el ti id d li d à i f t t d t telasticidade aplicada à...

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SEÇÃO DE ENSINO DE ENGENHARIA DE FORTIFICAÇÃO E CONSTRUÇÃO Pós-graduação em Engenharia de Transportes El ti id d li d àIf t t d T t Elasticidade aplicada à Infraestrutura de Transportes MAJ MONIZ DE ARAGÃO DEFORMAÇÕES: Campo de deslocamentos; Componentes de deformação; Relações deformação-deslocamento; Deformação linear específica numa direção qualquer; Deformações Principais específica numa direção qualquer; Deformações Principais. Referências bibliográficas: Introdução à Teoria da Elasticidade, Villaça, S. F., Taborda Garcia, L. F., COPPE/UFRJ, 4ª Ed., 2000. Theory of Elasticity, Timoshenko, S. P., Goodier, J.N., McGraw-Hill Classic Textbook Reissue Series, 3 rd Ed., 1970.

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SEÇÃO DE ENSINO DE ENGENHARIA DE FORTIFICAÇÃO E CONSTRUÇÃO

Pós-graduação em Engenharia de Transportes

El ti id d li d à I f t t d T tElasticidade aplicada à Infraestrutura de Transportes

MAJ MONIZ DE ARAGÃO

DEFORMAÇÕES:

• Campo de deslocamentos; Componentes de deformação; Relações deformação-deslocamento; Deformação linear específica numa direção qualquer; Deformações Principaisespecífica numa direção qualquer; Deformações Principais.

Referências bibliográficas:• Introdução à Teoria da Elasticidade, Villaça, S. F., Taborda Garcia,

L. F., COPPE/UFRJ, 4ª Ed., 2000.• Theory of Elasticity, Timoshenko, S. P., Goodier, J.N., McGraw-Hill

Classic Textbook Reissue Series, 3rd Ed., 1970.

Deformações:Campo de deslocamentosCampo de deslocamentos

Solicitações externas atuando em um corpo deformável:Solicitações externas atuando em um corpo deformável:

Mudança de forma e dimensõesdimensões

Configuração inicial indeformada Configuração final deformada

Deformações:Campo de deslocamentosCampo de deslocamentos

Um ponto A do corpo que na configuração inicial tem as coordenadasUm ponto A do corpo, que na configuração inicial tem as coordenadas x, y, z, sofre um deslocamento u, e passa para a posição A*.

wvu ,,u

zyxvv ,, zyxuu ,,

zyxww ,, zyxww ,,

As coordenadas A* são então dadas por x+u, y+v, z+w, e o

CAMPO DE DESLOCAMENTOS determinado pelas funções u, v, w.

Deformações:Campo de deslocamentosCampo de deslocamentos

Observações:Observações:

• Tendo em vista a continuidade do sólido no processo de deformação, as funções escalares u, v, w devem ser contínuas e unívocas.

• O campo de deslocamentos pode ser decomposto em duas parcelas:

• Movimento de corpo rígido (translação do ponto)

• Deslocamento com mudança de forma e dimensões do corpo (alongamentos, encurtamentos)

O movimento do corpo rígido pode ser sempre eliminado mediante a• O movimento do corpo rígido pode ser sempre eliminado mediante a introdução adequada de vínculos.

Ex: Deslocamento com mudança de dimensões

Movimento de Corpo rígidomudança de dimensões Corpo rígido

F

Componentes de DeformaçãoComponentes de Deformação

D f ã ( t i )• Deformação (strain)

• Deformação linear específica

Alongamento relativos

• Alongamento relativo

Deformação no ponto A e na direção s:

Relação entre o alongamento sofrido pelo segmento elementar e o seu comprimento inicial, ao passar da configuração inicial para aao passar da configuração inicial para a deformada.

ss dsds ds

dsdsAB

ABBA

1****

Componentes de DeformaçãoComponentes de Deformação

D f ã l ( h i t i )• Deformação angular (shearing strain)

• Distorçãost

Distorção no ponto A associada às direções s, t :

BACst*** ˆ

2

2

Redução do ângulo originariamente reto entre AB e BC.

Componentes de DeformaçãoComponentes de Deformação

O estado de deformação em um ponto A fica completamenteO estado de deformação em um ponto A fica completamente determinado se forem conhecidas as componentes de deformação (linear e angular) em três direções ortogonais.

Referindo-se ao sistema cartesiano global xyz, tem-se as seguintes componentes de deformação:

, , , , , yzxzxyzyx

De forma análoga ao estado de tensões, conhecidas essas componentes é possível calcular a deformação linear numa direção qualquer, ou a d f ã l i d d di õ t i ideformação angular associada a um par de direções ortogonais quaisquerno ponto A.

Componentes de DeformaçãoComponentes de Deformação

A deformação em todo o corpo fica determinada conhecendo-se o campo de deformações, ou seja, as componentes de deformação como funções de posição:como funções de posição:

zyx zyx

zyxz,y,xz,y,x

yy

xx

zyxz,y,xz,y,x

xzxz

xyxy

z,y,xzz z,y,xyzyz

Relações Deformação – Deslocamento( d d t i )(coordenadas cartesianas)Sejam (A*) (B*) (C*) as projeções de A* B* C* no plano xy Logo:Sejam (A ), (B ), (C ) as projeções de A , B , C no plano xy. Logo:

O deslocamento (de primeira ordem) na direção x do ponto Bé igual a:

du dxx

u

devido ao aumento de

dxxu

da função u com o aumento da coordenada x

Relações Deformação - Deslocamentoç ç

Sejam (A*) (B*) (C*) as projeções de A* B* C* no plano xy Logo:Sejam (A ), (B ), (C ) as projeções de A , B , C no plano xy. Logo:

cosBAudxuudx **

cosBAudxx

udx

cosCAvdyvvdy **

cosCAvdyy

vdy

*** BAC

BAC2

dxxv

sen

** BA

sen

dyyu

** CA

ysen

Relações Deformação - Deslocamentoç ç

Hipótese de pequenas mudanças de configuração; Hipótese de pequenas mudanças de configuração;

Componentes de deformação consideradas muito pequenas em presença da unidade;

y

****x

****

dyCACA

dxBABA

1

1

y

****** BACBAC xy****** BACBAC

22

11

cos ;sen

cos ;sen

Relações Deformação - Deslocamentoç ç

Reescrevendo se as equações tem se: Reescrevendo-se as equações, tem-se:

xu1dxuBAudx

xuudx xx

cos** xx

yv1dyvCAvdy

yvvdy yy

cos**

yy

xyxy*** BAC

2 vu

2

vdxxvdx

xv

sen

xyxy

xdxBAsen

x**

1

dyudyu

Com as projeções nos outros dois planos cartesianos, são obtidas as demais expressões das

yu

dy

yy

CA

yysen

y**

1

relações deformação-deslocamento.

Relações Deformação – Deslocamento LinearesRelações Deformação Deslocamento Lineares

Na notação cartesiana: ,,,, 321 zyxxxx Na notação cartesiana:

,,,,,,,,

321

321

wvuuuuzyxxxx

...,,...,, xyxx1211

u

1vu1

vxu

y

x

xzxz

xyxy

1wu121

xv

yu

21

zwy

z

y

yzyz

xzxz

21

yw

zv

21

2xz2

z 2yz2

x é o alongamento relativo da projeção em x de um segmento elementar originalmente na direção x.

x é o alongamento relativo de um segmento elementar na direção x.

Relações Deformação – Deslocamento LinearesRelações Deformação Deslocamento Lineares

Na notação cartesiana:Na notação cartesiana:

,,,, 321

wvuuuuzyxxxx

vxu

x

...,,...,,,,,,

xyxx1211

321 wvuuuu

wyv

y

zz

x é o alongamento relativo da projeção em x de um segmento elementar originalmente na direção x.

x é o alongamento relativo de um segmento elementar na direção x.

Deformações angularesç g

vu

yxxy

yw

zv

xy

zyyz

yxxy

xw

zu

yz

zxxz

Deformações angularesç g

yxxyyxxy xv

yu

21

21

21É conveniente imaginar uma rotação

de corpo rígido do elemento em torno

zxxzzxxz xw

zu

xy

21

21

21

222p gdo eixo transversal de forma a seobter uma deformação angular igualsofrida por cada uma das faces

zyyzzyyz yw

zv

21

21

21transversais, com magnitude igual à

metade de distorção total no plano.

Tensor

Assim, modificando-se as relações para deformações angulares para xy ,yz e xz , obtém-se o tensor (de deformações), que é uma entidadematemática que obedece a certas leis de transformação:matemática que obedece a certas leis de transformação:

xzxyxx

yzyyyx

xzxyxx

zzzyzx

Notar que os termos da diagonal principal representam as deformaçõeslineares enquanto os termos situados fora da diagonal, cujos valores sãosimétricos em relação à diagonal, são as deformações transversais(angulares).

Convenção de sinais nas deformaçõesç ç

Deformação linear positiva: extensão do comprimento unitário

Deformação angular positiva:redução do ângulo originariamente retoredução do ângulo originariamente reto

Deformação linear numa direção qualquerç ç q q

Na figura abaixo um segmento elementar PQ de comprimento ds e direção s éNa figura abaixo, um segmento elementar PQ de comprimento ds e direção s é representado na sua configuração inicial.

co-senos diretores:co senos diretores:

xs

dsdx ,cos

ys

dsdymds

,cos

zs

dsdzn ,cos

Deformação linear numa direção qualquerç ç q q

Após a deformação o segmento passa para a posição P*Q* de comprimento ds*Após a deformação o segmento passa para a posição P Q de comprimento ds .

As projeções dos deslocamentos up e uq sobre a direção s são dadas por:

wnvmuuu PPs

ddus

ds

dsuu s

PsQs

Deformação linear numa direção qualquerç ç q q

Considerando se a hipótese de pequenas mudanças de configuração:Considerando-se a hipótese de pequenas mudanças de configuração:

dsudsduuds s

*

dsdu

ds

dsudsds

uds

dsdsds s

ss

s

*

Desenvolvendo a derivada direcional da função u nadirecional da função u na direção s....

Deformação linear numa direção qualquerç ç q q

Desenvolvendo a derivada direcional da função u na direção s....

ssss udzdudydudxdudu

ç ç

ss udsdzdsdydsdxds

ndz

wnvmudmdy

wnvmuddx

wnvmud

mndydw

dzdvn

dzdu

dxdwm

dydu

dxdvn

dzdwm

dydv

dxdu

222

mnnmnm 222 mnnmnm yzxzxyzyxs

Deformação linear numa direção qualquerç ç q q

s

xzxyxx

T

nm

nm yzyyyxs

M

nn zzzyzx

222 mnnmnm yzxzxyzyxs 222

Deformação linear numa direção qualquerç ç q q

mnnmnm yzxzxy2

z2

y2

xs

A expressão acima nos dá a deformação linear em torno de um ponto emuma direção qualquer (definida pelos seus co-senos diretores) em funçãoç q q ( p ) çdas deformações lineares segundo os eixos coordenados e dasdistorções nos planos coordenados.

Vê-se assim que as deformações segundo três eixos coordenados, ou seja, um tensor de deformações, é suficiente para definir o

ESTADO DE DEFORMAÇÃO

em torno de um ponto qualquer (assim como nas tensões).

Deformação angular numa direção qualquerç g ç q q

Analogamente pode-se demonstrar que a distorção entre duas direçõesAnalogamente, pode se demonstrar que a distorção entre duas direções s e t pode ser colocada como:

tstsxytsztsytsxst mmnn2mm22 tstsyztstsxz

tstsxytsztsytsxst

mnnmnn

Deformações Principaisç p

Pode-se mostrar pela análise das expressões anteriores de deformação linear ePode se mostrar pela análise das expressões anteriores de deformação linear e distorção segundo direções arbitrárias, ou pelas propriedades dos Tensores, que o Tensor deformação segundo três novas coordenadas x’, y’, z’ pode ser colocado como:

xzxyxxxzxyxxzxyxxxzxyxxx ''''''''''''

colocado como:

zzzyzx

yzyyyx

zzzyzx

yzyyyx

zzyzxz

zyyyxy

zzyzxz

zyyyxy

'''

'''

'''

'''

''''''

''''''

onde

)'cos()'cos()'cos(),'cos(),'cos(),'cos('''131211

zyyyxyzxyxxxzxyxxx

R

onde:

),'cos(),'cos(),'cos(),cos(),cos(),cos(

'''

'''

333231

232221

zzyzxzzyyyxy

zzyzxz

zyyyxy

R

tRεR ε 'Lei de Transformação do Tensor de 2ª ordem:

Deformações Principaisç p

Tal como na análise de tensões pode se considerar por hipótese que num pontoTal como na análise de tensões, pode-se considerar por hipótese que num ponto de um sólido em estado de deformação existem três direções ortogonais (principais) em relação às quais a distorção é nula.

As deformações lineares em tais direções são as deformações principais:

Pelas propriedades dos tensores as três direções principais (ortogonais)

321 ,, 321

Pelas propriedades dos tensores, as três direções principais (ortogonais) correspondem à representação do tensor deformação segundo uma matriz diagonal.

Logo, as raízes da equação característica do tensor de deformações correspondem às deformações principais, e seus coeficientes são denominados p ç p p ,de invariantes do estado de deformação.

Deformações Principaisç p

Seja a direção “e” ma direção principal onde há apenas ma deformação

Seja a direção “e” uma direção principal, onde há apenas uma deformação sem distorções:

mm yzyyyx

xzxyxx

ee

nn zzzyzx

00

nm

nm

zzzyzx

yzyyyx

xzxyxx

e

e

e

00

0000

0

nmεexyz Iε

zzzyzxe n

As deformações principais são os autovalores da matriz (tensor) de deformaçõesAs deformações principais são os autovalores da matriz (tensor) de deformações

Deformações Principaisç p

0eij Idet 0yzeyyx

xzxyex

ezzyzx

0JJJ 3e22e1

3e JJJ 3e2e1e

321iizyx1J

323121zzy

yzy

zzx

xzx

yyx

xyx2J

yxyy

321

xzxyx

3J

321

zzyzx

yzyyx3J

Deformações Principais: sólidos isotrópicosç p p

Tensões Principais, Deformações principais, Direções Principais

Deformações Principais: sólidos isotrópicosç p p

T õ P i i i D f õ i i i Di õ P i i iTensões Principais, Deformações principais, Direções Principais

Deformações Principais: sólidos isotrópicosç p p

Tensões Principais, Deformações principais, Direções Principais

Deformações Principais: sólidos isotrópicosç p p

T õ P i i i D f õ i i i Di õ P i i iTensões Principais, Deformações principais, Direções Principais

Rosetas de Deformaçõesç

yxOBxy 2

Compatibilidade de Deformaçõesp ç

é preciso garantir a integrabilidade das relações• é preciso garantir a integrabilidade das relações deformações-deslocamentos;

bt ã d d d l t• obtenção de um campo de deslocamentos cinematicamente admissível, representado por funções contínuas e unívocas;contínuas e unívocas;

• preservação do meio sólido no processo (de forma a não surgirem trincas ou fissuras);surgirem trincas ou fissuras);

• uma maneira de se assegurar que as deformações sejam tí i é i i i d d l tcompatíveis é iniciar um campo de deslocamentos

contínuo e unívoco e desenvolver as deformações a partir deste campo de conformidadedeste campo de conformidade.

Compatibilidade de Deformaçõesp ç

u

1vu1

vxu

y

x

xyxy

1wu121

xv

yu

21

zwy

z

y

yzyz

xzxz

21

yw

zv

21

2xz2

z 2yz2

32 ux

0

222

xyyx

22 yxy

32 vy

022

yxxyyyx

0222

xzzx

22 xyxy

332 vuxy 0

0

222

22

zxxz

yzzy

xzzx

22 xyyxyxxy

022

zyyzyzy

Bibliografia ComplementarBibliografia Complementar

Exemplos numéricos práticos: Shames, I. H., Introdução à Mecânica dos Sólidos, Prentice

Hall 1983 (Cap 3 e 12)Hall, 1983 (Cap. 3 e 12)

Propriedades dos Tensores:p Reddy, J.N., “Energy Principles and Variationl Methods in

Applied Mechanics”, John Wiley & Sonx, 2nd Ed., 2002 (Capítulo 2 3)(Capítulo 2.3)

Círculo de Mohr Círculo de Mohr Beer Johnston, Resistência dos Materiais Riley, Mecânica dos Materiais