educaçao d sec 21 02

Upload: dairton

Post on 03-Nov-2015

217 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

otimo livro

TRANSCRIPT

MAY27Educao para o sculo XXI

A EDUCAO PARA O SCULO XXIProf. Jos Ronildo Cury Sachetto

DELORS, Jacques (Org.). A educao para o sculo XXI: questes e perspectivas. Porto Alegre: Artmed, 2005.

Introduo

O livro fruto do relatrio da comisso criada pela UNESCO, em 1993, para debater a educao para o sculo XXI. O livro traz uma viso de educadores e responsveis pela rea da educao de vrios pases, abrangendo as dificuldades, riscos e desafios da educao para este sculo, apresenta uma concepo de educao que revela o valor do aprendizado ao longo da vida, devendo responder s necessidades dos alunos e da sociedade. Para tanto, o processo educacional deve se pautar pela qualidade de ensino, formao dos profissionais e integrao s novas tecnologias, como forma de preparar o aluno para adquirir cultura e ter uma formao que lhe capacite a viver neste novo mundo globalizado.

Captulo 1

O mundo contemporneo apresenta algumas dificuldades. A evoluo da economia e da sociedade mundiais fizeram surgir:

a) A presso demogrfica: o progresso da cincia mdica trouxe a reduo da mortalidade infantil, elevando assim o crescimento da populao nos pases em desenvolvimento (p. 13-14).

b) A interdependncia das aes pblicas e privadas: a abertura das fronteiras econmicas e financeiras trouxe um maior liberalismo nas duas ltimas dcadas (p. 14).

c) Os mltiplos aspectos do progresso cientfico e tecnolgico, com um custo social elevado causado pela destruio do ambiente natural (p. 15).

Os riscos para o sculo XXI:

a) A questo dos pases pobres: enquanto alguns pases passaram para a situao de pases em desenvolvimento, outros regrediram, vtimas da conjuntura mundial, das polticas internacionais e da situao interna de evoluo demogrfica (p.16).

b) A questo dos excludos do progresso: alguns pases no conseguem competir no mercado internacional, no dominam as novas tecnologias, correndo o risco de se transformarem em bolses de misria, desespero e violncia (p. 16).

c) A questo do desmoronamento: a competio desordenada destri o equilbrio social, fazendo surgir guerras civis, violncia, rivalidades econmicas (p. 16).

d) O risco de destruio do planeta: o domnio das novas tecnologias em que surgem as armas nucleares, a escassez de gua, a emisso de gases e o excesso de lixo.

A cincia e a tecnologia da recuperao da natureza no avanaram no mesmo ritmo que a cincia e a tecnologia da produo de bens econmicos. (p. 16-17).

Os desafios para o sculo XXI:

a) A cincia a servio da humanidade: aprender a tirar os recursos do meio ambiente com sabedoria (p. 17).b) Respeito diversidade: a globalizao no deve assumir a forma de dominao por parte de alguns pases mais prsperos (p. 18).c) Princpios internacionais: preservados, especialmente quanto liberdade dos estados soberanos (p. 18).

Captulo 2

Para falar sobre o futuro da educao, a nvel internacional, precisamos entender os princpios, as aspiraes e os objetivos gerais a que deve responder. A educao considerada como a chave da prosperidade econmica, instrumento que luta contra o desemprego, geradora de progresso cientfico e tecnolgico (p. 19).

A politizao da educao cresce em funo da reduo dos fundos pblicos e da presso pela transparncia no uso desses recursos (p. 20).

Nesse novo contexto da educao, as mudanas fazem com que o desenvolvimento da educao seja fruto de presses externas que repercutem nos sistemas educacionais (p. 21):

a) O desenvolvimento da informao e expanso dos conhecimentos: a escola no mais a principal fonte de informao. A escola tem que ajudar o aluno a discernir as informaes que recebe diariamente. O desafio fazer com que esses conhecimentos sejam integrados aos currculos (p. 21).

b) Mudana tecnolgica: prosseguir em ritmo acelerado e ter repercusso em todas as reas da vida. Deve-se criar vnculos entre o ensino formal e a formao na empresa (p. 22).

c) Evoluo demogrfica: aumento do nmero de aposentados, alterao do equilbrio ativos/inativos. Ser necessrio buscar a reciclagem dos ativos e trazer jovens de outros pases (p. 23).

d) A interdependncia entre os pases: nas reas econmica, cultura e poltica. Isso traz a aproximao entre as pessoas e possibilita as trocas internacionais. A educao tem um papel importante no progresso intelectual (p. 22-23).

e) Novas preocupaes mundiais: questo ambiental, sade, drogas, reforar valores cvicos e democrticos em busca da harmonia e da paz mundial (p. 23)

f) O papel da poltica: tendncia descentralizao dos servios pblicos. mais fcil resolver as questes no mbito local. Preocupao com a qualidade dos servios pblicos, transparncia, papel e ao do Estado. Os sistemas educacionais devem ser mais flexveis, adaptando-se s novas necessidades (p. 23-24).

Uma poltica educacional para o sculo XXI: deve-se buscar uma viso global dos objetivos. Definir papis e fixar prioridades. A educao precisa ter vnculos com outros setores governamentais, rumo a um humanismo no mbito da educao:

a) Novas estratgias: a aprendizagem torna-se a chave do progresso. Isso se aplica Economia, lazer, atividades culturais, qualidade de vida, etc...

[...] a aprendizagem torna-se um elemento essencial durante toda a vida do indivduo [...]. (p. 25-26).

b) Ensino de qualidade: adaptado s necessidades sociais. Qualidade no sentido mais amplo e no apenas em funo dos resultados escolares. A formao oferecida pela escola deve corresponder s necessidades de preparao profissional e um bom desempenho social (p. 26-27).

c) Programas: adaptados preocupao com o meio ambiente, sade, cultura, valores (p. 27-28).

d) Qualidade de ensino: propiciar melhorias na condio de trabalho, perspectivas da carreira e formao docente elemento essencial a uma escola de qualidade (p. 21).

e) Pedagogia: organizao da sala de aula mais estimulante, utilizao de materiais e tecnologia educacional (p. 28-29).

f) Busca da igualdade: o fracasso escolar gera incapacidade para o trabalho. Trabalhar o fracasso escolar para melhorar a situao dos desfavorecidos, atenuando os efeitos da desigualdade (p. 29-31).

g) Novas perspectivas: A interdependncia entre naes traz a comparao, a transferncia de competncias, a migrao de estudantes. Isso gera compreenso internacional (p. 32).

h) Os custos: como investir em educao tendo em vista as restries oramentrias. necessrio melhorar a gesto, buscar recursos suplementares ou remanejar verbas. preciso ainda buscar novas fontes de financiamento (p. 32-33).

i) Rumo a um novo humanismo: a educao para o sculo XXI deve projetar no futuro a imagem dessa sociedade. Para isso precisa agir. No podemos cair na desumanizao da cultura e dos valores. Zela para que o progresso cientfico e tcnico se incorporem vida social, cultural e nos valores humanos (p. 33-34). Captulo 3

A sociedade mundial atravessa um perodo de questionamentos e dvida: os objetivos sociais tendem a ser limitados e confusos, os grandes blocos esto em conflito. As presses por uma reforma da educao se devem transformao das demandas da sociedade e o impacto dessas mudanas sobre os jovens (p. 35-36).

Durante os ltimos 40 anos tivemos um aumento rpido da participao da educao. Crianas que no freqentam a escola, desistncias antes de completarem o ensino fundamental ou que no chegam a adquirir conhecimentos necessrios. Existem muitas deficincias (p. 36-37).

Nos 37 pases mais pobres do mundo, os gastos com sade por habitante tiveram uma reduo de 50%, a partir de 1980, e os gastos com educao por aluno diminuram 25% (p. 37).

Os pases industrializados j descobriram que a participao plena e integral no garante que os objetivos educacionais sejam atingidos (p. 38).

Os pases industrializados desejam formar uma populao mais competente. Ocorreram mudanas importantes na participao da educao e da mo-de-obra. Na Austrlia, aumentou o nmero de jovens estudando em perodo integral. J o emprego em tempo integral mais difcil. Isso explica um leve desemprego para os jovens (p. 38-40)

Que tipo de educao para que tipo de sociedade:

a) A educao necessria, mas no garante a soluo: a educao deve proporcionar uma base suficiente para que a pessoa possa adquirir competncias e serem especializadas naquilo que precisam. Hoje, no mais possvel deixar a escola e ser um assalariado. Elevou-se o nvel de qualificao exigida. (p. 41).

b) A soluo depende do engajamento da sociedade: o engajamento social leva ao engajamento educacional. Na China, passou-se a buscar objetivos mais materialistas, com crescimento da evaso escolar, principalmente porque as mdias oficiais falam da capacidade de ganhar dinheiro. Os analistas americanos ressaltam os valores comunitrios. Na Austrlia, h um deslocamento em favor dos objetivos materialistas, com nfase na preparao profissional. (41-43)

Captulo 4

Estmulos para a cooperao educacional no sculo XXI: intercmbio e fluxos de capitais privados papel importante no desempenho econmico (p. 45-46).

A cooperao internacional para a educao avana. No sculo XXI, o principal desafio ser a expanso da educao pr-escolar e o ensino ps-obrigatrio, melhoria da qualidade, sem aumentar os gastos governamentais. Para isso, necessrio dispor de informaes internacionais e ampliar a cooperao internacional (p. 46).

Gastos oramentrios: A parcela do PIB para a educao nos pases da OCDE (Organizao de Cooperao e de Desenvolvimento Econmico), durante a ltima dcada, aumentou nos Estados Unidos e diminuiu no Canad, Japo, Pases Baixos e na ustria. Nos pases da OCDE, as presses demogrficas devem-se ao aumento da espectativa de vida. Um crescimento de 3 a 5% considerado otimista para os pases da OCDE (p. 46-47).

Crescimento da demanda de acesso educao: O investimento pblico em educao no Japo de 4% no Japo, chegando a 11% na Frana. Para melhorar e expandir a educao, os pases da OCDE precisaro diversificar os recursos, distribuir melhor os recursos, eliminar ou reduzir funes educacionais pouco prioritrias (p. 47).

Demanda de informao relativa educao: parte dos governos centrais, das comisses ou autoridades escolares locais. Hoje, professores discutem mtodos de gesto inovadora. Na Europa, sia e ex-Unio Sovitica avanas as tecnologias e novas tcnicas educacionais. (p. 47-48).

Motivaes nos outros pases: Os motivos que levaram os pases cooperao internacional mudaram. O fim da guerra fria, a expanso da Unio Europia, Nafta trouxeram novas perspectivas. H uma nova viso do ensino-modelo. Espera-se que os recursos sejam gastos com responsabilidade, os alunos tratados com imparcialidade, fonte de estmulo ao desenvolvimento intelectual. (p. 49-50).

As instituies internacionais: so as que tm responsabilidade no mbito da educao. Por exemplo, a UNICEF, UNESCO, o Banco Mundial tm competncias distintas. A UNESCO cobre 200 pases, mas no cobre os Estados Unidos e o Reino Unido, razo pela qual no dispem de informaes dessas regies.

Essas instituies so paralisadas por trs problemas:

a) A m distribuio dos mandatos: representatividade em pases ricos, ou com mandatos regionais ou locais, essas instituies ficam presas s estruturas decisrias. Isso dificulta a sua ao (p. 50).

b) A dupla utilizao das instituies: sobreposio de funes. (p. 50-51.

c) A disparidade das capacidades tcnicas e financeiras: a crise financeira impede que os pases participem de avaliaes internacionais. (p. 51)

Solues sugeridas:

a) Os organismos deveriam trazer recomendaes sobre mudanas nas estruturas e mandatos das organizaes internacionais (p. 51).

b) O sistema de informao sobre educao deve ser permanente, exato, para no induzir a erros. Essa regularidade implica em um financiamento estvel. (p. 51).

c) Os custos financeiros necessrios s estatsticas deveriam ser repartidos entre os pases, de maneira mais igualitria (p. 52).

d) Alguns pases (frica, sia, Amrica Latina, Oriente Mdio) necessitam receber ajuda financeira por meio de emprstimos e assistncia tcnica bilateral e recursos para desenvolver projetos a longo prazo (p. 52).

e) Problemas de pessoal: os organismos internacionais no tm pessoal qualificado para as novas funes (p. 52-53).

Novas funes e novos programas: no sculo XXI, as organizaes internacionais tero novas funes (p. 53):

a) coletar e analisar estatsticas educacionais;b) avaliar a qualidade do ensino superior;c) acompanhar e comparar o desempenho dos formandos;d) acompanhar a atividade das empresas que vendem hardware e software educativos.

Os pases da OCDE reconhecem que os interesses nacionais no so somente os de ordem militar ou comercial, mas, principalmente, de ordem intelectual e comportamental.

Educao objeto de exigncias crescentes. Entretanto, os recursos para seu financiamento esto estagnados. necessrio uma reforma interna. Os institutos de pesquisa de um pas sero competitivos se no ficarem limitados s experincias educacionais internas (p. 53-54).

Captulo 5

Trata-se de lies tiradas das experincias das mudanas educacionais internacionais nas ltimas dcadas:

Efeitos perversos das mudanas educacionais: ocorridas nas ltimas 3 dcadas, sem resultados significativos. Os professores e funcionrios so vistos como problema e no como soluo. As mudanas so feitas sem consulta e sem anlise dos resultados. necessrio buscar um modelo que reaja s mudanas e aos resultados. (p. 59-60).

Consenso nacional e longo prazo: condio para xito das mudanas na educao. A gesto educacional no pode ter vnculo partidrio. Implementar polticas educacionais de longo prazo, antecipando demandas e problemas futuros. Para isso, necessrio ter capacidade de avaliar resultados. (p. 60-61).

Recursos financeiros: condio necessria, mas insuficiente. A falta de recursos explica a limitao da ao educacional. Exemplo: Estados Unidos 1960 e 1988 aumentou o gasto com alunos, formaram classe pequenas, professores mais bem formados e mesmo assim o rendimento caiu. (p. 61)

Novos objetivos das reformas educacionais: o aumento do nmero de anos de estudo no est associado a uma maior produtividade. necessrio definir como ensinam ou como se desenvolvem as capacidades de resolver problemas, trabalham em equipe e expressam necessidades. Definio de polticas para os mtodos de aprendizagem e saber como aprendem e desenvolvem as capacidades, os valores e as atitudes. (p. 61-62).

Demanda educacional: fator de mudana. Os pais e alunos tero maior poder de deciso e melhor sistema de informao aos usurios. (p. 62).

Caracterstica sistmica das estratgias da mudana na educao: estabelecer uma seqncia para as mudanas e sua extenso. Prioriza-se uma maior autonomia das instituies. (p. 62-63).

Prioridade: a mudana institucional. Determinar o papel da administrao central estatal. O debate atual permite definir 3 grandes mbitos de responsabilidade: determinar prioridades, estabelecer mecanismos de avaliao dos resultados e aplicar mecanismos para compensar diferenas sociais. (p. 63).

Reforma ou inovao institucional: o xito das inovaes depende da sua adequao s condies locais. (p. 63-64).

Privatizao: antigamente debatia-se a privatizao no contexto das empresas e dos servios pblicos. Em educao no h um consenso. Os bons resultados em educao esto ligados existncia de um bom projeto pedaggico, trabalho em equipe, resultados. (p. 64).

Inovao e privatizao: atributos dos pases ricos? No. Nos pases em desenvolvimento, as mudanas em educao esto mais ligadas cooperao internacional. (p. 64-65).

Captulo 6

O financiamento da educao: despesas com educao em 1992 5,1% do PNB mundial. (p. 66).

Fatores que explicam o aumento das necessidades financeiras dos sistemas educacionais: crescimento demogrfico, desenvolvimento da educao, nmero crescente de alunos e professores, melhoria das condies de aprendizagem. (p. 67).

Crescimento demogrfico: a necessidade de acolher alunos est ligada evoluo demogrfica. O nmero de crianas com menos de 15 anos diminuiu 3% nos pases desenvolvidos nos ltimos 15 anos. Entretanto, ela caiu muito nos pases em desenvolvimento (19%). (p. 67-69).

Restries econmicas e financeiras: limitam os recursos pblicos para educao. Os pases em desenvolvimento vem enfrentando dificuldades econmicas e financeiras nos ltimos 10 anos, devido ao lento crescimento econmicos dos pases industrializados, flutuaes dos preos dos produtos de exportao, aumento dos preos dos produtos importados. Isso provoca grandes desequilbrios na balana de pagamentos que forou os pases em desenvolvimento a um endividamento ao longo dos anos 70-80. (p. 70-72).

Quem se beneficia da educao? Reduo de financiamento pblico ao ensino superior nos anos 80-90. (p. 73).

O papel do poder pblico no financiamento da educao. So funes do Estado (p. 73-75):

a) formulao da legislao educacional;b) proviso de recursos para educao;c) gesto educacional

Solues recomendadas: aproveitar melhor os recursos existentes para financiar a educao, melhorar a administrao e gesto do sistema, buscar novas fontes de financiamento, alm de aumentar as verbas pblicas. (p. 75)

Para reduzir o custo do ensino (p. 75-78)

a) aumentar o nmero de alunos por classe;b) utilizar sistemas de frias duplas ou triplas;c) utilizar tecnologias de ensino menos onerosas;d) contratar assistentes para uma parte da carga horria com remunerao menor;e) realizar economias de escala.

Algumas reflexes sobre aes futuras (p. 78-80):

a) o poder pblico deve buscar solues para enfrentar as presses demogrficas, econmicas e financeiras;b) a educao deve ser tratada como investimento;c) os efeitos do investimento em educao a longo prazo;d) Manter o investimento em educao mesmo em tempo de crise ou recesso;e) O crescimento econmico somente pode permitir recurso para financiar a educao;f) A ajuda internacional indispensvel no desenvolvimento da educao;g) Em cada pas h uma forma adequada de financiar a educao;h) necessrio definir prioridades para aplicar os recursos;i) Remunerar de forma adequada os professores , possibilitar boas condies de trabalho e valorizar seu trabalho;j) Manter e desenvolver os investimentos em educao.

Captulo 7

Privatizao do Ensino Mdio: transferncia de propriedade, estabelecimentos privados funcionando paralelamente s escolas pblicas, reforar o financiamento s escolas privadas, maior controle das escolas pblicas pelo setor privado. (p. 81-83).

A diversidade contempornea: escolas de elite com ensino de qualidade, escolas comuns que recebem a maior parte dos alunos e escolas que cuidas da recuperao de alunos. (p. 83-84).

4 estratgias de privatizao (p. 87-89):

a) transferir a propriedade das escolas pblicas que podem continuar recebendo subsdios do estado.b) Deslocamento do equilbrio setorial, com a criao de escolas particulares, sem mexer nas pblicas.c) Aumento do financiamento do estado s particulares.d) O setor privado controla as pblicas, inclusive com maior responsabilidade atribuda s comunidades.

Os resultados da privao e os problemas decorrentes:

a) eficincia aumentada tanto nos pases desenvolvidos quanto nos subdesenvolvidos (p. 89-91).b) Muitos pases no interferem no funcionamento das escolas. (p. 92)c) Concentrao de maiores opes: esportes, msica, artes. (p. 92).d) O acesso pode ser maior. (p. 93).e) Equidade, acesso dos alunos condicionado capacidade de pagar anuidades. (p. 94-95).

A questo da privatizao complexa. As autoridades devem estabelecer uma classificao das escolas existentes, identificar objetivos prioritrios. (p. 96-101).

Captulo 8

As inovaes pedaggicas nos pases das Antilhas devem ser descritas fazendo previamente uma anlise sobre as caractersticas e fatores educacionais nesses pases:

a) O estado insuficiente na rea de educao. Entretanto, a populao se esfora para ter uma educao de qualidade. Por isso, as taxas de alfabetizao esto prximas dos nveis mais elevados mundialmente (p. 104).

b) A educao para eles o principal meio de se chegar igualdade social. (p. 106-107).

c) H uma relao entre educao e desenvolvimento (p. 108-109).

A educao nas Antilhas sempre inventiva, buscando e testando idias em matria de educao. A Jamaica tem tradio em auto-gesto escolar, desde 1879. Essa gesto feita por um conselho, sendo que a coletividade participa ativamente dessa gesto. (p. 109-110).

A educao pr-escolar feita nas comunidades, recebendo subveno governamental que insuficiente para mant-los. (p. 110).

Os programas escolares foram o principal eixo dessas aes, com contedos mais racionais. (p. 110).

A introduo de novas lnguas visa promover e reforar o plurilinguismo. (p. 111-112).

A formao dos professores feita pela universidade (p. 114).

Os estabelecimento de ensino superior surgiram ao longo de 20 anos com o propsito de permitir acesso mais fcil ao ensino superior, assegurar vnculos com a educao permanente e uma formao focada na economia local. (p. 114-115).

Vrios programas foram lanados no mbito da educao no-formal, para reforo, supervisionados por um conselho municipal de educao. (p. 116).

Captulo 9

A contribuio da educao para a produo constitui o tema principal da economia da educao. (p. 120).

O capital humano: a teoria do capital humano (1960) os fatores econmicos no so suficientes para explicar o crescimento, havendo o fator humano e, particularmente, a educao. (p. 121).

Uma teoria alternativa a essa a que o valor da escolaridade reside no fato de que ela instrumento de seleo dos indivduos mais aptos e comportamentos adequados demanda dos empregadores. A funo da escola seria selecionar bons comportamentos. (p. 121).

Outra teoria alternativa a do filtro, que analisa os riscos de uma inflao educacional, que no impede uma presso contnua da demanda. (p. 121).

A utilizao de anlises das taxas de rendimento com base na teoria do capital humano permite chegas s seguintes concluses (p. 129-130):

a) o rendimento da educao seria maior para os indivduos do que para a coletividade;b) o rendimento seria mais elevado para o ensino fundamental do que para outros nveis;c) o rendimento da educao ultrapassaria a taxa de 10%, a partir da qual os investimentos em capital so considerados rentveis;d) o rendimento da educao seria em mdia mais elevado nos pases menos avanados do que nos pases industrializados.

Estudo realizado na Frana: ingresso lento de insero profissional dos formandos. (p. 130).

Quanto interao entre a educao e o trabalho produtivo, conforme boletim do IBE (1982), so propostas as seguintes interaes (p. 135-138):

a) progresso escolar e trabalho produtivo: atividades separadas.b) Programas escolares: subordinados ao trabalho produtivo.c) Trabalho produtivo: subordinado aos programas escolares.d) Programas escolares e trabalho: integrados.

Captulo 10

Educao da mulher: efeitos sobre a natalidade, a sade e a mortalidade das crianas. A educao fundamental considerada o mnimo para todos. (p. 144).

A educao tambm insere a mulher no mercado de trabalho, permitindo que tomem decises de forma mais autnoma e que controle os recursos materiais. (p. 145).

Educao da mulher e natalidade: a educao retarda o casamento, mas no modifica a opinio sobre o casamento; a educao reduz o tempo de aleitamento; a educao est associada a uma queda da mortalidade infantil. (p. 147).

Demanda de filhos pelo casal: preferncia por meninos, s diminuda quando se atinge um nvel alto de instruo. O nmero de filhos tambm decorrncia da posio social das mulheres. Em alguns lugares, a mulher sente-se mais segura com mais filhos porque o marido no vai abandon-la. (p. 147-148).

Planejamento familiar: estudos realizados na frica, sia e Amrica Latina mostram que a educao sempre traz um melhor conhecimento sobre mtodos contraceptivos. (p. 149).

Efeitos da educao das mes sobre a sade e mortalidade das crianas: as mulheres instrudas so menos fatalistas em relao a doenas, mais informadas sobre boa sade, mais preocupadas com higiene. (p. 149-152).

Captulo 11

A educao fundamental no sculo XXI: a educao reconhecida agora como um investimento. A educao a chave do progresso. Por isso, considerada no s um direito fundamental da pessoa, mas um instrumento indispensvel para o desenvolvimento social e econmico. Deve-se buscar a possibilidade de educao para todos e de qualidade. (p. 155).

Ampliar o acesso educao fundamental: Existe ainda no mundo cerca de 900 milhes de analfabetos. No sculo XXI preciso buscar uma educao para todos. Elaborar novos esquemas e modalidades prprios a cada grupo. Problemas como a limitao de recursos, restries impostas pelos ajustes na economia, falta de professores formados faz com que muitos no tenham acesso educao. So esses os grupos excludos: minorias tnicas e religiosas, as populaes das ilhas e das montanhas distantes, as tribos nmades, os campos de refugiados, as crianas de rua e que trabalham. (p. 156-157).

Reformulao do contedo da educao fundamental: necessrio analisar a estrutura, o contedo e as modalidades da educao. Garantir a qualidade na educao, a formao de professores inicial e contnua, revisar programas de estudo, melhorar instalaes e mobilirio das escolas e buscar o apoio dos pais e da comunidade. O mais importante no sculo XXI se preocupar com os objetivos, fazer melhorias. (p. 158).

A educao torna-se um processo de preparar os indivduos para mudanas de estilo de vida e de carreira que se tornaram inevitveis num mundo em rpida mutao. (p. 158).

Ser necessrio ampliar o conhecimento cientfico e tecnolgico, a utilizao mais ampla das mdias e de outras formas de educao distncia. Os programas de estudo sero estruturados em funo de temas e habilidades para a vida cotidiana e no por disciplinas tradicionais. A pedagogida recorrer mais descoberta e no simplesmente uma transmisso automtica. (p. 158-159).

As reformas da educao e da economia: abandonar as estruturas tradicionais com a volta do investimento em educao em todos os pases. (p. 159).

Captulo 12

A melhoria qualitativa e quantitativa da escolarizao visam melhoria dos resultados escolares dos alunos. necessrio compreender a interao entre a expanso quantitativa e qualitativa, identificando os rendimentos educacionais e econmidos do investimento. Isso ser til para elaborar estratgias e polticas pblicas. (p. 160-161).

So elementos da qualidade na educao: formao e qualificao de professores, disponibilidade e qualidade dos materiais didticos, edifcios e instalaes escolares, a sade e nutrio dos alunos, conhecimentos adquiridos pelos alunos, natureza e eficcia da administrao e gesto escolar e infra-estrutura da educao. (p. 160-161).

Ligao enhtre qualidade e resultados: estudos realizados em 1980 no Egito, Brasil, Chile e Mxico, dentre outros pases, mostrou que iniciativas para melhoria da qualidade da escola tiveram repercuses s competncia cognativas das crianas, ao seu desempenho escolar e xito no mercado de trabalho. Essas repercuses so maiores nos pases em desenvolvimento porque nestes pases o impacto da melhoria muito maior do que nos pases desenvolvidos. (p. 161).

Fatores que influem na qualidade:

a) Qualidade dos professores: a melhor qualificao dos professores ou a durao da sua experincia no comprovam, nos estudos realizados, que, por si s, traduzem na melhoria da qualidade do ensino. (p. 162-163).

b) Nmero de alunos por classe: a literatura aponta que nos pases desenvolvidos ou em desenvolvimento, no h relao entre menor nmero de alunos em classe com melhoria da qualidade. (p. 163).

c) Materiais didticos: costumam estar entre os mais suestimados entre os elementos do processo educacional. A introduo do computador vem mudando este cenrio. necessrio implementar novos materiais e treinar os professores. Assim, essa nova tecnologia ter um impacto positivio na qualidade da educao. (p. 164-165).

d) A lngua do ensino: em alguns pases tem elevada importncia poltica e social. A opinio geral que deve-se usar a lngua nacional na escola fundamental porque mais fcil falar e escrever na lngua materna. (p. 165).

e) A reforma dos programas: levando-se em considerao de que a escola transmite conhecimento, tais como, a leitura, a escrita, a matemtica e a compreenso Em muitos pases em desenvolvimento a reforma dos programas no produziu os efeitos desejados devido ao fato das escolas terem uma capacidade limitada para adequar as atitudes dos alunos profisso desejada e porque a educao formal dedica-se pouco formao profissional. (p. 165-166).

Escolas Eficazes: aquelas que apresentam segurana e ordem, do nfase na aquisio de competncias pelos alunos, avaliam e acompanham os resultados freqentemente, tem uma direo pedaggica e administrativa firme, onde h coeso entre professores e participantes do processo de deciso, que apresentam objetivos definidos com utilizao eficaz do tempo e apoio dos pais. (p. 166).

Captulo 13

Ensino e Formao profissional: alguns diferenciam ensino primeiros anos de vida e formao tecnolgica e profissional que se estabelece a seguir. (p. 172).

Sociedades tradicionais: aprendizagem informal, exercida na famlia, vindo em seguida as empresas industriais, a partir do sculo XIX, na Europa e Amrica do Norte, com uma organizao de trabalho nova, hierrquica, mecanizada. Exige dos funcionrios uma formao mnima: ler, escrever e contar. Recorre-se escola, sendo que a formao profissional feita no trabalho. Depois, desenvolve-se um setor tercirio que exige uma escolaridade um pouco maior. As profisses liberais completam o quando da sociedade do sculo XIX. A sociedade dividida numa elite (patres, engenheiros, liberais) e agricultores, operrios e pequenos comerciantes. A educao reforma essa dicotomia ensino fundamental para a massa e ensino mdio para a elite. (p. 173).

Aps a 2a. guerra mundial acontece o crescimento da produo mundial e comrcio. O Estado se fortalece, h demanda por uma mo-de-obra mais diversificada, o emprego feminino cresce. Tem agora a conscincia de que a formao da mo-de-oba uma questo de futuro dos pases. H uma demanda por uma variedade maior de sistemas educacionais. Diversifica-se a formao profissional. (p. 174)

Com a crise econmica e cultura que se segue, o principal problema passa a ser o desemprego, que ajuda a acelerar sua evoluo. (p. 174-175).

Critrios da existncia de sistemas de formao profissional:

a) sistema informal - o ingresso no mercado de trabalho acompanhado pela formao na empresa.; sistema formal - o perodo de formao e do trabalho so diferentes. (p. 175).

b) A formao geral no continua durante a formao profissional; no segundo caso, reserva-se um tempo para a formao geral; (p. 175).

c) A responsabilidade pela formao cabe mais ao sistema educacional. No caso dos sistemas informais, a responsabilidade das empresas pode ser total. (p. 175).

As grandes tendncias:

a) Sociedade da informao e da comunicao: as modernas tcnicas trazem a unificao do mundo. (p. 176).

Conseqncias na organizao do trabalho e emprego: automao, desenvolvimento do setor tercirio, globalizao da economia, deslocamento do local das atividades econmicas (pela rapidez das comunicaes); inovao e flexibilidade; descentralizao das decises. (p. 177).

b) Renovao das competncias dos trabalhadores: esprito crtico e responsabilidade em todos os nveis, autonomia, capacidade de resolver problemas, raciocnio, capacidade de trabalhar em equipe e criatividade. (p. 177)

c) Essas mudanas econmicas, culturais e sociais levam a uma demanda crescente por educao e formao. (p. 177).

d) O trabalho torna-se menos penoso, valoriza-se os recursos humanos. (p. 178).

H uma interao entre formao e emprego. Reforar a formao geral. Proporcionar uma formao contnua ao longo da vida. (p. 179)

a) Itinerrios: a educao bsica direciona para a universidade ou para o trabalho. Esse sistema no explora os talentos, nega das diferenas. (p. 180)

b) A formao profissional pode estimular um prosseguimento indefinido dos estudos e chegar ao fracasso devido ao um salrio menor. (p. 181).

c) Os contedos devem ser prprios s formaes que levam s variadas profisses. Pode-se, ento, combinar o ingresso do aluno pelos objetivos profissionais. (p. 182-183).

d) A formao profissional custa caro. Esse um obstculo ao seu desenvolvimento. (p. 183).

e) A sada buscar uma parceria entre estabelecimentos de formao, empregadores, sindicatos e pode pblico. Pode-se ainda estabelecer intercmbio entre professores. (p. 184).

Questes envolvidas na formao profissional

O emprego vive uma crise devido globalizao, da automatizao e da racionalizao. Para enfrentar o problema, temos a idia da diviso do trabalho, retomada do crescimento e desenvolvimento de novas ocupaes. O sculo XXI deveria assegurar o direito a uma formao profissional, como dimenso da identidade das pessoas e da vida social. (p. 184-185).

Captulo 14

Ensino superior: deve assumir um papel cada vez mais importante das economias e sociedades do sculo XXI. A universidade local privilegiado de produo e difuso de desenvolvimento. As economias buscam cada vez mais uma melhor qualificao da mo-de-obra. A escolaridade tende a aumentar, cada vez mais importante a formao contnua. (p. 187-188).

Objetivos e misses do ensino superior: pesquisa, cultura, formao de professores e, a mais recente, responder s novas necessidades de qualificao que a economia moderna criou. (p. 188).

Algumas instituies, inclusive o Banco Mundial, preconizam a necessidade de deixar o modelo universitrio tradicional, seguindo exemplos que j deram certo (p. 189):

a) desenvolver instituies no-universitrias;b) desenvolvimento do ensino distncia;c) incentivo s instituies privadas que podem responder de maneira relativamente flexvel s mudanas do mercado de trabalho.

Organizao do ensino superior:

A misso de difundir a cultura, atravs da pesquisa, primordial ao desenvolvimento humano. Por outro lado, a oferta da formao, ligada teoria do capital humano, que visa o enriquecimento espiritual e material de todos. Essa oposio supervel quando distinguimos o que investimento pblico a longo prazo e o que depende de oferta de formao que atende demanda. A pesquisa deveria ser financiada pelo Poder Pblico. Entretanto, o debate pblico/privado esbarra no debate centralizao/descentralizao. (p. 189-190).

Captulo 15

Esto aparecendo diferentes sociedades educacionais em que:

a) A transformao das relaes entre a formao inicial, a educao de adultos e o ambiente educacional. Deve-se entender esses 3 elementos, analisar as relaes entre eles. (p. 193 a 196).

b) A transformao das relaes entre a educao, o trabalho e o tempo de lazer. (p. 196-198).

c) A dinmica entre as demandas e as respostas educacionais. (p. 198-200)

No cenrio educacional temos algumas constataes:

a) A universalizao da educao bsica deve ser dirigida aos jovens e s populaes fora da escola. (p. 201).

b) O desenvolvimento de uma economia poltica da educao no passa mais apenas pela estratgias das respostas do poder pblico s demandas educacionais. (p. 201).

c) H uma mudana no papel do estado, das autoridades educacionais e das corporaes. (p. 201).

d) O direito de aprender revela-se como instrumento rentvel. (p. 201)

e) Esse direito exige responsabilidade, encargos, direitos e deveres, ou seja, exige a participao dos cidados e da sociedade civil no desevolvimento de competncias e na melhoria da qualidade de vida. (p. 202).

Captulo 16

Sculo XXI uso de novas tecnologias que vai influenciar a vida social. Um estudo da ABOP e do SLO analisa as implicaes das novas tecnologias da informao para a profisso docente. (p. 206).

Formao profissional e educao de adultos o Estado dever promover o ensino distncia. (p. 207).

A melhoria da qualidade do ensino objetivo essencial. O computador modifica o papel do professor, que ter mais tempo para o aluno. O computador possibilita diferenciar o ensino, de acordo com o grupo. Entretanto, exigir maiores competncias do professor. (p. 208).

Na maioria dos pases industrializados, os anos 80 assistiram s primeiras tentativas de educadores para se informarem sobre as novas tecnologias. Em 1983 introduziram-se os primeiros computadores no ensino fundamental nos Estados Unidos e Canad. Em 1987 comearam a introduzir o computador nas escolas japonesas. (p. 209-212).

Algumas concluses (p. 212):

a) a presena de computadores na escola no significa que estejam sendo usados de forma regular.

b) importante dar aos professores formao e apoio, colocando disposio maior quantidade de hardware e softwares .

c) Manterem-se atualizados na tecnologia e no usar o computador apenas como auxiliar didtico.

d) Entender a falta de familiaridade com o computador, por parte das meninas.

Utilizao de novas tecnologias no futuro:

a) so um meio de melhorar a qualidade do ensino e sua eficcia. (p. 213-214).

b) A informatizao torna possvel uma diferenciao e uma individualizao da trajetria educacional do aluno. (p. 214).

c) A reduo no preo dos computadores possibilitou um melhor aparelhamentos das escolas. (p. 215).

d) O aumento da memria e da velocidade dos computadores permite a utilizao interativa pelos alunos. (p. 215).

e) O estado deve proporcionar formao inicial dos professores, disponibilizando ainda educao permanente. (p. 218).

f) As escolas devem funcionar como uma equipe, aproveitando as capacidades individuais. (p. 219).

Captulo 17

Possibilidades que as tecnologias da informao e da comunicao proporcionam em apoio aos processos educacionais: poder atingir um nmero maior de pessoas, reduo do custo unitrio, riqueza de ilustrao, acesso informao, simulaes, modo de expressar a criatividade. (222-225).

As novas tecnologias veio para solucionar o problema da falta de vagas, falta de recursos materiais, necessidade de motivar o pessoal docente, alm da questo financeira. (p. 226-227).

O ensino distncia teve seu interesse destacado pelo desenvolvimento da Open University (1970). Segundo John Mayo, haver um aumento espetacular do ensino distncia nos prximos 10 anos. (228-229).

Captulo 18

Os principais problemas educacionais esto no fato de o Estado no estar mais em condies de dirigir e financiar a educao, como fez at aqui, e os estabelecimentos escolares e as autoridades locais desejaram maior poder para comandarem seu prprio destino. (p. 239).

A escola compartilha o saber com as novas tecnologias da informao e da comunicao e os professores no podem simplesmente transmitir saberes em busca de uma coeso social. (p. 239).

O xito escolar vem do dinamismo da escola, da sua capacidade de adaptar-se a comunidade de alunos e evitar a rotina por parte dos professores. (p. 240).

Captulo 19

Aprendizagem interativa: contedo, ensino e avaliao. Quais os saberes que os jovens devem adquirir ao final de um ciclo, como as disciplinas devem ser ensinadas, a forma de controle e avaliao quanto aos objetivos da aprendizagem, (p. 242-245).

Captulo 20

No sculo XXI, a humanidade poder chegar a uma viso global do planeta. A comunicao, transporte e observao por satlite aproximam as diferentes partes do globo. O ensino das cincias no deve trazer excessiva especializao. Deve-se buscar uma forma pedaggica para aproximar a formao cientfica s formaes em literatura, artes, poltica, etc... No deve haver uma fragmentao do saber. (p. 246-250).

Captulo 21

Para que a cincia esteja ao alcance de todos precisamos fazer com que entendem que a cincia parte integrante da cultura. No ensino fundamental, levar o aluno a ter curiosidade pela natureza. No ensino mdio, lev-los experimentao das leis cientficas, como a cincia desenvolveu-se ao longo da histria. No ensino superior, os alunos so capazes de discutir e colocar seu ponto de vista, realizar projetos. Em seguida, deve-se popularizar a cincia e compreender a importncia da pesquisa. (p. 251-253).

Captulo 22

Objetivo da educao multicultural ampliar a base de uma cultura. Estimula a concorrncia entre diferentes culturas, buscando a interao entre culturas e o respeito mtuo. A ao da televiso na formao dos jovens. A formao de professores para o sculo XXI deve comportar o estudo de lnguas, sensibilizao a outras culturas, aprendizagem de anlise crtica, resoluo de conflitos e prepar-los para a cooperao com profissionais das mdias. (p. 254-256).

Captulo 23

O ensino de histria importante para a formao individual, para a formao do cidado e sua integrao coletividade. A histria pode contribuir para entender o homem vivendo em sociedade, sua capacidade de superar conflitos. A histria ensina a diversidade humana, povos, naes. A histria nos orienta para uma educao pluralista. A histria tambm uma lio de respeito complexidade. (p. 257-260).Postado h 27th May 2012 por Jos Ronildo 0 Adicionar um comentrio

Educao

Clssica Flipcard Revista Mosaico Menu Lateral Fotografia Linha Do TempoOCT7Teorias da Administrao Prof. MSc. Jos Ronildo Cury Sachetto I.1 ORIGEM Segundo Ferreira, Reis e Pereira (2006) o primeiro estudo cientfico dos mtodos de gesto foi apresentado em 1903, sob a forma de uma teoria. Depois de 1903, Taylor passou a maior parte do tempo escrevendo e ensinando administrao cientfica. Entretanto, na opinio de Albers (1977), se olharmos para a ascenso do Imprio Romano e as suas conquistas, o controle das atividades da Igreja Catlica, as pirmides dos faras, os templos astecas, dentre outros exemplos, podemos ter evidncias da pr-existncia de atividade organizada e prtica administrativa, o que implica em um conhecimento de muitas das idias que aparecem posteriormente nos livros de Taylor. Entendemos que, se observarmos a estrutura organizacional da Igreja Catlica, o controle integrado de suas atividades, a organizao central, vemos que essa antiga organizao j tinha uma estrutura organizacional similar a complexas organizaes atuais. Entretanto, a divulgao dos estudos, sob a forma de uma teoria, somente foi apresentado por Taylor. I.2 EVOLUO I.2.1 Princpios da teoria da administrao cientfica O desenvolvimento da administrao cientfica nos Estados Unidos considerada como tendo iniciado com as experincias de Frederick W. Taylor, na Midvale Steel Company, no princpio da dcada de 1880. (ALBERS, 1977, p. 31). Segundo Ferreira, Reis e Pereira (2006), em 1911 foi publicado um estudo elaborado Principles of Scientific Management, a partir da experincia de Taylor em uma fbrica. A principal caracterstica do seu estudo era a busca de uma organizao cientfica do trabalho, enfatizando tempos e mtodos. Isto faz de Taylor um precursor da Teoria da Administrao Cientfica. Para Ferreira, Reis e Pereira (2006), Taylor via a necessidade de aplicar mtodos cientficos administrao, como forma de garantir uma produo mxima a um custo mnimo. Para tanto defendia os seguintes princpios: a)Seleo Cientfica do Trabalhador O trabalhador deve desempenhar a tarefa mais compatvel com as suas aptides. b)Tempo-padro O trabalhador deve atingir no mnimo a produo-padro estabelecida pela gerncia. muito importante contar com parmetros de controle de produtividade, porque o ser humano naturalmente preguioso. Se o seu salrio estiver garantido, ele certamente produzir o menos possvel. c)Plano de Incentivo Salarial A remunerao dos funcionrios deve ser proporcional ao nmero de unidades produzidas. Essa determinao se baseia no conceito do homo economicus, que considera as recompensas e sanes financeiras as mais significativas para o trabalhador. d)Trabalho em conjunto Quando o trabalhador produz muito, sua remunerao aumenta e a produtividade da empresa tambm. e)Gerentes planejam, operrios executam O planejamento deve ser de responsabilidade exclusiva da gerncia, enquanto a execuo cabe aos operrios e seus supervisores. f)Diviso do trabalho Uma tarefa dever ser dividida no maior nmero possvel de sub-tarefas. Quanto menor e mais simples a tarefa, maior ser a habilidade do operrio em desempenh-la. g)Superviso Tambm deve ser funcional, ou seja, especializada por reas. h)nfase na eficincia Existe uma nica maneira certa de executar uma tarefa. Para descobri-la, a administrao deve empreender um estudo de tempos e mtodos, decompondo os movimentos das tarefas executadas pelos trabalhadores . Para Ferreira, Reis e Pereira (2006), muitos so os crticos de Taylor, que o vem como desumano, devido ao seu tratamento para com os operrios em favor da elite empresarial. Entretanto, preciso lembrar que aquela era uma poca que ainda sofria os reflexos do regime feudal e escravocrata. Para aquela poca, suas idias eram bastante avanadas, especialmente no que se refere s suas preocupaes com o aumento da eficincia na produo, a reduo de custos, o aumento dos salrios. No levava em considerao fatores modernos como satisfao pessoal dos empregados, valores morais, auto-realizao e qualificao. Ferreira, Reis e Pereira (2006), abordam a questo dos pioneiros da administrao cientfica, que realavam a importncia das tcnicas cientficas na maximizao da capacidade produtiva das mquinas e dos homens. Entretanto, suas suposies sobre o comportamento humano estavam baseadas na hiptese de massa e no conceito do homem econmico. As idias de Taylor foram baseadas na suposio de que o principal interesse da administrao e do trabalhador o lucro econmico, sob a forma de custos de trabalhos mais baixos e de salrios mais altos. A quantidade de trabalho que o operrio teria de executar seria medida por meio de cuidadosa investigao cientfica. Taylor acreditava que, uma vez que o operrio tomasse conhecimento das grandes vantagens da administrao cientfica, ele adquiriria uma atitude mental favorvel aos patres e s condies de trabalho. Nas suas experincias, especialmente em Midvale e na Companhia Siderrgica Bethlehem, Taylor reconheceu a influncia dos grupos sobre o comportamento individual, chegando a afirmar que o operrio muito menos eficiente quando congregado em turmas. I.2.2 Princpios da teoria da administrao clssica Ferreira, Reis e Pereira (2006) dizem que paralelamente a Taylor, Henri Fayol defendia princpios semelhantes na Europa, baseado na sua experincia em alta administrao. Seu sucesso era atribudo sua forma abrangente e completa de pensar a empresa e os problemas bsicos da administrao prtica. Sua obra bsica, Princpios Gerais da Administrao, compila suas concluses, abordando tpicos como as caractersticas dos administradores, a importncia do seu treinamento, suas funes bsicas e os princpios bsicos da administrao. Buscou-se desenvolver a primeira teoria da administrao, defendendo que seu estudo terico deveria preceder a prtica da profisso. Fayol relacionou quatorze princpios bsicos: a)Diviso do trabalho A especializao dos funcionrios, dos executivos da administrao aos operrios da fbrica, favorece a eficincia na produo, aumentando a produtividade. b)Autoridade e responsabilidade Autoridade o direito dos superiores hierrquicos de dar ordens que sero supostamente obedecidas; responsabilidade a contrapartida da autoridade. c)Unidade de comando Um empregado deve receber ordens de apenas um superior, evitando contra-ordens. d)Unidade de direo O controle nico possibilitado com a aplicao de um plano para grupos de atividades com os mesmos objetivos.. e)Disciplina Necessidade de se estabelecer normas de conduta e de trabalho, vlidas para todos os funcionrios. f)Prevalncia dos interesses gerais Os interesses gerais da corporao devem prevalecer sobre os interesses individuais. g)Remunerao Deve ser suficiente para garantir a satisfao dos funcionrios e da organizao. h)Centralizao As atividades cruciais da organizao e a autoridade para a sua adoo devem ser centralizadas. i)Hierarquia Defesa incondicional da estrutura hierrquica. j)Ordem Deve ser mantida em toda a organizao, um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. k)Equidade A justia deve permanecer tambm no ambiente de trabalho, justificando a lealdade e a devoo dos funcionrios empresa. l)Estabilidade dos Funcionrios A alta rotatividade do pessoal tem conseqncias negativas sobre o desempenho da organizao e o moral dos trabalhadores. m)Iniciativa a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo. n)Esprito de corpo O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicao dentro das equipes. Os componentes de um mesmo grupo precisam ter conscincia de classe, para com isso defenderem seus propsitos. Ferreira, Reis e Pereira (2006) ainda abordam a questo das funes prprias da gerncia administrativa, estabelecidas por Fayol: planejar, comandar, organizar, controlar e coordenar. Planejar significa estabelecer os objetivos da organizao, especificando as formas como sero atingidos. Atravs do comando, os subordinados executam as tarefas. Os recursos humanos, financeiros ou materiais so coordenados pela funo de organizar. O controle estabelece padres de desempenho. Podemos notar que o modelo de Fayol traz uma nfase na gerncia administrativa, que a unidade de comando de uma empresa fechada. Enquanto Taylor estudava a empresa de cima para baixo, privilegiando as tarefas produtivas, Fayol a estudava da administrao para baixo, privilegiando as tarefas organizacionais. I.2.3 Princpios das relaes humanas [...] Todavia, as experincias desenvolvidas por Mayo e sua equipe na fbrica da Western Eletric Company (Hawthorne, Chicago) formam o quadro de referncia que possibilitou delinear os princpios bsicos da Escola de Relaes Humanas. (FERREIRA, REIS e PEREIRA, 2006, p. 27). Na opinio de Ferreira, Reis e Pereira (2006), a crise de 1929 foi um dos maiores choques que a economia mundial sofreu. At ento, o capitalismo norte-americano seguia uma poltica liberal: os empresrios pagavam salrios baixos, mantinham os preos elevados, aumentavam a produo e o Estado no intervinha. A crise se refletia na bolsa, onde havia maior nmero de vendedores do que de compradores de aes, negociadas a preos cada vez mais baixos. Aps a quebra da bolsa, o governo assumiu uma postura intervencionista na Economia, regulando a produo e fixando limites para preos e salrios. Surgiram o salrio mnimo, o limite de trabalho dirio, a previdncia social e a legalizao das organizaes sindicais. A humanizao dos conceitos administrativos se apresentou como a mais adequada s novas exigncias. Desenvolveram-se as cincias humanas que permitiram compreender melhor o funcionamento da psicologia do trabalhador. Os estudiosos passaram a defender a idia de que os fatores humanos e materiais deviam ser considerados na avaliao da produtividade. Para tanto, alguns pressupostos sobre o comportamento humano precisavam ser considerados pelos administradores: a)Integrao e comportamento sociais Embora dotado de excelentes condies fsicas para o trabalho, o trabalhador socialmente desajustado ter baixa eficincia. Isto porque os aspectos sociolgicos, psicolgicos e emocionais so mais importantes do que os tcnicos. O papel da integrao grupal primordial para o bem-estar psico-emocional dos trabalhadores. b)Participao nas decises A participao de cada um no processo decisrio fundamental. O trabalhador um ser pensante; ele deve estar sujeito a um controle de resultados mas no a uma superviso estrita, principalmente na forma de executar a sua tarefa. c)Homem social O comportamento dos trabalhadores est condicionado no somente a aspectos biolgicos, mas tambm a normas e padres sociais. Dada a importncia atribuda aos fatores psico-emocionais, a motivao econmica passa a ser secundria na determinao do rendimento do trabalhador; so prioritrias, a necessidade de reconhecimento, aprovao social e a participao. d)Contedo do trabalho Trabalhos simples e repetitivos so montonos e negativos para a motivao do trabalhador. As tarefas devem ser estimulantes. A psicologia, assim como nossa observao, mostra-nos que no podemos levar as pessoas a fazer coisas de forma mais satisfatria atravs de ordens ou exortaes; mas tambm que at mesmo raciocinar com, convenc-las intelectualmente, pode no ser suficiente. At mesmo o consentimento do governado (sic) no ir lev-las a realizar todo o trabalho que supostamente deveriam fazer, uma considerao importante para os que advogam a representao dos funcionrios. Toda a nossa vida passada, nosso treinamento inicial, nossas ltimas experincias, todas as nossas emoes, crenas, preconceitos, cada desejo que temos, formaram certos costumes mentais que os psiclogos chamam de padres de ao. [...] Esta uma considerao importante para ns, por que de um certo ponto de vista o sucesso nos negcios depende grandemente disso se nossa empresa to organizao e administrada, que tende a formar certos hbitos, certas atitudes mentais. (FOLLET apud FERREIRA, REIS E PEREIRA, 2006, p.31) Segundo Ferreira, Reis e Pereira (2006), quem ousaria hoje negar a relevncia da manuteno de um clima organizacional favorvel aos trabalhadores? As empresas modernas no cessam de desenvolver o tema, estimulando as iniciativas que favoream o bom relacionamento entre seus funcionrios e a formao da boa imagem da empresa juntos aos mesmos. O que se busca hoje uma abordagem humanstica, mantendo as pessoas trabalhando efetivamente, desenvolvendo seu potencial e encontrando o seu lugar na sociedade. I.2.4 Burocracia: Max Weber Para Ferreira, Reis e Pereira (2006), Max Weber estudou a organizao num contexto social, influenciada principalmente pelas mudanas sociais, econmicas e religiosas da poca. Weber achava que a organizao burocrtica era o meio conhecido mais racional de exercer controle imperativo sobre seres humanos. A liderana burocrtica era indispensvel administrao de massa, exigida pela sociedade moderna. Assim, a organizao de posies segue o princpio da hierarquia, onde cada departamento inferior est sob o controle de um mais elevado. o modelo que muitos denominam de organizao formal. Assim, surge o modelo burocrtico, com preceitos rgidos e disciplinadores para o desempenho eficaz do indivduo e da organizao. A instabilidade das emoes e os comportamentos aleatrios eram vistos como prejudiciais ao desempenho empresarial. Os pressupostos da teoria de Weber so os seguintes: a)tica protestante A vida dedicada ao trabalho duro, poupana e ao ascetismo. Aqueles que assim procedem alcanam a prosperidade e ficam em paz com a sua alma. A riqueza vista como o resultado de uma conduta..do homem organizacional. b)Homem organizacional O tipo de personalidade adequada sociedade moderna a do homem flexvel ao desempenho de vrios papis simultneos, dentro da organizao. a)Racionalidade Os objetivos devem ser atingidos de maneira mais racional e, portanto, poupadora de esforos. b)Diviso do trabalho e hierarquia A diviso do trabalho deve ser sistemtica, coerente com os objetivos da organizao. Cada pessoa deve se ocupar de uma tarefa especfica. c)Autoridade, poder, dominao e administrao A ordem deve ser obedecida. O governante tem o direito de impor seu poder. d)Promoo e seleo Os critrios de promoo devem passar pelo resultado da sua dedicao e competncia no cumprimento das metas organizacionais. e)Separao entre propriedade e administrao Os administradores devem ser profissionais, especialistas assalariados, fiis aos objetivos da empresa. f)Organizao informal A organizao imprevista, portanto, no racional. Segundo Albers (1977), em 1920, Alfred P. Sloan Jr. preparou um plano organizacional para a General Motors Corporation , em que a administrao envolvia algo mais do que a manipulao e controle financeiros e deu nfase necessidade de integrao operacional ao invs de uma integrao puramente financeira. Em 1931, um industrial ingls, Henry Dennison, apresentou um livro sobre os problemas humanos e estruturais na organizao. O primeiro estudo sobre o comportamento humano foi feito na Hawthorne Works of the Western Electric Company, que produzia equipamento eltrico e eletrnico para telefonia. Foram pesquisados os fatores de iluminao, perodos de descanso, dias menores de trabalho, incentivos salariais. Milhares de entrevistas foram feitas para determinar pontos de vista dos empregados sobre a empresa, a superviso, os planos de seguro, as promoes e os salrios. O empregado podia falar sobre qualquer assunto que lhe viesse cabea. Quase todos os grupos participavam de jogos, apostas, divertimentos, durante os perodos de almoo, onde podiam conversar e contar histrias. I.2.5 Behaviorismo Segundo Ferreira, Reis e Pereira (2006), o Behaviorismo defendia a valorizao do trabalhador em qualquer empreendimento baseado na cooperao e surgiu como evoluo de uma dissidncia da escola de Relaes Humanas. Os aspectos organizacionais enfatizados pelo Behaviorismo so os seguintes: a)Processo decisrio As decises particulares so reflexo das decises globais. Os processos administrativos so basicamente processos decisrios. b)Liderana Os lderes tm a capacidade de fazer a melhor escolha, que flexibilizam a deciso, apoiando-se na colaborao de todos. Um bom lder deve entender a organizao, os indivduos que a compem e suas inter-relaes. c)Autoridade a capacidade de dar uma ordem e ser aceita pelo empregado, que se acha mental e fisicamente apto a concordar com ela. d)Homem administrativo O homem administrativo tem um comportamento apenas satisfatrio e no otimizante. e)Conflito de objetivos inevitvel o conflito entre a organizao e os indivduos, tendo em vista que a estrutura e os processos organizacionais so incoerentes com as aspiraes dos trabalhadores. I.2.6. Estruturalismo Para Ferreira, Reis e Pereira (2006), a Teoria Estruturalista surgiu como um desdobramento da Burocracia, buscando resolver os conflitos existentes entre a Teoria Clssica, a Teoria das Relaes Humanas e a prpria Teoria Burocrtica. O Estruturalismo considerava a organizao em todos os seus aspectos como uma s estrutura, fornecendo uma viso integrada da mesma. As principais caractersticas do Estruturalismo so: a)Submisso do indivduo socializao O desejo de obter recompensas materiais e sociais faz com que o trabalhador aceite desempenhar vrios papis dentro da organizao. b)Conflitos inevitveis So inevitveis os conflitos entre os interesses dos funcionrios e os objetivos da organizao. c)Hierarquia e comunicao A hierarquia vista como prejudicial dentro da organizao. d)Incentivos mistos Os indivduos so seres complexos, portanto, necessitam se realizar em diversos aspectos. I.2.7 Teoria dos sistemas Para Ferreira, Reis e Pereira (2006), essa teoria surgiu de uma percepo dos cientistas de que certos princpios e concluses eram vlidos e aplicveis a diferentes ramos da cincia. Imbudo dessa filosofia, o bilogo alemo Ludwig von Bertalanffy lanou em 1937 as bases da Teoria Geral dos Sistemas. Essa teoria foi bastante reconhecida na administrao durante os anos 60. As idias centrais dessa teoria so as seguintes: a)Homem funcional Os papis so mais enfatizados do que as pessoas. Na organizao, as pessoas se relacionam atravs de papis. b)Conflito de papis As pessoas no agem em funo do que so, mas dos papis que elas representam. Cada papel estabelece um tipo de comportamento, define o que a pessoa supostamente deve fazer. c)Incentivos mistos A empresa deve encontrar um equilbrio entre os incentivos monetrios e os no-monetrios. d)Equilbrio integrado Em virtude da complexidade dos diversos subgrupos na formao do sistema empresarial, qualquer ao em uma unidade da empresa atingir todas as outras unidades. e)Estado estvel A empresa deve procurar manter uma constante relao de troca de energia com o ambiente, com o objetivo de impedir o desgaste, a aleatoriedade. I.2.8 Teoria do desenvolvimento organizacional De acordo com Ferreira, Reis e Pereira (2006), a dcada de 60 foi marcada por transformaes sociais que provocaram mudanas significativas no comportamento das pessoas, sentido tambm nas organizaes. Os mercados se internacionalizaram, as atividades de marketing adquiriram importncia, as inovaes tecnolgicas fizeram surgir novos produtos, criando novos hbitos de consumo na populao. Dentro das organizaes, ganharam vigor as exigncias de independncia, auto-valorizao e desempenho de tarefas estimulantes que conduziram os trabalhadores para a realizao no trabalho. A concorrncia em mercados at ento estveis se acirrava com o ingresso de corporaes menores que possuam alta tecnologia. A ampliao e a sofisticao dos mercados consumidores internos, estimularam o crescimento das organizaes. Por outro lado, a crescente valorizao e especializao de profissionais no ramo de administrao de negcios e o reconhecimento de que o homem organizacional no buscava to-somente a remunerao para a sua satisfao, estimularam pesquisadores de diferentes reas do conhecimento a desenvolver estudos e propor um novo modelo de gesto. Buscaram um modelo em que os indivduos pudessem atingir seus objetivos pessoais, ao mesmo tempo em que contribuam para que os objetivos organizacionais fossem atingidos. Surgiu, ento, o Desenvolvimento Organizacional, uma nova abordagem voltada para a gesto de negcios. A palavra-chave era mudana. DO pode ser melhor definido como um processo de mudana planejado, conduzido a partir do topo da hierarquia organizacional, que considera os aspectos tcnicos e humanos da organizao e utiliza consultores internos ou externos no planejamento e implementao das mudanas a serem feitas. O propsito dos projetos de desenvolvimento organizacional pode envolver mudana cultural ou a construo de um time executivo mais efetivo ou a reduo de problemas especficos de relacionamento intergrupal. (SHEIN apud Ferreira, Reis e Pereira, 2006, p. 76). Inicialmente, conforme ressaltam Ferreira, Reis e Pereira (2006), essa teoria foi reconhecida como uma estratgia ou programa de ao, voltado para gerenciar o processo de mudana na organizao. Tinha nfase na constante preocupao com a renovao e o reconhecimento das crises. Para tanto, cada funcionrio passou a ser considerado como um ser dotado de ambies complexas e mutveis, com competncias e capacidades especficas. Toda organizao podia ser entendida e analisada sob trs aspectos: estrutural, tecnolgico e comportamental. Quando h um desequilbrio em qualquer um desses componentes, a organizao deve mudar. A estrutura envolve a hierarquia administrativa, os sistemas e processos de trabalho, o fluxo de comunicao, a misso. A tecnologia se refere aos sistemas operacionais que so adotados, equipamentos, engenharia de processo, pesquisa. O comportamento est relacionado aos procedimentos adotados na administrao dos recursos humanos da organizao, aos conhecimentos, habilidades e atitudes das pessoas que dela participam e ao seu relacionamento inter-pessoal. I.2.9 Outras teorias de administrao De acordo com Ferreira, Reis e Pereira (2006), a Abordagem Contigencial surgiu como resultado de uma srie de pesquisas sobre a relao da empresa com e dentro de seu ambiente. Foi elaborada por pesquisadores, administradores e consultores, com o objetivo bsico de aplicar os conceitos das principais escolas em situaes gerenciais concretas. Ela tentava explicar e justificar os resultados divergentes quando da aplicao de algum mtodo. Essa teoria enfatizava a importncia das inter-relaes entre as partes de uma organizao. Ferreira, Reis e Pereira (2006) abordam o nascimento da Administrao por Objetivos, na dcada de 50. Em virtude das dificuldades impostas pela Segunda Guerra Mundial, as pessoas passaram a ver no consumo sua possibilidade de auto-realizao. Drucker (1954) lanou o livro A Prtica da Administrao de Empresas, onde eram delineados os princpios do que viria a se constituir o enfoque da Administrao por Objetivos. Nesse modelo, a organizao devia se preocupar menos com os fins e mais com as atividades que eram desenvolvidas para atingi-los. No era um modelo renovador. Tratava-se de adotar alguns princpios que aprimoravam as prticas correntes. A Administrao por Objetivos incorpora a maioria dos princpios de gesto geralmente aceitos. Ainda, segundo Ferreira, Reis e Pereira (2006) , a partir de 1980, o enfoque do Planejamento Estratgico ganhou amplitude, dando origem Administrao Estratgica. A definio clara da misso e da estratgia empresarial fazia com que os objetivos fossem facilmente atingidos. Participao consiste basicamente na criao de oportunidades para que as pessoas influenciem decises que as afetaro. Essa influncia pode variar pouco ou muito. Participao um caso especial de delegao, na qual o subordinado obtm maior controle, maior liberdade de escolha em relao s suas prprias responsabilidades. (PATERMAN apud FERREIRA, REIS e PEREIRA, 2006, p. 129) Nas ltimas dcadas tem se fortalecido a administrao participativa, com uma viso socialista, democrtica, com a soluo dos conflitos atravs de boas relaes. I.2.10 Administrao holstica Segundo Ferreira, Reis e Pereira (2006), o estudo pioneiro acerca do Holismo foi publicado em Londres em 1926, pelo general sul-africano Ian Christian Smuts. Para Smuts (1926), aceitar a evoluo do universo implica em abandonar a idia de que matria, vida e mente se encontram completamente separadas e restabelecer a verdade da indissolvel continuidade entre esses trs domnios. A palavra Holismo vem do grego holos, que significa todo. A teoria defende que o homem um ser indivisvel, que no pode ser entendido atravs de uma anlise separada de suas diferentes partes. (FERREIRA, REIS e PEREIRA, 2006, p.176). Para Santos et al. (2007), nas ltimas dcadas, surgiu dentro das cincias o chamado movimento holstico. Capra (1989) tem sido um dos maiores influenciadores da viso holstica: ele mostra as grandes mutaes pelas quais passa a sociedade na tecnologia, na educao, na economia, na medicina, na psicologia, na ecologia, entre outras grandes reas e a mudana de valores que afetam aspectos como a individualizao, a criatividade, a flexibilidade, a informao, a autonomia, entre outros valores, cuja mudana afeta tanto organizaes como as pessoas. Para Santos et al. (2007), a viso holstica uma das abordagens destes novos paradigmas das cincias, inclusive da administrao. Segundo ele, as principais prticas da Administrao Holstica so as seguintes: a)Quanto aos objetivos: integrao dos objetivos organizacionais com os objetivos individuais de auto-realizao pessoal e profissional. b)Quanto estrutura: a organizao passa a no depender de uma estrutura formal, sendo baseada em diversas clulas autnomas de produo, resultando numa estrutura policelular. c)Quanto ao comportamento individual e grupal: a equipe procura desenvolver a viso do todo do seu conjunto de processos e tarefas; assim, obtm-se o comportamento individual e a satisfao no trabalho. d)Rodzio de funes: no h especialistas e nem cargos formais; os funcionrios passam a ser polivalentes ou multifuncionais. Para Ferreira, Reis e Pereira (2006), as dcadas de 60 e 70 foram marcadas por movimentos espirituais e at filosficos com o objetivo de restabelecer o equilbrio emocional, convergindo para um outro tipo de sabedoria. Nesse momento, ressaltada a criatividade, a ao empreendedora e a motivao. necessrio estabelecer uma nova viso empresarial. Exige-se das pessoas uma nova forma de pensar, uma viso de mundo diferente. Essa a viso holstica, uma forma de perceber o mundo que nos cerca de forma sistmica em todas as reas do conhecimento. A empresa no mais vista como um conjunto de departamentos, cada um executando o seu trabalho. Nesse novo cenrio, de vital importncia a criao de um ambiente propcio ao crescimento individual, despertando talentos, favorecendo a criatividade, trazendo a qualidade de vida e o crescimento pessoal. Entendemos que no podemos conceber o ser humano fora dessa viso holstica. Sendo o homem constitudo por um corpo, uma alma e um esprito, a sua vida pessoal dever estar integrada. No h como entender o homem fracionado, atuando de forma diferente em diferentes reas. Quando o homem se volta para si, buscando conhecer-se, ele consegue enxergar as suas limitaes, os valores e suas aptides. A partir da, o homem comea a buscar um esforo para que as suas limitaes sejam vencidas, as suas aptides sejam aplicadas e os seus valores preservados. O homem tem que entender que h um propsito em sua vida. Muitos se acomodam diante de uma dificuldade, buscando culpados por se encontrarem desempregados, tristes ou enfermos. Outros, atribuem o seu insucesso a uma sorte que no tem e h aqueles que passam todo o tempo reclamando e buscando quem os possa confortar. Precisamos encarar os momentos difceis, buscando foras e direo espiritual para vencer as lutas. Nesses momentos, precisamos ser mais fortes e confiantes, porque dentro de ns h um grande potencial de realizao. O homem s realizado plenamente no trabalho quando vive em paz e alegria na famlia, na sociedade e consigo mesmo. Essa a viso integral do ser humano, a viso holstica. Essa viso s pode ser adquirida ou praticada quando o homem concebe um pensamento espiritual. No mais profundo do ser humano, no seu interior, ele consegue pensar, raciocinar e meditar naquilo que tem como prioridade para a sua vida. Seguindo o pensamento de Wilber (2003), vemos que ele prope uma maneira simples para nos ajudar a descobrir o que realmente importante mudar. Diz ele que um jeito fcil de perceber onde nossa vida est desequilibrada e onde precisa de mudanas urgentes desenhar um crculo, dividi-lo em quatro partes e colocar, em cada uma delas, um dos seguintes tpicos: vida pessoal, vida profissional, vida cultural e vida espiritual. Na vida pessoal, vamos descrever como andam nossos relacionamentos, conosco e com os outros, o que nos incomoda ou o que falta no campo emocional e o tempo destinado ao desenvolvimento pessoal. Aqui entram os hobbies, viagens, lazer e descanso. Tambm fazem parte dessa rea a auto-imagem, o cuidado com a sade e com o corpo e quanto tempo a gente dedica a tudo isso. Na vida profissional, as nossas metas, as dificuldades e quanto tempo o trabalho ocupa em nossa vida. Na parte cultural e social est o tempo dedicado a livros, filmes, revistas, palestras, cursos ou aes voluntrias. E na espiritual, a meditao e tudo o que fazemos em relao ao nosso desenvolvimento interior. Certamente, vamos perceber que h um desequilbrio. Geralmente, uma das reas em desequilbrio a espiritual. At mesmo quem lida com executivos, num ambiente que parece ser puramente racional e pragmtico, vai tocar nesse ponto. Para Miguel (2006), a vida no pode ser segmentada como um queijo cortado em fatias, com dimenses diferentes. Deve haver uma interligao no processo da realizao pessoal enquanto ser ntegro e uno. Quando se ouve falar de espiritualidade no trabalho, logo vem uma apreenso com alguma forma de presso de carter religiosa que se possa sentir no ambiente de trabalho. Outros, podero at se sentirem entusiasmados na possibilidade de expressar a parte mais significativa do seu ser no trabalho. Para ele, possvel desenvolver a minha espiritualidade no trabalho, atravs da aprendizagem com os outros, ajudando-nos a nos conhecer melhor e enxergando as pessoas como um ser todo espiritual. Conseqentemente, a vivncia na famlia, o tempo pessoal, os hobbies e o trabalho so atividades inseridas dentro de um desenvolvimento espiritual. O trabalho seguramente um dos componentes principais da nossa vida espiritual. Referncias Bibliogrficas ALBERS, Henry H. Princpios de Administrao. Rio de Janeiro: Livros Tcnicos e Cientficos., vol 1, 1977. ALBRECHT, Karl. O Poder das Mentes em Ao: Desenvolvimento e Gesto da Inteligncia Organizacional. So Paulo: Editora Campus, 2003. DRUCKER, P. Desafios gerenciais para o sculo XXI. So Paulo: Pioneira, 1999. FERREIRA, Ademir Antonio; REIS, Ana Carla Fonseca; PEREIRA, Maria Isabel. Gesto Empresarial: de Taylor aos nossos dias. 1. ed. So Paulo: Pioneira, 2006. GOLEMAN, Daniel. Inteligncia emocional. 36 ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. QUINN, James Brian. Building The Intelligente Entreprise: Leveraging Respirces, Services and Technology. New York: John Wiley & Sons, 1994. (apud) OBRIEN, Virgnia. MBA compacto: Negocios. So Paulo: Editora Campus, 2000). OLIVER, Richard W. Como Sero as Coisas no Futuro. So Paulo: Negcio Editora, 1999. SENGE, Peter M. The Fifth Discipline. New York: Bantam Doubleday Dell Publishing Group, Inc., 1990. (apud) OBRIEN, Virgnia. MBA compacto: Negocios. So Paulo: Editora Campus, 2000. TERRA, Jos Cludio Cyrineu. Gesto do conhecimento: O grande desafio empresarial. 5.ed. So Paulo: Negcio Editora, 2005. TOFFLER, A. A. Terceira Onda. Rio de Janeiro: Editora Record, 1980. WILBER, Ken. O Olho do Esprito. So Paulo: Cultrix, 2001. .______ Psicologia Integral. So Paulo: Cultrix, 2002. WESTLEY, W.A. Problems and Solutions in the Quality of Working Life: Human Relations. New York: 1979.Postado h 7th October 2012 por Jos Ronildo 0 Adicionar um comentrioOCT7A tica Protestante e o Esprito do CapitalismoFICHAMENTO DO LIVRO

A TICA PROTESTANTE E O ESPRITO DO CAPITALISMO

Prof. Jos Ronildo Cury Sachetto

WEBER, Max. A tica Protestante e o Esprito do Capitalismo. 4 ed. So Paulo: Ed. Martin Claret, 2001.

Introduo

O objeto principal da obra o estudo das influncias religiosas da Igreja Catlica e de vrias correntes protestantes na construo do capitalismo ocidental, que tem por base o racionalismo econmico. A obra faz uma anlise da cultura capitalista moderna e sua relao com o puritanismo adotado pelas igrejas e seitas protestantes dos sculos XVI e XVII. Weber observou que os protestantes da sua poca eram mais bem-sucedidos nos negcios do que os catlicos. Isso se devia ao fato de que a tica religiosa estava firmada no trabalho, aproveitando as oportunidades que Deus colocava disposio dos indivduos para auferir seus ganhos. Enquanto isso, o desperdcio das oportunidades de crescimento material vista como contrria vontade de Deus. Surgem, ento, o conceito de vocao, de puritanismo, de racionalidade econmica e de ascetismo como aspectos significativos no aparecimento do esprito capitalista.

Captulo 1

Discusso sobre a questo de que os homens de negcios e os trabalhadores mais especializados so predominantemente protestantes, na Alemanha e em outras regies, com diferentes aspectos culturais entre o oriente e o ocidente (p. 39-42).

Por que os lugares de maior desenvolvimento econmico foram propcios a uma revoluo dentro da igreja? A reforma no eliminou o controle da igreja sobre a vida cotidiana, mas trouxe uma nova forma de controle, mais opressiva e severamente imposta (p. 40).

Tenta-se provar o desapego do catolicismo e a suposta alegria materialista do protestantismo. O calvinismo mostrou que existe algo a observar no extraordinrio senso capitalista dos negcios e as mais intensas formas religiosas. Busca-se, assim, uma explicao histrica sobre as peculiaridades desse fenmeno. (p. 43-46).

Captulo 2

Esprito do capitalismo: no s realidade histrica, mas o conjunto gentico de relaes individuais. Alguns princpios: tempo dinheiro, dinheiro pode gerar dinheiro e seu produto gerar mais dinheiro. (p. 47-48)

O homem dominado pelo dinheiro, pela aquisio como propsito final da vida. Na moderna ordem econmica, o ganho do dinheiro o resultado e expresso da virtude e da eficincia. (p. 51)

A economia capitalista moderna fora o indivduo a se conformar s regras do comportamento capitalista. As razes do novo capitalismo vm da Inglaterra quando se estabeleceu o clculo do lucro. Na era pr-capitalista no havia a utilizao racional do capital em empresas estveis e a organizao racional capitalista do trabalho como foras dominantes na determinao da atividade econmica. (p. 52-54). A isso denominou-se tradicionalismo, em oposio do esprito do capitalismo. Baixos salrios so necessrios para o desenvolvimento do capitalismo. Entretanto, baixos salrios no significam trabalho barato. (p. 55-56).

Quando se deseja produzir bens que exijam maquinrio caro e trabalho especializado, busca-se o trabalho como vocao, atravs de uma ao educativa. (p. 58).

O moderno empreendedor precisa calcular a arriscar, ser sbrio e confivel, perspicaz, devotado ao negcio. Qualquer relao entre as crenas religiosas e a conduta , em geral, ausente e tende a ser negativa. As pessoas imbudas do esprito do capitalismo tendem hoje a ser indiferentes igreja. A religio apresenta-se como um meio de afastar as pessoas do trabalho neste mundo. O sistema capitalista precisa dessa devoo vocao para fazer dinheiro. No mais necessrio o suporte de qualquer fora religiosa. A igreja recebia somas em dinheiro como forma de pagamento pelos pecados. (p. 59-67).

Captulo 3

Lutero desenvolveu, ao longo da primeira dcada do seu trabalho como reformador, o conceito de vocao. Vocao, como a valorizao do cumprimento do dever nos afazeres seculares como a mais elevada forma que a atividade tica do indivduo pudesse assumir. O conceito de vocao foi introduzido como dogmas em todas as denominaes protestantes e descartada pela igreja catlica. O nico modo de vida aceitvel por Deus no estava no vida monstica, mas unicamente no cumprimento das obrigaes impostas ao indivduo pela sua posio no mundo. Essa era sua vocao. (p. 69-70).

A vida monstica no era apenas desprovida de valor e de justificativa perante Deus, mas encarava tambm a renncia dos deveres desse mundo como um produto do egosmo. Ao contrrio, trabalhar dentro dessa vocao aparece como expresso de amor fraternal. (p. 70).

A autoridade da Bblia favorecia o conceito de tradicionalismo, em que cada um deve sustentar a prpria vida, deixando que os ateus corram atrs do lucro. Na era apostlica, os cristos viam as atividades mundanas com indiferena. Como esperavam a vinda do Senhor, cada um deveria ficar no seu posto e na mesma ocupao em que foram encontrados. (p. 72).

Para Lutero, o conceito de vocao permaneceu tradicionalista. O homem deve aceitar como uma ordem divina. (p. 73-74).

Os reformadores se interessavam pela salvao da alma. Entretanto, o calvinismo e demais seitas protestantes tiveram um papel importantssimo no desenvolvimento do capitalismo. Entretanto, o catolicismo v, at o dias de hoje, o calvinismo como seu real oponente. (p. 74-76).

No se pode sustentar uma tese de que o esprito do capitalismo possa ter surgido apenas como resultado da reforma, mas existem relao entre as formas de crena religiosa e as prticas ticas. Os movimentos religiosos tambm influenciaram o desenvolvimento da cultura material. (p. 77).

Captulo 4

Na histria, houve 4 formas de protestantismo asctico: calvinismo, o pietismo, o metodismo e as seitas que se desenvolveram a partir do movimento batista. (p. 81-82).

No calvinismo, a predestinao era seu dogma principal. Os homens existem por causa de Deus e uma pequena parcela dos homens seria escolhida para a Graa. Deus se regozija com o arrependimento do pecador. O homem deveria seguir sozinho procura do seu caminho, aquilo que j estava determinado para ele e para a eternidade. Ningum poderia ajud-lo. (p. 83-94).

A salvao no poderia, como no catolicismo, consistir em um acmulo de boas aes do indivduo, mas num autocontrole sistemtico que a qualquer momento pudesse definir a condio de culpado ou escolhido. (p. 95-103).

Para o pietismo, os pr-destinados graa poderiam ocorrer a um erro dogmtico, mostrando a experincia que os ignorantes em teologia acadmica exibiam maiores frutos da f. (p. 104). Por isso, o pietismo levou seus adeptos a viverem em comunidades, livres das tentaes do mundo, voltados para a vontade de Deus. Assim, poderiam ter a certeza do seu renascimento, pelos sinais externos presentes em sua conduta diria. Com isso, criou-se um maior controle da conduta da vocao. (p. 104-110).

O metodista trazia a natureza sistemtica e metdica da conduta dos seus seguidores com o propsito de obter a graa. (p. 111). Sua base estava no puro sentimento da certeza do perdo, derivado do testemunho do esprito. (p.112).

Devido exposio de Wesley s influncias luteranas, apenas o conceito da regenerao a certeza emocional da salvao como resultado imediato da f foi mantido como fundamento da graa, alm da santificao pela libertao do pecado. (p. 113).

As seitas batistas tm suas bases diferentes da doutrina calvinista. Somente os adultos que tivessem adquirido sua f poderiam ser batizados. (p. 114-115). Os batistas repudiavam toda idolatria carne, viviam uma vida moldada na dos apstolos, pregavam a desvalorizao dos sacramentos como meios de salvao, obtendo a racionalizao religiosa do mundo em sua forma mais intensa. (p. 116).

As comunidades batistas procuravam ser igrejas puras, pela conduta inocente dos seus membros, numa incondicional submisso a Deus, com uma vida cheia de boas obras (p. 117).

Entretanto, o interesse pelas ocupaes econmicas foi aumentada por vrios fatores atuantes nas seitas batistas: recusa de aceitao de cargos pblicos, como dever religioso de repdio s coisas mundanas; contrrios forma aristocrtica de vida, pela proibio de toda idolatria pela materialidade. (p. 118-119).

Captulo 5

A disciplina da Igreja e a pregao exerciam grande influncia sobre as pessoas. As foras religiosas eram as influncias decisivas na formao do carter nacional. (p. 122).

O puritanismo ingls, derivado do calvinismo, confere uma base religiosa mais consistente da idia de vocao. Richard Baxter tem uma posio de destaque entre os autores da tica puritana, sendo desfavorvel s seitas e ao entusiasmo fantico dos santos. (p. 122).

Baxter d nfase na discusso sobre a riqueza que constitui em grande perigo, suas tentaes no tm fim. Sua busca no apenas sem sentido, mas moralmente suspeita. Aqui o ascetismo vai mais contra a aquisio de bens terrenos do que em Calvino. Calvino no via na riqueza do clero nenhum empecilho sua eficincia, via nisso uma expanso desejvel de seu prestgio. (p. 123).

A perda de tempo o pior pecado. A perda de tempo em conversas ociosas, em luxos e mesmo em dormir mais que o necessrio para a sade merecedora de condenao moral. Cada hora perdida perdida para o trabalho de glorificao a Deus. (p. 124).

Baxter tem uma pregao apaixonada sobre o trabalho fsico ou mental duro e constante. Isso se deve a dois fatores: 1) ao fato do trabalho ser uma tcnica asctica contra as tentaes que o puritanismo chamou de vida impura; 2) o trabalho foi considerado a prpria finalidade da vida. A falta da vontade de trabalhar sintoma da falta de graa. (p. 124-125).

Para Santo Toms de Aquino, o trabalho era necessrio para a manuteno do indivduo e da comunidade. Entretanto, Baxter reafirma que mesmo o rico deve trabalhar, tendo em vista o mandamento de Deus que deve obedecer. Para todos, a Providncia divina reservou uma vocao que deve ser reconhecida e exercida. Essa vocao no , como para os luteranos, um destino ao qual se deve submeter, mas, um mandamento de Deus ao indivduo. Essa diferena sutil teve conseqncias psicolgicas profundas com o maior desenvolvimento da ordem econmica que comeara com a Escolstica. (p. 125).

Santo Toms de Aquino abordou a questo da diviso do trabalho e das ocupaes na sociedade. A diferenciao dos homens em classes e ocupaes tornou-se, para Lutero, o resultado direto da vontade divina. A permanncia do indivduo no lugar e nos limites demarcados por Deus era um dever religioso, segundo Lutero. (p. 125).

Na viso puritana, o propsito da diviso do trabalho deve ser reconhecido pelos seus frutos. Baxter diz que o trabalhador especializado levar a termo o seu trabalho de maneira ordenada, enquanto outros ficaro em constante confuso. Por isso, ter a vocao certa o melhor para todos. (p. 126).

O que Deus quer no o trabalho em si, mas um trabalho racional na vocao. No conceito puritano de vocao, a nfase est nesse carter metdico do ascetismo laico. Para Lutero, est na aceitao do destino designado por Deus. (p. 126-127).

A utilidade da vocao medida primeiramente em termos morais, depois pela importncia dos bens que ela gera para a comunidade. Assim, se Deus mostra um caminho para obter mais lucro e se o recusares estars em conflito com uma das finalidades de tua vocao, est recusando ser servo de Deus e aceitar Suas ddivas. A riqueza seria eticamente ms quando representa uma tentao para o gozo da vida no cio e no pecado. Mas, como propsito de atender sua vocao, ela permissvel moralmente e recomendada. (p. 127).

A interpretao da obteno de lucro justificou as atividades dos homens de negcios. O significado asctico da vocao justificou a moderna diviso do trabalho em especialidades. (p. 127-128).

A idia puritana de vocao estava limitada pela influncia do desenvolvimento do modo de vida capitalista. Os puritanos sustentavam sua caracterstica mais marcante o princpio da conduta asctica. A sua averso aos esportes era explicada pelo fato de no servir a um propsito racional, o da recuperao necessria eficincia fsica. Era condenado pelo fato de servirem a impulsos indisciplinados, um meio de diverso, de estmulo ao orgulho. (p. 130).

Por outro lado, os ideais puritanos no levavam ao desprezo pela cultura. Nota-se que os grandes nomes do movimento puritano estavam profundamente arraigados cultura renascentista. (p. 130-131). Os puritanos no suportavam as artes plsticas, a superstio, salvao mgica ou sacramental, festividades natalinas, teatro. (p. 131).

O Ascetismo condenava a avareza compulsiva. A influncia dessa vida puritana favoreceu o desenvolvimento da vida econmica racional da burguesia o bero do homem econmico moderno. (p. 135). Pequenos burgueses e fazendeiros, com sua vida regrada e consumo limitado foi assumida pelas cidades, a riqueza foi-se acumulando. Para o metodismo, aumentando os ricos, aumenta tambm o orgulho, a clera e o amor ao mundo em todos os seus aspectos. A exortao de Wesley era para que aqueles que ganhassem tudo, deveriam dar tudo o que puderem, para crescerem na graa e ajuntar um tesouro no cu. (p. 135-136).

A distribuio desigual da riqueza no mundo era uma disposio especial de Deus. Calvino j dizia que somente quando a massa de trabalhadores e artesos fosse pobre que se conservariam obedientes a Deus. Na Holanda essa idia foi secularizada, afirmando-se que a massa s trabalharia quando fosse forados pela necessidade. (p. 137).

Um dos elementos fundamentais do esprito do capitalismo moderno e de toda cultura moderna a conduta racional baseada na idia de vocao. A idia de que o trabalho moderno teria um carter asctico no nova. O trabalho especializado uma caracterstica do mundo moderno. Quando o ascetismo foi levado para fora das celas monsticas, acabou por ser introduzido na vida cotidiana e comeou a dominar a moralidade laica, o que contribuiu para a formao da moderna ordem econmica. Os bens materiais adquiriram um poder crescente. (138-141).Postado h 7th October 2012 por Jos Ronildo 0 Adicionar um comentrioJUL23Construo do Conhecimento e Aprendizagem

Construo do Conhecimento e AprendizagemProf. Msc Jos Ronildo Cury Sachetto

Educao e Ensino

O objetivo da educao formar um homem novo (GIUSSANI apud UCB, 2007).

. Ensinar (do latim insignare) significa marcar com um sinal, indicar um caminho, um sentido.

. Educamos quando ensinamos com sentido.

Dados

Dados tornam-se informao quando o seu criador lhes acrescenta significado.(DAVENPORT e PRUSAK, 1998, p. 5)

Conhecimento a capacidade para a ao eficaz.(SENGE, 1999, p. 487).

Conhecimento est relacionado ao(NONAKA e TAKEUCHI, 1997, p. 63)

Informao

Para que a informao se transforme em conhecimento, o ser humano precisa fazer o trabalho de agregar valor informao.

Isso feito atravs de 4 processos:a) comparaob) consequenciasc) conexesd) conversao(DAVENPORT e PRUSAK, 1998)

Desenvolvimento e Conhecimento

A aula deve guardar coerncia com a idade e o nvel de maturidade dos alunos.

A linguagem, a postura, as atividades propostas, os recursos instrucionais e o seu trabalho de mediao devem estar deacordo com as etapas do desenvolvimento.

Comunicao

Pela comunicao o homem expressa sentimentos, idias, conceitos e evolui como um ser interativo que ensina eaprende.

A linguagem nos permite essa interao, podendo tambm gerar ruptura e conflitos. Da a necessidade de clareza e daimportncia de uma comunicao verdadeira, til no processo deaprendizagem. (UCB, 2007)

O observador

Cada pessoa um observador diferente que observa mundos diferentes.

3 domnios primrios que constituem o observador:a) corporalidadeb) emocionalidadec) linguagem

(SACRAMENTO e BESSA, 2007)

Linguagem

Atravs da linguagem o indivduo pode modificar suas relaes com os demais e desenvolver sua prpria identidade.

Aprender a se aceitar para aceitar o outro. Aprender a se respeitar para respeitar o outro.

Quem ensina precisa verificar se o aprendente realmente aprendeu (UCB, 2007).

Observai bem vosso aluno antes de lhe dizer uma palavra; deixai-o primeiro revelar o cerne de seu carter, livremente, no o reprimais de maneira alguma, melhor v-lo como ele realmente (ROSSEAU apud UGF 2007).

Vygotsky (1993)

O desenvolvimento cognitivo do ser Humano no pode ser entendido sem referncia ao meio social. na socializao