eav 5 terror e suspense 2

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CONTEÚDO Pontos de montagem Poder da montagem (Elipse, racord, fusão, sobreimpressão, Incrustações e erros topográficos Emoção Suspense e coups de théâtre Gênese do horror Suspense fílmico Estrutura do suspense e fluxo de informação Suspense interativo Perspectivas no ambiente interativo

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Page 1: Eav 5   terror e suspense 2

CONTEÚDO• Pontos de montagem

• Poder da montagem (Elipse, racord, fusão, sobreimpressão, Incrustações e erros topográficos

• Emoção

• Suspense e coups de théâtre

• Gênese do horror

• Suspense fílmico

• Estrutura do suspense e fluxo de informação

• Suspense interativo

• Perspectivas no ambiente interativo

Page 2: Eav 5   terror e suspense 2

• É uma interrupção do fluxo visual.

• A interrupção mais comum é o corte,

que remete a um par de tesouras do

qual servia para corta a película.

• Esse corte raramente afeta ao mesmo

tempo o som e a imagem

• Somente se há a intenção de criar um efeito de surpresa, o

distanciamento, ou se é preciso mudar o ambiente sonoro por causa

de uma passagem de um espaço-tempo para outro.

• A montagem clássica propõe um L-CUTTING [ Montagem em L ].

• Deslocamento dos pontos de entrada do som e da imagem.

• O som da sequência B chega em fusão, um ou dois segundos antes

ou depois da imagem da sequência B.

Page 3: Eav 5   terror e suspense 2

• Diário de Anne Frank [ Georges

Stevens – 1959]

• Pontos de montagem progressivo,

nos quais a fusão encadeada deve

ser considerada em primeiro lugar.

• O diretor distorce habilmente uma

das funções tradicionais dos

desvanecimento progressivo, que

consiste em introduzir o sonho e as

visões de um personagem

adormecido ou pensativo,

preferindo apresentar imagens de

sonho na mesma cena em racord

de eixo, insistindo assim na

dificuldade de Anne sair de seu

esconderijo.

Page 4: Eav 5   terror e suspense 2

Drácula [ Francis Ford Coppola -1992].

• Um plano B se superpõe brevemente a um plano A e

desaparece sem substituir completamente o último.

• As substituições popularizadas por Georges Méliès, operações

que consistem em filmar um plano B depois o A sem mudar

nenhuma das regras técnicas da câmera no plano A ) sobretudo

sua localização), mas modificando apenas o cenário ou os

objetos cuja impressão ela registrou.

Page 5: Eav 5   terror e suspense 2

• Méliès gostava de

montá-los em corte

seco, mas a tendência

é combiná-las em

fusão.

• Não é comum

considerar como

montagem as

incrustações no interior

da imagem, nem a

colagem de várias

imagens no interior de

um plano.

Page 6: Eav 5   terror e suspense 2

• Mundos que se chocam [

W. Lee Wilder – 1954]

• Kill BilL Vol. 2 [ Quentin

Tarantino – 2003 ]

Page 7: Eav 5   terror e suspense 2

• O espectador tende a ligar dois

planos que se seguem.

• Esse vínculo é susceptível de

assumir diferentes formas, e as

conexões que sustentam um

plano A e o B consecutivos

estabelecem facilmente vários

níveis de interpretação.

• As primeiras montagens [ fim do

sec. XIX] visava ganhar tempo. A

montagem é uma forma de

ELIPSE.

• Quando a elipse implica uma

mudança de espaço [ exterior e

interior].Perdas e Danos [ Louis Malle - 1992]

Page 8: Eav 5   terror e suspense 2

• O espectador tende a ligar dois

planos que se seguem.

• Esse vínculo é susceptível de

assumir diferentes formas, e as

conexões que sustentam um

plano A e o B consecutivos

estabelecem facilmente vários

níveis de interpretação.

• As primeiras montagens [ fim do

sec. XIX] visava ganhar tempo. A

montagem é uma forma de

ELIPSE.

• Quando a elipse implica uma

mudança de espaço [ exterior e

interior].Perdas e Danos [ Louis Malle - 1992]

Page 9: Eav 5   terror e suspense 2

• Uma elipse fluidificada por uma

janela natural.

• O diretor do circo encontra por

acaso com um antigo empregado

e o leva a um restaurante.

• O bode elétrico que passa com

um efeito de movimento

progressivo permite cortar sem

provocar um salto.

• SALTO – Dá a impressão de que

falta filme e que foi

acidentalmente rompido.

O Ovo da Serpente

[ Ingmar Bergman - 1977]

Page 10: Eav 5   terror e suspense 2

• É preciso pensar no confronto

do olhar, na fluidez da torrente

audiovisual.

• Quando melhor o início do

plano B estiver ligado ao fim do

plano A, mais o espectador

tende a lê-lo em continuidade.

• A fluidez passa em primeiro

lugar pelo racord de movimento,

que consiste em determinar

uma associação de rapidez de

deslocamento entre A e B.

• Quase sempre é combinado

com um objeto de ligação.AI – Inteligência Artificial

[ Steven Spielberg - 2001]

Page 11: Eav 5   terror e suspense 2

• Normalmente está associado a um racord de

direção.

• Esse racord induz a um racord da entrada por lados

opostos.

• Mas não é necessário acreditar que a exatidão

topográfica seja a condição fundamental “invisível”.

Fantomas III : o Morto

que Mata.

[ Louis Feuillade - 1913]

Page 12: Eav 5   terror e suspense 2

Fantomas III : o Morto

que Mata

[ Louis Feuillade - 1913]

Maníacos [Herschell

Gordon Lewis – 1964]

Page 13: Eav 5   terror e suspense 2

• Muitos filmes são enquadrados nas duas categorias por

diferentes críticos e publicações e acabam confundindo o

espectador.

• O que diferencia o terror de seu gênero co-irmão seria

simplesmente visual.

• O Suspense apela para a cumplicidade ou a apreensão da

plateia.

• O que está atrás da porta ( e por isso não ser surpreendido )

enquanto o protagonista, inocente, caminha em direção a ela.

• O suspense trabalha com os nervos, enquanto o terror, além de

expor o susto e o medo apela mais para o visual.

Page 14: Eav 5   terror e suspense 2

• Um exemplo que encaixa na categoria de terror, e de

suspense é O Bebê de Rosemary.

• No cinema a história de terror começa quando se percebe o

de trabalhar as emoções dos expectadores de forma segura.

• Quando o público percebeu que poderia sentir sustos e

medo, mas sem perigo.

• Que outra forma de arte poderia dar vazão a lendas, contos

e horrores que habitavam o imaginário popular desde

séculos atrás, alimentado pela cultura popular e pela

literatura?

Page 15: Eav 5   terror e suspense 2

• Seria possível dividir a história do gênero em partes distintas:

1- A Gênese do Terror.

2- A Era dos Grandes Monstros;

3- O Terror Underground.

4. A escassez da metade do século, onde os comunistas e os

alienígenas fizeram pequenas produtoras crescerem explorando

um filão deixado de lado pelas grandes produtoras, a era de ouro

do gênero, os anos 70, onde a produtora inglesa Hammer reinou

absoluta e os melhores filmes do gênero foram realizados em

Hollywood e a era do terror explícito e de efeitos, iniciada nos anos

80.

Page 16: Eav 5   terror e suspense 2

• Marco do expressionismo alemão, é

considerado o primeiro filme de terror

da história.

• Ao lado dele, três filmes podem

entrar na galeria dos responsáveis

pelo nascimento do gênero: um ano

depois, John Barrymore apavorou

plateias do mundo numa

impressionante cena de

transformação em O Médico e o

Monstro.

• Foi um dos primeiros filmes do

gênero feito nos Estados Unidos.

Page 17: Eav 5   terror e suspense 2

• Nosferatu, de F.W. Murnau [versão

do diretor alemão para a história de

Drácula. Ele não conseguiu os

direitos autorais da família do

escritor].

• Murnau foi processado por plágio.

Page 18: Eav 5   terror e suspense 2

• O Fantasma da Ópera, que

eternizou o ator Lon Chaney no

papel do atormentado Erik, que

assombra a ópera de Paris e

idolatra a cantora Christine.

• Erik foi criado pelo escritor Gaston

Leroux em 1910.

• Uma tragédia de horror.

• A cena do desmascaramento do

deformado Erik entrou para a

história e assustou as plateia pela

impressionante maquiagem.

Page 19: Eav 5   terror e suspense 2

• O gênero se estabelece com a

aceitação do público.

• O Estúdio Universal criou uma

galeria de “monstros” que marcou a

história do cinema:

- Drácula [Tod Browning – 1931].

• Apesar de estabelecer um padrão de

filme de vampiro a sua versão muito

teatral, pouco fiel ao espírito do livro

de Stocker, envelheceu.

Page 20: Eav 5   terror e suspense 2

- Frankenstein [James Whale – 1931].

• Conseguiu captar o espírito do

romance original de Mary Shelley e

eternizou Boris Karloff no papel do

monstro.

Page 21: Eav 5   terror e suspense 2

• Durante os anos 30 e 40 a Universal reinou, mas os

monstros foram cansando o público.

• A guerra fria se iniciou e havia um monstro pior à

espreita: o comunista.

• Inicia a onda dos discos voadores e havia um novo vilão

e uma nova mensagem a explorar: os piores monstros

vinham do espaço [ para alguns a própria encarnação

do comunismo].

• Pequenas produtoras assumem o filão.

• Na Europa, surgiram os diretores chamados de

“contrabandistas” que, por escassez de recursos,

trabalhavam a atmosfera de seus filmes e conseguiam,

sem mostrar seus vilões e monstros, criar o medo na

plateia.

• O mais notável foi o de Jacques Torneur, autor do

clássico Sangue de Pantera ( refilmado por Barbet

Schroeder como A Marca da Pantera, com Nastassja

Kinski ).

Page 22: Eav 5   terror e suspense 2

• Somente em 1968 que o gênero daria seu grande salto

de qualidade.

• O criativo George Romero, com atores amadores e

poucos recursos ( filmando apenas à noite por

economia e tempo útil dos envolvidos ) fez de A Noite

dos Mortos Vivos um cult que ficou durante décadas

sendo exibido nos cinemas após a meia noite.

• iniciou a moda dos mortos-vivos em voga

principalmente nos anos 80 e permanece um clássico.

• Roman Polansky com O Bebê de Rosemary conta a

história de uma jovem inocente que carrega no

útero o anti-cristo, com a conivência do marido e

dos vizinhos, membros de uma seita satãnica.

• O filme torna-se um dos maiores filmes do gênero

em todos os tempos, grande exemplo de horror

psicológico.

Page 23: Eav 5   terror e suspense 2

• Os anos 70 trazem os melhores filmes que o

gênero criou, entre eles O Exorcista (73) de

William Friedkin, talvez o mais famoso filme do

gênero.

• O Massacre da Serra Elétrica - Tobe Hooper

(75), filme de horror B que conquistou uma

legião de admiradores.

• Carrie, a Estranha (76), adaptação fiel do

romance de Stephen King dirigida por Brian

DePalma que revelou Sissy Spacek.

• A Profecia (76) de Richard Donner,

perturbadora visão da vinda do anti-cristo de

enorme sucesso entre o público.

• Na época, a produtora inglesa Hammer lançou

O Conde Drácula e tornou Cristopher Lee a

própria visão do personagem em uma série de

outros filmes, alguns de baixa qualidade, outros

bons, mas sempre atraindo o público e

tornando-se cult na televisão.

Page 24: Eav 5   terror e suspense 2

• Stanley Kubrick cria a obra prima O

Iluminado (80) interpretada com tal

magnificência por Jack Nicholson que o

personagem acabaria estigmatizando o

ator.

Anos 80

Page 25: Eav 5   terror e suspense 2

• Surge o chamado horror explícito.

• Talvez o marco inicial tenha sido feito

por um estudante de cinema chamado

Sam Raimi, que com um grupo de

amigos filmou, em 83, A Morte do

Demônio ( Evil Dead ) mostrando um

grupo de jovens que encontra o livro

dos mortos numa cabana isolada na

floresta e liberam as forças do demônio.

• Sem sutilezas: horror explícito,

repugnante e com movimentos de

câmera inovadores.

Anos 80

Page 26: Eav 5   terror e suspense 2

• Os Lobisomens invadem as telas em 81. John

Landis foi o primeiro a juntar com sucessos

terror e humor sarcástico em Um Lobisomem

Americano em Londres, criando o chamado

terrir.

• Joe Dante lançou no mesmo ano Grito de

Horror, outro ótimo filme sobre o tema, que lhe

abriu as portas para dirigir Gremlins, em 1984,

sob os olhos de Steven Spielberg.

• Dante não era novo no gênero: em 79 ele

parodiou Spielberg e seu Tubarão lançando

Piranha.

• Nas produções seguintes abandonou o terror e

enveredando mais para a fantasia e a ficção.

• Spielberg deu sua contribuição ao gênero nesse

início de década e escreveu o roteiro e chamou

Tobe Hooper para dirigir Poltergeist. Apesar da

direção de Hooper, o filme é de Spielberg.

Page 27: Eav 5   terror e suspense 2

• O diretor Wes Craven reavivou o tema

na série Pânico.

• Com imitações: Eu Sei o que Vocês

Fizeram no Verão Passado, Lenda

Urbana e até Halloween – 20 Anos

Depois, aproveitando a moda.

• O que assusta o público hoje?

• Alguns apostam no terror psicológico.

• Francis Ford Coppola adaptou Drácula

de Bram Stocker de forma fiel em 1992

e construiu uma obra-prima.

• Não provoca medo, mas a qualidade da

produção tornou o filme um sucesso.

Page 28: Eav 5   terror e suspense 2

• A onda dos filmes baseados em originais orientais surgiu com O

Chamado e foi explorado à exaustão.

• Jogos Mortais fez surgir, também, um novo filão, que também foi

explorado a exautão em produções como The Hills Have Eyes e O

Albergue alcançaram certo sucesso, mas as continuações mostram que

o público não é tão ingênuo para comprar a mesma ideia várias vezes.

Page 29: Eav 5   terror e suspense 2

• Podemos ficar incomodados diante da

ideia de que James Bond sucumba sob os

golpes do vilão.

• Ficamos em suspense diante da sedução

de um gesto em alguma retratação de

costumes austera e contemplativa.

• Esses momentos são baseados ao

mesmo tempo na distribuição de

informação e em seu bloqueio afetivo.

• Se a distribuição de informação é

determinada pelo filme, o investimento

afetivo fica a cargo do espectador.

• Quanto mais ele investe, maior benefício

que ele colhe ou maior a decepção.

Page 30: Eav 5   terror e suspense 2

• O suspense supõe muito mais saber e

investimento para funcionar.

• O espectador precisa imaginar uma

saída esperada e outra temida para a

situação.

• As habilidades cinematográficas

ajudam: inútil temer por um personagem

interpretado por John Wayne na década

de 1950 já que ele sempre sairá bem.

• Mas as suas competências podem ser

relegadas a segundo plano, e é muito

fácil temermos de novo pela

sobrevivência ou pelo êxito do

protagonista, mesmo que já tenhamos

visto o filme.

Page 31: Eav 5   terror e suspense 2

• A música deverá cumprir funções de carater emocial

expressivo, significativo, narrativo e estético, que

contribua na estruturação do discurso sonoro,

complementando as vezes as palavras, sons ambiente ou

ruidos adicionados em fase de pós pródução, todo eles

sem esquecer a música que será adicionada ao filme.

Page 32: Eav 5   terror e suspense 2

• Aaron Copland em um artigo publicado

no New York Times, enumera 5 funções

que, em sua opinião, deveria a ter a

música no cinema.

1. Criar uma impressão convincente de

época e lugar.

2. Criar ou destacar estados

psicológicos, os pensamentos e as

implicações ocultas de um

personagem ou situação.

3. Servir de recheio neutro como fundo.

4. Ajudar a construir o sentido de

continuidade na filme.

5. Dar um fundamento a construção

teatral de uma sequência.

Page 33: Eav 5   terror e suspense 2

• Esta função aporta uma equivalência

rítmica entre o que vemos e escutamos,

até ao ponto de fazer alterar a percepção

do passar do tempo por parte do

espectador.

• Uma cena com determinada música altera

o ritmo das imagens e pode conotar

lentidão ou rapidez ao que vemos,

precisamente graças ao que escutamos.

• A música também pode ter uma função

descontínua.

• Joga com aparição e desaparição da

música, influindo na emoção do

espectador.

• Um bom exemplo são os filmes de terror.

Page 34: Eav 5   terror e suspense 2

• Se divide em duas composições:

Impressionista

Emociona mas não participa diretamente

na ação, mas que se distancia dela. Dota

de continuidade sequências que não tem

nada a ver entre si, seja por diferença

temática ou por elipse temporais.

Wagneriana

Denominação recebida por influência de

Richard Wagner que concebeu muitas

óperas a partir de estruturas melódicas e

rítmicas breve.

Page 35: Eav 5   terror e suspense 2

• Exalta o espectador ,

levando a uma

emoção ligada ao

melodrama da

situação, ou ajudar a

levá-lo para os

limites da emoção

provocando riso,

tristeza ou terror.

Page 36: Eav 5   terror e suspense 2

• Dentro do significado que

podemos dar à música

distinguimos duas

subfunções:

1. Descritiva: A intenção é

“informar” ao espectador. Em

Psicose destaca com notas

insistentes dos instrumentos

de corda as facadas,

apontando de longe os gritos

de pássaros.

Page 37: Eav 5   terror e suspense 2

• Dentro do significado que

podemos dar à música

distinguimos duas

subfunções:

2- Metatextual: Ligada a

reticências, que dizer, à

substituição do que não foi

falado ou do que foi dito ou

representado. Essa função

ajuda a explicar algo que está

além das palavras ou das

imagens.

Page 38: Eav 5   terror e suspense 2

• Usada para acompanhar uma

ação dramática , permitindo

também que certa percepção de

continuidade, com algum estilo

de composição fragmentária e

utilizado para acompanhar a

imagem , mantendo-se a um

nível de objetividade. Ela

também pode ser ligado a

metatextualidade que apenas

se refere, muitas vezes com a

utilização de música existente.

Page 39: Eav 5   terror e suspense 2

Estética:

Tem a finalidade é refletir ou

recriar o som ambiente da

sequência ou cena com base

em elementos históricos

ideológicos ou de arte.

Ideológica

A música é utilizada para

regimes ideológicos que têm

bandeira que dá a ela um

significado específico.

Page 40: Eav 5   terror e suspense 2

• A ambiguidade se limita aos

personagens, suas ações, suas mentes.

Não há espaço para especulações sobre

questões espaciais e temporais, pois

pouco importam no universo criado pelo

diretor;

• Voyeurismo: passividade do espectador

de cinema, a ausência total do espírito

crítico. Ex.: Janela Indiscreta.

• A lógica temporal e espacial é essencial

para que haja a ilusão de presente na

projeção de um filme;

• A importância do jogo de informações e

da verossimilhança para o sucesso do

filme

Page 41: Eav 5   terror e suspense 2

• O espaço ganha dimensão dramática

nas mãos de Hitchcock;

• O controle das informações é um fator

decisivo nos filmes de Alfred Hitchcock;

• Enquanto em Janela indiscreta a

fragmentação das informações é o

aspecto principal, em Festim diabólico

ocorre o contrário.

• O som também é um recurso explorado

com maestria por Alfred Hitchcock;

• Em Psicose, a famosa cena da

banheira se tornou clássica devido ao

som;

• Em outros filmes, o silêncio predomina.

Ex.: Festim Diabólico.

Page 42: Eav 5   terror e suspense 2

• O silêncio e utilizado

frequentemente como efeito

de expressão dramática, de

forma a acentuar a caráter

de suspense ou apreensão

que se pretende transmitir

com uma cena.

• Normalmente a utilização

do silêncio torna-se mais

eficaz através do contraste

com sons subtis (diegeticos)

e de baixa intensidade que

vão surgindo ao longo da

cena.

Page 43: Eav 5   terror e suspense 2
Page 44: Eav 5   terror e suspense 2

• Figura de estilo da narrativa cinematográfica utilizada

essencialmente para assegurar o interesse, ou seja a emoção, do

espectador durante a experiência.

• Pode ser definido por um“estado de incerteza e atraso que

desenvolve ansiedade enquanto se espera pelo resultado de uma

situação”[Wied:94].

• Não sendo uma estrutura que define todo um filme, é antes uma

estrutura episódica que se repete ao longo de uma história.

Page 45: Eav 5   terror e suspense 2

• As pequenas curvas de tensão (B), representam assim a

estrutura episódica do suspense.

• Ocorrem com base na criação de incertezas no

espectador, para as quais se fornece algum

conhecimento prévio sobre as hipóteses de

determinada situação ocorrer, configurando riscos entre

resultados possíveis bons ou maus [Carroll;96].

Page 46: Eav 5   terror e suspense 2

1. Fluxo máximo - Suspense

Espectador tem mais informação que o personagem

- ex. uma bomba, que se encontra por baixo da mesa de um grupo de pessoas que estão jantando. O espectador sabe que a bomba vai explodir, mas os personagens não fazem ideia.

Page 47: Eav 5   terror e suspense 2

"A diferença entre suspense e surpresa é muito simples,

e costumo falar muito sobre isso. Mesmo assim é

frequente que haja nos filmes uma confusão entre essa

duas noções. Estamos conversando, talvez exista uma

bomba debaixo desta mesa e nossa conversa é muito

banal, não acontece nada de especial, e de repente:

bum, explosão. O público fica surpreso, mas, antes que

tenha se surpreendido, mostram-lhe uma cena

absolutamente banal, destituída de interesse. Agora

examinemos o suspense. A bomba está debaixo da

mesa e a plateia sabe disso, provavelmente porque viu o

anarquista colocá-la. A plateia sabe a que a bomba

explodirá à uma hora e sabem que falta quinze para a

uma - há um relógio no cenário. De súbito a conversa

banal fica interessantíssima porque o público participa da

cena.” Alfred Hitchcock

Page 48: Eav 5   terror e suspense 2

2. Fluxo Intermédio – Curiosidade

Espectador tem a mesma

informação que o personagem

- O desvendar de um mistério, implica uma recolha de provas que é analisada simultaneamente pelo personagem e pelo espectador.

Page 49: Eav 5   terror e suspense 2

3. Fluxo Mínimo - Surpresa

Espectador tem a mesma ou

menos informação que o personagem

• Apesar de conhecermos o

personagem a um dado momento

este fará qualquer coisa com a qual

não contamos.

Page 50: Eav 5   terror e suspense 2

Irmãs Diabólicas – Brian de Palma –

1973

• Uma sequência de suspense

orquestrado graça ao procedimento de

split-screen (tela dividida).

• A – É preciso arrastar o corpo e limpar

os traços do crime antes da chegada da

polícia.

• B – O “limpador” termina pouco antes da

polícia chegar.

• C – Os espaços que estavam separados

pela montagem interna alterada na split-

screen reúnem-se exatamente no

momento em que a polícia entra. O

campo e o contra campo são colocados

simultaneamente no mesmo plano.

Page 51: Eav 5   terror e suspense 2

Rei de Nova York [Abel

Ferrara 1990]

• O público sabe que um

facínora desconhecido

telefonando em plano

aproximado de uma cabine

telefônica será executado.

• Mas não sabemos qual

será realizado.

• Em compensação um

Coups de théâtre para o

espectador novato.

Page 52: Eav 5   terror e suspense 2

O Selvagem [Laslo Benedek 1953]

• Plano fixo da abertura dura 1’21”. Em 1’17” para a primeira moto

atingir a câmera. Contrastando com a calma que precede, uma

das motos, sai do campo da câmera e provoca um sobressalto.

• Consiste em fazer ocorrer bruscamente um evento audiovisual

violento ( explosão, relâmpago, acidente imprevisto.

• Ela depende dos mesmos mecanismos psicológicos que

regulam a relação com o cotidiano e não supõe nenhuma

competência cinematográfica.

Page 53: Eav 5   terror e suspense 2

O Selvagem [Laslo Benedek 1953]

• Plano fixo da abertura dura 1’21”. Em 1’17” para a primeira moto

atingir a câmera. Contrastando com a calma que precede, uma

das motos, sai do campo da câmera e provoca um sobressalto.

• Consiste em fazer ocorrer bruscamente um evento audiovisual

violento ( explosão, relâmpago, acidente imprevisto.

• Ela depende dos mesmos mecanismos psicológicos que

regulam a relação com o cotidiano e não supõe nenhuma

competência cinematográfica.

Page 54: Eav 5   terror e suspense 2

Sinopse: Dois policiais, um jovem e impetuoso (Brad Pitt) e o outro

maduro e prestes a se aposentar (Morgan Freeman), são encarregados

de uma perigosa investigação: encontrar um serial killer que mata as

pessoas seguindo a ordem dos sete pecados capitais.

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Page 66: Eav 5   terror e suspense 2

• Tensão – Na Física uma “força exercida

sobre um corpo para produzir extensão”de um objeto.

• Na narrativa a tensão é estimulada no

espectador através da criação de

situações de conflito na história, que se

transformam na mente do espectador em

questões e incertezas.

• Respostas opostas, tentam vencer a

batalha mental criando hipóteses e

planificações sobre possibilidades por

forma a tentar cativar para si o ónus da

resposta correta, gerando por sua vez o

efeito de tensão mental.

Page 67: Eav 5   terror e suspense 2

• É uma estrutura que consiste numa

ausência de propósito cognitivo, com

concomitante ausência de pistas para

ações de resposta.

• Não tenho forma de resolver o

problema.

• Mills vai matar John Doe ou não?

• Esta pergunta aparece ao sujeito

quando este entra na fase de

ansiedade, e dessa forma a cognição

de novas respostas e novas

hipóteses é bloqueada até ao

momento em que a tensão é libertada

com o disparo

Page 68: Eav 5   terror e suspense 2

• Tem um efeito ansiolítico, provoca a

libertação da ansiedade.

• Fazendo a analogia do nosso corpo

com uma mola, este momento é

delimitado pelo ponto em que a tensão

é libertada e o corpo se debate para

atingir o estado anterior à tensão ou

normal.

• É essa indefinição da forma do corpo

antes de atingir a normal que implica a

indefinição e diversidade emocional,

constituindo-se esta por várias

respostas contraditórias entre si - raiva,

satisfação, culpa, surpresa, tristeza,

desgosto, mal-estar.

Page 69: Eav 5   terror e suspense 2

• Ocorre apenas quando o corpo

estabiliza e atinge uma identificação

da resposta emocional adequada à

tensão sofrida.

• Podemos dizer que a identificação

corresponde à transição da emoção

para o sentimento (Damásio).

• Momento no qual tomamos consciência

da representação assumida pelo corpo

e identificamos o sentimento específico

para designar aquilo que

verdadeiramente “sentimos”.

Page 70: Eav 5   terror e suspense 2

Surpresa - Fluxo Mínimo

• Mais utilizada nos gêneros de FPS.

• Sofre de previsibilidade.

Curiosidade - Fluxo Intermédio

• a mais comum no gênero aventura

gráfica, o mistério em modo de

puzzles

• Sofre de lateralidade em relação à

evolução da história.

Suspense - Fluxo Máximo

• É a mais complexa e por isso

aparece com a mistura de gênero

de ação e aventura gráfica

• Os maiores problemas advém dos

estados pré-programados para o

desenrolar dos eventos.

SUSPENSE INTERATIVOCategorias de Suspense do Storytelling Interativo, utilização e problemas

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• Em Metal Gear Solid 2, o personagem

para escapar aos inimigos, esconde-se

dentro de um armário, esperando que

eles não se “lembrem” de o procurar ali,

enquanto aguarda que eles se cansem e

se vão embora a tensão do jogador vai

subindo. Por qualquer motivo este mexe-

se dentro do armário provocando ruído

(ou rastos de sangue).

• Neste momento, tal como na sequência

de “Seven”, a ansiedade do jogador

dispara uma vez que o seu foco

cognitivo é drasticamente reduzido,

ficando suspenso na pergunta “será que

eles me descobrem aqui ou não?

SUSPENSE INTERATIVOÁrea de suspense do storytelling interativo

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• Segundo momento de tensão é detonado pela

libertação da obstrução cognitiva geradora de

ansiedade, e caracterizado por uma resposta

automática do utilizador por forma a solucionar o

problema encontrado.

• A participação do usuário ocorre durante o momento

de diversidade emocional, transformando em mais

tensão.

• A emoção restrita e não diversa, porque apenas

duas respostas emocionais opostas podem ocorrer:

• Vitória será a euforia

• Derrota a frustração.

• Criam-se mecanismos cognitivos para a resolução

de novas situações.

• Qualquer uma das emoções é rapidamente banida e

dá lugar à expectativa de uma nova situação.

• O desejo pela experiência sem fim.

SUSPENSE INTERATIVOÁrea de emoção no suspense interativo

Page 73: Eav 5   terror e suspense 2

PERSPECTIVASImprevisibilidade e Incerteza

] • Atribuição de arbítrio aos personagens,

será fundamental para a criação de

áreas momentos de incerteza.

• Em Sims, nem sempre conseguimos que

os personagens façam o que

pretendemos.

• Uma maior liberdade dos personagens,

permitirá um aumento de

relacionamentos entre personagens

virtuais.

• Os relacionamentos serão assim

testemunhados pelo utilizador

produzindo neste maior empatia pelos

personagens.

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PERSPECTIVASExpressividade dos personagens

• Parte da emoção do espectador surge da

empatia produzida através do contágio

emocional (Dimberg, 2000).

• Da simulação dos comportamentos dos

personagens.

• Este potencial é perdido quando olhamos

para um personagem vazio, sem passado

e sem destino.

• A empatia é uma qualidade indispensável

para os resultados do suspense.

• A preocupação pelo destino do

personagem é crucial na emoção.

Page 75: Eav 5   terror e suspense 2

PERSPECTIVAS[ Enquadramentos Expressivos]

]• A expressividade, consegue-se

criando nos enquadramentos áreas

que atraem a direção do olhar do

usuário.

• A informação é apresentada de uma

forma indutora e não neutra [nem

confusa].

• Planos de conjunto normalmente

servem à função informativa e

expositiva da história.

• Sendo que todos os outros se regem

por algum pormenor que se pretende

destacar e dessa forma tornar

expressivo.

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EMOÇÃO INTERATIVA[ Emoção Interativa Visceral]

• Respostas automáticas e

inconscientes aos

artefatos baseados em

marcadores biológicos

inatos - primeiro impacto.

• Gráficos deslumbrantes

• Navegação no espaço

virtual.

Page 77: Eav 5   terror e suspense 2

EMOÇÃO INTERATIVA[ Emoção Interativa Comportamental ]

• É detonada pelas

reações biológicas.

De uma forma geral

os marcadores bons

detonam diversidade

de criatividade e

produtividade. Maus

focagem da atenção].

• Puzzles.

• Resolução de

problemas

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EMOÇÃO INTERATIVA[ Emoção Interativa Reflexiva ]

• Corresponde à apreensão e racionalização do

produto. É culturalmente dependente - aquela que

perdura]

• A interação tem de ser mais conexa, ou seja mais

ligada à representação narrativa.

• Expectativas - o ritmo da informação tem de ser

balançado

Page 79: Eav 5   terror e suspense 2

DANCYGER, Ken. Técnicas de edição para cinema e vídeo. Rio de

Janeiro: Elsevier, 2003.

Laurent Jullier e Michel Marie. Lendo Imagens do cinema. São Paulo:

Editora Senac São Paulo, 2009.

PERUCIA, A.; BERTHÊM G.; CASTRO, R.R. Desenvolvimento de Jogos

Eletrônicos. 2ª Edição. São Paulo: Novatec, 2007.

Referência filmografia:

https://www.youtube.com/channel/UCBWRVtZdPzSu_VGu7HtZkYQ?spfrelo

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