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Abril de 2010 1 O descaso com o saneamento Brasil detém um dos piores índices na área de esgoto sanitário do planeta

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Edição 62 - Setembro de 2010 da publicação Empresa Brasil da CACB.

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Page 1: Empresa Brasil 62

Abril de 2010 1

O descaso como saneamentoBrasil detém um dos piores índices na área de esgoto sanitário do planeta

Page 2: Empresa Brasil 62

2 Empresa BRASIL

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doEstado do Acre – FEDERACREPresidente: George Teixeira PinheiroAvenida Ceará, 2351 Bairro: CentroCidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado deAlagoas – FEDERALAGOASPresidente: José Geminiano Acioli JuremaRua Sá e Albuquerque, 467 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.025-901

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIAPresidente: Gilberto LaurindoRua General Rondon, 1385 Bairro: CentroCidade: Macapá CEP: 68.900-182

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariaisdo Amazonas – FACEAPresidente: Valdemar PinheiroRua Guilherme Moreira, 281Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300

Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado daBahia – FACEBPresidente: Clóves Lopes CedrazRua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070

Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACCPresidente: João Porto GuimarãesRua Doutor João Moreira, 207 Bairro: CentroCidade: Fortaleza CEP: 60.030-000

Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais eIndustriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDFPresidente: José Sobrinho BarrosSCS Quadra 02 - Edifício Palácio do Comércio - 1º andarBairro: Setor Comercial Sul Cidade: Brasília CEP: 70.318-900

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Espírito Santo – FACIAPESPresidente: Arthur AvellarRua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEGPresidente: Deocleciano Moreira AlvesRua 143 - A - Esquina com rua 148,Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

Maranhão – Federação das Associações Empresariais doMaranhão – FAEMPresidente: Júlio César Teixeira NoronhaAv. Ana Jansen, 2 - QD 19 - SL 801Ed. Mendes Frota - Bairro: São Francisco Cidade: São Luis CEP: 65.076-730

Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais do Estado do Mato Grosso – FACMATPresidente: Pedro NadafRua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020

Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais doMato Grosso do Sul – FAEMSPresidente: Leocir Paulo MontagnaRua Quinze de Novembro, 390Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917

Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINASPresidente: Wander Luís SilvaAvenida Afonso Pena, 726 - 15º AndarBairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002

Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doPará – FACIAPAPresidente: Reginaldo FerreiraAvenida Presidente Vargas, 158 - 5º andarBairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000

Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais daParaíba – FACEPBPresidente: Alexandre José Beltrão MouraAvenida Marechal Floriano Peixoto, 715 - 3º AndarBairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doParaná – FACIAPPresidente: Ardisson Naim AkelRua: Heitor Stockler de Franca, 356Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais de Pernambuco – FACEPPresidente: Djalma Farias Cintra JuniorRua do Bom Jesus, 215 – 1º andarBairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACPPresidente: José Elias TajraRua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207.Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: CentroCidade: Teresina CEP: 64.001-060

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJPresidente: Jésus Mendes CostaRua do Ouvidor, 63, 6º ANDAR Bairro: CentroCidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030

Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do RioGrande do Norte – FACERNPresidente: Sérgio Roberto de Medeiros FreireAvenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200

Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e deServiços do Rio Grande do Sul - FEDERASULPresidente: José Paulo Dornelles CairoliRua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andarPalácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110

Rondônia – Federação das Associações Comerciaise Industriais do Estado de Rondônia – FACERPresidente: Ednei Pereira dos SantosRua Dom Pedro II, 637 – Bairro: CaiariCidade: Porto Velho CEP: 76.801-151

Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais deRoraima – FACIRPresidente: Jadir Correa da CostaAvenida Jaime Brasil, 223 - 1º AndarBairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350

Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISCPresidente: Alaor Francisco TissotRua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540

São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado deSão Paulo – FACESPPresidente: Alencar BurtiRua Boa Vista, 63 3º Andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001

Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Estado de Sergipe – FACIASEPresidente: Sadi Paulo Castiel GitzRua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: CentroCidade: Aracaju CEP: 49.010-110

Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriaisdo Estado de Tocantins – FACIETPresidente: Jarbas Luís Meurer103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA -Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversifi cada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

DIRETORIA DA CACBBIÊNIO 2009/2011

PRESIDENTEJosé Paulo Dornelles Cairoli - RS

1º VICE-PRESIDENTESérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTESArdisson Naim Akel - PRArthur Avellar - ESFernando Pedro de Brites - DFJosé Geminiano Acioli Jurema - ALJosé Sobrinho Barros - DFLeocir Paulo Montagna - MSLuiz Carlos Furtado Neves - SCSadi Paulo Castiel Gitz - SEWander Luis Silva - MG

VICE-PRESIDENTE ASSUNTOS INTERNACIONAISJoão José de Carvalho Sá - BA

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOSDeocleciano Moreira Alves - GO

DIRETOR-SECRETÁRIOJarbas Luis Meurer - TO

DIRETOR-FINANCEIROGeorge Teixeira Pinheiro - AC

CONSELHO FISCAL TITULARESJadir Correa da Costa - RRPaulo Sérgio Ribeiro - MTSergio Roberto de Medeiros Freire - RN

CONSELHO FISCAL SUPLENTEAltair Correia Vieira - PAGilberto Laurindo - APRonaldo Silva Resende - RN

COORDENADOR DO PROJETO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL Ardisson Naim Akel - PR

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIAMaria Salette Rodrigues de Melo - PR

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIOEduardo Machado

COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO SOCIALNeusa Galli Fróesfroés, berlato associadas

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIALOlívia Bertolini Thais Margalho

COORDENADOR DO EMPREENDERCarlos Alberto Rezende

COORDENADOR NACIONAL DA CBMAEValério Figueiredo

COORDENADOR DO PROGERECSLuiz Antonio Bortolin

SCS Quadra 3 Bloco ALote 126Edifício CACB61 3321-131161 3224-003470.313-916 Brasília - DF

Site: www.cacb.org.br

Federações CACB

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Setembro de 2010 3

C ientistas, pesquisadores, economistas, sanitaristas, médicos, Organização das Nações Unidas e Fundação Getulio Vargas, entre outros, utilizam sempre o mesmo tom e a mesma sintonia para reforçar o alerta de que o saneamento básico é fundamental para

o desenvolvimento. Sem tratamento de água e esgoto para todos, não adianta sequer começar a pensar em uma sociedade justa, progressista e economica-mente forte e competitiva. O recado é um alerta, porque quase a metade da população brasileira (44%) não tem qualquer tipo de esgoto.

Diante deste cenário, a CACB está preocupada e propondo mais ação e menos discurso. Começamos a mostrar nossa inquietação diante de tão grave situação em reportagem de capa desta edição, onde desenhamos o retrato do Brasil na área de saneamento básico. O IBGE divulgou recentemente dados reveladores do atraso brasileiro. Não estamos falando em esgoto tratado, já que os dejetos coletados ainda são jogados, em sua maioria, diretamente no meio ambiente. A tragédia é ainda maior quando se sabe que apenas 16% de todo o esgoto brasileiro recebe tratamento.

A falta de saneamento, além de signifi car prejuízos à saúde porque realmente mata e adoece quem vive exposto ao lixo, às bactérias e não tem água tratada, também prejudica o desenvolvimento econômico. Sabe-se que o saneamento funciona como propulsor da economia, pois já está provado que aumenta a produtividade do trabalhador em até 13%, promove valorização imobiliária em até 18%, incrementa a massa salarial em até 3,8% e melhora o aproveitamento escolar das crianças em até 8%. Isso, claro, sem falar nos evidentes benefícios à saúde. A cada R$ 1 investido em saneamento, R$ 4 são economizados em saúde pública, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Para universalizar o saneamento básico no país, são necessários cerca de R$ 270 bilhões, segundo cálculos de especialistas. No ritmo atual de investimento do setor público, a tarefa parece se estender ad infi nitum. O próprio governo estimula a entrada do setor privado neste mercado – devido à sua capacidade clara de planejamento e investimento. A lei federal do saneamento (11.445/2007) cria todas as condições para que isso aconteça. Mas uma peça do tabuleiro ainda precisa se mexer. Sem a decisão dos municípios – responsáveis pelos serviços à população – todas as mobilizações não surtem efeito. É chegada a hora de agir.

A CACB entra na ação e prepara uma campanha para ajudar os municípios a adotarem uma saída para o problema. Será uma rede de mais de duas mil associa-ções comerciais em todo o país mobilizadas para destacar o atraso e pedir uma solu-ção urgente para o problema, que é uma questão de vida ou de morte. Acreditamos que a parceria público-privada poderá ser a alternativa para a busca destes recursos.

O passo adiante

PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasile da Federasul

Page 4: Empresa Brasil 62

4 Empresa BRASIL

3 PALAVRA DO PRESIDENTESem tratamento de água e esgoto para todos, não adianta sequer começar a pensar em uma sociedade justa, progressista e economicamente forte e competitiva.

5 PELO BRASIL A convite da ICC – Câmara de Comércio Internacional –, o presidente da CACB, José Paulo Dornelles Cairoli, participou, em Paris, do evento de apresentação das cidades candidatas a sediar a 8th World Chambers Congress de 2013.

8 CAPAApenas 36% do esgoto gerado nas cidades do país é tratado. O restanteé despejado sem nenhum cuidado no meio ambiente, contaminando solo,rios, mananciais e praias do país inteiro.

14 CASE DE SUCESSO Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit) criou o programa Acit Qualifi ca pensando no estímulo ao comprometimento dos colaboradores.

16 DESTAQUE EMPREENDERMovimento no agreste pernambucano põe em destaque o setor moda, com negócios de R$ 2 bilhões por ano.

20 DESTAQUE CACB Entidade entrega propostas aos candidatos à Presidência da República. Material reúne 35 artigos e análises de 42 especialistas com diagnósticos e soluções sobre as grandes questões nacionais.

22 DESTAQUE FEDERAÇÕES Arthur Avellar, presidente reeleito da Faciapes, considera a lei que discrimina os impostos nas notas fi scais o ponto de partida de uma verdadeira reforma tributária no país.

24 SERVIÇOS IBGE mostra que o setor em 2008 cresceu a taxas superiores às da economia no mesmo ano.

26 DESTAQUE CBMAEParceria entre diversas entidades do Distrito Federal dá exemplo de preocupação com o bom atendimento e comemora os 20 anos do Código de Defesa do Consumidor.

28 PEQUENAS NOTÁVEISO Sebrae e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) criaram o ‘Restaurante Inteligente’, um software de gestão criado para aprimorar a performance do setor.

34 TENDÊNCIASBrasil expande mercados no exterior graças à qualidade de seus serviços e à criatividade de seus profi ssionais. O setor de MPEs é o grande destaque.

36 BIBLIOCANTOA Chegada do Terceiro Reich, do historiador inglês Richard Evans, revela as origens do antissemitismo do nazismo alemão.

37 ARTIGONewton Lima Azevedo escreve sobre os desafi os do Brasil no setor de saneamento.

ÍNDICE

EXPE

DIE

NT

E Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróesfróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - [email protected] gráfi co: Vinícius KraskinDiagramação: Kraskin ComunicaçãoFoto da capa: Instituto Trata BrasilRevisão: Flávio Dotti CesaColaboradores: João Marcondes, Neusa Galli Fróes, Olivia Bertolini, Thais Margalho, Execução: Editora Matita Perê Ltda.Comercialização: Fone: 51.3392.7932Avenida Chicago, 92. CEP: 90240-010 - Porto Alegre-RS

16 DESTAQUE EMPREENDER

28 PEQUENAS NOTÁVEIS

8 CAPA

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Setembro de 2010 5

PELO BRASIL

Jovens lideranças debatem o futuro do Brasil empreendedor

Trocas de experiências mercado-lógicas e debates sobre empreende-dorismo, associativismo e comércio exterior marcaram a 16ª edição do Congresso Nacional de Jovens Lide-ranças, em Florianópolis, na segunda quinzena de agosto. A Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), organizadora do evento, é uma das parceiras da CACB.

O Congresso contou também com o apoio do Conselho Estadual do Jovem Empreendedor de Santa Catarina (Cejesc), ligado à Federação das Associações Empresariais do Estado de SC (Facisc), e da Acif Jovem – núcleo de jovens empreendedo-res ligado à Associação Comercial e Industrial de Florianópolis.

Fonte: Imprensa CACB e Comunicação/FACISC

CACB na FrançaA convite da ICC – Câmara de

Comércio Internacional –, o pre-sidente da CACB, José Paulo Dornelles Cairoli, participou, em Paris, na primei-ra quinzena de setembro, do evento de apresentação das cidades candi-datas a sediar a 8th World Chambers Congress, que será realizado em 2013, na condição de membro da banca examinadora da World Chambers Federation (WFC). A WFC (em portu-guês, Federação Mundial das Câmaras) é uma divisão do ICC especializada nas câmaras mundiais de comércio que são associadas à instituição.

Também na agenda do presi-dente da CACB, uma reunião com a Laurence Bottier-Heiderscheid (ATA Carnet Manager). Na pauta, a recente aprovação pelo Senado Federal da Convenção de Istambul, também conhecida como ATA Carnet System. O acordo permite a entrada temporá-

ria de um bem em países signatários, sem que ocorra o recolhimento de imposto ou taxa, desde que haja retor-no de 100% das mercadorias ao país de origem em até seis meses.

A Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg) conseguiu suspender recolhimentos voltados às contribuições previdenciá-rias patronais para as mais de 250 mil empresas goianas. O fi m do repasse dos tributos à União foi deferido parcialmente em liminar pelo juiz da 2a Vara Federal de Goiânia, Jesus Crisóstomo de Almeida. Neste momento, as empresas que não são benefi ciadas pelo Simples e Super Simples deixam a obrigatoriedade de pagamentos referentes à previdência, como afastamento de funcionários por acidente, férias ou motivo de doença,

durante os 15 primeiros dias da ausência do empregado.

O advogado da Nelson Willians Advogados Associados, Carlos Carva-lhaes, explica que as empresas pagam pelo afastamento na primeira quinzena do mês, em seguida o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) mantém o funcionário. Segundo ele, a lei obriga que as empresas paguem esse valor quando existe prestação de serviço à empresa. No caso do afastamento isso não ocorre. Para o presidente da Acieg, Pedro Bittar, a decisão poderá estimular o crescimento da empresa e gerar emprego e renda. Se-

gundo ele, a diminuição da carga tributária é uma luta constante da entidade.

A questão está em trâmite na 2a e na 6a Vara Federal de Goiânia (GO), porém o mandado de segurança em favor da Acieg protege os empresários goianos. Dentre os tributos estão 20% do INSS, auxílios doença e acidente, férias, adicio-nal de décimo terceiro de férias e salário maternidade, aviso prévio indenizado e décimo terceiro salário proporcional ao aviso prévio indenizado. Para conseguir o benefício, o empresário deve primeira-mente se a associar à Acieg.

Fonte: imprensa Acieg

Justiça determina fi m de encargos para empresas

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6 Empresa BRASIL

PELO BRASIL

Durante cinco dias, foram oferecidos vários serviços voltados à competitividade das empresas e conciliação extrajudicial, consul-toria gratuita com hora marcada, por meio do Núcleo de Soluções Empresariais (Nuse), além de orien-tação fi nanceira, tributária, contábil e empresarial. Foram apresentadas, também, soluções em telefonia móvel, tecnologia da informação para pequenas e médias empresas e serviços voltados à consulta de crédito. A Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) pro-moveu o evento durante a Semana do Empresário da Regional Ingleses.

ACIF promove consultoria grátis a empresários

6 Empresa BRASIL

A Federasul oferece um novo serviço às Associações Comerciais fi liadas. Ape-lidado de Scopi (Sistema de Controle de Projetos e Indicadores), o software é uma das ferramentas feitas sob medida para ajudar na elaboração do planejamento es-tratégico das instituições, acompanhando os projetos e os indicadores de desempe-nho, de forma clara, rápida e segura.

O Scopi resulta de uma parceria entre a Federasul e a empresa TCA, de Taqua-ra, responsável pelo desenvolvimento do programa.

Plataforma de manuseio fácil, a ferramenta oferece recursos para que as entidades, independentemente do porte, possam conquistar suas metas. Por meio

dele, o usuário recebe informações com-piladas, pode monitorar resultados e até saber quando algum de seus indicadores está desatualizado, lidando com prazos.

Desde 2006, a Federasul possui o Programa de Fortalecimento das ACIs e oferece diferentes ferramentas às fi liadas, como o “Desenvolvimento de Projetos Regionais”, o “Planejamento Estratégico” e os “Indicadores de Desempenho”. Assim, a entidade espera fomentar o crescimento e o desenvolvimento das entidades, auxiliando-as na condução de seu negócio. Mais informações podem ser obtidas no site www.federasul.com.br, pelo telefone (51) 3214-0200 ou e-mail [email protected]

Federasul ajuda no planejamento estratégico

Inovação na Pequena Empresa é o tema da 20a Con-venção da Faciap – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná – que acontece entre os dias 17 e 19 de outubro em Foz do Iguaçu. As inscrições já estão abertas e até o dia 30 de setembro quem se antecipar ganha 15% de desconto.

“Nossa programação está sendo montada com foco na pequena empresa. Vamos mostrar para os empreendedores paranaenses que a inovação por resultados está mais próxi-ma do que eles imaginam. E não estamos falando somente de inovação de processos, mas inovação de ideias”, destaca o presidente da Faciap, Ardisson Naim Akel.

A convenção da Faciap é um dos maiores eventos em-presariais do Brasil e reúne centenas de empresários ligados ao associativismo. Além de soluções para dinamizar e poten-cializar o trabalho de suas associações comerciais, também buscam ferramentas para incrementar seus negócios.

Abertas as inscrições para a 20a Convenção Faciap

Serviço:Mais informações sobre a 20a Convenção Faciap no portal: www.faciap.org.br

O anfi trião Ardisson Naim Akel, presidente da Faciap, receberá empresários de todo o país em Foz do Iguaçu, em outubro

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O presidente da Federação das Associações Comerciais e Empre-sariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas), Wander Luis Silva, e a desembargadora do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) Márcia Maria Milanez assinaram um convênio para a instalação de postos avançados de conciliação extraprocessual nas Asso-ciações Comerciais. O Sebrae Minas é um dos articuladores desta parceria. Patos de Minas será a primeira cidade a receber o posto avançado de concilia-ção extraprocessual, o Pace. A unidade funcionará na sede da Associação Comercial e será inaugurada no início de setembro. Uberlândia, Uberaba e Ipatinga são as próximas na agenda.

O Pace é um mecanismo que vem

sendo multiplicado no país por meio de uma parceria entre CACB, Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Sebrae. Em São Paulo, sistema similar de audiên-

cias de conciliação atende causas de até cem salários mínimos. Santa Catarina e Alagoas também já aderiram ao Pace.

Fonte:ASN / Imprensa CACB

Membro do Fórum das Micro e

Pequenas Empresas, a Confederação

das Associações Comerciais do Brasil

(CACB) participa da ação para divulgar

um questionário sobre os entraves e

gargalos ao processo exportador das

MPEs. Assim, a CACB publicará em

seu site, por 30 dias, um banner para

que empresários possam manifestar

suas opiniões no questionário realizado

pelo Comitê de Comércio Exterior do

Fórum. A pesquisa vai ajudar a desen-

volver novas propostas para viabilizar o

aumento da competitividade das Micro

e Pequenas Empresas Brasileiras.

O Fórum Permanente das MPEs é o

espaço de debates entre governo e se-

tor privado na elaboração de propostas

e ações voltadas às micro e pequenas

empresas. É composto por seis comitês

de trabalho que tratam das mais diver-

sas questões de interesse das MPEs.

O Comitê Gestor de Comércio

Exterior, que promove o questioná-

rio, é coordenado pela Secretaria de

Comércio e Serviços do Ministério de

Desenvolvimento, Indústria e Comér-

cio Exterior (Mdic) e pela Confede-

ração Nacional da Micro e Pequena

Indústria. (Conapi).

A Associação Comercial da Bahia, em parceria com a As-sociação de Comércio Exterior do Brasil, discutiu, no Semi-nário de Comércio Exterior – Portos da Bahia a “Indústria Naval e Portuária, a Exportação como Indutora do Desenvol-vimento”, além de assuntos relacionados a investimentos no setor, mercado importador e uma análise sobre a atual situa-ção portuária no Estado.

Fonte: ACB

ACB realiza seminário sobre comércio exterior

Empresas mineiras com fácil acesso à Justiça

Ação pelas MPEs

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Page 8: Empresa Brasil 62

8 Empresa BRASIL

Apenas 36% do esgoto gerado nas

cidades do país é tratado. O restante

é despejado sem nenhum cuidado

no meio ambiente, contaminando solo,

rios, mananciais e praias do país

inteiro

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou este ano que o saneamento é um “direito universal”. Ou seja, todo cidadão do mundo

deveria ter água e esgoto tratados na porta de casa. O enunciado, em si, não parece algo espetacular. Qualquer pessoa sensata concordaria com o direito ao saneamento. O que choca, na verdade, é que a realidade está muito, mas muito distante disso. No mínimo um terço da população do planeta – 2,6 bilhões de pessoas – não sabe o que é um sanitá-rio, uma latrina, uma fossa séptica.

O caso brasileiro é emblemático. O tema tomou conta da campanha presidencial. Todos os candidatos disseram que vão “resolver” e “investir”.

De fato, o país vive um momento econômico dis-tinto, foco de atração de investimentos e com uma economia capaz de passar sem maiores arranhões por uma crise internacional. No que diz respeito ao saneamento, no entanto, é tão atrasado quanto a África. Segundo o IBGE, apenas 44% dos brasi-leiros são atendidos por rede de esgoto. Isso não quer dizer que esses dejetos, que são afastados das casas das pessoas, sejam tratados. Não. A maioria é jogada perto do rio mais próximo.

Quem mora em São Paulo e outras metrópoles conhece bem essa história, via olfativa. O Brasil trata somente 16% do seu esgoto. O resto você pode ver no rio Tietê, no Pinheiros, na lagoa Ro-drigo de Freitas, na Pampulha, no Guaíba. Informa-

Entre os pioresno ranking mundialSem água e esgoto tratados e com qualidade, a escolaridade cai, os salários são menores, os produtos valem menos, a produtividade é baixa e as doenças proliferam

CAPA

Foto Rodolfo Stuckert/Agência Câmara

Page 9: Empresa Brasil 62

Setembro de 2010 9

Quase 100 milhões de brasileiros

vivem sem coleta de esgoto, o que

contamina os solos e é fonte de graves

doenças

ção relevante: países como Alemanha e Dinamarca tratam mais de 90% de seus dejetos.

Talvez esteja aí o turning point para passar defi nitivamente de nação “em desenvolvimento” para o tão almejado “primeiro mundo”, algo que chegamos a vislumbrar quando vemos o Brasil sediando Olimpíadas e Copa do Mundo.

Sem priorizar saneamento, nada é forte. Nenhum crescimento é duradouro, ainda mais em uma economia globalizada. É como pensar em construir uma casa pelo telhado. Sem uma fundação sólida, não há terreno fértil para desen-volvimento, negócio, qualidade de vida. Quem diz é a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Há dois anos, a FGV vem desenvolvendo um trabalho com o Instituto Trata Brasil para mapear as defi ciências do país no saneamento básico. O estudo aponta para algo que a opinião pública, a imprensa e o empresariado normalmente dão pouca atenção. Sem água e esgoto tratados e com qualidade, a escolaridade cai, o salários são me-nores, os produtos valem menos, a produtividade é baixa e as doenças são muitas e proliferam (ver dados adiante).

O premiado escritor peruano Mario Vagas Llosa talvez seja quem melhor defi niu a importân-cia do saneamento. “O objeto que representa a civilização e o progresso não é o livro, o telefone, a internet ou a bomba atômica, e sim a privada. Onde os seres humanos esvaziam a bexiga e os intestinos é determinante para saber se ainda estão mergulhados na barbárie do subdesenvolvimento, ou se já começaram a progredir”, escreveu ele, em um artigo intitulado O Cheiro da Pobreza.

No Brasil, as vozes mais qualifi cadas também se manifestam sobre o tema. “Quase 100 milhões de brasileiros vivem sem coleta de esgoto, que contamina os solos, corre a céu aberto e é fonte de graves doenças, responsáveis por 30% de nossa mortalidade”, alerta Evaristo Miranda, em entrevista a Veja. Ele é doutor em ecologia pela Universidade de Montpelier, na França. E trabalha há três déca-das na Embrapa.

Apesar do atraso, os poderes Executivo e Legislativo, além da sociedade civil, estabelece-

ram um novo horizonte e propuseram um novo modelo. Este ano foi regulamentada a lei federal do saneamento básico (11445/2007). Ela propõe me-tas, prazos e, o mais importante, novos modelos de gestão para sanar a questão no país. O modelo anterior, já caduco, foi desenvolvido no período militar, no anos 70, o Planasa (Plano Nacional de Saneamento).

Foi este plano que desenvolveu as companhias estaduais. Passados 40 anos, percebe-se que este é um modelo que cumpriu seu papel inicial de introduzir o saneamento em um país arcaico e ainda pouco industrializado. Algumas companhias prosperaram, como a Sabesp e a de Copasa - MG. Mas a maioria sofre com o aparelhamento típico de empresas públicas, pouca capacidade de investi-mento (justamente por não poderem se endividar) e visão limitada (pouca ênfase no tratamento).

Page 10: Empresa Brasil 62

10 Empresa BRASIL

CAPA

O mapa do saneamento do Brasil, elaborado pela FGV, é a mais con-tundente análise sobre o assunto no país. Mas não é só isso. Aponta

para o futuro de forma prática, mostrando como o saneamento desenvolve a economia, saúde e educação. Na verdade, um não se desenvolve sem o outro, é isso que se pode apreender.

A mais recente pesquisa divulgada pela dobradinha FGV/Instituto Trata Brasil, uma Organização da Socie-dade Civil de Interesse Público, chama-se “Benefícios econômicos da expansão do saneamento básico”.

A conclusão da pesquisa é simples e acessível: em áreas onde o saneamento básico é universali-zado, ou seja, toda a população tem acesso a água de qualidade e esgoto tratado, o cidadão trabalha mais e recebe um salário maior – um ciclo virtuoso para todos os atores sociais. A expansão da rede geral de esgoto pode aumentar a produtividade do trabalhador brasileiro em até 13,3%.

O estudo mostra que a massa salarial no país, hoje em torno de R$ 1,1 trilhão, se elevaria em 3,8% com a expansão da rede de esgoto para todas as residências. Signifi ca um aumento de R$ 41,5 bilhões nas folhas de pagamentos. Vale lembrar que esse valor é equivalente ao custo da universalização da coleta e tratamento de esgoto no Brasil, estimado em R$ 49,8 bilhões.

A expansão e valorização imobiliárias também fi guram entre os itens marcantes do estudo. A va-lorização pode atingir até 18%. Esse número cor-responde a um imóvel em cidade de porte médio, que não era atendido por rede de esgoto e passa a ser benefi ciado integralmente pela cobertura.

Saúde e educação“Não há progresso sem o investimento no que

há de mais essencial nessa cadeia de valor: o ho-mem”, declara Raul Pinho, conselheiro do Trata Brasil. Crianças com acesso a tratamento de esgoto têm um aproveitamento escolar quase 18% melhor do que aquelas que não dispõem de saneamento básico. Essa

diferença, de acordo com o Trata Brasil, acaba migran-do para a vida adulta e o desenvolvimento profi ssio-nal. Um estudo revela que trabalhadores que moram em áreas de esgoto a céu aberto faltam ao serviço 11% mais do que os que vivem em áreas saneadas.

No caso da saúde, os números mostram que não priorizar água e esgoto é desperdiçar dinheiro. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a cada R$ 1 investido em saneamento, economizam-se R$ 4 reais em saúde pública. Quando a questão é negligenciada, o resultado são vidas que se perdem.

A maioria em virtude de doenças infecciosas, parasitárias, nutricionais, endócrinas e metabólicas. O mais grave nesses casos é que essas mortes atin-gem em sua maioria crianças de 0 a 6 anos. E 80% destes casos são ocasionados pela falta de saneamen-to básico, segundo a Organização Mundial de Saúde.

O levantamento da Fundação Getulio Vargas analisou os impactos da precariedade do saneamento brasileiro sobre a saúde da população. Em 2009, dos 462 mil pacientes internados por infecções gastrintes-tinais, 2.101 morreram. Se houvesse acesso universal ao saneamento, haveria uma redução de 25% no número de internações e de 65% na mortalidade. Ou seja, 1.277 vidas seriam salvas.

Fermento que faz crescer o bolo

“Não há progresso sem o investimento

no que há de mais essencial nessa

cadeia de valor:o homem”, diz Raul

Pinho, conselheiro do Trata Brasil

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Setembro de 2010 11

Um novo marco

Para universalizar os serviços (tratar todo o esgoto e a água), o Brasil precisa investir R$ 270 bilhões, segundo espe-cialistas. No atual ritmo de investimento

do setor público, a tarefa pode demorar mais cem de anos. Fica a pergunta: como pagar essa enorme dívida social e, simultaneamente, criar um ciclo perene de investimentos e desenvolvimento?

O novo marco já foi estabelecido. Em 2007, foi criada lei federal do saneamento básico (11.445). Este ano, depois de ser exaustivamente (mas não completamente) discutida, ela foi regulamentada.

A Lei obriga os mais de 5 mil municípios brasi-leiros a realizarem um Plano de Saneamento Básico – é ele que mostrará o diagnóstico das defi ciências da cidades e o caminho planejado da expansão. Ou seja, que essa expansão se dê de forma sustentável, na medida em que novos bairros são criados com infraestrutura de água e tratamento de esgoto.

A exigência de ter um plano desses existe des-de 2007, mas com a baixa aderência, o Governo não teve outra opção senão estender o prazo que terminava este ano para 2014 (em uma solução típica brasileira). Resultado: hoje, menos de 20% das cidades têm plano de saneamento. Fica aqui a lição mais importante. Por mais que a sociedade se mobilize, a decisão é municipal.

O planejamento sem o investimento não surte

efeito. “O ritmo (de investimento) hoje é baixo. Não atende sequer às demandas já existentes. Precisa crescer muito para se integrar à expansão de moradias populares a que assistimos hoje no Brasil”, explica Fernando Garcia, um dos pesquisa-dores que conduziu o estudo da FGV.

Como em outras áreas, o Governo e BNDES destacam a importância da atração de novo capital (privado) para solucionar a questão – no que seria um modelo de parcerias.

Segundo o ministro das Cidades, Márcio Fortes, afi rmou à imprensa, “a participação da iniciativa privada no setor de saneamento é fundamental para a universalização dos serviços, seja por meio de consórcios ou parcerias público-privadas, o que estimulamos com a Lei 11.445/07, um marco regulatório esperado há mais de 20 anos”.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o chefe de departamento de Saneamento Ambiental do BNDES, Luís Inácio Dantas, disse que a gestão das empresas públicas muitas vezes difi culta o aumento de investimentos em saneamento. “A maioria das companhias públicas se encontra em uma situação difícil, sem capacidade de pagamento e com falta total de governança”, critica. “Está na hora de trazer a parceria privada para o nível socie-tário. Achamos que essa é uma boa solução para a ampliação dos fi nanciamentos.”

A Lei Federal criada em 2007 obriga os municípios brasileiros a realizarem um Plano de Saneamento Básico que mostrará o diagnóstico das defi ciências das cidades e o caminho para que essa expansão se dê de forma sustentável

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12 Empresa BRASIL

CAPA

Mesmo as companhias de melhor efi ciência e gestão no setor público, como a Sabesp (SP), Copasa (MG), Sanepar (PR) e Embasa (BA), já se

anteciparam e criaram parcerias com as companhias privadas de saneamento que estão entrando com grande capacidade de investimento no setor.

O Projeto Aquapolo é um belo exemplo disso. Parceria entre Sabesp e Foz do Brasil (do Grupo Odebrecht), com investimentos de R$ 250 milhões. A partir do esgoto tratado de uma estação do ABC paulista, produzirá água de reuso para fi ns industriais – será o quinto maior empreendimento do tipo no mundo – em sintonia com o que há de mais avança-do em termos de desenvolvimento sustentável.

Além das parcerias, há modelos de concessão de serviço de água e esgoto bem-sucedidos, com índices de saneamento bem superiores à média

brasileira. Em Paranaguá (PR), principal referência litorânea do estado do Paraná, tanto pela importân-cia do porto, elo na cadeia de exportação da soja no Brasil, quanto por seu belo conjunto arquitetô-nico colonial, o serviço foi concedido a uma opera-dora privada, a CAB Ambiental, em 1997. Desde então teve um salto de qualidade. A quantidade de esgoto tratado cresceu de apenas 2% para 50%.

Limeira (SP), da Foz do Brasil, é outro exemplo. Primeira concessão privada do país, a cidade alcan-çou o que poucas conseguem depois de 15 anos de trabalho: universalizou a entrega de água potável à população e tratou 80% do esgoto. E diminuiu o ín-dice de perda (desperdício) para somente 15%, um dos menores do país (a média nacional gira entre os 40% e 50%, um verdadeiro desastre ambiental).

Na contramão, estão companhias com baixo investimento e pouco poder de articulação para

Capital privado e efi ciência

Em Paranaguá (PR) o serviço de

saneamento foi concedido a uma

operadora privada que desde 1997 fez

o tratamento de esgoto avançar de

2% para 50%

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Aproveitamento escolar das crianças 18% melhor

Redução de doenças como a diarreia em até 80%

Aumento da produtividade do trabalhador em até 13%

Aumento da massa salarial em até 3,8%

Valorização imobiliária de até 18%

Reduz em 65% o número de internações hospitalares

Reduz em 65% a mortalidade

estabelecer parcerias. O Rio Grande do Sul, por exemplo, é apenas o 17º estado brasileiro no ranking de municípios com esgoto tratado. A média de tratamento de suas cidades é de 15%, segundo o IBGE, e é comum, no interior, lugares onde crianças brincam próximos de valas de esgoto a céu aberto.

Ainda segundo o IBGE, há maior percentual de municípios com tratamento em São Paulo (78,4%), Espírito Santo (69,2%) e Rio de Janeiro (58,7%). Os piores resultados foram verifi cados no Mara-nhão (1,4%), Piauí (2,2%), Rondônia (3,8%), Pará (4,2%) e Amazonas (4,8%).

Os municípios com maior saneamento ganham em várias frentes. Inclusive na captação de recur-sos. Em São Paulo, por exemplo, a Secretaria de Meio Ambiente criou o Selo Verde Azul, o prêmio para os primeiros colocados no ranking ambiental.

Cidades como Jundiaí e São Caetano do Sul, algumas das primeiras colocadas no ranking, desfru-tam de amplo prestígio, seus produtos comerciais possuem certifi cações ambientais (algo que será exigido para exportar, por exemplo), são vendidas na mídia como cidades-modelo e recebem priori-dade para receber recursos estaduais. Ou, ainda, podem usufruir de programas como o Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, na plenitude, pois este exige saneamento como contrapartida.

Diante desse quadro, pode-se intuir facilmente que saneamento básico se refl ete positivamente no bolso. Falta a sociedade se dar conta e, enfi m, olhar para a sua casa a partir da fundação, em vez do telhado.

Fonte: IBGE

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14 Empresa BRASIL

CASE DE SUCESSO

O comprometimento com o trabalho é o objetivo docurso de qualifi cação da Acit

A busca do comprometimento das pessoas no trabalho é, hoje, um dos maiores desafi os nas mais variadas atividades empresariais. Foi pensan-

do nesse importante diferencial de mercado que a Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit) criou o programa Acit Qualifi ca.

Desenvolvida pelo departamento de treina-mentos da entidade, a iniciativa é destinada aos colaboradores de primeiro e segundo empregos e oferecida de forma gratuita às empresas associadas.

De acordo com o presidente da Acit, Eduardo Della Costa, esse é mais um programa que a entidade realiza para promover o desenvolvimento das empresas e seus colaboradores. “É uma ação com o objetivo de dar suporte àqueles que estão ingressando no mercado de trabalho”, afi rma.

Entre os temas tratados, o Acit Qualifi ca inclui postura, ética e etiqueta profi ssional, atendimento ao cliente, atendimento ao telefone e comprometimento.

Preocupação com a qualifi cação profi ssional é o assunto do momento entre as entidades do setor

Della Costa: foco no desenvolvimento pessoal dos colaboradores

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Setembro de 2010 15

Funcionário precisa se sentir valorizadopara melhor desempenhar o seu trabalho

A bioquímica Deisy Grizza, dona do Laborató-rio de Análises Clínicas, também de Toledo, fez o curso com seus funcionários para melhor entender a sua dinâmica e levar o aprendizado para o seu cotidiano. “Resolvi participar do Acit Qualifi ca por-que gostei da iniciativa de uma das colaboradoras, que demonstrou o interesse em aprimorar conhe-cimentos para aplicar no laboratório”, afi rmou.

Após o treinamento, a empresária elaborou uma apostila com o conteúdo assimilado, sobre ética no trabalho, postura profi ssional, bons modos, atenção com os colegas, alegria no trabalho, atendimento ao público, atendimento ao telefone e compartilhou-a com os seus colaboradores. “Temos uma reunião mensal para tratar de assuntos técnicos e administra-tivos. Neste dia fi zemos algo diferente: servimos um coffee break e discutimos os temas em conjunto.”

A empresária acredita que esses ensinamentos devem ser aprimorados em qualquer empresa, no seu dia a dia, não importa o setor. “Nas próximas edições do ACIT Qualifi ca enviaremos outros fun-

cionários para terem a oportunidade de aprenderem e saírem da rotina de trabalho. O funcionário tam-bém precisa se sentir valorizado para desenvolver bem o seu trabalho e tornar o ambiente melhor e de sucesso. Afi nal, somos uma equipe”, registrou.

Juliane Caroline Klein, responsável pelo setor administrativo do Laboratório de Análises Clínicas Analisare, de Toledo, afi rmou que o curso chamou sua atenção “pela necessidade de renovar nossas experiências em atendimento ao público e na relação interpessoal com os colegas”.

De acordo com Juliane, os treinamentos são fundamentais para a mudança de postura. “Todos os dias devemos rever nossos atos como pessoa e como funcionário diante de críticas construti-vas, elogios ou mesmo demonstração própria de iniciativa buscando aumentar conhecimentos e reconhecimento”, diz. “É no trabalho que passa-mos a maior parte de nossa vida. Por isso devemos buscar todo o conteúdo que nos fi zer crescer e nos sentir bem ao fi nal da jornada.”

Mais de 270 pessoas participaram em agosto do terceiro treinamento promovido pela Acit

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16 Empresa BRASIL

DESTAQUE EMPREENDER

Um movimento no agreste pernambu-cano despertou a atenção de em-presários de todo o país. Os núcleos setoriais da Associação Comercial e

Empresarial de Caruaru (Acic), integrante do Projeto Empreender, chegaram a tal ponto de evolução que se tornaram câmaras setoriais. Atualmente, o maior destaque fi ca para o setor de moda, que relaciona quatro câmaras setoriais e movimenta, junto com três outras cidades, cerca de R$ 2 bilhões por ano.

A Acic é a maior entidade do gênero do norte-nordeste do país, superando os índices registrados em todas as capitais nordestinas. A entidade possui 16 câmaras setoriais, que reúnem o empresariado em grupos, facilitando a tomada de decisões em conjunto e a criação de mecanismos que possam dinamizar o segmento e buscar soluções para problemas comuns.

O presidente da Acic, Anderson Porto, explica que há oito anos, quando começou a parceria com o Em-preender, foram criados núcleos setoriais voltados para

as áreas mais frágeis da economia e que os grandes co-merciantes só foram agregados depois. Com a mistura, surgiu a necessidade de um tratamento diferenciado e os núcleos evoluíram para câmaras setoriais. Porto diz ainda que “antes, os empresários do mesmo setor se viam como inimigos, e agora são parceiros”.

O principal benefício da câmara é a facilidade de captar investimentos públicos, especialmente junto à prefeitura local, à Caixa Econômica e ao Sebrae. “Esses órgãos perceberam que aqui tinha um grupo de em-presários que queriam benefi ciar a economia de toda a região, e não só um ou outro.”

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a cadeia produtiva têxtil do Brasil, hoje, é formada por 30.000 empresas entre fi ações, tecelagens, malharias, estamparias, tinturarias e confecções, que geram 1,6 milhão de empregos formais e informais com um faturamento de US$ 30 bilhões. Do total, 15 mil estão em Pernambuco, segundo a Acic.

Não é de hoje que a moda pernambucana se

No agreste pernambucano, a moda é crescerCâmaras Setoriais fazem a diferença e despertam a atenção de empresários de todo o país

10a Rodada de Negócios da Moda

Pernambucana

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Setembro de 2010 17

destaca. Já na década de 20 do século passado, no auge do Movimento Tropicalista, iniciou-se uma revolução na moda brasileira e um dos nomes de destaque foi o estilis-ta Flávio Carvalho (1899-1973), que propôs roupas e calçados mais leves, de acordo com o clima dos trópicos.

Rodada de Negócios esquenta a moda do agreste pernambucanoPara apresentar aos empresários de Moda de todo

o Brasil as inovações tecnológicas, técnicas e conceituais do polo de confecções do agreste de Pernambuco, um dos maiores do setor no Brasil, Caruaru foi sede da 10ª edição da Rodada de Negócios da Moda Pernambu-cana. O evento é realizado pela Associação Comercial e Industrial de Caruaru (Acic) duas vezes por ano, uma para apresentar a coleção primavera/verão e outra para a coleção outono/inverno. O polo reúne as cidades de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, Surubim e Tori-tama, que oferecem uma mistura de confecções com 120 empresas de 11 municípios do estado.

A iniciativa atraiu empresários de todo o país. Foram mais de 250 compradores, que impulsionaram as pequenas e médias cadeias têxteis locais, fortalecen-do o mercado interno. Tudo por meio da força gerada pelo associativismo, através da Acic e Câmara Setorial

da Moda. Além de trazer capital, a Rodada também estimula o aumento da qualidade dos produtos, que buscam atingir o mer-cado nacional.

Os montantes negociados nesta Rodada somaram mais de R$ 12 milhões, 20% superio-res aos registrados na 9ª edição. De acordo com Anderson Porto, presidente da Associação, a movi-mentação fi nanceira pós-evento aquece ainda mais o mercado. “A soma que pode ser até três vezes superior ao gerado durando a ação”, revela. Núme-ros muito distantes dos 50 expositores e R$ 750 mil arrecadados na 1a Rodada, em 2005.

A Rodada de Negócios da Moda Pernambucana tem apoio da Federação das Associações Comerciais do Estado de Pernambuco (Facep), Sebrae, Fiepe, Agência de De-senvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), Sindivest, das associações comerciais de Santa Cruz do Capibaribe, Surubim e Toritama, além da Prefeitura Muni-cipal de Caruaru. A J&B Consultores coordena a ação.

Foto Imprensa ACIC

Desfi le das marcas locais, durante

a 10a Rodada de Negócios

A CACB promove, de 24 a 29 de outubro, o Seminário Internacional de Consultoria Grupal – uma metodologia que incentiva a competitividade das micro e pequenas empresas. O evento, que conta com a parceria dos centros de treinamento e desenvolvimento profi ssional das associações comerciais da Baviera (BFZ), será desenvolvido em duas etapas: em São Paulo (capital) e em Águas de Lindóia (SP). O objetivo é promover o intercâmbio de idéias entre entidades, empresários e especialistas de diversos países que utilizam a consultoria

grupal como instrumento para promo-ção das pequenas e médias empresas. A programação traz palestras, ofi cinas de trabalho e a apresentação de cases de todos os países do globo. Durante o evento, acontece também o 8º Encon-tro Estadual do Empreender.

O Empreender é pioneiro na adoção da consultoria grupal em larga escala no Brasil. Além de incentivar, a partir dos nú-cleos setoriais, o aumento de competitivi-dade das micro e pequenas empresas, a ferramenta incrementa o desenvolvimen-to regional. Através do programa, cada

núcleo, ligado à Associação Comercial ou Empresarial local, é acompanhado de um técnico especializado que adota meto-dologia específi ca e promove reuniões periódicas para o desenvolvimento das empresas locais. O programa já atendeu 60 mil empresas e 850 associações co-merciais em todo o Brasil. É praticado no exterior, e em 2005 foi eleito pelo ICC (International Chambers of Commerce) como um dos melhores do globo, no fortalecimento das micro e pequenas empresas. Informações e inscrições: [email protected]

CACB promove seminário internacional de consultoria grupal

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20 Empresa BRASIL

CACB entrega documento com propostas aos candidatos à Presidência da República

“Se os empresários fossem mais ouvidos nos anos anteriores à eclosão da crise, o Brasil poderia ter tirado muito mais proveito

da época da bonança econômica.” Foi o que afi rmou o presidente da Confederação das Associações Co-merciais e Empresariais do Brasil (CACB), José Paulo Dornelles Cairoli, na abertura da sabatina com os can-didatos à Presidência da República, em 9 de agosto.

Realizado em conjunto com a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo

(Facesp) e pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no Memorial da América Latina, em São Paulo, no evento foi entregue aos candidatos José Serra (PSDB), Marina da Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSol) um livro com propostas dos empre-sários para o próximo presidente. Dilma Rousseff (PT), que cancelou sua participação na última hora, devido a outros compromissos, recebeu o docu-mento posteriormente.

Coordenado pelo economista da ACSP, Roberto Macedo, o documento, de 600 páginas, reuniu seis

Candidatos apresentam planos

de governo

O livro com análises e proposições tem como tema central a necessidade de o governo aumentarinvestimentos privados e públicos em áreas como infraestrutura, educação e desenvolvimento tecnológico

DESTAQUE CACB

José Serra: “Esse documento vai ajudar a governar o Brasil”

Marina da Silva: “As propostas são amplas e densas”

Fotos de Luludi / Luz

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Setembro de 2010 21

Propostas da CACB abrangem

praticamente todos os temas de

relevância para a governabilidade

edições da Revista Digesto Econômico, com 35 artigos e análises de 42 especialistas com diag-nósticos e soluções sobre as grandes questões nacionais. Os estudos e propostas têm como tema central a necessidade de aumentar inves-timentos privados e públicos em áreas como infraestrutura, educação e desenvolvimento tec-nológico, além de estimular o seu fi nanciamento mediante a aplicação da poupança nacional.

“Trata-se de um caminho seguro para um desenvolvimento econômico e social”, resumiu o presidente da ACSP e da Facesp, Alencar Burti.

“O trabalho que recebi hoje ainda não tive tempo de ler todo, mas pelo que vi e li em alguns sumários me pareceu de altíssimo nível. Esse documento, com certeza, vai ajudar a governar o Brasil”, afi rmou o tucano José Serra.

“As propostas são amplas e bastante densas”, afi rmou a candidata do PV, Marina da Silva. “É um resumo que pode ajudar bastan-te nas decisões a serem tomadas dentro do governo para a aceleração econômica”, disse o candidato do PSol.

Arruda Sampaio: “Uma sintese que ajuda na aceleração econômica”

Burti (E) e Cairoli(D) na entrega do documento a José Serra

Documento se constitui em verdadeiro plano de governo

Contribuir com ideias e soluções para o próxi-mo presidente da República foi o principal objetivo da publicação Propostas para o Próximo Presidente encaminhado à Dilma Rousseff (PT) e entregue aos candidatos José Serra (PSDB), Marina da Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (Psol). Para Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo, um dos signatários do documen-to, o que importa é comprometer e organizar a sociedade brasileira a favor do bem comum e de suas inúmeras variáveis que fazem parte de um país almejado pela maioria da população.

Entre os vários temas selecionados, a entidade deu especial ênfase às grandes questões nacionais, como desenvolvimento, emprego, educação e saúde. Mas também não descuidou de setores cujos avanços são impostergáveis, sobretudo na área de infraestrutura e logística, hoje ameaçadade um “apagão” capaz de comprometer aautossustentabilidade da nação.

Page 22: Empresa Brasil 62

22 Empresa BRASIL

DESTAQUE FEDERAÇÕES

Qual a importância de uma representati-

vidade forte para os associados?

Um foro permanente de debate entre o poder

público e a iniciativa privada, onde a iniciativa priva-

da cobra dos governantes em nome de uma classe

representada pelos associados de uma federação

ou de uma ACE. Somado a isso, também devemos

apresentar aos governantes, seja em nível muni-

cipal, estadual ou federal, as aspirações da classe

produtiva visando ao crescimento da atividade

empreendedora.

Qual deve ser o foco de atuação da CACB

daqui para a frente?

A CACB já está bem focada nos seus objetivos,

porém o foco neste caso não é uma coisa estática.

A rthur Avellar, presidente reeleito da Federação das Associações Co-merciais, Industriais e

Agropastoris do Estado do Estado do Espírito Santo (Faciapes), com man-dato até 2013, considera a lei que discrimina os impostos nas notas fi scais o ponto de partida de uma verdadeira reforma tributária no país. “Trata-se de um direito do consumidor saber o quanto paga de impostos em cada compra. Só assim vamos melho-rar as relações de cidadania”, afi rma em entrevista aEmpresa Brasil.

r Avellar, presidente eito da Federação Associações Co-ciais, Industriais e tado do Estado do iapes), com man-nsidera a lei questos nas notas fi scais de uma verdadeira

no país. “Trata-se onsumidor saber impostos em cada vamos melho-cidadania”, ta a

Consumidor tem direito de saber quanto pagade imposto

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Setembro de 2010 23

Basta que a CACB continue no seu propósito e

agregue novos desafi os.

Quais devem ser as prioridades da agen-

da empresarial no país?

Penso que a reforma tributária merece um clamor

constante, porém devemos estar atentos para novidades

que se apresentam, como, por exemplo, a redução da

jornada de trabalho, que pode trazer grande prejuízo

não só para o empregador como para o empregado.

Qual deve ser a posição do meio empre-

sarial no que se refere a racionalização e

redução dos gastos públicos?

Acompanhamento constante e cobrança de

uma maior transparência dos governos em todos

os níveis. E neste caso as ACEs têm um importante

papel pela sua capilaridade, elas têm condições de

cobrar transparência em seus municípios.

Como vê a possibilidade de uma verdadei-

ra reforma tributária no país após as eleições?

A reforma tributária deve ter prioridade absoluta

na agenda do empresário para cobrar dos próximos

governantes e deve vir acompanhada da reforma fi scal.

Quais as principais realizações de sua gestão?

De uma forma genérica, procurar manter

unidas as Associações do estado do Espírito Santo e

manter a chama do associativismo acesa. Já de uma

forma mais direta, manter os serviços sugeridos pela

CACB, tais como implantar câmaras de mediação

e arbitragem, Certifi cação Digital, dentre outros

programas ligados ao Progerecs.

Quais as inovações de sua gestão que o

senhor destacaria?

A mudança para uma sede mais ampla que

aconteceu no início de agosto deste ano, trazendo

um maior conforto e, em consequência, uma maior

facilidade aos presidentes de ACEs do interior, uma

vez que reservamos um espaço na Faciapes para

estes dirigentes poderem despachar com todas as

facilidades quando virem à capital.

Quais os novos departamentos que surgiram

na estrutura da federação nos últimos anos?

Implantamos núcleos setoriais com sucesso.

Já temos o Nuctec Núcleo de Tecnologia, onde um

grupo de empresários tratam deste assunto para

repassar às demais fi liadas. Outros núcleos setoriais

serão criados ainda este ano.

A entidade de alguma forma está atuan-

do no sentido de mostrar a importância da

sustentabilidade no mundo atual?

Sustentabilidade é assunto constante de pauta em

nossa entidade. Como exemplo, estamos apoiando a

feira de sustentabilidade e o primeiro congresso nacio-

nal de sustentabilidade promovido pela empresa França

Eventos e Negócios Internacionais, que acontecerá

no estado de São Paulo no ano de 2011, inclusive

apresentamos o projeto na última reunião da CACB

convidando esta para ser o ator principal deste projeto.

Existe algum acompanhamento da enti-

dade sobre o trabalho dos parlamentares de

seu estado na Câmara e no Senado?

Constantemente através da imprensa e outras

formas de acompanhamentos, e procuramos man-

ter um relação estreita com os parlamentares do

nosso estado a fi m de não só cobrar mas também

subsidiar seus mandatos.

A sua administração troca experiências

de alguma forma com outras federações?

Quais os resultados? Aponte uma medida

que serviu de exemplo e foi adotada na sua

federação? Ou vice-versa.

Procuro manter assiduidade nas reuniões da

CACB, penso que esta é a melhor forma de trocar

experiência. Como exemplo eu diria que grande

parte das nossas ações emana da CACB, que tem

sido muito bem dirigida nos últimos anos.

“Penso que a reforma tributária merece um clamor constante, porém devemos estar atentos para iniciativas como, por exemplo, a redução da jornada de trabalho que pode trazer grande prejuízo não só para o empregador como para o empregado.”

Page 24: Empresa Brasil 62

24 Empresa BRASIL

Setor de serviços cresce a taxas superiores às da economia

O setor de serviços, segundo Pesqui-sa Anual de Serviços (PAS) 2008, divulgada em agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística

(IBGE), cresceu a taxas superiores às da economia daquele ano. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 5,1%, os serviços não fi nanceiros registraram aumento de 18,8% na receita opera-cional líquida, que saiu de R$ 572 bilhões em 2007 para R$ 680 bilhões em 2008, o que representou um crescimento real de 13,1%, descontada a infl ação do período.

Entre os sete segmentos avaliados pela pesquisa em 2008, a maior parcela de pessoal ocupado estava alocada no setor de serviços profi ssionais, administrativos e complementares, que envolve atividades técnico-profi ssionais e de escritório e apoio administrativo, entre outras. São 3,6 milhões de pessoas ou 39,5% do total. O mesmo se deu em relação à massa salarial, de R$ 44,2 bilhões

ou 34,5%. O número de empresas representou 28,3%, ou seja, 248.980 estabelecimentos, sendo ultrapassado apenas pelos serviços prestados às famílias, que incluem as atividades de alojamento.

A atividade que absorveu a maior parte do pes-soal ocupado foi a de alimentação, que integra o setor de serviços prestados às famílias, que respon-deu por 13,3% ou 1,2 milhão de pessoas. O total de empresas neste ramo era de 199.547, o que corresponde a 22,7% do número de empresas de serviços no Brasil. Em segundo lugar, encontravam-se os serviços para edifícios e atividades paisagísti-cas, com 9,2% ou 849.541 pessoas.

A maior parcela da massa salarial é atribuída aos serviços técnico-profi ssionais, que envolvem ativi-dades de assessoria, consultoria e análise técnica, responsáveis por 11,1% ou R$ 14,2 bilhões.

Segundo o trabalho, o Brasil tinha 879.691 empresas de serviços em 2008, um aumento de 10% em relação a 2007 (793.928 empresas),

O IBGE detectou uma evolução de

10,3% no número de empregados

nas empresas de serviços em 2008

em comparação ao ano anterior

A atividade que absorveu a maior parte do pessoal ocupado foi a de alimentação, que integra o setor de serviços prestados às famílias, que respondeu por 13,3% ou 1,2 milhão de pessoas

SERVIÇOS

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Setembro de 2010 25

excetuando as ligadas à área fi nanceira. O setor era responsável, dois anos atrás, pela geração de 9,23 milhões de empregos, contra 8,37 milhões em 2007, um ganho de 860 mil vagas.

As telecomunicações geraram a maior receita operacional líquida no setor de serviços, de R$ 122,2 bilhões. Além disso, contaram com a se-gunda maior produtividade, indicador que expressa o quanto cada pessoa ocupada agrega na produ-ção: R$ 374,5 mil por pessoa ocupada. O valor dos bens produzidos pela atividade foi de R$ 51,2 bilhões, o segundo maior do segmento. Esses dados fazem parte da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2008, divulgada em agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE).

O setor de serviços, segundo o IBGE, repre-senta 12% do PIB nacional.

Aumenta o número de empregados no setorAumentou o número de empregados nas

empresas de serviços no país. Em 2008 houve uma evolução de 10,3% em comparação ao ano anterior, o que representou um acréscimo de 860,1 mil postos de trabalho no período. Segundo o levantamento do

IBGE, em torno de 9,2 milhões de pessoas trabalha-vam neste tipo de empresa em 2008.

Dentro dos sete segmentos pesquisados, o instituto informou que, entre 2007 e 2008, houve um crescimento de 14,7% no número de pessoas trabalhando no segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio. Somente a ati-vidade de transporte rodoviário de cargas registrou avanço de 30,7% no pessoal ocupado no período.

As empresas de serviços profi ssionais, admi-nistrativos e complementares, como agências de viagem, serviços de escritório e de locação de mão de obra, foram as que mais empregavam no setor de serviços em 2008. Segundo o IBGE, este tipo de empresa respondia por 39,5% do pessoal ocupado no setor. Em 2007 este porcentual era parecido, de 40,0%. Em segundo lugar, entre as que mais empregavam, estão as empresas de transportes, serviços auxiliares de transporte e correio, com participação de 22,1% no total de pessoas empregadas – sendo que, no ano anterior, este tipo de companhia empregava 21,3% do total.

O setor de serviços não fi nanceiros pesqui-sado representa em torno de 12% do Produto Interno Bruto (PIB).

Nos últimos 14 anos, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita (por pessoa) do Brasil cresceu 21,7%, saltando de R$ 4.441,00 em 1995 para R$ 5.405,00 em 2009. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), em sua pesquisa “Indicadores de Desenvol-vimento Sustentável”, referente ao ano de 2010. As maiores taxas anuais de crescimento do PIB per capita foram apuradas nos anos fi nais da série, com exceção de 2009, quando os efeitos da crise internacional afetaram o desempenho da economia brasileira.

O instituto revela que, em 2009, infl uenciado pela crise global, o PIB per capita do país caiu 1,17% na comparação com 2008, quando registrava

R$ 5.469,00. Dados de 2007 disponibilizados pelo IBGE na publicação mostram ainda que a região com o maior PIB per capita do país é a Sudeste (R$ 19.277,00), seguida pelo Centro-Oeste (R$ 17.844,00), pelo Sul (R$ 16.564,00), pelo Nor-te (R$ 9.135,00) e pelo Nordeste (R$ 6.749,00).

Entre as unidades federativas do Brasil, o destaque positivo fi cou com o Distrito Federal, que tem o maior PIB per capita do país (R$ 40.696,00), quase o dobro do registrado no estado de São Paulo (R$ 22.667,00), que obteve o segundo lugar. O Rio de Janeiro ocupa a terceira posição (R$ 19.245,00), seguido por Espírito Santo (R$ 18.003,00) e Santa Catarina (R$ 17.834,00).

IBGE: PIB per capita do Brasil cresce 21,7% em 14 anos

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26 Empresa BRASIL

A nova ordem é pacifi car

Em setembro de 1990, o Brasil ganhava o Código de Defesa do Consumidor no intuito de defender o consumidor dentro de seus direitos, como rege

a Constituição. Para comemorar os 20 anos de existência dessa ferramenta de melhoria na relação entre fornecedor e cliente, a Associação Comercial do Distrito Federal (Acdf), em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), lançou a campanha Ponto Pacífi co, com o objetivo de inaugurar uma nova fase nas relações de con-sumo em Brasília e servir de exemplo para todo o território nacional.

A iniciativa foi inspirada na análise de dados do cadastro nacional de reclamações fundamentadas, elaborado pelo Departamento de Proteção e Defe-sa do Consumidor, órgão subordinado ao Ministério da Justiça, que indica um crescimento no número de reclamações que geraram processo nos Procons de todo o país. Entre setembro de 2008 e agosto de 2009, um total de 104.867 processos foi provocado por reclamação de consumidores, cuja maioria está associada ao segmento de produtos (55,6%), vindo a seguir o setor de serviços (16,3%).

A ideia da campanha é solucionar de forma célere os pequenos problemas das relações de

A presidente da ACDF , Danielle Moreira, e o presidente da OAB-DF, Francisco Caputo, durante a assinatura do convênio para a campanha Ponto Pacífi co

Parceria entre diversas entidades do Distrito Federal dá exemplo de preocupação com o bom atendimento e comemora os 20 anos do Código de Defesa do Consumidor em grande estilo

DESTAQUE CBMAE

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Setembro de 2010 27

consumo através dos Métodos Extrajudiciais de Solução de Confl itos (Mescs), a fi m de desafogar o Procon e o Poder Judiciário. Além de promover o treinamento de lojistas e a conscientização dos consumidores, a campanha disponibilizará advo-gados, em quiosques em shoppings, que atuarão como mediadores de confl itos não solucionados.

Os quiosques funcionarão como centros de atendimento ao consumidor, destinados à prevenção e solução de litígios, por meio da Mediação como Método Extrajudicial de Solução de Confl itos (Mesc). Além desse serviço, a OAB/DF e a Associação Co-mercial promoverão palestras, cartilhas para lojistas e consumidores e eventos de discussão e aplicação de regras de autorregulação. A montagem de um centro de atendimento junto à Feira dos Impor-tados, região de comércio popular de Brasília que conta com quase 2 mil feirantes e é responsável por grande parte da demanda do Procon-DF, também poderá fazer parte da campanha.

A parceria foi assinada ofi cialmente no dia 15 de março deste ano, no Dia Mundial do Consumidor. A iniciativa também pretende promover a autorre-gulamentação das relações de consumo a partir do esclarecimento e incentivo à conscientização sobre o respeito prévio aos direitos do consumidor. “O projeto de conscientização dos empresários e consumidores serve para que o foco seja o enten-dimento, jamais o confl ito”, explica o presidente da OAB-DF, Francisco Caputo.

“Muitas vezes o confl ito surge pelo desconhe-cimento da lei. Com mais informações sobre os direitos dos consumidores e treinamento para os lojistas, acreditamos que eventuais discordâncias poderão ser resolvidas no próprio estabelecimento comercial”, diz Caputo.

Segundo a presidente da Acidf, Danielle Moreira, a campanha está em fase de organização por uma comissão formada por representantes da entidade, da OAB-DF, Procon, Ministério da Justiça, Defensoria e Promotoria Públicas do Distrito Federal. “Ao fi nal, todas serão benefi ciadas, já que o uso da Mediação deverá desafogar o Procon local e a Justiça de forma geral, atendendo às pequenas causas no próprio local onde são geradas”, destaca.

O consumidor agradece

Além do Ponto Pacífi co, outras parcerias do

gênero estão sendo desenhadas entre PACEs

e Câmaras da Rede CBMAE. O Posto de São

Paulo, por exemplo, credita uma média de

80% de sua demanda aos processos encami-

nhados do Procon estadual. A parceria, apesar

de não ser ofi cializada por nenhum convênio,

ajuda a desafogar o órgão a partir de uma sim-

ples mudança de estratégia.

O consumidor que chega ao Procon tem

seu processo analisado e, se for um caso pas-

sível de Conciliação, é encaminhado ao Posto

Avançado. O PACE de São Paulo já realizou

mais de 27 mil orientações e cerca de 5,8 mil

audiências, com mais 12 mil agendadas. A enti-

dade mantém uma média de 78% de acordos

frutíferos em suas audiências. Este modelo

deverá ser ofi cializado com um acordo piloto

até o fi nal de setembro.

Em setembro de 2009, a Câmara da Me-

diação e Arbitragem da Associação Comercial

e Industrial de Campo Grande (Acicg) também

assinou uma parceria com o Procon do Mato

Grosso do Sul. O Procon deve direcionar à Câ-

mara os processos que podem ser resolvidos

por Conciliação, a fi m de distribuir a demanda e

desafogar o acesso à Justiça.

As lojas que participam da campanha terão o selo Ponto Pacífi co na vitrine

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28 Empresa BRASIL

PEQUENAS NOTÁVEIS

Foto Divulgação

‘Restaurante Inteligente’ auxilia gestão de bares e restaurantes

■ Agência Sebrae de Notícias

Um empresário que conhece bem os números do seu empreendimento tem condições de tomar decisões para aumentar a produtividade do

negócio. Pensando nisso, o Sebrae e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) criaram o ‘Restaurante Inteligente’. Trata-se de um software de gestão desenvolvido pela Abrasel para auxiliar empresários do setor a aprimorar a gestão e a performance dos seus estabelecimentos.

O projeto encontra-se em fase piloto e contará com investimentos de pouco mais de R$ 2,2 mi-lhões. Os profi ssionais das duas entidades terão o desafi o de mobilizar, em seus estados, empresários que tenham interesse de implementar o projeto

em seus empreendimentos. O lançamento ofi cial está previsto para setembro por meio de uma videoconferência em nível nacional.

A proposta é que mil empresários participem inicialmente desta fase inicial. Serão formadas turmas com 30 participantes nas cinco regiões do país. “As vagas que restarem serão concentradas nas cidades-sede da Copa de 2014”, explica uma das gestoras nacionais dos projetos de Turismo no Sebrae, Germana Magalhães.

“Existe um milhão de empresas formais e informais nesse segmento no Brasil, das quais mais de 95% são micro empresas. São estabeleci-mentos com gerentes que usam a intuição como modelo mais comum de tomada de decisão”, disse o presidente executivo nacional da Abrasel, Paulo Solumucci Júnior.

Sebrae e Abrasel lançam projeto que busca melhorar a gestão dos empreendimentos apartir do conhecimento dos indicadores fi nanceiros que têm impacto nos resultados

A propostaé que mil

empresáriosparticipem da

fase piloto

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O projeto:União de tecnologia e gestão efi caz

O projeto Restaurante Inteligente possi-bilita ao empresário armazenar informações do seu próprio estabelecimento, além de acessar indicadores do setor em nível nacio-nal. Ao longo do tempo, estas informações, uma vez consolidadas, serão armazenadas, com segurança, em um banco de dados. Será possível criar um quadro geral com indicativos gerenciais que servirão como referência de performance para o setor de alimentação fora do lar, construindo assim um ambiente de ‘Inteligência Comercial’.

De fácil utilização, o software de gestão está estruturado em plataforma web ou disponível para download. Para auxiliar os empresários na utilização do programa, serão realizados cursos presenciais em todas as capitais do país, além de videoaulas de acompanhamento.

Nesse treinamento, os empreendedores serão capacitados ainda a conhecer e classifi car suas principais contas. Uma vez organizado esse plano de contas, o empreendedor terá condições de acompanhar a performance fi nan-ceira do seu estabelecimento, o que permitirá uma apuração de lucro mais exata graças ao registro coerente e contínuo dos valores de receitas e consumos da operação.

“A sistematização dessa prática – classifi ca-ção das contas e apuração dos resultados – é uma poderosa ferramenta de gestão do negó-cio que permite ao gestor direcionar esforços e recursos com o objetivo de maximizar seus resultados”, disse Germana Magalhães.

Os gestores terão ainda à sua disposição um tutorial online e uma central de atendimen-to para ajudá-los com a utilização do programa e também um consultor de sua localidade para esclarecer dúvidas relativas aos cálculos dos indicadores de seus estabelecimentos.

Empreendedores do ramo de ótica formam Rede em Sergipe Trabalhar de forma conjunta traz vantagens como desconto em compras, rateio de despesas comuns e acesso a instituições de fomento

■ Agência Sebrae de Notícias

T rabalhar de forma conjunta sempre é mais vantajoso para os pequenos negócios, pois unidos eles têm mais força e maiores chances de competir com os

grandes empreendimentos. Outro ponto positivo é ter mais acesso às instituições de fomento no momen-to de solicitar algum apoio ou formalizar uma parceria. Consciente dessa realidade, um grupo de empresários sergipanos lançou, em agosto, uma Rede de Óticas composta por 14 empresas, a Redópticas.

A consultora do Sebrae Mercia Aragão explica que a criação da Rede é uma ação do Projeto Fortaleci-mento do Comércio de Óticas da Grande Aracaju. “Quem trabalha de forma conjunta tem acesso a várias vantagens, como obter descontos na hora de adquirir insumos, pois a compra é maior. É possível ainda elaborar uma campanha de divulgação e dividir as despesas entre as empresas. E quando for necessário adquirir um equipamento ou serviço, os custos podem ser rateados com o grupo”, reforça Mercia.

Vale destacar também o maior acesso às institui-ções de fomento, pois, devidamente legalizada, a Rede pode pleitear vários apoios, como participar de uma missão empresarial a um evento em outro estado ou realizar uma missão técnica com o objetivo de conhe-cer o trabalho realizado por outra Rede de Óticas que seja um caso de sucesso.

Neste início, o escritório sede da Rede será no portal escritório virtual. O projeto é uma ação da Uni-dade de Comércio e Serviço do Sebrae em Sergipe.

Cooperação entre empresas

do mesmo ramo promove redução de custos e maior

potencial de divulgação

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30 Empresa BRASIL

PEQUENAS NOTÁVEIS

Foto ASN Para o comerciante

Diego Kischel, a formalização facilita acesso

ao crédito

Empreendedores formalizados têm vida nova em Mato Grosso

■ Agência Sebrae de Notícias

A máxima da oportunidade que caiu do céu não é mera força de expres-são para novos empreendedores individuais em Mato Grosso. Após a

formalização pela nova fi gura jurídica do Empreen-dedor Individual, autônomos e ambulantes vivem a experiência de ter os benefícios da ampliação de renda e do acesso a serviços para melhorar seu pequeno negócio. Atualmente, cerca de 8,5 mil novos empreendedores já se formalizaram no estado, em lista que inclui pintores, eletricistas, encanadores, doceiras, cabeleireiras, artesãs e ven-dedores, entre outras categorias profi ssionais.

O jovem Diego Kischel, da Infi nitty Bijoux, é co-merciante no bairro Pedra 90. Sua família tem vários

empreendimentos no bairro, como lojas de confec-ções, supermercado e outros negócios. Ele foi atrás do seu espaço nesse meio e se formalizou como Empreendedor Individual. Em uma loja com cores modernas e vibrantes ele revende brincos, pulseiras, colares e presilhas, entre outros acessórios para o corpo. O ponto comercial foi aberto em fevereiro e a formalização dele ocorreu há dois meses. Ele diz que o registro como empresa facilita o acesso ao crédito e o apoio para dinamizar o próprio comércio.

“Fiz formalização da empresa, tenho cartão para compra e revenda com tranquilidade, tive aces-so a crédito e pude contratar minha funcionária”, cita, orgulhoso, as vantagens. “Você trabalha com empresa regular e paga R$ 57 por mês. Um preço que dá para pagar. Antes de me formalizar, eu tinha tentado três vezes trabalhar com cartão de crédito.

Projeto gera novas perspectivas e novos negócios para ambulantes e autônomos.Atualmente, mais de 8,5 novos empreendedores deixaram a informalidade no estado.

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Com a formalização, enviei a conta jurídica do banco e na hora deu certo. Em dois dias já operava com o cartão.” Ele diz que o cartão, principalmente no fi nal do mês, é o grande atrativo para vendas.

Segurança e orgulhoEm mais uma ação para multiplicar o conheci-

mento sobre Empreendedor Individual, o Sebrae em Mato Grosso realizou capacitação para costureiras de Cuiabá e Várzea Grande. Atuando neste ramo há 30 anos, Ivani Soares de Sousa fez o cadastro na atividade no próprio local do evento. “Eu nunca paguei nada de contribuição, não tenho INSS. Agora vou pagar e ter benefício de aposentadoria. Posso até registrar alguém e pagar”, conta sobre as vantagens de geração de economia e renda.

Para driblar as difi culdades em conseguir em-prego, o ex-detento Antônio João Alves de Arruda Filho, 30 anos, resolver montar seu próprio negócio. Depois de assistir a uma palestra sobre o Empreen-dedor Individual no Sebrae em Mato Grosso, decidiu se cadastrar na nova categoria.

Até então ele vendia seu produto, essência para cremosinho, sem nota fi scal e, por isso, estava perden-do clientes. Antes de se formalizar, não vendia mais do

que 100 cartelas a cada dois meses, hoje comercializa uma média de 500 por mês e só não aumenta o vo-lume porque precisa ainda vencer alguns gargalos, tais como a contagem das embalagens para montar os kits.

Ele processa 80 quilos de essência por mês e está em busca de uma máquina para contar os saquinhos e assim sair do processo manual utilizado hoje. “Para produzir 100 cartelas é preciso separar mais de 25 mil saquinhos, o que demanda 2 dias de trabalho e cerca de 10 horas”, conta, acrescentando que a família inteira está envolvida nesta atividade. Há 8 meses no mercado, ele tem três vendedores trabalhando com o produto.

Foto Sebrae em Mato GrossoAgora, com cadastro no Empreendedor Individual, a costureira Ivani Soares tem direito à aposentadoria

ServiçoA formalização do Empreendedor Indivi-

dual, destinada a pessoas que faturam até R$ 36 mil ao ano, pode ser feita no endereço www.portaldoempreendedor.gov.br e tem custo mensal de 11% do salário mínimo (R$ 56,10) para o INSS e mais R$ 5,00, no caso de prestador de serviço, ou R$ 1,00 para os que atuam no comércio e indústria.

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PEQUENAS NOTÁVEIS

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Associativismo fortalece setor de confecção em AlagoasApós enchente que devastou União dos Palmares, empreendedores apostam na força da cooperação para fortalecer a atividade e reorganizar seus negócios

■ Agência Sebrae de Notícias

Um grupo de 22 empreendedores ligados ao setor de confecções, em União dos Palmares, busca no asso-ciativismo uma alternativa para forta-

lecer a atividade e reorganizar seus negócios após a enchente que atingiu o município em junho deste ano. No fi nal de agosto, eles ofi cializaram a Associa-ção de Confecções de União dos Palmares (ACUP) e estão confi antes no recomeço das atividades.

Muitos desses empreendedores perderam tudo com as chuvas que atingiram o município durante o primeiro semestre. Além dos danos na infraestrutu-ra, alguns deles fi caram sem máquinas, equipamen-tos e matéria-prima. Para o grupo, a associação é uma forma de unir esforços para recomeçar, minimi-zando as difi culdades de quem trabalha sozinho.

Segundo Mariana Amorim, gestora da Carteira da Indústria do Sebrae em Alagoas, desde 2009 esse grupo vem sendo assistido pelo Projeto Moda Alagoas, coordenado pela instituição, e nesses dois anos houve

avanços signifi cativos na qualidade dos produtos e na maneira de os empreendedores administrarem seus negócios. Mas era preciso dar um passo adiante para que eles crescessem como empresários.

Com o associativismo, o grupo se fortalece, não apenas nesse momento de reconstrução, mas para enfrentar as barreiras naturais do mercado, como o acesso ao crédito, às capacitações gerenciais e tecno-lógicas. De acordo com Mariana, os associados parti-ciparão de capacitações para melhorar as técnicas de corte e costura e aprimorar o design dos produtos, e receberão orientações sobre técnicas de negociação.

“Antes esses empreendedores trabalhavam de for-ma isolada. Em grupo eles terão acesso a produtos e serviços, como capacitação e orientações para acesso a mercado. Esse é uma oportunidade de crescimento para todos os empresários”, afi rma Mariana.

“Com a ACUP, nós iremos recomeçar nos-sos negócios, além de trazer mais produtividade para o grupo e desenvolvimento para o setor de confecções aqui em União”, disse o presidente da entidade, José Quitério.

Além de cursos para aprimorar corte e costura,

os associados receberão

orientações para acesso a mercados

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Crescem pedidos para garantirdireito autoral de softwaresSebrae disponibilizará cartilhas que explicam as quatro modalidades de propriedade intelectual

■ Agência Sebrae de Notícias

Registrados conforme o regime de direito autoral, os softwares brasileiros estão cada vez mais protegidos. Em todo o ano passado haviam sido feitos

ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) 921 pedidos, contra 802 em 2008. E desde o início de 2010 o número de pedidos de registro cresceu 18% em relação ao mesmo período de 2009.

“Quando a empresa faz o registro, a obra é de sua propriedade. Assim, ela pode licenciar para que outras empresas possam comercializar o software. É a forma de identifi car que aquele software foi desenvolvido por ela”, afi rma o gerente da Unida-de de Acesso a Inovação e Tecnologia (UAIT) do Sebrae, Edson Fermann.

De acordo com o responsável pela área de Registro de Software no INPI, Victor Pimenta Mendes, o incremento se deu a partir de meados de 2009 quando o órgão passou a aceitar a possibi-lidade de o depósito do pedido de registro ser feito com documentação técnica em CD/DVD, além de ter reduzido o valor das retribuições em 60% para micro e pequenas empresas.

Segundo a legislação brasileira, é facultativo ao produtor de software registrar sua criação para melhor garantir seu direito. Nas licitações públicas, no entanto, o registro é obrigatório. “O registro do software gera uma maior garantia ao direito, pois concede maior segurança jurídica e uma melhor apropriação deste ativo intangível”, afi rma Mendes.

Com o objetivo de garantir a autoria da ferra-menta, o empresário paraibano Marcelo de Barros entrou recentemente com um pedido de registro junto ao INPI. Ele é um dos sócios das empresas de Campina Grande Arcded e Light Infocon, que

desenvolveram o WebArquiteto, um software que faz outros softwares. O dispositivo permite a cria-ção de uma simplifi cada plataforma de desenvol-vimento de outros softwares para programadores sem experiência em tecnologia da informação.

“Essa tecnologia permite que o profi ssional pro-grame em uma linguagem mais simples, é perfeita para automatizar pequenos negócios”, explica Bar-ros. “Queremos registrar porque esse é um bem da empresa, então precisamos proteger. Vamos disponibilizar o programa para baixar gratuitamen-te, mas queremos que ele tenha o nosso nome, pois será um ganho para a empresa à medida que conseguirmos vender outros produtos e prestar consultorias”, afi rma.

A partir de 2011, o Sebrae vai disponibilizar para os empreendedores cartilhas explicando as quatro principais modalidades de propriedade intelectual: patente, registro de software, registro de marcas e registro de desenho industrial. A insti-tuição vai oferecer ainda consultorias para auxiliar o empreendedor no registro da propriedade intelec-tual. O objetivo é sensibilizar os empresários sobre a importância de proteger seu produto ou marca de possíveis reproduções.

Foto Bernardo Rebello

De acordo com o INPI, número de pedidos cresceu em 18% neste ano

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34 Empresa BRASIL

Criatividade rende mais negóciosNovas soluções desenvolvidas por profi ssionais altamente qualifi cados fazem parte do diferencial dos produtos nacionais exportados; participação das micros e pequenas empresas é cada vez maior

“O Brasil, como todos sabem, foi descoberto em 1500; mas o Brasil só descobriu o mundo há pouco mais de

15 anos.” A afi rmação é do ex-ministro da Indústria, Comércio e Desenvolvimento, o embaixador Sergio Amaral, que em seus artigos e pronunciamentos refl ete a mudança de rumos da economia brasileira.

Hoje, o país, uma vez conhecido apenas por sua exce-lência em exportação de matérias-primas e importação de matéria manufaturada, tem como destaque em sua balança comercial a exportação de tecnologia e know-how.

Em 2009, o Brasil exportou US$ 26,3 bilhões e se posicionou no 31º lugar no ranking dos principais países exportadores de serviços. O mercado americano foi o que mais importou serviços brasileiros (45%), seguido pela União Europeia (26,8%), América Latina exceto Mercosul (9,9%), Mercosul (1,8%) e demais (9,9%). Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) revelam ainda que, no ano passado, o setor de serviços foi responsável por 68,5% do PIB e gerou mais de 70% dos empregos formais.

Destaca-se a participação dos micro e pequenos empreendimentos. Em cada cem empresas exporta-doras de serviços, 77 eram micro e pequenas.

Diversos segmentos contribuem para esses resultados positivos. A arquitetura tem conquistado reconhecimento e espaço no exterior, em áreas como edifi cação, interiores, arquitetura corporativa, paisa-gismo. Brasileiros também vêm ganhando espaço, trabalhando o design como ferramenta de diferencial competitivo nos produtos brasileiros de exportação e vendendo serviços profi ssionais de design a empresas estrangeiras. Nas artes plásticas, galerias de arte con-temporânea brasileira conquistam mercado no exterior, por meio da participação em feiras internacionais e do convite para que compradores estrangeiros venham a eventos importantes no calendário brasileiro de artes, como a Bienal Internacional de Artes de São Paulo.

A criatividade e a qualifi cação profi ssional, além

da utilização de novas tecnologias, são diferenciais brasileiros.

Mas é preciso também estratégia. Para Maurício Borges, diretor de Negócios da Agência Brasileira de Incentivo à Exportação e Investimentos (Apex), além da busca de capacitação, treinamentos e certifi cação, é importante que a empresa tenha gestão organizada e realize estudo de mercado. Esta análise permite ao empresário escolher o mercado que melhor se adapte aos seus serviços. “É muito importante acessar estudos de inteligência comercial para verifi car quais são as barreiras, as certifi cações necessárias, as questões burocráticas”, afi rmou.

A Apex-Brasil auxilia empresas de diferentes formas, conforme seu grau de internacionalização. A entidade promove desde cursos que estimulem a cultura expor-tadora, o engajamento de empresas, já presentes no cenário internacional, em eventos nacionais e internacio-nais, feiras multissetoriais, rodadas de negócios, missões.

É possível verifi car os projetos da Agência pelo site www.apexbrasil.com.br

TENDÊNCIAS

Brasileiros estão ganhando espaço no exterior com

design diferenciado

Participante do Projeto Setorial Integrado da Apex-Brasil e Abedesign, a parceria Indústria Nacional & Diálogo Design conquistou o Leão de Prata da Categoria Design do Festival Internacional de Publi-cidade de Cannes, realizado este ano na França. O fi lme “Projetor a vela” foi criado para a prefeitura do Rio de Janeiro para servir como convite ao Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro. Na peça, imagens da cidade maravilhosa podem ser vistas a partir de um projetor de papel com uma vela interna. O movimento fl ama, dá o efeito da projeção dos fi lmes antigos. Uma referência à vocação cinematográfi ca do Rio de Janeiro.

Exemplo de sucesso brasileiro em Cannes

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Setembro de 2010 35

Futuros moradores escolhem seu apartamento em tapume 3D

Tecnologia e criatividade alteram dinâmica do mercado imobiliário brasileiro

Entre e sinta-se em casa, virtualmente. Proporcionar aos clientes a vivência em apartamento decorado, mesmo antes de sua construção, é uma das propostas da gaúcha

Smart. A empresa aliou a tecnologia à criatividade para divulgar e vender seus imóveis. No lugar dos tradicionais centros de vendas, conjugou mídia tradicional (o tapume) com tecnologia razoavelmente antiga Anaglifo 3D e teve como resultado uma solução genuína Tapume 3D.

Esta estrutura, com cenários digitais, localizada em um bairro classe média alta de Porto Alegre, atrai potenciais moradores e curiosos. Quem chega ao local recebe óculos azul e vermelho, como aqueles de cinema, e pode ter a visão tridimensional do seu futuro lar. Pode “visitar” o prédio decorado, desde o hall até a cozinha do apartamento.

Segundo um dos sócios da empresa, Marcio Car-valho, a ideia nasceu do desejo de inovar e da necessi-dade de diminuir os custos. “Começamos a pensar em como trabalhar com um apartamento decorado em um empreendimento de pequeno porte, com custos mais baixos”, afi rmou.

A parceria com a Neorama, empresa especializada em vídeos digitais, com expertise conhecida também no exterior, tornou mais ágil o processo de execução. Para Ernani Cravo, sócio da empresa, o mercado imo-biliário passa por um momento muito interessante de receptividade à tecnologia e à inovação, em função da competitividade deste setor, em que o produto imobi-liário é, muitas vezes, considerado uma commoditie.

Para a professora de tendências da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS, Cristiane Mafacioli, criar novos formatos e novos pontos de contato com o target é a maneira mais adequada de buscar garantir novos modos de interação. “Num mundo tão sobrecarregado de informações, é difícil se destacar. As novidades podem conseguir isso mais facilmente”, lembra.

Apesar de virtuais, essas soluções geram uma aproximação com o cliente, ou futuro morador, que vê no empreendimento não só um bem, mas seu futuro lar. “A sensação de tecnologia, de viver o futuro e a interação virtual podem gerar um efeito positivo no provável consumidor”, destaca Mafacioli.

A empresária Eda Foutora, além de primeira com-pradora de um apartamento, é também, uma entusias-ta da ideia. “Visitei apartamento inúmeras vezes. Levei meus fi lhos, alguns amigos. Mesmo com o tempo bastante escasso, aproveitei vários intervalos do meu dia corrido e retornei ao tapume. Precisava apenas dos meus ‘óculos especiais’ para entrar no imóvel. Mesmo depois da compra do apartamento, a visita ao Tapume continua sendo interessante, estimula o lúdico”, disse.

A combinação de tecnologia e criatividade tende a gerar, também, uma demanda por profi ssionais que tenham, além da efi ciência técnica, uma visão holística. Para o arquiteto e sócio da Smart, Ricardo Ruschel, o mercado buscará cada vez mais de profi ssionais capaci-tados gerencialmente e com maior domínio de outras áreas de conhecimento, como branding, marketing, fi nanças, economia, negócios.

A escolha do apartamento na visão 3D

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36 Empresa BRASIL

A análise do nazismo depois de três décadas e meia de novas pesquisas

No primeiro de três volumes de A chegada do Terceiro Reich (Editora Planeta), o historiador inglês Richard Evans narra, com rigor analítico inédito

na ampla bibliografi a sobre o assunto, a série de co-nexões políticas que deram origem à Segunda Guerra Mundial. Desde o Império bismarckiano no século 19, na Primeira Guerra Mundial, até o fi m da República de Weimar e a ascensão do regime nazista, em 1933.

Diferentemente de obras consagradas sobre o tema, em seu livro Evans preocupa-se em cobrir de forma mais ampla possível os vários aspectos da história do Terceiro Reich: não apenas polí-tica, diplomacia e questões militares, mas também sociedade, economia, política racial, polícia, justiça, literatura, cultura e artes, para reuni-los e mos-trar como se relacionavam.

Baseado em pesquisas das últimas três décadas e meia, cujos dados deixaram ultrapassadas vá-rias obras sobre o assunto, Evans traçou como objetivo de seu livro a reunião de informações capaz de permitir ao leitor entender por que os nazistas chegaram ao

poder. Para ele, é crucial entender por que seus opositores fracassaram ao detê-los e de que forma o Terceiro Reich marcou a consciência do mundo moderno como nenhum outro regime.

Iniciada em setembro de 1939, a Segunda Guerra Mundial foi o confl ito mais sangrento de toda a História. Mais do que o número de 50 milhões de mortos e de 28 milhões de mutilados, as novas tecnologias utilizadas nos armamentos e a logística, chama a atenção a crueldade a que foram submetidos os combatentes aliados e o calvário das populações civis atingidas. Nada mais brutal, contudo, do que o extermínio perpetrado pelos nazistas aos grupos

politicamente indesejados, sobretudo os judeus, cuja extensão passou a ser designada como Holocausto.

Entender como se disseminou a entronização da discriminação racial e do ódio no centro da ideologia nazista talvez seja uma das maiores contribuições do primeiro volume desta obra. Para chegar até esse ponto, Evans fez um meticuloso recuo na História para identifi car as correntes do antissemitismo que culminaram com o assassinato de 6 milhões de judeus nos campos de concentração nazistas.

Tudo começou, segundo o professor de história moderna de Cambridge, ao fi nal de 1889, quando um diretor de escola primária, Hermann Ahlwardt, roubou dinheiro dos fundos angariados para pagar a festa de Natal das crianças e foi logo demitido do cargo. Para culpar alguém por seu infortúnio, sua atenção rapidamente focou-se nos judeus que formavam uma comunidade altamente aculturada e bem-sucedida que vivia nas zonas de classe média das cidades alemãs. Situações como essa, que fi zeram dos judeus o alvo para agitado-res descontentes e inescrupulosos como Ahlward, rapidamente se disseminaram, passando a fazer parte de plataformas de partidos políticos que desembocaram no Nacional Socialismo.

O preconceito antissemita prosperou de tal forma na Alemanha, nas mais altas camadas da sociedade, tribunais, serviço público, Exército e universidades, que seu desfecho obedeceu a uma lógica. Ou seja, a ascensão do chefe do Partido Nazista e futuro ditador, o austríaco Adolf Hitler.

Em todo o processo de ascensão do nazismo, de acordo com Evans, foi decisiva a forma como os inimigos da democracia exploraram a Consti-tuição democrática e a cultura política democrática para seus próprios fi ns. “Por isso é tão importante, como sempre foi, entender como os nazistas chegaram ao poder, à medida que a memória se desvanece”, adverte o historiador.

Milton Wells

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“Hitler conquistou duas

condecorações por bravura na

Primeira Guerra Mundial, das

quais a primeira ironicamente por

recomendação de um ofi cial

judeu” – do livro A Chegada do Terceiro Reich

BIBLIOCANTO

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Setembro de 2010 37

A hora de fazer acontecer■ Newton Lima Azevedo*

Uma pesquisa da UNICEF e da Orga-nização Mundial da Saúde atestou um quadro lamentável. O Brasil é o único país das Américas a fi gurar na lista das

10 nações com o maior número de habitantes sem banheiro, ocupando o 9º lugar com 13 milhões de pessoas sem instalações sanitárias domiciliares, à frente da Nigéria, com 12 milhões. O cenário é ainda mais agravante. Segundo dados recentes da Pesquisa Nacio-nal de Saneamento Básico, do IBGE, 2.495 municípios do país não contavam com serviço de rede coletora de esgoto até 2008.

Um levantamento do Instituto Trata Brasil, realizado com a Fundação Getulio Vargas, analisou os impactos deste cenário na economia e na saúde. Em 2009, dos 462 mil pacientes internados por infecções gastrintestinais, 2.101 morreram. Se tivéssemos acesso universal ao saneamento, haveria uma redução de 25% no número de internações e 65% na mortalida-de; ou seja, 1.277 vidas seriam salvas.

O retardo em tratar adequadamente a questão também traz perdas econômicas. Anualmente, cerca de 217 mil trabalhadores se afastam de suas atividades devido a problemas gastrintestinais ligados à falta de saneamento. Isto signifi ca, segundo o Trata Brasil e a FGV, que as empresas gastam R$ 547 milhões em remunerações referentes às horas não trabalhadas. A universalização reduziria em 309 milhões os gastos com afastamentos de trabalhadores. Sobre outro aspecto, o estudo revela ainda que o acesso à rede de esgoto valoriza em até 18% o valor dos imóveis, podendo alcançar a cifra de 74 bilhões.

Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), serão necessários R$ 270 bilhões para o Brasil atingir a universalização do sanea-mento básico. Ao todo, somente 50,6% da população urbana brasileira é atendida por rede de esgoto, sendo que apenas 34,6% do volume coletado recebe trata-mento em estações existentes em parcos 28,5% dos municípios brasileiros.

A Lei de Saneamento Básico (Lei 11.445/2007) dá ao país as linhas mestras para enfrentar parte dos problemas nessa área. A partir delas, há a possibilidade de aumentar o número de domicílios atendidos por tratamento de esgoto e, ao mesmo tempo, reduzir ou eliminar o lançamento de dejetos em rios e mananciais.

Apesar do progresso ocorrido a partir de 2003, com a criação do Ministério das Cidades, a universa-lização dos serviços não será possível sem um maior engajamento das prefeituras. Pesquisas do Instituto Trata Brasil apontam que os avanços ocorreram nas cidades que optaram por novos modelos de gestão em parceria com as empresas privadas. A constatação corrobora o fato de que a questão do saneamento bá-sico deve envolver as esferas pública e privada. Afi nal, se trata de um patrimônio público de interesse e em benefício de todos. Recursos, capacitação da engenha-ria brasileira e leis bem feitas para se atingir a universa-lização existem. O terreno institucional está preparado e as empresas privadas do setor de saneamento oferecem soluções efi cientes, com a vantagem de ter fl exibilidade em modalidades de contratos, conforme as necessidades e conveniências da União, dos Estados e dos Municípios. No presente, num país que corre o risco de crescer acima dos 6% neste ano, não cabem mais debates alongados nem tampouco espera. O momento pede ação.

*Newton Lima Azevedo é vice-presidente da Foz do Brasil e vice-presidente da Associação Brasileira da

Infraestrutura e Indústrias de Base

ARTIGO

A universalização dos serviços de saneamento não será possível sem o engajamento das prefeituras

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