educação cristã em revista

51
EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 1 DOUTRINA À LUZ DA BÍBLIA PERCEBENDO AS PESSOAS DO MODO DE DEUS Legado de Fé: Entrevista com Pr. Russel Shedd Ano 1 - Nº 1. 28 de abril de 2013

Upload: primeira-igreja-batista-de-curitiba

Post on 15-Mar-2016

218 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

O Ministério de Educação Cristã criou uma revista digital repleta de conteúdos relevantes para sua vida!

TRANSCRIPT

Page 1: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 1

DOUTRINA

À LUZ DA BÍBLIA

PERCEBENDO AS PESSOAS DO MODO

DE DEUS

Legado de Fé: Entrevista com Pr. Russel Shedd

Ano 1 - Nº 1. 28 de abril de 2013

Page 2: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 2

editorial

Este é o primeiro número da nossa Educação Cristã em Revista. Uma revista preparada com muito carinho com o propósito de difundir o

que temos de mais precioso: a nossa fé em um Deus imutável.

Como educadores cristãos, sonhamos em deixar nosso legado para as novas gerações de

forma que a palavra ensinada transforme-se em atitudes visíveis e que todos possam perceber

que fazemos diferença por onde passamos.

Nosso compromisso com o ensino nos torna eternamente responsáveis por produzir ma-terial de qualidade, referenciado na Palavra

de Deus e extremamente relevante para todo aquele que deseja ser um seguidor fiel de Jesus.

Que este instrumento de divulgação possa ser um gerador de necessidade de conhecimen-

to. Que você possa perceber, na leitura destas páginas, o quanto é importante engajar-se no projeto de Educação Cristã e, assim, sinta-se

desafiado a participar das inúmeras oportuni-dades de ensino oferecidas durante a semana

pela igreja. Boa leitura!

Martha Zimermann de Morais

Educação Cristã em Revista - Ano I - Nº 1128 de Abril de 2013www.edcrista.org.br

Publicação cristã destinada a divulgação e circulação de conteúdo sobre Educação Cristã, produzida pela Primeira Igreja Batista de Curitiba.

Direção de ConteúdoIgor Pohl BaumannMartha Zimermann de Morais

Direção de ComunicaçãoAlbert Martins de Oliveira Filho

Direção de ArteIsrael Lessak

Projeto Gráfico e CapaFranciele Rosário

DiagramaçãoFranciele Rosário

Colaboradores

Bruna SeifertDaniel Torres Elaine SantosElke Oliveira FernandesIgor Pohl BaumannFranciele RosárioIsrael LessakLucas PadilhaMartha Zimermann de MoraisPaschoal Piragine Jr.Raquel ZampierRoberto KallaurSheila TorresVictor Uehara

RevisãoMartha Zimermann de Morais

Informações41 3091- [email protected]

Dúvidas, sugestões e comentá[email protected]

Page 3: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 3

06.

10.12.19.21.30.32.35.40.41.43.47.

14.

24.

28.

38.

Percebendo as pessoas do modo de Deus

Legado de Fé: En-trevista com Pr. Russel SheddO Legado

dos pais para os filhos Tribos Urbanas

Doutrina: À Luz da Bíblia

Dia da Escola Bíblica

Existe futuro para o Ensino na Igreja?

Crescendo com Jesus

Passando aos filhos a tocha da fé

Aproveite bem seu namoro

Conformado?

Depois do CFM ...

Ser voluntário

Propósito no trabalho

IndicaçõesCitações

Page 4: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 4

c o l a b o r a d o r e s

Médica cujo trabalho está vol-tado para a promoção de saúde mental/emocional de crianças e adolescentes. Realiza aten-dimentos clínicos, orientação de pais e palestras sobre este tema. Iniciou sua vida cristã em 2006, tornando-se membro da PIB Curitiba em 2011. Professora voluntária da EB, na linha da família.

Gerente de comunicação da Área Ministerial de Educação Cristã da PIB Curitiba. Cursa o último ano do curso de Bacha-relado em Design pela Univer-sidade Tecnológica Federal do Paraná.

Pastor Presidente da PIB Curi-tiba. Doutor em Ministério pela Faculdade Sul Americana, Londrina, PR. Bacharel em Teo-logia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo.

Raquel ZampierConsultora e Coaching. Formada em Professional e Personal Self Coaching, pelo Instituto Brasileiro de Coaching – IBC. Tecnóloga em Gestão de RH, pela FAE Atuou nos últimos 5 anos com Gerente de RH da PIB Curitiba. Com mais de 20 anos de experiência como profissio-nal em Gestão de Pessoas.

Elaine SantosCoordenadora e professora do Centro de Formação Ministérial - CFM na PIB Curitiba. Bacharel em teologia pela Faculdade Teo-lógica Batista do Paraná.

Franciele rosário ELKE FABIOLA FERNANDES

paschoal Piragine JR.Líder da Área Ministerial de Educação Cristã da PIB Curitiba. Mestra em Educação e Especia-lista em Organização do Trabalho Pedagógico pela UFPR. Pedagoga. Professora do Centro de Forma-ção Ministerial.

mARTHA ZIMERMANN DE MORAIS

Page 5: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 5

igor baumann Pastor da Área Ministerial de Educação Cristã da PIB Curitiba. Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo na Área de Literatura e Religião do Mundo Bíblico. Formado pelo Advanced Leader-ship Seminar - Haggai Institute. Professor da FTBP e do CFM.

Daniel Torres Pastor do Ministério Infantil da PIB Curitiba. Mestrando no Master Theological Studies na Southeastern Baptist Theolo-gical Seminary, com ênfase em Missiologia. Bacharel em Teo-logia pela Faculdade Teológica Batista do Paraná. Professor do Centro de Formação Ministerial.

Coordenador da Área de Educação Cristã no Ministério da Juventude da PIB Curitiba. Graduado em En-genharia de Controle e Automação (Mecatrônica) pela PUCPR e acadê-mico em Teologia na FTBP. Serviu em missões transculturais por dois anos em mais de 27 países, em navios da Operação Mobilização, trabalhando como cinegrafista.

Israel Lessak Coordenador de Criação e Design do Ministério de Comunicação da PIB Curitiba. Graduado como Designer Gráfico pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Faz pós-graduação em Design centrado no usuário na Universidade Positivo.

Lucas PadilhaObreiro da Área Ministerial de Educação cristã da PIB Curiti-ba. Acadêmico de teologia na Faculdade Teológica Batista do Paraná. Trabalahou muitos anos como voluntário do Ministério Infantil da PIB Curitiba.

Bruna SeifertRedatora/revisora da Agênciade Publicidade IMAM. Jornalista graduada pela PUCPR. Trabalhou na assessoria de imprensa do TECPAR e da PUCPR. Atendeu a co-municação interna da ALL, Positivo Informática, Estre e Imcopa, pela Ação Integrada. Realiza trabalhos voluntários de jornalismo nas áreas de Comunicação, Adoração e Edu-cação Cristã da PIB Curitiba.

Roberto KallaurLíder da Central de Voluntariado Ministerial – CVM na PIB Curiti-ba. Professor da Escola Bíblica. Engenheiro e MBA em Marketing e Gestão Empresarial pela FGV. Executivo na área de Saúde e Bem Estar, com chamado minis-terial para as áreas de mentoria, gestão e planejamento ministe-rial para igrejas e ONG’s.

Sheila Torres Esposa do Pr. Daniel Torres, atua como voluntária no Ministério Infantil. É formada em psico-logia e possui mestrado em Educação pela UFPR.

Victor uehara

Page 6: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 6

PERCEBENDO AS PESSOAS DO MODO DE DEUS:

UM DESAFIO PARA A IGREJA DE JESUS

IGREJA

Paschoal Piragine Jr.

Page 7: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 7

Muitos de nós temos sido treinados pela vida e pela sociedade a reagir de determinados modos de acordo como percebemos as pessoas.

Mas a Bíblia nos ensina a perce-ber as pessoas não mais pela ati-tude comum da sociedade, mas da maneira que Deus as percebe. É sobre este assunto que Paulo escreve no capítulo 2 da carta a Tiago. Ao lermos esta passagem bíblica, somos desafiados a olhar para as pessoas do jeito que Deus as olha, esquecendo a forma pela qual fomos treinados ao longo de nos- sas experiências cotidianas.

Veja como isso é sério: ainda que a Igreja deva ser a nova comunidade, a família de Deus, parece que os preconceitos e as injustiças lá de fora invadem com muita facilidade as fronteiras da nova comunidade da fé. Esta é uma questão tão séria porque a maneira como nos com- portamos diante das pessoas indica o que realmente cremos acerca de Deus. Em 1 Jo 4.20 lemos: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, não pode amar a Deus, a quem não viu.”

Como lidar com tais questões? Qual deve ser a postura de maturi- dade diante destas pressões?

Neste texto quero apresentar qua-tro recursos que devemos utilizar para que nossa maneira de perce-ber as pessoas seja mais parecida com a de Deus do que com a do mundo, baseado no em Tiago.2.

OLHOS DE JESUSNão fazer acepção de pessoas

Tiago afirma neste capítulo que

toda a forma de discriminação, pri- vilégio ou acepção de pessoas não vem do nosso Senhor. Ao contrário, envergonha e entristece o nosso salvador. Jesus não fazia acepção de pessoas. Ele não olhava para a aparência exterior, mas o que havia no coração, como na atitude da viúva pobre (Mc 12.41-42); não jul- gava as pessoas pelo seu passado mas pelo seu potencial de futuro, como viu em Paulo.

A verdade é que quando damos maior atenção aos ricos, importan-tes, que detêm expressão social é porque esperamos obter alguma coisa deles e quando evitamos os pobres, doentes, abatidos é porque eles nos envergonham, enfadam ou precisam de nossa ajuda. Jesus não fez isto e não pode aprovar esta ati-tude. Se queremos ser a expressão viva do amor de Jesus nesta terra, se desejamos ter o nome de Igreja de Jesus precisa- mos aprender a olhar as pessoas com os olhos de Jesus.

Os olhos de Jesus sempre vêem as possibilidades de Deus em nossas vidas. É isto que ele quer que veja- mos nos outros.

CRITÉRIO DE JESUSGraça

Se precisamos dos olhos de Jesus para perceber as possibilidades de Deus na vida de qualquer ser humano, precisamos do critério de Cristo para que os juízos de valor que fazemos não sejam malignos.

Tiago está dizendo que toda a esco- lha que fazemos envolve critérios. Se nós estamos preferindo o rico é porque certos valores que o mundo tem defendido tornaram-se crité- rios incorporados a nossa vida. Mas

o critério de Deus não é rico nem pobre, mas graça. Graça é favor que eu não mereço. Ele não está procurando os mais capacitados, treinados, preparados, importantes e merecedores para oferecer-lhes o seu Reino. Não! Ele esta procu- rando filhos perdidos, desgarrados, que sabem que nada têm e nada merecem, mas que por fé recebem o presente de amor que é graça sal- vadora e transformadora. É por isso que um grande número de pequeni- nos deste mundo têm sido abençoados por este critério da graça e têm se tornado instru-mentos de espanto e glória ao Senhor nesta terra.

A falta de entendimento e aceitação deste critério tem impedido que muitos poderosos alcancem sal-vação e graça. Não se vêem como necessitados e pecadores. Como pessoas que sem Deus estão per-didas. Seu poder, opulência, inteli-gência os têm impedido de perceber que se não buscarem um favor que não merecem irão para o mesmo inferno que os perdidos herdarão, sem direito a cela especial por terem cursado uma faculdade.

Quando entendemos o que é graça e como ela nos afeta, este passa a ser o critério que nos ajuda a perceber os outros. Não estamos preocupa- dos com o dinheiro que a as pes- soas possuem, a influên-cia, os rela- cionamentos ou honra. Queremos ver quanto da graça há nos corações e como essa graça derramada glori- fica a Jesus. Jesus precisa ser glorificado na maneira como percebemos as pes- soas ao nosso redor. E isto só acon- tecerá quando a graça for o critério dos nossos julgamentos .

Você já teve uma impressão errada de alguém? Já ouviu uma voz ao telefone e fez uma imagem da pessoa que está por trás da linha? E qual foi a sua reação quando conheceu aquela pessoa?

Page 8: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 8

A misericórdia faz parte da maneira com que você se relaciona com as pessoas ao seu redor?

A LEI DE JESUSdo amor e da liberdade

O terceiro recurso que temos para perceber os outros a maneira de Deus é a Lei de Jesus. Ele a des-creve em duas partes. A primeira é descrita como lei real e Ele a define como a lei do amor. Se você deseja perceber as pessoas a maneira de Deus você precisa amar ao seu próximo. Jesus mesmo foi questio-nado sobre o significado de amar ao próximo. E para explicar ele con- tou a parábola do bom Sama-ritano (Luc 10.25-37). Enquanto os sábios judeus questionavam quem era o próximo a ser amado, Jesus se concentrava em mostrar a maneira que reagimos diante das oportunidades de amar ao pró-ximo. Como os nossos valores dis-torcidos nos impedem de perceber as coisas mais elementares. Há alguém machucado precisando de socorro? Não há dúvida de quem seja o próximo, mas a dúvida é se desejo pagar o preço de amá-lo.

O que Jesus que-ria ensinar é que não amar é pecado! Quando vive- mos o desamor pecamos tanto quanto qualquer outro pecado que achemos vil e vergonhoso. Mas as consequências são maiores. João (1Jo 4.20,21) vai afirmar que não amar a seu irmão é na verdade um sinal claro a todos os homens que você não ama a Deus, nem o conhece de fato. Mas, se você conhece a Jesus e é Ele quem esta ditando os novos valores da sua vida, naturalmente sua maneira de perceber as pessoas mudará. A lei do amor a regerá.

A segunda é a lei de liber- dade. Esta expressão é usada na carta a Tiago como sinônimo do evange-lho. É por causa do poder libertador do evangelho, fazendo diferença

e produzindo transforma- ção em nós que podemos experi- mentar a lei do amor. É justamente o poder deste evangelho que nos liberta da escravidão dos valores que contro-lam o mundo. E assim, numa visão diametralmente oposta ao que rege a visão do mundo, olhamos para nossos relaciona- mentos e dize-mos que pessoas são mais impor-tantes que as coisas.

Por causa do evangelho podemos dizer que as pessoas valem mais do que as coisas. Valem mais do que o mundo inteiro. Valem tanto que Jesus se fez homem e morreu por elas. E graças a Deus, não seremos julgados nem pela lei da justiça, nem pela lei do amor, mas pela bênção de uma libertação oriunda de uma salvação que nos foi dada sem merecermos. Isto é pura graça.

MISERICÓRDIA DE JESUS

O último recurso que nos ajuda a perceber as pessoas a maneira de Deus é misericórdia. A misericór-dia que buscamos alcançar diante dos olhos de Deus deve ser usada na mesma medida na maneira como olhamos para as pessoas ao nosso redor.

O que Jesus nos ensinou tanto por parábolas (como a do devedor incompassivo descrita em Mt 18.23-35), como por meio de sermões (como a oração do Pai Nosso que lemos em Mt 6.9-13 e o sermão da montanha descrito em Mt 5.1-48), é que Deus quer que aprendamos a reproduzir as mesmas atitudes que ele tem para conosco. Normal-mente quando não sabemos fazê--lo, enfrentamos em nossas vidas a mesma dor que causamos. Isto

porque as pessoas nos retribuirão na mesma medida que usamos para com elas.

O texto de Tiago, de uma maneira muito prática, nos adverte que podemos conhecer se a nossa fé é viva ou não pela maneira como a misericórdia de Deus tem envolvido o nosso coração e nos tem feito ser misericordiosos para com as pessoas ao nosso redor, não impor- tando, se são ricos ou pobres, pre- tos ou brancos, cultos ou incultos...

A vontade de Deus é que seu povo seja a expressão e sua igreja o lugar da sua misericórdia. O lugar onde se experimenta uma bondade que excede a capacidade de compre-ender do mundo. Onde as pessoas são capazes de amar, perdoar e se doar. Gente que não precisa dis-criminar, nem bajular, pois a sua esperança está acima dos parcos relacionamentos interesseiros.

Lugar onde as barreiras de separa-ção caíram. E que os homens podem se

chamar e se sentir como irmãos. Pois se não for assim, a nossa fé será somente retórica vazia e repe-tiremos os modelos do mundo travestidos em palavras e vestes de santidade, mas continuaremos sendo tão podres, sujos, perdidos e sórdidos ou até piores do que os que não foram travestidos, porque toda esta vestimenta religiosa não passará de hipocrisia.

Perceber as pessoas do modo de Deus é um desafio para a igreja. Eu e você somos a igreja. Vamos assumi-lo juntos? Que o Espírito Santo nos controle e nos ajude a sermos a comunidade da fé, da esperança e do amor genuíno. Que busquemos com afinco os olhos, os critérios, a lei e a misericórdia de Jesus.

Page 9: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 9

Page 10: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 10

EDUCAÇÃO CRISTÃ

A Escola Bíblica continua sendo um grande movimento que ini-

ciou por causa da presença amorosa e renovadora de Deus sobre seu povo. Este espaço de ensino está relacionado com a inclusão de pessoas no Reino

de Deus. É a abertura das por-tas do conhecimento, da digni-dade, da boa cidadania a todas

as pessoas indistintamente e, mais ainda, do conhecimento

de Deus e da vida eterna e da prática cotidiana da fé.

Para nós, a Escola Bíblica representa um processo de formação cristã, de capacitação de lideres e evangelização. É na Escola Bíblica que o crente aprende a responder as razões da sua esperança, gerando firmes convicções

Dia da Escola Biblica

Igor Baumann

Page 11: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 11

em relação ao que crê. É por meio deste espaço educacional que somos preparados pelo Espírito Santo, a exercer os dons espirituais na causa do Reino de Deus. Participando de alguma classe da Escola Bíblica (que na PIB Curitiba não é só dominical, ela existe em outros dias da semana também), você pode conhecer melhor a Bíblia e aprender a inter- pretá-la de modo saudável, sempre aplicando a mensagem em seu cora-ção e cotidiano.

A história do movimento das escolas bíblicas, conhecidas como escolas dominicais, começa na Inglaterra, no século XVIII, como resultado do rea-vivamento liderado pelo conhecido John Wesley. Como influência direta deste grande avivamento espiritual e dos ideais sobre justiça social oriun-dos deste inspirado pregador inglês, encontramos a criação das escolas dominicais por Robert Raikes (1735-1811). Esta história é muito bonita. Você a conhece?

Como consequência daquele des-pertamento do passado, os olhos dos servos de Deus foram abertos para enxergar as pessoas que Deus já via e queria abençoar. Era e é, na Escola Bíblica, que os novos cren- tes podem ser orientados sobre seu novo modo de vida. Era e é, neste espaço educacional, que grandes homens e mulheres de Deus são forjados em suas lideranças, para levar o evangelho a seus contempo- râneos e conterrâneos. As escolas bíblicas ensinaram e ensinam os cris-tãos a serem verdadeiros cris- tãos e discípulos do Senhor Jesus.

Para os batistas, o ensino e apren- dizagem das Escrituras é algo de extrema importância. Por muitos anos fomos reconhecidos como o povo mais assíduo nas escolas domi-nicais e como os que mais e melhor produziam materiais para o aprendi-zado cristão. Alguns nos chamavam de “povo da Bíblia”, e bem sabiam que era nas Escolas Bíblicas batistas

que podia se aprender profunda-mente a Bíblia. Portanto, os batistas elegeram o mês de abril como o mês da Escola Bíblica, dedicando o último domingo do mês de abril para cele- brar o Dia da Escola Bíblica. Neste dia, lembramos da importância de estudar e aplicar a Palavra de Deus em nossa vida.

Neste tempo de reavivamento, deve-mos contemplar a beleza da santi-dade de Deus. No entanto, devemos nos abrir para aprender os valores da fé que praticamos e apreender em nossos corações, o jeito certo de relacionar-se com Deus. Vamos aguardar o impon- derável de Deus, mas não nos esqueçamos de obser-var as outras pessoas com os mes-mos olhos de solidariedade e com-paixão que Jesus os enxerga. Difícil fazer isso? Venha aprender na Escola Bíblica!

Para nós, a Escola Bíblica representa um processo

de formação cristã, de capacitação de lideres e

evangelização. É na Escola Bíblica que o crente aprende

a responder as razões da sua esperança, gerando

firmes convicções em relação ao que crê.

Page 12: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 12

Escola Bíblica:existe futuro para o

ensino na igreja?

EDUCAÇÃO CRISTÃ

Minha filha, quando pequena, aprendeu na Escola Bíblica que ao convidarmos Jesus para entrar em nosso coração ele entra e fica para sempre. Na volta para casa, na inocência dos seus cinco anos, ela me perguntou: Mãe, como Jesus entra no meu coração? Ele faz um buraco? Essa pergunta foi o início de uma linda conversa sobre o plano de Deus e seu amor incondicional.

Quando um grupo de adolescentes estudou em sua classe de Escola Bíblica as mudanças que estavam acontecendo em seu corpo e o plano maravilhoso de Deus para essas mudanças, resolveu fazer um pacto com Jesus de manter uma posição firme em relação a sua sexualidade.

Os alunos adultos de uma classe decidiram envolverem-se ativamente no trabalho de uma congregação da igreja, quando estudaram sobre missões durante um trimestre da Escola Bíblica.

Estas e tantas outras histórias revelam a importância do conhe-cimento para que possamos agir em nossa realidade. A pergunta do título deste texto é desafiadora, especialmente quando nos depara-mos com uma crise no ensino nas diversas instâncias da sociedade. Pesquisas e sistemas de avaliação demonstram que, no Brasil, o que se aprende na escola não garante que os estudantes desenvolvam a capacidade de ler um texto e interpretá-lo corretamente, competência fundamental para a compreensão do mundo e um dos objetivos fundamentais da escola.

O que dizer então do ensino ministrado na Escola Bíblica? Existe futuro para o ensino na igreja?

Neste texto pretendo fazer algumas considerações sobre este tema, evi-denciando três aspectos: o legado da Escola Bíblica, sua influência e sua permanência.

Martha Zimermann de Morais

Page 13: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 13

Revisitando o passado

O LEGADO DAESCOLA BÍBLICA

A Escola Bíblica surgiu com dois propósitos definidos e relaciona-dos profundamente à realidade do povo: alfabetizar as crianças caren-tes e, ao apropriá-las deste conte-údo da língua, ensiná-las a Palavra de Deus de forma consistente. Considero que, neste sentido, este projeto foi extremamente relevante pois, ao ver a necessidade emer-gente no social, os servos de Deus foram movidos para fazer diferença em seu entorno. E que diferença!!! Conta a história que, em uma cidade cercada pela delinquência, a implantação desta estratégia de evangelização trouxe novo ânimo a uma parcela da população totalmente esquecida e sem espe-rança. Como consequência de uma intervenção direta na comunidade, a violência extinguiu-se e todos foram impactados pelo trabalho extremamente contextualizado. Isso aconteceu em Gloucester, na Grã-Bretanha, em 1780. Em apenas quatro anos já existiam 250 mil alunos matriculados em toda a Inglaterra. Em Gloucester, 12 anos após a criação da primeira Escola Bíblica, o índice de criminalidade chegou a zero.

Gradativamente, o ensino bíblico passou a ser o foco fundamental como forma de ensinar ao cristão os valores inegociáveis da fé. No entanto, o legado da relevância em meio ao caos ficou como um marco de que o conhecimento da palavra de Deus é fundamental para que seus princípios sejam vivenciados por todo aquele que crê. Assim, o cristão é aquele que prática os ensinos de Deus e, ao prática-los, modifica o seu entorno.

Atuando em nosso presente

A RELEVÂNCIA DA ESCOLA BÍBLICA

Pensando no hoje é possível verificarmos a necessidade de trazermos para este tema a questão da relevância. Mais do que informar o ensino deve formar, gerar a necessidade de aprender e de aplicar o que foi aprendido. Por isso, implantamos currículos, organizamos cursos e promovemos encontros doutrinários sem, contudo, perder de vista a principal missão da Escola Bíblica: trazer o conhecimento da Palavra de Deus para o cotidiano das pessoas. Neste sentido, a análise de suas estratégias e o alcance de sua formação deve ser objeto de uma reflexão constante. Como respon-sáveis contemporaneos por passar o legado da fé para as futuras gerações precisamos trazer a igreja para a realidade do ensino e sua fundamental contextualização. Ensino sem vida é palavra morta.

Temos uma missão tremenda em nossas mãos que, se bem desenvolvida, garantirá o futuro do ensino relevante, fundamentado no propósito de Deus para a huma-nidade.

Sonhando com nosso futuro

A PERMANÊNCIA DA ESCOLA BÍBLICA

Como vimos, do presente se fará o futuro da Escola Bíblica, tomando como referencial o passado. Esta-mos envolvidos com esta perma-nência? Temos consciência de sua relevância? Conseguimos ir além do planejamento estratégico, da questão numérica, para enxergar a ação de Deus no meio do povo que

Gradativamente, o ensino bíblico

passou a ser o foco fundamental como

forma de ensinar ao cristão os valores inegociáveis da fé

busca conhecê-lo em espírito e em verdade? Não quero dizer que não precisamos planejar, desafiar nos-sos limites, mas compreender que o futuro nos reserva surpresas que, hoje, não podemos discernir, pois ”as pessoas podem fazer seus pla-nos, porém é o Deus Eterno quem dá a última palavra” (Pv. 16.1). Por isso é fundamental pedir a ”Deus que abençoe os seus planos, e eles darão certo ” (Pv 16.3).

Por isso, para que a Escola Bíblica tenha futuro precisamos entendê-la como uma ferramenta importante para que a igreja cumpra sua missão. E, com certeza,

vai cumpri-la, se mantivermos acesa a chama da necessidade de aprender. É preciso ter sempre em mente que a permanência, vem da relevância e que esta relevância se reflete no compromisso de conhecer profundamente a Palavra de Deus; amar as pessoas incondi-cionalmente e fazer junto o ide de Jesus, de forma contextualizada e compromissada em fazer diferença fora dos muros da igreja.

Que Deus nos ajude a cumprir com excelência este papel de sermos mensageiros da boa notícia às novas gerações, de fortalecermos os alicerces do ensino bíblico na igreja e de sonharmos o futuro com os olhos da fé.

Page 14: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 14

Como o senhor veio parar no Brasil? O que o motivou? Quais eram seus sonhos e objetivos ao vir para este país? Valeu a pena?

Shedd: Eu vim para cá junto com a família, com 3 filhos naquela época, e uma intenção bem pensada. Os livros em Portugal quase não eram vendidos e ficavam mofados. Então pensamos que talvez no Brasil terí-amos mais oportunidade de comer-cializar os livros e manter a editora publicando. Portanto nós viemos aqui com planos de ficar apenas 2 anos, e voltar para Portugal. Mas um ano depois de chegar aqui, em 1963, Deus nos deu a ideia de lançar uma Bíblia para obreiros, uma que reuni-ria todo material que um obreiro pre-cisaria. Não só com notas de rodapé, mas também com enciclopédia de assuntos e uma pequena teologia sistemática no fim dessa Bíblia. Então depois de 14 anos de trabalho com essa obra - que poderia dar tudo errado - , finalmente saiu em 1977, e para nossa surpresa vendeu muito bem, e a Vida Nova começou a dis-parar desta data em diante. E nunca mais voltamos para Portugal, a não ser para visitar ou dar aula. Eu vou voltar este ano para dar alguns estu-dos, mas é interessante que nunca levamos de volta nossa família para retomar o trabalho em Portugal.

Para o senhor, o que é legado de fé?

Shedd: Para mim legado de fé representa aquilo que nós trans-mitimos como central de nossas crenças. Representa nossa fé em relação aquilo que nos coloca em contato com Deus. Nossa fé, portanto, olha pra cruz de Cristo, a ressurreição, a volta de Cristo, aquelas doutrinas centrais que nós recebemos de nossos ante- pas-sados, de nossos pais ou atra- vés da evangelização e a Igreja. E é por meio delas que nós continuamos nessa esperança até a morte.

Qual a origem do seu sobrenome e o que ele quer dizer?

Shedd: O primeiro imigrante para a América saiu da Inglaterra fugindo dos anglicanos, em 1640. Era um puritano e radicou-se no sul da baía de Boston. Dessa des- cendência eu sou a nona geração. Desse modo, meu pai nasceu em Massachusetts. A família radicou-se e comprou ter-ras. O nome Shedd significa barraca, lugar que não deixa a água molhar. Essa é a ideia básica de Shedd, que nós até usamos como sangue de Cristo que foi derramado.

Que lembrança você tem do legado de fé deixado por seus pais?

Shedd: Eles eram evangélicos e estu-daram no Institute Moody. Minha

mãe veio da Carolina do Norte do mesmo grupo, de uma denominação escocesa muito pequena, na qual Billy Graham também nasceu. Então ela foi criada lá e teve sempre essa ideia de ser missionária. Por isso, foi pra Moody, em Chicago, onde meu pai também foi interessado em ser missionário originalmente na Índia. Como depois ouviram que na Bolívia os índios não tinham nenhum acesso ao evangelho, pois ninguém tinha aprendido sua língua, partiram para aquele país em 1923. Eu nasci lá e, desde a infân- cia, minhas primeiras memórias são as de nos reunirmos todos os dias em volta da Bíblia, com orações, decorando versículos e can-tando os corinhos em espanhol na igreja que meu pai estava fundando. Ele fundou várias igrejas na Bolívia.

Você preocupa-se em transmitir esse legado de fé, aprendido com seus pais, para seus filhos e netos?

Shedd: Sem dúvida, a esperança é essa. Só que agora as coisas se mul-tiplicaram muito né?! Nós temos 5 filhos e são 14 netos, então eles todos têm de se converter mesmo, firmes na fé que nós ganhamos de nossos pais.

Você teve algum professor que influenciou sua vida? Quem era? E em que ele influenciou?

Shedd: Talvez o professor que mais

Entrevista com o Pr. RusSel Shedd

LEGADO DE FÉ

Lucas Padilha

Page 15: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 15

me influenciou no seminário tenha sido Merrill Tenney, aquele que escre-veu “Novo Testamento: Sua Origem e Análise”. Eu lembro em particular, do seu curso intensivo sobre o livro de Gálatas. Ele era um excelente profes-sor, tinha seu doutorado em Harvard, e ele entendia que nós tínhamos que aprender, não só ouvir e esquecer. Esse professor foi muito bom e eu me lembro muito bem dele até hoje.

Qual é a sua formação acadêmica? Graduação, mestrado e doutorado? Qual foi a sua formação acadêmica e no que ela ajudou em sua formação cristã e ministerial?

Shedd: Aos 16 anos, quando cheguei a Weathon College para começar os meus estudos, eu naturalmente tinha em mente, aquilo que desde criança eu queria ser: eu queria ensinar a Bíblia. Então eu já me inscrevi com a ideia de estudar as matérias relacio-nadas com a Bíblia. Isto incluía grego, história da Igreja, literatura entre outras mais. Eu era um Bacharel em Artes. Quando cheguei ao mes-trado, aprofundei-me mais no grego e escrevi minha tese de mestrado sobre o evangelho de João e sua ori-gem. Tive uma ideia - nova para mim - de que o discípulo amado não teria sido necessariamente João, mas teria sido Tiago, que foi martirizado no ano 44. Então tentei desenvolver esta tese, do porque a gente achava que o discípulo amado teria sido ele

e não João, e assim por diante. Foi um estudo que nunca foi publicado. Acho que graças a Deus, pois prova-velmente teria sido massacrado. Mas me ajudou muito no sentido de saber um pouco mais sobre a pesquisa e me preparar melhor para o douto-rado.

Que legado o senhor entende que está deixando para os cristãos, ao longo de seu ministério?

Shedd: Creio que por ter sido con-vidado para cuidar da Editora Vida Nova em Portugal. Esta editora começou com um pastor missio-nário Arthur Brown, que foi muito apreciado em Portugal nos anos 50, 60, como professor do Seminário de Leiria. Eu recebi essa incumbência com certo prazer, por um lado e, por outro, como uma responsabilidade muito grande de escolher os livros que poderiam ser úteis. O foco da editora desde o inicio foi teológico. Os pastores não tinham livros para se firmarem bem na fé e nem para pre-parar mensagens. Então tínhamos que escolher livros que ajudassem neste sentido. Imagina que nesta época não havia nenhum comentário sobre a Bíblia toda. Então começa-mos a preparar este comentário, o “Novo Comentário da Bíblia” e logo o “Novo Dicionário da Bíblia” também.

O senhor foi o fundador das edições vida nova, conhece muitas literaturas

cristãs. O senhor poderia recomendar três livros que acha que todo cristão deveria ler e por que?

Shedd: Além da Bíblia? Haha!! Qual-quer livro que ajuda a pessoa a entender a Bíblia deve ser de grande benefício. Um comentário , a “Teo-logia Sistemática” de Richard Sturz que acaba de sair pela Vida Nova que foi professor na nossa faculdade, e que simplificou por ensinar na sua escola bíblica dominical todas as matérias dentro da sua Sistemática antes dele falecer. O livro só saiu em português depois dele falecer. Este seria um livro que daria muita base pras pessoas. O último livro que seria recomendável, é o livro “Teologia da Igreja”. Como nós devemos entender o papel da igreja na vida e desenvol-vimento e maturidade dos cristãos. Este livro foi publicado pela Shedd Publicações e distribuído pela Vida Nova. São notas do Dr. Dewey M. Mulholland, do Seminário de Brasília. Quando vi essas 100 páginas de ano-tações, pois ele lecionava essa maté-ria, Teologia da Igreja, pensei: “este livro precisa sair”, porque pouca gente está entendendo as coisas em relação a vida eclesiástica, porque é tão importante estar na igreja, como se organiza a igreja e tudo mais. Agora pode haver outros livros mais importantes, mas este me parece um livro importante para gente.

Page 16: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 16

Qual a importância do estudo da teo-logia para os cristãos?

Shedd: A teologia é como o esque-leto de um prédio. Veja este prédio aqui, em que nós nos encontramos. Ele tem fundamentos, têm colunas, tudo que segura o prédio, inclusive o telhado e tudo mais. Se retirar essas colunas e fundamentos vai aconte-cer igual aquele desastre que ocor-reu há dois dias em Bangladesh, em que morreram, vamos pensar quem sabe mil pessoas. Quer dizer, se a igreja vai continuar firme e segura, ela precisa deste esqueleto, desta base. Base do que nós cremos, do porque que nós cremos e o que isso tem a ver com a vida cristã, com a ética, com a doutrina da igreja e tudo mais. Então é um apanhado, justamente como as colunas e os fundamentos de um prédio.

Como um cristão membro de igreja pode influenciar o reino de Deus por meio de missões?

Shedd: Para responder a essa per-gunta vou usar como exemplo o movimento SVM, originado simul-taneamente nas uni- versidades e escolas teológicas da Inglaterra e da América, em que os estudantes como John Mott, Robert Wilder e George Wishart, decidiram motivar jovens a dedicarem-se a missões. E o resultado foram 100 mil car-tões assinados, dizendo que “nós vamos para o campo missionário se Deus não nos impedir”. Daquele movimento, sabemos de vinte mil e quinhentas pessoas aceitaram o desafio e que hoje já se radicou bastante em países como a China, de certo modo no Japão - ainda que tenha visto muito pouco fruto lá - na

Coréia, Filipinas, América Latina. Movimento Estudantil Missionário: se o Brasil receber de Deus este tipo de movimento, sem dúvida a exten-são desta igreja brasileira, com tantos milhões de membros, che-garia a influenciar muito o mundo de nossa época, porque brasileiro é muito bem visto, muito bem quisto e respeitado em quase em todo o mundo.

Como uma igreja pode deixar um legado de fé no mundo, de um modo geral?

Shedd: Isto acontece quando se muda a cultura. Agora o que parece que está acontecendo aqui, é que a cultura está sendo mais resistente que antigamente, quer dizer, pelo menos nos últimos 20, 30 anos. Só que agora o inimigo não é mais a igreja católica, mas o próprio governo. Este movimento petista, esse movimento quase ateu, de que a religião não ajuda, não melhora a vida do país. É uma espécie de secularização que já vem da Europa, e de certo modo vem da América também. Portanto, deixar um legado é convencer nos-sos filhos a não deixar a nossa fé, mas continuar firme e se preparar para influenciar a sociedade.

Como o senhor os pais podem deixar um legado para seus filhos?

Shedd: Primeiro ganhando-os para Cristo, isto é fundamental. E tam- bém levando-os para uma igreja, na qual a Bíblia é ensinada seriamente e não apenas em uma igreja de entreteni- mento e de relaciona-mentos sociais. Isso para mim é o mais importante.

E, se for possível, colocá-los em uma escolas evangélicas, algo que tem faltado muito neste país, para que eles aprendam já no inicio, desde crianças, ao invés de deixarmos que seus cérebros sejam lavados com ideias darwinistas e totalmente secu-lares, e que também fomenta o uso de drogas e questionamentos de que a própria vida só tem valor se ganhar dinheiro ou só ser um esportista. Tudo isso não pode entrar na cabeça do seu filho, o que tem que entrar é que a coisa importante é onde você vai estar daqui a mil anos, o que você vai valorizar daqui a mil anos. Em outras palavras é ter uma visão bem segura do futuro.

Nossa igreja estará comemo-rando 100 anos de existência em 13/05/2014. O senhor poderia regis-trar algumas palavras de conselho para esta igreja centenária para os próximos 100 anos, se o Senhor Jesus não voltar antes? 

Shedd: Colocar nos estatutos o que colocaram na Igreja Luterana de Helotes, quando meu genro era parte do conselho. “Nesta Igreja, quem for pastorear tem que ser crente”. Não pode chamar alguém que não seja crente convicto. Pois o que mantem uma igreja é seu líder, ou seus líderes, seu conselho, as pessoas que têm autoridade de direcionar. Porque as ovelhas vão sempre seguir aqueles que estão na frente. Vemos igrejas na América e na Europa em que a falta de convicção dos líderes, leva a igreja a logo debandar para uma comuni-dade que só se reune para dançar e contar his- torias e tudo mais e não para adorar a Deus, ouvir a Palavra e ouvir que eles precisam se converter, chegar a Cristo pela fé.

Page 17: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 17

Page 18: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 18

Page 19: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 19

FAMÍLIA

“Como flechas na mão do guerreiro,

assim são os filhos...”S a l m o 1 2 7 . 4

Essa é a nossa missão como pais: preparar os nossos filhos para serem adultos segundo o coração de Deus. Somos responsáveis por “lançá-los para o alvo”. Nossa primeira tarefa nesse sentido é nos lembrar que o alvo para a vida dos nossos pequenos é colocado primeiramente por Aquele que os criou, deu talentos, dons que preci-sam ser desenvolvidos e utilizados no tempo adequado, dentro de um relacionamento verdadeiro com Deus. O alvo não é principalmente o que nós desejamos ou esperamos deles, mas aquilo que Deus prepa-rou para cada um.

Uma das tarefas dos pais para que os filhos sejam “lançados para o alvo” está relacionada aos aspectos do desenvolvimento emocional da criança.

Sabemos que os primeiros anos de vida são muito importantes para que a criança, e posteriormente o adulto, tenha uma base emocional sólida e estruturada para vivenciar de maneira adequada todas as etapas posteriores da vida, bem como os acontecimentos e as trans-formações de cada fase de nossa existência.

O ser humano tem como uma de suas necessidades básicas, o

�� � ������ �� ��� ���Elke F. N. Oliveira Fernandes

CRESCENDO COM JESUS

Page 20: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 20

sentir-se amado. E, quando esta necessidade é suprida na infância, mais facilmente esta pessoa se torna preparada para uma vida equilibrada, produtiva e condizente com a maturidade esperada e desejada ao longo de sua existência. Adultos muito machucados na infância, continuam por muito tempo, ou quem sabe por toda a vida, por esta busca incansável do amor. E normalmente esta busca é centrada em outro ser humano (pais, cônjuge, namorado, amigos), que não consegue mais suprir esta falta da maneira como lhe é solicitada.

E o que é necessário para o bebê ou a criança ainda pequena, sentir--se amada? Nesta fase, a criança entende amor como cuidado, disponibilidade dos pais ou cuidadores para suas necessidades físicas, emocionais e espirituais. Precisa sentir que alguém a defende e cuida daquilo que ela necessita (alimentação, higiene, tranquilidade, rotina do seu dia, etc), fazendo-a sentir-se segura.

Por volta dos 3 anos de idade, a criança tem um senso mais desenvolvido de que ela é um ser humano único no mundo, diferen-ciado dos pais. Nessa fase, coinci-dente com o período que iniciam as “crises de birra”, a criança começa a precisar que estabeleçamos para ela os limites, de uma maneira mais consistente que nas fases ante-riores. Para a criança nesta idade, ter um adulto que lhe estabeleça limites, significa emocionalmente que alguém se importa com ela, que presta atenção no que ela faz, e que se importa que seus atos não levem a consequências indeseja-das. Porém, é importante sabermos que uma criança aceita e respeita melhor os limites, quanto mais ela se sentir amada. Se negligenciamos ou negamos amor aos nossos

filhos, dificilmente conseguiremos fazer com que eles respeitem o “não” quando for necessário.

À medida que a criança vai atingindo a fase escolar, ela então não pauta mais suas ações apenas pelos limites estabelecidos pelos pais mas, progressivamente, vai se pautando em valores ensinados e praticados principalmente por sua família e também pelos professores, colegas e outros adultos com os quais convive. Ou seja, à medida que a criança vai crescendo, ela precisa não somente que os pais lhe digam o que fazer, mas vai criando para si mesma um código de valores, ao perceber o que os pais lhe ensinam, mas fundamentalmente pelo exemplo que observa nos adultos diante dos acontecimentos cotidianos.

Portanto, como pais, temos a

responsabilidade de amar nossos

filhos, ensiná-los a respeitar os limites e autoridade no lar, e

prepará-los para uma vida responsável,

pautada nos valores do Reino de Deus.

Enquanto refletimos sobre como uma criança vai se desenvolvendo--se emocionalmente de uma maneira saudável, muitos de nós recordamos de nossa própria infân-cia. Todos os adultos carregam histórias ou recordações infelizes em algum lugar do coração. Então, o Senhor nos apresenta sua bondade e misericórdia infinitas: aos nascidos de novo, o Pai nos apresenta em primeiro lugar seu

Amor incondicional. Somente Ele pode preencher esta necessidade humana de maneira completa e sem nunca falhar conosco.

Ao conhecer este amor, aprende-mos também alguns “limites” para nossa vida, por meio do conheci-mento da Palavra de Deus. Isto nos possibilita viver agora pautados nos ensinamentos e no caráter de Cristo, e não mais de acordo com os impulsos e interesses do nosso ego ou de acordo com a cosmovisão secular.

E, à medida que vamos progredindo na caminhada com Jesus, buscamos cada vez mais os valores do Reino de Deus para nossas vidas. Devemos ser diariamente transformados por Ele, num processo de crescimento progressivo na vida cristã. Essa busca diária da santificação. Então, essa busca diária da santifica- ção, nos leva da infância para a maturi-dade espiritual.

Como adultos, ao olharmos para nossos filhos, temos a respon-sabilidade de amar, cuidar de suas necessidades físicas, de seu desenvolvimento emocional e de levá-los a um relacionamento com Cristo. Mas ao pensarmos em nossa própria história, e em possíveis marcas ou feridas que carregamos, devemos agora olhar somente para Jesus, pois ele caminha conosco, cuidando do nosso processo de crescimento cristão. Nosso traba-lho agora é uma profunda reflexão sobre nós mesmos, buscando olhar nossos problemas, compor-tamentos e sentimentos à luz da Palavra de Deus. Não podemos mais atribuir a culpa a ninguém. O Senhor nos convida diariamente a esta caminhada na jornada da fé. Não podemos mais ficar parados, precisamos crescer a cada dia!

Page 21: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 21

Page 22: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 22

MINISTÉRIO INFANTIL

Como posso influenciar meu filho em seu dia

a dia, para que ele entenda a importância

que Jesus tem na minha vida e também perceba a importância que Jesus precisa ter

na vida dele? Como ensinar meu filho a ser

uma pessoa apaixonada por Jesus e por tudo que está relacionado

a Ele - pessoas, igreja, natureza, família, fé, solidariedade? Como

passo adiante a tocha da fé que recebi em Cristo e considero a

herança mais impor-tante que posso deixar

para meus filhos? Como pai, estas são pergun-tas que estão constan-temente diante de mim

e quero compartilhar com você algumas boas

respostas que tenho encontrado nesta cami-

nhada da paternidade ao lado de Cristo.

Passando aos filhos a tocha da fé

Daniel Torress

Page 23: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 23

Cultive uma fé no lar: O nosso lar é o ambiente mais apropriado para que a fé seja cultivada no coração dos nossos filhos. As crianças precisam ter um contato diário com Deus. Às vezes, esta responsabilidade assusta e parece que não vamos conseguir fazer isto na dinâmica do dia a dia, mas a grande chave para que este contato diário aconteça é ser sim-ples e aproveitar as oportunidades. Fale com seu filho sobre a chuva que cai, crie o hábito de orar juntos antes de dormir, procure relacionar uma brincadeira a uma lição de fé ou ore por uma situação que está acontecendo na rua enquanto a família está se locomovendo de carro. Pense comigo: podemos potencializar as lições bíblicas que nossos filhos estão aprendendo na igreja nas 2 ou 3 horas que passam por semana aos domingos, quando contamos com pais que estão procurando oportunidades para transmitir esta fé de forma viva e constante.

Seja intencional: Nesta busca também tenho perce-bido que esta missão de transmitir a fé não pode ser uma coisa que faço quando lembro ou quando dá tempo. Preciso ter um compro-

metimento diário de passar a fé ao coração dos meus filhos. Tenho aprendido com alguns escritores que falam sobre este assunto, a importância de criar nossos filhos com valores pré-definidos que queiramos ver na vida deles quando chegarem na vida adulta. Por exemplo, desejo que meu filho ame falar de Deus a outras pessoas. Com este objetivo em mente, vou intencionalmente procurar oportunidades para ensiná-lo a falar de Deus, vou me envolver com um trabalho missionário para que este valor apareça em sua vida na fase adulta. Agora pergunto: Você já tem esta lista de valores que deseja ver em seu filho quando ele chegar na fase adulta? Pense e aja com intencionalidade.

Procure mentores: Outro conselho importante que recebi é para procurar adultos, entre meus familiares e amigos, que tenham um relacionamento com Deus que eu admirasse para que pudessem ser meus ajudantes na criação dos seus filhos. A medida que a criança cresce, a voz dos pais perde um pouco da sua força enquanto outras referências vão surgindo na vida deles. A grande lição que precisamos passar para nossos filhos é aonde procurar estas referências. Televisão, inter-

net podem trazer muitos modelos errados de referência. No entanto, se os ajudamos a ouvirem vozes sábias como a de um amigo de confiança, de um jovem compro-metido com Deus, de um avô com experiência de vida, esta jornada se torna mais fácil. Comece a orar para conhecer quem serão estes mentores para a vida dos seus filhos. Quem pode ajudá-lo nesta tarefa de passar a tocha da fé ao coração dos seus pequenos? Ore a Deus pedindo muito discernimento neste assunto.

Seja o exemplo: Por último preciso deixar o conselho mais importante. Seu filho verá Jesus na forma pela qual você vive sua vida de devoção. Pai e mãe sempre serão os maiores e mais influentes professores na vida de seus filhos. Portanto se você quer ver valores importantes sendo plantados no coração do seu pequeno (que talvez já seja gran-dão), comece por se certificar que estes valores já estão presentes na sua vida e disponíveis para que ele observe. O meu desejo é aprender mais e mais nesta caminhada da paternidade ao lado de Deus. E desejo que você seja um pai ou uma mãe que vive para Jesus e passa adiante a tocha da fé.

Page 24: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 24

Um dos privilégios que Deus tem me dado nesta fase da vida é o de discipular minhas filhas e de fazer isso intencionalmente. Tenho três filhas. Uma de 10, outra de 3 e uma novinha que hoje, na publicação desta revista, completa um mês de vida. Para cada uma uso uma estratégia diferente. A pequenina de um mês, por exemplo, eu discipulo dando banho todos os dias quando chego do trabalho, diferente do método com as maiores.Assim deve ser a abordagem dos pais para com os filhos: respeitando sempre as peculiaridades de cada faixa etária procurando envolvê-los no caminho de Cristo em todas as fases de sua vida, para deixar um legado de fé para as próximas gerações.

Com a Maria Clara, de 10 anos, estou usando o Caderno do Discípulo como material de apoio. Talvez você conheça o jeito dele: são 12 temas semanais, sendo que cada tema é desenvolvido em 5 lições e requer compromisso diário de leitura, oração e meditação.

Tenho incentivado a Maria Clara a que, todos os dias, depois da tarefa da escola, separe cerca de 15 minutos para ler o estudo do dia do Caderno, acompanhando sempre com a Bíblia (ela tem 10 anos, mas tem uma Bíblia

Teen). É verdade quem nem sempre eu consigo acompanhar ou fazer a lição do dia junto com ela: este era meu objetivo e alvo principal (até mesmo para ter mais tempo de quali-dade com ela!) mas, pelo menos uma vez por semana, a gente conversa sobre o que ela estudou, ajustamos os conceitos bíblicos, repassamos os textos bíblicos das leituras semanais, ela cita o versículo da semana de cor e oramos juntos.

A experiência tem sido enriquecedora para ambos. Eu tenho aprendido a ouvir minha filha e também a traduzir meus conselhos e orientações para a linguagem dela. No tempo que separamos para o discipulado, além do estudo bíblico, geralmente ela comenta alguma inquietação que teve durante a semana na dinâmica da vida dela. Já aconteceu dela falar como eu a tinha chateado e eu nem tinha percebido…

Estamos crescendo como pai e filha

concomitantemente como discípulos do Senhor. Fico

maravilhado ao vê-la se envolver com o Senhor.

Esse discipulado mais “formal”, ainda que bem caseiro, como deve ser em toda casa cristã, tem nos proporcionado tempo juntos e tempo na presença de Deus. Talvez você, leitor, pense que tudo isso é muito simples para mim. Certamente é um privilegio, mas não é fácil, principalmente porque a dinâmica da minha vida não deve ser diferente da sua. É preciso priorizar se quisermos deixar um legado de fé para nossos filhos.

Depois que eu e a Maria Clara começa-mos a dedicar este tempo focado no discipulado percebo algumas coisas interessantes.

Noto que ela é mais criteriosa ao observar minhas atitudes, o que exige uma santidade e domínio próprio maiores de mim; percebo que tenho a tentação de deixar o tempo do discipulado para “uma hora que der”, principalmente quando estou muito cansado, mas o Senhor tem me recompensado com o esforço físico e mental que disponho para minha família. Por vezes, anseio que ela aprenda tudo bem rápido, ainda mais quando se trata de um pai com forma-ção em Teologia, quando geralmente algumas verdades profundas como a pré-existência de Cristo ou a com-

O legado dos pais para os filhos:

como discipular seus filhos

DISCIPULADO

Igor Baumann

Page 25: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 25

preensão dos versículos bíblicos que foram decorados são verdades que só são interiorizadas pela mente de um adulto com tempo e reflexão e ela ainda é uma criança – que demanda maior paciência em certos casos de abstração teológica. E muitas vezes eu me sinto o pior pai do mundo, me achando-me incompetente para educar minhas filhas no caminho do Senhor, então sou constantemente lembrado por Jesus que devo entregar minhas preocupações no altar do Pai Perfeito.

Com certeza, se você lançar-se no desafio de preparar-se melhor para discipular inten-cionalmente seus filhos sentirá algo parecido. Talvez até sinta-se assim antes mesmo de ter um compromisso mais intencional como o que fiz, pois é certo que o discipulado dos pais para os filhos acontece em sua maior parte no silêncio, na observação deles às suas atitudes ao longo das demandas da vida. Eles aprendem não só pelo que ouvem, mas pelo que vêem e sentem de você. Isso significa que mesmo sem separar qualquer tempo durante a semana para ler a Bíblia com seus filhos, orar com e por eles, ensinar-lhes a doutrina cristã de modo que entendam, você já é um discipulador deles. A pergunta que desejo que você responda é: qual é a qualidade do seu ensino para seus filhos? Porque ser um discipulador deles você já é!

Estas e outras responsabilidades de um pai-discipulador estão presentes

em minha vida e têm gerado em mim transformações. Afinal, a maior bênção em se dispor a discipular alguém, principalmente um filho, é ser transformado por Cristo ao mesmo tempo em que Ele também está transformando seu discipulando. Ser discipulador é ser privilegiado. Por isso, quero convidar todos os pais a assumirem ativamente seu papel de discipuladores de seus filhos. Há

grandes desafios nisso, mas há muitas vantagens também.

Algumas dicas para você pai/mãe que deseja preparar-se melhor para esta obra:

// Leia a Bíblia todos os dias: eles aprenderão a amar a Bíblia e crer nela, à medida que você os inspira a isso.

// Ore por eles e com eles todos os dias, sendo o maior intercessor de seu filho.

// Leve seus filhos à Igreja e à escola bíblica, assim eles aprenderão a reconhecer o amor de Deus por meio do povo de Deus;

// Separe pelo menos um dia na semana para o culto doméstico (antigamente os pais cristãos faziam cultos domésticos todos os dias). Você pode recorrer a materiais atuais como 101 Idéias para o Culto Doméstico de David Merkh, publicado pela editora Hagnos/VoxLitteris para ter algumas sugestões de como fazê-lo.

// Faça você mesmo o seu discipulado e aproveite as oportunidades de ensino-aprendizagem que sua Igreja oferece, assim você adquire mais base bíblica para responder as perguntas dos seus filhos e ensinar-lhes.

// Apesar de saber que nunca será um pai/mãe perfeito deseje sempre crescer e melhorar, mesmo que para isso tenha que buscar um conselheiro ou uma ajuda profissional. Nunca pare de almejar ser como Cristo e refletir o evangelho em sua família.

Busque tomar tais atitudes enquanto os filhos são pequenos, pois eles estão sob sua tutela física, espiritual e financeira. Este é o tempo de investir pesado no discipulado deles. Se você tem filhos pequenos ou mesmo adolescentes faça o que puder

Page 26: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 26

para influenciá-los positivamente. Pergunte-se sempre o que você vai deixar para seus filhos quando eles sairem de sua casa. Crie seus filhos para a glória de Deus!

Se porventura seus filhos são jovens, isto é, têm mais autonomia ao tomar certas decisões ou ainda não são crentes (talvez já tenham saído debaixo de suas “asas”) e você quer influenciar a formação deles para que tomem decisões sábias e sejam cren-tes fieis, quero rapidamente remeter o leitor ao Dr. Piper (site desiringgod.org) que sugere 12 formas de amar seu filho como parte de um programa de discipulado consistente e contínuo a fim de deixar um legado de fé:

// Direcionem-nos para Cristo;

// Orem por eles;

// Assumam quando fizerem algo errado;

// Não esperem que eles sejam como Cristo;

// Recebam-nos sempre de braços abertos em casa;

// Incentivem-nos mais vezes do que as que os repreendem;

// Façam com que seus filhos tenham contato com crentes que têm mais acesso a eles;

// Respeitem os amigos dos seus filhos;

// Enviem-lhes e-mails, cartas ou bilhetinhos dizendo coisas especiais;

// Levem-nos para almoçar fora para conversar;

// Interessem-se por aquilo que eles querem conseguir;

// Apontem-lhes a Cristo, principalmente.

Nós, pais, somos responsáveis diante de Deus em ganhar nossos filhos para Cristo. O maior legado que podemos deixar para eles vai além da segu-rança financeira. Nosso legado de fé deve afetar a maneira como eles vêem o mundo, acreditam em Deus, crêem em Jesus e se relacionam com a Igreja de Deus.

Apesar de saber que nunca serei um pai perfeito, eu quero fazer diferença na vida dos meus filhos. Eu quero me engajar ativamente na educação e direção espiritual dos meus filhos, sem terceirizar aquilo que é minha responsabilidade. Que o seu legado como pai/mãe para seu(s) filho(s) proporcione a ele(s) um fundamento saudável e seguro para que sejam verdadeiros discípulos de Jesus e estejam dispostos a morrer por Cristo, se necessário, enquanto o Senhor não volta para nos buscar.

Igor Pohl Baumann é servo de Deus, marido da Bruna, pai da Maria Clara, da

Liz e da Eva.

Page 27: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 27

Page 28: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 28

JUVENTUDE

O termo “tribos urba-nas” surgiu entre os

sociólogos na década de 80, mas hoje esse

termo também é muito conhecido e usado pela nossa

sociedade. As tribos são caracterizadas como um fenômeno

juvenil de grandes centros urbanos, que ao decorrer do tempo acabou se expandindo por todas as partes.

Mas de qual dessas tribos você faz parte? Você se encaixaria na turma dos “góticos” que se vestem de preto e escutam rock pesado? Ou na tribo dos “otakus”, viciados em animação japo-nesa a ponto de se vestirem como tais? Ou se encaixaria numa bem conhecida entre adolescentes de alguns anos atrás, chamada de “emo”: franja lisa cobrindo um dos olhos, adotando um visual melancólico? Mas talvez você se encaixe nos “mauricinhos” e “patrici-nhas”, vestindo roupas de grifes famosas e caras. Tem tribo para todos os gostos.

Tribos como punks, góticos, grunges, emos, alternativo, rappers e hippies são algumas das tribos mais conhecidas. Porém existem muitas outras: geeks, clubbers, otakus, rpgistas e por aí vai… Você só as conheceria se fizesse parte de um desses grupos, ou se conhecesse alguém que se denominasse assim.

Uma tribo urbana não é um fenômeno que se limita a uma determinada cultura ou nação, estes grupos sociais conseguem ultrapassar seu local de origem e atingem diferentes países

Victor Tidi Uehara

Page 29: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 29

ao redor do mundo. No passado, a expansão era mais lenta, mas com a globalização isto vem se tornando cada vez mais rápido.

Um ponto interessante a observer neste fenômeno cultural é que as tribos estão sempre associadas a uma linguagem artística. Na maioria das vezes sua relação é com a música. No entanto, não é porque você gosta de ouvir um hiphop, que pode considerar que faz parte dessa cultura ou tribo. É preciso vestir a camisa, literalmente. Normalmente, além de ser adepto a algum estilo artístico comum, a forma de vestir também marca a que tribo este indivíduo pertence.

As tribos surgem geralmente entre os jovens como uma forma para suprir sua necessidade de conviver harmonicamente com seus ideais e comportamen-tos. O problema é quando elas passam uma influência negativa para a vida das pessoas como, por exemplo, deixar de se relacionar com pessoas que não pertencem ao mesmo grupo, na família, bairro ou escola. A rivalidade e intolerância entre essas subculturas é um grande problema.

No contexto de um cristão que pertence a uma tribo, ele deve refletir a imagem de Jesus para as pessoas ao seu redor. Isso pode ser demonstrado quando ele traz moderação e equilíbrio a sua tribo, testemunhando a moral cristã e seus valores inegociáveis. Quando se estuda missões transculturais, o fato é claro: qualquer cultura e nação pode aceitar a Jesus. Trazendo para o contexto de missões urbanas: qualquer tribo urbana pode aceitar a Jesus.

Na Bíblia, os judeus tinham uma rivalidade muito grande com os samarita-nos. Os samaritanos adoravam no monte. Os judeus adoravam no templo e eram o povo escolhido por Deus. Cada tribo da época tinha sua própria cultura ou o jeito de fazer as coisas. Quando Jesus veio ao mundo, ele não escolheu essa tribo ou aquela, mas veio para trazer uma nova cultura baseado num relacionamento íntimo com Deus. E nos disse que: “os verda-deiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade” Jo.4.24.

Independente da triboa qual você pertença aqui na Terra, o importante é ser influenciado pelo comportamento de Cristo e ter um relacionamento com o Pai por meio dele para que, assim, influencie a outros dentro de suas tribos. Se assim fizermos, seremos considerados “cidadãos do céu”.

No contexto de um cristão que pertence a uma tribo,

ele deve refle-tir a imagem de Jesus para as pessoas ao

seu redor.

Page 30: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 30

JUVENTUDE

SEGUNDA: O foco é o exercício pessoal da piedade, ou seja, da oração, do jejum e do estudo da Palavra. Neste dia vocês não se vêem nem se falam, procurem “ver” e “ouvir” apenas o Senhor em suas vidas.

TERÇA: O foco é o cuidado pessoal. Vocês podem se falar por telefone, mensagens ou outro meio como internet. Procurem não se ver nem se encontrar. Aproveite este tempo para arrumar as pendências de gestão financeira, lavar roupa, almoçar/ jantar com seus familiares, práticar um hobbie.

QUARTA: O foco é investimento emocional mútuo. Organizem-se para sair passear, ler a Bíblia juntos, andar de mãos dadas num ambiente gostoso, cinema, restaurante, parque, conversar sobre um livro, compartilhar como está indo a semana. Procurem estar juntos neste dia a maior parte do tempo possível. É um dia em que presentes, elogios, carinho, tempo juntos e auxílio são boas pedidas para investir na vida de quem você gosta. É o dia de cultivar as linguagens de amor.

QUINTA: O dia do perdão. Este é o dia em que vocês tiram o entulho do coração. É preciso falar aquilo que magoou, feriu ou chateou. Uma quinta é do namo-rado, a outra, da namorada. Deve ter tempo estipulado, por exemplo, meia hora ou quarenta minutos. Na sua vez, em 80% do tempo estipulado, você fala o que chateou sem qualquer tom de acusação ou cobrança. Fale de si, do que sentiu, de como gostaria de ter sido agradado(a) ou ouvido(a). Seu namorado(a) vai ouvir 80% do tempo e usar apenas 20% para reagir ao que foi dito. Detalhe: quem reagir, deverá fazê-lo sem passio-nalidade, mas de modo racional com um objetivo claro: demonstrar que ouviu seu namorado(a). A outra quinta alterna o tempo de cada um. Terminem este tempo orando juntos, sempre. Fica a dica para quem ouve 80% e fala apenas 20%: reconheça seus erros sem acusar, peça perdão e demonstre empatia mesmo que no momento você não concorde ou ate sinta raiva. Este é um exercício muito importante para a saúde emocional e o diálogo entre os namorados visando o casamento.

SEXTA: O foco é o dia de trocar cartinhas. Apro-veite este dia para escrever uma carta de amor para seu namorado(a). Escrever ajuda a colocar os pensamentos em ordem. Escreva, releia, prepare um bom texto para elogiar, apreciar as qualidades e agradecer as boas coisas de seu namorado(a). Deixe a cartinha na caixa de correio dela logo pela manhã, e pegue a cartinha que ela deixou para você (esta dica eu fico devendo para um casal de amigos que fazem isso há um tempão).

Aproveite bem seu

Namoro O que você vai ler a seguir é apenas uma sugestão de rotina, em como conciliar estudos, trabalho, vida espiritual, equilíbrio emocional e família com seu namoro. Pretende ajudar os casais de namorados a desenvolverem um namoro espiritualmente saudável e emocionalmente maduro. Você não precisa seguir a ferro e fogo os tópicos a seguir. Se não tem nenhuma ideia, pode copiar e tentar. O objetivo principal é que você compreenda que em cada dia deve se ter um foco especial, não gerar uma rotina legalista. Se para você é melhor realizar algo na segunda, ótimo. Se não, mude para quarta. Enfim, sejam sensíveis à sua própria rotina, porém, aos poucos, incorporem essas dicas ao longo de sua semana.

Igor Baumann

Page 31: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 31

SÁBADO: O foco é inves-timento emocional mútuo. Podem alternar o uso do sábado: visitando seus parentes, indo a um orfanato abençoar, visitando um amigo comum. Aproveitem para ter tempo com os amigos. Cultivem amizades individualmente e como casal também. Alguém já disse (mais ou menos assim) que namorados vão e vem, mas os verdadeiros amigos sempre ficam. Parece estranho ouvir isso quando o namoro está legal. Mas numa crise, essa expe-riência de contar com os amigos é pura verdade, inclusive num possível rompimento de namoro. Não abandone seus amigos quando estiver namorando, dose o tempo entre o namoro e seus amigos.

DOMINGO: O dia do Senhor, primeiro dia da semana! Em nossa igreja, por exemplo, temos a Escola Bíblica pela manhã, o culto matutino e o culto vespertino.

Temos um foco claro: a adoração a Deus, individual e em comunidade. Participem da Escola Bíblica juntos, conversem sobre o que foi ensinado, em como é viver isso para vocês. Orem juntos no culto. No período em que não estão na igreja ou desenvolvendo um ministério, apro-veitem o domingo, focando espi-ritualmente um na vida do outro. Se na quarta vocês passearam, andaram de mãos dadas, investiram em se conhecer, este é um dia de conhecerem ao Senhor juntos. Orem juntos. Leiam a Bíblia juntos. Têm um conselheiro? É o tempo de se encontrarem com ele. Falem do que

Deus fez em sua vida nesta semana, o que aprenderam, no que erraram em como podem crescer. Procurem ter comunhão com outros cristãos mais maduros que vocês para mentoreá-los no tempo de namoro/noivado.

Analisem estas dicas e observem sua agenda semanal. Estas são sugestões que podem ajudá-los a ter um namoro cristão saudável. Sejam mais criativos que estas sugestões. Certamente vocês con-seguirão. Mãos à obra! Conversem bastante sobre isso. Inclusive, a con-versação e o entendimento mútuos são essenciais para um namoro equilibrado. Tenham disciplina para incorporarem tais práticas em seu namoro. E depois de firmarem um acordo, sejam firmes em cumpri-lo no amor e temor do Senhor.

Page 32: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 32

Quando eu era estudante de psicologia e estava me preparando para uma prova sobre organizações e grupos algo no texto me chamou muita atenção. Era um tópico que abordava o tema da conformidade. O autor explicava sobre a necessidade que as pessoas sentem de serem aceitas em um grupo e que, por isso, estão propensas a conformarem-se com suas “regras”. No dicionário, conformar significa ajustar-se, amoldar-se.

Todos nós participamos simultaneamente de vários grupos – amigos pessoais, colegas de trabalho, célula da igreja, família... São grupos distintos que, muitas vezes, adotam padrões e valores totalmente diferentes. É interessante observar que as pessoas se conformam às pressões dos grupos mais importantes aos quais pertencem ou esperam pertencer. São os GRUPOS DE REFERÊNCIA, porque deles fazem parte aqueles que são mais significati-vos para elas.

Paulo, em Romanos 12.2, faz um alerta a nós, cristãos, para que tomemos cuidado: “não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus”. Entretanto, é muito fácil nos conformamos com a realidade na qual vivemos e com os valores invertidos que nos rodeiam. Isso se chama habituação, um mecanismo que, fisiologicamente falando, acontece quando uma resposta a um estímulo é suprimida após algumas repetições (Kandel, 2000). Por exemplo, se você colocar uma moeda sobre seu braço, irá obviamente sentir seu “peso”. Entretanto após alguns segundos, você se acostumará e não sentirá nada. Se colocar mais uma moeda irá sentir novamente um “peso”, mas logo se acostumará, e assim sucessivamente. É um aprendizado implícito. Com o pecado ocorre o mesmo processo. A primeira vez que se apresenta, é estranho e

conformado?

JUVENTUDE

incomoda. Mas se você deixar que seja repetido e repetido, logo será tão comum que poderá como diz Paulo em I Timóteo 4.2, “cauterizar a própria consciência”.

Qual tem sido o seu grupo de referência? Quais são os valores que são constantes em todos os grupos ao qual você pertence? Você tem feito diferença na igreja, faculdade, trabalho por meio do desejo sincero de seguir as “regras” baseado exclusivamente no amor deixado por Jesus e nos ensinos da palavra de Deus?

Que eu e você possamos andar segundo aquele que dizemos ser nosso referencial: Jesus. Para que, como deixa claro Paulo em I Timóteo 4.12, “Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza”.

Sheila Torres

Page 33: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 33

Page 34: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 34

Page 35: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 35

CFM

Comecei a questionar com mais intensidade o que realmente estou fazendo numa igreja tão grande quanto a PIB Curitiba. Tendo crescido em um lar cristão, sempre participei ativamente em diversos ministérios da igreja. Curiosamente, as igrejas  das quais fui membro também sempre estiveram em construção (não apenas fisicamente, mas principalmente em fase de plantação). Ou seja, sempre tive muito o que fazer.

Na PIB, apesar de todos os ministérios existentes - e talvez até mesmo por isso - não é muito fácil integrar-se como em uma igreja pequena. Assim o CFM serviu como uma porta de entrada e hoje como forma de continuação neste processo de pertencer à uma comunidade multifacetada.

Ser cristão é relevante na nossa geração: impactar. Esse é o desafio que motivou minha entrada no CFM e continua motivando hoje. Estou participando do grupo de mentoria do CFM e sonho poder fazer mais junto com todos que fazem parte desse ministério.

Rosane Pessanha

Depois do CFM...Elaine Santos

O CFM foi criado tendo como um de seus objetivos a formação de líderes e missionários que pudes-sem atuar tanto em suas igrejas quanto em seus trabalhos, família, vizinhança ... Enfim, tivessem uma preparação para melhor servirem no reino onde quer que eles esti-vessem.

E como é gratificante ver isso acontecer na vida dos nossos alu-nos: pessoas simples, como eu e você, que chegam no CFM em busca de conhecimento e cresci-mento e que, no decorrer dos dois anos de curso, Deus faz em suas vidas muito além do que podiam imaginar. Como parte da equipe de coordenação tenho o privilé-gio de acompanhar a mudança de vida de alunos que hoje são missionários ou líderes em suas casas, empregos, entre amigos, na igreja, célula e até na China. E nada melhor do que eles mesmos para contarem o que aconteceu em suas vidas depois do CFM...

Page 36: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 36

Eu estava tão empolgado para apli-car no ministério de Educação Cristã o dom que  Deus havia me dado e que foi revelado durante o curso que, como a maioria das coisas que faze-mos olhando só para o sentimento, “enfiei os pés pelas mãos”. Achei que bastaria juntar um grupo de pessoas bem intencionadas e cheias do Espi-rito Santo que as coisas aconteceriam naturalmente.

Mas Deus me mostrou-me que o ministério do ensino de SUA palavra é muito mais do que conhecimento, boa oratória  e  didática. Precisamos de tudo isso e muito mais... Parafrase-ando o Apostolo Paulo, “ sem o amor nada podemos fazer”. Olhar para uma classe sem identificar cada um como único e que precisa de cuidado, aten-ção, respeito, dedicação é o mesmo que olhar só para os assentos.

O CFM me ensinou a engatinhar, porque antes eu era um bebê chorão no berço, reclamando que não sabia andar, mas não fazia nada para aprender.

José Ricardo Giacobelli

A minha vida mudou, com certeza!

Foi depois da conversa que tive com o pastor Igor, voltando da viagem mis-sionária que fiz a Moçambique em setembro de 2011, junto com o grupo de mulheres. Queria me aprofundar mais no estudo da palavra, e ele me fez o convite. Cheguei em casa, compartilhei com meu esposo, oramos e, em feve-reiro de 2012, começamos juntos o CFM. Deus abriu nossa visão para o cha-mado que Ele tem para nós.

Fizemos algumas viagens missionárias durante o ano mas, foi em novembro, quando Deus me levou à China, que Ele confirmou meu chamado missionário. Pude ver o que Deus está realizando do outro lado do mundo fui usada para abençoar vidas por lá. Louvo a Deus por todos os professores do CFM, que me influenciaram nesta caminhada e que oraram por mim. Sei que neste ano ainda o Senhor me reserva muito mais. Como é bom estar no centro da von-tade de Deus!

Daniela Fernanda Pereira

No CFM descobri que missões se faz no dia a dia. Voltei a discipular, evan-gelizar com mais frequência e passei a orar mais pela minha célula, minha família e por mim mesma. Descobri que não preciso esperar um chamado especial de Deus, ou me mudar para um lugar distante. Basta olhar em volta e descobrir onde Deus está tra-balhando.

Hoje eu continuo liderando uma célula na minha casa, visito o Cei-far feminino com frequência, lidero o ministério Nova Identidade e sou mentora do CFM.

Anna Paula Feitosa

Page 37: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 37

Page 38: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 38

À luz da Bíblia

DOUTRINA

TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

De origem americana, a Teologia da Prosperidade começou a se popu-larizar no Brasil na década de 80. Durante o encontro foram expostos pontos como, a prosperidade na saúde, na vida financeira e na oração.

DONS ESPIRITUAISEsse encontro aconteceu em duas partes. o Espírito Santo atua e seu papel na vida cristã foi demons-trado a partir das referências bíbli-cas. Outro assunto tratado pelo Pr. Paschoal referiu-se a como os dons dados pelo Espírito Santo podem ser usados no Reino.

HOMOSSEXUALISMOO tema mais polêmico da atualidade foi exposto por meio de três pers-pectivas: contemporânea, bíblica e terapêutica. Outro assunto abordado foi a “teologia gay” e qual é a visão dessa vertente do movimento.

BATALAHA ESPIRITUAL

Possessão demoníaca ainda é um tabu em algumas denomina-ções. No encontro, o Pr. Paschoal explicou quais são os sintomas de uma pessoa possuída, a diferença entre os distúrbios psicológicos e a possessão. E por fim, quais são os processos de libertação.

IDOLATRIAComo a Bíblia vê a idolatria? Adorar imagens é idolatria? Essas e outras questões, como os dogmas da igreja católica, foram tratadas nesse encontro doutrinário. Idolatria não é apenas adorar imagens, mas tam-bém é tudo aquilo que toma o lugar de Deus em nossa vida.

Todos os anos, a PIB Curitiba realiza Encontros Doutrinários com o Pr. Paschoal Piragine Junior. As palestras, que duram em média duas horas, buscam explicar assuntos doutrinários ou polêmicos à luz da Bíblia.

Confira os temas que já foram ministrados:

Bruna Seifert

Page 39: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 39

DEPRESSÃODesmistificar a depressão foi o objetivo desse encontro. Cristãos, principalmente a sua liderança, não são super-heróis ou anjos. Todos passam por momentos de crise, que podem levar a depressão. Nin-guém é perfeito! Precisamos ter um equilíbrio para entender a natureza humana e sempre buscar orienta-ções no Senhor e ajuda psicológica, se necessário.

VIDA APÓS A MORTE?O objetivo do encontro foi ajudar aqueles que não têm esta doutrina delineada em sua mente, a sentir a segurança da sua salvação. De outro lado, ajudar aqueles que não fizeram uma decisão por Jesus a entenderem que Ele é a única esperança tanto para a vida como para eternidade.

SÁBADO OU DOMINGO?

Há muito tempo, existe uma discus-são se devemos guardar o sábado ou o domingo. Os cristãos primitivos passaram a reunirem-se aos domin-gos por causa da ressurreição de Cristo neste dia. Portanto guardar o domingo é mais questão de tradição do que de mandamento.

Você pode encontrar os áudios e esboços dessas mensagens no site da PIB Curitiba. e adquirir os dvds no site: http://site.pibcuritiba.org.br/loja. E fique atento na progra-mação da PIB Curitiba: O próximo Encontro Doutrinário acontecerá dia 22 de maio de 2013, às 19h30

Se você tem alguma sugestão de assunto, escreva para:

[email protected]

Page 40: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 40

VOLUNTARIADO

SER VOLUN-TARIO:SERVIR COM ALEGRIA

É radiante e compensador observar tantas atividades, simples e complexas sendo realizadas em nossa comuni-dade com mobilização, empenho e amor de voluntários.

É maravilhoso observar tudo acontecendo como uma “grande engrenagem santa”, quase que sem grandes falhas, para louvor e honra do nome de nosso Deus.

É gratificante observar pessoas sendo tocadas graças ao trabalho, organização de gente que dedica parte do seu tempo nestas atividades.

São servos de Deus chamados, consagrados, desen-volvendo o ministério que Deus lhes tem dado.

Fico observando em nosso stand de divulgação, os voluntários circulando pelos corredores e na maioria das vezes, observo em seus semblantes um atitude de alegria, realização e satisfação!

Claro, também é fácil observar que passam muitas vezes, desarrumados, descabelados, seguramente com fome, dor nas pernas, mas… felizes!

E, com certeza dá prá dizer, recompesados pelo nosso Deus. Prontos a dormir um sono restaurador.

Esta é a maravilhosa dinâmica do serviço voluntário! Costumo dizer que servir a Deus como voluntário é como adquirir um destes combo de ofertas de lan-che: Você compra o lanche e leva batata, refrigerante, brinde, etc. Nosso Deus também faz assim conosco. Além de todo compromisso, necessidade, chamado, missão, Ele nos concede, senso de realização, novas amizades, bons momentos de compartilhamento, edificação e boas risadas. Como vale à pena!

Obrigado meu Deus por servir e ser útil no reino.

A palavra de Deus nos diz em Mateus 9:37 que a “...Seara é grande e poucos são os ceifeiros…”, por isso seguimos precisando de mais servos, pessoas que queiram desfrutar destes “combos”.

Há espaço para todo tipo de talento, dons, chama-dos, amor e intenção. Assim como existem necessi-dades em todas as áreas: Comunicação, educação cristã, sonotécnica, missões, projeto Elo, ministério infantil, células, ação social, biblioteca, gabinete pas-toral, estacionamento, ...

Experimente!!! Desfrute do privilégio de servir a Deus como um servo voluntário.

Roberto Kallaur

Page 41: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 41

Outro dia, conversando com um jovem, este me disse, quase que sussurando:

“Eu não vejo Propósito no meu trabalho”.

As estatísticas apontam que 50% dos profissionais retornam para casa todos os dias insatisfeitos e frustrados com seu trabalho. No Brasil 22% dos estudantes que passam nos vestibulares, desistem logo no primeiro ano, principal-mente por não terem certeza de suas escolhas.

O que acontece?

Fizeram escolhas erradas?

Pessoas que não tem consciência de seu propósito correm o risco de viverem vidas sem sentido, insatis-feitas. Quando você conhece seu propósito e busca cumpri-lo, tudo em sua volta tem mais sentido

teu continuar nos capacitando.

Então, reconhecer talentos, habi-lidades, tarefas que geram satisfa-ção são os primeiros passos para descobrir seu propósito.

Segundo Sofia Esteves, coorde-nadora de Recursos Humanos, o remédio é o autoconhecimento: tudo que se possa fazer para aumentar a consciência de si é válido e encurta o caminho.

Por isso, levante seus pontos for-tes, invista nestes talentos, identi-fique valores, Tudo isso o ajudará a construir um futuro profissional mais sólido.

O propósito do trabalho está inti-mamente ligado ao seu propósito de vida. Descubra seus talentos e habilidades, descubra o que faz você feliz e então faça com paixão!

Usar seus talentos e reconhecê-los em sua vida é uma forma de hon-rar a Deus.

www.raquelzampier.com.br

Propósito do Trabalho

PROFISSÃO

inclusive o trabalho deixa de ser trabalho e passa a ser prazer, por-que seu trabalho é a expressão de seu potencial e talentos.

Conhecer seu propósito, lhe per-mite desenvolver-se e aprimorar-se cada dia mais. É o seu diferencial.

Infelizmente ainda há cristãos que insistem em separar sua vida cristã de sua vida secular, não percebem o indivíduo como um ser integral, onde valores e princípios devem ser os mesmos em qualquer ambiente. Quando estes valores não estão em sintonia, quando não há congruência entre eles, isto causa os sentimentos de insatisfa-ção e frustação.

É fundamental reconhecer seu propósito de vida e ter consciência para que foi criado. Deus nos plane-jou e capacitou com as habilidades e talentos para que possamos cum-prir esse propósito, e ainda prome-

Raquel Zampier

Page 42: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 42

Page 43: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 43

INDICAÇÕES

LIVROO anseio furioso de Deus, livro de Brennan Manning, traz reflexões sobre a graça e amor imensos de Deus, mostrando o evangelho mara-vilhoso e transformador. O livro saiu pela editora Mundo Cristão tem 107 páginas e é uma ótima leitura para relembrar a imagem amorosa e aberta de Deus. A obra sintetiza ideias abordadas em outros livros de Manning, como o Evangelho Maltrapilho e Convite à Loucura. O autor Brennan Manning faleceu recentemente, dia 12 de abril de 2013 aos 78 anos.

FILMEO filme Bebê de Outubro dos diretores Jon e Andrew Erwin, distribuído pela Provident Films, conhecida por outros filmes como Desafiando Gigantes e Corajosos, conta a história de uma jovem que repentinamente fica doente. A causa do problema é revelada quando ela descobre que foi adotada e é sobrevivente de um aborto mal sucedido.

Na busca desta jovem por encontrar sua origem e entender como alguém pôde ter feito isto, um romance começa a acontecer.

O resto da história você precisa conferir, certa-mente irá se emocionar com o forte significado de família e perdão.

Franciele Rosário

Page 44: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 44

Israel Lessak

MÚSICASabe aquela música que você nunca ouviu e de repente, ao perceber as primeiras notas da melodia, você descobre que ela acabou de tirar um sorriso de seus lábios? Isso aconte-ceu comigo quando ouvi pela pri-meira vez o som de Jorge Camargo. Era a divulgação de um álbum poé-tico bem ao estilo MPB. Depois do sorriso-surpresa, fui conquistado pelas letras. Uma profundidade nas composições e na escrita, o álbum “Somos Um” era acompanhado de um livro homônimo, leve e envol-vente, repleto de sentimento e emoção, onde revela um pouco da vida e obra de grandes personagens da filosofia, da literatura e da teo-logia, percorrendo uma trajetória de quase dois mil anos e estabe-lecendo, a partir dessas pessoas,

paralelos com sua própria vida. Bom, não é para menos! Ao se ler sobre ele, descobre-se que é mestre em Ciências da Religião pela Uni-versidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo. Em mais de 30 anos de experiência musical, como com-positor e intérprete, Jorge Camargo pesquisa a presença, a influência e a importância do sagrado na música popular brasileira e as inter-faces entre a arte, a cultura, a filo-sofia e a religião.

INTERNETÉ pensando em trazer esse tipo de artista cristão, que o QPOD+ traz diversos conteúdos relacionados à arte, música, cultura, artistas e ban-das, de uma forma sempre descon-traída e nunca perdendo o timing das novidades.

O projeto surgiu em meados de 2007, chamado QPOD, em uma parte do TV Adoles, como uma forma de apresentar aos adoles-centes bandas que eles poderiam ouvir e acompanhar, pois se dife-renciavam das bandas seculares, por seus valores cristãos. Quando foi lançado o Alta Tensão, em 2011, o QPOD assumiu esse posiciona-mento, trazendo inclusive a cober-tura de alguns eventos e algumas entrevistas com bandas conhecidas internacionalmente, com a apresen-tadora Andressa Sucodolski. Hoje, em sua terceira temporada, o QPOD tornou-se QPOD+, com este novo olhar a respeito da arte e cultura, a co-apresentadora Ana Melo Lessak, a designação de uma produtora específica para o quadro, Sarah Kreusher e redatores para atualizar as mídias sociais com as novidades mais quentes da semana. Acompanhe aqui!

Page 45: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 45

Page 46: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 46

Page 47: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 47

Tudo o que não é eterno, é eternamente inútil.

C. S. Lewis

Defender a Bíblia? Seria o mesmo que defender um leão. Simplesmente dê liberdade à Bíblia. Ela defenderá a si mesma.

Charles Spurgeon

A preocupação com a pobreza é tão fatal

para o fruto espiritual quanto a alegria

maligna por causa de riquezas.

Se você crê somente no que gosta do evangelho e rejeita o que não gosta, não é no evangelho que você crê,

mas, sim, em si mesmo.

Agostinho de Hipona

Nunca vi um cristão útil que não seja estudante da Bíblia. Não existem atalhos para a santidade.

A. W. Tozer

CITAÇÕES

A. W. Pink

Page 48: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 48

A incredulidade não dá um passo sem explicações prévias. A fé não interroga, nem calcula, simplesmente confia.

George Müller

A fé e o pensamento caminham juntos; e

é impossível crer sem pensar.

Deus tem um plano para a sua vida mesmo que isto lhe pareça

impossível ou improvável. Dê um passo de fé. Vença o medo.

Paschoal Piragine Jr.

John Stott

Page 49: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 49

Page 50: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 50

Page 51: Educação Cristã em Revista

EDUCAÇÃO CRISTÃ EM REVISTA 51