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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
EDUARDO ZANETTI BUECKMANN
ELABORAÇÃO DE UM MODELO DE FLUXO DE CAIXA
PARA A EMPRESA ECOLUX ENGENHARIA E ILUMINAÇÃO LTDA
Biguaçu
2006
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
EDUARDO ZANETTI BUECKMANN
ELABORAÇÃO DE UM MODELO DE FLUXO DE CAIXA
PARA A EMPRESA ECOLUX ENGENHARIA E ILUMINAÇÃO LTDA
Trabalho de conclusão de estágio apresentado como requisito da disciplina Estágio III, do Curso de Administração, Centro de Educação de Biguaçu – Universidade do Vale do Itajaí.
Professor: Esp. Crisanto Soares Ribeiro
Biguaçu
2006
EDUARDO ZANETTI BUECKMANN
ELABORAÇÃO DE UM MODELO DE FLUXO DE CAIXA
PARA A EMPRESA ECOLUX ENGENHARIA E ILUMINAÇÃO LTDA
Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi considerado adequado para a obtenção
do título de Bacharel em Administração e aprovado pelo Curso de Administração, da
Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Biguaçu.
Área de Concentração: Administração Financeira
Biguaçu, 22 de novembro de 2006.
Prof. Esp. Crisanto Soares Ribeiro
UNIVALI - CE de Biguaçu
Orientador
Prof. M.Sc. Cláudia C. Pereira
UNIVALI - CE de Biguaçu
Prof. Elpídio Luiz Lenzi
UNIVALI - CE de Biguaçu
Dedico este Trabalho de Conclusão de Estágio ao meu
DEUS, meus pais, familiares, e todos aqueles que auxiliaram-
me, auxiliam-me, ajudam-me e apóiam-me na formação
profissional, acadêmica e social que estou construindo.
AGRADECIMENTOS
À Universidade do Vale do Itajaí. Ao orientado Professor Crisanto Soares Ribeiro, pelo acompanhamento
pontual e competente.
Aos colegas de turma, pela amizade, companheirismo, ajuda e auxílios demonstrados durante todo o Curso.
Aos professores do Curso de Administração da UNIVALI de Biguaçu, pelo
incentivo, inspiração, motivação e exemplo demonstrados ao longo do curso. Ao colega, amigo, companheiro e chefe durante a realização deste trabalho
em sua empresa, Fernando Perardt, pela confiança e contribuição demonstrada ao longo da realização do mesmo.
A todo aquele que tenha contribuído direta ou indiretamente na realização
deste trabalho e que por algum motivo não tenha sido citado aqui.
RESUMO
BUECKMANN, Eduardo Zanetti. Elaboração de um modelo de fluxo de
caixa para empresa Ecolux Engenharia e Iluminação Ltda. 2006. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) - Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2006.
O presente trabalho de conclusão de estágio teve como objetivo geral a elaboração de uma proposta de fluxo de caixa para a empresa ECOLUX ENGENHARIA E ILUMINAÇÃO LTDA. Para conclusão do objetivo geral foram traçados os seguintes objetivos específicos: analisar os modelos teóricos sobre fluxo de caixa presentes na literatura; investigar os itens relevantes para elaboração do fluxo de caixa e propor um modelo de fluxo de caixa para a empresa ECOLUX ENGENHARIA E ILUMINAÇÃO LTDA. Ao analisar os modelos teóricos presentes na literatura adotou-se o método direto, criando-se um modelo de fluxo de caixa baseado nos modelos apresentados por Campus Filho e Zdanowicz. Ao investigar-se os itens relevantes para elaboração do fluxo de caixa verificou-se a existência de um controle de despesas e receitas, adotando os seus dados como base para elaboração de uma proposta de fluxo de caixa. Foi proposto então uma modelo de fluxo de caixa para a empresa considerando quatro grandes itens: Receitas, Despesas Fixas, Despesas Variáveis e Fluxo de Caixa Operacional. Verificou-se a extrema concentração das receitas em um único cliente detentor de 79% das receitas anuais, sugeriu-se o aumento das receitas dos demais clientes e a busca por novos clientes visando a diminuição desta concentração. Nas despesas fixas destacou-se a conta Impostos, Taxas e Contribuições com 56% do total. Nas Despesas Variáveis destaca-se a conta Fornecedores com 76% do total. No comportamento do fluxo de caixa operacional do período analisado destacam-se os meses de fevereiro, abril, maio e agosto com fluxo de caixa positivo, e os meses de janeiro, março, junho, julho e setembro com fluxo de caixa negativo.
Palavras-chaves: Fluxo de Caixa, Método Direto, Receitas, Despesas Fixas Despesas Variáveis
ABSTRACT
BUECKMANN, Eduardo Zanetti. Elaboração de um modelo de fluxo de caixa para empresa Ecolux Engenharia e Iluminação Ltda. 2006. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) - Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2006.
The present work experience conclusion job had the general objective of
creating a cash flown propose to ECOLUX ENGENHARIA E ILUMINAÇÃO LTDA. In order to conclude the general objective, this specifics objectives were made: analyze the theorical cash flown models presents in the literature; investigate the relevant items to the elaboration of the cash flown; and propose a cash flown model to ECOLUX ENGENHARIA E ILUMINAÇÃO LTDA. Analyzing the theorical cash flown models presents on the literature, the direct method was choose creating a cash flown model based on the models present by Campus Filho and Zdanowicz. On the investigation of relevant objectives to the elaboration of cash flown, the existence of an earning and debts control was verified, based on that data a cash flown model was propose. The propose model considered four big items: Earnings, Fixed Debts, Variable Debts and Operational Cash Flow. On the Earnings the extreme concentration on one client that had 79% of total earnings was verified. The increasing of old clients and the capture of new clients were suggested. On the Fixed Debts, Taxes and Contribution had 56% of total. On the Variable Debts with 79% of total were the company suppliers. On the operational cash flow behavior on the analyzed period the months of February, April, May and August had positive cash flown; and January, March, June, July and September had negative cash flown.
KEY WORDS: CASH FLOW, DIRECT METHOD, EARNINGS, FIXED DEBTS, VARIABLES DEBTS.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 01 – Demonstração dos Fluxos de Caixa ........................................21
Quadro 02 – Demonstração dos Fluxos de Caixa Método Indireto ..............22
Quadro 03 – Demonstração do Fluxo de Caixa............................................23
Quadro 04 – Organograma da Empresa ......................................................27
Quadro 05 – Modelo Proposto de Fluxo de Caixa .......................................28
Gráfico 01 – Composição das Receitas Anuais ...........................................29
Gráfico 02 – Evolução Mensal da Receita de 2006 .....................................30
Gráfico 03 – Composição das Despesas Fixas ...........................................31
Gráfico 04 – Evolução das Despesas Fixas de 2006 ..................................31
Gráfico 05 – Composição das Despesas Variáveis ....................................32
Gráfico 06 – Evolução Mensal das Despesas Variáveis .............................33
Gráfico 07 – Evolução do Fluxo de Caixa de 2006 .....................................33
SUMÁRIO RESUMO..................................................................................................................6 ABSTRACT..............................................................................................................7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES.......................................................................................8
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................10 1.1 OBJETIVOS.......................................................................................................11
1.1.1 Objetivo geral...............................................................................................11 1.1.2 Objetivos específicos..................................................................................11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................12
2.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA.......................................................................12
2.1.1 FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO..........................................................14
2.2 PLANEJAMENTO FINANCEIRO........................................................................15
2.3. FLUXO DE CAIXA.............................................................................................17
2.3.1 Objetivos do fluxo de caixa..........................................................................18
2.3.2 Métodos de fluxo de caixa .......................................................................... 20 3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO..................................................................26
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS..................................................27 4.1 HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO...................................................................27 4.2 MODELO DE FLUXO DE CAIXA PROPOSTO...............................................28 4.3 RECEITAS.......................................................................................................28 4.4 DESPESAS FIXAS..........................................................................................30 4.5 DESPESAS VARIÁVEIS..................................................................................32 4.6 FLUXO DE CAIXA............................................................................................33 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................34 REFERÊNCIAS .....................................................................................................35
1. INTRODUÇÃO
Muito se tem falado, nestes últimos anos, sobre a dificuldade que as micro e
pequenas empresas vem enfrentando para se manterem abertas e conforme atesta
Dornelas (2005, p.19, apud Sebrae-SP, 2003) em um ano de atividade cerca de 31%
das micro e pequenas empresas fecham as portas, em dois anos este número
aumenta para 37% e assim por diante até chegar a 60% em cinco anos de atividade,
caracterizando então, uma clara necessidade de aprimoramento na gestão das
empresas.
A empresa Ecolux Engenharia e Iluminação Ltda é uma empresa que atua há
dez anos no setor de serviços elétricos na região da grande Florianópolis.
O ambiente acima descrito no qual está inserida a Ecolux Engenharia e
Iluminação Ltda proporciona uma situação ideal para a aplicação deste estágio na
mesma.
A partir das questões anteriores, pode-se perceber a relevância da
elaboração de um fluxo de caixa para as organizações. Dessa forma, a presente
pesquisa procura responder a seguinte questão problema: Como elaborar um
modelo de fluxo de caixa para a empresa Ecolux Engenharia e Iluminação Ltda?
Desse modo, a fim de melhor direcionar os estudos e atividades, referentes
ao presente estudo, definiu-se os objetivos, que serão apresentados na seqüência.
10
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo Geral
Elaborar um fluxo de caixa para a empresa Ecolux Engenharia e Iluminação Ltda,
localizada em São José, no período de março a setembro de 2006.
1.1.2 Objetivos específicos • Analisar os modelos teóricos sobre fluxo de caixa abordados na
literatura;
• Investigar itens relevantes para elaboração do fluxo de caixa,
entradas e saídas da empresa Ecolux Engenharia e Iluminação Ltda;
• Propor um modelo de fluxo de caixa para a empresa Ecolux
Engenharia e Iluminação Ltda.
11
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A presente fundamentação teórica buscará reunir o maior número possível de
idéias e conceitos já publicados em livros, periódicos, revistas, anais e em meio
eletrônico, sobre o tema fluxo de caixa, montando com isso uma base teórica para
servir de fundamento a ser aplicado neste projeto de estágio na empresa Ecolux
Engenharia e Iluminação Ltda.
2.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Segundo atesta Brigham (1999, p.2-8) a administração financeira é a área
responsável pela previsão e planejamento financeiro da empresa, pelas decisões
importantes de investimentos e financiamento, pela coordenação e controle
financeiro da empresa e pelo trabalho com os mercados financeiros. A
administração financeira é dividida em três grandes subáreas de atuação: mercados
monetários e de capital, que tratam dos mercados de títulos e das instituições
financeiras, investimentos, que tem foco nas decisões dos investidores tanto
indivíduos quanto instituições em relação aos títulos para suas carteiras de
investimento, e administração financeira que envolve a efetividade administrativa de
uma empresa.
Em perspectiva similar, Gitman (2002, p.4–15) afirma que a administração
financeira é uma mistura de arte e ciência de administração de fundos, sendo a
mesma a grande responsável pelo processo de transferência de fundos entre
pessoas, empresas e governos. Esta transferência é o elo final de uma cadeia de
atividades que começa com a analise e planejamento financeiro, passando para
decisões de investimento e finalmente para as decisões de financiamento. A
administração financeira é ainda subdividida em duas grandes áreas: serviços
financeiros, que cuida da concepção e prestação de assessoria financeira, e
administração financeira, que cuida da administração geral dos valores em uma
organização envolvendo tarefas como realização de orçamentos, previsões
financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de
investimentos e captação de fundos.
Na mesma linha, Zdanowicz (2004, p.22-23) sustenta que a administração
financeira é centralizada no processo de captação, aplicação, e distribuição eficiente
12
dos recursos necessários para que a empresa possa operar de acordo com os
objetivos e metas estabelecidos por sua cúpula administrativa diretiva, cumprindo
assim o princípio fundamental da administração financeira: dispor o numerário
necessário para saldar em tempo hábil os compromissos assumidos com terceiros e
maximizar os lucros.
Zdanowicz (2004, p.22) ainda ressalta que o gerenciamento financeiro constitui-se
no conjunto de operações a serem destinadas à formação de recursos financeiros
necessários ao pagamento dos fatores de produção ou serviços, sua distribuição, as
obrigações decorrentes das transações comerciais e os créditos obtidos pela
empresa.
Em concordância Hoji (2000, p.21-24) atesta que a administração financeira é
a grande responsável pelo cumprimento do objetivo geral de uma empresa, que é a
maximização de seu valor de mercado a longo prazo, através da geração de
resultados econômicos e financeiros positivos, que seriam o lucro e o caixa. Para
conseguir obter tais resultados, uma empresa está dividida em três atividades
principais: atividades de operação, atividades de investimento, atividades de
financiamento. A função da administração financeira seria auxiliar as atividades
produtivas e administrar as atividades de investimento e financiamentos.
Na mesma perspectiva Ross, Westerfield e Jaffe (1995, p. 26-27) sustentam
que a administração financeira deve estar baseada no principal valor de uma
empresa que é a criação de valor para o seu proprietário. Assim sendo, Ross
Westerfield e Jaffe (1995, p. 26-27) dividem a administração financeira em três
atividades básicas: a administração de orçamentos de capital e dispêndio de capital,
que buscará definir em quais bens de longa duração a empresa deverá investir
descrevendo o processo de realização e gestão de gastos com esses bens, a
administração da estrutura de capital, que buscará definir de que maneira a empresa
poderá levantar recursos para custear os dispêndios de capital necessários
indicando quanto do capital deve ser próprio e quanto deve ser de terceiros, e a
administração do capital de giro líquido, que buscará definir a maneira que a
empresa deverá gerir a movimentação das suas entradas e saídas de dinheiro, em
um horizonte de curto prazo, buscando sempre conciliar as duas de maneira a
honrar os compromissos assumidos nas datas previamente acordadas.
13
Para conseguir-se obter uma administração financeira eficaz há a
necessidade de se demonstrar quais são as qualidades necessárias de um
administrador financeiro, o que busca-se explicitar no próximo tópico.
2.1.1 Funções do Administrador Financeiro
Conforme afirma Gitman (2000, p.4-14), o administrador financeiro é
responsável pela administração ativa das finanças de todo e qualquer tipo de
empresa, seja ela grande, pequena, média, privada, pública, com fins financeiros ou
sem fins financeiros. O mesmo autor afirma que as principais atividades do
administrador financeiro são a realização de análises e planejamento financeiro, a
tomada de decisões sobre investimentos e a tomada de decisões sobre
financiamentos, além destas três atividades, o administrador financeiro é
responsável pela administração do fluxo de caixa, ou seja, as entradas e as saídas
de dinheiro da empresa, onde o mesmo busca manter a solvência da empresa
honrando os compromissos assumidos e canalizando o dinheiro para as atividades
necessárias para o funcionamento da empresa.
Em perspectiva similar, Hoji (2000, p.23) atesta que o administrador financeiro
possui como suas principais funções básicas a análise, planejamento e controle
financeiro, a tomada de decisões de investimentos e a tomada de decisões de
financiamento.
Na mesma concepção, Zdanowicz (2004, p.29) sustenta que o administrador
financeiro deve manter a empresa em uma permanente situação de liquidez,
maximizar o retorno sobre o capital investido, administrar o capital de giro, avaliar
investimentos feitos sobre itens do ativo permanente, estimar o custo da captação
de recursos de terceiros, analisar as aplicações financeiras melhores para empresa,
informar as condições atuais e futuras econômico-financeiras da empresa,
interpretar as demonstrações financeiras da empresa e manter-se sempre atualizado
em relação as linhas de crédito oferecidas e ao mercado. Zdanowicz (2004) destaca
que o administrador financeiro busca conciliar a manutenção da liquidez e do capital
de giro da empresa através da elaboração do fluxo de caixa, podendo, com isso,
maximizar os lucros e honrar as obrigações assumidas nas datas dos seus
respectivos vencimentos.
14
Na mesma linha, Ross, Westerfield e Jaffe (1996, p.28) afirmam que a
principal atividade de um administrador financeiro é a criação de valor para a
empresa e seus proprietários, sendo que esta criação estaria baseada nas
atividades de orçamento de capital, financiamento e liquidez da empresa. Ross,
Westerfield e Jaffe (1996, p.28) ainda atestam que este valor seria criado através da
procura por ativos que gerem mais dinheiro do que o seu valor de custo, da venda
de obrigações, ações e outros instrumentos financeiros que gerem mais valor do que
os seus custos, e da geração de um volume de fluxo de caixa maior do que o
volume de recursos utilizados.
2.2 PLANEJAMENTO FINANCEIRO
Segundo Gitman (2002, p.588), o planejamento financeiro busca fornecer
para a empresa roteiros para dirigir, coordenar e controlar as suas ações na busca
de seus objetivos. Conforme Gitman, o planejamento financeiro divide-se em duas
partes principais: o planejamento financeiro a longo prazo, que busca elaborar
planos para atingir uma determinada posição financeira num futuro próximo superior
a um ano, e o planejamento financeiro a curto prazo, que elabora planos para atingir
metas no curto prazo, que venham a sustentar as metas do planejamento a longo
prazo, sendo o planejamento de caixa e o planejamento de lucros, os dois aspectos
chaves na elaboração de um planejamento financeiro.
A este propósito Hoji (2000, p.359-361) afirma que o planejamento consiste
em estabelecer com uma determinada antecedência as ações para serem
executadas em determinados cenários e em determinadas condições estimando os
recursos necessários e atribuindo as responsabilidades necessárias para se atingir
os objetivos previamente fixados, que somente se realizaram com um sistema de
planejamento adequadamente estruturado. O mesmo autor afirma que para se
conseguir esse sistema de planejamento adequadamente estruturado deve-se
colocar em prática os princípios do planejamento, a filosofia de planejamento e os
tipos de planejamentos mais adequados para aquela situação.
Hoji (2000) divide os princípios de planejamento em princípios gerais, que são:
princípio da contribuição do objetivo, princípio da precedência, princípio da maior
penetração e abrangência, princípio da maior eficiência, eficácia e efetividade, e os
princípios específicos que são: planejamento participativo, planejamento
15
coordenado, planejamento integrado e planejamento permanente. Há ainda a
divisão das filosofias de planejamento: filosofia da satisfação, filosofia da otimização
e filosofia da adaptação, e a divisão dos tipos de planejamento: planejamento
estratégico, planejamento tático e planejamento operacional.
Em concordância Ross, Westerfield e Jaffe (1996, p.523-527) sustentam que o
planejamento financeiro é uma declaração formal do que deverá ser feito no futuro,
sendo o mesmo uma determinação das diretrizes de mudança da empresa e uma
formalização do método pelo qual as metas financeiras devem ser alcançadas. Para
Ross, Westerfield e Jaffe (1996) o planejamento financeiro leva em consideração
diretrizes que incluem a identificação das metas financeiras da empresa, a análise
das diferenças entre essas metas e a situação financeira corrente da empresa, e um
enunciado das ações necessárias para que a empresa atinja as metas financeiras
estabelecidas. Ross, Westerfield e Jaffe (1996) afirmam ainda que a necessidade de
um planejamento financeiro em uma organização está baseada na condição de se
estabelecer metas para motivar, organizar e gerir marcos de avaliação de
desempenho da organização, criando uma iteração financeira na empresa de
maneira a tomar decisões que venham a agregar valor ao conjunto englobado pela
mesma, e uma preparação para os mais variados cenários que poderão ser
apresentados pelo economia no futuro considerado.
Ross, Westerfield e Jaffe (1996) sustentam ainda que o planejamento financeiro
consiste em um modelo de etapas divididas da seguinte forma: previsão de vendas,
onde se é projetado uma proposta de vendas para o período considerado,
demonstrações financeiras projetadas, onde é realizada a projeção das
demonstrações financeiras com base nas vendas projetadas anteriormente,
necessidade de ativos, onde é verificada a necessidade de ativos para satisfazer o
volume de vendas projetadas, necessidade de financiamentos, onde é verificado a
necessidade de financiamentos para obter os ativos necessários para o volume de
vendas projetado, e por último, fechamento que é a comparação e a adequação dos
resultados obtidos nas três etapas anteriores de forma a obter um conjunto que
satisfaça as necessidades projetadas.
Em perspectiva diferente, Brigham e Houston (1999, p. 531) atestam que o
planejamento financeiro tem início com a projeção das vendas para os próximos
cinco anos, sendo seguida pela determinação dos ativos necessários para
cumprimento destas metas de vendas, em seguida, determina-se os financiamentos
16
capazes de suprir as necessidades de ativos projetadas. Com base nestes dados
são feitas as projeções dos resultados e do balanço patrimonial, que servirão de
base para as decisões de metas do planejamento financeiro da empresa.
2.3 FLUXO DE CAIXA
Conforme afirmado por Assef (1999, p.1), o fluxo de caixa de uma empresa
mede as suas necessidades futuras de recursos, a sua capacidade pontual de
pagamento dos compromissos assumidos e a sua disponibilidade para
investimentos atuais e futuros. Assef atesta que o correto dimensionamento do fluxo
de caixa de uma empresa é uma das suas mais árduas tarefas, sendo que o
mesmo, composto basicamente de contas a pagar e contas a receber, deve possuir
a capacidade necessária de flexibilidade para poder adaptar-se de maneira a
conseguir ajudar a empresa a se destacar nos inúmeros cenários econômicos
financeiros encontrados pela mesma durante a sua vida econômica.
Em perspectiva similar, Zdanowicz (2004, p.23) atesta que fluxo de caixa é
um instrumento que relaciona o conjunto futuro de ingressos e desembolsos de
recursos financeiros de uma empresa em um determinado período de tempo, sendo
o fluxo de caixa um conceituado instrumento utilizado pelo administrador financeiro
para apurar o somatório de entradas e saídas de recursos financeiros de uma
empresa em determinado período de tempo, verificando assim se há um excedente
ou uma escassez de recursos financeiros, podendo assim tomar as devidas
providências com a antecedência necessária para se evitar uma crise financeira na
empresa.
Zdanowicz (2004) ressalta ainda que o fluxo de caixa pode ser elaborado em função
do tempo de sua projeção com o intuito de adaptar-se às necessidades da
organização, sendo os mais comuns o fluxo de caixa de curto prazo, que busca
monitorar o capital de giro da empresa, e o fluxo de caixa de longo prazo, utilizado
para monitorar os recursos para investimentos em ativos permanentes.
Em concordância, Assaf Neto e Silva (1997, p.36) atestam que o fluxo de
caixa se destaca como um instrumento que possibilita o planejamento e o controle
dos recursos financeiros de uma empresa, sendo em todo o processo de tomada de
decisões financeiras, uma ferramenta gerencial indispensável. Assaf Neto e Silva
(1997) afirmam que o fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os ingressos e
17
saídas de recursos monetários de uma empresa em um determinado intervalo de
tempo, sendo que é partir da sua elaboração que torna-se possível prognosticar
eventuais excedentes ou escassez de caixa na empresa, podendo assim tomar as
determinadas medidas cabíveis com a antecedência necessária.
Na mesma concepção, Ross, Westerfield e Jaffe (1996, p. 46-48) sustentam
que o fluxo de caixa é gerado pela empresa e pago aos credores e acionistas da
mesma, sendo que este fluxo de caixa pode ser assim classificado: fluxo de caixa
das operações, fluxo de caixa de variações do ativo imobilizado, e fluxo de caixa de
variações do capital de giro.
Em perspectiva similar Brigham e Houston (1999, p. 35-42) afirmam que o
fluxo de caixa é o caixa liquido efetivo que uma empresa gera durante algum período
especificado, sendo que o seu ciclo mostra como este caixa entra e sai da empresa.
Brigham e Houston (1999) sustentam ainda que a demonstração contábil
denominada demonstração do fluxo de caixa relata o impacto das atividades
operacionais de investimento e finanças de uma empresa sobre o fluxo de caixa ao
longo de um período contábil.
Corroborando esta afirmação, Gitman (2002, p.294) sustenta que o fluxo de
caixa de qualquer projeto de padrão convencional pode incluir até três componentes
básicos: investimento inicial, que é a saída de caixa no instante zero, entradas de
caixa operacionais, que são as entradas incrementais após os impostos, e o fluxo de
caixa residual, que é o fluxo de caixa não operacional após o imposto de renda que
ocorrerá no final do projeto.
Na mesma linha Silva (2005, p.11) afirma que o fluxo de caixa é considerado
como o principal instrumento de uma gestão financeira para planejar, controlar,
analisar as receitas, investimentos e despesas de uma organização em um
determinado período projetado. O mesmo autor ressalta que o fluxo de caixa é uma
representação gráfica cronológica das entradas e saídas de recursos monetários,
permitindo a organização realizar a execução projetada de programações
financeiras e operacionais em um período de tempo considerado.
2.3.1 Objetivos do Fluxo de Caixa
Conforme afirmam Assaf Neto e Silva (1997, p.35-37), os objetivos do fluxo
de caixa são: possibilitar o planejamento e o controle dos recursos financeiros da
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empresa, prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa fornecendo
informações para tomar as medidas saneadoras necessárias, preservar uma liquidez
imediata essencial a manutenção das atividades da empresa, atribuir maior rapidez
às entradas de caixa em relação aos desembolsos, ou seja, otimizar a
compatibilização entre posição financeira da empresa e suas obrigações correntes.
Na mesma perspectiva, Zdanowicz (2004, p.41-42) afirma que o fluxo de
caixa possui como objetivos facilitar a análise e o cálculo na seleção das linhas de
crédito; programar de forma criterioso os ingressos e desembolsos de caixa,
permitindo a identificação do período de maior carência e o montante a ele
relacionado, criando com isso tempo necessário para a tomada das medidas
cabíveis; permitir o planejamento do desembolso de acordo com as disponibilidades
de caixa, evitando assim o acúmulo vultoso de dinheiro em épocas de pouco
encaixe; determinação dos recursos próprios em determinado período, podendo
assim aplicá-los de forma mais rentável possível; proporcionar o intercâmbio das
outras áreas da empresa com o departamento financeiro; desenvolver o eficiente e
racional uso do disponível; financiar as atividades sazonais ou cíclicas da empresa;
providenciar recursos para os projetos de expansão, implantação, modernização ou
relocalização industrial ou comercial da empresa; fixar o nível de caixa para o capital
de giro; auxiliar na análise de contas a receber e estoques, para poder se julgar a
conveniência em aplicar ou não nesses itens; verificar a possibilidade de aplicar
possíveis excedentes de caixa; estudar um saudável programa de financiamentos e
empréstimos; projetar um efetivo plano de pagamento de débitos; analisar a
viabilidade de comprometimento de recursos da empresa; integrar e participar de
todas as atividades da empresa, facilitando os controles financeiros.
O principal objetivo do fluxo de caixa, para Zdanowicz (2004), é a otimização da
aplicação dos recursos próprios e de terceiros nas atividades da empresa de forma a
maximizar os retornos sobre estas aplicações e diminuir os riscos relacionados às
mesmas.
Em concordância, Brigham e Houston (1999, p.41) sustentam que o fluxo de
caixa tem como objetivo ajudar os administradores financeiros a gerir o caixa de
maneira a comprar os ativos necessários para o seu crescimento e gerar fundos
adicionais para quitar dividas ou investir em novos produtos.
Corroborando esta afirmação Silva (2005, p.19) atesta que os principais
objetivos do fluxo de caixa são a visão geral diária das atividades do grupo de
19
contas do ativo circulante, o planejamento das necessidades de captação de
recursos buscando preservar a liquidez da organização, o fornecimento dos recursos
para a realização das transações apresentadas no planejamento financeiro, o
pagamento das obrigações no prazo de vencimento, a aplicação eficaz dos recursos
disponíveis não comprometendo a liquidez da organização, o planejamento e o
controle dos recursos financeiros, a verificação das fontes de crédito onerosas de
maneira a minimizar os custos de uso, visar o equilíbrio financeiro dos fluxos de
entrada e saída de recursos, a prognosticação de desembolsos de caixa elevados
em ocasiões de encaixe baixo e a coordenação dos diversos recursos a serem
utilizados em atividades de investimento.
2.3.2 Métodos de Fluxo de Caixa
Conforme perspectiva apresentada por Hoji (2000, p.152-153), o fluxo de
caixa pode ser realizado através do método direto, no qual as atividades econômicas
de mesma natureza são agrupadas em três grupos: operações, investimentos e
financeiras, sendo que as operações correspondem às contas de Demonstração do
Resultado do Exercício, as atividades de investimento correspondem as decisões de
aplicações em caráter permanente e os recursos necessários para a
operacionalização das mesmas, e as atividades financeiras são as aplicações
financeiras realizadas e as atividades executadas para o financiamento das
operações.
Na mesma linha, Campus Filho (1999, p.32-33) afirma a existência de dois
métodos para a elaboração de um fluxo de caixa: método direto e o método indireto.
Para Campus Filho (1999) o método direto consiste na divisão do fluxo de caixa em
três grandes contas: operacional, investimentos e financiamentos, sendo o
somatório destas contas o resultado final do fluxo de caixa para o período apurado.
A conta operacional envolve a produção, a entrega e a prestação dos bens e
serviços da organização. Esta conta é composta basicamente de recebimentos
operacionais e pagamentos operacionais. A conta investimentos corresponde aos
bens físicos, participações em outras empresas, aplicações financeiras de longo
prazo que a organização possui. A conta financiamentos corresponde aos recursos
utilizados para financiar a empresa como empréstimos bancários, financiamentos,
leasings e recursos próprios, conforme demonstrado no quadro 01.
20
Demonstração dos Fluxos de Caixa - Método Direto
Atividades Operacionais Recebimento clientes 560.000Pagamento fornecedores (600.000)Pagamento aluguel (40.000)Pagamento salários e encargos (50.000)Fluxo de caixa líquido operacional - FCOL (130.000) Atividades de Investimento Móveis e utensílios (100.000)Máquinas e ferramentas (200.000)Caixa líquido das atividades de investimento (300.000) Atividades de Financiamento Recursos próprios 500.000 Caixa líquido do período 70.000Saldo inicial das disponibilidades 0Saldo final das disponibilidades 70.000Quadro 01: Demonstração dos Fluxos de Caixa. Fonte: Campus Filho (1999, p.32)
Campus Filho (1999) afirma que o método indireto é elaborado a partir do balanço
patrimonial de uma empresa e da norma contábil presente utilizada para este
modelo de fluxo de caixa. Campus Filho (1999) destaca que a partir destas duas
informações se dá início a associação das contas do Balanço Patrimonial com as
contas da Demonstração dos Fluxos de Caixa, a partir desta classificação se
realizam cálculos que obterão o fluxo de caixa operacional líquido, o total dos
investimentos pagos, o total dos financiamentos, o caixa líquido no período, o saldo
inicial de disponibilidades e o saldo final de disponibilidades, conforme demonstrado
no quadro 02.
21
Demonstração dos Fluxos de Caixa - Método Indireto
Lucro Líquido 154.996 (-)aumento Estoque veículos novos (354.000)(-)aumento Estoque veículos usados (71.000)(-)aumento Estoque peças (26.000)(-)aumento Clientes peças/assit.tec. (18.000)(+)aumento Salários enc. Pagar 50.800 (+)aumento contas pagar - operacional 25.200 (+)aumento Tributos a pagar 24.800 (+)aumento Fornec. Veículos novos 680.000 (+)aumento Fornec. Peças 51.000 Fluxo de caixa operacional líquido - FCOL 517.796 Atividades de Investimento Terrenos (70.000)Obras Civis (126.000)Móvies e utensílios (43.000)Máquinas e equipamentos (70.000)Veículo de uso (36.000)Computadores/software (21.000)(-)Investimentos a pagar (13.000)Total dos investimento pagos (379.000) Atividades de Financiamento Recursos próprios (capital) 280.000 Financiamentos leasing 44.376 Total financiamentos 324.376 Caixa líquido do período 463.172 Saldo incial das disponibilidades 0 Saldo final das disponibilidades 463.172 Quadro 02: Demonstração Fluxo de Caixa Indireto. Fonte:Campus Filho (1999, p.45)
Em outra perspectiva, Zdanowicz (2004, p.145-149) apresenta um único
método de fluxo de caixa, onde divide-se os ingressos e desembolsos financeiros
da organização nas seguintes contas: ingressos, onde se projetam todos os
ingressos de dinheiro da empresa; desembolsos, composta de todas as operações
financeiras decorrentes de pagamentos gerados pelos processos de produção,
comercialização e distribuição dos produtos da empresa; diferença do período,
composta pela diferença entre os valores projetados em diversos períodos; saldo
inicial de caixa, composta do saldo final de caixa do período anterior; disponibilidade
acumulada, composta do resultado da diferença do período apurada mais o saldo
inicial de caixa; nível desejado de caixa, elaborada pela determinação do capital de
giro necessário pela empresa para o período seguinte; empréstimos ou aplicações
22
em recursos financeiros, elaborada pelos empréstimos ou aplicações financeiras
realizadas; amortizações ou resgate das aplicações, recebimento integral de
aplicações financeiras realizadas e devoluções do principal do capital emprestado;
saldo final de caixa, nível desejado de caixa projetado para o período seguinte,
conforme apresentado no quadro 03.
Modelo de Fluxo de Caixa
Períodos Jan ... Total Itens P R D P R D P R D
1. INGRESSOS Vendas a vista Cobranças em carteira Desconto de duplicatas Vendas ativo permanente Aluguéis recebidos Aumentos do capital social Receita financeiras Outros SOMA 2. DESEMBOLSOS Compras à vista Fornecedores Salários Compras ativo permanente Energia elétrica Telefone Manutenção máquinas Despesas Administrativas Despesas com vendas Despesas Tributárias Despesas Financeiras Outros SOMA 3. DIFERENÇA PERIODO (1-2) 4.SALDO INICIAL DE CAIXA 5. DISPONIBILIDADE ACUMULADA (-+3 +4) 6. NÍVEL DESEJADO DE CAIXA PROJETADO 7. EMPRÉSTIMOS A CAPTAR 8. APLICAÇÕES NO MERCADO FINANCEIRO 9. AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS 10. RESGATE DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS 11.SALDO FINAL DE CAIXA PROJETADO P= projetado; R=realizado; D=defasagem. Quadro 03: Demonstração Fluxo de Caixa. Fonte: Zdanowicz(2004, p.145)
Em concordância, Assef (1999, p.3) apresenta um método de fluxo de caixa
em tabela, onde as contas seriam classificadas em colunas assim nomeadas: dia da
23
semana, data, saldo inicial, receita real, receita estimada, fornecedores, pessoal,
impostos, outras despesas, despesas bancárias, saldo do dia e saldo final.
Apresentando uma perspectiva similar às anteriores, Yoshitake e Hoji (1997,
p.149-153) atestam que o fluxo de caixa poderá ser dividido em dois métodos:
método direto e método indireto. Yoshitake e Hoji (1997) afirmam que o métod direto
demonstra efetivamente as movimentações de recursos financeiros ocorridos no
período através da classificação das contas em dois grandes grupos: ingressos de
recursos, que relata as entradas de recursos e as saídas relacionadas as atividades
operacionais da empresa, e as destinações de recursos, que demonstra aonde
foram aplicados os recursos da empresa, a nível permanente e financeiro. Yoshitake
e Hoji (1997) atestam que o método indireto de fluxo de caixa é conhecida como
demonstração de fluxo líquido de caixa, classificando as contas do balanço
patrimonial nas contas descritas nesta demonstração de fluxo líquido de caixa,
divididas em origens, aplicações, saldo inicial e saldo final das disponibilidades.
Em linha diferente, Brigham e Houston (1999, p.41) apresentam um método
de fluxo de caixa composto pelas contas: atividades operacionais, atividades de
investimento de longo prazo, e atividades de financiamento, conforme anteriormente
descrito por Campus Filho (1999). Neste modelo o saldo final do fluxo de caixa é
resultante da soma destas três contas sendo a conta atividades operacionais
composta por valores positivos, a conta atividades de investimentos a longo prazo
composta por valores negativos e a conta atividades de financiamento composta
pelo somatório de subcontas positivas e negativas.
Na mesma concepção, Marion (1997, p.380-405) sustenta que o fluxo de
caixa indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa, a aplicação de todo o
dinheiro que sai do caixa, e o resultado do fluxo financeiro em um determinado
período. Marion (1997) apresenta um método de fluxo de caixa dividido em quatro
contas principais: saldo inicial, que demonstra o valor do caixa ao se iniciar o
período, entradas, que engloba todas as entradas de caixa no período em questão,
saídas, que engloba todas as saídas de caixa no período em questão, e por último,
saldo final, que é o somatório destas três contas acima detalhadas, demonstrando a
real situação do caixa no final do período analisado. Marion (1997) defenda ainda
que para a elaboração e coleta de dados do seu modelo de fluxo de caixa, deve-se
utilizar as seguintes demonstrações contábeis: Balanço Patrimonial, Demonstração
24
do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
Acumulados, Demonstração das Origens a Aplicações de Recursos.
25
3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
O presente projeto de estágio foi realizado na empresa Ecolux Engenharia e
Iluminação Ltda, localizada na Rua Irmãos Vieira, número 661, Sala 01, bairro
Campinas, cidade de São José, Santa Catarina, sendo o período de realização
abrangido entre março de 2006 a novembro de 2006.
Na a coleta de dados foi utilizada a pesquisa bibliográfica que, conforme
atesta Gil (2002, p.44), é desenvolvida com base em matérias já elaborados,
principalmente livros e artigos científicos; e segundo afirma Vergara (2003, p.48), é o
desenvolvimento de um estudo sistematizado com base em material já publicado em
livros, revistas, jornais e internet.
Também foi utilizada para a coleta de dados a pesquisa documental que, conforme
atesta Vergara (2003. p.48), é a realização de uma pesquisa em documentos
conservados no interior de órgãos públicos ou privados, documentos estes como:
registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes,
comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias, informações em disquetes,
diários, cartas pessoais e outros; e conforme Gil (2002, p.45), a pesquisa
documental utiliza-se de materiais que ainda não receberam um tratamento
analítico, ou podem ser reelaborados conforme os objetivos da pesquisa. No caso a
pesquisa documental foi feita com base em documentos internos da empresa Ecolux
Engenharia e Iluminação Ltda a serem fornecidos pelo sócio gerente da mesma.
Para análise do fluxo de caixa foi escolhido o método direto de fluxo de caixa
baseado nos métodos apresentados por Campus Filho e Zdanowicz. Esta escolha
foi baseado no fato da empresa estudada já apresentar um modelo simples de
controle de caixa, contabilizando despesas e receitas futuras e realizadas.
Para a análise dos dados coletados foi utilizado o Microsoft Exccel. Através
destes se realizou a analise dos dados, operacionalizando-os em planilhas e
gráficos para a sua melhor visualização.
26
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Neste tópico se buscará apresentar os resultados dos dados coletados
durante os meses de janeiro a setembro de 2006, suas interdependências e
importância para o futuro da organização. Para tanto se dará inicio através da
analise das Receitas da organização no período considerado.
4.1 Histórico da Organização
A empresa Ecolux Engenharia e Iluminação Ltda, uma empresa tipo
sociedade por cotas de responsabilidade, iniciou suas atividades em abril de 1996
oferecendo serviços na área de engenharia elétrica para pessoas físicas e jurídicas
da região da grande Florianópolis.
Atualmente, passados dez anos, a empresa especializou-se em serviços de
projetos, execução, manutenção e consultoria de instalações elétricas de média
tensão possuindo aproximadamente 140 clientes e 4 funcionários.
Quadro 04 – Organograma Ecolux. Fonte: Dados interno (2006).
Diretor
Sócio-Gerente
Técnico Operacional
Secretária Gerente Operacional
Colaboradores Operacionais
Técnico Operacional
27
4.2 Modelo de Fluxo de Caixa Proposto
Baseado no método direto proposto por Zdanowicz, no método direto
proposto por Campus Filho e no dados provenientes do controle de despesas e
receitas apresentado pela empresa, foi proposto para empresa o modelo de fluxo de
caixa abaixo apresentado.
Contas jan-06 ... set-06 Geral RECEITAS
A B C D E F G H
OUTROS DESPESAS FIXAS Instalações Físicas Telecomunicações
Transportes Alimentação Publicidade
Impostos, Taxas e Cont.
Folha de Pagamento DESPESAS VARIÁVEIS
Fornecedores Insumos
Mão de Obra Outras
Manutenção Saldo Fluxo de Caixa Saldo Mês Anterior
Saldo Atual Quadro 05: Modelo de Fluxo de Caixa Proposto. Fonte: Dados primários.
4.3 Receitas
A composição das receitas da companhia no período de janeiro a setembro
de 2006 conforme descrito no gráfico 01 foi: 79% cliente A, 8% outros clientes
(composto por clientes com menos de 1% de participação na receita total), 5%
28
cliente B, 2% cliente E, 2% cliente G, 1% cliente C, 1% cliente D, 1% cliente F, 1%
cliente H.
A classificação dos clientes, a partir da utilização de identificadores
alfabéticos, deve-se a preservação do sigilo comercial da empresa.
Composição das Receitas Anuais
2% 1%8%
1%
1%
2%
1%
5%
79%
A
B
C
D
E
F
G
H
Outros
Gráfico 01: Composição das Receitas Anuais Fonte: Dados primários Conforme observa-se no gráfico 01 acima descrito, a empresa Ecolux
Engenharia e Iluminação Ltda depende praticamente de um único cliente que
contribui com 0,79 centavos para cada 1,00 faturado. Recomenda-se neste caso
aumentar as receitas nos demais clientes atendidos pela organização.
O gráfico 02 demonstra a evolução mensal das receitas da empresa no
decorrer do período analisado. Conforme apresentado a organização teve seu ápice
de faturamento no mês de fevereiro quando alcançou a cifra de R$ 74907,80
representando um percentual de aproximadamente 30% do período analisado. O
seu ponto mais baixo no faturamento foi o mês de janeiro quando faturou um total de
R$ 1940,00 representando aproximadamente 0,8% do total da receita do período.
29
Evolução Mensal da Receita de 2006
3342,00
74907,80
22007,06
29094,70
8284,45
24017,66
44548,3134841,96
1940,00
0,00
10000,00
20000,00
30000,00
40000,00
50000,00
60000,00
70000,00
80000,00
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setem
bro
Gráfico 02: Evolução Mensal da Receita de 2006. Fonte: Dados primários.
4.4 Despesas Fixas
As despesas fixas foram divididas em sete grandes grupos assim
denominados: Instalações Físicas (Aluguel, Água, Luz, Condomínio, Material de
escritório, Material de Limpeza e Contabilidade), Telecomunicações (Telefone Fixo,
Telefone Móvel e Internet), Transportes (IPVA, Seguro Obrigatório, Seguro Veículo e
Combustível), Alimentação, Folha de Pagamento, Publicidade, e Impostos, Taxas e
Contribuições (INSS, IPTU, PIS, COFINS, ISS, ICMS, Contribuição Social, Alvará de
Funcionamento, CREA/SC, FGTS, IRPJ e Sindicato das Indústrias de Construção
Civil).
Conforme gráfico 03, a despesas fixa com maior incidência foi Impostos,
Taxas e Contribuições com 56% do total. As despesas fixas ainda são compostas
por Transportes com 14%, Folha de Pagamento com 11%, Telecomunicações com
11% e Instalações Físicas com 5%. Não foram realizadas despesas com publicidade
no período.
30
Composição das Despesas Fixas
5%11%
14%
3%
0%56%
11%
Instalações Físicas
Telcomunicações
Transportes
Alimentação
Publicidade
Impostos, Taxas eContribuições
Folha de Pagamento
Gráfico 03: Composição das Despesas Fixas Fonte: Dados primários.
Conforme o gráfico 04 abaixo, o mês com maiores despesas fixas foi março
com R$ 12186,19 representando aproximadamente 19% do total das despesas. O
mês com menores despesas fixas foi fevereiro com R$ 3912,98 representando
aproximadamente 6% do total das despesas fixas.
Evolução das Despesas Fixas de 2006
3912,98
12186,19
8004,2
4662,06
9031,3
5563,03
10517,69
5960,58
5548,72
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro
Gráfico 04: Evolução das Despesas Fixas de 2006. Fonte: Dados primários.
31
4.5 Despesas Variáveis
As despesas variáveis compõem-se de 5 grandes contas que abrangem as
demais: Fornecedores (abrange a conta Fornecedores), Mão de Obra (Mão de Obra
Terceirizada, Treinamento, Alimentação Terceiros), Insumos (Uniformes,
Ferramentas, Fretes, Locação de equipamentos), Manutenção (Manutenção predial,
manutenção de equipamentos e manutenção de veículos) e Outras Contas (engloba
outros tipos de conta como reserva de contingência).
Segundo gráfico 05, abaixo descrito, as despesas variáveis estão assim
compostas: Fornecedores com 76%, Mão de Obra com 15%, Insumos com 5%,
outros com 4% e manutenção com menos de 1%.
Gráfico 05: Composição das Despesas Variáveis. Fonte: Dados primários.
Conforme descreve o gráfico 06, evolução das despesas variáveis, o mês que
apresentou maiores despesas variáveis foi junho com R$ 47662,04 e
aproximadamente com 23% do total. O mês que apresentou menores despesas
variáveis foi julho com R$ 2282,89.
Composição das Despesas Variáveis
6%
%
5%
%
%
Fornecedores nsumos
Mão de Obra utras
Manutenção
32
Evolução Mensal das Despesas Variáveis 2006
47662,04
15562,27
15486,44 2822,897101,77
38429,3446147,19
16593,34
15517,25
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setem
bro
Gráfico 06: Evolução Mensal das Despesas Variáveis de 2006. Fonte: Dados primários. 4.6 Fluxo de Caixa
Conforme demonstrado no gráfico 06 abaixo a empresa apresentou fluxo de
caixa operacional positivo nos meses de fevereiro, abril, maio e agosto; sendo que
nos meses de janeiro, março, junho, julho e setembro o fluxo de caixa operacional
foi negativo.
Evolução Mensal do Fluxo de Caixa 2006
-80000
-60000
-40000
-20000
0
20000
40000
60000
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setem
bro
Gráfico 07: Evolução do Fluxo de Caixa 2006. Fonte: Dados primários.
33
5. Conclusões
O presente trabalho de conclusão de curso tinha como objetivo principal a
elaboração de um modelo de fluxo de caixa para a empresa Ecolux Engenharia e
Iluminação Ltda. Para atingir este objetivo foram traçados três objetivos específicos
que seriam analisar os modelos teóricos sobre fluxo de caixa abordados na
literatura, investigar itens relevantes para elaboração do fluxo de caixa, entradas e
saídas da empresa Ecolux Engenharia e Iluminação Ltda, e propor um modelo de
fluxo de caixa para a empresa Ecolux Engenharia e Iluminação Ltda. Uma vez
alcançados estes objetivos específicos, se chegaria ao objetivo central.
O objetivo de analise de modelos de fluxo de caixa existentes foi concluído e
atingido, uma vez que como demonstra o capitulo relacionado a fundamentação
teórica, há uma ampla gama de modelos de fluxo de caixa, sendo que optou-se por
buscar um modelo misto que melhor se modela as necessidades da empresa. O
objetivo de investigar os itens relevantes para elaboração do fluxo de caixa da
empresa, como entradas e saídas, foi concluído com certa facilidade pelo fato da
empresa já apresentar uma planilha simples para controle de custos, que acabou
servindo de base para construção do fluxo de caixa através do fornecimento da
estrutura das contas e dos dados já coletados.
O objetivo especifico de proposta de um modelo de fluxo de caixa para a
empresa foi concluído com facilidade, devido ao fato de haver-se concluído os dois
objetivos anteriores que serviram de base para a construção do modelo de fluxo de
caixa.
Com base nisso atingiu-se o objetivo geral, a elaboração de um modelo de
fluxo de caixa para a empresa Ecolux Engenharia e Iluminação Ltda, evidenciando a
necessidade de um maior controle de caixa da empresa, buscando traçar um política
financeira para a mesma, com objetivo de maximizar o retorno financeiro da
empresa e diminuir os riscos financeiros relacionados a atividade da mesma.
Sugere-se a empresa o aumento da receita relacionada aos clientes
pequenos, através da conquista de novos clientes e do aumento de serviços para os
clientes já existentes.
Sugere-se ainda a criação de um serviço de tratamento diferenciado para
grandes clientes, buscando uma relação de parceria fiel com os mesmos. Isto se
deve ao fato da empresa apresentar um único cliente 79% das receitas da mesma.
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REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César A. T. Administração do capital de giro. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1997. ASSEF, Roberto. Guia prático de administração financeira: pequenas e médias empresas. 3.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. BRIGHAM, Eugene F., HOUSTON, Joel F. Fundamentos da moderna administração financeira. Rio de Janeiro: Campus, 1999. CAMPUS FILHO, Ademar. Demonstração dos fluxos de caixa:uma ferramenta indispensável para administrar sua empresa. São Paulo: Atlas, 1999. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo:transformando idéias em negócios. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2003. GITMAN, Lawrence J. Princípios da administração financeira. 7.ed. São Paulo: Harbra, 2002. HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2000. MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 6.ed. São Paulo: Atlas, 1997. SILVA, Edson Cordeiro da. Como administrar o fluxo de caixa das empresas. São Paulo: Atlas, 2005. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2003. ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiro. 10. ed. Porto Alegre: Luzzato, 2004.
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