empresa brasil 75

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Abril de 2010 1 BRASIL PODE TER REDUÇÃO INÉDITA NAS TARIFAS DE ENERGIA Inadimplência Inadimplência continua avançando continua avançando Nos nove primeiros meses deste ano, houve aumento de 5,26% Nos nove primeiros meses deste ano, houve aumento de 5,26%

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Edição 75 - Outubro de 2011 da publicação Empresa Brasil da CACB.

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Page 1: Empresa Brasil 75

Abril de 2010 1BRASIL PODE TER REDUÇÃO INÉDITA NAS TARIFAS DE ENERGIA

InadimplênciaInadimplênciacontinua avançando continua avançando

Nos nove primeiros meses deste ano, houve aumento de 5,26% Nos nove primeiros meses deste ano, houve aumento de 5,26%

Page 2: Empresa Brasil 75

de NegóciosMulher

Conte a história da sua empresa ou associação e inspire milhares de

brasileiras a percorrer um caminho de garra e criatividade como o seu.

São duas categorias: Pequenos Negócios, para quem é dona da sua empresa;

e Negócios Coletivos, para associações.

Você batalhou muito para chegar até aí, agora é hora de o Brasil conhecer

e aplaudir o seu talento.

Inscreva-se já e receba, gratuitamente, um diagnóstico do seu perfil empreendedor.

Page 3: Empresa Brasil 75

Quem tem conhecimento vai pra frente | 0800 570 0800

Maria de Fátima Santana de Oliveira,vencedora na categoria

Negócios Coletivos 2010.

Page 4: Empresa Brasil 75

4 Empresa BRASIL

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doEstado do Acre – FEDERACREPresidente: George Teixeira PinheiroAvenida Ceará, 2351 Bairro: CentroCidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado deAlagoas – FEDERALAGOASPresidente: José Geminiano Acioli JuremaRua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIAPresidente: José Arimáteia Araújo SilvaRua General Rondon, 1385 Bairro: CentroCidade: Macapá CEP: 68.900-182

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariaisdo Amazonas – FACEAPresidente: Valdemar PinheiroRua Guilherme Moreira, 281Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300

Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado daBahia – FACEBPresidente: Clóves Lopes CedrazRua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070

Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACCPresidente: João Porto GuimarãesRua Doutor João Moreira, 207 Bairro: CentroCidade: Fortaleza CEP: 60.030-000

Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais eIndustriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDFPresidente: José Sobrinho BarrosSAI Quadra 5C , Lote 32, sala 101Cidade: Brasília CEP: 71200-055

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Espírito Santo – FACIAPESPresidente: Arthur AvellarRua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEGPresidente: Marcos Alberto Luiz de CamposRua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

Maranhão – Federação das Associações Empresariais doMaranhão – FAEMPresidente: Júlio César Teixeira NoronhaRua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis.Bairro: São Francisco- São Luís- MaranhãoCEP: 65.076-360

Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais do Estado do Mato Grosso – FACMATPresidente: Jonas Alves de SouzaRua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020

Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais doMato Grosso do Sul – FAEMSPresidente: Antônio Freire Rua Quinze de Novembro, 390Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917

Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINASPresidente: Wander Luís SilvaAvenida Afonso Pena, 726, 15º andarBairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002

Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doPará – FACIAPAPresidente: Reginaldo FerreiraAvenida Presidente Vargas, 158 - 5º andarBairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000

Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais daParaíba – FACEPBPresidente: Alexandre José Beltrão MouraAvenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andarBairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doParaná – FACIAPPresidente: Rainer ZielaskoRua: Heitor Stockler de Franca, 356Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais de Pernambuco – FACEPPresidente: Djalma Farias Cintra JuniorRua do Bom Jesus, 215 – 1º andarBairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACPPresidente: José Elias TajraRua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207.Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: CentroCidade: Teresina CEP: 64.001-060

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJPresidente: Jésus Mendes CostaRua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: CentroCidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030

Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do RioGrande do Norte – FACERNPresidente: Sérgio Roberto de Medeiros FreireAvenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200

Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e deServiços do Rio Grande do Sul - FEDERASULPresidente: José Paulo Dornelles CairoliRua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andarPalácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110

Rondônia – Federação das Associações Comerciaise Industriais do Estado de Rondônia – FACERPresidente: Marcito Pinto Rua Dom Pedro II, 637 – Bairro: CaiariCidade: Porto Velho CEP: 76.801-151

Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais deRoraima – FACIRPresidente: Jadir Correa da CostaAvenida Jaime Brasil, 223, 1º andarBairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350

Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISCPresidente: Alaor Francisco TissotRua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540

São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado deSão Paulo – FACESPPresidente: Rogério Pinto Coelho Amato Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001

Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Estado de Sergipe – FACIASEPresidente: Alexandre Santana PortoRua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: CentroCidade: Aracaju CEP: 49.010-110

Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriaisdo Estado de Tocantins – FACIETPresidente: Pedro José Ferreira103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA -Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversifi cada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

DIRETORIA DA CACBBIÊNIO 2009/2011

PRESIDENTEJosé Paulo Dornelles Cairoli - RS

1º VICE-PRESIDENTESérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTESArdisson Naim Akel - PRArthur Avellar - ESFernando Pedro de Brites - DFJosé Geminiano Acioli Jurema - ALJosé Sobrinho Barros - DFLeocir Paulo Montagna - MSLuiz Carlos Furtado Neves - SCSadi Paulo Castiel Gitz - SEWander Luis Silva - MG

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAISJoão José de Carvalho Sá - BA

VICE-PRESIDENTE DA MICRO E PEQUENA EMPRESALuiz Carlos Furtado Neves - SC

DIRETOR-SECRETÁRIOJarbas Luis Meurer - TO

DIRETOR-FINANCEIROGeorge Teixeira Pinheiro - AC

CONSELHO FISCAL TITULARESJadir Correa da Costa - RRPaulo Sérgio Ribeiro - MTSergio Roberto de Medeiros Freire - RN

CONSELHO FISCAL SUPLENTESAltair Correia Vieira - PAGilberto Laurindo - APRonaldo Silva Resende - RN

COORDENADOR DO PROJETO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL Ardisson Naim Akel - PR

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIAAvani Slomp Rodrigues

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIOMarduk Duarte

COORDENADORA DE ASSUNTOS INSTITUCIONAISLuzinete Marques

COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO SOCIALNeusa Galli Fróesfróes, berlato associadas

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIALCecilia Azevedo e Olívia Bertolini

COORDENADOR DO EMPREENDERCarlos Alberto Rezende

COORDENADOR NACIONAL DA CBMAEValério Figueiredo

COORDENADOR DO PROGERECSLuiz Antonio Bortolin

SCS Quadra 3 Bloco ALote 126Edifício CACB61 3321-131161 3224-003470.313-916 Brasília - DF

Site: www.cacb.org.br

Federações CACB

Page 5: Empresa Brasil 75

Outubro de 2011 5

Assim como as dívidas atrapalham o sono, atormentando as noites de quem está inadimplente, assunto em destaque desta edição, também o sono é atingido por ou-

tros indicadores que, se lidos corretamente, mostram, no mínimo, que vivemos um tempo de cautela. Estamos des-cobrindo que a meta de infl ação não será cumprida, que os indicadores de investimento estão em recuo e que a in-disposição dos empresários para investir também contagia o próprio setor público, conforme mostrou o jornal Valor Econômico, em sua manchete do dia 7 de outubro, que revela a contenção de investimentos nos orçamentos dos governos estaduais para o ano que vem.

A crise econômica global gerou incertezas que afetam diretamente todos os países. Alguns mais, outros menos, é verdade. Nós, brasileiros, também contaminados, embora com irradiação bem menor – o que nos garante uma certa tranquilidade –, vivemos um tempo de alerta. A crise nos países desenvolvidos, dizem os entendidos, pode seguir vários rumos.

Quanto a nós, emergentes, além dos próprios pro-blemas para resolver, temos também um contingente de consumidores que entraram no mercado, consumiram e estão com problemas para pagar suas contas. A ressaca da festa chega ao comércio, aos bancos, ao setor de serviços e não pode ser negada, embora tenha sido este mesmo fenômeno, o da inclusão, que aumentou o consumo e que, por isso, manteve a máquina girando mesmo em 2008, no estouro da crise bancária americana.

Se daquela vez fomos surpreendidos, agora nosso de-sempenho dependerá mais do que nunca do que for fei-to para resolver questões como a da ameaça da infl ação. Acreditamos, no entanto, que passaremos pela tormenta.

Os freiosnecessários

PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasile da Federasul

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6 Empresa BRASIL

5 PALAVRA DO PRESIDENTEAssim como as dívidas atrapalham o sono, atormentando as noites do inadimplente, outros indicadores mostram que vivemos um tempo de cautela.

7 PELO BRASILO empresário Alaor Tissot foi reeleito para mais um mandato na presidênciada Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina.

10 CAPAInadimplência cresce pelo 8º mês seguido em setembro.

16 CASE DE SUCESSO Em sua 3a edição, o Feirão de Viagens movimentou cerca deR$ 650 mil em negócios.

18 ENTREVISTAO economista Marcel Solimeo, da ACSP, analisa a tendência da infl ação.

20 NEGÓCIOSEnquanto a infraestrutura ainda se ressente de um melhor planejamento,grande parte dos segmentos a serem envolvidos nas oportunidades de negóciosda Copa 2014 começa a acelerar os seus preparativos.

22 INFRAESTRUTURAO setor elétrico nacional está muito perto de sinalizar uma reduçãoinédita de 25% nas tarifas de energia de hidrelétricas.

24 FEDERAÇÕESA contribuição da jovem Federação das Associações Comerciais eIndustriais de Roraima (Facir) ao desenvolvimento do estado.

26 DESTAQUE CACBSenado aprova a lei do Supersimples.

28 CBMAEA CACB e o Sebrae lançaram a CBMAE Educ, uma ferramentaeducacional de cursos a distância, via internet.

30 TENDÊNCIASOuro caminha para completar seu 11º ano consecutivo de valorização.

31 BIBLIOCANTOEscritos políticos do pensador inglês Samuel Johnson reúnem uma coletâneade 24 artigos sobre questões sociais, econômicas e políticas.

32 ARTIGODicas do consultor Kenneth Corrêa para passar o Ano Novo no azul.

ÍNDICE

EXPE

DIE

NT

E Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróesfróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - [email protected] gráfi co: Vinícius KraskinDiagramação: Kraskin ComunicaçãoFoto da capa: Yuri Arcurs/Fotolia.com Revisão: Flávio Dotti CesaColaboradores: Ângela Caporal, Cecilia Azevedo,Neusa Galli Fróes e Olivia BertoliniExecução: Editora Matita Perê Ltda.Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - [email protected] Impressão: Arte Impressa Editora Gráfi ca Ltda. EPP

20 NEGÓCIOS

SUPLEMENTO ESPECIAL

Estão abertas as inscrições ao PrêmioSebrae Mulher de Negócios

10 CAPA

30 TENDÊNCIAS

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PELO BRASIL

O empresário Alaor Tissot foi re-eleito para mais um mandato na pre-sidência da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina. Tissot foi eleito por unanimidade entre os cerca de 50 presidentes de associações empresariais do estado que estiveram presentes no evento realizado no últi-mo dia 23 em São José.

No seu discurso, o presidente recém- -reeleito ressaltou a importância do asso-ciativismo e da luta pelas causas empre-

sariais. “Assuntos que infl uenciam a nossa pauta, como a questão do aviso prévio e a votação do Supersimples, sempre farão parte das nossas lutas, assim como as re-formas tributárias e políticas, infraestrutu-ra, entre outras.”

Entre as prioridades para a próxima gestão, Tissot destaca a responsabilidade social empresarial e ambiental, o fortaleci-mento do Sistema Facisc, a representativi-dade e a melhoria do ambiente empresa-rial, que são as diretrizes da atual gestão.

Tissot é reeleitopresidente da Facisc

Federalagoas promovepequenos negócios

Com o objetivo de discutir políticas pú-blicas voltadas para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas, a Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas (Federalagoas) realizará, no fi nal de novembro, o 4° Congresso Federalagoas e 2° Encontro Regional do Programa Empre-ender em Maceió. O evento visa difundir conhecimento e troca de experiências para fortalecer a competitividade dos pequenos negócios da região por meio da educação empreendedora e da cultura da coopera-ção. A programação inclui palestras e ofi ci-nas sobre motivação, orientação e acesso a crédito, vendas para o governo, fi nanças, gastronomia e moda. Também na agenda, exposição de produtos da terra, rodada de negócios e serviços de atendimento ao ci-dadão na área de exposição do evento.

Fonte: Imprensa CACB com informações da Federalagoas.

O vice-presidente, Ernesto Reck,com Alaor Tissot, que foi reconduzido à presidência da Facisc

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Ministro da Justiça anuncia criação do Sistema Nacional de Estatísticas de Segurança Pública

Grandes mudanças em um curto espaço de tempo. Esta ideia foi unâ-nime para todos os participantes do seminário ‘Segurança: O Desafi o em Grandes Eventos’, realizado no dia 10 deste mês, pelo Conselho Empresa-rial de Segurança Pública, Ética e Ci-dadania da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). O evento teve como destaque o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.

O ministro afi rmou que uma das medidas para o curto prazo é

preencher todas as vagas disponí-veis na Polícia Federal e na Polícia Rodoviária Federal. Para isso, já tem autorização da presidente Dil-ma Rousseff e está acertando, com o Ministério do Planejamento, de-talhes para os próximos concursos públicos para as duas instituições. Outro ponto crucial apontado pelo ministro e que precisa ser resolvi-do é a falta de comunicação entre as instituições policiais federais e estaduais e até o judiciário.

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8 Empresa BRASIL

PELO BRASIL

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Mais de 1,2 mil pessoas passaram pelo 1º Circuito Gastronômico Sabores de Tole-do (PR), durante os três dias da 2ª edição da Feira de Máquinas Automação e Indústria (Femai), no fi nal de setembro. No espaço, os visitantes podiam escolher entre o Happy Hour e o Café onde foram servidos bolos, tortas, shawarmas, sushi, sashimi e porções. Também puderam optar entre os sete pratos estrelas, que enfatizavam a gastronomia local, servidos no restaurante. Trata-se de uma ação estratégica que busca a inovação e a divulgação das produções das empresas do Núcleo Setorial de Gastronomia. Ao todo, 13 restaurantes participaram da ação.

A iniciativa vinha sendo planejada há cerca de um ano e está inserida no Projeto Empreender Competitivo, desenvolvido por meio da Confederação das Associações Comerciais e Empresarias do Brasil (CACB) e o Sebrae Nacional.

Imprensa CACB com informações da Acit.

Circuito Gastronômico deToledo atrai grande interesse

8 Empresa BRASIL

Pace promove mutirão

Foi realizado, entre os dias 19 e 24 de setembro, o mutirão de conciliação empresarial na rede CBMAE. A iniciativa visou atender os empresários que possuem con-fl itos e desejam tentar uma solução rápida, efi ciente e com menor custo. 23 unidades da CBMAE marcaram sessões. A mobilização reforça o compromisso da CACB/CBMAE em mostrar à sociedade os benefícios e a importância de conhecer e usar os métodos alternativos de solução de confl itos. A iniciativa contou com a participação das unidades do Nor-te: Belém (PA) e Rio Branco (AC); Nordeste: Campina Grande (PB) e Maceió (AL); Centro-Oeste: Brasília (DF), Cuiabá (MT) e Valparaíso de Goiás (GO); Sudeste: Birigui, Cam-po Limpo, Cerquilho, Diadema, Franca, Itapetininga, Mococa, São José do Rio Preto, São Paulo (SP), Varginha, Patos de Minas, Pouso Ale-gre, Uberlândia (MG) e Cachoeiro de Itapemirim (ES).

Fonte: Imprensa CACB

A Faems (Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul) se mobiliza para reivindicar a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias). Usando como exemplo o vizinho Mato Grosso, que reduziu a car-ga tributária, representantes da Federação realizaram um levantamento mostrando as perdas na economia causadas pela co-

brança de altos impostos no estado. O ba-lanço do relatório revelou que os setores de comércio e serviços são responsáveis por aproximadamente 68% da arreca-dação do PIB do estado. “A intenção da Federação é promover mudanças que benefi ciem os empresários e ajudem a fortalecer a economia, através de incen-tivos que deem condições de disputar a

livre concorrência”, explicou o presidente da entidade, Antonio Freire.

O relatório aponta, ainda, que a po-lítica tributária adotada em Mato Grosso do Sul pode quebrar o estado num prazo de dez anos, devido ao risco da saída de empresas sul-matogrossenses para outros estados em busca de impostos menores.Fonte: Imprensa CACB com informações da Faems

Faems reivindica redução do ICMS

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CLIPPING DE ECONOMIA/ SETEMBRO

BC reduz taxa de jurosO Banco Central surpreendeu o

mercado fi nanceiro e anunciou no dia 31 de agosto a redução da taxa básica de juros de 12,50% para 12% ao ano. A presidente Dilma Rousseff afi rmou que o aumento de R$ 10 bilhões na economia para pagar os juros da dívida (superávit primário) anunciado no início desta sema-na abriu caminho para a queda dos juros, que já estava no “horizonte”.

Apesar da expectativa de crescimento menor da economia, preocupações com a infl ação levaram o mercado a avaliar que o BC não cortaria a taxa agora. O índice ofi cial de preços (IPCA) acumula hoje alta de 6,9% e precisa cair para 4,5% até de-zembro de 2012.

O BC já desistiu de trazer a infl ação para o centro da meta de 4,5% neste ano, mas mantém o compromisso de atingir esse re-sultado no fi nal do próximo. (Agência Brasil)

A ministra do Desenvolvimen-to Social e Combate à Fome, Tereza Campello, no programa Bom Dia Mi-nistro, informou que a partir de agora o Bolsa-Família pagará benefícios para até cinco fi lhos menores de 15 anos (por família). Até então, o benefício era con-cedido no máximo para até três crian-ças e adolescentes. (Agência Brasil)

Crédito do Bolsa-Famíliavai aumentar

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Resistência doBrasil à crisenão é ilimitada

Na ONU, a presidente Dilma Rousseff pregou ação conjunta contra a crise global e admitiu que a resistência do Brasil é limitada. Em quase 25 minu-tos de discurso, Dilma afi rmou que há o risco de a crise econômica mundial se transformar numa “grave ruptura política e social”. (Agência Brasil)

Especialistas presentes no 8º Fórum de Economia da FGV, realizado no dia 27 de setembro, em São Paulo, apon-taram para “o fi m do crescimento fácil” no Brasil. A partir de agora, não apenas os custos dos investimentos devem aumentar, como a urgência em execu-tar grandes obras. Segundo o assessor da vice-presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e So-cial (BNDES), Francisco Eduardo Pires

de Souza, se a desvalorização cambial prosseguir, o custo baixo desses investi-mentos está com os dias contados. Jun-tando-se a isso o mercado de trabalho, com taxas de desemprego em patama-res historicamente baixos, as empresas terão de apostar muito mais em aumen-to de produtividade do que de empre-go – o que signifi ca necessidade de taxas de investimentos mais altas e mais caras. (Brasil Econômico)

Chegou ao fi m a era do crescimento fácil

O economista Fernando Cardim assegurou, no início de outubro, que a economia brasileira está funcionando para melhorar as condições de vida da população, tanto na redução do desemprego quanto na formalização do em-prego. “Deve haver alguma parada nisso, agora, porque se busca desacelerar a economia. Mas a trajetória é essa mesma, remover esse medo do desem-prego que o resto do mundo está sofrendo”, diz ele. (Globo News)

Trajetória de aumento do emprego deve parar

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10 Empresa BRASIL

Para os especialistas, contudo, o nível de endividamento das famílias ainda não é preocupante

CAPA

Foto: Adam Radosavljevic/Fotolia.com

Taxa de inadimplência cresce pela oitava vez consecutiva

Em meio ao alerta do Fundo Monetário In-ternacional (FMI) sobre o fato de que em alguns países o crédito está se expandindo numa velocidade mais rápida que o cres-

cimento nominal do Produto Interno Bruto (PIB), no Brasil começa a crescer a taxa de inadimplência dos consumidores. Em setembro subiu 5,8% em compa-ração com igual período do ano anterior, segundo da-dos da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Esta foi a oitava elevação consecutiva do indicador de inadimplência. Isso signifi ca que o “cenário infl acio-nário persistente” ainda exerce “pressão negativa” so-bre o poder de compra do consumidor e sobre o nível de endividamento das famílias, relata o CNDL.

Outro fator que contribuiu para o aumento da inadimplência, na visão dos lojistas, foram os cinco au-mentos da taxa básica de juros, efetuados pelo Ban-co Central neste ano, antes de começar o recuo em agosto. Entre janeiro e julho deste ano, o aumento dos juros foi de 1,75 ponto percentual, visto que a taxa

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Outubro de 2011 11

estava em 10,75%. Passou para 12,50% ao ano em julho, recuando para 12% ao ano no fi m de agosto.

“O nível de endividamento das famílias é baixo e deve aumentar nos próximos anos, mas ainda não é preocupante, como se fosse alguma bolha pronta para estourar”, declarou a Empresa Brasil a economista De-nise de Pasqual, da Tendências Consultoria Integrada. Hoje, de acordo com a economista, não há qualquer perspectiva de forte aumento de inadimplência na eco-nomia brasileira, dada a não existência de cenários que confi rmem essa tendência. “Hoje, segundo dados do Banco Central, o pagamento de dívida bancária divi-dido pelo total da renda das famílias está em torno de 23,5%, e a nossa expectativa, da Tendência Consulto-ria, é de que esse número chegue a 25,5%, o que não seria signifi cativo”, acrescenta.

Por que a inadimplência não deverá aumentar? “Primeiro porque a renda das famílias também está aumentando. As famílias estão se endividando mais, mas, em contrapartida, estão ganhando mais. Esse é o primeiro ponto: existe um aumento consistente do poder aquisitivo da população. Outro ponto é que temos uma participação cada vez maior de fi nancia-mentos de melhor qualidade, como cheque espe-cial, crédito consignado, fi nanciamento de veículos, fi nanciamento mobiliário, que são linhas de fi nan-ciamento mais passíveis de gerarem inadimplência”, ressalta Denise.

“É totalmente fora de propósito a colocação de que haja uma formação de bolha de crédito no Brasil, especialmente no setor imobiliário”, reforça o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg.

No Brasil, de acordo com o economista, o crédi-to total equivale a 47% do PIB, o que é um percen-tual baixo. Além disso, o crédito no Brasil é bastante pulverizado, acrescenta. “No setor imobiliário é da ordem de 4% e está concentrado na Caixa Econô-mica Federal. Ou seja, o setor privado está pouco exposto a essa modalidade de crédito.”

No Brasil, segundo Sardenberg, há um maior comprometimento da renda porque a taxa de juros é muito alta e o prazo dos fi nanciamentos é curto. Por isso, os brasileiros comprometem uma parcela maior da renda. De outro lado, pondera o especialista, pa-

gam suas dívidas em um prazo bem menor que os americanos, além de que o comprometimento da renda é bem menor do que a média de outros países.

“O crédito está aí para melhorar a vida das pes-soas. É só não exagerar que ele nunca vai faltar.” Esse é o mote da campanha lançada pela Febraban

Rubens Sardenberg: “É totalmente fora

de propósito a colocação de que

haja uma formação de bolha de crédito

no Brasil”

Denise de Pasqual: “O nível de endividamento das famílias deve aumentar,mas ainda não é preocupante”

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12 Empresa BRASIL

CAPA

com o objetivo de alertar os tomadores para alguns aspectos dos empréstimos bancários, como: não transformar o limite do cheque especial em uma extensão do salário, lembrar que o pagamento mí-nimo da fatura do cartão de credito signifi ca jogar o restante para o mês seguinte, com juros e outros

encargos. Que o crédito existe para ajudar na rea-lização dos sonhos, mas deve ser observada a linha de crédito mais adequada à necessidade, com pra-zo e juros mais convenientes. Planejar as conquistas mantendo o orçamento familiar em dia.

A entidade, por meio do portal Meu Bolso em Dia (www.meubolsoemdia.com.br), oferece informações didáticas sobre fi nanças pessoais e dicas sobre como economizar. Ainda no portal é possível baixar gratui-tamente o software de gestão fi nanceira Jimbo, que ajuda no controle do orçamento pessoal e planeja as despesas dos próximos meses. Além disso, o portal oferece simulador dos sonhos, tabelas para controlar os gastos de acordo com o público (estudantes, donas de casa, famílias e aposentados) e enquetes.

O montante de crédito concedido às pessoas físi-cas, com recursos livres, nos últimos oito anos, cres-ceu de forma expressiva, passando do equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) em janeiro de 2003 para 15,5% do PIB em julho de 2011.

A constatação faz parte de uma análise do Ban-co Central sobre as características dos tomadores de empréstimos de quatro grandes bancos que, juntos, detinham 74% do mercado em julho de 2011.

Segundo o levantamento, em todas as regiões do Brasil, clientes com a ocupação “profi ssional liberal” ocupam o primeiro lugar na lista de inadimplentes. Na região Centro-Oeste, 5,2% dos profi ssionais li-berais estão com pagamentos de dívidas com atraso superior a 90 dias. Seguem o Sudeste (5,1%), Sul (4,6%), Nordeste (4,5%) e, por último, os estados do Norte (4,4%).

A segunda categoria com mais calotes é a dos empresários, cujas taxas de inadimplência oscilam en-tre a máxima de 4,3% no Centro-Oeste e a mínima de 3,7% no Sudeste. No restante do Brasil, a taxa de atrasos entre os empresários é de 4% no Nordeste e

Norte e de 3,8% no Sul do Brasil.Conforme a análise do BC, os empregados do

setor privado são, proporcionalmente, mais calo-teiros do que funcionários públicos. Em quatro das cinco regiões brasileiras, clientes que trabalham na iniciativa privada têm taxas de inadimplência maiores que os que estão no setor público. A única exceção é o Sul do Brasil, onde o quadro se inverte.

Na região Sudeste, enquanto a taxa de calote entre os devedores que trabalham no setor privado é de 3,3%, o percentual entre os trabalhadores do serviço público é de 2,1%. No Nordeste estão os servidores públicos que melhor pagam as dívidas no Brasil, com inadimplência de apenas 0,6%. Nessa mesma região, o indicador dos empregados privados está em 2,1%.

Entre os brasileiros que deixaram de trabalhar, os nordestinos são os melhores pagadores, com taxa de inadimplência de 0,8%. Os aposentados que estão no Centro-Oeste brasileiro possuem uma taxa de 1,9% de inadimplência, e os do Sudeste e Sul apre-sentam índice de inadimplência de 2,3%.

Profi ssional liberal é o maior inadimplente entre os tomadores de empréstimos, segundo o BC

Portal Meu Bolso em Dia oferece

informaçõesdidáticas sobre

fi nanças pessoais e dicas sobre como

economizar

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Outubro de 2011 13

Foto: Andy Dean/Fotolia.com

Homens e mulheres de 26 a 30 anos que ganham até dois salários e devem até R$ 1mil fazem parte da maioria dos inadimplentes em São Paulo, segundo pes-quisa realizada com 804 consumidores pelo Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Boa Vista Serviços divulgada em setembro.

Dentre as informações apresentadas pela pesquisa, o presidente da ACSP, Rogério Amato, destacou que, embora o desemprego continue a ser a principal causa da inadimplência, 77% dos que atribuíram o não pa-gamento à perda de emprego pessoal ou de alguém da família já se encontram novamente empregados, mostrando que a oferta de emprego ainda é positiva.

Outro ponto importante da pesquisa, segundo Amato, é o fato de que 63% pretendem quitar seus débitos nos próximos 30 dias, dos quais 85% com o corte de gastos. “Esse é um bom exemplo que deveria ser seguido pelos governos: cortar gastos para reduzir dívidas”, ressaltou o dirigente.

A mesma consulta mostrou que o descontrole de gasto passou de 11% em setembro de 2010 para 18% no mês passado, mostrando que a facilidade de

crédito resultou em maior endividamento do consu-midor. O presidente da Associação observa, contudo, que, nos últimos meses, os bancos e o varejo se tor-naram mais seletivos na concessão de crédito, o que deve se refl etir nas próximas pesquisas.

Rogério Amato destaca que aumentou a utilização do Empréstimo Consignado, de 16% para 24% em setembro último, destacando-se as mudanças ocorridas no uso dos recursos obtidos. Quitar dívidas continua sendo a principal fi nalidade desse tipo de empréstimo para 58% dos entrevistados, seguida da “compra de produtos” para 19%, caindo a participação dos itens “ajudar a família”, “reforma de imóvel e outros”. Prova-velmente, diz Amato, “parte do consignado foi utilizada para pagar dívidas que possuem juros mais elevados, o que acaba representando um alívio para o consumidor”.

Embora tenha aumentado o número dos pesqui-sados que afi rmaram não pretender fazer compra a prazo nos próximos meses, 57% deles consideram que a sua situação fi nanceira atual está melhor em re-lação ao ano passado, o que deve ser explicado pelo crescimento do emprego e os aumentos de salários.

Desemprego continua como principalcausa de endividamento

Maioria pretende quitar seusdébitos nos próximos 30 dias com o corte de gastos

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Você deve para: Set/10 Mar/11 Set/1101 Empresa 40% 39% 39%02 Empresas 24% 32% 27%03 Empresas 14% 12% 15%04 Empresas 7% 4% 7%Mais de 4 empresas 15% 12% 13%

Que forma de pagamento foi usada? Set/10 Mar/11 Set/11Carnê 31% 37% 28%Cheque 24% 18% 20%Cartão de crédito 19% 19% 24%Cartão de loja 14% 16% 18%Empréstimo 12% 11% 10%

Se existir atraso nos dois sistemas, SCPC e SCPC|Cheque, qual ocorreu primeiro?

Set/10 Mar/11 Set/11SCPC 63% 72% 73%SCPC|Cheque 37% 28% 27%

Se carnê ou empréstimos bancários,quantos pagamentos atrasados?

Set/10 Mar/11 Set/11Um 31% 24% 35%Dois 32% 42% 33%Três 13% 14% 14%Mais de três 24% 20% 17%

Se cheque, quantos em atrasos? Set/10 Mar/11 Set/11Um 22% 5% 26%Dois a cinco 36% 77% 55%Seis a dez 18% 7% 16%Onze a vinte 15% 7% 21%Mais de vinte 9% 4% 9%

Fez empréstimo consignado com descontoem folha de pagamentos ou aposentadoria?

Set/10 Mar/11 Set/11Sim 16% 14% 24%Não 84% 86% 76%

Qual foi o uso do empréstimo consignado? Set/10 Mar/11 Set/11Quitar dívidas 42% 41% 58%Comprar produtos 14% 21% 19%Ajudar a família 15% 20% 8%Reforma o imóvel 14% 11% 10%Outros 14% 7% 5%

Sexo Set/10 Mar/11 Set/11Feminino 52% 48% 50%Masculino 48% 52% 50%

Você deve p

01 Empresa p02 Empresas p03 Empresas p04 Emppreresasas pMais ddee 4 emprep

Que forma d Carnê Cheque qCartão de créditCaCaCartrtrtão de loja jEmpréséséstititimomm p

Se existir atrSCPC|Cheq

SCPC SCPC|Cheque | q

Se carnê ou quantos pag

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Fez empréstem folha de

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Qual foi o us QuQ itar dívidas CoCompmprar produtp pAjudar aa f famílíliaia jReforma o imóvOutros

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CAPA

Fonte: Pesquisa realizada pelo Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e pela BVS - Foto

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Outubro de 2011 15Outubro de 2011 15

Idade Set/10 Mar/11 Set/11Menos de 20 anos 2% 4% 3%De 20 a 25 10% 17% 17%De 26 a 30 24% 24% 24%De 31 a 35 23% 21% 23%De 36 a 40 13% 14% 13%De 41 a 45 11% 7% 7%De 46 a 50 7% 6% 7%De 51 a 55 5% 3% 3%De 56 a 60 2% 3% 2%Mais de 60 anos 3% 1% 1%

Causas da inadimplência Set/10 Mar/11 Set/11Ficou desempregado 48% 56% 51%Alguém da família fi cou desempregado 2% 3% 4%Doença em família 6% 3% 4%Descontrole do gasto 11% 14% 18%Queda da renda 7% 6% 6%Ter sido fi ador, avalista ou emprestou o nome 9% 10% 10%Pagamentos do empréstimo consignado 3% 3% 2%Atraso no recebimento de salários 0% 1% 1%Outros 13% 4% 5%

Continua Desempregado? Set/10 Mar/11 Set/11Sim 31% 19% 23%Não 69% 81% 77%

Qual a renda mensal familiar atual? Set/10 Mar/11 Set/11De 0 a 510 reais (Até 1 S.M.) 6% 6% 5%De 511 a 1.020 reais (de 1 a 2 S.M.) 25% 22% 29%De 1.021 a 1.530 reais (de 2 a 3 S.M.) 30% 34% 28%De 1.531 a 2.040 reais (de 3 a 4 S.M.) 22% 21% 20%De 2.040 a 2.550 reais (de 4 a 5 S.M) 7% 8% 8%De 2.551 a 3.570 reais (de 5 a 7 S.M) 6% 4% 6%De 3.571 a 5.100 reais (de 7 a 10 S.M.) 3% 3% 3%Acima de 5.100 reais (acima de 10 S.M.) 2% 2% 1%

Qual a renda mensal individual atual? Set/10 Mar/11 Set/11De 0 a 510 reais (Até 1 S.M.) 25% 23% 24%De 511 a 1.020 reais (de 1 a 2 S.M.) 38% 43% 45%De 1.021 a 1.530 reais (de 2 a 3 S.M.) 21% 20% 19%De 1.531 a 2.040 reais (de 3 a 4 S.M.) 10% 8% 5%De 2.040 a 2.550 reais (de 4 a 5 S.M) 2% 2% 2%De 2.551 a 3.570 reais (de 5 a 7 S.M) 3% 2% 2%De 3.571 a 5.100 reais (de 7 a 10 S.M.) 1% 1% 1%Acima de 5.100 reais (acima de 10 S.M.) 1% 1% 0%

Como está sua situação fi nanceira em relação ao ano passado? Set/10 Mar/11 Set/11Igual 34% 37% 30%Melhor 47% 52% 57%Pior 18% 11% 13%

Qual o produto adquirido que causou a inadimplência? Set/10 Mar/11 Set/11roupas/calçados 21% 26% 26%eletrodomésticos 18% 20% 19%empréstimo pessoal 13% 10% 10%móveis 7% 11% 7%alimentação 7% 9% 10%material de construção 4% 5% 4%imóveis 5% 1% 6%automóveis 1% 2% 1%contas de telefone e celular 4% 12% 3%contas de água, luz, telefone, etc. n.d. n.d. 7%outros 22% 4% 8%

Qual o valor total estimado de sua dívida Set/10 Mar/11 Set/11até 300,00 8% 9% 8%de 301,00 a 500,00 10% 14% 13%de 501,00 a 1.000,00 22% 32% 22%de 1.001,00 a 1.500,00 20% 14% 18%de 1.501,00 a 3.000,00 17% 14% 19%acima de 3.000,00 23% 17% 20%

Qual o valor da prestação que você poderiapagar para renegociar todas as suas dívidas?

Set/10 Mar/11 Set/11até 100,00 49% 55% 53%de 101,00 a 200,00 29% 29% 27%de 201,00 a 400,00 15% 10% 12%de 401,00 a 600,00 3% 3% 4%de 601,00 a 800,00 1% 2% 2%de 801,00 a 1.000,00 1% 1% 1%+ de 1.000,00 1% 1% 1%

Pretende quitar seu débito em atraso nos próximos 30 dias? Set/10 Mar/11 Set/11Sim 50% 60% 63%Não 30% 28% 27%Não sabe 20% 12% 10%

Com que recursos pretende quitar os débitos? Set/10 Mar/11 Set/11Salário/corte de gastos 73% 83% 85%Com o FGTS 2% 3% 3%Com recursos das férias 4% 4% 4%Com a poupança 1% 2% 1%Com empréstimos 1% 3% 1%Com parcela do 13º 4% 1% 1%Outros 15% 4% 5%

Após quitar o débito, pretende fazer comprasa prazo nos próximos meses?

Set/10 Mar/11 Set/11Sim 26% 23% 25%Não 58% 67% 64%Não sabe 16% 10% 11%

Boa Vista Serviços, junto aos consumidores que procuram o balcão de atendimento do SCPC, em setembro passado.

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16 Empresa BRASIL

CASE DE SUCESSO

Terceiro Feirão de Viagensreúne mais de 3 mil visitantes

Um sonho que tem como destino uma viagem, com boas opções de lugares a preços especiais foi a tônica do 3o Feirão de Viagens, que atraiu mais de 3 mil pes-

soas, no mês passado, em Uberlândia, no triângulo mi-neiro. Destaque pelo seu pioneirismo, a iniciativa é uma das ações do núcleo de agência de viagens de Uberlândia (Unetur) ligado ao programa Empreender Competitivo da CACB (projeto desenvolvido em parceria com o Sebrae). O benefício do Feirão, uma das ações do pro-jeto aprovado na primeira chamada do Empreender Competitivo, é sentido por toda a cadeia: consumidores podem comprar com melhores preços; fornecedores vendem um maior volume e as 15 agências do núcleo ganham visibilidade, além de maior poder de barganha na negociação com os fornecedores e parceiros.

Nesta 3a edição, o Feirão de Viagens movimen-tou cerca de R$ 650 mil em negócios. O valor é 30% maior que o apurado no ano passado. A margem de descontos em todos os segmentos chegou a 40% e os pagamentos podiam ser parcelados em até 12 vezes.

O leque de opções também foi vasto, para todos os gostos e bolsos. Entre os produtos oferecidos es-tavam destinos como: Sauipe, Foz do Iguaçu, Porto Seguro, além de passagens aéreas, estadas, cruzeiros marítimos, cursos de inglês e espanhol no exterior, pacotes nacionais e internacionais, incluindo feriados prolongados como réveillon e carnaval. Clientes cor-porate (negócios) e interessados em fazer intercâmbio também puderam conferir preços especiais.

Com o aumento da demanda das duas edições anteriores, o Feirão teve seu espaço físico ampliado e

Em sua 3a edição, o Feirão de Viagens movimentou cerca de R$ 650 mil em negócios,um incremento de 30% em comparação ao evento do ano passado

Margem de descontos

chegou a 40%

Page 17: Empresa Brasil 75

Outubro de 2011 17

a equipe de atendimento reforçada. Nessa última edi-ção, mais de 70 agentes participaram do atendimento e foram disponibilizadas duas linhas exclusivas para as vendas de passagens.

Para Lucy Crosara, diretora de uma das agências, o movimento foi positivo. “Vendemos produtos com descontos e com parcelamentos, o que incentivou mais as vendas. Não era preciso chegar com destinos defi nidos, a própria agência sugeria vários. E alguns ti-nham preços bem especiais”, afi rmou.

Segundo a empresária, Malu Silveira, o Feirão foi uma oportunidade para a compra de pacotes mais ba-ratos. “Havia cruzeiros marítimos em baixa temporada custando US$ 280. Eram bons preços para atrair os consumidores”, disse.

História e perspectivasO Núcleo de Agência de Viagem de Uberlândia

(Unetur) começou em 2009, com 16 agências partici-pantes. No ano seguinte, com o ingresso no Empre-ender Competitivo, o trabalho do núcleo passou a ser norteado por um planejamento estratégico. Entre as atividades desenhadas, o aprimoramento do Feirão e a implementação de técnicas de gestão (administrativa e fi nanceira) mais efi cientes. Paralelamente, o programa da CACB promoveu o fortalecimento nos processos de venda, maior acesso a recursos e a capacitação dos fun-cionários, especialmente, na área de atendimento.

O trabalho dos consultores trouxe, ainda, uma relação mais intensa entre proprietários e fornecedores. Além de um poder de barganha maior na negociação, as reuniões proporcionaram uma maior interação entre os dois lados.

De acordo com o coordenador do Empreender, Marlos Ramos, a expectativa agora é dar continuidade ao trabalho de efi ciência em gestão e promoção de eventos. Aumentar o poder de negociação junto aos fornecedores e criar um canal de divulgação em co-mum também são focos estratégicos do grupo.

Planejamento A Associação Comercial e Industrial de Uberlândia

(Aciub) é um dos destaques do Empreender em Minas e no país. A cidade conta com 23 núcleos, que aten-dem mais de 400 micro e pequenas empresas locais. A associação desenvolve sete dos nove projetos minei-

ros aprovados pela chamada do Empreender Competi-tivo – destinado a núcleos setoriais mais desenvolvidos.

O sucesso na gestão, segundo o consultor Marlos Ramos, se dá em função do apoio da diretoria e da qua-lifi cação do pessoal. “Temos um processo seletivo crite-rioso. Além de serem entrevistados, os consultores fo-ram encaminhados para treinamento e avaliados. Foi um investimento, que já está trazendo resultados”, afi rmou.

Evento foi realizado no

domingo, 18 de setembro

Marlos Ramos: “Escolha de consultores é criteriosa”

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18 Empresa BRASIL

ENTREVISTA

Em entrevista a Empresa Brasil, o economis-ta-chefe da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, afi rma que são cada vez maiores os indícios de indexação da econo-

mia brasileira. Se a infl ação continuar a subir, a tendência, de acordo com Solimeo, é que aumente ainda mais a inde-xação, tornando mais difícil o seu combate. Entre os fatores apontados pelo economista que manterão a infl ação em níveis elevados ao longo de 2012 estão os preços dos ali-mentos e dos serviços, que continuarão pressionados, fortes reajustes salariais, aumento do salário mínimo de 14% para 2012, desemprego no limite de baixa e valorização do dólar.

Empresa Brasil: Qual a sua previsão para este ano?

Marcel Solmeo: Acredito que a infl ação acumulada em 12 meses possa cair ligeiramente, mas fechará 2011 próxima do teto da meta, de 6,5%. As medidas adota-

das pelo BC em dezembro de 2010 e as elevações da taxa Selic tiveram impacto pequeno nas vendas do varejo, provocando uma desaceleração moderada, mas não na intensidade esperada para conter a infl ação. O mercado de trabalho continuou forte e a massa salarial crescendo, o que neutralizou em parte as medidas do BC.

O BC brincou com fogo ao cortar os juros?O BC trabalhou com um cenário de agravamento

da crise externa bastante pessimista. Talvez por ter tido informações a respeito na reunião dos bancos centrais em Jackson Hole. Nesse raciocínio, a queda dos pre-ços dos alimentos no mercado internacional ajudaria a infl ação a recuar, o que não se confi rmou até agora. O objetivo do Banco Central foi o de se antecipar aos impactos da crise internacional sobre a economia brasi-leira, para evitar queda da atividade, como ocorreu em 2008, quando o Banco demorou a reagir. O tempo dirá se sua aposta foi arriscada ou não.

Com essa mudança de política econômica, o senhor acredita que o Banco Central vai con-tinuar cortando juros?

Creio que haverá ainda mais dois ou três cortes de meio ponto percentual na taxa Selic e talvez uma reversão no próximo ano se o cenário da infl ação for desfavorável.

Os efeitos da política sobre a demanda in-terna foram limitados, mas o risco da transmis-são de aumentos por indexação, no segundo semestre, permanece considerável. Concorda?

A indexação ainda existente na economia brasileira é o maior risco decorrente da subida da infl ação. A tendência, se a infl ação continuar subindo, é que aumente ainda mais a indexação, tornando mais difícil o seu combate. Entre os fatores que manterão a infl ação em níveis elevados ao lon-go de 2012 estão os preços dos alimentos e dos serviços, que continuarão pressionados, fortes reajustes salariais, aumento do salário mínimo de 14% para 2012, desem-prego no limite de baixa e, agora, a valorização do dólar.

Tendência de indexação torna mais difícil o combate à infl ação

Solimeo:“Sem política

fi scal efetiva, seránecessária alta

dose de juros parareverter tendência

da infl ação”

Page 19: Empresa Brasil 75

INFORME DO SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

OUTUBRO/2011 – WWW.SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800

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Congresso ajusta Lei Geral

Reconhecimento

O Projeto de Lei 77/11, aprovado no início de outubro pelo Senado, amplia os limites de faturamento do Supersimples

Estão abertas as inscrições ao Prêmio Sebrae Mulher de Negócios

Empresária Cláudia Regina Marcon Th omé, de Concórdia (SC), foi uma das vencedoras do Prêmio Mulher de Negócios em 2010

Page 20: Empresa Brasil 75

2 EMPREENDER // SEBRAE

/ /Tr ibutação//

o último dia 5 de outubro, Dia da Micro e Pequena Empresa, o Senado aprovou por unanimi-dade (com 55 votos) a íntegra

do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 77/11 que ajusta a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/06). O projeto deve ser sancionado em breve pela presidente Dilma Rousseff.

Entre as medidas, o projeto amplia em 50% as faixas de enquadramento e o teto da receita bruta anual das empresas do Su-persimples. O da microempresa passa de R$ 240 mil para R$ 360 mil e o da peque-na sobe de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 mi-lhões. O teto do Empreendedor Individual sobe de R$ 36 mil para R$ 60 mil.

As mudanças benefi ciam diretamente as 5,5 milhões de empresas que integram o Simples Nacional, onde também estão incluídos 1,6 milhão de empreendedores individuais. Com a lei sancionada ainda este ano, esses ajustes passam a valer no dia 1º de janeiro de 2012.

“É uma vitória para o segmento, por-que estimula a ampliação dos pequenos negócios, tão importantes para a economia brasileira. E a aprovação ocorre numa data simbólica, que é o dia da micro e pequena empresa”, comemora o presidente do Se-brae Nacional, Luiz Barretto.

O Simples Nacional reúne seis impos-tos federais – IRPJ, IPI, PIS, Cofi ns, CSLL e INSS patronal – mais o ICMS recolhi-do pelos estados e o ISS recolhido pelos municípios. Segundo o relator do projeto, senador José Pimentel (PT/CE), a atua-lização da tabela do Supersimples gera uma redução de 47% nos impostos fede-rais para essas empresas.

“No setor de comércio, na primeira faixa estão as empresas que faturam até 120 mil e recolhem 4% de imposto. Agora, elas têm o faturamento ampliado para R$ 180 mil e continuam recolhendo imposto

de 4%”, afi rmou Pimentel. E completou: “Ganham as empresas, a sociedade, o pac-to federativo e o Congresso Nacional”.

O projeto também cria o parcela-mento, em até 60 meses, de débitos das empresas do Simples Nacional, o que até agora não era permitido. A medida já vale a partir de 2011 e benefi cia mais de 500 mil empresas que estão em débito com os fi scos federal, estadual e municipal. Sem o parcelamento, elas seriam retiradas do sis-tema em janeiro de 2012. O PLC também admite que as empresas possam exportar até o mesmo valor do seu faturamento bru-to anual sem risco de exclusão.

“As mudanças permitem que as micro e pequenas empresas possam crescer e se tornar mais competitivas e produtivas, contribuindo para a economia nacional, com geração de emprego e renda”, desta-cou o presidente em exercício do Sebrae Nacional, José Claudio dos Santos, que acompanhou a votação do projeto no Senado. Ele lembrou ainda que 53% dos empregos hoje estão dentro das micro e pequenas empresas, o que signifi ca cer-ca de 20 milhões de postos de trabalho. José Claudio dos Santos ressaltou tam-bém a importância da aprovação do pro-jeto nessa data especial, Dia da Micro e Pequena Empresa.

SENADO APROVA PROJETO QUE AMPLIA SUPERSIMPLESAo todo, 5,5 milhões de pequenas empresas e empreendedores individuais que integram o Simples Nacional serão benefi ciados

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Projeto de Lei amplia limites de faturamento e possibilita parcelamento de dívidas

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Outubro de 2011 3

/ /Reconhec imento/ /

stão abertas até o dia 5 de dezem-bro as inscrições para o Prêmio Se-brae Mulher de Negócios. A iniciati-va reconhece o talento de mulheres

bem-sucedidas no empreendedorismo na-cional. O objetivo é usar as experiências ven-cedoras para motivar outras pessoas.

A mais recente edição do prêmio con-tou com mais de 3,5 mil participantes. Para se inscrever, as empreendedoras de-vem ter mais de 18 anos e estar à frente de empresas classifi cadas como de micro ou pequeno porte ou grupos de produção formal. O prêmio se divide em duas eta-pas: uma estadual e outra nacional. As candidatas apresentam relatos de sua trajetória profi ssional e pessoal. Na cons-trução dos textos, podem enfatizar três momentos da gestão do negócio: criação, desenvolvimento e resultados obtidos.

As histórias devem ser redigidas a mão e ter entre 40 e 100 linhas. O prêmio é concedido em duas categorias: Peque-nos Negócios e Negócios Coletivos. A pri-meira contempla proprietárias de micro e pequenas empresas – incluindo produ-toras rurais – estabelecidas formalmente há, no mínimo, um ano. Para concorrer em Negócios Coletivos, é necessário fazer parte de grupos de produção formal, como cooperativas e associações de pequenos negócios, com geração de trabalho e

renda. Também é pré-requisito que essas cooperativas estejam formalizadas há pelo menos um ano. Organizações Não Governamentais (ONG), franquias, sindi-catos, associações fi lantrópicas e empre-sas vinculadas às entidades promotoras do prêmio não podem entrar na disputa.

//Prêmio Serão selecionados até 54 relatos – no máximo dois em cada unidade da federa-ção – na fase estadual. As autoras recebem certifi cado, troféu, selo de vencedora e um curso de capacitação. Nacionalmente, dez mulheres serão premiadas com troféu de bronze, oito com troféu de prata e as duas melhores narrativas – uma em cada ca-

tegoria – vencem o Mulher de Negócios. Quem recebe os troféus ouro e prata con-quista uma viagem nacional com direito a um curso de capacitação. As duas vence-doras nacionais também ganham uma via-gem ao exterior para conhecer centros de referência em empreendedorismo. Todas as candidatas recebem um diagnóstico do seu perfi l empreendedor.

Para o julgamento dos relatos, são le-vados em conta critérios como inovação, perseverança, estratégia de fi delização de clientes, superação da discriminação femini-na e sustentabilidade. As inscrições poderão ser feitas até o dia 5 de dezembro, pelo site www.mulherdenegocios.sebrae.com.br ou em qualquer posto de atendimento do Sebrae.

INSCRIÇÕES AO PRÊMIO MULHER DE NEGÓCIOS VÃO ATÉ DEZEMBROIniciativa do Sebrae valoriza trajetória profi ssional de empreendedoras

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Para participar, as empreendedoras devem ter mais de 18 anos e estar à frente de empresas ou grupos de produção formal

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4 EMPREENDER // SEBRAE

/ /Regras/ /

SEBRAE E ABNT LANÇAM CARTILHA SOBRE ATENDIMENTO Publicação ajuda empresários a se adaptar às normas técnicas

ara ajudar empreendedores a me-lhorarem a qualidade do atendi-mento em seus negócios, o Sebrae lança uma cartilha sobre a primei-

ra norma brasileira voltada especifi camente ao comércio. Em formato de histórias em quadrinhos, utiliza linguagem acessível para ensinar o empresário a se adaptar à Norma 15.842 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que é opcional e trata da qualidade no atendimento. O material está disponível nas unidades do Sebrae em todo o país, que farão a distribuição.

A cartilha mostra a importância de garantir a qualidade do atendimento no co-mércio, que reúne 52% do total de micro e pequenas empresas (MPE). Dos 5,9 milhões dos micro e pequenos negócios e empreen-dedores individuais existentes no País, 3,1 milhões atuam no comércio.

O material reforça que atender com qua-lidade signifi ca inovar. “O objetivo é divulgar que adotar normas técnicas promove adequa-ção e padronização de procedimentos, melho-rando a qualidade de produtos e serviços. Mais qualidade resulta em mais competitividade e satisfação para os clientes”, assinala o gerente de Atendimento Coletivo-Comércio do Sebrae Nacional, Juarez de Paula.

Para Raissa Rossiter, responsável pela elaboração da cartilha, as normas técnicas são muito importantes para a gestão. “Elas se tornam essenciais em tempos de compe-

tição acirrada, inclusive com grandes redes varejistas, que investem pesado em suas equipes de atendimento”, observa Raissa.

//PersonagensNa história, uma consultora do Sebrae cha-mada Sofi a vai a uma loja de calçados e lá descobre que o proprietário, o senhor Murilo, pensa em fechar o negócio por achar que o movimento de clientes anda ruim. Por meio de um diálogo entre os dois, a cartilha apon-ta que, mais do que comprar, o consumidor quer ter uma experiência positiva, e o lojista deve saber atender a essa expectativa.

O ideal, segundo Sofi a, é criar um padrão de qualidade no atendimento, uma forma de atender que desperte credibilidade e confi an-ça no cliente e tenha identidade. A consultora

cita como exemplo a oferta de serviços que surpreendam o consumidor, como uma em-balagem bonita ou um serviço de manobris-ta. No enredo, depois que implementa a nor-ma, Murilo volta a ver a loja cheia de clientes e comemora o crescimento do faturamento.

//NormaA Norma 15.842, primeira regra da ABNT voltada especifi camente ao pequeno comér-cio, entrou em vigor em julho de 2010. Ela ajuda a verifi car a situação da empresa e a criar um padrão de qualidade no atendimen-to. Essa norma orienta a avaliar e treinar os funcionários, aplicando na prática um padrão de excelência. O objetivo dos procedimentos é melhorar a imagem diante dos clientes e desenvolver nos funcionários o desejo de con-tribuir para o crescimento dos negócios.

Para garantir que está adotando os pro-cedimentos, o empresário deve certifi car o sistema implementado por meio de uma empresa credenciada, que fará uma audito-ria, apontando oportunidades de melhoria e garantindo a qualidade no padrão de atendi-mento. As MPE podem adquirir, por meio do Sebrae, as normas da ABNT por um terço do valor original. O empreendedor deve entrar em contato com o Sebrae ou com a ABNT. E

Empreender Informe do Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 605,Conjunto A, Asa Sul, Brasília/DF, CEP: 70.200-645 - Fone: (61) 3348-7570 - Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800 - Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae

P

Serviço:Textos: Agência Sebrae de NotíciasMais informações: www.agenciasebrae.com.br

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Outubro de 2011 19

Uma Copa deoportunidadesSegmentos de maior potencial para atender os negócios a serem gerados pela Copa 2014 começam a acelerar seus preparativos

NEGÓCIOS

Enquanto a infraestrutura ainda se ressen-te de um melhor planejamento, grande parte dos segmentos a serem envolvidos nas oportunidades de negócios da Copa

2014 começa a acelerar os seus preparativos. No ramo da hotelaria, por exemplo, são inúmeros os novos empreendimentos projetados para atender à demanda de turistas. Apenas em Porto Alegre, a previsão da Associação Brasileira da Indústria de Ho-téis do Rio Grande do Sul é de que sejam inaugura-dos pelo menos 11 hotéis, o que elevará a capaci-dade de leitos para 22 mil, diante dos atuais 16 mil.

A chegada dos novos investimentos também tem refl exos diretos no mercado de trabalho. Além da con-tratação de pessoal para tocar o dia a dia dos novos hotéis, o preparo de mão de obra, tanto para as novas vagas quanto para as atuais, é considerado um dos pon-

tos fundamentais desses preparativos. Para fazer frente a essa necessidade, várias entidades estão promovendo cursos e treinamentos focados na qualifi cação.

É o caso do Senac (Serviço Nacional do Comércio) no Rio Grande do Sul. Segundo a coordenadora do núcleo de educação profi ssional da entidade, Fabiane Francisconi, o programa “Senac na Copa, Rio Grande do Sul no Mundo” estabeleceu a meta de realizar até 2014 cerca de 230 mil atendimentos, dos quais 115 mil serão de vagas gratuitas. As oportunidades são as mais distintas, todas voltadas a preparar o funcionário para receber bem o visitante. São cursos de formação e aperfeiçoamento – agente de viagem, camareira em meios de hospedagem, monitor de recreação, organi-zador de eventos, recepcionista de eventos, recepcio-nista em meios de hospedagem, técnicas do serviço de camareira e técnicas do serviço de recepção – e

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20 Empresa BRASIL

também técnicos como o de guia de turismo.Fabiane afi rma que apenas em 2011 já ocorreram

4.500 inscrições e 50% foram gratuitas. Ela acrescenta que há procura em todas as unidades. “Há uma de-manda maior por cursos de idiomas, e o Senac de-senvolve um trabalho que abrange desde taxistas até assessoria para tradução de cardápios”, informa.

Do portfólio de 600 cursos ministrados pela enti-dade, cerca de cem foram customizados especialmen-te de olho na Copa 2014, incluindo, por exemplo, uma carga horária maior de idiomas, além de possibi-lidade de cursos intensivos e de educação a distância.

“As oportunidades de cursos gratuitos existem. Falta apenas as empresas tomarem a iniciativa de qua-lifi car os seus empregados”, destaca a coordenadora do núcleo. “Trata-se de uma boa oportunidade para investir na formação de seus colaboradores”, acres-centa. No Rio Grande do Sul, o Senac atua com unidades em 41 cidades e mais 21 balcões de atendi-mento em municípios menores.

As construções e reformas de hotéis, restaurantes e demais estruturas começam a repercutir também no setor moveleiro, um dos ramos a serem favorecidos pela Copa 2014. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Móveis (Sindimóveis) de Bento Gon-çalves, Glademir Ferrari, algumas empresas estão fo-cando até mesmo área corporativa. Um exemplo é a Todeschini, que criou um serviço de vendas por meio do B2B e quer se tornar líder no segmento hoteleiro.

O proprietário do restaurante Beirute, em Bra-sília, Francisco Emílio Dantas Marinho, já pensa nas estratégias para aumentar o movimento durante os jogos da Copa. A primeira providência vai ser a pre-paração da equipe para receber o turista estrangeiro com aulas de espanhol e inglês básico. Outra ideia é desenvolver pratos especiais para o evento como forma de reforçar a marca do restaurante. Francisco também pensa em fazer parcerias com hotéis, em-presas aéreas e agências de turismo oferecendo des-contos e atrativos aos visitantes.

Francisco pondera que trabalhar em conjunto pode ser vantajoso para todo o comércio. “Temos que ter o pensamento mais amplo e pensar em grupo. Comércio unido tem mais vantagens. Troco ideias com meus par-ceiros da Associação Comercial e mesmo com segmen-tos parecidos, acredito que todo mundo pode ganhar.”

“A Copa do Mundo está sendo importante para despertar essa ideia de as empresas trabalharem em conjunto com a preocupação de apresentar o maior profi ssionalismo possível, qualifi cando os funcionários e agregando valor aos seus produtos”, diz ele.

Parcerias para atender à demanda

“ ”Glademir Ferrari: “A movimentaçãojá é grande para novas construçõese reformas de hotéis, restaurantese demais estruturas”

açãoõestes

Indústria moveleira será um

dos segmentos mais favorecidos

pela demanda da Copa 2014

Foto Cecilia Azevedo

Francisco Emílio Dantas Marinho: “Trabalhar em conjunto pode ser vantajoso para todo o comércio”

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Outubro de 2011 21

Cerca de 300 mil micro e pequenas empresas paulistas, de todos os setores, têm chances de cresci-mento econômico com a chegada da Copa do Mundo de 2014. Esse dado faz parte do “Mapa de Oportuni-dades de Negócios para Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede”, levantamento encomendado pelo Sebrae à Fundação Getulio Vargas (FGV). O Mapa é uma ação do Programa Sebrae 2014, que vem sendo apresentado em seminários em todo o Brasil para cer-ca de 6,8 mil empresários até o momento.

Em São Paulo, o levantamento inédito aponta 456 oportunidades de negócios para micro e pequenas em-presas (MPE) que deverão surgir em decorrência do mundial de futebol (antes, durante e após os jogos) no es-tado de São Paulo. O setor de comércio concentra 51% delas, seguido pelo de serviços (30%) e indústria (19%).

O destaque no estado fi ca por conta da tecnologia da informação, na qual foram identifi cadas 80 oportu-nidades de negócios. Em seguida, vem o agronegócio, com 75. Turismo e produção associada ao turismo le-vantaram juntas 139.

Entre as oportunidades listadas em tecnologia da informação estão: serviço de suporte a distância (on-line) a equipamentos e sistemas de comunicação de dados; projeto e implantação de sistemas de proteção

de redes (fi rewalls, contingências e outros); dispositivos para apresentação (Projetor, LED,TV, DVD) e soluções de gestão hoteleira.

Até 2013, por meio do Programa Sebrae 2014, serão investidos R$ 80 milhões em iniciativas para possi-bilitar que os pequenos negócios aproveitem as oportu-nidades da competição. Em todo o país, o estudo revela 930 oportunidades de negócios para micro e pequenas empresas nas 12 cidades-sede.

Em Belo Horizonte, a casa Alambique já começa a trabalhar para a Copa 2014. Além da capacitação dos funcionários, com cursos de idiomas, a casa, que tem quase duas décadas de tradição, já pre-para ideias para produtos especiais para a Copa. A ideia é dar um toque ainda mais brasileiro aos produtos que já são vendi-dos, como a famosa Cachaça Germana, copos, camisetas e outros.

Essa visão empreendedora é uma constante na Cachaçaria. Há 20 anos, o estabelecimento contava apenas com 32m de área e três mesas no porão de um chalé

de madeira em construção. Hoje, a casa conta com cinco bares e pode atender a 1.500 pessoas por noite. Além de dançar, os clientes podem comprar cachaças e acessórios e experimentar novos cocktails com a bebida típica brasileira e, ainda, ter uma vista panorâmica da cidade.

Os números da Copa■ Investimentos previstos: R$ 142 bilhões.

■ Empregos a serem criados: 3,5 milhões.

■ Receitas com o turismo: R$ 6 bilhões.

■ Em eventos anteriores, 60% dos turistas eram casados e 36% solteiros.

■ 32% deles gastaram mais de R$ 10 mil.

■ Os principais gastos foram com alimenta-ção, hospedagem, ingressos e presentes.

■ Os organizadores esperam vender mais de 3 milhões de ingressos.

■ Previsão de visitantes em todo o país:1,2 milhão.

Uma chance de crescimento para as micro

Cachaça e futebol

Encontro Sebrae de Negócios –

Oportunidades para 2014,

realizado no Rio

Foto André Telles

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22 Empresa BRASIL

Brasil pode ter redução inéditanas tarifas de energia

O setor elétrico nacional está muito per-to de sinalizar uma redução inédita de 25% nas tarifas de energia de hidrelé-tricas, caso o governo federal opte pela

renovação das concessões das usinas cujos contratos expiram entre 2015 e 2017. Nesse período terminam os contratos de concessão de 58 usinas geradoras, res-ponsáveis por 20% da produção de energia elétrica do país. Também serão extintos os contratos de 41 dis-tribuidoras, que representam 30% do mercado, e de 73 mil quilômetros de linhas de transmissão de energia elétrica, equivalentes a 82% das concessões existentes.

Apesar da proximidade do fi m dessas concessões, até agora não houve defi nição sobre o assunto. Tudo indica, no entanto, que elas serão renovadas, mas com redução de tarifas, segundo Edvaldo Alves de Santana, membro da diretoria colegiada da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Isso porque, de acordo com o dirigente, o custo contábil das usinas amortizadas é muito pequeno e po-deria baixar em torno de 25% para as tarifas de hidre-létricas, cujas concessões estão terminando em 2015. Com isso, o preço do megawatt-hora (MWh) da ener-gia produzida por essas usinas cairia para R$ 70 a R$ 75, uma média atualizada pelo IPCA das tarifas obtidas nos leilões dos três últimos grandes empreendimentos hidrelétricos – Santo Antônio, Jirau e Belo Monte. É im-portante entender de que forma o consumidor pode vir a ser benefi ciado pelo fi m das concessões. Para isso é preciso entender que os diversos tipos de concessão do setor elétrico funcionam de forma diferente.

Nivalde de Castro, professor do Instituto de Eco-nomia da UFRJ e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), explica que para as conces-sões de distribuição, excetuando-se casos em que o concessionário atual tenha um histórico de serviços de

Caso o governo decida pela prorrogação dos contratos de concessão que se encerramentre 2013 e 2015, em tese poderá haver uma redução das tarifas de hidrelétricas

INFRAESTRUTURA

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Outubro de 2011 23

baixa qualidade, o consumidor não terá muito como se benefi ciar, do ponto de vista tarifário. Isso porque, pela regulação em vigor de revisões tarifárias periódi-cas, uma nova licitação de uma distribuidora não traria reduções signifi cativas da tarifa.

“Já a situação das concessões das usinas hidrelétri-cas é nitidamente distinta. O fi m da concessão de uma central hidrelétrica pode, diferentemente do caso de uma distribuidora, representar grande benefício para os consumidores em termos de redução do custo da energia elétrica gerada. A distinção decorre da diferen-ça entre a lógica de fi xação de tarifas distribuidoras e a formação do preço da energia vendida pelas usinas hidrelétricas”, acrescenta o professor.

No caso das concessões de transmissão que ven-cem nos próximos anos a situação é semelhante. “Sem ter que incorporar no preço do serviço a recuperação de investimentos já amortizados, o serviço poderia ser prestado por um valor menor que o atual”, afi rma.

O que diz a legislaçãoPela legislação atual, segundo o professor Nival-

de de Castro, da UFRJ, as concessões do setor elé-trico devem ser revertidas à União quando expirar o prazo de concessão atual. Caberia então à União realizar nova licitação para escolher o novo conces-sionário ou um novo operador para o serviço.

Atualmente, os ativos em questão pertencem em sua grande maioria a empresas estatais, principalmen-te do Sistema Eletrobrás, com pouca participação do sistema privado. Mas dada a magnitude das licitações que causariam grande impacto sobre o equilíbrio e

dinâmica do setor elétrico brasileiro, estão em estudo duas alternativas: por um lado, a reversão ao Esta-do de importantes ativos do setor elétrico seria uma oportunidade para mitigar o processo de elevação de custos de eletricidade que vem ocorrendo desde as privatizações. Por outro, a prorrogação, median-te alteração da lei das atuais concessões, evitaria, por exemplo, a diminuição drástica da participação das empresas estatais no setor elétrico, o que permitiria a adoção de uma fórmula capaz de transferir ao consu-midor os ganhos de modicidade tarifária.

Modicidade tarifária

benefi ciaria os consumidores

As usinas do Jirau e Belo Monte fi zeram parte dos últimos leilões do setor elétrico

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24 Empresa BRASIL

Situado no extremo Norte do país, o esta-do de Roraima vem sobressaindo como a mais nova fronteira de desenvolvimento da região. A posição geográfi ca, frontei-

ra com a Guiana e a Venezuela, faz do estado um corredor na integração comercial com o Caribe, por exemplo. Por outro lado, a fronteira tem represen-tado também vulnerabilidade, uma vez que os altos impostos aplicados no Brasil fazem com que muitos atravessem a fronteira para comprar até artigos de primeira necessidade nos países vizinhos.

Apesar da vocação agrícola, o setor de comércio e serviços tem crescido nesse estado, que detém o segundo PIB per capita do norte amazônico. Neste contexto de expansão, a jovem Federação das Asso-ciações Comerciais e Industriais de Roraima (Facir) tem dado a sua contribuição. Fundada em 15 de dezembro de 1989, a entidade busca representar e fortalecer o empresariado local e, paralelamente, agir em parcerias com os países vizinhos.

Em entrevista a Empresa Brasil, o presidente da Fa-cir, Jadir Côrrea da Costa, cujo mandato se encerra em março de 2013, explica as peculiaridades do estado e analisa as necessidades da agenda empresarial do país.

Empresa Brasil: Quais os principais desafi os da sua gestão?

Jadir Côrrea da Costa: Já vencemos vários. No nosso primeiro mandato (março 2009 a março 2011), o grande desafi o era botar as contas em dia, pois na-quela situação que se encontrava a Casa era impossível pensar em outro desafi o que não fosse arrumar a casa, colocar os compromissos em dia, enfi m, acertar as coi-sas para combinar com nosso jeito de administrar. São dois projetos que achamos fundamentais: Arrumar o nosso “SCPC”, Serviço Central de Proteção ao Crédi-to, que é uma das maiores fontes de arrecadação do sistema Acir/Facir e depois partir fi rme para a melhoria do nosso quadro social, tanto da Acir como da Facir.

Na sua opinião, quais devem ser as priori-dades da agenda empresarial no país?

Sem dúvida nenhuma, a votação pelo Congres-so Nacional da reforma tributária, principalmente no caso do nosso estado de Roraima, que temos duas fronteiras internacionais: com a Venezuela a 200 quilômetros e com República da Guiana a 150 qui-lômetros da nossa capital Boa Vista. Com essa carga tributária brasileira nas alturas, é impossível para os

Diretoria da Facir em reunião com

representantes dos países fronteiriços

Jadir: “Reforma tributária é prioridade na agenda empresarial do país”

FEDERAÇÕES

Roraima: a mais novafronteira de desenvolvimentoApesar da vocação agrícola, o setor de comércio e serviços do estadovem crescendo de forma progressiva nos últimos anos

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empresários roraimenses concorrerem com os em-presários venezuelanos da cidade Santa Helena do Uairém e guianenses na cidade de Lethem. Para se ter uma ideia da disparidade dos preços, o consumi-dor roraimense aproveita o fi m de semana para ir a essas cidades fronteiriças para fazer compras da se-mana. Compram de tudo: papel higiênico, enlatados, calçados, centrais de ar condicionado, pneus e ainda aproveitam para encher o tanque do carro a menos de 50 centavos o litro de combustível.

Qual deve ser a posição do meio empresa-rial no que se refere à racionalização e redução dos gastos públicos?

Nesse ponto a nossa Confederação já vem encabe-çando várias campanhas e nos repassando orientações para seguirmos a mesma linha e pressionarmos nossas autoridades locais e nossos parlamentares.

Como o senhor vê a possibilidade de uma verdadeira reforma tributária?

Não sei se eu vejo, porque eu ouço essa músi-ca desde o meu tempo de estudante. Quando chega o período eleitoral é o que mais os candidatos pro-metem, reforma tributária e reforma política, além daquelas promessas já surradas de saúde, educação, segurança. Mas como tem o ditado de que o brasileiro é forte e não desiste nunca, eu vou continuar insistindo em acreditar nessa fábula.

Quais são na sua opinião os principais en-traves para o crescimento do estado?

O estado de Roraima é um dos estados brasilei-ros mais ricos em recursos naturais, afi nal de contas nós também somos Amazônia; mas é aí onde mora o principal problema: a nossa produção de arroz já era uma feliz realidade, o estado já estava aparecen-do no cenário nacional como um pujante produtor do grão, veio o governo federal em nome de uma proteção irresponsável aos índios e detonou com os nossos empresários do agronegócio. Hoje a região, uma das mais promissoras para setor, está abandona-da e os poucos índios que lá estavam estão vindo para a cidade engrossar a nossa não pequena população de desempregados. Lá só não está totalmente des-

povoado por causa de alguns projetos mantidos pelo nosso governo estadual, que ainda tem a esperança de recuperar de algum jeito aquela rica região.

Isso sem falar na soja, que já despontava também com muito sucesso. Sem dúvida nenhuma, esse é o principal entrave. Já no setor de bens e serviços, a área de livre comércio de Boa Vista, em nossa opinião, é uma grande oportunidade de crescimento.

Ainda faltam alguns ajustes como a construção de um armazém alfândegado em Boa Vista, e estamos em sintonia com o governo estadual e nossos par-lamentares, para que tudo seja concluído. Também temos participado ativamente da outra ação na qual também estamos acreditando e participando ativa-mente do processo da instalação da Zona de Proces-samento de Exportação.

Qual a expectativa da entidade em relação à ampliação do Supersimples?

A nossa expectativa é muito boa, estamos acompa-nhando atentamente o desenrolar do processo e rece-bendo informações e instruções da nossa Confedera-ção. Enfi m, a nossa expectativa é de que essa ampliação dê um refresco às micros e pequenas empresas, nos oferecendo oportunidade de crescimento.

Ações da Facir nos países vizinhos:■ A criação do Consulado da República Cooperativista da Guyana,

em Roraima. Seu primeiro cônsul foi Paulo do Vale Pereira Filho, ex-

presidente do sistema Acir/Facir

■ Articulação para a instauração da Câmara de Comércio Brasil/

Guyana.

■ Reuniões permanentes com as Câmaras de Comércio da Guiana,

principalmente com a Câmara da cidade de Lethem Guyana.

■ O acordo de transporte de passageiros e cargas, antecipando o fi nal

da construção da ponte que liga os dois países, foi homologado, em

2005, por demanda da Facir, junto ao Itamarati, Casa Civil da Presidên-

cia da República e governo do estado.

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26 Empresa BRASIL

DESTAQUE CACB

Depois de passar pela Câmara dos De-putados, o projeto de lei complemen-tar que reajusta em 50% as tabelas de enquadramento das micro e pequenas

empresas no Simples Nacional (Supersimples) foi tam-bém aprovado no Senado, exatamente na noite em que se festejava o dia da micro e pequena empresa (MPEs) –, 5 de outubro. O projeto do governo, apro-vado por unanimidade no Senado, passou sem altera-ções, para que possa ir logo à sanção presidencial, sem precisar voltar à Câmara dos Deputados.

Novo limiteCom o ajuste de 50% nas tabelas de tributação, a

receita bruta anual máxima para que as microempre-sas possam optar pelo regime simplifi cado passa de R$ 240 mil para R$ 360 mil por ano. Para a pequena

empresa, a nova faixa de enquadramento irá de R$ 360 mil até o teto de R$ 3,6 milhões. O projeto tam-bém amplia o limite para o Empreendedor Individual (EI), de R$ 36 mil para R$ 60 mil anuais.

O projeto autoriza o parcelamento dos débitos tri-butários dos optantes do Simples Nacional, com prazo de até 60 meses. A medida se aplica aos tributos fede-rais, municipais e estaduais sujeitos a alíquota única do Simples Nacional.

SubtetosPara os estados que respondem por até 1% do

Produto Interno Bruto (PIB) – ao todo, 11 unidades federativas –, o subteto continua sendo de R$ 1,2 milhão de faturamento anual. Para aqueles que vão de 1% a 5% do PIB, o valor permanece em R$ 1,8 milhão de faturamento.

Simples Nacionalentra em vigor em janeiro

Aprovação do Supersimples no Plenário do Senado

Aprovado pelo Senado, projeto do governo passou sem alterações, paraque possa ir logo a sanção presidencial, sem precisar voltar à Câmara

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Outubro de 2011 27

ARTIGO

■ José Paulo Dornelles Cairoli*

O Brasil tem se notabilizado nos últimos anos por um crescimento econômico expressivo, cul-minando com a expansão do PIB de 7,6%, em 2010, a maior desde 1986, contribuindo para a inserção de milhões de brasileiros ao mercado de consumo. Isso tem permitido que o país se apro-xime dos países desenvolvidos, já sendo a oitava economia do mundo. Além disso, o Brasil se tor-nou credor líquido do exterior, com as suas reser-vas internacionais superando o valor da sua dívida externa, lhe garantindo uma maior segurança para enfrentar crises internacionais. Se o passado recen-te tem sido positivo, o futuro pode nos levar a uma situação ainda melhor. A exploração do petróleo do pré-sal em águas profundas e os grandes even-tos esportivos de que o país será sede nos próxi-mos anos (Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016) poderão reforçar ainda mais o nosso recente dinamismo econômico.

Um aspecto crucial para assegurar a continuida-de dos bons resultados econômicos do Brasil é o desempenho das empresas de pequeno porte do país. Nesse sentido, a Câmara dos Deputados deu mais um motivo para regozijo dos brasileiros, ao aprovar, por unanimidade, o Projeto de Lei Com-plementar 87/11, do Executivo, que reajusta em 50% as tabelas de enquadramento das micro e pe-quenas empresas no Simples Nacional (ou Super-simples), um regime diferenciado de tributação no qual todos os tributos são pagos com uma alíquota única. Os novos limites elevaram a receita bruta anual máxima para as microempresas poderem optar pelo regime de R$ 240 mil para R$ 360 mil. As empresas de pequeno porte serão consideradas aquelas com receita acima de R$ 360 mil e até R$ 3,6 milhões. Para o microempreendedor individual (MEI), a receita máxima anual sobe de R$ 36 mil

para R$ 60 mil. O reajuste vale a partir de 1º de ja-neiro de 2012. Além disso, quem está inadimplente poderá parcelar metade de sua dívida em até 60 meses, uma medida que benefi ciará cerca de 500 mil empresas, que até o início do ano estavam em débito com o Fisco e correm o risco de exclusão.

A CACB saúda as novas regras para o Super-simples, especialmente neste 5 de outubro, Dia das Micro e Pequenas Empresas, e espera que elas sejam ratifi cadas pelo Senado. O único problema associado a essa política seria a possível redução da arrecadação de tributos. Segundo o governo, os novos limites para o Simples Nacional levarão a uma renúncia fi scal da União da ordem de R$ 5,3 bilhões em 2012, de R$ 5,8 bilhões em 2013 e de R$ 6,4 bilhões em 2014.

No entanto, embora essa medida implique, no curto prazo, redução de arrecadação, ela terá efeitos extremamente benéfi cos no médio e longo prazos, relacionados, principalmente, à criação de novos empregos e à redução da informalidade da econo-mia brasileira, limitando e, até mesmo, eliminando o impacto inicial negativo sobre as contas públicas. Como se sabe, as micro e pequenas empresas bra-sileiras são as maiores geradoras de renda e empre-go no país. Portanto, agora que já há sinais claros de desaquecimento da economia brasileira, como os números do PIB do 2º trimestre denotam, a ma-nutenção de um mercado de trabalho aquecido irá depender, e muito, do desempenho das empresas de pequeno porte. Elas poderão servir, inclusive, como um elemento inibidor da propagação da nova crise internacional sobre a economia brasileira, per-mitindo que o processo de inclusão social brasileiro se mantenha nos próximos anos.

*Presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil - CACB

Artigo publicado na página 7 do jornalO Globo no dia 8/10/2011

É Super e é Simples!

Page 32: Empresa Brasil 75

28 Empresa BRASIL

CACB e Sebrae lançamCBMAE Educ

A resolução dos confl itos por meio da mediação ganha maior importância em face das recentes pesquisas apontarem que a falta de acesso à Justiça é um fator

que causa a grande mortalidade de pequenas empre-sas. Clientes inadimplentes ou com débito de forne-cedores podem acarretar danos ao funcionamento do seu negócio. A solução do problema por meio do po-der judiciário exige mais tempo e mais despesas para o pequeno empresário.

A necessidade de mudança de cultura em relação aos confl itos vai ao encontro das melhores práticas para agilizar o procedimento ou normas da empresa, além de construir melhores relações comerciais. Com o objetivo de disseminar a utilização da conciliação,

mediação e arbitragem, a CACB e o Sebrae lançaram no fi nal de setembro a CBMAE Educ, uma ferramenta educacional de cursos a distância, via internet. As solu-ções educacionais explicam quais são os Métodos Ex-trajudiciais de Solução e Controvérsias (MESCs), suas características, suas aplicações e as técnicas para a uti-lização. A intenção é de um lado oferecer cursos para mudar a atitude das pessoas em relação aos confl itos. De outro, capacitar os empresários na solução de pro-blemas com fornecedores, empregados e sócios.

O juiz Aureliano Albuquerque Amorim, da 4ª vara cível de Goiânia, é especialista em direito processual civil e psicanálise e acredita que a arbitragem valoriza o ser humano por propor uma solução amigável em in-teresses pessoais. Ele descreve a origem do sistema ar-

Cursos vão promover a cultura dos métodos extrajudiciais de soluções de confl itos

CBMAE

Foto: Charles Damasceno

George Teixeira, diretor-fi nanceiro

da CACB, e Valério Figueiredo,

coordenador da CBMAE formalizam

parceria

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Outubro de 2011 29

bitral nas necessidades sociais e da falta das leis jurídicas:– A própria comunidade criou este sistema para

poder solucionar seus confl itos de interesse quando sequer existia o Estado ou ele não tinha as condições adequadas para o fornecimento de uma jurisdição.E hoje em dia vemos o fl orescimento da arbitragem justamente porque o Estado está sobrecarregado e não tem condição de aumentar a estrutura judiciária, então, a arbitragem é bem-vinda, porque ela retira do poder judiciário o excesso de serviço que ele já possui e consegue solucionar os problemas de forma satisfa-tória atendendo ao interesse de cada um.

O juiz afi rma que “a grande diferença entre o sis-tema estatal e arbitrário é que a formalidade do estatal não está tão impregnada na formalidade do arbitral. O arbitral tem formalidade, sim, mas é muito pouca e só o essencial. O resultado disso é que os procedimentos são rápidos, consegue se resolver um problema em curto espaço de tempo e não fi ca se eternizando de-mandas como ocorre no sistema estatal”.

Amorim cita ainda soluções para possíveis desvios que possam vir a acontecer nas conciliações. “Os des-vios que podem ocorrer no sistema arbitral podem

ser combatidos com educação, com orientação e, naqueles casos mais difíceis, até com força policial.A melhor saída é a orientação e mostrar à sociedade o que é arbitragem séria, quais são as instituições que fazem um bom trabalho, e, naturalmente, aqueles que não têm arbitragem como alvo de prestação de serviço, mas como ganho pessoal, vão desaparecer naturalmente do mercado.”

Foto: Bernardo Rebello

Aureliano Albuquerque Amorim: a arbitragem valoriza o ser humano por propor uma solução amigável

A CBMAE Educ fechou parcerias com escolas, faculdades, centros de ensi-no, universidades e entidades de classe e empresários interessados em dirimir con-fl itos. As empresas públicas, privadas e do terceiro setor podem adquirir os cursos para seus colaboradores. Os cursos estão disponíveis também para todos interessa-dos no assunto.

Segundo o coordenador nacional da Câmara Brasileira de Mediação e Arbi-tragem (CBMAE), Valério Figueiredo, a CBMAE Educ foi idealizada para auxiliar as associações comerciais e entidades de classe a terem uma solução segura e competente de capacitação. “Nosso ob-

jetivo é criar a cultura entre os cidadãos para que busquem a conciliação, media-ção e arbitragem como forma de solu-ção de seus confl itos”, explicou Valério.

O diretor-fi nanceiro da CACB, George Teixeira Pinheiro, lembrou que em outros países o uso dos MESCs já acontece em maior escala. “Com o programa, queremos disseminar essa cultura também no Brasil, por meio da educação e informação.”

Para o presidente do Conselho De-liberativo do Sebrae, Roberto Simões, a mediação e conciliação respondem à necessidade do empresariado, já que, normalmente, as ações do judiciário nem sempre vão ao encontro do tem-

po e dinheiro que as micro e pequenas empresas têm à disposição. Simões diz, ainda, que a parceria vai ajudar a difundir essa cultura da mediação e conciliação.“O acordo amigável em qualquer circuns-tância é melhor do que qualquer litígio, portanto é uma cultura que precisa ser di-fundida, aumentada e criada para que nós não precisemos recorrer em pequenas questões à justiça brasileira, que sabemos que é bem mais lenta, cara e complicada. O objetivo do convênio é conseguir so-luções válidas e adequadas para as duas partes com maior simplicidade e com maior velocidade. Este é o grande objeti-vo do convênio”, diz Simões.

Parcerias

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Crise mundial alavanca acotação do ouro

Os temores de uma recessão econô-mica mundial, além da preocupação crescente com as dívidas de países da União Europeia que ameaçam a

solidez dos bancos europeus, alavancaram o ouro, nas últimas semanas, em uma velocidade inédita. Em setembro, o preço da onça-troy – equivalente a 31,1 gramas – chegou a US$ 1.921,15, superando o recor-de anterior, de 23 de agosto, de US$ 1.913,50.

No Brasil, o ouro apareceu como o segundo melhor investimento, com alta de 3,07%. No ano, a valorização do ouro é de 19,51%. O dólar está na se-gunda colocação do ranking, com ganhos de 12,98%.

Com a alta de 2011, o ouro caminha para com-pletar seu 11º ano consecutivo de valorização. A crise mundial, que neste mês completa três anos, só acele-

rou a corrida pela compra do metal, o que fez a cota-ção mais que dobrar no período.

“É o maior período de alta consecutiva de qualquer ativo na História. Só vimos algo parecido na década de 1920”, afi rmou a Empresa Brasil Edson Magalhães, geren-te de negócios da Reserva Metais. “O ciclo de alta teve iní-cio em 2001, quando o metal valia US$ 266. Nos últimos três anos, com o agravamento da crise, a tendência ga-nhou força. Só em 2011, a valorização é de quase 30%.”

O fato é que, com o aumento da preocupação com o pagamento de títulos públicos de países antes estáveis, como EUA e nações da zona do euro, o ouro reforçou sua posição de ativo sem risco. Os investi-dores passaram a buscar mais segurança, e o ouro é reconhecido como o porto seguro das aplicações.E essa tendência deve continuar.

Metal caminha para completar seu 11º ano consecutivo de valorização

TENDÊNCIAS

Ciclo de alta teve início em 2001, mas nos

últimos três anos a tendência se

acentuou

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Puxado pela pressão dos custos de produção e por uma eventual piora das condições das economias,em menos de dois anos, o preço do ouro poderá igualar o seu recorde, alcançado nos anos de 1980, chegando a US$ 2.200, disse ao jornal Valor o principal executivo da mineradora sul-africana, AngloGold Ashanti, Mark Cutifani, que esteve no Brasil para reuniões e eventos.

A demanda global por ouro, de acordo com o executivo, assenta-se em bons fundamentos e deve aumentar sobretudo como investimento. “Mesmo com os preços atuais o setor não está produzindo ouro o sufi ciente para satisfazer o apetite do mundo”, afi rmou. A produção mundial do metal tem estado praticamente estável nos últimos sete anos.

A cada ano, o preço de produção da onça do me-tal tem subido entre US$ 120 a US$ 150. A média de aumento nos últimos sete anos foi de 15% ao ano, diz o executivo. “Os custos estão subindo nesse rit-mo devido ao fato de que as minas estão fi cando mais profundas, o que tem reduzido o grau de minério ex-traído, e também devido à infl ação. Se simplesmente adicionarmos esses custos aos preços atuais, chegare-mos aos US$ 2.200 dentro de dois anos.”

No Brasil, segundo Magalhães, os principais investido-res em ouro são investidores sofi sticados que usam o metal como estratégia de diversifi cação de portfólio. No entanto, há um crescente interesse de profi ssionais liberais e peque-nos empresários nesse tipo de investimento. “A compra de ouro deve ser usada como alternativa de diversifi cação de portfólios, pois trata-se de investimento de renda variável que, apesar de apresentar excelentes perspectivas, está su-jeito a oscilações de preços”, adverte o executivo.

Estima-se que a produção anual de ouro oscila em torno de 2400 tonela-das. Décimo terceiro no ranking, o Brasil produz cerca 1% desse total. A China ainda é o maior produtor de ouro do mundo pela terceira vez na História, com uma produção de 400 toneladas

nos próximos três anos. A Austrália vem em segundo lugar, seguida pelos EUA, cuja produção estabilizou em cerca de 230 toneladas para quatro anos. Os demais países produtores, em ordem decrescente, são África do Sul, Rússia, Peru, Indonésia e Canadá. A parcela de

pequenos países produtores (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Gana, Cazaquistão, Mali, México, Marrocos, Uzbequistão, Papua, Filipinas e Tanzânia) é responsável por mais de um terço da produção mundial em 2010, contra me-nos de 10% em 1969.

China é o maior produtor mundial

“Demanda excessiva denota falta de confi ança no mundo”

Peter Munk, dono da Barrick Gold, maior pro-dutora mundial de mineração de ouro, acredita que a valorização excessiva do metal não é um bom in-dício para a economia mundial. “Isso denota falta de confi ança no mundo, o que é altamente preocu-pante”, afi rmou em entrevista à imprensa europeia.

Munk nasceu em 9 de dezembro de 1919, em Budapeste, Hungria, em meio a uma abastada família judia. Quando a Hungria foi invadida pelos nazistas em 1944, eles conseguiram escapar para a Suíça, juntamente com 1.684 judeus, mediante a troca por dinheiro, ouro e diamantes com o ofi cial da SS Adolf Eichmann.

Graduado pela Universidade de Toronto, em 1952, em engenharia elétrica, ele fundou, em 1958, a Clairtone Som Corporation Limited. Fabricante de produtos eletrônicos de alta qualidade de som e acessórios com sede em Toronto, competiu com as grandes marcas ocidentais antes de entrar em colap-so sob o ataque de concorrentes japoneses.

Com tenacidade, passou a construir o maior hotel de cadeia na Austrália, apesar da falta de ex-periência prévia no setor. Depois disso, em 27 de março de 1983, fundou a Barrick Gold, que vale hoje US$ 38 bilhões, com 27 minas nos cinco continentes.

Munk reluta emprever aonde o preço do ouro

pode ir, mas admite: a cotação

continuará elevada

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E studioso da moralidade humana, o escritor e pensador inglês Samuel Johnson (1709-1784) deixou como legado aos seus leitores aquela que é considerada uma das obras clássicas so-

bre o comportamento do homem nos negócios públicos.Lançado no Brasil graças à parceria entre a Editora

Topbooks e a Liberty Fund, Inc., o livro Escritos Políti-cos reúne uma coletânea de 24 artigos sobre as prin-cipais questões sociais, econômicas e políticas escritos entre 1739 e 1744. Também fazem parte os panfl e-tos “O alarme falso”, “Refl exões sobre a coroação” e“O patriota” – um dos mais célebres do autor.

Sua reputação literária, contudo, não se deveu ape-nas aos ensaios de cunho político. Poeta, crítico, biógrafo, lexicógrafo, além de editor das peças de Shakespeare e do famoso Dicionário da Língua Inglesa, que consumiu dez anos de trabalho, ele foi também tema da mais fa-mosa biografi a já escrita: Vida de Samuel Johnson (1791).

Mesmo no sentido mais restrito da palavra “política”, houve poucas fases na vida de Johnson, segundo o crítico literário inglês Donald Greene, autor da introdução da obra, em que ele não estivesse próximo à vida política daquele tempo. Ainda jovem, o escritor assalariado mer-gulhou imediatamente no auge da confusão, produzin-do uma série de críticas políticas, mordazes e irônicas. E mesmo a idade, a fama e a segurança fi nanceira não su-avizaram a sua linguagem política: já era quase um velho quando escandalizou um grupo de tranquilos membros da Universidade de Oxford ao fazer um brinde à próxi-ma insurreição dos negros nas Índias Ocidentais.

Com a chegada da luta pelo império além-mar entre a França e a Inglaterra, que culminou na Guerra dos Sete

Anos, de 1756 a 1763, vemos Johnson, uma vez mais, mergulhado com vontade nas polêmicas políticas, desta feita como editor e jornalista, opondo-se ferozmente à política nacional de belicismo agressivo, expansionismo, francofobia e “patriotismo”, conseguindo ser despedido de pelo menos dois empregos pela intransigência de sua oposição a essas medidas impopulares.

Considerado pelo crítico Harold Bloom como o “sábio nacional” para a Inglaterra, na mesma linha de Emerson, para os Estados Unidos, e Goethe, para a Ale-manha, seu modo de pensar a sociedade do seu tempo também se estende para os dias atuais. Apoiado em prin-cípios de natureza humana com recursos da mais fi na re-tórica, repletos de ironias, ele se desvincula de ideologias e de categorias como “esquerda” e “direita”.

Incapaz de fi xar um rótulo elegante a qualquer aspecto da vida intelectual tão diversa e complexa de Johnson, Greene defi ne-o como uma espécie de conservador cético (ou radical, ou empírico), cuja ca-racterística essencial é a desconfi ança de dogmas gran-diosos como base para a ação política. Seus estudos são pragmáticos, não se prendendo a qualquer ilusão idealista ou romântica, embora ele defenda a ação po-lítica como ferramenta para desenvolver a condição humana e combater abusos e injustiças.

Talvez o mais apropriado ao que se poderia dizer de Johnson é que ele era “político” naquele mesmo sentido em que, segundo George Orwell, todos os seus pró-prios escritos essencialmente o são. Ou seja, motivados por “um desejo de empurrar o mundo em uma certa direção, de mudar as ideias que outras pessoas têm do tipo de sociedade pela qual deveriam lutar”.

A segunda metade do século 18 produziu um conjunto notável de pensadores cuja infl uência no de-senvolvimento das sociedades e das instituições livres é incalculável, destacando-se entre eles Bernard Man-deville, Adam Smith, David Hume e Edmund Burke. Mas é signifi cativo que um período do pensamento marcado por tantos nomes poderosos tenha fi cado conhecido como a “era de Johnson”.

Milton Wells

Johnson:o desmistifi cador de ilusões

BIBLIOCANTO

Lançado no Brasil graças à parceria entre a Topbooks e a Liberty Fund, Inc., livro reúne uma coletânea de 24 artigos sobre questões sociais, políticas e econômicas

Johnson é o autor deuma famosa frase:“O patriotismo é o último refúgio de um canalha”

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■ Kenneth Corrêa*

Final do ano chegando, 13º depositado na conta, adicional de férias, bônus, e em al-guns casos até o fantasioso 14º salário ou plano de participação nos resultados da

empresa. Nada como um fi nal de ano para vermos o saldo da conta corrente com 3, 4 e até 5 dígitos. No dia a dia durante o ano, estamos sempre no limite, gas-tando tudo que se recebe, e de vez em quando tendo até que apelar para o cartão de crédito, ou então um empréstimo rápido. Pelo menos agora parece que vai sobrar algum dinheiro.

Natal, Ano Novo, festa, viagem, reforma na casa, matrículas, o IPTU e o IPVA. Ao mesmo tempo que surge uma série de receitas, aparecem também mais despesas do que estamos acostumados. Se não desa-parece tudo apenas nos presentes para os parentes, e naquela ceia de natal caprichada, mais um motivo para que se faça uma viagem, ou se comprem artigos de luxo com os quais não estamos acostumados.

Qualquer semelhança com fatos reais não é mera coincidência. A maior parte dos brasileiros costuma gastar todo mês um montante equivalente a seus rendimentos. E isso vale para quem ganha três, seis ou 20 salários mínimos. Mesmo que durante o ano sejamos capazes de viver com uma quantia fi xa, assim que essa quantia aumenta, automaticamente nossos gastos também aumentam.

Mesmo com algumas despesas das citadas acima, onde alguns enxergam todos esses gastos como estri-tamente necessários, pode ser um excelente passo para começar a poupar. O controle das despesas é muito mais fácil do que se pensa, e com algumas dicas simples, veja como você pode começar a economizar hoje:

● O primeiro passo é fazer um controle fi nancei-ro pessoal, colocando no papel o que você ganha e gasta. Ao fi nal de um mês anotando todos esses gas-tos (seja num software de controle fi nanceiro pessoal, numa planilha do Excel, ou até mesmo num caderni-

nho preto), você fi cará surpreso com o quanto tem sido gasto com artigos fúteis, e muitas vezes despesas desnecessárias;

● Faça uma lista de todos que você precisa presen-tear, inclua o amigo secreto da empresa, da igreja e até o da família. Com a lista em mãos, defi na um valor má-ximo para cada presente, calcule o total que irá gastar (mais um susto!) e vá às compras com a lista em mãos;

● No fi nal do ano, todos estão querendo com-prar, isto permite não só que as lojas aumentem seus preços, mas que também você perca seu poder de negociação. Se puder, procure adiar as compras para o período logo após o Natal, quando os descontos são ainda muito maiores;

● Para os lojistas, o cartão de débito tem um custo de no mínimo 5% da mercadoria. Se você trabalhar com cheque, você pode conseguir esses 5% como desconto no preço fi nal da mercadoria;

● Se seu emprego permitir e a escola das crianças também, e você quer viajar, procure viajar nos perío-dos de baixa temporada, assim você poderá economi-zar nas passagens, estada e alimentação;

● E a dica mais importante é a de não contrair dívi-das, incluindo cartão de crédito, empréstimos rápidos e, principalmente, o cheque especial. O custo desses empréstimos é maior que o rendimento das melhores aplicações, então, se tiver algo guardado, é melhor sal-dar as dívidas, para não gastar tudo com juros.

Com essas dicas em mente, procure colocar pelo menos duas ou três em prática, você vai ver como pode aproveitar melhor seu salário e as receitas adicio-nais de fi nal de ano. Mas é importante lembrar que o planejamento e a organização não servem de nada se você não estiver investindo pelo menos parte do que sobrar num fundo de investimento.

* Kenneth Corrêa possui graduação em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Mato Grosso

do Sul (UFMS - 2004) e Pós-Graduação em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV - 2006).

ARTIGO

Dicas para passar oAno Novo no azul

“”

“O controle das despesas é muito mais fácil do que se pensa, e com algumas dicas simples você pode começar a economizar em seguida”

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