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Abril de 2010 1 O excepcional avanço das exportações de mel Lei que regulamenta terceirização completa 12 anos no Congresso burocracia O peso da no Brasil

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Edição 63 - Outubro de 2010 da publicação Empresa Brasil da CACB.

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Page 1: Empresa Brasil 63

Abril de 2010 1

O excepcionalavanço dasexportaçõesde mel

Lei que regulamenta terceirização completa 12 anos no Congresso

burocraciaO peso da

no Brasil

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2 Empresa BRASIL

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doEstado do Acre – FEDERACREPresidente: George Teixeira PinheiroAvenida Ceará, 2351 Bairro: CentroCidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado deAlagoas – FEDERALAGOASPresidente: José Geminiano Acioli JuremaRua Sá e Albuquerque, 467 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.025-901

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIAPresidente: Gilberto LaurindoRua General Rondon, 1385 Bairro: CentroCidade: Macapá CEP: 68.900-182

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariaisdo Amazonas – FACEAPresidente: Valdemar PinheiroRua Guilherme Moreira, 281Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300

Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado daBahia – FACEBPresidente: Clóves Lopes CedrazRua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070

Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACCPresidente: João Porto GuimarãesRua Doutor João Moreira, 207 Bairro: CentroCidade: Fortaleza CEP: 60.030-000

Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais eIndustriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDFPresidente: José Sobrinho BarrosSCS Quadra 02 - Edifício Palácio do Comércio - 1º andarBairro: Setor Comercial Sul Cidade: Brasília CEP: 70.318-900

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Espírito Santo – FACIAPESPresidente: Arthur AvellarRua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEGPresidente: Deocleciano Moreira AlvesRua 143 - A - Esquina com rua 148,Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

Maranhão – Federação das Associações Empresariais doMaranhão – FAEMPresidente: Júlio César Teixeira NoronhaAv. Ana Jansen, 2 - QD 19 - SL 801Ed. Mendes Frota - Bairro: São Francisco Cidade: São Luis CEP: 65.076-730

Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais do Estado do Mato Grosso – FACMATPresidente: Pedro NadafRua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020

Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais doMato Grosso do Sul – FAEMSPresidente: Leocir Paulo MontagnaRua Quinze de Novembro, 390Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917

Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINASPresidente: Wander Luís SilvaAvenida Afonso Pena, 726, 15º andarBairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002

Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doPará – FACIAPAPresidente: Reginaldo FerreiraAvenida Presidente Vargas, 158 - 5º andarBairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000

Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais daParaíba – FACEPBPresidente: Alexandre José Beltrão MouraAvenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andarBairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doParaná – FACIAPPresidente: Ardisson Naim AkelRua: Heitor Stockler de Franca, 356Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais de Pernambuco – FACEPPresidente: Djalma Farias Cintra JuniorRua do Bom Jesus, 215 – 1º andarBairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACPPresidente: José Elias TajraRua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207.Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: CentroCidade: Teresina CEP: 64.001-060

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJPresidente: Jésus Mendes CostaRua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: CentroCidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030

Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do RioGrande do Norte – FACERNPresidente: Sérgio Roberto de Medeiros FreireAvenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200

Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e deServiços do Rio Grande do Sul - FEDERASULPresidente: José Paulo Dornelles CairoliRua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andarPalácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110

Rondônia – Federação das Associações Comerciaise Industriais do Estado de Rondônia – FACERPresidente: Ednei Pereira dos SantosRua Dom Pedro II, 637 – Bairro: CaiariCidade: Porto Velho CEP: 76.801-151

Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais deRoraima – FACIRPresidente: Jadir Correa da CostaAvenida Jaime Brasil, 223, 1º andarBairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350

Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISCPresidente: Alaor Francisco TissotRua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540

São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado deSão Paulo – FACESPPresidente: Alencar BurtiRua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001

Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Estado de Sergipe – FACIASEPresidente: Sadi Paulo Castiel GitzRua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: CentroCidade: Aracaju CEP: 49.010-110

Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriaisdo Estado de Tocantins – FACIETPresidente: Jarbas Luís Meurer103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA -Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversifi cada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

DIRETORIA DA CACBBIÊNIO 2009/2011

PRESIDENTEJosé Paulo Dornelles Cairoli - RS

1º VICE-PRESIDENTESérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTESArdisson Naim Akel - PRArthur Avellar - ESFernando Pedro de Brites - DFJosé Geminiano Acioli Jurema - ALJosé Sobrinho Barros - DFLeocir Paulo Montagna - MSLuiz Carlos Furtado Neves - SCSadi Paulo Castiel Gitz - SEWander Luis Silva - MG

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAISJoão José de Carvalho Sá - BA

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOSDeocleciano Moreira Alves - GO

DIRETOR-SECRETÁRIOJarbas Luis Meurer - TO

DIRETOR-FINANCEIROGeorge Teixeira Pinheiro - AC

CONSELHO FISCAL TITULARESJadir Correa da Costa - RRPaulo Sérgio Ribeiro - MTSergio Roberto de Medeiros Freire - RN

CONSELHO FISCAL SUPLENTESAltair Correia Vieira - PAGilberto Laurindo - APRonaldo Silva Resende - RN

COORDENADOR DO PROJETO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL Ardisson Naim Akel - PR

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIAMaria Salette Rodrigues de Melo - PR

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIOEduardo Machado

COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO SOCIALNeusa Galli Fróesfróes, berlato associadas

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIALOlívia Bertolini Thais Margalho

COORDENADOR DO EMPREENDERCarlos Alberto Rezende

COORDENADOR NACIONAL DA CBMAEValério Figueiredo

COORDENADOR DO PROGERECSLuiz Antonio Bortolin

SCS Quadra 3 Bloco ALote 126Edifício CACB61 3321-131161 3224-003470.313-916 Brasília - DF

Site: www.cacb.org.br

Federações CACB

Page 3: Empresa Brasil 63

Outubro de 2010 3

O Brasil perdeu, uma vez mais, posição no Relató-rio Global de Competi-tividade elaborado pelo

Fórum Econômico Mundial. Segundo os dados divulgados, passamos do 56º para o 58º lugar. Estamos atrás de países como Costa Rica, Indonésia, Azerbaijão e Tuní-sia, que são mais competitivos. E um dos diagnósticos que nos empurram ladeira abaixo no ranking de competitividade é a existência de uma burocracia cujas causas mascaram a incompetência, seja no setor público ou no privado.

E é exatamente pela burocracia que vamos dar início, nesta edição de Empresa Brasil, a uma série de reporta-gens que irão abranger as grandes ques-tões nacionais relacionadas no material entregue aos candidatos à Presidência da República, em sabatina promovida pela Associação Comercial de São Pau-lo (ACSP) e Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp) com apoio da CACB, num grande evento realizado em 9 de agosto, no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Coordenado pelo economista Ro-berto Macedo, o documento incluiu uma série especial de seis edições da Revista Digesto Econômico, editada há 64 anos pela ACSP. De 600 páginas, reuniu 35 artigos e análises de 42 especialistas com diagnósticos e soluções sobre os temas de maior relevância para a governabilidade.

José Maria Chapina Alcazar, contador e empresário, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis

de São Paulo, autor do artigo em desta-que nesta edição, põe o dedo na ferida quando diz que “empreender no Brasil é travar uma árdua batalha contra uma alta carga tributária, burocracia e uma ava-lanche de obrigações acessórias. Uma situação ainda mais grave” – acrescenta – “quando se trata de micro e pequenas empresas que não têm as mesmas con-dições que as grandes”.

É inegável que a manutenção da mesma política macroeconômica há quase duas décadas vem produzindo re-sultados cada vez mais compensadores. Uma prova mais do que concreta nesse sentido é o fato de o Brasil ter sido uma das primeiras economias a superar a cri-se mundial. Devemos crescer 7% neste ano, com políticas adotadas que vêm reduzindo a pobreza e melhorando nos-sos indicadores sociais. No entanto, para chegar aos níveis de uma nação desen-volvida ainda há muito o que fazer.

Por exemplo: o Brasil continua sen-do um dos mais desiguais do mundo, de acordo com o coefi ciente Gini calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) – o país tem a 11ª desigualdade entre ricos e pobres. Este sem dúvida é o seu maior problema, pois gera altos níveis de crimi-nalidade e insegurança.

Com essa iniciativa, pretendemos dis-seminar ainda mais as nossas propostas de reformas e contribuir para o debate sobre temas de alta relevância, justamente no momento em que o país se prepara para escolher o novo mandatário da nação.

Ainda há muitoo que fazer

PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasile da Federasul

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4 Empresa BRASIL

3 PALAVRA DO PRESIDENTEO Brasil vem reduzindo a pobreza e melhorando seus indicadores sociais. No entanto, para chegar aos níveis de uma nação desenvolvida ainda há muito que fazer.

5 PELO BRASIL Como será o varejo no futuro? Segundo a pesquisa, os próximos anos terão mudanças signifi cativas em tecnologia, conveniência e envolvimento.

8 CAPAUm dos fatores que infl uenciam de forma negativa a competitividade, a burocracia é responsável por um dos piores índices do Brasil no tempo para a abertura de um negócio.

14 CASE DE SUCESSO Avanço científi co e comercial leva Brasil ao 9° lugar no ranking dos exportadores de mel no mundo.

16 DESTAQUE EMPREENDERO Empreender Competitivo – um programa desenvolvido pela CACB em parceria com o Sebrae Nacional – planeja investir, ainda este ano, cerca de R$ 6 milhões.

18 EM FOCOEm tramitação há cerca de dez anos, o Projeto de Lei 4302/98, que regulamenta a terceirização de pessoal e o trabalho temporário, estagnou na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

20 DESTAQUE CACB Associação Comercial do Ceará começa a preparar o evento de comemoração de seus 145 anos, que completa em 2011.

22 DESTAQUE FEDERAÇÕES Pensar políticas públicas para as micro e pequenas empresas tem sido um dos principais compromissos do presidente da Federalagoas, José Geminiano Jurema.

24 AGENDAA Federaminas convida para o 13º Congresso das Associações Comerciais de Minas Gerais.

26 DESTAQUE CBMAEMutirões de Conciliação desafogam o Judiciário e propõem um atendimento cada vez mais célere à população.

28 PEQUENAS NOTÁVEISAcesso à inovação e qualifi cação de mão de obra são os principais desafi os de pequenas empresas. A avaliação foi feita durante o X Encontro Nacional de Estudos Estratégicos.

34 TENDÊNCIASInvestimento externo e expansão das grandes empresas criam oportunidades para micro e pequenas empresas surfarem na onda de crescimento.

36 BIBLIOCANTOEm 1822, o jornalista Laurentino Gomes serve-se de mais de 80 livros a que teve acesso para mostrar os bastidores da independência do Brasil.

37 ARTIGOO economista Roberto Macedo conta como surgiram as propostas para os candidatos à Presidência da República.

ÍNDICE

EXPE

DIE

NT

E Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróesfróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - [email protected] gráfi co: Vinícius KraskinDiagramação: Kraskin ComunicaçãoFoto da capa: Banco de imagens Fotolia.com/ rgbdigital.co.ukRevisão: Flávio Dotti CesaColaboradores: Ângela Caporal, Karen Horn,Neusa Galli Fróes, Olivia Bertolini, Thais MargalhoExecução: Editora Matita Perê Ltda.Comercialização: Fone: 51.3392.7932Avenida Chicago, 92. CEP: 90240-010 - Porto Alegre-RS

14 CASE DE SUCESSO

28 PEQUENAS NOTÁVEIS

8 CAPA

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Outubro de 2010 5

PELO BRASIL

O varejo do futuro une tecnologia,conveniência e envolvimento Como será a confi guração do varejo

no futuro? Segundo a pesquisa “O Varejo do Futuro e o Futuro do Varejo em Porto Alegre”, divulgada pela Câma-ra de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, os próximos anos serão intensos e trarão mudanças signifi cativas para o setor, unindo tecnologia, conveniência e envolvimento. A pesquisa foi feita com pesquisadores, consultores, represen-tantes do setor público e do varejo.

O estudo permite afi rmar, segundo o CDL local, que pelo menos um dos processos do varejo será virtual. Por exemplo, mesmo que a compra seja feita em ambiente físico, o pagamento se dará por meio de um sinal digital enviado do telefone celular. Outra tendência é a de que o preço fi xo desapareça, pois serão oferecidas mais ofertas personalizadas.

O comércio de rua nos bairros também terá espaço garantido com lojas compactas de grandes redes. Uma das constatações é de que as pessoas até pagam mais para evitar o deslocamento de carro.

De acordo com a pesquisa, o con-sumidor estará, cada vez mais, em busca da segurança, livrando-se de sentimen-tos como medo, estresse e ansiedade. Por sua vez, os maiores desafi os para os shoppings nos próximos 20 anos serão: aumentar a relevância da variedade de produtos para atender as tendências de comportamento e consumo; criar uma sensação de lugar diferenciado; atrair novos consumidores; desenvolver ofer-tas segmentadas; e conjugar consumo, lazer, serviços e espaços de trabalho, elevando ao máximo o padrão de aten-dimento ao consumidor.

Comerciantes e proprietários de restau-rantes de Fernandópolis, interior de São Paulo, têm até o dia 30 de novembro para adaptar cardápios ou listas de preços ao sistema braile. Desde que a lei foi sancionada pelo prefeito da cidade, Luiz Vilar de Siqueira, a Associação Co-mercial e Industrial de Fernandópolis promove campanha de alerta aos empresários e proprie-tários dos estabelecimentos sobre as multas no caso de descumprimento das novas normas. Num primeiro momento, o estabelecimento está sujeito ao pagamento do equivalente a 10 Unidades de Referência do Município (URMs). Em caso de reincidência, o valor da multa será o dobro e de forma acumulativa.

Fonte: Acif

Acif alerta comerciantes sobre nova lei municipal

Outubro de 2010 5

Tendências de consumo irão exigir maior variedade de produtos nos próximos 20 anos

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6 Empresa BRASIL

PELO BRASIL

Acmc lançaUniversidadeCorporativa

6 Empresa BRASIL

O sucesso da “6ª Exponegócios – Encontro de Oportunidades e Relacio-namentos” – motivou a Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), apoiado-ra do evento, a anunciar para 2011 mais uma edição. Voltado para o desenvolvi-mento de novos negócios e a formação de parcerias, o encontro ocorreu em 16 de setembro, na sede da Federasul, em Porto Alegre. A promoção foi da Asso-ciação Comercial de Porto Alegre (Acpa), com parceria do Sebrae e patrocínio da Caixa Econômica Federal.

As rodadas de negócios dinâmicas

têm duração máxima de 21 minutos, em pequenos grupos de sete participan-tes. Na oportunidade, são divulgadas as atividades e produtos de cada empresa junto a empresários de diversos ramos de atuação. O objetivo é ampliar as redes de contato e prospectar novos negócios. Neste ano, os grupos foram divididos em “lounges”, o que deixou o ambiente ainda mais agradável. A 6ª Ex-ponegócios reuniu 49 empresas associa-das à Acpa e representantes de diferen-tes segmentos, como serviços jurídicos, segurança, construção civil, auditoria, cooperativas de crédito e infraestrutura.

Exponegócios terá duasedições em 2011

A Associação Comercial de Mogi das Cruzes (Acmc) acaba de lançar a sua Universidade Corporativa. A primeira no país ligada a uma en-tidade de classe. O objetivo é ca-pacitar profi ssionais dos mais varia-dos setores da cidade e da região.“O foco é treinar gente do Alto Tietê, especialmente Mogi, mas também é extensivo a interessados de todo o país”, explica a vice-presidente da entidade e idealizadora do projeto, Fádua Sleiman.

A ideia nasceu das pesquisas realizadas pelo departamento de cursos e palestras da entidade que, há anos, promove aulas de espe-cialização para empresários e fun-cionários do comércio e de outrasáreas. “Nós identifi camos as princi-pais defi ciências e o que é preciso fa-zer para melhorar. Percebemos que era necessário ampliar as opções de formação dos profi ssionais”, afi rmou Sleiman. Mais informações: (11) 4728-4324 e 4728-4327 e peloe-mail [email protected].

A Associação Comercial do Distrito Federal (Acdf) criou um grupo de estudos para identifi car os problemas e as maiores necessidades do setor de comércio e ser-viços da região do Plano Piloto, em Brasília. Segundo a presidente da entidade, Daniel-

le Moreira, a proposta é “identifi car os an-seios dos empresários e empreendedores de Brasília, além de agir com efi cácia para solucionar problemas do setor”.

O diagnóstico será apurado por uma comissão voluntária formada por dez

empresários da região, sob a coorde-nação de um dos diretores da entidade, Francisco Emílio, dono do bar e restau-rante Beirute. O primeiro relatório ela-borado pela comissão será apresentado ainda em 2010.

Classifi car problemas, identifi car soluções

Evento é voltado para o desenvolvimento de novos negócios e a formação de parcerias

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Outubro de 2010 7

Um projeto em parceria com o Sebrae do Acre pretende reestruturar a rede de fi liadas da Federação das Asso-ciações Comerciais do Acre (Federacre). A ideia é treinar os empresários e diri-gentes de associações do interior den-tro de conceitos modernos do comér-cio e cooperativismo.

Também será feito um levantamento do registro e da estrutura das associações do interior. Segundo o presidente da Fe-deração, George Teixeira, “a Associação da capital é bastante desenvolvida, mas precisamos modernizar o interior”.

A Federação das Associações Em-presariais do Maranhão (Faem), com apoio da CACB, realizou em 25 de se-tembro a premiação do Mérito Empre-sarial 2010, encerrando o Congresso Estadual de Associações Comerciais e Industriais do Maranhão. Um dos ex-poentes do troféu foi João Rolim, que comanda o grupo Magnólia em Santa Inês, com 16 postos de combustíveis espalhados pelos estados do Ceará, Piauí e Maranhão, da Transportadora Rolim, Magnólia Pneus – segunda maior revendedora da Good Year no país –, da Fazenda Magnólia e da TV Remanso, retransmissora da Rede Record.

O outro homenageado foi Francisco Carlos Oliveira, que está à frente do gru-po FC Oliveira, instalado em um parque industrial com 60 mil metros quadra-dos em Codó. A empresa produz 140 opções de produtos de limpeza, entre detergentes, sabão e sabonetes, ama-

ciantes e desinfetantes, entre outros. A empresa cresce à taxa de 25% ao ano, gera 1.400 empregos diretos, distribui produtos para 17 estados brasileiros e tem uma frota de 200 caminhões.

O presidente da Faem, Julio Noro-nha, chamou a atenção para o compro-

misso assumido na primeira edição do evento e lembrou a intenção de realizar o próximo em alguma cidade do interior maranhense, como forma de motivar a interiorização das riquezas em um mo-vimento que faça o Maranhão crescer de forma mais equilibrada.

Federacre propõe reestruturação em sua rede

Um pacto pelo crescimento do Maranhão

Raimundo Nonato Coelho Maciel, proprietário da Rede de Supermercados Maciel, recebe o prêmio Empresário do Ano

George Teixeira: “Precisamos modernizar o interior do estado”

Page 8: Empresa Brasil 63

8 Empresa BRASIL

Um dos itens abordados pela publicação Propostas para o próximo presidente, entregue pela CACB e demais entida-des signatárias aos candidatos à Presi-

dência da República, o termo burocracia foi criado pelo economista Jean-Claude Marie Vincent (1712-1759), ministro do governo francês do século 18. Usado com sentido crítico às repartições públicas, passou hoje a ser associado à morosidade que provoca nos processos.

Considerada um dos fatores que infl uenciam de forma negativa a competitividade, ela é responsável por um dos piores índices do Brasil no tempo para a

abertura de um negócio. Segundo dados do relatório Doing Business do

Banco Mundial, um empreendedor leva 120 dias para conseguir iniciar o seu negócio no Brasil, em compara-ção à média de 61,7 dias de países da América Latina e Caribe e de 13 dias entre os integrantes da Organiza-ção para a Cooperação e Desenvolvimento Econômi-co (OCDE) – formada por países de alta renda.

Na pesquisa deste ano, que traz um ranking com 183 nações, das menos às mais burocráticas, o país ocupou a 129ª posição, atrás de nações bem menos desenvolvidas. Já o México – a 12ª economia mundial

Excesso de burocraciaafeta o empreendedorismoSegundo o Banco Mundial, um empreendedor leva 120 dias para conseguir iniciar o seu negócio no Brasil, em comparação à média de 61,7 dias de países da América Latina e Caribe e de 13 dias entre os integrantes da OCDE

CAPA

Excesso de leis, documentos,

processos e passos a serem seguidos

torna a burocracia brasileira uma das maiores do mundo

Page 9: Empresa Brasil 63

Outubro de 2010 9

Chapina: “O empreendedor no Brasil precisa lutar muito para investir, planejar e fazer crescer o seu negócio. Além de comprar e vender suas mercadorias para pagamento em 30, 60 ou 90 dias, na outra ponta, é obrigado arecolher impostos praticamente à vista”

– fi cou na 51ª colocação, superando o país em todos os tópicos destacados na pesquisa.

O quadro, segundo o Banco Mundial, vem pioran-do. De 2009 para 2010, o Brasil regrediu em oito dos dez quesitos elencados pela instituição, entre esses o registro de propriedades, o pagamento de impostos e a importação e exportação de produtos.

Autor do artigo O grande peso dos tributos e a custosa burocracia de outras obrigações fi scais – incluí-do na publicação Propostas para o próximo presidente –, José Maria Chapina Alcazar, presidente do Sindica-to das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo (Sescon-SP), esclarece que somente empresas que dependem de licenciamentos específi cos podem levar até um ano para abertura, dependendo dos alvarás de licenciamento dos órgãos.

“Precisamos desmistifi car que o Brasil tem uma com-plexidade no processo de abertura de empresas, quando na verdade isso ocorre em atividades de exceção”, diz.

Mais grave, segundo ele, são os casos que preci-sam de vistoria prévia, em que não existem prazos de cumprimento da demanda, em que o agente público fi ca ao livre-arbítrio para ver se o estabelecimento está dentro das conformidades que julga. “Precisamos fi xar limites para que o agente cumpra essa missão no prazo determinado”, sugere. Outra questão é a do habite-se, principalmente na licença de funcionamento, cuja complexidade impede, em alguns casos, até mesmo a concessão do alvará, acrescenta.

Já no que se refere aos tributos, Chapina diz que o grande número de obrigações acessórias exigidas pelo poderes públicos sobrecarrega o empreendedorismo brasileiro, especialmente as pequenas e médias empresas. “O empreendedor no Brasil precisa lutar muito para in-vestir, planejar e fazer crescer o seu negócio. Isso porque,

além de comprar e vender suas mercadorias para paga-mento em 30, 60 ou 90 dias, na outra ponta, é obrigado a recolher impostos praticamente à vista”, relata. “Isso sem falar na média de 2.600 horas destinadas ao cumprimento das obrigações tributárias – a maior do mundo.”

De olho no Congresso Nacional:Dos projetos em tramitação no Congresso Nacio-

nal, José Maria Chapina Alcazar, presidente do Sindica-to das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo (Sescon-SP), chama a atenção para os seguintes:

Terceirização: necessidade de aprovação do projeto de Lei 4302/98 que regulamenta os serviços terceirizados, dando mais dinâmica à economia e mais segurança jurídica nas negociações.

Redução de jornada: a proposta pode afetar a empregabilidade do país.

Contribuição de 10% sobre FGTS: o fi m do adicional de 10% sobre o FGTS é a correção de uma injustiça existente há anos com o empreendedor.

Ampliação das Leis de Incentivo: devem ser am-pliadas para contemplar as empresas de lucro presumido.

Tributos nas notas fi scais: projeto de Lei 1472/07 que torna obrigatória a discriminação dos tri-butos incidentes em todas as notas fi scais.

fi 51ª l ã d í t d

Page 10: Empresa Brasil 63

10 Empresa BRASIL

CAPA

O relatório Justiça em Números 2009, com dados sobre o funcionamento do Judiciário brasileiro, apresentado em setembro, em Brasília, pelo presidente

do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Cezar Peluso, confi rmou: a Justiça brasileira é uma das mais burocratizadas do mundo.

Segundo o estudo, a Justiça (federal, trabalhista e es-tadual) recebeu, no ano passado, 25,5 milhões de novos processos, 1,28% a mais do que em 2008. Somando-se ao estoque de ações ajuizadas em anos anteriores, tramitaram 86,6 milhões de processos nos três ramos da Justiça em 2009, segundo o levantamento do CNJ.

José Guilherme Vasi Werner, secretário-geral adjun-to do CNJ, afi rmou que o levantamento desses dados pelo CNJ é uma das medidas que estão sendo condu-zidas pelo judiciário para combater a burocracia. A partir daí, segundo ele, será possível estabelecer metas para a desobstrução das principais causas de sua morosidade.

Existem diversas explicações para o excesso de pro-cessos em tramitação, diz Werner. Além do grande vo-lume de demanda, ele aponta a existência de uma cultu-

ra, no Brasil, de não dar atenção a métodos consensuais de solução de confl itos, o que precisa ser incentivado em todo o país. “Esta talvez seja uma das ações mais efi cientes, capaz de melhorar o volume de demanda e o próprio tempo de tramitação dos processos”, afi rma.

Já o maior entrave, segundo ele, ocorre na execu-ção de processos, em que a grande taxa de congestio-namento é provocada por ações do devedor que re-siste à pretensão do credor de receber o seu dinheiro.

Justiça brasileira é uma dasmais lentas do mundo

O relatório Justiça em Números 2009, com dados sobre o funcionamento do Judiciário brasileiro, foi apresentado em setembro, em Brasília, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Além do grande volume de

demanda, a existência de uma cultura de não dar atenção a métodos

consensuais de solução de confl itos

contribuiu para o excesso de

processos em tramitação

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Outubro de 2010 11

No sistema portuário, sete diferentes ministérios têm poder de fi scalizar

No Índice de Performance de Logística do Banco Mundial, o Brasil vem me-lhorando. O país subiu da 61ª posi-ção para a 41ª posição, entre os 150

maiores países. Mesmo assim, ainda há muito a fazer. Segundo Wilen Manteli, presidente da Associação Bra-sileira dos Terminais Portuários (ABTP), o excesso de burocracia, no comércio exterior, atinge praticamente todas as áreas em que as empresas e a população têm que se relacionar com o governo. Os empecilhos bu-rocráticos vão desde a saída da mercadoria da fábrica até a sua colocação no porão do navio, e vice-versa. “São diversos órgãos públicos de controle e fi scaliza-ção, com um baixo nível de integração e sem coorde-nação única”, afi rma.

Somente no sistema portuário, de acordo com o executivo, órgãos ligados a sete diferentes ministérios têm o poder de fi scalizar – e também de paralisar, quan-do seus servidores entram em greve. Isso resulta em um número excessivo e de alta complexidade de regu-lamentos e de documentos que, juntamente com a alta frequência de mudanças nos procedimentos burocráti-cos, são apontados pelas empresas como um dos gran-des obstáculos ao maior dinamismo das exportações.

“O desembaraço de mercadorias leva, no Brasil, quatro a cinco dias, enquanto em outros países leva apenas um”, relata Manteli, que sugere alterações para

o país reduzir a burocracia ao mínimo necessário. “To-dos os envolvidos nas operações do comércio exterior devem agir como responsáveis pelo resultado fi nal, pautando-se pela velocidade em seus procedimentos, seguindo o exemplo dos países que concorrem com o Brasil no mercado internacional.”

Indicador Brasil América Latina& Caraíbas

OCDEMédia

Documentos para exportar (número) 8 6,8 4,3

Tempo para exportar (dias) 12 18,6 10,5

Custo para exportar (US$ por contêiner) 1.540 1.243,6 1.089,7

Documentos para importar (número) 7 7,3 4,9

Tempo para importar (dias) 16 20,9 11,0

Custo para importar (US$ por contêiner) 1.440 1.481,0 1.145,9

Índice de Performance de Logística/ Banco Mundial

Manteli: “O desembaraço de mercadorias leva no Brasil de quatro a cinco dias, enquanto em outros países isso é feito em apenas um”

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12 Empresa BRASIL

CAPA

“O Brasil detém uma das mais nefastas burocracias do mun-do.” Quem afi rma isso é o advogado João Geraldo Piquet

Carneiro, presidente do Instituto Helio Beltrão, uma or-ganização cujo objetivo é propor iniciativas para ampliar a efi ciência da administração pública e reduzir a interferência excessiva do governo na vida dos cidadãos e das empre-sas. Ele concedeu a seguinte entrevista a Empresa Brasil:

Quais as medidas que o senhor considera as mais urgentes para a eliminação da burocracia?

No campo econômico, é fundamental abolir todas as formas de controles fi scais que hoje incidem sobre os atos de criação, operação ou extinção de empresas. Refi ro-me, por exemplo, à prova de quitação de tri-butos e encargos previdenciários na hora de arquivar o contrato social ou a alteração na Junta Comercial. Outra difi culdade é o acesso ao crédito público. A lei proíbe, por exemplo, que o banco público empreste a quem deve algum tributo. Com isso, empresas com potencial de crescimento, mas com dívida circunstan-ciais, não conseguem se recuperar. Na área de comér-

cio exterior o quadro é parecido: o exportador que deve algo ao governo não pode se valer do fi nanciamento à expor-tação. Na área portuária, o desembaraço da mercado-

ria importada é demorado. A carga tem que ser ins-

pecionada no cais por uma série de fi scais. Por que não concen-trar tudo isso num só fi scal? Por que não

começar a fi sca-lização por meio

documental antes mesmo de a carga desembarcar?

A quais fatores o senhor atribuiu o excesso de burocracia no país?

São várias as causas da burocratização. Para fi ns di-dáticos, costumo dividi-las em três estágios: primeiro, a fase clássica que remonta aos controles impostos sobre o Brasil colônia pela metrópole. Guardamos desse perí-odo o forte viés centralizador, o formalismo e o princípio da desconfi ança na relação do Estado com o cidadão. O atual furor legislativo, inclusive sobre a vida privada das pessoas, é uma espécie de reverberação daqueles tempos. A segunda fase correspondeu ao aperfeiçoa-mento técnico do aparelho de Estado. A burocracia se sofi sticou e surgiram importantes núcleos formadores de elites dirigentes. Essa burocracia pode ser ainda au-toritária, mas sem dúvida é competente. A terceira fase foi a que veio com a longa crise fi scal. Na impossibilidade de reduzir gastos, sucessivos governos se valeram do aumento de arrecadação. Para tanto, aumentaram-se os impostos, criaram-se impostos novos e, acima de tudo, apertaram-se os controles sobre os contribuintes. Datam desse período os chamados controles cruzados, ou seja, a exigência cada vez mais frequente do requisito de certidão negativa para prática de atos corriqueiros da atividade econômica. Neste momento, perdemos toda e qualquer cerimônia em matéria de tributação.

Como mudar esse quadro num país que

sempre pontifi cou pelos privilégios de deter-minadas categorias?

O espírito de corpo é uma característica da socie-dade humana desde os primórdios da civilização. O problema do corporativismo começa quando deter-minados grupos se atribuem vantagens, prerrogativas diferenciadas em relação a outros grupos. Sindicatos, associações de classe, tabelionatos, partidos políticos, grupamentos profi ssionais, setores específi cos da pró-pria burocracia se organizam para defender seus inte-resses legítimos ou pleitear vantagens não tão legítimas.

Brasil detém uma das mais nefastas burocracias do mundo

Empresa BRASIL

pciais, não conseguem se recuperar. Na áre

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de reduzir gastos, sucessivos governos

se valeram do aumento de

arrecadação. Para tanto,

aumentaram-se os impostos, criaram-se impostos novos e, acima de tudo, apertaram-se os

controles sobre os contribuintes”

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Algumas dessas corporações têm lobbies poderosíssi-mos. Infelizmente, não vejo no horizonte qualquer movimento no sentido de reverter esse quadro.

Do ponto de vista das classes menos favoreci-

das, quais os aspectos que o senhor aponta que têm relação com a burocracia e seus efeitos?

O pobre é sempre o que sofre mais, por motivos óbvios. Rico tem despachante, advogado e contador. A burocratização excessiva é, portanto, a negação da democracia e a demonstração cabal da insensibilidade da administração pública.

Existe relação da burocracia com a corrupção?Certamente a burocratização é uma das principais

causas da corrupção. Em 2007, o Instituto Helio Beltrão realizou um importante seminário sobre o tema com a participação de vários organismos nacionais e internacio-nais. Tomen-se, por exemplo, as compras públicas e o processo de licitação. Qualquer concorrência tem uma infi nidade de etapas e para cada uma delas há exigências a serem cumpridas. Ora, qualquer exigência é poten-cialmente um foco de corrupção. Na realidade, essas normas sobre contratações públicas foram concebidas na época de forte impulso infl acionário e, portanto, de instabilidade da moeda. Hoje, com moeda estável, gran-de parte dos controles poderia ser sumariamente elimi-nada e, provavelmente, com ganhos para a ética pública.

A difi culdade reside na baixa vontade de alterar a situação vigente diante do temor de que qualquer movimento nesse sentido possa ser confundido como facilitário para mais corrupção.

Dentre as reformas necessárias, quais o se-

nhor considera possíveis? Todas as reformas são teoricamente possíveis. Mas,

se forem profundas, as resistências serão enormes. As chamadas reformas tributárias sempre terminaram com o aumento da tributação graças ao poder de lobby dos órgãos de arrecadação e ao distanciamento da opinião pública em relação ao assunto. A reforma política é mais difícil ainda, pois os congressistas estão satisfeitos com o status quo. Talvez a mais urgente seja a mais factível: a reforma da educação. Todo mundo é a favor e não falta gente competente para dar boas ideias.

Brasil cai no rankingdas economias mais competitivas do Fórum Econômico Mundial

O Brasil caiu duas posições no ranking das eco-nomias mais competitivas elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. Segundo os dados revelados em setembro, o país caiu da 56a posição para a 58a.

No topo da lista está a Suíça, seguida pela Sué-cia e por Cingapura. O ranking é estabelecido pelas respostas dadas por multinacionais e empresas lo-cais a um questionário sobre a percepção de cada país. A economia americana, que ocupava a 2a posição em 2009, caiu para a 4a posição. Já a Chi-na é o único país dos Brics que subiu no ranking, passando da 29a posição para a 27a, superando tra-dicionais economias como Itália e Espanha.

O Fórum Econômico Mundial destaca pontos positivos na economia brasileira. Mas alerta quanto aos desafi os. Entre os 139 países avaliados, o Brasil é classi-fi cado como o que tem o pior impacto da carga tribu-tária sobre o setor privado. No que se refere aos indi-cadores que medem a regulação do governo, o Brasil era o penúltimo colocado em 2009 e caiu para último.

O ranking aponta que a população não confi a em seus políticos. O Brasil é considerado um dos locais onde a corrupção e o desperdício de dinheiro público têm peso signifi cativo na competitividade.

Em termos de corrupção, o Brasil aparece entre os 18 piores países. Apenas 12 sociedades confi am menos em seus políticos que a brasileira.

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Outubro de 2010O 13

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14 Empresa BRASIL

CASE DE SUCESSO

Doce sucessoA partir de uma vigilância sanitária sólida,

da tipifi cação do produto, da participa-ção de congressos internacionais e da revisão da legislação brasileira, a cadeia

produtiva do mel vem crescendo gradativamente, tan-to no mercado interno quanto em exportações. Atu-almente, o Brasil é o 9° maior exportador de mel do mundo, e esta fatia do mercado já movimentou mais de 3 milhões de dólares somente de janeiro a junho de 2010, com a comercialização de mais de um milhão de toneladas do produto. São 350 mil apicultores e 300 estabelecimentos industriais registrados.

Nos últimos dez anos, o setor cresceu 4,5% e hoje está avaliado em US$ 36 milhões. O salto ocor-reu com o fi m do embargo europeu ao produto, em 2008. As exportações brasileiras do setor dobra-ram, com incremento de 106%, além de aumento de 42% das quantidades comercializadas de mel no mercado externo. O embargo durou dois anos, pe-ríodo que o Brasil levou para colher amostras sufi -cientes e provar à comunidade europeia que o mel brasileiro era livre de resíduos.

“Hoje recebemos relatórios de reconhecimento da qualidade do nosso produto”, explica a presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Mel (ABE-MEL) e empresária, Joelma Lambertucci de Brito. O Ministério da Agricultura, a Apex-Brasil e a ABEMEL fi zeram uma parceria com um laboratório alemão para certifi car a qualidade do produto. Hoje, todas as em-presas exportadoras são certifi cadas pelo Ministério.

Segundo Lamberttuci, “isso fortalece o país e dá res-peito ao produto”.

O setor também tem participado de feiras e congres-sos internacionais. Em 2009, foi feita uma divulgação, com um stand de 100 m² na APImondia, em Paris, uma das maiores feiras de mel do mundo. A participação conti-nuará em 2011, com o espaço já alugado na APImondia 2011, que é bienal e será realizada em Buenos Aires.

O grupo também tem participado de eventos como o Congresso Íbero latino-americano de Apicultura, que será realizado ainda em 2010 na cidade de Natal, e con-tará com um Workshop apresentado pelos parceiros do projeto Honey from Brasil, desenvolvido pelas três enti-dades. A participação nestas feiras deve impulsionar ain-da mais as vendas no exterior, incluindo destinos como Estados Unidos, Japão e alguns países árabes.

Outra meta das entidades, dentro do projeto Ho-ney from Brasil, é a tipifi cação do mel. Este trabalho

Cadeia produtiva do mel busca aumentar exportações, estimulando consumo interno e harmonizando a legislação, a partir de agenda para os próximos cinco anos

Empresários da cadeia do mel nostand do projeto Honey from Brasil,na APImondia 2009, em Paris.

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Outubro de 2010 15

será desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com universida-des e instituições de investigação científi ca. O início do processo está previsto para outubro deste ano, e deve apontar as características químicas do mel para agregar valor nutritivo e comercial ao produto.

Atualmente, os principais concorrentes do mercado de mel brasileiro são a Alemanha, o México e a China. Como empresária, Joelma Laberttuci ainda sente que faltam algumas conquistas. Ela conta que “o mercado de mel tem uma curva crescente de demanda, mas ainda falta organização para o setor; os empresários precisam se mobilizar mais para se organizar e profi ssionalizar”.

Agenda do MelO Ministério da Agricultura abriu espaço para uma

Câmara Setorial da cadeia do mel, da qual participam diversas entidades do setor público e privado, inclusive a ABEMEL e a APEX-Brasil. A intenção é criar uma agenda com dez metas prioritárias para os próximos cinco anos.

Propostas como a padronização do registro do produto nas esferas municipal, estadual e federal, tipi-fi cação do produto, certifi cação, ações de pesquisa e assistência técnica, ganho de produtividade e qualidade sanitária, além de uma revisão na legislação que afeta a cadeia, são alguns dos focos. A proposta está sendo construída e deve ser apresentada ao ministro da Agri-cultura, Wagner Rossi, ainda este ano.

“Temos que trabalhar em uma legislação que seja segura para a produção e ofereça ao consumidor brasileiro um produto com as características sanitárias necessárias”, explicou Paulo Márcio Araújo, coorde-nador-substituto de Apoio às Câmaras Setoriais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Para a presidente da ABEMEL, “faltam ao Brasil uma política pública e leis específi cas, é exata-mente isso que a Câmara Setorial vai fazer”.

A partir da década de 1970, Brasil passa a apresentar avanço científi co e comercial com o cruzamento da abelha africana com a europeia

Reunião da Câmara Setorial do Mel, no Ministério da Agricultura

� A primeira é de implantação da apicultura do país, entre 1939 a 1955, antes da exploração da abelha africana. Na década de 50, a produção nacional oscilava por volta de 5 mil toneladas por ano, volume pequeno quando comparado aos países vizinhos, já que o Brasil tem fl ora e clima bastante propícios à apicultura.

� Em 1956, o geneticista brasileiro Warwick Kerr analisou o problema, buscando alterna-tivas para aumentar a produção nacional de mel. Ele trouxe ao Brasil uma raça de abelhas africanas chamada Apis mellifera scutellata, e deu início à segunda fase. Foi feita a africaniza-ção dos apiários e adaptação às novas necessi-dades, com grande incremento na produção.

� A última etapa, iniciada na década de 1970, registrou o avanço científi co e comercial atin-gido com o cruzamento da abelha africana com a europeia, além do trabalho de pes-quisadores, técnicos e apicultores em busca do desenvolvimento de novas metodologias de manejo e da autonomia da indústria de material apícola.

A história domel brasileiro podeser dividida em três fases distintas

do desenvolvimento de novas metodologias de manejo e da autonomia da indústria de mamamaattetetete iririri lalalala aa aa ípípípípp cocococollalalaa.

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16 Empresa BRASIL

DESTAQUE EMPREENDER

O Empreender Competitivo – um pro-grama desenvolvido pela CACB em parceria com o Sebrae Nacional – pla-neja investir, ainda este ano, cerca de

R$ 6 milhões em projetos de consultoria e capacitação de micro e pequenas empresas. Serão 2.450 bene-fi ciados, contemplados em 120 projetos dos núcleos

setoriais inscritos no Portal Empreender – quatro vezes mais do que os 33 da última chamada, feita em 2008.

Com esse objetivo, em setembro foi lançado o edital da segunda chamada de projetos. O prazo má-ximo de assinatura dos convênios será de 18 meses. Cada projeto deverá apresentar uma contrapartida de 50%, seja de recursos próprios ou dos parceiros

Empreender Competitivo planeja investir R$ 6 milhões ainda em 2010O Programa incentiva o desenvolvimento gerencial, o associativismo e a geração de emprego e renda entre empresas de um mesmo setor e mesma área de atuação

Iniciativa promove o desenvolvimento, cria novos postos de trabalhos e ensina, de forma prática, o associativismo

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– Associação ou Federação. A variação na distribui-ção do recurso dependerá da demanda e do próprio projeto. Não serão distribuídos recursos para infraes-trutura das empresas.

Outro fator que deverá ser levado em considera-ção é a localização dos projetos. Na segunda chamada serão observadas preferencialmente as regiões Norte e Nordeste, que não foram contemplados no primei-ro edital. A intenção do Empreender Competitivo é gerar aumento no número de postos de trabalho, na receita das empresas e na competitividade. Para tan-to, a CACB ajuda a promover ações para melhorar a permanência da empresa no mercado ou sua relação com outras empresas do segmento, seja pela redução dos custos, melhoria dos produtos ou processos que destaquem a empresa em seu setor. O Empreender pretende manter o resultado de 80% de sucesso da chamada realizada em 2008.

Segundo o coordenador do Empreender, Carlos Rezende, muitos núcleos não conseguem apresen-tar projetos por meio das Associações Comerciais ou Federações, dada a difi culdade em reunir os em-presários, elaborar um plano de ação consistente e atender às exigências de habilitação defi nidas no edital. “O prazo se torna muito curto para desenvolver todas as atividades. Os que ainda conseguem apresentar os projetos o fazem com baixa qualidade”, explica.

O coordenador do Empreender, Carlos Rezende, identifi ca como um erro comum a indicação equivocada de premissas para o projeto. O edital exige que sejam apontadas situações de vari-áveis externas, necessárias para o bom andamento da proposta, sobre a qual o grupo não tem controle. O material cita exemplos de premissas como a manu-tenção da isenção do ICMS para o setor. “O projeto de um eventual núcleo onde

os empresários têm isenção de ICMS será comprometido caso haja alteração nesta regra. Quem controla o ICMS é o governo estadual, ou seja, uma situação externa”, explica o coordenador.

Uma proposta deve ser apresenta-da em função de uma necessidade ou oportunidade identifi cada pelo núcleo setorial. Desta forma, elas tendem a ser mais coerentes, com alinhamento entre objetivos, ações e histórico do projeto. É

preciso defi nir um objetivo e depois ali-nhar as ações.

Em quase duas décadas de existência, o Empreender está em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, cobrin-do mais de 800 municípios e abarcando cerca de 35 mil empresas. O Programa Empreender incentiva o desenvolvimento gerencial, o associativismo e a geração de emprego e renda entre empresas de um mesmo setor e mesma área de atuação.

Problema recorrente

Costurando sucessosO Núcleo de Confecções da Associação

Comercial de Santo Antônio de Jesus enten-deu bem o procedimento e foi chamado, em 2008, para desenvolver o projeto Confec-cionar. A meta era criar uma marca coletiva, a Bahia Vest, e dar um diferencial para que as empresas pudessem gerar novos postos de trabalho e aumentar o faturamento.

Para a coordenadora do programa junto à Associação, Ivani Quadros, “o Empreender tem sido uma grande ferramenta, pois trans-formou a realidade de muitas empresas, pro-moveu o desenvolvimento local, criou novos postos de trabalhos e, principalmente, ensinou de forma prática o que é o associativismo”.

O projeto deu tão certo que o núcleo é novamente candidato ao Empreender 2010, desta vez pretendendo continuar a geração de empregos, aumentar o faturamento em 20%, fortalecer a Central de Negócios e a marca Bahia Vest e aumentar o número de empresas participantes através de parcerias com outras Associações Comerciais da região.

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18 Empresa BRASIL

Fotos: Stock .xchng

EM FOCO

Empreendedores defendem projeto que regulamenta a terceirização

Uma das maiores expectativas do em-presariado é de que, partir da nova le-gislatura, seja aprovado o projeto de Lei 4302/98. Há mais de dez anos

em tramitação, o texto defi ne e regula o trabalho temporário e estabelece regras para a prestação de serviços de terceiros. Desde novembro de 2008, o PL permanece estagnado na Comissão de Justiça, que examina a sua constitucionalidade. As modifi ca-ções, durante a tramitação, foram tantas que o texto atual é muito diferente da proposta inicial apresen-tada, em 1998, pelo chefe do executivo, na época, Fernando Henrique Cardoso.

Atualmente, não existe no Brasil lei para regulamen-tar a terceirização. Ela é feita por meio de contratos administrativos e é julgada pelos tribunais, caso a caso.

Depois da discussão em várias audiências públi-

cas e análise das Comissões e pedido de alterações pelo Senado, o projeto foi aprovado pela Comissão de Trabalho e Serviço Público (CTSP) da Câmara, em outubro de 2008. A proposta emperrou justamente porque criava a chamada responsabilidade solidária, mecanismo que permite ao empregado acionar a em-presa contratada e a contratante.

O relator da matéria na Câmara, deputado San-dro Mabel (PR-GO), concordou até em tirar esse artigo do texto para colocá-lo em votação, mas nem assim teve sucesso. Uma subcomissão permanente foi criada na Comissão de Trabalho para discutir o assunto, também em vão.

De acordo com o novo texto, a empresa contra-tante deve garantir a segurança, condições de higiene e salubridade, quando o trabalho for executado em suas dependências ou em local por ela determinado.

O projeto prevê ainda que a empresa poderá es-tender, tanto ao trabalhador temporário como ao ter-ceirizado, benefícios – como o vale-atendimento mé-dico e ambulatorial –, mas sem vínculo empregatício. Será proibido utilizar o serviço terceirizado em funções distintas daquelas informadas no ato da contratação.

Em relação ao trabalho temporário, a proposta estipula prazo máximo de seis meses, com a possibi-lidade de prorrogação.

Ainda neste ano, o Executivo tomou a iniciativa de enviar novo projeto ao Congresso. O ponto polêmi-co é o que proíbe a contratação de terceirizados para atividade-fi m da empresa.

Consideram-se atividade-fi m “as funções e tarefas empresariais e laborais que compõem a sua essên-cia, e que defi nem o seu posicionamento e classifi ca-ção no contexto empresarial e econômico”. Para os empresários, no entanto, não há como distinguir, de forma segura, o que é atividade-fi m e meio. Citam a construção de um prédio, em que há várias etapas: fundação, parte elétrica, hidráulica. “O que é fi m e meio em uma obra?” Perguntam.

Atualmente, não existe no Brasil lei para regulamentar a terceirização. Ela é feita por meio de contratos administrativos e é julgada pelos tribunais, caso a caso

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Países concorrentes não possuem legislação trabalhista restritiva como a brasileira

A Associação Comercial de São Paulo é uma das entidades engajadas na aprova-ção do projeto que regulamenta a terceiri-zação no país. Alencar Burti, presidente da

entidade, concedeu a seguinte entrevista a Empresa Brasil: Existe alguma mobilização dentre as

entidades empresariais para a retomada da tramitação do projeto no Congresso?

A Acsp e a Facesp vêm participando com um gru-po de entidades da mobilização permanente em favor da fl exibilização da legislação trabalhista e especialmen-te pela aprovação do Projeto de Lei 4302/98, que regulamenta a terceirização e o trabalho temporário. A CLT, que nasceu em 1943 contaminada pelo seu viés intervencionista derivado da Carta Del Lavoro do fascismo italiano, não atende às novas exigências do mercado de trabalho e não se adapta ao mundo da globalização, quando a concorrência não é apenas en-tre empresas, mas também entre países, e à evolução da tecnologia que criou novas formas de trabalho. É urgente a modernização da legislação trabalhista, bem como a redução dos custos sobre o fator trabalho.

Qual a expectativa de sua votação?Com o Congresso ainda paralisado devido ao

segundo turno da eleição presidencial, vai ser difícil a aprovação ainda este ano, mas a oposição do sindicato torna mais difícil, mas não impossível, a aprovação do Projeto. Vai ser preciso procurar demonstrar as vanta-gens das mudanças propostas e os benefícios que elas podem trazer para toda a economia e, em consequên-cia, para os próprios trabalhadores.

Quais os pontos que o senhor considera

mais importantes no projeto? A possibilidade de ampliação do prazo de con-

tratação do trabalho temporário e maior fl exibilidade para a contratação dos serviços de terceiros, é outro ponto relevante, que pretende adequar a legislação à realidade da economia. Caso não se aprove a fl e-

xibilização da legislação vamos continuar a onerar o consumidor com custos que poderiam ser reduzidos com a aprovação da proposta e menos competitivos com relação a outros países.

Existe uma legislação específi ca em

outros países? Em muitos países a legislação trabalhista é bem mais

fl exível do que a brasileira, com maior liberdade de con-tratação e de dispensa. O que precisa ser considerado é que os grandes concorrentes das empresas brasileiras, especialmente os países asiáticos, não possuem legisla-ções trabalhistas restritivas como a brasileira e seus cus-tos de mão de obra são muito inferiores. As mudanças propostas pelo PL4302/98 são importantes, mas não são sufi cientes para tornar o Brasil sufi cientemente com-petitivo em relação a tais países. Os encargos que inci-dem sobre a folha de pagamento são muito elevados, e burocracia e as exigências da legislação, muito onerosas.

Alencar Burti: “Para aprovar a

lei vai ser preciso demonstrar

as vantagens das mudanças propostas e os

benefícios que elas podem trazer para toda a economia e, em consequência,

para os próprios trabalhadores”

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20 Empresa BRASIL

A CACB participará do Comitê de Seleção do 8° World Chambers Congress, junto com líderes do comércio de vários países também parceiros da International Cham-

ber of Commerce (ICC). Os votos para escolha dos can-didatos à sede do evento, que ocorrerá em 2013, serão computados até o dia 15 de novembro deste ano. Já se apresentaram como candidatas as Câmaras de Comér-cio e Indústria de Dubai e do Qatar. O World Chambers Congress, que acontece desde 1999, ganha cada vez mais espaço no calendário internacional do comércio e, desde 2003, conta com o Concurso Mundial de Câma-ras, que premia os projetos inovadores para o setor.

O convite à CACB para integrar o Comitê foi feito durante as comemorações do aniversário de 60 anos da World Chambers Federation (WCF), ligada à In-ternational Chamber of Commerce, no último dia 15 de setembro, em Paris. A entidade foi homenageada num jantar, no qual discursaram o ministro de Estado da República do Líbano e ex-presidente do WCF, Ad-nan Kassar, o presidente da Eurochambers, Alessandro Barberis, e o presidente da WCF, Rona Yircali.

O presidente da CACB, José Paulo Dornelles Cai-roli, participou em Paris da homenagem e também de-

verá participar do 7° World Chambers Congress, que acontecerá entre os dias 8 e 10 de junho de 2011, na Cidade do México, e será o primeiro evento da entida-de realizado em uma cidade latino-americana. O tema será Enterprise – Network – Prosperity.

Segundo Rona Yircali, “o WCF, dedicado a traba-lhar para as Câmaras em todos os níveis, percorreu um longo caminho em 60 anos para se tornar a es-pinha dorsal da comunidade de Câmaras”. Ele explica ainda que “como o movimento da Câmara vai bem, nós aproveitamos a ocasião do nosso aniversário de 60 anos para reafi rmar nosso compromisso de fortalecer a rede entre as Câmaras de todo o mundo”.

A ICC é uma antiga parceira da CACB e tem como objetivo facilitar o intercâmbio entre a comuni-dade global e as mais de 12 mil Câmaras de Comér-cio ao redor do mundo. A ICC atua, desde 1950, como uma das mais infl uentes Câmaras de Comércio do mundo. O ex- presidente da entidade brasileira Raul Góes (1971-1975) foi vice-presidente da ICC entre 1974 e 1980.

A primeira câmara de comércio no mundo foi fun-dada em 1599. No Brasil, a Câmara da Bahia, fundada em 1811, é a pioneira.

Dubai e Qatar disputam indicação de sede para o 8° World Chambers Congress, marcado para 2013

Evento, lançado em 1999, ganha cada vez mais espaço no calendário internacional do comércio e, desde 2003, conta com o Concurso Mundial de Câmaras, que premia os projetos inovadores para o setor

CACB integra comitê de seleção do World Chambers Congress

DESTAQUE CACB

Page 21: Empresa Brasil 63

Outubro de 2010 21

Ceará prepara festa paracomemorar 145 anos da ACC

Em comemoração aos 145 anos da Associa-ção Comercial do Ceará (ACC), em 2011, vários eventos estão sendo preparados para agitar a capital Fortaleza e as cidades

do interior. Serão prêmios, cursos, palestras, novos serviços, além da reforma do prédio histórico e da pu-blicação de um livro de memórias da entidade.

Segundo o presidente da ACC e da Federação das Associações Comerciais do Estado do Ceará (Facece), José Porto Guimarães, no próximo ano serão entre-gues três prêmios de reconhecimento: no dia 13 de abril será entregue o Troféu Carnaúba, já reconhecido no Estado; em janeiro, a medalha José Gentil Alves de Carvalho, em homenagem ao presidente que liderou a entidade por 25 anos; e em outubro, a comenda Dá-rio Teles de Menezes, lembrando o primeiro industrial do Ceará, que há 160 anos inaugurou a empresa mais antiga do Brasil: a cachaçaria Ypioca.

Também será realizada mensalmente uma coletiva empresarial, com palestras que apresentarão casos de sucesso de comerciantes e personalidades do Estado.

O objetivo é valorizar a cultura e incentivar o comércio local. O presidente também está programando via-gens pelo interior, a fi m de consolidar o associativismo e mostrar a importância da participação e união de to-dos. A programação ainda está sendo fechada, e Porto promete ainda mais para 2011.

Além dos eventos, a comemoração também está contando com uma reforma física do prédio histórico da entidade. “As portas estão sendo restauradas, to-das com duas polegadas e ferragens novas, como no modelo original”, conta o presidente. Também está sendo preparada uma Sala do Memorial, para expor as peças históricas da entidade, que se orgulhava de comprar escravos para alforriá-los em seguida já dez anos antes da Lei Áurea.

Por fi m, será publicado um livro de memórias, para contar em linguagem simples e acessível a histó-ria da Associação e do desenvolvimento do comércio local. A intenção é valorizar o associativismo e mos-trar a importância da Associação no crescimento eco-nômico e cultural do Ceará.

Prêmios, cursos, palestras, novos

serviços, além da reforma do prédio

histórico e da publicação

de um livro de memórias da entidade,

farão parte das comemorações

da festa de aniversário

2011 será um ano de muitas novidades para a Associação Comercial do Ceará, que aproveita a comemoração dos 145 anos para olhar para o futuro

Page 22: Empresa Brasil 63

22 Empresa BRASIL

DESTAQUE FEDERAÇÕES

Em sua opinião, quais são as perspectivas para a economia do Brasil nos próximos quatro anos?

Vejo o futuro de nossa economia com muito oti-mismo, particularmente se o governo federal continuar conduzindo as políticas públicas como as que foram executadas pela equipe do presidente Fernando Hen-rique e aprimoradas pelo governo do presidente Lula.

Quais os maiores entraves para o cresci-mento de seu estado?

O estado de Alagoas vive atualmente um momen-to muito especial. O governo, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, ocupada pelo nosso

ex-presidente Luis Otávio Gomes, conseguiu superar todos os obstáculos que existiam para o ingresso de novas empresas. Atualmente existe segurança jurídica para quem investe no estado, além de uma legislação de incentivos bastante moderna e com tramitação rá-pida, sem demoras burocráticas. Ademais, por se tratar de um estado pequeno, o governador, pessoalmente, participa da captação de empresas, assim como acom-panha a sua implantação e funcionamento.

E as parcerias com entidades públicas e privadas?

O nosso sistema de associações comerciais tem

Fundada em 28 de julho de 1972 com o objetivo de integrar o setor empresarial e expandir o associativismo, a Federação das Associações Comerciais de Alagoas

(Federalagoas) tem se destacado como uma das entidades que mais têm contribuído, em seu estado, para o desenvolvimento dos pequenos negócios.

Pensar políticas públicas para os segmentos das micro e pequenas empresas tem sido um dos principais compromissos de seu presidente, José Geminiano Jurema.

Segundo ele, os pequenos negócios devem ser trata-dos como grandes modifi cadores da economia local. “É preciso que os gestores públicos tenham mais aten-ção para as compras governamentais, a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, o Empreendedor Individual, entre outras ações, que permitem o desenvolvimento econômico do estado. Bastaria que 15% do universo de empreendedores individuais alagoanos empregassem uma pessoa e seriam gerados cerca de 30 mil novos empregos”, afi rma em entrevista a Empresa Brasil:

É preciso desenvolver o potencial de geração de empregosdos micro e pequenos negócios

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atuado em parceria com o BNDES, através de nos-sa OSCIP de microcrédito, e com o Sebrae, em di-versos programas como o Empreender, Negócio a Negócio e tantos outros. Temos ainda parceria com o Tribunal de Justiça e a nossa Câmara de Media-ção e Arbitragem. Atuamos, ainda, em uma série de ações conjuntas com Federação das Indústrias, Federação do Comércio, Federação da Agricultura e Federação dos CDLs.

Qual a repercussão das parcerias para o associado?

A maior e mais signifi cativa repercussão para nossos associados é demonstrar que todas as entidades estão irmanadas num só propósito de reconstruir o estado de Alagoas, depois de muitos anos de difi culdades. As en-tidades representativas do setor produtivo em Alagoas, em que pese cada uma ter suas próprias atividades, bus-cam o quando possível atuar em conjunto.

Quais as principais ações da Federação?A Federalagoas trabalha sistematicamente com

micro e pequenas empresas, em especial, porque a maioria de nossos associados pertence a esse segmen-to – a verdadeira e mais consistente base de nossa economia. Temos também desenvolvido em nosso estado, em parceria com o Sebrae e o governo es-tadual, um grande esforço para formalizar os empre-endedores informais. Sempre argumentamos que as grandes e médias empresas não precisam de muita assistência, pois têm assessores da melhor qualidade para orientá-las. Quem carece de apoio e assistência é a micro e a pequena empresa. Esse é o nosso pa-pel, mais ainda, porque o micro e o pequeno negócio compram, ganham e gastam dentro do estado, e rara-mente pedem incentivos fi scais, além de empregarem a mão de obra de menor qualifi cação.

Quais principais as difi culdades de sua en-tidade?

A maior difi culdade de nossa entidade é não pos-suir independência fi nanceira. Gastamos muito de nosso tempo na captação de recursos para prestar-mos serviço aos nossos associados. Nossa maior pre-ocupação é tentar seguir experiências que conduzam

num futuro próximo a uma independência fi nanceira. Estamos sempre atentos às novidades do sistema que nos permitam aprender com a experiência dos outros. Uma entidade com credibilidade e com um elevado conceito atende seus associados de modo diferenciado.

Qual deve ser o foco de atuação da CACB daqui para a frente?

Entendo que a CACB teve ter como foco prioritá-rio o micro e o pequeno negócio, buscando identifi car e liderar todas as ações voltadas para este segmento.

Quais devem ser as prioridades da agenda

empresarial no país?Em primeiro lugar a redução da carga tributária,

seguida por medidas de desburocratização e acesso à tecnologia da informação.

Qual deve ser a posição do meio empresa-rial no que se refere à racionalização e redu-ção dos gastos públicos?

O setor produtivo privado deve desencadear uma campanha para o rigoroso controle dos gastos públi-cos, de modo que possa vir a ter efi ciência para um dia ser chamado de “setor produtivo público”.

Qual a possibilidade de uma verdadeira re-forma tributária no país após as eleições?

Se depender do Poder Executivo, esta reforma jamais acontecerá. Uma grande oportunidade seria neste período eleitoral, se os empresários, ao contri-buírem nas campanhas, exigissem o compromisso dos parlamentares para um posicionamento futuro.

Em sua opinião, qual o principal entrave para o crescimento brasileiro?

A defi nição de políticas públicas voltadas para a edu-cação profi ssionalizante e para os desníveis regionais.

Quais as principais realizações de sua gestão? O fortalecimento do Programa Empreender, a ex-

pansão de política de microcrédito e participação nos organismos deliberativos estaduais direcionados às políti-cas de desenvolvimento e pronunciamentos, realizando eventos e participando de reuniões de entidades.

“A Federalagoas trabalha sistematicamente com micro e pequenas empresas, em especial, porque a maioria de nossos associados pertence a esse segmento– a verdadeira e mais consistente base de nossa economia”

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24 Empresa BRASIL

Federaminas convida para o 13º Congresso das Associações Comerciais do estado

Facerj debate desenvolvimentoempresarial e geração de empregos

Será realizado nos dias 12 e 13 de novembro o 6º Congresso da Federa-ção das Associações Comerciais e Em-presariais do Estado do Rio de Janeiro (Facerj) . Durante o evento, está previsto também o 6º Encontro Estadual do Em-preender e 1º Encontro Cejer (Conse-lho de Empreendedores e Jovens Em-presários do Estado do Rio de Janeiro). O objetivo do congresso da entidade ca-rioca é discutir o desenvolvimento empresarial e a geração de empregos no Rio de Ja-neiro, o fortalecimento das associações comerciais e a melhoria contínua da qualidade de vida. O público previsto é de cerca de 450 pessoas, entre líderes empresariais, empresá-rios, autoridades federais, estaduais, municipais e convidados.

Um dos destaques da programação será a entrega da “Comenda Rui Barreto”, a mais alta distinção concedida pela Facerj. A condecoração é destinada aos empresários, autori-dades e pessoas indicadas, que se destacaram durante o ano e que tenham participação ativa junto ao sistema associativo, através da Ace de seu município. Para informações e inscrições: www.facerj.org.br

AGENDA

Faciap vai à Argentina e ao Uruguai

O Instituto de Planejamento e Promoção do Comércio Exterior (Ippex) e a Federação das Asso-ciações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap) or-ganizam, de 6 a 10 de novembro, missão empresarial à Argentina e ao Uruguai. A delegação brasilei-ra será composta por cerca de 20 empresários. De acordo com a coordenadora do Instituto, Adria-na Cordeiro, são esperados bons resultados para o comércio entre o Brasil e os dois países.

O volume de intercâmbio co-mercial brasileiro com o Mercado Comum do Sul (Mercosul) está em ascensão. De acordo com Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em 2009 o saldo de transações comerciais do Brasil com o grupo fechou em US$ 2,7 bilhões. Em 2010, o acumulado até agosto re-gistra US$ 3,2 bilhões.

Adriana Cordeiro, coordenadora do Ippex, prevê bons resultados

Foto: Divulgação

A Federação das Associações Comer-ciais de Minas Gerais (Federaminas) convi-da os empresários interessados para o 13º Congresso das Associações Comerciais de Minas Gerais, que será realizado nos dias 18 e 19 de novembro, em Belo Horizon-te. A entidade espera receber cerca de 500 participantes, entre dirigentes e exe-cutivos das cerca de 400 entidades federa-das que integram o sistema. A solenidade Mérito Empresarial homenageará os em-presários do ano, indicados pelas associa-ções comerciais mineiras por se destaca-rem na vida empresarial, no associativismo e em ações da comunidade. A entidade

espera um público de 1,4 mil pessoas. In-formações sobre inscrição e programação no site: www.federaminas.com.br

O sucesso do Mérito Empresarial (2009) é um dos destaques do Congresso das Associações Comerciais de Minas Gerais

Foto: Divulgação Federaminas

Empresários cariocas discutem o desenvolvimento regional e geração de empregos no estado

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Facisc promove encontrode associações empresariais

Excelência na gestão de entidades

A Federação das Associações Em-presariais de Santa Catarina (Facisc) pro-move, nos dias 18 e 19 de novembro, em Jaraguá do Sul, o Encontro Estadual de Acis 2010 e o 14º Encontro Estadual do Empreender. A organização espera reunir cerca de 400 participantes. Du-rante os encontros serão realizadas pa-lestras, apresentações de cases de em-presas, de associações empresariais e de casos de sucesso, resultados da parceria entre poder público e privado.

Na abertura, serão lançadas a cam-panha e a programação das ações em comemoração aos 40 anos de fundação da entidade, que acontecerá em 2011. “Queremos marcar o quadragésimo aniversário da nossa Federação com uma série de ações que ressaltem a im-portância do associativismo para a classe

empresarial catarinense e, consequen-temente, para a sociedade”, destaca o presidente Alaor Tissot.

Painéis específi cos para públicos-

alvo também serão realizados. Os en-contros contam com a parceria com a Associação Empresarial de Jaraguá do Sul e têm o apoio técnico do Sebrae/SC.

A excelência na gestão é uma prer-rogativa para o desenvolvimento das empresas. Nas entidades empresariais isso não pode ser diferente. Nessa li-nha, a Facisc abordará o tema em um painel nos dias 18 e 19 de novembro próximos. Além de apresentação de cases de associações empresariais, a Federação abordará sobre o Programa Facisc de Excelência na Gestão das Acis. A iniciativa é uma ação conjunta entre a

Federação e o Movimento Catarinense para Excelência (MCE), com o objetivo de melhorar a gestão das associações empresariais de Santa Catarina. O pro-grama prevê o diagnóstico das entida-des, o processo de seleção, capacitação assistida, aplicação do conceito, autoa-valiação, o processo de validação exter-na e entrega do prêmio à entidade de melhor gestão. A entrega será durante a Solenidade de Comemoração dos 40

anos da Facisc, em junho de 2011.Um dos destaques do evento será

a entrega dos prêmios do Programa de Incentivo Comercial (PIC). O programa estipula metas aos agentes das associa-ções empresariais, que se transformam em pontos, e estimula, assim, o aumento nas vendas. Outras informações e inscri-ções podem ser feitas pelo site da Fede-ração: www.facisc.org.br ou pelo telefo-ne: 48.3952.8844

Foto: Renato Gama

Além de apresentação de cases de associações empresariais, evento abordará o Programa

Facisc de Excelência na Gestão das Acis

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26 Empresa BRASIL

Mutirões de Conciliação agilizam andamento dos processos

Como meio alternativo de resolução de confl itos, o principal objetivo da concilia-ção é desafogar o Judiciário, oferecendo uma alternativa pacífi ca ao cidadão. Uma

das formas que a Câmara Brasileira de Mediação e Ar-bitragem Empresarial (CBMAE) e outras entidades que desenvolvem trabalho semelhante encontraram para atingir este objetivo é o Mutirão de Conciliação.

Desde 2008, foram realizados seis mutirões só na cidade de São Paulo, campeã no número de ações. No período foram realizadas mais de mil audiências, com

uma média de 80% de acordos. “O mutirão tornou-se a forma primordial da devida execução da criação do PACE”, explica o consultor da CBMAE em São Paulo, Guilherme Giussani. Para ele, é fundamental propor-cionar à sociedade uma forma célere de resolução de confl itos. “O mutirão nos faz mais reconhecidos pe-rante o Tribunal de Justiça e toda a população, também foi isso que ocasionou a elaboração do programa O Conciliador da TV Globo”, justifi ca.

Atualmente, diversas instituições – como Itaú, Bra-desco e Vivo – procuram o PACE para realizar muti-

Confl itos são resolvidos deforma rápidae benefi ciam oJudiciário e asociedadeem geral Iniciativa desburocratiza o andamento dos processos, ajuda a desafogar o Judiciário e proporciona

atendimento cada vez mais célere à população; índices de acordo são superiores a 75%

DESTAQUE CBMAE

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rões específi cos. Em 2009, o PACE de São Paulo re-alizou um mutirão para os processos que tramitavam no Juizado Especial Cível das Empresas de Pequeno Porte e Microempresas. Na ocasião, foram analisados 82 casos, dos quais 53 resultaram em acordo.

Segundo Giussani, “os mutirões resolvem uma grande quantidade de confl itos de uma forma rápida, o que benefi cia o Judiciário e a sociedade em geral”. Ele acrescenta ainda que os índices de acordo são superio-res aos 75% que conseguimos alcançar nas audiências agendadas normalmente.

O PACE de São Paulo já tem um mutirão marcado entre os dias 18 a 22 de outubro, envolvendo 300 casos da Universidade Mackenzie. Estão programados mutirões em Rio Branco (AC), Vitória (ES) e Sidrolândia (MS).

Outros BrasisAlém de São Paulo, a CBMAE tem apoiado muti-

rões no Acre, no Espírito Santo e no Mato Grosso do Sul. A programação prevista para Rio Branco, entre o fi nal de setembro e início de outubro, correspondeu à segunda fase do projeto de Conciliação para o estado.

O primeiro mutirão, em modelo piloto, teve me-nor proporção e foco nas empresas de demandas estratégicas. A previsão é atender cinco processos de cada uma das 10 empresas selecionadas, totalizando 50 procedimentos, de 45 minutos cada.

Nos moldes do Mutirão da Cidadania de São Pau-lo, Vitória foi palco do Mutirão Solidário em setembro, organizado pelo Ministério Público do Estado. Foram oferecidos diversos serviços, além da apresentação dos MESCs, divulgação da Conciliação e agendamento de novas audiências.

Pequeno giganteCom o objetivo de auxiliar o comércio local, a As-

sociação Comercial de Sidrolândia (MS), a 60km da ca-pital de Campo Grande, realizou seu primeiro Mutirão de Conciliação em agosto deste ano. Foram realizados 13 procedimentos, todos com resultado positivo. À primeira vista, a quantidade pode parecer pequena, mas o presidente da entidade, José Carlos Domingos Oliveira, é de opinião que o resultado “foi ótimo se pensarmos o tamanho da cidade e considerarmos que foi a primeira experiência”.

As conciliações envolveram principalmente regula-rização de dívidas de consumo, com pagamentos feitos na hora ou parcelados, redução de juros e diversos fa-cilitadores. A intenção foi devolver estes consumidores para o mercado, pois puderam ter seus nomes limpos, e auxiliar as empresas a ajustar seus caixas de inadim-plência. Os conciliadores foram formados no curso da CACB-CBMAE oferecido na capital, em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (Acicg) e com a Federação das Associações Empresa-riais do estado (FAEMS).

O sucesso foi tanto que a Associação já planeja um novo mutirão. Segundo Oliveira, “algumas pessoas ti-veram difi culdade em entender o que é a conciliação, mas fi zemos um trabalho pós-mutirão para aumentar o aproveitamento no próximo. Tenho certeza de que vai ser cada vez melhor e que as pessoas vão entender a importância da conciliação”.

Resultadosalcançadosna cidade deSão PauloSemana Nac. da Conciliação – 2008:Realizadas: 313 l Frutíferas: 85%

Juizado Especial da ME-EPP - 2009:Realizadas: 82 l Frutíferas: 61%

Mackenzie - 2009:Realizadas: 152 l Frutíferas: 89%

FMU - 2009:Realizadas: 113 l Frutíferas: 90%

Eletropaulo – 2009:Realizadas: 145 l Frutíferas: 74%

Mackenzie - 2010:Realizadas: 93 l Frutíferas: 90%

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28 Empresa BRASIL

PEQUENAS NOTÁVEIS

Foto: Divulgação Sebrae

Acesso à inovação e qualifi cação de mão de obra são os principaisdesafi os de pequenas empresas

■ Agência Sebrae de Notícias

O acesso à inovação tecnológica e o es-forço de qualifi cação dos empregados das micro e pequenas empresas, dois dos principais desafi os de incentivo ao

segmento no país, requerem atenção. A avaliação é do diretor de Administração e Finanças do Sebrae, José Claudio dos Santos, durante o X Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, promovido pela Secretaria de As-suntos Estratégicos da Presidência da República e realiza-do em setembro, em Brasília/DF. O objetivo foi debater a segurança e o desenvolvimento do Brasil até 2022.

José Claudio participou do painel que tratou sobre Inovações para Qualifi car o Trabalhador e Fomentar o Empreendedorismo no Brasil. “As pesquisas mostram que as micro e pequenas empresas não têm, sozinhas, condições de investir para fazer os aportes necessários na área de tecnologia”, disse. Ele destacou esforços do Sebrae no incentivo ao desenvolvimento das MPEs e ao empreendedorismo, desde o estímulo à criação de novos negócios à capacitação empresarial, incluindo cursos presenciais e a distância, medidas que viabilizam acesso ao mercado, aos serviços fi nanceiros, à inova-ção e à tecnologia.

Ele lembrou também a importância do apoio de ór-gãos e instituições como o Ministério da Ciência e Tec-nologia e a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).

Ainda segundo José Claudio, os pequenos negó-cios precisam estar no centro dos debates sobre de-senvolvimento até 2022 e a formação de mão de obra é uma questão que deve ser enfrentada de modo efe-tivo, inclusive com aporte de investimentos, “Estamos falando de 5,8 milhões de micro e pequenos empre-endimentos, que representam mais de 99% do total

de empresas do país, respondendo por 13 milhões de empregos, ou 52% do total de trabalhadores com car-teira assinada”, lembrou. “É preciso achar uma forma adequada e inovadora de buscar as soluções.”

De 2002 a 2009, os micro e pequenos empre-endimentos criaram 8 milhões de empregos, cerca de 84% do total de empregos gerados no país no perío-do, lembrou o diretor. Ele relacionou as iniciativas do Sebrae de apoio à criação de políticas públicas, como a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Com-plementar 123/06) e o Simples Nacional, o sistema de tributação que simplifi ca e reduz e tributação do seg-mento. “Em 2007, havia 1,7 milhão de empresas no sistema; hoje, elas são mais de 4,1 milhões.”

Em encontro de estudos estratégicos, um dos assuntos dos debates foi a contribuição dos negócios de pequeno porte para o desenvolvimento do Brasil

Diretor de Administração de Finanças do Sebrae, José Claudio dos Santos, fala sobre ações para incentivar o acesso à inovação tecnológica e a qualifi cação dos empregados nas MPEs

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Copa de 2014 contribuirá para melhorara qualidade de vida dos brasileiros

■ Agência Sebrae de Notícias

Mais do que um megaevento espor-tivo, a Copa do Mundo de 2014 será um acontecimento que abrirá grandes oportunidades econômicas,

inclusive para o segmento das micro e pequenas em-presas. “O mais importante é que a Copa vai contribuir para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Este será o grande legado”, afi rmou o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, durante a abertura do Seminário Internacional Copa 2014, realizado em setembro, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá/MT. A capital mato-grossense será uma das cidades-sede da competição.

Carlos Alberto destacou ainda o trabalho de pre-paração que está sendo feito para que a Copa trans-corra sem falhas. “Não podemos ter dúvidas. Tudo vai dar certo, porque estamos trabalhando muito e de forma correta”, disse.

OportunidadesSegundo ele, os setores da economia que terão

maior relevância nestes quatro anos que antecedem a Copa de 2014 serão construção civil (mobilidade urbana, hotelaria, aeroportos e estradas), tecnologia de informação e comunicação (que passará por um grande processo de modernização), turismo (destinos, cultura, artesanato e gastronomia) e comércio varejista, o que garante espaço para as micro e pequenas em-presas neste processo.

Carlos Alberto salientou que o fato de Cuiabá estar em estágio bem avançado de preparação estimula os organizadores das outras cidades-sede, cujos repre-sentantes estiveram na capital mato-grossense partici-pando do seminário.

Experiência Para o superintendente do Sebrae em Mato Gros-

so, José Guilherme Barbosa Ribeiro, para que um evento seja bem feito e de forma correta, é preciso se valer do conhecimento de quem já tenha realizado algo semelhante ou tenha experiência naquilo que vai ser feito. “Por isso, estamos realizando este seminário, com profi ssionais que participaram das Copas de 2006 e 2010, da Eurocopa de 2004 e que irão participar das Olimpíadas de Londres, em 2012”, afi rmou.

Barbosa Ribeiro alertou que a Copa do Mundo de Futebol é um grande negócio e que, por isso, a inicia-tiva privada tem que estar preparada para ela. “Neste sentido, o mundo empresarial tem que se engajar de corpo e alma para que o evento seja um sucesso para todos os brasileiros”, completou.

Copa do Mundo abre oportunidades para micro e pequenas empresas

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Diretor-técnico do Sebrae, Carlos Albertodos Santos, destaca oportunidades queserão abertas para as MPEs

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30 Empresa BRASIL

PEQUENAS NOTÁVEIS

Foto: Divulgação ASNGerente da Unidade de

Políticas Públicas do Sebrae, Bruno

Quick, lembra que o Empreendedor

Individual é também potencial

cliente dos escritórios de contabilidade

Contador que não atende Empreendedor Individual poderá ser excluído do Simples Nacional

■ Agência Sebrae de Notícias

Empresas de contabilidade que estão no Sim-ples Nacional e não estão atendendo gra-tuitamente os empreendedores individuais serão excluídas desse sistema diferenciado

de tributação. A Receita Federal do Brasil se prepara para fazer esse levantamento e iniciar o movimento de exclu-são, conforme alertou o gerente da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae, Bruno Quick, em encontro com con-tadores realizado no mês de setembro, em Brasília/DF.

A Lei Complementar 128/08, que cria o Empre-endedor Individual, permite a inclusão de empresas de contabilidade no Simples Nacional recolhendo

tributos na tabela 3, mais vantajosa. E também fi xa, como contrapartida, que esses profi ssionais façam o registro e a primeira declaração da receita anual dos empreendedores individuais de forma gratuita.

De acordo com Bruno Quick, a Receita vem levando em conta um grande número de reclamações sobre em-presas de contabilidade que, se não estão se negando, es-tão difi cultando o atendimento a esses empreendedores. Ele lembra que a entrada das empresas de contabilidade no Simples foi uma negociação dura que contou com o apoio do Sebrae com a condição da contrapartida.

Na sua avaliação, essa medida não deveria ser necessária, dada a importância do Empreendedor In-dividual para a inclusão econômica e social e o com-

A Receita Federal se prepara para iniciar o movimento para exclusões; atualmente 31 mil empresas da área estão no sistema, conforme a Fenacon

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promisso desses profi ssionais com o desenvolvimen-to das suas cidades, dos seus estados e do país. “São resultados que também se refl etem nas empresas de contabilidade e no profi ssional da área”, lembra Quick.

Para ele, se o contador ampliar a visão vai enxergar que, ao atender o público do Empreendedor Individu-al, também está investindo em futuros clientes. “Mas para tudo isso, é preciso que a ação desse profi ssional vá além do mero atendimento burocrático e que ele se torne um orientador desses empreendedores”, afi rma.

Medida corretaO entendimento do diretor de Tecnologia e Ne-

gócios da Federação Nacional das Empresas de Ser-viços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), Carlos Roberto Vitorino, é de que é correta a medida a ser to-mada pela Receita Federal em relação aos profi ssionais que não estão cumprindo a lei quanto ao atendimento aos empreendedores individuais. “É uma determina-ção legal que toma por base o acordo antecipado com a categoria.”

Conforme Vitorino, 31 mil empresas de contabili-dade estão no Simples Nacional. “Dentro do sistema

essas empresas têm de 30% a 40% de redução tri-butária”, diz, explicando as perdas que a exclusão do sistema pode signifi car.

IncentivoBruno Quick fez o alerta para os contadores parti-

cipantes da reciclagem sobre atendimento ao Empre-endedor Individual, promovido pelo Sebrae e pela Fe-nacon. Estes eventos estão previstos em convênio que amplia a orientação aos profi ssionais de contabilidade sobre atendimento ao público do EI. Eles são multipli-cadores das informações. “A meta é replicar a informa-ção para 12 mil profi ssionais até o fi m de 2011”, explica a analista de políticas públicas do Sebrae, Helena Rego.

Entre os temas da capacitação estão a atualização de informações sobre o Simples Nacional, incluindo proble-mas relativos à cobrança do ICMS com impactos negati-vos para as empresas do sistema. “Hoje, para as empresas do setor de comércio o Simples Nacional praticamente só existe no plano federal”, disse o analista de políticas pú-blicas do Sebrae, André Spínola, exemplifi cando o proble-ma. Na prática, explicou, a Substituição Tributária adotada nos estados anula a redução do ICMS a que as micro e pequenas empresas têm direito no Simples Nacional.

Foto: Bernardo Rebello

Para obter vantagens do Simples, escritórios de contabilidade não devem cobrar a primeira declaração da receita anual de Empreendedor Individual

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32 Empresa BRASIL

PEQUENAS NOTÁVEIS

32 Empresa BRASIL

Foto: Divulgação

Sebrae prepara semananacional de mobilizaçãodo Empreendedor IndividualCom ações simultâneas em todo o país, objetivo é contribuir para a meta nacional de um milhão de formalizados até dezembro de 2010

■ Agência Sebrae de Notícias

O Sebrae vai promover, entre os dias 18 e 23 de outubro, a Semana da For-malização de Empreendedores Indivi-duais, com ações simultâneas em todo

o país. O objetivo é ampliar o número de adesões e contribuir para a meta nacional de um milhão de for-malizados até dezembro deste ano.

A iniciativa segue exemplo de ação já realizada com sucesso pelo Sebrae no Rio Grande do Sul. A ideia é realizar, ao todo, 27 eventos, preferencialmente nas capitais ou em cidades com mais de um milhão de ha-bitantes. Esses eventos contarão com tendas instaladas em locais de grande concentração de empreendedo-res informais para orientação e formalização.

Empreendedor Individual é a fi gura jurídica que está em vigor desde julho de 2009 e que possibilita a formalização dos empreendedores autônomos, como vendedores de churrasquinho, chaveiros e outros (são mais de 400 categorias profi ssionais), com receita bruta de até R$ 36 mil por ano. Eles recolhem valor fi xo mensal de 11% do salário mínimo para a Previdência Social mais R$ 1 de ICMS se da indústria ou do comér-cio, ou R$ 5 de ISS se do setor de serviço. Entre os benefícios estão o registro no CNPJ, a aposentadoria e o acesso a fi nanciamento diferenciado.

Até o dia 19 de setembro já havia 537.361 em-preendedores individuais no país. Conforme o diretor técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, para al-cançar um milhão de formalizados é preciso o registro de aproximadamente 180 mil empreendedores em cada um dos próximos três meses.

A avaliação é que esse não é um número fácil de alcançar, mas o dirigente explica que o Sebrae está em-

penhado em contribuir para a aproximação máxima desta meta nacional. Os eventos simultâneos, expli-cou, visam chamar a atenção e ampliar a orientação e a sensibilização dos informais. A ideia é reunir entidades parceiras nacionais e locais.

Ele explica que o Empreendedor Individual resol-ve o problema da burocracia e de custos para a for-malização e que essa informação ainda não chegou a boa parte dos empreendedores, que permanecem na informalidade em virtude do ambiente que anterior-mente era hostil. Segundo Carlos Alberto dos Santos, é preciso ampliar a informação e a sensibilização. “Essa mobilização chamará a atenção, e a tendência é que continue repercutindo e ampliando as formalizações.” A previsão do diretor é de que em novembro sejam realizadas ações semelhantes em cidades do interior.

De acordo com o diretor de Administração e Fi-nanças do Sebrae, José Claudio dos Santos, a proposta é que durante a Semana da Formalização promovida em outubro, os escritórios regionais da instituição es-palhados pelo interior também promovam iniciativas de orientação e registro com as estruturas disponíveis. “É preciso aproveitar o momento”, disse.

Até a metade de setembro, foram registrados 537.361 empreendedores individuais no país. A meta é chegar a um milhão até o fi nal do ano

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Registro de marcas virapreocupação para pequena empresaSebrae desenvolve iniciativas para que empreendedor saiba a importância de preservar identidade do seu produto

■ Agência Sebrae de Notícias

No Brasil, a preocupação com o registro de marcas é crescente. Desde 2007, mais de 100 mil pedidos são deposita-dos anualmente, segundo dados do Ins-

tituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), órgão go-vernamental responsável por conceder as autorizações. Em todo o país há mais de 600 mil marcas cadastradas.

Em qualquer país é difícil encontrar pessoas que nunca ouviram falar em nomes como os da Coca-Co-la, McDonald’s e Google. As três marcas fi guram entre as dez mais valiosas do mundo. Só o nome Coca-Cola equivale a R$ 120 bilhões. A marca McDonald’s vale R$ 57 bilhões e a Google, R$ 74 bilhões, segundo a edição de 2010 do ranking da Interbrand, consultoria norte-americana.

No Brasil, o empresário que obtém o registro tem direito ao uso exclusivo da marca em todo o território nacional por dez anos, prorrogáveis por períodos iguais e sucessivos. A ofi cialização agrega valor aos produtos e serviços e ajuda a fi delizar o consumidor. “A marca tem um valor. Se o empresário protege, é o dono. É preciso proteger para continuar auferindo lucro sobre essa mar-ca”, afi rma o gerente da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia (UAIT) do Sebrae, Edson Fermann.

O aumento dos pedidos de marcas feitos princi-palmente por proprietários de negócios de peque-no porte refl ete uma política adotada pelo INPI que prevê descontos de até 60% nas tarifas para micro e pequenos empresas, além de permitir o depósito pela internet, o que desburocratiza o processo. “Não é registrável reprodução ou imitação de marca alheia para distinguir produto idêntico, semelhante ou afi m”, assinala o representante da Divisão de Marcas do INPI, Rodrigo Moerbeck de Almeida Rego.

A partir de 2011, o Sebrae vai disponibilizar aos empreendedores cartilhas explicando as quatro princi-pais modalidades de propriedade intelectual ou indus-trial: patente, registro de software, registro de marcas e registro de desenho industrial. A instituição vai oferecer consultorias para auxiliar o empreendedor no registro da propriedade intelectual ou industrial. O objetivo é sensibilizar os empresários sobre a importância de pro-teger seu produto ou marca de possíveis reproduções.

Mar de Brasília O registro é importante para preservar a identidade do negócio, na opi-

nião do empresário Darse Arimatéa Ferreira Lima, diretor da empresa Mar de Brasília. Proprietário do barco de mesmo nome desde junho deste ano, ele faz passeios pelo Lago Paranoá para ensinar educação ambiental a estudan-tes do Distrito Federal e se prepara para dar entrada no INPI para garantir a exclusividade do nome. “Como a Mar de Brasília oferece um serviço novo, é importante que nossa programação visual não seja violada”, afi rma.

Em pouco mais de três meses, mais de 1,3 mil pessoas navegaram com a Mar de Brasília. A embarcação tem capacidade para 79 passageiros e faz até seis passeios por dia. De acordo com Darse, o sucesso poderia gerar cópias, por isso é importante preservar a marca. “Queremos evitar duplicidade, que pode confundir o consumidor. Se a marca é associada a um serviço de má qualidade oferecido por outra empresa, os danos causados podem ser irreversíveis”, frisa.

Foto: Divulagação ASN

Darse Arimatéa Ferreira Lima, diretor da empresa Mar de Brasília, se prepara para dar

entrada no INPI para garantir a exclusividade do nome

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Expansão das gigantes CACB e as associações comerciais e empresariais de todo o país têm papel essencial na adaptação das micro e

TENDÊNCIAS

A Petrobras é uma das empresas gigantes indutoras do desenvolvimento nas regiões em que atua

O horizonte é de crescimento na ecno-mia brasileira, seja por investimentos que vêm de longe ou pela expansão de gigantes, como a Petrobras e a Vale

do Rio Doce. Mas a presença das grandes empresas em uma região não é garantia do desenvolvimento regional. É preciso que as locais estejam aptas para atender à demanda. A partir daí, nascem os progra-mas de qualifi cações de fornecedores por meio de convênios entre grandes empresas, entidades em-presariais e o poder público.

Em Alagoas, por exemplo, a parceria entre grandes empresas, entidades empresariais e o Se-brae construiu um núcleo produtivo que estimula o desenvolvimento local por meio da capacitação de pequenos fornecedores. Atualmente, as cadeias

de petróleo, gás, química e plástico, TI, confecções, cerâmica vermelha e de móveis envolvem gigantes como Petrobras, Brasken, construtoras e mais de 500 pequenas empresas locais que são fornecedo-ras de bens e serviços.

O processo se dá a partir da identifi cação dos gargalos e oportunidades de diversos segmentos e das demandas das grandes empresas. Na sequên-cia, as informações são passadas aos institutos tecno-lógicos, universidades e entidades empresariais que, com base em sua expertise, estruturam o plano de qualifi cação coletiva. Essa capacitação envolve curso técnico e curso gerencial.

Nessa linha, a CACB e as associações comerciais e empresariais de todo o país têm papel essencial. Em Alagoas, por exemplo, desde maio deste ano,

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incentiva os pequenos pequenas empresas às oportunidades criadas pelo investimento externo e expansão das corporações nacionais

Programas de qualifi cações de

fornecedores: um novo potencial de geração de novos

postos de trabalho entre as pequenas

empresas a Federação das Associações Comerciais do Estado (Federalagoas) realiza trabalho de capacitação de for-necedores para a cadeia de petróleo da Petrobras. “A iniciativa tem foco na formação e gestão de pequenos fornecedores”, lembra Edvaldo Figueiredo, consultor do Sebrae/ AL, parceiro no projeto.

O projeto abrange quatro municípios dos nove em que a Petrobras opera com refi no ou exploração de petróleo. ”A expectativa é de que até o fi nal do ano estaremos em oito municípios”, lembra a ges-tora do projeto, Cléa Mascarenhas, da Petrobras. “Num primeiro passo, visitamos os microempresá-rios donos de bares, restaurantes e hotéis de quatro cidades em que a estatal tem base (Coruíbe, Pilar, São Miguel dos Santos e Marechal Deodoro) para ve-rifi car quais empresas são suas fornecedoras”, relatou

a consultora da Federalagoas, Conceição Peixoto.O resultado da pesquisa foi decepcionante. Por

falta de estrutura, organização ou até mesmo a in-formalidade, das mais de 200 empresas visitadas nenhuma era fornecedora da Petrobras. A partir dessa informação, a entidade passou a difundir dois programas: o Empreender Individual, do Sebrae, e o Empreender, da CACB. Dessa forma, os pequenos e micro empresários poderão ingressar na formalidade, requisito básico de um fornecedor.

Para Ubirajara Cruz, consultor da Petrobras, a parceria com a Federalagoas é importante, dada a sua relação com os micro e pequenos empresários no Estado, o que pode contribuir para a criação de um canal de relacionamento com potenciais forne-cedores.

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36 Empresa BRASIL

O Brasil de 1822São Paulo, Brasil, 7 de setembro de 1822.

Ao se aproximar do riacho Ipiranga, por volta das 16h30min, o príncipe regente, futuro imperador do Brasil e rei de Por-

tugal estava com dor de barriga. A montaria nem de longe lembrava o fogoso alazão que, meio século mais tarde, o pintor Pedro Américo colocaria no quadro “In-dependência ou Morte” – era uma simples mula baia.

No livro 1822 – Como um homem sábio, uma prin-cesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram a criar o Brasil –, Laurentino Gomes, ex-editor-executivo da revista Veja, serve-se de mais de 80 livros a que teve acesso para mostrar os bastidores daquela época no país. Sua experiência como jornalista e autor de 1808 – sobre a fuga da Família Real de Portugal – o ajudou a traçar este novo relato sobre como o Brasil conquistou a sua independência, que erroneamente entrou para a História como se fosse uma dádiva portuguesa.

1822 não serve como livro didático, de pesquisa ou matéria de estudo para quem deseja se aprofundar nes-se período da História do Brasil. Trata-se de um livro-reportagem baseado na leitura de outros autores e re-digido sem fontes primárias sobre o tema abordado. Na verdade, há um sem-número de autores citados quase que literalmente, o que acentua o seu verniz jornalístico.

O maior mérito de 1822, sem dúvida, é a fl uência do texto e a capacidade de despertar o interesse dos leitores mais atentos para aspectos importantes daquilo que ocorreu antes e depois do grito do Ipiranga. Por exemplo: houve no Brasil, como em todos os países da América, grande derrramamento de sangue. A es-quadra que Lord Thomas Cochrane comandou – o escocês louco por dinheiro do subtítulo da obra – era composta por mais de nove navios e mais de 2.000 praças. Os combates na Bahia, a mortandade em Ita-parica e uma série de episódios desmentem interpre-tações frouxas sobre o assunto.

Além disso, José Bonifácio também foi infl exível e não se acomodou, como mostrou o motim de São Paulo, o que provocou, em cadeia, a sua demissão, prisão e exílio. Aliás, para quem desconhece o perso-

nagem, o José Bonifácio que emerge na obra de Lau-rentino é o de uma legítima eminência parda no bom sentido – espécie de mentor de D. Pedro I, o qual não agia em casos extremos sem consultá-lo.

Já as fi guras de D. Pedro I e Dona Leopoldina – a princesa triste – têm os seus perfi s muito bem deline-ados. O imperador do Brasil é mostrado como um sujeito popular, boêmio, quase vulgar, que mandava passar a chave no quarto de sua esposa para cair na noite. Excelente músico – tocava vários instrumentos –, dançava e adorava namorar. Além dos sete herdeiros com Dona Leopoldina, teve dezenas de outros fi lhos com um sem-número de amantes.

Casada por procuração – o casamento com D. Pedro envolvia altos interesses nas delicadas relações que se estabeleceram entre os monarquistas euro-peus após a queda de Napoleão, em 1815 –, Dona Leopoldina chegou ao Brasil cheia de ilusão. Acabou morrendo de tristeza pelas incontáveis traições do marido, que a maltratava publicamente na frente de sua amante, a Marquesa de Santos. Mais do que tudo, porém, entrou para a posteridade como uma mulher humanitária, solidária com as causas sociais. Capaz de endividar-se para ajudar os necessitados.

Milton Wells

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“Era uma população pobre

e carente de tudo. De cada dez

pessoas, só uma sabia escrever” – do livro 1822, de

Laurentino Gomes

BIBLIOCANTO

Laurentino Gomes, ex-editor executivo

da revista Veja, serviu-se de mais de 80 obras para

escrever 1822

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Como surgiram as propostaspara os candidatos a Presidente■ Roberto Macedo*

O trabalho de elaborar essas propostas co-meçou no início de 2009 quando a recém-empossada diretoria da Associação Comer-cial de São Paulo (ACSP), novamente sob o

comando de Alencar Burti, decidiu levar adiante a ideia, fi el à sua tradição institucional de participar ativamente de epi-sódios marcantes da história da cidade, do Estado e do país.

Como primeiro passo, houve a criação de dois novos conselhos da entidade, o Político e Social (COPS), coordena-do pelo senador Jorge Bornhausen, e o de Economia, que me coube coordenar. Para integrá-los, foram convidadas perso-nalidades de renome e com atuação marcante nessas áreas, e numa reunião conjunta dos dois conselhos foram escolhidos os temas a serem examinados para chegar às propostas.

Após essa defi nição, iniciou-se o trabalho de contatar especialistas em cada um dos temas, para escrever textos so-bre os mesmos, abrangendo um diagnóstico e propostas de políticas públicas para resolver os problemas identifi cados na análise realizada. Por sugestões de conselheiros e em enten-dimentos com o senador Bornhausen, chegamos aos nomes dos autores. Seguiu-se o trabalho de obter essa colaboração, acertar prazos de entrega e cuidar da publicação, tarefas que passaram à minha coordenação. Alguns temas foram objeto de reuniões em que os autores convidados discutiram o as-sunto num ou noutro conselho.

Houve também a preocupação de dar ao conjunto de estudos um traço integrador. Quanto a isso, houve o consen-so de que seria voltado para o que sintetiza as fragilidades da economia brasileira e as evidentes carências do país em áreas como infraestrutura, educação, saúde e segurança pública. Trata-se da baixa taxa de investimentos da economia, medida pela sua formação bruta de capital fi xo relativamente ao PIB.

No Brasil essa taxa encontra-se hoje em torno de 18% do PIB, quando esteve próxima de 25% no seu período de maior crescimento econômico (1968-73). A precariedade da taxa de investimentos da economia brasileira também se evidencia quando comparada à de países que crescem muito mais que o Brasil, com destaque para a China e a Índia, onde essa taxa alcança valores próximos de 40% e 30%, respectivamente.

À medida que os estudos eram concluídos, ocorria sua publicação em série especial de seis edições mensais da revis-ta Digesto Econômico, da ACSP, série essa iniciada em março

e concluída em agosto deste ano. Nelas estão os 35 textos que constituíram o conjunto, e cujos autores e títulos estão relacionados na matéria de capa desta da CACB, junto com uma listagem dos “links” por meio dos quais cada revista e cada artigo poderá ser acessado por meio da internet. Para facilitar cópias e versões impressas, foi adotado o formato de arquivo conhecido como pdf.

Merece referência especial o excelente trabalho de edito-ração dos textos realizado pela equipe da Digesto Econômico, liderada pelo jornalista Moisés Rabinovici. A excelência desse trabalho poderá ser testemunhada por quem consultar esses números da mencionada série especial.

Sob a forma de coletânea, foram entregues aos candida-tos Marina, Serra e Plínio em solenidade realizada no dia 9 de agosto no Memorial da América Latina. A candidata Dilma não compareceu, dado seu compromisso de no mesmo dia rea-lizar a entrevista no Jornal Nacional dentro da série que este programou com ela e os demais candidatos citados. Mas tam-bém recebeu uma cópia da coletânea.

O trabalho, contudo, não terminou aí. Inicialmente co-gitou-se que a ACSP subscreveria como sua uma parte das propostas que vieram desses estudos, ao lado de adicionar outras de sua própria iniciativa, para entregar aos candidatos como propostas da entidade. Contudo, dado o enorme nú-mero de sugestões que vieram dos textos, as quais somam mais de 400, decidiu-se que um conjunto menor, e mais voltado para as questões nas quais se centram os interesses das entidades ligadas à CACB, será levado a quem vencer a eleição, no início do seu mandato.

E aí continuará o esforço de sempre, o de lutar para que essas e outras propostas dessas entidades sejam incorporadas à realidade de políticas públicas efetivamente voltadas para o desenvolvimento político, social e econômico do Brasil.

*Roberto Macedo é economista (UFMG, USP e Harvard), professor

associado à Faap e vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo.

ARTIGO

“Um conjunto menor de artigos, mais voltado para as questões das

entidades ligadas à CACB, será levado a quem vencer a eleição”

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