ed. 16 julho 2015 - o mirante

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Julho - 2015 BEM-ESTAR

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O bem-estar será tratado este mês sob três perspectivas complementares. Glaucimar Peticov fala, com bom-humor, do humor essencial para melhorar a vida nas organizações. Ivenio Carvalho provoca uma reflexão sobre a urgência de revertermos as condições atuais para construirmos uma sociedade sustentável. Cristina Salzane apresenta uma metodologia – a história de vida – que permite que você tome a decisão sobre a continuidade do seu roteiro, basta começar a escrevê-lo. Confira e aprecie a leitura.

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Page 1: Ed. 16 Julho 2015 - O Mirante

Julho - 2015

BEM-ESTAR

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01 Julho 2015 - Bem-Estar

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EditorialComo você tem se sentido ultimamente? Já percebeu como o tempo tem passado cada vez mais rápido em uma sociedade cada vez mais “fast”? Temos fast food, fast meeting (reuniões no corredor e em pé), pessoas especialistas em fast love ou fast re-lationship, serviços 24 horas, além da cobrança de fast answer: recebi mensagem, tenho que respondê-la imediatamente. Can-so só de pensar em tudo que faço “fast”. Vou dar um quick break e continuo daqui a pouco...

Será que aceleramos os processos para termos mais tempo dedi-cado ao nosso bem-estar, ou estamos viciados em fazer tudo mais rápido? Saboreamos a vida ou suprimos nossa necessidade ime-diata?

Bem-estar, algo realmente intrigante de se pensar a respeito, visto que para cada um ele tem um sentido próprio e, por incrível que pareça, para alguns significa se envolver cada vez mais em compro-missos, pois tempo livre parece ser de total inutilidade.

O bem-estar pode ser atingido por meio do relato de sua história de vida. Cristina Salzane traça uma linha interessante sobre analis-ar o seu percurso sob o prisma de um filme em que você é, simul-taneamente, escritor, redator, diretor e ator principal. E se o resulta-do é uma comédia, drama ou thriller, depende da sua decisão.

Se você decide que alguém faça o enredo da sua vida, não tem como reclamar, pois como bem lembrou Glaucimar Peticov, citan-do as palavras de Millôr Fernandes, “viver é desenhar sem borracha”. Ela nos lembra que mesmo nas situações mais complexas, a busca pelo bom humor, e a consequente descontração momentânea, ajuda a realimentar o equilíbrio emocional, fundamental nessas situações. O bom humor é importante ferramenta na busca do bem-estar, mesmo porque ainda não conheci um mal-humorado que contribuísse com sua presença para o bem-estar de outras pessoas.

Ivênio Carvalho nos apresenta uma reflexão sobre como as decisões de cada um podem conduzir ao caminho inverso do necessário ao bem-estar, em função de contribuírem para a con-centração de riquezas piorando de forma inequívoca as condições de vida, saúde, educação, transporte e segurança do cidadão. Mas, como só se vive uma vez, cabe a você agir de forma coerente com os seus desejos e valores, não esquecendo que o bom-humor é necessário para editar, eventualmente, um roteiro que leve a um belo final de bem-estar.

Esperamos que aprecie a [email protected]

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nalisar a sua CARREIRA refletindo sobre a sua HISTÓRIA DE VIDA e encontrar um sentido interno, que vai muito além daquele que é julgado pelos outros, não é tarefa fácil, eu sei, mas acredito pro-fundamente que é possível. Acordar todos os dias e passá-los arrastando-se e levando seu corpo, sua mente e seu coração por um caminho que não é sua escolha, que não lhe

traz um sentido de vida, para quê? Até quando acredita que terá força para este “arrasto”? Até quan-do deixará sua história ser escrita por outros?

E você, quando vai começar a escrever e reescrever a sua história?

Independente da sua idade, você tem uma parte da sua história já escrita, até hoje, pelo menos. Comece já a registrá-la: é só pegar um pedaço de papel ou ligar um gravador (é fácil usar a tecnologia que está ao alcance dos nossos de-dos – o celular). Relate suas conquistas, suas lutas, seus reconhecimentos, suas contribuições.

Cada um pode escrever sua história à sua maneira. Não precisa ser cronologi-camente linear, e nem precisa escrever TUUUUUDOOOOO, mas vale o que ficou marcado na memória.

Cada vez que conto (ou escrevo) minha história posso reescrevê-la e ressignificar o que alcancei até aqui, e o mais interessante, posso dar continuidade ao enredo que quero para mim de hoje em diante.

Ninguém, além de você, pode fazer isso. Se “terceirizo” esta tarefa não posso reclamar da trajetória que a história irá tomar e nem mesmo do seu final. Aliás, nunca é tarde para assumir as rédeas da sua vida. A menos que se chegue à morte. Ainda assim, muitos acreditam que esta história continua.

Uma vez ouvi um homem dizer que sempre quis ser advogado. Como a vida foi levando-o para as tradicionais responsabilidades – casar, ter filhos e sustentar a família – somente aos 58 anos de idade pode sentar-se novamente no banco escolar e após 4 anos alcançar seu sonho. Hoje, aos 70 anos trabalha exercendo a profissão com plena satisfação e realização de seu objetivo.

A

03 Julho 2015 - Bem-EstarCristina SalzaneConsultora Dorsey Rocha Consulting

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A tomada de

consciencia do eu

nas escolhas

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HUMORESSENCIAL

05 Julho 2015 - Bem-Estar

Glaucimar PeticovDiretora de Trabalhos e Estudos sobre Liderança da

ABRH-Brasil - Associação Brasileira de Recursos Humanos

Page 7: Ed. 16 Julho 2015 - O Mirante

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M uitas pessoas me perguntam como mantenho o bom humor com tantos assun-tos importantes e complexos que envolvem a gestão de recursos humanos, es-pecialmente em uma grande organização. E como consigo “traduzir ” assuntos considerados áridos de forma simples e empática.

Para manter a coerência, pretendo falar desse tema sem as amarras do formalismo. Um bom começo é o que pode nos ensinar Millôr Fernandes ao afirmar que “VIVER É DESENHAR SEM BORRACHA” , ou seja, aprendemos errando e acertando. Os erros, enganos e deslizes fazem parte da nossa vida, ficam em nossa memória e nos fazem crescer.

Sem dúvida, podemos agir com naturalidade mesmo nas situações mais com-plicadas. É justamente nessas ocasiões que o bom humor faz a diferença, seja no ambiente de trabalho ou fora dele. Naturalmente, há momentos em que a descontração não cabe; é uma questão de bom senso. O humor não deve, por exemplo, em nenhum contexto, constranger alguém ou ter cunho agressivo ou preconceituoso.

Glaucimar PeticovDiretora de Trabalhos e Estudos sobre Liderança da

ABRH-Brasil - Associação Brasileira de Recursos Humanos

Feita essa importante ressalva, acredito que sorrir proporciona faci-lidade de expressão, encoraja a espontaneidade, amplia o fluxo das ideias, estimula decisões criativas, aumenta a autoestima e auxilia no aprendizado, além de contribuir para o aumento da produtividade.

Líderes que agem com humor em suas relações se fortalecem frente ao time e exercem seu papel com maior eficiência, alcançando resultados com emoção e prazer. Estudo realizado pela Robert Half, maior empresa de recrutamento especializado do mundo, citado pela Revista Forbes, descobriu que mais de 90% dos executivos acreditam que o senso de humor é importante para o avanço na carreira . É, portanto, uma importante característica que potencializa muitas competências.É fácil ficar sempre bem humorado? Para algumas pessoas, é muito fácil; para outras, nem tanto. Cada pessoa tem o seu jeito de interagir e de se comunicar. Eu, por exemplo, quando possível, sempre utilizo expressões metafóricas como recurso para geração de humor. Além de ajudar no entendimento, favorece a retenção da informação.

Recentemente, em uma palestra na HSM, falei da crescente partici-pação das mulheres no mercado de trabalho, além das característi-cas da liderança feminina. Para isso, recorri a conceitos, estatísticas e exemplos. O que mais chamou a atenção do público, no entanto, foi a abordagem. Utilizei recursos de imagens e vídeos bem-humorados que, sem palavras, acrescentaram conteúdo e descontraíram as pes-soas.

Para finalizar, volto a ressaltar os benefícios de se criar um ambiente saudável e bem humorado, caminhando junto com o bom senso e com a dosagem apropriada em ambientes empresariais. Por ser um estado de espírito, devemos entender o humor como a ferramenta de leveza que nos impulsiona alcançar objetivos e resultados.

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N o turbilhão de notícias veiculadas todos os dias na mídia, as manifestações de rua ocorridas em 2013 ainda ecoam e nos fazem pensar em 2015. Se eram várias as motivações das pessoas para protestarem, o recado principal das ruas, mesmo sem lideranças muito definidas, foi inequívoco: é preciso melhorar, urgentemente,

BEM-ESTAR?

as condições de vida, saúde, educação, transporte e segurança do cidadão! A proximidade da copa do mundo permitiu, tanto naquele ano como em 2014, um julgamento didático sobre quando o investimento público é voltado para o atendimento das necessidades de todos e quando o que prevalece é o interesse de grupos e minorias de poder.

Vem crescendo no Brasil a consciência dele ser formado por dois mundos muito diferentes coexistindo em um só. Belíndia, misto de Bélgica e Índia, foi uma das imagens muito divulgada dessa nossa dualidade. Índices (IDH e outros) de Suécia e Haiti convivendo, muito além da polarização pós-eleições, simplificadora, entre sul maravilha e nordeste desprovido.

Ainda não havia chegado a crise de 2008, mas nosso olhar sobre a construção do “welfare state” da Europa após a segunda guerra apontava o desafio de um longo caminho a ser percorrido por nós: tornarmo-nos também um país desenvolvido, acima dos “tristes trópi-cos” descrito pelo nosso professor itinerante Levy-Strauss. A Grécia, hoje afundada numa crise sem precedentes, era citada como nosso “sonho realista” de país.. .

A recente vinda ao Brasil do aclamado estudioso da evolução das desigualdades, o francês Thomas Piketty, passou meio despercebida na pobre discussão da última campanha presidencial. Piketty, autor do best-seller O Capital no Século XXI, falou de suas pesquisas de quinze anos e de algo que nós bem conhecemos, pouco diagnosticamos e menos ain-da enfrentamos: a nossa desigualdade. Seu estudo, apoiado em dados que remontam ao século XVIII, objeto de discussões nas mídias e comentários de diversos ganhadores do Prêmio Nobel, chega a conclusões explosivas e indagações perturbadoras.

07 Julho 2015 - Bem-Estar

Page 9: Ed. 16 Julho 2015 - O Mirante

O sistema capitalista tende a criar um círculo vicioso de desigualdade, visto que a taxa de retorno sobre os ativos é maior que o ritmo do crescimento econômico, o que gera uma con-centração cada vez maior da riqueza. São analisadas no livro situações de extrema desigual-dade que podem levar a descontentamentos profundos e até ameaçar os valores democráti-cos.

O autor nos lembra também que a intervenção política já foi capaz de reverter tal quadro no passado e poderá voltar a fazê-lo. No melhor dos casos, a aplicação bem sucedida de políticas públicas que recuperem ou façam crescer a participação do trabalho sobre o capital mostrou ser algo viável e sustentável. No pior cenário, o círculo de ferro da concentração não se rompeu.

Assim, Piketty anuncia para a Europa as perdas que virão caso essa tendência à desigualdade do sistema não seja controlada. Para países em desenvolvimento, deixa o aviso de que, se as coisas estão ruins, elas podem ainda piorar.

O horizonte que resulta mostra grandes desafios que temos à frente. Para não nos tornarmos vítimas de uma sociedade cada vez mais patrimonialista – comandada por proprietários, rentistas e o capital financeiro que faz lucros totalmente incompatíveis com nossas desgraças – temos que desenhar, como país, alternativas de políticas que coloquem a população como protagonista e produtora de inovações no mercado de trabalho, capazes de gerenciar suas atividades econômicas cada vez com maior produtividade e inteligência, construindo riqueza e bem-estar, cidadania e democracia.

Essa construção de um país para a maioria supõe rupturas em nosso modelo clássico de con-centração que só tem perpetuado o nosso subdesenvolvimento.

Que projeto de país queremos ser, que democracia pretendemos construir, que civilização queremos modelar para nossos filhos e nos espelhar?

Não é fácil, mas é possível.

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SÓ QUE NÃO!

#sqn

Ivênio Carvalho Sócio-Diretor Dorsey Rocha Consulting

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Quem indica: Dante Mantovani / Consultor Dorsey Rocha Consulting

Por que indicou: Este livro não fica preso ao simples mantra vazio dizendo que precisamos ser mais felizes. Ele ensina a colher os frutos de uma atitude mental positiva que proporcione efeitos extraor-dinários no trabalho e na vida. Mostra, de maneira prática e persuasiva, como fazer isso.

Sinopse: Lembro-me de ter ouvido diversas vezes que se me esforçar muito, terei sucesso: o empre-go dos sonhos, a promoção, o corpo esbelto. E quando conseguir esse sucesso, finalmente serei feliz. Quem nunca pensou assim que atire a primeira pedra. Entretanto, estudos recentes da psicologia posi-tiva mostram que essa fórmula funciona de maneira inversa: é a felicidade que impulsiona o sucesso, e não o contrário. Quando temos uma atitude positiva para a vida, o nosso cérebro se torna mais criativo, motivado, energizado, resiliente e produtivo. A descoberta foi comprovada por pesquisas nos campos da neurociência, da gestão e resultados financeiros de organizações ao redor do mundo.

09 Julho 2015 - Bem-Estar

IndicaIndica

Page 11: Ed. 16 Julho 2015 - O Mirante

Greg McKeown (Essencialismo, a disciplinada busca por menos. Ed. Sextante, 2015, pág. 13)

“O essencialismo não trata de fazer mais; trata de fazer as coisas certas. Também não é fazer menos só por fazer menos. É investir tempo e energia da forma mais sábia possível para dar a sua contribuição máxima fazendo apenas o essencial.”

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PONTO DE

VISTA

Page 12: Ed. 16 Julho 2015 - O Mirante

O MIRANTE É UM PROJETO DORSEY ROCHA & ASSOCIADOS

Conselho Editorial:

Rodolpho RochaMarta Castilho

Ádrice Fernanda

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