentagem, com 30% da população.

Dos brasileiros excluídos do sistema bancário, 40,6% desejam ter uma conta corrente e 26,6% acreditam ter condições fi nanceiras necessárias e atra-tivas para as instituições. O porcentual daqueles que almejam uma conta é maior nas seguintes faixas da po-pulação: mulheres jovens (com menos de 24 anos), pessoas com ensino fundamental completo, pessoas com renda de até dois salários mínimos mensais e resi-dentes nas regiões Norte e Nordeste.

Segundo o Ipea, uma das principais constatações do estudo é a quantidade expressiva de excluídos do sistema que, em grande parte, se manifestaram inte-ressados na inclusão. Trata-se de um estrato da popu-lação, segundo o Instituto, de baixa renda e de pouca escolaridade, mas que representa uma importante parcela e que vem sendo absorvida pelo mercado de trabalho, estimulada pelo crescimento econômico. Há, todavia – registra o Ipea –, a necessidade de se criarem produtos e serviços específi cos para essa população de modo a incorporá-la ao sistema bancário e socializar o acesso a esse serviço público operado por concessão.

Para 52,1% dos brasileiros, a principal função dos bancos é movimentar ou guardar dinheiro. A segunda atividade mais reconhecida foi a oferta de produtos e serviços e pagamentos de contas, opção escolhida por 29,5% dos entrevistados. Nas regiões mais desenvol-vidas (Sul e Sudeste), o percentual de pessoas que con-sideram os empréstimos a atividade mais representa-tiva dos bancos foi ainda menor, de 3,4%. Enquanto isso, nas regiões Nordeste e Norte pouco mais de 6% dos entrevistados destacaram o empréstimo de dinhei-ro como atividade principal das instituições. A pesquisa entrevistou 2.770 pessoas nas cinco regiões do país.

O acesso dos brasileiros aos bancos teve uma forte aceleração nos últimos cinco anos, passando de apenas 16,1% em 2005 para 60,5% no ano passado

Pesquisa mostra que 55,5% das mulheres no país não têm conta bancária

CONJUNTURA

Levantamentomostrou que

39,5% dos brasileiros não têm

acesso a banco

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Consumidor de baixa renda é penalizado

Bancos têm presença em todo o território nacionalPuxado pela estabilidade e pelo cresci-

mento econômico do país, o total de con-tas correntes movimentadas aumentou de 63,7 milhões, em 2000, para 133,1 mi-lhões em 2009, de acordo com a pesquisa “O Setor Bancário em Números”, da Fe-deração dos Bancos do Brasil (Febraban), divulgada no ano passado.

O quadro está se modifi cando, segundo o diretor de relações institu-cionais da entidade, Mário Sérgio Vas-concelos, dado o crescimento da eco-nomia que proporciona o aumento dos níveis de emprego e renda. Um fator importante também é a adoção de no-vas alternativas para a inclusão, como as contas simplifi cadas e a utilização do celular. “Além disso, fi nalmente, existem fóruns de discussão no país para avançar na regulação bancária”, destaca.

Segundo a Febraban, de 2000 a 2010, o número de agências saltou de 16,4 mil para 20 mil; o total de caixas eletrônicos

aumentou de 108 mil para 170 mil e os correspondentes registraram um avanço de 13,7 mil para 149,5 mil unidades. “Gra-ças a esses avanços, todos os municípios brasileiros contam, hoje em dia, com ofer-ta de serviços bancários”, diz Vasconcelos.

Contas correntes - Brasil(em milhões de unidades)

2000 63,7

2001 71,5

2002 77,3

2003 87,0

2004 90,2

2005 95,1

2006 102,6

2007 112,1

2008 125,7

2009 133,1

2000/09 (%) 108,9%Fonte: Pesquisa O Setor Bancário em Números (FEBRABAN)

Vasconcelos: “O quadro está em ascensão graças ao aumento dos níveis de emprego e renda”

Lisa Gunn: “A oferta de crédito responsável deveria ser uma das principais funções sociais dos bancos”

Para a coordenadora executiva do Instituto Brasi-leiro de Defesa do Consumidor (Idec), Lisa Gunn, o baixo índice de bancarização é responsável por um fe-nômeno tipicamente nacional: o consumidor de baixa renda, por não ter conta corrente, acaba tendo aces-so ao crédito somente por intermédio de cartões de grandes lojas varejistas. “Por trás desses cartões estão as instituições bancárias, cobrando juros mais altos do que os cobrados nos empréstimos para correntistas”, lembra a executiva.

“Por não ter conta corrente, esse segmento não tem acesso a empréstimos com taxas mais baixas como o CDC (Crédito Direto ao Consumidor). Dessa forma, penaliza-se a faixa mais pobre da população, que paga juros mais altos nos crediários de lojas”, diz a coordena-

dora executiva do Instituto Brasileiro de Defesa do Con-sumidor (Idec), Lisa Gunn. “A oferta de crédito de for-ma responsável deveria ser uma das principais funções sociais dos bancos para promover o desenvolvimento social e econômico do país”, acrescenta.

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22 Empresa BRASIL

A educação profi ssional, que engloba cursos de nível médio, técnicos e tecnológicos, é cada vez mais uma opção promissora para jovens e adultos que estão buscan-

do vaga no mercado de trabalho. Embora o mercado brasileiro esteja numa fase próspera de empregabilidade – o que fez muitas empresas baixarem o nível de exigência nas contratações por falta de mão de obra qualifi cada –, o ensino profi ssionalizante é uma alternativa para obter crescimento e estabilidade profi ssional.

De acordo com o “Relatório anual 2009” da Confederação Nacional da Indústria (CNI), projeções demográfi cas indicam que, entre 2015 e 2045, a es-cassez de trabalhadores com qualifi cações necessárias exigidas pelo mercado de trabalho vai se agravar.

Prevendo esta situação, a oferta de cursos profi s-sionalizantes aumentou em todo o país, abrangendo ainda novas áreas de atuação. Dados do Censo de Escolar de 2010 apontam que a Rede Federal de En-sino mais que dobrou a disponibilidade de matrículas na educação profi ssional nos últimos oito anos, um crescimento de 114% no período.

O Censo indica ainda que a procura por ensino profi ssionalizante cresceu 46% desde 2007, o que signifi ca cerca de 1,1 milhão de pessoas matriculadas. Deste total, 62% dos estudantes vêm da educação profi ssional subsequente – oferecida aos alunos que já concluíram o ensino médio – e 56,5% estão matri-culadas em instituições privadas de ensino.

A qualifi cação profi ssional pelas Federações Além dos cursos técnicos e tecnológicos,

uma opção para a qualifi cação profi ssional são os workshops e cursos de extensão, que propõem uma alternativa rápida de se especializar em uma determi-nada área de conhecimento. A Federasul (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Rio Grande do Sul), por exemplo, oferece cursos, de curta duração, voltados para a gestão de negócios.

Segundo a coordenadora da área de cursos da Federasul, Christine Gehring, a entidade dispõe de uma média de dois cursos por mês, que abrangem desde setores como Recursos Humanos, Marke-ting, Cerimonial e Protocolo até Finanças e Fluxo de Caixa. “Nosso objetivo é proporcionar aos associados conhecimento e educação continuada para que consigam acompanhar as mudanças e desafi os do mercado”, explica.

Já a Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná), através do seu Instituto de Planejamento e Promoção do Comércio Exterior (Ippex), tem investido em módulos diferentes de qualifi cação, além dos cursos de extensão básicos.

A escola empresarial da CACB

Com o objetivo de melhorar a estrutura de com-petitividade das empresas e da população em geral, a Confederação das Associações Comerciais e Empresa-

22 Empresa BRASIL

Educação profi ssionalabre portas para empregoFalta de trabalhadores com qualifi cações exigidas pelo mercado de trabalho deve acentuar demanda por cursos de nível médio

Procura porensino técnicocresceu 46%desde 2007; paístem cerca de 1,1milhão de matrículas

DESTAQUE FEDERAÇÕES

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riais do Brasil (CACB), em parceria com o IESDE, criou o projeto Escola Empresarial. A ideia é oferecer aos associados e demais pessoas soluções educacionais sob a forma de cursos de ensino a distância, com baixo preço, a alta qualidade e adequados às necessidades regionais.

A Escola Empresarial foi concebida através do prin-cípio de sustentabilidade do Sistema CACB, agregando produtos e serviços que gerem resultados à Confedera-

ção, Federações e Associações Comerciais. Serão ofere-cidos mais de 180 cursos para formação e atualização nas áreas jurídica, de negócios, de educação e idiomas.

O projeto-piloto poderá ser iniciado pela Federasul, em Porto Alegre, através da criação da Escola Empresa-rial Federasul, pois o entendimento da CACB é de que a chancela local é de vital importância para o sucesso do projeto. Mais informações pelo sites das entidades.

Como o MEC está estimulando a criação de cursos técnicos profi ssionalizantes?

Diversas políticas de ofertas destes cursos vêm sendo desenvolvidas nos últimos anos pela Secreta-ria de Educação Profi ssional e Tecnológica. Dentre elas cabe destacar a expansão da rede federal, que ao longo dos último oito anos passou de 140 unida-des para 354 unidades em todo o país; e o acordo do “sistema S” o qual prevê o crescimento da oferta gratuita de matrículas em cursos profi ssionalizantes por parte do “sistema S”, notadamente Senai e Senac, até atingir 66,67% da verba indenizatória.

Quais são as principais vantagens para quem faz curso técnico ou tecnólogo atualmente no Brasil?

Os cursos técnicos de nível médio e os cursos superiores de tecnologia são cursos relacionados à educação profi ssional e como tal estimulam o desenvolvimento de competências profi ssionais dos estudantes, preparando-os para o mundo do traba-lho. A realidade atual do país requer uma formação cada vez maior de profi ssionais de áreas tecnológi-cas para contribuírem com o próprio processo de desenvolvimento.

Há carência de profi ssionais com cursos técnicos no mercado de trabalho?

Certamente. Embora não seja uniforme, sabemos que diversos projetos estruturantes e necessários para a sustentação do processo de de-

senvolvimento do país têm encontrado difi culdades para contratar profi ssionais com as competências adequadas, refl etindo a carência na formação de profi ssionais em nível técnico e tecnológico.

A tendência é por cursos de graduação? O processo de escolha de um curso, seja ele

de graduação ou técnico de nível médio, depende de diversos fatores, dentre eles, o perfi l pessoal, profi ssional ou mesmo questões regionais. Como ocorre em países desenvolvidos, devemos ampliar a oferta e as oportunidades para que pessoas com perfi s distintos possam optar pela carreira profi ssional que de-sejam escolher. Em muitos casos, a graduação pode ser uma opção para um segundo momento, para alguém que a partir de um curso técnico venha a adquirir experiên-cia profi ssional.

Entrevista com o coordenador de regulação da educação profi ssional do MEC, Marcelo Machado Feres:

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24 Empresa BRASIL

A convidada internacional do 21º Con-gresso da CACB, em Salvador, será Mi-chele Bachelet, ex-presidente do Chile e responsável pela virada na economia

chilena. A ex-presidente do Chile está sendo convidada para falar sobre suas propostas que transformaram e fortaleceram a economia chilena. Michele Bachelet li-dera uma lista de outras autoridades que se destacaram em suas áreas de atuação para mostrarem, durante o Congresso, que acontece dias 10 e 11 de agosto, no Centro de Convenções do Hotel Pestana, em Salvador (BA), a importância do empreendedorismo. Autorida-des brasileiras também estão sendo convidadas para debaterem o “Salto para o Futuro - Facilitando Cami-nhos” – o tema do encontro que pretende reunir mais de 1.500 empresários brasileiros.

Enquanto a organização do evento produz o programa de dois dias do 21º Congresso da CACB, a parte operacional do encontro já está consolidada e começa a valer. Organizado pela Capacitá Even-

tos, o 21º Congresso da CACB defi niu a TAM Via-gens como operadora e a TAM Linhas Aéreas como transportadora ofi cial.

Os pacotes para os deslocamentos, que incluem hospedagem e viagens, estão sendo conhecidos nesta edição. A TAM Viagens preparou um roteiro especial para o 21º Congresso da CACB que inclui: passagem aérea, três noites de hospedagem no Hotel Pestana com café da manhã, transfer aeroporto/hotel/aero-porto, city tour histórico em Salvador, inscrição para o evento, bolsa de viagens e 1000 pontos Multiplus.

Valores com parcelamento em cinco vezes. A partir de R$ 1.168,00 com saída de São Paulo. Trecho de Brasília a Salvador por R$ 1.338,00, de Fortaleza a Salvador por R$ 1.299,99 e de Porto Alegre a Salvador por R$ 1.688,00.

Acertado também que na compra de somente passagem aérea a TAM vai dar até 25% de desconto para embarques de 6 a 15 de agosto. Para obter o desconto, é preciso informar o código 239747. Saí-das de outras cidades também estão no pacote.

Primeira mulher a ocupar a presidência de um país na América Latina, antes de chegar ao poder Bachelet foiministra da Saúde no governo de Ricardo Lagos, entre 2000 e 2002, e posteriormente ministra da Defesa

Michele Bachelet, a estrela do 21º Congresso da CACB

DESTAQUE CACB

Michele Bacheletfi cou na presidência do

Chile de 2006 a 2010

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Site do Congresso no arNo site da CACB – www.cacb.org.br – é possível

acessar as informações sobre o 21º Congresso da CACB. Na página de abertura basta clicar no banner do Congresso para saber as novidades e as informações necessárias. As informações também poderão ser acessadas através do site da TAM – www.tamviagens.com.br Informações sobre os pacotes preparados especialmente para o Congresso tam-bém podem ser obtidas no 08007720340.

Mais hotéis como opção de hospedagem

Além do Hotel Pestana, outros hotéis estão no pa-cote de viagens para o 21º Congresso da CACB. Basta consultar a TAM.

Bahia de todos os DeusesPor suas características singulares, Salvador, a

capital da Bahia, tornou-se um dos principais desti-nos turísticos internacionais. As ruas do Centro His-tórico de Salvador transportam para os primórdios da história do Brasil. Até 1763, Salvador foi a capital da Coroa Portuguesa nas Américas, destacando-se, também, como o principal porto do Hemisfério Sul até o século XVIII. Cidade ensolarada, de clima quente e úmido, tipicamente tropical, com tempe-ratura média de 25 ºC.

AtrativosCentro Histórico: tombado pela Unesco

Unesco como Patrimônio da Humanidade, o Centro Histórico de Salvador possui milhares de casarões dos séculos XVI, XVII, e XVIII. Divide-se em três áreas principais: a Praça Municipal ao Largo de São Francisco, o Pelourinho e o Largo do Carmo, fi nalizando com o Largo de Santo Antônio Além do Carmo.

São igrejas e casarões seculares, circundados por uma farta atividade cultural desenvolvida no local. Além disso, em suas ladeiras e ruas pavimentadas com pedras cabeça de negro estão registrados im-portantes trechos da história brasileira.

Entre os seus atrativos, merecem destaque as pra-ças Municipal e da Sé, o Elevador Lacerda, a Câmara Municipal, o Paço Municipal, o Palácio Rio Branco, a Santa Casa e Igreja da Misericórdia, o Palácio Arquie-piscopado, a Catedral Basílica, o Terreiro de Jesus, o Largo do Cruzeiro de São Francisco, o Pelourinho com suas igrejas, lojas e praças, e, por fi m, o Largo do Carmo, onde estão o Forte de Santo Antônio e o grande conjunto religioso formado pela Igreja e Con-vento de Nossa Senhora do Carmo e pela Igreja da Ordem Terceira do Carmo.

PraiasA orla marítima de Salvador é uma das maio-

res do Brasil. São 50 km de praias distribuídas en-tre a Cidade Alta e a Cidade Baixa, desde Inema, no subúrbio ferroviário, até a Praia do Flamengo, no extremo oposto da cidade. Enquanto as praias da Cidade Baixa são banhadas pelas águas da Baía de Todos-os-Santos, a mais extensa do país, com 1.052 km de espelho d’água, as praias da Cidade Alta, do Farol da Barra até Flamengo, são banha-das pelo Oceano Atlântico. A exceção é o Porto da Barra, única praia da Cidade Alta que fi ca na Baía de Todos-os-Santos.

Local do evento: Hotel Pestana,de Salvador

Salvador é quarta cidade do Brasil no ranking das cidades turísticas

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26 Empresa BRASIL

Reforma do novo Código de Processo Civil entra na reta fi nal

A reforma do Código de Processo Civil é um dos temas que deverão mobilizar a Câmara dos Deputados no reinício dos trabalhos legislativos. O novo código (PL

8046/2010) – aprovado pelo Senado em dezembro de 2010 – foi elaborado a partir de sugestões de uma comissão de juristas e de opiniões colhidas em audi-ências públicas realizadas nas principais capitais do país.

O objetivo é simplifi car os procedimentos judi-ciais, de maneira a conferir mais agilidade à Justiça. Pelos cálculos do STJ (Superior Tribunal de Justiça), o novo código permitirá a redução de até 70% no tempo de duração dos processos em contenciosos de massa. Em processos tradicionais, pela eliminação

de formalidades, a diminuição pode chegar a 50%.Hoje há quase 100 mil processos em andamento

no Supremo Tribunal Federal (STF) e mais de 50 mil no STJ, além dos inúmeros processos parados nas instâncias inferiores. O desafi o é criar instrumentos capazes de eliminar o excesso de processos encami-nhados ao judiciário, dando ao cidadão uma resposta razoável àquele direito que ele entende violado. O objetivo é a desburocratização do sistema, segurida-de jurídica, além de simplifi cação, celeridade e eco-nomia no trâmite processual.

Outro ponto de destaque na atual reforma do CPC é o conceito de recurso fi nal. Segundo o código atual, cada fase do processo pode gerar vários recursos, de

Tramitam nos tribunais do país mais de 70 milhões de processos,

dos quais 40 milhões se encontram em fase de execução

Aguardado há mais de 20 anos, o novo Código, segundo o STJ, deverá limitar o número de recursos e reduzir o tempo médio do julgamento dos processos para até dois anos

DESTAQUE CBMAE

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Fevereiro de 2011 27

forma que em um processo de cinco decisões é possí-vel anexar até 30 recursos. Um processo de 30 recur-sos abre espaço para protelações e acaba empilhando mais documentos nas prateleiras já lotadas da Justiça.

Na nova proposta, durante todo o processo, a par-te não deve fi ca inibida de recorrer, mas este espaço só será aberto no fi nal do processo. No recurso fi nal, as partes poderão recorrer de tudo quanto foi insatisfató-rio diante do que elas esperavam do julgamento.

Além do número excessivo de decisões em um caso, o recurso fi nal também acaba evitando recursos iniciados pela parte vencedora, pois mesmo dando de-cisões insatisfatórias no decorrer do processo, pode dar ganho de causa no fi nal.

Outro instrumento importante é a proposta de Justiça Eletrônica. Foi uma sinalização sutil devido à situação socioeconômica do Brasil, que não permi-te uma inclusão digital plena. Segundo estatística da OAB, muitos advogados não tem nem computador. Entretanto a proposta de justiça eletrônica já despon-ta como uma vontade do Judiciário.

Apesar de inegáveis avanços, a leitura do novo Có-digo de Processo Civil desaponta aqueles que espera-

vam uma nova legislação marcada pela simplicidade. De início, segundo o juiz do Paraná, Marcelo Bertasso, por-que “um novo diploma que traz mais de cem novidades relevantes certamente não pode ser classifi cado como simples ou mesmo enxuto. O mais grave, porém, é que o novo diploma retrocede em muitos pontos que atual-mente já estão bem resolvidos pelo atual CPC”.

Para Bertasso, mesmo com inúmeras novidades positivas, na comparação do que muda para melhor e para pior e do que fi ca como está, conclui-se que o projeto fi nal destoa do que legitimamente se espe-rava: um código que mantivesse os avanços e méritos do atual CPC, eliminasse institutos ultrapassados e fosse simples, claro e enxuto.

“Pelo que se percebe, o que virá é um código complexo, que retrocede em muitos pontos, que pouco simplifi ca e não traz novidades que contribuam para a efetiva celeridade. Nesse cenário, é crucial que haja refl exão acerca de um questionamento funda-mental: para que precisamos de um novo CPC nesses moldes? Não seria melhor manter o que já temos? Particularmente, estou fortemente inclinado a afi rmar que o atual CPC deixará saudades.”

Hoje há quase 100 mil processos em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF)

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28 Empresa BRASIL

Brasil avança na redução do consumo de sacolas plásticas

Muitas vezes citadas, mas pouco acre-ditadas, as campanhas de conscien-tização sobre o consumo de saco-las plásticas começam a apresentar

resultados animadores no Brasil. Uma das iniciativas mais bem-sucedidas é a do Ministério do Meio Am-biente. Lançada em junho de 2009, a mobilização denominada “Saco é um Saco” chegou ao fi nal de 2010 com 5 bilhões de sacolas plásticas evitadas. Esse índice representou 33% de redução – a meta fi xada era de 10% – em relação ao número de sacolas pro-duzidas em 2009, de 15 bilhões.

Segundo Fernanda Daltro, coordenadora do projeto “Saco é um Saco”, a campanha foi acolhi-da em todo o Brasil, o que incluiu as grandes redes de supermercados e a própria indústria do plástico. “Os maiores supermercadistas e as associações de supermercados desenvolveram diversas iniciativas para ajudar o consumidor a reduzir seu consumo de sacolas plásticas, e se comprometeram a reduzir a distribuição delas, oferecendo alternativas acessí-veis”, destaca.

Além das grandes redes de supermercados Wal-mart, Pão de Açúcar e Carrefour, o projeto contou com adesão voluntária, entre outros, de municípios como Xanxerê (SC) e Jundiaí (SP), e pelo Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, do INP (Instituto Nacional do Plástico), o qual distribuiu exclusivamente sacolas dentro de es-pecifi cações técnicas. Apenas com esta ação deixaram de ser consumidas 3,9 bilhões de sacolas em 2010.

Nos próximos anos, de acordo com Fernanda, a tendência é reduzir gradativamente o consumo de sacolas plásticas no Brasil. As metas são ambiciosas: o Walmart pretende reduzir em 50% até 2013, o Carrefour quer banir até 2014.

Supermercadistas estabelecem metas até 2015A Abras (Associação Brasileira de Supermercados)

assinou em dezembro de 2010 um pacto setorial com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) assumindo o com-promisso de reduzir o uso de sacolas plásticas em 30% até 2013 e 40% até 2015, com base no consumo de 2010. Esse pacto faz parte das ações de Varejo Sustentá-vel do Plano de Ação para Produção e Consumo Susten-táveis (PPCS), sob a coordenação do MMA.

Para alcançar esse objetivo, a entidade traçou um plano com várias ações, que incluem desde a elaboração de um manual de ações de boas práticas nos pontos de venda para conscientizar funcionários e consumido-res dos benefícios da redução das sacolas plásticas até a premiação dos casos de sucesso.

Pacto fi rmado entre o setor de supermercados e o Ministério do Meio Ambiente (MMA), no fi nal do ano passado, estabeleceu uma redução de 40% do uso de sacolas plásticas até 2015

TENDÊNCIAS

Walmart iniciou processo de substituição de sacolas plásticas em 2008

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Fevereiro de 2011 29

O exemplo de Xanxerê

Iniciativa de Xanxerê (SC) virou case nacional

Fevereiro de 2011 29

Panvel economiza 2 milhões de sacolas plásticas em 2010O projeto “Menos Sacolas, Mais Pontos”, do car-

tão Fidelidade da rede de farmácias Panvel, de Porto Alegre, evitou o uso de cerca de 2 milhões de sacolas plásticas desde maio de 2010. Com essa iniciativa, os clientes Panvel acumularam em seus cartões fi delida-de o equivalente a R$ 50 mil, que podem ser usados como desconto e produtos de perfumaria em qual-quer uma das 280 fi liais da rede.

Para participar, o cliente deve concordar em dei-xar de usar a sacola plástica no momento da com-

pra, e assim acumular quatro pontos no cartão fi de-lidade. No Programa Fidelidade da Panvel, cada real em compras equivale a três pontos no cartão que podem ser trocados por produtos de perfumaria de qualquer marca na rede de lojas Panvel nos três es-tados do Sul do país.

Segundo o diretor de varejo da Panvel, Luiz An-tônio D’Amado dos Santos, o que motivou o proje-to foi a preocupação da empresa com a preservação do meio ambiente.

Em setembro de 2008, em Xanxerê (SC), dois ou três dias antes de uma reunião em que o assunto era a defi nição dos horários para o fi nal de ano dos supermercados, os sete presentes comunicaram uma inusitada coincidência. Haviam recebido um e-mail so-bre o impacto ambiental gerado pelas sacolas plásticas. O efeito foi inevitável. O tema passou a fazer parte da discussão e logo surgiu a ideia de copiar o exemplo de outros países que, por meio de campanhas, acabaram banindo o uso de sacolas plásticas.

Assim nasceu um dos mais emblemáticos projetos de conscientização para o descarte de sacolas plásticas do país.

Antecedida por uma campanha em rádios, jornais, TV, e panfl eto informativo sobre data e procedimentos, em fevereiro de 2009, com a adesão da municipalidade, foi defl agrado o projeto com a coordenação da Secreta-ria de Educação do município.

Uma reunião no Procon defi niu que o custo das sacolas retornáveis seria repassado ao consumidor, da mesma forma que o das sacolas plásticas, que são em-butidas nos preços das mercadorias. Outra medida es-tabeleceu um preço único para as sacolas retornáveis, não importando o volume de compra. Dessa forma, se viabilizaria a adesão ao projeto das pequenas empresas.

Levantamento feito entre os principais supermer-

cados do município quanto ao uso de sacolas plásticas antes do projeto indicou que eram usadas mais de um milhão de sacolas por mês; e hoje, aproximadamente umas 60 mil sacolas por mês.

“Posso garantir que se tiver um bom trabalho de conscientização fi ca mais difícil para as empresas que não acompanharam essas mudanças, pois estas estão indo contra a vontade da grande maioria de seus clientes. Nas empresas que fazem parte do projeto em nosso municí-pio houve uma redução acima dos 93% no uso das sa-colas plásticas. Sem qualquer lei, apenas conscientização, mudamos em curto tempo um costume de mais de 30 anos”. diz Edson Marció, representante dos super-mercados do município.

Graças ao exemplo de Xanxerê, a troca de sacolas plásticas por retornáveis já virou hábito em Santa Catari-na. Hoje, 18 municípios catarinenses estão entre os que implantarão ou estão com data marcada para a implanta-ção. No Rio Grande do Sul, a primeira é Getúlio Vargas, e no Paraná, Dois Vizinhos.

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O signifi cado da eleição de Obama

BIBLIOCANTO

David Remnick contextualiza a importância da

eleição de um presidente

negro em um país declaradamente

racista

Um dos mais importantes lançamentos editoriais do fi nal de 2010 no Brasil, “A Ponte - Vida e Ascensão de Barack Oba-ma” (ed. Companhia das Letras, 752 pá-

ginas), do jornalista David Remnick, editor da revista “The New Yorker”, mostra como um meticuloso afro-ameri-cano tornou-se o primeiro presidente negro dos EUA.

Ganhador de um prêmio Pulitzer em 1994 pelo seu livro “A Tumba de Lenin”, Remnick é um dos mais conceituados jornalistas norte-americanos. Conheci-do como um repórter voraz, de alta sagacidade, que sempre demonstrou sensibilidade incomum para os grandes acontecimentos históricos, ele acompanhou a campanha de Obama desde o período anterior a sua indicação pelo Partido Democrata até os seus primei-

ros meses, como o quarto presidente mais jovem dos EUA.

Sua narrativa se inicia com o dramá-tico “Domingo Sangrento”, em que afro-americanos foram brutalmente agredidos em uma marcha na cidade de Selma, em 1965. No mesmo ano, outra marcha é interrompida perto de uma ponte. O títu-lo da biografi a vem desse acontecimento, como se a posse de Obama simbolizasse o sucesso da marcha, ao atravessar a ponte.

Na obra, conhecemos o contexto his-tórico do Quênia quando o pai de Obama nasceu e cresceu. Paralelamente, Remnick conta a busca espiritual, política e racial de

Obama. Como não teve contato com a família negra, o presidente teve de procurar suas referências e in-fl uências, “aprender” a ser negro, como diz o autor.

Ninguém pode determinar exatamente quando Obama pensou seriamente em concorrer à Presi-dência dos EUA. Remnick mostra que a “ambição serena” de Obama provavelmente havia se alojado em sua mente antes mesmo de disputar uma cadei-

ra como deputado estadual de Illinois, em setembro de 1995. A questão tornou-se insistente quase tão logo ele entrou para o Senado dos EUA em 2005, embora ele fosse então pouco conhecido por seus pares. “Obama tinha muitas qualidades, ele teria que trabalhar na modéstia”, escreve o autor de “A Ponte”.

O retrato de Remnick sobre a evolução política de Obama deixa claro que sua pretensão foi mais do que uma escolha deliberada. Foi intrínseca a sua natu-reza e reconhecida como tal no início. Já em Harvard Law School, ele destacou-se pela “sua maneira de absorver e sintetizar os argumentos dos outros”, por sua “seriedade, busca de consenso e estilo”, por uma “mentalidade aberta que parecia estranha até mesmo para seus amigos”.

Muito mais do que um histórico da campanha eleitoral que levou Obama à Casa Branca, Remnick contextualiza a importância da eleição de um pre-sidente negro em um país declaradamente racista. Mesmo com a eleição de Obama, segundo o autor, o dia pós-racial dos EUA ainda não chegou. As questões de raça – cultural, jurídico, penal, educacional, social – permanecem, apesar de todas as promessas. Por si só, a menção dessa realidade serve para demonstrar a real dimensão da conquista de Barack Hussein Obama, que durante a campanha foi obrigado a enfrentar boa-tos e desconfi anças por sua origem muçulmana e por falta de experiência. Mesmo assim, ele soube ganhar popularidade sufi ciente para derrotar, num primeiro momento, um ícone dos democratas, Hillary Clinton, e, no fi nal, o candidato republicano John McCain.

Em suas pesquisas, além de rápidas conversas com o próprio Obama, em meio a pequenos inter-valos no Salão Oval da Casa Branca, Remnick con-tabilizou uma lista de entrevistas com 233 pessoas, muitas delas do tempo de juventude de Obama, ras-treadas por seus assistentes.

Milton Wells

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Fevereiro de 2011 31

Qualidade do atendimentono comércio brasileiro e um comparativo com outros países■ Claiton Glaldino*

Brasileiro tem por característica um complexo de vira-lata e acha em mui-tos casos que qualquer coisa fora do país seja sempre melhor que aqui. Este

pensamento em muitas ocasiões tem se mostrado equivocado.

Quando pensamos em termos de atendimento, sempre reclamamos que o atendimento em nossa cidade é o pior da região ou do estado ou mesmo do país.

Não há diferenças expressivas entre os atendi-mentos prestados nas diversas regiões do Brasil. Há mais diferenças entre os atendimentos de cidades pe-quenas e grandes do que entre regiões do país.

Os atendimentos de grandes cidades são muito variados e dentro da mesma cidade teremos atendi-mentos impecáveis e outros terríveis, mas na média defi cientes.

Os atendimentos de cidades turísticas e de pontos de grande fl uxo normalmente sofrem da síndrome do próximo cliente ou do cliente de pas-sagem. Exemplifi cando, o atendimento de algumas livrarias em aeroportos. O atendimento é sofrível, mas como tem muitos potenciais clientes passando na frente todos os dias, não dão muita bola para o atendimento, porque sempre tem um próximo cliente que irá comprar.

Os shoppings são muito parecidos, geram expec-tativas semelhantes e, portanto independentemente da cidade ou região tem atendimentos parecidos. A presença de grandes marcas ou franquias nos sho-ppings facilita que eles tenham atendimentos muito próximos em termos de qualidade.

Já cidades pequenas têm um atendimento muito

melhor graças ao tipo de cliente que exige ser reco-nhecido pelo nome, gosto, etc.

Quando comparamos nosso atendimento com o de outras cidades no mundo, percebemos que as ca-racterísticas dos mercados são parecidas e que temos no Brasil grandes experiências de atendimento. Um estudo feito pela Market Analysis em 17 países mos-trou que em termos de atendimento o Brasil está na média, mas em uma curva de ascensão.

Em aspectos de recepção ao cliente (simpatia, educação e apresentação), o Brasil está entre os três primeiros colocados.

Marc Gobé deu um recado aos brasileiros na NRF-National Retail Fair, em janeiro: “Vocês não pre-cisam copiar os Estados Unidos, porque temos um modelo esgotado”.

As empresas brasileiras deveriam se preocupar em proporcionar experiências únicas aos seus clien-tes. O atendimento deve deixar de ser funcional para ser sentimental.

O mais importante é fazer o atendimento gerar marketing boca a boca positivo.

Nossa preocupação deveria ser com o clien-te de cada dia que entra em nossa empresa e em como fazer com que ele, ao pensar no que vende-mos, sempre pense em nossa empresa em primei-ríssimo lugar.

Resumindo, a comparação com outras empre-sas, regiões ou países deve existir, mas temos que nos preocupar mesmo é em fazer em cada empresa melhor que ontem. Melhorar dia a dia, isso sim vai fazer uma grande diferença.

*Empresário e idealizador da Cliente Amigo. Empresa voltada

para a gestão de atendimento, relacionamento com clientes,

pesquisas de marketing e marketing promocional.

ARTIGO

“”

“Quando pensamos em atendimento, sempre achamos que em nossa cidade é o pior da região ou do estado ou mesmo do país.”

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Abril de 2010 33

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