revista empresa brasil 90

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MPES BATEM RECORDE DE VENDAS PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM 2012 Empresa Brasil Ano 10 l Número 90 l Janeiro de 2013 um ano decisivo para a economia brasileira 2013 Depois de dois anos consecutivos de PIB medíocre, Brasil corre o risco de ficar fora da elite dos países emergentes

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Edição 90 da Revista Empresa Brasil da CACB.

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Page 1: Revista Empresa Brasil 90

MPES BATEM RECORDE DE VENDAS PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM 2012

Empresa Bras

il

Ano 10 l Número 90 l Janeiro de 2013

um ano decisivo paraa economia brasileira

2013Depois de dois anos consecutivos de PIB medíocre, Brasilcorre o risco de fi car fora da elite dos países emergentes

Page 2: Revista Empresa Brasil 90

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doEstado do Acre – FEDERACREPresidente: George Teixeira PinheiroAvenida Ceará, 2351 Bairro: CentroCidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado deAlagoas – FEDERALAGOASPresidente: Kennedy Davidson Pinaud CalheirosRua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIAPresidente: Nilton Ricardo Felgueiras Faria e SousaRua General Rondon, 1385 Bairro: CentroCidade: Macapá CEP: 68.900-182

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariaisdo Amazonas – FACEAPresidente: Valdemar PinheiroRua Guilherme Moreira, 281Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300

Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado daBahia – FACEBPresidente: Clóves Lopes CedrazRua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070

Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACCPresidente: João Porto GuimarãesRua Doutor João Moreira, 207 Bairro: CentroCidade: Fortaleza CEP: 60.030-000

Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais eIndustriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDFPresidente: José Sobrinho BarrosSAI Quadra 5C, Lote 32, sala 101Cidade: Brasília CEP: 71200-055

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Espírito Santo – FACIAPESPresidente: Amarildo Selva LovatoRua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEGPresidente: Ubiratan da Silva LopesRua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

Maranhão – Federação das Associações Empresariais doMaranhão – FAEMPresidente: Domingos Sousa Silva JúniorRua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis.Bairro: São Francisco- São Luís- MaranhãoCEP: 65.076-360

Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais do Estado do Mato Grosso – FACMATPresidente: Jonas Alves de SouzaRua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020

Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais doMato Grosso do Sul – FAEMSPresidente: Antônio Freire Rua Quinze de Novembro, 390Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917

Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINASPresidente: Wander Luís SilvaAvenida Afonso Pena, 726, 15º andarBairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002

Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doPará – FACIAPAPresidente: Olavo Rogério Bastos das NevesAvenida Presidente Vargas, 158 - 5º andarBairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000

Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais daParaíba – FACEPBPresidente: Alexandre José Beltrão MouraAvenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andarBairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doParaná – FACIAPPresidente: Rainer ZielaskoRua: Heitor Stockler de Franca, 356Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais de Pernambuco – FACEPPresidente: Jussara Pereira BarbosaRua do Bom Jesus, 215 – 1º andarBairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACPPresidente: José Elias TajraRua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207.Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: CentroCidade: Teresina CEP: 64.001-060

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJPresidente: Jésus Mendes CostaRua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: CentroCidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030

Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do RioGrande do Norte – FACERNPresidente: Itamar Manso Maciel JúniorAvenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200

Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e deServiços do Rio Grande do Sul - FEDERASULPresidente: Ricardo RussowskyRua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andarPalácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110

Rondônia – Federação das Associações Comerciaise Industriais do Estado de Rondônia – FACERPresidente: Gerçon Szezerbatz ZanattoRua Dom Pedro II, 637 – Bairro: CaiariCidade: Porto Velho CEP: 76.801-151

Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais deRoraima – FACIRPresidente: Jadir Correa da CostaAvenida Jaime Brasil, 223, 1º andarBairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350

Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISCPresidente: Alaor Francisco TissotRua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540

São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado deSão Paulo – FACESPPresidente: Rogério Pinto Coelho Amato Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001

Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Estado de Sergipe – FACIASEPresidente: Alexandre Santana PortoRua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: CentroCidade: Aracaju CEP: 49.010-110

Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriaisdo Estado de Tocantins – FACIETPresidente: Pedro José Ferreira103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA -Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversifi cada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às in-formações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

DIRETORIA DA CACBBIÊNIO 2011/2013

PRESIDENTEJosé Paulo Dornelles Cairoli - RS

1º VICE-PRESIDENTESérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTESDjalma Farias Cintra Junior - PEJésus Mendes Costa - RJJosé Sobrinho Barros - DFLuiz Carlos Furtado Neves - SCRainer Zielasko - PRReginaldo Ferreira - PARogério Pinto Coelho Amato - SPSérgio Roberto de Medeiros Freire - RNWander Luis Silva - MG

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAISSérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTE ESTRATÉGIGOEdson José Ramon - PR

DIRETOR-SECRETÁRIOJarbas Luis Meurer - TO

DIRETOR-FINANCEIROGeorge Teixeira Pinheiro - AC

CONSELHO FISCAL TITULARESJonas Alves de Souza - MSMarcito Aparecido Pinto - ROPedro José Ferreira - TO

CONSELHO FISCAL SUPLENTESAlexandre Santana Porto - SELeocir Paulo Montagna - MSValdemar Pinheiro - AM

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIAAvani Slomp Rodrigues

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIOMarduk Duarte

COORDENADORA DE ASSUNTOS INSTITUCIONAISLuzinete Marques

COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIALfróes, berlato associadas

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIALNeusa Galli FróesRejane GomesThais Margalho

COORDENADOR DO EMPREENDERCarlos Alberto Rezende

COORDENADOR NACIONAL DA CBMAEValério Figueiredo

COORDENADOR DO PROGERECSLuiz Antonio Bortolin

SCS Quadra 3 Bloco ALote 126Edifício CACB61 3321-131161 3224-003470.313-916 Brasília - DF

Site: www.cacb.org.br

Federações CACB

Page 3: Revista Empresa Brasil 90

Janeiro de 2013 3

Foram várias as tentativas do governo ao longo de 2012 no sentido de estimular o crescimento da economia. Infelizmente, apesar do otimismo do ministro da Fazenda, Guido Mantega, todas foram em vão. E mesmo a mais pessimista das previsões acabou fi cando muito além da realidade do

PIB brasileiro, que, segundo antecipou o boletim Focus, do Banco Central, deverá fi car abaixo de 1%.

Dado o desempenho da economia nesses dois últimos anos, em que o PIB teve um resultado medíocre, 2013 tornou-se um ano crucial não somente para o parti-do que detém o poder no Brasil. Muito mais relevante do que isso é a necessidade de manter o país no rumo certo. Com um PIB crescente, há maiores probabilidades de reduzir a desigualdade social, de gerar empregos e atrair mais investimentos. Já uma economia que apresenta um PIB em queda sinaliza maus augúrios, entre esses – o mais grave – a instalação progressiva de um ambiente de desconfi ança altamente nefasto aos negócios e a tudo aquilo que deles se origina.

É nessas horas que se revelam os verdadeiros líderes pragmáticos imbuídos de preceitos éticos, mas nunca fanatizados por ideologias.

Nesse sentido, a equipe econômica tem uma grande oportunidade para conser-tar tudo o que há de errado no atual modelo adotado pelo governo. Em vez de pri-vilegiar o consumo, a hora é de apertar os cintos e partir para uma série de medidas realmente reformadoras. O certo é que o Brasil dispõe de grande potencial de cres-cimento, entretanto o caminho para isso inclui não somente a reforma dos gastos públicos, mas também as chamadas reformas estruturais necessárias para ampliar a produtividade e a competitividade, sem falar no estímulo à poupança interna.

É justamente em função desse quadro que a CACB deverá retomar, em 2013, uma de suas bandeiras mais importantes, ou seja, a instituição de um novo sistema tributário. Devido à banalização da chamada “reforma tributária”, a CACB propõe uma nova mobilização em favor não somente da simplifi cação dos tributos no Brasil, mas da rediscussão sobre o sistema como um todo.

De outra parte, o governo federal precisa reduzir o grau de intervenção na eco-nomia, sob pena de ampliar o grau de incertezas dos empreendedores para além daquelas que são típicas da dinâmica dos próprios mercados. Tome-se, por exemplo, a questão da infraestrutura como um dos fatores de desenvolvimento do PIB.

Sabe-se que o Brasil investe anualmente em infraestrutura pouco mais de 2% do PIB e que outros países latino-americanos, como Chile e Colômbia, investem algo entre 5% e 6% do PIB. E a economia desses países está crescendo a taxas de 5% ao ano, enquanto nós temos de recorrer a incontáveis pacotes para tentar crescer 2%. Diante desse quadro, é fácil constatar que precisamos pelo menos dobrar o nosso investimento em infraestrutura como proporção do PIB. Se o fi zermos, creio que não é demais imaginar que nossa taxa potencial de crescimento anual possa aumentar de um ponto percentual ou até mais. O que nos falta é exatamente uma maior clari-vidência sobre as verdadeiras variáveis que conduzem ao crescimento da economia.

Um ano crucial para a economia brasileira

PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

Page 4: Revista Empresa Brasil 90

4 Empresa Brasil

3 PALAVRA DO PRESIDENTE

Dado o desempenho da

economia nesses dois últimos

anos, em que o PIB teve um

resultado medíocre, 2013

tornou-se um ano crucial no

sentido de manter o país no

rumo certo.

5 PELO BRASIL

Brasileiros pagaram R$ 1,55 tri

em tributos em 2012.

8 CAPA

Em 2013, status do Brasil como

país do Bric está em xeque.

12 CASE DE SUCESSO

Núcleo de Arquitetura da

Associação Comercial de Maceió

investe no mercado de luxo

14 FEDERAÇÕES

Inovação é a chave para

aumentar a competitividade, diz

Pedro José Ferreira, presidente

da Federação das Associações

Comerciais e industriais do

Estado do Tocantins.

17 CBMAE

Entregue no Rio a 2ª Edição do

Prêmio Conde dos Arcos.

18 DESTAQUE CACB

Conaje completa 15 anos e

mostra a força dos jovens

empresários.

20 NEGÓCIOS

MPEs têm recorde de vendas

para a administração pública.

22 COMÉRCIO EXTERIOR

Saldo da balança comercial tem

o pior desempenho desde 2002.

24 INVESTIMENTOS

Empresas chinesas ampliam

aposta no mercado brasileiro.

26 EMPREENDEDORISMO

Até que ponto funciona a

teoria das 10 mil horas.

28 CRÉDITO

Bancos têm prazo para

cumprir disposições do

Cadastro Positivo.

30 LIVROS

Os desafi os da Petrobras

diante do pré-sal.

30 ARTIGO

Os Desafi os da Infraestrutura,

por Armando Castelar.

ÍNDICE

EXPE

DIE

NTE

Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróesfróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - [email protected] gráfi co: Vinícius KraskinDiagramação: Kraskin ComunicaçãoFoto da capa: Goodluz/Fotolia.comRevisão: Flávio Dotti CesaColaboradores: Thaís Margalho, Carina Jung e Rejane GomesExecução: Editora Matita Perê Ltda.Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - [email protected] Impressão: Arte Impressa Editora Gráfi ca Ltda. EPP

SUPLEMENTO ESPECIAL

Cooperativas e empresas recebemconsultoria do Sebrae

8 CAPA

14 FEDERAÇÕES

22 COMÉRCIO EXTERIOR

Page 5: Revista Empresa Brasil 90

Janeiro de 2013 5

Empresários debatem aumento de impostos com prefeito de Dourados (MS)

Descontentes com as alterações na Lei do Código Tributário de Dou-rados (MS), empresários da Associa-ção Comercial convidaram o prefeito municipal, Murilo Zauith, e seus se-cretários para buscar soluções para projetar o desenvolvimento da cida-de sem exorbitar na cobrança dos impostos e taxa.

A partir de uma alteração apro-vada na Câmara de Vereadores, se-riam reajustados impostos sobre pro-pagandas em geral, como outdoors e letreiros nas fachadas das lojas. A

medida também atinge taxistas, mo-totaxistas, ciclistas e carroceiros que utilizam esses meios de transporte como trabalho. Atualmente um mo-totaxista paga R$ 36 por ano para trabalhar. Com o aumento, esse va-lor saltaria para R$ 200. Já o taxista, que paga R$ 78, terá que desembol-sar R$ 500.

Após escutar o apelo dos presen-tes, o prefeito solicitou ao presidente da Aced que as entidades entreguem posteriormente sugestão de alteração nos valores da Lei Complementar.

PELO BRASIL

Brasileiros pagaram R$ 1,55 tri em tributos em 2012

São Paulo ganha 21ª Câmara de Mediação e Arbitragem

Uma das principais bandeiras da CACB em 2012 foi a necessidade de uma urgente refor-ma tributária. Até o fe-chamento desta edição, o país tinha arrecadado

cerca de R$ 7,5 trilhões em impostos – o equi-valente a 2,3 trilhões de salários mínimos –, dos quais a União foi responsável por 70% da arrecadação.

A carga tributária, correspondente a 35% do PIB, ainda é associada a um péssimo retorno em serviços públicos, conforme estudo do Ins-tituto Brasileiro de Plane-

jamento Tributário (IBPT). Em 2012 foram neces-sários 252 dias para a arrecadação chegar à marca do trilhão, 15 dias antes da de 2011 e mais cedo a cada ano.

A 21ª Câmara de Mediação e Arbitra-gem do Estado da rede CACB/CBMAE em São Paulo foi instalada no início de dezembro na Associação Comercial e Industrial de São José do Rio Pardo. Na ocasião, também foram entregues os certifi cados dos especialistas em Mediação e Arbitragem que fi zeram o curso de especialização. Partici-param da solenidade o presidente da asso-ciação, Izonel Tozini, o prefeito municipal, João Luís Cunha, e a vereado-ra Rosangela Berti, que representou a Câmara de Vereadores, além dos consultores da CBMAE.Prefeito de Dourados, Murilo Zauith, participa de reunião

de empresários para debater o ‘tarifaço’

Page 6: Revista Empresa Brasil 90

6 Empresa Brasil

PELO BRASIL

Rede Verde e Amarela passa a realizar reuniões semanais de gestão

Governador Eduardo Campos é homenageado na associação comercial de Caruaru

Em 2013, a rede Verde e Amare-la, convênio assinado entre a Confe-deração das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e a Boa Vista Serviços (BVS) para a prestação de inúmeros serviços dentro do Programa de Geração de Receitas e Serviços (Progerecs) – en-tre os quais o de proteção ao crédito –, passa a realizar reuniões semanais de planejamento e execução. A partir desse boletim as decisões e o cronograma do convênio poderão ser acompanhados mais de perto.

O encerramento das atividades de 2012 na Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic), em Pernambuco, contou com a presen-ça de autoridades como o governador, Eduardo Campos, o vice, João Lyra Neto, o deputado federal Wolney Queiroz e o vice-prefeito de Caruaru, Jorge Gomes. A noite de homenagens elegeu os empresários Luciano Ferreira, Rodrigo Pinheiro e Luzinete Lemos, respectivamente, para os prêmios de Empresário do Ano, Jovem Empresário do Ano e Executiva do Ano.

Ao longo de 2012, a Asso-ciação Comercial, Industrial e Empresarial de Rondonópolis (Acir), no interior do Mato Gros-so, realizou diversas ações em prol do bem-estar da sociedade. Foram duas doações para o Hospital de Câncer, campanhas de educação no trânsito, campa-nhas de reciclagem e educação ambiental.

Para o presidente da Acir, Edson Ferreira, o papel da enti-dade é também o de promover o fortalecimento da comunida-de. As ações socioambientais objetivam contribuir com uma sociedade mais justa e mais organizada, e a Acir acredita na união de esforços. Para tanto, sempre está à disposição para promover e auxiliar em projetos que tenham em sua defi nição o incentivo ao esporte, o cuidado com o meio ambiente, a melho-ria da saúde da população e em tudo que for importante para transformar a cidade num lugar melhor para viver.

Ações sociais movimentam Rondonópolis (MS)

Equipes da CACB/Progerecs e BVStraçaram estratégias de crescimento

Governador Eduardo Campos participou daconfraternização empresarial em Caruaru Acir promoveu maratona

em Rondonópolis

Page 7: Revista Empresa Brasil 90

Janeiro de 2013 7

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e

Núcleo setorial promove curso de marcenaria em Toledo (PR)

Federasul e Assembleia Legislativa entregam prêmios Líderes & Vencedores 2012

A partir de uma parceria entre a Associação Comercial e Empresa-rial de Toledo (Acit) e o Senai, será viabilizado um curso destinado a oportunizar a iniciação profi ssional aliada à formação cidadã, con-vergindo a demanda da indústria para a necessidade de inclusão de profi ssionais. O curso será gratui-to, destinado a pessoas que não estejam empregadas, com idade mínima de 16 anos e que tenham concluído pelo menos até a quarta série do ensino fundamental.

No total serão 160 horas de aulas, e ao fi nal o aluno deverá ser capaz de auxiliar na montagem e

desmontagem de móveis, reali-zar pequenos reparos, instalar e substituir puxadores, dobradiças e fechaduras, ajustar portas, gave-tas e acessórios em geral, realizar acabamentos de superfícies em móveis e restaurar peças imobiliá-rias. As aulas terão início em 18 de fevereiro e serão realizadas na ofi ci-na de marcenaria da Aldeia Infantil Betesda, às segundas, quartas e sextas-feiras, das 18h30 às 22h40. As inscrições podem ser feitas na Acit, pelo telefone (45) 3055-4635, ou pelo e-mail [email protected], e também no Senai, pelo telefone (45) 3379-6150.

O presidente da CACB, José Paulo Dornelles Cai-roli, entre outras autoridades, recebeu a 18ª edição do Prêmio Líderes & Vencedores. O evento é promovi-do em conjunto pela Federação das Associações Co-merciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federa-sul) e pela Câmara Legislativa desde 1995. O Prêmio tem por objetivo valorizar o sucesso e destacar o êxito de personalidades, empresas e projetos sociais e culturais edifi cadores para o Rio Grande do Sul. As comissões indicadoras e julgadoras escolheram 12 personalidades e projetos nas categorias empresarial, política, cultural e comunitária.

Os agraciados com o Prêmio Líderes & Vencedores 2012 são os seguintes. Categoria Mérito Político: José Ivo Sartori, Tarso Genro e Marco Maia; Categoria Su-cesso Empresarial: José Paulo Dornelles Cairoli, Walter Lídio Nunes, Oskar Coester; e Categoria Destaque Comunitário: Projeto Mão Amiga (Caxias do Sul), ACM Vila Restinga Olímpica e Centro Social Marista Cesmar.

A falta de mão de obra qualifi cadana área de marcenaria foi debatidaem Encontro Empresarial

Os presidentes da Federasul, Ricardo Russowsky, e da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Alexandre Postal, anunciam os vencedores do 18º Prêmio Líderes & Vencedores

Page 8: Revista Empresa Brasil 90

8 Empresa Brasil

Depois de dois anos consecutivos de crescimento medíocre do PIB, analistas preveem uma recuperação em 2013; entretanto, se isso não acontecer, país ficará fora da elite dos emergentes

Apesar de uma séria sucessi-va de pacotes de estímulo ao consumo lançados pelo governo, em 2012 a eco-

nomia brasileira fi cou longe das pro-jeções do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que, no início do ano, pre-viu um crescimento de 4%. Segundo o boletim Focus, do Banco Central, o mercado encerrou o ano estimando que o crescimento do Produto Inter-no Bruto (PIB) fi cou abaixo de 1%.

Os analistas consultados previram que o PIB do ano passado teria uma expansão de 0,98%, mas a perspec-tiva para 2013 foi mantida em 3,3%.

Segundo dados de pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), na comparação do PIB do Brasil de 2012 com os outros integrantes do Brics, a China se destaca como o país com o maior crescimento, 7,5%. Na sequência, a Índia aparece com um crescimento de 4,5%, contra 3,4% da Rússia e 2,6% da África do Sul.

“Em 2013, o Brasil deve enfrentar uma encruzilhada econômica: ou o país volta a crescer de forma acele-rada – no patamar dos 3% ou 4% –, ou até seu status de ‘Bric’ começará a ser questionado”, afi rmou à BBC

CAPA

Em 2013, status do Brasil como país do Bric está em xeque

O Brics – Brasil, Rússia, Índia,

China e África do Sul (incorporada

recentemente) – é um grupo heterogêneo

de países com diferentes

sistemas políticos

Page 9: Revista Empresa Brasil 90

Janeiro de 2013 9

Jim O’Neill:“Medidas de estímulo econômico aprovadas pelo governo no segundo semestre de 2012, como a desoneração de alguns setores e a desvalorização do real, além da queda da taxa básica de juros, devem ser sufi cientes para impulsionar o PIB em 2013”

Brasil o analista Jim O’Neill, do ban-co Goldman Sachs. Foi O’Neill quem criou, em 2001, o acrônimo Bric para designar as nações emergentes que em 2050, segundo suas previsões, igualariam seu peso econômico ao de países do mundo rico.

Otimista com o potencial de cres-cimento do Brasil a partir de 2013, O’Neill afi rmou que o país deve voltar a crescer, alcançando um crescimen-to de 4% a 5% já em 2014.

Para ele, as medidas de estímulo econômico aprovadas pelo governo no segundo semestre de 2012 devem ser sufi cientes para impulsionar o PIB em 2013. Ele faz referência a desone-ração de alguns setores e a desvalori-zação do real, além da queda da taxa básica de juros (Selic) de 12,5%, em julho, para os atuais 7,25%.

“Mas se isso não ocorrer e o cres-cimento brasileiro voltar a decepcio-nar, como em 2012, o status do Brasil como um país do Bric de fato será co-locado em xeque”, disse O’Neill.

Wilber Colmerauer, diretor da consultoria Brasil Funding, em Lon-dres, concorda que 2013 é decisivo para a economia brasileira após um ano marcado pelo fi m da euforia dos mercados e investidores internacio-nais em relação ao país.

Em 2010, o entusiasmo com o Brasil foi infl ado por um crescimento de 7,5% do PIB. A alta de 2,7% de 2011 foi interpretada por analistas como um ajuste sobre o ano anterior – em que o país teria crescido mais que seu PIB “potencial”, de 4%.

“Mas neste fi nal de 2012 é possí-vel que haja até um excesso de pessi-mismo sobre o Brasil, potencializado pelo crescimento menor que 1%”,

diz Colmerauer.Para o analista, para ajustar as ex-

pectativas sobre a economia brasilei-ra é importante que em 2013 o país demonstre que tem condições “de iniciar uma trajetória de crescimen-to sustentável”, em vez de apenas “mais um ciclo curto de expansão” – o que alguns economistas chamam de “voo de galinha”.

Entretanto, não há consenso so-bre a recuperação da economia brasi-leira em 2013. O Banco Fator aposta em crescimento de 3,2%, o Morgan Stanley, em 2,8%, e a MB Associa-dos, em 3% a 3,5%. Já o Fundo Mo-netário Internacional (FMI) reduziu de 3,9% para 3,6% a projeção para o crescimento do mundo em 2013.

O economista-chefe do Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que esse quadro de menor expansão global vai prejudicar as exportações brasileiras, e a China avançará em um ritmo menos expressivo – o FMI re-duziu de 8,4% para 8,2% a projeção para o PIB chinês em 2013.

Page 10: Revista Empresa Brasil 90

10 Empresa Brasil

CAPA

As perspectivas para as exportações contribuíram para Gonçalves cortar de 4% para 3,2% a estimativa para o crescimento brasileiro em 2013, mas ele se mostra mais pessimista em re-lação ao investimento. Segundo ele, o cenário mundial contamina os planos de investir das empresas pelo temor do impacto no crescimento doméstico.

O economista-chefe para o Brasil do Morgan Stanley, Arthur Carvalho, também acredita que a recuperação brasileira em 2013 será limitada pelo cenário externo. “As exportações so-frem, mas o canal mais importante é o do investimento”, diz Carvalho. Ele destaca que as projeções do Morgan Stanley para o mundo são mais pes-simistas que as de boa parte dos ana-listas – para a China, o banco espera crescimento de 7,8% em 2013, abai-xo dos 8,2% do FMI. Para os EUA, a aposta é de um avanço de 1,4%, enquanto o Fundo estima 2,1%.

Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, também é cauteloso. Considera 2013 como um ano de transição, dado o quadro negativo do cenário internacional. Mesmo o pro-grama e concessões anunciado pela presidente Dilma Rousseff, segundo ele, fi cará em compasso de espera.

Bastante otimistas com o desem-penho do PIB de 2013, em outubro, o Bradesco e o Itaú, em dezembro, reviram suas projeções.

Octavio Barros, economista-chefe do Bradesco, que via espaço para o Brasil crescer 4% em 2013, “ou até um pouco mais”, reviu para 3,5%. “O PIB é a variável que mais pode surpreender. Se, por um lado, há res-trições de oferta que podem impedir uma expansão mais forte no médio

prazo, por outro, temos uma eco-nomia com um estoque elevado de estímulos acumulados que, diante de um quadro global eventualmen-te mais favorável do que o imagina-do, podem resultar em crescimento maior do que o previsto”, afi rmou.

Para o Itaú, crescimento do PIB vai ser menor do que o esperado pelo mercado e pelo próprio banco ante-riormente. O banco reviu sua projeção de crescimento para a economia bra-sileira este ano, de 1,5% para 0,9%, e para 2013, de 4% para 3,2%.

A revisão teve por base o resultado mais baixo do terceiro trimestre des-te ano, quando o PIB cresceu 0,6% sobre o trimestre anterior, quando a previsão era de aumento de mais de 1%. “Com o cenário de fraqueza da atividade econômica, acreditamos que o governo optará por juros menores e câmbio mais depreciado para estimu-lar o crescimento”, diz o relatório da equipe comandada pelo ex-diretor do Banco Central Ilan Goldfajn.

Com a queda da previsibilidade da política econômica é difícil dizer qual desses indicadores – taxa Selic, câmbio e PIB – pode surpreender mais, segundo Maílson da Nóbrega. “Quando quase tudo depende da vontade do governo, qualquer cená-rio é possível, mas nossa previsão é de um PIB abaixo de 3%.”

País Previsão de crescimento do FMI

Brasil 3%

Rússia 4%

Índia 6,9%

China 8,2%

PIB 2013

Mailson da Nóbrega:

“Com a queda da

previsibilidade da política

econômica é difícil dizer qual desses indicadores – taxa Selic,

câmbio e PIB – pode

surpreender mais”

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O ex-presidente do Banco Cen-tral, Gustavo Franco, acredita que há condições para que o país cresça bem mais em 2013, ao redor de 4%, desde que o ambiente de negócios melhore rapidamente. “Tudo está em aberto para o próximo ano”, afi rmou em palestra na Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital em São Paulo.

Franco reafi rmou a necessida-de de o Brasil ter mais investimento por unidade de produção, o que, na sua avaliação, requer mais disposição das empresas a tomar risco e olhar o futuro com mais otimismo. “Várias medidas têm sido feitas, entre elas a redução dos juros, e há um desejo de melhorar o ambiente empresarial, mas o setor privado ainda enxerga os esforços governamentais com certa desconfi ança.”

Esse ambiente empresarial de des-confi ança, segundo Franco, ocorreu “em razão de ambiguidades: se o go-verno quer ser amigável ou não ao ca-pital e às empresas”. Para Franco, tais dúvidas estão “travando” a ação do setor privado no Brasil.

“O que a gente vê pelas ema-nações do Planalto é que o governo gostaria de reafi rmar sua posição pró-mercado, e estão enganados aque-les que dizem que o governo não é pró-mercado”, destacou. “Mas, se as pessoas estão enganadas, então, por favor, que seja esclarecido. Está me parecendo que está a caminho alguma forma de reafi rmação da fé

governamental na economia de mer-cado e nas empresas.”

De acordo com Franco, há várias medidas que podem estimular o am-biente de negócios no Brasil, entre elas a redução da carga tributária e a defi -nição de regras claras e efi cientes no aspecto regulatório para vários setores produtivos. “Há agendas positivas para serem feitas. O próprio PT mudou com-pletamente sua forma de atuar na eco-nomia de modo a enfrentar melhor os desafi os da conjuntura e abandonou os ideais históricos. Já fez isso uma, duas, cinco vezes e pode fazer mais”, disse. “E se o Palácio insiste em dizer que a presidente é pragmática, eu acho que a mensagem é que eles estão dispostos a considerar essas outras coisas de ou-tra maneira, que poderiam ser descritas como uma agenda liberal, empresarial, como factíveis.”

Ambiente empresarial dedesconfi ança inibe investimentos

Gustavo Franco:“Há várias medidas que podem estimular o ambiente de negócios no Brasil, entre elas a redução da carga tributária e a defi nição de regras claras e efi cientes no aspecto regulatório para vários setores produtivos”

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12 Empresa Brasil

Da reunião informal de um grupo de empresários até a consolidação do Núcleo de Arquitetura, Decoração

e Design da Associação Comercial de Maceió foi percorrido um caminho longo de conscientização que nos últi-mos dois anos tem rendido bons frutos ao mercado local nesse segmento. O ano de 2012 se encerrou com cha-ve de ouro com a realização do Con-gresso Panamericano de Arquitetos, em novembro, na capital alagoana. Profi ssionais que compõem o Núcleo participaram e tiveram peças de design

premiadas neste que é o maior evento promovido pela Federación Panameri-cana de Asociaciones de Arquitectos (FPAA) e que reuniu grandes nomes da arquitetura nacional e internacional.

Outro ponto alto foi a realização de palestra, em agosto, na Associação Comercial de Maceió, com o consultor Carlos Ferreirinha, principal referência em gestão do negócio do luxo e pre-mium no Brasil e América Latina. O evento, que reuniu 450 empresários, teve grande impacto no mercado de arquitetura, design e decoração em Alagoas. É para esse mercado de luxo,

CASE DE SUCESSO

Núcleo de Arquitetura de Maceió investe no mercado de luxoNúcleo formado por empresas de pequeno porte começou há 16 anos de maneira informal. Um dos principais ganhos é a troca de experiências e o compartilhamento de novidades e inovações

Palestra na Associação Comercial de Maceió, com o consultorCarlos Ferreirinha

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com crescimento signifi cativo no Brasil nos últimos anos, que as empresas que integram o Núcleo de Arquitetura es-tão voltadas. “A palestra foi muito im-portante porque mostrou que é preciso ter algo mais a oferecer aos clientes e que é necessário pensar no amanhã, na sobrevivência das empresas”, desta-ca a coordenadora do Núcleo, Suzana Wanderley Gomes de Barros Costa.

Participam atualmente do Núcleo de Arquitetura 11 empresas que atuam no mercado de arquitetura, design e decoração. Outras seis não participam tão ativamente do grupo, mas apoiam ações pontuais, segundo Suzana. “Co-meçamos há 16 anos de maneira in-formal com empresas pioneiras no que fazem. Somos formados por empre-sas de pequeno porte que trabalham com produtos diferenciados”, explica. Um dos principais ganhos é a troca de experiências entre as empresas e o compartilhamento das novidades e in-formações obtidas em viagens e cursos feitos por seus integrantes.

A formalização do grupo aconteceu em 2009 e, alguns meses depois, o Nú-cleo de Arquitetura foi responsável pela organização da primeira MilanoMos-traAlagoas (MiMostra), realizada em Milão, na Itália. O evento aconteceu em 2010 simultaneamente à mais impor-tante feira do mundo de arquitetura, decoração e design, fazendo com que pela primeira vez obras de arquitetos brasileiros pudessem ser vistas durante a semana de arquitetura mais infl uente do setor. A mostra reuniu trabalhos de 24 profi ssionais alagoanos premiados pelo Núcleo de Arquitetura de Maceió.

Grupo conta com suporte do EmpreenderHá seis anos, o grupo conta com o suporte do programa Empreender,

que tem ajudado a difundir desde então as ferramentas de gestão e de associativismo. A consultora do Empreender para Alagoas, Cléa Masca-renhas, afi rma que a adesão ao programa foi responsável sobretudo pelo fortalecimento do associativismo entre as empresas. “Já existiam ações do grupo, mas não com o espírito do associativismo”, ressalta.

Nos últimos dois anos (2011 e 2012), as atividades do Empreender junto ao Núcleo tiveram foco na gestão, com a capacitação dos empre-sários, qualifi cação dos funcionários e consultoria fi nanceira. Ela destaca que as empresas trabalhavam bastante a questão do marketing das lojas e esqueciam de aspectos de gestão. Como exemplo, cita o caso de uma empresa que mantinha duas lindas lojas em Maceió, sendo que uma delas sempre fechava o mês no vermelho. A partir de um estudo, verifi cou-se que não havia necessidade de manter as duas lojas e, com isso, a em-presa investiu na ampliação daquela que estava dando bons resultados.

Uma das principais difi culdades diz respeito à qualifi cação de pro-fi ssionais. É comum as empresas investirem na capacitação de funcio-nários e, depois de algum tempo, esse profi ssional deixa o emprego, tendo a empresa a necessidade de recomeçar o trabalho. Por isso, o Núcleo estuda criar uma espécie de banco de profi ssionais preparados para serem acionados sempre que necessário.

Palestra O Negocio do Luxo reuniu 450 empresários do setor em Alagoas

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14 Empresa Brasil

Empresário da indústria de móveis há mais de 20 anos, Pedro José Ferreira é presidente da Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado do Tocantins (Faciet) e conselheiro do Sebrae no estado. Atualmente, a entidade organiza 22 associações comerciais e cerca de 10 mil e quinhentos empresários. Em 2013, a meta é chegar a 50 associações. Ferreira revela algumas metas da Faciet para os próximos anos e fala do desenvolvimento econômico em Tocantins, da necessidade de inovação e das perspectivas de crescimento a partir da criação do porto de Itaqui.

FEDERAÇÕES

Inovação é a chave para aumentar a competitividade

Empresa Brasil: Em sua opinião, quais devem ser as prioridades na agenda empresarial do país?

Pedro José Ferreira: Sem dúvida alguma, tem que ser focada a inova-ção, não tenho medo de falar isto. As micro e pequenas empresas pre-cisam inovar para produzir mais, ven-der mais, ter mais competitividade e aguentar o tranco da crise.

O senhor vê essa agenda sen-do construída?

Vejo. Sem dúvida. Hoje a pasta de Ciência e Tecnologia tem repassado recursos para os estados aplicarem projetos na área de inovação. No

meu estado, por exemplo, nós vamos receber R$ 8 milhões para trabalhar com projetos de inovação. Lá, já fo-ram selecionados alguns parceiros, inclusive a Federação das Associações Comerciais é uma das selecionadas pela Secretaria de Ciência e Tecnolo-gia para trabalhar nesses projetos.

Como está a aplicação da Lei Geral da Micro e Pequena Empre-sa em Tocantins?

Estamos ótimos. Temos 78% dos municípios dentro da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. E o que falta deve ser incluído de janeiro a março, agora de 2013. Temos uma parceria com o Se-

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Janeiro de 2013 15

brae e estamos trabalhando de maneira muito intensa para isso. Este é um item em que, na avaliação do Sebrae, nós es-tamos com mais de 70% de êxito.

Como foi que a Faciet participou desse processo de aplicação da lei?

O Sebrae tem vários pontos de atendimento no meu estado. Em cada ponto destes, o gerente do Se-brae e o presidente da associação co-mercial visitam o prefeito da cidade e os das cidades vizinhas. Nossas equi-pes realizaram um mutirão regional e fi zeram um trabalho de conscientiza-ção junto aos prefeitos. Normalmen-te, quem faz este contato e cria este convênio é o presidente da associa-ção comercial e o técnico do Sebrae.

O senhor acredita que os em-presários já veem com bons olhos e já entendem a importância da Lei Geral?

Não. Ainda há este problema de entender a importância. Este ainda é um ponto para ser trabalhado. Como o estado de Tocantins é um estado novo, e está cheio de gente que está virando empresário agora, cheio de empreendedores individuais, ainda tem uma parte que não entende per-feitamente o esquema. Mas isso não é surpresa, pois em todos os estados e federações há empresários que não aderiram a este pensamento. A cul-tura da Lei Geral ainda não chega, alguns não dominam esta cultura.

O setor de serviços correspon-de à principal fatia do PIB e tam-bém a boa parcela dos associados. De que forma a federação tem apoiado os empresários do setor?

O setor de serviços no estado do Tocantins tem crescido muito, mas nós ainda não temos uma capilarida-de específi ca para atender este nicho de mercado. Agora, com os núcleos do projeto Empreender, nós estamos buscando alguns nucleados do setor de serviços. Com a expansão que está vindo aí, teremos a participação de mais oito cidades, e já está no nos-so Plano de Metas ampliar a partici-pação junto ao setor de serviços.

Sendo a agropecuária a ativi-dade responsável por aproxima-damente 99% das exportações do estado, especialmente a soja e a carne bovina, qual a expectati-va de crescimento com a amplia-ção do Porto de Itaqui?

Se vocês não tivessem feito esta pergunta, eu teria provocado para fa-zê-la. Nós hoje temos a melhor logís-tica do Brasil. Estamos com a ferrovia norte-sul e com a hidrovia Tocantins-Araguaia para jogar tudo em Itaqui. Precisa fazer três ou quatro inclusas para ligar por hidrovia. A ferrovia já está transportando. E o que vai acon-tecer é que se você colocar o produ-to, como, por exemplo, os grãos de soja e milho que estamos produzindo muito, em vez de colocar a soja no

caminhão e trazer pra São Paulo para embarcar em Paranaguá ou Santos, nós embarcamos em Itaqui. Em vez de a soja vir rodando no transporte rodoviário, ela vai na ferrovia, que é muito mais barato. E ganhamos com-petitividade. E ainda mais, se a soja for para a China ou para o resto da Ásia, ainda é possível passar pelo Ca-nal do Panamá e chega muito mais rápido. É uma logística fantástica. Agora, é evidente que ainda preci-

samos do investimento do governo federal para construir as inclusas para as barragens das hidrelétricas nos rios Araguaia e Tocantins para poder ligar os trechos através da hidrovia.

Já temos sinal de investimento do governo federal?

Sim. Nossos senadores estão tra-balhando nisso. O Mato Grosso e a região Norte, de uma maneira geral, têm muito interesse nisso porque a logística é muito boa, o preço vai fi -car muito mais barato, e tenho fé em Deus que isso vá virar realidade.

Segundo o IBGE, o Tocantins é o Estado brasileiro que apresen-tou maior evolução nos números do PIB. Em 2010 e 2011 cresceu

“Nós, hoje, temos a melhor logística do Brasil. Estamos com a ferrovia norte-sul e com a hidrovia Tocantins-Araguaia para o transporte até Itaqui. Ainda precisamos de três ou quatro inclusas para a ligação por hidrovia. A ferrovia já está transportando”

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16 Empresa Brasil

FEDERAÇÕES

mais do que a China. A que se deve este cenário?

Nesses dois anos chegaram a To-cantins grandes atacadistas. O Extra, o Macro, e o Shopping Capim Doura-do. Com isso, a ascensão do comércio em 2010 e 2011 foi muito grande. Nós hoje, nessa área do comércio, crescemos aproximadamente 70%.

Quais os principais gargalos da economia do estado?

O principal gargalo da economia do estado ainda é a falta de mão de obra e de empregabilidade. Isso porque como o estado é novo, todo mundo que chega quer ser funcioná-rio público, e com isso o setor priva-do está precisando de mão de obra qualifi cada, de gente para trabalhar, e de mais empresas. Agora nós esta-mos abrindo um nicho de mercado pra área de agroindústria, que está indo muito bem e tem gerado em-prego. Tudo começa a melhorar. Nós acreditamos que daqui a dois anos estaremos com a situação nessa área resolvida, ou pelo menos com boa parte. Sem dúvida alguma, não te-mos toda mão de obra necessária por lá, mas temos feito muita coisa nesse sentido, porque na medida em que chegam as grandes lojas ou gran-des investimos na região. Nós preci-samos fornecer mão de obra. E é aí que nós temos o Senac, o Senai e o Sebrae qualifi cando todo mundo. Lá no Tocantins só fi ca sem qualifi cação quem não quer trabalhar.

O que a Faciet espera da políti-ca pública para o aumento da in-serção do agronegócio brasileiro no mercado internacional?

Nós estamos com vários progra-mas voltados para a produção de leite e de carne. Além disso, a Faciet está qualifi cando e procurando fazer projetos na área, no sentido de mos-trar ao setor do agronegócio que pre-cisamos vender bem, competir bem, embalar bem o nosso produto, então estamos mais na área de logística e atendimento ao cliente, que é uma área que sempre foi carente. Tanto o Sebrae como a Faciet estão realizan-do essas atividades.

Quais são as áreas mais atra-entes para quem quer investir na economia do estado?

Para quem quer investir no estado a área imobiliária é muito atrativa, a área de grãos está muito atrativa por-que ainda é o estado que tem maior estoque de terra barata – para plan-tar soja, milho, etc. Com a logística da ferrovia Norte-Sul para levar os grãos diretamente para Itaqui, vai fi -car muito mais fácil produzir soja. A terra ainda é barata e a produtividade de grãos está em alta. Nós chegamos a colher de 70 a 80 sacas por hec-tare, e já estamos trabalhando com o plantio direto, que também é um tipo de plantio mais competitivo. E isso tudo também são tecnologias que o Sebrae, por estar no estado, tem passado a todo agricultor, para

todo mundo que quiser trabalhar. O agronegócio sem dúvida alguma será um bom setor para investir, um bom nicho de mercado em Tocantins.

O Empreender no Tocantins tem cases de sucesso importantes, como o do Núcleo do Babaçu. Para o próximo edital do Empreender Competitivo a entidade concorre com este e mais dois projetos de relevo. Quais as perspectivas den-tro do projeto para 2013?

São 15 cidades, 72 núcleos. Só este ano cinco cidades começaram com suas atividades, o que dá em média 3, 4 núcleos por cidade. Sem dúvida alguma que nesses núcleos nós temos setores como o de bares e restaurantes, madeira e móveis, me-cânicas de atendimento cliente, ser-ralheiros, artesanato em Capim Dou-rado e Babaçu, todos muito bons.

Quais são as perspectivas para participar da próxima chamada do Empreender Competitivo?

Estamos organizando o projeto empreender competitivo especial, que estamos tentando aprovar junto com o Sebrae estadual no Sebrae Nacional – independentemente do Empreender Competitivo da CACB. Nós vamos fi car experts em projetos do Empreender.

“O principal gargalo da economia do estado ainda é a falta de mão de obra e de empregabilidade. Isso porque como o estado é novo, todo mundo que chega quer ser funcionário público”

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JANEIRO/2013 – SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800

Cooperativa de mel vende para supermercados e exporta

APOIO E ORIENTAÇÃO

Cooperativas e empresas recebem consultoria do Sebrae

Page 18: Revista Empresa Brasil 90

2 EMPREENDER // SEBRAE

A Central de Cooperativas Apí-colas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis) fechou mais um

ano com superávit. Apesar da seca que assolou o semiárido piauiense, a entidade conseguiu fechar o balanço anual com cerca de 200 mil tonela-das exportadas e um contrato com a Rede de Supermercados Walmart no Nordeste, o que incentiva a geração de novos empregos no sul do estado.

De acordo com o gestor do Projeto Apis Araripe do Sebrae no Piauí, Fabiano Chaves, foram exportados, de janeiro a novembro deste ano, cerca de 11 contêi-neres de mel, o que corresponde a mais de US$ 650 mil em negócios concretizados.

Além das exportações, a comercia-lização para a rede de supermercados Walmart também contribuiu para o saldo positivo da Casa Apis. As arti-culações para comercialização do mel se iniciaram na Mostra Piauí Sampa 2011, evento realizado pelo Sebrae em São Paulo, no qual representantes da cooperativa puderam ter contato com líderes da rede de supermercados.

“Iniciamos a parceria com a assinatu-ra de um contrato de fornecimento para a rede na região Nordeste. A primeira remessa de mel para os supermercados aconteceu em outubro. Essa aproxima-ção com o mercado interno agrega valor aos nossos produtos, que anteriormente eram vendidos apenas para o exterior”, ressalta o presidente da Casa Apis, An-tônio Leopodino Dantas Filho.

Segundo o consultor do Sebrae no Piauí, Maurilo Oliveira, a distribuição dos produtos da Casa Apis se estende-rá para a região Sudeste. “O contrato será fi rmado este mês. A partir do pró-ximo semestre, o mel piauiense esta-rá no maior mercado consumidor do país. Novos funcionários estão sendo contratados para a central para que a demanda possa ser atendida de forma efi caz”, informa Oliveira.

No início de dezembro, a Casa Apis realizou uma ação de degustação dos produtos da entidade nos supermerca-dos Walmart de Recife. O objetivo foi in-centivar a experimentação dos produtos e impulsionar o aumento das vendas.

/ /Ap icu l tu ra/ /

COOPERATIVA DE MELDO PIAUÍ FECHA 2012COM SALDO POSITIVOA Casa Apis já vende para todo o Nordeste e deve distribuir em breve também para o Sudeste

Foto: Carlos Augusto Lima

Mel da Casa Apis à venda nos supermercados

Page 19: Revista Empresa Brasil 90

3Janeiro de 2013

Em um mundo em que cada minuto vale muito, a espera obrigatória em fi las de órgãos

públicos ou privados irrita muita gen-te. Foi por isso que a empresa Guarda Fila criou o Sistema de Gestão do Tem-po (SGT). A solução organiza, geren-cia e também respeita a prioridade dos atendimentos. Outra vantagem é a fl exibilidade, pois permite que os usuários se ausentem com segurança do estabelecimento durante a espe-ra. “Queremos mudar a percepção dos clientes sobre as fi las, transformando a espera em um novo e agradável mo-mento”, enfatiza Paulo Queiroz, diretor da Guarda Fila.

Entre os clientes da empresa está o Shopping Iguatemi, de Florianópo-lis. Em algumas datas promocionais, como Dia das Mães e Dia dos Namora-dos, o shopping apostou em ações que além dos descontos garantem o sor-teio de brindes como apartamentos, carros ou joias. Nesse momento, entra o SGT para a organização da troca de cupons. Para o gerente do Iguatemi,

Rafael Fielder, o serviço da empresa superou as expectativas.

“Dar liberdade aos clientes para passear pelo shopping ou fazer um lanche enquanto aguarda seu aten-dimento é sem sombra de dúvidas um diferencial bastante importante, que favorece não só o cliente, mas o shopping e o lojista”, destaca. Na ação do Dia dos Namorados, por exemplo, foi garantido aos usuários o equiva-lente a cinco dias de tempo total livre para passear pelo shopping.

O SGT permite que as pessoas retirem uma senha, cadastrem seu número de celular no terminal, pa-ra, em seguida, sair tranquilamente para passear, lanchar ou resolver pendências. Quando o atendimento se aproximar, os clientes recebem uma ligação via celular para seguir ao guichê. A Guarda Fila é incubada no MDI Tecnológico, em Florianópo-lis, incubadora mantida pelo Sebrae em Santa Catarina e gerenciada pela Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate).

/ / Inovação//

EMPRESA CRIA SOLUÇÃO PARA ESPERA EM FILAS DEMORADASTecnologia do Guarda Fila muda percepção de empresários e clientes

“QUEREMOS MUDAR A PERCEPÇÃO DOS CLIENTES SOBRE AS FILAS, TRANSFORMANDO A ESPERA EM UM NOVO E AGRADÁVEL MOMENTO”

Page 20: Revista Empresa Brasil 90

4 EMPREENDER // SEBRAE

/ /Gestão/ /

EMPRESÁRIA DIMINUI DESPERDÍCIO COM MEDIDAS INOVADORASUma das ações é motivar os funcionários da vidraçaria estipulando metas de trabalho

Desejando inovar e progredir, a empresária Elisângela Machado de Sousa resolveu mudar. Ela é

proprietária da empresa Cristralis, uma vidraçaria que atua há seis anos em Bar-reiras, e decidiu redirecionar sua conduta gerencial. Agora, todos os funcionários estão mais envolvidos nos processos de produção e entrega dos produtos.

Primeiro, a empresária adotou medidas simples para se aproximar da equipe de trabalho, como promo-ver todos os dias um café da manhã na empresa. Também estipulou uma escala de metas e premiação para mo-tivar os empregados. Outra estratégia foi montar uma planilha de ações, que vão desde o controle da matéria-prima até a entrega do pedido ao cliente. Eli-sângela também delimitou etapas do processo de produção, delegando fun-ções. Assim, segundo a empresária, é possível acompanhar detalhadamente todo o processo de venda e despacho do produto e onde estão as falhas.

Elisângela diz que as novas atitu-des surgiram depois do ingresso no

Programa de Alavancagem e Inovação (PA&I), no fi m de outubro. “Já tenho resultados animadores, com serviços mais dinâmicos e a empresa trans-formada”, comemora. O programa é desenvolvido pelo Sebrae e tem co-mo objetivo capacitar o empresário e torná-lo mais competitivo. Os con-ceitos explorados estimulam a gestão empresarial que busca resultados e implementação de mudanças contínuas para se manter no mercado.

O PA&I é dividido em instrutoria e consultoria individual, com a visita do consultor à empresa. Em um primeiro momento, os participantes têm aulas objetivas e realizam dinâmicas em gru-po. Após cada aula, o participante recebe uma atividade que consiste em aplicar conceitos do programa na empresa.

Para o consultor do Sebrae na Bahia que ministrou o Programa de Alavan-cagem e Inovação, Robert Taylor, cada negócio aproveita de maneira diferente o conteúdo oferecido, sempre de acordo com as necessidades organizacionais e com o tipo de atividade que praticam.

“JÁ TENHO RESULTADOS ANIMADORES, COM SERVIÇOS

MAIS DINÂMICOS E A EMPRESA TRANSFORMADA”

Foto: Silvia Torres

Elisângela Machado de Sousa inovou a gestão de sua empresa e já evidencia bons resultados

Page 21: Revista Empresa Brasil 90

5Janeiro de 2013

EMPRESÁRIAS DE TOCANTINS APOSTAM EM PRODUTOS ORGÂNICOS

//Caso de Sucesso/ /

Sob orientação do Sebrae, mãe e fi lha têm confi ança para abrir e administrar o negócio

O sonho de montar o próprio negócio tornou-se realidade para Luiza Nunes Mello e sua

fi lha Tatiane, que ao contarem com o apoio e orientação do Sebrae em Tocantins, sentiram-se preparadas para abrir uma loja de alimentos or-gânicos na cidade de Gurupi. A Viva Bem Alimentos Naturais e Orgânicos é resultado de muita dedicação e esfor-ço das empresárias. Sob a orientação do Programa Próprio, elas elaboraram cuidadosamente um plano de negó-cios para conhecer a realidade do mer-cado e deram início a uma realização pessoal e profi ssional.

“Por meio do Programa Próprio fi zemos uma pesquisa de mercado e percebemos que tínhamos um resulta-do positivo para montar o negócio. O

Sebrae é uma referência para as micro e pequenas empresas e essa parceria ainda irá gerar muitos frutos”, conta Tatiane Nunes.

Os alimentos orgânicos são aqueles que utilizam em todo o processo de pro-dução técnicas que respeitam o meio ambiente e visam à qualidade do ali-mento. A Viva Bem Alimentos Naturais e Orgânicos trabalha com congelados, chás integrais e naturais, mel, doces, be-bidas, sucos, vitaminas e suplementos.

“Sempre tive a preocupação em recomendar alimentos saudáveis pa-ra familiares e amigos, pois há muito tempo sou adepta da alimentação que traz benefícios para a nossa saúde. Acredito que a nossa missão é levar qualidade de vida a todos os nossos clientes”, conta a empresária Luiza.

“O SEBRAE É UMA REFERÊNCIA PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, E ESSA PARCERIA AINDA IRÁ GERAR MUITOS FRUTOS”

Loja de alimentos orgânicos Viva Bem

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Cerca de 1,2 mil tonelada de frutas, legumes e verduras vai todos os meses para o lixo na

Ceasa, em Contagem (MG). Pensando em reaproveitar estes resíduos orgâ-nicos, alunos do 3º ano colegial da Es-cola Técnica de Formação Gerencial da capital mineira (ETFG-BH) desen-volveram um plano de negócio para a criação de uma usina de compostagem que utiliza o húmus de minhoca para aumentar a qualidade do composto.

De acordo com os estudantes, a empresa Composita, nome provisório do projeto, iria transformar frutas, ver-duras e legumes, que atualmente são dispensadas em aterro sanitário, em adubo orgânico por meio do processo de compostagem – que nada mais é do que um conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de ma-teriais orgânicos. A ideia foi premiada em 2012 e os jovens, que têm apenas 17 anos, querem agora tirá-la do papel.

“Mais do que um negócio, a empre-sa seria ecologicamente correta, rea-proveitando o que iria para o aterro, e economicamente viável, já que o adu-bo teria um preço baixo para ser pro-duzido e adquirido pelos produtores”, conta o estudante Mateus Rodrigues,

que integra o grupo formado também por Vinícius Braga e Gabriel Coxir.

A ideia de criar o plano de negócio surgiu com o projeto Vitrine da ETFG-BH, que estimula alunos a colocarem em prática as lições sobre gestão aprendidas em sala de aula. “Os jovens estão cada vez mais preocupados na busca de ideias inovadoras e susten-táveis. O projeto estimula os alunos a encontrar essas soluções”, explica o professor de marketing da entidade, Elber Sales.

Várias pesquisas de mercado com empresas do setor e na própria Ceasa foram feitas para testar a viabilidade do projeto. “Descobrimos que a Ceasa gasta R$ 52,00 por tonelada jogada em aterros. São mais de 1.200 tone-ladas de lixo por mês, ou seja, R$ 62 mil de custo mensal”, afi rmou Elber.

Nessas pesquisas, descobriu-se também que o composto orgânico não tem tantos nutrientes como o esterco. Para corrigir essa defi ciência, os estudantes encontraram no húmus de minhoca a solução do problema. “Seria uma maneira de enriquecer o adubo com mais nutrientes e nitrogê-nio, obtendo assim mais qualidade que o esterco”, conta Gabriel Coxir.

6 EMPREENDER //

/ /Agr icu l tu ra o rgânica/ /

Com apenas 17 anos, estudantes desenvolvem plano de negócio ambientalmente correto e economicamente viável

JOVENS CRIAM PROJETO PARA REAPROVEITAR LIXO DA CEASA

“OS JOVENS ESTÃO CADA VEZ MAIS PREOCUPADOS NA

BUSCA DE IDEIAS INOVADORAS E SUSTENTÁVEIS. O PROJETO

ESTIMULA OS ALUNOS A ENCONTRAR ESSAS SOLUÇÕES”

Foto: Simone Guedes

Jovens empreendedores criam projeto para reaproveitar o lixo da Ceasa

Empreender – Informe Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 605, Conjunto A, Asa Sul, Brasília/DF,CEP: 72.200-904 – Fone: (61) 3348-7494 – Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae

Page 23: Revista Empresa Brasil 90

Janeiro de 2013 17

Presidentes de federações, associações comerciais, representantes, convidados e premiados participaram da edição do Prêmio Conde dos Arcos 2012. A cerimônia de premiação aconteceu no Hotel Windsor Barra

Parcerias locais de sucesso, melhores resultados do Bra-sil no mutirão nacional de conciliação empresarial e

sustentabilidade fi nanceira – são vá-rias as razões para homenagear as ex-periências de sucesso da rede CBMAE.

Em São Paulo, a Câmara de Con-ciliação, Mediação e Arbitragem de Franca (CBMAE Acif) estabeleceu acordos com sindicatos patronais na cidade para direcionar os confl itos à Câmara, a fi m de estabelecer acor-dos antes de um eventual processo judicial. É o segundo ano em que a cidade leva o prêmio Conde dos Ar-cos por conta de uma parceria. Em 2011, o case de sucesso foi um acor-do semelhante entre a entidade e a Unimed local.

A Câmara tem apenas três anos, mas já conta com dez especialistas atuando na casa. Para o coordena-dor CBMAE Acif, Fabio Genovez, “é importantíssimo receber um prêmio desses, pois podemos mostrar para a sociedade as infi nitas possibilidades e benefícios dos MESCs (Métodos Ex-trajudiciais de Solução de Confl itos)”.

Em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, a Câmara man-tida pela Associação Comercial e In-dustrial de Campo Grande (ACICG)

fi cou em primeiro lugar em “Susten-tabilidade Financeira”. A categoria trata de iniciativas sobre a geração de recursos econômicos para autossu-fi ciência da Câmara. Este ano foram realizados 1.284 atendimentos e 890 audiências. Destas, 88% foram frutí-feras, ou seja, resultaram em acordo para ambas as partes. Ao todo, os procedimentos geraram a negociação de aproximadamente R$ 3 milhões.

Para o primeiro-secretário da ACICG e presidente da CBMAE de Campo Grande, Roberto Oshiro, “o prêmio é um reconhecimento do ex-celente desempenho da Câmara em 2012. Temos destaque nacional tam-bém com relação à taxa de audiên-cias que resultam em acordo. Nosso percentual é maior que a média na-cional, que é de aproximadamente 70%,” revela.

Em Uberaba, no interior de Mi-nas Gerais, o Posto Avançado de Conciliação Extraprocessual (Pace) conseguiu recuperar R$ 326.055,86 em créditos para o mercado local, e com isso levou o primeiro lugar na categoria Mutirão de Conciliação Empresarial. Foram 341 conciliações realizadas durante o evento, das quais 226 foram frutíferas e outras 72 reagendadas.

CBMAE

Entregue no Rio a 2ª edição do Prêmio Conde dos Arcos

Confira a lista dos vencedores

Categoria Experiência de Sucesso1º lugar: CBMAE Franca (SP) – Parceria entre a Câmara de Mediação e Arbitragem e os sindicatos patronais e dos trabalhadores para realização de mediações.2º lugar: CBMAE Sul Capixaba (ES) – Parcerias estratégicas e índice de 100% de conciliações frutíferas. Categoria Mutirão de Conciliação Empresarial1º lugar: Associação Comercial de Uberaba (MG) – Melhores resultados no mutirão realizado entre os dias 6 e 11 de agosto de 2012.2º lugar: Associação Comercial de Três Marias (MG) – Melhores resultados no mutirão realizado entre os dias 6 e 11 de agosto de 2012. Categoria Sustentabilidade Financeira1º lugar: Associação Comercial de Campo Grande (MS) – Implantação da tabela de custas no Pace.2º lugar: Associação Comercial de Uberaba (MG) – Parceria entre o Pace e a prefeitura municipal.

Prêmio dá visibilidade aos benefícios dos MESCs

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18 Empresa Brasil

Não é de hoje que o Bra-sil conhece a força dos jovens empresários. São 36 mil jovens empreende-

dores nos diversos setores da econo-mia. Mas o número deve aumentar quando o Conselho Nacional do Jo-vem Empresário (Conaje) fi nalizar, em maio de 2013, o censo do segmen-to. A iniciativa é mais uma das ações do Conselho, criado para garantir o desenvolvimento do empreendedo-rismo sob três pilares estratégicos: relacionamento, capacitação e repre-sentatividade.

A história da entidade começa na década de 90, com o fortalecimento dos movimentos de jovens empresá-rios em vários estados. Conscientes da importância da articulação, eles passaram a se reunir em um Fórum Nacional. Alguns anos depois, em 1998, os jovens líderes de empresas criaram o Conaje, que possui atual-mente núcleos em 22 estados.

Às vésperas de completar 15 anos, o Conselho, ligado à Confede-ração das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), tem muito a comemorar. A lei 12.741,

sancionada em dezembro de 2012, por exemplo, é uma das conquistas do Conaje, que há dez anos realiza-va, com entidades parceiras, o Feirão do Imposto e o Dia Nacional de Res-peito ao Contribuinte e da Liberdade de Impostos. As duas ações alerta-vam a população sobre a alta carga tributária brasileira, cobrando medi-das do governo e a correta aplicação dos tributos recolhidos.

A lei 12.741, explica o presidente do Conaje, Marduk Duarte, determi-na que os tributos que incidem em produtos e serviços terão que ser dis-

DESTAQUE CACB

Uma das conquistas da entidade é a lei 12.741, que entra em vigor em junho de 2013. A lei determina que os tributos que incidem em produtos e serviços terão que ser discriminados em nota e cupom fiscal

Conaje completa 15 anos e mostra a força dos jovens empresários

Presidente Marduk Duarte (3° da direita para a esquerda) representa

o Conaje em evento da CNI

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Janeiro de 2013 19

criminados em nota e cupom fi scal. “A lei, que passa a ser obrigatória em junho de 2013, foi uma conquis-ta muito grande. O consumidor vai ter a informação sobre os impostos incidentes em mercadorias de forma transparente. O segundo passo des-se nosso trabalho, junto com os par-ceiros, é a simplifi cação tributária e o apoio ao Imposto de Valor Agrega-do. Vamos trabalhar com a bandeira ‘Simplifi ca já’ neste ano (2013).”

FormaçãoHoje, o Conaje, por meio de sua

capilaridade e associativismo, é uma das entidades mais atuantes no em-preendedorismo brasileiro. A entida-de defende a ideia de que o Brasil precisa preparar os jovens para o pri-meiro negócio.

Dessa premissa nasceu o Empre-endedor do Futuro, um dos princi-pais projetos do Conselho. A inicia-tiva leva cultura empreendedora às escolas para que crianças aprendam a planejar, organizar e vencer os desafi os de ser um empreendedor. “Queremos formar empreendedores quando eles ainda estão com 7 ou 8 anos. Ensinar sobre tributação, ges-tão e fi nanças, por exemplo.”

Marduk explica que todo o ma-terial didático do projeto foi aprova-do pelo Ministério da Educação. O Empreendedor do futuro está sendo desenvolvido em Santa Catarina, Goiás, Bahia, Maranhão, Pernambu-co e Tocantins.

Outro projeto do Conaje, o Pri-meira Empresa, vai garantir recursos fi nanceiros para 5 mil microempre-endedores e gerar 15 mil empre-gos. O piloto começa em março de

2013 em Goiás, com o apoio do governo estadual. Serão investidos R$ 5 milhões.

O projeto garante o crédito, mas vincula o recurso à capacitação do empreendedor. Isso quer dizer que o interessado passa primeiro por um curso com 40 horas antes de come-çar a empreender. Além disso, é feita uma pesquisa do perfi l de cada em-preendimento. “O objetivo é conce-der R$ 30 mil, mas só para quem está no primeiro CNPJ. Não queremos criar devedores, e sim empreendedo-res. No Brasil, 90% das empresas são micro e pequenas e geram 20% da renda. Na Alemanha, 70% são micro e pequenas e geram 80% da renda. Queremos inverter essa pirâmide.”

Na opinião de Marduk, o Bra-sil daqui a dez anos será outro país. Segundo ele, o jovem em-presário tem contribuído para transformar e melhorar a econo-mia. “Nós ainda não carregamos o Brasil. A gente carrega a me-tade do país. Pode parecer pre-sunçoso, mas carregamos com vontade e força.”

Além da força dos jovens líde-res, a capacidade de se articular e fi rmar parcerias institucionais é outro ponto ressaltado pelo pre-sidente do Conaje como funda-mental para fazer a história da en-tidade. “Nossas parcerias – com a CACB, CNI, Fórum de Líderes, Brasil Júnior, Sebrae e Endeavor, por exemplo, são muito impor-

tantes. Sem os parceiros não con-seguiríamos construir a Agenda Brasil, que é o nosso projeto, nos-sa tarefa de casa.”

De acordo com ele, a entida-de pretende estar mais próxima da rede CACB. “A CACB é um exemplo de atitude, indepen-dência e apartidarismo. Estamos todos juntos porque acreditamos no alinhamento da indústria, co-mércio, serviços e agronegócio.”

O Conaje também planeja ar-ticular, a partir deste ano (2013), reuniões mensais com empreen-dedores e o governo federal. “O objetivo é sentar com o governo e dialogar. Dessa forma, consegui-remos pensar e planejar quais são as melhores saídas para o Brasil.”

Objetivo em 2013 é articular parcerias

O “Empreendedordo futuro”, um dos principais projetos do Conselho, leva a cultura empreendedora àsescolas para que crianças aprendama planejar, organizar e vencer os desafi os de terem seu próprio negócio

Page 26: Revista Empresa Brasil 90

20 Empresa Brasil

Vendas de bens e serviços para o governo federal alcançaram um total de R$ 9,5 bilhões em 2012, com um crescimento de 32,6% em comparação ao ano anterior

“Em 2012, as pequenas e microempresas tiveram o melhor desempenho nas vendas de bens e

serviços para o governo federal, tan-to em percentual como em volume fi nanceiro, desde 2002, quando ini-ciamos as estatísticas”, afi rmou a Em-presa Brasil o secretário de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Mi-nistério do Planejamento, Delfi no Na-tal de Souza. Até novembro de 2012, foram gastos R$ 29,1 bilhões em lici-tações públicas. Deste total, as MPEs responderam por 33%, o correspon-dente a R$ 9,5 bilhões, acrescentou.

Nas aquisições públicas por pregão eletrônico, as MPEs foram responsá-veis por 42% do total – R$ 8,5 bilhões.

De acordo com dados do Portal de Compras do Governo Federal (Com-prasnet), gerenciado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em 2012 as MPEs foram responsáveis por 75% – cerca de R$ 2,7 bilhões – das compras de pequeno valor, até R$ 80 mil. Nesse ano, o crescimento acumulado da participação desses for-necedores nas referidas compras foi de 75,3%, em comparação a 2007. Setor vem embalado desde 2007

Entre os anos de 2007 e 2012, as MPEs apresentaram um crescimento

acumulado nas aquisições públicas de 55,1%, contra 54,7% dos demais segmentos. “Esses dados mostram a importância da Lei Complementar n° 123/06, quando as microempresas e empresas de pequeno porte passa-ram a ter um tratamento diferencia-do nas licitações públicas, no intuito de promover o desenvolvimento re-gional dos municípios brasileiros”, avalia o secretário.

No ano passado, segundo Souza, o segmento fez uso do empate fi cto e da participação exclusiva nas licitações públicas, benefícios garantidos pela Lei Complementar 123/06. No primei-ro, as MPEs foram contratadas pela administração direta para o forneci-mento de bens e serviços da ordem de R$ 955,1 milhões. No segundo, ven-deram exclusivamente para o governo federal cerca de R$ 242,3 milhões.

NEGÓCIOS

MPEs têm recorde de vendas para a administração pública

Delfi no Natal de Souza: “Daqui para frente, vamos ter uma crescente melhora

na participação das MPEs nas licitações públicas”

Page 27: Revista Empresa Brasil 90

Janeiro de 2013 21

Esse valor representou 1% das compras até R$ 80 mil. Em 2012, os bens e serviços mais adquiridos junto às MPEs foram os de subsistência – alimento industrializado, carne bovina, entre outros – e tipos espe-ciais de serviços de construção – obras de manutenção/reforma predial, obras civis de escavação, entre outros. Essas aquisições movimentaram, respectivamente, R$ 820,1 milhões (17%) e R$ 814,7 mi-lhões (18%).

Os resultados mostraram também que entre os anos de 2007 e 2012 as MPEs responderam, em média, por 56% (182 mil) do total de fornecedores cadastrados no Sistema de Cadastramento de Fornece-dores – SICAF.

Em 2012, esses negócios se concentra-ram nas regiões Sudeste (37%) e Sul (21%). As compras por dispensa ou inexigibilidade de licitação movimentaram R$ 14,7 bilhões para aquisição de bens e contratação de serviços, dos quais R$ 1,0 bilhão (7,1%) das MPEs. A contratação de bens e serviços, por parte da Administração Pública, sem a neces-sidade prévia de licitação, deve-se a uma ex-cepcionalidade regulada na Lei nº 8.666/93.

Regionalmente, em 2012 as compras públicas junto às MPEs fi caram concentradas no Nordes-te, Sudeste e Sul. O total licitado nessas regiões foi de R$ 6,4 bilhões (67%). Proporcionalmente, o esta-do do Amapá foi o que mais licitou junto às MPEs (90%). Em valores monetários, foram as MPEs do Rio Grande do Sul que mais venderam para os órgãos federais, o corres-pondente a R$ 1,4 bilhão, segui-

do pelo Rio de Janeiro (R$ 1,28 bilhão), Distrito Federal (R$ 1,26 bilhão), Pará (R$ 620 milhões) e Pernambuco (R$ 500 milhões).

Conforme o secretário de Lo-gística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamen-to, Delfi no Natal de Souza, quando se olha o mapa do Brasil, a respos-ta das pequenas e microempresas nas compras públicas é proporcio-nal ao PIB dos estados, com peque-

na diferença favorável ao Distrito Federal e ao Rio de Janeiro, onde se concentram os órgãos públicos.

“Se observa menor participa-ção do setor no Norte do país, o que deve melhorar com a regula-mentação da Lei Complementar n° 123/06 nesses estados e mu-nicípios”, acredita. “Daqui para a frente, vamos ter uma crescente melhora na participação das MPEs nas licitações públicas.”

Empresas do RS foram as que mais venderam para os órgãos federais

mpras rviços s de do, pe-s de vis de es

m MPEs (182

rados nece-

entra-1%). dade lhões o de

%) das s, por eces-

Valor das compras por RegiãoApenas das MPEs – Órgãos SISG – 2012 (bilhões)

Fonte: Comprasnet (janeiro a novembro)

Page 28: Revista Empresa Brasil 90

22 Empresa Brasil

Em 2012, Brasil perdeu mercado na Argentina e na China; superávit alcançou US$ 19,4 bilhões, diante de US$ 29,79 bilhões registrados em 2011

O efeito da retração global, agravado pelo menor di-namismo da China, é o principal fator conside-

rado pelo governo como responsá-vel pela queda nas exportações de 2012, comparativamente a 2011. No ano passado os embarques fi caram em US$ 242,5 bilhões contra im-portações de US$ 223,1 bilhões. Na média diária por dia útil, as vendas externas sofreram queda de 5,3% em 2012 e o volume importado caiu

1,4%. Ao total, a balança comercial brasileira encerrou 2012 com supe-rávit de US$ 19,4 bilhões, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comér-cio Exterior (Mdic). O resultado é o pior desde 2002, quando o saldo fi -cou em US$ 13,1 bilhões.

A China e os Estados Unidos lideraram o ranking de principais parceiros comerciais do Brasil no ano passado. O país asiático com-prou US$ 41,2 bilhões em produtos

COMÉRCIO EXTERIOR

Saldo da balança comercial tem o pior desempenho desde 2002

As exportações para a Argentina caíram 14,1% no ano e as para a China recuaram 7%

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Janeiro de 2013 23

brasileiros, e os norte-americanos, US$ 26,8 bilhões. Em terceiro lugar fi cou a Argentina, com a compra de US$ 18 bilhões em produtos, segui-da pelos Países Baixos, que compra-ram US$ 15 bilhões, e o Japão, US$ 8 bilhões.

Os dados mostram, no entan-to, que o Brasil perdeu vendas para alguns dos principais compradores em 2012. As exportações para a Ar-gentina caíram 14,1% no ano e as para a China recuaram 7%. Houve alta somente nas vendas para os Es-tados Unidos, de 3,5%. Segundo o ministério, isso se deveu à compra por parte dos norte-americanos de produtos siderúrgicos, etanol, ae-ronaves e partes, eletroeletrônicos,

químicos orgânicos, pedra, madeira, automóveis e partes, fumo, obras de ferro fundido, couro, peles e cereais, relata a Agência Brasil.

No resultado anual das expor-tações, caíram as vendas de produ-tos semimanufaturados (8,3% ante 2011), básicos (7,4%) e manufatu-rados (1,7%). Entre os semimanu-faturados, podem ser citados como exemplos de queda o ferro fundido e a celulose. A soja, o café (em grão) e o minério de ferro são alguns dos produtos básicos cujas vendas ex-ternas caíram. Quanto aos manufa-turados, produtos com maior grau de industrialização, houve queda no comércio de automóveis, açúcar refi -nado e autopeças.

Um crescimento abaixo de 7,5% da China, em 2013, pode afetar as cotações das commodities em geral, segundo a AEB

Para 2013, a AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) prevê que as exportações irão al-cançar US$ 239,69 bilhões, repre-sentando ligeira redução de 1,1%. Já as importações deverão atingir US$ 225,07 bilhões, o que signifi -ca estabilidade (0,4%). Com isso, o superávit comercial projetado será de US$ 14,62 bilhões, apontando queda de 20,0%.

Segundo o presidente da AEB, José Augusto de Castro, em 2013 persistirá o quadro de incerteza e volatilidade no comércio exterior, infl uenciado principalmente pela crise europeia, mercado de destino de 20% das exportações brasileiras e que concentra 37% do comércio

mundial. Em 2012, nota Castro, esse quadro já infl uenciou negati-vamente as principais commodities exportadas, mais no aspecto preço do que na quantidade, sendo dos males o menor para o Brasil.

Neste ano, segundo a entidade, tal cenário pode ser invertido, com mais quedas no quantum, devido ao elevado e crescente desempre-go na Europa. Quedas de cotação estão previstas para ocorrer em açúcar, café e etanol. Os preços e o quantum do complexo soja vão estar em alta, compensando que-das de cotação e/ou de volume de outros produtos.

A crise europeia pode afe-tar não só as vendas diretas para

aquele mercado, mas também indiretamente, pois é a região de destino de cerca de 30% das ex-portações chineses, que, se reduzi-das, podem levar à diminuição das compras de chinesas de insumos brasileiros, indicou Castro.

O crescimento econômico da China também foi considerado nas projeções da AEB, que previu um índice ao redor de 7,5%. “Um crescimento abaixo deste nível pode afetar as cotações das com-modities em geral, e acima pode provocar sua recuperação”, con-clui a nota da entidade.

A previsão da AEB para o cresci-mento do PIB em 2013 é de 3%, sem a contribuição do comércio exterior.

AEB prevê saldo menor em 2013

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24 Empresa Brasil

Pesquisa divulgada pelo Conselho Empresarial Brasil-China confirma 39 projetos no valor equivalente a US$ 24,4 bilhões; atratividade do mercado brasileiro é o maior fator de motivação, mas o interesse pela infraestrutura está em ascensão

Maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, quando superou os Es-tados Unidos, a China

vai aumentar sua aposta no mercado brasileiro. De acordo com pesquisa do Conselho Empresarial Brasil-Chi-na (CEBC), divulgada no fi nal do ano passado, os asiáticos confi rmaram 39 projetos no Brasil, no total de US$ 24,4 bilhões. O valor corresponde a 65% dos 60 projetos anunciados pe-las empresas chinesas no Brasil, que totalizam US$ 68,5 bilhões em inves-timentos.

Ainda em processo de apuração – a versão defi nitiva será divulgada somente em abril deste ano –, a pes-quisa, com informações de fontes pri-márias, está sendo realizada pelo eco-nomista Claudio Frischtak, consultor do Conselho, com recursos do BID e de empresas fi liadas à entidade.

Entre os fatores que sustentam os investimentos da China no Brasil, o estudo menciona o processo de globalização das empresas chinesas; o acesso a recursos naturais e a per-da progressiva da autossustentação daquele país no setor de alimentos.

Cita ainda o fato de o Brasil ser um dos mais atraentes países em ter-mos de mercado, dada a expansão da chamada nova classe média e de sua quarta posição no ranking de vendas no setor automotivo.

Ums das áreas de grande poten-cial de investimento chinês no Brasil, segundo a pesquisa, é a da infraes-trutura. “A China já é reconhecida mundialmente pela sua competên-cia nessa área, podendo vir a contri-

buir de forma efetiva para o Brasil, no que se refere a engenharia de projeto, desenhos básicos e máqui-nas”, avalia o consultor.

Claudio Frischtak substituiu o economista Antônio de Barros Cas-tro – falecido no ano passado –, que, como consultor da CECB, traçou um panorama dos investimentos chine-ses no Brasil em 2010 e 2011.

Em 2010, o investimento direto das empresas chinesas no Brasil re-

INVESTIMENTOS

Empresas chinesas ampliam aposta no mercado brasileiro

Claudio Frischtak: “Chineses devem aumentar investimento em infraestrutura no Brasil”

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Janeiro de 2013 25

gistrou um aumento de mais de 10 vezes em relação ao ano anterior, to-talizando R$ 12,67 bilhões. Em 2011 alcançou U$ 20 bilhões e no ano pas-sado U$ 25 bilhões, de acordo com dados da Câmara de Comércio e In-dústria Brasil-China (CCIBC).

Segundo o estudo do CEBC, o salto dos investimentos chineses no Brasil representou o surgimento de uma nova fase no relacionamento bilateral. Além de ser desde 2009 o maior parceiro comercial do Brasil, a China tornou-se agora um grande in-vestidor no país.

Como não dispõe internamente da diversidade e do volume necessá-rio de recursos naturais para manter suas taxas de desenvolvimento, a China vem consolidando, há alguns anos, uma base internacional de for-necimento de matérias-primas.

Em 2010, os investimentos se ca-racterizaram, sobretudo, pela inclusão do Brasil nesta base internacional. Nesse ano, Rio de Janeiro e Minas Gerais fi guram como os principais destinos de investimentos anunciados por empresas chinesas no Brasil, com US$ 9,02 bilhões e US$ 7,3 bilhões, respectivamente. O fato está associa-do à concentração nesses estados de grandes investimentos em extração de petróleo e minério de ferro.

Em 2011 os investimentos chi-neses no Brasil apontaram para um rearranjo em favor da indústria e de setores de tecnologia mais avança-da. Foram destaque, por exemplo, o investimento anunciado pela ZTE (Te-lecomunicações), que propõe a cons-

trução de um par-que industrial em Hortolândia (SP), e o anúncio da Huawei, que pretende in-vestir US$ 350 milhões na insta-lação de um cen-tro de pesquisa e desenvolvimento em Campinas.

Mais de 95% do capital chinês in-vestido no Brasil tem como origem a elite das empresas estatais da China, as chamadas Central SOE (Central State-Owned Enterprises). Elas fa-zem parte de um conjunto de 123 grandes corporações, de setores es-tratégicos da economia chinesa, sob a supervisão direta do governo cen-tral. Entre elas estão nomes como a Sinopec, a State Grid e Wisco. Esse conjunto de empresas anunciou no Brasil, em 2010, investimentos soma-dos de US$ 17,159 bilhões.

A pesquisa de Barros se aprofun-dou no investimento do setor auto-mobilístico e apresentou, pela pri-meira vez, um estudo de caso sobre o investimento da montadora Chery no Brasil, o maior do setor.

A publicação foi a primeira de uma série que integra o programa de pes-quisas desenvolvido pelo Conselho Empresarial Brasil-China, que tratará de questões relevantes para a formu-lação de políticas e estratégias, seja por empresas ou órgãos de governo, no âmbito das relações Brasil-China.

Como não dispõe internamente da diversidade e do volume necessário de recursos naturais para manter suas taxas de desenvolvimento, a China vem consolidando, há alguns anos, uma base internacional de fornecimento de matérias-primas

um par-strial em ia (SP), cio da que in-

350 a insta-

um cen-quisa e

vimento inas.de 95%l chinês in-o Brasil tem como origem aempresas estatais da China,adas Central SOE (Central ned Enterprises). Elas fa-e de um conjunto de 123

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26 Empresa Brasil

Está correta a teoria de que para dominar qualquer disciplina se requerem 10 mil horas de prática? Isso também vale para os pequenos negócios ou é apenas um mito?

Toda pessoa de sucesso teve 10 mil horas de prática ou estudo na área em que se consagrou. Isso resulta em três horas de

treino durante 10 anos. Quase o mes-mo tempo que levaram os Beatles, por exemplo, para aperfeiçoar a sua técni-ca, na época em que tocavam nas casas noturnas de Hamburgo, na Alemanha, antes de se tornarem famosos. Eles to-cavam quase todos os dias da semana, durante incríveis oito horas por dia, o que dá quase as 10 mil horas de prá-tica. Mas até que ponto essa tese do jornalista britânico Malcolm Gladwell, exposta em seu livro Os fora de série,

pode ser válida para o empreendedor ou microempresário?

Dada a ferrenha competição no mundo atual, e principalmente no se-tor empreendedor, o mercado quase que obriga o empresário a repensar ou reajustar seus negócios para sobreviver. Não é simples coincidência, portanto, que a onda da inovação tenha surgido como um atributo elementar para o êxito. O que remeteria para a impressão de que os empreendedores devem ter uma visão mais generalista que especia-lista para poder adaptar-se, mantendo ou construindo uma posição competiti-va vantajosa. Certo? Nem tanto.

Para o consultor Jerônimo Mendes, embora distintas, ambas as compe-tências são necessárias, dependendo do segmento de atuação. No caso de um diretor-executivo, por exemplo, ser generalista é uma grande vantagem competitiva. Entretanto, se a questão envolve o empreendedorismo, o único ponto a desenvolver é aquilo que você pretende discutir ou vender.

“Quando falamos de negócios, estamos nos referindo ao próprio segmento da atividade correspon-dente. Nenhum empreendedor ob-tém sucesso em menos de nove ou 10 anos de trabalho árduo, portanto,

EMPREENDEDORISMO

Até que ponto funciona ateoria das 10 mil horas

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Janeiro de 2013 27

se fi zermos as contas, teremos nesse período em torno de 10 mil horas de dedicação, amadurecimento, apren-dizado e domínio da atividade”, en-sina Mendes. “Em caso contrário, as estatísticas são cruéis. Mais de 90% das empresas não chegam ao quinto ano de vida.”

O consultor nota ainda que a questão do foco é primordial, o que foi notavelmente desenvolvido por meio da teoria de Jack Trout e Al Ries, cujo livro “Posicionamento Competi-tivo” mostra que o posicionamento pode ser aplicado em um produto, um serviço, uma empresa, uma ins-tituição ou até mesmo em uma pes-soa. “Quem quer ser tudo para todos acaba não sendo nada, portanto, quanto mais foco, maior a concentra-ção e melhor o domínio do assunto”, ressalta Mendes.

Domínio de algo requer muito tempo de prática, anos de exercício e muita atenção com as mudanças constantes na mesma, pois mesmo aquilo que dominamos hoje em bre-ve pode não ser mais o atual, agrega o consultor de recursos humanos, Cássio Mattos. “Penso que devemos ser generalistas numa disciplina que dominamos. Empreender em algo conhecido e com domínio é essen-cial. O empreendedor necessita de vi-são sistêmica, inspiração, persistência e perseverança para ir ajustando as suas velas conforme o vento.”

Na mesma linha do principio das 10 mil horas, desenvolvido por Mal-colm Gladwell, Mattos propõe o do-bro para pensamentos inovadores. “Isso porque descartar modelos su-perados é mais difícil do que dominar uma especialidade”, constata.

Cultura é poderTendo como exemplo as histórias de sucesso de Bill Gates, Beatles e

Mozart, em seu livro, Malcolm Gladwell procura mostrar que ninguém ‘se faz sozinho’. Todos os que se destacam por uma atuação fenomenal são, invariavelmente, pessoas que se benefi ciaram de oportunidades incríveis, vantagens ocultas e heranças culturais. Tiveram a chance de aprender, trabalhar duro e interagir com o mundo de uma forma sin-gular. Esses são os indivíduos fora de série – os outliers. Para Gladwell, mais importante do que entender como são essas pessoas é saber qual é sua cultura, a época em que nasceram, quem são seus amigos, sua família e o local de origem de seus antepassados, pois tudo isso pode exercer um impacto no padrão de qualidade das realizações humanas. Outro dado apontado pelo autor é o fato de que, para se alcançar o nível de excelência em qualquer atividade e se tornar alguém altamente bem-sucedido, são necessárias nada menos do que 10 mil horas de prática – o equivalente a três horas por dia (ou 20 horas por semana) de treinamento durante 10 anos.

Em seu livro, Malcolm Gladwell também procura mostrar que ninguém ‘se faz sozinho’

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28 Empresa Brasil

Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu data de 1º de agosto para os bancos aparelharem-se para a prestação de informações

O Conselho Monetário Na-cional (CMN) regulamen-tou, em 19 de dezembro, a forma como os bancos

terão de fazer a prestação de infor-mações aos bancos de dados que se-rão operadores do cadastro positivo de crédito. Os bancos têm de estar aptos a cumprir as disposições até 1º de agosto de 2013.

Este era o último passo regulatório necessário para a operação plena do cadastro positivo. O cadastro positivo foi instituído em lei publicada no dia 13 de junho de 2011. A regulamen-tação foi aprovada em outubro de

2012, mas ainda faltava essa norma-tização do CMN, defi nindo como será feita essa troca de informações entre o setor fi nanceiro e os bancos de dados.

O Cadastro é um serviço ofereci-do por empresas especializadas que permite checar o histórico de crédito de uma pessoa. Ele funciona de for-ma oposta aos “cadastros negativos” existentes hoje no país e usados pela maioria dos lojistas: em vez de apon-tar a inadimplência, o Cadastro Posi-tivo informa se o consumidor paga em dia as suas contas.

A principal alteração será o fato de que o consumidor, a partir do Ca-

CRÉDITO

Bancos têm prazo para cumprirdisposições do Cadastro Positivo

Consumidores poderão solicitar

a inclusão deseu histórico

de pagamentos numa espécie de banco de dados

Page 35: Revista Empresa Brasil 90

Janeiro de 2013 29

dastro, poderá solicitar a inclusão de seu histórico de pagamentos numa espécie de banco de dados. Serão consideradas para análise pendências no SPC, Serasa e Banco Central. Com a inversão do foco do problema (va-lorização da adimplência do cliente), o interessado poderá ter atendimen-to e condições diferenciadas, já que a sua taxa de risco cai em função do seu histórico como bom pagador. Teoricamente, alguém com ‘fi cha limpa’ tenderá a obter taxas de juros menores nas operações de crédito porque o seu potencial de inadim-plência é infi nitamente menor: com o Cadastro Positivo ele consegue comprovar que esse risco é baixo, ou praticamente inexiste.

O CMN incluiu um novo requisito mínimo para as empresas que quei-ram operar os bancos de dados que formam o cadastro positivo de crédito. Se o banco de dados quiser ter acesso

a informações fi nanceiras de um clien-te, ele tem de apresentar patrimônio líquido mínimo de R$ 70 milhões.

Entre as informações que as ins-tituições fi nanceiras vão prestar, segundo o CMN, estão a data de concessão do empréstimo, fi nancia-mento, arrendamento mercantil ou consórcio. Valor total da operação, valor da prestação, valores pagos e as datas de vencimento e pagamento.

A prestação de informações é vo-luntária. O cliente tem que autorizar a instituição fi nanceira a repassar as informações aos operadores de ban-cos de dados.

A consulta ao banco de dados não tem custo ao cliente fi nal e as empresas que quiserem ter acesso às informações terão de provar que estão mantendo uma relação comer-cial com o consultado. A ideia é que o “bom pagador” tenha uma taxa de juros melhor.

Para que você possa aproveitar as vantagens do Cadastro Positivo é preciso que os seus compromissos (contas de serviços, fi nanciamentos, cartões de crédito, etc.) e a informa-ção de pontualidade desses paga-mentos sejam enviados aos bureaus de crédito pelas empresas com quem contratou você serviços ou fi nancia-mento para compra de bens e pro-dutos. Para que as empresas possam realizar o envio dessas informações, é preciso que você tenha sido comu-nicado ou tenha autorizado o envio das informações dos seus compro-

missos no momento em que reali-zou a compra a prazo ou contratou o fi nanciamento. Esta autorização é feita mediante assinatura em ins-trumento específi co ou em cláusu-la apartada e garante a sua ciência acerca da abertura do cadastro posi-tivo, de acordo com a lei.

Os bureaus de crédito organi-zam as informações do Cadastro Positivo e as apresentam num docu-mento chamado “relatório de crédi-to” para que as empresas possam consultar durante o processo de análise de crédito. Essas informa-

ções também podem ser resumidas num número, para facilitar a análise de crédito. Esse número é chamado de score ou pontuação de crédito. Por exemplo, numa pontuação que vá de 0 a 1000, quanto mais perto de 1000, mais provável que o con-sumidor pague o compromisso as-sumido. Quando o cadastro positivo já estiver sendo usado pelas empre-sas, quanto maior for a sua pontu-ação, você terá mais um bom argu-mento para negociar por condições mais adequadas ao seu perfi l.

(Fonte: Serasa)

Como funciona o cadastro positivo

Com o CadastroPositivo, oconsumidor poderá comprovarque seu potencialde inadimplênciaé baixo, o que lheproporcionarámaiores vantagensnas compras acrédito

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30 Empresa Brasil

Livro analisa a mudança do marco regulatório e destaca as incertezas e os prejuízos no longo prazo para o país

“Petróleo: reforma e contrarreforma do setor petrolífero bra-sileiro”, organizado

pelos economistas Fabio Giambiagi e Luiz Paulo Vellozo Lucas, é o mais novo lançamento da Editora Cam-pus/Elsevier. Com prefácio do ex-pre-sidente Fernando Henrique Cardoso e orelha do jornalista Merval Pereira, a publicação sustenta que a mudan-ça no marco regulatório no setor de petróleo e gás no Brasil, aprovado pelo Congresso Nacional em 2010, é o maior erro estratégico da histó-ria recente da economia brasileira, comparável, talvez, somente à lei de reserva de mercado da informática, aprovada no fi nal do regime militar.

O livro está dividido em quatro blo-cos de capítulos. No primeiro deles é feita uma rápida reconstituição histó-rica das condições em que se deu a expansão da Petrobras, desde a sua criação, em 1953, até meados dos anos 1990, passando pelo crescimen-to inicialmente gradual da empresa; pela crise do petróleo provocada pela guerra do Yom Kippur; e pelo salto de produção. Em 1993, a empresa pro-duzia 693 mil barris de petróleo por dia; em 2002, alcançou 1,5 milhão de barris; em 2009, 2 milhões de barris.

No segundo bloco expõe os resul-tados das reformas transcendentais de

1997, promovidas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que permitiram: a participação de capital privado, brasileiro e estrangeiro, na exploração e refi no de hidrocarbone-tos no Brasil, e a cotização na Bolsa de Nova York da Petrobras por meio do sistema de ADR (recibos de depósito americanos). A abertura ao capital pri-vado possibilitou à Petrobras o acesso a recursos para iniciar a exploração das costas, que redundaria quase dez anos depois na descoberta das cha-madas jazidas do “pré-sal”. A cotação em Nova York por meio de ADRs, desde fevereiro de 2001, obrigou a empresa a maior transparência, pres-tação de contas, direitos de acionistas minoritários, melhores práticas contá-beis e supervisão de suas fi nanças.

No terceiro bloco, o livro analisa a mudança do marco regulatório no fi nal do segundo governo Lula e des-taca a ampliação das incertezas e os prejuízos de longo prazo que elas po-dem vir a trazer para o país.

Já o quarto traz uma análise das perspectivas do setor de petróleo e gás no mundo nos próximos anos e avalia as perspectivas para o investi-mento, enfatizando aspectos negati-vos derivados do novo marco regula-tório aprovado em 2010. E apresenta as principais conclusões e sugestões de propostas para o futuro.

LIVROS

Os desafi os da Petrobrasdiante do pré-sal

Segundo os autores, a mudança no marco regulatório do petróleo, aprovada pelo Congresso Nacional em 2010, é o maior erro estratégico da história recente da economia brasileira, comparável, talvez, somente à lei de reserva de mercado da informática

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Janeiro de 2013 31

Armando Castelar*

A privatização mudou a cara da infraestrutura brasilei-ra. Novas empresas foram criadas, inclusive com a vin-

da de investidores estrangeiros para o país, e hoje já se considera natural que setores inteiros, como telecomunica-ções e ferrovias, historicamente redutos exclusivos de empresas estatais, sejam dominados pela iniciativa privada.

Em que pesem as grandes trans-formações, e os benefícios que daí advieram, o investimento em infraes-trutura no Brasil continua empacado em pouco mais de 2% do PIB. Os re-sultados disso se veem nos recorren-tes apagões; nas estradas, portos e aeroportos congestionados; e na difi -culdade de locomoção da população das grandes cidades.

A meu ver, três motivos explicam esse quadro. Primeiro, o setor públi-co continuou dominando algumas das principais áreas de infraestru-tura, mas foi incapaz de realizar os investimentos de que esses setores necessitavam. Aeroportos e rodovias são exemplos disso e do fato de que isso não ocorreu por falta de dinhei-ro. Burocracia, má gestão, corrupção, vários são os motivos que impedem o investimento público de deslanchar, a despeito da forte alta registrada na arrecadação pública há vários anos.

Segundo, o ambiente macroeco-nômico permanece instável, com a infl ação ainda em patamar alto, o que aumenta a incerteza de longo prazo e difi culta a obtenção de fi nanciamento

em condições adequadas. Em espe-cial, o recurso ao fi nanciamento exter-no, a que as empresas recorrem para alongar seus passivos, é arriscado para as empresas de infraestrutura, porque suas receitas são em reais.

Terceiro, a desconstrução do apa-rato regulatório instituído até 2002 encurtou os horizontes e elevou o risco. As agências reguladoras foram enfraquecidas e o tema da privatiza-ção politizado. Passou-se a recorrer à regulação por contrato e à busca de uma modicidade tarifária, que acaba-ram por comprometer os investimen-tos e a qualidade da operação.

A própria insatisfação demonstra-da pelo governo com o resultado da privatização dos aeroportos de Cum-bica, Viracopos e Brasília mostra que esse vem tendo difi culdade de esta-belecer prioridades. A hesitação pos-terior em avançar com a privatização dos demais aeroportos mostra, por outro lado, que falta uma estratégia mais ampla para a infraestrutura.

Feita essa ressalva, o plano do go-verno para elevar o investimento no setor contempla três iniciativas. A pri-meira é avançar mais decididamente com a privatização, especialmente nos vários segmentos de transporte. Novas concessões rodoviárias e fer-roviárias já foram anunciadas e um pacote do mesmo tipo está em ges-tação para portos e aeroportos.

O governo também vem tentan-do atrair o fi nanciamento privado de longo prazo para a infraestrutura, alavancando os créditos do BNDES, por meio de incentivos tributários originalmente contidos na Lei 12431, que foram fortalecidos com as mu-danças trazidas pela Lei 12715. Já há operações realizadas ou em anda-mento ao amparo dessa legislação.

Por fi m, o governo vem tentan-do baixar a taxa de retorno obtida pelos concessionários privados. Vem fazendo isso por meio da concessão de crédito farto e barato pelo BN-DES; pela assunção de alguns riscos, como no caso do papel que a Valec vai desempenhar no setor ferroviário; e simplesmente pressionando os ope-radores a reduzirem suas tarifas.

Ainda que essas iniciativas sejam meritórias isoladamente, elas pouco contribuem para alargar horizontes e reduzir riscos. Não se deve descartar a possibilidade de que, a despeito de avanços pontuais, o investimento em infraestrutura permaneça baixo.

*Coordenador de Economia Aplicada do Ibre/FGV e professor

do Instituto de Economia da UFRJ

ARTIGO

A importância da infraestrutura

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