edição novembro 2010

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NOVEMBRO DE 2010 • ANO VII • DIRECTOR ÁLVARO MENDONÇA NOVEMBRO 2010 » PRÉMIO ENTREVISTA ALBERTO DA PONTE O CEO DA CENTRAL DE CERVEJAS E BEBIDAS EXPLICA COMO A SAGRES RECUPEROU A LIDERANÇA E REVELA A ESTRATÉGIA PARA O FUTURO COMEMORAÇÃO DOS 35 ANOS DE INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA liga orangina notoriedade para a marca e incremento nas vendas Entrevista CV&A BRASIL David Seromenho bpa A nova marca ATLANTICO perfil Carlos Costa

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ENTREVISTA

ALBERTO DA PONTE

O CEO DA CENTRAL DE CERVEJAS E BEBIDAS EXPLICA COMO A SAGRES

RECUPEROU A LIDERANÇA E REVELA A ESTRATÉGIA PARA O FUTURO

COMEMORAÇÃO DOS 35 ANOS DE INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA

liga orangina notoriedade para a marca e incremento nas vendas

Entrevista

CV&A BRASIL

DavidSeromenho

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A nova marcaATLANTICO

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Carlos Costa

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Novembro 2010 » PRÉMIO » 3

SUMÁRIO

FICHATÉCNICA

NOVEMBRO

2010

DIRECTOR Álvaro MendonçaIMPRESSÃO SIG- Sociedade Indústrial Gráfica, LdaPROPRIEDADE Just Leader, SA

CONTRIBUINTE 506 567 516CRC LISBOA 13538-01REGISTO ICS 124 353

6 A ABRIR10 ENTREVISTA Alberto da ponte18 DESTAQUE Liga Orangina22 CENTENÁRIO Viva a República28 ESPECIAL Brasil40 ENTREVISTA David Seromenho

44 COMEMORAÇÕES 35 Anos da

Independência de Angola

46 MARKETING BPA muda para

ATLANTICO48 PERFIL Paulo de Sousa

Pereira50 NEGÓCIOS Mota-Engil reforça

actividade em Angola

52 NEGÓCIOS Transporte Rodoviário:

um sectorestratégico54 OPINIÃO Sam Mahtani – F&C

Investments56 PERFIL Carlos Costa58 ENTREVISTA Maldonado Gonelha62 SAÚDE Investigação e

Desenvolvimento

66 CIÊNCIA Prémio Gulbenkian68 PERFIL Nuno de Sousa Pereira70 NEGÓCIOS Bordallo Pinheiro:

Fénix renascida74 NEGÓCIOS Vista Alegre by Joana

Vasconcelos76 PATRIMÓNIO Reabilitação do

Palácio da Bolsa

82 INTERNACIONAL Atelier Nnini Andrade

da Silva premiado84 ARTE Paula Rego:

personalidade do ano 2009

86 MOÇAMBIQUE Polana Serena Hotel 92 VINHOS Paulo Saturnino Cunha94 CHIADO Rota ‘gourmet’ da

capital

100 LUXOS Cabazes de Natal José

Avillez98 INOVAÇÃO Uma nova vida para

cortiça104 TECNOLOGIA Prémio Apritel106 TECNOLOGIA Cisco Cius108 AUTOMÓVEIS Mercedes SLS AMG114 OPINIÃO Ricardo Galuppo

CAPAEntrevista a Alberto da Ponte, CEO da Central de Cervejas e Bebidas

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Editorial

4 » PRÉMIO » Novembro 2010

MORRER DA CURA

O Orçamento de Estado para 2011 está aprovado, com os votos favoráveis do partido do Governo, a abstenção do maior partido da oposição e os votos contra de todos os restantes. Chega. Mas será este o Orçamento

de que precisamos?Em meados de Outubro, num colóquio sobre dívida

pública organizado pela Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia de República, alguns dos mais independentes economistas portugueses juntaram-se para discutir o estado da Nação.

Das discussões deste encontro resultaram conclusões interessantes.

A primeira, é que a economia portuguesa não tem um problema orçamental, mas um problema de endividamento externo que deriva do défice estrutural das nossas contas externas. Importamos mais do que exportamos e por isso temos de financiar a diferença com créditos do exterior. E essa é a razão que levou ao acumular de uma dívida externa de proporções gigantesca.

A segunda constatação é que a dívida externa é pública e privada. Ou seja, o problema não está limitado ao Estado, mas envolve também empresas públicas e privadas, as famílias e o sistema financeiro. Uma dívida externa que resulta também da fraca taxa de poupança nacional. Sem aforro interno, a solução é ir buscar os financiamentos lá fora.

Há depois o problema do crescimento. Entre 1960 e 1970, a economia portuguesa mais do que duplicou de tamanho. Na década de setenta, e apesar de duas graves crises petrolíferas mundiais, o PIB cresceu 53%. Nas duas décadas entre 1980 e 2000, o crescimento manteve-se acima dos 30%. Mas desde 2000 e até 2005, o PIB progrediu apenas 2,6%. Os cálculos do economista Medina Carreira falam por si.

O problema de Portugal - e esta é talvez a conclusão mais importante de todas -, não é o seu défice público,

nem a sua dívida externa, mas a falta de crescimento. “As economias modernas não são feitas para estagnar, até porque o Estado Social só se poderá manter se houver crescimento económico”, garante João Ferreira do Amaral, um dos economistas presentes no colóquio da AR. “Crescimento não apenas do PIB, mas também da produtividade, e sem ser à custa de um aumento do desemprego”, acrescenta.

Sem crescimento económico também não será possível pagar dívida”, acrescenta João Sousa Andrade, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. “Sem crescimento e com taxas de juro a subir, Portugal caminhará para a insolvência”, garante.

O tal Orçamento aprovado, com foco único na contenção do défice e da despesa pública, parece afinal não ser o mais indicado para o momento. O aumento dos impostos das famílias e das empresas afecta fortemente o crescimento de uma economia já débil. E a falta de investimento público, numa altura de grave crise, agrava ainda o problema. É o Orçamento possível? Talvez, mas não o mais indicado. Com esta obsessão pelo défice podemos curar a doença, mas arriscamos morrer da cura.

Álvaro Mendonça

O Orçamento aprovado parece afinal não ser o mais indicado para o momento.

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À VONTADE DE VERJUNTA A SEDEJUNTA A SEDE

À VONTADE DE VER

Pela primeira vez no mundo, o melhor de dois mundos:a cerveja e a televisão.

Um brinde ao futebol espectáculo! Se

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6 » PRÉMIO » Novembro 2010

A abrir»

Em 2010 o Millennium bcp comemora os seus 25 anos e para celebrar este marco criou uma logomarca específi-

ca, alusiva aos 25 anos, que irá ser utilizada até ao final de 2010 em todos os suportes de comunicação e em todas campanhas comerciais, as quais terão associadas ofertas relacionadas com as comemorações.A campanha Cliente Frequente inclui a oferta de 25% sobre a comissão aos clientes regula-res do banco. A campanha Institucional dos 25 Anos, garante descontos e vantagens ofere-cidos pelos parceiros do Millennium bcp . A campanha Recursos. D.P. 25 anos, promove um Depósito a prazo a 180 dias, remunerado por uma taxa base de 1%, acrescida de 0,1% por cada ano de relação do cliente com o ban-co, até ao máximo de 2,5%, correspondente aos 25 anos de vida do Millennium bcp. Por último, a campanha Cartões de Crédito, ofere-ce a anuidade do cartão e o ‘cash-back’ de 25 euros em novos cartões de crédito Toda a comunicação foi concebida de modo a enfatizar esta celebração. Além dos habituais suportes de comunicação, as sucursais irão receber peças de ‘merchandising’ específicas: Electrostáticos para as portas das sucursais com a mensagem “Entre e descubra o que temos para si”e orelhas para os porta-folhetos

com a mensagem “Descubra aqui o que te-mos para si”. Para oferecer aos seus Clientes, as sucursais irão também receber brindes com a imagem alusiva aos 25 anos do banco.Nos primeiros nove meses do ano, o re-sultado líquido consolidado totalizou 217,4 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2010, que compara com os 178,1 milhões de euros apurados no período homólogo de 2009. Um resultado recorde, não obstante o reforço das dotações por imparidade do crédito.O rácio de eficiência consolidada situou-se em 55,1%, uma melhoria de 9,3 pontos per-centuais (p.p.), face aos 64,4% registados em igual período de 2009. O rácio de eficiência melhorou, quer na actividade em Portugal (baixando de 60,7% para 48,7%), quer na actividade internacional, ao reduzir-se em 2,9 p.p., beneficiando dos desempenhos favorá-veis na maioria das operações no exterior. Os recursos totais de clientes aumentaram 1,9%, em base comparável, ascendendo a 66.971 milhões de euros em 30 de Setembro. Este crescimento foi resultado do dinamismo comercial na captação de recursos, traduzido no aumento de 8,4% dos recursos fora de balanço e no acréscimo de 1,7% dos depósitos de clientes.

BREVESFic Luanda relança produção cinematográfica nacional“Mostra Cinema Moçambica-no” foi o tema do III Festival Internacional de Cinema (Fic) de Luanda, que decorreu entre os dias 8 e 11 de Novembro.Promovido pelo Ministério da Cultura angolano, o objectivo deste Festival é aexibição pública de filmes de todo o mundo não distribuí- dos nem exibidos nas salas

de cinema do país, bem como ajudar no desenvolvimento e promoção do cinema nacional. Para além disto, visa ainda contribuir para a educação e sensibilização de diferentes pú-blicos, permitindo uma reflexão sobre outras formas de pensar, olhar e comunicar, colaborando assim num maior desenvolvi-mento cultural.Nesta edição do Fic estiveram em exibição cerca de 47 filmes, sendo 37 em Sessões Competi-tivas e 10 em Sessões Extra-Competição. O Fic Luanda selecciona para as diversas sessões que compõem o evento uma mostra equilibrada e representativa do melhor que se vai produzindo nas distintas regiões do mundo, reflectindo a diversidade temática e de propostas estéticas.

ISQ atinge milésimo colaboradorO Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ) criou 25 novos empregos no decurso do ano de 2010, contando actual-mente com mil colaboradores. O reforço do quadro de colaboradores segue em linha com a estratégia levada a cabo no ISQ em especial nos últimos 10 anos, tendo, desde 2009, criado um total de 70 novos empregos. Com 80

milhões de euros de receitas em 2009, dos quais 44% provêm de actividade desenvolvi-da no estrangeiro, o Grupo ISQ é constituído pelo próprio ISQ, que registou um volume de negócios de 62,4 milhões, um aumento acima dos 9% face a período homólogo, e por mais 21 entidades. Com sede no Taguspark, Oeiras, tem representações em Angola, Argélia Brasil, China, Cuba, Espanha, Guiana Francesa, Irão, México, Moçambique, Noruega e Turquia e mais de 20 países de diferentes continentes.

CELEBRA 25 ANOS COM OFERTAS

Millennium bcp

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Novembro 2010 » PRÉMIO » 7

Recheio é a melhor na Distribuição Alimentar

A revista Exame distinguiu a cadeia grossista Recheio, do grupo Jerónimo Martins, como a melhor empresa de Distribui-ção Alimentar em Portugal, no âmbito do Estudo anual sobre as 500 maiores e melhores empresas de Portugal. “O prémio é o reco-nhecimento público da qualidade do desempenho e da gestão da companhia, no difícil ano de 2009 “, refeiu Pedro Soares dos

Santos, administrador-delegado do grupo. Auditado pela consul-tora Deloitte, este estudo avalia diversos indicadores financeiros, das vendas aos resultados líqui-dos, passando pela rentabilidade de activos, capital próprio, valor acrescentado bruto, solvabilida-de e liquidez geral. Trata-se da segunda vez consecutiva que o Recheio conquista este troféu.

TV CABO ANGOLA LANÇA VIVA

A TV Cabo, pioneira em Angola na TV por cabo e internet (Dualtlay) lançou, no início de Setembro, a revista Viva. A revista, gratuita para os clientes da TV Cabo, chega mensalmente a todos os subscritores de televisão e de internet, tem uma tiragem de 10 mil exemplares e cerca de 52 páginas. Além da programação de televisão, inclui informações sobre os produtos e serviços da TV Cabo, reportagens exclusivas com artistas angolanos e sobre os mais importantes eventos culturais e sociais. A primeira edição da Viva teve como tema de capa uma entrevista com a prestigiada cantora angolana Yola Semedo. Destaque ainda para a entrevista com Paulo Varela CEO da Visabeira Global e para um artigo sobre a expansão do serviço da TV Cabo para Benguela, Catumbela e Lobito.

O crédito a clientes atingiu 76.638 milhões de euros, registando uma ligeira contracção, em base comparável, face aos 76.854 milhões relevados em 30 de Setembro de 2009. O comportamento do crédito a clientes foi sobretudo condicionado pelo crédito a empre-sas, visto que o crédito a particulares registou um crescimento de 3,1%, suportado pelo aumento de 4,3% do crédito à habitação. A margem financeira manteve a tendência de crescimento iniciada no segundo trimestre de 2009, aumentando 9,4%, motivado pelos esforços de ‘repricing’ do crédito empreen-

didos, e beneficiando do contributo favorável das

operações internacionais, onde se registou um acréscimo de 32,5% face ao trimestre homólogo. O Millennium bcp confirmou entretanto os seus planos de expansão em Angola e Mo-çambique, com o Banco Millennium Angola a aumentar, no início de Outubro, a sua rede para 33 Sucursais. No seu conjunto, estas ope-rações apresentaram um resultado líquido de 60,4 milhões de euros, nos primeiros nove meses do ano, o que significa um acréscimo de 21,0% face ao período homólogo. De regis-tar ainda a inauguração da Sucursal Onshore em Macau materializando a estratégia de

reforço da presença do Banco no triângulo Europa-África-Ásia. O Millennium bcp visa assim estabelecer-se como uma plataforma internacional de negócios entre a China, a Europa e os países africanos de expressão portuguesa. Esta estratégia levou, a 15 de Outubro, à alienação da totalidade da rede do Millennium bcpbank nos EUA, da respectiva base de depósitos e de parte da carteira de crédito e à assinatura, na primeira semana de Novembro de um memorando de entendi-mento com o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC), que se estende a outros países e regiões, para além de Portugal e China, visando cobrir o triângulo China/

Macau, Angola e Moçambique e Portugal. Ambos os Bancos darão pre-ferência à utilização das redes globais recíprocas na prosse-

cução da respectiva actividade em áreas de negócio como ‘trade finance’, tesouraria, abrangendo o mercado monetário, cambial e ‘swaps’, ‘cash management’ e pagamentos internacionais em euros e ‘renminbi’ (moeda oficial da China), ‘corporate lending’, ‘project finance’, empréstimos sindicados e banca de investimento.Também está contemplada cooperação em negócios relacionados com potenciais fusões e aquisições transfrontei-riças, financiamentos com ‘equity’ e dívida e serviços de consultoria financeira. Ambos os bancos promoverão a comunicação e a coope-ração entre as subsidiárias e sucursais.

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8 » PRÉMIO » Novembro 2010

A abrir» BREVESRui Leão Martinho candidato único a Bas-tonário da Ordem dos EconomistasRui Leão Martinho encabeça a única lista candidata aos órgãos nacionais da Ordem dos Economistas para o triénio 2011/2011, cujas eleições decorrerão no próximo 26 de Novembro. O programa de acção da lista candidata visa “Fortalecer e Rejuvenescer a Ordem, Prestigiar a Profissão de Economista”, pretende reforçar a prestação de serviços aos membros e incrementar os benefícios e parcerias; criar bolsas de emprego, de primeiro emprego e estágios; reforçar a aproximação às Universi-dades; cooperar com institui-ções e entidades nacionais e internacionais; modernizar os serviços, prosseguir o processo de regionalização da Ordem; promover o empreendedorismo e a inovação e desenvolver a dinâmica desportiva e cultural.A lista conta com Adriano Pimpão, Raul Marques, Helena Adegas, Mário Abreu, Ricardo Valles e Luís Sitima na Direc-ção. Francisco Murteira Nabo, o actual Bastonário, aparece como Presidente da Mesa da Assembleia Geral. O futuro Bastonário da Ordem, Rui Leão Martinho, integrou já vários Conselhos da Ordem, e é Membro da Direcção do ac-tual Bastonário. A sua carreira profissional iniciou-se há cerca de 40 anos e a sua actividade tem sido desenvolvida, quer na Banca, quer na actividade segu-radora, sendo hoje o presidente das companhias de seguros BES-Vida e Tranquilidade. Rui Leão Martinho desempenhou também funções públicas.

O Hotel Casa da Ínsua, em Penalva do Castelo, promoveu, entre 15 de Setembro e 5 de Outubro, o programa Vindimas 2010, uma oportu-nidade única de conhecer os segredos de produção de um dos mais

prestigiados vinhos do Dão, tendo por cenário toda a envolvente que o hotel de charme de cinco estrelas tem para oferecer. Os visitantes puderam participar nas vindimas, com apanha das uvas, pisa e vinificação, e usufruir de um almoço ao ar livre na Quinta e de uma prova de vinhos.

O pacote “Vindimas 2010” incluía duas noites de alojamento com pequeno--almoço, um almoço, uma prova de vinhos Casa da Ínsua acompanhada de queijos da região e todas as actividades associadas. Os hóspedes da Casa da Ínsua podiam ainda usufruir de descontos em restaurantes e actividades extra da Visabeira Turismo.

A Casa da Ínsua vai lançar, entretanto, dois novos vinhos brancos: Vinho Branco Semillon 2009 e Vinho Branco Reserva 2009.

O monocasta Semillon 2009 é um vinho regional com aromas de fruta madura, damasco e flor de laranjeira, que se pode beber como aperitivo ou para acompanhar carnes brancas, peixes e todo o tipo de saladas. O Banco Reserva 2009 tem uma classificação DOC Dão e combina as castas Encruzado, Malvasia Fina e Semillon. Tem um aroma floral e de madeira muito discreta. À mesa é ideal para acompanhar com pratos de peixes gordos e fumados.

Se em cada ano cada um dos portu-gueses tivesse comido um queijo tra-dicional poderia ter sido um Saloio. É que das linhas de produção da Saloio saíram, em 2009, mais de 19 milhões de queijos. Exemplo de revitalização dos negócios tradicionais, a Saloio é hoje uma empresa moderna (de Qualidade Certificada desde 200) e também detentora de Certificação

Ambiental que aposta na diferencia-ção e confiança dos seus produtos, e na criação de inovação, conveniência e valor acrescentado para o consu-midor. Ocupa o terceiro lugar do ‘ranking’ das empresas de lacticínios do país, uma posição consolidada em Setembro de 2001 através da aquisição da Baral, a quarta maior empresa industrial do sector.

a casa da ínsua vai lançar dois novos vinhos

brancos: vinho branco

semillon 2009 e vinho

branco reserva 2009

SALOIO, UMA SAGA DE SUCESSO

EXPERIÊNCIA DE VINDIMA

Casa da Ínsua

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ParceriaCENTRAL DE CERVEJAS E A MALÓ TOJO CRIAM MARCA “VINHÓCOPO”

A Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) e a Maló Tojo (MT), empresa do Maló Group vocacionada para

a produção e comercialização vinícola, estabeleceram uma nova parceria para a venda e distribuição, em regime de exclusividade, de vinho à pressão sob a marca Vinhócopo, e de vinho engarra-fado, sob as marcas malored, malorosé e malowhite. A nova marca Vinhócopo,

disponível nas variantes Tinto, Rosé e Branco, resulta da junção de siner-gias entre as duas empresas. A SCC contribuirá com a sua rede comercial e de distribuição e com os equipamentos e assistência técnica, enquanto a MT contribuirá com o seu ‘know-how’ na produção vinícola. Quanto aos vinhos engarrafados da MT, a distribuição será realizada numa primeira fase nos ca-nais Horeca (Hotelaria, cafés e restau-radores), via operadores da pré-venda de Lisboa, Setúbal e Porto, podendo num segundo momento estender-se aos canais da distribuição moderna e Cash&Carrys.

Novo Hospital Privado em Viseu

JOÃO PECEGUEIRO

GRUPO URBANOS TEM NOVO CEO

HPP Saúde e Grupo Visabeira

A HPP Saúde, em parceria com o Grupo Visabeira, vai avançar para a construção e implementação de uma nova unidade hospitalar em Viseu. O HPP Hospital da capital beirã, do Grupo HPP Saúde, será um centro assistencial de referência na região, dis-ponibilizando uma oferta integrada em cuidados

de saúde, com cerca de 18 especialidades médicas e cirúrgicas, bem como os princi-pais meios complementares de diagnósti-co, incluindo ressonância magnética.

A nova unidade hospitalar, que deverá entrar em funcionamento em Janeiro de 2012, será integrada na Quinta da Alagoa, junto ao Palácio do Gelo Shopping.

João Pecegueiro, 46 anos, ex-presidente executivo da Brisa – Operações e

Manutenção e administrador-delegado da Via Verde Portugal, é o novo CEO

da Urbanos. Licenciado em engenharia electrotécnica, o gestor e antigo

docente do Instituto Superior Técnico passa agora a liderar a Urbanos,

depois de ter exercido funções executivas em grupos como a Marconi, a

Optimus e a Brisa. Para Alfredo Casimiro, presidente da Urbanos, “O novo

ciclo de vida e de ambição do Grupo exige uma nova liderança e uma maior

qualificação e exigência ao nível dos seus quadros”. Depois da afirmação no mercado nacional,

o grupo entra agora uma nova etapa de consolidação das operações de aquisição domésticas e

de internacionalização da sua actividade. A Urbanos é um operador de logística e de entregas

expresso e conta actualmente com mais de 400 colaboradores distribuídos por cinco plataformas

logísticas em Portugal. No ano passado, adquiriu à CP a TEX, um operador nacional de entregas

expresso e, em Junho, anunciou o seu primeiro investimento internacional, em Marrocos.

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10 » PRÉMIO » Novembro 2010

A abrir»

O IX Seminário de Reflexão Estraté-gica da Centromarca, Associação Portuguesa de Empresas de Produ-

tos de Marca, reuniu no passado dia 27 de Outubro no Centro Cultural de Belém (CCB), um conjunto de figuras reconhecidas do panorama socioeconómico nacional.

Para além do tema da importância das Mar-cas e dada a conjuntura socioeconómica actual, várias personalidades marcante da nossa sociedade, de onde se destacam o Governador

BREVES

BrokersLink nomeia novo CEO A BrokersLink, uma das maiores redes mundiais de corretores de seguros independentes, nomeou Leonard J. Battifarano como novo Chief of Executive Office (CEO). O novo CEO passará a ser responsável pela gestão e pelo desenvolvimento inter-nacional da BrokersLink. Len Battifarano transita da Chartis In-ternational, onde acumulava os cargos de vice-presidente sénior, com o pelouro de corretagem e redes de corretagem e de presi-dente do Chartis International’s Office of the Customer. É também responsável de Marke-ting da Commercial Insurance Company. Foi co-presidente do Comité de Desenvolvimento Es-tratégico da Chartis e fundador e administrador da área de micro-seguros do grupo. Antes de ingressar na Chartis, em 1999, foi presidente e administrador do broker Alexander & Alexander International (actual AON) e ocupou cargos de topos na Ame-rican International Underwriters (AIG). Paralelamente à área dos seguros, foi assessor de política externa do Presidente do House of Representatives Committee para os Negócios Estrangeiros (1993-1995) e membro do con-selho editorial da Infraestructure Finance Magazine (1995-1997). A BrokersLink foi constituída há cinco anos, em Portugal, e está hoje sedeada em Londres. Entre os membros da Brokers-Link, a MDS portuguesa conta com três associados, através das empresas do Grupo MDS Portugal, MDS Brasil e Cooper Gay.

IX SEMINÁRIO DA CENTROMARCA

Reflexão Estratégica

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o primeiro painel de

convidados, moderado por antónio lobo

xavier

“Receio que se não houver soluções rápidas de crescimento do país, será cada vez mais difícil exportar serviços e bens na área da construção” António Mota, Chairman da Mota-Engil(no decurso da inauguração da Concreta 2001, 4 de Novembro 2010)

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Novembro 2010 » PRÉMIO » 11

Renova é case-study no INSEAD

A marca Renova entrou no plano curricular do MBA do INSEAD, uma das maiores e mais pres-tigiadas escolas de negócios do Mundo. “Avant-garde Marketing in a Commoditized Category” é o título do estudo de caso sobre a empresa, o primeiro dedicado a uma marca portuguesa. O caso Renova foi preparado durante um ano por professores e investigadores do INSEAD e analisa de forma

exaustiva o percurso de uma marca que rompeu cânones, inovando continuamente produtos, processos e metodologias de trabalho. A estra-tégia de marketing irreverente, ao longo de sucessivas campanhas de comunicação e o posicionamento diferenciador dos produtos Renova foram identificados na investigação como factores de crescimento de negócio e expansão da marca para novos mercados.

MDS LANÇA NOVOS SEGUROS PARA A EDUCAÇÃO E MÚSICAA MDS – Consultores de Seguros e Risco lançou no mercado dois novos produtos. O Seguro Escolaridade Garantida é um produto totalmente inovador destinado à protecção da Educação, que suporta as despesas de Educação e proporciona a possibilidade da continuidade nas Instituições de Ensino escolhidas pelos Encarregados de Educação, em caso de falecimento ou invalidez dos mesmos. Numa primeira fase o novo seguro será comercializado junto das Instituições de Ensino. O segundo produto lançado é o Conserto, um seguro para instrumentos e equipamentos musicais, concebido a pensar nas necessidades dos músicos e que garante a reparação ou a substituição dos instrumentos ou equipamentos musicais novos, em caso de quebra, queda, choque ou roubo quando em uso, trânsito ou depósito. Elaborado em parceria com a Liberty Seguros, o Conserto pode ser adquirido nas lojas de música aderentes, no momento da compra do instrumento.

do Banco de Portugal, Carlos Costa, o CEO do BPI, D. Carlos de Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa, Fernando Ulrich, BPI, e Pedro Rebelo de Sousa, Instituto Português de Corporate Governance, debruçaram-se sobre a organiza-ção empresarial, a sua responsabilidade na so-ciedade Portuguesa, perspectivas para o futuro e novos caminhos. Este foi o tema central do primeiro painel.

Entre as várias mensagens deixadas por Car-los Costa sobre a articulação da responsabilida-de social e a actuação das empresas e funções de Estado, o Governador do BP lembra que, “o Estado deve assumir as suas responsabilidades e as empresas devem fazer aquilo que lhes compete”. “Não há modelo de inclusão que resista se não houver um modelo de sustenta-bilidade que a suporte”, acrescenta.

D. Carlos Azevedo, frisa que as empresas e economia não são o centro da vida humana e deu uma outra visão a esta matéria, não tão técnica, mas mais humana. Gracejando ao dizer que, “se convidam um homem de Deus para falar nestas coisas é porque isto está muito mau”.

Para Fernando Ulrich, o tema da responsa-bilidade social não deveria ser discutido, nem muito menos deveria ser um tema de gestão, “é para mim um cumprimento, sou fiel aos

ensinamentos que recebi em pequeno, quer em casa, na escola ou na Igreja.”

No segundo painel, constituído pelo presi-dente da ZON, Rodrigo Costa, pelo presiden-te da EDP, António Mexia, pelo presidente da Unicer, António Pires de Lima, e pelo presidente da Inapa, José Morgado, foram discutidas as consequências das alterações so-ciais na organização das empresas, nas suas respostas à sociedade e ao mercado.

Para José Morgado, “as empresas são o principal criador de emprego nas sociedades modernas, funcionam como integradoras sociais”.

No que diz respeito há problemática das marcas, os intervenientes são unânimes na importância das marcas como âncora de uma relação de curto, médio e longo prazo com os consumidores. É importante passar às pesso-as as vantagens dos produtos de marca relati-vamente a outros de diferentes naturezas.

António Pires de Lima diz que, “o segredo está nos instrumentos para chegar ao con-sumidor, num trabalho mais exigente, num marketing ‘one-to-one’”.

Na sessão de encerramento, António Saraiva da CIP chama a atenção para a impor-tância de acabar com discursos de pessimis-mo e confiar nos recursos das empresas.

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Entrevista Alberto da Ponte

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A Vitória do Senhor FutebolCENTRAL DE CERVEJAS

Inovação e futebol ajudaram a Sagres a crescer e a recuperar o primeiro lugar no muito competitivo mercado das cervejas. Alberto da Ponte, presidente da Central de Cervejas, explica a estratégia passada e antecipa os próximos passos.

Se a ligação ao futebol ajudou ao crescimento da marca Sagres, a aposta em inovação foi o alicerce que cimentou esse mesmo crescimento. Depois de reconquistar a liderança de cervejas à sua arqui-rival Unicer - que respondia pela maior quota de mercado desde há 20 anos -, o CEO da Central de Cervejas, Al-

berto da Ponte, não cruza os braços. “Já lideramos o mercado há 18 meses. Esperamos que se transformem em 18 anos”, afirma categórico. Para isso, prepara já um mega lançamento para o próximo ano. Até lá, espera em 2010 conseguir crescer 1% depois de dois anos que foram de decréscimo para o mercado de cervejas. Ao nível de exportação, os maiores números chegam de Angola onde Sagres verá o seu volume aumentar 110% este ano.

Desde 1993 que Sagres patrocina a Selecção Nacional de futebol. Que evolução sofreu até hoje?A relação da Sagres com futebol reside, hoje, ao nível do próprio ADN. O futebol transformou-se em algo genético. Recuando um pouco, ainda antes de 1993 já patrocinávamos o futebol de forma pontual. Esse ano foi de facto um marco, com a Sagres a ser a primeira marca a apoiar a Selecção Nacio-nal de Futebol e uma das primeiras marcas no mundo a fazê-lo, apoio este que permanece de forma constante, nos bons e maus momentos da Selec-ção. E essa é uma regra. Quem quiser fazer um patrocínio, ser ‘sponsor’ ou investir no ‘naming’, tem que pensar nesse trabalho como sendo um projecto de longo prazo.

Foi esse princípio que o levou a não equacionar o patrocínio ao futebol, quando assumiu a gestão da Central de Cervejas?Foi. O que temos vindo a fazer é a reafirmar essa posição. Se em 2003 apoi-ámos a construção do Estádio da Luz e do Estádio de Alvalade, já em 2004, o ano do Euro em Portugal, reafirmámos o apoio à Selecção num momen-to em que todo o País estava vestido de vermelho e verde. Começámos a investir mais, nessa altura. Já não era só o ‘naming’ mas, também, todo um programa de activação conjunto sob o mote da portugalidade. Porque constatámos, também, que a Sagres era percepcionada como a marca de cervejas mais portuguesa. Pelo nome, pela antiguidade e porque até antes do 25 de Abril era a marca líder…

Mas a associação ao futebol nem sempre trouxe os melhores atributos para a marca!O que se podia ter feito melhor e de forma mais estruturada, dentro de um planeamento a longo prazo, era o trabalho de activação.Em 2007, abre-se uma oportunidade nova: a Liga anuncia a disponibilidade de ter um novo patrocinador. Concorremos, porque entendemos que não podíamos deixar de estar no futebol e de reforçar a nossa presença.

Depois da Liga Sagres, que é um sucesso – não só pelo ‘naming’ mas por-que demos uma nova proximidade ao futebol através da marca Sagres, com a comunicação, as promoções, eventos… -, assinámos ainda um contrato com a Liga Portuguesa de Futebol não Profissional.

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Em 2008, o BES desiste das camisolas do FC Porto, Sporting e Benfica. Nessa altura, e pela primeira vez desde há 20 anos, a marca Sagres volta a conseguir a liderança do mercado. E o futebol foi uma das razões por que se terá conseguido essa mesma liderança! Apesar de não termos ficado com o Sporting - que perdemos para a nossa concorrência -, conseguimos chegar a bom termo com o Benfica.

Neste momento estamos com a Selecção Nacional, com a Liga, o Benfica, a Académica, o Braga, o Olhanense e o Portimonense.

A Central de Cervejas, através da Sagres, investe anualmente 4,25 milhões de euros na sponsorização do campeonato da 1.ª Liga. Como se reparte este valor entre o patrocínio em si e a activação?Investimos entre 12 e 14 milhões de euros, por ano, em futebol. Se admi-tirmos que é alocado cerca de metade para ‘naming’, tudo o resto será para a activação. Regra de ouro, quando se tem um ‘sponsorship’, é que o valor igual ao patrocínio seja utilizado em activação. Não se deve ir abaixo desse valor.

Já este ano assinou uma parceria inédita a nível mundial, ao partilhar com a ZON o nome e o patrocínio da mais importante competição de futebol do País!É uma parceria que surge por duas razões: primeiro, porque sentíamos que este patrocínio da Liga é uma espécie de subida do Evereste. Ou seja, à medida que vamos conseguindo uma vitória de comunicação com o consu-midor, torna-se fundamental subir a outro pico ainda mais alto. Chegámos à conclusão que o ideal para o fazer seria entrar com um parceiro muito forte na comunicação televisiva, muito forte em conteúdos de futebol e na internet. Havia dois parceiros possíveis, a Meo e a Zon. A Meo nunca mos-trou interesse, ao contrário da Zon. Se este projecto já era um trabalho a dois, agora passa a ser tripartido. Não é um trabalho fácil, mas não o sendo apenas exige bom planeamento.

Significa isto um reforço de investimento na Liga ou, antes, uma diminui-ção de custos para a Central?O bolo total de investimento é sensivelmente igual. Mas, com este contra-to, consegue-se um desígnio estratégico que é fundamental para a Liga: a sustentabilidade.

O orçamento de 4,25 milhões de euros é equitativamente distribuído en-tre a Zon e a Sagres, mas não haverá uma redução de custos para a Central. Este ano vamos investir de novo entre 12 e 14 milhões, no apoio à Liga mas com mais acções de activação. Ou seja, acções que a associação à Zon torna possível.

Como por exemplo?Como seja a exploração de conteúdos que não fizemos até agora, ou um trabalho ainda mais ‘one-to-one’ com o nosso consumidor. A Zon é uma marca com que todas as empresas gostavam de ter parcerias. Porque é uma empresa de tecnologia, de ponta, com bons resultados, com uma equipa dinâmica, com presença em Angola…

Na prática, que mais-valias traz para a Central?Ajuda a dinamizar a nossa imagem, vai ajudar a relacionarmo-nos com o consumidor através das novas tecnologias, vai-nos permitir encontrar pistas e ideias novas…

O mercado das cervejas, em Portugal, está estagnado. Se a indústria tra-

perfilO maestro do MarketingÉ o CEO que há mais anos se mantém à frente da Central de Cervejas. E desde logo imprimiu forte dinâmica a uma casa até então ‘low profile’. Redifiniu equipas, reorientou estratégias e conseguiu trazer de novo a liderança para Sagres, perdida há 20 anos.Formado pelo ISEG em 1975, Alberto da Ponte começaria a trabalhar na Lever (Unilever/JM) ainda dois antes antes de concluir o curso. Nessa casa se manteve mais de uma década, sempre ligado ao Marketing e Vendas. Fez carreira internacional na Bélgica, Espanha e Malásia. Em 1989 assume o cargo de administrador delegado da Jerónimo Martins Distribuição. Foi ainda administrador-delegado da Cadbury Schweppes Potugal e director-geral da Lever-Elida, função que acumulou com a direcção-geral da Unilever BestFoods, durante dois anos. Desde 2004 que responde pela presidência executiva da Sociedade Central de Cervejas.

Entrevista Alberto da Ponte

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balhar bem, no seu conjunto, e se cada um dos operadores for um concor-rente de pensamentos estratégicos, podemos fazer crescer o mercado. Em Portugal, não há um ‘pitch drinking’ que seja um problema. A penetração do mercado não é muito elevada. Só 40% dos lares é que declaram beber cerveja. Temos que transformar a cerveja numa bebida mais apetecível.

Há muito a fazer pelo mercado de cerveja. E todas as cervejeiras, sem excepção, estão a procurar como saída o mercado de exportação. Mas não podemos deixar de olhar para o mercado nacional. É evidente que a expor-tação é um vector fundamental de crescimento, mas não podemos deixar de olhar para o mercado nacional e tentar ver o que podemos fazer ao nível de inovação, o que podemos fazer para que o consumo de cerveja cresça.

Mas é um facto que o número de consumidores de cerveja não tem crescido.Não tem crescido mas, entre 2004 e 2008, o mercado cresceu 2-3%, que é um crescimento recorde para um mercado de cerveja na Europa. Em 2008 enfrentámos uma crise e o mercado decresceu entre 1 e 2%; em 2009, caiu cerca de 4%. Este ano já não vai ser a mesma coisa. Em 2010, o mercado vai ficar nos 1,5% de crescimento.

Mesmo quando o mercado decresceu, a Central esteve em contra-ciclo e o próprio Alberto da Ponte fez questão de brindar com os portugueses quan-do reconquistou a liderança… Este crescimento só foi possível roubando quota à concorrência, ou não?Ganhámos quota e conseguimos ser líderes. Agora já lideramos o mercado há 18 meses. Esperamos que se transformem em 18 anos.

Este crescimento foi de quota, de facto, mas o que aconteceu, até 2008, foi que a quota de Sagres foi subindo mas não à custa do seu concorrente principal que se manteve ‘flat’. O grande problema para o nosso concorren-te principal iniciou-se em 2008, quando a sua quota começou a decrescer e nós continuámos a subir… à sua custa. Foi um facto novo!

Por isso, defendo que a atitude a tomar é olhar para o mercado nacional e ver como é que é possível crescer à custa de inovação e de maior penetração da cerveja, transformando o seu consumo num acto mais regular. Em mé-dia, um consumidor português bebe cerca de 700 litros por ano de cerveja. Se for buscar 10% aos restantes líquidos, já é uma grande vitória.

Os resultados de 2008 tiveram muito sabor a Bohemia…Começámos em 2004 com uma grande subida ditada, muito, pela forte li-gação ao Campeonato Europeu de futebol. Em 2005, dá-se o lançamento de

Bohemia que traz uma contribuição activa a Sagres, e de Sagres Zero. Em 2006, continuámos a inovação e lançámos alguns produtos que serviram para dinamizar um pouco a marca, como os lançamentos ocasionais ou comemorativos.

Desde a Bohemia que, neste mercado, não há nenhuma inovação verda-deiramente sustentada.

A Central está a preparar o lançamento de alguma?Está a ser preparado profunda e activamente. Espero lançar esse projecto, com grande fôlego, em 2011, e será o resultado de uma profunda investiga-ção ao consumidor. A nossa compra pela Heineken também nos permitiu aceder a um mundo de consumo completamente diferente do que tínha-mos com a Scottish & Newcastle. A Heineken é hoje uma empresa global, com presença nos EUA, Brasil, índia, China, Europa…

Esse lançamento será para um ‘target’ de consumidores em particular, para um momento de consumo…?Não posso revelar. Mas vai ser grande. Porque é preciso dar de novo uma machadada no mercado. É preciso voltar a fazer o que tínhamos feito em 2005, ou seja, lançar uma inovação consistente, com toda a capacidade de agradar ao consumidor, com toda a comunicação dirigida ao ‘target’ que se pretende atingir. Essa pedrada no charco é fundamental.

Nunca mais o mercado português de cerveja foi igual, desde 2005.

Defende que é preciso mudar hábitos, aumentando o consumo de cerveja. Com o estigma que ainda existe no mercado português, como é que o vai conseguir fazer?É um trabalho a duas mãos, da indústria e dos cervejeiros. Temos que nos juntar para mostrar que a cerveja é dos produtos com menos álcool de todas as bebidas com álcool. Assim como temos que acabar com o estigma que a cerveja engorda.

O que é preciso é saber beber com moderação. Mas se conseguirmos que a cerveja entre no léxico gustativo do português, pode ser determinante para o consumo. Agora, esse é um trabalho que tem que ser feito de forma inte-ligente. Até porque os hábitos dos consumidores portugueses, assim como dos europeus, estão a mudar. A falta de segurança face ao dia de amanhã faz com que queiram consumir hoje aquilo que não sabem se vão conseguir consumir no futuro. O que resulta numa maior exigência de qualidade. As marcas têm que criar uma empatia mais forte para conseguirem lealdade, o que leva a que o marketing tenha que ser ainda mais inteligente.

Poderá ditar uma redução de preços?Não se põe de parte, nunca, a hipótese de baixar os preços em situações temporárias...

... se bem que tinha assumido que nunca iria baixar os preços!O que houve foi períodos em que tive que baixar, ditado por uma forte pressão da concorrência. E sempre que o meu concorrente baixar o preço, eu acompa-nho-o. Mas se a minha concorrência for inteligente perceberá que não tem qual-quer interesse nem traz valor para os accionistas alinhar numa descida das suas marcas mas, antes, praticar o preço justo e tentar fazer com que o consumidor perceba valor nesse preço justo. Essa é que é uma medida inteligente.

Quais os objectivos para Sagres, em 2010?Este ano vamos crescer cerca de 1% face ao ano passado.

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É preciso lançar uma inovação consistente, com toda a capacidade de agradar ao consumidor.

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Entrevista Alberto da Ponte

Não vai, portanto, acompanhar o mercado?Andará perto. Vamos crescer um pouco menos que o mercado, cujo crescimen-to vai também ser da responsabilidade da Heineken. A Heineken é uma marca “premium” que, do ponto de vista do conceito, pode ser trabalhada como uma Coca-Cola... Quem é que não gosta de ser visto a beber uma Heineken?

E uma Sagres?Da Sagres são já 60% dos portugueses que gostam.

Um aumento do consumo de cerveja implica, inevitavelmente, uma redu-ção do consumo de vinho?Neste momento, o que se constata no mercado de bebidas é que o consumo de refrigerantes está a descer, a cerveja está a descer desde há dois anos e a água lisa está a crescer (muito à custa de marcas próprias).

Recentemente, assinámos uma parceria com o Grupo Malo na área de vi-nhos e que resultou de um encontro de vontades. Paulo Malo tem connosco uma excelente relação desde a exploração do Spa Malo Clinic no Luso. Nós temos uma necessidade desse negócio - do vinho - que permite rentabilizar duas coisas: os custos fixos de distribuição e os próprios activos, ou seja, o barril. Fazia todo o sentido fecharmos esta parceria com alguém com quem sabemos haver a possibilidade de uma boa e duradoura relação.

Mas o vinho à pressão, como o estão a comercializar com a Malo, não pode canibalizar o consumo de cerveja?Pode e vai canibalizar. Mas prefiro que a canibalização ocorra dentro da mi-nha companhia...

... se bem que os vinhos Malo não são Central de Cervejas!Não são, mas a verdade é que existe um mercado para este tipo de produto, onde há operadores que querem entrar, e nós já estamos a fazê-lo. Obvia-mente que vamos distribuir o vinho Malo junto dos nossos clientes.

Entendemos que estamos a tapar uma porta de entrada à nossa concor-rência. Além de que o vamos fazer de forma inteligente, chamando o con-ceito de Vinhó Copo... que é uma grande marca!

Vamos não só distribuir o produto como apoiá-lo no ponto de venda.

Este pode ser um produto para exportar para mercados onde a Central já está, nomeadamente Angola?Pode. Não está fora dos nossos horizontes.

A nível de exportação, em que mercados gostava ainda de entrar com Sagres?Este ano, estamos a crescer 110% em Angola. Além disso, continuaremos a investir em dois tipos de mercado, e um deles será o da saudade que é um mercado bastante apetecível para as marcas portuguesas. Já fui emigrante, estive em dois países europeus e na Malásia. Quando estava lá fora, tam-bém procurava marcas portuguesas. O outro, é o dos PALOP. Não podemos esquecer tudo o que está para lá do Atlântico, mesmo não voltando costas à Europa. Este ano vamos crescer a duplo dígito na exportação, entre 10-15%, muito derivado do crescimento em Angola e da entrada em mercados como as Caraíbas onde há uma gran-de comunidade de portugueses. A nossa preferência vai ser para locais onde haja distribuidores portugueses. Nos restantes, procuramos perceber se a estrutura da Heineken nos pode ajudar.

O ANO DA CONQUISTAO volume de negócios da Central de Cervejas, que detém as marcas Sagres, Heineken e Água de Luso, aumentou 3,7% em 2009, para 446 milhões de euros, apesar do recuo no mercado cervejeiro.Segundo informações da própria empresa, o ganho de quota de mercado foi suportado pelo crescimento da Heineken (0,7% contra 0,4 em 2008) e da Sagres (45,7% contra 43,8 em 2008).Também o valor das exportações aumentou 5,2% face a 2008, com destaque para o mercado angolano.A Central de Cervejas e Bebidas ultrapassou a sua concorrente Unicer, em quota de mercado – quando analisado o conjunto de todas as suas marcas de cerveja – no bimestre Dezembro 2009/Janeiro 2010. Os dados públicos, da responsabilidade da AC Nielsen, apontam para uma quota de mercado em valor, de 49,5% para a SCC, contra 48,5% da Unicer.

Este ano vamos crescer a duplo dígito na exportação, entre 10 e 15%, devido, em grande parte, ao crescimento em Angola e na entrada em mercados como as Caraíbas.

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Destaque liga orangina

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A Orangina quer agitar o mercado de refrigerantes de fru-ta em Portugal. Com 74 anos, a marca entrou na compe-tição nacional no segundo semestre de 2009. Para este ano, a estratégia de comunicação veicula-se na associa-ção ao futebol com o naming sponsor à Liga de Honra –

Liga Orangina. Os objectivos estratégicos da associação definem-se na conquista de notoriedade para a marca, na experimentação do produto de uma forma mais célere e, consequentemente, no incremento do nú-mero de vendas. Por isso, Carlos Santos, country manager da Orangina Schweppes Portugal, justifica que o patrocínio ao futebol é o veículo mais rápido para o atingir, além de garantir uma visibilidade inigualá-vel, potenciando a fase de lançamento da marca em Portugal - que no seu primeiro semestre já registou vendas na ordem dos 600 mil litros.

A marca, do portefólio Orangina Schweppes Portugal, garante que, à data, este patrocínio está assegurado para a temporada 2010/2011. Contudo, deixa em aberto a possibilidade de continuidade por mais épocas. Embora não seja revelado o valor de investimento ao patrocínio

da Liga de Honra (referido pelo presidente da Liga, Fernando Gomes, semelhante ao anteriormente celebrado com a Vitalis, mas com um incremento de 25% a 30% em termos financeiros), Carlos Santos avan-ça que corresponde à “metade do orçamento de marketing disponível para a marca”. Um investimento, que pretende um retorno ao nível de quota de mercado, que o responsável também não especifica em valor.

No arranque da competição, no final de Agosto, a marca equi-pou com o novo logo Liga Orangina as camisolas de todas as equipas da Liga de Honra, assim como marcou presença nos relvados e nos eventos organizados pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional. A imagem e identidade visual da Liga Orangina é assinada pela agência Santa Fé.

A marca, que é referida como uma referência a nível internacional e considerada “Sabor do Ano 2010” em Portugal, comemora o seu 75.º aniversário no próximo ano.

Conheça melhor a estratégia da marca em Portugal na entrevista com Carlos Santos, country manager da Orangina Schweppes Portugal.

Com o naming sponsor à Liga de Honra, a Orangina quer gerar notoriedade para a marca e potenciar o número de vendas.

Carlos Santos, country manager da Orangina Schweppes Portugal, acredita que o patrocínio ao

futebol é a forma mais célere para o conseguir, depois de ter entrado no mercado português há um ano.

Por Susana Baptista Dias

AGITAR EMOÇÕESESTRATÉGIA

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Que contexto dita a associação da marca Orangina à Liga de Honra de Futebol?A associação ao futebol encontra-se inserida numa estratégia delinea-da para rapidamente conquistar notoriedade e gerar experimentação da marca nesta sua fase de lançamento. O futebol é uma paixão nacional que agita multidões e que proporciona uma visibilidade inigualável. Também muito importante é a associação aos valores do futebol que este patrocínio proporciona e que reforçam a personalidade da marca: emoção, convívio e a promoção de um estilo de vida saudável, sobretudo entre os mais jovens.

O naming sponsor à Liga de Honra é válido por quantas temporadas?O actual acordo foi realizado para a temporada 2010/2011, mas inserido numa óptica de conti-nuidade por várias épocas.

Trata-se de uma estratégia seguida noutros mercados?É uma estratégia definida localmente para satis-fazer as nossas necessidades específicas resul-tantes desta etapa de lançamento, ou seja, con-quista de distribuição, notoriedade e construção de uma imagem de marca associada aos valores positivos do futebol.

Em termos práticos, em que consiste o naming sponsor? E que mais-valias para a marca?O patrocínio reflecte-se no naming da competi-ção e na visibilidade da marca nos vários suportes comunicacionais da mesma, como por exemplo, nas mangas das camisolas dos 16 clubes, nos flash-interviews, nas con-ferências de imprensa, nos bilhetes, etc. Em termos mais abrangentes, ao patrocínio corresponde um ambicioso plano de activação da marca que passa por publicidade em variados meios como a televisão, impren-sa e outdoor, presença em jornais e rádios locais, acções de animação nos estádios, estratégia on-line, activação no ponto de venda com oferta de bilhetes, entre outras actividades. Também estão previstas acções ao

nível da responsabilidade social da marca, o que passará por facilitar a muitas pessoas a experiência de assistir ao vivo a um competitivo jogo de futebol.

Para a Liga de Honra, patrocínios como o nosso são extremamente importantes na medida em que contribuem de forma significativa para

a viabilidade económica da competição e dos clu-bes que nela participam. É também nosso objec-tivo proporcionar a visibilidade e dinamismo que esta Liga merece e atrair mais adeptos, juventude e entusiasmo para os estádios.

Sendo a Orangina uma marca comercializada e distribuída pela Sociedade Central de Cervejas (SCC) no mercado português, e sendo a Sagres patrocinadora da Primeira Liga, porquê este enfoque no Futebol?A SCC, como nossa parceira de distribuição e como empresa com uma forte ligação com o futebol, foi facilitadora neste processo, mas a estratégia, negociação e decisão é da inteira res-ponsabilidade na Orangina Schweppes Portugal. As marcas Sagres e a Orangina seguem as suas estratégias próprias e independentes. Aposta-

mos neste território na procura de uma grande visibilidade e de uma associação com valores positivos deste desporto universal.

Qual o orçamento alocado ao naming sponsor? E que retorno terá para a marca?Não é prática da nossa empresa a divulgação de valores de contratos deste tipo, mas posso adiantar que alocámos cerca de metade do orça-

carlos santos, country manager da orangina schweppes portugal

“Queremos aumentar quota de mercado todos os anos”

O patrocínio reflecte-se no naming da competição e na visibilidade da marca.

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» Destaque liga orangina

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Criada em 1936, a Orangina assume-se como uma das marcas mais importan-tes do portefólio da Orangina Schwe-ppes e uma referência a nível mundial no segmento de refrigerantes de frutas, com 500 milhões de consumidores espalhados por mais de 60 países.A Orangina Schweppes Portugal integra o Grupo Orangina Schweppes, uma empresa da Suntory Group. O seu portefólio conta com uma gama com-pleta de marcas líderes e insubstituíveis no mercado de sumos e refrigerantes com referências como o TriNa, Joi, Schweppes, Orangina, Champomy e La Casera.

A Orangina entrou no mercado por-tuguês com a sua icónica garrafa de vidro 25cl. em forma de bolha. Este ano lançou o formato Pet com 1,5L. Para poder ser saboreada, a marca aconselha o ritual Orangina agitando a garrafa, unindo a polpa ao sumo, despertando o sabor a fruta. Levemente gaseificada, Orangina reúne numa receita exclusiva uma mistura de vários citrinos em que a laranja é o sabor principal.

A ORANGINA O SABOR

mento de marketing disponível para a marca, o que atesta a nossa forte aposta neste patrocínio. Em termos de retorno temos metas traçadas bas-tante ambiciosas e culminarão na obtenção de uma quota de mercado relevante na categoria de bebidas refrigerantes de fruta com gás.

Com este novo enfoque, qual a estratégia de comunicação definida para o mercado português?A Orangina possui um conjunto de atributos que a tornam numa mar-ca única em todo o mundo. A sua fórmula original é inigualável, resul-tado de uma mistura perfeita entre o sumo de vários cítricos e a polpa, e que obteve desde logo o reconhecimento em Portugal do “Sabor do Ano 2010”. Também a sua garrafa icónica em forma de bolha, ima-gem de marca desde a sua origem, e o ritual de agitar a garrafa, gesto indissociável do produto, surgem como atributos únicos da Orangina.

O enfoque da estratégia de comunicação é o de realçar estes atri-butos e o de transmitir o facto de Orangina reunir o melhor de dois mundos: o sabor da fruta e o poder refrescante, tornando-a na melhor proposta do mercado.

Qual é a agência responsável pela imagem e assinatura da Liga Orangina no âmbito desta nova estratégia?A Santa Fé é a agência responsável pela identidade visual da Liga Orangina.

À data, que valores fazem parte do território Orangina? Com a associação ao futebol pretendem acrescer novos valores à marca?Os valores da nossa marca estão em perfeita sintonia com os valores do futebol. Orangina é uma marca espontânea, divertida, jovem e positiva que pretende “agitar” o dia-a-dia do consumidor através de uma experiên-cia refrescante e revigorante. O convívio e a emoção proporcionados pelo futebol encaixam perfeitamente na personalidade da marca, a par de uma cada vez maior preocupação em promover a prática do desporto entre os mais jovens num contexto de um estilo de vida saudável.

Quem são os consumidores da Orangina? Haverá mudanças a este nível?Tal como aqueles que são adeptos de futebol, também os consumido-res de Orangina atravessam todas as faixas etárias, classes sociais e tipos de perfis. Quer a paixão ao futebol, quer o consumo de Orangina, possui um carácter transversal a toda a população.

A Orangina foi lançada no mercado português no final do primeiro semestre de 2009. Qual evolução da marca em termos de volume de vendas? No seu primeiro semestre, a marca atingiu um volume de vendas su-perior a 600 mil litros correspondendo às expectativas que havíamos traçado para o lançamento.

Com a associação ao futebol, perspectivam um incremento de vendas até ao final do corrente ano. E de quanto, em 2011? O nosso objectivo é aumentar a quota de mercado todos os anos, tor-nando Orangina numa marca de referência no mercado português de Sumos & Refrigerantes.

A Orangina é a marca mais importante do grupo Orangina Schweppes a nível internacional. Há um ano em Portugal, já atingiu esse patamar no mercado português?O grupo possui um conjunto de importantes marcas consideradas insubstituíveis pelos consumidores, sendo Orangina uma delas. Em Portugal, a nossa companhia conta com marcas de grande prestígio e fortemente implantadas como TriNa, Joi, Schweppes e Champomy. Contamos que Orangina constitua mais uma estrela do nosso rico portefólio e que conquistará rapidamente uma posição de relevância.

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Centenário

HÁ 100 ANOS A IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA

VIVA A REPÚBLICA!

Dois especialistas na matéria contam como tudo aconteceu...A

implantação da Repú-blica, em 5 de Outubro de 1910, culminou um processo que remonta ao final do século XIX

e, em especial, aos seus últimos anos; período de condensação de um con-texto de crise multifacetada em que se inscreveu o colapso da Monar-quia constitucional e o rasgo do caminho, de certa forma inexorável, que conduziu à República. Recordem-se os acontecimentos em torno do ‘Ultimatum’ britânico, a onda de agitação que provocou e as seque-las que desencadeou, e a revolta republicana no Porto, a 31 de Janeiro de 1891, marcando o percurso que, a prazo, pôs termo ao primeiro li-beralismo português. Cenário de crise global, em que os republicanos encontraram a recta final do trajecto que conduziu à tomada do poder. A par da instante crise política, o generalizado mal-estar social, a crise económica e, com grande fragor, a derrocada financeira, compuseram esse quadro de catástrofe que os escritores finisseculares pressentiam e denunciavam impiedosamente. Tempo de passagem do século, tom propício à dramatização da ideia de crise e decadência, tal como ficou imortalizada na ficção de Eça de Queirós, que morreu precisamente em 1900, Teixeira de Queirós e Fialho de Almeida, ou na poesia de Guerra Junqueiro e António Nobre (também morto em 1900). Retra-

tos do País, feitos de testemunhos de desencanto, manifestos do espírito descrente e pessimista que entriste-ceu a Pátria. A par do tom negativista e derrotista, surgia, de forma cada vez mais estridente, a crítica incisiva da sociedade burguesa finissecular que

Abel Botelho denunciava em “Amanhã” (1901) ou, noutro palco, a ca-racterização feita por Oliveira Martins em “Portugal Contemporâneo”. Combinando com o tom de pessimismo decadentista, o contexto era propício ao descrédito, indelevelmente marcado pelo carácter inusita-do e dramático do ‘Ultimatum’ apresentado pelo Governo inglês de Lord Salisbury, fazendo jus à sonoridade trágica de “A Portuguesa” ou, entre outros textos, ao ritmo comovente de “Finis Patriae” de Junquei-ro. Tudo isso animava a vontade regeneradora e as aspirações republi-canas, procurando a interrupção e a alternativa ao percurso decaden-tista de que a monarquia surgia indissociável. Ao recém-criado Partido Republicano Português (1876), entre os demais defensores de uma so-lução política republicana, aliavam-se cada vez mais descontentes, en-grossando as fileiras do movimento republicano, num tom de crescen-te nacionalismo, aglutinando um conjunto alargado de pretensões, almejando, entre outras, a libertação da tutela estrangeira, a democra-tização política, a generalização do sistema escolar, a modernização

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económica e social. Na verdade, para lá do impasse político, o modelo de desenvolvimento económico da Regeneração vinha revelando si-nais de esgotamento, desembocando na profunda crise económica e financeira que assolou o país em 1890/1891. O modelo económico da Regeneração, face às limitações do seu próprio enunciado, confronta-va-se com as hesitações e as inércias da actividade económica de um País que, afinal, tardava em dar resposta aos desafios e às possibilida-

des da moderna expansão industrial e, em comparação com a situação internacional, entrara claramente em derrapagem. Portugal debatia-se à procura do seu ressurgimento, confrontado com as expectativas fa-lhadas e sob o trauma e a ameaça da bancarrota. O dinamismo que a política fontista imprimiu à construção de grandes infra-estruturas, embora tendo efeitos positivos, mas insuficientes até para a unificação do mercado interno, foi feito em grande medida através do recurso

constante ao aumento da dívida pública interna e externa e ao défice orçamental, o que, associando-se à deficitária balança comercial portu-guesa, acabou por arrastar a economia para uma difícil situação finan-ceira, colocando-a sob a perspectiva de uma falência generalizada. É certo, porém, que o período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial registou um crescimento razoável do sector industrial, tal como acon-teceu com a maioria das economias europeias mais atrasadas, mas circunscrito e longe de conseguir catapultar Portugal para o nível dos países industrializados da Europa. Globalmente, o País falhou em en-cetar um processo de industrialização e modernização económica e social semelhante ao que caracterizava os países europeus mais desen-volvidos, mantendo taxas de crescimento muitíssimo modestas, ao nível das mais baixas registadas pelos países europeus ao longo de todo o período entre 1870 e 1913. A verdade é que os vários governos da fase final da Monarquia, a braços com sucessivas crises políticas e financeiras, estavam praticamente paralisados: não tinham condições, nem meios, para definir uma estratégia de desenvolvimento económi-co nacional, nem conseguiam reunir, por isso, os meios indispensá-veis à sua concretização. A tudo isso somavam os efeitos da indefini-ção quanto ao percurso que devia presidir à condução dos destinos do desenvolvimento económico do País, e ampliava-se o debate que opu-nha, em termos de ideias, duas concepções contraditórias, que defen-diam caminhos diferentes, assentes na promoção da industrialização ou na primazia do quadro agrícola. O final de Oitocentos mostraria os limites do percurso desenhado. A difícil situação financeira em que o fontismo tinha deixado o País agravou-se num cenário de crise a que não foi estranha a situação internacional e, em particular, a crise cam-bial brasileira e a decorrente contracção das remessas dos emigrantes que permitiam compensar significativamente o quadro tradicional-mente deficitário das trocas portuguesas e, assim, ajudar a compor a situação financeira do País. Em Maio de 1891 foi decretada a suspen-são da convertibilidade, a que, em breve, em Junho, se seguiu o aban-dono do padrão-ouro. Falou-se de bancarrota e o público reagiu em pânico: entre Maio e Setembro de 1891 acorreu aos depósitos bancá-rios e à conversão de notas. O Banco de Portugal ficou sem reservas e outros bancos acabaram por suspender pagamentos. Os tempos eram de acentuada instabilidade e de grande agitação política e social. As tentativas de regeneração do regime monárquico, as humilhações ex-ternas e, sobretudo, a bancarrota do Estado constituíam o prenúncio da queda inexorável do regime. Em 31 de Janeiro de 1891 deu-se, no

Porto, a primeira revolta armada contra a Monarquia. A revolta teve o apoio de alguns militares e de muitos populares. Mas a guarda municipal, fiel à monar-quia, venceu os revoltosos. O número de mortos foi grande. A tendência revolucionária insta-lara-se; a agitação política e as

manifestações populares contra a Monarquia prosseguiram e aumen-taram durante o governo chefiado pelo regenerador dissidente João Franco, sobretudo desde que, em Abril de 1907, D. Manuel lhe conce-deu a ditadura. No dia 1 de Fevereiro de 1908, em Lisboa, deu-se então o atentado à família real, tendo sido mortos o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe. D. Manuel II, o outro filho de D. Carlos, tinha apenas 18 anos quando recebeu a coroa portuguesa. O jovem rei pro-

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A revolta teve o apoio de alguns militares e de muitos populares.

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Centenário

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curou o apoio de todos os partidos monárquicos, mas ser-lhe-ia impos-sível travar a onda republicana, até porque os próprios partidos monár-quicos dificilmente se entendiam, enquanto os republicanos se uniam e conspiravam…contra o rei e contra o derrube da Monarquia. Assim seria em 1910. Sob a pressão decisiva da Carbonária e o apoio da ala do Partido Republicano Português defensora do recurso às armas, os re-publicanos lançaram-se finalmente, após dois anos de controvérsias e hesitações, ao assalto do poder em Lisboa. O presidente do Conselho

de Ministros, Teixeira de Sousa, tinha sido avisado de que a Revolução estava à espreita. Havia perigo. Por toda a cidade de Lisboa as tropas estavam alerta. A 4 de Outubro de 1910, depois de jantar com o Presi-dente do Brasil, o rei, D. Manuel II, partiu para o Palácio das Necessi-dades, enquanto o seu tio e herdeiro da coroa, D. Afonso, seguia para a Cidadela de Cascais. Na véspera, dia 3, os chefes republicanos ti-nham reunido com urgência. Alguns temiam as tropas em alerta e, por isso, preferiam adiar a Revolução, mas o almirante Cândido dos Reis insistiu para que a Revolução prosseguisse. A revolução republi-cana iniciou-se em Lisboa na madrugada do dia 4 de Outubro de 1910. O movimento revolucionário partiu de pequenos grupos de conspira-dores – membros do exército e da marinha (oficiais e sargentos), al-

guns dirigentes civis e grande número de populares arma-dos. A revolução apoiava-se na revolta dos principais quartéis de marinheiros da capital (o Quartel de Marinheiros em Al-cântara e o Arsenal de Mari-nha, à Praça do Município), de três vasos de guerra fundeados no Tejo (Adamastor, São Rafael e, posteriormente, o cruzador Dom Carlos, navio almirante) de duas unidades do Exército (Infantaria 16 em Campo de Ourique e Artilharia 1 em Campolide) e na acção de mi-lhares de civis das “choças” car-bonárias indispensáveis ao controlo da cidade de Lisboa, sabotando as comunicações dos comandos monárquicos, cortando acessos por estradas e caminhos-de-ferro, emboscan-do as tropas fiéis nas ruas. Os acontecimentos revolucioná-rios concentraram-se, assim, em três teatros principais. Na

Rotunda, onde, após vários confrontos com a Guarda Municipal, os revoltosos se barricaram na madrugada de 4 de Outubro, a que, sob o fogo de Artilharia I e das cargas da Guarda Municipal, se foram jun-tando milhares de civis e de militares desertores sob o comando do membro da Alta Venda da Cabonária, comissário naval Machado dos Santos. Os revoltosos resistiram às tropas fiéis à monarquia, comanda-das a partir do Quartel do Carmo, aonde, no dia 5 de manhã, Machado dos Santos se dirigiu para aceitar a rendição do Alto-Comando monár-

quico. O segundo teatro foi o da linha do Tejo, em articulação com o Quartel de Marinhei-ros, e mais tarde com o Arsenal de Marinha. Não tendo conseguido, no dia 4, ocupar o Pa-lácio das Necessidades, os revoltosos, com o apoio da artilharia civil da carbonária nas ruas do bairro, combateram as forças milita-res fiéis à monarquia até que os navios Ada-

mastor e São Rafael bombardearam o Palácio Real das Necessidades, pondo em fuga a família real, primeiro para Mafra, depois, no dia 5 de Outubro, com destino a Gibraltar, embarcando na praia da Ericeira. Por fim, a rua, desde Alcântara até à zona oriental de Lisboa, onde os grupos carbonários combateram as forças fiéis. Apesar de alguma resistência e dos vários confrontos militares, o exército fiel à Monarquia não conseguiu organizar-se de modo a derrotar os revoltosos. A Revolução saiu vitoriosa. Na manhã do dia 5 de Outubro de 1910 foi proclamada a República em Portugal, a segunda na Europa, e anunciado o Governo Provisório das varandas da Câmara Municipal de Lisboa pela voz de José Relvas. Historiadora, Professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

Na manhã do dia 5 de Outubro de 1910 foi proclamada a República em Portugal.

visão do regicídio pelo diário francês le petit journal.dirigentes republicanos na câmara de Lisboa ao ser proclamada a república

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(c. 1095)

1495 1580-1640período filipino

1816 1890

(c. 1139/1143) 1185 1248

DO AZUL E BRANCO AO VERDE RUBRO

CENTENÁRIO DA REPÚBLICA PORTUGUESA

Para os Assírios, a romã simbolizava a vida. Os fenícios, os cartagineses, os romanos e os gregos tinham a romã, também, como fruto sagrado. A romã é desde a formação das maçonarias o símbolo da união maçónica. Cada romã representa uma loja e as sementes os maçons. Tem uma casca lisa numa coloração mista entre o vermelho e o verde, com manchas amareladas. As cores da bandeira nacional.

Foi a forte presença maçónica na revolução republicana, e influência nos anos que se seguiram, que marcaram a escolha das cores da bandeira verde-rubra. A polémica estalou nos primeiros anos da República, com as cores azul e branca conotadas com a monarquia, por oposição

ao vermelho e verde. A comissão que iria decidir as cores da nova ban-deira, formada a 15 de Outubro de 1910, integrou o pintor Columbano Bordalo Pinheiro – que viria a ser o autor do desenho – o romancista Abel Botelho, o jornalista João Chagas e dois destacados combatentes da revolução de 5 de Outubro. Os antecedentes históricos recordam a presença de bandeiras vermelhas e verdes na Guerra da Independên-cia, nos Descobrimentos Marítimos ou na Guerra da Restauração, mas o que se sabe é que a bandeira içada na Câmara Municipal do Porto na manhã de 31 de Janeiro de 1891, símbolo da revolta republicana, era

verde e vermelha.A polémica das bandeiras levou a artigos inflamados do próprio Pre-

sidente da República, Teófilo Braga, que defendia o verde-rubro, e de partidários do azul e branco como o poeta Guerra Junqueiro. Não por-que defendesse a monarquia, mas porque considerava que “o Campo azul e branco permanece indelével. É o firmamento o mar o luar, o sonho dos nossos olhos o êxtase eterno das nossas almas”. De resto, conclui, “a coroa do Rei, coroa de vergonhas, já o não envilece, o não vislumbra. No brasão dos sete castelos e das quinas erga-se de novo a esfera armilar da nossa glória...”.

Teófilo Braga, por seu lado, insistiu, com sucesso, que “para justifi-car as cores republicanas, temos a cor vermelha da conquista do Algar-ve, em que se integrou o território português, e a cor verde do pendão vencedor em Aljubarrota, que reivindicou a autonomia de Portugal”.

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Consta que a aprovação do novo símbolo da nação, a 29 de Novem-bro de 1910 na Assembleia Nacional Constituinte, passou com a maio-ria de um voto. Lapidar, no que respeita ao fraccionamento da vida política portuguesa à época.

A resposta republicanaApesar das sublevações no final do século XIX, foi o assassinato do Rei D. Carlos a 1 de Fevereiro de 1908 que marcou o final da monarquia e a instauração da República dois anos depois. Eduardo Fernandes (com o pseudónimo Esculápio) escrevia no jornal ‘O Século’ que “testemu-

nhas presenciais da ocorrência vimos, quando a carruagem real avan-çava, no passo regular dos cavalos, em frente do último arco da arcada do ministério da fazenda, onde há um quiosque e costuma estar um engraxador, sair de entre a turba, armado com uma revólver, um rapaz bem vestido, tipo de operário, trajando um pouco à Marialva. Esse in-divíduo avançou para a carruagem, subiu-lhe às traseiras e disparou contra o senhor D. Carlos um tiro que o alcançou no lado esquerdo do tórax. Ao mesmo tempo, a rainha ergueu-se soltando, com os dois filhos, um enorme grito de dor, e, levantando a mão direita, começou, com o ramo de que atrás falámos, a brandi-lo sobre o agressor, que dis-parou segundo tiro, indo alcançar o monarca pelas costas. O senhor D. Carlos levou as mãos à cabeça e tombou imediatamente sobre o lado direito, enquanto várias pessoas caíram sobre o regicida. Este tombou no chão e ainda disparou um terceiro tiro, que se perdeu, ficando de-pois morto por uma bala com que o alvejaram.

Enquanto isto se passava, um indivíduo alto, de bigode e barbas ne-gras, que se achava postado junto ao ministério do reino, tirou debaixo do capote uma carabina e, avançando para a carruagem, cujo cocheiro, desvairado, tocava os cavalos, disparou um tiro sobre o príncipe real, atingindo-o na face, tiro que foi logo seguido de um outro, que o al-

cançou no peito”. O regicídio descrito por Esculápio, a subjugação de Portugal aos inte-

resses britânicos, a instabilidade política e social, os gastos relatados pu-blicamente da família real, o poder da igreja e a ditadura de João Franco, precipitaram a proclamação da República às 9 horas da manhã do dia 5 de Outubro de 1910 na varanda da Câmara Municipal de Lisboa.

Entre os desacatos e greves, assassinatos e tentativas de revolta do primeiro ano da República, Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue, assumiu a primeira presidência constitucional de Portu-gal a 24 de Agosto de 1911. Joaquim Madureira, jornalista do “Intran-

sigente”, descrevia o momento da tomada de posse no Parlamento que “o entusiasmo cres-ce. Há o delírio: os olhos que se marejam de lágrimas, gargantas que enrouquecem e nas galerias as damas de pé, esgarçando as luvas, como que feridas também pela insânia colec-tiva do vivório nacional, ali levado ao rubro, gesticulam e berram, com os esganiçamentos

da voz alfacinha, dando as notas altas e estrídulas da triunfal aclama-ção…”.

Religião e EstadoA instabilidade política e social não abrandou e a I Grande Guerra ajudou aos anos turbulentos da jovem República. Todavia, algumas das reformas e alterações profundas na sociedade portuguesa que se seguiram marcaram até aos dias de hoje o rosto de Portugal da moder-nidade. Num país onde a taxa de analfabetismo chegava aos 75%, não se estranhou que uma das primeiras iniciativas fosse a criação de um Ministério da Instrução Pública que reunia a educação moral e física, o ensino primário, ensino secundário, ensino superior, ensino técni-co, belas artes e investigação científica e relações culturais. A primeira tentativa da criação deste ministério, ainda durante a monarquia, foi em 1870, onde esteve D. António da Costa apenas 69 dias. Foi extinto e voltou a surgir em 1890, mas durou apenas dois anos para finalmen-te ser reactivado em 1913. Anteriormente, todas as escolas, do ensino primário ao ensino superior, estavam sob a alçada do Ministério do Interior, com excepção da Escola de Medicina Veterinária e do Insti-tuto Superior de Agronomia, dependentes do Ministério do Fomen-

Algumas das reformas e alterações marcaram até aos dias de hoje o rosto de Portugal.

O directório do partido republicano preparando-se para proclamar o novo regimeafonso costa discursando num comício republicano no porto (1908)

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to. Havia ainda outras instituições na dependência dos ministérios da Guerra e da Marinha.

Numa altura de guerra aberta entre laicidade e cristianismo, o go-verno provisório fez publicar a 20 de Abril de 1911 a Lei da Separação das Igrejas do Estado que determinava que “a religião católica apos-tólica romana deixa de ser a religião do Estado e todas as igrejas ou confissões religiosas são igualmente autorizadas, como legítimas agre-miações particulares, desde que não ofendam a moral pública nem os princípios do direito político português”. Foi assim que a lógica polí-tica levou, a 23 de Outubro de 1910, à abolição do ensino da religião católica nas escolas.

Segue-se a lei do divórcio publicada por decreto a 3 de Novembro de 1910, onde se escreve que o casamento se dissolve “pela morte de

um dos conjugues” ou “pelo divórcio”. A lei permitia que houvesse divórcio litigioso e por mútuo consentimento. No primeiro caso eram consideradas causas legítimas “o adultério da mulher, o adultério do homem, a condenação efectiva de um dos cônjuges, as sevícias ou as injúrias graves, o abandono completo do domicílio conjugal por tempo não inferior a três anos, a ausência, sem que do ausente haja notícias, por tempo não inferior a quatro anos, a loucura incurável quando de-corridos, pelo menos, três anos sobre a sua verificação por sentença, a separação de facto, livremente consentida, por dez anos consecutivos, qualquer que seja o motivo dessa separação, o vício inveterado do jogo de fortuna ou azar e doença contagiosa reconhecida como incurável, ou uma doença incurável que importe aberração sexual”.

Novas Leis, novos paradigmasUma profusão de novas leis, alterações e aditamentos às anteriores, marcaram os primeiros anos da República e alteraram definitivamente o panorama legislativo português. Entre centenas de decretos, leis e portarias, o Ministério do Fomento proibiu o emprego de menores de dezasseis anos como operários, foi decretada a alteração do juramento dos indivíduos alistados no Exército, a regulamentação da greve, o ca-samento como contrato civil, lei da protecção dos filhos que define os filhos legítimos, ilegítimos e perfilhados, a criação da Direcção-Geral de Saúde, a criação do Registo Civil e do respectivo Código do Registo Civil, a promulgação da lei de criação das novas universidades e facul-dades e instituída a Lei do recrutamento.

Os republicanos substituem, em 22 de Maio de 1911, o Real pelo Es-cudo, promulgam o regulamento do trabalho indígena nas colónias por-tuguesas, aprovam o regimento da Assembleia Nacional Constituinte, e definem o Governo em Portugal como “República Democrática”.

Nos meses e anos que se seguiram, governos provisórios e, posterior-mente constitucionais, criaram o Ministério das Colónias, promoveram a entrada em vigor, em 25 de Novembro de 1911, da Constituição da República Portuguesa, apresentaram a nova Lei do crédito agrícola e ins-

tituíram o direito à assistência clínica, medicamentos e indemnização para os operários e os empregados vítimas de acidentes no trabalho. A Lei que fixou o período máximo de trabalho diário e semanal nas em-presas e indústria, respectivamente em dez e sessenta horas, entrou em vigor, assim como a Lei eleitoral que incluiu o voto das mulheres. Tudo isto a par da criação do Ministério do Trabalho e Previdência Social, da publicação das cartas orgânicas das colónias portuguesas e da criação do Ministério das Subsistências e Transportes.

Palco mundialA par da reformulação das leis, a primeira Grande Guerra transfor-mou-se no palco internacional da I República em Março de 1914, al-tura em que a Alemanha declara a guerra a Portugal. O governo bri-

tânico convidou Portugal a integrar os aliados e é formado em Tancos, sob o comando do general Norton de Matos, o Corpo Expedi-cionário Português, composto por 30 mil ho-mens. Apesar de ter sido dos primeiros países a abolir a pena de morte, durante este período foi votada esta medida de execução penal em situação de guerra.

A 11 de Novembro de 1918, o Armistício proposto pelos aliados é aceite pela Alemanha e em Janeiro de 1919 inicia-se a Conferência de Paz, em Versalhes, França. A delegação por-tuguesa é chefiada pelo “Nobel” Egas Moniz. A participação portugue-sa na guerra concluiu-se em Julho de 1919 com o desfile de 400 ho-mens de infantaria, sob o Arco do Triunfo, na festa da vitória, em Paris.

UltimatumÉ neste período da guerra que um jovem artista, José Sobral de Al-mada Negreiros, poeta futurista, colaborador do Estado Novo, que se seguiria em 1928 aos governos da república, escreve um ‘ultimatum’ às gerações futuras do século XX.

Almada declara que não pertence a nenhuma das gerações revolu-cionárias. “Eu pertenço”, escreveu, “a uma geração construtiva”. O tex-to que apela à reacção e ao inconformismo dirige-se aos jovens a quem confessa que “não tenho culpa nenhuma de ser português, mas sinto a força para não ter, como vós outros, a cobardia de deixar apodrecer a pátria”. Recorda que “foi sem dúvida a República portuguesa que pro-vou conscientemente a todos os cérebros a ruína da nossa raça”, mas acrescenta que “o dever revolucionário da República portuguesa teve o seu limite na impotência da criação”.

Almada Negreiros defende que a guerra “é a grande experiência. Contra o que toda a gente pensa a guerra é a melhor das selecções porque os mortos são suprimidos pelo destino, aqueles a quem a sorte não elegeu, enquanto os que voltam têm a grandeza dos vencedores e a contemplação da sorte que é a maior das forças e o mais belo dos optimismos. Voltar da guerra, ainda que a própria pátria seja vencida, é a Grande Vitória que há-de salvar a Humanidade”.

Defensor do regime que viria a ser liderado por António Oliveira Sa-lazar, Almada Negreiros termina o seu desabafo num misto de apelo, ironia e desalento: “O povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem, Portu-gueses, só vos faltam as qualidades”.

Mário Freitas

Novas leis, alterações e aditamentos às anteriores marcaram os primeiros anos da república.

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Especial brasil

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Depois do encerramento do Campeonato do Mundo na África do Sul, em Julho deste ano, é altura do Brasil começar a preparar-se para ser palco de alguns dos grandes eventos internacionais que vão decorrer entre 2014 e 2016, entre os quais a Copa do Mundo 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. Estes megaeventos são uma oportuni-dade de promoção do país como destino turístico que muitos anos de campanhas publicitárias em todo o mundo não seriam capazes de oferecer. Desta forma, o Brasil pode ganhar condições de atingir um novo patamar na sua promoção como destino turístico global.Para enfrentar este desafio, o Ministério do Turismo (MTur), através da Embratur, apresentou um plano que define estratégias, metas e objectivos de marketing internacional do turismo brasileiro e as acções a serem implementadas na próxima década. Este plano tem em vista impulsionar a economia, transformar cidades e mudar ou melhorar a sua imagem como destino turístico a partir de uma ex-posição obtida antes, durante e depois da realização de um evento. Devido às dimensões destes eventos, ao grande número de visitan-tes que envolverão e às exigências técnicas de um evento transmiti-do para todo o mundo, os próximos anos serão marcados por fortes

processos de preparação e avultados investimentos, tanto pelo sector público como por empresas privadas.De acordo com o Ministério do Turismo brasileiro, para 2020, as metas numéricas mais importantes para o decénio 2010-2020 pas-sam por aumentar em 113% o turismo internacional, chegando a 11,1 milhões de visitantes estrangeiros no final da próxima década, aumentar em 304% a entrada de divisas com os gastos dos estran-geiros no Brasil e aumentar em 500 mil os turistas no Brasil, no ano da Copa 2014; e em 15% em 2016, ano dos Jogos Olímpicos Rio 2016, em relação ao ano anterior.A Embratur produziu um ‘kit’ de material promocional e informati-vo para as cidades-sede que vão receber a Copa,que está a ser usado em diversos países desde o passado mês de Julho.As 12 cidades sede que vão abrigar os jogos da Copa do Mundo já fazem parte dos 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento Turís-tico Regional, que são o foco da actuação do MTur desde 2007. O objectivo é estruturá-los para atingir o padrão de qualidade interna-cional, estimulando a maior permanência do turista antes, durante e após a Copa 2014.

BRASIL ACOLHE MEGAEVENTOS ENTRE 2014-2016

TURISMO

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Cidades da Copa do Mundo 2014Em colaboração com a EMBRATUR

BELO HORIZONTEOURO PRETOAssim como a nossa selecção, Ouro Preto tem um título que nos orgulha a todos: Património Cultural da Humanidade, designação conce-dida pela UNESCO para que se preserve um dos mais ricos conjuntos arquitectónicos do Brasil. A 100 km de Belo Horizonte, a cidade enriqueceu pela descoberta de ouro nas serras mineiras no século XVIII, levando à construção de casarões, igrejas e palácios que estão con-servados até hoje. E valem a pena ser visitados. Mas não é só de história que vive Ouro Preto. Nos fins de semana e feriados prolongados, a cidade enche-se de visitantes, que desfrutam de festas, dos óptimos restaurantes e da hospi-talidade do povo mineiro. Um passeio que, literalmente, vale ouro.

TIRADENTESNão é só nos campos de futebol que os brasi-leiros lutam pelo seu país. Um bom exemplo foi Tiradentes, o principal personagem da Inconfidência Mineira, movimento político que lutava pela independência do Brasil, no século XVIII. A cidade que recebeu o nome de tão ilustre brasileiro preserva, até hoje, as belezas do barroco, esculpidas em casarões, fachadas, igrejas, casas de telhas coloniais e paredes de adobe. Além disso, Tiradentes celebra os mais famosos carnavais do Brasil, com os seus blocos de rua e bandas a tocar marchinhas antigas. E também tem o imperdível Festival Internacional de Cultura e Gastronomia, com chefes de todo o mundo a apresentar as suas receitas.

DIAMANTINADiamante tem tudo a ver com futebol. Quem não se lembra do genial Leônidas da Silva, o Diamante Negro, imortalizado como o inventor do golo de bicicleta? Pois a cidade mineira de Diamantina, a 290 km de Belo Horizonte, levou esse nome devido à abundância dessa pedra preciosa, no século XVIII. A riqueza transfor-mou a cidade num palco de acontecimentos importantes no período colonial, conservando os traços dessa época até hoje, que se reflectem na arquitectura e nos monumentos. Mas as belezas naturais também estão ao seu redor, como as lindas cachoeiras e trilhas. As serestas são muito populares na cidade, tornando as noites de luar muito mais românticas.

SÃO JOÃO DEL REYO antigo e o moderno, tal e qual uma equipa de novatos e veteranos, convivem em São João Del Rey. A urbanização do século XX não prejudicou a história dessa cidade que começou como uma vila mineradora e participou activamente da corrida pelo ouro e pedras preciosas há 200 anos atrás. Hoje, as festas religiosas são marcas registadas da cidade, como a Festa do Senhor Bom Jesus dos Passos e a Sema-na Santa, que atraem milhares de pessoas todos os anos. Os museus também abrigam a história ferroviária do País, onde se encontra a locomotiva número 1 do Brasil, construída no século XIX.

MARIANAO nome da cidade foi uma homenagem a

Dona Maria Ana D’Áustria, mulher de D. João V. Daqui saíram grandes talentos do país, entre pintores, poetas e escritores. Mariana fica no Circuito do Ouro, na zona turística central mineira, com muitos casarões, praças e igrejas que contam a história do Brasil. Uma visita im-perdível é a Mina da Passagem, onde é possível vivenciar a saga dos homens que procuravam ouro em Minas Gerais, nos séculos passados. O local tem amplos salões, 30 Km de túneis e lagos subterrâneos.

CONGONHAS A riqueza de Congonhas, no século XVIII, atraiu muita gente. Mais ou menos como os futuros ta-lentos do futebol atraem os olheiros dos grandes clubes. Pois era naquela região que se achavam pepitas de ouro do tamanho de batatas, na famo-sa lavra chamada Batateiro. Em 1796, também chegou por ali o famoso escultor Aleijadinho, que deixou a manifestação da sua arte em várias obras. Além de várias outras esculturas, a cidade abriga os 12 profetas feitos pelo artista em pedra-sabão, considerado o mais famoso conjunto de estátuas barrocas do mundo.

BRASÍLIACHAPADAS DOS VEADEIROSPara vencer um jogo de futebol, alguns acredi-tam precisar de energias especiais. Para os eso-téricos, parte dessa força sobrenatural pode ser encontrada nos cristais de rocha que afloram do solo da Chapada dos Veadeiros, a 250 km de Brasília. A sua paisagem é repleta de belos vales, cachoeiras, cânions e montanhas. A vege-

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» Especialtação é rica e variada, com matas ciliares, campos cerrados e cerrados abertos típicos. Um dos locais mais incríveis da Chapada é o Vale da Lua, com rochas esbranquiçadas e piscinas naturais formadas entre buracos e minigrutas. Uma paisagem lunar que faz a imaginação voar longe.

PIRENÓPOLISSituada entre Goiânia e Brasília, Pirenópolis foi tombada pelo Património Histórico Nacional em 1988. A cidade mantém, ainda hoje, casarões do século XVIII, igrejas e museus, todos permeando o Rio das Almas, muito procu-rado para a prática de ‘rafting’. A Festa do Divino Espírito Santo e as Cavalhadas são as manifestações populares mais famosas da cidade, um teatro ao ar livre que repre-senta a luta medieval entre cristãos e mouros montados a cavalo, atraindo quase 15 mil pessoas todos os anos. A gastronomia também é ponto marcante no local, com muitos restaurantes e bares para todos os gostos.

JALAPÃOJalapão tem uma paisagem de cinema e é repleto de ani-mais velozes, como os atacantes que partem em direção ao golo. Lobos-guará, veados-campeiros, onças-pintadas e outras espécies embrenham-se na vegetação típica do cerrado para fugir do sol inclemente. Mas, apesar do calor, a região tem muitos rios perenes, com águas transparen-tes e ainda puras. Os chapadões de arenito, com mais de mil metros de altura, dominam a paisagem, formando um belíssimo espectáculo ao pôr-do-sol.

CIDADE DE GOIÁSPercorrer as ruas da Cidade de Goiás é como uma viagem no tempo. A cidade guarda um património arquitectónico e cultural dos mais ricos do País. As suas ruas tranquilas mantêm a calçada original de pedra e os prédios históricos do século XVIII mostram uma arquitetura simples, com algumas influências barrocas. A sua mais ilustre moradora, a poetisa Cora Coralina, teve a casa transformada em mu-seu. Uma grande tradição do local são os alfenins, doces de origem portuguesa, preparados com açúcar e polvilho, aos quais são dados simpáticos formatos de animais. Uma delícia para todas as horas.

PARQUE NACIONAL DAS EMASA ema é a maior ave brasileira, possuindo pernas fortes como a dos melhores jogadores de futebol. O Parque Nacional das Emas foi criado para preservar esse animal e proteger um dos ecossistemas mais frágeis do Brasil. O parque fica a 434 km de Goiânia, com formação bastante diversificada de Cerrado e com riquíssima variedade de flo-res, plantas e animais, além de belíssimas paisagens. São 132 mil hectares de reserva com cachoeiras, corredeiras e fauna e flora riquíssimas. Para visitar o Parque é preciso um guia credenciado pelo IBAMA.

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GOIÂNIAGoiânia é como uma equipa jovem que chega longe no campeonato, surpreendendo a todos. Fundada em 1935 e inicialmente projectada para 45 mil habitantes, já superou em muito as expectativas de seus idealizadores. Hoje é uma capital dinâmica e moderna, com uma comple-ta rede hoteleira, muitos bares e restaurantes, fazendo da sua vida nocturna uma garantia de diversão para todos os gostos. A cidade já figurou duas vezes entre as capitais brasileiras com melhor Índice de Qualidade de Vida, com uma urbanização estruturada, ruas limpas e abundância de áreas verdes.

CUIABÁPANTANAL NORTEO coração do Brasil acolhe mais que o escudo na camisa da seleção. Ele também abriga a maior planície alagada do planeta e a terceira maior reserva ambiental do mundo: o Pantanal. São 230 mil quilómetros quadrados, abrangen-do 12 municípios dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Pela sua complexidade, foi dividido em Pantanal Sul e Norte. Na parte norte fica o Parque Nacional do Pantanal, criado em 1981 e reconhecido como Reserva da Biosfera Mundial pela UNESCO. Para conhecer a reserva é preciso ir de barco, com o acompa-nhamento de um guia e autorização prévia do IBAMA.

PANTANAL SULO Pantanal tem o tamanho do amor dos brasileiros pelo seu ‘team’. São 230 mil metros quadrados dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Por sua complexidade, foi dividi-do em Pantanal Norte e Sul. Na parte sul, uma de suas principais atrações é a Estrada Parque do Pantanal, com 117 km em estrada de terra e 87 pontes de madeira, ligando Corumbá ao Buraco das Piranhas. No caminho, é possível observar jacarés, capivaras, araras, veados e sucuris. Um espetáculo que mostra a riqueza da fauna brasileira num dos maiores ecossiste-mas do mundo.

BONITOO nome dessa cidade é como o jeito brasileiro de jogar bola: bonito. A 280 km de Campo Grande (capital do Mato Grosso do Sul), Bonito surpreende pelos seus rios de águas cristalinas repletos de peixes, cachoeiras e grutas, que

atraem visitantes de todo o mundo. A cidade adoptou um sistema de turismo que visa pre-servar o meio ambiente. Por isso, só é possível conhecer os rios, matas, cavernas e lagos com o acompanhamento de guias credenciados pelas agências. Para evitar impactos negativos na natureza, há um número limitado de visitas por dia. Então reserve o seu passeio e venha apreciar toda essa beleza.

ALTA FLORESTAA observação de pássaros é uma actividade muito practicada em Alta Floresta, a 819 km de Cuiabá. Com mais de 570 espécies de aves catalogadas e novas sendo descobertas todos os anos, a cidade é constantemente visitada por famosos ornitólogos e observadores de aves do mundo todo. Um dos principais pontos turísticos da Amazónia, Alta Floresta conta com comércio moderno e boa estrutura hoteleira, incluindo hotéis de selva, que recebem aventu-reiros interessados na experiência de apreciar a natureza no seu estado virgem.

CHAPADA DOS GUIMARÃESO Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, a 55 km de Cuiabá, foi criado em 1989 para proteger as enormes formações rochosas de arenito e as muitas quedas d´água da região. São 33 mil hectares com mais de 50 mil sítios arqueológicos com pinturas rupestres e fósseis de animais pré-históricos. Durante a caminhada pelas suas matas, é possível encontrar vegeta-ção virgem, com flores de todas as cores e mui-tos frutos. A cachoeira Véu de Noiva é o cartão postal do lugar, que fica aberto ao público das 8h às 17h, durante o ano todo.

CURITIBAFOZ DO IGUAÇU Foz do Iguaçu fica na fronteira do Brasil com Paraguai e Argentina, ajudando a formar um dos maiores pólos de turismo cultural da América do Sul. Na cidade ficam as famosas Cataratas do Iguaçu, com 275 cachoeiras de cerca de 60m, que atraem turistas de todos os lugares. Entre as suas atracções estão a Garganta do Diabo e o passeio de barco pelas corredeiras no emocionante Macuco Safári. Foz do Iguaçu também abriga o Parque Nacional do Igua-çu, uma das mais belas reservas ecológicas do planeta, com 225 mil hectares, e a Hidre-

létrica de Itaipu, a maior do mundo na sua categoria.

ILHA DO MELA Ilha do Mel fica a 95 km de Curitiba, no distrito de Paranaguá. Possui inúmeras praias e trilhas, além de interessantes locais históricos para visitar, como a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, construída no século XVIII, e o Farol das Conchas (século XIX). O acesso à ilha é feito de barco, num passeio onde se pode apreciar a beleza do oceano e dos animais que habitam o lugar, como o papagaio-chuá, que está em extinção e voa livremente por ali. A tranquilidade da Natureza contrasta com a agitada vida noturna, que tem sempre muito ‘reggae’, forró, ‘rock’ e música ao vivo para todos os gostos.

FLORIANÓPOLISAs belezas da ilha de Florianópolis, capital de Santa Catarina, atraem milhares de turistas todos os anos, principalmente da América do Sul. Ali estão praias dos mais variados tipos: extensas, pequenas, com ondas fortes, com mar calmo, urbanizadas, desertas, familiares ou com muita agitação. A cidade é o paraíso dos surfistas, sendo sede de uma das etapas do Campeonato Mundial de Surf (WTC). Também conta com excelente rede de hotéis e restau-rantes e com uma vida nocturna repleta de óptimas opções de diversão.

BALNEÁRIO CAMBORIÚO Balneário Camboriú fica no estado de Santa Catarina e é como uma equipa cheia de craques, com atracções por todos os lados. Belíssimas paisagens naturais, ondas perfeitas para os surfistas, agitada vida noturna e até uma praia naturista, com toda a privacidade e infra-estruturas necessárias. Quem visita a cidade encanta-se com o tradicional passeio de teleférico, ligando as praias Central e Laranjei-ras. A rede hoteleira conta com mais de cem ho-téis e pousadas para atender a todos os gostos e bolsos. O calçadão iluminado acrescenta mais charme aos passeios noturnos, fazendo da visita a Camboriú um evento inesquecível.

GAROPABANos anos 70, enquanto o Brasil comemorava seu recente tricampeonato de futebol, Ga-ropaba, a 91 km de Florianópolis, em Santa Catarina, foi descoberta por “mochileiros” que

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» Especialpassaram a acampar por ali e atrair cada vez mais visitantes. Actualmente, a cidade recebe turistas que procuram as belas praias, a culinária típica e os ‘points’ badalados da praia do Ferrugem. Garopaba também é famosa no mundo todo por receber, anualmente, a visita das baleias francas, que chegam para reproduzir e amamentar as suas crias entre os meses de Julho e Novembro.

URUBICIBrasileira com ares europeus, como os jogadores verde-ama-relos que vão para os clubes estrangeiros. Assim é Urubici, na serra catarinense. Cercada por morros, vales e cachoei-ras – que chegam a receber neve – a cidade tem registada a temperatura mais baixa marcada pelos termómetros no Brasil: -17,8oC, em 1996. Urubici, também conhecida como Terra das Hortaliças, pela diversidade da produção local, tem a sua arquitectura, culinária e costumes marcados pela colonização europeia, que ocorreu no século passado.

FORTALEZAJERICOACOARAPassear pelas dunas de Jericoacoara, a 310 km de Fortaleza, é uma aventura inesquecível. A cidade tem costões rochosos, coqueirais e mar com águas incrivelmente azuis. Com ruas sem calçada, conserva o encanto e a rusticidade de uma vila de pescadores. Os turistas podem alugar ‘buggys’ para andar pelas dunas, conhecer e extenso litoral e velejar nas límpidas lagoas. À noite, é a vez de provar os incríveis frutos do mar que os restaurantes oferecem e entrar pela madrugada ao som do contagiante forró. É preciso fôlego de atleta para tanta diversão.

CANOA QUEBRADAVisitar Canoa Quebrada é como o treino antes do jogo de futebol. Existem muitas actividades para se fazer, como os passeios de ‘buggy’ pelas dunas, descidas de ‘skibunda’, jangadas, cavalos, parajipe e banana-boat. A vida noturna é bem agitada, com muitas discotecas que funcionam até de madrugada. A rua principal da cidade, que fica a 167 km de Fortaleza, chama-se Broadway e concentra uma boa parte das novidades e atracções do local. Por sua vez, a praia conserva trechos sem casas ou barracas, mantendo o clima bucólico dos anos anteriores aos turistas.

SÃO LUÍSSão Luís, capital do Maranhão, foi fundada pelos franceses, que deixaram marcas na cidade, como o belo Palácio Ravar-dière e toques refinados na culinária. Mas as principais características de São Luís foram mesmo deixadas pelos portugueses, como os casarios azulejados e tradições ibé-ricas, a exemplo do Bumba-meu-Boi, o Tambor de Crioula e o Arraial. Em 1997, a cidade recebeu o título da UNESCO de Património Cultural da Humanidade, um reconhecimen-

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to à preservação de seu magnífico conjunto arquitectónico colonial. Além da história, São Luís também oferece ao visitante praia de águas mornas e uma culinária com deliciosos frutos do mar.

LENÇÓIS MARANHENSESA 272 km de São Luís, o local é um mar de dunas com paisagens impressionantes, feitas de inúmeras lagoas de águas azuis e verdes que, durante o período das chuvas, contrastam com as dunas de areias brancas que podem atingir 40 metros de altura. Nas praias podem ser vistos caranguejos e tartarugas marinhas, enquanto as lagoas recebem as visitas de aves migratórias, como o Maçarico, a Marreca-de-asa-azul e o Trinta-Réis, que param ali para des-cansar. Também é possível sobrevoar a região em voos panorâmicos, onde se vê a imensidão das dunas brancas entrecortadas pelas lagoas coloridas. Um espetáculo cinematográfico e único.

CUMBUCOAssim como uma dupla de ataque e o seu centroavante, Cumbuco tem três lagoas como atracções principais: Lagoa da Banana (a mais badalada), ideal para desportos náuticos e de motor; Lagoa do Cauípe, frequentada por aman-tes do ‘offroad’, ‘windsurf’ e ‘kitesurf’; e a Lagoa do Parnamirim, incrustada no meio de belas dunas. Por ali há ‘skibunda’, passeios de jegues, cavalos e muita diversão para adultos e crian-ças. A boa rede hoteleira e a culinária à base de frutos do mar garantem o conforto dos turistas que enchem a cidade, a 35 km de Fortaleza.

PARQUE NACIONAL DA SERRA DA CAPIVARAO Parque Nacional da Serra da Capivara tam-bém abriga um dos maiores tesouros arque-ológicos do mundo: milhares de inscrições pré-históricas, com idades de 6 a 12 mil anos, gravadas em paredões de rocha. As pinturas representam aspectos do dia-a-dia, rituais e cerimónias dos antigos habitantes da região. As visitas ao parque, que fica a 510 km de Teresina, capital do Piauí, podem ser feitas durante todo o ano. Mas a contratação de um guia credencia-do é obrigatória.

MANAUSFLORESTA AMAZóNICAA Floresta Amazónica, conhecida como pulmão

do mundo, tem vital importância para o equilí-brio do nosso planeta, com os seus mais de 5 milhões de quilómetros quadrados, correspon-dendo a 42% do território brasileiro. Para os turistas, conhecer esse ecossistema é uma ex-periência única. Os hotéis de selva, conhecidos por ‘lodges’, transmitem ao visitante a sensação de habitar na floresta, com programas noturnos para focagem de jacarés, cujos olhos brilham com a luz das lanternas. Uma experiência de tirar o fôlego.

PARINTINSEm Parintins, situada na ilha de Tupinam-barana, a 420 km de Manaus, o coração e a “torcida” dos moradores é dividida entre os bois Garantido e Caprichoso. Daí surgiu uma das maiores festas populares do Brasil: o Festival Folclórico de Parintins, que acontece, todos os anos, no último final de semana de Junho. Na arena do Bumbódromo, os bois apresentam um grandioso espetáculo de dança, música, drama e efeitos especiais, com mais de 40 mil espectadores diários. No Festival, reúnem-se artesãos, músicos, poetas e artistas que garantem o brilho dessa festa mundialmente famosa.

ILHA DE MARAJÓA Ilha de Marajó é a maior ilha fluvio-marinha do mundo, com 50 mil km2 de belezas natu-rais. É cercada pelo Oceano Atlântico e pelos rios Amazonas e Tocantins. É ali que acontece o mundialmente famoso espectáculo da po-roroca, fenómeno em que ondas gigantescas são formadas pelo encontro das águas do rio com as do mar. Na ilha também há o maior rebanho de búfalos do Brasil, cuja carne é base de alguns pratos típicos da região. Além disso, os animais são muito utilizados para transporte, tanto no campo, quanto na cidade. A cerâmica marajoara é outra atracção local, com beleza e requinte únicos que encantam todos os visitantes.

PARQUE NACIONAL DA SERRA DO DIVISORCom mais de 846 mil hectares, o Parque Nacional da Serra do Divisor fica no estado do Acre, guardando vários dos tesouros naturais brasileiros. A maior parte da sua área é coberta por espécies vegetais como o juá, a castanha-de-periquito, o taperebá e o inharé, entre outras. Uma de suas grandes atracções é a cachoeira Formosa, composta por três quedas

sequenciais de 6, 7 e 6 metros. Para visitar o parque é necessária uma autorização prévia do IBAMA.

ALTER DO CHÃOConhecer Alter do Chão é como marcar um golo que impressiona os adeptos. Chamada de Caribe Brasileiro, é uma vila turística a 32 km de Santarém, no Pará, às margens do Rio Tapajós. As praias da região, já escolhidas como algumas das melhores praias fluviais do mundo, têm águas cristalinas e esverdeadas, algumas de fácil acesso e outras comple-tamente isoladas. O local também oferece cachoeiras, florestas e inusitadas formações rochosas, ideais para desportos de aventura, como ‘trekking’ e canoagem. Para quem gosta de pesca, há saídas diurnas e nocturnas em barcos fretados.

BELÉMBelém atrai a atenção por diversos motivos: as frutas deliciosas, os traços marcantes da cultura indígena, as construções arquitectónicas e uma cultura popular riquíssima. Um passeio pela cidade pode conduzir o viajante a uma viagem no tempo, com casarões do século XVII e obras que simbolizam a riqueza dos tempos áureos da borracha, como o Teatro da Paz e a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. O maior atractivo da cidade é o Mercado Ver-O-Peso, um grande mercado que mistura cheiros, cores e sabores de mais de duas mil barracas de “camelôs”. Uma visita marca em todos os sentidos.

NATALJOÃO PESSOAJoão Pessoa, capital da Paraíba, é uma das mais antigas cidades do Nordeste. Ao longo dos seus 424 anos, soube guardar muito bem os seus tesouros históricos, como troféus que uma equipa de futebol conquista ao longo do tempo. No Parque Barroco, um dos maiores do Brasil, as ladeiras e os antigos casarões coloniais contam um pouco da trajectória da cidade, que encanta os visitantes com algumas das mais belas praias do litoral brasileiro. E a modernidade também faz parte da cidade, com grandes edifícios comerciais, teatros e centros de convenções.

PRAIA DE PIPAA Praia de Pipa, pertencente ao município

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» Especialde Tibau do Sul, a 80 km de Natal, é morada de golfinhos e tartarugas marinhas. O nome Pipa foi dado porque uma das suas pedras parece, ao longe, com um barril de cachaça ou vinho. E as belezas da praia são embriagantes: águas claras e mornas, imensos coqueirais, piscinas e mirantes naturais, imponentes falésias ainda cobertas pela Mata Atlântica, dunas branquíssimas, enseadas e desfiladeiros. Tudo isso com uma infra-estrutura cheia de charme e conforto que atende aos muitos turistas estrangeiros que a visitam todos os anos. São óptimas pousadas, restaurantes e animada vida noturna, que vai do forró à música eletrónica.

CAMPINA GRANDECampina Grande, a 125 km de João Pessoa, na Paraíba, é uma cidade festiva como o futebol brasileiro. Ali cultiva-se o espírito das manifestações folclóricas da região, com cordelistas e artistas de vários perfis, além de abrigar o maior São João do mundo, comemorado em Junho. A festa atrai milhares de turis-tas do Brasil e de outros países, que aproveitam a música e as comidas típicas com muita dança e diversão. Outros famosos eventos da cidade são o Festival de Inverno e o Festival de Cine-ma de Campina Grande.

TIBAU DO SULTibau do Sul, a 80 km de Natal, é uma cidade que, como a selecção brasileira, está sempre no alto. As suas falésias são belezas naturais que estão por toda a cidade, permitindo uma linda vista do mar. É a maior reserva de Mata Atlântica da região, com trilhos por onde o turista pode praticar “trekking”, sempre acompanhado por um guia. O artesanato local também é uma atracção, com os seus bordados feitos à mão, labirintos, rendas de bilros e confecção de tarrafas e redes de pescarias. Em Tibau do Sul, os golfinhos aparecem com frequência, sendo até possível nadar com eles.

GENIPABUUm bom jogo de futebol é sempre fonte de muita emoção. E, para quem gosta de ter esse sentimento à flor da pele, uma boa escolha é o passeio de buggy pelas dunas de Genipabu, a 25 km de Natal. Ali os bugueiros, que são motoristas profissionais, fa-zem incríveis manobras de até 90 graus, em dunas de dezenas de metros de altura. Outras atracções imperdíveis são o passeio de dromedários, o aerobunda na Lagoa de Jacumã e o voo de ultraleve, que sobrevoa várias praias, coqueiros e lagoas de um azul límpido e cristalino.

TAMBABAA praia de Tambaba, situada a 29km de João Pessoa, na Paraí-ba, é internacionalmente conhecida pela prática do naturismo. Ali há um famoso banho de argila, considerado rejuvenescedor, e áreas distintas reservadas para famílias e pessoas desacom-panhadas. O cenário é ideal para aproveitar o naturismo junto aos peixes, corais, águas mornas, piscinas naturais, grutas, coroas de recifes, mitos e lendas. Uma simbiose entre homem e Natureza que vale a pena conhecer.

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PORTO ALEGREGRAMADOA cidade de Gramado, a 126 km de Porto Alegre, tem todos os requisitos para tornar o seu passeio inesquecível. Só para citar alguns: ruas repletas de charme, arquitectura colonial, requintada gastronomia, as belas tradições italiana e alemã, os famosos festivais de Cinema de Gramado e de Inverno e a Festa da Colônia. Quer mais? Um friozinho óptimo para saborear os muitos tipos de ‘fondue’ que os restaurantes da cidade oferecem. Porque o jogador só entra em campo quando está aquecido. CANELAEm Canela, a 137 km de Porto Alegre, a quali-dade de vida é a regra do local. A cidade traz a soma das culturas alemã, italiana, indígena e do gaúcho serrano, resultando num povo hospitaleiro e que preza a harmonia com a natureza. Alguns dos locais mais conhecidos de Canela são os Parques da Ferradura e do Caracol, ambos incrivelmente belos e bem cuidados. O Festival Internacional de Teatro de Bonecos também é marca registrada da cidade, contando com grupos nacionais e internacio-nais todos os anos.

SÃO MIGUEL DAS MISSÕESConverter os índios da região Sul para a fé cristã era a grande missão dos evangelizado-res da Companhia de Jesus do século XVII. A partir daí surgiu a cidade de São Miguel das Missões, que foi reconhecida como Patri-mónio Histórico e Cultural da Humanidade em 1983, por abrigar as ruínas que trazem a formação do povo gaúcho. Não deixe de conhecer o Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, o Museu das Missões e a Catedral Angelopolitana. Uma viagem no tempo que vai encantar a todos.

PARQUE NACIONAL APARADOS DA SERRAO Parque Nacional Aparados da Serra fica nos canhões dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Formado por Mata Atlântica e Floresta de Araucária, tem penhascos que chegam a 1.200 metros de altitude, além de paredões de pedra e cachoeiras impressionantes pela grandiosidade. Papagaios-de-peito-roxo, guaxinins e jaguatiricas vivem por ali. A principal atração do Parque é o canhão Itaimbezinho, com uma altura de 700 metros e 2 km de largura. Um passeio para quem, a exemplo dos jogadores de futebol, gosta de aventura e muita adrenalina.

ROTEIRO DA UVA E DO VINHOA imigração italiana no Brasil trouxe a cultura da uva para a Região Sul. Toda essa influência pode ser vista no roteiro da uva e do vinho, onde o visitante percorre o Vale dos Vinhedos, uma região com 82 km2 que concentra 50% de toda a produção vinícola do País. Ali o visitante pode percorrer os vinhedos, as suas adegas, co-lher uvas direto do pé, saborear sucos, geleias e vinhos directamente de onde são produzidos. Um passeio imperdível onde também é possí-vel apreciar a arquitectura colonial inspirada nas construções do Veneto e da Calábria, em Itália, fortemente presentes da região.

PRAIAS GAÚCHAS A maioria das praias gaúchas não tem forma-ções rochosas. Por isso tem-se a impressão de uma única praia por toda a sua extensão, que ficam apinhadas de turistas no Verão, principal-mente gaúchos e argentinos. Aqui é possível relaxar com a família, practicar desportos e conviver com os amigos. Nas encostas dos morros há excelentes locais para o ecoturismo, com cachoeiras, cascatas e trilhas no meio da Mata Atlântica. Os frutos do mar e a produção de mel também são destaques gastronómicos na região.

RECIFEMACEIÓMaceió, capital do estado de Alagoas, é uma cidade totalmente litoral, encravada entre coqueiros, mangues e o mar. Possui praias tranquilas e límpidas, com águas verdes, areias claras e piscinas naturais que fazem a alegria de toda a família. A cidade possui uma boa rede de hotéis e muitas opções de diversão noturna. No bairro de Jaraguá encontram-se muitos bares, discotecas e restaurantes. Na culinária, vale a pena experimentar o sururu, molusco muito comum nas lagoas da região. Não deixe de apreciar o pôr-do-sol na Avenida da Paz. Um espectáculo inesquecível.

MARAGOGIMaragogi, a 125 km de Maceió, é um paraíso para os banhistas. É ali que se encontram as galés, piscinas naturais com águas esverdeadas e muito boas para o mergulho. A 6 km da praia, as galés podem ser alcançadas por lanchas ou catamarãs em apenas 20 minutos. Além disso, a cidade também oferece praias de ondas cal-

mas, recifes e óptimos restaurantes, para todos os gostos. Não deixe de experimentar os robus-tos camarões, as lagostas e várias espécies de peixes e moluscos. Maragogi vai conquistá-lo.

OLINDAOlinda, a apenas 7 km de Recife, é um belo Pa-trimónio Cultural da Humanidade, com um im-portante conjunto arquitectónico preservado. A cidade também é cenário de um dos carnavais mais autênticos do Brasil, no qual olindenses e turistas percorrem as estreitas ladeiras dançan-do ao som de bandas de frevo e maracatu. Os famosos bonecos gigantes participam o tempo todo da diversão. Os bons restaurantes, o ar-tesanato e os ateliês de arte também estão por toda a região, oferecendo aos visitantes obras de pintura, escultura e cerâmica.

PORTO DE GALINHASPorto de Galinhas, a 60 km de Recife, é um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil. E é fácil entender o porquê: praias paradisía-cas, sol o ano inteiro, espaço para prática de desportos radicais e muito mais. Isto sem falar no charme da vida noturna, com muitos bares, discotecas e bandas que tocam ao vivo. Um dos lugares mais visitados é a Vila de Todos os Santos, importante pólo gastronómico na praia de Maracaípe, onde o turista pode provar as delícias da culinária pernambucana. As piscinas naturais, com seus peixes coloridos nas águas transparentes, fazem a alegria das crianças.

FERNANDO DE NORONHAÁguas tão azuis quanto o equipamento secundá-rio da Selecção Brasileira. Flora e fauna riquíssi-mas, praias paradisíacas e paisagens sem igual. Assim é o Arquipélago de Fernando de Noronha, que tem 21 ilhas e fica a 540 km de Recife. Com o título de Património Mundial da Humanidade, concedido pela UNESCO, o local é visitado por pessoas de todo o planeta, desenvolvendo um turismo sustentável que possibilita o encontro equilibrado entre homem e natureza. Noronha conta com boa estrutura turística, agências bancárias, polícia, correio, hospital, acesso a in-ternet e muito mais. Todo o conforto para que o visitante aprecie momentos inesquecíveis, como os grupos de golfinhos que se deslocam para o interior da baía, todas as manhãs. Imperdível. CÂNION DO XINGÓQuando o marcador é eficiente, forma uma mu-

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» Especialralha em frente ao golo. Mas nem os melhores defensores chegam perto dessa gigantesca muralha encravada entre os estados de Alagoas e Sergipe, a 213 km de Aracaju. Assim é Xingó: vales grandiosos formando um canhão de 50 metros de altura, circundando um lago que, em alguns pontos, alcança 190 metros de profundidade. Na-quelas rochas há vestígios dos primeiros habitan-tes da região, que viveram há mais de 8 mil anos atrás. E, já no século XX, também andou por ali o bando de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Tudo às margens do belíssimo e extenso Rio São Francisco, que corre para o mar com o vigor de um atacante em direção ao golo.

RIO DE JANEIROANGRA DOS REISDo Rei do Futebol aos súbditos nos campinhos de várzea, as maravilhosas paisagens de Angra dos Reis são impressionantes. São 365 ilhas e 2 mil praias repletas de belezas naturais, lendas e badalação. A cidade está localizada entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, na cha-mada Costa Verde Fluminense, a cerca de 133 km da capital carioca. A maior de todas as suas ilhas chama-se Ilha Grande, cuja baía é uma excelente opção para a prática do mergulho. Além disso, possui enseadas, picos, lagoas, cachoeiras, planícies e montanhas que fazem a alegria dos apaixonados por desportos radicais. E não se esqueça do passeio de barco pelo litoral, que vai coroar de encanto a sua visita.

BÚZIOSQuando a actriz francesa Brigitte Bardot visitou Búzios, nos anos 60, o turismo da cidade mar-cou um golo. Desde então, o lugar ficou famo-so no mundo inteiro, oferecendo aos visitantes roteiros históricos, culturais e ecoturísticos, além de uma badalada vida noturna. No mês de Julho, é realizado na cidade o Búzios Jazz e Blues, importante evento que apresenta as tendências musicais desses géneros. Reconhe-cidamente um dos destinos mais sofisticados do Brasil, Búzios encanta a todos com sua beleza e elegância. E fica bem pertinho do Rio de Janeiro: apenas 176 km.

PARATIOs moradores e turistas que visitam Parati vestem a camisa para preservar a sua tradição histórica. Afinal, a cidade ainda mantém ca-racterísticas dos séculos passados, quando foi

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um importante centro comercial para embarcar ouro (séc. XVIII) e exportar café (séc. XIX). O seu Centro Histórico oferece diversas atrações imperdíveis, como a antiga cadeia, fortes, museus e igrejas do período colonial. E é ali que acontecem eventos famosos, como a Festa Li-terária Internacional de Parati (FLIP), que reúne escritores nacionais e internacionais de todos os géneros para lançamentos e divulgação as suas obras. Venha conhecer Parati.

ARRAIAL DO CABOÉ possível dizer que Arraial do Cabo existe graças a um trabalho em equipa da natureza: a acção dos ventos e das correntes marítimas, ao logo de milhares de anos, uniu diversas ilhas, formando a cidade actual. A 140 km do Rio de Janeiro, ali o visitante encontra praias de areias brancas, águas cristalinas, dunas, restingas e muita Mata Atlântica preservada. Arraial do Cabo está no centro de um cinturão turístico, ficando próxima a Búzios, Cabo Frio, Saquarema, Araruama e São Pedro da Aldeia. A cidade é pequena e conta com uma excelente infra-estrutura para atender os visitantes, isso sem falar na hospitalidade dos moradores, que também formam uma grande equipa.

PETRÓPOLISAntes de se tornar o país do futebol, com milhões de súditos da bola, o Brasil já foi um grande império tropical. E muito dessa época está preservado em Petrópolis, cidade que já abrigou reis, príncipes e muito da nobreza da nação. O seu projecto urbanístico, tido como arrojado no século XIX, ainda hoje pode ser apreciado quando se caminha pelas ruas do Centro Histórico. Lá estão o Museu Impe-rial, a Casa de Santos Dumont, o Palácio de Cristal, as casas do Barão de Mauá, Princesa Isabel, Rui Barbosa e até o Palácio Rio Negro, residência oficial de Verão dos presidentes da República, antes da construção de Brasília. Ao visitar Petrópolis, pode sentir-se nos tempos da realeza.

VITÓRIAO nome da cidade já é uma inspiração. Afinal, é o que toda a equipa de futebol deseja quando entra em campo. Mas o que se destaca mesmo na capital do Espírito Santo são as belas praias e a quantidade e variedade de peixes. É ali que se realiza o Campeonato Internacional de Pesca Oceânica e onde já foram quebrados dois

recordes mundiais de pesca: o maior Marlim Azul (636 kg, em 1996) e o maior Marlim Bran-co (82,5 kg, em 1979). E, com tanta fartura de frutos do mar, a culinária típica também vem do oceano, como a imperdível moqueca capixaba. Deixe os cabeças-de-bagre no relvado e venha provar tudo o que Vitória oferece.

SALVADORTRANCOSOTrancoso é um povoado, no Sul da Bahia, que atrai turistas do mundo inteiro. A principal área da cidade é conhecida como “Quadrado”, onde ficam casas coloridas, a igreja de São João Batista, além de lojas, boutiques de ‘griffes’ famosas e restaurantes requintados. As praias da cidade são outro espectáculo. Areia clara, mar azul-turquesa, coqueiros, falésias coloridas e bares com uma completa infra-estrutura para atender a todos os gostos. Conhecer Trancoso é encantar-se com a natureza, a sofisticação e a tranquilidade de um lugar inesquecível.

MORRO DE SÃO PAULOMorro de São Paulo, apesar do nome, fica na Bahia, com uma beleza encantadora e comple-ta infra-estrutura para os visitantes. O local é excelente para os praticantes de ‘trekking’, que podem vasculhar as ruínas de uma fortaleza construída em 1630 e subir o farol para uma vista panorâmica de todos os recantos da ilha. As praias têm águas claras e calmas, excelentes para o mergulho. Piscinas naturais, areias bran-cas e vastos coqueirais completam o cenário paradisíaco. À noite, a agitação começa na vila, com muitos bares e restaurantes que se trans-formam em festas, madrugada dentro.

CHAPADA DIAMANTINAAs atrações da Chapada Diamantina, no coração da Bahia, são tantas, que é difícil saber por onde começar. Montanhas, chapa-dões, rios, corredeiras, cachoeiras, cavernas e poços de águas transparentes fascinam visitantes de todos os lugares. O mais famoso cartão postal dali é o Poço Encanta-do, que recebe os raios solares das 10h30 às 12h30, possibilitando que se veja, através da água azul turquesa, até as miúdas pedrinhas depositadas a 61 metros de profundidade. Em todos os passeios é possível admirar lindas orquídeas, bromélias, sempre-vivas e cactos. Conhecer a Chapada é um passeio inesque-

cível, perfeito para quem gosta de aventura e de apreciar as belezas naturais.

COSTA DO SAUÍPEA Costa do Sauípe é um dos mais bem estru-turados complexos turísticos do Brasil. Fica à beira-mar, com seis agradáveis pousadas e cinco grandes hotéis. A sua estrutura permite a prática de diversos desportos, com campos de ténis, campos de golfe e centro náutico. Os turistas podem apreciar os passeios eco-lógicos pelas matas, rios e praias deliciosas, além de conhecer as artes baianas em ‘sho-ws’ musicais, danças e oficinas de artesanato. E para quem quiser provar as delícias da culinária local, há quituteiras a vender beijus e acarajés, além de restaurantes e bares com mesas nas calçadas que dão muito charme ao lugar.

SANTA CRUZ CABRÁLIAÉ comum aos jogadores fazer uma oração antes do jogo, para ter protecção e um melhor desempenho. Santa Cruz Cabrália, a 745 km de Salvador, foi o local da primeira missa no Bra-sil, em 26 de abril de 1500. A cidade guarda, até hoje, traços da cultura portuguesa, além de vales, praias e trilhas que formam o cenário para a exposição permanente de acidentes naturais e riquezas urbanas que contam parte da história brasileira. Na praia principal, em frente à praia de Coroa Vermelha, uma cruz de 13 metros de comprimento homenageia essa missa histórica.

SÃO PAULOBROTASDiferentemente do futebol, os desportos radi-cais que fazem famosa a cidade de Brotas, a 257 km de São Paulo, ficam melhores quando há muita chuva. Isso porque os rios enchem e faci-litam a prática do ‘rafting’, muito procurado na região. A exuberante vegetação do local é com-posta de Cerrado e Mata de Planalto, uma va-riação da Mata Atlântica. A fauna é constituída por diversas espécies de aves e outros animais típicos do Cerrado, como o lobo-guará. Além dos desportos, Brotas é uma boa opção para os amantes da natureza, com muitas cachoeiras, passeios e aventura para toda a família.

ILHABELAIlhabela, a 209 km de São Paulo, é um mu-

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» Especialnicípio formado por ilhas. São Sebastião, a mais conhecida delas, é um badalado destino turístico, com praias desertas e paradisíacas, trilhos pela mata preservada, belas cachoeiras e excelentes locais para a prática de mergulho. O local sedia a Semana Internacional da Vela, o maior evento sul-americano desse desporto, que acontece desde 1973 e reúne mais de 400 barcos e 1.500 velejado-res durante 10 dias do mês de Julho. Uma boa dica é levar repelentes para os mosquitos, que fazem marcação cerrada aos visitantes, principalmente nos passeios a Jabaquara e Castelhanos.

SANTOS Santos ficou mundialmente famosa por ser a cida-de de Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos. Hoje é a maior cidade do litoral paulista, com óptima estrutura de comércio e serviços. Ali fica o maior jardim do mundo: 5,3 km na orla, com uma ciclovia em toda a sua extensão. As praias de Santos também são muito frequentadas, com op-ções variadas para desportos radicais ou passeios com a família. Não deixe de visitar a história do Santos Futebol Clube no Estádio Urbano Caldeira, onde as glórias do clube estão exibidas na Sala de Troféus, com mais de 500 peças conquistadas em várias modalidades.

UBATUBAUm dos melhores lugares do Brasil para a prática de mergulho, surf e desportos náuticos, Ubatuba tem praias para todos os públicos. Desde as ondas fortes de Itamambuca até as águas calmas do Láza-ro. E, para quem procura movimento, o melhor é a Praia Grande ou os passeios de escuna até a Ilha Anchieta. O aquário de Ubatuba é imperdí-vel, oferecendo aos visitantes a oportunidade de conhecer o mundo marinho com 12 tanques de água salgada, um deles com 80 mil litros – um dos maiores do País.

CAMPOS DO JORDÃOA altura e o clima não fazem de Campos do Jordão, a 173 km de São Paulo, o lugar ideal para um jogo de futebol. São 1.700 metros de altitude, com temperaturas que costumam chegar a -5oC, no Inverno. Mas é um óptimo local para o turismo e reconhecida estância climática, chamada de Suíça Brasileira. A requintada gastronomia conquista, com os famosos doces e compotas caseiras de fazer água na boca. A água mineral da cidade vem de fontes puríssimas e as malharias da região são reconhecidas pela sua qualidade e preço baixo.

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Entrevista David Seromenho l

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“Prestamos um serviço de comunicação integrado”

CUNHA VAZ & ASSOCIADOS

A internacionalização da Cunha Vaz & Associados surgiu da necessidade de dar apoio a clientes portugueses que pretendam uma estratégia de comunicação global. Actualmente a CV&A é uma consultora que disponibiliza um serviço de comunicação integrado e com uma visão global. Depois de Angola e Moçambique é a vez de explorar o mercado brasileiro.

Fundada em 2003, a Cunha Vaz & Associados avança para novos mercados poucos anos mais tarde, entre os quais Angola e Brasil. O que dita esta expansão do negócio?Logo desde o começo da sua actividade, a Cunha Vaz & Associados co-meçou a olhar para o mercado da comunicação de uma forma global. O processo de internacionalização iniciou-se com a constituição de uma empresa de comunicação em Espanha, onde detemos 50% do capi-tal (IBCOM ESTRATEGIAS DE COMUNICACIÓN, S.L). O objectivo consiste em poder oferecer às empresas um serviço de comunicação a nível ibérico.Em 2008, a Cunha Vaz & Associados iniciou a sua aposta no mercado angolano, onde trabalha com empresas tanto locais como portuguesas. Desde então, a visita do Papa Bento XVI a Angola e o Campeonato Africano das Nações em Futebol (CAN) – eventos que tiveram ambos Fo

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Entrevista David Seromenho

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A CV&A pretende oferecer aos seus clientes portugueses uma estratégia de comunicação global.

a assinatura da Cunha Vaz & Associados - assumem-se como marcos de grande importância da nossa actividade naquele país. Hoje, a em-presa detém um escritório em Luanda dotado de quadros locais e expa-triados, que permitirá um crescimento sustentado e a consolidação da Operação Angola.No final do ano passado, a Cunha Vaz & Associados iniciou a sua acti-vidade em Moçambique, muito pela necessidade de dar apoio a clientes portugueses nesse país e por solicitação do Ministério do Turismo e do Instituto Nacional de Turismo. Já este ano, a Cunha Vaz & Associa-dos integrou um consórcio liderado por uma empresa moçambicana que ficou responsável pelo Marketing e Comunicação de um evento multidesportivo organizado pela Associação dos Comités Olímpicos Nacionais Africanos.Há cerca de um ano e meio, a Cunha Vaz & Associados olhou para o mercado brasileiro como uma oportunidade. Decidiu então dar os primeiros passos com uma pequena operação no Brasil, assente numa cooperação local. O final deste ano é o ponto do calendário escolhido

para fortalecer a aposta no mercado brasileiro, numa estratégia que passa por um reforço da equipa, que juntará colaboradores portugue-ses e brasileiros a parcerias de empresas já presentes neste mercado. A Cunha Vaz & Associados Brasil quer acompanhar o crescimento da economia brasileira e não quer deixar de fora os grandes eventos que o Brasil vai protagonizar nesta área nos próximos anos.Ainda no âmbito da sua estratégia de internacionalização, a Consul-tora integra a Global Financial Communication Network (GFC/ Net) e tem uma estreita relação de cooperação (“best friends agreement”) com a Financial Dynamics - FD, duas das maiores redes mundias de agências de comunicação.

Qual o objectivo de crescimento da CV&A Brasil nos próximos anos?O nosso objectivo é termos um crescimento sustentado. Posso avançar como metas de facturação até 2014, os cinco milhões de euros. Quantos colaboradores terá a Cunha Vaz Brasil?Nesta primeira fase, vamos ser uma equipa de três pessoas. Paralela-

mente, celebrámos parcerias com duas agências de comunicações lo-cais, uma produtora de grandes eventos e um parceiro que assegura a área gráfica e multimédia.

É uma empresa de direito brasileiro ou uma sucursal da CVA Lisboa? Há sócios brasileiros?A empresa é totalmente de capital português.

E clientes, qual o leque actual e que previsões de crescimento? A carteira de clientes no Brasil é composta por empresas locais (‘new business’) ou por empresas portuguesas, já clientes da CV&A, que têm negócios no Brasil?A nossa internacionalização para o Brasil surgiu pela necessidade de dar apoio a clientes portugueses que solicitaram à Cunha Vaz & Asso-ciados uma estratégia de comunicação global, nesta fase, como referi anteriormente, a CV&A Brasil quer acompanhar o ritmo de cresci-mento económico brasileiro, não só amplamente visível desde já, mas também expectável para os próximos anos. Queremos ainda poder disponibilizar às empresas brasileiras o nosso ‘know how’ a nível de comunicação integrada. A experiência que ganhámos na organização e comunicação de eventos desportivos, nomeadamente organizados à UEFA, é outro dos motivos que nos levou a querer estar presentes em força no mercado brasileiro. Face à experiência já reconhecida da nossa empresa no segmento do desporto, não queremos deixar de fora os grandes eventos que o Brasil vai protagonizar nesta área nos próximos anos.Num período tão favorável para o Brasil, faz ainda parte da estratégia de crescimento da Cunha Vaz Brasil poder ser uma ponte das empresas brasileiras para a Europa e para Angola. Com a aposta no mercado bra-sileiro, a Cunha Vaz & Associados dá mais um passo na consolidação da sua estratégia de expansão nos mercados lusófonos.

Quais os mais relevantes?Como referi anteriormente, os grandes eventos desportivos que se vão realizar nos próximos anos no Brasil são de grande relevância para a CV&A, mas não vamos deixar de lado o nosso ‘core’, que é a comuni-cação empresarial. De que forma se querem posicionar enquanto agência de comunicação no Brasil? Com que objectivos?Acima de tudo, uma consultora que disponibiliza um serviço de co-municação integrado e com uma visão global. O objectivo é prestar-mos um serviço completo aos nossos clientes. Para isso apostámos em equipas especializadas em diversas áreas, desde o aconselhamento estratégico em comunicação à assessoria de imprensa, passando pela produção gráfica, organização de eventos, desenho de estratégias mul-timédia, entre outros.

Como procuram diferenciar-se no mercado brasileiro?Ao longo destes anos em Portugal, temos apostado em palavras de or-dem como inovação e diferenciação. Através de um sistema constan-te de monitorização de tendências internacionais de comunicação, a Cunha Vaz & Associados tem conseguido implementar técnicas inova-doras de acompanhamento dos seus clientes. Acima de tudo, sabemos que os tempos mudam, assim como os hábitos de consumo de infor-

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mação. Através de um dinamismo que acreditamos ser uma das nossas imagens de marca, temo-nos adaptado sempre ao que é novo, porque só assim se consegue uma comunicação eficaz e perfeitamente sinto-nizada com aqueles com quem os nossos clientes querem comunicar.Sabemos que o Brasil é um mercado muito maduro na área da co-municação, mas é o ADN da empresa-mãe que queremos levar para o país. Assim como em Portugal e Angola, também no Brasil queremos ser uma empresa de referência no sector, que associa valências nas áreas das relações com investidores e analistas e das relações com a imprensa, constituindo igualmente um dos principais ‘players’ na con-sultoria de comunicação, eventos, relações públicas e ‘public affairs’.

Em que medida é que o tipo de trabalho é adaptado localmente?Como em todos os países onde estamos presentes, a nossa primeira medi-

da foi encontrar bons quadros e parceiros locais. A nossa “tímida” presença no Brasil ao longo deste ano e meio permitiu-nos conhecer um pouco me-lhor o sector e a forma de trabalhar, celebrar algumas parcerias, conhecer como funcionam os meios de comunicação social, etc.Uma estratégia de comunicação desenhada pela CV&A nunca é um ´copy paste’, seja em Portugal, Angola ou Brasil, os nossos consultores estudam os clientes, as suas necessidades e a realidade do mercado onde estão inseridos.As ferramentas comunicacionais nem sempre são as mesmas de um mercado para outro, o nosso papel, enquanto consultores, é saber ade-quar-nos à realidade do sector. O nosso ponto de partida, antes dos mais, é partilhar o ‘know-how’ que fomos acumulando ao longo da nossa exis-tência e aliá-lo aos procedimentos e realidade brasileira.

LICENCIADO em Gestão de Mar- keting pelo Instituto Português de Administração de Marketing, David Seromenho iniciou a sua carreira na área da Comunicação na consultora Weber Shandwick. Mais tarde, trabalhou como responsável de Marketing na área das Novas Tecnologias na empresa Cronológica, tendo re-

gressado depois à Comunicação e exercido funções de director de contas da Inforfi. Integra a equi-pa da Cunha Vaz & Associados desde a criação desta consultora, assumindo as funções de Admi-nistrador em 2005.

Em Outubro deste ano foi assu-mir o cargo de Administrador Executivo da CV&A Brasil, no es-critório de São Paulo, mantendo--se administrador não executivo da CV&A em Portugal.

Hobbies: Viajar, praia, cinema, jantar fora e conviver com os amigos.

perfil

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Comemorações

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ANGOLA DA NOITE PARA O DIA

35 ANOS DE INDEPENDÊNCIA

O contraste não podia ser maior: há trinta e cinco anos, Angola tinha encerrado um ciclo de violência, mas preparava-se para enfrentar outro ainda. Há trinta e cinco anos, a guerra era a realidade da década anterior e anunciava-se como a realidade dos anos seguintes.

Há trinta e cinco anos, tinha para trás um passado colonial e tinha pela frente uma perspectiva de agressão e desestabilização a partir do es-trangeiro, que só se desvaneceria a partir do fim do regime do apar-theid. Hoje, Angola é, definitivamente, um país em paz, um país com Instituições sólidas, um país que virou de vez a página da violência e pode consagrar-se finalmente às tarefas do desenvolvimento económi-co e do desenvolvimento humano – e que com inegável sucesso o faz,

como provam os índices de todas as organizações internacionais, que apontam Angola como campeã do crescimento económico em África e no pelotão das economias que mais depressa crescem a nível mundial.

O passado não se apaga com um passe de mágica e o preço que An-gola teve e tem ainda que pagar pelas décadas de conflito que assolaram o seu território é terrível, em sofrimento humano, antes de mais, mas também em infra-estruturas destruídas, em oportunidades que foram perdidas e em recursos que ficaram desaproveitados. Quem hoje visita Angola e, em particular, a sua capital, não pode deixar de ficar impres-sionado com a velocidade vertiginosa a que estão a ser construídos os alicerces do desenvolvimento e rasgadas as avenidas do futuro; mas é preciso não esquecer que o enorme esforço que está a ser feito assenta

angola tem construído os seus alicerces de desenvolvimento

a uma velocidade vertiginosa

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sobre uma base extremamente diminuta, o que o torna particularmente exigente e requer que ele comece desde logo a produzir resultados e a dar frutos visíveis. Os angolanos souberam ser pacientes, afirmar a sua independência e construir o seu Estado; agora esperam, legiti-mamente, que a sua paciência e o seu esforço sejam recompensados, que a sua vida melhore e as riquezas que produzem assegurem o seu amanhã.

O extraordinário surto de crescimento que Angola tem conhecido desde que alcançou a paz é mérito dos próprios angolanos, que por isso devem ser os seus principais beneficiários; mas, na conjuntura de crise que se tem vivido, e que teima em prolongar-se em algumas economias, como a portuguesa, pode igualmente afirmar-se que o ´boom’ angolano é uma dádiva de Angola ao mundo, pelo efeito multiplicador que propor-ciona em paragens por vezes muito distantes e que beneficia muitos outros países e povos. O caso de Portugal é a esse respeito paradigmáti-co: as dificuldades por que passa a sua economia, a que se junta um melhor conhecimento relativo de Angola por parte dos seus nacionais, em comparação com outros estrangeiros, e a sua inegável proximidade cultural dos nacionais angolanos, concorrem para que o grande país

africano se tenha tornado de novo um mercado de referência para muitas empresas portuguesas e um importante destino para a sua emigração. Dito isto, parece todavia evidente que Angola não pode nem deve ser considerada hoje um novo “eldorado” para a antiga metrópole colo-nial em dificuldades: Angola tem agora os seus interesses próprios, que devem sempre primar sobre os alheios, e todos os fluxos migratórios ou económicos em sua direcção devem pois ser considerados à luz dessa prioridade incondicio-nal.

A mais expressiva prova do sucesso da cons-trução nacional angolana está hoje porventura na internacionalização que conhecem algumas das suas principais empresas: conquistada a paz e construído o Estado, Angola pôde virar-se para o desenvolvimento; e no plano económico, mes-mo lutando contra os efeitos duradouros que resultam da sua antiga e prolongada condição colonial, conseguiu hoje, escassos 35 anos após a data da sua independência, transformar-se

numa exportadora de capital e, como todos nós sabemos, numa im-portante investidora na antiga potência colonial. A história das nações mede-se muitas vezes em séculos, mas em apenas 35 anos de vida inde-pendente parece claro que Angola alcançou de vez a maturidade.

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O extraordinário crescimento que Angola tem conhecido desde que alcançou a paz é mérito dos próprios angolanos.

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Marketing

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BPA MUDA PARA ATLANTICO

REBRANDING

O Banco Privado do Atlântico (BPA) apresentou no dia 14 de Setembro a sua nova marca: ATLANTICO. O banco, que iniciou a sua actividade a 15 de Novembro de 2006, conta na sua estrutura accionista com a participação do Grupo Sonangol, da sociedade de gestão de activos Glo-

balPactum, do Millennium bcp Angola e ainda de quadros angolanos do sector financeiro. Quatro anos depois do início da sua actividade e de-pois de se ter afirmado como uma das principais instituições bancárias angolanas, o BPA passa agora a operar sob a nova designação ATLAN-TICO, para reforçar a sua presença em Angola e no Mundo, através de uma marca que corporiza a sua cultura bancária, a sua dimensão e o seu crescimento.

O ‘rebranding’ do BPA implicou também um novo logótipo, com o formato que simboliza a letra do alfabeto grego Phi, acompanhado pela assinatura “Valores com Futuro”. A criação da marca ATLANTICO é uma resposta aos desafios que decorreram da nova cultura bancária e

financeira introduzida em Angola, do crescimento do próprio BPA e do facto do banco ter atingido uma dimensão e uma solidez que ultrapas-sou as melhores expectativas. “A marca ATLANTICO representa com rigor os valores e a cultura da nossa casa bancária. Uma marca não é um logótipo. Mas um bom logótipo é uma síntese da identidade da marca e muitas vezes a primeira imagem que se tem da marca. Procurámos criar uma imagem, um logótipo, que reflectisse bem aquilo que é ser ATLANTICO. E ser ATLANTICO é ser Phi”, explica Telma Pedro Go-mes, directora de marca e comunicação do BPA.

“O compromisso do BPA passa por estar atento às várias geografias para onde prevê expandir-se e tendo como objectivo gerar valor estraté-gico para Angola”, referiu o presidente da instituição, Carlos José Silva, ao jornal angolano “O País”, no decurso da cerimónia da apresentação da nova marca. “Uma nova marca que significa tudo isso: os nossos va-lores, a nossa atitude e nossa presença no mercado”, adiantou.

O objectivo do presidente é levar o BPA a assumir-se, em 2010, como

ATLANTICO é, desde Setembro, a nova marca do Banco Privado do Atlântico (BPA). A marca representa não apenas aquilo que o banco já é, mas aquilo que ambiciona ser. Não só pretende ser o melhor banco de investimento de Angola, no Mundo, mas ser também, no Mundo, o banco de investimento que melhor conhece Angola.

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“o melhor banco de investimento em Angola”, com base nos cinco factores críticos de sucesso que norteiam a instituição. Antes de mais, o reforço das soluções de banco de investimento, para responder aos desafios de projec-tos estruturantes. Em segundo lugar, o BPA pretende adquirir, até 2011, um posicionamento múltiplo no plano geográfico, o que implica a cobertura de todo o território angolano e a aceleração do processo de expansão interna-cional iniciado, em 2009, com a presença em Portugal, a que se seguirão o Brasil, a China, outros países africanos e, até 2013, os Estados Unidos da

América. Um terceiro eixo estratégico será a criação de plataformas de par-cerias, envolvendo o investimento de parte dos resultados em áreas como a produção de energia eléctrica, a requalificação urbana, a indústria transfor-madora e as infra-estruturas. O quarto factor crítico é a aposta nas pessoas, “alinhadas numa cultura comum, já que nenhum plano estratégico pode ser levado a cabo sem elas”, explica o presidente do banco. E, finalmente, o desenvolvimento da plataforma tecnológica, à qual a instituição tem conce-dido grande relevância com a criação de uma sociedade especializada.

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A marca representa não apenas aquilo que o banco já é, mas aquilo que ambiciona ser.

carlos josé da silva,

presidente do bpa

BPA

Porquê a mudança?Mudámos a marca porque temos sucesso na nossa actividade, os clientes dão-nos valor, o conhecimento é uma base para a decisão, e porque temos cada vez mais um posicionamento in-ternacional. Podemos dizer, que o nosso fato é hoje pequeno para a dimensão da nossa alma.De forma clara e assumida, o nosso nome próprio é agora ATLANTICO. Um nome que demonstra proximidade e confiança.

Quais são os valores da marca?Somos uma marca com identidade e valores. Assumimos a verticalidade, a ética, o equilíbrio e a segurança. Somos

também uma marca de conhecimento com os processos assentes em rigor, razão, sigilo, método e análise. Por outro lado, incutimos igualmente emoção, afecto, visão, inovação e síntese nas formas de agir e pensar.

Poquê o logótipo Phi? O signo matemático Phi é um símbolo visual do equilíbrio entre a razão e a emoção. Representa também o conhe-cimento universal e global, presente nas diferentes disciplinas de saber e nas dife-rentes culturas. É também um símbolo das relações humanas que se estabele-cem. Ser ATLANTICO é assim ser Phi. É ser consciente, com rigor e harmonia.

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Negócios Perfil

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PAULO DE SOUSA PEREIRA

REALIZAR

Nascido em 1969, em Santo Tirso, Paulo de Sousa Perei-ra desde cedo se entregou às artes. Passou pela dança, Clássica e Jazz, mas foi em Arquitectura que se licen-ciou. A Psicologia foi a próxima paixão. Especializou-se em Psicologia do Trabalho, Psicologia Económica e

Psicologia do Consumo e, mais tarde, desenvolveu e defendeu a tese de doutoramento “Criatividade e Emoções”.

Com experiência comprovada em áreas como Marketing, Publici-dade, Imagem, Produção, Realização e Guionismo, une a criatividade ao conhecimento profundo das emoções para criar experiências verda-deiramente memoráveis.

Em 1996 fundou a Realizar, ao mesmo tempo que estudava e des-brava novos caminhos. Actualmente, a empresa integra o top 5 mun-dial na área dos eventos de grande impacto. A idealização dos conceitos “Novas Sete Maravilhas do Mundo” em Portugal, “Sete Maravilhas de Portugal” e “Sete Maravilhas Naturais de Portugal” e, em parceria com a Cunha Vaz & Associados, a organização das cerimónias de abertura e encerramento do CAN 2010 (Angola) contam-se entre as suas mais recentes conquistas.

A Realizar Worldwide Events detém cerca de 20 recordes no Guin-ness, o que, possivelmente, faz dela a empresa com o maior número de recordes atribuídos e dos seus eventos os que conquistam as maio-res audiências em todo o mundo. A empresa, tal como a mente que a move, alimenta-se de sonhos e dedica-se a torná-los realidade.

Fundador e Chairman da Realizar Worldwide Events, Paulo de Sousa Pereira é um criador de emoções. Os seus eventos marcam a memória de milhões de pessoas em todo o mundo.

a realizar integra o top 5 mundial

na área dos eventos de grande

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Negócios empresa

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MOTA-ENGIL REFORÇA ACTIVIDADE EM ANGOLA

INAUGURAÇÃO

A par destes nichos de negócios, a empresa liderada por António Mota e Jorge Coelho - que está presente em 17 países de três continentes e tem um volume de negócios global de 2,13 mil milhões de euros - está a investir no ambiente e nas áreas das energias renováveis. O grupo

está a sair da solução convencional da construção civil e de infra-estru-turas, onde começou há 60 anos, para entrar em novas áreas, menos expostas a problemas conjunturais e cíclicos.

O fornecimento de materiais para a construção civil tornou-se um desafio para o grupo Mota-Engil Angola. Num país onde está quase tudo por fazer, a estratégia desta nova empresa, que resultou da inte-gração dos activos no país detidos pela casa-mãe, passa não apenas por

aníbal cavaco silva e josé eduardo dos santos inauguram a nova fábrica

A inauguração de uma fábrica de barro vermelho, com produção de dois milhões de tijolos/mês, é apenas o primeiro projecto no segmento de materiais de construção da Mota- -Engil Angola.

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construir infra-estruturas, mas por fornecer os materiais para as fazer. Assim nasceu uma das maiores fábricas de tijolo vermelho de África. “O tijolo é um tipo de produto que exige produção em grandes quantidades para fornecer todo o sector da construção civil, não só em Angola como em outros países da região”, explicou o chairman do grupo Mo-ta-Engil, António Mota, durante a inauguração da unidade, que contou com as presenças dos Presidentes da República de Portugal e Angola, Aníbal Cavaco Silva e José Eduardo dos Santos, respectivamente

Através da fábrica industrial No-vicer, localizada no Quifangondo, Cacuaco, onde trabalham quase uma centena de colaboradores, o grupo fica preparado para o lançamento, a prazo, de um produto tecnologica-mente superior, o tijolo “termo-acús-tico”, único no continente africano.

Esta mais-valia potencia à unidade produtiva participada da Mota-Engil, da Sonangol e de ou-tros parceiros locais, um potencial de exportação industrial com valor acrescentado muito forte.

A unidade construída de raiz, implicou um investimento superior a 27 milhões de euros e foi alvo de alguns comentários elogiosos no mo-mento da inauguração, caso do ministro ango-lano da Geologia, Minas e Indústria, Joaquim David, que afirmou aos jornalistas ser este um exemplo daquilo que as empresas estrangeiras “podem fazer em Angola”.

Mas a aposta na indústria fornecedora de materiais de construção civil não vai ficar por aqui, pois já foi anunciada a construção de uma fábrica de pregos e redes electro-soldadas em Benguela. Esta operação é conceptualmente diferente da anterior, pois o investimento já começou com a compra por parte da Mota-Engil Angola de 70% do capital da companhia an-golana Fatra, que deixou de ter como accionista maioritário a Fapricela, líder do mercado luso em termos de produção de fio de arame. O in-vestimento inicial foi de 10,4 milhões de euros, e já está incluído neste

valor a construção de uma unidade para o fabrico daqueles materiais. Esta empresa empregará 75 colabo-radores.

A estratégia da Mota-Engil pas-sa por ter os melhores parceiros locais e responder a um desafio do Presidente angolana, José Eduardo dos Santos que quer mais investi-mentos na industrialização do país, para reduzir a dependência exter-na em produtos que facilmente consegue fabricar internamente. A Mota-Engil Angola, controlada a 51% pela casa-mãe, com sede em Amarante, tem na estrutura socie-

tária a Sonangol Holdings, o Banco Privado Atlântico, a Finicapital e a Globalpactum.

Com um sector da construção pujante e um conjunto de obras pú-blicas em crescimento, Angola é um país que irá necessitar ao longo dos próximos anos, de materiais de base para a construção civil. Por outro lado, o volume crescente de produtos a passar nos portos do país, sobretudo Luanda e Lobito, tornam cada vez mais difícil o fluxo normal de mercadorias e é nesta óptica que a criação de unidades industriais se justifica.

Recorde-se que o grupo Mota-Engil está muito activo no país a nível das obras públicas e das infra-estruturas, tanto na construção civil e urbanismo, como nas ro-dovias, enquanto olha para oportunidades a ní-vel do residencial do segmento médio e alto, do segmento da habitação social (o país tem neces-sidade de 2,5 milhões de habitação com renda controlada) e da promoção de escritórios, mas também está atenta ao ambiente e no sector das energias renováveis. António Mota afirmou, há cerca de um ano, que pretende concorrer ao pla-no de construção de mini-hídricas em Angola, com o objectivo de construir, produzir e vender electricidade para a rede. A empresa pode ain-da ser um dos parceiros privilegiados para a construção de infra-estruturas de produção de energia no âmbito da sua parceira com a EDP Renováveis.

A nova estrutura organizativa do grupo, per-mitida pela criação da Mota-Engil Angola, com decisão local, potencia o crescimento interno, incluindo a nível de formação e recrutamento. O centro de formação recentemente criado pela

empresa, tem previsto formar anualmente 150 técnicos de várias áreas, sendo natural que, com o crescimento e o envolvimento da empresa no país, a formação inclua técnicos superiores ao nível da licenciatura. O ministro angolano da Indústria, Joaquim David, disse recentemente que o país não sendo um “EL Dorado” de África, e tendo muitas bar-reiras a ultrapassar, “é um país de oportunidades”. E a Mota-Engil está atenta.

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A estratégia da Mota-Engil passa por ter os melhores parceiros locais e responder a um desafio de Eduardo dos Santos.

presidente da repúlica portuguesa cumprimenta jorge coelho

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Negócios empresa

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TRANSPORTE RODOVIÁRIO: UM SECTOR ESTRATÉGICO

LOGÍSTICA

Os camiões são um elo fundamental da cadeia de logísti-ca. Todos os produtos são, em determinado momento do seu processo de movimentação, transportados por um camião. Mas o que nos aconteceria se este meio de trans-portes desaparecesse?

Para ter uma resposta concreta, a Association of Road Haulage Com-panies, que congrega as empresas de transportes rodoviários da Suécia, fez um estudo em quatro regiões do país, sobre o que aconteceria se, de repente e sem aviso prévio, todos os camiões parassem. Naquele país es-candinavo, cerca de 406 milhões de toneladas de mercadorias são movi-mentadas todos os anos e, desse total, 353 milhões através de transportes rodoviários. Dos produtos transportados por camião, a maioria (91%) co-bre distâncias abaixo das 30 milhas, revelando que o transporte rodoviário está presente, mesmo quando nas longas distâncias se recorre a outros meios de transporte, como o ferroviário, o marítimo ou o aéreo.

Com a paralisação dos camiões, ao fim de apenas um dia, toda a distri-buição de produtos frescos começaria a faltar. Os jornais não chegariam aos quiosques e a capacidade de distribuição do correio e de embalagens ficaria limitada às pequenas distâncias, dentro dos perímetros urbanos, que pudessem ser cobertas de bicicleta, de moto ou pelos pequenos furgões co-merciais. Na indústria, começariam a faltar os fornecimentos de matérias-primas e componentes. As bombas de gasolina esgotariam o diesel e a ga-

solina e as centrais de energia a biodiesel ou carvão seriam forçadas a parar por falta de combustível. O mesmo aconteceria com as obras, os transportes públicos, as escolas e os escritórios de empresas.

Com o decorrer dos dias, as falhas nos abastecimentos de alguns produ-tos domésticos começariam a notar-se. Nos hospitais, o caos instalar-se-ia, por falta de produtos alimentares, fármacos e outros fornecimento, e equi-pamentos médicos. As estações de tratamento de águas e esgotos, muito dependentes de certos produtos químicos, teriam também de parar. O lixo começaria a acumular-se nas ruas.

A crise alastrar-se-ia às lojas, às farmácias, aos armazéns, às oficinas de automóveis, todos eles afectados pela interrupção dos fornecimentos. Os restaurantes, sem legumes e sem outros produtos da horta frescos, e sem abastecimentos de carne e peixe, teriam de encerrar as portas.

Transporte rodoviário impera em PortugalEm Portugal, a situação não seria muito diferente. Cerca de 80% das mer-cadorias movimentadas no País recorrem ao transporte rodoviário e nove em cada dez veículos que transitam pelas estradas nacionais transportam mercadorias. A crise de 2008 inverteu a tendência continuada de cres-cimento do transporte de mercadorias, com o modo rodoviário a acusar quebras superiores a 10% neste dois últimos anos. Mas mesmo com esta baixa, é o transporte por via rodoviária que continua a liderar.

Cerca de 80% das mercadorias em Portugal são movimentadas por modo rodoviário. A importância do sector é tão grande, que se todos os camiões parassem, a economia entraria em colapso em poucos dias.

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O transporte por via rodoviária continua a liderar em Portugal.

O SECTOR EM NÚMEROS

No primeiro trimestre do ano, os diferentes modos de transporte mo-vimentaram um total de 54,2 milhões de toneladas de mercadorias no Continente. Destes, 35,6 milhões, cerca de dois terços do total, foram transportados por estrada por conta de outrem. Se levarmos em conta a inter-mobilidade, quando uma mercadoria é transportada por mais do que um modo de transporte, o total movimentado apenas pelo transporte rodoviário sobe para mais de 56 mil toneladas. Um valor que confirma a importância do sector para a economia.

O transporte internacional rodoviário (TIR) foi particularmente atingi-do pela crise, tendo registado uma quebra de 22,8% nos movimentos de carga entre 2007 e 2008. Uma perda de peso relativo face ao transporte doméstico, que recuou apenas 8,9%.

Mais de 80% do trânsito de mercadorias internacional teve origem e destino em Espanha e França e quase dois terços do volume das mercado-rias entradas em Portugal concentraram-se em seis tipos de mercadorias, destacando-se os móveis e outros produtos das indústrias transformadora (17,7%), os produtos alimentares, bebidas e tabaco (12,7%), os produtos agrícolas e florestais e o peixe e outra produção da pesca (12%).

No transporte doméstico, que vale 92% dos movimentos totais de car-ga rodoviária e 83% da tonelagem total de mercadorias movimentadas, ti-veram a sua origem nas regiões Centro (86,9 milhões de toneladas), Nor-te (68,9 milhões de toneladas) e de Lisboa (63,3 milhões de toneladas).

56,47MILHÕES

35,35MILHÕES

78,4%

Tonelagem total de mercadorias transportadas em modo rodoviário

Tonelagem de mercadorias transportadas por conta de outrem em modo rodoviário

Peso relativo dos transportes rodoviários no total de mercadorias movimentadas

antónio mousinho, presidente da antram

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A OPORTUNIDADE INDIANA

A Índia continua a ser uma das regiões da Ásia que mais beneficia de uma forte Procura Interna. Pela primeira vez em vários anos, as perspectivas para os três segmentos chave da economia – serviços, agricultura e indústria – são

positivas. O consumo privado é forte, tanto nas zonas rurais como nas zonas urbanas, o que pode não se ter reflectido ainda nos dados oficiais conhecidos.

No entanto, o importante é questionarmo--nos sobre se um crescimento sustentável mais elevado do Produto Interno Bruto (PIB) será possível na Índia? A visão consensual dos analistas aponta para um crescimento do PIB em torno dos 8,4%, este ano, e de 8,0% a 8,5%, no próximo. A partir de 2013 estima-se que o PIB atinja taxas de crescimento situadas entre os 9,0% e os 10,0%. Ao longo do ano passado, o mercado indiano de acções passou a reflectir melhores avaliações, em resultado destas expectativas de crescimento.

A estabilidade política poderá ser propícia a mais reformas. O Partido do Congresso conseguiu manter a solidez da coligação governamental durante o ano passado e as próximas eleições decorrerão daqui a cerca de um ano, o que dará tempo ao actual governo para implementar algumas reformas.

A política de fixação de taxas de juro de referência poderá surpreender, com subidas relativamente inesperadas. O Reserve Bank da Índia realizou um excelente trabalho em termos da gestão de expectativas, tendo sido claro quanto à necessidade de alterar a política monetária actual, excepcionalmente expansiva. As taxas subiram 1,0% no actual ciclo, contando-se com mais uma subida de 0,5%, embora, em nossa opinião,

se possa esperar o anúncio de uma subida de 0,25% aquando da próxima reunião do Banco Central, seguida de uma pausa, uma vez que a inflação tende a baixar, e a situação da economia externa está a deteriorar-se.

Num cenário de incerteza em relação às condições macroeconómicas globais, mantemos a nossa convicção positiva em relação às acções de empresas indianas de maior dimensão e elevada qualidade, com balanços robustos e um enfoque na produção de retorno para os

accionistas. Como exemplos, podemos apontar, no sector automóvel, a Bajaj Auto e a TVS Motor Co., que beneficiaram da forte procura dos seus veículos de duas rodas. No sector financeiro, as perspectivas são bastante positivas para o Axis Bank, cujas acções atingiram o pico máximo dos últimos 12 meses no passado mês de Agosto, dadas as suas perspectivas de expansão do banco a nível global. A Bajaj FinServ também registou uma valorização significativa, decorrente da melhoria das avaliações para o sector segurador. Por seu lado, a farmacêutica Lupin Laboratories beneficiou do lançamento de novos produtos no mercado Norte-americano.

A recuperação em curso na Índia é bastante abrangente e poderá até intensificar-se, com a subida do investimento das empresas e a recuperação do sector agrícola. Acreditamos

que o pico da inflação está prestes a ser atingido e que, por outro lado, a Índia beneficiará amplamente dos preços baixos das matérias-primas. A procura doméstica mantém-se robusta, prevendo-se que suporte a economia caso a procura externa enfraqueça. As valorizações, actualmente justas, serão suportadas pelo forte crescimento dos resultados. Na nossa opinião, este conjunto de factores fazem da Índia uma excelente aposta de investimento.

Sam Mahtani Director da área de Acções de Mercados Emergentes da F&C

Um conjunto de factores fazem da Índia uma excelente aposta de investimento.

Opinião

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Perfil

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DO PORTO PARA O BANCO DE PORTUGAL, COM A EUROPA PELO MEIO

CARLOS COSTA

natural do porto, onde nasceu em 1949, a sua alma mater é

a faculdade de economia da universidade desta cidade

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Com uma sólida experiência no sector bancário e um notável currículo nas Instituições europeias, Carlos Costa surgiu como o candidato natural para o cargo de Governador do banco central português – que, com o advento

da moeda única europeia, perdeu algumas das suas funções tradicionais, para constituir hoje um elemento do Eurosistema, responsável pela gestão da política monetária da zona euro.

Natural do Porto, onde nasceu em 1949, a sua alma mater é a Faculdade de Economia da Universidade desta cidade, onde foi assistente entre 1973 e 1986. Mais recentemente, porém, foi docente do Curso de Pós-Graduação em Estudos Europeus do Centro de Estudos Euro-peus da Universidade Católica do Porto (entre 1986 e 2000), sendo actualmente professor ca-tedrático convidado das Universidades de Avei-ro e Católica do Porto e presidente do Conselho Consultivo da Faculdade de Economia desta última universidade.

Quadro do extinto Banco Português do Atlântico desde 1978, dirigiu o Centro de Es-tudos de Economia Portuguesa daquela Insti-tuição bancária, entre 1981 e 1985. A título pes-soal, Carlos Costa fez também parte, de 1988 a 1992, do Conselho Superior para a Reforma do Sistema Financeiro, cujo “Livro Branco sobre o Sistema Financeiro” serviu de base à reforma global do quadro legislativo do sistema financeiro português.

Ainda no sector bancário, foi director-geral do Millennium bcp, responsável, entre 2000 e 2004, pelas suas direcções Internacional e de Custódia Internacional; de 2004 a 2006, Carlos Costa foi ad-

ministrador da Caixa Geral de Depósitos, presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Aposentações, presidente do Con-selho de Administração do Banco Nacional Ultramarino (Macau) e

do Banco Caixa Geral (Espanha), em 2005, foi também membro do Conselho de Administra-ção da Unibanco Holdings (Brasil).

No plano europeu, foi administrador da “Euro Banking Association”, entre 2001 e 2003. Mais tarde, desempenhou igualmente funções consultivas junto do Comité de Regu-lação do Mercado Europeu de Títulos Financei-ros (CESR) e, sobretudo, foi vice-presidente do Banco Europeu de Investimento, entre Outu-bro de 2006 e Maio de 2010, responsável pela sua direcção financeira e pelas operações de crédito para investimento em Portugal e Espa-nha, na Bélgica, no Luxemburgo, na América Latina e na Ásia.

O currículo europeu de Carlos Costa com-preende ainda o exercício das funções de coor-denador dos Assuntos Económicos e Financei-ros na Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER) entre 1986 e 1992 – período durante o qual foi igualmente membro do Comité de Política Económica da

União – bem como de chefe de Gabinete do membro da Comissão Europeia de nacionalidade portuguesa (no caso, João de Deus Pinhei-ro) entre 1993 e 1999.

Um percurso notável, em Portugal e no palco europeu, na banca e nas instâncias decisórias da política económica e financeira, que foi agora consagrado com uma nomeação que, compreensivelmente, não encontrou oposição.

Com um percurso notável, Carlos Costa foi nomeado Governador do Banco de Portugal sem qualquer oposição.

Gerou amplo consenso político a recente designação de Carlos Costa como Governador do Banco de Portugal, ocorrida logo após a partida de Vítor Constâncio para Frankfurt, onde foi exercer as funções de vice-presidente do Banco Central Europeu.

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Entrevista

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O negócio da saúde é reputacional, afirma Maldonado Go-nelha, presidente da HPP Saúde, o braço operacional da Caixa Geral de Depósitos para a área da saúde. O antigo ministro do Trabalho confirma que é o ambiente criado à volta do serviço que atrai as pessoas e, por isso, as unida-

des da HPP Saúde estão a crescer muito depressa. O volume de negócios vai superar os 160 milhões de euros este ano e haverá mais oferta, como é o caso do Hospital da Boavista, com o novo serviço na área da ginecologia e obstetrícia, de Viseu e do Algarve. Nesta região, o turismo de saúde com estrangeiros já representa 10% da facturação da unidade hospitalar. Os PALOP´s estarão naturalmente na rota da internacionalização da HPP, que poderá actuar como ‘experts’ do sector.

Que balanço faz do sector dos prestadores de cuidados de saúde privados em Portugal? Hoje, o sector privado já tem alguma expressão. Até ao final do século

maldonado gonelha, presidente da hpp saúde

A SAÚDE JÁ É UM NEGÓCIO REPUTACIONAL GANHADOR

MALDONADO GONELHA

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Novembro 2010 » PRÉMIO » 59

passado, o segmento privado tinha apenas um peso significativo de pe-quenos consultórios e clínicas, laboratórios de análises clínicas e centros de hemodiálise. Dentro da hospitalização privada, o que havia era o velho Hospital da Cuf, junto à avenida Infante Santo, o Hospital Particular de Lisboa, o Hospital da Cruz Vermelha e, no Porto, o Hospital de Santa Maria e a Clínica da Boavista. Havia pouca coisa.Dos anos 90 do século passado para cá verificou-se uma grande expansão e hoje o sector tem um peso significativo. Foi na hospitalização privada que se deu o maior crescimento, nomeadamente com o aparecimento de quatro grandes grupos: a HPP Saúde, o grupo Mello, o Espírito Santo e o grupo da Trofa.

Que benefícios trouxeram à sociedade em geral nos últimos anos? Que desenho tem do sector de há cinco anos para cá?Sobretudo trouxeram alternativas de oferta. Temos de ter a consciência que nunca a hospitalização privada será uma alternativa massificada. E isso porque há muitos serviços em que a hospitalização privada nunca se irá desenvolver. Por outro lado nunca será uma oferta de massas, será sempre uma oferta mais seleccionada e selectiva, quer nas especialidades, quer na qualidade. Consequentemente, penso que o público e o privado são complementa-res e, penso ainda que se as políticas públicas forem adequadas, tenderá

a desenvolver-se progressivamente um mercado bem definido para cada um dos sectores.

Significa que a indústria irá desenvolver-se em termos genéricos ou a ten-tar ir buscar outro tipo de negócio, nichos?Depende das estratégias de cada um dos grupos. Nós estamos a enrique-cer a nossa capacidade de oferta interna, por exemplo, no Porto, estamos a criar um novo serviço materno-infantil com forte aposta na área de obste-trícia e ginecologia – e estamos a estudar a hipótese para ter hemodiálise nos Lusíadas e no Boavista. Mas também estamos apostados no turismo de saúde.

Em termos globais que volume de negócios envolve o sector da saúde pri-vada em Portugal?A hospitalização privada cerca de 1.000 milhões.

E a HPP Saúde em concreto?Projecto no final do ano ter um volume de serviços prestados da ordem dos 160 milhões a 165 milhões de euros.

Os três grandes, Mello, ES e HPP Saúde absorvem que fatia do mercado?À volta de dois terços da indústria.

Como caracteriza a evolução do grupo HPP Saúde? Que importância tem vindo a assumir no mercado? A HPP Saúde nasceu em 1998 com os Clérigos e a Boavista. Entre 2000 e 2003 foi feita a aquisição de um hospital em Faro, integrado o HPO e construído Lagos e Sangalhos. Entre 2005 e 2007 foi construído o Lusí-adas e um novo Boavista, para além da negociação da parceria público privada do Hospital de Cascais. O período de 2009 e que termina em 2011 visa a expansão e consolidação, onde se inclui a exploração de três novas unidades, com o emprego de mais de um milhar de colaboradores e negócios a atingirem os 200 milhões de euros.

Esta evolução rápida está ligada ao crescimento da riqueza do país ou está ligada a novos consumidores ou à existência de um novo mercado?Pelo nosso lado nascemos ligados a uma companhia de seguros. A primeira resposta era o cliente da casa. A HPP Saúde era constituída

pelas duas clínicas ortopédicas que as companhias de seguros que es-tavam na Caixa, Fidelidade e Mundial Confiança tinham. Os clientes eram, essencialmente, acidentes de trabalho e acidentes de automóvel. Desenvolveu-se ainda nessa época, os seguros de saúde e também aí ti-vemos um crescimento. Os seguros de saúde foram criados nos finais dos anos 90, e hoje temos cerca de 2,2 milhões de pessoas abrangidas pelos seguros de saúde. Isso criou uma procura. Por outro lado, tam-bém havia particulares que não usavam SNS e que iam a Espanha, França ou Reino Unido. E, à medida que a oferta se tornou qualificada aqui, passaram a procurar os hospitais nacionais. Na HPP Saúde, e no fecho do mês de Agosto, temos 24% do volume de negócios con-solidado do ano com origem nos particulares, a que acresce 18,2% da facturação com origem nos seguros de saúde. Os acidentes de trabalho são 22,1%, os acidentes de automóvel são 1,1% e os acidentes pessoais 0,7%. Na componente facturação os subsistemas significam 10%. E

A HPP Saúde espera ter um volume de serviços prestados na ordem dos 160 milhões a 165 milhões de euros.

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» Entrevistao segmento que mais cresce é o de particulares. Estão a crescer a uma taxa de 27,8% em Agosto, em termos homólogos. Aliás, nos acidentes até estamos a diluir o peso relativo tendo em conta o crescimento das restantes áreas.

A nossa dependência do Estado ou de facturação interna é muito me-nor, o que significa que fomos bem aceites e estamos bem inseridos no mercado. Friso ainda que este salto qualitativo foi praticamente consegui-do nos últimos dois anos com uma muito melhor oferta, caso dos novos hospitais dos Lusíadas e da Boavista.

Como define estes particulares? São o segmento médio alto e alto e fazem os pagamentos directos.

O nome HPP Saúde tem-se revelado importante no crescimento?Com efeito, este negócio tem algumas características muito específicas, pois é um negócio reputacional, não é um negócio de publicidade. Não é por se fazer uma grande campanha de publicidade que se obtém mais ou menos clientes. Funciona pela reputação que temos junto das pessoas, a partir do “boca a boca”, ou dos médicos que se tem, ou das tecnologias que se usam, ou as formas como se é atendido. É todo o ambiente criado à volta do serviço que atrai as pessoas. E o nível reputacional das unidades da HPP Saúde tem vindo a subir muito rapidamente.

Na prática qual a importância de ser um dos principais ‘players’ desta in-dústria no país? Dá-nos uma responsabilidade muito grande. Este é um negócio em que tem de se ter como accionistas, entidades que tenham uma sólida estru-tura financeira e nós temos o melhor desses accionistas. Por outro lado, é preciso que o accionista seja de reputação conseguida e isso é indiscutível com o grupo Caixa. Se todos nesta actividade têm de manter um comportamento exemplar, acontece que no nosso caso há que manter essa reputação por uma maio-ria de razões.

Que balanço pode ser feito do grupo HPP Saúde no ano passado e o que é possível antecipar em termos de curto e médio prazo, quer em novas áreas de negócios, quer em termos de resultados gerais?O ano de 2009 foi aquele em que começámos a ter um salto qualitativo muito grande, com dois novos hospitais a funcionar em ano de cruzeiro. Mas foi também nesse ano que nos foi entregue para gestão, o “velho” Hospital de Cascais. Foi um grande desafio de organização e de resposta, pois era uma unidade envelhecida, com muitos problemas. Foi um ano de muito trabalho e esforço, mas com a dedicação das grandes equipas que temos, podem ver-se, agora, os resultados. Demos um salto qualitativo em termos de produção e de resultados. Na posição consolidada de todos os hospitais, e no caso das con-sultas, atingimos 261.600 em 2008, para em 2009 atingirmos as 429 mil.

Nos exames de imagiologia tivemos 109 mil, e passamos a 250 mil, enquanto nos atendimentos urgentes passamos de 59 mil para 196 mil. Nos interna-mentos passamos de 42.500 para 148.700, cirurgias de 12.200 para 18.600, enquanto nos partos de 130 para 1.600. Em Agosto deste ano os partos já tinham subido para 1.778, mais do que o registo de todo o ano de 2009. Ainda em Agosto, as cirurgias já vão nas 14.313, os internamentos estão nos 105.600, os atendimentos urgentes 160.600, as consultas de imagiologia vão nas 203 mil, enquanto as consultas vão nas 335 mil.

O ano de 2009 correu bem e 2010 está, também, a correr bastante bem. Em termos de volume de negócios fizemos 144 milhões de euros no ano passado, para Agosto já estamos nos 106,5 milhões de euros e pers-pectivo para 2010, uma facturação entre os 162 e os 165 milhões de euros.

Que novos projectos poderão ser lançados pelos HPP Saúde no médio e longo prazo? Em termos de hospitais temos previsto mais dois: o novo hospital do Al-garve e um novo hospital em Viseu. A unidade do Algarve é um hospital de substituição, na medida em que o nosso hospital do Algarve está satu-rado e precisamos de um espaço novo, com outra dimensão. Já temos o terreno, que fica num quarteirão inteiro e localiza-se próximo do actual hospital de Faro. O espaço estava condicionado a equipamentos específi-

O nível reputacional das unidades da HPP Saúde tem vindo a subir muito rapidamente.

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cos e foi adquirido à Câmara Municipal. Está o projecto em elaboração e estimo que no princípio de 2012 estará o hospital operacional.

Que valências terá?Serão as mesmas da actual unidade, incluindo todas as especialidades médicas e cirúrgicas. Se por um lado, servirá para consolidar a liderança no tratamento da obesidade nesta região, por outro, será uma unidade diferenciada na área da traumatologia e ortopedia, tendo em considera-ção uma abordagem de reabilitação integral da pessoa, única no Algarve.

Há projectos para o mercado externo?Temos desenvolvido contactos e estamos a estudar projectos em países de

expressão lusófona. O nosso trabalho perspectiva-se numa componente de aportar ‘expertize’ na área da gestão clínica e de negócio em projectos com uma forte liderança de médicos e quadros locais, em associação com investidores e parceiros de negócio.

Como está a evoluir o projecto do turismo médico através das unidades do Algarve? Quem é o ‘target’? Como é que o modelo é promovido exter-namente?Já começamos a desenvolver aquilo a que chamamos a resposta no turismo da saúde. Neste momento ainda não fazemos turismo de saúde, estamos a prestar serviços para os turistas. Entretanto, o que fizemos foram acordos com companhias de seguros internacionais para que os seus segurados que vêm passar férias ao Algarve e fazem seguros de saúde. Nestes casos, pro-pomos dar a resposta em termos de eventuais necessidades ao nível dos cuidados de saúde. Por outro lado, estamos com atenção aqueles países que têm serviços nacionais de saúde, com legislação interna que permite aos doentes escolherem outras unidades, mesmo no estrangeiro, quando a de-mora média de um dado atendimento é superior a um dado prazo.

Estamos a caminhar e a aprender com o objectivo de podermos vir a prestar serviços de saúde a, por exemplo, clientes de países nórdicos. É preciso ver que os clientes internacionais já representam 1,3% do vo-lume de negócios consolidado, com quase 900 mil euros, depois de no ano anterior ter sido ligeiramente superior. A diferença é explicada pela quebra do turismo.

É previsível que o turismo de saúde assuma uma preponderância maior nos negócios do grupo?

Espero que sim, mas tudo irá depender da evolução do turismo no Al-garve e também da forma como vendermos os serviços. Como lhe referi, nesta área continuamos a aprender. Este projecto começou em 2009 e logo nesse ano fizemos 1,156 milhões de euros de negócios, o que signi-fica mais do que o negócio de várias clínicas em Lisboa, quando aqui foi apenas um nicho de um dos hospitais mais pequenos que temos. Fez 10 milhões de euros em 2009 e que para este ano poderá chegar aos 15 mi-lhões de euros, logo, aquele montante facturado representou 10% do total.

A reflectir esta procura está a nossa plataforma web criada para este efeito. Registou mais de 28 mil consultas, para além de 158 pedidos de orçamento. A intenção é com a experiência adquirida no Algarve, ge-neralizá-la a Lisboa, onde temos características diferentes do Sul, mas

importantes, caso dos cruzeiros. Poderíamos dar assistência a partir dos Lusíadas, enquanto no Porto poderíamos fazer algo semelhante no Boavista. Viseu, por seu lado, é uma região onde não há oferta dentro da zona de influência que engloba 550 mil habitantes, com um poder de compra bom e que apenas podem dispor do hospital público, que está saturado. É um nicho de mercado. Estamos a trabalhar com o gru-po Visabeira, que constrói a infra-estrutura e fará manutenção e nós faremos a gestão clínica. Criámos uma sociedade para gerir este activos em que os HPP têm, 65% e a Visabeira o restante.

Para quando se prevê o arranque do hospital de Viseu?O projecto foi aprovado na Câmara, e em termos construtivos tem a “gaio-la” feita e está a ser dividido. Estamos na fase de preparação dos concursos para o equipamento. Ficará com 50 camas e com todas as valências.

Qual o volume de investimento nas várias unidades?Nos investimentos feitos até agora, 110 milhões foi em infra-estruturas e 65 milhões de euros em equipamento. No caso de Viseu a infra-estrutura andará pelos 25 milhões de euros, o mesmo acontece no Algarve, a que acrescem entre oito e 10 milhões de euros de equipamento, podendo ser superior se o equipamento tiver que responder a outras necessidades em função de alterações ao perfil assistencial que estamos a discutir.

Que obras estão a fazer nos Lusíadas?Os Lusíadas estão cheios e, por isso, estamos a rearranjar alguns serviços, para ampliar outros, nomeadamente com uma nova ala nova de pediatria, porque foi uma área que cresceu muito.

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Saúde investigação

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A Saúde, dado o seu valor inestimável e o seu impacto socio-económico, é uma área de extrema relevância para o desenvolvimento de um país. Nos últimos 30 anos, os medicamentos contribuíram para uma evolução signi-ficativa da medicina, prevenindo, tratando e travando o

desenvolvimento de doenças. A contínua inovação em novos medicamentos permite um trata-

mento mais eficaz, eficiente e personalizado das doenças. Esta evolu-

ção na Saúde e dos medicamentos reflectiu-se no aumento da esperan-ça média de vida e no consequente envelhecimento da população. Com o desenvolvimento da Saúde, aumentaram as despesas nesta área, que no entanto devem ser entendidas como um investimento a longo pra-zo, e não como um custo no imediato.

A relação entre crescimento económico e Saúde reforça a impor-tância desta área e a necessidade de se continuar a investir nela.

O valor do medicamento reflecte-se em três vertentes: No doente,

O VALOR DO MEDICAMENTOINVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

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na sociedade e na economia. Melhores medicamen-tos permitem a prevenção da doença e a melhoria da qualidade de vida dos doentes, bem como o aumento da esperança média de vida.

O que se reflecte na diminuição da incapacidade, na redução de absentismo, no aumento da produtivi-dade e numa melhor utilização da rede de cuidados de Saúde, contribuindo para o desenvolvimento eco-nómico.

A revolução médica destas últimas décadas resul-tou em novos e melhores tratamentos para um in-contável número de doenças, que devastavam vidas e sobrecarregavam os sistemas de saúde. Foi através da investigação e o desenvolvimento de novos medica-mentos que passou a ser possível combater doenças anteriormente fatais, como a varíola, a tuberculose e a sífilis, e progredir no tratamento de outras, como o HIV/SIDA, o cancro, as perturbações nervosas, as úlceras gástricas, a asma ou a hipertensão. Os avan-ços da investigação produziram uma quantidade de novos tratamentos e curas, sem paralelo. Muitos do-entes vivem agora vidas mais longas, livres de dor e doenças devido a essa evolução.

A correlação entre Saúde e EconomiaHá uma relação entre crescimento económico e me-lhor Saúde: Uma melhor Saúde tem um impacto sig-nificativo e positivo no crescimento económico, que por sua vez tem impacto na melhoria da Saúde.

A Saúde melhora o crescimento económico pelo reforço da produtividade dos trabalhadores, aumen-tando as poupanças ao longo dos ciclos de vida das pessoas, potenciando uma melhor educação e en-corajando o investimento directo estrangeiro. Cada ano adicional de aumento da esperança de vida tem um resultado económico de 4% no PIB e aumenta o número da população activa, reforçando a produtivi-dade dos trabalhadores, reduzindo o número de dias perdidos devido a doença e impulsionando a motiva-ção e aspiração.

Nesse âmbito, as melhorias na Saúde traduzem--se no reforço da produtividade do trabalho, rendi-mentos mais elevados, aumento da probabilidade de pertencer à população activa, bem como aumento da capacidade cognitiva e do rendimento escolar, me-lhores resultados na Educação e redução do absen-tismo.

No entanto, a despesa em medicamentos tornou-se alvo das medidas de contenção de custos, negli-genciando-se os seus benefícios no sistema de cuida-dos de saúde, na sociedade e na economia. Utilizados de forma adequada, como parte da gestão global da doença, os medicamentos aumentam a esperança e a qualidade de vida, evitam alternativas de maior custo, como o internamento hospitalar e as cirurgias.

A aposta da Bial em Investigação e Desenvolvimento logo no início do anos 90, quando ainda não existia qualquer tradição de investigação na indústria farmacêutica nacional, foi um dos factores responsáveis pela dimensão e autonomia estratégica que a empresa tem hoje. Inicialmente com um núcleo de investigadores portugueses e, posteriormente com pessoal recrutado internacionalmente, a Bial concentrou--se em duas áreas de actuação no que diz respeito a I&D, a do sistema nervoso central e a cardiovascular. De tal forma, que actualmente tem um produto de sua investigação que irá estar comercia-lizado nos próximos anos em todos os países da UE, assim como da América do Norte (EUA e Canadá).

Luís Portela assumiu a presidência da farmacêutica Bial (fundada pelo avô) aos 27 anos, depois de uma breve passagem pela área em que se formara, a Medicina. Agora, cerca de 20 anos depois, começou a colher os maiores re-sultados de uma estratégia trilhada com base na qualidade e na inovação. Em termos práticos, e no que ao primeiro ponto diz respeito, já se tinha tornado visível quando a fábrica, de nível euro-peu, recebeu a certificação ISO92 e foi a primeira empresa na área da Saúde a obter certificação ambiental. A inovação, essa traduziu-se no desenvolvimento de moléculas em apenas duas áreas em particular, a do sistema nervoso central e a cardiovascular.Mas se algo houve determinante foi o facto de, desde o início, Luís Portela nunca ter vacilado. Traçou um trajecto, lançou os dados e avançou sem zigue-zagues. Começou por ir perceber como é que as multinacionais trabalhavam e reunir um conjunto de quadros capaz de um pro-

jecto a prazo. Estudou o percurso que as grandes empresas europeias tinham feito, que perfil de técnicos contratavam, que departamentos constituíam ou em que equipamentos investiam!Depois, e porque percebeu que a Bial só se poderia destacar no xadrez da indús-tria farmacêutica se não desperdiçasse recursos, concentrou o investimento em I&D nas duas áreas referidas, a do siste-ma nervoso central e a cardiovascular. Em finais de 1992, início de 1993, seria então constituído um núcleo, ainda só com portugueses, para arrancar com a investigação. Sem grandes resultados, a decisão tomada é a de ir recrutar pes-soas com experiência lá fora, junto de universidades estrangeiras e de empre-sas. A sintetização de novas moléculas começa a partir dessa altura, tendo-se chegado a ultrapassar o patamar das 10 mil. A primeira grande vitória com sabor internacional chegou há perto de três anos, quando a Bial se destacou como a primeira empresa portuguesa a assinar um contrato de licenciamento exclusivo para o desenvolvimento e comercializa-ção de um medicamento para os EUA e Canadá. Tanto mais que este é um processo longo - chega a demorar entre 10 e 15 anos desde o momento em que se sintetiza uma molécula até se conseguir colocar um medicamento no mercado – e que exige investimentos enormes. Em média, e segundo o próprio presidente da empresa já fez saber, são precisos 800 milhões de dólares por cada novo medicamento. No caso do primeiro antipilético Bial, a molécula foi sintetizada em 1994, patenteada em 1996, e só um ano mais tarde é que começou a ser submetida a ensaios, de farmacologia e toxicologia… Em 2000, iniciaram-se os ensaios em

A AFIRMAÇÃO DA BIAL NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

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» Saúde entrevistaseres humanos.Só com esta molécula foram investidos mais de 300 milhões de euros, segundo dados divulgados pela própria Bial!Já o ano passado a subsidiária euro-peia da Eisai e o Grupo português anunciariam a assinatura de um acor-do de licenciamento e co-promoção de Zebini, um antiepiléptico de toma única diária, tendo a Eisai passado a obter licença para a comercialização, promoção e distribuição daquele fármaco na Europa.Como contrapartida deste acordo, estavam 95 milhões de euros para a Bial, montante referente ao pagamento inicial pela concessão da licença mais outros pagamentos decorrentes de futuras aprovações deste fármaco na área da epilepsia na Europa. A Bial manteria os direitos de desenvolvimento e produção, assim como a opção de co-promoção de Zebini na Europa, garantindo o fornecimento de produto acabado à Eisai.E este ano foi a vez do primeiro fármaco de patente portuguesa ter chegado às farmácias nacionais. O antipiléptico de investigação do Grupo Bial iniciava no início do ano a sua comercialização em Portugal, depois de já estar à venda nas far-mácias da Alemanha, Reino Unido,

Dinamarca, Áustria, Noruega e Suécia.Pela primeira vez na história da indústria farmacêutica portuguesa, um medicamento de patente e de investigação nacional chegava às farmácias do País. “O lançamento do nosso antiepiléptico vem coroar muitos anos de investimento, risco, profissionalismo e dedicação de toda uma equipa. Podermos oferecer a todos os doentes uma nova esperança, uma solução inovadora para enfrentar a epilepsia é, de facto, o concretizar de um sonho e da missão de Bial de estar ao serviço da saúde”, dizia na altura Luís Portela.Hoje, a Bial está comercialmente presente em mais de 40 países, tem um produto de sua investiga-ção que irá estar comercializado nos próximos anos em todos os pa-íses da UE, assim como da América do Norte (EUA e Canadá). “Tem uma actividade de I&D focalizada no mercado mundial”, faz saber José Redondo, administrador e director-geral de Bial Portugal.Ou não fosse um sonho do seu pre-sidente fazer da farmacêutica uma empresa de cariz verdadeiramente europeu, bem como conquistar lugar de destaque no ‘ranking’ nacional!

Quem o afirma é José Redondo, administrador e di-rector-geral da Bial Portugal que, em entrevista à Prémio, não deixa contudo de reconhecer as dificul-

dades por que passou a farmacêutica até chegar ao patamar actual. “Porque não há tradição de investigação na indústria farmacêutica nacional - e mesmo no país -, e por todas as especificidades que caracterizam a inovação na área farma-cêutica”, explica, referindo em particular “os investimentos necessários, a duração de todo o processo, desde que o novo composto é sintetizado até que chega às farmácias, e conse-quente risco envolvido”. No entanto, José Redondeo não tem qualquer dúvida que este foi, também, um percurso essencial para dar à Bial “uma outra dimensão e autonomia estratégica”.

“Os recursos humanos são a

base do sucesso”

josé redondo, administrador e director-geral da bial portugal

luís portela, presidente da bial

portugal

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A BIAL criou o primeiro medicamento com patente portuguesa, que chegou este ano às farmácias por-tuguesas quase um ano depois de aprovado pela Comissão Europeia e após o Governo português ter anunciado a sua comparticipação em 95%. Que trajecto até à sua colocação à venda em Portugal?Foi um trajecto de 15 anos que englobou a síntese química e o desenvolvimento de uma nova enti-dade química, a realização de ensaios clínicos em diversos locais do mundo - envolvendo mais de 1100 doentes - tendo em vista a comprovação da segurança, tolerabilidade e eficácia do novo produ-to pelas autoridades regulamentares. Foi também um trajecto que englobou a realização de parcerias com centros de investigação, instituições de saúde de âmbito nacional e internacional e que implicou um investimento de 300 milhões de euros. Foram anos de muito trabalho, investimentos muito avultados e de aprendizagem contínua e que culminaram com o lançamento do nosso fármaco no mercado.

De acordo com dados da empresa, este medica-mento é o resultado de 15 anos de investigação e 300 milhões de euros de investimentos e está já à venda na Alemanha, Reino Unido, Dinamarca,

Áustria, Noruega e Suécia. Até 2011 será também comercializado nos restantes países europeus, nos Estados Unidos e no Canadá. Como se explica que tenha começado por ser comercializado noutros mercados? Qual o papel da Sepracor - com a qual assinou um contrato de licenciamento - na defini-ção destes mercados?Actualmente o acetato de eslicarbazepina está comercializado em oito países europeus: Alema-nha, Áustria, Dinamarca, Reino Unido, Suécia, Noruega, Islândia e Portugal. Tendo em vista a comercialização deste fármaco à escala global estabelecemos acordos com duas empresas com forte ‘know how’ na área do siste-ma nervoso central e dos mercados onde operam. Foi o caso da empresa Sepracor para a comercia-lização do acetato de eslicarbazepina no mercado norte-americano e canadiano e da Eisai para a generalidade do mercado europeu, com excepção de Portugal, Chipre, Albânia e Malta (países onde já temos actividades comerciais). Em Espanha o fármaco será co-promovido por BIAL e pela Eisai.

A entrada no mercado do acetato de eslicarbazepi-na tem de ser vista à luz da regulamentação e das especificidades de cada Estado onde o produto é comercializado. Os ‘timings’ de aprovação e concessão da comparticipação de novos medica-mentos diferem de país para país. O processo de comercialização do acetato de eslicarbazepina está a seguir o percurso normal de colocação de um novo medicamento no mercado.

Para quando o retorno de todo este investimento?A comercialização deste fármaco teve início no último trimestre de 2009, e apenas em alguns mercados. O retorno do investimento realizar-se--á a médio prazo e dependerá do seu volume de vendas nos próximos anos.

A prazo, quanto é que este medicamente pode representar para a BIAL em termos de receitas?É prematuro falarmos a esse nível. Neste mo-mento estamos concentrados no lançamento do acetato de eslicarbazepina com sucesso nos dife-rentes países. Tendo em linha de conta os diversos mercados onde será comercializado, esperamos que seja o medicamento de maior facturação do grupo.

Este é o resultado de todo um trabalho com mais de 20 anos quando foi assumido que era estratégi-co para a BIAL apostar em duas áreas: qualidade e inovação. Foi um percurso difícíl?Logo à partida já sabíamos que seria um percurso difícil, quer por que não há tradição de investigação na indústria farmacêutica nacional - e mesmo no país -, quer por todas as especificidades que carac-terizam a inovação na área farmacêutica. Refiro-me aos investimentos necessários, à duração de todo o processo, desde que o novo composto é sintetizado até que chega às farmácias, e conse-quente risco envolvido. Foi um percurso difícil mas que desde sempre considerámos essencial para darmos a BIAL uma outra dimensão e autonomia estratégica.

A aposta de BIAL na formação e investigação - à qual aloca mais de 20% do total da facturação – as-senta numa grande exigência ao nível dos recursos humanos?

Os recursos humanos são a condição base para o sucesso de qualquer empresa. Acredito que uma equipa profissional, qualificada, motivada e envolvida em torno de um projecto comum faz a diferença. BIAL procura atrair os melhores profissionais, portugueses ou estrangeiros, para o seu projecto.

A adopção de várias medidas restritivas no âmbito da política do medicamento, numa altura em que a BIAL tinha em curso fortes investimentos relacionados com o projecto de I&D, difícultaram o percurso da empresa. O que foi preciso repensar na altura?As medidas restritivas na área do medicamento têm como consequência directa a diminuição da capacidade de apostar em I&D. Ao longo destes últimos anos sentimos a necessidade de adaptar algumas decisões, repensar e gerir criteriosamente os nossos investimentos, atrasar alguns projectos, para conseguirmos concretizar os planos em curso, nomeadamente o lançamento do nosso antiepiléptico.

O medicamente anunciado, para a doença de Pa-rkinson, sempre irá para o mercado em 2011-2012?

Neste momento não será pos-sível confirmar o seu lançamen-to nessa data.

A BIAL pode ser considerada uma empresa internacional?

BIAL é uma empresa que está comercialmente presente em mais de 40 países, tem um produto de sua investigação que irá estar comercializados nos próximos anos em todos os países da UE e América do Norte (EUA e Canadá), tem uma actividade de I&D focalizada no mercado mundial. Fizemos um percurso muito importante para ser-mos uma empresa internacional, mas há ainda um percurso muito grande para nos consolidarmos como empresa internacional.

Continuam a ambicionar reforçar mais ainda nos mercados europeus?Queremos assumir uma verdadeira dimensão internacional, daí que os mercados europeus sejam cruciais. O mercado externo será o motor de crescimento do grupo para a próxima década e a nossa aposta passa pelo crescimento no mercado europeu. Estamos a criar condições, seja através do licenciamento de empresas próprias ou da exportação, para consolidar a posição da empresa no continente europeu.

Há ainda um percurso muito grande para nos consolidarmos como empresa internacional.

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Ciência prémio

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PRÉMIO GULBENKIAN DE CIÊNCIA DISTINGUE

JURISTA

DISTINÇÃO

Chama-se Miguel Poiares Maduro e é a primeira vez que um jurista é distinguido com o Prémio Gulbenkian de Ciência. É o reconhecimento da sua carreira internacional à frente de projectos como o “LL.M. LAW in a European and Global Context” ou o desempenho na função de advogado geral do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias.Por Susana Baptista Dias

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É a primeira vez que um jurista é distinguido com o Prémio Gulbenkian de Ciência, que tem como objectivo premiar a actividade criativa da comunidade científica portuguesa. Chama-se Miguel Poiares Maduro e é coordenador e pro-fessor do programa de formação académica pós-graduada

“LL.M. LAW in a European and Global Context” da Católica. Um dos seus últimos projectos que contribuiu também para esta distinção e o prémio no valor de 50 mil euros atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian. Mas no seu currículo profissional destaca-se ainda o desempenho, entre 2003 e 2009, na função de advogado geral do Tribunal de Justiça das Co-munidades Europeias. Publicou numerosos trabalhos, muitos dos quais se tornaram obras de referência no campo dos estudos jurídicos e tem leccionado nas Universidades mais prestigiadas do mundo, como a de Yale, London School of Economics, Chicago, Colégio da Europa e Católica Global School of Law.

Razões que fundamentam este prémio e que conduziu o júri do Prémio Gulbenkian de Ciência, constituído por Fernando Lopes da Silva, João Fer-reira de Almeida, Jorge Gaspar, Jaime Reis e Luís Cabral, a reconhecer-lhe, de forma unânime, a excelência do trabalho desenvolvido, em particular no que respeita aos domínios do Direito da União Europeia e do estudo com-parado do Direito Constitucional e do Direito do Comércio Internacional.

Para Miguel Poiares Maduro este prémio não é somente o reconheci-mento do seu trabalho, mas sim a demonstração que as suas ideias são relevantes para a comunidade. Contudo, esta distinção ganha uma satisfa-ção especial “pela circunstância de se tratar de um prémio da comunidade científica em geral e não apenas reservado ao Direito”, sublinha.

E mesmo não sendo o Direito uma ciência “dita” exacta, enquan-to ciência social Miguel Poiares Maduro acredita que o objectivo da Fundação Calouste Gulbenkian “ao instituir uma certa rotatividade na atribuição do prémio, entre ciência sociais e as ciências ditas exactas, é provavelmente o de salientar a im-portância das ciências sociais en-quanto ciências”, reforça.

Consciente de que este prémio se deve ao reconhecimento do seu tra-balho na comunidade científica in-ternacional, pretende que o mesmo sirva de estímulo para que mais jo-vens académicos na área de Direito assumam o risco de investir numa carreira internacional, tal como fez.

Em Portugal, Miguel Poiares Maduro é coordenador e professor do “LL.M. Law in a European and Global Context” da Faculdade de Di-reito da Universidade Católica Por-tuguesa, que o descreve como um programa de formação académica pós-graduada dirigido a jovens ad-vogados de grande potencial. O que

distingue, na sua opinião, este programa é a oportunidade de se aprofun-dar o Direito à luz de uma pluralidade de fontes portuguesas, europeias e internacionais, através de uma abordagem pedagógica muito prática e em constante avaliação. É dirigido pelos Professores Joseph Weiler da New York University e Miguel Poiares Maduro da IUE-Florença e Universida-de Católica Portuguesa.

Esta pós-graduação diferencia-se ainda no método de ensino que parte do reconhecimento de que “o Direito está a mudar e de que o ensino do Direito deve responder a essas mudanças”. Uma formação académica que impõe um grau de exigência bastante elevado, de tal forma, que Miguel Poiares Maduro avisa que “só vale a pena candidatarem-se a este mestrado se estiverem dispostos a investir profundamente em termos de trabalho”.

O jurista que queria ser cineastaDe nacionalidade portuguesa, nasceu em Coimbra em 1967. Licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito em Lisboa, que veio a complementar com um Mestrado em Direito na European University Institute, terminando com distinção. Em 2006 foi reconhecido pelo na altura presidente da República, Jorge Sampaio, com a Comenda da Ordem de Santiago da Espada.

À data, Miguel Poiares Maduro exerce a função de professor e director do Global Governance Programme, no European University Institute, e reside no Luxemburgo.

Por tudo isto, não é de estranhar que aos seus amigos para “procurarem evitar que o seu ego cresça em excesso...”. É na família que tem a sua maior referência, porque lhe ensinou e ensina ainda “os princípios funda-mentais pelos quais rege a sua vida”. Ainda intelectualmente destaca “dois

amigos e mestres que muito o marcaram: Jo-seph Weiler e Neil Komesar”.

Miguel Poiares Maduro descreve-se como uma pessoa que gosta de ter vários interesses na vida e adianta que “o ponto comum a esses múltiplos interesses é a curiosidade intelectu-al e o gosto pela inovação”.

É aliás a inovação na área do Direito que tem pautado o seu trabalho. Não se recorda porque escolheu Direito, mas assume que tem juristas na família, há várias gerações, e que talvez isso o tenha influenciado na esco-lha. “Ou ‘talvez as séries televisivas’. Não sei. Só me recordo de querer ser jurista e de que a segunda opção era... cinema”. Chegou a fazer um ano de Escola de Cinema mais tarde, no estrangeiro. “O importante é que me sinto re-alizado com o que faço em conjunto com os outros interesses que tenho na vida”, remata.

No Direito fascina-lhe a relação entre o normativo (o dever ser) e o empírico (o ser), mas mais ainda o poder reflectir e investigar “as mais importantes questões filosóficas em casos muito concretos”, confessa. Por isso, ministra frequentemente um seminá-rio sobre “As Grandes Teorias dos Pequenos Casos”. É também o autor do livro “We The Court”.

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O Prémio Gulbenkian de Ciência é atribuído regu-larmente pela Fundação desde 1976, conquistan-do um lugar de grande prestígio na comunidade dos cientistas portugueses.Por ocasião do seu 50.º aniversário, a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu renovar o prémio atribuído na área da ciência instituindo o Prémio Gulbenkian Ciência.Um prémio que pretende reafirmar a fidelidade ao desígnio do seu Fundador que instituiu a Ciên-cia como uma das quatro finalidades estatutárias da Fundação e tem como objectivo principal estimular a criatividade e o rigor no trabalho de investigação científica.O Prémio Gulbenkian Ciência, no valor de 50 mil euros, tem como objectivo distinguir a actividade criativa da comunidade científica portuguesa, em termos do seu contributo relevante para a ciência em particular no âmbito das Ciências Básicas (Matemática e Ciências da Computação; Ciências Físicas; Ciências da Vida) e das Ciências Sociais e Humanas.

O QUE É O PRÉMIO GULBENKIAN DE CIÊNCIA

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Perfil

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NA EGP A AJUDAR AS EMPRESAS

NUNO DE SOUSA PEREIRA

O que mais o fascina na área onde trabalha é a possibili-dade de fazer a diferença de forma continuada. Uma característica bem patente, de resto, na forma como gere os destinos da EGP - University of Porto Busi-ness School, trazendo iniciativas, implementando

projectos, destacando a escola no xadrez actual do mercado! Porque, como diz Nuno de Sousa Pereira, “a Economia e a Gestão ensinam- -nos a tirar o máximo rendimento dos escassos recursos de que dispo-mos, criando valor. E todos podemos e devemos sair beneficiados por uma correcta aplicação de recursos”!

Aos 38 anos, Nuno de Sousa Pereira responde pela presidência da EGP, à qual tem vindo a imprimir forte dinâmica. É ainda docente na Faculdade de Economia da Universidade do Porto

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Licenciado e Mestre em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto e doutorado em Microeconomia Aplicada no departamento de “Health Care Management and Economics” da Wharton School, Universidade da Pensilvânia, Nuno Pereira é ainda professor auxiliar na Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Antes de assumir a presidência da Direcção da EGP-UPBS, em 2009, foi director-geral do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças e da Administração Pública e exerceu funções no sector financeiro e empresarial.

Um ritmo que não considera intenso, an-tes…necessário, confessando contudo ter algu-ma dificuldade na contagem de horas ou dias de trabalho porque, conforme diz, está permanen-temente activo. Maior dificuldade tem ainda em “integrar” a vida profissional com a familiar e pessoal. “Não abdico de estar com a família nos momentos mais importantes, mas a família be-neficia por me sentir realizado profissionalmen-te”, sintetiza um homem que aos 38 anos já fez muito mas que continua a girar em turbilhões de ideias, todos os dias!

O percurso académico e profissional re-sultou, segundo confidencia, de opções muito pessoais. Chegou a hesitar entre Economia ou Medicina, com a decisão final a recair na pri-meira. Curiosamente, lembra, acaba por ter a oportunidade de se associar ao sector da saúde através do doutoramento em Economia e Ges-tão da Saúde.

“Quando se tem que tomar uma opção de carreira aos 16 anos, a decisão acaba por ser influenciada por uma percepção ténue do que está por detrás de cada opção de carreira. Na al-tura em que tomei a decisão, a Economia Portu-guesa passava por transformações importantes, o que tornava a ligação ao mundo das empresas particularmente estimulante”, recorda hoje.

A verdade é que jamais equacionaria o pas-so dado. E o seu percurso bem o testemunha: os primeiros estudos são iniciados num Colé-gio Salesiano, espaço que, segundo reconhece, lhe começa a incutir valores ainda hoje funda-mentais no dia-a-dia; chega à Faculdade de Eco-nomia do Porto onde, como diz, tem acesso a uma formação académica de excelência; depois, avança para o primeiro emprego que acontece no sector financeiro. “Permitiu-me conhecer melhor as empresas portuguesas, ao mesmo tempo que tive a flexibilidade por parte da en-tidade patronal para manter a minha ligação à Universidade, frequentando o Mestrado e dan-do aulas”, explica.

E, até à data, Nuno de Sousa Pereira nem vacila quando informa que todo o seu percurso profissional tem sido “muito aliciante”! Se não, veja-se: “Desde a conclusão do doutoramento tive a possibilida-de de prosseguir investigação na minha área de interesse, de conhe-cer por dentro a Administração Pública e vários organismos interna-cionais, contribuindo para a definição de políticas a nível global, ao

mesmo tempo que liderei o processo de criação de uma nova direcção-geral no Ministério das Finanças e da Administração Pública e estive associado à presidência portuguesa da União Europeia. Hoje, lidero uma escola que é única no modo como se posiciona entre a academia e o mundo empresarial e que potencia a mudan-ça e o desenvolvimento de competências numa base quotidiana”.

Já teve melhores e piores momentos. Re-corda, com gosto, o trabalho com organismos como o Banco Mundial, os Bancos Regionais de Desenvolvimento ou o Banco Europeu de Inves-timento. Considera ter tido a felicidade de, ao longo da vida, ter encontrado pessoas que pela sua competência e integridade o ajudaram no seu próprio processo de formação: “Sempre me senti privilegiado pela família que tenho e pelos amigos que fui fazendo”. Mas o dia em que re-cebeu um prémio pelo GPEARI, no âmbito da avaliação dos serviços públicos, esse ficará para sempre guardado na memória.

Critica o facto de muitas das decisões no do-mínio da gestão se concentrarem nos efeitos de curto prazo, ignorando os impactos no médio e longo prazo. E confessa não gostar de todo sempre que tem que “comunicar a alguém que não é pessoa mais apropriada para fazer parte de um determinado projecto”.

Depois de ter passado por um conjunto já alargado de funções – algumas das quais tendo surgido “de forma inesperada” enquanto outras “resultaram de processos planeados” - a única certeza que Nuno de Sousa Pereira diz ter, no momento, é um projecto que o “motivará por vários anos e que merecerá todo o empenho e dedicação”. Projecto esse, a EGP-UPBS, onde as diferentes equipas “procuram ajudar as empre-sas a ter um correcto planeamento estratégico” e os alunos recebem “não só competências téc-nicas e comportamentais, mas também princí-pios e valores éticos”, segundo bem faz questão de explicar.

Activo e criativo quanto baste, Nuno Pereira reconhece à vida “o dom de nos ir surpreenden-do”, pelo que, e no que toca aos seus projectos futuros, estão todos ainda por desenhar num imenso papel que ainda resiste, a branco!

Sempre me senti privilegiado pela família que tenho e pelos amigos que fui fazendo.

Livro Se considero “Os Maias” como o mais relevante clássico da literatura portuguesa e aquele que mais me fascina, refiro um pequeno livro de José Saramago, “O conto da ilha desconhecida”, como um dos que mais me fascinou pela forma como descreve a importância dos sonhos nas nossas vidas. Disco Kind of Blue by Miles Davis Filme Cinema Paradiso e muitos dos filmes realizados por Clint Eastwood.

As minhas escolhas

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Negócios empresa

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FÉNIX RENASCIDABORDALLO PINHEIRO

Foi já uma grande marca no sector da cerâmica. Depois de anos de quebra nas receitas, a Bordallo Pinheiro entra para o Grupo Visabeira no início de 2009. Agora, a aposta passa pela dinamização do ‘brand’ e pela conquista de novos mercados.

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A Tiffany’s, nos EUA, chegou a ter linhas exclusivas desen-volvidas pela fábrica das Caldas da Rainha. E foram vários os clientes que ao longo de anos se habituaram a pedir pe-ças à medida. Mais trabalhadas ou, mesmo, lisas. Porque, na Bordallo Pinheiro, a tradição foi-se aliando à inovação.

No limite, à própria comoditização de produtos à medida do pedido dos clientes.

Hoje, aos pratos em formato de couve, aos jarros a lembrar limões, ou às travessas a evocar mariscos, juntaram-se produtos mais ‘cosy’, para di-ferentes ‘targets’ de consumidores.

Adoptando os moldes que Rafael e Manuel Gustavo Bordallo Pinheiro criaram há já 125 anos, a fábrica mantém de facto viva e activa a tradição da olaria caldense, respeitando os métodos de fabrico tradicionais, agora auxiliados por equipamentos modernos numa unidade fabril com 9.400 m2 de área coberta, 170 colaboradores e uma capacidade de produção de 6.000 peças por dia.

É um facto que os pratos, potes, jarras, travessas e terrinas, entre outras

peças utilitárias e decorativas, continuam a dominar o fabrico, com a flora e fauna como inspiração decorativa. Mas são muitos os artigos que têm vindo a merecer a preferência dos clientes, espalhados actualmente por oito mer-cados: EUA, Alemanha, França, Austrália, Canadá, Dinamarca, Holanda e Japão.

O mais que conceituado Museu de Arte Moderna de Nova Iorque - o MoMA, por exemplo, é um dos casos de espaço público que não só tem em exposição, mas também comercializa alguns artigos de ‘design’ por-tuguês. E, entre estes, estão diversas peças de faiança Bordallo Pinheiro, nomeadamente, louça utilitária, entre as quais se destaca um prato em forma de folha, com um tomate acoplado, para servir molhos e condi-mentos, uma saladeira grande folha girassol, uma tigela meloa verde, a travessa folha de ananás verde ou a manteigueira de tomate. Segundo o MoMA, as peças da marca são vendidas, no mercado norte-americano, apenas na loja do museu.

Mas a par das criações que mantêm intacta a imagem de marca da sua cerâmica até à actualidade, entre as quais o repertório de figuras humorís-

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Alguns dados actuais

São basicamente três as linhas de mesa que a marca comercializa hoje:• Resistente ao micro-ondas• Resistente à máquina de lavar• Sem chumbo nem cádmio

Equipamento com que a fábrica está dotada:• seis prensas• duas máquina de roller• 10 linhas de enchimento• 12 fornos

Principais mercados para onde exporta:• E.U.A.• Alemanha• França• Austrália• Canadá• Dinamarca• Holanda• Japão

Números:• 9.400 m2 de área coberta• 170 colaboradores• 6.000 peças por dia

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Negócios empresa

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Desde cogumelos a cobras, passando por lagartos, lobos ou gatos… foram várias as peças seleccionadas e colocadas a rigor em diferentes espaços do Jardim do Buxo.Verdadeiras reproduções de peças desenhadas por Rafael Bordallo Pinheiro, de grandes dimensões e que hoje em dia são, de facto, raras. A ideia de voltar a fazer um jardim habitado pelos bichos de Bordallo Pinheiro, no centro de Lisboa, partiu de Catarina Portas. A concepção artística, essa ficou a cargo de Joana Vasconcelos. Mas a ideia não teria sido concretizável se Elsa Rebelo, directora do ateliê artístico da Fábrica de Faianças, não tivesse iniciado há alguns anos um verdadeiro trabalho de recuperação dos moldes destas peças que nunca mais tinham sido reproduzidas.De sublinhar, contudo, que a ideia não é totalmente inédita. Já nos finais do século XIX e início do século XX, foram colocados alguns exemplares no Jardim da Estrela. O Jardim Bordallo Pinheiro fica no Museu da Cidade (Campo Grande, 245) e está aberto no mesmo horário do Museu (terça a domingo das 10.00 às 13.00 e das 14.00 às 18.00).

PEÇAS GIGANTES NO JARDIM!

ticas, a verdade é que a fábrica produz linhas de mesa modernas centra-das na funcionalidade e no ‘design’.

De sublinhar ainda, entre outros, alguns projectos que visam renovar a marca Bordallo Pinheiro, como as colaborações com artistas portugue-ses, entre os quais pontuam uma Joana Vasconcelos, Bela Silva, Susanne Themlitz, Fernando Brízio, Henrique Cayatte, Catarina Pestana e Elsa Rebelo. O objectivo final: a criação de peças exclusivas.

A entrada no Grupo VisabeiraApesar da notoriedade da marca, durante anos a Fábrica de Faianças Artísticas Bordallo Pinheiro tornou públicas as suas dificuldades finan-ceiras. Resultado, em parte, da reestruturação do sector e das mudanças não só ao nível da distribuição, mas também do próprio mapa do retalho português!

Já em inícios do ano passado, o Grupo Visabeira, através de uma par-ticipada da Cerutil, procedeu à aquisição da maioria do capital da histórica na Bordallo Pinhei-ro.

O Grupo de Viseu passou, assim, a deter uma posição maioritária na fábrica de faian-ças, mas ficou limitado a um contrato de protecção da sua marca, imposto pelo executivo e pelos accionistas. E, com este negócio, reforçava a aposta no sector da cerâmica e faianças, uma vez que tinha já entrado na também histórica Vista Alegre Atlantis.

“O que se pretende é viabilizar a empresa”, que tem sido prejudica-da por uma acentuada quebra nas encomendas, informou na altura do anúncio do negócio Vera Jardim, sócio minoritário da fábrica.

Informação divulgada foi, ainda, que o negócio implicaria “uma salva-guarda da marca Bordallo Pinheiro, pelo seu peso histórico em Portugal”, não podendo esta ser alienada ou modificada. Condição, de resto, imposta ao Grupo de Viseu para que se concretizasse a aquisição.

A operação tem como objectivo que a marca Bordallo Pinheiro se ve-nha a posicionar num patamar de mercado que poderá chegar à categoria de marca de culto ou aspiracional, bem como reforçar a aposta na inter-nacionalização e alargamento a novos mercados.

Até à data, a Visabeira Indústria efectuou já dois avultados investimen-tos: o primeiro na formação dos Recursos Humanos, dotando os colabo-radores das ferramentas necessárias para responder ao desafio de reno-vação profunda de uma empresa com 125 anos de história, e o segundo na modernização da fábrica e optimização de todos os recursos, sem des-curar o cariz artesanal dos seus métodos produtivos. “É com base nestes dois grandes investimentos que a Fábrica de Faianças Artísticas Bordallo Pinheiro pretende afirmar o seu dinamismo e autonomia, continuando a proporcionar um espaço de trabalho onde todos os colaboradores se inte-gram com gosto e orgulho, respeitando o legado do seu fundador e asse-gurando a viabilidade de todos os projectos futuros”, informa a empresa.

125 anos de HistóriaA Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha foi fundada em 1884 por Ra-

As figuras do Zé Povinho e da Maria da Paciência, a par da Jarra Manuelina, são algumas das peças incontornáveis que sobressaem do seu portefólio.

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dallo

Diz-se que terá sido a sua permanente inquietação criativa que o terá levado a explorar diversos caminhos antes de afirmar o seu talento como ceramista. Ainda jovem, Rafael Bordallo Pinheiro experimenta várias vertentes do teatro, entre as quais decoração de sala, ceno-

grafia e representação. Mas não tarda a abandonar as sociedades recreativas para aprofundar os seus conhecimen-

tos na Escola Dramática do Conser-vatório de Lisboa. Depois, a verdade é que a insatisfação perante o panorama

cultural português o leva a preterir o Conservatório em favor da

Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde se inscreve em Desenho de Arquitectura Civil e Desenho Histórico.

Também aí não encontrou a realização que procurava e aceita ingressar no mercado do trabalho, pela mão do seu pai, como Amanuense da Secretaria

da Câmara dos Pares. Mais tarde, já com alguma estabilidade económica e emocional - entretanto casado e pai de um filho -, decide cortar radicalmente com a vida boémia que até

aí levava e inscrever-se no Curso Superior de Letras, continuando a desenvolver a sua actividade gráfica e mantendo o seu trabalho na Câmara dos Pares.Em 1868, Rafael apresenta pela primeira vez os seus desenhos em público, no Salão da Sociedade Promotora de Belas Artes, um espaço que exibia a irreverên-cia de jovens talentos ignorados pelo conservador Salão da Academia de Belas Artes. Nestes trabalhos explora um naturalismo pitoresco onde sobressai uma das principais características da sua obra: a sátira de costumes. Traço este que ganhará uma outra projecção na imprensa portuguesa, onde se afirmará como o grande reformador do desenho satírico, conferindo-lhe uma nova dimen-são estética e intelectual. Nesse âmbito desenvolve, essencialmente, a narrativa gráfica, associando texto e imagem com uma ironia jamais igualável.Antes de se aventurar na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, Bordallo aprende e experimenta na Fábrica de Sacavém e na Fábrica de Francisco Gomes de Avelar, nas Caldas da Rainha. Os trabalhos resultantes desses estágios serão igualmente expostos no salão da

Promotora.Em 1884, Bordallo funda a sua fábri-ca, tendo como objectivo “explorar a indústria cerâmica no ramo especial das faianças” e propondo-se lançar no mercado, além de produtos de cerâmica ornamental e de revestimento e louça do tipo que se cultivava nas Caldas, “objectos da mais fina faiança, estam-pados com gravuras originais para usos ordinários, e louça ordinária para os usos das classes menos abastadas”.Um projecto que seria a soma e o corolário do seu percurso pessoal e das suas preocupações estéticas e sociais, e o catalisador ideal para a agitação interior que define os grandes artistas.Com criações múltiplas que vão desde as loiças utilitárias até aos exemplares de azulejaria e às peças mais artísticas com pendor satírico, a colecção de cerâmica bordaliana reúne características únicas sendo mesmo classificadas como patri-mónio artístico e histórico. As figuras do Zé Povinho e da Maria da Paciência, a par da Jarra Manuelina, são algumas das peças incontornáveis que sobressaem do seu portefólio.

UM PERMANENTE INQUIETO

fael Bordallo Pinheiro, espírito inquieto e inovador que encontrou na tra-dição oleira local o veículo ideal para o seu génio criativo, profundamente enraizado no imaginário nacional.

O edifício seria erguido num terreno com magníficos recursos natu-rais, que desde logo permitiria uma obtenção fácil de matéria-prima. Nes-te ambiente inspirador, e reunindo os meios humanos e técnicos necessá-rios, Bordallo inicia então a produção em série de peças que haveriam de marcar a cultura portuguesa.

Na síntese única do seu talento e, mais tarde, na do seu filho Manuel Gustavo, público e crítica identificaram diversas correntes estéticas, mas, acima de tudo, um cunho original e diferenciador.

A receptividade ao trabalho da fábrica não se faz esperar e as peças são requisitadas pelos mais diversos clientes, no âmbito público e privado, rendidos não apenas à imaginação, vivacidade e humor dos artigos produ-zidos, mas também à revalorização da nossa identidade levada a cabo por Bordallo e seus colaboradores.

Esta paixão e criatividade conferiram à Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, hoje denominada Fábrica de Faianças Artísticas Bordallo Pi-nheiro, características únicas, tornando-a responsável por um importan-tíssimo património artístico e histórico. Uma tradição preservada nas cen-

tenárias técnicas de reprodução dos modelos, articulada com uma postura inovadora e atenta às exigências contemporâneas.

Actualmente a fábrica alberga também um espaço museológico, a Casa Museu São Rafael, que contém um espólio significativo de exemplares de cerâmica de Rafael e seus seguidores, conhecendo-se, através deste, a história da empresa.

Existe ainda um restaurante, em pleno coração da fábrica, onde se pode saborear uma refeição rodeado por exemplares da autoria de Mestre Bordallo.

As dimensões patrimonial, museológica e comercial imprimem a todo o empreendimento uma dinâmica turística, envolvendo toda a cadeia de valor e contribuindo para cimentar uma imagem de produto manufactu-rado com forte conteúdo histórico e cultural.

Para marcar a comemoração dos 125 anos, foram programadas, até ao passado mês de Junho, várias acções a nível nacional, englobando o lançamento de peças exclusivas alusivas à data e a comercialização de produtos desenvolvidos em parceria com alguns dos mais ilustres artis-tas portugueses, entre muitas outras. A acompanhar este processo, foi ainda dado especial ênfase à aproximação da marca aos consumidores, tendo sido criados novos pontos de venda com a imagem renovada da Bordallo Pinheiro.

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VISTA ALEGRE BY JOANA VASCONCELOS

PROJECTO ARTISTAS CONTEMPORÂNEOS

A Vista Alegre, marca que pertence ao Grupo Visabeira, acaba de lançar mais uma peça numa edição numerada e limitada, agora assinada por Joana Vasconcelos.

A PEÇA

Manchas de molho, que se assemelham a estranhas línguas coloridas, escorrem no exterior e interior da saladeira “La Tache”, dando corpo a uma composição que dialoga com as formas, texturas e cores dos alimentos. Oito representações abstractas, aplicadas e contextualizadas na superfície de uma saladeira Vista Alegre, podem transformar-se em manchas de diferentes molhos coloridos, ou assumir-se como divertidas linguas que procuram avidamente as iguarias que a saladeira recebe. Joana Vasconcelos propõe-nos em “La Tache” uma experiência nos limites da impossibilidade tangível;

aquela que habita entre a realidade e a fantasia.

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Depois das peças Vista Alegre assinadas por Eduardo Nery, Manuel João Vieira e Pedro Calapez, agora é a vez de Joana Vasconcelos assinar “La Tache”, uma sa-ladeira decorada de forma original e divertida. A Vista Alegre, marca que pertence ao Grupo Visabeira, lan-çou esta peça numa edição exclusiva, limitada a 500

exemplares e numerada, e com um preço de 380 Euros. Esta é a quar-ta obra apresentada no âmbito da iniciativa “Artistas Contemporâneos”, uma acção iniciada em 2008 que prevê a apresentação de duas edições anuais, limitadas e numeradas, concebidas por diversos artistas consagra-dos ligados às artes plásticas e gráficas, nacionais e internacionais. Esta estreita colaboração com os mais reputados criadores contribui para a de-finição das novas tendências de decoração e para a criação de peças que ainda hoje são estrelas de alguns leilões de arte e peças raras.

Entre os criadores que têm contribuído para a redefinição do carácter de exclusividade da marca, em consonância com as correntes estéticas contemporâneas, contam-se Jesus Del Pozo, Mikaela Dorfel, Júlio Pomar, Álvaro Siza Vieira, Bartek Mejor, Manuel João Vieira, Pedro Calapez, Sam Baron, Eduardo Nery e agora Joana Vasconcelos e Oscar Mariné. Estes e outros nomes são responsáveis por um conjunto valioso de obras que continuarão a contribuir para a vasta lista de prémios nacionais e interna-cionais que a marca foi ganhando ao longo da sua história.

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Joana Vasconcelos nasceu em Paris em 1971 e é considerada uma das mais marcantes artistas plásticas da última década no panorama nacional. Actualmente, vive e trabalha em Lisboa. Formada no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, trabalha, essencialmente, com a escultura e a instalação. Entre os prémios recebidos conta com o Prémio EDP Novos Artistas (2000) e o Prémio “The Winner Takes It All”, atribuído pela Fundação Berardo à obra Néctar (2006).

Quem é?

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Património

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VIDA NOVA PARA O PALÁCIO DA BOLSA

REABILITAÇÃO

O restauro do Palácio da Bolsa, um dos edifícios histó-ricos mais visitados do Porto, é um projecto em que a actual direcção da Associação Comercial do Porto (ACP), presidida por Rui Moreira, se empenhou di-rectamente e que já mobilizou, desde 2006, um in-

vestimento total superior a 3,5 milhões de euros.Nesta segunda fase, os trabalhos contemplarão a cobertura na

envolvente das clarabóias da Escadaria Nobre e da Sala Medina, os rebocos exteriores das fachadas poente e sul e o restauro dos estuques e pinturas decorativas do Mestre António Ramalho, que revestem os tectos da clarabóia da Escadaria Nobre. Serão ainda abrangidos nesta fase as infra-estruturas eléctricas e de gás e a finalização do restauro do Salão Árabe.

As obras de segunda fase serão co-financiadas pela Comissão de Coordenação da Região Norte, que assegurará 70% do valor global das obras, ficando os restantes 30% a cargo dos fundos próprios da Asso-ciação Comercial do Porto, proprietária do imóvel onde está instalada a sua sede.

A Associação Comercial do Porto inicia, em Outubro, a segunda fase das obras de reabilitação do Palácio da

Bolsa, que representarão um investimento adicional de cerca de um milhão de euros e se prolongarão pelos

próximos nove meses.

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O restauro do Palácio da Bolsa já mobilizou, desde 2006, um investimento total superior a 3,5 milhões de euros.

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Património

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Restauro de alto a baixo A ACP iniciou as obras de restauro do Palácio da Bolsa em 2007. A primeira fase dos trabalhos decorreu ao longo de dez meses e terminou em Abril de 2008. Foram investidos 1,5 milhões de euros no tratamen-to das coberturas e no ajuste da rede de drenagem das águas pluviais, no restauro de telhados e das clarabóias, com especial destaque para o Pátio das Nações, na reabilitação da escadaria de acesso à galeria do Sa-lão Árabe e na recuperação de parte das instalações eléctricas no sótão.

A CCDRN garantiu 1,125 milhões de euros, a que se juntou mais meio milhão dos mecenas TMN e Caixa Geral de Depósitos. No restau-ro da clarabóia do Pátio das Nações, para além do tratamento de toda a imponente estrutura metálica, procedeu-se à substituição do revesti-mento existente, em policarbonato, por vidro transparente.

Em Setembro do ano passado, o foco central passou a ser o restauro do Salão Árabe. A obra, iniciada após um cuidado levantamento prévio de patologias, envolveu uma equipa de mais de 20 técnicos especiali-zados nas diversas áreas do restauro e contempla sobretudo trabalhos de consolidação dos suportes em gesso e madeira, a recuperação dos elementos metálicos funcionais e dos originais vitrais franceses das portas e janelas, a reintegração volumétrica dos elementos decorativos em falta, o tratamento das camadas policromadas e película de ouro sobre os diferentes suportes e o varandim da galeria que circunda todo o espaço. A obra ficou concluída em Maio e integrou intervenção nos estuques das paredes e tectos, nas portas, e, ainda, nos vitrais que de-coram o interior do Salão Árabe. A cargo da firma CRERE – Centro de Restauro e Estudos, o restauro representa um investimento na ordem dos 360 mil euros.

A data de finalização poderia ser antecipada, mas a direcção esco-lheu abrandar o ritmo da obra para que o salão se mantivesse aberto ao

o restauro do salão árabe envolveu uma equipa de mais de 20 técnicos especializados nas diversas áreas de restauro

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» Análise

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O Palácio da Bolsa é um dos principais ex-libris e pólos de atracção da cidade do Porto e da Região Norte.

público. Desta forma, o Salão Árabe pôde continuar a receber eventos e visitas enquanto as obras minuciosas decorreram.

O Salão Árabe foi construído no reinado de D.Maria II e demorou 18 anos a ser concluído. A escolha recaiu sobre o ostensivo estilo árabe, com ornamentação em folha de ouro, inscrições árabes e portadas pin-tadas à mão, para que a burguesia portuense do século XIX demons-trasse aos visitantes oficiais o poderio económico e político da classe.

A sala de visitas do NorteA construção do Palácio da Bolsa iniciou-se em Outubro de 1842, por iniciativa da Associação Comercial do Porto. O encerramento da Casa da Bolsa do Comércio obrigara temporariamente os comerciantes do Porto a discutirem os seus negócios na Rua dos Ingleses, ao ar livre, o

grandes nomes das artes decorativas contribuíram para o este espólio e património únicos

que apressou a decisão de construção do Palácio da Bolsa. Ao longo de três gerações, muitos mestres e artífices trabalharam para a edificação desta jóia arquitectónica do séc. XIX. Com uma mistura de estilos ar-quitectónicos, o edifício apresenta em todo o seu esplendor traços do neoclássico oitocentista, arquitectura toscana, assim como o neopala-diano inglês.

Grandes nomes da arquitectura, da pintura, da escultura e das ar-tes decorativas contribuíram para este espólio e património únicos.

Classificado como Monumento Nacional, o Palácio da Bolsa, um dos principais ex-libris e pólos de atracção da cidade e da Região Norte, recebe anualmente quase 120 mil visitantes. Autêntica sala de visitas da Região ali se realiza a maioria das recepções oficiais do Estado no Norte de Portugal. Pelo Palácio da Bolsa têm passado governantes e dignatários de quase todos os países do Mundo, tendo sido um dos edifícios integrados na candidatura do Porto Antigo a Património Mundial.

É também um espaço com condições únicas para a realização de concertos, palestras, apresentações, assembleias-gerais, recepções, congressos, incentivos, conferências, mostras comerciais, leilões, expo-sições da mais variada índole, passagens de modelos e outros eventos. Nesta qualidade, o Palácio da Bolsa foi um dos fundadores dos His-toric Conference Centres of Europe, rede que reúne, a nível europeu, Palácios, Monumentos ou Edifícios Históricos, que funcionam como Centros de Conferências.

O Salão Árabe é a mais emblemática de todas as salas do palácio devido, como o nome indica, aos estuques do século XIX legendados a ouro com caracteres arábicos que preenchem as paredes e o tecto. É neste salão que têm normalmente lugar as homenagens a chefes-de- -Estado que visitam a cidade.

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Internacionalização

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ATELIER NOMEAD O PARA OS EUROPEAN HOTEL DESIGN AWARDS

NINI ANDRADE DA SILVA

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ATELIER NOMEAD O PARA OS EUROPEAN HOTEL DESIGN AWARDS

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O Atelier Nini Andrade Silva foi pela terceira vez nomea-do para os European Hotel Design Awards. Depois de recentemente ter sido o grande vencedor do prémio Best Interior Design Award from Europe e de ter re-cebido o melhor projecto de Design de Interiores de

Portugal atribuído pelos European & Africa Property Awards 2010, também pela qualidade, inovação e sofisticação ao nível do ‘design’ de interiores desenvolvido para o Hotel Teatro, o Atelier é agora um dos seleccionados para a ‘shortlist’ destes prémios, estando nomeado para duas categorias – Restaurant e Café, Bar, Nightclub or Lounge.

As diferentes categorias que o Atelier Nini Andrade Silva foi nome-ado comparam os projectos do Hotel Teatro aos melhores do mundo, nomeadamente, o Restaurante Palco do Hotel Teatro ao projecto Blanc Restaurant at Mandarin Oriental, em Barcelona, promovido pelo Man-darin Oriental Hotel Group, e o Bar Plateia ao Bar do HUNter 486 Hotel, em Londres, submetido pelo Atelier RDD Plc.

Os European Hotel Design Awards, que irão decorrer no próximo dia 23 de Novembro no Business Design Center, em Londres, fazem parte do The Sleep Event, promovido em parceria pela Sleeper Magazi-ne e pela cadeia Design Hotels.

The Sleep Event é o mais importante acontecimento na Europa de-dicado exclusivamente à Arquitectura e Design de Interiores promo-

vida para o sector hoteleiro, englobando uma exposição dedicada ao Design de Interiores intitulada The Sleepotel, diversas conferências e a aclamada cerimónia dos European Hotel Design Awards.

No âmbito deste evento, o Atelier Nini Andrade Silva será ainda o único ‘atelier’ português a integrar o The Sleepotel. Este projecto inova-dor lança o desafio a diferentes profissionais do mundo da Arquitectura e Design de Interiores para conceberem um hotel imaginário através de abordagens pioneiras e do desenvolvimento de conceitos de ‘design’ totalmente originais. O Atelier Nini Andrade Silva foi convidado para idealizar a recepção deste hotel imaginário.

Construído numa área composta por 1400m², The Sleepotel oferece um ambiente onde 16 conceituados ‘designers’ internacionais apresen-tam as suas visões individuais do ‘design’ futurista, sendo constituído por 16 quartos, incluindo um Lounge Bar, uma Recepção e um Jardim.

Com estas distinções e presença internacional, o Atelier Nini An-drade Silva distingue-se pela qualidade, sofisticação e diferenciação do ‘design’ feito em Portugal. A forte internacionalização da marca Nini Andrade Silva representa a continuidade de um trabalho de excelên-cia desenvolvido por uma equipa crescente de arquitectos e ‘designers’, originários de geografias diversas – a formação internacional potencia a sua base de influências e facetas de criatividade – que contribuirá positivamente para a abertura de novos ‘ateliers’ em diversos países.

O ‘atelier’ liderado pela ‘designer’ de interiores Nini Andrade da Silva concorre agora com os melhores do mundo nas categorias de Restaurante e Bar.

Isabel Maria Andrade Silva - Nini como toda a gente a conhece - nasceu no Fun-chal em 1962. Formou-se em Design no Instituto de Artes Visuais Design e Marke-ting (IADE) em Lisboa, tendo prosseguido em simultâneo o seu percurso académico e profissional no estrangeiro, onde estu-dou e trabalhou em Nova Iorque, Londres, Paris, África do Sul e Dinamarca.Paralelamente ao seu percurso interna-cional a nível da arquitectura e ‘design’ de interiores, Nini abraçou duas grandes pai-xões, a pintura e, através do seu trabalho, ajudar aqueles que mais necessitam.A sua pintura está presente numa das maiores Colecções de Arte Contempo-rânea do Mundo do Comendador Joe Berardo e em museus de todo o Mundo, nomeadamente na Irlanda e Nova Iorque.

Nini Andrade Silva representou Portugal na Casa Decor 2002 em Barcelona, com a sua colecção de pintura “Garota do Ca-lhau”. Posteriormente exposta em Miami, Paris e Nova Deli. A imagem de marca “Garota do Calhau” é assim também usada para ajudar crianças e surge associada a uma reminiscência da sua infância, uma vez que este é o nome pelo qual eram conhecidas as crianças mais necessitadas do Funchal. Esta Fundação tem como receitas a venda de quadros por si pintados e que têm como tema único os Calhaus (pedras roliças en-contradas nas praias da ilha da Madeira).

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ATELIER NOMEAD O PARA OS EUROPEAN HOTEL DESIGN AWARDS

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O Atelier Nini Andrade Silva foi pela terceira vez nomea-do para os European Hotel Design Awards. Depois de recentemente ter sido o grande vencedor do prémio Best Interior Design Award from Europe e de ter re-cebido o melhor projecto de Design de Interiores de

Portugal atribuído pelos European & Africa Property Awards 2010, também pela qualidade, inovação e sofisticação ao nível do ‘design’ de interiores desenvolvido para o Hotel Teatro, o Atelier é agora um dos seleccionados para a ‘shortlist’ destes prémios, estando nomeado para duas categorias – Restaurant e Café, Bar, Nightclub or Lounge.

As diferentes categorias que o Atelier Nini Andrade Silva foi nome-ado comparam os projectos do Hotel Teatro aos melhores do mundo, nomeadamente, o Restaurante Palco do Hotel Teatro ao projecto Blanc Restaurant at Mandarin Oriental, em Barcelona, promovido pelo Man-darin Oriental Hotel Group, e o Bar Plateia ao Bar do HUNter 486 Hotel, em Londres, submetido pelo Atelier RDD Plc.

Os European Hotel Design Awards, que irão decorrer no próximo dia 23 de Novembro no Business Design Center, em Londres, fazem parte do The Sleep Event, promovido em parceria pela Sleeper Magazi-ne e pela cadeia Design Hotels.

The Sleep Event é o mais importante acontecimento na Europa de-dicado exclusivamente à Arquitectura e Design de Interiores promo-

vida para o sector hoteleiro, englobando uma exposição dedicada ao Design de Interiores intitulada The Sleepotel, diversas conferências e a aclamada cerimónia dos European Hotel Design Awards.

No âmbito deste evento, o Atelier Nini Andrade Silva será ainda o único ‘atelier’ português a integrar o The Sleepotel. Este projecto inova-dor lança o desafio a diferentes profissionais do mundo da Arquitectura e Design de Interiores para conceberem um hotel imaginário através de abordagens pioneiras e do desenvolvimento de conceitos de ‘design’ totalmente originais. O Atelier Nini Andrade Silva foi convidado para idealizar a recepção deste hotel imaginário.

Construído numa área composta por 1400m², The Sleepotel oferece um ambiente onde 16 conceituados ‘designers’ internacionais apresen-tam as suas visões individuais do ‘design’ futurista, sendo constituído por 16 quartos, incluindo um Lounge Bar, uma Recepção e um Jardim.

Com estas distinções e presença internacional, o Atelier Nini An-drade Silva distingue-se pela qualidade, sofisticação e diferenciação do ‘design’ feito em Portugal. A forte internacionalização da marca Nini Andrade Silva representa a continuidade de um trabalho de excelên-cia desenvolvido por uma equipa crescente de arquitectos e ‘designers’, originários de geografias diversas – a formação internacional potencia a sua base de influências e facetas de criatividade – que contribuirá positivamente para a abertura de novos ‘ateliers’ em diversos países.

O ‘atelier’ liderado pela ‘designer’ de interiores Nini Andrade da Silva concorre agora com os melhores do mundo nas categorias de Restaurante e Bar.

Isabel Maria Andrade Silva - Nini como toda a gente a conhece - nasceu no Fun-chal em 1962. Formou-se em Design no Instituto de Artes Visuais Design e Marke-ting (IADE) em Lisboa, tendo prosseguido em simultâneo o seu percurso académico e profissional no estrangeiro, onde estu-dou e trabalhou em Nova Iorque, Londres, Paris, África do Sul e Dinamarca.Paralelamente ao seu percurso interna-cional a nível da arquitectura e ‘design’ de interiores, Nini abraçou duas grandes pai-xões, a pintura e, através do seu trabalho, ajudar aqueles que mais necessitam.A sua pintura está presente numa das maiores Colecções de Arte Contempo-rânea do Mundo do Comendador Joe Berardo e em museus de todo o Mundo, nomeadamente na Irlanda e Nova Iorque.

Nini Andrade Silva representou Portugal na Casa Decor 2002 em Barcelona, com a sua colecção de pintura “Garota do Ca-lhau”. Posteriormente exposta em Miami, Paris e Nova Deli. A imagem de marca “Garota do Calhau” é assim também usada para ajudar crianças e surge associada a uma reminiscência da sua infância, uma vez que este é o nome pelo qual eram conhecidas as crianças mais necessitadas do Funchal. Esta Fundação tem como receitas a venda de quadros por si pintados e que têm como tema único os Calhaus (pedras roliças en-contradas nas praias da ilha da Madeira).

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Arte Pintura

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PAULA REGO RECEBE PRÉMIO NO CASINO ESTORIL

PERSONALIDADE DO ANO 2009

A pintora Paula Rego foi a Personalidade do Ano 2009 pela AIEP (Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal). A cerimónia de entrega

do prémio teve lugar na Galeria de Arte do Casino Estoril.

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Começou por fazer desenhos debaixo da secretária do quar-to de brinquedos de sua casa e já lá vão mais de 70 anos. Iniciou os estudos no Colégio Integrado Monte Maior, em Carcavelos, e na St. Julian’s School, onde cedo os professo-res lhe reconheceram talento para a pintura. Seguindo os

conselhos do pai, que dizia “que Portugal não era um país para mulheres”, foi para Londres onde estudou na Slade School of Fine Art. Casou com um inglês e fixou residência em Inglaterra, onde habita desde 1976. Vem regularmente a Portugal, onde tem feito exposições das suas obras.

Hoje, com uma carreira de cerca de 50 anos, o nome de Paula Rego é

reconhecido em todo o mundo e a lista de prémios que tem recebido é muito extensa. O mais recente foi-lhe atribuído pela Associação da Im-prensa Estrangeira em Portugal, que a elegeu como Personalidade do Ano 2009. Com 32 anos de existência, esta associação tem distinguido pessoas ou instituições portuguesas, de várias áreas, que contribuam para a no-toriedade do País no mundo. Depois de Carlos Paredes, os Capitães de

Abril, Joaquim de Almeida, Vanessa Fernandes, Luís Figo, Durão Barroso, António Guterres, Álvaro Siza Vieira, Manoel de Oliveira, Fundação Gul-benkian, entre outros, foi a vez de Paula Rego se juntar à lista.

Na cerimónia de recepção do prémio, que teve lugar no Casino, Paula Rego recebeu o galardão pelas mãos da ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, frisando estar “muito feliz pelo reconhecimento de 50 anos de trabalho”. A pintora aproveitou ainda a ocasião para apelar que haja mais apoio financeiro para a cultura, que na sua opinião é “a alma do país”. Por sua vez, Gabriela Canavilhas mostrou-se também muito satisfeita por, mais uma vez, o prémio ter sido destinado a uma personalidade ligada às artes. “A Paula Rego é uma

figura mundial que leva o nome de Portugal e estamos todos agradecidos pela sua obra, que nos enche de orgulho”, sublinhou a ministra.

No dia seguinte à cerimónia inaugurou uma exposição que mostra, em Portugal, o trabalho do marido da pintora Victor Willing, na Casa das His-tórias, nome do museu criado pela autarquia de Cascais para a própria Paula Rego.

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a pintora paula rego mostrou-se muito feliz pelo reconhecimento do seu trabalho

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Hotel moçambique

“GRAND DAME” DE ÁFRICA VOLTA A BRILHAR

POLANA SERENA HOTEL

Tradição e modernidade definem o renovado Polana Serena Hotel, que desde sempre marcou a história e a arquitectura da cidade de Maputo. A reabertura das suas portas foi feita pelo lendário porteiro Luís Nhaca, no passado mês de Setembro. fo

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a renovada fachada do polana serena hotel

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A “Grand Dame” de África, como é largamente conheci-do o Polana Serena Hotel, acaba de mostrar ao mun-do como conseguiu transpor a linha entre os tempos passados e os modernos. Desde a entrada aos quartos, passando pela recepção e pelos restaurantes, todos os

espaços do Polana foram repensados e recriados para proporcionar uma experiência única e memorável aos seus hóspedes. A renovação

inclui também algumas novidades como o Maisha Health Club & Spa e novos espaços de restauração e lazer.

Assim, o majestoso edifício colonial debruçado sobre a baía de Ma-puto, desenhado pelo arquitecto inglês Herbert Baker nos anos 20, continua a ser hoje um símbolo desta cidade. O Polana Serena Hotel, majestosamente virado para o Oceano Índico, localiza-se numa das mais prestigiadas avenidas da cidade de Maputo, nas imediações do luxuoso Bairro de Sommerschield.

A dar as boas vindas a todos aqueles que visitam o hotel está o len-dário porteiro, sempre muito aprumado no seu casaco com medalhas de todo o mundo. Com uma história de 88 anos, este hotel continua a ser ainda hoje um ícone da capital de Moçambique e o local de encon-tro obrigatório de turistas e de alguma aristocracia local. Já albergou nomes sonantes como Nelson Mandela, Koffi Anan, Bill Clinton, Tony Blair, Lula da Silva, a rainha Isabel de Inglaterra, a princesa de Espa-nha Cristina de Bourbon, o príncipe da Holanda, o príncipe Aga Khan, Jane Fonda, e até os portugueses Jorge Sampaio, Cavaco Silva, Durão Barroso, Carlos do Carmo e Eusébio, entre outros.

Esta unidade hoteleira é constituída por dois edifícios contíguos numa mesma área de lazer, o Polana Serena e o Polana Mar Hotel, com um total de 128 quartos e 14 suites. O hotel foi inaugurado a 1 de Junho de 1922. Os dois edifícios oferecem alojamentos que vão des-de quartos studio, ‘standard’, deluxe, suites e uma suite presidencial, com vista para a cidade ou para o mar.

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Hotel moçambique

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A cozinha deste hotel 5 estrelas incorpora os temperos e tradições de Portugal, França, Moçambique e África. O hóspede pode optar pelo restaurante Delagoa, para refeições mais requintadas, Varanda, com ‘buffets temáticos, menu ‘à la carte’ e pastelaria francesa, ou o Aqua-rius Restaurante e Bar, que oferece ‘cocktails’ tropicais, uma selecção de refeições ligeiras e um inovador Sushi Bar, com vistas para o oce-ano. O Polana Bar dispõe de uma larga selecção dos melhores maltes e cigarros.

A vida no Polana Serena Hotel é uma mistura de relaxamento e descoberta cultural, proporcionando a quem o visita a oportunidade de passear pelos seus jardins, dar um mergulho na piscina ou relaxar

no renovado Maisha Health Club & Spa, com ginásio, sauna e banho turco, ou mesmo na Resident’s Lounge, uma sala exclusiva para os hóspedes, com vista para o Jardim das Rosas.

As instalações para conferências, banquetes e reuniões de negó-cios são outras das ofertas. Existem quatro salas de reuniões com mo-dernos equipamentos e um Salão Nobre para ocasiões especiais.

Os hóspedes do hotel podem ainda usufruir de um conjunto de actividades extra que vão desde um ‘tour cultural’, a um cruzeiro ao pôr-do-sol, uma mostra da vida nocturna de Maputo, a visitas às duas ilhas tropicais, Ilha de Inhaca e Ilha dos Portugueses, à Reserva de Elefantes de Maputo ou até um safari no famoso Kruger Park.

O Hotel Polana localiza-se num majestoso edifício, na antiga Lourenço Marques, que conjuga a traça colonial e o charme africano com uma história que remonta a 1922. Em 1936, o hotel mudou de mãos pela primeira vez, passando da empresa sul-africana Delagoa Bay para a posse do milioná-rio I.W. Schlesinger (com quem ficaria até 1963). No período que precedeu

a Segunda Grande Guerra, o Polana viveu anos de grande prosperidade, constando nos guias internacionais como um dos hotéis mais importantes em África, a par dos Carlton do Cairo e de Joanesburgo.Após a independência de Moçambi-que, à semelhança de muitos estabe-lecimentos privados, o Hotel Polana tornou-se propriedade do Estado

Moçambicano mantendo, contudo, a gestão por uma empresa portugue-sa, a Estoril Sol. Em 1990, o Grupo Karos passa a gerir o hotel, mudando novamente de gestão em 2002 para as mãos do grupo TPS/AKFED – Serena Hotels – com quem permanece até ao presente.

História

Polana Serena Hotel Av. Julius Nyerere 13801151 MaputoMoçambiqueTel: (+258) 21241700/800Fax: (+258) 21491480

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www.pinhaldatorre.com

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À venda nas melhores garrafeiras nacionais, no El Corte Inglès e no Recheio

in Hugh Johnson’s Pocket Wine Book, 2008

Rising Stars

in Wine Enthusiast

Um poderoso e impressionante vinho“”

in Parker’s Wine Buyers Guide

“Os Vinhos da Quinta do Alqueve foram dos mais interessantes que provei”

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A dar as boas vindas a quem visita o renovado hotel Polana está o lendário porteiro Luís Nhaca, conhecido pelo seu casaco coberto com medalhas de todo o mundo.

• A Estação Ferroviária, cuja cúpula central foi desenhada por Gustave Eiffel, classificada entre as dez mais belas do mundo. Um elegante edifício clássico que data de 1910

• A Casa de Ferro, também desenhada por Eiffel. Este edifício foi construído em 1892 como residência para o Governador

• O Museu de História Natural • O Mercado Central, que oferece artesanato e todo o tipo de produtos frescos • O Forte e o Museu da Moeda• A Câmara Municipal e a Catedral • A Costa do Sol e os seus restaurantes de peixes e mariscos• O Clube Naval • O Museu Nacional de Arte e a Associação Núcleo de Arte, que organiza exposições

regulares de artistas moçambicanos

A visitar na cidade de Maputo:

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Vinhos pinhal da torre

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P resentes em cerca de duas dezenas de países, os vinhos Pinhal da Torre são o resultado de um esforço de gera-ções, da família Saturnino Cunha, para produzir alguns do melhores vinhos Portugueses. Hoje, mais dois terços das 250 mil garrafas produzidas anualmente são aprecia-

das por consumidores estrangeiros, nos mais exigentes mercados da Europa, Ásia e América. Com as marcas “Quinta do Alqueve”e “Quin-ta de São João”, o produtor tem vindo a acumular reconhecimento e presença em alguns dos mais exclusivos restaurantes internacionais. Promete em breve apresentar alguns vinhos que vão impressionar os mais exigentes. Paulo Saturnino Cunha, actual director-geral da Pi-nhal da Torre, explica-nos como se faz um bom vinho.

O que distingue um bom vinho de um mau vinho?Um bom vinho é um vinho que tem um grande equilíbrio: corpo, acidez, aroma, uma grande complexidade, um final longo e uma grande longevi-

O equilíbrio entre corpo, acidez, aroma e complexidade é a base de um bom vinho. Mas o momento – o lugar, a comida, o ambiente, o rótulo, etc. – é a pedra de toque final. Tudo somado, um bom vinho é aquele de que gostamos, garante Paulo Saturnino Cunha, o CEO da Pinhal da Torre.

dade. No entanto, dependendo da harmonização com a comida, um bom vinho pode tornar-se um mau vinho, e vice-versa. Além disso, na apreciação de um vinho, temos de levar em conta o palato de cada um e aí já entramos na subjectividade: o que é bom para uns, pode não o ser para os outros. O momento – o lugar, a comida, o ambiente, o rótulo, etc., também condicio-na a nossa percepção em relação aos vinhos. Tudo somado, podemos dizer simplistamente que um bom vinho é um vinho que nós gostamos e um mau vinho é aquele que nós não gostamos. Ou seja, confie no seu palato, feche os olhos e aprecie um bom vinho.

Tendo em conta que um vinho de mesa é o resultado de um ‘blend’ de di-ferentes castas, o sucesso dos vinhos varietais monocasta não contribuirá para que os vinhos fiquem cada vez mais iguais uns aos outros?O conceito de ‘blend’ é relativo, qualquer vinho, mesmo que seja de uma só casta já é um blend em si, pois cada cepa é única. Mas o conceito de ‘blend’ de várias castas é efectivamente o mais usual. Os vinhos monocasta

Um bom vinho é aquele de que nós gostamos

PAULO SATURNINO CUNHA

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terão sempre o seu espaço, mas não é o facto de serem monocastas que os tornarão iguais, mas sim a vinificação, que em parte é para muitos produ-tores condicionada pelo actual estilo das preferências dos principais críticos mundiais.

O bom vinho depende do momento, da estação do ano e daquilo com que o acompanhamos?Claramente, não podemos dissociar o prazer de beber um vinho do con-texto onde nos encontramos, assim como do nosso estado de espírito. E tudo isso, naturalmente, pode tornar um bom vinho em excelente, ou um excelente vinho em sofrível.

Hoje há cada vez mais marcas de vinho. Não estaremos a cair num exage-ro de marcas e de oferta? É indiscutível que existe um excesso de marcas e oferta, não só em Portugal, mas também a nível mundial. Fazer vinho, de há uns anos para cá, tor-nou-se uma questão de ‘status’. Todos querem ter o seu próprio vinho. Quantos casos não conhecemos de advogados, empresários ou até mesmo actores, que são actualmente produtores de vinho? Daí a proliferação de marcas. No entanto alguns desses ‘outsiders’ têm ajudado imenso o vinho, produzin-do excelentes vinhos e tendo mesmo trazido uma “lufada de ar fresco” ao sector. Mas é evidente que a quantidade de projectos e de marcas que existem actualmente confundem o consumidor e tornam mais difícil para qualquer produtor implantar a sua marca. Por isso é que digo que apesar da produção de vinho ser uma arte, ela é acima de tudo um ne-gócio de paciência e de tempo. Além disso, temos que captar novos consumidores, pois eles são muito volúveis, tendo em conta esse excesso de marcas.

Muitos produtores, para diferenciarem os seus vinhos, fazem apelo a atri-butos que parecem até um pouco absurdos, como “o aroma a maçã”, “o ligeiro sabor a terra molhada” e outros argumentos do tipo. Este excesso de “maneirismo na comunicação” faz algum sentido?Eu diria que isso tem mais a ver com a linguagem de alguns críticos e de al-guns enófilos, cujas notas de prova muitas vezes não passam de devaneios, do que propriamente com os produtores. Mas mesmo estes acabam por entrar nesse tipo de linguagem para atender e por vezes impressionar os consumidores. Enfim, complica-se demais uma coisa que não deveria ser tão complicada.

Há uma ideia generalizada de que o bom vinho português tem de ser pro-duzido no Alentejo ou no Douro. Não há bons vinhos nas restantes regiões?Claro que sim, a região por si só não é um garante da qualidade. Posso até afirmar que a região que hoje supostamente produz os melhores vinhos é a que também coloca alguns dos piores vinhos no mercado.

Defende a utilização das castas nacionais, ou aceita a inclusão de castas estrangeiras? Cada região deveria manter as suas castas originais?Defendo a utilização das nossas castas como também das estrangeiras, desde que sejam boas e bem adaptadas ao ‘terroir’ de cada um. Não me

incomoda de todo. Aliás na Pinhal da Torre temos várias castas estrangei-ras e têm-nos dado imensas alegrias. Fomos, segundo consta, o primeiro produtor em Portugal a lançar um vinho de Touriga Nacional com Syrah: o “Quinta do Alqueve”. No entanto, no panorama internacional, o nosso grande diferenciador passará pelas nossas castas. Mas é tudo relativo. Os vinhos super toscanos colocaram a Itália num nível muito elevado, e ba-sicamente são feitos com Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc, todas castas de origem francesa, e muito poucos com Sangiovese, a casta original da região. A razão é que nesse ‘terroir’ essas castas manifestaram-se superiormente. Quem não nos garante que a nossa Touriga Nacional não possa ter sua melhor expressão num lugar algures na Austrália, ou na Cordilheira do Andes? Ninguém sabe.

Alguns produtores estão agora a associar as suas marcas de vinho à pro-dução de azeites. Esta ligação do azeite ao vinho faz sentido? Sob uma única marca, ou é mais acertado optar por marcas diferenciadas para cada um dos produtos?Acho que faz sentido e é até uma ligação que funciona bem. Quanto às marcas, cada caso é um caso. Mas parece-me fazer mais sentido usar uma única marca, mais fácil para o con-sumidor conhecer o produto. Mas essa deve ser uma decisão empresarial.

Há quem garanta que foram os grandes hipermer-cados que massificaram o consumo do vinho, re-cuperando de uma tendência de perda para outras bebidas alternativas, como as cervejas. Concorda?Penso que não. As marcas não se fazem nos su-permercados. Os portugueses já beberam mais vinho do que actualmente. Hoje bebe-se menos, mas bebe-se vinho de melhor qualidade e, nesse

caso, as cadeias de distribuição ajudaram, pois colocaram à disposição do consumidor mais alternativas e de melhor qualidade. Diminuiu o garra-fão e aumentou a garrafa. Mas tudo é cíclico. Agora vai chegar a vez do “bag-in-box”, que vai ser o garrafão do séc. XXI.

Como vê a entrada dos grupos cervejeiros no vinho. Não terão eles a van-tagem de uma melhor rede de distribuição?Vejo com bons olhos e isso já é comum noutros países. Sem dúvida que em parte o sucesso de qualquer negócio tem muito a ver com a eficiência e a qualidade da sua distribuição e que os grupos cervejeiros têm uma excelen-te rede de distribuição. Mas isso só não chega, nem é um garante de suces-so. E temos internamente exemplos menos bem sucedidos disso mesmo.

Os produtores queixam-se de um excesso de produção de vinho, com efei-tos negativos sobre os preços? Como contrariar esta conjuntura negativa?Baixar os preços é a solução mais fácil, mas a que, no médio longo pra-zo, mais problemas vai criar aos próprios produtores. Penso que a solução passa por produzir vinhos de qualidade, com personalidade e identidades muito próprias e, acima de tudo, passar a percepção para o consumidor de que está a beber um produto único de excelente e com uma boa relação qualidade/ preço. Tudo se ultrapassa com trabalho, e mais trabalho.....e al-guma sorte também. ‘Cheers’!

Fazer vinhotornou-se uma questão de ‘status’. Todos querem ter o seu próprio vinho.

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Restaurantes chiado

o chiado é uma das zonas mais cosmopolitas da capital

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ROTA ‘GOURMET’ DA CAPITAL

TRADIÇÃO E MODERNIDADE

Hoje o Chiado voltou a ser um importante centro de cultura e comércio de Lisboa, sendo uma das zonas mais cosmopolitas e movimentadas da capital portuguesa. Mas não se fica por aqui, é também cada vez mais um pólo da arte de bem comer em Lisboa, onde a tradição e a modernidade convivem em harmonia. O íman do Chiado está a atrair cada vez mais restaurantes.

S ituado entre o Bairro Alto e a Baixa de Lisboa, o Chiado é, hoje em dia, um dos locais mais prestigiados de Lisboa. É um bairro histórico que desde sempre tem estado liga-do a uma Lisboa cosmopolita, com uma forte componente intelectual, liberal, modernista e também romântica. A es-

tátua Luís de Camões, na praça com o seu nome, a Rua Garrett, com as mais variadas lojas, os famosos cafés (entre eles o célebre “A Brasileira”,

com a figura do poeta Fernando pessoa sentado na esplanada), os tea-tros da Trindade, de São Luiz e de São Carlos, o Convento do Carmo, o Elevador de Santa Justa, o Museu Nacional de Arte Contemporânea e as Igrejas do Loreto, a de Nossa Senhora da Encarnação e a da Ordem Ter-ceira de Nossa Senhora do Carmo, são apenas alguns dos importantes monumentos e símbolos Lisboetas que o Chiado alberga.

Para além de lojas de ‘designers’, ‘ateliers’, galerias de arte, livrarias, teatros e muitas manifestações artísticas e culturais, é também no Chia-do que se afirma a nova rota ‘gourmet’ da capital.

Desde os mais requintados restaurantes de épocas passadas, agora renovados a adaptados aos tempos modernos, às mais recentes cria-ções, com ‘desing’ ultramoderno, no Chiado estes espaços convivem harmoniosamente oferecendo espaços mais tradicionais ou mais so-fisticados, mas todos eles com um denominador comum: a arte de bem comer!

Depois de restaurantes como o Tágide, com uma nova ementa de lanche, o Largo, de Miguel Castro Silva, o Tavares, agora entregue aos cuidados de José Avillez, o Aqui há Peixe, de Miguel Reino, o Olivier ou o Clara Chiado, surgem agora no Chiado dois novos espaços a integrar nesta rota. Um já existente e recentemente renovado, o Belcanto, agora sob o controlo da empresária e publicitária Rosalina Machado, o outro moderno e sofisticado, o Chiado Unique, da estilista Fátima Lopes.

A Prémio foi pôr à prova estes dois últimos novos espaços da capital lisboeta e descobriu alguns dos seus encantos.

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Restaurantes chiado

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Junto ao Teatro São Carlos, este restaurante reabriu de “cara la-vada” em Setembro do ano passado, pelas mãos da conhecida publicitária Rosalina Machado, prometendo “fazer-se ouvir” no Chiado. Depois de quatro proprietários, esta é a primeira vez que o Belcanto é “comandado” no feminino.

“ O Belcanto foi um presente do meu marido. Quando se aperce-beu que o restaurante ia fechar, e numa atitude de mecenato, comprou-o, preservando uma parte da história de uma sociedade que por ali passou”, conta Rosalina Machado. “Histórias estas que brevemente po-derei escrever num livro, contadas por quem as viveu”, acrescenta. Este livro será eventualmente oferecido a clientes habituais.

A verdade é que um ano depois da sua reabertura, o Belcanto con-tinua a ser o local de paragem obrigatória de outrora. Os clientes são

BELCANTO NO FEMININOBelcanto é um restaurante onde se contam histórias desde 1955. Uma casa cheia de contos e histórias confidentes, divertidas, algumas inarráveis, algumas estratégicas…

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O Belcanto tem muitas histórias para contar...

o strogonoff à belcanto é uma das especialidades do restaurante

rosalina machado, a nova proprietária do belcanto

os mesmos mas agora acompanhados dos filhos e dos netos. Por ele chegam a passar três gerações. Para Rosalina Machado “agarrar este restaurante foi um grande desafio, pois não tinha qualquer experiência nesta área. Passado um ano posso dizer que estou muito entusiasmada com este projecto! Valeu a pena preservar a tal história, é uma passagem para alguém, que espero que seja o meu filho, para que daqui a 50 anos se continue a ouvir falar do Belcanto, com histórias igualmente surpre-endentes para acrescentar às páginas do livro que eu vou iniciar”, conta.

Com uma vivência de mais de meio século de vida, o Belcanto já apresentava alguns sinais da sua idade, mas Rosalina Machado reno-vou-o em alguns pontos essenciais, mantendo inalteradas algumas das

suas principais características. Dividido em duas salas, este restaurante apresenta uma atmosfera sóbria a condizer com um espaço requintado e clássico, mantendo as madeiras a revestirem as paredes, que guardam histórias de outros tempos e fazem lembrar os tradicionais clubes ingle-ses, as toalhas brancas, o ‘rechaud’ em Christofle com o monograma da casa, os clientes que se conhecem uns aos outros e os empregados que os conhecem a todos. Na sala mais pequena, vocacionada para grupos, ainda se encontram os antigos talheres de Christofle.

Embora não tenha perdido o ar sóbrio de um clube privado inglês, a nova proprietária quis trazer um pouco mais de sofisticação, apostando numa decoração em tons pastel, incluindo um conjunto de fotografias a preto e branco de antigos clientes do restaurante e uma fotografia do Belcanto como era antigamente.

A cozinha, essa continua a mesma de sempre… tradicional portu-guesa. “Há coisas que não podem mudar e a carta é uma delas! Cada prato tem a sua história, posso dar como exemplo os famosos “Ovos à Professor”, uma receita dada pelo médico de António de Oliveira Salazar que à noite depois de sair do Hospital da Ordem Terceira ia para a cozinha do Belcanto fazer os seus próprios ovos”, conta Rosalina Machado. “Esta sempre foi uma das especialidades mais requisitadas durante os intervalos da Ópera em São Carlos”, acrescenta.

Ao almoço podemos deparar com a nata dos nossos executivos e gestores, clientes habituais que já nem precisam ler a lista, pois o se-nhor Aníbal, um dos colaboradores mais antigos, sabe exactamente do que eles gostam. À noite é frequentado por uma faixa etária mais jovem.

Apesar de existirem coisas que não podiam mudar, tais como o menu, com especialidades cada uma com a sua história, e os próprios empregados de há 40 anos, que os clientes chamam pelo nome, a em-presária achou que o restaurante deveria levar uma “lufada de ar fres-co” e assim foram contratados novos colaboradores, provenientes da escola de hotelaria e que irão certamente ser continuadores da história do Belcanto. Uma outra alteração que achou fundamental foi a carta de vinhos, que embora de grande qualidade, merecia uma actualização.

A este propósito Rosalina Machado levantou um pouco do véu so-bre um projecto que vai realizar no próximo ano, que passa pelo lança-mento de um vinho do Douro Superior.

belcantolargo de s. carlos, 101200-410 lisboa

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» Restaurantes chiado

UM ESPAÇO UNIQUE!Um espaço com ‘glamour’ onde a moda, a música e a boa cozinha se fundem num ambiente elegante e requintado.

Mais recente e também mais moderno, o Chiado Unique abriu portas no Chiado em Abril deste ano, com a assinatura da estilista Fátima Lopes, que desenhou toda a imagem do restaurante. Desde a decoração do espaço, de linha geométricas e onde

predomina o preto e branco, passando pelo vestuário dos colaborado-res às porcelanas e faqueiro tudo é da autoria da criadora. O cunho da ‘griffe’ Unique, um U estilizado e longilíneo, é uma constante em todo o restaurante.

Apesar de Fátima Lopes ser a “cara e a alma” do Chiado Unique, é também sócia do restaurante juntamente com Lucas de Sousa e de João Magalhães, o único com experiência no ramo da restauração.

“Tudo começou com um convite por parte dos dois mentores do projecto. Eu aceitei, pois achei que seria um projecto interessante o de

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criar um restaurante à minha imagem”, conta Fátima Lopes. Adiantan-do que, “apesar de não perceber nada de restauração, a minha ligação a este espaço está somente ligada à imagem, sou uma pessoa que gosta de comer bem, não em quantidade mas em qualidade”.

Questionada sobre o facto desta associação à restauração ser um sonho por realizar, a estilista diz que apesar de este estar a ser um projecto muito engraçado, a ligação a este sector nunca esteve nos seus

planos. É de opinião que na vida nunca temos os sonhos todos realiza-dos e que muitas vezes conseguimos fazer muito mais coisas do que aquelas que achamos que conseguimos, desde que sejam feitas com bom gosto e com gosto”.

“Este é mais um desafio conseguido e ultrapassado do que um so-nho”, conclui.

A cozinha portuguesa de excelência está a cargo de João Simões, um jovem ‘chef’ que conta já com vários prémios internacionais, entre eles o de campeão mundial de alta cozinha em 2006, e com experiên-cia em cozinhas como as dos hotéis Ritz Four Seasons, Bica do Sapato, Pragma no Casino de Lisboa e Altis Belém.

Com apenas 25 anos, com uma equipa tão jovem quanto ele, João Simões pretende alterar a carta três a quatro vezes por ano. “A ideia é ir percebendo o que as pessoas gostam e adequando a carta aos clientes.

Desde o início de Setembro temos uma nova carta, mas alguns pratos mantêm-se com pequenas alterações, como é o caso, por exemplo, dos morangos gratinados”, refere. A carta de vinhos foi também alterada e contempla 150 referências de vinhos de todas as regiões do país e tam-bém alguns internacionais.

João Simões caracteriza a sua cozinha como uma cozinha com ba-ses portuguesas e alguma técnica, com influências internacionais. Ao que Fátima acrescenta, “é uma cozinha de autor e muito saborosa. Aqui é tudo delicioso! Todos os dias existe um Menu Degustação do ‘chef’ diferente e ao almoço temos o Menu Executivo por 20 euros. E há uma lista de petiscos que são servidos dentro e fora dos horários das refei-ções”.

Algumas das mais-valias deste espaço são o horário, com cozinha aberta até às 2 da manhã, ‘valet parking’ ao jantar, esplanada no exterior e um pátio interior para fumadores. O restaurante Unique Chiado tem 96 lugares no interior e 150 lugares se contarmos com a esplanada.

A música Chillout, com bases instrumentais e suaves batidas rítmi-cas, aliado a um conceito de moda, faz emergir um ambiente ‘lounge’, moderno e distinto.

“A escolha do Chiado?! É, neste momento, o local da moda e da restauração! É o coração de Lisboa!”

Unique Chiado Largo do Picadeiro, 8 ALisboa1200-330 Lisboa

o restaurante é composto por dois andares, decorados com as cores preto e branco, um pátio interior e uma esplanada

Fátima Lopes é a “cara e a alma” do Chiado Unique.

a estilista fátima lopes com o premiado ‘chef’ joão simões

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Luxos gourmet

100 » PRÉMIO » Novembro 2010

CABAZES DE NATAL ESCOLHA JOSÉ AVILLEZ

DISTINÇÃO

José Avillez, em parceria com a Quinta de Jugais, lançou sete cabazes para que possa festejar o Natal de uma forma diferente.

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A pensar na época Natalícia e do Ano Novo que se aproxi-ma, o ‘chef’ José Avillez estabeleceu uma parceria com a Quinta de Jugais e criou sete cabazes de Natal com a marca Escolha José Avillez.

Com uma gama de produtos de alta qualidade, rigorosa-mente seleccionados e genuinamente portugueses, o valor de venda dos sete cabazes Escolha José Avillez varia entre os 30 e os 120 Euros.

Estes cabazes vão integrar o catálogo de Natal Quinta de Jugais 2010 e vão estar disponíveis em lojas ‘gourmet’ seleccionadas e para venda directa a empresas.

A Quinta de Jugais, empresa sediada na região da Serra da Estrela, é líder de mercado na concepção e distribuição de Cabazes de Natal e disponibiliza os seus produtos em onze países, espalhados pelo mundo.

Os Cabazes de Natal Quinta de Jugais privilegiam produtos portugue-ses de grande qualidade e são dirigidos a empresas e instituições, cons-tituindo um presente de excelência na quadra natalícia. Os cabazes de Natal Quinta de Jugais podem ser adquiridos nas mais conceituadas lojas ‘gourmet’ do país, através da Quinta de Jugais (www.jugais.com) ou do website www.joseavillez.pt.

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vinho tinta reserva paisagens, queijo amanteigado, bacalhau graúdo da noruega, azeite virgem paiola de barrancos, azeitonas, conservas, mel, compotas, chá e tomilho

vinho tinto ja por josé avillez, queijo merendeira de sousel, compota de abóbora e nozes quinta de jugais e chá de natal

azeite virgem extra jugais excellens, arroz carolino, cogumelos desidratados, chouriço porco preto, queijo da ilha, ervas aromáticas e flor de sal

azeite virgem extra jugais excellens dop, flor de sal, chá de natal e compota de morango

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Inovação empresa

102 » PRÉMIO » Novembro 2010

UMA NOVA VIDA PARA A CORTIÇA

SECTOR EM ASCENSÃO

Aqui está mais uma prova de que há cortiça para além das tradicionais rolhas. As aplicações deste recurso natural são várias e cada vez mais inovadoras.

passadeira em cortiça utilizada no desfile da escola de

moda do porto

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UMA NOVA VIDA PARA A CORTIÇA

A versatilidade da cortiça natural, os elevados ‘standards’ de desempenho que evidencia e a sustentabilidade desta indústria têm potenciado um “renascimento” da cortiça e uma incorporação progressiva deste recurso natural e das suas características numa grande variedade de produtos.

Desde o ‘stand’ de cortiça, eleito recentemente como melhor da Concreta - Feira Internacional de Construção e Obras Públicas, à escultura Onion Pinch, exposta em reputados certames de arquitectura e ‘design’, passan-do pela rolha Top Series e pelo MoMA, onde a colecção Alma Gémea está exposta, ao revestimento do Pavilhão de Portugal na Expo Xangai, a corti-ça tem-se destacado pela sua apetência de incorporação em projectos que evidenciam grandes requisitos também a nível estético.

Recentemente, a eco & trendy by Amorim acolheu as criações dos fi-nalistas da Escola de Moda do Porto com uma singular passadeira em cortiça. O desfile realizou-se no Museu de Comunicação da Alfândega do Porto, no dia 17 de Julho, iniciado com uma mostra de peças de Anabela Baldaque, ex-aluna da escola.

Para além da cedência da inovadora passadeira de cortiça, a Amorim Cork Composites disponibilizou cortiça para vários suportes de comuni-

cação do evento, dos convites, cartazes, ‘outdoors’ e sinalética aos ‘dos-siers’ de apresentação dos trabalhos finalistas.

Corticeira Amorim apoia escultura de Miguel ArrudaA peça “Escultura Habitável” em cortiça esteve patente no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, até ao final do mês de Outubro. Trata-se de uma peça concebida pelo arquitecto Miguel Arruda, com o apoio da Amorim Cork Composites, desenvolvida no âmbito da iniciativa CCB Fora de Si, da Bienal de Arte 2010 e projecto associado da Trienal de arquitectura de Lisboa.

A peça totalmente revestida com cortiça cedida pela Corticeira Amorim tem as dimensões 9 x 10 x 5 metros de altura e está exposta no Jardim das Oliveiras do CCB.

Na concepção da “Escultura Habitável”, Miguel Arruda focou-se em desenvolver uma obra que despertasse um determinado teor de habita-bilidade e a cortiça apresentou-se como uma matéria-prima de excelência para se obter o efeito desejado. Além do revestimento exterior de cortiça, o piso seleccionado para a escultura é o Fibricork, um produto 100% verde, da Amorim Cork Composites.

Novembro 2010 » PRÉMIO » 103

inovação

a peça “escultura habitável” esteve patente no CCB

O LIFE - Lighter, Integrated, Friendly and Eco-Efficient Aircraft Cabin - é um projecto de investigação que visa o desenvolvimento de novos conceitos para interiores de aeronaves que vão do ‘design’, ao desenvolvimento de componentes e integração de materiais e processos inovadores. O objectivo principal é a concepção e o desenvol-

vimento de soluções orientadas para a sustentabilidade, mais eco-eficientes, mais leves, mais confortáveis e com um ‘design’ inovador, destinados a equipar o interior de aeronaves. Amorim Cork Composites, Couro Azul, do Grupo Carvalhos, INEGI -instituição de interface da Universidade do Porto - e SET, do grupo IBEROMOLDES,

compõem o consórcio responsável pelo projecto, que tem ainda como parceiros a Almadesign (empresa de ‘design’ vocacionada para a área de transportes) e a Embraer - Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. que parti-cipa como consultora do projecto.

Projecto de I&D em interiores de aeronaves

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Tecnologia apritel

104 » PRÉMIO » Novembro 2010

A DESAFIAR O SECTOR DAS

TELECOMUNICAÇÕES

PRÉMIO

O Plug é um prémio de inovação promovido pela Asso-ciação dos Operadores de Telecomunicações (Apritel), que pretende impulsionar trabalhos de investigação que contribuam para o desenvolvimento do sector, promovendo soluções. É distinguida com um prémio

no valor de 10 mil euros, a que acrescem cinco menções honrosas para as seguintes cinco melhores ideias, com um prémio no valor de mil euros cada.

A data de inscrição dos trabalhos terminou no passado dia 15 de Ou-tubro e os vencedores são anunciados este mês, momento em que se procederá à cerimónia de entrega de prémios e à publicação do traba-lho vencedor Plug.

Depois da primeira edição Plug, em 2008, e com o prémio vencedor a merecer destaque na publicação internacional “Telecommunications Policy”, a Apritel perspectiva um êxito semelhante para esta segunda edição. João Couto, presidente da Apritel, mostra-se optimista com o número de candidaturas recebidas.

O concurso é aberto a todos que pretendam contribuir com ideias inovadoras para o sector das telecomunicações. O conceito do concur-so está alinhado com a missão da Apritel, seja na promoção do de-senvolvimento a nível do ambiente legal e regulamentador de forma a potenciar o investimento no sector das comunicações electrónicas, seja contribuindo para o incremento de uma sociedade de informação.

Espera-se, assim, que o “concurso ponha muitas pessoas a pensar sobre os desafios do sector, mobilizando ideais com valor, aumentando a sensibilidade da sociedade para o sector das telecomunicações”, pers-pectiva João Couto.

O presidente da Apritel assegura que o Plug é uma iniciativa “muito bem recebida pela sociedade e o sector” e as diferenças já se notam da

Ideias inovadoras, que possam contribuir para o desenvolvimento transversal das telecomunicações e promover a concorrência no sector, são os dois dos objectivos do Prémio Plug, promovido pela Apritel, a associação dos operadores de telecomunicações.. Por Susana Baptista Dias

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A Associação dos Ope-radores de Telecomu-nicações (Apritel) foi constituída em 1995, afiliando-se à European Competitive Telecom-munications Associa-tion (ECTA), em 2004. A sua missão materia-liza-se na promoção e desenvolvimento do ambiente legal e regu-lamentar favorecendo o investimento no sector das comunica-

ções electrónicas. Um trabalho que tem como ambição contribuir para o desenvolvimen-to de uma sociedade de informação dotada de uma saudável concorrência, que permita o crescimento sustentado do sector, fomentando a compe-titividade e desenvolvi-mento económico do País, salientando-se o bem-estar dos consu-

midores. A Apritel reúne hoje as principais empresas que operam no sector de telecomunicações em Portugal. Dos gru-pos nacionais às gran-des multinacionais, dos fornecedores de sistemas e ‘software’ aos operadores móveis e fixos. Veja quem já é membro da Apritel.

QUEM É QUEM, NA APRITEL?Alcatel-Lucent*Ar TelecomBT PortugalCabovisãoCisco Portugal*Clara.netCOLT Technology ServicesCTT Correios de PortugalEricsson*ONI CommunicationsPT ComunicaçõesRadiomóvelSonaecomSony Ericsson*

Unitelco*Verizon BusinessVisabeira Global*VodafoneZON Multimédia*associados observadores

primeira para a segunda edição. As Universidades, que estão tradicio-nalmente mais vocacionadas para este tipo de iniciativas, assumem um papel primordial no que se refere à comunicação e divulgação do Plug, demonstrando grande receptividade, com diversos docentes a partici-parem no concurso. Uma aceitação que veio permitir alargar o conceito e o âmbito do concurso.

Como se percebe uma boa ideia? Na aferição das boas ideias, o Plug conta com um júri que reúne um conjunto de personalidades que se destacam nas áreas da economia, política ou tecnologia, e jornalistas ou representantes de orgãos de co-municação social. Um painel que ainda não está fechado. Após estabe-lecidos os critérios de avaliação, o júri começará por avaliar, primeiro de forma individual, e, posteriormente, de forma colectiva. A avaliação é sempre feita de forma anónima, du-rante todo o processo o júri não tem acesso aos autores dos trabalhos.

No portefólio dos projectos apre-sentados tendem a destacar-se as áre-as de economia, jurídica e reguladora, técnica e tecnológica. O importante durante a avaliação é a sua relevân-cia, coerência e credibilidade para o sector, sendo que todos os trabalhos deverão ser apresentados num texto com a dimensão máxima de 10 pági-nas em A4.

Entre Outubro e Novembro de 2010 decorre a avaliação dos traba-lhos. O anúncio do vencedor e men-ções honrosas, bem como a entrega dos prémios e publicação do trabalho

Plug, acontecerá em finais de Novembro.Na primeira edição, o vencedor Plug2008 defendeu no seu projecto

“O momento para a separação vertical: um guia para reguladores”. Um trabalho que propôs uma metodologia para o processo de decisão dos reguladores sobre a adequação da separação funcional e estrutural da rede de cobre, naquele que era o contexto em 2008 – um contexto ca-racterizado pela alteração do paradigma das comunicações electrónicas com o surgimento das redes de nova geração. O projecto foi desen-volvido e explanado por Ricardo Gonçalves e Álvaro Nascimento, co-autores do trabalho e ambos docentes da Universidade Católica do Porto, que receberam o primeiro prémio no valor de 10 mil euros.

entrega do prémio plug 2008 a ricardo gonçalves e álvaro

nascimento

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Tecnologia cisco

106 » PRÉMIO » Novembro 2010

CISCO LANÇA TABLET PC COM VÍDEO HD

CIUS

O Cius é o primeiro ‘tablet’ do género com recursos para vídeo em alta definição (HD). Destinado ao mercado em-presarial, permite a virtualização do ‘desktop’ e o acesso, a partir de qualquer lugar e a qualquer hora, aos recursos de colaboração e comunicação da Cisco, incluindo as fa-

cilidades de vídeo em HD. Com pouco mais de meio quilo (520 gramas) o Cius oferece interoperabilidade em videoconferência e permite ainda o ‘streaming’ de imagens de vídeo e vídeo em tempo real, conferências com vários intervenientes, acesso a e-mails e a programas de mensagens, navegação na internet e a possibilidade de produção, edição e partilha de conteúdos armazenados no disco ou na nuvem.

Baseado no sistema operativo Android, o Cisco Cius é uma plataforma aberta para a comunicação e colaboração, com formato e aplicativos elabo-rados para interligar em tempo real, e com total segurança, os colaborado-res e os clientes da empresa. O Cisco Cius oferece novas funcionalidades aos profissionais de tecnologias de informação (“TI”) para equiparem os

O Cisco Cius é um tablet PC muito leve e que pode incorporar uma estação de áudio HD opcional. Está equipado com um ‘speakerphone’ de telefone, com um porto de ‘display’ em alta definição e portas de USB.

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CISCO LANÇA TABLET PC COM VÍDEO HD

Novembro 2010 » PRÉMIO » 107

cisc

o

1. Tablet de negócio portátil, muito leve, que pode incorporar uma es-tação de áudio HD opcional. Está equipado com um ‘speakerphone’ de telefone, com uma porta de ‘display’ em alta definição e portas USB

2. A câmara HD intregrada no Cius pode reciclar até 30 quadros por segundo, com uma tela de alta resolução sensível ao toque de sete polegadas para vídeo em tempo real e em ‘streaming’ e um botão de acesso a recursos de tele-presença, que podem ser usados não apenas quando o utilizador se encontra no seu local de trabalho mas também em acesso remoto, via Wi-Fi.

3. O Tablet vem equipado com uma câmara de 5 megapíxeis na parte traseira que transmite ‘stre-aming’ de vídeo com qualidade VGA e que permite capturar ima-gens paradas, e ainda com dois microfones para cancelamento de ruído para áudio-conferências.

4. O Cisco Cius suporta conecti-vidade Wi-Fi em 802.11 a/b/g/n para mobilidade empresarial no campus e serviços móveis 3G quando fora do campus. Os serviços 4G serão disponibilizados em data posterior. O Bluetooth e o Micro-USB permitem aos utiliza-dores trabalhar sem interrupções e partilhar dados com um PC.

5. A bateria destacável tem 8 horas de autonomia em caso de uma utilização normal.

6. Suporta a vasta gama de aplicações de colaboração da Cisco incluindo o Cisco Quad, o Cisco Show and Share, o Cisco WebEx Connect, o Cisco WebEx Meeting Center, o Cisco Presen-ce e interoperabilidade com o Cisco TelePresence. O Cisco Cius é suportado pela Cisco Unified Communications Manager e pode ser facilmente integrado nos ambientes dos actuais clientes da Cisco.

7. A integração virtual do desktop potencia às organizações de TI a possibilidade de armazenar aplica-ções de software no centro de da-dos com segurança e de utilizar a rede da Cisco para oferecer essas aplicações “como um serviço” a qualquer hora e em qualquer lugar. O Cisco Cius suporta assim a con-solidação de centros de dados e reduz os custos de licenciamento de ‘software’.

O CISCO CIUS EM 7 PONTOS

Tablet de negócio portátil, muito leve,

que pode incorporar uma estação de áudio

HD opcional

colaboradores em movimento com aplicações de desktop. Através da virtualização do ‘desktop’, o Cisco Cius oferece opções computorizadas flexíveis com serviços baseados na nuvem, permitindo uma redução dramática nos custos de capital e nos custos-por-utilizador para a manutenção do ‘desktop’.

As empresas também podem juntar-se à comunida-de de desenvolvimento Android em expansão que está a construir aplicações de produtividade topo de gama com as ferramentas de TI apropriadas. A combinação de apli-cações com opções computorizadas flexíveis constitui uma alternativa sólida ao paradigma de hoje do PC em todos os ‘desktops’.

Segundo Tony Bates, vice-presidente e general mana-ger da área dos negócios empresariais, comerciais e dos pequenos negócios, “o Cisco Cius é a epítome do quanto a rede tem mudado a maneira como vivemos, trabalhamos, aprendemos e jogamos. Esta plataforma pode transformar a forma como os profissionais de saúde cuidam dos pa-cientes, como os retalhistas prestam serviços aos consumi-dores, ou como as universidades fornecem aos seus estudantes serviços de educação de alto nível. Acima de tudo, o Cisco Cius oferece às funcionalidades de TI uma oportunida-de de reduzir drasticamente os custos-por-utilizador incorridos com o fornecimento dessas novas experiências”.

O Cisco Cius é uma plataforma aberta para a comunicação e colaboração, com formato e aplicativos elaborados para interligar em tempo real, e com total segurança, os colaboradores e os clientes da empresa.

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20 » PRÉMIO » Outubro 2009

Lazer automóveis

Antes de começar a ler este artigo, olhe atentamente para as fotografias. Apresento-lhe o SLS AMG, o mais avançado Mercedes-Benz de sempre. Um daqueles super-carros destinados a entrar directamente no álbum das grandes lendas da indústria automóvel mundial. Por Álvaro de Mendonça

A nova estrela de Stuttgart

MERCEDES SLS AMG

Inspirado no 300 SL, o original “Asas de Gaivota”, lançado há 40 anos, o novo SLS AMG tem um cariz único e incorpora a mais avançada tecnologia automóvel. A Mercedes-Benz quis mostrar ao mundo o que de melhor sabe fazer e criou mais um super-carro que, mesmo para a tradição da marca, supera todas as ex-

pectativas.Assinado AMG, o famoso preparador que transforma os Mercedes-

Benz normais em imbatíveis máquinas de competição, o novo SLS é o novo topo de gama desportivo da marca de Stuttgart, sucedendo nesta missão ao já de si extraordinário SLS Mclaren.

O SLS AMG está equipado com um motor V8 AMG de 6,3 litros de cilindrada e 571 Cv de potência - um dos mais potentes super-carros da actualidade -, e atinge uma velocidade máxima de 317 km/h. É todo cons-

truído em alumínio (chassis e carroçaria), o que acontece pela primeira vez num modelo de série da marca. Apenas 4% dos materiais são em fabricados em aço, o que se reflecte numa impressionante relação peso/potência de 2,84 kg por Cv, devido ao seu reduzido peso total.

Para garantir a boa transmissão da potência à estrada, a Mercedes-Benz equipou o SLS com tracção integral permanente e com a nova caixa de velocidades automática AMG Speedshift DCT 7, de dupla embraiagem e sete velocidades, que garante passagens ultra-rápidas sem perda da força de tracção. A caixa de é operada através de uma alavanca e-Sectect, que faz lembrar a manche de pilotagem dos aviões ou das patilhas de coman-do no volante, em modo sequencial. De acordo com as preferências do condutor, a caixa pode ser operada de três modos distintos: Modo C, para controlo de eficiência máxima, Modo S, para uma condução mais des-

os bancos desportivos são feitos em magnésio, um material tecnologicamente sofisticado; as jantes de liga leve são de 19 polegadas à frente e de 20 polegadas atrás

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A nova estrela de Stuttgart

MERCEDES SLS AMG

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110 » PRÉMIO » Novembro 2010

portiva e modo S+, para uma pilotagem 100% desportiva. Há ainda uma posição M, que transfere os comandos para o condutor.

O traço de personalidade mais vincado deste SLS AMG é o seu par de portas de abertura eléctrica para cima, repescando uma ideia com que a Mercedes-Benz espantou o mundo, há 40 anos, quando apresentou o seu 300 SL “Asas de Gaivora”. Um epíteto que todos nós percebemos quando olhamos de frente para qualquer um dos dois modelos, com as suas por-tas abertas a lembrar as tais asas das gaivotas. Apesar da posição muito baixa dos bancos, normal neste tipo de automóveis, as portas “Asas de Gaivota” tem uma abertura ampla, facilitando a entrada e saída do condu-tor e passageiro.

No exterior, a estética inspirada nos aviões de caça tem um efeito aero-dinâmico, conferindo ao SLS AMG um visual extremamente elegante e desportivo, mesmo quando se encontra parado. O perfil dos flancos e a larga grelha do radiador, com a enorme estrela Mercedes-Benz ao centro, transportam-nos também ao 300 SL de há quarenta anos. Na traseira, dois generosos tubos de escape, colocados um em cada extremo, são enci-mados pela discreta asa traseira extensível.

Para a concepção interior do SLS AMG, os designers da Mercedes-Benz também se inspiraram na engenharia aeronáutica, criando um ambiente que nos faz recordar o ‘cockpit’ de um avião. O ‘tablier’ incorpora entra-das de ar galvanizadas “Silver Shadow”, com um conjunto de difusores

reguláveis, cujo formato lembra os motores a jacto. Os mostradores pra-teados têm ponteiros vermelhos e uma escala de 360 km/h. O elemento principal entre as duas saídas de ar centrais é o sistema multimédia Co-mand APS com um visor de sete polegadas. Na secção superior da conso-la central estão os comandos do sistema de media, audio, DVD, telefone e navegação, ligado ao monitor de sete polegadas O sistema CD/DVD é da Bang&Olufsen.

Ao nível de equipamento, o SLS AMG é um luxo, cumprindo toda a ‘check-list’. A consola central alongada em metal ou fibra de carbono, tam-bém inspirada no ‘cockpit’ dos aviões aloja o AMG Drive Unit, que permi-te ao condutor ajustar o ‘set-up’ do seu SLS AMG, de acordo com as suas preferências. O menu AMG oferece três afinações diferentes, incluindo o modo Race, que permite ao condutor medir os seus tempos de volta num circuito. Todas as funções do monitor central são operadas pelas teclas multifunções no volante.

Os bancos desportivos são feitos em magnésio, um material tecnologica-mente sofisticado e que, apesar de resistente, também é leve, resultando daí vantagens em relação ao equilíbrio do peso do automóvel e um centro de gra-vidade mais baixo. O carro é aliás extremamente baixo. O condutor senta-se a apenas 37 centímetros do solo, o que reforça o espírito de Grand Sport Car.

A colocação do motor frontal e o longo ‘capot’, com o ‘cockpit’ em po-sição muito recuada e uma parte traseira muito curta, asseguram uma

a consola central alongada em metal ou fibra de carbono é inspirada no ‘cockpit’ dos aviões, permitindo ao condutor ajustar o ‘set-up’ do seu SLS AMG de acordo com as suas preferências

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Tão delicado como um sopro...

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ficha técnica

Motor: V86.208 cm3Potência máxima 571 Cv/6.800 rpmBinário máximo650 Nm/4750 rpmCaixa Automática, 7 velocidadesVelocidade máxima 317 km/hAceleração 0-100 Km/h 3,8 segundosConsumo (misto) 13,2 litros /100 Km,

distribuição quase perfeita do peso entre os dois eixos: 47/53 frente/atrás, respectivamente, o que se combina com o baixo centro de gravidade e o peso pluma de apenas 1620 Kg. As jantes de liga leve são de 19 polegadas à frente e de 20 polegadas atrás.

É claro que o SLS AMG é também um dos mais rápidos automóveis de série de sempre. Atinge os 100 Km/h em apenas 3,8 segundos e só não ultrapassa os 317 Km/h de velocidade de ponta devido a um limitador electrónico. E tudo isto sem os habituais consumos estratosféricos deste tipo de super-carros. O SLS AMG gasta apenas 13,2 litros para fazer a cen-tena de quilómetros. Espantoso para um carro desta categoria.

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O QUE ESPERAR DE DILMA

Acima e além de qualquer avaliação sobre as causas da vitória, o certo é que Dilma Rousseff foi eleita numa disputa limpa. Ela venceu,

diria o conselheiro Acácio, porque teve mais votos que José Serra e nada é capaz de alterar essa realidade. Mesmo assim é preciso estar atento a um detalhe importante: a despeito da ampla vantagem, as urnas mostram um Brasil regionalmente dividido. O Norte e o Noroeste amplamente favoráveis à candidata do governo. O Sudeste, Centro-Oeste e o Sul com uma postura ligeiramente favorável à oposição. Caberá à nova presidente trabalhar para aplanar as divergências e governar para todos. Se conseguir, marcará o seu nome na história como uma grande presidente. E é exactamente isso que o país espera que ela faça.

A questão, neste momento, é saber como as forças políticas se organizarão nos próximos anos e que papel terá a oposição daqui por diante. O país vive o limiar de seu momento mais promissor no campo da economia, com uma conjunção de forças internas e externas que o empurram para a frente com força e velocidade. Tudo o que o Brasil não precisa, nesse cenário, é se perder num cabo de guerra estéril entre situação e oposição. Para dar a sua contribuição ao país, o PSDB, o DEM e o PPS precisam, daqui por diante, apresentar um projecto alternativo de governo e mostrar ao

país o que têm de diferente do PT. Só assim se conseguirão se incluir na agenda política numa posição diferente – e mais positiva – daquela que ocuparam nos últimos oito anos. A bem da verdade, o Brasil está há oito anos sem oposição – e a oposição é fundamental para a democracia.

O fato, porém, é que a nova presidente herdará um país muito melhor do que o que Lula recebeu de Fernando Henriques e dezenas de vezes superior ao que Fernando Henriques recebeu de Itamar Franco. Um país que caminhou muito desde a reimplantação da democracia, mas ainda tem muito o que construir para eliminar as barreiras sociais - sendo essa uma condição necessária para a consolidação definitiva da democracia no país. Os próximos anos se apresentam promissores e Dilma tem tudo para entregar a seu sucessor – daqui a quatro ou oito anos – um país muito melhor do que receberá de Lula. É isso que o Brasil espera.

Ricardo Galuppo Director do Brasil EconômicoColaboração Prémio/Brasil Econômico@Brasil Econômico, Novembro 2010

Caberá à nova presidente trabalhar para aplanar as divergências e governar para todos.

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