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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA YOELIS SOSA JUNCO EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA CIDADE NOVA, MUNICÍPIO PARAGOMINAS, PARÁ. CASTANHAL/PARÁ 2018

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Page 1: EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL … · 2019. 8. 5. · desenvolvido no período de março a agosto de 2018, com os pacientes hipertensos maiores de 20 anos, residentes

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

YOELIS SOSA JUNCO

EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL

SISTÊMICA NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA CIDADE

NOVA, MUNICÍPIO PARAGOMINAS, PARÁ.

CASTANHAL/PARÁ

2018

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YOELIS SOSA JUNCO

EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL

SISTÊMICA NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA CIDADE

NOVA, MUNICÍPIO PARAGOMINAS, PARÁ.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família, Universidade Federal do Pará, para obtenção do certificado de Especialista em Saúde da Família. Orientador (a): Profª. Msc. Valquiria Rodrigues Gomes.

CASTANHAL/PARÁ

2018

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YOELIS SOSA JUNCO

EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL

SISTÊMICA NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA CIDADE

NOVA, MUNICÍPIO PARAGOMINAS, PARÁ.

Banca Examinadora

Professor (a). Valquiria Rodrigues Gomes – Universidade Federal do Pará

Professor (a). Denise da Silva Pinto – Universidade Federal do Pará

Aprovado em Belém, em ____ de ________de 2018.

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RESUMO

A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma síndrome caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados associados a alterações metabólicas, hormonais e a fenômenos tróficos que consistem na hipertrofia cardíaca e vascular, seu aparecimento está relacionado ao estilo de vida inadequado, considerando também os fatores constitucionais. Sua prevalência varia amplamente de população para população, dependendo de fatores de ordem biológica, demográfica, social e ambiental, presentes em cada uma delas. Este estudo tem como objetivo desenvolver estratégias educativas para portadores de Hipertensão Arterial na Estratégia de Saúde da Família Cidade Nova. O projeto de intervenção foi desenvolvido no período de março a agosto de 2018, com os pacientes hipertensos maiores de 20 anos, residentes na área adstrita. Foi realizada capacitação com a equipe de saúde para potencializar as ações de promoção do autocuidado dos pacientes hipertensos junto com as famílias, além disso, foram feitas conversas em grupos formados por pacientes hipertensos e suas famílias e a realização de visitas domiciliares aos pacientes hipertensos cadastrados. Pretende-se melhorar o processo de atenção assistencial, aumentar o conhecimento dos profissionais e dos pacientes hipertensos e suas famílias sobre a doença, para promover melhor qualidade de vida na população e a estimular os hipertensos a adotar estilos de vida mais saudáveis, o que contribuirá a uma redução da morbimortalidade na comunidade Cidade Nova. Palavras-chave: Hipertensão. Educação em Saúde. Prevenção de Doenças. Paragominas.

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ABSTRACT

Hypertension is a syndrome characterized by the presence of elevated BP levels associated with metabolic, hormonal changes and the trophic phenomena consisting in cardiac hypertrophy and vascular, your appearance is related to inappropriate lifestyle, considering also the constitutional factors. The prevalence of Hypertension varies widely from population to population, depending on factors of biological order, demographic, social and environmental development, present in each one of them. This study aims to develop educational strategies for patients with Hypertension at ESF Cidade Nova. The intervention project will be developed in the period from march to august 2018, with the largest 20 years hypertensive patients, assigned the ESF area residents Cidade Nova. Training will be made to the health team to enhance the promotion of self-care of the hypertensive patients along with their families, also will be made in groups formed by conversations the hypertensive patients and their families and home visits to hypertensive patients registered at ESF Cidade Nova. The intention is to improve the process of care, increase the knowledge of professionals and hypertensive patients and their families about the disease, to promote a better quality of life in the population and to encourage hypertensive people to adopt healthier lifestyles, which will contribute to a reduction of Morbimortality in the Cidade Nova community. Key-words: Hypertension. Health Education. Prevention of Diseases. Paragominas.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AB Atenção Básica

ACS Agente Comunitário de Saúde

ACV Acidente Cérebro Vascular

DCV Doença Cérebro Vascular

DH Doença Hipertensiva

DIC Doença Isquêmica do Coração

DM Diabetes Mellitus

ESF Estratégia de Saúde da Família

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica

ICC Insuficiência Cardíaca Congestiva

OMS Organização Mundial da Saúde

PA Pressão Arterial

PAS Pressão Arterial Sistólica

PAD Pressão Arterial Diastólica

PES Planejamento Estratégico Situacional

SEMS Secretaria Municipal de Saúde

SISAB Sistema de Informação da Atenção Básica

SUS Sistema Único de Saúde

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7

1.1 Aspectos gerais do município ........................................................................... 7

1.2 Aspectos da comunidade ................................................................................... 7

1.3 Sistema Municipal de Saúde .............................................................................. 8

1.4 Unidade Básica de Saúde ................................................................................... 9

1.5 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade ....... 10

1.6 Priorização dos problemas ............................................................................. 101

2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 12

3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 13

3.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 13

3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 13

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 14

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 16

5.1 Conceito de Hipertensão Arterial Sistêmica ................................................... 16

5.2 Fatores de risco para a Hipertensão Arterial Sistêmica ................................ 17

5.3 Papel da Atenção Básica à Saúde e da Estratégia Saúde da Família na

atenção à Hipertensão Arterial ............................................................................... 18

6 PLANO DE INTERVENÇÃO .................................................................................. 22

6.1 Descrição do problema selecionado ............................................................... 22

6.2 Explicação do problema selecionado.............................................................. 23

6.3 Seleção dos nós críticos ................................................................................ 233

6.4 Desenho das operações. .................................................................................. 24

7 IMPLANTAÇÃO, DESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO ................... 29

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 366

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Aspectos gerais do município

O município de Paragominas, situado na mesorregião Sudeste do Pará, a

300 quilômetros da cidade de Belém, possui uma área de 19.330 quilômetros

quadrados e uma população de 110.026 habitantes segundo estimativa do IBGE

para 2017. A cidade vem recebendo uma significativa quantidade de migrantes de

outras regiões brasileiras impulsionados pela presença da mineradora Hydro (IBGE,

2017).

A notícia sobre a presença da empresa mineradora Hydro na cidade atraiu

milhares de pessoas que buscavam oportunidades de emprego. Além da Hydro,

várias outras empresas de grande porte começaram a se instalar no município.

Paragominas tem atualmente 748 mil hectares de áreas em que a floresta foi

completamente removida e 130 mil hectares de floresta que estavam altamente

degradadas (IBGE, 2017).

O tamanho atual da área desmatada no município é suficiente para a

manutenção dos níveis de produção das principais atividades econômicas que

demandam áreas abertas, a saber: pecuária, agricultura familiar e cultivo de grãos −

arroz, milho e soja. Estão instaladas no município diversas instituições de ensino

superior, entre elas a Universidade Estadual do Pará - UEPA, o Instituto Federal do

Pará – IFPA e a Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA (IBGE, 2017).

A UFRA destaca-se pela oferta de vários cursos que contribuem para o

desenvolvimento regional, são eles: Administração, Engenharia Florestal, Zootecnia,

Agronomia e Sistemas de Informação (a partir de 2018). A UFRA fica localizada a

4,5 km da entrada da cidade, na Rodovia PA 256 (IBGE, 2017).

1.2 Aspectos da comunidade

O Bairro Cidade Nova encontra-se situado no centro da cidade de

Paragominas, apresenta a maioria dos domicílios com esgotamento sanitário

adequado, os domicílios urbanos em vias públicas com arborização, as vias públicas

com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio),

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além disso, existe um número importante delas que não estão nem asfaltadas

(SISAB, 2017).

No território que ocupa o bairro estão situadas um total de 26 empresas, as

quais são fonte de empregos da comunidade. Ademais na área de abrangência

existem 5 escolas, sendo duas delas privadas com 1 ensino superior, ensinos médio

e fundamental, 5 creches e 12 igrejas de diferentes denominações religiosas, no

bairro Cidade Nova trabalha só uma Equipe de Saúde (SISAB, 2017).

1.3 O Sistema Municipal de Saúde

Em relação à estrutura de saúde, temos 76 Unidades Sanitárias. O

município tem 4 hospitais, 3 são privados e 1 público, com 63 leitos. A taxa de

mortalidade infantil média na cidade é de 17.42 para 1.000 nascidos vivos (IBGE,

2017).

Na Unidade de Saúde (Secretaria Municipal de Saúde) temos atualmente

um total de 54 servidores, sendo a categoria com mais pessoas e auxiliares

administrativos, com 11 pessoas. No município, o sistema local de saúde tem um

Conselho de Saúde que se reúne mensalmente (SISAB, 2017).

O Fundo Municipal de Saúde, segundo a Secretaria Municipal da Saúde, foi

em 2017, de R$ 21.651.456.00, destinado a criar condições para o desenvolvimento

das ações da saúde, como vigilância em saúde, atendimento individualizado,

atenção à saúde regionalizada e integrada, saneamento do meio ambiente,

seguridade social, pagamento de salários, pagamento pela prestação de serviços a

entidades privadas para execução de projetos ou programas do setor saúde,

aquisição de material de consumo para desenvolvimento dos programas,

construção, reforma e capacitação (SISAB, 2017).

O setor de saúde, sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Saúde,

disponibiliza para a população um hospital tipo II (SUS) e três privados, um Pronto

Socorro/Sistema de Urgência, 15 Unidades Básicas de Saúde (UBS), oito gabinetes

odontológicos, 15 equipes de Saúde da Família, um Centro de Atenção Psicossocial

(CAPS), um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e um centro regulador de

referência e contra referência (SISAB, 2017).

Na Atenção Especializada temos o Apoio Diagnóstico, Assistência

Farmacêutica, Vigilância Epidemiológica (Imunizações, Combate de Endemias e

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Fiscalização Ambiental), Hospital Regional (conta com especialidades como:

ortopedista, pediatria, ginecologia, cirurgia geral, clínico, laboratório clínico e

serviços de RX). Quanto à Atenção de Urgência e Emergência o município conta

com uma Unidade de Pronto Socorro e serviços do Serviço Médico de Atendimento

de Urgência (SAMU) (SISAB, 2017).

1.4 Unidade Básica de Saúde

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) Cidade Nova acompanha uma

população de 5.500 pessoas, com 1.063 famílias cadastradas, foi inaugurada há 10

anos e está situada no centro da cidade, com horário de atendimento de segunda a

sexta-feira, das 7:30 às 17:00 horas. A Unidade de Saúde conta com 21

trabalhadores sendo dois médicos, um enfermeiro, três técnicos de enfermagem,

três recepcionistas, um auxiliar de serviços gerais e 12 agentes comunitários de

saúde (SISAB, 2018).

A área física da unidade de saúde é uma construção relativamente nova,

com uma sala de estar, recepção, banheiros para usuários, sala para triagem, sala

para vacinação, três salas para consultas (médico e enfermeira), sala de curativos,

aerossol e administração de medicamentos, salão odontológico bem equipado,

cozinha, banheiro para trabalhadores e sala de PCCU e teste do pezinho.

O tempo da Equipe da Cidade Nova está ocupado quase que

exclusivamente com as atividades de atendimento da demanda espontânea (maior

parte) e com o atendimento de alguns programas, como: pré-natal, puericultura,

controle de câncer de mama e ginecológico, atendimento a hipertensos e diabéticos

e acompanhamento de crianças desnutridas.

A equipe já tentou desenvolver outras ações de saúde, como por exemplo,

horta comunitária e grupos de hipertensos e diabéticos, que, com o tempo, se

mostraram pouco frutíferas. No início essas iniciativas conseguiram despertar algum

interesse da comunidade, mas logo as pessoas “sumiam” das reuniões e o trabalho

“morria”. Em relação aos grupos de hipertensos e diabéticos, a equipe resolveu

condicionar a “troca das receitas” à participação nas reuniões, o que provocou

questionamentos por parte da população e não mudou qualitativamente a

participação nas reuniões.

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1.5 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade

Para uma primeira aproximação ao diagnóstico situacional em saúde da

área de abrangência, utilizamos o método da estimativa rápida (CAMPOS; FARIA;

SANTOS, 2010) para chegar a identificar os problemas da comunidade, acatando

sugestões da equipe de saúde e da comunidade para a elaboração de uma lista de

problemas. Entre eles estão:

- Má qualidade da água para o consumo (abastecimento e tratamento

insuficiente de água com alto risco de consumo de água contaminada).

- Sub-índice de doentes cadastrados no sistema (alta prevalência de

pacientes com transtornos de ansiedade e depressão; uso de poli farmácia nos

pacientes com doenças crônicas como Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus).

- Dificuldades para o acesso ao posto médico.

- Elevado índice de hipertensos na área de abrangência (A Hipertensão

Arterial Sistêmica é a principal morbidade da área sendo a principal causa de

atendimento médico diário).

- Maioria das famílias queima o lixo de qualquer tipo (Destino final

inadequado dos lixos e dejetos humanos).

1.6 Priorização dos problemas

Quadro 1 - Classificação de prioridade para os problemas identificados no diagnóstico da comunidade adscrita à equipe de Saúde Cida Nova, Unidade Básica de Saúde Cidade Nova, município de Paragominas, estado de Pará.

Principais problemas

Importância Urgência Capacidade de enfrentamento

Seleção

Elevado índice de hipertensos na área de abrangência

Alta 8 Parcial 1

Dificuldade para o acesso ao posto de saúde

Alta 8 Fora 2

Sub-índice de pacientes cadastrados

Alta 5 Parcial 3

Má qualidade da água para o consumo

Alta 4 Fora 4

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Maioria das famílias queima o lixo de qualquer tipo

Alta 5 Fora 5

Fonte: Diagnóstico Situacional ESF Cidade Nova, 2018, elaborado pelo autor.

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2 JUSTIFICATIVA

A Hipertensão Arterial (HA) é um motivo frequente de consultas durante as

quais, verificava-se que é muito difícil o controle adequado dos pacientes que sofrem

desta patologia. A maioria dos usuários não realizam exercícios físicos, não tem

uma alimentação saudável, são etilistas e tabagistas, apresenta sobrepeso com

predomínio de obesidade, faltam as consultas periódicas, como também não

realizam o tratamento indicado.

A HA é uma doença altamente perigosa, que precisa ser controlada, para

evitar danos nos diferentes órgãos alvos, ainda assim existem hipertensos que não

seguem as orientações e não aderem ao tratamento tanto não farmacológico como

farmacológico (BRASIL, 2010).

No Brasil, os desafios do controle e prevenção da HAS e suas complicações são, sobretudo, das equipes de Atenção Básica (AB). As equipes são multiprofissionais, cujo processo de trabalho pressupõe vínculo com a comunidade e a clientela adscrita, levando em conta a diversidade racial, cultural, religiosa e os fatores sociais envolvidos. Nesse contexto, o Ministério da Saúde preconiza que sejam trabalhadas as modificações de estilo de vida, fundamentais no processo terapêutico e na prevenção da hipertensão (BRASIL, 2013, p. 21).

A ausência de ações preventivas tem desencadeado um aumento na

incidência de enfermidades cardiovasculares, hipertensão, diabetes e dislipidemias.

A atividade física insuficiente e as inadequadas práticas alimentares, favorecem as

complicações aos usuários diagnosticados com HAS. Evidências suficientes

demonstram que estratégias que visem as modificações de estilo de vida são mais

eficazes quando aplicadas a um número maior de pessoas geneticamente

predispostas, o que demonstra a relevância em desenvolver uma estratégia

educativa, que promova essas mudanças (DUARTE et al., 2010).

Pelo exposto, é necessário estabelecer como processos prioritários,

programas de capacitação e seguimento, que assegurem o conhecimento e

melhorem o estilo de vida dos usuários, direcionado a resolver o problema de saúde

pública causado pelo sedentarismo, pela dieta inadequada, pelo estresse, de acordo

com as necessidades dos habitantes da área do ESF Cidade Nova.

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

- Desenvolver estratégias educativas para portadores de Hipertensão Arterial

Sistêmica diante da prevalência na Estratégia de Saúde da Família Cidade Nova.

3.2 Objetivos Específicos

- Proporcionar atividades educativas sobre o conhecimento da Hipertensão Arterial

Sistêmica na comunidade.

- Realizar um programa de intervenção educativa que promova um bom controle da

doença e mudanças no estilo de vida dos pacientes hipertensos.

- Capacitar os agentes de saúde como facilitadores do processo de educação em

saúde junto à população.

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4 METODOLOGIA

Para a elaboração do Plano de Intervenção foi utilizado o Método do

Planejamento Estratégico Situacional (PES) (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010). Os

seguintes passos foram realizados: desenho das operações, identificação dos

recursos críticos, análise de viabilidade do plano (construção de meios de

transformação das motivações dos atores através de estratégias que tinham como

objetivo mobilizar, convencer, ou mesmo pressionar estes, a fim de mudar sua

posição), a elaboração do plano operativo, em que foram designados os

responsáveis por cada operação e definido os prazos para a execução e o modelo

de gestão do plano de ação (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010).

O plano de intervenção foi elaborado a partir da seleção e análise de

determinados critérios, em que o principal problema identificado, foi visto como

prioridade. A intervenção educativa foi feita mediante a realização de reuniões em

grupos a pacientes hipertensos apoiando a atividade com palestras educativas e a

utilização de meios áudios visuais, distribuição de folders e uso de folhas com

informações educativas.

A população selecionada foi de 150 pacientes com HAS (n=150),

pertencentes ao PSF Cidade Nova do município de Paragominas no período de

março a agosto de 2018. Foram adotados como critérios de inclusão pacientes

portadores de Hipertensão Arterial maiores de 20 anos, com prévio consentimento

informado e residente da área adscrita da ESF Cidade Nova, os excluídos foram

aqueles que não deram seu consentimento para a realização da intervenção

educativa.

Para a descrição do problema priorizado, a equipe utilizou alguns dados

fornecidos pelo Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), bem como foi

realizada pesquisa em base de dados eletrônicos da Biblioteca Virtual em Saúde

(BVS), através da base de dados: Literatura Latino Americana e do Caribe em

Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Biblioteca

virtual da UFMG e publicações do Ministério da Saúde, sendo que os descritores

utilizados nesse trabalho foram: Hipertensão, Educação em Saúde, Prevenção de

Doenças, Paragominas.

Foram selecionados indicadores de frequência de alguns dos problemas e

também da ação da equipe frente aos mesmos. A partir da explicação do problema,

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foi elaborado um plano de ação, entendido como uma forma de sistematizar

propostas de solução para o enfrentamento do problema em questão

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5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Como base para uma proposta de intervenção sobre o problema “Elevada

incidência de Hipertensão Arterial na área adscrita do ESF Cidade Nova” são

necessários estabelecer marcos conceituais que possam ser compreendidos pela

Equipe de Saúde da Família, de modo a balizar suas ações nessa proposta.

5.1 Conceito de Hipertensão Arterial Sistêmica

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), também conhecida como pressão

alta é conceituada pela VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial como “uma

condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de

pressão arterial (PA)”. Trata-se, ainda, de uma síndrome caracterizada por

alterações metabólicas, hormonais e a fenômenos tróficos, além do aumento de

fatores riscos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010, p.1).

A HAS é caracterizada por níveis de valores a partir de 139 mmHg para a

Pressão Arterial Sistólica (PAS) e 89mmHg para a Pressão Arterial Diastólica (PAD)

para indivíduos adultos. Ela tem alta prevalência e baixas taxas de controle, sendo

que a elevação da pressão arterial a partir de 115/75 mmHg de forma linear e

contínua aumenta consideravelmente a mortalidade por doença cardiovascular

(DCV) (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

Trata-se, portanto, de um agravo de etiologia multifatorial que, devido à

grande variedade de consequências, constitui a origem de várias doenças

cardiovasculares, sendo o principal fator de risco para agravos comuns na saúde

coletiva, como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio.

“Dessa forma, assume um papel fundamental dentro da saúde pública no Brasil e no mundo, trazendo grande impacto econômico, pelo ônus imposto ao sistema de saúde, e social, pelo reflexo na qualidade e expectativa de vida dos indivíduos” (ALMEIDA et al., 2011, p. 320).

O Ministério da Saúde recomenda que:

“Todo adulto com 18 anos ou mais de idade, quando vier à Unidade Básica de Saúde (UBS) para consulta, atividades educativas, procedimentos, entre outros, e não tiver registro no prontuário de ao menos uma verificação da PA nos últimos dois anos, deverá tê-la verificada e registrada” (BRASIL, 2013, p. 29).

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Dados recentes do estudo do coração, segundo a escala de Framingham

para classificação de risco cardiovascular, sugerem que aqueles com idade superior

a 65 anos de idade, mesmo indivíduos normotensos, estão em risco de vida, e que

cerca de 90% das pessoas nessa idade têm pressão arterial elevada (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

Desde a década de 1980, o número de pacientes diagnosticados aumentou

de 25% para quase 33% em 1990, tendo como complicação a insuficiência renal

uma prevalência aumentada de menos de 100 por milhão de habitantes para mais

de 250 milhões, e dobrou a prevalência da insuficiência cardíaca congestiva

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

5.2 Fatores de risco para a Hipertensão Arterial Sistêmica

Um dos modos de se fazer a estratificação de risco cardiovascular, segundo

o Ministério da Saúde, é por meio da utilização do escore de Framingham que

objetiva avaliar a possibilidade de uma pessoa sofrer uma doença arterial

coronariana nos próximos dez anos. Essa avaliação se fundamenta na presença de

diversos fatores de risco, como sexo, idade, níveis pressóricos, tabagismo, níveis de

colesterol, dentre outros (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

A 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial também relaciona os fatores

de risco para HAS: idade (há associação direta e linear entre envelhecimento e

prevalência de hipertensão); sexo e etnia (a prevalência é diferenciada entre os

sexos sendo maior entre as mulheres e pessoas de raça negra/cor preta quando

comparada a adultos pardos); excesso de peso e obesidade (houve, nos últimos

anos, aumento de pessoas com sobrepeso e obesidade); ingestão de sal (o

consumo excessivo de sal é um dos principais fatores de risco para hipertensão e

eventos cardiovasculares e renais); ingestão de álcool (ingestão crônica e elevada

de bebidas alcoólicas aumenta a pressão de forma consistente); sedentarismo

(estudos comprovaram a existência de sedentarismo e hipertensão); fatores

socioeconômicos (baixa escolaridade associa-se à hipertensão) e, por fim, genética

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).

A doença pode ser controlada com tratamento não medicamentoso, com

observância de mudanças de hábitos saudáveis como alimentação com restrição de

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sal, gorduras e carboidratos simples, controle do peso, moderação no consumo de

bebidas alcoólicas, abandono do tabagismo, realização de atividade física e ainda o

aumento da ingestão de potássio, suplementação de cálcio e magnésio, dentre

outros (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007).

Segundo Gasperin e Fensterseifer (2006, p. 373):

Para que aconteçam essas mudanças na vida dos hipertensos, é imprescindível o envolvimento dos profissionais da saúde, cabendo a todos abordar aspectos de prevenção e de promoção à saúde, prestar informações ao público, programar programas educativos e avaliá-los periodicamente, visando à melhoria das ações desenvolvidas e à adequação das mesmas às novas realidades, além de desenvolver pesquisas sobre a prevenção e o controle da hipertensão arterial (GASPERIN; FENSTERSEIFER, 2006, p. 373).

5.3 Papel da Atenção Básica à Saúde e da Estratégia Saúde da Família na

atenção à Hipertensão Arterial

O Ministério da Saúde sugere como profissionais da equipe mínima de

saúde da família:

É recomendável que a equipe de uma unidade de Saúde da Família seja composta, no mínimo, por um médico de família ou generalista, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Outros profissionais de saúde poderão ser incorporados a estas unidades básicas, de acordo com as demandas e características da organização dos serviços de saúde locais (BRASIL, 1997, p.13).

A portaria Nº 648 de 28 de março de 2006 que aprova a Política Nacional de

Atenção Básica e estabelece as normas para sua a organização incluindo a Saúde

da Família (PSF), afirmando que a equipe multiprofissional deve ser responsável

por, no máximo, 4.000 habitantes, sendo a média recomendada de 3.000 habitantes,

com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus integrantes e

composta por, no mínimo, médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem ou técnico de

enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (BRASIL, 2006).

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, dentre as características do

processo de trabalho das equipes de saúde encontra-se:

Programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades de saúde da população, com a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o

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planejamento e organização da agenda de trabalho compartilhado de todos os profissionais e recomenda-se evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida, sexo e patologias, dificultando o acesso dos usuários (BRASIL, 2012, p.41).

Outras características dizem respeito à realização da atenção à saúde em

diversos locais como na Unidade Básica de Saúde, no domicílio, salões

comunitários, escolas, creches, praças, dentre outros. Ou seja, pode-se realizar a

atenção em outros espaços que permitam a ação planejada. Destaca-se que o

importante é o desenvolvimento de “ações educativas que possam interferir no

processo de saúde-doença da população, no desenvolvimento de autonomia,

individual e coletiva e na busca por qualidade de vida pelos usuários” (BRASIL,

2012, p. 42).

O Ministério da Saúde também organizou e propôs as atribuições e

competências dos membros da equipe de saúde no atendimento às pessoas com

HAS:

Cabe ao Agente Comunitário de Saúde: 1) Esclarecer a comunidade sobre os fatores de risco para as doenças cardiovasculares, orientando-a sobre as medidas de prevenção. 2) Rastrear a hipertensão arterial em indivíduos com mais de 20 anos, pelo menos, uma vez ao ano, mesmo naqueles sem queixa. 3) Encaminhar à consulta de enfermagem os indivíduos rastreados como suspeitos de serem portadores de hipertensão. 4) Verificar o comparecimento dos pacientes hipertensos às consultas agendadas na unidade de saúde. 5) Verificar a presença de sintomas de doença cardiovascular, cerebrovascular ou outras complicações de hipertensão arterial, e encaminhar para consulta extra. 6) Perguntar, sempre, ao paciente hipertenso se o mesmo está tomando, com regularidade, os medicamentos e se está cumprindo as orientações de dieta, atividades físicas, controle de peso, cessação do hábito de fumar e da ingestão de bebidas alcoólicas. 7) Registrar, em sua ficha de acompanhamento, o diagnóstico de hipertensão e risco cardiovascular global estimado de cada membro da família (BRASIL, 2006, p. 39-40).

As atribuições e competências do auxiliar de Enfermagem são: a verificação

dos níveis da pressão arterial, peso, altura e circunferência abdominal, em

indivíduos da demanda espontânea da unidade de saúde, orientar a comunidade

sobre a importância das mudanças nos hábitos de vida, e sobre os fatores de risco

cardiovascular, em especial aqueles ligados à hipertensão arterial e diabetes,

agendar consultas e reconsultas médicas e de enfermagem para os casos

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indicados, proceder às anotações devidas em ficha clínica, dentre outras atividades

(BRASIL, 2006).

O enfermeiro é responsável pela capacitação dos auxiliares de enfermagem,

dos agentes comunitários de saúde além de, supervisionar, de forma permanente,

suas atividades que estes realizam. Ao realizar a consulta de enfermagem, o

enfermeiro deve abordar os fatores de risco, orientar sobre o tratamento não

medicamentoso, da importância da adesão ao tratamento medicamentoso e não

medicamentoso, dos possíveis efeitos colaterais (BRASIL, 2006).

Também cabe ao enfermeiro desenvolver atividades educativas de

promoção de saúde de forma individual e coletiva, agregando nessas atividades

família e comunidade. Por fim, o enfermeiro deve, junto à equipe, criar estratégias

que possam favorecer a adesão dos hipertensos (BRASIL, 2006).

Fica sob a responsabilidade do médico:

1) Realizar consulta para confirmação diagnóstica, avaliação dos fatores de risco, identificação de possíveis lesões em órgãos–alvo e comorbidades, visando à estratificação do portador de hipertensão. 2) Solicitar exames complementares, quando necessário. 3) Prescrever tratamento não-medicamentoso. 4) Tomar a decisão terapêutica, definindo o início do tratamento medicamentoso. 5) Programar, junto à equipe, estratégias para a educação do paciente. 6) Encaminhar às unidades de referência secundária e terciária as pessoas que apresentam hipertensão arterial grave e refratária ao tratamento, com lesões importantes em órgãos-alvo, com suspeita de causas secundárias e aqueles que se encontram em estado de urgência e emergência hipertensiva. 7) Perseguir, obstinadamente, os objetivos e metas do tratamento (níveis pressóricos, glicemia pós-prandial, hemoglobina glicada, controle dos lipídeos e do peso) (BRASIL, 2006, p. 41).

Quanto à equipe multiprofissional destaca-se que a inserção de outros

profissionais, especialmente nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, cirurgiões

dentistas, profissionais de educação física, é considerada de suma importância

tendo em vista que ação interdisciplinar colabora muito para a prevenção e controle

do DM e da HAS (BRASIL, 2006).

O processo de capacitação e educação dos profissionais de saúde deve ser

contínuo e em acordo com as necessidades e problemas apresentados pelos

usuários e equipe. Sabe-se que as atividades de educação exigem planejamento,

atendimento às demandas surgidas e linguagem acessível para que os participantes

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da educação compreendam o que está sendo dito e possam, dessa forma, aprender

e mudar hábitos.

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6 PLANO DE INTERVENÇÃO

Todo método de planejamento apresenta etapas como uma sequência lógica

de ações ou atividades a serem desenvolvidas. E esses passos devem ser seguidos

de forma cronológica para que não prejudique o resultado final para cada problema

diagnosticado, em um território deve ser selecionado apenas um projeto de

intervenção, pois é necessário avaliar a viabilidade do mesmo (GARCIA et al.,

2007).

O projeto de intervenção funciona como uma ferramenta para permitir o

compartilhamento ou a negociação em relação aos objetivos a serem obtidos. É

constituído de ações respaldadas no Planejamento Estratégico Situacional (PES) de

forma mais densa e efetivamente participativa. Observa-se ainda que o PES permita

estabelecer uma articulação entre a questão situacional imediata e aquela voltada

para o futuro, contempla uma gestão participativa, porém se faz necessário para o

pleno êxito do plano, considerar a viabilidade de gerenciar o mesmo para obter os

resultados desejados, a curto, médio e longo prazo (CAMPOS; FARIA; SANTOS,

2010).

Esses processos tiveram por objetivo: designar os responsáveis por cada

operação (gerente de operações) e definir os prazos para a execução das

operações. A equipe em reunião com todas as pessoas envolvidas no planejamento,

definiu por consenso a divisão de responsabilidades por operação e os prazos para

a realização de cada produto.

6.1 Descrição do problema selecionado

A equipe de saúde fez a identificação de dados necessários, obtendo

informações sobre as condições e a especificidades através dos registros escritos

existentes, entrevistas com informantes-chave, utilizando roteiros e com a

observação ativa da área para a realização de uma aproximação do diagnóstico

situacional da área de abrangência, onde se identificaram problemas com a

participação da comunidade e a utilização da Estimativa Rápida.

No caso do problema da “Elevada incidência de Hipertensão Arterial na

população adstrita” definido como prioridade número 1, para sua descrição, a Equipe

de Saúde utilizou alguns dos dados fornecidos pelo Sistema de Informação da

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Atenção Básica (SIAB) e outros que foram produzidos pela própria equipe, pois cabe

aqui ressaltar as diferencias dos nossos sistemas de informações e da necessidade

da equipe produzir informações adicionais para auxiliar no processo do

planejamento.

O PSF Cidade Nova tem um total de 5.500 habitantes, com uma incidência

de 1.191 hipertensos diagnosticados o que representa cerca de 26,5% da população

atendida no PSF. O mais preocupante é que no tempo que a equipe tem trabalhado

no PSF, aproximadamente, 71,5% encontram-se descontrolados o que torna

relevante propor um projeto de intervenção para o controle dos pacientes, prevenir

fatores de riscos e futuras complicações que podem levar à morte.

6.2 Explicação do problema selecionado

A HAS constitui um fator de risco das doenças cardiovasculares, as quais

estão em primeiro lugar dentre as causas de mortalidade na população adulta. A

HAS, também conhecida como pressão alta é conceituada pela VI Diretrizes

Brasileiras de Hipertensão Arterial como “uma condição clínica multifatorial

caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA)”. Trata-se,

ainda, de uma síndrome caracterizada por alterações metabólicas, hormonais e a

fenômenos tróficos, além do aumento de fatores riscos (SOCIEDADE BRASILEIRA

DE CARDIOLOGIA, 2010, p. 1).

Trata-se de um problema multicausal que requer a modificação de hábitos e

costumes quanto à alimentação, realização de atividades físicas diárias, abandono

de hábitos inadequados como: fumo e álcool, pelo que faz necessário a elaboração

de um plano de ação.

6.3 Seleção dos nós críticos

Os “nós críticos” foram identificados pela equipe tendo em conta a causa de

um problema que, quando atacada, é capaz de impactar o problema principal e

transformá-lo. Foram eles:

1- Inadequados hábitos e estilos de vida.

2- Insuficientes conhecimentos sobre a doença pela população.

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3- Processo de trabalho da Equipe de Saúde com predomínio do modelo

assistencial.

4- Estrutura deficiente dos serviços de saúde.

6.4 Desenho das operações

Após da seleção do problema e identificação das causas, se estabeleceram

estratégias para o enfrentamento do problema, com a elaboração do plano de ação.

As ações relativas a cada “nós críticos” serão detalhadas nos quadros 2, 3, 4 e 5.

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Quadro 2 - Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “Inadequados hábitos e estilos de vida”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Cidade Nova, do município Paragominas, estado do Pará.

Nó crítico 1 Inadequados hábitos e estilos de vida.

Operação Modificar estilos de vida inadequados.

Projeto Vida saudável.

Resultados esperados

Diminuir em 20% o sedentarismo, as más práticas de alimentação, o tabagismo e alcoolismo. Cobertura médica 75% da população com hábitos tóxicos e estilos de vida inadequados.

Produtos esperados

Palestras aos grupos vulneráveis da população sobre os fatores de risco da Hipertensão Arterial. Programa de saúde na rádio.

Recursos necessários

Econômico ou financeiro: Recursos audiovisuais e folhetos educativos. Cognitivo: Elaboração de projeto de linha de cuidado e de protocolos. Político: Articulação entre os setores da saúde e adesão dos profissionais. Organizacional: Adequação de um espaço físico, recursos humanos (Equipe de saúde, Núcleo de Apoio a Família) e equipamentos (recursos audiovisuais).

Recursos críticos Econômico ou financeiro: Recursos audiovisuais e folhetos educativos. Político: Articulação entre os setores de saúde e adesão dos profissionais.

Controle dos recursos críticos

Gestor da secretaria de saúde motivado pelo projeto de intervenção.

Ações estratégicas

Apresentar o projeto de intervenção educativa.

Prazo Início em três meses, duração 6 meses.

Responsável pelo acompanhamento das ações

Médico; Enfermeiro (a); Núcleo de Apoio à família.

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Será acompanhada pela equipe de saúde e avaliada sistematicamente.

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Quadro 3 - Operações sobre o “nó crítico 2” relacionado ao problema “Insuficientes conhecimentos sobre a doença pela população”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Cidade Nova, do município Paragominas, estado do Pará.

Nó crítico 2 Insuficientes conhecimentos sobre a doença pela população.

Operação Aumentar o nível de conhecimento da população sobre os riscos das complicações da Hipertensão Arterial.

Projeto Aumente seu conhecimento.

Resultados esperados

População com mais conhecimento sobre os riscos das complicações da Hipertensão Arterial.

Produtos esperados

Trabalho sistemático com o grupo de pacientes com Hipertensão Arterial; Campanha educativa na rádio local do município; Campanha educativa no jornal local.

Recursos necessários

Econômico ou financeiro: Recursos audiovisuais e folhetos educativos. Financiamento dos projetos. Cognitivo: Sobre as estratégias de comunicação. Elaboração de projeto de linha de cuidado e de protocolos. Político: Articulação intersetorial e mobilização social. Organizacional: Adequação de um espaço físico, recursos humanos (Equipe de saúde, Núcleo de Apoio a Família) e equipamentos (recursos audiovisuais).

Recursos críticos Econômico ou financeiro: Recursos audiovisuais e folhetos educativos. Políticos: Articulação intersetorial e mobilização social. Organizacional: Adequação de um espaço físico e equipamentos (recursos audiovisuais).

Controle dos recursos críticos

Gestor da secretaria de saúde motivado pelo projeto de intervenção.

Ações estratégicas

Apresentar o projeto de intervenção educativa.

Prazo Início em três meses, duração 6 meses.

Responsável pelo acompanhamento das ações

Médico; Enfermeiro (a); Núcleo de Apoio à família.

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Será acompanhada pela equipe de saúde e avaliada sistematicamente.

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Quadro 4 - Operações sobre o “nó crítico 3” relacionado ao problema “Processo de trabalho da Equipe de Saúde com predomínio do modelo assistencial”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Cidade Nova, município Paragominas, estado do Pará.

Nó crítico 3 Processo de trabalho da Equipe de Saúde com predomínio do modelo assistencial.

Operação Organizar o processo de trabalho para melhorar a efetividade do cuidado.

Projeto Linha de cuidado.

Resultados esperados

Cobertura médica de 75% da população com risco de desenvolver complicações da Hipertensão Arterial.

Produtos esperados

Linha de cuidado para determinar pacientes com risco de desenvolver complicações da Hipertensão Arterial; Protocolos implantados; Recursos humanos capacitados; Gestão de linha de cuidado.

Recursos necessários

Cognitivo: Elaboração de projeto linha de cuidados de protocolos. Político: Articulação entre os setores da saúde e adesão dos profissionais. Organizacional: Adequação de fluxos de pesquisa e atendimento de pacientes com risco de complicações das doenças crônicas não transmissíveis (referência e contra referência).

Recursos críticos Político: Articulação entre os setores da saúde e adesão dos profissionais.

Controle dos recursos críticos

Gestor da secretaria de saúde motivado pelo projeto de intervenção

Ações estratégicas

Apresentar o projeto de intervenção educativa.

Prazo Início em três meses, duração 6 meses.

Responsável pelo acompanhamento das ações

Equipe de Saúde da Família. Diretora de Atenção Básica do Município.

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Será acompanhada pela equipe de saúde e avaliada sistematicamente.

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Quadro 5 - Operações sobre o “nó crítico 4” relacionado ao problema “Estrutura deficiente dos serviços de saúde”, na população sob responsabilidade da Equipe de Saúde da Família Cidade Nova, do município Paragominas, estado do Pará.

Nó crítico 4 Estrutura deficiente dos serviços de saúde.

Operação Melhorar estrutura dos serviços de saúde para o acompanhamento dos usuários com Hipertensão Arterial.

Projeto Melhor acompanhamento.

Resultados esperados

Assegurar a consulta especializada e garantir a contra referência da mesma; Garantir exames previstos para 80% da população com doenças crônicas não transmissíveis; Garantir medicamentos a 90% da população com Hipertensão Arterial; Garantir a permanência dos profissionais da saúde para atendimento contínuo destes pacientes.

Produtos esperados

Exigir a contra referência escrita dos especialistas; Capacitação sistemática dos profissionais da saúde; Contratação no município de profissionais especializados e médicos de PSF suficientes para conseguir o acompanhamento a 80% da população em questão; Compra dos medicamentos para conseguir 90% de cobertura dos pacientes com Hipertensão Arterial.

Recursos necessários

Político: Aumento dos recursos para melhor estruturação dos serviços de saúde. Financeiro: Para a contratação dos profissionais especializados e médicos de PSF suficientes, compra dos medicamentos para conseguir 80% de cobertura. Cognitivos: Elaboração de adequação.

Recursos críticos Político: Aumentar os recursos para melhor estruturação dos serviços de saúde. Financeiro: Para a contratação dos profissionais especializados e médicos de PSF suficientes, compra dos medicamentos para conseguir 80% de cobertura.

Controle dos recursos críticos

Gestor da secretaria de saúde motivado pelo projeto de intervenção.

Ações estratégicas

Apresentar o projeto de intervenção educativa.

Prazo Início em três meses, duração 6 meses.

Responsável pelo acompanhamento das ações

Secretário de saúde. Diretora de Atenção Básica do Município.

Processo de monitoramento e avaliação das ações

Será acompanhada pela equipe de saúde e avaliada sistematicamente.

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7 IMPLANTAÇÃO, DESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO

Nesta primeira fase do Projeto foi feita uma Intervenção Educativa a um

grupo de pacientes com HAS na área de abrangência, onde esta doença tem uma

alta prevalência e incidência.

Para atingir os objetivos propostos neste estudo, foram implementadas

ações de prevenção e promoção em saúde dirigidas as mudanças nos estilos de

vida prejudiciais para a saúde e a redução dos fatores de risco modificáveis para

obter uma melhor qualidade de vida nos pacientes com esta doença crônica,

mediante a realização de reuniões em grupos a pacientes hipertensos apoiando a

atividade com palestras educativas e a utilização de meios áudios visuais,

distribuição de folders e uso de folhas com informações educativas.

A população de estudo foi composta por um total de 150 pacientes com HAS

(n= 150) pertencentes ao PSF Cidade Nova do município de Paragominas-PA,

maiores de 20 anos que deram o seu consentimento para o estudo, durante os

meses de maio, junho, julho e agosto do ano 2018.

As reuniões foram realizadas no Salão de Reuniões do Centro de

Assistência Social de Paragominas que fica perto do PSF. Os pacientes foram

divididos em quatro grupos (I, II, III, IV), o primeiro grupo foi composto por 39

pacientes e os três restantes por 37 pacientes completando desse jeito 100% da

amostra (n= 150).

Cada grupo participou nos três encontros que foram realizados mensalmente

sempre nas segundas feiras de cada semana das 9:00 às 10:00 horas da seguinte

forma, o Grupo I na primeira semana de cada mês; o Grupo II na segunda semana

de cada mês; o Grupo III na terceira semana de cada mês e Grupo IV na quarta

semana de cada mês, com uma assistência total de um 95% em cada encontro.

Através destas reuniões, foi possível conhecer mais os pacientes, seus

estilos de vida, fatores de risco, além disso, analisar seus prontuários durante as

consultas agendadas, consultas demandadas e na consulta do atendimento de

Hiperdia feita regularmente, assim como nas visitas domiciliares para completar a

informação necessária para o estudo.

Para a realização das atividades educativas contamos com o apoio de todos

os membros da equipe de saúde e em especial dos agentes comunitários de saúde

que citaram a todos os pacientes às reuniões. Tudo isso graças a capacitação da

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equipe de saúde, para potencializar as ações de promoção do autocuidado dos

pacientes hipertensos junto com a família feita nas reuniões previas a execução

deste projeto na primeira e na quarta semana do mês de abril de 2018, na ESF

Cidade Nova, com a participação fundamental dos agentes de saúde.

Foram realizadas palestras educativas com atividades dinâmicas que

suscitaram discussões com uma duração aproximada de duas horas, mediante a

utilização de meios audiovisuais facilitados pela Secretaria de Saúde do nosso

município, o qual contribuiu à realização das palestras e atividades planejadas nos

encontros para promover as ações de educação em saúde.

Os temas abordados nas palestras educativas foram sobre o conceito da

doença, principais sinais e sintomas, fatores de riscos modificáveis e não

modificáveis, as complicações mais frequentes, efeitos nocivos que provoca ao

organismo o tabagismo, alcoolismo, obesidade, sedentarismo e a importância de

cumprir com o tratamento não medicamentoso e medicamentoso, com o objetivo de

conscientizar os pacientes com a necessidade de mudar estes estilos de vida

prejudiciais à saúde.

Utilizou-se uma linguagem acessível aos pacientes para uma melhor

compreensão, sendo que a maioria tem um baixo nível cultural e alguns são

analfabetos, apesar disso, os pacientes tiveram participação ativa nos debates e

expressaram suas ideias corrigindo equívocos que tinham em muitos aspectos desta

doença.

Na primeira reunião foi realizada uma palestra educativa conduzida pela

enfermeira do posto, abordando aspectos como conceito, sintomas, sinais e impacto

global da Hipertensão Arterial, verificando assim o nível de conhecimento dos

pacientes sobre este tema. O grupo I contou com a participação de 35 pacientes, o

grupo II de 32, o grupo III de 36 e o grupo IV 35 pacientes.

No segundo encontro com cada grupo, foi realizada uma palestra educativa

sobre os principais fatores de risco, tratamento e complicações da Hipertensão

Arterial, abordada pela enfermeira e o médico, nesta ocasião realizou-se um debate

com a participação recíproca entre os pacientes e os membros da equipe, mediante

adaptações de jogos de uso comum na população com a teoria acerca de assuntos

relacionados à hipertensão, com a discussão de caso problema para que eles

identificassem fatores de risco, com uma duração de meia hora aproximadamente

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para síntese do tema e avaliação. O grupo I participaram 36, no grupo II 35, no

grupo III 35 e o grupo IV 36 pacientes.

No último encontro de cada grupo foi feita uma palestra educativa sobre

orientações para promover estilos de vida saudáveis e alcançar um melhor controle

da hipertensão, conduzida pela nutricionista, médica e enfermeira, com o objetivo de

conscientizar os pacientes a necessidade de mudar seus estilos de vida prejudiciais

à saúde, para evitar as complicações da doença e melhorar a qualidade de vida.

As principais recomendações foram a realização de exercícios físicos

regularmente para evitar vida sedentária e obesidade, manter uma dieta saudável,

assistir a consultas especializadas para o abandono do hábito de fumar e

alcoolismo, fazer o tratamento todos os dias, medir sua pressão arterial com

frequência, evitar o stress e o uso de algumas drogas que aumentam a pressão

arterial como os anti-inflamatórios não esteroides e esteroides, entre outros. No

primeiro grupo I participaram 38 pacientes, no grupo II 36, no grupo III 35 e o grupo

IV 35 pacientes.

Depois de completar todas as atividades de promoção e educação em saúde

planejada e recolher os dados que correspondem aos objetivos do nosso projeto de

intervenção, foi feito a análise da informação. Os resultados foram expressos em

tabelas para uma melhor compreensão da realidade da Hipertensão Arterial na

nossa comunidade e o impacto causado com nossa estratégia de intervenção.

Na tabela 1, observa-se que é mais frequente a Hipertensão Arterial em

mulheres com um total de 93 pacientes (62,0%), seguido do sexo masculino com

38,0%, a literatura descreve que a prevalência global de HAS entre homens e

mulheres é semelhante, embora seja mais elevada nos homens até os 50 anos, o

qual não ocorre no estudo em questão, posto que sempre fosse, mas frequente na

mulher, invertendo-se a partir da quinta década, a hipertensão arterial torna-se mais

frequente em mulheres, pois, em geral, ela se expõe a situações especiais que por

si só contribuem para o surgimento de HAS - o uso de contraceptivo oral, a gestação

e a própria menopausa (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).

O grupo etário de pacientes hipertensos com maior prevalência é de 60 anos

com mais de 80 pacientes (53,3%), o qual nos permite confirmar que o risco de HAS

aumenta com a idade e obesidade (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,

2016).

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Tabela 1- Quantidade e Percentual de pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica no Programa de Saúde da Família Cidade Nova, em 2018, por faixa etária e sexo.

Sexo Masculino Sexo Feminino Total

Faixa etária

Nº % Nº % Nº %

15 a 19 anos

0 0 0 0 0 0

20 a 39 anos

9 6,0 11 7,3 20 13,3

40 a 49 anos

10 6,7 19 12,7 29 19,4

50 a 59 anos

5 3,3 16 10,7 21 14,0

> 60 anos

33 22,0 47 31,3 80 53,3

Total 57 38,0 93 62,0 150 100

Fonte: ESF Cidade Nova, 2018, elaborado pelo autor.

Na tabela 2, observou-se que o fator de risco de maior incidência foi o

sedentarismo com um total de 79 pacientes (52,7%), seguido da obesidade com

34,0% e hábitos dietéticos inadequados (30,0%). Os indivíduos sedentários têm

maiores taxas de HAS, constituindo um importante fator de risco para as doenças

cardiovasculares, apresentam risco 30,0% maior de desenvolver HAS que os ativos

(CASADO, 2010).

O peso excessivo (sobrepeso ou obesidade) influencia marcadamente na

elevação da pressão (CASADO, 2010). Da mesma forma a ingestão excessiva de

sal tem uma correlação direta com HAS. A ingestão excessiva de bebidas alcoólicas

por tempo prolongado é também fator que agrega risco, no entanto, no caso em

estudo apenas 5 pacientes são alcoólicos (3,3%).

A Hipertensão Arterial Sistêmica quando vem associada ao tabagismo

aumenta o risco de doenças cardiovasculares, a nicotina presente no cigarro causa

a diminuição do volume interno das artérias, provocando endurecimento ou

arteriosclerose, além da aceleração da frequência cardíaca e, consequentemente,

da hipertensão. O risco associado ao tabagismo é proporcional ao número de

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cigarros fumados e à profundidade da inalação e parece ser maior em mulheres do

que em homens (CASADO, 2010). No estudo em questão há um total de 29

pacientes fumantes (19,3%), os hipertensos que fumam devem ser incansavelmente

estimulados a abandonar esse hábito por meio de aconselhamento e medidas

terapêuticas de suporte específicas.

Tabela 2 - Quantidade e Percentual de pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica no Programa de Saúde da Família Cidade Nova, em 2018, por fatores de risco.

Fatores de Risco Nº %

Sedentarismo 79 52,7

Obesidade 51 34,0

Tabagismo 29 19,3

Dislipidemias 25 16,7

Alcoolismo 5 3,3

Hábitos dietéticos

inadequados

45 30,0

Fonte: ESF Cidade Nova, 2018, elaborado pelo autor.

Na tabela 3, observa-se que a doença crônica de maior incidência é a

Diabetes Mellitus com um total de 35 pacientes (23,3%), seguido de Cardiopatia

Isquêmica com 23 casos (15,3%). A maioria dos pacientes têm Diabetes Mellitus e

associadas estas duas doenças, causam serias complicações para os seres

humanos, tais como Insuficiência Renal e Doenças Cérebro Vascular, que dia por

dia aumentam mais a sua prevalência no mundo causando muitas mortes, além dos

altos custos econômicos para o país (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CARDIOLOGIA, 2016).

Esta afirmação está de acordo com as observações feitas por muitas

literaturas que afirmam que a HAS é um dos mais importantes fatores de risco para

o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais, sendo

responsável por pelo menos 40,0% das mortes por AVC, por 25,0% das mortes por

Doença Arterial Coronariana e em combinação com a diabetes, 50,0% dos casos de

Insuficiência Renal Terminal (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).

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Tabela 3 - Quantidade e Percentual de pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica no Programa de Saúde da Família Cidade Nova, em 2018, por doenças crônicas associadas.

Doenças Crônicas Nº %

Diabetes Mellitus 35 23,3

Cardiopatia Isquêmica 23 15,3

Doença Cérebro Vascular 4 2,7

Insuficiência Renal 2 1,3

Outras 19 12,7

Fonte: ESF Cidade Nova, 2018, elaborado pelo autor.

Modificações de estilo de vida são de fundamental importância no processo

terapêutico e na prevenção da HAS. A alimentação adequada, sobretudo quanto ao

consumo de sal, controle do peso, prática de atividade física, tabagismo e uso

excessivo de álcool são fatores de risco que devem ser adequadamente abordados

e controlados, mesmo assim com as doses adequadas de medicamentos, se não

controlam se estes fatores não conseguirem alcançar os níveis recomendados de

pressão arterial (BRASIL, 2013).

Na tabela 4, observa-se que o fator de risco que mais mudou foi

sedentarismo, posto que antes da intervenção educativa tinha uma prevalência de

79 pacientes (52,7%) e depois da intervenção foi de 20 pacientes (13,3%), muitos

pacientes passaram a fazer caminhadas e outros se incorporaram à pratica de

exercício em academias, com supervisão de um preparador físico, o segundo fator

de risco que obteve uma mudança significativa foram os hábitos dietéticos

inadequados com uma prevalência de 4,7% de pacientes após da intervenção.

Os pacientes aprenderam a importância de fazer uma dieta saudável e baixo

consumo de sal para controlar sua doença. O tabagismo baixou sua prevalência de

29 pacientes para 26 casos (17,3%) no final do estudo, o qual é muito significativo

porque é um hábito difícil de eliminar pela adição que provoca nos pacientes.

Com relação as dislipidemias, também diminuiu a sua prevalência de 25

pacientes para 10 casos representando 6,7% após intervenção, pois foi imposto aos

pacientes, tratamento médico com hipocolesterolêmicos via oral e medidas higiênico

dietéticas adequadas, conseguindo diminuir este fator de risco naqueles pacientes

com índices lipídicos relativamente altos.

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Enquanto à obesidade e alcoolismo não tivemos resultados positivos até o

momento da conclusão da intervenção, pois são condições que demoram a

apresentar resultados em pouco tempo, mas os pacientes estão conscientes da

necessidade de mudar esses estilos de vida prejudiciais a sua saúde.

Tabela 4 - Quantidade e Percentual de pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica no Programa de Saúde da Família Cidade Nova, em 2018, por prevalência dos fatores de riscos antes e após à intervenção educativa.

Antes da intervenção Após da intervenção

Fatores de

Risco

Nº % Nº %

Sedentarismo 79 52,7 20 13,3

Obesidade 51 34,0 51 34,0

Tabagismo 29 19,3 26 17,3

Dislipidemias 25 16,7 10 6,7

Alcoolismo 5 3,3 5 3,3

Hábitos

dietéticos

inadequados

45 30,0 7 4,7

Fonte: ESF Cidade Nova, 2018, elaborado pelo autor.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este estudo atingiu-se de forma total o objetivo geral, realizou-se uma

intervenção educativa através de atividades de promoção e prevenção de saúde nos

pacientes hipertensos de nossa área de abrangência para mudar os estilos de vida

prejudiciais que podem agravar ou descontrolar a doença.

Conseguiu-se mudar alguns fatores de risco, mas outros não foram

possíveis na sua totalidade pois criam um alto grau de adição nos pacientes, como o

alcoolismo difícil de erradicar, além disso dependem de muitos fatores como o nível

cultural, o grau de conscientização tomado com respeito ao problema de saúde, o

apoio familiar dos pacientes, assistência às atividades educativas, assim como o

tempo implicado nestas atividades, pelo fato que para obter melhores resultados

precisa do desenvolvimento destas atividades com maior frequência e

sistematicamente garantindo a continuidade destas ações de saúde na população.

Os objetivos específicos foram plenamente atendidos, foi executado um

programa de intervenção educativa que promoveu um bom controle da doença e

mudanças no estilo de vida dos pacientes hipertensos. Realizou-se a capacitação

dos agentes de saúde para se converter em facilitadores do processo de educação

em saúde junto à população.

Além disso, de realizarem as atividades educativas sobre o conhecimento da

Hipertensão Arterial na comunidade previstas no cronograma deste projeto, elevou-

se assim o índice de conhecimento dos pacientes sobre esta doença crônica,

incentivaram-se mudanças no estilo de vida dos pacientes hipertensos mediante

atividades de promoção e prevenção de saúde planejada pela Equipe Básica de

Saúde, foram avaliados os resultados do impacto da intervenção educativa nos

pacientes estudados.

Este projeto obteve uma boa aceitação por parte da população, além de um

impacto positivo, os pacientes se sentiram satisfeitos com a atenção de saúde

oferecida e participaram nas atividades planejadas pela equipe de saúde. Contribuiu

para a elevação dos seus conhecimentos sobre a doença e a conscientização sobre

a importância de tomar medidas para um melhor controle e prevenção das

complicações da Hipertensão Arterial.

Como propostas para superação das fragilidades considera-se importante

aumentar o número de atividades de promoção e prevenção de saúde, assim como

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continuar incentivando a participação dos pacientes às atividades educativas. Fazer

capacitações sobre Hipertensão Arterial aos integrantes da equipe de saúde para

oferecer atividades educativas de qualidade, além do acompanhamento dos

pacientes com esta doença. Estimular moralmente aos pacientes para mudarem os

estilos de vida prejudiciais e conscientiza-los da importância de adotar estilos de

vida saudáveis.

Para otimizar as potencialidades deste tipo de projeto deve-se ter em conta

o apoio dos setores governamentais junto a uma adequada parceria dos demais

setores sociais envolvidos, junto à comunidade, que possam dispor de recursos

básicos indispensáveis como, locais onde desenvolver as atividades, refrigerantes,

lanches e materiais didáticos, para garantir desse jeito um trabalho de boa qualidade

nas comunidades, nas ações de prevenção e promoção de saúde, tendo como

objetivo final melhorar a qualidade de vida dos pacientes com Hipertensão Arterial.

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REFERÊNCIAS

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SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA ATENÇÃO BÁSICA (SISAB). MS/SAS/Departamento de Atenção Básica – DAB. Unidades Geográficas: PARAGOMINAS – PA, 2017. SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA ATENÇÃO BÁSICA (SISAB). MS/SAS/Departamento de Atenção Básica – DAB. Unidades Geográficas: PARAGOMINAS – PA, 2018. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL. São Paulo, v. 89, n. 3, 2007. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VI DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL. Rio de Janeiro, v. 95, n. 1, supl.1, 2010. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. 7ª DIRETRIZ BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL. Rio de Janeiro, v. 107, n. 3, supl. 3, 2016.