empresa brasil 29
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Edição 29 - 2007 da publicação Empresa Brasil da CACB.TRANSCRIPT
Empresa Brasil - 1
Empresa Brasil - 2
Empresa Brasil - 3
Empresa Brasil - 4
SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO
Editorial
Boa leitura,
Hugo JuliãoPublisher
06 EntrevistaAdelmir Santana, senador (DEM/DF) epresidente do Conselho DeliberativoNacional do Sebrae
10 Uma agenda nacional16 Peso tributário20 Turquia e EgitoPor Nilton Pedro
24 Redução da informalidadePor Fernando Brites
26 CACB e Sebrae exportamconhecimento32 Porque a forma dacomunicação determinacomportamentosPor Cida Montijo e Reyes Marinho
34 Feira do Empreendedor
SEÇÕES
38 SEBRAEBoletim Informativo
41 CACBCBMAE
Empreender
Progerecs
Uma agendanacional
10
Entrevista comAdelmir Santana,
senador (DEM/DF) epresidente do
Conselho DeliberativoNacional do Sebrae
6
Turquia e Egitona vizinhança da
prosperidade
20
Capa
Nesta edição da revista Empresa Brasil você vai ter acesso a matérias quemostram o lado bom do nosso país, e outras o seu lado perverso. Noprimeiro caso, você conhecerá o resultado do esforço de um ano de reflexãode lideranças empresariais, reunidas no movimento Ação Empresarial, queresultou no documento Agenda de Princípios para o Brasil, que elencaalgumas prioridades que, nos parece também, são essenciais para omomento nacional. É a matéria de capa.
Na linha dos fatos positivos, temos ainda o registro do primeiro projeto decooperação internacional realizado pela CACB, com o imprescindível apoiodo Sebrae. Trata-se do programa Empreender Internacional. Um programaque exportará conhecimentos e experiências do vitorioso projetoEmpreender. Você confere ainda os números positivos da Feira doEmpreendedor, realizada em Brasília, no mês de maio.
No lado que aponta para os problemas do Brasil, trouxemos uma matéria,embasada em pesquisa realizada pela PricewaterhouseCoopers /BancoMundial, que mostra que o nosso país, outra vez, está no topo de coisasnegativas: é onde mais se gasta tempo com o cumprimento de obrigaçõesfiscais, em seus diversos níveis.
O entrevistado da edição é o senador Adelmir Santana, presidente doConselho Deliberativo Nacional do Sebrae, que trata de assuntosdiretamente ligados à agenda dos empresários brasileiros. Não deixe de ler.Confira também os artigos de Fernando Brites, Nilton Pedro, e de CidaMontijo e Reyes Marinho.
Palavra do presidente
Um forte abraço,
Alencar Burti
PublisherPublisherPublisherPublisherPublisher Hugo Julião B. da Costa / ProduçãoProduçãoProduçãoProduçãoProdução Juliano Azuma,Marcel Azuma / Diretora ComercialDiretora ComercialDiretora ComercialDiretora ComercialDiretora Comercial Mel Almeida / DiretorDiretorDiretorDiretorDiretorde Artede Artede Artede Artede Arte Josue Jackson / Editoração EletrônicaEditoração EletrônicaEditoração EletrônicaEditoração EletrônicaEditoração Eletrônica AlexandreRibas, Marcos Ribas / Gerente Operacional Gerente Operacional Gerente Operacional Gerente Operacional Gerente Operacional LeonardoMittaraquis / Colaboradores: Colaboradores: Colaboradores: Colaboradores: Colaboradores: Fernando Brites, Nilton Pedro,Reyes Marinho, Cida Montijo, Luiz Antônio Bortolin / Revisão Revisão Revisão Revisão RevisãoRosângela Dória - - - - - DRT-SE 1073 / Jornalista Responsável Jornalista Responsável Jornalista Responsável Jornalista Responsável Jornalista ResponsávelThaïs Bezerra - DRT-SE 364
Assessoria de Imprensa da CACBAssessoria de Imprensa da CACBAssessoria de Imprensa da CACBAssessoria de Imprensa da CACBAssessoria de Imprensa da CACBCoordenador: Hugo Julião / Priscila Ferreira / Monique Menezes/ Estagiária: Mariana Xavier
Administração e ComercializaçãoAdministração e ComercializaçãoAdministração e ComercializaçãoAdministração e ComercializaçãoAdministração e Comercialização
Representantes Comerciais: Representantes Comerciais: Representantes Comerciais: Representantes Comerciais: Representantes Comerciais: Brasília - Dane Magalhães(61) 8116-8690 / Sergipe-Alagoas - Jonatal Souza (79) 8801-2074/ Bahia - Júlio César Ferreira (Cartão Postal) (71) 3287-0833 / SãoPaulo - José Moraes Alfaya (11) [email protected] Escritório Distrito Federal
David da Costa SCN - Centro Empresarial Liberty Mall - Torre A -
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Circulação DF Itamar Amaral - (61) 8118-6311 / Escritório Sergi-
pe Rua Capitão Benedito T. Otoni, 477 - Bairro 13 de Julho - (79)
3246-4707 - Aracaju/SE - CEP 49020-050.
O aumento da arrecadação de impostos tem sido cons-tante no Brasil. Para este ano, as estimativas são de umcrescimento superior a 10%, superando os R$ 900 bi-lhões. Uma diferença de quase R$ 100 bilhões em re-lação ao valor arrecadado no ano passado. Diante des-se quadro extremamente positivo, fica difícil entendera insistência do governo federal em querer, mais umavez, renovar a CPMF, cuja previsão de arrecadação é deR$ 37 bilhões.
É necessário que o governo entenda que, ao instituir aCMPF, foi feito um contrato com a sociedade. Nessecontrato, que era provisório, com prazo determinado,estava previsto que os recursos seriam usados paramelhorar a saúde da população. No entanto, a contri-buição tornou-se quase permanente e o objetivo inici-al não foi alcançado, pois as dificuldades no setor desaúde continuam.
Acredito que o momento é bastante propício para umaredução gradativa da CPMF, ainda dentro do período degestão do atual governo. Seria uma forma desta admi-nistração cumprir com aquilo que as anteriores nãocumpriram e, dessa forma, demonstrando respeito aocontribuinte, restaurar a credibilidade do governo pe-rante a sociedade. Isso permitiria, inclusive, que futu-ros pactos fossem propostos, com a conivência destamesma sociedade, para soluções de problemas con-junturais do país, que fossem de caráter emergencial.
Essa medida deveria ser acompanhada da implemen-tação de um completo processo de gestão, que fechas-se os ralos dos gastos públicos, invertendo a trajetóriaatual, onde a arrecadação sempre é acompanhada doaumento das despesas. A nosso ver, também deveriaser mantida uma alíquota residual, apenas suficientepara cobrir os custos operacionais de sua cobrança,que seria usada como instrumento de fiscalização pelaReceita Federal.
É preciso dar um basta à prorrogação da CPMF, poisela impede que o Brasil cresça. Vamos, juntos, traba-lhar para o bem das futuras gerações.
Peso tributário16
Empreenderinternacional 26
Empresa Brasil - 6
Entrevista
Empresa Brasil - 6
O senhor apresentou um projeto de
lei que mexe numa questão delicada:
a relação das empresas de cartões de
crédito com o mercado e com o con-
sumidor. Quais as razões que o leva-
ram a apresentar este projeto?
Até o início dos anos noventa a
ingerência do Estado na economia
brasileira era quase diária, inclusive
na formação de preços. A era da eco-
nomia de mercado, na plenitude do
termo, é relativamente recente no Bra-
sil. Desde então, passou-se a convi-
ver com um regime de preços estabe-
lecidos pelas forças de mercado,
onde a liberdade passou a ser a regra
e a interferência do Estado a exceção.
No entanto, não nos preparamos de-
vidamente para conter as vicissitu-
des decorrentes do abuso do poder
econômico. Um dos segmentos em
que esse despreparo parece trazer
enorme e terríveis conseqüências é o
de cartões de débito e crédito. Em
todo o mundo, em particular nos Es-
tados Unidos e na Europa, as auto-
ridades de defesa da concorrência e
do consumidor travam uma verdadei-
ra batalha contra as bandeiras e agen-
tes financeiros, acusados de práti-
cas colusivas. Enquanto isso, no
Brasil, as nossas autoridades de de-
fesa da concorrência e o próprio Ban-
co Central, regulador do sistema fi-
nanceiro nacional, quedam-se iner-
tes.
O senador Adelmir Santana (DEM-DF) é, há muitotempo, um ativista dos setores de comércio eserviço. Suplente, chegou à titularidade desenador em função da vacância do cargo dePaulo Octávio, que foi eleito e assumiu comovice-governador do DF. Nascido na cidade deNova Iorque, no Maranhão, está radicado emBrasília desde 1964. É formado em administraçãode empresas e foi funcionário público até 1971.Deixou o serviço público para trabalhar naindústria farmacêutica. Em 1986 deixou de serempregado e ingressou empresarialmente naárea. Com experiência e representatividade nosegmento, consolidou a rede de Drogarias Vison,formada atualmente por mais de vinte lojaslocalizadas em shoppings e quadras comerciaisdo Distrito Federal.Como empresário, Adelmir Santana é umaliderança das mais atuantes no DF: preside oSistema Fecomércio-DF, o Conselho Deliberativodo Centro de Tecnologia de Software de Brasília(Tecsoft), o Conselho Consultivo da AssociaçãoJunior Achievement (AJA/DF) e o Sindicato doComércio Varejista de Produtos Farmacêuticos(Sincofarma/DF). Em âmbito nacional, preside oConselho Deliberativo Nacional do Sebrae(biênio 2007/2008) e é vice-presidente daConfederação Nacional do Comércio (CNC) e daAssociação Brasileira do Comércio Farmacêutico(ABCFARMA). Também participa do Conselho
Adelmir SantanaConsultivo da Agência Nacional de VigilânciaSanitária (Anvisa) e do Conselho Deliberativo daAgência Brasileira de DesenvolvimentoIndustrial (ABDI).Em seu primeiro mandato como senador, aindacom pouco tempo de atuação, Adelmir Santanajá exerce papel de destaque assumindo diversasfunções na Casa, sempre por indicação de seuspares: é coordenador da Frente Parlamentar dasMPES, vice-presidente do Conselho de Ética eparticipa de 10 comissões permanentes, sendotitular em três delas: da Comissão de Serviçosde Infra-Estrutura (CI); da Comissão deConstituição, Justiça e Cidadania (CCJ); e daComissão de Assuntos Econômicos (CAE).O senador Adelmir Santana apresentou o Projetode Lei (PLS 203/2007) que prevê a fixação depreço diferenciado na venda de bens ou naprestação de serviços pagos com cartão decrédito em relação ao preço a vista. Tambémprevê a redução do tempo para o repasse dodinheiro aos empresários e o controle daselevadas taxas de juros cobradas pelasadministradoras. Adelmir é um defensor dasreformas necessárias para a redução damáquina administrativa e pretende caminhar emdireção às reformas tributária, política, fiscal,trabalhista e sindical. Confira algumas das suasidéias nesta entrevista concedida à revistaEmpresa Brasil.
Empresa Brasil - 7Empresa Brasil - 7
Do que trata o projeto?
O projeto faculta aos estabeleci-
mentos comerciais fixar, nas vendas à
vista, preços mais baixos dos que
são cobrados quando o pagamento é
feito por cartões de crédito. No Bra-
sil, o consumidor não sabe quanto
custa usar o cartão de crédito. Não
sabe, por exemplo, que poderia pagar
cerca de 5% a menos pelo produto se
não utilizasse esse meio de tratamen-
to. Trata-se de um valor maior do que
o da inflação por 12 meses e também
superior a um ano de remuneração
real da poupança. Esse projeto é um
instrumento para alcançar o nosso
objetivo que é forçar uma revisão
dessas taxas.
Porque a fixação desses preços, a
que seu projeto alude, não é aplicada
no país?
As taxas extorsivas vêm camufla-
das no manto bem intencionado das
autoridades, que obrigam os comerci-
antes a cobrar de todos os consumi-
dores o mesmo preço, sejam eles por-
tadores ou não de cartões. Essa exi-
gência – repita-se, bem intencionada
– acarreta uma dupla injustiça: 1º-
cobra-se do não usuário de cartão
por um serviço que ele não utilizou;
e 2º- faz-se com que o consumidor de
menor renda, que não tem acesso aos
cartões, subsidie o custo do uso do
cartão por parte da camada de maior
poder aquisitivo. As bandeiras, habil-
mente, conseguiram convencer as
autoridades financeiras que a igual-
dade de tratamento é um benefício,
encobrindo o fato que igualdade en-
tre desiguais é, na verdade, mascara-
da injustiça. É exatamente este con-
sumidor mais carente quem deveria
ser o alvo primeiro da proteção das
autoridades. Precisamos, urgente-
mente, lançar luzes sobre essa ques-
tão, exigindo das autoridades o mes-
mo rigor que vem sendo demonstra-
do em outros países, e produzindo
uma legislação mais adequada à rea-
lidade deste mercado, valendo-nos,
inclusive, de experiência internacio-
nal exitosa. Esta é uma luta do con-
sumidor brasileiro
Uma outra questão que tem sido alvo
de suas preocupações refere-se ao
mercado informal no Brasil. Por
quê?
Os números dos negócios realiza-
dos na base da informalidade no Bra-
sil são impressionantes e ao mesmo
tempo preocupantes. Estudo feito
pelo Instituto de Pesquisa Econômi-
ca Aplicada (Ipea), ligado ao Minis-
tério do Planejamento, revela que
50,4% dos postos de trabalho gera-
dos pelo setor produtivo nacional,
em 2005, foram provenientes do setor
informal. Esse número é pouco me-
nor do que os 51% detectados em
igual pesquisa realizada no ano de
2000 e mostra que se não houver um
amplo trabalho de mobilização nos
Estados para incentivar a regulariza-
ção dos pequenos negócios, trazen-
do-os para o mercado formal, a situ-
ação continuará grave.
E como fazer essa mobilização?
O momento é mais do que ade-
quado para colocar este assunto em
pauta novamente. A Lei Geral das
Micro e Pequenas Empresas, aprova-
da no ano passado pelo Congresso
Nacional, após longa campanha con-
junta do Sebrae com os diversos seg-
mentos do País, entra em vigor no dia
1º de julho e deve contribuir signifi-
cativamente para a formalização de
milhares de empreendimentos, hoje
no setor informal, graças aos benefí-
Empresa Brasil - 8Empresa Brasil - 8
cios que traz. A Frente Parlamentar
das Micro e Pequenas Empresas que
criamos no Congresso Nacional, da
qual faço parte, iniciou uma caravana
que está percorrendo as principais
cidades brasileiras para debater as-
pectos da lei com o empresariado lo-
cal. Teremos que sensibilizar os go-
vernantes de todos os Estados para
a importância da nova legislação. É
bom lembrar que com a criação do
Simples, em 2003, cerca de um milhão
e oitocentas mil empresas se legaliza-
ram e foram cadastradas no sistema.
Além desta mobilização, de que outra
maneira o problema da informalida-
de deve ser enfrentado?
Segundo o Ipea, a forma mais
correta de combater a informalidade é
a retomada do crescimento econômi-
co com a criação de um ambiente fa-
vorável às empresas. Sem um ambien-
te favorável, o crescimento econômi-
co brasileiro continuará bem abaixo
dos seus vizinhos e de outros países
em desenvolvimento. O que impede
esse crescimento maior do Brasil são
fatores estruturais, como o baixo ní-
vel de investimento há muitos anos,
a falta de investimento público e pri-
vado, além de uma carga tributária
agressiva causada pelos constantes
aumentos das despesas e dos custos
Estudo feito pelo
Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada
(Ipea), ligado ao
Ministério do
Planejamento,
revela que 50,4%
dos postos de
trabalho gerados
pelo setor produtivo
nacional, em 2005,
foram provenientes
do setor informal.
do governo. Precisamos quebrar
essa inércia se quisermos construir
um país competitivo e justo, com am-
biente saudável para os negócios e a
geração de empregos para a popula-
ção, reduzindo as desigualdades ain-
da existentes em nossa sociedade. E
todo este trabalho começa com a for-
malização dos milhões de informais.
Quais as suas expectativas sobre o
projeto que obriga a divulgação dos
impostos embutidos nos preços de
mercadorias e serviços (PLS 174/
06), que teve o parecer do relator,
aprovado recentemente na Comissão
de Meio Ambiente, Defesa do Consu-
midor e Fiscalização e Controle
(CMA)?
O projeto permitirá que o contri-
buinte saiba quanto de fato é o valor
do imposto embutido no preço final
do produto ou serviço. Ele regulamen-
ta o parágrafo 5º do artigo 150 da
Constituição Federal, que dá o direito
ao cidadão ter ciência da quantidade
de impostos que paga em suas aqui-
sições. Isso tornará mais visível a alta
carga tributária a que estamos subme-
tidos. Uma nova votação, em turno
suplementar, deverá acontecer no Se-
nado e depois o projeto segue para a
Câmara. Há uma expectativa de que,
também lá, ele seja aprovado. Estamos
torcendo para que isto aconteça, pois
é um importante passo no caminho da
conscientização do cidadão que, mui-
tas vezes, só toma conhecimento dos
impostos que incidem de forma dire-
ta como o IPTU, o IPVA e o Imposto
de Renda, por exemplo. Desta forma,
acredito, o consumidor passará a co-
brar mais dos entes públicos no que
se refere á qualidade dos serviços
que são disponibilizados pelos go-
vernos dos municípios, dos estados
e da Federação.nONONO ONONO OONONO ONO OON
Empresa Brasil - 9
E sobre o Plano de Aceleração do
Crescimento (PAC), que análise o
senhor faz?
Sem dúvida, é uma espécie de
plano de governo amplo, com um
horizonte profundo e repleto de
boas intenções. Mas isso só não
basta. A nação não só esperava
como precisava de muito mais. Fal-
tou, por exemplo, apontar com clare-
za e transparência as fontes finan-
ceiras e impulsionadoras do tão
anunciado espetáculo do cresci-
mento. É uma pergunta que conti-
nua no ar: de onde vem o dinheiro
para alavancar o crescimento da
economia brasileira em 5%. Afinal,
para que haja esse crescimento de-
sejado é preciso investimentos dife-
renciados do poder público, que
hoje detém cerca de 40% do PIB na-
cional. Então, podemos dizer que
falta ao PAC a confiança, a credibi-
lidade e o ambiente de animação, fa-
tores psico-sociais tão importantes
para o Brasil entrar de uma vez por
todas no ritmo de crescimento das
demais nações do planeta que mar-
cham a passos acelerados, como a
Índia, a China, o Chile e a irmã Ar-
gentina. Há um clamor nacional pelo
crescimento econômico. Das roucas
vozes das ruas, que buscam o ga-
nha-pão na informalidade; às mais
altas e esferas da República.
Algumas medidas provisórias do
PAC já foram aprovadas. Além de
outras medidas relacionadas com o
projeto, como a que reduz o superá-
vit primário, por exemplo. A seu ver,
está havendo avanços na implemen-
tação do programa?
Realmente algumas medidas fo-
ram aprovadas. No entanto, proje-
tos mais polêmicos, como o que li-
mita o gasto com o funcionalismo
público federal, só devem ser apre-
ciados no segundo semestre. Acre-
dito que também os projetos que
tratam da legislação ambiental, das
agências reguladoras, da defesa da
concorrência, devem ficar para mais
adiante. São temas complexos que
exigirá muito esforço para serem
aprovados. Além disso, existem al-
gumas questões que vão demandar
muitas negociações dentro do Con-
gresso como a proposta de reforma
tributária que inclui a criação do Im-
posto de Valor Agregado (IVA), tan-
to em nível estadual quanto federal,
as prorrogações da CPMF, da DRU,
a reforma política, a PEC que trata
do Fundo de Participação dos Muni-
cípios e a Lei de Diretrizes Orçamen-
tárias, para citar algumas. Ainda
existe a possibilidade de trancamen-
to da pauta por medidas provisórias.
Portanto, o Congresso terá um papel
fundamental, mas não necessaria-
mente essencial, porque o que mais
trava o desenvolvimento do país
são, de um lado, a máquina governa-
mental e, de outro, a excessiva car-
ga tributária. Estes dois itens depen-
dem, em larga medida, do executivo
federal.
Como o senhor recebeu a indicação,
por unanimidade, para a vice-presi-
dência do Conselho de Ética do Se-
nado?
Foi com surpresa, mas com bas-
tante confiança. Ao lado do presi-
dente, senador Sibá Machado, e dos
demais membros, tenho a convicção
de que o Conselho dará celeridade
nos processos e clareza nas deci-
sões. De minha parte, tenho a certe-
za de que cumprirei com responsabi-
lidade mais este encargo que meus
pares me confiaram.
Empresa Brasil - 9
Empresa Brasil - 10
Matéria de capa
A Agenda de Princípios para
o Brasil é uma iniciativa da
Ação Empresarial (ver
boxe). Trata-se de um conjunto de
princípios, valores e de prioridades
políticas que os seus signatários con-
sideram essencial para acelerar o de-
senvolvimento do país e aperfeiçoar
as instituições e a democracia. A
Agenda reúne, em um único documen-
Umaagendanacional
to, o resultado do
que pensam sobre o
país os represen-
tantes das organiza-
ções que compõem a
Ação Empresarial e de outros seg-
mentos da sociedade civil que partici-
param de um amplo processo de refle-
xão sobre os problemas nacionais,
que durou cerca de um ano.
Com o objetivo de validar e
ampliar o apoio dos brasilei-
ros, a Agenda de Princípios
para o Brasil foi entregue aos
principais dirigentes da nação.
Também está sendo enviada às
centrais sindicais, parlamenta-
res, governantes e outras ins-
tâncias de poderes constituí-
dos em todo o país. Além dis-
so, o cidadão, seja como pes-
soa física ou representando
uma organização, pode mani-
festar sua concordância com
as idéias contidas no docu-
mento por meio do site
www.agendaprincipiosbrasil.org.br. Os
temas abordados dão ênfase às medi-
das que se relacionam com a moder-
nização e a transformação estrutural
do Estado, como as reformas fiscal e
previdenciária e a racionalização e re-
dução dos gastos públicos.
Conheça o resumo de alguns itens
das seis prioridades nacionais rela-
cionadas na Agenda:
1. Crescimento Econômico e Desen-
volvimento Social
A necessidade do crescimento - O
Brasil tem crescido sistematicamente
menos que a economia mundial e
está ficando atrasado em relação a
países como Índia, China, Chile, Mé-
xico, África do Sul e outros.
As bases do crescimento - É preci-
so readequar o tamanho do Estado,
com redução da carga tributária e me-
lhoria dos gastos públicos, e remover
algumas das principais razões do bai-
O pesadelo dos elevados tributos atinge a todos os brasileiros. Como há muitosimpostos indiretos, a população não tem conhecimento do quanto sai de seubolso. A esperança é que o Congresso aprove o projeto de lei que estabelece aobrigatoriedade da menção dos tributos nas notas fiscais. Com isso, oconsumidor saberá exatamente o quanto de imposto está pagando e que vêmembutidos nos preços de produtos e serviços que ele adquire.
Empresa Brasil - 11
xo crescimento.
Poupança e investimentos públicos
- A revigoração da poupança pública
mudará o cenário dos últimos 15
anos, em que o Brasil conviveu com
uma taxa de investimentos reduzida e
baixo crescimento. Sem capacidade
de poupança os investimentos públi-
cos minguaram, em especial em infra-
estrutura econômica e social, com
conseqüências negativas para a pro-
dutividade, crescimento econômico e
bem estar social.
Renda e ataque à pobreza - Man-
ter o atual ritmo de crescimento sig-
nifica que o Brasil levará 100 anos
para dobrar a sua renda per capita.
Eliminar a pobreza exige aceleração
do crescimento econômico e ações
melhor orientadas aos grupos mais
desprotegidos.
2. Estado de Direito e Segurança Pú-
blica
Estado de direito - O respeito à lei
é condição indispensável à paz pú-
blica e à preservação dos direitos
individuais do cidadão e do direito
à propriedade. O Estado não pode
ser leniente com a violação desses
direitos.
Paz pública - Garantir a segurança
pública é o dever primeiro do Estado
e também sua principal razão de ser.
É ela que protege a vida de cada um,
sua integridade física, liberdade de ir
e vir e usufruto das liberdades.
Segurança jurídica e contratos -
Respeitar integralmente os contratos
efetuados dentro da legalidade é ex-
pressão de segurança jurídica, essên-
cia da economia de mercado. O res-
peito aos contratos pressupõe justi-
ça ágil e eficaz, que garanta os direi-
tos das partes.
Difusão da propriedade: regulari-
zação fundiária e titularidade de ter-
ras - Regularizar a titularidade de ter-
ras urbanas e rurais reforça a cidada-
nia e promove o crescimento.
3. Educação e Saúde Pública
Igualdade de oportunidades - Pro-
piciar aos cidadãos níveis de educa-
ção compatíveis com as exigências
do mundo moderno e prepará-los
para o mercado de trabalho são con-
dições indispensáveis ao desenvolvi-
mento do país.
Educação de qualidade - Promover
educação de qualidade é fundamen-
tal. Este documento referenda os
compromissos do Movimento Todos
pela Educação:
- todas as crianças e jovens, de 4
a 17 anos, devem estar na escola;
- todos os alunos devem concluir
os ciclos do ensino fundamental e
médio;
- todas as crianças, aos 8 anos de
idade, devem saber ler e escrever;
- todos os alunos devem aprender,
pelo menos o mínimo adequado a
cada ciclo;
- a educação deve ter a garantia
dos recursos necessários para cum-
Xenia
Antu
nes
O Congresso tem uma participação muito importante na articulação para a implantação das reformas no país
Empresa Brasil - 12
prir as metas de acesso, permanência
e sucesso escolar.
Saúde pública - Prover atendimen-
to médico-dentário-hospitalar de
qualidade à população, sobretudo
aos mais carentes, deve ser preocu-
pação maior do Estado. É tarefa inadi-
ável promover o saneamento e mo-
dernização do sistema e ampliar sua
abrangência com apoio dos hospitais
filantrópicos e privados.
Sociedade da informação - Asse-
gurar amplo acesso à informação tor-
nou-se uma questão chave do mun-
do moderno. Aprimorar a eficiência e
velocidade da geração e circulação
do conhecimento deve ser o objetivo
comum da sociedade.
4. Infra-estrutura
Custo Brasil - Enfrentar os custos
decorrentes de uma infra-estrutura
precária é um dos problemas da pro-
dução brasileira em geral e fator rele-
vante de perda de competitividade,
aumento de riscos e de sofrimento
das pessoas.
Participação do setor privado /
Marcos regulatórios - Estabelecer re-
gras claras, com visão de longo prazo
e respeito aos contratos, contribui
para atrair o interesse do investimen-
to privado em portos e conservação e
ampliação das malhas rodoviária e fer-
roviária, além da ampliação da oferta
de energia e telecomunicações.
Rodovias - Recuperar, em regime de
urgência, a malha rodoviária existen-
te e promover sua readequação e am-
pliação são medidas inadiáveis. A as-
sociação entre os setores público e
privado constitui alternativa para as
necessidades do desenvolvimento
nacional.
Ferrovias - Marcos regulatórios
adequados são necessários para a
promoção de inadiáveis aumentos na
Jorge Gerdau Johannpeter, coor-
denador geral da Ação Empre-
sarial, entregou a Agenda de
Princípios para o Brasil aos presi-
dentes do Senado, senador Renan
Calheiros, da Câmara, deputado Arlin-
do Chinaglia, aos líderes partidários,
ao presidente da República, Luís Iná-
cio Lula da Silva, e ao vice, José Alen-
car. Jorge Gerdau esteve acompanha-
do do deputado federal Armando
Monteiro Netto, presidente da Confe-
deração Nacional da Indústria (CNI),
e Carlos Eduardo Moreira Ferreira,
também da CNI; Flávio Benatti, da
Confederação Nacional dos Trans-
portes (CNT); Gabriel Jorge Ferreira,
presidente da Confederação Nacional
das Instituições Financeiras (CNF);
Luiz Gil Siuffo, líder da Confederação
Nacional do Comércio (CNC), Luiz
Otávio Gomes, membro do Conselho
Superior da CACB; Cristiano Buarque
Franco Neto, coordenador geral ad-
junto da Ação Empresarial e Marco
Polo de Mello Lopes, coordenador
executivo da entidade.
Nos encontros, Jorge Gerdau enfa-
tizou que o tão esperado crescimen-
to sustentável só será viabilizado
com o aumento da poupança. “De-
fendemos a maior criação de empre-
gos e renda. O Congresso tem um
papel importante nesta articulação.
Esta Agenda é a visão unificada do
empresariado e procura refletir tam-
bém os anseios dos trabalhadores e
da sociedade civil. É inadmissível
que o Brasil não consiga crescer pelo
menos 5% ao ano aproveitando as
boas condições da economia interna
e externa”, afirmou Gerdau. O presi-
dente da Câmara, Arlindo Chinaglia,
destacou que os princípios defendi-
dos no documento são os mesmos
da sociedade civil e defendeu a ur-
gência na adoção de medidas para a
aceleração do crescimento.
O senador Renan Calheiros anun-
ciou a criação de uma Consultoria Ins-
titucional para estabelecer um canal de
diálogo permanente com a sociedade
civil: “Temos que organizar o pensa-
mento do país. Fico muito satisfeito
ao ver que a Agenda de Princípios
reúne os principais pontos para serem
debatidos”. Ele acrescentou que o
PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento) é importante, mas será
preciso avançar nas reformas.
O presidente do senado Renan Calheiros e o coordenador geral da AçãoEmpresarial, Jorge Gerdau
Documento é entregue aospresidentes da Câmara e do Senado
Empresa Brasil - 13
capacidade de transporte de carga e
de passageiros.
Portos - Aprimorar a eficiência das
administrações portuárias, profissio-
nalizando e despolitizando seus sis-
temas de gestão, contribuirá para a
melhoria da competitividade em rela-
ção aos portos mundiais. Indispensá-
vel também ampliar investimentos
para aumento da capacidade de mo-
vimentação de carga.
Energia - Retomar investimentos
maciços para a aproveitar as condi-
ções naturais propícias relativas às
energias hidroelétrica e bio-renová-
veis deve ser meta brasileira. Incen-
tivo ao investimento privado no setor
é essencial. A alta incidência de im-
postos e encargos, reduzindo a com-
petitividade da energia brasileira, e
os entraves no processo de licencia-
mento ambiental são os principais
problemas a serem removidos.
Saneamento básico – Assegurar
acesso ao saneamento significa aten-
der a uma necessidade básica da po-
pulação e promover economia de re-
cursos escassos. Para cada unidade
de valor investido em saneamento, o
país economiza três unidades de va-
lor em saúde.
Agências reguladoras - Despoliti-
zar e fortalecer as agências regulado-
ras é condição básica para tornar o
processo regulatório mais técnico,
tornando o ambiente mais favorável
ao investimento privado.
5. Governança Pública
Reforma política e eleitoral - Pro-
piciar o fortalecimento das institui-
ções e a predominância de políticos
compromissados com os interesses
maiores do país é o que se espera de
uma reforma política e eleitoral. A le-
gislação eleitoral permissiva, com
poucos controles efetivos, sem meca-
nismos eficazes de fidelidade partidá-
ria, financiamento e atenção aos en-
tes federativos, favorece o fisiologis-
mo e a corrupção.
Reforma trabalhista/sindical -
Modernizar a legislação trabalhista e
sindical é exigência de um mundo em
aceleradas transformações. A legisla-
ção atual mostra-se cada vez mais
inadequada para reger relações que
requerem flexibilidade, agilidade e re-
presentatividade.
Emprego e informalidade - Incor-
porar o cidadão à formalidade é ques-
tão de cidadania. Na informalidade,
as pessoas têm menos oportunidades
para transformar seus bens em ins-
trumentos de seu desenvolvimento,
com prejuízo da produtividade e do
Os líderes empresarias e o presidente da Câmara
O presidente Lula foi a primeiraautoridade a receber a Agenda dasmãos dos líderes empresariais
Empresa Brasil - 14
crescimento. Com maior incorpora-
ção de indivíduos e empresas ao mer-
cado formal haverá ativação da eco-
nomia, além de aumento na arrecada-
ção de impostos e contribuições pre-
videnciárias.
Reforma judicial - Agilizar as deci-
sões e democratizar o acesso à justi-
ça é próprio de um Estado moderno,
capaz de assegurar os direitos dos
seus cidadãos. Se a Justiça tarda, o
seu resultado é a injustiça e a quebra
dos contratos.
Desburocratização - Desburocrati-
zar a vida do cidadão e das empresas
é tarefa urgente. Cada vez mais os ci-
dadãos e as empresas estão presos a
uma rede de documentos, demandas
e papéis que dificultam o cotidiano e
reduzem a produtividade.
Transparência - Conhecer ampla-
mente as ações e gastos do Estado é
exigência da cidadania. Deve-se am-
pliar o acesso às contas públicas, de
forma a aprimorar o controle dos gas-
tos estatais nas três esferas do Exe-
cutivo, no Legislativo e Judiciário. A
tecnologia digital oferece meios que
deveriam ser melhor utilizados com
esse objetivo.
6. Reforma Fiscal e Previdenciária
Revisão de paradigma - Reduzir a
carga tributária aumenta a competiti-
vidade das empresas, reduz os pre-
ços e incentiva o crescimento. Ne-
nhum governo, nos últimos anos,
adotou políticas voltadas à redução
da carga tributária, que aumentou de
31,7% do PIB em 1999 para 37,37%
em 2005. Há necessidade de mudan-
ça de paradigma no que se refere ao
tamanho e funções do Estado.
A reforma da previdência - Refor-
mar a Previdência Social é necessi-
dade inadiável pois seu custeio one-
ra os cofres públicos e drena recur-
sos dos contribuintes que poderiam
ter melhor destinação social e eco-
nômica. Os benefícios previdenciári-
OBRASIL, apesar dos esfor-
ços recentes, continua na
contramão mundial em maté-
ria de tributos. Em 2006, a carga tri-
butária alcançou o recorde de 38,8%
do PIB, e cada brasileiro pagou, em
média, mais de R$ 4.400 em impostos.
Hoje, a maioria dos países trabalha
com um só tributo sobre o consumo-
o imposto sobre o valor agregado
A reforma necessáriaJorge Gerdau
A simplificação tributária é um caminhoinevitável. E o Congresso não pode ficarausente dessa discussão
(IVA). No Brasil, entretanto, dezenas
de tributos incidem sobre produtos,
mercadorias e serviços, em nível mu-
nicipal, estadual e federal, criando
instrumentos de controles burocráti-
cos que tornam complexa a vida dos
contribuintes. Com esse emaranhado
tributário, perde-se competitividade
e lógica econômica.
Para mudar essa situação, é preci-
so transformar o atual sistema tribu-
tário, arcaico e burocrático, e adotar
o IVA, que absorveria o IPI, ICMS,
ISS, PIS e Cofins e reduziria a cumu-
latividade dos impostos, um dos fa-
tores que emperram o crescimento.
Com o IVA, um empresário pagaria
apenas os tributos relacionados ao
valor adicionado, pela sua atividade,
aos produtos e serviços, à medida
que recebesse um crédito do valor
pago nas etapas anteriores da cadeia
produtiva. Esse modelo funcionaria
como um sistema de débitos e crédi-
tos, com número reduzido de alíquo-
tas, conforme a essencialidade dos
produtos e serviços.
Para garantir a eficiência desse sis-
tema, o IVA deveria ser cobrado pela
os subiram de 5,0% do PIB em 1995
para 7,6% em 2005. A reforma da pre-
vidência deveria contemplar três
grandes eixos:
1. Custeio - os benefícios devem
ser proporcionais às contribuições,
com a eliminação de privilégios;
2. Gestão - os problemas relativos
à ineficiência e corrupção devem ser
eliminados;
3. Modelo - a capitalização do sis-
tema deve ter a participação do setor
privado.
Reforma tributária e fiscal - Bus-
car a redução e simplificação dos im-
postos, para facilitar a vida das em-
presas e dos cidadãos e eliminar as
distorções que afetam a competitivi-
dade, são objetivos prioritários da
reforma tributária. É também necessá-
ria a revisão dos mecanismos de ge-
ração de despesas e das competênci-
as entre os entes federados quanto
às responsabilidades de dispêndios e
de tributação.
Empresa Brasil - 15
União, e os recursos arrecadados se-
riam repassados automaticamente a
Estados e municípios, conforme cri-
térios definidos. Esse procedimento
levaria à simplificação do sistema tri-
butário e reduziria longas discussões
sobre o que gera ou não gera crédi-
tos tributários a serem abatidos nas
etapas posteriores da cadeia produ-
tiva. Essas discussões sobrecarre-
gam o Poder Judiciário.
A implantação gradativa do IVA,
somada à adoção da nota fiscal ele-
trônica, também reduziria a sonega-
ção. Isso porque um sistema eletrô-
nico, interligando empresas e fiscos,
permitiria a apuração automática dos
tributos (débitos e créditos). É funda-
mental também desonerar as exporta-
ções do Brasil, que continua expor-
tando tributos e perdendo espaço no
mercado externo. Para isso, poderia
ser criado um fundo para compensar
as vendas para o exterior a partir do
IVA incidente nas importações. Como
a carga tributária sobre as exporta-
ções é menor que a das importações,
haveria um balanceamento positivo
entre créditos e débitos, tornando a
estrutura viável.
Nesta semana o governo federal re-
úne-se com governadores para deba-
ter a proposta de tributação do ICMS
no destino-em vez de na origem. A
medida, que enfrenta resistências po-
líticas, seria um primeiro passo para
garantir um sistema tributário mais
justo. Cabe ao Congresso chamar
para si a responsabilidade da discus-
são e da implementação de novas
medidas nessa área.
O Brasil não pode se curvar a inte-
resses políticos e corporativos ad-
versos, que só aumentam o “custo
país”. A simplificação tributária é um
caminho inevitável. Resta saber se o
Brasil quer conquistar condições de
igualdade em relação a seus concor-
rentes ou se deseja continuar na
contramão da história.
___________________________________________________________JORGE GERDAU JOHANNPETER, 70,
é presidente do conselho deadministração do grupo Gerdau,
presidente fundador do MovimentoBrasil Competitivo (MBC) e
coordenador da Ação Empresarial.Fonte: O artigo foi publicado
originalmente na Folha de São Paulo
AAção Empresarial foi cria-
da em novembro de 1993,
por um grupo de empre-
sários brasileiros e teve como em-
brião, a formação de um centro de
estudos da Constituição da Repú-
blica Federativa do Brasil, denomi-
nado Centro de Estudos Constitu-
cionais - CEC. Seu gestor é o Ins-
tituto Brasileiro de Siderurgia - IBS.
Tem por objetivo identificar e de-
fender os interesses comuns do
empresariado, complementando o
trabalho que empresas e empresá-
rios desenvolvem através de seus
órgãos de classe.
São 55 as organizações partici-
pantes: 6 confederações, 7 federa-
ções e outras 42 associações, ins-
titutos, sindicatos e grupos de em-
presas. Os presidentes destas en-
tidades integram o Conselho Polí-
tico. O Coordenador Geral é o empre-
sário Jorge Gerdau Johannpeter.
As confederações e federações par-
ticipantes são as seguintes:
Confederações
CACB - Confederação das Associa-
ções Comerciais e Empresariais do
Brasil; CNA - Confederação Nacional
da Agricultura e Pecuária do Brasil;
CNC - Confederação Nacional do
Comércio; CNF - Confederação Naci-
onal das Instituições Financeiras;
CNI - Confederação Nacional da In-
dústria; CNT - Confederação Nacio-
nal do Transporte
Federações
Febraban - Federação Brasileira das
Associações de Bancos; Federasul -
Federação das Associações Comerci-
ais e de Serviços do Rio Grande do
Sul; Fenabrave - Federação Nacional
da Distribuição de Veículos Auto-
motores; Fenaseg - Federação Nac.
das Empresas de Seguros Privados
e de Capitalização; Fiep - Federação
das Indústrias do Estado do Para-
ná; Fiesp - Federação das Indústri-
as do Estado de São Paulo; Firjan
- Federação das Indústrias do Esta-
do do Rio de Janeiro
Dentre as demais organizações
que participam do movimento Ação
Empresarial estão a Associação
Brasileira para o Desenvolvimento
das Indústrias de Base (ABDIB);
Associação Brasileira da Indústria
de Alimentação (Abia); Associação
Brasileira das Indústrias Gráficas
(Abigraf); A Associação de Diri-
gentes de Empresas do Mercado
Imobiliário (Ademi); Associação
Nacional dos Fabricantes de Veícu-
los Automotores (Anfavea); e As-
sociação Brasileira de Celulose e
Papel (Bracelpa).
Ação Empresarial
Empresa Brasil - 16
Pesquisa
Peso tributário
É comum ver, no Brasil, estudi-
osos questionando o sistema
tributário atual e defendendo
sua mudança. Nesse campo, o país en-
frenta dois problemas principais: o pri-
meiro deles é a alta carga tributária; o
segundo é a quantidade desses tribu-
tos. Adiciona-se a isso o tempo dedi-
cado pelo brasileiro a apurar, pagar e
atender a fiscalização, o chamado com-
pliance (termo originário do verbo in-
glês to comply, significa estar em con-
formidade com regras, normas e pro-
cedimentos).
O imposto pesa cada vez mais no
bolso dos contribuintes. Para pagar
todos os tributos embutidos nos
produtos e serviços, o brasileiro terá
de trabalhar, em 2007, 146 dias. É
como se desde o início do ano até o
dia 26 de maio ele trabalhasse só
para pagar os impostos. É um dia a
mais que em 2006, segundo pesqui-
sa do Instituto Brasileiro de Plane-
jamento Tributário. Esse acréscimo
foi decorrente do aumento do IPTU,
do IPVA e do ICMS em muitos esta-
dos brasileiros sobre itens de alto
consumo da classe média. Da déca-
da de 1970 aos dias atuais, a carga
tributária quase dobrou.
De acordo com a pesquisa
Paying Taxes – The Global Picture
(Pagando Taxas – O quadro global),
realizada pela PricewaterhouseCo-
opers (PwC) em parceria com o Ban-
co Mundial, o Brasil aparece no topo
do ranking como o que mais gasta
tempo com o cumprimento de obri-
gações com o fisco em seus diver-
sos níveis. São 2.600 horas anuais:
736 horas gastas sobre negócios,
491 horas sobre o trabalho, e 1.374
sobre o consumo.
O estudo foi realizado tomando
por base a carga tributária incidente
sobre as empresas de médio porte
em 175 países. A média geral foi de
332 horas ao ano. Em contrapartida
ao Brasil está a Suíça, onde se ne-
cessita apenas de 68 horas anuais
das atividades de uma empresa para
cumprir o dever com o fisco.
O ranking aponta o Brasil como o
país onde essas empresas fazem o pa-
gamento de 23 impostos ao ano. Isso
corresponde a 71,7% dos lucros co-
merciais auferidos nesses 12 meses.
De acordo com o estudo, mesmo
os vizinhos do Mercosul possuem
estruturas mais simples. De acordo
com Carlos Iacia, sócio da PwC, é
uma tarefa complexa fazer intercâm-
bio de consultores tributários entre
os países da América do Sul. Ele ex-
plica que a tributação sempre tem
uma base, uma conotação muito lo-
cal, em qualquer país do mundo.
A atual Constituição brasileira ti-
rou arrecadação da União e a trans-
feriu aos municípios. Contudo, elu-
cida Iacia, o resultado foi que o go-
verno federal passou a criar contri-
Estudo revela que o Brasil é o país quemais gasta tempo com o cumprimentode obrigações com o fisco: 2.600 horasanuais
Empresa Brasil - 17
buições sociais, que não são, neces-
sariamente, divididas com os esta-
dos e municípios. Exemplo disso é a
Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) que é, na realidade,
um imposto de renda. A antiga alí-
quota brasileira para pessoas jurídi-
cas era de 35%. Passou a ser de 25%.
Entretanto, com o CSLL - que adici-
onou 9% ao IR, a carga foi para 34%.
Esse adicional do CSLL fica apenas
com a União.
Também houve uma aceleração
de tributação com o Programa de In-
tegração Nacional (PIS), com a cria-
ção da Contribuição para o Financi-
amento da Seguridade Social (Co-
fins) e o surgimento das contribui-
ções: a Cide, sobre o consumo de
combustíveis e a CPMF, sobre mo-
vimentação financeira.
A pesquisa da PwC-Banco Mun-
dial também incorpora os custos de
natureza trabalhista. E o Brasil con-
tinua em desvantagem. No mercado
brasileiro, as demissões nem sempre
ocorrem automaticamente, por con-
ta dos custos. Mas, também, quan-
do há algum aquecimento da econo-
mia, as empresas hesitam em ampliar
o quadro de pessoal porque demitir
custa caro. No fim, tudo leva a uma
redução na competitividade do Bra-
sil na hora de atrair novos investi-
mentos estrangeiros.
Estudos revelam que Brasil, Rús-
sia, Índia e China (BRIC) têm sido
apontados, nos últimos cinco anos,
como os prováveis candidatos a cres-
cer de forma vigorosa, juntando-se
ao grupo dos países desenvolvidos,
nas próximas décadas. Mesmo fa-
zendo parte desse grupo, de acordo
com Iacia, o Brasil tem perdido es-
paço global.
No Brasil, quando se fala em car-
ga tributária, refere-se sempre ao per-
centual de quase 40% sobre o Pro-
duto Interno Bruto. Mas deve-se
acrescentar, também, o peso tributá-
rio do chamado compliance.
_____________________________________________________________________*Trechos desta matéria foram
baseados em informaçõescontidas na revista CEO da
PricewaterhouseCoopers (PwC).
Empresa Brasil - 18
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Empresa Brasil - 20
Artigo
Na vizinhança daprosperidade Nilton Pedro da Silva*
Para os que vivemos abaixo doEquador, em geral, Turquia eEgito, apesar dos estudos e
pesquisas que possamos haver rea-lizado sobre esses países, quandoos observamos, por meio de conta-tos diretos, suas heranças milenares,que, embora visíveis em suas mani-
festações culturais, exteriorizadas nalinguagem, nas artes, nos monumen-tos, na musica e em todas as outrasformas possíveis de expressões dospovos que constituem essas forma-ções socioeconômicas, ainda assimpodemos nos surpreender irremedi-avelmente.
A diversidade, como ponto ful-cral dessas culturas milenares, reve-la aos olhos dos observadores aten-tos, aspectos curiosamente seme-lhantes, independentemente da con-dição humana, que os torna politi-camente iguais, fato que deve nor-tear nossas observações sobre es-sas áreas consideradas, às vezesimpropriamente, muito diferentes.
Estudo recente (01/12/2005) daGoldman Sachs Economic Researchrelaciona a Turquia e o Egito no gru-po dos paises que devem acompa-nhar os chamados BRICs - Brasil,Rússia, Índia e China -, na saga daseconomias emergentes, denominan-do-os de N-11, os Next Eleven (Pró-ximos Onze), que inclui, ainda, emordem alfabética, Bangladesh, Co-réia, Filipinas, Indonésia, Irã, Méxi-co, Nigéria, Paquistão e Vietnã.
Visitados pela VI Missão de Eco-nomistas Brasileiros ao Exterior, Tur-quia (Istambul e Ancara) e Egito (Cai-ro), sensibilizaram positivamente acomitiva, tanto pelo esplendor desuas arquiteturas, entremeadas de re-gistros históricos exuberantes e re-veladores, quanto pelas verificações,in loco, de suas recentes trajetóriassocioeconômicas, não detectáveisem consultas bibliográficas ou nocyber space da Internet.
Istambul, Turquia
Empresa Brasil - 21
O PIB da Turquia tem crescidonos últimos cinco anos a uma taxaanual de 7,5%, com a contribuiçãode 65% da indústria, através da par-ticipação majoritária dos setores tu-rístico, automotivo, têxtil (com tec-nologia de ponta), e químico, nestaordem.
Por outro lado, a localização es-tratégica da Turquia, que escoapelo Estreito de Bosforo mais de30% do petróleo do planeta, tem fa-vorecido a cooperação com a Chinaque, em certa medida, alavanca ocrescimento da economia mundialna atualidade.
O comércio internacional da Tur-quia com o Brasil, da ordem de 900milhões de dólares norte-americanos,apresenta-se francamente favorávelao Brasil, que exporta 800 milhõesde dólares e importa apenas 100 mi-lhões de dólares.
Com reservas internacionais daordem de 60 bilhões de dólares, for-mação bruta de capital fixo de 22%do PIB (5% pública e 17% privada),investimento direto estrangeiro emtorno de 20 bilhões de dólares nosúltimos dois anos, a Turquia, quehoje ocupa a vigésima posição entreas economias do mundo, deverá si-tuar-se, em 2025, na décima quintaposição, devendo recuar para déci-ma sexta posição, em 2050, pelas pre-visões da Golden Sachs EconomicResearch.
Possivelmente, em razão de suareconhecidamente problemática situ-ação energética, a Turquia, nas ques-tões de metrologia, tem dado priori-dade aos medidores de água, gás eenergia, denotando preocupaçãocom o consumo desses bens.
Com 30% da economia na infor-malidade e livre negociação entre
patrões e empregados, o governoturco realizou, há dois anos, uma re-forma que privilegia a redução dainformalidade, pagando ele próprio,a parte contributiva do trabalhador,em 49 das 81 províncias dos pais.
Na área de ciência e tecnologia aTurquia promove a instalação de tec-noparques, que funcionam dentrodas universidades.
Encontro dos ministros da indús-tria do Brasil e Turquia formalizouacordo de cooperação na área detecnologia industrial, com priorida-de para o setor automotivo, forman-do, para tanto, um grupo de estudossobre o tema.
Embora tenha apenas pequenaparte do seu território no continenteeuropeu, a Turquia tem reivindicadosua integração a União Européia, ne-cessitando, para tanto, discutir eharmonizar 35 temas, dos quais tra-tou apenas de um, o da ciência e tec-nologia.
Com populações, cada um, nacasa dos 70 milhões de habitantes,Turquia e Egito possuem disparida-des importantes no PIB (Turquia,349 bilhões; e Egito, 91 bilhões dedólares) e PIB per capita (Turquia,5.013 dólares; e Egito, 1.122 dóla-res), mas figuram entre os onze emer-gentes que sucedem imediatamenteos BRICs, sendo, portanto, dois dospróximos candidatos à prosperida-de da economia mundial. A Turquia,apesar da língua, cuja escrita foi re-volucionariamente modificada a par-tir de 1923 por Ataturk, ao adotar ca-racteres latinos, tem possibilidadesde crescimento acelerado maiores doque as do Egito.
Na metade dos anos setenta, oEgito iniciou uma reforma para abrirsua economia, até então extremamen-
te centralizada e carente de dinamis-mo, com tarifas alfandegárias eleva-das, que foram reduzidas, sucessi-vamente, de 20% para 16%, depoispara 9% e, recentemente, para 6%,ampliando, assim, as condições decompetitividade da economia egíp-cia.
A recente reforma, em andamen-to, iniciada em julho de 2004, con-templa modificações no sistema fis-cal e no setor bancário, com a priva-tização de alguns bancos egípcios,bem assim, na educação e no setorde infra-estrutura, que foi aberto àiniciativa privada, através de parce-rias publico/privadas, estando pre-vista a eliminação de todo tipo desubsidio até 2013.
O Egito celebrou acordo de livrecomércio com a Turquia e está emprocesso a celebração de acordo se-melhante com a Rússia. Também fo-ram celebrados os acordos de Aga-dir, com quatro países africanos, en-tre os quais o Marrocos e a Tunísia,e do GAFTA, para promover o livrecomércio com o mundo árabe, den-tre outros.
O PIB egípcio está estruturadoda seguinte forma: produtos manu-faturados (17%), petróleo e gás(30%), agricultura (16%) e serviços(37%).
Em 2006, as exportações brasilei-ras para o Egito somaram 1,349 bi-lhão de dólares, enquanto nossasimportações do Egito chegaram, ape-nas, a 37,7 milhões de dólares nomesmo ano.
A informalidade constitui a gran-de causa da inelasticidade da eco-nomia egípcia que, antes da reformade 2004, possuía 70% de suas ativi-dades no setor informal. Hoje, 70%da economia são representadas pelosetor privado.
O Egito é uma economia de mer-cado dirigida, que possui a melhorinfra-estrutura do Oriente Médio,contudo depois de meio século deeconomia de guerra e apesar da es-tabilidade conservada durante seismil anos e de sua integração à eco-nomia global, do ponto de vista doOcidente, não é considerada uma
Empresa Brasil - 22
democracia.Diz-se que o Egito possui 20%
do patrimônio cultural da humanida-de, o que se constitui em forte atra-tivo para o turismo internacional.
Por possuir as mais baixas tari-fas do mundo em relação ao consu-mo de gás, água, eletricidade e imó-veis, o Egito apresenta-se como ce-nário atraente aos investimentos es-trangeiros.
A criação do Ministério do In-vestimento tem propiciado ao Egitoa atração de Investimento Direto Es-trangeiro (IDE), estando previstos,para 2007, IDE da ordem de oito bi-lhões de dólares.
Para a formação da força de tra-balho, que é da ordem de 21 milhõesde pessoas, entre 15 e 39 anos, o go-verno egípcio celebrou conveniocom dezenove universidades, dasquais cinco internacionais (france-
sa, alemã, americana, canadense einglesa).
Tendo em vista sua excepcionallocalização geográfica que, estandona África, o torna próximo da Euro-pa e da Ásia, o Egito vê atravessarpelos seus domínios territoriais cer-ca de 30% de todo o comercio inter-nacional mundial, sendo o Canal deSuez responsável pela arrecadaçãoanual de mais de três bilhões de dó-lares de taxas alfandegárias.
Com vultosos investimentos eminfra-estrutura, que ampliaram a ma-lha rodoviária em 300%, a ferroviáriaem 150%, a aeroportuária em 200%,além da construção de duas novaslinhas de metrô e a construção ouampliação de oito portos, o Egito pa-rece caminhar para a modernizaçãode sua economia.
Assim, o Egito, um pouco atrás,e a Turquia mais integrada à Europa
Cairo, Egito
parecem, ambos, preocupados comsua evolução socioeconômica, me-recendo o reconhecimento dos es-tudiosos quanto a sua efetiva vizi-nhança da prosperidade, revivendoa odisséia desuas esplen-dorosas traje-tórias históri-co-cu l tu ra i s ,com a econo-mia revivendoos seus pri-mórdios.
Nilton Pedro da Silva, doutor emeconomia e advogado, é consultor
independente e conselheiro doConselho Federal de Economia.
Participante da VI Missão deEconomistas Brasileiros ao
Exterior, que visitou a Turquia e oEgito, entre os dias 01 e 07 de
abril de 2007.
Empresa Brasil - 23
Empresa Brasil - 24
Artigo
Redução dainformalidade
Problemas,
oportunidades
e desafios
No ranking que avalia o grau de
liberdade econômica do
mundo, o Brasil ficou na 70ª
posição. A pesquisa Index of Eco-
nomic Freedom 2007 , elaborada
pelo instituto americano Heritage
Foundation, mostra que o país tem
60,9% de liberdade em sua econo-
mia, uma diferença de 0,8 ponto per-
centual em relação a 2006. Segundo
o estudo, “o país sofre com uma bu-
rocracia altamente ineficiente e
corrupta, que reduz as liberdades
para negócios e investimentos”.
Outro relatório – este divulgado
pelo International Finance Corpora-
tion, um dos braços financeiros do
Banco Mundial - revelou que o pro-
cesso de abertura de empresas no
Brasil é um dos mais burocráticos
entre os países da América Latina.
Além do alto custo - aproximadamen-
te R$ 900,00 - o empreendedor brasi-
leiro cumpre 15 procedimentos para
ter sua empresa aberta – somos o 2º
país do mundo nesse quesito, per-
demos apenas para o Chade. No que-
sito tempo, pode-se levar até 152
dias para conseguir ter a empresa
aberta – só ficamos à frente do Hai-
ti, Laos, Moçambique e Congo. En-
quanto isso, na Austrália é possível
abrir uma empresa em apenas dois
dias. Já para fechar uma empresa em
nosso país demoram-se, em média,
dez anos.
Além da excessiva burocracia,
ainda temos, de quebra, a alta carga
tributária e as taxas de juros extor-
sivas que tornam o crédito proibiti-
vo. Este conjunto, intransponível
ao pequeno empresário, é o princi-
pal responsável pela informalidade.
Mesmo as médias e grandes corpo-
rações enfrentam sérios problemas
para se manter em dia com o Fisco e
para cumprir todas as normas tra-
balhistas.
Por Fernando Brites*
Empresa Brasil - 25
Pesquisa do SEBRAE constatou que no
Brasil uma em cada sete pessoas gostaria de
ter seu próprio negócio. Pelas
características de criatividade e a
adversidade a que é submetido o nosso povo,
somos o sétimo pais mais empreendedor do
mundo. Apenas o Governo faz ouvidos
moucos a esta realidade.
Estudo elaborado pela consulto-
ria Trevisan, a pedido do governo
federal é conclusivo:
>> a falta de planejamento e de
uma gestão eficiente, aliada ao peso
dos tributos e sua conseqüente bu-
rocracia, levam 71% das micro e pe-
quenas empresas a fechar suas por-
tas antes dos quatro anos de vida.
Metade fecha antes mesmo de com-
pletar um ano.
>> uma das causas de se manter
os empregados na informalidade é a
despesa de 103,46% para se contra-
tar legalmente no Brasil. Ou seja, um
trabalhador que ganha R$ 1.000,00,
por mês, custa R$ 2.030,00 para a
empresa e leva para casa apenas R$
850,00, por causa dos descontos em
seu salário.
>> estima-se que cerca de 65%
das empresas que encerram suas ati-
vidades não dão a devida baixa.
O estudo revela ainda que a falta
de adequação e de atualização das leis
trabalhistas – que no Brasil é única para
as grandes e pequenas empresas – e a
dificuldade de acesso à tecnologia de
gestão também desestimulam os negó-
cios. Com estes entraves, deixam de
ser abertas, por ano, 100 mil empresas
que poderiam gerar 300 mil empregos
diretos e 1,6 milhões
indiretos.
Diante des te
panorama, em se-
tembro de 2004, o
pres idente Lula
encaminhou proje-
to de lei comple-
mentar para o Con-
gresso Nacional ,
com novas regras
para a abertura de pré-empresas,
com menos burocracia e menos tri-
butos, sendo aprovado no Con-
gresso e sancionado pelo presiden-
te no dia 14 de dezembro de 2006,
assumindo a denominação de Lei
Geral das Micro e Pequenas Empre-
sas ou Super Simples.
A Lei Geral associou a pré-em-
presa ao “pequeno empresário” men-
cionado no Código Civil Brasileiro.
Enquadram-se nesta condição os em-
preendedores individuais com recei-
ta bruta anual de até 36 mil reais que
estejam em fase de formalização. Pelo
projeto, não serão cobrados Impos-
to de Renda, CSLL, PIS, Cofins e IPI.
A lei visa possibilitar a “inclusão
previdenciária” dos informais. O em-
presário pagará 1,5% de seu fatura-
mento, que cobrirá a contribuição pa-
tronal ao INSS e, caso tenha empre-
gados, deverá recolher também 0,5%
para o FGTS.
Espera-se que os estados repi-
tam a decisão da Receita Federal e
abram mão do ICMS. Prevê-se que a
tributação estadual seja de até 1,5%
do faturamento, ou R$ 45,00 mensais.
No caso dos municípios, o limite de-
verá ser de 2%, ou R$ 60,00 mensais.
É imperioso que a regulamentação
traga resultados práticos. O infor-
mal, que hoje não paga nada, passa-
rá a contribuir, ainda que seja com
um pouco. O mais importante é que
este é um passo, na direção correta,
para estimular a formalização. O Bra-
sil só tem a ganhar. Mas não é sufi-
ciente apenas a aprovação da lei. O
informal precisa ser convencido de
que quem está na informalidade não
consegue crescer.
A CACB é o sistema representati-
vo de classe mais bem estruturado,
contando com cerca de 2.300 Associa-
ções Comerciais (ACEs), com capilari-
dade em todo o Brasil. Se houver real
disposição dos governos para minimi-
zar os problemas da informalidade, as
ACEs estão aparelhadas e reúnem as
condições necessárias para desenvol-
ver, em conjunto, ações efetivas para
que se possa, em pouco tempo, resga-
tar para a formalidade boa parcela dos
milhões de informais que hoje peram-
bulam pelas ruas. As ACEs convivem
de perto com o problema e sabem como
resolvê-lo. Portanto, concretizada a
parceria, as ACEs, de imediato, colo-
carão em prática essas ações, cumprin-
do as seguintes etapas:
Atração
Legal ização
Capacitação e
Acompanhamento
Tão importante quanto facilitar a
formalização é oferecer a essas pes-
soas capacitação e acompanhamen-
to. Esta é única forma de evitar que,
depois de formalizados, voltem à in-
formalidade ainda em piores condi-
ções, pois estarão devendo também
para o governo. Fica o alerta:Com muito imposto
e muita burocracia
obtem-se
muita informalidade
e muita pirataria
Infelizmente, gerou-se na
burocracia brasileira a
cultura de se criar
dificuldades para, na
ponta, vender
facilidades; e nos meios
políticos gerou-se a
cultura de que é dando
que se recebe o voto na
urna.
Não será concebível que para cada ação
desburocratizante, corresponda uma reação
burocratizante, de igual intensidade, em sentido
contrário, e que venha de forma disfarçada.
_______________________________________*Fernando Brites, presidente da
FACIDF e da ACDF, é diretor-financeiro da CACB
Empresa Brasil - 26
Capacitação
CACB e Sebrae exportamconhecimentoConsultores internacionais sereuniram com especialistas econsultores brasileiros paratrocarem experiências dentro doprograma EmpreenderInternacional
Após visitas técnicas a seis
países, avaliados como po-
tenciais na implementação
do Programa Empreender Internaci-
onal, a CACB e o Sebrae passarão a
apoiar micro e pequenas empresas
em cinco destas nações. Durante
evento na Associação Comercial de
São Paulo, no mês de maio, África
do Sul, Chile, El Salvador, México e
Moçambique assinaram os termos
de adesão ao Programa. A avalia-
ção acerca dos países considerou o
ambiente político, as condições só-
cio-econômicas e o estágio de de-
senvolvimento das entidades em-
presariais.
Toda a equipe do Empreender Internacional reunida em Jaraguá do Sul
Diretor-técnico do Sebrae, LuizCarlos Barboza, e o presidente da
CACB, Alencar Burti, assinam ostermos de adesão
Empresa Brasil - 27
O programa Empreender Interna-
cional é a conseqüência do suces-
so do programa Empreender, que foi
considerado uma das melhores ini-
ciativas de apoio a pequenos negó-
cios no mundo. No ano de 2005, na
África do Sul, associações comer-
ciais de mais de 60 países estiveram
presentes ao evento que proporci-
onou este reconhecimento do Em-
preender. A partir de então, vários
países mostraram interesse na
transferência de know-how do pro-
grama brasileiro.
Após o evento em São Paulo, os
consultores dos cinco países inici-
aram um curso de capacitação no
município de Jaraguá do Sul (SC),
com duração de 10 dias. Na oportu-
nidade, os representantes puderam
trocar informações com consultores
e especialistas brasileiros, tornan-
do possível construir uma rede de
relacionamento em favor do Empre-
ender Internacional. O coordenador
nacional do Programa Empreender,
Carlos Rezende, afirmou que a es-
colha da cidade catarinense para se-
diar o treinamento não ocorreu por
acaso: “Em Jaraguá do Sul está o
melhor exemplo de mobilização em-
presarial, a tal ponto que a cidade
foi eleita referência nacional com o
prêmio da CACB”.
Segundo Rezende, terminada a
etapa de capacitação, haverá um
EmpreenderO Programa Empreender nas-
ceu em 1991, em Santa Catarina, a
partir de um projeto de coopera-
ção internacional entre a Câmara
de Artes e Ofícios de Munique e
Alta Baviera da Alemanha e três
associações comerciais do estado.
Com notórios resultados po-
sitivos, a CACB e o Sebrae inicia-
ram, em 1999, a implementação de
pilotos do projeto em mais sete
estados e, a partir de 2001, o Pro-
grama foi implementado em todos
os estados brasileiros e no Dis-
trito Federal.
Evento em São PauloNatanael Miranda -superintendente,FACESP e EdsonLupatini -secretário Nacionalde Comércio eServiços do MDIC
Milton Dallari - diretor do Sebrae- SP e Alfredo Cotait Neto -secretário de RelaçõesInternacionais da Prefeitura deSP
Andreas Dohle - consultordo Empreender, Taicir Khalil- coordenador de Tecnologiada Facesp, Rodrigo Carrijo –do Programa Empreender,Carlos Rezende -coordenador nacional doPrograma Empreender,Ricardo Villela, do SebraeNacional
Luiz Alberto Gonçalves - vicepresidente da ACSP e Luiz Carlos
Furtado - presidente da Facisc
Equipe da África do Sul:Patrick Ellis, XolaniKubeka, Bonakele Arthure Johann du Pizani
Equipe do México: ManuelMartinez, Marco Antonio
Villaseñor e Priscila García
Yasmin Cisneros e Florde Maria Rodriguez, deEl Salvador; AlexsandroBecker, consultordo Empreender, eChristian Malebrane Maria AndreaMuñoz, do Chile
Osmar Vicentin, consultor do Empreender,Ancelmo Oliveira, diretor da CACB, Ardisson
Akel, presidente da Faciap e o dep. estadualMarco Bertaiolli, vice-presidente da Facesp
Empresa Brasil - 28
planejamento para implementação
do Empreender em cada um dos pa-
íses. Alguns deles deverão come-
çar em um município, outros em
dois: “Depois os nossos consulto-
res irão visitar esses países, no sen-
tido de auxiliá-los na implementa-
ção do Empreender”. A meta é criar
cinco núcleos setoriais em três ci-
dades, em cada um dos países.
Quando indagado acerca das im-
pressões a respeito das parcerias
internacionais, Alencar Burti, pre-
sidente da CACB, diz serem as me-
lhores possíveis: “Eu acredito em
processo. Prefiro começar com paí-
ses que estão pré-dispostos a in-
vestir para que se tenha tempo de
avaliar as fraquezas e também as po-
tencialidades do projeto e, com tran-
qüilidade, fazer um projeto com es-
tratégias e com a velocidade neces-
sária porque o mundo não espera
ninguém, ele caminha na velocida-
de do som. Então, é importante que
nós tenhamos isso presente e con-
tinuemos nessa cruzada, onde nós
temos inúmeras barreiras que iremos
aprender a superar. Eu acredito nes-
se processo, pois é importantíssi-
mo para a pequena e a média empre-
sa que precisam tanto do mercado
interno quanto do externo, para pro-
gredir. Essa é a minha visão e acre-
dito que demos o primeiro passo”.
Luiz Carlos Barboza, diretor-téc-
nico do Sebrae, diz que o programa
vai permitir exportar conhecimento
e trazer inovações para compartilhar
com micro e pequenos empreende-
dores nacionais: “A cooperação in-
ternacional e a troca de experiênci-
as vai resultar em benefício para
micro e pequenos empreendimentos
no Brasil”. Segundo o gerente de
Desenvolvimento Regional Susten-
tável do Banco do Brasil, Rodolfo
Ribeiro, o programa mostra-se como
“ferramenta essencial na contribui-
ção do desenvolvimento das empre-
sas, ocasionando resultados econô-
micos, sociais e ambientais para os
componentes do grupo”.
Para o presidente da Federação
das Associações Comerciais e Em-
presariais de Santa Catarina (Fa-
“Foi muito interessante ver que a ex-
pectativa dos participantes era mui-
to parecida com as das pessoas que
participaram do primeiro Empreender
Nacional. É claro que deixando de
lado as peculiaridades da língua. Eu
me lembro que a expectativa no iní-
cio do Empreender era a mesma: será
que vai dar certo no Brasil. Mas tem
uma coisa comum a todos que é a
vontade de crescer e de ser útil.
Depoimento
ChristianeHufenüssler
A conceituação acadêmica mais
utilizada diz que empreender “é a ca-
pacidade de sonhar e correr riscos”.
E é isso que nos une, pois os iguais
se encontram nesses bons exemplos,
que podem parecer complicados, mas
que são factíveis.
Para nós, é um orgulho ver que
uma sementinha que nasceu em 03
cidades de Santa Catarina, vai agora
florescer pelo mundo (caminhando).
E é muito bom saber que nós, en-
quanto brasileiros, somos muito bons
para muitas coisas.”
Christiane Hufenüssler foi a primeira diretora do Empreender, presidente daAssociação Comercial de Jaraguá do Sul, presidente da Facisc, vice-presidente da CACB e atualmente faz parte do Conselho Superior da
Associação Comercial de Jaraguá do Sul.
Jaraguá do SulReunião na
sede da ACIJS
O anfitrião Paulo CésarChiodini, presidente daAssociação Comercial e
Industrial de Jaraguádo Sul (Acijs)
Os representantes de Moçambique,Augusto Monteiro Cebola e FranciscoAlfredo Magaia, ladeando osrepresentantes do Banco do Brasil,Sizenando Carvalho e Rodolfo Ribeiro
Empresa Brasil - 29
cisc), Luiz Carlos Furtado, a esco-
lha do Estado para realizar a capa-
citação da primeira experiência in-
ternacional do Empreender é o re-
conhecimento da pujança do pro-
grama em Santa Catarina: “Nós te-
mos 350 núcleos setoriais, dividi-
dos em 104 cidades, num efeito mul-
tiplicador impressionante. Fomos o
berço do programa nacional e ago-
ra somos o berço do programa in-
ternacional”.
De acordo com o presidente da
Federação das Associações Comer-
ciais e Empresariais do Paraná (Fa-
ciap), Ardissom Akel, a aproximação
com os representantes de outros
países constitui o ponto inicial para
a construção de parceiros, para que
os negócios comecem a serem reali-
zados: “Eu tive contato com vários
representantes de países que esta-
vam aqui presentes e é um oportu-
nidade excelente para nós conhe-
cermos as particularidades, as dife-
renças e aqui lo em que somos
iguais”.
Ancelmo Oliveira, diretor da
CACB, considerou bastante gratifi-
cante a constatação do interesse
demonstrado não só pelos países
escolhidos como também pelo Se-
brae, que é o órgão que financia o
projeto: “Eu acho que tem tudo para
ter uma convergência de interesses
e de resultados, facilitando assim a
vida dos micro e pequenos empre-
sários que serão atingidos em di-
versos países”.
Participaram do evento em São
Paulo o presidente da CACB, Alen-
car Burti, o diretor-técnico do Se-
brae Nacional, Luiz Carlos Barbo-
za, o secretário nacional de Comér-
cio e Serviços do Ministério do De-
senvolvimento, Indústria e Comér-
cio Exterior (MDIC), o secretário de
Relações Internacionais da Prefei-
tura de São Paulo, Alfredo Cotait
Neto, o deputado estadual Marco
Aurélio Bertaiolli, vice-presidente
da Facesp, o gerente de desenvol-
vimento regional sustentável do
Banco do Brasil, Rodolfo Ribeiro e
dirigentes dos sistemas CACB e
Sebrae .
É uma grande experiência! É a oportunidade de se expor a uma nova
metodologia, obter informação com os consultores e focar nos grupos de
operação. Eu espero pegar tudo isso e implementar na África do Sul.
Bonakele Bonny Mbukelwa – África do Sul
O programa tem sido muito informativo e benéfico. Foi um presente
muito bom! As barreiras lingüísticas foram articuladas de um modo
excelente.
Patrick Ellis – África do Sul
Tudo pareceu-me fantástico! O material e os consultores são muito
bons! Está perfeito!
Marco Antonio Villaseñor – México
O programa é dinâmico, enriquecedor e é um desafio implementá-lo. A
interação com pessoas de diversos países é um bônus. Eu sempre
lembrarei com estima. As relações forçadas de hoje são os pilares para o
sucesso de amanhã. O time da CACB é maravilhoso!
Xolani Qubeka – África do Sul
Pareceu-me uma ótima experiência de aprendizagem, com ferramentas
muito úteis que apontam para o desenvolvimento empresarial. Parece-me
que será de muito proveito na aplicação em nossos países. Agradeço as
atenções e a boa vontade de nossos amigos brasileiros.
Manuel Flores Martinez – México
Tem sido, para mim, uma importante experiência conhecer o
Programa Empreender e sua metodologia, mas, principalmente, tem sido
uma grande satisfação conhecer os empresários que são parte desse
processo. Conhecer suas qualidades empresariais, seus compromissos
com a competitividade, o desenvolvimento de seus negócios e suas
cidades e regiões me faz sentir confiante em um mundo melhor, mais
próspero e democrático. Confio que o Chile e seus empresários também
conheçam essa experiência de desenvolvimento.
Andréa Muñoz Araya – Chile
O Programa é um sucesso e esperamos poder aplicá-lo em nosso país
para obter um maior desenvolvimento de nosso povo. Obrigado pela
oportunidade!
Augusto Monteiro Cebola – Moçambique
Depoimentos
Consultores Internacionais
Empresa Brasil - 30
Empresa Brasil - 31
Empresa Brasil - 32
Artigo
comunicaçãoPor que a forma da
determinacomportamentos?
É impressionante o número deboas idéias que são desperdiçadas
diariamente por causa decomunicações truncadas e em
conseqüência da dificuldade deadministrar relacionamentos.
não cultivam essa arte”. Também, Sar-
miento um grande escritor argentino
disse em bom tom: “Cómase la lengua”
– querendo pontuar assim, a importân-
cia do ouvir.
Hoje, em ambientes corporativos
um dos temas mais solicitados para trei-
namentos ou palestras é a “Comunica-
ção” (ou a falta dela). Ouvimos sempre
que “é preciso melhorar a comunica-
ção” – num mundo moderno, cheio de
equipamentos eletrônicos, rápidos,
cujas mensagens chegam instantane-
amente, “MSN”, Orkut, celulares, palm
tops e toda essa parafernália da atuali-
dade. E se com tudo isso ainda não se
resolve, como entender esse paradoxo
de que “aqui não conseguimos nos co-
municar”?
É mister dizer que a comunicação
está diretamente ligada aos relaciona-
mentos que estabelecemos – está im-
pregnada de sentimentos e de emo-
ções, que vivemos a todo instante,
como já dissemos. Se os relacionamen-
tos têm arestas, deixam marcas, se so-
mos resistentes a todas as mudanças
a que somos submetidos constante-
mente é obvio que o processo da co-
municação, aparentemente tão simples:
emissor, mensagem (código comum) e
receptor; seria de fato eficaz e que bas-
tava só falar ou escrever, que o outro
nos entenderia.
Essa complexidade está estabele-
cida em ambas as partes, no emissor e
no receptor, ou seja, na intencionali-
dade destes que tendem a ser parciais,
a ouvir ou a entender conforme a con-
corrência dos fatos ou circunstancias
presentes no momento e na sua con-
juntura emocional.
Aí podemos falar da inteligência in-
terpessoal, que é a capacidade que o
indivíduo tem de manter relações, da
capacidade de compreender o outro, tra-
balhando de maneira cooperativa; tam-
bém da aptidão para manter relações
entre amigos e da habilidade para resol-
ver conflitos. Esquecemos-nos que
nossa natureza essencial se manifesta
nas relações que estabelecemos - que
não é possível sermos “bons” sozinhos
– que só nos realizamos através das
conexões que criamos. Somos profun-
damente influenciados por esse proces-
so - e mais, crescemos quando conse-
guimos restaurar os estragos da má ges-
tão comunicativa em que vivemos.
Por que a palavra pode determinar
o comportamento de uma pessoa? Os
padrões das organizações são pratica-
dos pelos nossos modelos de compor-
tamento – o nível de uma conversa
amistosa ou não, é determinada por
NÓS. Mas será que usamos nossa in-
Já dizia Plutarco, filósofo grego,
que “para saber falar é preciso
saber escutar”, observamos que
a máxima da época vale ainda hoje nas
relações que estabelecemos (ou não?)
dentro das empresas e na vida pessoal.
É que ambas se misturam – e não con-
seguimos administrá-las sem a interfe-
rência das emoções. Podemos pontuar
essas relações sob óticas diferentes,
mas que podem ser separadas pela sua
essência. Muitas vezes encontramos
ruídos num processo comunicativo que
advém daquele que recebe a informa-
ção, ele pode, por sua vez, distorcê-la
em função do que melhor lhe convém. É
como dizer de uma disposição a ouvir o
que bem se pretende.
Ouvir e falar não têm uma relação
tão proporcional quanto parece – se-
ria mais ou menos assim: ouvir, o do-
bro do falar. Ulisses Guimarães, um
velho político dizia que “a impaciência
é uma das faces da estupidez que aca-
ba não somente com carreiras jornalís-
ticas, mas também com executivos que
Empresa Brasil - 33
teligência interpessoal para determiná-
la? Treinamos essa habilidade? Quan-
do alguém não entendeu nossa men-
sagem, perguntemo-nos: ”por que será
que não nos fizemos entender?” Não
temos que transferir a responsabilida-
de perguntando-nos: “por que será que
ele não nos entendeu”? Temos de ter a
percepção do “timing verbal”, ou seja,
colocar nossas opiniões “DENTRO” e
não “POR CIMA” da conversa geral
com outras pessoas; isto nos garanti-
rá, no mínimo, sermos agradáveis e
delicados com os outros.
Se conseguirmos dialogar com na-
turalidade, sem armas verbais, com a
pluralidade do mundo, se falarmos com
espontaneidade da profissão, sobre
política, religião, sexo, dinheiro, morte,
vida, das alegrias e das tristezas, tere-
mos uma maior qualidade de vida. Os
diálogos bem sucedidos trazem leve-
za, amainam, acalmam. E quando tudo
isso não se processa efetivamente, o
resultado é doença.
Assim, a forma da comunicação
pode, de fato, alterar nosso comporta-
mento?
Pense. “Nossas palavras são como
instrumentos cirúrgicos bioquímicos,
com os quais podemos suturar ou sec-
cionar a química dos outros; podemos
estimular ou abater o espírito dos se-
melhantes; alegrar ou entristecer; en-
contrar ou repelir almas afins”. A esco-
lha é sua.
comunicaçãoamentos?
Por Cida Montijo e Reyes Marinho
_______________________________________Cida Montijo - [email protected]
Reyes Marinho - [email protected] Consultoria
www.inter-ativa.com
Empresa Brasil - 34
Evento
Empresa Brasil - 34
A primeira edição do circuito na
cional da Feira do Empreende-
dor 2007 foi realizada em Brasí-
lia, entre os dias 9 e 13 de maio, no
Centro de Convenções Ulysses Gui-
marães. Até o fim do ano, mais 11 cida-
des irão receber o evento realizado
pelo Sebrae, um espaço aberto para es-
timular a abertura de negócios e levar
informações a empreendedores e can-
didatos a empresários.
Na solenidade de abertura estive-
ram presentes o governador do Dis-
trito Federal, José Roberto Arruda, o
presidente do Conselho Deliberativo
Nacional (CDN) do Sebrae, senador
Adelmir Santana, o diretor-técnico do
Sebrae Nacional, Luiz Carlos Barbo-
Feira doEmpreendedor
za, o superintendente do Sebrae-DF,
Flávio Queiroga, e o presidente do
Conselho Deliberativo do Sebrae-DF,
Antônio Rocha da Silva, presidente
da Federação das Indústrias de Bra-
sília (Fibra).
Luiz Carlos Barboza falou da im-
portância da Feira em Brasília, que
abre a programação de todo o País.
“Não poderíamos começar de uma for-
ma melhor, com a Feira com essa
abrangência e qualidade”, elogiou.
“As pessoas entram neste local como
visitantes e têm a possibilidade de sair
como empresários”, disse.
O senador Adelmir Santana refe-
riu-se ao privilégio de Brasília, mais
uma vez, abrir o circuito nacional.
“Esse fato não poderia ser mais opor-
tuno, na cidade que constitui o maior
empreendimento da história do Bra-
sil”, afirmou. Ele elogiou os técnicos
e diretores da Instituição por incluir
como temas no circuito a tecnologia
da informação e a gestão ambiental.
“A gestão ambiental e a inclusão di-
gital ajudam a gerir negócios e a gerar
empregos”, observou.
O governador do DF, José Rober-
to Arruda, chamou a atenção para a
necessidade da formalização de negó-
cios e empregos no país. Ele lembrou
do crescimento de Brasília que, des-
de a década de 70, forçou a cidade a
perder seu perfil essencialmente polí-
tico e administrativo e a buscar no-
Feira em Brasília abre
circuito nacional
Diretor do Sebrae Luiz Carlos Barboza, governador José Roberto Arruda e o senador Adelmir Santana naabertura da Feira do Empreendedor 2007
Empresa Brasil - 35Empresa Brasil - 35
vos caminhos para criação de
empregos. Ele afirmou que even-
tos como a Feira do Empreende-
dor despertam a capacidade de
se pensar o futuro.
Duzentos e oitenta estandes
foram distribuídos ao longo do
Centro de Convenções Ulysses
Guimarães. Segundo a gestora
nacional da Feira do Empreen-
dedor, Andréa Faria, o evento no
DF representa um marco: “A Fei-
ra em Brasília traz tendências im-
portantes para o circuito e repre-
senta um modelo a ser seguido
e que ressalta a oportunidade de
negócios”.
Durante a Feira, foram ofere-
cidos 130 cursos, oficinas e se-
minários. O evento foi dividido
nos espaços Informações Em-
presariais, Oportunidades de Negó-
cios e Capacitação. Na área de Infor-
mações Empresariais foram disponi-
bilizados serviços para formalização
e abertura de empresas, com a presen-
ça de órgãos do Governo Federal, Go-
verno do Distrito Federal (GDF), ins-
tituições financeiras públicas como o
Banco do Brasil e a Caixa Econômica,
entidades do Sistema S e outros. A
parte de Oportunidade de Negócios
ofereceu perspectivas de negócios em
diversas áreas, como a de Gestão Am-
biental e Tecnologia da Informação.
Na área de Capacitação, aconteceram
os cursos, palestras e seminários do
evento.
Balanço da FeiraNúmeros divulgados, resultado de
pesquisa realizada pelo Sebrae-DF,
mostraram que a Feira recebeu um pú-
blico superior a 42 mil pessoas e que
os negócios gerados dentro do even-
to ficaram em torno de R$ 9,94 milhões.
Deste valor, cerca de R$ 3,73 milhões
vieram da Rodada de Negócios, R$ 2
milhões de contratos e R$ 4,2 milhões
de outras fontes, como compras de
equipamentos, acesso a tecnologias
e busca de fornecedores.
A gestora da Feira do Empreende-
dor no Distrito Federal, Lucimar San-
tos – gerente da Unidade de Acesso
a Mercados do Sebrae/DF, ficou im-
pressionada com os números. “Espe-
rávamos que a feira fomentasse con-
tatos, mas também acabou gerando ne-
gócios. Os resultados mostram que
colocamos na Feira o que o cliente
queria”. Ela exemplifica afirmando que,
por conta do interesse dos clientes
por fornecedores, a edição de 2008 da
Feira no DF terá um salão reservado a
fornecedores de insumos, acessórios
e pequenas máquinas.
A Feira do Empreendedor também
se destacou pela intensidade
de sua programação, com
mais de cinco mil treinamen-
tos, entre cursos, palestras,
oficinas, videotecas e outras
atividades. Duzentos e ses-
senta e quatro expositores
montaram estandes nas áre-
as temáticas de Capacitação,
Oportunidade de Negócios e
Informações Empresariais.
Outros destaques da FeiraSegundo dados do Se-
brae/DF, na Estação Legali-
zação de Empresas realizaram-
se quatro mil atendimentos,
sendo 2,8 mil pessoas físicas
e 1,2 mil pessoas jurídicas,
que procuraram a Junta Co-
mercial, a Administração Re-
gional de Brasília, a Secretaria de Fa-
zenda do DF, a Vigilância Sanitária e o
Corpo de Bombeiros. No espaço fo-
ram finalizados 107 processos, entre
registro de empresas, alterações con-
tratuais e baixas.
A Loja Sebrae, localizada no Es-
paço Informações Empresariais, es-
treou consultoria por meio do Siste-
ma Brasileiro de Resposta Técnica
(SBRT) e atendeu duas mil pessoas.
Também foram comercializadas duas
Inclusão digital de empreendedores foi um dostemas abordados na Feira do Empreendedor deBrasília 2007
A Feira apresentou oportunidades de negócios e orientação empresarialnos mais variados setores da economia
Empresa Brasil - 36
mil e duzentas publicações, com mais
de mil consultorias.
Perfil do públicoA pesquisa desenvolvida pelo Se-
brae/DF revelou que os empreende-
dores que pretendem abrir algum ne-
gócio formaram 20% do total de visi-
tantes, enquanto os empresários já
estabelecidos constituíram 22%. Os
outros 58% foram compostos por pes-
soas que não pertenciam a estes seg-
mentos.
Mais uma estatística que chama a
atenção no saldo final da Feira é que
65% do público presente à Feira do
Empreendedor jamais haviam compa-
recido ao evento. A pesquisa relata
que a maioria dos visitantes (21%)
tomou conhecimento do evento por
meio de amigos, familiares e conheci-
dos. A TV (19%) e placas, outdoors,
bus-doors, cartazes, folderes e simi-
lares (19%) ocuparam a segunda po-
sição como fonte de informação so-
bre a Feira do Empreendedor no DF.
A pesquisa realizada junto aos vi-
sitantes também apontou o grau de ins-
trução dessas pessoas. 46% por cento
delas possuíam curso superior comple-
to e 49% o ensino médio completo.
Apenas 5% não tinham o ensino mé-
dio completo. No quesito Motivo da
Visitação, 37% disseram ter ido para
conhecer o evento, 24% declararam que
foram em busca de negócios e 16%
procuraram capacitação. Outro dado
que chamou atenção foram as inscri-
ções pela internet: 99% dos participan-
tes se inscreveram pela Web.
Serviço
Agência Sebrae de Notícias
Abertura do circuito nacional da Feira do Empreendedor 2007 em Brasília
Mais de 42.000 pessoas passaram pelos 280 estandes da Feira do Empreendedor de Brasília 2007
Empresa Brasil - 37
Empresa Brasil - 38
Contabilistas debatem apoioà Lei Geral em Brasília
A ação contábil como diferen-
cial na implantação da Lei
Geral da Micro e Pequena
Empresa foi tema de seminário reali-
zado em Brasília, em 16 de maio. O
evento, realizado pelo Sebrae, Fede-
ração Nacional das Empresas de
Serviços Contábeis, Assessoramen-
to, Perícias, Informações e Pesqui-
sas (Fenacon) e Conselho Federal
de Contabilidade (CFC), marcou o
apoio do sistema contábil brasileiro
à nova Lei, em vigor desde dezem-
bro de 2006.
O evento contou com a presen-
ça do presidente do Sebrae, Paulo
Okamotto, do presidente da Fena-
con, Carlos José de Lima Castro, da
Seminário
presidente do CFC, Maria Clara Bu-
garim, dos deputados federais Vil-
son Covatti, Luiz Carlos Hauly, José
Pimentel e Calos Melles, do diretor-
geral do Departamento Nacional de
Registro do Comércio (DNRC), Luiz
Fernando Antonio, além de líderes
da classe contábil e outras autori-
dades.
Os anfitriões do evento fizeram a
entrega simbólica de certificados a
representantes dos 110 instrutores
que irão treinar 35 mil contabilistas
em todo o País. Em abril deste ano,
esses instrutores receberam treina-
mentos do Sebrae e da Fenacon so-
bre informalidade, legalização de
empresas e maiores detalhes da Lei
Geral. Eles irão atuar como multipli-
cadores dos conhecimentos recebi-
dos e levarão os conteúdos aos co-
legas de profissão em 150 cidades
brasileiras.
Para o deputado federal Carlos
Melles (DEM/MG), os contabilistas
representam a “alma da Lei Geral, e
com a sua nova formação, serão um
exército à frente na luta pelos peque-
nos negócios”. O presidente da Fe-
nacon, Carlos de Lima Castro, com-
plementou o pensamento do parla-
mentar e acrescentou: “Estamos for-
mando soldados imbuídos de boa
vontade para trazer à formalização
os empresários clandestinos, no mo-
mento que será um marco divisório
para o País”.
“Estamos nos preparando para
implementar a Lei que vai simplificar a
vida de muitos empresários brasilei-
ros. Vamos oferecer apoio e criar opor-
Presidente da Fenacon, Carlos José de Lima Castro, presidente da CFC, Maria Clara Bugarim, presidente doSebrae, Paulo Okamotto, deputados José Pimentel e Carlos Melles
Empresa Brasil - 39
SEBRAE
Serviço
Tecnologia
O certificado digital é um
documento eletrônico
que identifica pessoas
e empresas no mundo digital, prova
suas identidades e permite o acesso
a serviços on line, com a garantia de
autenticidade e segurança. A
certificação digital é utilizada
atualmente para obtenção de
certidões e declarações da
Receita Federal, para transa-
ções bancárias, comércio ele-
trônico, assinatura de docu-
mentos eletrônicos e outros
procedimentos.
No dia 15 de maio, na Co-
ordenação de Tecnologia da
Secretaria da Receita Federal,
em Brasília, representantes da
Receita, do Sebrae e de outras
entidades participaram de reunião
sobre ‘Certificação Digital para Pe-
quenas Empresas’. A meta dos par-
ceiros é levar a certificação digital a
3,5 milhões de pequenas e microem-
presas em um prazo médio de três
anos.
A ação faz parte de convênio as-
sinado no fim de 2005 entre o Sebrae
Nacional e a Receita Federal com o
Certificação digital parapequenas empresas
Consultora do Sebrae Helena Rego, gerente doSebrae Bruno Quick e Donizetti Rodrigues,coordenador de Infra-Estrutura Tecnológica daReceita Federal
tunidades de acesso a conhecimento,
tecnologia, crédito e mercados e fazer
com que o sucesso chegue a todos.
Vamos resgatar a cidadania empresa-
rial no País”, disse o presidente do Se-
brae, Paulo Okamotto.
Contabilizando o sucesso
A presidente do CFC, Maria Cla-
ra Bugarim, também fez um breve ba-
lanço sobre o programa ‘Contabili-
zando o Sucesso’, realizado pelo Se-
brae, em parceria com a Fenacon.
Nos três primeiros anos de sua reali-
zação, o programa, iniciado em 1999,
já havia capacitado mais de duas mil
pessoas em 113 turmas. Para 2007, o
novo programa denominado ‘Rede
Contabilizando o Sucesso’ prevê a
participação das 27 unidades da Fe-
deração e tem como meta a redução
em 11% da taxa de mortalidade das
empresas.
objetivo de implementar a Lei Geral da
Micro e Pequena Empresa. O objetivo
do encontro foi definir e compartilhar
diretrizes para uma ampla dissemina-
ção da utilização da certificação digi-
tal pelas micro e pequenas empresas.
Bruno Quick, gerente de Políticas
Públicas do Sebrae Nacional, diz que
a reunião superou expectativas. “O
encontro permitiu o nivelamento de
informações sobre o que cada institui-
ção está fazendo e a percepção de in-
teresses sobre o tema, de reduzir gas-
tos, diminuir burocracia e de trazer mi-
cro e pequenas empresas à moderni-
dade”, comentou.
“A certificação digital também
permite às empresas comprarem,
venderem, participarem de pregões
eletrônicos, fornecerem ao Estado,
fechar negócios, fechar contratos
de câmbio, e deixa mais tempo para
o empresário gerenciar os negóci-
os”, acrescentou Quick.
“O encontro serviu para pensar-
mos em que ações podem ser execu-
tadas por autoridades certificadoras,
Receita Federal e Sebrae para viabi-
lizar e intensificar o uso de
certificação digital pelas mi-
cro e pequenas empresas,
pensando na implementação
do Simples Nacional”, expli-
cou Donizetti Rodrigues, co-
ordenador de Infra-Estrutura
Tecnológica e Segurança da
Informação da Receita Fede-
ral.
Renato Martini, do Insti-
tuto Nacional de Tecnologia
da Informação, considerou a
reunião instrutiva, por abor-
dar vários aspectos como custos e
logística. “A certificação digital é
uma ferramenta, que dentro de um
sistema de desmaterialização de pro-
cedimentos, dá segurança jurídica e
informacional”, afirmou.
Agência Sebrae de Notícias
Serviço
Agência Sebrae de Notícias
Empresa Brasil - 40
SEBRAE
Quem acessa o site da Agên-
cia Sebrae de Notícias
(ASN), localizado no portal
do Sebrae Nacional (www.sebrae.
com.br) tem à disposição material jor-
nalístico produzido pelo veículo des-
de sua inauguração em 21 de maio de
2002. Todo o conteúdo da ASN dis-
tribui-se por quase mil e seiscentas
páginas, em seções como Agrone-
gócios, Arranjos Produtivos, Arte-
sanato, Capacitação, Moda, Empre-
endedorismo, Desafio Sebrae, Eco-
nomia, Pesquisa, Turismo, Política e
Legislação, etc.
As reportagens po-
dem ser reproduzidas,
desde que a ASN seja
citada como autora da
matéria. Vários veículos
utilizam trechos e a ínte-
Cinco anos da AgênciaSebrae de Notícias (ASN)Agência disponibiliza texto,
imagem e somgra deste material, que também ser-
ve para fomentar pautas nos gran-
des jornais, sites e emissoras de rá-
dio e TV brasileiras. Jornalistas en-
volvidos com o setor de micro e pe-
quenas empresas têm a agência
como fonte sobre fatos importantes
da área.
As matérias veiculadas na ASN,
em geral, vêm acompanhadas de fo-
tografias produzidas pela equipe da
Agência ou feitas pelo Sebrae nos
estados. O campo ‘Fotografia’, lo-
calizado na parte superior da pági-
na (http://asn.interjornal.com.br),
constitui-se em um banco de fotos
e permite o download das imagens
que possuem alta resolução para
impressão.
Outro recurso colocado recente-
mente à disposição de quem acessa
o site da Agência Sebrae de Notíci-
as são as sonoras, gravações que
acompanham várias matérias e que
trazem o depoimento de alguma fon-
te utilizada no texto do repórter. O
internauta também pode fazer o do-
wnload das sonoras. A sonora con-
tribui para o trabalho de emissoras
de rádio e funciona como mais um
conteúdo informativo para comple-
mentar a matéria.
O site da Agência oferece ainda
links para vídeos sobre empreendedo-
rismo e permite ao visitante se cadas-
trar para receber ‘newsletters’ com no-
tícias sobre empreendedorismo.
ConteúdoEmpretec, Desafio Sebrae, Mu-
lher Empreendedora, Feira do Em-
preendedor, Casos de Sucesso, Jo-
vens Empreendedores, Acesso a
Serviços Financeiros, Acesso a
Tecnologia, Gastronomia, Lei Geral
de Micro e Pequena Empresa, Tu-
rismo. Esses constituem alguns dos
temas abordados pela equipe da
ASN em sua cobertura jornalística.
A ferramenta de busca avançada no
endereço eletrônico da ASN permi-
te encontrar as notícias publicadas
por meio de palavras-chave e pela
data de publicação. O site traz, ainda,
reportagens que foram destaque na
mídia nacional e que envolvem o as-
sunto empreendedorismo.
As notícias são produzidas pela
equipe da Agência Sebrae de Notíci-
as, em Brasília, com seus correspon-
dentes em Minas Gerais, São Paulo e
Rio de Janeiro, todos pertencentes
ao quadro de pessoal da Informe Co-
municação e Marketing, empresa
prestadora de serviços de assessoria
de imprensa para o Sebrae Nacional.
Além dessa equipe, as assessori-
as de comunicação do Sebrae nos
estados também produzem reporta-
gens sobre assuntos regionais que
são publicadas nos sites da ASN e
das unidades estaduais.
Com o conjunto de notícias do
Nacional e dos estados, o leitor
tem à sua disposição um panora-
ma o mais diversificado e comple-
to possível sobre o universo do
Sebrae e das pequenas empresas
em todo o território brasileiro.
Serviço
Agência Sebrae de Notícias
Empresa Brasil - 41
Empresa Brasil - 42Empresa Brasil - 42
CACB é finalistaem concursointernacional
Durante os dias 4, 5 e 6 de
julho, dirigentes empresa-
riais e de câmaras comerci-
ais de mais de 100 países irão se
reunir em Istambul (Turquia) para o
5º Congresso da Federação Mundi-
al das Câmaras, da International
Chamber of Commerce (Câmara In-
ternacional de Comércio) – ICC,
que visa reconhecer, premiar e dar
visibilidade às ações promovidas
pelas associações empresariais de
todo o mundo.
Pela segunda vez consecutiva, a
CACB é uma das finalistas da
competição, com a inscrição do
Programa Capacitar Nordeste, de-
senvolvido em parceria com a Câ-
mara de Artes e Ofícios de Essen,
na Alemanha, e a Sequa, na cate-
goria Melhor projeto de coopera-
ção internacional entre câmaras
de comércio. O Capacitar Nordes-
te teve como principal objetivo
aumentar a competitividade das
micro e pequenas empresas. Para
isso, foram definidas estratégias
de profissionalização das associa-
ções comerciais em todas as suas
esferas: diretoria, colaboradores e
parceiros.
O programa foi implantado em
2005, em associações comerciais
do Maranhão, Ceará, Rio Grande
do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe e Bahia. Como
pré-requisito, as associações deveriam
participar do programa Empreender. A
CACB avaliou os núcleos setoriais
existentes, as condições sócio-econô-
micas locais, entre outros fatores. O
processo resultou na escolha de 24
municípios. O sucesso do programa foi
observado antes mesmo do seu térmi-
no quando a Bahia, com recursos pró-
prios, acrescentou mais cinco municí-
pios ao programa.
A avaliação da perícia alemã indicou
os bons resultados da iniciativa, des-
tacando o envolvimento da CACB e
dos seus parceiros, a gestão do pro-
grama e a colaboração dos presiden-
tes e executivos das ACEs. Foram
avaliados itens como a lideranças, os
processos, as finanças, a contabilida-
de e a gestão de pessoas. Inclusive foi
recomendado que a metodologia fos-
se disseminada nas demais associa-
ções comerciais do Nordeste, e que vi-
esse até mesmo a ser utilizada como
base para o desenvolvimento de uma
ferramenta para o fortalecimento dos
municípios, por meio da atuação de
suas prefeituras.
Em Istambul, a apresentação dos
projetos será feita no primeiro dia do
congresso. No último dia, 6 de julho,
haverá o resultado do programa cam-
peão de cada uma das categorias. A
CACB foi convidada a expor sua expe-
riência na condução das 27 federações
e mais de 2.300 associações comerci-
ais em um workshop, a ser realizado
no dia 4 de julho. Em função da impor-
tância do prêmio e considerando que,
pela primeira vez, uma entidade empre-
sarial da América do Sul é convidada a
falar sobre sua experiência na condu-
ção de seus associados, o presidente
Alencar Burt convidou todos os pre-
sidentes de federações e associações
comerciais participantes a, se possível,
estarem presentes.
Em 2005, o Programa Empreender foi
escolhido como um dos melhores pro-
gramas do mundo voltados para as
micro e pequenas empresas, durante o
congresso realizado pela ICC em Dur-
ban (África do Sul). Desta vez, na Tur-
quia, a CACB concorre com quatro
projetos, provenientes da Câmara de
Indústria de Stuttgart, Câmara Empre-
sarial da Espanha e dois projetos do
Reino Unido. Mais informações po-
dem ser obtidas no site do congresso
www.istanbul2007.com ou pelo e-mail
Mais informações podem serobtidas no site do congresso
www.istanbul.com ou pelo [email protected].
Empresa Brasil - 43
Após constantes resultados
positivos, com aproximada-
mente 32.000 empresas par-
ticipantes, distribuídas em 540 mu-
nicípios, o Programa Empreender
propõe dar um salto de qualidade
na forma de sua atuação, com o
foco na competitividade das empre-
sas.
O Empreender Competitivo con-
templa uma série de ações integra-
das, que se desenvolverão ao longo
dos 18 meses previstos para a sua
implementação. O foco principal do
programa é o apoio ao desenvolvi-
mento de ações, nos 22 estados par-
ticipantes do Empreender, junto às
empresas dos núcleos setoriais, ali-
nhadas às diretrizes do Sebrae e às
estratégias de cada unidade federa-
tiva, que promovam inovações nas
empresas melhorando a sua compe-
titividade.
Nesse sentido, foram publicados
dois editais de chamadas de proje-
tos, onde os Núcleos Setoriais que
desejassem obter o apoio do progra-
ma deveriam produzir pré-projetos,
orientados segundo o manual do
Geor, contemplando o diagnóstico
de antecedentes, a identificação do
público-alvo, o objetivo geral, o cro-
nograma físico e financeiro, a estra-
tégia de implementação e a organiza-
ção do processo de monitoramento
e avaliação.
Além desses itens, foi preciso evi-
denciar a definição do foco estraté-
gico, dos resultados finalísticos, das
ações a serem desenvolvidas, do
horizonte de planejamento e do pro-
cesso de monitoramento e avaliação.
Os projetos dos estados deveriam
ter uma contrapartida mínima de
25% dos valores, oriunda das enti-
dades empresariais, empresários ou
parceiros que não o Sebrae.
Na “Primeira Chamada” foram en-
viados 63 pré-projetos dos quais 21
foram aprovados, somando um valor
aproximado de R$ 1.500.000,00, que
beneficiaram 9 estados.
Atualmente, os projetos encon-
tram-se em fase de cadastramento
do Sigeor. Após a verificação da
conformidade do cadastramento,
será iniciada a fase de assinatura de
convênios e repasse de recursos.
Na “Segunda Chamada”, as coor-
denações do Empreender nos esta-
dos tiveram uma nova oportunidade
de apresentar pré-projetos para a
avaliação da coordenação nacional.
Em junho, todos os projetos apro-
vados, tanto da primeira, quanto da
segunda chamada, estarão cadastra-
dos no Sigeor e os termos de parce-
rias assinados para iniciar a fase de
execução e monitoramento nos Esta-
dos.
CACB analisa projetosde Núcleos SetoriaisApós “Segunda Chamada”, projetos estarão
cadastrados no Sigeor e os termos deparcerias assinados para iniciar a fase de
execução nos Estados
Serão criados quatro conselhos empre-
sariais dos setores mais representati-
vos do Empreender. A representativi-
dade será definida pela CACB consi-
derando não somente os segmentos
com a maior quantidade de empresas,
mas também o quão estratégico os se-
tores são para o desenvolvimento das
empresas e o fortalecimento do Empre-
ender.
O objetivo dos conselhos é contribuir
para a promoção e o fortalecimento dos
segmentos, propiciando um fórum para
discussão, buscando a auto-sustenta-
ção e a legitimidade do projeto Empre-
ender; desenvolver ações de mercado;
promover a cultura da cooperação; en-
caminhar junto a entidades públicas e
privadas os pleitos do setor que repre-
senta, buscando proporcionar o desen-
volvimento das empresas.
Outro importante objetivo dos conse-
lhos setoriais é gerar uma visão mais
sistêmica da competitividade dos nú-
cleos setoriais selecionados por cada
segmento, numa perspectiva de visão
de carteira de projetos e não apenas
focada nos resultados individuais de
cada núcleo.
Os conselhos serão compostos por
empresários líderes nos seus segmen-
tos/núcleos setoriais, desenvolvendo
suas atividades com o apoio da coor-
denação nacional do Programa. A peri-
odicidade de funcionamento e parame-
trização dos conselhos setoriais será
objeto de discussão conjunta entre
CACB e Sebrae. A CACB deverá ofere-
cer apoio logístico para a consolidação
dos conselhos usando a sua estrutura,
entretanto sua organização e orienta-
ção será desenvolvida com o apoio de
consultores com experiência nos seg-
mentos.
Implementação dosConselhos Setoriais
Empresa Brasil - 43
Empresa Brasil - 44Empresa Brasil - 44
O Tribunal de Justiça de
São Paulo (TJSP), a
Federação das Asso-
ciações Comerciais de São
Paulo (Facesp) e a CACB, uni-
ram-se para criar o primeiro
Posto Avançado de Concilia-
ção Extraprocessual na Asso-
ciação Comercial de São Pau-
lo, o Pace ACSP. A referência é
o Setor de Conciliação do Fó-
rum João Mendes, coordenado
CACB firma convêniocom Justiça PaulistaAcordo prevê a implantação do Posto Avançadode Conciliação Extraprocessual na AssociaçãoComercial de São Paulo
pela juíza Maria Lúcia Pizzoti. “Tra-
ta-se de um importante instrumen-
to que deve ser usado com fre-
qüência”, afirmou a juíza, referin-
do-se aos Métodos Extrajudiciais
de Solução de Conflitos (Mescs).
A magistrada é também a coorde-
nadora do projeto firmado com a
CACB e o Sebrae.
Estiveram reunidos com a juíza
Maria Lúcia os representantes da
CBMAE, Danielle Moreira, superin-
tendente, e Flávio Giussani, con-
sultor interno; a consultora da Uni-
dade de Políticas Públicas do Se-
brae Nacional - responsável pelos
Métodos Alternativos de Acesso à
Justiça da instituição - Dulce Cal-
das; uma comitiva de Fernandópo-
lis e outra de São José do Rio Pre-
to, cidades do interior paulista. A
juíza detalhou o funcionamento do
Setor de Conciliação que já atua no
Fórum João Mendes, que servirá
Empresa Brasil - 45
Ministro Augusto Nardes recebe equipe da CBMAE
No dia 23 de maio, uma equi-
pe da CBMAE, composta
por Danielle Moreira, Flá-
vio Giussani, Alexandre Gomes e
Dulce Caldas, representando o Se-
brae, reuniu-se com o ministro Au-
gusto Nardes, no Tribunal de Con-
tas da União (TCU). Dois temas fo-
ram tratados no encontro, cujo ob-
jetivo foi retomar e reforçar os elos
com o Tribunal. O primeiro, foi no
sentido de incentivar e propiciar
que o TCU, por meio de seu plená-
rio, rediscuta a possibilidade de
utilização da arbitragem nos con-
tratos administrativos. E o segun-
Objetivo foi retomar contatos com o TCU
do tratou da reali-
zação da 3ª Ofici-
na, agora com
maior amplitude,
onde seriam con-
vidados os depar-
tamentos jurídicos
das estatais, dos
bancos públicos,
dentre outros or-
ganismos. O mi-
nistro foi recepti-
vo à idéia.
A equipe foi re-
cebida por Ivo Mtzenberg, que esta-
va no exercício de Secretário Geral da
Empresa Brasil - 45
como base para as atividades do
PACE. Segundo Flávio Giussani, a
adoção da conciliação extraproces-
sual implicará na redução no núme-
ro de conflitos encaminhados ao
judiciário convencional: “A audiên-
cia de conciliação previamente à
distribuição da ação judicial produz
altos índices de sucesso na resolu-
ção do conflito“.
Em São Paulo, todo o processo
de articulação foi conduzido pela
juíza Maria Lúcia, pela Facesp,
sob a supervisão do superinten-
dente, Natanael Miranda, pela par-
ticipação efetiva do consultor Flá-
vio Giussani e pela doutora Dani-
elle Bastos, com o total apoio da
CACB e do Sebrae, através da
consultora Dulce Caldas. A experi-
ência do Pace ACSP será um mar-
co muito importante na construção
de um novo modelo de relações
entre o Judiciário e a sociedade.
Vai permitir que um grande núme-
ro de processos deixe de ser ajui-
zados, desafogando os tribunais.
E, para aqueles que não forem
conciliados, ainda haverá a dispo-
nibilização dos serviços das câma-
ras de mediação e arbitragem, per-
mitindo que se construa um novo
modelo de solução extrajudicial de
conflitos.
O TJSP, a CACB e o Sebrae pre-
tendem levar a experiência pioneira
para todas as comarcas do interior
de São Paulo. Onde houver uma
comarca e uma associação comerci-
al, o Fórum local será sensibilizado
para a necessidade de se criar um
Setor de Conciliação. A partir daí,
será autorizado um posto avançado
dentro da ACE, que disponibilizará
as suas instalações físicas para
este fim. Por força do Convênio, a
Facesp é quem estará ajudando a
disseminar este modelo nas outras
comarcas, sempre em parceria com
as associações comerciais locais.
Negociações para a implementação
de outros Paces no Estado já estão
em fase avançada em Jundiaí (ACE
Jundiaí), Santo André (Acisa), Ma-
rília (Acim), São José do Rio Preto
(Acirp) e Fernandópolis (Acif). Es-
tão em fase de sensibilização São
José dos Campos (ACISJC), Jacareí
(ACIJ), Limeira (Acil) e Campinas
(Acic). A idéia é levar o modelo
para vinte cidades estrategicamente
distribuídas, que podem ser deno-
minadas de cidades-pólo.
Haverá um desdobramento do pro-
jeto para mais sete estados: Rio Gran-
de do Norte, Sergipe, Piauí, Rio Gran-
de do Sul, Tocantins, Mato Grosso
do Sul e Distrito Federal. O exemplo
de São Paulo será oferecido aos tri-
bunais de justiças destes estados. O
papel das federações será similar ao
que a Facesp vem exercendo: o de
articular e motivar as ACEs e os Fó-
runs locais para a importância desta
solução.
Presidência, cujo titular é Maurício
Albuquerque Wanderley.
Foto Valter Campanato/ABr
Empresa Brasil - 46Empresa Brasil - 46
Conselho Permanentede Executivos dasFederações
As ferramentas de
gestão conhecidas
no mundo corpora-
tivo exigem do gestor uma per-
manente atualização. A veloci-
dade na tomada de decisão é
cada vez maior.
Quando trabalhamos na rede
associativista deparamo-nos
com exigências que levam o
gestor a rever seus conhecimen-
tos e ajustar suas ações.
A CACB tem propósitos pe-
culiares já que seu orçamento
está baseado em contribuições
espontâneas. Assim, seus pro-
gramas exigem resultados volta-
dos à sustentabilidade da rede
associativista. É a contrapartida
esperada pelas ACEs.
Temos que ser competentes.
Não por opção, mas sim, por
falta desta! O processo é auto-
fágico em relação à incompetên-
cia: o sistema expurga natural-
mente o inativo, o passivo, o
apático, o perturbador, e outros
dentro desta mesma linha.
O Brasil de múltiplas cultu-
ras e diferentes modos de vida
não poderá ter um “padrão com-
portamental” em sua instituição
confederada. Temos que convi-
ver com leis reguladoras da
União, de cada Estado e de
cada Município. Ser flexível está
na receita do bom gestor.
Como “sobreviver”? É possível
encontrar o caminho da sustentabi-
lidade? Como ser “competente” di-
ante das diferentes culturas e cos-
tumes?
As respostas estão em nossas
bases. Nas ACEs, nas Federações,
nas instituições que direta ou indi-
retamente apóiam a rede liderada
pela CACB.
Pensando nestas bases estamos
criando o Conselho Permanente
dos Executivos das Federações –
Copef. Os 27 membros, represen-
tando quase 2500 ACEs e algo
como 2,5 milhões de empresas naci-
onais, terão no Copef a forma de
registrar seus programas, necessi-
dades ou conectar-se com diferen-
tes soluções em uso por outras Fe-
derações/Associações.
Integrar programas, agregar so-
luções, recomendar procedimentos
à CACB, contribuir na desobstru-
ção de canais que possam impedir a
implementação do Programa de Ge-
ração de Receitas e Serviços-Proge-
recs, aprovar a adoção na rede de
um determinado produto, compõem
algumas das muitas tarefas que o
Copef terá que enfrentar.
Confúcio deixou para a humani-
dade algumas “gotas” de sua sabe-
doria, dentre elas: “Tem
pessoas que reclamam que
as rosas tem espinhos e
outras ficam alegres por sa-
ber que nos espinhos existem ro-
sas.”
O Copef terá que reunir o grupo
de executivos que fiquem alegres ao
saber que existem soluções no meio
de tantos problemas em nossas
ACEs, Federações, grupos de traba-
lho. O Copef ajudará a construir este
“jardim de soluções”!
O primeiro programa voltado à
sustentabilidade das Federações e
das ACEs – o Progerecs – terá no
Copef o fórum de debate das solu-
ções nacionais para a micro, peque-
na e média empresa.
Boa sorte às Federações! Toma-
ra que tenhamos parceiros alegres
porque saberão “encontrar rosas”
em nosso Conselho.
Dr. Rubens Maluf Dabul – PhDBA– é consultor empresarial,professor universitário, e
superintendente da Federaçãodas Associações Comerciais e
Empresarias do Estado do Paraná– Faciap
41 – 3259-3000 e 9127-3033 –[email protected]
Empresa Brasil - 47Empresa Brasil - 47
Ocorrerá, entre os dias 19 e
26 de agosto, o 2ºSeminário
do Progerecs – Programa
de Geração de Receitas e Serviços da
CACB – em Brasília. No evento, os
executivos do programa terão a opor-
tunidade, a partir de um debate em
bases consistentes, de encontrarem
soluções para determinadas ques-
tões como, por exemplo, o caso de
empresas de cartão de gestão.
De acordo com o presidente da
CACB, Alencar Burti, já existe um
Executivos buscamsoluções em semináriodo ProgerecsEvento ocorrerá entre os dias 19 e 26 deagosto, em Brasília. Cartão de gestão etelefonia serão alguns dos assuntos debatidos.
grupo de estudos com técnicos das
Federações de Santa Catarina e São
Paulo – Facisc e Facesp, respectiva-
mente –, com o propósito de buscar
a melhor solução
ao atendimento de
todo o sistema
CACB.
Dentre os benefícios que o car-
tão viabiliza estão a consignação
de até 30% do salário do funcioná-
rio em compras no comércio local; a
substituição da cesta básica por um
cartão, somente aceito em super-
mercados e afins; substituição do
vale refeição por cartão, aceito em
restaurantes; combustível, destina-
do a empresas que possuem frota;
além de planos de fidelidade e gift
(cartão de presente a ser retirado
em qualquer estabelecimento cre-
denciado).
Segundo Alencar Burti, soluções
também terão de ser encontradas no
segmento da telefonia. Com referên-
cia a essa prestação de serviços, por
solicitação da CACB, os departamen-
tos de tecnologia da Facesp e da As-
sociação Comercial e Empresarial de
São Paulo (ACSP) estão analisando
uma parceria com uma rede de televi-
são nacional. “A eventual aprovação
e homologação dessa tecnologia de
comunicação e informação ensejará
um leque de serviços para nosso sis-
tema e para nossos associados”, afir-
mou Burti.
Dentre os serviços citados estão
a telefonia sobre IP (VoIP), telefonia
móvel, cartão pré-pago para liga-
ções, vídeo conferência, aprendiza-
do à distância (via Internet), biblio-
tecas virtuais, acervo de cursos via
Internet e comunidades de aprendi-
zado. Haverá, também, a IPTV (rádio
e TV via Internet), além da TV
CACB, com um programa semanal
em canal aberto.
A finalidade
da Progerecs é
disponibilizar ser-
viços de interes-
se do sistema CACB que gerem re-
cursos a toda cadeia de entidades
filiadas para que se possa, ainda
com mais eficiência, atender às ne-
cessidades dos associados.
Empresa Brasil - 48
Tecnologia e Inovação são fatores chave para o desenvolvimento de uma organizaçãoorientada para o futuro. Assim, ações para inovação baseadas em tecnologia eprocessos frente aos desafios do mercado são determinantes para a redução dacrescente inadimplência nas diversas formas de pagamento. Com base no contextoatual, a SystemCred desenvolveu uma solução tecnológica na gestão de crédito,especialmente para o sistema CACB / Progerecs(Programa de Geração de Receita eServiços): o RecebaBrasil. O diretor comercial da SystemCred, Jair Benassi,conversou com o coordenador executivo nacional do Progerecs, Luiz AntônioBortolin, sobre o assunto:
Solução tecnológica na gestão decrédito é desenvolvida para a CACBO RecebaBrasil visa a gestão e recuperação de chequesdevolvidos para todos os integrantes das ACEs emâmbito nacional
Luiz Antônio Bortolin - O que é
o RecebaBrasil?
Jair Benassi - O RecebaBrasil é
uma solução desenvolvida pela
SystemCred especificamente para
todo o sistema CACB, dentro do
programa Progerecs, que visa a
gestão e recuperação de cheques
devolvidos pelas alíneas 11, 12 e
13 para todos os integrantes das
Associações Comerciais em âmbi-
to nacional.
LAB - Quem é a SystemCred?
JB - Uma empresa de soluções,
especializada em gestão e recu-
peração de créditos e relaciona-
mentos. Nosso diferencial está na
inovação, em razão da utilização
de alta tecnologia e da capacida-
de de definir as melhores estraté-
gias de acionamentos e aborda-
gem em todo processo de cobrança,
conseguindo, por esta razão, melho-
res resultados.
LAB - O que ela oferece juntamente
com a CACB/Progerecs aos associ-
ados das ACEs?
JB - A SystemCred desenvolveu uma
solução denominada RecebaBrasil
para cobrança de cheques sem fun-
dos, bastando apenas ao usuário en-
trar no site www.receba brasil.com.br,
seguir as instruções de uso, que vai
desde a adesão ao contrato de pres-
tação de serviços, até o cadastramen-
to e gerenciamento do processo de
cobrança dos cheques.
LAB - Quais são as vantagens que a
pequena empresa tem com a utiliza-
ção do produto / serviço?
JB - Ela poderá utilizar um instrumen-
to de gestão via WEB, que possibili-
ta o acompanhamento à distância; o
cheque físico sempre ficará em poder
do lojista; quando houver a recupera-
ção do cheque, o cliente será informa-
do para retirá-lo no endereço indicado
pelo lojista; havendo quitação da dí-
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vida, o cliente estará resgatando seu
crédito, fidelizando assim, esta relação
comercial. Além disso, é importante
destacar que hoje somos a única em-
presa no segmento que possui convê-
nio com a CEF para poder utilizar a
rede de lotéricas (mais de 12.000 pon-
tos) como canal de recebimento das
negociações realizadas.
LAB - Como a pequena empresa po-
derá ganhar - melhorar seu desem-
penho - com o produto / serviço?
JB – Com o acesso às ferramentas de
cobrança disponíveis somente para
os grandes volumes; tratamento de
dados que hoje também é oferecido
somente para grandes volumes;
equipe de cobrança treinada para
atingir os melhores resultados e ori-
entados pelo Código de Defesa do
Consumidor; processo de cobrança
efetiva, dentro dos parâmetros pré-
estabelecidos que independa de ação
do lojista ou de seus funcionários,
que manterão toda sua atenção para
as vendas.
LAB - Como será divulgado seu pro-
duto / serviço para os associados das
ACEs?
JB - A divulgação do produto será
realizada, primeiramente, por meio
dos seminários do Progerecs, onde
apresentaremos aos executivos das
Federações todo o modo de opera-
ção. Na seqüência, desenvolveremos
flyers para serem disponibilizados
aos associados das ACEs , além de
ações via Internet.
LAB - Como a empresa vê esta par-
ceria com a CACB / Progerecs?
JB - Esta parceria é de grande impor-
tância para a SystemCred, pois o ser-
viço RecebaBrasil visa atingir a classe
de associados vinculados as ACEs.
Com esta solução, a CACB / Proge-
recs juntamente com as Federações e
ACEs estarão cumprindo com um pa-
pel importante de inclusão do peque-
no e médio empresário a produtos e
serviços até então destinados para
as grandes empresas.
LAB - Quais dicas são importantes
para o comerciante?
JB - Procurar fazer um bom cadastro
no instante da venda para o seu clien-
te, quando o pagamento é realizado
através de cheque, pois a falta e a ma-
nutenção de um bom cadastro dificul-
tam na recuperação da inadimplência;
quando da primeira devolução do
cheque, por insuficiência de fundos,
já cadastrar o cheque para cobrança,
sem realizar a segunda apresentação,
pois assim haverá mais interesse do
cliente em regularizar a situação.
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CONFEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS E EMPRESARIAIS DO BRASIL
DIRETORIA EXECUTIVA
BIÊNIO 2005/2007
Presidente
Alencar Burti
1º Vice-Presidente
Omar Carneiro da Cunha
Diretor Financeiro
Fernando Brites
Diretor Secretário
Jorge Santana de Oliveira
Superintendente
Paulo Chaves
Vice-Presidentes
Luiz Carlos Furtado Neves
Arthur Lopes Filho
Douglas Ramos Cintra
Francisco Derval Furtado da Rocha
Altair Correa Vieira
Pedro Jamil Nadaf
Pedro José Ferreira
Ridoval Darci Chiareloto
Sérgio Papini de Mendonça Uchoa
CONSELHO FISCAL
Titulares
Rubenir Nogueira Guerra - Presidente
João Porto Guimarães
José dos Santos da Silva Azevedo
Suplentes
José Elias Tajra
Júlio César Teixeira Noronha
Nilson Tavares Morais
SCS Quadra 03 - Bloco A
Ed. CACB
PABX: 61 3321-1311
Fax: 61 3224-0034
70.313-916 - Brasília - DF
ParaíbaFederação das Associações Com.e Empresariais da Paraíba - FACEPBPresidente: José Borges de MedeirosRua: Av. Floriano Peixoto, 715 1º AndarCidade: Campina GrandeCEP: 58100-001
ParanáFederação das Associações Com. e Empresariais do Estado do Paraná - FACIAPPresidente: Ardisson Naim AkelRua: Heitor Stockler de França, 356Bairro: CentroCidade: CuritibaCEP: 80030-030
PernambucoFederação das Associações Comerciais do Estado de Pernambuco - FACEPPresidente: José Sarto Lima de CarvalhoRua: Rua do Bom Jesus, 215- 1º AndarBairro: Recife AntigoCidade: RecifeCEP: 50030-170
Rio de JaneiroFederação das Associação Com., Ind. e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro - FACERJPresidente: Jésus Mendes CostaRua: Rua do Ouvidor, 63 6º AndarBairro: CentroCidade: Rio de JaneiroCEP: 20040-030
Rio Grande do NorteFederação das Associações Comerciais do Rio Grande do Norte - FACERNPresidente: Nilson Tavares Morais Rua: Av. Duque de Caxias, 191Bairro: RibeiraCidade: NatalCEP: 59012-200
Rio Grande do SulFederação das Associações Com. e de Serv. do Rio Grande do Sul - FEDERASUL Presidente: José Paulo Dornelles Cairoli Rua: Largo Visconde do Cairu, 17- 6º AndarBairro: Palácio do ComércioCidade: Porto AlegreCEP: 90030-110
RondôniaFederação das Associações Com. e Industriais do Estado de Rondônia - FACERPresidente: Ednei Pereira dos SantosRua: Duque de Caxias, 740 A, Ednei Pereira dos SantosBairro: CaiareCidade: Porto VelhoCEP: 78900-040
RoraimaFederação das Associações Comerciais e Industriais de Roraima - FACIRPresidente: Francisco Derval da Rocha FurtadoRua: Av. Jaime Brasil, 3223- 1º AndarBairro: CentroCidade: Boa VistaCEP 69301-350
Santa CatarinaFederação das Associações Comerciais e Empresariais de Santa Catarina - FACISCPresidente: Luiz Carlos Furtado Neves Rua: Av. Pref. Osmar Cunha, 183 Bl C- Sala 601 - Ed. Ceisa CenterCidade: FlorianópolisCEP: 88015-900
São PauloFederação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo - FACESPPresidente: Alencar BurtiRua: Boa Vista, 51 - 09º AndarCidade: São PauloCEP: 01015-911
SergipeFederação das Associação Com., Ind. e Agropastoris do Estado de Sergipe - FACIASEPresidente: Lauro Aurélio Vieira Sampaio VasconcelosRua: José do Prado Franco, 557Bairro: CentroCidade: AracajuCEP: 49010-110
TocantinsFederação das Associações Com. e Ind. Do Estado de Tocantins - FACIETPresidente: Pedro José FerreiraRua: ACSE 1 Qd 104 Sul, Conj. 2 , salas 205/206 1º Andar Lote 17Cidade: PalmasCEP: 77100-030
Instituições
AcreFederação das Associações Comerciais e Empresariais do Acre - FEDERACREPresidente: Rubenir Nogueira GuerraRua: Av. Ceará, 2351 Bairro: CentroCidade: Rio BrancoCEP: 65900-460
AlagoasFederação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas - FEDERALAGOASPresidente: Sérgio Papini de Mendonça UchôaRua: Sá e Albuquerque, 467Bairro: JaraguáCidade: MaceióCEP: 57025-901
AmazonasFederação das Associações Comerciais e Empresariais do Amazonas - FACEAPresidente: José dos Santos da Silva AzevedoRua: Guilherme Moreira, 281, TérreoBairro: CentroCidade: ManausCEP: 69005-300
BahiaFederação das Associações Comerciais do Estado da Bahia - FACEBPresidente: Clóves Lopes CedrazRua: Miguel Calmom, 308 Ed. Nelson de Faria - 8°andarCidade: SalvadorCEP: 40015-010
CearáFederação das Associações Comerciais do Ceará - FACCPresidente: João Porto GuimarãesRua: Dr. João Moreira, 207Bairro: CentroCidade: FortalezaCEP: 60030-000
Distrito FederalFederação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal - FACIDFPresidente: Fernando Pedro de Brites Rua: SCS Qda.02 - Ed.Palácio do Comércio - 1°andarCidade: BrasíliaCEP: 70318-900
Espírito SantoFederação das Associações Comerciais Industriais e Agropastoris do Estado do Espírito Santo - FACIAPESPresidente: Arthur AvellarRua: Av. Jerônimo Monteiro, Ed. Henrique Lages, 268, 4°andarBairro: CentroCidade: VitóriaCEP: 29010-002
GoiásFederação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Góias - FACIEGPresidente: Ridoval Darci ChiarelotoRua: 143, Quadra 66, Lote 01, Setor MaristaCidade: GoiâniaCEP: 74170-110
MaranhãoFederação das Associações Empresariais do Maranhão - FAEMPresidente: Júlio César Teixeira NoronhaRua: Pç.Benedito Leite, 264Bairro: CentroCidade: São LuísCEP: 65010-080
Mato GrossoFederação das Associações Com. e Empresariais do Estado do Mato Grosso - FACMATPresidente: Pedro Jamil NadafRua: Galdino Pimentel, 14- 2ª Sobreloja -Ed. Palácio do ComércioCidade: CuiabáCEP: 78005-020
Minas GeraisFederação das Associações Com., Industriais, Agropecuária e Serv. Do Estado de Minas Gerais - FEDERAMINASPresidente: Artur Lopes Filho Rua: Av. Afonso Pena, 726 15º AndarBairro : CentroCidade: Belo HorizonteCEP: 30130-002
Mato Grosso do SulFederação das Associações Com. e Ind.do Mato Grosso do Sul - FACIMSPresidente: Leocir Paulo MontagnaRua: Brasil, 205 Anexo ao Sebrae/MSBairro: CentroCidade: Campo GrandeCEP: 79010-230
ParáFederação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará - FACIAPAPresidente: Altair Corrêa VieiraRua: Av. Presidente Vargas, 158 5º AndarCidade: BelémCEP: 66010-000
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