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4 | Julho de 2013 | Julho de 2013 5

12WallaceNunes

24ThamiresBarbosa

50Fauser

Gustavo

58Sonia

Varuzza

64CelsoPavani

16MarcosCazetta

6 Entrevista

11 Editorial

14 Política

18 Economia

22 Segurança

26 Saúde

28 Cidades

32 Comportamento

34 Capa

38 Meio ambiente

40 Educação

42 Esporte

47 A Leiaabc Pergunta

48 Turismo

53 Tecnologia

54 Moda&Beleza

60 Cultura

62 Gastronomia

Colunistas44

Patricia Bono 54

“Limpar” e hidrataro rosto já cabe nobolso de todos

34O papel das redes sociais

como agente mobilizador

38Rio Tamanduateípede socorro e precisaser limpo urgentemente

48O Festival de Paranapiacaba

está de volta e commais atrações

28Os protestosde junhochegaramao ABC

18Quanto de imposto você

paga nos produtos?

6 Tarcísio Secoli, o homem forte de Luiz Marinhojá fala de sucessão

Índice

62 Julho é o mês da pizza, oprato mais saboroso do Brasil

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6 | Julho de 2013 | Julho de 2013 7

Preparo para sucederLuiz Marinho em 2016Perderá tempo quem espera do supersecretário da Prefeitura

de São Bernardo Tarcísio Secoli alguma brecha de entusiasmo público para inflar a bolsa de apostas de que será o indicado do PT à sucessão de Luiz Marinho em 2016. Tarcísio Secoli já

tem percorrido universidades e instituições sociais para discorrer sobre políticas públicas. A pauta principal é a inovadora e polêmica usina de incineração de lixo projetada para ocupar a mesma área do antigo lixão do Alvarenga. Mas Tarcísio Secoli não se trai por conta das perspectivas. Age com a naturalidade de quem nem se dá conta de que é um pode-roso secretário.

Nesta entrevista ao jornalista Daniel Lima, Tarcísio Secoli condensa à perfeição o estilo fechado de ser. É um dirigente público de poucas palavras. Reduz as frases ao essencial. Mesmo que o essencial tenha significado indefinido como conteúdo explicativo. Tarcísio Secoli trans-mite a sensação de que está à beira de um precipício nas respostas que se seguem.

Possivelmente com Tarcísio Secoli o melhor caminho para arrancar mais que frases curtas seria uma entrevista pessoal, cara a cara. Mas nem assim haveria garantia de que abriria os flancos. Tarcísio Secoli é mais ex-pansivo ao falar do que ao escrever, mas esta constatação não quer dizer muita coisa. A discrição o catapulta à liderança interna como candidato petista em São Bernardo. Discrição sempre acompanhada de pondera-ção e reflexão.

É claro que Tarcísio Secoli não fala sobre eventuais concorrentes in-ternos que teria de bater nas instâncias deliberativas do PT, porque nem admite candidatura formalmente. Se admitisse e se resolvesse falar, pro-vavelmente citaria o nome de Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, de onde saíram Lula da Silva para a Presidência da República e Luiz Marinho para a Prefeitura de São Bernardo. Rafael Marques também é presidente da Agência de Desenvolvimento Econô-mico do Grande ABC, incentivado e apoiado por Luiz Marinho. Aliás, esse suporte embalaria a candidatura de Rafael Marques, segundo observa-dores que desaconselham favoritismo concentrado em Tarcísio Secoli.

Não é bem assim: o que se pretenderia mesmo é, com a ascensão de Rafael Marques, evitar excessiva exposição de Tarcísio Secoli durante um período muito mais amplo do que o desejável. Prefere-se que se mante-nha poderoso como é, mas menos visível. Até que dê uma grande arran-cada com o suporte da máquina partidária e da maquinaria administrati-va. Nada disso, entretanto, se extrai desta entrevista especial. Muito pelo contrário. Frustração? Não, a confirmação de um perfil pouco sujeito a escorregadelas verbais.

LEIA ABC – O que mais se fala em São

Bernardo é que o senhor será o can-didato à sucessão de Luiz Marinho em 2016, razão pela qual deixou o centro do poder político explícito, no Paço Municipal, como secretário dos secretários, e se deslocou ao centro do poder de votos, que é a Secretaria de Serviços Urbanos. Esta operação estratégica foi concebida exatamente por conta do esticamento da propos-ta de massificar seu nome?

Tarcísio Secoli – Minha ida para a Secre-taria de Serviços Urbanos se deu em outro contexto. Temos dois projetos grandes que precisavam ser tocados, os dois me atraíam demais. Um é so-bre resíduos sólidos, que vai desde a varrição de ruas até a incineração do lixo, passando pelo aumento da reci-clagem e recuperação do antigo lixão do Alvarenga. Além disso, temos as obras de drenagem, que de fato aca-baram com as enchentes na cidade.

LEIAABC –Também é natural que as

pessoas comecem a especular sobre sucessão, na medida em que o prefei-to não pode mais ser candidato.

Tarcísio Secoli – Eu, até pela minha his-tória e proximidade com o prefeito, tenho o nome colocado em diversas rodas. Quero deixar claro que agora é momento de trabalhar, e muito, para que o prefeito Luiz Marinho faça um segundo mandato melhor ainda que o primeiro. No momento adequado o PT e o prefeito terão a sapiência ne-cessária para escolher o melhor can-didato para sucedê-lo.

LEIAABC – Até que ponto as entranhas

sindicais de um município forjado

nas lides trabalhistas influencia os resultados eleitorais à Prefeitura de São Bernardo? O senhor acha possí-vel ganhar uma eleição apenas com as ramificações sociais dos trabalha-dores ou a classe média de profissio-nais liberais e executivos de diversos setores tem peso que precisa ser bem avaliado?

Tarcísio Secoli – Para ganhar uma elei-ção é necessário um conjunto de for-ças sociais que englobem todos os que querem fazer o melhor pela cida-de. Neste sentido, os sindicatos de tra-balhadores são e serão bem-vindos, mas insuficientes a vitórias eleitorais de executivos. Precisaremos ter apoio de todos os setores, como o prefeito Luiz Marinho teve em 2008 e 2012.

LEIAABC – O senhor é considerado

um agente público muito centrado em projetos e metas, com capacidade de articulação e de convencimento em pequenos grupos de colaborado-res. Por isso, o colocam sob suspei-ção como industrializador de votos populares, já que não é visto como alguém com empatia popular, porque é econômico em gestos e palavras. Mesmo sem levar em conta a possibi-lidade de concorrer, mas apenas para sentir o pulso de eventual candidatu-ra, que tipo de avaliação o senhor produz sobre suposta distinção de personalidade?

Tarcísio Secoli – De fato, meu trabalho é mais em pequenos grupos, ouvindo mais e falando menos, procurando consensos onde é possível. Não tenho interesse em sentir o pulso de eventu-al candidatura. Sou do jeito que sou, e acredito que assim posso ajudar nos-sa cidade.

LEIAABC – Até que ponto o quadro

macroeconômico nacional, que tem sempre relação muita próxima com o quadro macropolítico regional, inter-ferirá nas eleições para a Prefeitura de São Bernardo em 2016? O senhor acredita em maiores riscos se even-tualmente o PT não reeleger Dilma Rousseff à Presidência da República ou entende que eleições locais são

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Entrevista

Especial para Leia abc Daniel Lima

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uma coisa e eleições gerais outra?Tarcísio Secoli – Primeiro, não vejo con-

dições de nossa presidenta Dilma não ser reeleita. Não existe neste momen-to oposição com força para isso. Ób-vio que condições econômicas boas, de forma geral, ajudam o candidato à reeleição. Nas cidades ocorrem ou-tros fenômenos interessantes. A ques-tão econômica não e o único fenôme-no. Já ganhamos eleição em cidades quando o governo FHC ia bem, e per-demos quando ele ia mal. As pessoas querem saber as propostas para terem uma vida melhor e ponto.

LEIAABC – Um candidato com histó-

rico sindicalista jamais conseguiria ser governador do Estado de São Paulo? Estaria o prefeito Luiz Ma-rinho marcado para morrer na praia se pretender mesmo um dia concor-rer ao Palácio dos Bandeirantes?

Tarcísio Secoli – Não vejo nexo nesta relação. Até uns anos atrás seria pos-sível dizer que alguém com histórico sindicalista jamais seria presidente da República. O Lula desmentiu isso. Nada impede que Luiz Marinho seja governador de São Paulo. Até porque o movimento sindical ajuda a enten-der muita coisa. Como negociar, por exemplo. E um bom gestor deve, aci-ma de tudo, ser um bom negociador.

LEIAABC – Qual sua avaliação so-

bre o contexto esportivo, social e político-partidário de um represen-tante de São Bernardo no futebol de São Paulo, caso do São Bernardo Futebol Clube? Não lhe parece que houve politização partidária demais no gerenciamento de um projeto de fortalecimento da equipe da cidade que disputa a série A do Campeona-to Paulista, quando o recomendável, levando-se em conta que futebol tam-bém é mercado consumidor, é mini-mizar a possível conotação petista do projeto?

Tarcísio Secoli – Parece-me que você esta falando do começo do São Ber-nardo, em 2005, quando Orlando Morando e Admir Silvestre começa-ram o time. Ali vi muita politização,

sim. Já com Luiz Fernando vi o con-trário. Ele conseguiu fazer do time um fenômeno de público, com tor-cidas organizadas que encheram os estádios e levaram o time para a pri-meira divisão. Inclusive criando um mercado consumidor de produtos do time, como camisetas, por exemplo.

LEIAABC – Se o senhor tivesse que

citar três destaques temáticos dos quatro anos e meio da administração Luiz Marinho, sempre considerando aspectos que confluam em direção ao atendimento da sociedade combina-do com as naturais pretensões de o partido seguir no poder, quais pro-gramas ou projetos citaria?

Tarcísio Secoli – Primeiro, as mudan-ças na saúde: UPAs, reformas e ampliações das UBSs, construção do hospital de clínicas. Habitação, com a construção de cinco mil mo-radias, e urbanização de vários nú-cleos, com regularização fundiária de milhares de moradias. Mobili-dade urbana, com metrô, constru-ção de corredores de ônibus, fim das enchentes. Assim se melhora a vida do cidadão e credencia a con-

tinuidade da administração. LEIAABC – A usina de incineração

de lixo que está prestes a ocupar o antigo lixão do Alvarenga, sob sua coordenação, supostamente não re-presentaria qualquer risco ao meio ambiente? O senhor garante essa se-gurança sem que a afirmativa pareça algo adequado a quem está no centro do poder decisório em São Bernardo e observa que a obra seria um gran-de chamariz de votos?

Tarcísio Secoli – Precisamos olhar ou-tras experiências de fato. Em todos os locais em que foram montadas essas usinas não há evidência alguma de problemas com a saúde pública. Vi usinas no centro de Paris, de Lisboa e nas proximidades de várias cidades. Estudos foram feitos e em nenhum caso houve variações das doenças, da população circunvizinha, com cida-des que não têm usina. Por isso esta-mos tranquilos nesse aspecto.

LEIAABC – Seria a citada usina, que

poderia ser inaugurada às vésperas das eleições de 2016, o porta-estan-darte impactante de sua eventual candidatura à sucessão de Luiz Ma-rinho?

Tarcísio Secoli – A usina é mais uma obra inovadora do prefeito Luiz Ma-rinho, dentro de várias outras obras, como o combate a enchente e a mobi-lidade urbana. O conjunto da obra do prefeito nos credencia a continuar no governo da cidade.

LEIAABC – Qual sua avaliação sobre

o eixo à composição de um secreta-riado municipal, seja qual for o ven-cedor de uma disputa eleitoral? O senhor é favorável a um grupo pre-valecentemente formado por gente de São Bernardo, entende que uma maioria de fora sempre é capaz de oxigenar o ambiente estratégico de atuação, acredita que o melhor mes-mo é associar os dois princípios, ou não tem dúvidas de que o que deve pesar sempre, independentemente de qualquer outro fator, inclusive de pressões políticas, é a capacidade de exercer a função?

Tarcísio Secoli – Creio que São Ber-nardo está formando várias pesso-as nestas duas gestões do prefeito Luiz Marinho. Pessoas que estarão aptas a governar tocando um con-junto de obras de continuidade. O debate do local de moradia é falso. Se alguém vem de fora e passa a

morar em São Bernardo na próxi-ma gestão é considerado da cida-de? Local de moradia não é condi-ção de qualidade para administrar nada. Imagina a Mercedes-Benz só aceitar em sua fábrica moradores de São Bernardo, ou a Embraer só

aceitar moradores de São José dos Campos para fazer aviões.

LEIAABC – O senhor tem um enten-

dimento diferenciado, a separar o lado de cidadão comum e o lado de autoridade municipal, numa análise sobre a mobilidade viária em São Bernardo e na região metropolitana de São Paulo, ou entende que não há como distinguir uma realidade da outra? E qual é, seja qual for a resposta, sua avaliação sobre o caos metropolitano que trecho sul de Ro-doanel nenhum conseguiu amenizar?

Tarcísio Secoli – Mobilidade urbana é problema regional sempre. Nenhuma cidade resolve isso sozinha. Trans-porte coletivo de qualidade deve ser sempre priorizado.

LEIAABC – O senhor também enten-

de que o mercado imobiliário é um macaco de interesses nem sempre re-publicanos na cristaleira de preser-vação da qualidade de vida, porque atua com liberdade demais, princi-palmente no açodamento que se cris-taliza com verticalização indomável? Acha que é possível apenas com in-vestimentos em transporte coletivo público amenizar os dramas diários de deslocamento mais que viciado em direção a determinadas regiões detentoras do maior contingente de empregos ou que é indispensável dis-ciplinar com rigidez o uso e a ocupa-ção do solo?

Tarcísio Secoli – O prefeito Luiz Ma-rinho enfrentou o lobby das imobi-liárias, quando modificou o plano diretor da cidade, e fez alterações no sentido de acabar com a farra do boi que havia aqui. Aqui tudo se podia. Limitamos a altura dos prédios, au-mentamos o IPTU de áreas vazias, especulativas, criamos Zeis com o aumento de áreas de interesse social. Agora existem situações já consoli-dadas com as quais é preciso convi-ver. Quem veio de São Paulo para cá não tem culpa de precisar voltar a São Paulo para trabalhar todos os dias, pa-rando a Via Anchieta. Achar soluções é dever dos governantes.

Em todos os lugaresonde essas usinasforam montadasnão houve evidênciasde saúde pública

Várias pessoas estão aptas para governara cidade e darcontinuidade ao trabalho do prefeito Marinho

Entrevista

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Expediente

Diretor executivoAlessandro Vezzá

Diretor De reDaçãoWallace Nunes - MTB 55.803/SP

Diretor comercialGiancarlo Frias - [email protected]

relações comerciais

revisãoMauro de Barros

eDitoração eletrônicaEvelyn Domingues - MTB 48.250/SP

FotograFiaOmar Matsumoto e Shutterstock

míDia DigitalKawan Frias e Luiz Henrique Campanha

colaboraDoresDaniel Lima, Mayara Pires,

Marcos Cazetta,Patricia Bono, Thamires Barbosa,

Sonia Varuzza, Celso Pavani,Fauser Gustavo e

Mohammad Waleed

impressão

A tiragem da revista é devidamente auditada pela

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escrito do seu produtor legal.

LEIA ABC é uma publicação mensal produzida pela Editora

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Vila Assunção - Santo André - SP

Tel: 11 4901-4904 | 4902-4904

Editorial

A de julho está quente. Estamos falando de um dos assuntos mais comentados no mês de junho, que está na mídia mundial: as impactantes mani-festações em todo o Brasil.

Para quem perdeu o andar da carruagem ou esteve preso no trânsito pelos últimos dias: insatisfeitas com o aumento da passagem do transporte público, diversas pessoas em São Paulo resolveram sair nas ruas para protestar e desen-cadearam então uma sequência de manifestações não só na maior capital do país, mas também em diversas outras regiões, inclusive no ABC.

Obviamente que a apoia o “grito do povo”, uma vez que não estamos acostumados a ver nossos conterrâneos brigando por seus direitos desta forma. Mas é preciso confessar que estamos um tanto insatisfeitos com a maneira com que essa onda de protestos tomou grandes proporções.

É claro que ver nosso governo temer o poder do povo e atender aos nossos pedidos, ao menos uma vez no ano, é algo impagável. No entanto, essas mani-festações se expandiram de uma forma tal que as pessoas agora saem às ruas sem nem ao menos saber por que estão protestando.

É tipo aquelas festas de aniversário em que você é convidado do convida-do do convidado e chega ao lugar dando parabéns para o primeiro que estiver rodeado por mais de três pessoas, sabe?

Aí você vai para rua, faz um cartaz com uma frase impactante como “O Bra-sil acordou” e grita coisas como “Fora Dilma!”, “Chega de injustiça!”, “Corrupção aqui não”, entre outras, só por gritar. Então, quando você tenta filtrar algo, para encontrar o fio da meada, escuta um pedindo a renúncia da Dilma, outro por mais conforto nos ônibus, mais um gritando pela qualidade dos hospitais públi-cos, a tia reclamando da sua TV com sinal ruim e por aí vai.

É sério que esperam resolver todos os problemas do nosso país assim, só nos gritos? É sério que acreditam que a solução para tudo será tirar todos os que conhecem como políticos do poder (ou melhor, sair às ruas com essa ideia em mente)?

Eu protesto, tu protestas, ele protesta e nós protestamos

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As críticas continuam

Distantes após o período eleitoral, o ex-chefe do Executivo de São Caetano e hoje secretário paulista de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), e a ex-prefeiturável governista Regina Maura Zetone (com um pé no PV) concordam, pelo menos, nas críti-cas ao desempenho da administração Paulo Pinheiro (PMDB). Para a dupla, as ações do peemedebista frente ao Palácio da Cerâmica ainda são insatisfatórias e o secretariado – composto por remanescentes da gestão passada – ainda não engrenaram.

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Carlos Grana, prefeito de Santo André (PT), é um homem famoso. Em qual-quer lugar da cidade aonde vai é pron-tamente reconhecido pelos moradores. Sinal de que tem feito um bom traba-lho? Pode ser, mas ainda é realmente cedo para avaliar por que a cidade está passando por muitas mudanças no pa-pel. A realidade para os moradores che-ga aos poucos.

O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), anunciou dois nomes que vão compor o primeiro escalão de seu go-verno. A tendência é que o presidente do PR na cidade, José Carlos Gon-çalves, assuma a Secretaria de Trans-portes, enquanto o nome que deverá comandar a pasta de Segurança Ali-mentar é guardado a sete chaves.

O prefeito de São Bernardo, Luiz Mari-nho, está decidido. Quer apoiar os três mais fortes candidatos a deputado esta-dual pela cidade. Acontece que há quatro nomes que querem disputar a vaga para a Assembleia: o vereador José Ferreira; o sindicalista Teonílio Monteiro da Costa (Barba); a deputada estadual Ana do Car-mo (que concorre à reeleição); e o pre-sidente do São Bernardo Futebol Clube, Luiz Fernando Teixeira, que ainda não é filiado ao partido.

Três não é demais? A dívida que sobrou para o atual (parte 1)

Por meio de sua página em uma rede social, Saulo disse que, mesmo enfrentando muitas dificuldades financeiras no primeiro quadrimestre de 2013, conseguiu manter os investimentos em serviços essenciais para a população.

A dívida que sobrou para o atual (parte 2)

É o momento dele

Negociaçõesapós seis meses

Enquanto isso, Alex Manente (PPS), um dos deputados estaduais que concorrem à reeleição, diz estar teme-rário sobre sua candidatura. O motivo: concorrência. “Tem muito candidato em São Bernardo, e isso acirra a disputa”.

Concorrência forte

...do prefeito de São Bernardo, Braz Marinho, será o próximo pre-sidente do PT da cidade. Segundo fontes do Paço da cidade, não há outro candidato para concorrer com Braz, que está decidido a sair dos bastidores.

O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), afirmou que pretende cons-truir novo prédio para o Paço Municipal. A intenção é tirar do aluguel diversas secretarias. Segundo o chefe do Executivo, o gasto da cidade com locais locados chega a R$ 8 milhões por ano. “A prefeitura paga muito aluguel, a intenção é concentrar as principais secretarias aqui”, diz o prefeito. O novo prédio deverá ser construído atrás da atual sede do governo.

O irmão mais velho...

Para fugir do aluguel

O prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), conseguiu quitar R$ 19,9 milhões da dívida que “her-dou da gestão de Clóvis Vol-pi (PTB) e Dedé da Folha (PPS)”. O valor equivale a 40% dos restos a pagar, que totalizavam R$ 41 milhões. Segundo o chefe do Executi-vo, o montante de pendências quitadas, referentes a 2012, chega a R$ 7,3 milhões.

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Wallace [email protected]

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14 | Julho de 2013 | Julho de 2013 15

Política

Não...vai valer para 2014 Governo desiste de tentar fazer reforma política para eleição 2014 ao afirmar que não há mais “condições temporais”

O governo desistiu de tentar aprovar no Congresso uma legislação de reforma polí-tica a tempo de vigorar nas

eleições do ano que vem. O anúncio foi feito na primeira semana de julho, pelo vice-presidente da República, Michel Temer, após reunião com líde-res da base aliada na Câmara.

Para que as regras fossem apli-cadas em 2014, o plebiscito sobre a reforma e a aprovação de legislação para alterar as regras políticas e elei-torais teriam de ser concluídos antes de 5 de outubro deste ano.

De acordo com o chamado “princí-pio da anualidade”, previsto na Cons-tituição, as regras de uma eleição só têm validade se aprovadas pelo menos um ano antes do pleito, prazo conside-rado inviável pela maioria dos parti-dos políticos da Câmara.

“Não há mais condições de fazer qualquer consulta antes de outubro, e, não havendo condições temporais de fazer essa consulta, qualquer re-forma que venha só se aplicará para as próximas eleições e não para esta”, disse Temer.

De acordo com o vice-presidente, a maioria da base aliada na Câmara defende fazer o plebiscito simulta-neamente ao segundo turno das elei-

ções de 2014. “Devo registrar que a maioria

daqueles que discutiram aqui estão optando pelo plebiscito junto com as eleições de 2014, no segundo turno das eleições do ano que vem. Mas não há nenhuma dúvida em relação à tese da consulta popular”, declarou Temer.

O líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), que participou da reu-nião, na residência oficial do vice--presidente, afirmou que a decisão foi “sábia” e “importante”. “Foi inviabi-lizado pelo tempo jurídico. Não po-demos fazer a reforma açodadamente porque corremos o risco de fazer um monstrengo”, disse.

TESE “CONSOLiDADA”Temer negou que o governo saia

perdendo com a impossibilidade de aplicar a reforma política em 2014. Durante reunião ministerial, a pre-sidente Dilma Rousseff afirmou que “gostaria” que as novas regras vales-sem já para as próximas eleições.

“O governo propôs o plebiscito, propôs a reforma política, mas saben-do que isso é uma tese que deve ser levada adiante pelo Congresso. Se ela virá agora ou mais tarde, a vitória da tese está consolidada”, argumentou o vice-presidente.

O ministro da Justiça, José Edu-ardo Cardozo, e vice-presidente da República, logo depois da reunião no Palácio do Jaburu (residência oficial do vice-presidente da República), dis-seram que o prazo de 70 dias que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) in-formou ser necessário para organizar

o plebiscito inviabiliza a aplicação da nova legislação em 2014.

É o TSE que organiza, na prática, o plebiscito, formula as perguntas e faz campanhas de esclarecimento no rá-dio e na TV sobre as questões formu-ladas. “A esta altura, embora fosse de-sejável, temporalmente é impossível. O Tribunal Superior Eleitoral, muito adequadamente, fixou o prazo de 70 dias a partir dos temas apresentados ao TSE. O que é inexorável tem que ser aceito”, afirmou Temer.

O vice-presidente chegou a dizer que, se o Congresso conseguisse ela-borar um projeto de reforma política, o plebiscito poderia ser dispensado. Ele destacou, contudo, que essa “tese” está descartada “no momento”.

“É muito provável até – nós che-gamos a discutir isso – que o Congres-so possa vir a formatar um projeto de reforma política. Tanto é que a força motora de todo esse movimento é a ideia da reforma política. Como via-bilizá-la? Pelo meio da consulta po-pular. Mas se o Congresso realizar a reforma política e ela for adequada às aspirações populares, quem sabe até nem se pense em plebiscito? Mas essa é uma tese inteiramente descartada no momento porque os líderes concorda-ram com a ideia de plebiscito”, disse.

PLEBiSCiTO É “CONSENSO”Conforme declarou o ministro da

Justiça, houve “consenso” entre os partidos da base aliada na Câmara em relação a apoiar a consulta sobre a re-forma política por meio de plebiscito.

“O ponto fundamental a ser res-saltado é que houve um consenso, no sentido de que o povo tem que ser consultado e essa consulta tem que ser feita por plebiscito. Isso é uma posi-ção unânime na base”, afirmou.

Cardozo e Temer disseram que lí-deres da base aliada no Senado tam-bém serão convidados a participar de uma reunião na residência oficial da vice-presidência, para consolidar a posição sobre a forma de elaboração da reforma política.

“Subsequentemente vamos fazer uma reunião com líderes da base no Senado. Havendo o mesmo apoio à tese, a base na Câmara e no Senado formalizarão um projeto de decreto legislativo fixando a data e os temas a serem estabelecidos no plebiscito”, explicou Temer.

Ao deixar a reunião, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), foi inda-gado se seria uma “saída honrosa” para a presidente Dilma Rousseff – autora da proposta de plebiscito – a hipótese de se fazer o plebiscito junto com o segundo turno da eleição de 2014.

“Vamos construir um entendimen-to entre Câmara e Senado. Não é uma saída honrosa para a Dilma, é o me-lhor caminho para o país que estamos construindo”, afirmou.

O ministro da Justiça também ne-gou que Dilma saia de alguma forma derrotada com a decisão de fazer o plebiscito apenas em outubro do ano que vem.

“Houve uma proposta muito clara de plebiscito, uma proposta que colo-cou na pauta a reforma política. Não se pode falar em equívoco quando a presidente coloca um ponto e a base sai unida em torno da proposta.”

Redação - [email protected]

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A presidente Dilma Rousseff,o vice presidente Michel Temere a ministra ideli Salvattipresidiram a reuniãoD

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Nos últimos anos, cresceu o número de endividados em todo o país. E na região do ABC a situação não é diferente, pois a alta foi significativa. No momento em que vemos nossas contas no vermelho, nenhuma alternativa de crédito e a luz no fim do túnel se apagando, a pergunta é: existe saída? Com certeza sim! Você vai precisar de muito planejamento e

disciplina, além de um pouco mais de sacrifício para reverter esta situação. Existem algumas etapas a serem percorridas para que essa caminhada não seja tão difícil quanto parece.

A primeira delas é acreditar, pois, se não acreditarmos que manter nossa saúde financeira equilibra-da faz parte de nossa qualidade de vida, o problema vai parecer muito maior do que ele realmente é!

Caso você já tenha passado por esta etapa, parabéns. Agora é o momento de sentar e recolher os cacos espalhados e fazer uma planilha de todas as suas dívidas e seus gastos mensais. Veja bem, todos temos que tomar o cuidado de não deixar nenhum gasto de fora, até mesmo a pizza do fim de semana não pode deixar de ser excluída das suas contas.

Feito isso, já é possível partir para a segunda etapa: enumerar prioridades para sua recuperação, como qual é o custo de cada uma de suas dívidas? Normalmente, dívidas com cartão de crédito e cheque especial são as grandes vilãs do orçamento. Isso porque, se você observar a fatura do cartão de crédito, os encargos por pagamento parcial, em torno de 10,5% ao mês, representam uma taxa de 231,4% ao ano. Por isso, uma etapa fundamental é dar prioridade para negociar em primeiro lugar dívidas que tenham os custos mais elevados, pois isso vai lhe ajudar a não deixar que a dívida aumente.

É importante saber que, no momento da negociação com seus credores, é preciso levar em conta os seguintes pontos: 1) a parcela desta negociação caberá no seu novo orçamento?; 2) o prazo desta negocia-ção é muito longo?; e 3) no caso de pagamento à vista, a empresa lhe dará algum desconto sobre o saldo devedor?. Em alguns casos, é mais vantajoso guardar o valor desta parcela por um período bem menor e quitar a dívida à vista.

Depois de concluído o processo de negociação com cada credor, chegamos à etapa final. Agora que você já tem em mãos todos os números do seu novo orça-mento, é possível então saber de cabeça os valores destinados para cada despesa. Nesta etapa você precisará de muita disciplina para manter o pla-nejamento realizado e vale sempre lembrar tudo o que você passou para chegar aonde está hoje. Sempre que houver um mo-mento de fraqueza ou de dúvida, pen-se que todo este sacrifício é por algo maior: qualidade de vida!

UmA dICA fInALVerifique em sua fatura do car-

tão de crédito qual o encargo para pagamento parcial. Na pior das hipóteses, caso você passe o ano todo realizando o pagamento míni-mo estabelecido pelo cartão sem re-alizar sequer uma compra, no fim do período de um ano você já terá pago o valor total de sua dívida acrescido de 30% de juros, além do que o seu sal-do devedor será correspondente a quase 50% do valor inicial.

Div

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ção

n ARTIGO

Marcos CazettaEconomista e especialistaem finanças pessoais

Finanças

E agora, comosair do VERMELHO?

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18 | Julho de 2013 | Julho de 2013 19

Economia

impostodetalhado

O Brasil é um dos países com maior carga tributária, mas poucas pessoas sabem quanto pagam e como os tributos são repassados e investidos

nua não vendo a adequada aplicação destes recursos em serviços públicos de qualidade, principalmente nos se-tores de educação, saúde, segurança e outros fundamentais para que a so-ciedade se desenvolva.”

Conforme levantamento feito em 2012 pela UHY International em re-lação a 22 países, o Brasil ocupa o segundo lugar do pódio dos maiores cobradores de impostos sobre consu-mo. Esse sobrepreço transita em um espectro amplo e, de acordo com o IBPT, onera em até 40% a vida das famílias, com impostos pagos de modo indireto.

Analisando produtos individual-mente, o IBPT aponta casos como o do vinho importado, que supera 80% de carga tributária. O protetor solar responde por 41,74%, sendo um produto considerado indispensá-vel, principalmente em dias quentes. A ração para cachorro tem 41,26% de tributos. Nem o adoçante para o tradicional cafezinho escapou de ser tributado – rende 37,19% aos cofres públicos.

Segundo um estudo recente feito pelo IBT, em 2013 o brasileiro vai trabalhar 150 dias, ou quase cinco meses do ano, somente para pagar impostos, taxas e contribuições aos cofres públicos. No ano passado, o contribuinte também trabalhou 150 dias em função dos impostos, mas, em razão de o ano de 2012 ter sido bissexto, cumpriu suas obrigações tributárias com o fisco um dia mais cedo, ou seja, no dia 29 de maio

As empresas têm um ano para se adaptarem à exigência de discriminar nas notas e cupons fiscais o valor dos impostos pagos pelo consumidor. As que não cumprirem com a nova determinação só serão multadas da-qui a um ano. No total, são sete taxas que deverão ser especificadas no do-cumento fiscal. Todas estão embuti-das no preço dos produtos. São elas: Imposto sobre Operações Financei-ras (IOF), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS/Pasesp (Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público), Contribuição para o Finan-ciamento da Seguridade Social (Co-fins), Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), Im-posto Sobre Serviços (ISS) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

CONSCiENTizAçãOSegundo Balistiero, depois que a

lei entrou em vigor, tanto consumi-dores quanto os lojistas vão poder usufruir dessa nova medida. “Como moramos num país que já é popular-mente conhecido pela alta quantidade de impostos, muitos lojistas colocam os preços muito altos e usam da des-culpa dos tributos como justificativa do valor cobrado. Entretanto, os lo-jistas também têm a taxa de lucro da-quele determinado produto e muitas vezes também é abusiva. Agora, com tudo detalhado, o consumidor vai poder acompanhar a quantidade de impostos e analisar se a margem de lucro daquele comerciante não está muito elevada. Já o lojista, por sua vez, vai poder se eximir da culpa dos produtos serem mais caros e poder se justificar. Acho que vai ficar muito mais transparente”, declara.

Para os lojistas que ainda têm dú-vidas, o IBPT disponibiliza gratuita-mente no seu site (http://www.ibpt.com.br) um manual para auxiliar na implantação do sistema. Por meio de cadastro, é possível baixar tabela com toda a carga tributária para cada tipo de produto, sendo que o manual auxilia na instalação da tabela no sis-tema que vai emitir a nota fiscal.

Agora vai ficar mais fácil para o consumidor acompanhar de perto o quanto se paga de imposto em cada produto.

Isso depois que a Lei nº 12.741/12 entrou em vigor no mês de junho, obrigando o comerciante a informar a carga tributária dos produtos e ser-viços nos cupons e notas fiscais ao consumidor.

De acordo com Ricardo Balistie-ro, coordenador do curso de admi-nistração de empresas do Instituto de Tecnologia Mauá, os valores referentes aos tributos são repassa-dos ao governo e distribuídos para custear melhorias no serviço público como educação, saúde, transporte e segurança.

“O Brasil é o país que tem uma das cargas tributárias mais altas e tudo que nós pagamos tem impos-tos embutidos, que são chamados de tributos indiretos, ou seja, nós paga-mos e não sabemos quais, nem quan-to e que imposto é aquele”, explica Balistiero.

De acordo com o presidente-exe-cutivo do Instituto Brasileiro de Pla-nejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, o brasileiro ainda não vê esse repasse de tributos em forma de serviços de qualidade prestados à população. “Em 2013, o contribuinte brasileiro estará destinando 41,08% do seu rendimento bruto para pagar tributos sobre os rendimentos, consu-mo, patrimônio e outros, o que tem aumentado a cada ano. Em 2012, comprometeu 40,98% do seu ganho para este fim e, em 2011, 40,82%. Apesar de contribuir cada vez mais com a crescente arrecadação tribu-tária do país, que em 2012 chegou a R$1,57 trilhão, o brasileiro conti-

Especial para Leia abc Mohamed Waleed

Segundo o iBT,o brasileiro ainda nãovê o repasse de tributos em forma de serviçosde qualidade prestadosà população

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Economia

Observatórioeconômico

Entidade funcionará na sede do Consórcio ABC e está prevista para entrar em operação já no ano que vem

públicas da região. Um exemplo são os indicadores sobre a capacidade de formação profissional na região e a de-manda das empresas”, diz Marques.

A criação de um observatório eco-nômico foi discutida pelo economista da Pró-Reitoria de Pesquisa da Univer-sidade Federal do ABC (UFABC), Ar-mando Franco. Segundo ele, o banco de dados também trabalhará informa-ções nacionais e de interesse da univer-sidade. “Os passos para um convênio com a Agência de Desenvolvimento Econômico possibilitará a criação de um banco de dados que fique à dispo-sição de todos”, afirma o economista.

SANTO ANDRÉA ideia da criação do observatório

econômico não é nova. Santo André já possui, desde os tempos do ex-prefeito Celso Daniel, um órgão de levanta-mento de dados, mas somente relativo à cidade. Para obter uma análise mais profunda da região é preciso esperar a divulgação dos levantamentos realiza-

dos pelo Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatísticas (IBGE).

COMPASSO DE ESPERA? O ABC vive um processo de recu-

peração da atividade industrial, depois de chegar ao fundo do poço no final da década passada. A forte expansão do PIB dos sete municípios e o crescimen-to no emprego industrial desde 2012 ilustram esta reação.

Dados do IBGE apontam que, en-tre 2008 e 2012, houve expansão de 53,48% na economia regional, puxada pela indústria. A evolução foi acompa-nhada por aumento de postos de tra-balho na atividade produtiva: de 2008 até julho do ano passado, houve cresci-mento de 18% (mais de 17 mil empre-gos gerados) no setor metal-mecânico.

Segundo o economista Armando Franco, uma agência de desenvolvi-mento econômico daria mais força para levantar dados mais aprofundados. “Se acontecer, vai ser benéfico para todos na região”, resume.

Rafael Marques, presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e dirigente do Sindicato dos Me-

talúrgicos do ABC, entende que a re-gião necessita de um mecanismo que mostre às prefeituras o que se passa nas empresas.

Saber o real número de empresas, seus empregados, o que fazem, como agem, bem como sua movimentação econômica, é importante para uma re-gião onde quase todas as cidades têm companhias fortes e que movimentam o expressivo PIB das sete cidades.

A ideia é ter uma base de dados que acompanhe e sistematize os indi-cadores econômicos e sociais, além de atender às demandas de levantamen-tos específicos solicitados pelas sete prefeituras da região. “Obter dados que sistematizam o mercado é muito importante para trabalhar as políticas

Especial para Leia abc Mohamed Waleed

Rafael Marques (esquerda) e Armando Franco (direita) discutem com outros dois interessados rumos da agência

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Segurança

Não deixelevarem seu carroO mercado de recursos contra a ação dos ladrões de automóveis oferece soluções cada vez mais sofisticadas (e caras), mas pequenos cuidados também podem ser muito úteis para evitar esse prejuízo

No ABC, dezenas de câmeras de segurança flagram uma série de assaltos em vários pontos de todas as sete cidades. Só no

ano passado, segundo dados a Secretaria de Segurança Pública, mais de 30 mil veículos foram levados pelos bandidos na região.

Em ruas e avenidas movimenta-das, ou não, de São Bernardo, Santo André, São Caetano ou Diadema, a rotina dos assaltos é a mesma. A mais comum é quando o carro para de repen-te, por causa do semáforo, ou por cau-sa de qualquer imprevisto, bandidos aparecem do nada apontando armas. O motorista é forçado a sair do veículo. Em seguida, o bando tira um bebê do banco de trás. A vítima corre para ajudar outra criança a sair. Os ladrões levam o carro. E assim gira o cotidiano dos assaltos a automóveis.

Na capital, ladrões levaram 86 mil veículos das ruas. Parte dos carros rou-bados é levada para desmanches, onde as peças são retiradas para serem vendidas. Depois, os bandidos costumam jogar as carcaças dos veículos nos rios da capital e da região.

Furtos e roubos alimentam um co-mércio tão rentável quanto a venda legal de veículos. Ou seja, é o segundo setor que mais cresce no comércio varejista de automóveis. Na sua esteira expandem-se

o mercado dos recursos contra furto e o das seguradoras.

O principal temor dos motoristas nem chega a ser em relação ao furto, mas ao roubo. Desde que as quadrilhas de tra-ficantes tomaram conta desse mercado, a violência tem apavorado os donos de car-ro. Já não se discute mais o valor do bem furtado, mas o valor da vida.

Especial para Leia abc Mohammad Waleed

Como evitar assaltosProteção visível - Segundo a polícia, travas

podem fazer o ladrão perder o interesse por um carro

Chamariz perigoso - Bolsas, pastas e obje-tos mexem com a fantasia dos crimino-sos e aumentam seu interesse por um veículo

Atração fatal - Os ocupantes do carro não deveriam ostentar sinais de riqueza. É outro conselho da polícia

Abordagem fácil - Delegado especializado recomenda não comprar nada de ambu-lantes no trânsito

Programa arriscado - Ficar namorando ou demorar muito para sair do automóvel pode facilitar a ação de assaltantes

Esquinas suspeitas - Outra sugestão da po-lícia: não parar nos semáforos depois da meia-noite

Carro fechado - Seguradoras recomendam circular só com os vidros erguidos e as portas travadas

Aproximação atenta - Cuidado com a mo-vimentação de estranhos ao chegar em casa; se preciso, dê voltas antes de entrar

Sem resistência - 40% dos roubos são à mão armada: entregue o carro sem argu-mentar ou movimentos bruscos

Locais visados - Evite estacionar em ruas desertas, mal iluminadas, próximas a es-colas, hospitais e teatros

Ação ligeira - Ladrão arrependido sugere que se usem só travas de acionamento rápido e alarmes acionados a distância

Vítima vulnerável - Ao tirar peças do carro, e depois ter de recolocá-las, o motorista fica muito tempo exposto

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n ARTIGO

Thamires [email protected] Alimentar-se adequadamente e pra-

ticar atividades físicas é o me-lhor método para perder os quilos extras de forma

saudável. No entanto, quando a pessoa faz tudo de maneira correta e não nota nenhuma redução de peso, pode ser um sinal de alerta. Algum sistema em seu organismo pode estar funcionando de maneira irregular e interfe-rindo no emagrecimento.

Algumas desordens no organismo podem in-terferir no ganho e perda de peso, como, por exemplo, distúrbios hormonais, proble-mas emocionais e doenças meta-bólicas. Estes fatores, além de não favorecer o emagrecimento, compro-metem a saúde.

Entre algumas complicações relacionadas à dificuldade de perder peso está o hipotireoidismo – produção e liberação insuficiente dos hormônios da tireoide T3 e T4, o que faz todo o corpo trabalhar em ritmo lento e preguiçoso. O metabolismo desacelera, dificultando o emagrecimento, além de favorecer o ganho de peso. Para reverter esse quadro, basta procurar um profissional endocrinologista, ser avaliado e realizar a reposição hormonal.

Outro fator que pode dificultar alcançar o peso desejado é o uso de anticoncepcional. Isso ocorre porque o hor-mônio estrógeno, presente em alguns desses medicamentos, pode levar à retenção de líquido, deixando a mulher inchada e, consequentemente, quilos a mais na balança.

Para driblar o problema, a solução é trocar a pílula por uma que tenha uma dosagem menor de estrógeno ou por uma que possua um hormônio diurético e não causa retenção hídrica. O melhor profissional para indicar a pílula correta para o seu caso é o médico ginecologista.

Ainda citando hormônios, há quem sofra com doenças que alteram a produção hormonal, como a síndrome dos ovários policísticos. Esta doença desregula os hormônios e interfere no funcionamento do pâncreas, que produz uma quantidade maior de insulina e, consequentemente, há maior sensação de fome.

Porém o maior rival na luta contra os ponteiros na balança é o estresse. O estresse regular altera o metabolis-mo, deixando-o mais lento, o que dificulta o gasto energético. A fuga do estresse é quase sempre encontrada na alimentação como uma medida para satisfazer a tensão. Além disso, o estresse produz substâncias como cortisol, adrenalina e noradrenalina, que influenciam no acúmulo de gordura corporal.

Investir em atividades físicas é uma ótima alternativa, pois os exercícios estimulam a liberação de substâncias que melhoram o humor e o bem-estar, mesmas substâncias liberadas quando ingerimos chocolates e doces. A dica está na hora que der aquela vontade extrema de comer doce, faça exercícios físicos. Funciona.

Como saber se você sofre com algum desses problemas citados? Faça uma avaliação endocrinológica, gi-necológica e exames de sangue. Tais exames vão identificar alterações que podem ser controladas e tratadas, auxiliando a perda de peso. Procure um médico e peça tais exames.

Problemas de saúde queinterferem na perda de peso

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Saúde

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Saúde

Doação nas fériasDevido ao período de recesso escolar, somado à chegada do inverno,o número de bolsas de sangue diminui em até 20% na região

Localizado em São Bernardo do Campo, o Hemocentro do Gran-de ABC é responsável por abas-tecer oito hospitais da região,

além de dois na Baixada Santista. A en-tidade convoca doadores para contribu-írem durante o período de férias, época considerada crítica e de queda no esto-que de sangue.

“Não há um motivo certo, mas creio que as pessoas mudam o foco devido às férias e ao período de frio, o que leva à diminuição de doadores. A queda de doações nesta época chega a ser no mí-nimo de 20%. O certo seria evitar essa redução, já que não há período de pico e queda para as transfusões”, explica o doutor Teobaldo Antônio de Carvalho, hematologista e gerente regional no ABC da Associação Beneficente de Co-leta de Sangue (Colsan).

De acordo com o doutor Teobaldo, no momento a situação do estoque não é a ideal e, por isso, como nesta fase do ano o movimento é considerado baixo, há um trabalho forte feito atra-vés de campanhas para atrair mais do-adores. A principal dificuldade é esto-car sangue tipo O negativo, conhecido como doador universal, que serve para qualquer paciente. “Nos hospitais mu-nicipais é muito comum chegar emer-gência e não há tempo hábil para fazer análise de sangue. Muitas vezes o pa-

ciente precisa receber naquele instante e, por isso, a emergência é necessária para esse tipo sanguíneo”, explica o hematologista.

Além das campanhas de incentivo à doação, a Colsan conta com as captado-ras de doadores, que trabalham fortemen-te em busca de novos ou antigos doado-res. Trata-se de funcionárias que, através do cadastro mantido pela associação, ligam para os que já participam dessa rotina convidando-os a colaborar nova-mente para reforçar o estoque de sangue, sempre respeitando o intervalo de tempo necessário entre uma doação e outra. No caso das mulheres, de três em três meses e, dos homens, de dois em dois.

O Hemocentro de São Bernardo do Campo tem capacidade para dois mil doadores e recebe em média 1.300 a 1.400 bolsas de sangue por mês, que são distribuídas aos hospitais atendidos pela regional. Em Santo André: Centro Hos-pitalar da cidade, Hospital da Mulher e Hospital Mario Covas. Em São Bernar-do do Campo, o HMU de São Bernardo, o PS Central e o Hospital Anchieta são atendidos pelo Hemocentro. Já em São Caetano, são atendidos o Hospital Mar-cia e Maria Braido e o Hospital Munici-pal de Emergências Albert Sabin. Além desses hospitais no ABC, o Hemocentro de São Bernardo também abastece dois hospitais na Baixada Santista: o Hos-pital Irmã Dulce, na Praia Grande, e o Hospital Regional de Itanhaém.

EM SãO PAuLOEm São Paulo, a Fundação Pró-

-Sangue, órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, convo-ca a população para doar sangue.

Responsável pelo abastecimento de mais de cem hospitais da rede pú-blica da região metropolitana de São Paulo, a Fundação Pró-Sangue regis-tra um nível 95% aquém do ideal para o estoque do sangue tipo O positivo.

Além disso, a instituição está em estado crítico e também precisa de doações de sangue dos fatores A po-sitivo, O negativo, A negativo e B ne-gativo, que também se encontram em situação crítica de abastecimento.

QuEM PODE DOAR? Para doar sangue basta estar em

boas condições de saúde, dormir mui-to bem no dia anterior e estar alimen-tado. É importante evitar a ingestão de comida gordurosa nas quatro horas que antecedam a doação e bebidas al-coólicas 12 horas antes da coleta.

Mayara Pires- [email protected]

Serviço:Para informações de coleta de

sangue no ABC: 4332-3900

Para informações de coleta de sangue em São Paulo: 0800 55 0300

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Cidades

Chiadeirasem sentido? Jovens estudantes protestam na sede da Prefeiturade São Bernardo, na avenida Goiás, em São Caetano,e em Santo André, por causa do alto custo da passagens na região, mas não sabiam que o prefeito Luiz Marinho, que é presidente do Consórcio intermunicipal do ABC,já havia determinado a redução em 0,10 paraquatro das sete cidades

cidade, que já estava congestionado por conta dos protestos realizados por caminhoneiros ao longo do dia, ficou intransitável. Passageiros desceram dos ônibus e tiveram que voltar a pé para casa depois de um dia inteiro de trabalho.

Na rua Marechal Deodoro, adoles-centes aproveitaram a situação para assaltar pedestres. Houve tumulto e muitos entraram em desespero, pedin-do, em vão, abrigo nos comércios que baixavam as portas.

Enquanto isso, a passeata cumpria cerca de nove quilômetros percorridos. Durante o trajeto, muros foram picha-dos com mensagens contra a polícia e pedidos de passe livre na cidade. Além disso, dois incidentes foram registra-dos. O primeiro ocorreu logo na saída, quando manifestantes ligados a partidos políticos e os recrutados pela internet se desentenderam. Na Anchieta, houve princípio de tumulto, após grupos mais exaltados tentarem fechar a pista senti-do litoral.

Quando o protesto já havia retor-

nado ao Paço, a situação fugiu do con-trole. Cerca de dez jovens tentaram in-vadir a prefeitura, obrigando as forças de segurança a reagir com bombas de efeito moral.

A depredação foi grande. Vidros da fachada do Paço e da agência ban-cária local foram atingidos. Placas de trânsito foram destruídas e uma con-cessionária de veículos na avenida Pereira Barreto também foi alvo de vândalos, com a fachada apedrejada e equipamentos furtados.

“Foi o dia mais difícil”, disse o se-cretário de Segurança Urbana de São Bernardo, Benedito Mariano. Ele afir-mou que realizará reuniões com a PM para avaliar outras formas de atuação. “Precisamos melhorar a ação preventi-va. Descobrimos pelas redes sociais e também pelos próprios manifestantes que pessoas com intenções criminosas estavam infiltradas no movimento.”

Para Mariano, os atos de vandalismo são premeditados. “Esse grupo não tem liderança nem reivindicações. Eles che-gam para destruir.”

19 de junho de 2013. Uma data para não ser esque-cida. É a primeira vez em anos que jovens es-

tudantes do ABC estão protestando por uma causa – a redução da tarifas dos ônibus que havia sido resolvida – apa-rentemente fora de pauta.

“Meia dúzia”, ou melhor, cerca de 300 pessoas organizaram e convoca-ram as manifestações pelas redes so-ciais, que terminaram como as ante-riores: confrontos de grupos radicais com a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal. Sete pessoas foram detidas e um guarda-civil ficou ferido após le-var pedrada.

A manifestação começou pacífica e os protestantes seguiram pela avenida Lucas Nogueira Garcez até o km 18 da rodovia Anchieta, por onde caminharam durante uma hora, interditando a via. De lá, foram para a avenida Lions, retor-nando pela avenida Senador Vergueiro até o Paço.

O trânsito nas ruas centrais da

Redação - [email protected]

A avenida Goiás, em SãoCaetano, ficou totalmente

bloqueada no início da noitede uma segunda-feira

Manisfestantes de São Caetano reclamam do péssimo serviço de transporte na cidade

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Cidades

Para ofundodo poçoVendas de imóveis na região caem 28% e aumenta a disparidade de preços entre a capital e as sete cidades do ABC

Depois de uma fase de aqueci-mento, o mercado imobiliário paulistano mostra sinais de desaceleração. No primeiro se-

mestre deste ano, as vendas de imóveis novos em São Paulo caíram 31,3%. Já no Grande ABC, a queda foi de 28%.

Apesar disso, o preço do metro qua-drado em imóveis novos em São Paulo subiu 8,6% em média. Assim, as cidades do ABC ainda são uma boa oportunidade para quem pretende comprar a casa pró-pria, já que os imóveis na região custam em média 40% abaixo que na capital.

Enquanto em São Paulo o metro qua-drado está entre R$ 2.466 e R$ 8.519, na região do ABC este valor varia entre R$ 2.100 e R$ 4.500. Além de vantajoso para a pessoa física, a região aflora como estratégica para investimentos, diante do pleno desenvolvimento econômico que as sete cidades estão atravessando.

CONSuMiDOROs números revelados pela MZM

Construtora mostram que o perfil do consumidor da Grande São Paulo tem sido transportado para a região. “Um dos diferenciais do ABC é, sem dúvida, a qualidade de vida. As cidades da região oferecem alta qualidade de serviços pú-blicos, como saúde e educação, e conse-guem reverter casos negativos como o de Diadema. A cidade, antes vista como violenta, conseguiu mudar sua imagem e tem atraído cada vez mais investimentos,

que devem aumentar graças ao trecho sul do Rodoanel e aos recursos do pré-sal”, afirma Francisco Diogo Magnani, presi-dente e fundador da MZM Construtora. PONTO ESTRATÉGiCO

Entre os destaques positivos da re-gião, Milton Bigucci, presidente da Mbi-gucci e da Associação de Construtoras do Grande ABC (Acigabc), ressalta o caso de Diadema. “Perto de duas gran-des rodovias, com uma força política de olho na qualidade de vida e a proximi-dade com São Paulo, Diadema é um dos mercados que mais crescem na região”, afirma o empresário.

De acordo com Bigucci, São Bernar-do ainda lidera as vendas da região, com 1982 unidades vendidas e R$ 666 mi-lhões movimentados, mas estes números ainda serão mais balanceados. “Há uma tendência de equilíbrio de potencial da região, que cresce junta”, argumenta.

Entre os principais players do mer-cado imobiliário da região, estão nomes como PDG, MZM, Even, Ezetec e Ga-fisa. “As construtoras já perceberam que o ABC se caracteriza como um bom lugar para se construir.” E exemplifica: “Há mais ofertas de terrenos, prefeituras interessadas em novos negócios e muito

potencial de crescimento”. O único gargalo encontrado nas cida-

des do ABC, de acordo com o Bigussi, ainda é a mão de obra qualificada. “Mas isso não é um problema do ABC espe-cificamente. É um desafio em qualquer região em que a construção civil esteja ganhando força”, diz.

CENáRiOPara Rogério Merselles, professor

de economia da Universidade Paulista (Unip), o momento de alta nos imóveis paulistanos é uma oportunidade também para a economia local.

“As prefeituras deveriam incentivar ainda mais a construção, e não apenas de imóveis básicos, mas para todas as clas-ses, já que há demanda de compradores afugentados dos altos preços da cidade de São Paulo”, explica.

O professor lembra ainda que são necessárias mais obras de infraestrutura na região: “Para acompanhar esse cresci-mento será necessário que as prefeituras ampliem aportes em obras viárias, além de saneamento básico”. E completa: “O varejo já está acompanhando essa de-manda de apartamentos, abrindo lojas no ABC e ampliando os aportes na região, o que é um sinal de potencial”.

Especial para Leia abc Mohamed Waleed

Maioria dos novos compradores é de diversas regiões da capital

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Comportamento

Os animais sonham?A resposta é sim. Segundo pesquisadores, os pets quase sempre sonham com as aventuras diárias, atividades e, claro, comida

Provavelmente, os donos já de-vem ter visto seus bichinhos rosnando, mexendo as patinhas e até fazendo sons estranhos

quando estão dormindo. O motivo? Es-tão sonhando. De acordo com estudos do Instituto de Tecnologia de Massachuset-ts (MIT, na sigla em inglês), a noite do bichinho pode variar de um sonho tran-quilo a agitado. O ato de sonhar pode ter relação direta com o ambiente em que ele vive. Por exemplo, se o animal vive em um local barulhento, sem atenção, isso pode torná-lo um bicho estressado e solitário, que, consequentemente, dorme pouco. Já os animais que moram em um lar aconchegante e calmo, com o amor necessário, estes dormem melhor.

Depois de quatro anos de estudo, os cientistas usaram camundongos acorda-dos e adormecidos para acompanhar as atividades neurológicas por monitores cerebrais quatro horas por dia, meta-de enquanto dormiam e a outra metade quando desenvolviam alguma atividade rotineira como correr num labirinto ou comer suas rações, por exemplo. Com isso, conseguiram uma base fundamental para analisar diferentes padrões de sono.

Os pesquisadores norte-americanos verificaram que determinadas partes do cérebro repetiam reações idênticas e com a mesma intensidade, nos dois períodos. Para os cientistas, isso pode ser um sinal de que o rato está sonhando com a ação vivida durante o dia. “Para ter 100% de certeza, só perguntando à cobaia mes-mo”, brinca o pesquisador Kenway Louie, um dos autores do trabalho do Departamento de Cérebro e Ciências Cognitivas do MIT.

Também não se sabe se o resultado vale para outros animais. “Não posso afirmar, mas é quase certo que sim, por-que o cérebro deles é mais complexo do

que o do rato. No entanto, o mecanismo do sono opera da mesma forma”, afirma o biólogo Matthew Wilson, orientador do estudo.

O que se descobriu nas pesquisas é que, assim como os ratos sonham com atividades rotineiras ou com comida, os animais classificados como sangue quen-te (aves e mamíferos) não ficam de fora dessa novidade científica.

Para os cientistas, a descoberta é um passo importante para a ciência, princi-palmente porque o mecanismo que faz com que determinados eventos sejam “selecionados” e repetidos durante o sono pode permitir, no futuro, uma espé-cie de “sono de resultados”, ou seja, in-duzir o cérebro do dorminhoco a desen-volver outras atividades mentais, além do simples sonho.

“Já se passou um século desde que Freud mostrou que os sonhos são um ins-trumento para compreender a natureza da cognição e do comportamento huma-no. Agora, aprendemos a mergulhar nos sonhos dos animais, o que nos permitirá aprender mais”, finaliza Wilson.

Mayara Pires - [email protected]

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Capa

O AGENTE CAuSADOR Papel das redes sociais como ferramenta de mobilização foi essencial para desencadear novos rumos dos protestosno Brasil

No centro nervoso de todas as manifestações que ocorreram pelo Brasil no mês de junho estão as redes sociais. Desde o

início de atividades da internet, é a mais poderosa ferramenta de arregimentação de pessoas em diferentes lugares.

Tudo começou como no papel. Nos idos dos anos 1980, a transmissão dos recados funcionava através do caderno de perguntas e respostas, utilizado em salas de aula. À época, as meninas ado-ravam escrever o nome dos meninos e criavam uma categorização dos prínci-pes – que, no caso, eram os mais boni-tos – e dos ogros – para os feios. Esse caderno rodava a sala inteira e normal-mente era “proibido” para os meninos, e podemos dizer que era praticamente um “bullying 1.0”.

Ao avaliar essa brincadeira, a re-portagem de LEIA ABC entende que é possível comparar o caderno com algu-mas ferramentas e plataformas do meio digital como o blog – afinal o caderno continha diversos comentários e tam-bém emoticons, estrelas para favoritos e até sinais de +, o que provavelmente gerou os botões do Google +1 ou a pala-vra curtir do Facebook. Outro exemplo pode ser visto nas portas de banheiros de empresas, dos aeroportos e de rodo-viárias com diversas citações – mensa-

gens curtas, muitas vezes –, que podem lembrar bastante o slogan “diga o que você está pensando” –, sim, do Twitter.

O fato é que o mundo está conecta-do. De alguma forma as pessoas buscam sempre compartilhar os seus interesses com pessoas do mesmo ambiente. A so-ciedade em rede é um dos grandes “sal-tos” da comunicação, ou seja, a internet

propiciou e propicia a esses modos uma presença e percepção jamais conhecida, pois conectam pessoas de diferentes lu-gares, regiões e ideologias, que passam a entender melhor as diferenças existentes.

É por isso que as grandes empresas utilizam esses ambientes na busca de novos consumidores e “evangelistas” para sua marca. O mundo caminha cada vez mais para o virtual. Os smartphones, também, estão a todo vapor juntamente com os tablets e as tevês inteligentes, que estão aos poucos chegando aos la-res das famílias – encurtam a distância e aproximam mais pessoas que estavam distantes.

Vivenciar o poder das pessoas no uso desses instrumentos, a tecnologia viabiliza cada vez mais o relacionamen-to através das redes sociais, que têm poder de penetração eficaz. Ao mesmo tempo, é fundamental compreender e entender a sua utilização.

“Não adianta ter presença se você não interage, não adianta pegar o tex-to do seu site e colocar no Twitter um link. É preciso engajar, criar relaciona-mento”, explica o professor Vinicius Dias, que é especialista em comunica-ção e mídia.

Ele diz que até hoje escuta muitas críticas por parte de muitas pessoas que apostaram nas redes sociais e tiveram uma enorme decepção, que não entende-ram realmente o sentido de mobilização e como utilizar as redes sociais a favor.

A crença de que tudo que é publi-cado na internet pode ser visto pelo mundo sustenta, há muito tempo, a hipótese de que a democratização da comunicação se consolidou, pois todo indivíduo tem a possibilidade de ser ouvido. Com o surgimento da Web 2.0, isso se potencializou.

Wallace Nunes - [email protected]

Nos dias atuais,estar conectadodeixou de ser umluxo e acabousendo parte da cestade contas mensais

Omar Matsumoto

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Capa

MuLTiPLiCAçãOO acesso à informação, com pro-

dução de conteúdo informativo ou não, multiplicou exponencialmente as opções de fontes. As redes sociais criaram novas possibilidades, que vão além das simples conexões sociais. Elas têm se mostrado como poderosas ferramentas de organi-zações políticas da sociedade.

Mais: o poder das redes sociais é no-tado a todo instante. Muitas articulações acontecem fora da rede e depois ganham grandes proporções. A Primavera Árabe, ainda que não seja o primeiro, mas se to-nou emblemática. A partir de um modelo de mobilização se manifestou na Tunísia e foi replicado em quase todo o mundo árabe. Milhares se uniram e decidiram

utilizar as redes a seu favor. Ditaduras ru-íram ou estão para ruir e o status quo de toda a região se transformou.

No Brasil, algo que seria impensável tempos atrás – uma oposição organizada – surgiu espontaneamente através das re-des sociais. Sem uma posição política ou ideológica definida, os ciberguerreiros, como ficam conhecidos os manifestan-tes, conseguiram o sentimento latente da insatisfação da sociedade depois de um caso isolado – distúrbios na capital por causa do aumento de R$ 0,20 na passa-gem de ônibus foram o estopim para o levante.

Em pouco tempo, o que parecia ser uma manifestação se transformou numa onda de protestos em todo o país e os resultados ainda não foram definidos. O que foi de fato constatado é que os agen-

tes públicos baixaram as tarifas ou con-gelaram os aumentos dos transportes. A atitude da população assustou políticos, deixou atônitas sociedades organizadas e sem rumo muitos que tinham uma ban-deira partidária.

A internet trouxe novas formas de comunicação, os comunicadores instan-tâneos como o MSN, o telefone pela in-ternet como o Skype, o email, as redes sociais como o Orkut, entre outros, são ferramentas baseadas na internet, que possibilitou uma verdadeira revolução na forma como comunicamos com outras pessoas.

Este é um ponto muito positivo, pois

não só barateou o custo da comunicação como tornou as pessoas mais próximas. Mas há um lado negativo que é a exclu-são digital, ou seja, muitas pessoas estão sem acesso à internet e do ponto de vista tecnológico estão excluídas digitalmente.

TwiTTER E FACEBOOkO uso massivo das redes sociais, no-

tadamente Twitter e Facebook, foi fun-damental para arregimentar adeptos da revolta por causa do aumento da tarifa de ônibus, ou seja, pelo R$ 0,20 de alta.

Elas não apenas organizam as mani-festações, como também informam os desdobramentos. Mais, tornam-se fonte para mídia e também para o mundo em plena Copa das Confederações.

Em tempo real, fotos, textos e vídeos eram postados nos servidores do Twitter, Facebook e YouTube, o que possibilitou ao mundo acesso aos acontecimentos e conhecer a dimensão das manifestações.

“As redes sociais assumirão o real pa-pel de garantidores da liberdade de infor-mação e de expressão”, diz o professor de comunicação Vitor Iório, da Univer-

sidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

MOBiLizAçãO SOCiALNão há novidade alguma no fato de

as pessoas se reunirem para reivindicar algo, lutar por uma causa ou defender uma bandeira. Os descontentes com o estado natural dos fatos sabem da lógica “unidos somos mais fortes”. Então, o que há de novo nas mobilizações atuais?

“A novidade é a forma como isso tem acontecido. Se antes a praça era o espaço público onde surgiam os grandes clamo-res sociais, hoje basta um computador para que se inicie uma revolução”, expli-

ca Vinícius Dias, especialista em comu-nicação e mídia.

A internet mudou completamente a forma como a sociedade se organiza – e as redes sociais potencializaram ao ex-tremo as possibilidades de mobilização social. O conceito de interatividade ficou esvaziado diante da horizontalizarão do processo de constituição da mídia, que, ao contrário da chamada mídia de massa, distribuiu a mensagem de uma maneira e gerou poder. Hoje há participação, intera-tividade e envolvimento.

Conectado, o Movimento Passe Li-vre, o agente causador que desenca-deou os protestos, reivindicou apenas a diminuição do R$ 0,20 na tarifa de ônibus em São Paulo, mas há uma insa-tisfação geral contra os desmandos do poder público.

PLEBiSCiTOAgora está nas mãos do Executivo o

próximo passo para pôr fim ao des-contentamento geral. O governo propõe um plebiscito (leia em política) para tentar aplacar a situação.

Jovens estudantes se juntaram aos movimentos sociais para protestarem

Baderneiros se escondem atrás de máscaras para não ser identificados

GCM , mesmo reforçada, não conseguiu impedir depredações no Paço

As redes sociais fazemo papel de agente multiplicador; milhares apoioam diversos movimentos diariamente

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Meio ambiente

O Tamanduateí, que passa por três cidades importantes da região, vive há anos na agonia,como depósito de esgoto, e ainda está semprevisão de ser “reavivado”

O Tamanduateí é um rio que nasce dentro do Parque Ecológico Gruta de Santa Luzia, em Mauá, quase

próximo à serra do Mar, e deságua no Tietê em São Paulo, em frente ao Complexo do Anhembi. Com uma bacia hidrográfica de 320 quilô-metros quadrados e extensão de 35 quilômetros, o Tamanduateí, que em tupi-guarani significa “rio de muitas curvas” ou “dos tamanduás”, está muito sujo.

À primeira vista, parece apenas ser um córrego fétido, que serve de depósito de detritos de quatro cida-des por onde passa – Mauá, Santo André, São Caetano do Sul e São Paulo –, mas não é. É um rio que tem história, entretanto, no momen-to, vai continuar a ser um dos mais poluídos de São Paulo.

Embora seja um dos rios mais importantes economicamente para o Estado de São Paulo, o rio Tamandu-ateí ficou mais conhecido pelos seus problemas ambientais, especialmen-te no trecho em que banha a cidade de São Paulo. Não faz muito tempo que o Tamanduateí se tornou poluí-do. Ainda na década de 1960, o rio tinha até peixes. Mas a degradação

ambiental do rio teve início de ma-neira sutil na década de 1920.

O processo de degradação do rio por poluição industrial e esgotos domésticos no trecho das três ci-dades por onde passa tem origem principalmente no processo de in-dustrialização e de expansão urbana desordenada ocorrido nas décadas de 1940 a 1970, acompanhado pelo aumento populacional ocorrido no período, em que o município evo-luiu de uma população de dois mi-lhões de habitantes.

DEGRADAçãOEsse processo de degradação a

partir da década de 1940 também afetou outros afluentes, como o rio Aricanduva. O Tamanduateí traz da região do ABC os esgotos industriais das grandes fábricas. A política de permitir uma grande expansão do parque industrial de São Paulo sem contrapartidas ambientais acabou por inviabilizar rapidamente o uso do rio para o abastecimento da cidade e in-clusive para o lazer. Há um projeto do governo do estado para despoluir o rio, mas até o momento ainda não saiu do papel.

A partir das décadas de 1960 e 1970, a falta de vontade política dos então governantes, além de uma certa falta de consciência e educação am-biental da população (agravada pela ditadura militar), anulou qualquer ini-ciativa em gastar recursos em sua re-cuperação. Isso, aliado à crescente de-manda (fruto da expansão econômica e populacional da cidade), degradou o rio a níveis muito intoleráveis na dé-cada de 1980.

BELEzA DO PASSADO Fonte de desenvolvimento para a

cidade de Mauá, no passado as águas do Tamanduateí foram utilizadas de di-versas formas pelas indústrias de pedra, de louça, de cerâmica e de tratamento de couro da cidade. As fábricas fazem parte também da história de Mauá e alguns de seus vestígios são tombados pelo Patrimônio Histórico, como a cha-miné remanescente da fábrica de couro Cortume.

Enquanto esperam os investimentos do estado para despoluir o rio, as pre-feituras tentam fazer o que podem para tirar o mau cheio e eliminar as toxinas. A cidade de Mauá eliminou há pou-co mais de um ano e meio 12 pontos de lançamento de esgoto nos córregos para começar a despoluição da nascente. Cerca de 20 mil pessoas foram benefi-ciadas com essas intervenções.

Mauá tem como meta para 2015 chegar a 100% do esgoto do município coletado e tratado. Para isso está sendo construída no bairro do Capuava a esta-ção de tratamento de esgoto.

Wallace Nunes - [email protected]

O rio,quase morto,pede socorro

Depósito de esgoto: quatro municípiosdespejam toneladasde agentes tóxicosno Tamanduateí

O Tamanduateí ficou mais conhecido pelos problemas ambientais, especialmente o trecho que banha a capital

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Educação

Passar uma temporada de estudos no exterior é o sonho dourado de muitos brasileiros. independentemente da faixa etária e das aspirações envolvidas

Pais acalentam proporcionar aos filhos adolescentes a oportunida-de de cursar parte do ensino mé-dio fora, vivenciando outra cul-

tura e afiando uma segunda língua para o cada vez mais concorrido mercado de trabalho.

Jovens recém-chegados à maioridade mergulham em testes, formulários e sele-ções disputadíssimas para obter a chance de se sentar nos bancos de universidades centenárias. Profissionais estabelecidos dão uma pausa na rotina para aprimorar o currículo em pós-graduações ou MBAs.

E pessoas de todas as idades se deli-ciam com o cardápio de cursos livres que salpicam pelo mundo, numa democracia de datas, durações e temas. Os anseios são muitos, mas, até há pouco tempo, só alguns privilegiados conseguiam realizá--los. Pois bem, isso mudou. Estudar no exterior deixou o terreno da fantasia dis-tante e passou a ser a doce realidade de muitas pessoas, graças ao real fortalecido em relação às outras moedas, principal-mente ao dólar.

NOVOS HORizONTES“A moeda forte amplia os horizontes

de quem busca o intercâmbio”, diz Samir Zaveri, coordenador da Feira de Inter-câmbio e Cursos no Exterior. Hoje em dia, por exemplo, é comum uma família

gastar mais para manter um filho estu-dando numa escola de primeiro time no Brasil do que no exterior – especialmente se o curso for high school, equivalente ao ensino médio nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se investe alto aqui em escolas particulares, transporte, ma-terial didático e demais despesas, quem faz high school na América só paga pas-sagem aérea e infraestrutura, pois escri-tórios especializados encontram colégio e casa para o estrangeiro e assumem a responsabilidade pela papelada necessá-ria. Um ano nos Estados Unidos sai por US$ 7,5 mil, pouco mais de R$ 12,5 mil, fora o transporte aéreo.

Tal cenário fez o número de brasilei-ros que vão estudar fora subir 15% em um ano. Segundo dados da Feira de In-tercâmbio e Cursos no Exterior, em 2012 foram 190 mil. E, em 2013, devemos romper a barreira dos 200 mil.

O principal destino continua sendo os Estados Unidos, por conta da rele-

vância do inglês e do número de parce-rias firmadas entre instituições nacio-nais e americanas.

De acordo com o relatório anual “Open Doors 2012”, 8.786 brasileiros estão matriculados lá em escolas de en-sino superior, cursando graduação, pós ou inglês. O segundo principal destino é a França. O país europeu mantém 631 convênios com universidades brasileiras e recebeu 2,9 mil alunos nos níveis de graduação e pós só no ano passado.

LEVANTAMENTOA LEIA ABC fez um levantamento de

tudo o que é necessário saber para apro-veitar esse bom momento e programar uma temporada de estudos no exterior – quanto custa, quando ir, melhores cursos e instituições e a alternativa das bolsas de estudo, entre outras orientações.

O caminho é trabalhoso e cansativo, mas profundamente recompensador. Que o diga o matemático de Santo André Vic-

tor Bicalho, 27 anos. Ao terminar o en-sino médio, ele deixou de lado os livros do vestibular para se candidatar a uma vaga em uma universidade americana, inspirado pelo pai médico, estudante de pós-graduação nos Estados Unidos, e pela lembrança de um curso livre de in-glês que fez durante a adolescência na Inglaterra.

Excelente aluno, determinado, não só conseguiu uma vaga em uma faculdade americana, como também alcançou o olimpo: entrou na lendária Harvard, uma das mais conceituadas instituições de ensino do mundo, onde permaneceu de 2002 a 2006.

Hoje, formado em economia e ma-temática aplicada e trabalhando em um escritório de investimentos imobiliários em São Paulo, Bicalho tem a sensação de que a estada em terras estrangeiras o fez crescer como nunca. “Harvard é uma efervescência, lá as coisas acontecem”, diz o mineiro, que presenciou, por exem-plo, o nascimento da rede de relaciona-mentos Facebook, pelas mãos do colega Mark Zuckerberg, em 2004.

REALiDADE ABSOLuTAPor mais que o real esteja valorizado,

estudar no exterior continua sendo um alto investimento. Por isso, é fundamen-tal escolher muito bem o que fazer e para onde ir. O paulistano Henrique Flory, 42 anos, que faz mestrado em administração pública em Harvard, tem uma tese inte-ressante. Para ele, na hora de decidir por um curso e por uma instituição é preciso avaliar os três “Cs”.

Ou seja, quanto a experiência lhe trará em conhecimento, contatos e cre-dibilidade. “Harvard oferece os três “Cs” em profusão”, diz ele, entre uma aula e outra, no campus da universidade, em Cambridge, onde divide a mesma sala de aula com personagens relevantes do ce-nário mundial como Vasil Sikharulidze, ex-ministro da Defesa da Geórgia, e Vio-let Gonda, considerada a voz da resistên-cia contra o ditador do Zimbábue, Robert Mugabe.

O aluno que viaja para o exterior para fazer um curso superior deve, no entanto, estar atento para a revalidação de seu di-ploma internacional. No caso específico do ensino médio (high school), ela é bu-

rocrática, porém garantida. Por essas e outras, fazer high school continua sendo uma excelente oportunidade para aprender outra língua e experimentar outra cultura.

O paulistano Leonardo Pedro Perrelli Faria, 17 anos, escolheu a Inglaterra e passou dez meses do ano passado na cidade britânica de Worthing. Além do inglês impecável, conquistou autoconfiança e muitas amizades. “Nos feriados e nas férias, eu aproveitava para viajar”, diz ele, que visitou a França, Dinamarca, Suécia, Holanda, Bélgica, Ale-manha, Escócia e as Ilhas Canárias.

Quando voltou para o Brasil, Faria constatou que tinha melhorado muito em ma-térias que antes pouco lhe interessavam. “Em história, por exemplo, comecei a tirar nota oito e nove, coisa que nunca tinha acontecido”, diz. Segundo ele, o enfoque e o rigor britânico com a disciplina foram fundamentais para a mudança. “Pretendo cursar parte da faculdade de administração que vou fazer em uma instituição inglesa”, planeja o estudante, confirmando uma tendência apontada por especialistas: quem vai para o Exterior no ensino médio costuma voltar na época do ensino superior.

São histórias assim que empolgam outros brasileiros a arrumar as malas. A pau-listana Letícia Gerola, 16 anos, está ansiosa para passar seis meses na Belleville High School, em Toronto, no Canadá. O embarque está previsto para o final de julho e ela deve começar os estudos já em agosto, início do ano letivo no hemisfério Norte.

A jovem será a primeira dos três irmãos da família Gerola a fazer intercâmbio. “Quero ganhar fluência no inglês e ter mais independência”, diz ela, que ficará em uma casa de família canadense.

Os pais se dividem entre a felicidade de poder mandar a primogênita para uma experiência tão rica e a antecipação da saudade. “Se o dólar estivesse alto, não poderí-amos bancar a viagem”, reconhece a fisioterapeuta Aparecida de Oliveira, que nunca passou mais de 15 dias distante da filha. Nos últimos cinco anos, o Canadá tem atraído cada vez mais estudantes do ensino médio porque, ao contrário dos EUA, permite que os intercambistas escolham em qual escola estudar e com qual família morar.

Redação - [email protected]

O melhor momento para estudar fora

5 motivos para você estudar no exterior1. Esteja entre as melhores: de acordo com o principal ranking universitário internacional, o

Times Higher Education (THE), publicado em Londres, 44 das 100 melhores universidades do mundo ficam nos Estados unidos. Outras 31 ficam na Europa.

2. Prepare-se para o futuro: viajar e conhecer novos lugares e culturas irá expandir a sua visão de mundo e deixá-lo mais apto para se adaptar a ambientes diferentes.

3. Melhore sua comunicação e liderança: segundo a pesquisa working Beyond Borders, re-alizada pela iBM com mais de 700 executivos de recursos humanos do mundo todo, a liderança criativa foi apontada como a demanda mais importante para as organizações nos próximos anos.

4. Desenvolva–se como empreendedor: cabeça de dono! Esta é uma das principais carac-terísticas que se veem nas descrições de vagas hoje em dia. Ter um perfil empreendedor significa resolver problemas com senso de propriedade, fazendo acontecer.

5. Tenha um inglês fluente: Segundo a empresa Michael Page, referência na América Latina em recrutamento especializado de executivos, na maioria dos casos os profissionais que têm um bom inglês crescem mais rapidamente dentro das organizações.

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Aproximadamente 200 mil pessoas foram estudar fora do país em 2012

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Esportes

São Caetano participa da 57ª edição dos Jogos RegionaisDelegação chega a Barueri com aproximadamente 400 pessoas, entre atletas, técnicos e dirigentes

A cidade de São Caetano par-ticipará dos Jogos Regionais entre os dias 17 e 26 de julho, em Barueri, com outras oito

regiões esportivas representadas por mais de 600 municípios do Estado de São Paulo. A competição reúne mo-dalidades como atletismo, basquete, biribol, bocha, boxe, capoeira, dama, futebol, futsal, ginástica artística, gi-nástica rítmica, handebol, judô, karatê, kickboxing, luta olímpica, malha, nata-ção, taekwondo, tênis, tênis de mesa, voleibol, vôlei de praia e xadrez.

A cidade de São Caetano do Sul participará desta edição com um time de aproximadamente 400 pessoas, en-

tre atletas, técnicos e dirigentes. A ex-pectativa é de que a cidade fique entre as três primeiras colocações na disputa do título de campeão geral. Vale a pena lembrar que São Caetano coleciona em seu currículo 14 títulos nas últimas 16 edições do evento. Quem comandará a delegação será o professor Marcos Siarvi, servidor de carreira da Secreta-ria de Esporte e Turismo há 25 anos.

Desenvolvido pelo governo do Estado de São Paulo, através da sua Secretaria de Esporte, Lazer e Juven-tude, os Jogos Regionais são disputas classificatórias para os Jogos Abertos do Interior, maior competição polies-portiva da América Latina e que reúne cerca de 15 mil atletas.

HiSTóRiAEm 2012, São Caetano do Sul con-

quistou o titulo dos Jogos Abertos do Interior disputados em Bauru. A cidade terminou a competição com 295 pon-tos, seguida por São José dos Campos,

com 286 pontos, e Piracicaba, com 262 pontos. São Bernardo ficou em quarto lugar, com apenas um ponto a menos que a delegação de Piracicaba. Com o primeiro lugar conquistado nesses Jogos Abertos, São Caetano retoma a hegemonia na competição. A cidade venceu 14 competições dos últimos 16 Jogos Abertos. Em 2011, a cidade ven-cedora foi São Bernardo.

No quadro de medalhas dos Jo-gos Abertos disputados em Bauru, a campeã São Caetano conquistou um total de 224 medalhas, sendo 125 de ouro, 72 de prata e 47 de bronze. São Bernardo terminou com 98 meda-lhas, sendo 38 de ouro, 35 de prata e 25 de bronze. Na segunda divisão do torneio, Santo André conquistou 39 medalhas, sendo nove de ouro, dez de prata e 16 de bronze. Mauá ficou com nove medalhas, sendo quatro de ouro, três de prata e duas de bronze. O quadro de medalhas não caracteriza a classificação por pontuação.

Mayara Pires - [email protected]

Da competiçãoà amizade fiel

Ex-atletas se encontram, formam círculo de amizade e mostram que o esporte também ajuda a criar pessoas que se ajudam

No atletismo, o único momento de ajuda coletiva são as pro-vas de revezamento 4x100 e 4x400. Nas demais modalida-

des, é puro individualismo. As pessoas que competem entre si mostram que a in-dividualidade está mais do que presente.

Entretanto, cai por terra aquele senti-mento de que, após a prova realizada, o vencedor e o vencido nunca estarão jun-tos. Dezenas de atletas e ex-atletas aca-bam se ajudando mutuamente em várias questões. É um empréstimo de uma par de tênis para treinar, um dardo para lan-çar, ou uma vara para saltar. Tudo mostra que a solidariedade se faz presente em momentos tensos da vida.

Talvez seja esta a explicação para que muitos atletas, depois do término das competições, ou mesmo após ter encer-rado a carreira, façam dos concorrentes das pistas um verdadeiro amigo. Em São Paulo, ex-atletas de várias modalidades criaram Os “melhores do atletismo”. Sem alusão pejorativa, o grupo reúne ex-atletas de diversas modalidades que competiram no Brasil e também fora e têm objetivo de trocar experiências de trabalho depois que deixaram o atletismo como profissão.

“A intenção era reunir os ex-atletas, através das redes sociais, apenas para fazer um reencontro. A surpresa foi que tudo tomou uma proporção tão grande que gente de todo o Brasil e outros que firmaram suas vidas no exterior foram aderindo ao grupo de maneira espontâ-nea”, explica a hoje corretora de segu-ros Cintia Camossato e que no passado, não tão distante, foi arremessadora de peso.

“Competi com a Elizangela Adriano, entre outras atletas da minha modalidade. Simplesmente digo que hoje somos ami-gas fiéis, assim como muitos outros do

grupo se tornaram amigos, compadres, foram testemunhas de casamentos, entre outras situações que sequer imagináva-mos no passado”, explica Cintia, que é a mentora intelectual do grupo.

O primeiro encontro do grupo foi no ano passado. De maneira inusitada, os ex-atletas foram assistir ao Troféu Brasil de Atletismo e, constatando que muitos não se viam há tempos, os dirigentes paulistanos da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAT) apoiaram a inicia-tiva e tornaram o encontro oficial.

Os anos se passaram e hoje esses ex--atletas, na sua maioria, seguem de acor-do com o que optaram para o “pós-atle-tismo”. São empresários, profissionais liberais e funcionários públicos, jorna-listas, que enfim seguem suas profissões.

“O esporte foi fundamental na vida de to-dos, porque foi na convivência diária de treinos e determinação que aprenderam duas grandes virtudes do ser humano: a paciência e ser tolerante”, explica Cintia.

Segundo ela, o que se observou nos encontros dos ex-atletas em São Paulo é que várias gerações do atletismo estavam reunidas e a harmonia é algo outrora ini-maginável. O tempo não apagou a união e a cumplicidade e ainda fez o bem, por-que recordar o passado entre treinos e competições é algo que só faz bem. Foi um tempo de muito aprendizado, alegrias e tristezas.

É fato que o esporte faz a diferença na vida de qualquer pessoa, a formação que é dada ao atleta como disciplina, ser perseverante e respeito ao próximo.

Wallace Nunes - [email protected]

Ex-atletas hoje são profissionais liberais, empresários e empreendedores

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Cidade que rertomar à primeira colocação perdida para São Bernardo em 2012 com novos atletas

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n ARTIGO

Patricia BonoAdvogada, mestre em direitos difusos e coletivos, articulistae conferencista.

Direito

O ato médicoe a “cura gay”Além das manifestações que se es-

palharam pelo país no mês de junho, outros assuntos têm sido pauta da mídia, como,

por exemplo, a chamada “cura gay”. Este projeto de lei que num

primeiro momento recebeu apro-vação na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Depu-tados no último dia 18 de junho, mas depois foi arquivado no plenário da Câmara, previa a revogação dos artigos 3º e 4º da resolução do Conselho Federal de Psicologia que estabelece normas de atuação para os psicólogos em re-lação à questão do tratamento de pes-soas que têm orientação sexual diversa da maioria. A citada resolução impedia que o psicólogo tomasse qualquer medida para diagnosticar e tratar pessoas que tivessem con-duta homossexual.

O projeto de lei anularia o impedimento para o psicólo-go diagnosticar e tratar condutas homossexuais.

A chamada “cura gay” caminhava para a aprovação em paralelo à questão do Ato Médico, apro-vado pelo plenário do Senado em 18 de junho de 2013, que trata de restringir aos médicos, segundo a Associação Médica Brasileira, “o reconhecimento da importância”. (http://www.camara.gov.br/pro-posicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=881210&filename=PDC+234/2011 2 Resolução nº 1/99, de 23 de março de 1999)

A primeira proposta sobre o tema, PLS 25/2002, foi apresentada pelo então senador Geraldo Althoff (PFL-SC). Em seguida, o senador Benício Sampaio (PFL-PI) apresentou o PL 268, que também tratava de regulamentação.

A convergência do tema permitiu que as duas propostas fossem apensadas e tramitassem juntas. O projeto já saiu do Senado, em 2006, na forma de substitutivo da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), re-latora na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), baseado no PL 268. Enviado à Câmara, foi modificado novamente e voltou ao Senado como novo substitutivo (PLS268/2002), em outubro de 2009.

E, como sabemos, a psicologia não é uma área ou uma especialidade da medicina. Então, teremos, com a virtual aprovação do Ato Médico, dois pesos e duas medidas? Restarão as dúvidas a serem sanadas como tarefa ao Judiciário?

De outro lado, devemos lembrar que, em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou o homossexualismo da lista internacional de doenças. E, se não é doença, por que precisa de diag-nóstico e tratamento?

Aliás, que tratamento seria este? No final, a falta de sintonia de nossas Casas Legislativas acabará por colocar em litígio os Conselhos Federais de Medicina e de Psicologia.

Horas de debates, muito papel e muito tempo na mídia serão gastos antes que nossos políticos possam enten-der o anseio popular e trabalhar para que o cuidado com o cidadão esteja em consonância com sua qualidade de vida e seus valores, em vez de estabelecerem regras que mais parecem de cunho ou recalque pessoal.

(http://www.ufrgs.br/e-psico/etica/temas_atuais/ato-medico-pls25-02.html)

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É difícil viver da arte no Brasil. Melhorou, mas pouco

A Leiaabc pergunta

Quando você começou no balé?Aos 5 anos, com a minha mãe me levando

para uma escola de bairro. Aos 7 anos, uma professora sugeriu que eu fizesse um teste para a Escola de Bailado de São Caetano do Sul. Passei e fiquei dançando lá por oito anos.

E seus trabalhos na fundação das Artes de São Caetano do Sul?

Realizei um teste para estudar balé na Fun-dação das Artes e, devido ao meu bom desempenho nas aulas, fui convidada para participar do grupo de dança da es-cola que era dirigida, na época, pela atu-al coordenadora de dança Caren Polido Ferreira. As coreografias da Fundação tinham uma linguagem clássica e nós, meninas do grupo, desejávamos algo di-ferente. A partir daí, a Caren propôs con-vidar coreógrafos que tivessem um estilo mais contemporâneo. Nesta época, co-nheci vários coreógrafos como Miriam Druwe, Luiz Ferron e Ivonice Satie.

foi o balé que te proporcionou tudo isso?

Em 1999 a Fundação criou a Stacatto Cia. de Dança de São Caetano do Sul, que me deu um passo rumo à profissionalização. Ao trabalhar com a Ivonice Satie na co-reografia Yin, recebi dela o convite para trabalhar na Companhia de Dança do Amazonas, onde tive a honra de interpre-tar importantes coreógrafos, como Hen-rique Rodovalho, Sandro Borelli, Ansel-mo Zolla e o alemão Olaf Schimidt.

Sua experiência internacional? Morei na Alemanha por quatro anos. Tam-

bém estive na França com a coreografia chamada Grito Verde, de Ivonice Satie.

Ela era uma criança quando sua mãe a ma-triculou numa pequena escola de bairro. Na inocência da infância, Elisangela Ferreira não sabia que, ali, começava sua carreira de bailarina e seria o ponta-pé para a dança como profissão. A pro-fessora, e bailarina profissional, iniciou suas atividades na Fundação das Artes de São Caetano do Sul, ganhou prêmios com espetáculos e brilhou em palcos do Brasil e no mundo.

O que o balé representa na sua vida?É difícil conseguir descrever. Acho que é

normal em todas as carreiras passar per-guntas pela nossa cabeça como: “Será que tem que ser assim?, Por que é tão difícil?, Eu mereço isso?”. São dificul-dades normais e rotineiras que passamos em qualquer meio profissional. No meu caso, é a dança. Nunca pensei em desistir porque a dança representa tudo na minha vida e nunca me vi fazendo nada além disso. Faço a dança com muito amor e sou feliz por poder viver e trabalhar com o que eu tenho paixão em fazer.

Como é conseguir driblar os problemas de viver da arte no Brasil?

Realmente, é muito difícil viver da arte. Mas acho que melhorou um pouco nos dias atuais. Também vejo que falta muito incentivo do poder público para apoiar e divulgar a produção artística e cultural no Brasil. Às vezes, há be-los espetáculos com preços acessíveis, mas ficam à margem por falta de di-vulgação. Em outros países faz parte da rotina e da cultura do povo frequen-tar teatros, assistir a espetáculos. No Brasil essa cultura é muito fraca.

Mayara Pires - [email protected]

O mundo do balé a partir de São Caetano

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Turismo

Um festivalde invernopara valerParanapiacaba inicia a segunda quinzena de julho com a décima terceira edição do festival que pretende chamar a atenção de São Paulo

Boa música para todos os ouvidos e gastronomia de qualidade. São dois argu-mentos para experimentar a

edição 2013 do Festival de Inverno de Paranapiacaba. O evento começa na segunda quinzena de julho, com alguns dos principais representantes da música popular brasileira e instru-mental, e prossegue nos dias 20, 21, 27 e 28 de julho.

O festival vem para somar com uma série de ações de revitalização e retomada do projeto de turismo na Vila de Paranapiacaba. Para Car-los Grana, prefeito de Santo André, este primeiro festival de sua gestão é uma preparação para o ano que vem. “Vamos nos empenhar para realizar as manutenções necessárias na Vila, pois 2014 é ano de Copa do Mundo e devemos atrair muito mais turistas para Paranapiacaba”, afirma.

Segundo os organizadores do fes-tival, os novos locais das apresenta-ções facilitam o acesso e a circulação do público pela parte baixa da Vila. Outra novidade é a instalação de ser-viços nos prédios já existentes, o que dispensará, por exemplo, a instalação de barracas, como as da praça de ali-mentação, no meio das ruas.

“Transformaram o festival em quermesse, e esta não é a intenção. Vamos retomar a essência deste evento na Vila”, diz Ricardo Di Gior-

Especial para Leia abc Mohamed Waleed

Cronograma As principais atrações do festival, no palco do antigo mercado, serão Ana Cañas e Arnaldo An-

tunes, Pedro Mariano, Guilherme Arantes, zeca Baleiro, ivan Lins e o espetáculo de tributo ao Beatles All you need is Love. As apresentações serão sempre às 15 horas. O palco do Sesc, no Clube uLS, receberá os shows de Mirianês zabot e David kerr e Canastra Trio, Nhocuné Soul e Hammond Grooves Trio, Trio Camará e Sara Chrétien Sexteto, ieda Cruz e Marcel Powell e Havana Brasil, Paulo Neto e Verônica Ferriani e itamara koorax, e Vânia Bastos e Bodes e Elefantes. Outros palcos funcionarão na rua Direita, na Casa Fox, no Viradouro e na área das antigas oficinas.

O festival de 2013 volta a abrir espaço para os novos talentos da região. Entre outros, o público poderá conferir shows de Magdiel, da banda Erick Von zipper. A programação terá ainda apre-sentação do mágico Dimy e de Marionetes.

Roteiro turísticoAlém do melhor da música brasileira e ins-

trumental, o público que visitar a Vila de Paranapiacaba durante o festival terá como atração o Roteiro Turístico dos Sentidos, que pretende despertar memórias ligadas aos cinco sentidos. “Pensamos neste roteiro de forma a uti-lizar os espaços da Vila para trabalhar cada um dos sentidos e estações do ano. Estes espaços serão organizados a partir da inserção de instituições par-ceiras na composição da exposição”, afirma a diretora de Turismo de Santo André, Silvia Costa.

gio, secretário de Gestão dos Re-cursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense. De acordo com o secretário, está prevista a circulação de 10 mil a 20 mil pessoas por dia de festival. “Esta quantidade é o dobro dos anos passados devido ao cance-lamento do Festival do Chocolate de Ribeirão Pires”, afirma Giorgio.

Todas as atrações são gratuitas e não há necessidade de retirar ingres-sos antecipados, exceto para os sho-ws realizados no palco do Sesc. Nos dias do festival, as atividades têm iní-cio ao meio-dia.

Prefeito Carlos Grana apresentou o festival que está cheio de inovações

Estilo inglês das casas da vila chama a atenção dos frequentadores

Pedro Mariano é uma das atraçõesdo festival neste ano

Casarão onde acontecem as peças de teatro e também

shows foi reformadopara garantir segurança

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n ARTIGO

Fauser Gustavo R. Neves [email protected] Em tempos de protestos, tempos em que se discute a conduta política no país, e, como todos sabem,

tendo como maior arma do povo o voto, uma aliada ou vilã está sempre sendo lembrada: a urna eletrônica.

A urna eletrônica é a responsável pelo depósito e contabilização de nossos votos, é a interface e a guardiã de nossos votos e, desta forma, o temor por sua segurança é justificável.

Diversos ataques à reputação da segurança da urna eletrônica têm sido efetuados nos últimos tempos, com casos de fraude sendo levantados e outros até veiculados em vídeo.

A urna eletrônica é um sistema computacional (computador) dedicado, ou seja, foi concebida para um fim específico que é a votação. Dentro da urna temos o sistema operacional Linux, considerado um dos mais seguros existentes, mas que por utilizá-lo a urna brasileira não pode ser utilizada nos Estados Unidos, pois suas leis impedem que o sistema de votação seja dependente de um software.

No processo de votação alguns procedimentos são sempre seguidos: • Lacre da urna para garantir que ela não tenha sido adulterada.• Impressão da zerézima minutos antes da votação para garantir que a urna está sem nenhum voto.• Ao fim da votação a impressão de três a cinco papeletas com a lista de candidatos e cada voto recebido.As papeletas com os votos são distribuídas de forma que uma delas é levada para o TRE para auditoria,

uma é fixada na porta da seção eleitoral, e as outras são distribuídas aos fiscais dos partidos que chegarem primeiro à seção.

Vale lembrar que, até o momento da apuração, a urna não possui nenhum tipo de conexão com o mundo externo.

Na apuração, os dados são retirados das urnas e contabilizados em um sistema central.Como procedimento, para teste de segurança, de tempo em tempo, é oferecido um desafio com premiação

para qualquer pessoa que queira tentar quebrar a segurança da urna e, caso alguma falha ocorra, ela é imedia-tamente corrigida.

Então, mesmo assim, é possível uma fraqueza na urna? Bem, todo o sistema computacional possui fraquezas e algumas das quais foram levantadas na mídia.• Mudança do programa interno da urna: para isso o lacre teria de ser rompido ou substituído, mas, em ambos

os casos, é detectável tanto pelo lacre quanto pelo próprio programa que não é igual ao original.• Alteração dos dados na contabilização dos votos: sim, uma invasão é possível, mas improvável e totalmente

detectável. Afinal, além de não ter nada a ver com a urna, os partidos já possuem os votos que seus fiscais anota-ram das papeletas fixadas nas portas das seções.

Ora, se os partidos possuem os dados, possuem fis-cais que verificam as urnas e, ainda, há o TRE que executa as auditorias, pergunta-se: ainda assim é possível uma fraude?

Sim, ela é possível, mas com a coni-vência de quem perdeu, ou seja, ninguém perde uma eleição por ser trapaceado, mas sim porque participou da trapaça, haja vista as ínfimas denúncias exis-tentes.

Como conclusão eu digo: a urna é segura, o sistema não, pois ele pode ser fraudado, já que, em minha opinião, o voto proporcional, no qual não sabemos exatamente para quem vai nosso voto, é uma espécie de “fraude lícita”.

Segurança nauRNA ELETRÔNiCA

Tecnologia

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Tecnologia

Ainda falta inclusão digitalSegundo dados do iBGE, cerca de 10% das cidades não têm plano de inclusão digital

Cerca de 10% das cidades brasileiras ainda não desen-volviam, em 2012, qualquer plano de inclusão digital, de

acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE).

Ao todo, 90,5% dos municípios, o equivalente a 5.034 cidades, têm algu-ma política nesse sentido. Em 2006, o número de cidades que se enquadra-vam nessa característica era bem me-nor. Apenas 2.944 cidades, o que repre-sentava 52,9% do total, tinham algum tipo de plano de inclusão digital.

Entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, 97,4% desenvolviam algum planejamento para ampliar o acesso dos moradores a tecnologias ligadas à informática. Nas cidades com essa característica populacional, 56,8% das ações foram tomadas por iniciativa da própria prefeitura.

Das 5.034 cidades com alguma política de inclusão digital, 23,2% não tinham computadores na rede pública municipal de ensino. Em 2006, essa proporção não passava de 61,8%. Nas cidades com mais de 100 mil habitan-tes, chegava a 89,2%.

O IBGE verificou ainda que 76,2% das cidades com política de in-clusão digital instalaram telecentros, projetos que visam o uso intensivo da tecnologia da informação. Em 2006, 45,7% dos municípios tinham esse tipo de suporte.

Dos 5.565 municípios brasileiros, 95% disponibilizavam algum tipo de atendimento a distância. Em 2009, essa proporção chegava a 94,2%. Entre os que ofereciam esse serviço,

88,7% utilizavam a internet para isso. Na região Norte, 87,3% dos municí-pios ofereciam atendimento a distân-cia. Em relação a 2009, houve avanço significativo, já que 77,7% das cida-des ofereciam serviço a distância, na-quela época.

Foi constatado ainda que 25,5%

das prefeituras do país não têm página na internet. Em 2009, essa proporção ficava em 60%, acima dos 48,1% ob-servados em 2006. Nos municípios com população variando entre 100 mil e 500 mil habitantes, 99,6% das prefeituras declararam ter site na rede mundial de computadores.

Redação - [email protected]

Lan houses estão presentes em 81,7% das cidadesA disseminação da internet em todo o país fez com que 81,7% das cidades contassem no ano

passado com, ao menos, uma lan house, de acordo com dados divulgados pelo iBGE. As in-formações mostram ainda que 57,4% dos municípios têm serviços de provedores de rede. Em 1999, essa proporção não passava de 16,4%.

Apenas 14,3% das prefeituras do país garantiam, em 2012, acesso à internet por rede wi-Fi. Eram 795 municípios que possibilitavam conexão à internet sem fio, dos quais 263 estavam na re-gião Sudeste, 190 no Nordeste e 180 cidades na região Sul.

Entre essas cidades, 744 tinham internet sem fio de forma gratuita. Mas em apenas 91 delas a área atendida cobria todo o município. Já em 382 delas, alguns bairros da área urbana eram cobertos; em 181, parte da área urbana e rural era atendida; a internet via wi-Fi disponibilizada pela prefeitura atendia toda a área urbana em 141 cidades.

Em São Paulo, 143 prefeituras proveram algum tipo de acesso à rede mundial de computadores via wi-Fi.

Programas governamentais estimulam jovens a se conectarem

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Moda&Beleza

Garantasua pelede bonecano inverno

Com a chegada do frio e a baixa intensidade de raios solares, muitospacientes à procura de um rosto mais joveme livre de manchasrecorrem aosdermatologistas embusca do peeling

M esmo com os constantes avanços da cosmetolo-gia e da grande variedade de cremes à disposição

no mercado, o peeling ainda é um dos tratamentos mais procurados em consultórios de dematologistas. Este procedimento químico é utilizado para peles cansadas, com manchas, rugas e cicatrizes e costuma provocar vermelhidão e descamação da pele, mas por outro lado promove a reno-vação celular e produção de colágeno e elastina.

Como sol e peeling não combi-nam, o recomendável é fazê-lo ago-ra, no inverno. “A melhor época de fazer o peeling é no inverno, porque nesta época do ano o médico derma-tologista tem a garantia que o pacien-te não vai à praia, clube e nem ficará exposto horas e horas ao sol, o que seria catastrófico e levaria o paciente a uma complicação bastante temida pós-peeling, que é a pigmentação (escurecimento da pele). Em contra-partida, existem peelings de verão que são muito superficiais e devem ser aplicados por profissionais habi-litados e dependendo da patologia e tipo de pele a ser tratada”, alerta o doutor Domingos Jordão Neto, der-matologista do Hospital e Materni-dade Dr. Christóvão da Gama, em Santo André.

Além disso, como a incidência de raios solares é menor no inverno, a procura por este tratamento aumen-ta com a chegada do frio. “Tenho experiência em diferentes tipos de serviço, no serviço público, em clí-

nica particular e no Hospital e Ma-ternidade Dr. Christóvão da Gama, e posso garantir que a procura aumen-ta 100% nesta época”, esclarece o dermatologista.

Apesar de diferentes ativos utiliza-dos como ácido salicílico, tricloroacé-tico ou fenol, não são todos os pacien-tes que podem usufruir dos benefícios proporcionados pelo tratamento. O alerta é da doutora Marisa Homem de Mello Maciel, auxiliar de ensino da Faculdade de Medicina da Fundação ABC e mestre em dermatologia pela Escola Paulista de Medicina, da Uni-versidade Federal de São Paulo (Uni-fesp). “Existe o risco de hipersensibi-lidade da pele em relação aos ácidos utilizados, assim como profissionais não qualificados que executam o trata-mento invadindo camadas da pele que teriam que ser preservadas, causando, consequentemente, manchas ou cica-trizes”, explica.

Segundo a doutora Marisa, a indi-cação de cada tipo de peeling vai de acordo com o grau de renovação ce-lular que o paciente deseja. Ou seja, quanto mais profundo, maior a reno-vação e, consequentemente, maiores

os riscos. Portanto, cada caso deve ser avaliado de forma individual, conforme a necessidade de cada pele.

De acordo com os médicos entre-vistados, os peelings se dividem em basicamente três categorias. Conheça:

PEELiNG SuPERFiCiALSegundo o doutor Domingos, os

peelings superficiais são aqueles que não ultrapassam a epiderme e, por isso, apenas aceleram a multiplicação celular. São indicados para manchas superficiais e, devido a sua superfi-cialidade, devem ser feitos repetida-mente. Isto é, necessitam de várias sessões durante o tratamento. Podem ser realizados por profissionais da área estética sob supervisão de um especialista. É o peeling mais seguro, desde que bem indicado e bem acom-panhado dos cuidados pós-peeling.

PEELiNG DE MÉDiAPROFuNDiDADE

Trata manchas solares, cloasma (manchas na pele), fotoenvelheci-mento, rugas e estrias e estimula a produção de colágeno. O ideal para minimizar as complicações é prepa-rar a pele com produtos clareadores, dependendo de cada fototipo de pele. Assim, a pele “aprende” a se recom-por com maior rapidez, evitando pig-mentações e cicatrizes indesejáveis. “Na minha opinião, é o peeling mais eficaz, devido a sua segurança. Tam-bém, quando bem indicado, pode ser usado em qualquer tipo de pele”, es-clarece o doutor Domingos.

PELLiNG PROFuNDOO tratamento é indicado para pe-

les muito envelhecidas, ou seja, com rugas profundas. Dependendo da intensidade do procedimento, o pa-ciente precisa ser anestesiado e ter a frequência cardíaca monitorada. “Muitas vezes, o paciente precisa sair com o rosto totalmente coberto do hospital e o tempo de recuperação pode chegar até três meses, além de ter que ficar na escuridão até a pele se recompor por completo”, explica o doutor Domingos.

Mayara Pires - [email protected]

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Cuidados essenciais Segundo o doutor Domingos, os pacientes

de pele clara têm a recuperação mais rápida e segura. Dificilmente a pele pig-mentada fica com cicatriz. Para quem tem pele morena, o cuidado é redobra-do. Por isso, cada caso deve ser estu-dado e analisado separadamente por profissionais qualificados com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Médicos dermatologis-tas devem ser responsáveis para cuidar de pacientes que fazem peeling, pois as complicações são frequentes e muitas vezes nós, profissionais e especialistas, somos abordados para tratar as compli-cações devido à má indicação, erro de técnica e mesmo de substâncias quími-cas usadas inadvertidamente por mãos não hábeis”, alerta o médico.

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Moda&Beleza

As cores da estaçãoEternizado pela francesa Chanel, a combinação em preto e brancovolta à moda com padronagens modernas, charmosas e elegantes

Como usar o branco e o preto sem errar

Toda mulher sonha em ter uma silhueta fininha. As estampas de fundo escuro são ideais para esse resultado. Por isso, a sugestão é aplicar o preto em regiões do corpo a serem deixadas em menos evidência. Já o branco é ideal para desta-car. Ou seja, para quem tem seios fartos ou ombros largos, opte pelo preto, assim como quadris estreitos pelo branco e vice-versa.

Para quem quer aderir à tendência, mas fugir da mesmice nas combinações, é possível criar looks sóbrios, divertidos e vibrantes quando acompanhados de outras cores ou estampas. “O preto e o branco são cores básicas e aceitam combinação com outros tons como, por exemplo, vermelho, rosa e azul. Ou até mesmo quem gosta de

arriscar e inventar pode usar com estampas também. Não precisa ser necessariamen-te peças lisas”, explica a consultora.

Por mais que não seja um entendedor de moda ou que não acompanhe o assunto, mas no mínimo já deve ter reparado que as cores que predominaram no outono e seguem forte no

inverno são o preto e o branco. Além disso, com certeza já deve ter visto alguma mulher usando calça com listras pretas e brancas em diferentes modelagens, certo?

Neste ano, a moda feminina na cidade ganhou tons mais minimalistas, mas nem por isso deixou de ser menos elegante ou charmosa. Na verdade, esta tendência com as cores preta e branca volta à moda depois de ser praticamente eternizada pela marca francesa Chanel. Neste ano, o preto e branco teve presença nos desfiles de primavera/verão de grifes como Marc Jacobs, Moschino e Elie Saab. Por terras brasileiras, durante a apresentação das coleções verão 2014 no SPFW, as marcas Animale, Tufi Duek, Amapô, Acquastudio, Ronaldo Fraga e Alexandre Herchcovitch também combinaram as cores das mais variadas formas.

“Para a próxima temporada, acredito que o preto e o branco permaneçam, mas com padronagens e propostas diferentes”, conta a consultora de estilo e imagem do ABC Renata Falcão.

Em evidência, o preto e o branco ressurgem com propostas diferentes e com formato em listras finas ou mais grossas e outros traços geométricos, florais e folhagens, poás ou mesmo produções lisas. Seja qual for a forma em que aparecem, uma coisa é fato: já fizeram a cabeça das mulheres.

No entanto, a mulher que quiser aderir a essa nova mania tem que ficar atenta com algumas dicas essenciais para não fazer feio e perder o charme e a elegância. “É sempre bom analisar o corpo antes de usar. Por exemplo, as linhas verticais têm o poder de alongar e afinar o corpo, sem deixar de evidenciar as curvas. Por isso, para quem é mais gordinha, evite escolher listras largas, por que engordam. Mas já para quem quiser afinar o corpo e ter uma silhueta mais esguia tem a opção das listras mais estreitas”, alerta Renata.

Mayara Pires - [email protected]: Divulgação

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n ARTIGO

Sonia Varuzza [email protected]

De todos os artistas com quem trabalho, o que menos gosta de rapapés é Almir Sater. O cantor é um artista que sempre fica na dele, faz shows quase todos os dias da semana e, mesmo assim, leva horas passando o som, antes de cada apresentação.

Depois dos espetáculos, nunca sai para jantar, come alguma coisa no camarim e pronto. Dia 19 de junho, teve um show dele no Teatro Municipal de Santo André. Almir adora nosso teatro, fica feliz com a acústica. Na saída sempre fala: “Não se esqueça de marcar uma volta no ano que vem, Soninha”.

Ano passado, tivemos dois apoiadores para o lanche do camarim: Palácio do Pão e Vero Verde. O violeiro chegou e foi logo dizendo: “A gente não precisa de tanto luxo, não. Estamos trabalhando”.

E aí não pude deixar de pensar nos artistas cheios de exigências. Já tive que correr para encontrar três tipos diferentes de vinho para o mesmo evento; já me desdobrei para encontrar, muitas vezes em cima da hora, champanhe acompanhada de copos apropriados, tapete branco, frutas para oferecer aos Orixás (cláu-sula exigida em contrato), água de coco...

Teve um artista que viu a enormidade de opções do camarim e disse: “Quero pão com a manteiga Avia-ção”. Outro artista disse: “Tudo lindo, mas eu quero sopa, se possível de abóbora”.

Nesses 23 anos de profissão, já sofri com tantos estrelismos que, quando chega a hora de produzir Almir Sater, é, apesar da trabalheira de qualquer produção benfeita, um presente.

Na última produção que fiz aqui no ABC, falei que a equipe técnica achava estranho ele entrar no pal-co sem fazer delongas. Pediram para eu apresentar: “E agora, com vocês... Almir Sater”. Ele não achou boa a ideia. “Precisa apresentar, não, Soninha. Fala para o povo que a gente é assim mesmo.”

Sem açúcar, com afeto...

Cultura

Simples, Almir Sater quase não faz exigências antes

de entrar no palco

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Cultura

TEATRODurante todo o mês de julho, o Teatro Municipal de Santo

André receberá uma programação especial de férias para to-das as idades. O projeto Férias no Teatro apresentará, de graça, peças infantis todos os dias do mês às 15 horas. Ao todo, são esperadas 15 mil crianças. As peças que estão em cartaz são: O Pinóquio, Os Três Porquinhos, Os Saltimbancos, A Cigarra e a Formiga, Rapunzel e Chapeuzinho Vermelho. Para assistir basta retirar o convite com uma hora de antecedência do espetáculo.

APRESENTAçõESAs apresentações começaram no primeiro dia de julho com O Pinóquio. Ba-

seada no conto original de Carlo Colodi, é a história do boneco de madeira, escul-pido pelo bondoso velho Gepeto, que, ajudado por uma boa fada, consegue dar vida e transformá-lo num menino de verdade.

Entre os dias 6 e 10 é a vez de Os Três Porquinhos. Cansados de viver em aven-turas, resolvem construir suas casinhas. Heitor e Cicinho, mais acomodados, preferem fazer a casa sem muito trabalho, e Prático parte para a construção mais forte, de tijolos. São atrapalhados pelo Lobo, e, em meio a muitas brincadeiras, tentam driblá-lo. Este, por sua vez, derruba as casinhas de Heitor e Cícero. Os porquinhos fogem para o abrigo de tijolos que o Lobo não consegue derrubar. Na tentativa de capturar os sapecas, o atrapalhado vilão tenta destruir a tal casinha, assoprando-a até desmaiar de cansaço.

A história de Os Saltimbancos começa no dia 11. Nesta montagem, há a presença de um Arle-quim, que interage com os quatro animais do conto, o Jumento, Cachorro, Galinha e Gata, para com-por esta linda história, na qual os simpáticos bichinhos se tornam cantores, para conduzir este texto que entretém e encanta a todas as idades. Do dia 16 a 20, o público apreciará a história de A Cigarra e a Formiga. Esta adaptação da fábula de La Fontaine traz um terceiro personagem, um homem, tido como um gigante pelos bichinhos por ser perigoso e ameaçador para suas espécies.

Entre os dias 21 e 25, será apresenada Rapunzel. A peça conta a narrativa de uma menina que é criada por uma bruxa má, numa torre construída para mantê-la prisioneira do mundo. O cabelo dela é conservado pela bruxa como uma gigantesca trança que nunca é cortada. Um dia, um príncipe, passando pelo local, decide salvar Rapunzel das garras da bruxa.

Para encerrar o mês, a partir do dia 26, é a vez de Chapeuzinho Vermelho. A montagem mostra Chapeu-zinho de maneira simples e objetiva, com um toque de muito humor e aventura, que sai para visitar a avó doente e se depara com os perigos do temível Lobo Mau. Após serem enganadas por ele, as duas vão parar na barriga do vilão, sendo resgatadas, graças à interferência de um bondoso e corajoso lenhador.

mais informações pelo telefone 4433-0765.

Confira aprogramação de

férias em Santo André!Durante todo o mês de julho, a Prefeitura de San-to André oferece atrações gratuitas como teatro,

circo e filme para as crianças. Veja abaixo!

CiNEMAfilmesO Auditório Heleny Guariba, no Teatro Municipal de Santo André, terá uma programação especial durante o mês de julho

com o programa Cineclubinho – Especial Férias, que apresentará sete filmes infantis por todo o período de férias escolares, sempre às 11 horas, com entrada franca.

APRESENTAçõESO primeiro filme é Pinocchio, que estará em cartaz do dia 1º ao dia 4. O filme conta a história de um boneco de madeira

que deseja se tornar gente. Uma fada, então, dá vida a Pinocchio e a partir daí ele segue uma grande aventura com seu amigo Grilo Falante.

Entre os dias 6 a 11, o filme é As Aventuras de Tintim (Vol. 1), que conta a história do jovem jornalista que percorre o mundo ao lado do seu fiel cão de guarda. Nos dias 13, 14 e 15, o público poderá ver o Vol. 2 de As Aventuras de Tintim.

Nos dias 18, 19 e 22, a história da vez é A Branca de Neve e os Sete Anões. Uma rainha, com medo de não ser a mais bela do reino, ordena que matem sua enteada, Branca de Neve, mas o carrasco deixa a garota fugir. É nesse momento que ela encontra os simpáticos anões, que a ajudam a voltar ao castelo. Chapeuzinho Vermelho é a atração seguinte, entre os dias 23 a 25. A menina Chapeuzinho vai visitar sua avó, mas o problema é que um lobo mau chega à casa da vovó antes para comer as duas. Chapeuzinho vai precisar da ajuda dos seus novos amigos da floresta para deter o lobo.

O Gato Felix chega nos dias 26, 27 e 28 com várias aventuras. Cheio de charme e astúcia, ele tenta se livrar de um terrível professor e seu assistente.

Para fechar o mês, nos dias 29, 30 e 31, a criançada vai ver Os Três Porquinhos, que decidem cons-truir uma nova casa. O problema é que, enquanto um trabalha, os outros dois só pensam em brincar e se divertir.

mais informações pelo telefone 4497-1167.CiRCO

Em todo o mês de julho, às 14h30, o Saguão do Teatro Municipal de Santo André recebe performances circenses. Neste período, os presentes poderão assistir a números acrobáticos, malabares e equilíbrio. As apresen-tações são criações dos artistas Fábio Santos, Hélio Costa e Alex Bingó.

mais informações pelo telefone 4433-0789

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PENSE PizzA

Redonda ou quadrada, caseira ou industrial,a pizza se tornou o alimento mais preferidodos brasileiros. Tanto que até ganhou um dia

Aos fins de semana, a entrega funciona mais. Mas muitos gostam tam-bém de frequentar uma pizzaria para saborear o que há de melhor na-quela com muitos condimentos, que na maioria das vezes leva o queijo mussarela como cobertura para todos os recheios.

A pizza é um alimento que se tornou brasileiro pelo tempero e pelos condi-mentos cujo sabor causa frisson em muitos.

A mais pedida também tem o seu dia. Sim, a pizza, segundo pesquisa recém--divulgada, é o alimento mais pedido para entrega nas casas dos clientes. No ABC centenas de pizzarias vendem todos os dias milhares de “redondas” ao gosto do cliente.

No início de sua existência, somente as ervas regionais e o azeite de oliva eram os ingredientes típicos da pizza, comuns no cotidiano da Itália. Os italianos foram os que acrescentaram o tomate, descoberto na América e levado à Europa pelos conquistadores espanhóis. Porém, nessa época, a pizza ainda não tinha a sua forma característica, redonda, como se conhece hoje. Era dobrada ao meio, feito um sanduíche ou um calzone.

No passado, a pizza era um ali-mento de pessoas humildes do sul da Itália. Era um disco de massa assada com ingredientes por cima. Servida com ingredientes baratos, por ambu-lantes, a receita tinha como objetivo “matar a fome”, principalmente da parte mais pobre da população. Nor-malmente a massa de pão recebia como sua cobertura toucinho, peixes fritos e queijo.

A fama da receita correu o mundo e fez surgir a primeira pizzaria que se tem notícia, a Port’Alba, ponto de en-contro de artistas famosos da época, tais como Alexandre Dumas.

Chegou ao Brasil da mesma for-ma, por meio dos imigrantes italianos, e hoje pode ser encontrada facilmente na maioria das cidades brasileiras. Até os anos 1950, era muito mais comum ser encontrada em meio à colônia italiana, tornando-se logo em segui-da parte da cultura deste país. Desde 1985, comemora-se o Dia da Pizza em 10 de julho. Mas caiu mesmo no gos-to dos brasileiros foi a dupla “meio mussarela, meio calabresa”.

Na região do ABC, o consumo de pizzas é grande, sofisticado e o ato de se reunir numa pizzaria é frequen-te, significando celebração e acordo. Deste costume surgiu a expressão, comumente usada no país, associan-do um processo que envolva ações de ética ou legalidade duvidosa a esta celebração.

Quando apenas alguns dos envol-vidos de menor importância são pe-nalizados ou exista um movimento de acomodação, terminando em mesa de negociação, ou “terminando em pizza”, como se as partes envolvidas, acusados e acusadores, se sentassem numa pizzaria e, apreciando a saboro-sa iguaria, celebrassem o acordo du-rante uma “rodada de pizza”.

Gastronomia

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Especial para Leia abc Mohamed Waleed

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n ARTIGO

Celso Pavani [email protected] Com a chegada do inverno, a estação mais charmosa do ano, a pedida é por vinhos com maior teor

alcoólico. Os tintos possuem em torno de 13% de volume de álcool (vol.alc) e podem chegar a 19% vol.alc em caso como os vinhos da região do Porto, em Portugal.

Para que se entenda, quanto maior o volume, maior a sensação de relaxamento e calor. Mas, para quem está iniciando no mundo do vinho, o ideal é buscar os mais frutados, como os taninos mais sedosos. Dou exemplos: Valdivieso (Winemaker Reserva), Carménère (Chile), Crios 50% Syrah 50% Bonarda (Argentina), Terra de Lobos* (Portugal).

Em momentos de descontração, onde petiscos – queijo e embutidos, fondue, caldos, sopas e pratos mais pesados e gordurosos – acompanham bem e se tornam dicas simples podem ajudar na hora de esco-lher os vinhos. Existem ainda regras que facilitam as escolhas dos queijos e dos vinhos. Se me aprofundar, teria assunto para um livro, portanto vou dar dicas simples para não errar.

A primeira é para os queijos de massa mole ou firme, mas não os curados ou com pouca cura (Brie, Camembert, Emmental, Gouda, Cheddar), que combinam melhor com os vinhos brancos mais elaborados, como o Chardonnay.

Mas é possível também surpreender com um rose é (alguns com até 14% de volume de álcool – uma dica: CRIOS Rose de Malbec), tintos leves ou de corpo médio como os Chianti, Merlot, Pinnot Noir. Como sugestão, alguns vinhos nacionais como os brancos Moscato secos e tintos Merlot Jovem. Os espumantes também combinam bem com queijos dessa faixa.

Mas cuidado: para queijos mais curados e embutidos a regra recomendada são vinhos brancos mais en-corpados e de preferência que estagiam em barricas de carvalho. Evite vinhos frescos aromáticos, pois esses possuem acidez. Vou arriscar: gorgonzola com um fio de mel acompanhado com um Moscato D’Asti é, por exemplo, uma boa pedida para a reunião a dois. Para os fondue de queijos, pode-se seguir as mesmas regras; para os de carne, procure vinhos com boa acidez e estrutura. Prefira Cabernet Sauvignon, Syrah, Malbec ou vinhos com mais de uma uva, os chamados Blend’s.

Para as sopas e cremes, é sempre um desafio a escolha do vinho. Devido às inúmeras receitas e possibilida-des de combinações de ingredientes, picantes, leves ou encorpadas, o mais importante, nesses casos, é prestar

atenção no elemento principal da sopa ou do creme, que no inverno ganham mais espaços em todas as mesas.Ainda assim, dou mais dicas para suas harmonizações.

O caldo verde é um creme de couve com batatas que acompanha linguiça. Se ele não é muito encor-pado e de sabor levemente herbáceo, prefira vinhos tintos de corpo leve a médio: Chianti, Valpolicella, Rosso di Montalcino.

Já para uma sopa de capelete com sabor leve e delicado de noz-moscada, o vinho ideal para este tipo de caldo (brodo) é o de sabor levemente ácido e frutado, sem marca do carvalho, Bardolino ou vinhos da região do Côtes Du Rhône. Experimente adicionar um gole do vinho ao caldo.

Para caldos mais encorpados, como o clássico caldinho de feijão com sua cremosidade e picante, com ou sem bacon torrado por cima. Considerar a textura do prato, o sabor picante e a nota salgada, elementos que devem ser considerados para uma harmonização. Para resolver de forma eficiente o picante do alho torrado e da pimenta de cheiro, é preciso um vinho de boa acidez, mas de sabor dis-creto. Chianti, Valpolicella ou um Cabernet Sauvignon mais jovem de boa estrutura mandam bem.

Pratos com mais texturas, que levam pedaços de carne e de legumes cozidos, precisam de um vinho com bons taninos e alguma fruta; a untuosidade tem que ser equilibrada pela acidez do vinho. Neste caso o ideal são os Cabernet Sauvignon, Malbec ou mais sofisticados como os vinhos da Si-cília ou da Campânia, que também poderão acompanhar cremes com textura mais grossa e de sabor pronunciado. Vinhos tintos frutados e encorpados darão conta da textura e do sabor deste creme.

Aproveite seu inverno e um brinde!*Terra de Lobos: vinho regional do Tejo, corte 50%, Castelão 30%, Trincadeira e 20% Cabernet Sauvig-

non (Importadora TAHAA)

Vinho é sempre uma boapedida, ainda mais no inverno

Vinhos

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