clima de... suspense!

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Esta sequência didática dirige-se, especialmente, aos alunos e a seus respectivos professores que estejam interessados em trabalhar com a construção do suspense, tanto pelo, pela imagem, quanto pela escrita (inclusive os aspectos gramaticais).

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CARO PROFESSOR/ CARA PROFESSORA,

Nesta sequência didática, temos como principal objetivo analisar o suspense emdiversas esferas. Primeiramente, na seção ANALISANDO A IMAGEM, apresentamos uma imagemcom alguns elementos do suspense a fim de levantar questões l igadas ao terror para os alunosresponderem, todas relacionadas ao suspense, que será trabalhado durante a unidade. Logodepois, em Um pouco de cinema, introduzimos algumas imagens de fi lmes de suspense paraconversar com os alunos se eles conhecem ou já assistiram a algum daqueles fi lmes e se elesgostam de fi lmes que adotam essa atmosfera como eixo central. Na mesma seção,mostraremos duas cenas de fi lmes, o trai ler do fi lme AA mmuu ll hheerr ddee pprreettoo (201 2) de JamesMcTeigue e uma cena antológica de OO II ll uummii nnaaddoo (1 980) de Stanley Kubrick, que devem serapresentadas sem som e depois com som. O objetivo dessa atividade é que os alunospercebam o quanto os efeitos de sonoplastia são importantes para criar o cl ima de suspensenos fi lmes. Para reiterar a importância da sonoplastia e dos efeitos sonoros na construção dosuspense, incluímos um re-cut trai ler da animação TTooyy SSttoorryy (1 995) da Disney-Pixar, cujaatmosfera é alterada para o suspense apenas com a uti l ização de uma tri lha sonora típica dosfi lmes de suspense. Ao longo de toda a unidade, exploramos a importância do som naconstrução do suspense, a fim de que eles pudessem aplicar esse conhecimento na atividadede produção oral no final do fascículo, em que propomos a produção de uma radionovela desuspense.

Para representar o suspense na literatura, escolhemos o conto O coração denunciadorde 1 834, do célebre escritor Edgar Allan Poe. Elaboramos algumas questões na seçãoCOMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO a respeito deste conto e dos elementos que nele sedestacam: a composição do conto enquanto gênero (ambientação, personagens, enredo,complicação, clímax e desfecho), o suspense e o fantástico, e os tipos de narrador. Nos boxesexplicativos Para saber mais, apresentamos mais algumas informações relevantes para oaprendizado e para a compreensão do conto, como uma breve biografia de Edgar Allan Poe e oconceito de PPuu ll ssããoo ddee MMoorrttee de Sigmund Freud, que se relaciona ao perfi l psicológico donarrador-personagem do conto l ido pelos alunos. Nos boxes RETOMANDO, revisamos osconteúdos trabalhados anteriormente com os alunos nos exercícios.

Apresentamos também alguns trechos de outros contos de suspense na seção SUSPENSEEM MAIS ALGUNS CONTOS para que os alunos pudessem ter mais contato com o suspense naliteratura. Em O SUSPENSE EM OUTROS MEIOS, temos por objetivo apresentar de que outrasmaneiras o suspense se coloca nos demais gêneros, como na publicidade, nas tiras e naslendas urbanas.

Inserimos um exercício sobre uma campanha publicitária inglesa que retoma algumascenas de fi lmes de terror, um exercício do ENEM 2011 que também dialoga com o terror e umatirinha do GGaarrffii ee ll dd. Por fim, elaboramos uma atividade a respeito de uma das mais famosaslendas urbanas, a lenda da LLooii rraa ddoo BBaannhheeii rroo e, como sugestão, colocamos o link de umahistória da TTuurrmmaa ddaa MMôônn ii ccaa, de Maurício de Souza, em que a história da “Loira do Banheiro” écontada pelos personagens do quadrinho. Demos também como sugestão que os alunosconferissem um episódio do BBoobb EEssppoonn jj aa em que o personagem Lula Molusco inventa umalenda urbana.

Em PENSANDO SOBRE A LÍNGUA, inserimos a questão das interjeições, apresentando-asprimeiro como “categorias da língua” e depois com seu devido nome. Para introduzi-los aosassunto, escolhemos o trai ler do fi lme AAttii vvii ddaaddee PPaarraannoorrmmaal (2007) de Oren Peli , pois mostra areação da plateia ao assistir o fi lme, apresentando assim as interjeições também nasexpressões faciais. Nessa atividade, pedimos para que os alunos transcrevessem asinterjeições presentes no trai ler e discutissem sobre como elas representam as sensações de

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trai ler e discutissem sobre como elas representam as sensações de medo. Colocamos maisalguns exercícios sobre interjeições, visando à compreensão e interpretação dos efeitos desentido que elas produzem em diferentes textos.

Por fim, propomos para a atividade de PRODUÇÃO ESCRITA E ORAl que os alunos criemuma radionovela de suspense a partir da produção escrita de uma cena de suspense que serácontinuação de um trecho selecionado do conto AA qquueeddaa ddaa ccaassaa ddee UUsshheerr, de Edgar Allan Poe.A partir desses trechos, os alunos devem continuar escrevendo a história e, tomando por base oconhecimento que obtiveram durante a unidade sobre quais são os elementos necessários paraa construção do suspense e sobre a importância da sonoplastia, devem produzir sua própriaradionovela.

Na seção DIVIRTA-SE, colocamos algumas charges que encontramos na internet cujo teormescla o terror e a comédia, fazendo alusões ao principal escritor visto pelos alunos naunidade, Edgar Allan Poe, e a um dos fi lmes trabalhados, OO II ll uummii nnaaddoo.

Em todas as atividades dessa sequência didática, queremos que os alunos sejamautônomos e, por isso usamos, primeiramente, a imagem e os fi lmes para que eles mesmospossam extrair os elementos de suspense, ou seja, dessa maneira, instrumental izamos osalunos para que eles possam deduzir e extrair os elementos necessários para a composição dosuspense.

Dessa maneira, uti l izamos o interacionismo instrumental, que insiste sobre as relaçõesde ensino-aprendizagem sobre diferentes instrumentos que podem ser construídos¹ . Essa teorialeva em consideração as influências sociais que os alunos estão inseridos, e pensamos nissoao levar em conta fi lmes, propagandas, tiras, charges, lendas urbanas, pois tudo isso faz partedo universo do aluno.

O papel do professor/orientador em nosso fascículo é imprescindível, pois é preciso queo professor ajude os alunos a assimilar as novidades com relação ao suspense, semprerespeitando a opinião e as informações que os alunos trazem consigo.

Em nossa sequência didática pensamos também em:

• prepará-los para dominar a língua em situações variadas, fornecendo-lhes instrumentoseficazes;

• desenvolver nos alunos uma relação com o comportamento discursivo consciente evoluntário, favorecendo estratégias de autoregulação;

• ajudá-los a construir uma representação das atividades de escrita e de fala emsituações complexas, como produto de um trabalho e de uma lenta elaboração.²

¹ In SCHNEWWLY, B. ; DOLTZ, J. ; e colaboradores. Gêneros e escritos na escola. Campinas: Mercado das Letras,2004.² In SCHNEWWLY, B. ; DOLTZ, J. ; e colaboradores. Gêneros e escritos na escola. Campinas: Mercado das Letras,2004.

OO FFAASSCCÍÍCCUULLOO EE OO PPCCNN

Para nós, a Língua é responsável por constituir identidades, sentidos e posicionamentosdiversos. Desse mesmo modo, neste fascículo, a língua atua em diferentes meios, como naliteratura, tiras, propagandas, trai lers, lendas urbanas, charges e imagens, como prevê o PCN,em que se faz imprescindível e necessário

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³ Parâmetros Curriculares Nacionais – Terceiro e Quarto Ciclo do Ensino Fundamenta. Disponível em:<http: //portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf>. Acesso em 1 2 jun. 201 2.4 Parâmetros Curriculares Nacionais – Terceiro e Quarto Ciclo do Ensino Fundamenta. Disponível em:<http: //portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf>. Acesso em 1 2 jun. 201 2.

uti l izar as diferentes l inguagens verbal, musical, matemática,gráfica, plástica e corporal como meio para produzir, expressare comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produçõesculturais, em contextos públicos e privados, atendendo a dife--rentes intenções e situações de comunicação³.

Além de mostrar a língua em diversos meios e usos, ao escolhermos o conto O CoraçãoDenunciador de Edgar Allan Poe para trabalhar com os alunos, pensamos em desenvolver

sua capacidade de construir um conjunto de expectativas(pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e dafunção do texto), apoiando-se em seus conhecimentos préviossobre gênero, suporte e universo temático, bem como sobresaliências textuais , recursos gráficos, imagens, dados daprópria obra (índice, prefácio etc.); 4

Quanto a nossa sequência didática, consideramos junto ao PCN a progressão temáticadas diferentes esferas do suspense. Nas questões de interpretação e compreensão textualdesse mesmo conto, procuramos fazer com que os alunos usassem as referências dasdiferentes esferas do suspense, e extraíssem informações explicitadas e não explicitadas doconto, apoiando-se nas deduções. Quanto à proposta do texto escrito, os alunos deverãoelaborar uma continuação para o conto A Queda da casa de Usher, também do escritor EdgarAllan Poe, e, portanto devem apresentar uma continuidade temática levando em consideraçãotudo o que foi construído ao longo do fascículo. Quando escolhemos as interjeições como umtópico de análise l inguística, levamos em consideração que o aluno, ao analisar o aparecimentodas interjeições em seu cotidiano, tiras e no conto, entenda e refl ita sobre a relação dasinterjeições com os sentimentos.

Notamos que existem poucos livros didáticos que apresentem uma proposta de produçãooral para os alunos e, por esse motivo, escolhemos a produção da radionovela, de acordo como que está previsto no PCN, a fim de que o aluno refl ita sobre o uso da linguagem oral,considerando a variedade linguística adequada e os efeitos de sentido produzidos pelauti l ização de elementos sonoros.

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CAROS ALUNOS E ALUNAS,

Vocês gostam de assistir a fi lmes? Como vocês sabem, existemdiversos tipos de fi lmes, como romance, drama, aventura, comédia e,dentre eles, o suspense, que abordaremos nesta unidade. No entanto, osuspense não se apresenta apenas no cinema. Ele está presente emdiversas formas do cotidiano, por exemplo, nas novelas, que prendem aatenção dos expectadores durante meses com a sequência dosacontecimentos e as possíveis revelações durante a história. Na escola,vocês também passam por situações marcadas pelo cl ima de suspense,como na expectativa da revelação das notas de uma prova, nas gincanasem que vocês esperam o resultado que revelará o time vencedor, e mesmoquando um amigo diz que precisa conversar mais tarde para contar umsegredo. Ficamos afl itos nessas situações, não é mesmo? Afl ição, tensão eexpectativa são sentimentos provocados pelo suspense e é a maneiracomo esses efeitos são construídos no suspense que iremos estudar nestaunidade.

Primeiramente, vocês analisarão os elementos que ajudam aconstruir o suspense em imagens. Em seguida, vocês devem conversar umpouco sobre cinema e sobre os fi lmes selecionados nesta unidade. Depois,assistirão a trechos de alguns fi lmes para analisar a importância dos efeitossonoros na construção do suspense. Após a observação do suspense emimagens e fi lmes, vocês entrarão em contato com os recursos do suspenseque são uti l izados na literatura, por meio de contos selecionados com osquais vocês poderão notar de que modo ocorre o desenvolvimento datensão e da expectativa. A partir daí, vocês estarão preparados para-pense em outros meios, como em propagandas, tiras e lendas urbanas, em que mais uma vezserão explorados os artifícios uti l izados para a construção dessa atmosfera.

Mas não podemos esquecer de estudar também a língua. Por isso, nesta unidade, vocêsestudarão a categoria da língua conhecida como interjeição, que exprime diversos sentimentose sensações e, por essa razão, ela pode ser usada tanto na construção do suspense como narepresentação das reações advindas dessa atmosfera, como a tensão, a expectativa e o medo.

Com esses conhecimentos, será a sua vez de escrever. Vocês poderão criar sua própriacena de suspense. A partir da produção escrita e do que vocês aprenderam durante a unidade,vocês uti l izarão a cena construída como base para a elaboração de uma história contadaoralmente em que vocês aplicarão efeitos sonoros a fim de auxil iar na construção do suspense,como vocês verão nesta unidade.

A partir de agora, vocês estão convidados a refletir sobre o suspense em suas diversasformas do cotidiano. O objetivo é que vocês aprendam como se dá a construção do suspense,seja em imagens, fi lmes, contos, propagandas, tiras, lendas urbanas. A cada exercício, vocêsperceberão os elementos necessários e imprescindíveis para criar o cl ima de tensão eexpectativa, típico do suspense.

Vamos lá! Vocês estão preparados?

perceber o sus-

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Nesta seção, vamos analisar os elementos do suspense que podem se destacar emimagens. Para isso, observe atentamente a imagem abaixo e discuta com seus colegas asseguintes perguntas:

Fonte: <http: //osnovemesesdaliteratura.blogspot.com.br/201 0/1 0/os-contos-de-terror.html> Acessoem 1 7 de abri l de 201 2.

1 ) Esta casa apresenta características diferentes das casas que encontramos normalmente emnossos bairros. Por quê? Quais elementos a tornam diferente das demais?A casa está localizada, aparentemente, isolada da cidade, sem vizinhos e com um bosque em volta. A casa estámuito descuidada, tem uma aparência antiga (com escadarias e decorações pouco uti l izadas atualmente), foipintada de uma cor escura e sua arquitetura é semelhante à das igrejas góticas.

2) Além da casa, quais outros elementos da foto causam estranhamento?As árvores do bosque estão secas e sem folhas; há também cruzes e lápides no jardim, como se fosse umcemitério; o céu está nublado e escuro; há apenas um ponto iluminado na foto, que é uma luz acesa no cômodosuperior.

3) Você acha que essa imagem é misteriosa? Por quê?Sim. Todos os elementos que constroem os aspectos estranhos da imagem contribuem para o mistério, levando aperguntas do tipo: “O que há nessa casa?”; “O que aconteceu nesse quintal?”; “Quem está enterrado nocemitério?”; “Quem está no cômodo com a luz acessa?”.

4) Que tipo de atmosfera essa imagem constrói?Uma atmosfera típica de histórias de terror e de suspense.

5) Quais sensações essa imagem evoca?Resposta pessoal. Espera-se que os alunos digam que a imagem evoca sensações relacionadas a medo, afl ição,angústia, curiosidade, incerteza. .

6) Você consegue associar essa imagem a algum filme, peça de teatro ou história? Osentimento ao assistir a eles ou lê-los foi o mesmo que esta imagem provocou em você?Resposta pessoal.

ANALISANDO A IMAGEM...

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A Mulher de Preto (2011 ), de James McTeigue.

Fonte:<http: //www.fi lmes-de-terror.com/wp-content/uploads/201 2/02/A-Mulher-de-Negro-The-Woman-in-Black-8. jpg> Acesso em 24 de abri l de 201 2.

A I lha do Medo (2009), de Martin Scorsese.

Fonte: <http: //www.fi lmes-de-terror.com/wp-content/uploads/2011 /09/Shutter-Island-1 7. jpg> Acesso em 24 de abri l de 201 2.

As imagens abaixo se referem a alguns fi lmes de suspensecom que vamos trabalhar nesta seção. Observe-as atentamente,troque ideias com seus colegas e responda as questões.

7) Se você tivesse que contar uma história baseada nesta imagem, quais seriam seuspersonagens?Resposta pessoal. Espera-se que o aluno use personagens assustadores, macabros e sombrios.

UM POUCO DE CINEMA...

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O Sexto Sentido (1 999), de M. Night Shyamalan.

O I luminado (1 980), de Stanley Kubrick.

Fonte: <http: //www.imdb.com/media/rm36755891 2/tt01 67404> Acesso em 24 de abri l de 201 2.

Fonte:<http: //rascunhosditala.blogspot.com/2011 /05/o-i luminado-dvd.html> Acesso em 24 de abri l de201 2.

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1 ) A qual desses fi lmes você já assistiu?Resposta pessoal.

2) Daqueles a que você não assistiu, qual história você imagina para esses fi lmes? Por quê?Resposta pessoal.

Agora, vamos assistir a algumas cenas de fi lmes. Primeiro, sem som.Depois, com som. Compare e refl ita. Observe a importância dos efeitossonoros na construção do suspense. O que você sentiu ao assistir essascenas? O som contribui para o suspense e para as sensações de medo ede tensão?

A Mulher de Preto:http: //www.youtube.com/watch?v=4l3cfZ5Hpp0&feature=related

O I luminado:http: //www.youtube.com/watch?v=bubwylnL76I

Fonte:<http: //www.freewords.com.br/desenhos/personagens-de-toy-story>Acesso em 06 de junho de 201 2

Faixa 1

Faixa 2

Faixa 3

Provavelmente, você conhece a animação Toy Story de 1 995 da Disney-Pixar. Pelo fatode seu público-alvo serem crianças, trata-se de uma história leve e engraçada, na qual ospersonagens principais são brinquedos. Assista ao seguinte re-cut trai ler dessa animação eveja como, apenas com a sonoplastia, é possível de modificar a atmosfera de um filme.

http: //www.youtube.com/watch?v=BuNF7Z7sAt8

Professor, discuta com os alunos sobre a importância da sonoplastia para a construção do suspense: ao mesmotempo em que ela é uti l izada para causar medo, também auxil ia na criação de expectativa. Da mesma forma, nasimagens acima, o cenário (casa antiga, escura e afastada da cidade) e as expressões faciais das personagenstambém são fundamentais para essa construção.No trai ler do fi lme “A Mulher de Preto”, o suspense é, principalmente, estabelecido com o poema declamado eminglês por uma voz infanti l assustadora e as cenas desenrolando-se lentamente.Já na cena do fi lme “O I luminado”,o suspense é auxil iado pela expectativa de a mulher vir a ser morta por Jack e pela sequência eletrizante dascenas.

APROFUNDANDO O TEMA...

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A partir das atividades anteriores, você pôde perceber a importância do som para aconstrução do suspense. Assim, a sonoplastia é uma estratégia essencial para criar o cl ima detensão, terror e expectativa na cena. Além disso, como você observou no re-cut trai ler real izadoa partir da animação da Disney-Pixar de 1 995, Toy Story, a sonoplastia é, inclusive, capaz dealterar a atmosfera de um filme.

A sonoplastia, uti l izada como recurso sonoro em diversos tipos de produções, tambémfoi determinante na composição de um gênero chamado radionovela, que fez um enormesucesso no início do século XX. Produzida e divulgada em rádio, a radionovela era umanarrativa folhetinesca sonora, nascida da dramatização do gênero l iterário novela, isto é, aradionovela era como a novela a que assistimos na televisão, só que narrada diariamente nasrádios, uti l izando efeitos sonoros e valorizando a expressão vocal dos atores. A radionovela eraconstituída por boas histórias, bons atores e efeitos sonoros realistas que estimulavam aimaginação das pessoas, e reproduziam todo tipo de sons e ruídos, como o som da chuva, dotelefone, da passagem de tempo, dos passos dos personagens. Assim, a sonoplastia era osegredo do gênero para captar a atenção dos ouvintes.

Como era ouvir uma radionovela. . .http: //www.youtube.com/watch?v=xUjfFY4BgwY

Os bastidores de uma radionovela. . .http: //www.youtube.com/watch?v=xpAPjdLOT3c

Faixa 5

Faixa 4

OO QQUUEE ÉÉ UUMM RREE--CCUUTT TTRRAAII LLEERR??

O re-cut trai ler se baseia no manuseio de som e imagem de um ou maisfi lmes com o intuito de promover uma inversão na atmosfera do objetooriginal, seja ele um longa-metragem ou mesmo um trailer. Uma vezrecortada, a obra passa a ter o claro objetivo de entreter, através daparodização (sátira) do objeto tomado como referência. A paródia apresenta-se como essencialmente intertextual e polifônica, já que seu texto uti l iza-sede textos anteriores que são por ela relativizados e transformados. É a partirde uma inversão que o re-cut trai ler cumpre seu papel fundamental: criar umanova abordagem, com as imagens que foram apropriadas, para o objetooriginal. Dessa forma, um filme de suspense e terror pode parecer umacomédia ou vice-versa. O re-cut trai ler tornou-se popular na Internet em 2005.

O suspense é usado a fim de manter a atenção dos expectadores, causando diversos sentimentos. Converse comseus alunos sobre quais sensações e impressões eles tiveram ao assistir essas cenas. Que sensações eimpressões eles tiveram? Eles gostam desse gênero? Peça para que eles expliquem.

Professor, o vídeo está em inglês, no entanto, não é necessário ter o domínio dessa língua para entendê-lo.Apenas chame a atenção dos seus alunos para as estratégias que foram uti l izadas nos bastidores, a fim dereproduzir, a partir de objetos, os sons desejados.

PARA SABER MAIS...

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Nesta unidade, estudaremos o gênero suspense e os elementos relacionados a ele: omistério e o fantástico em suas diversas formas no nosso cotidiano. Agora, vamos ler um contode Edgar Allan Poe de 1 843, traduzido por Paulo Schil ler:

O CORAÇÃO DENUNCIADOR

É verdade! – nervoso -, eu estava assustadoramente nervoso e ainda estou; mas, por

que você diria que estou louco? A doença tinha aguçado os meus sentidos – não destruído -,

não amortecido. Acima de tudo, aguçado estava o sentido da audição. Eu escutava todas as

coisas no céu e na terra. Eu escutava muitas coisas do inferno. Como posso estar louco? Ouça

com atenção! E veja com que sanidade, com que calma sou capaz de contar a história inteira.

É impossível dizer como a ideia entrou primeiro no meu cérebro; mas, uma vez

concebida, perseguia-me dia e noite. Objeto, não havia nenhum. Paixão, não havia nenhuma.

Eu amava o velho. Ele nunca me fizera mal. Ele nunca me insultara. Pelo ouro dele eu não

nutria desejo. Penso que foi o olho dele! Sim, foi isso! Tinha o olho de um abutre - um olho

azul-pál ido recoberto por uma película. Sempre que pousava em mim, meu sangue congelava;

e assim, por etapas – muito gradualmente -, decidi tirar a vida do velho e, dessa forma, l ivrar-

me do olho para sempre.

Bem, esse é o ponto. Você me imagina louco. Loucos não sabem de nada. Mas você

devia ter me visto. Você devia ter visto a sabedoria com que agi, com que cautela, com que

antecipação, como me entreguei ao trabalho, dissimulado! Eu nunca fora mais genti l com o

velho do que durante a semana que antecedeu à minha perpetração do assassinato. E toda

noite, por volta da meia-noite, eu girava a fechadura da porta dele e a abria - oh, com tanta

delicadeza! E então, quando havia aberto o suficiente para a passagem da minha cabeça, eu

introduzia uma lanterna escura, coberta, toda coberta para que nenhuma luz passasse, e fazia

entrar a minha cabeça. Oh, você riria de ver a astúcia com que a fazia entrar! Eu a movida

devagar – muito, muito devagar, para não perturbar o sono do velho. Levava uma hora para

passar a cabeça inteira pela abertura até que eu pudesse vê-lo deitado na cama. Ah! – um

doido seria esperto assim? E depois, quando minha cabeça estava bem dentro do quarto, eu

descobria a lanterna cauteloso. - oh, com tanta cautela -, cauteloso (porque as dobradiças

gemiam) -, eu a descobria o suficiente para que um fino raio de luz caísse sobre o olho de

abutre. E isso eu fiz durante sete longas noites – toda noite, exatamente à meia-noite -, mas

encontrava o olho sempre fechado; e, portanto, era impossível executar o trabalho; pois não

era o velho que me atormentava, mas seu olhar. E toda manhã, quando o dia raiava, eu ia

determinado ao quarto e lhe falava com audácia, chamando-o pelo nome num tom caloroso, e

perguntava como havia passado a noite. Veja que ele teria de ser um velho muito astucioso, de

verdade, para suspeitar que toda noite eu o espreitava enquanto dormia.

Na oitava noite fui mais cauteloso do que de hábito para abrir a porta. O meu movimento

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era mais lento que o do ponteiro menor de um relógio. Antes daquela noite eu nunca sentira o

alcance dos meus poderes - da minha sagacidade. Eu mal podia conter meu sentimento de

vitória. Pensar que estava ali , abrindo a porta, um pouco de cada vez, e que ele nem sonhava

as minhas intenções ou pensamentos secretos. Eu cheguei a rir da ideia; e talvez ele tivesse

me ouvido: pois se mexeu na cama de repente como se estivesse assustado. Nisso você

poderia pensar que eu recuaria – mas não. Na escuridão densa, o quarto estava negro como

piche (porque as persianas estavam bem fechadas pelo medo de ladrões), e dessa forma eu

sabia que ele não teria como ver a abertura da porta que eu continuava a empurrar

continuamente, continuamente.

Eu já tinha introduzido a minha cabeça e ia descobrir a lanterna quando meu polegar

escorregou no ferrolho de estanho e o velho pulou da cama gritando: “Quem está aí?”.

Fiquei imóvel e não disse nada. Por uma hora inteira não movi um músculo e, nesse meio-

tempo, não o ouvi se deitar. Continuou sentado na cama, à escuta - como eu fizera, noite após

noite, espreitando os relógios da morte na parede.

Nessa hora, escutei um leve gemido e sabia que era o gemido do terror mortal. Não era

um gemido de dor ou um lamento – oh não! -, era o som baixo, abafado, que emerge do fundo

da alma tomada de espanto. Eu conhecia bem o som. Em muitas noites, exatamente à meia-

noite, quando o mundo inteiro dormia, ele brotava do meu próprio peito, intensificando, com

seu eco aterrorizante, os terrores que me perturbavam. Eu sabia o que o velho sentia e tinha

pena dele, embora no fundo eu risse. Eu sabia que ele permanecia deitado, acordado, desde o

primeiro ruído, quando tinha virado na cama. Desde então, os medos dele vinham crescendo.

Ele tentava imaginá-los sem razão, mas não conseguia. Ele se dizia: “não é nada a não

ser o vento na chaminé”, “apenas um rato cruzando o quarto", ou "é só um grilo que cantou

uma única nota”. Sim, ele procurava se confortar com essas hipóteses: mas achava todas

inúteis. Todas inúteis – porque a Morte, ao se acercar dele, tinha se aproximado com sua

sombra negra e envolvido a vítima. E foi a influência pesarosa da sombra imperceptível que o

fez sentir – embora ele não visse nem ouvisse -, sentir a presença da minha cabeça no quarto.

Quando já havia esperado por um tempo longo, muito paciente, sem ouvi-lo deitar-se,

decidi abrir uma fenda – uma fenda muito, muito pequena – na lanterna. E assim, eu a abri –

você não pode imaginar quão furtivo, furtivo – até que um raio único, sombrio, como o

fi lamento de uma teia de aranha, disparou da fenda e caiu no olho do abutre.

Ele estava aberto – bem, bem aberto -, e fiquei furioso ao fixá-lo. Eu o vi com perfeita

clareza – todo ele um azul-pál ido coberto por um véu horrendo que enregelou a própria medula

em meus ossos; porém eu não via nada mais do rosto ou da pessoa do velho: pois eu tinha

apontado o raio, como que por instinto, precisamente sobre o ponto maldito.

E eu não lhe disse que você confunde a loucura com um simples aguçamento dos

sentidos? Bem, sim, chegou aos meus ouvidos um som baixo, abafado, l igeiro, como o de um

relógio envolvido em algodão. Também aquele som eu conhecia bem. Eram as batidas do

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Page 14: Clima de... Suspense!

coração do velho. Elas aumentaram a minha fúria, como a batida de um tambor que estimula

um soldado a ter coragem.

Mas, ainda assim, me contive e permaneci inerte. Eu mal respirava. Segurei a lanterna

imóvel. Experimentei o quanto era capaz de manter o raio sobre o olho. Enquanto isso, o

tambori lar infernal do coração aumentou. Tornou-se mais e mais rápido, e mais e mais alto a

cada momento. O terror do velho deve ter sido extremo! Tornou-se mais, sim, mais alto a cada

momento! Você está me ouvindo bem? Eu lhe disse que estou nervoso: portanto, estou. E

agora, na hora morta da noite, em meio ao silêncio aterrorizante daquela casa velha, esse som

estranho me levou a um terror incontrolável. Porém, por mais alguns minutos eu me contive e

fiquei imóvel. Mas as batidas se tornaram mais altas, mais altas! Pensei que o coração fosse

explodir. E nessa hora fui tomado de angústia – o som seria ouvido por um vizinho! A hora do

velho tinha chegado! Com um grito estridente escancarei a lanterna e entrei no quarto. Ele

guinchou uma vez – uma só vez. Num instante eu o arrastei para o chão e puxei a cama

pesada sobre ele. Depois sorri fel iz de ver o ato realizado. Mas por muitos minutos o coração

continuou batendo com um som abafado. Isso, entretanto, não me incomodou; não seria

ouvido através da parede. Aos poucos, parou. O velho estava morto. Retirei a cama e examinei

o cadáver. Sim, ele estava como pedra, morto como pedra. Pus a mão sobre o coração e a

deixei al i por alguns minutos. Não havia pulsação. Ele estava morto como pedra. O olho dele

não ia me perturbar mais.

Se você ainda pensa que sou louco, vai mudar de ideia depois de eu descrever as

sábias precauções que tomei para ocultar o corpo. A noite definhava e trabalhei apressado,

mas em silêncio. Primeiro, desmembrei o cadáver. Cortei a cabeça e os braços e as pernas.

A seguir, levantei três tábuas do piso do quarto e escondi tudo entre os caibros. Depois

recoloquei as tábuas com tanta engenhosidade, com tal destreza, que nenhum olho humano -

nem mesmo o dele – notaria alguma coisa errada. Nada havia para lavar – nenhum tipo de

mancha – nenhuma mancha de sangue. Eu tinha sido por demais cuidadoso. Um ralo havia

sorvido tudo – ah! ah!

Quando terminei todo o trabalho eram quatro horas - ainda estava escuro como à meia-

noite. Quando o sino deu as horas, houve uma batida na porta da rua. Desci para abri-la com o

coração leve - pois o que eu tinha a temer agora? Entraram três homens que se apresentaram

com delicadeza irrepreensível como agentes da polícia. Um vizinho tinha ouvido um grito

agudo durante a noite; levantou-se a suspeita de um crime; registrara-se uma queixa na polícia

e eles (os agentes) foram designados para dar busca no local.

Sorri - pois o que tinha a temer? Dei boas-vindas aos cavalheiros. O grito, eu disse,

tinha sido meu num sonho. O velho, mencionei, estava fora, no campo. Conduzi os visitantes

por toda a casa. Convidei-os a explorar – explorar bem. Levei-os, sem pressa, ao quarto dele.

Mostrei-lhes os tesouros do velho, seguro, imperturbável. No entusiasmo da minha confiança,

trouxe cadeiras ao quarto e expressei o desejo de que descansassem do trabalho ali , ao

1 3

Page 15: Clima de... Suspense!

passou que eu, na audácia selvagem da minha completa vitória, acomodei-me no ponto exato

sob o qual jazia o cadáver da vítima.

Os agentes se mostraram satisfeitos. Meus modos os haviam convencido. Eu estava

particularmente à vontade. Eles continuaram sentados e, enquanto eu dava respostas,

animado, tagarelaram sobre coisas íntimas. Mas, pouco tempo depois, me senti empalidecendo

e desejando que fossem embora. Minha cabeça doía, e imaginei ouvir um tinido nos ouvidos:

mas eles seguiam sentados, tagarelando. O tinido tornou-se mais claro: passei a falar mais

exaltado, para me livrar da sensação: mas ele insistiu e ganhou definição – até que, aos

poucos, descobri que o som não estava em meus ouvidos.

Nessa hora, eu sem dúvida fiquei muito pálido – mas falava com mais fluência e em voz

mais alta. Entretanto, o som se intensificou - e o que eu podia fazer? Era um som baixo,

abafado, l igeiro – muito parecido com o som de um relógio envolvido em algodão. Fiquei quase

sem fôlego – mas os agentes não o ouviram. Falei mais depressa - com mais veemência; mas

o ruído aumentava continuamente. Levantei e discuti banalidades, num tom agudo e com

gestos exagerados; mas o ruído aumentava continuamente. Por que eles não iam embora?

Andei pelo piso para cima e para baixo com passadas pesadas, como se estivesse enfurecido

com as falas deles – mas o ruído aumentava continuamente. Oh, Deus! O que eu podia fazer?

Espumejei – fiquei furioso -, praguejei! Girei a cadeira em que estivera sentado e arrastei-a

sobre as tábuas, mas o ruído se sobrepôs a tudo e aumentava sem parar. Tornou-se mais alto -

mais alto -, mais alto! E os homens seguiam tagarelando com prazer, e sorriam. Seria possível

que eles não estivessem ouvindo? Deus Todo-Poderoso! - não, não! Eles ouviram! – eles

suspeitaram! - eles sabiam! – eles zombavam do meu terror! - isso eu pensei, e ainda penso.

Mas qualquer coisa era melhor que aquela agonia! Qualquer coisa era mais tolerável que esse

escárnio! Eu não podia mais suportar aqueles sorrisos hipócritas! Sentia que tinha de gritar ou

morrer! – e então – de novo! – Ouça! Mais alto! Mais alto! Mais alto! Mais alto!

“Miseráveis”, guinchei, “parem de disfarçar! Eu confesso o crime! Arranquem as tábuas!

Aqui, aqui! – são as batidas do seu coração horrendo!”

Fonte: POE, Edgar Allan. O coração denunciador. In: Calvino, I talo. (org.). Contos fantásticos do século XIX: o fantástico

visionário e o fantástico cotidiano. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

1 4

Page 16: Clima de... Suspense!

EEDDGGAARR AALLLLAANN PPOOEE (1 9/01 /1 809-07/1 0/1 849) nasceu nos Estados Unidos. Elefoi escritor, poeta, romancista e críticol iterário. É considerado o percursor daliteratura moderna de mistério, terror efantasia. Em outubro de 1 849, numa taberna,foi encontrado em profundo estado deembriaguez e morreu três dias depois. Suavasta obra e a sua figura dramática deramorigem a inúmeros estudos na área daPsicanálise. Os seus contos têm sidolargamente uti l izados pelo cinema. Entre suasobras que o tornaram uma figura conhecida,destacam-se: O Corvo (poesia, 1 845) e ovolume Histórias Extraordinárias (1 837), emque aparecem seus contos mais conhecidos,como “A Queda da Casa de Usher”, “O GatoPreto”, “O Barri l de Amonti lhado”, “Manuscritoencontrado numa Garrafa”, consideradosobras-primas do terror.

Fonte:<http://cla

ssiccamerasphotography.b

logspot.co

m/2010/04/daguerr

eotyp

e.html>Acesso

em23deabrild

e2012

PPUULLSSÃÃOO DDEE MMOORRTTEE

Sigmund Freud, fundador da Psicanálise e dos estudos sobre o inconsciente,real izou muitas descobertas a respeito da psique humana. Dentre elas, eledesenvolveu o conceito de Pulsão de Morte, que consiste na manifestação daagressividade voltada para si mesmo e para os outros. A Pulsão de Morte nossujeitos é responsável pela elevação da tensão e leva à segregação e à destruiçãode tudo o que é vivo.

Professor, antes de passar para as questões sobre o conto l ido com seus alunos de Edgar Allan Poe, conversecom eles sobre o box a respeito do conceito de Pulsão de Morte de Freud. Peça para que eles relatem e discutamoutros crimes dos quais tiveram conhecimento, seja pelas histórias contadas pela própria famíl ia, seja através damídia. Procure fazê-los perceber a relação entre o conceito de Freud exposto acima e a conduta do protagonistado conto e dos criminosos de modo geral, isto é, ambos apresentam comportamento agressivo voltado para si epara os outros com o intuito de destruir o que é vivo. Ao mesmo tempo, a pulsão relaciona-se com a elevação datensão do protagonista observada ao longo do conto.

PARA SABER MAIS...

O que você acabou de ler é um conto. Como você pode perceber,o conto é uma narrativa curta, em que o desenvolvimento da história émais rápido, por isso a apresentação do confl ito e o desfecho se dão empoucas páginas.

COMPREENSÃO EINTERPRETAÇÃO DO TEXTO...1 5

Page 17: Clima de... Suspense!

1 ) Quais foram as sensações que você sentiu ao ler esse conto? Comparti lhe-as com os seuscolegas.

2) Os contos apresentam uma ambientação do cenário e das personagens. Qual aambientação deste conto?

4) Nos contos, existe um determinado momento ou situação que desencadeia a ação principalda narrativa, criando uma reação no personagem e/ou um clima instável, o que torna necessáriauma solução. Por conta disso, há uma modificação no rumo da história. Esse momento éconhecido como complicação. Neste conto, qual é a complicação?

5) A apresentação do confl ito e o desfecho se dão em poucas páginas. Neste conto, como emmuitos outros, há um pico de acontecimento, um momento de maior tensão e intensidade e todaa história do conto se direciona a esse momento. Trata-se do clímax da narração. Como ele seapresenta no conto?

6) Nas narrativas, há determinados tipos de desfecho: fel iz, triste, trágico, engraçado,surpreendente, etc. O desfecho traz a solução para a complicação. Qual o desfecho desteconto e como você o classificaria? Você imaginava um desfecho diferente? Se sim, qual?

7) Como você deve ter percebido, o conto de Edgar Allan Poe apresenta como recursoprincipal o suspense, que está presente em nosso cotidiano nas telenovelas, nos programas deauditório, nos fi lmes e nos seriados, por exemplo.

Resposta pessoal. Espera-se que o aluno mencione sentimentos como medo, expectativa, angústia, tensão,afl ição, incerteza.

O conto se passa em uma casa, e os acontecimentos ocorrem especificamente no quarto do velho. Em quase todoo conto, o quarto do velho está escuro, i luminado apenas por um feixe de luz de uma lanterna, usada pelo narradorpara espiar o velho, a fim de encontrar o melhor momento para matá-lo. As principais personagens desse conto

3) O enredo também é um elemento que constitui o conto, configurando-se a partir doencadeamento de episódios que compõem uma história. Qual é o enredo desse conto?O enredo é o planejamento do assassinato de um velho, cujo olho incomodava o narrador. Por conta disso, onarrador resolve entrar no quarto da vítima todas as noites, para se preparar, antes de executar o assassinato.Quando finalmente o narrador mata o velho e esconde o corpo no próprio quarto em que ocorre o crime, a políciachega e, depois de convencer os agentes que não havia nada errado, o narrador ouve um barulho enlouquecedor,que acredita ser a batida do coração do velho, que soa cada vez mais forte. O narrador não suporta mais o somdas batidas do coração atormentando-o e acaba se entregando aos policiais.

A complicação neste conto aparece no momento em que o narrador decide finalmente assassinar o velho, depoisde observá-lo durante dias.

O desfecho é surpreendente, pois o narrador se entrega aos policiais, acreditando que as batidas do coração dovelho o denunciavam. Este acontecimento é também surpreendente pelo fato de que o leitor não esperava que eleconfessasse o crime por conta de seus delírios.Resposta pessoal.

a. A sequência dos fatos nessa história colabora para criar o cl ima de suspense. Qual éa sequência contada pelo narrador?O narrador inicia contando sobre o seu horror ao ver os olhos do velho e anuncia ao leitor que irá contar umahistória. Após isso, ele faz uma descrição do velho (contando do carinho que sente, apesar do ódio pelo olho dele –motivo de querer assassiná-lo). Explica o seu plano de assassinato, bem como sua forma de agir na semana docrime – observava o velho todas as noites. Começa a narrar, minuciosamente, a noite do crime, intensificando oclima de suspense. Depois, fala, com orgulho, sobre como escondeu de maneira intel igente o cadáver. Após tercometido o crime, os policias aparecem em sua casa, devido a uma denúncia de um vizinho, preocupado com osbarulhos vindos da casa do velho. O narrador age naturalmente, mas acreditando ouvir as batidas do coração dovelho o denunciando, confessa o crime aos policiais.

b. A partir disso e do que você já respondeu sobre a estruturação do conto, quais são oselementos que provocam as sensações de medo e expectativa?O encadeamento dos fatos narrados, apresentados de maneira a criar um clima de tensão e suspense; adescrição do cenário e das personagens de forma sombria; a velocidade com que os acontecimentos sãoexpostos pelo narrador e o seu comportamento alucinado.

O clímax desse conto ocorre quando o narrador acredita escutar as batidas do coração do velho, mesmo depois de

assassiná-lo. É um momento de extrema tensão e expectativa, pois a partir daí o narrador começa a surtar e acaba

por se entregar à polícia.

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Page 18: Clima de... Suspense!

8) No conto l ido, há características do gênero fantástico. Poe constrói o fantástico a partir doperfi l psicológico do personagem principal. Sabendo que o fantástico dura o tempo da hesitação,da suposição e da dúvida e que também se relaciona com incertezas sobre o que é real e o queé alucinação, qual momento do conto você apontaria como um exemplo desse gênero?

Temos um exemplo do gênero fantástico no final do conto, em que a dúvida é predominante. Inicialmente, opersonagem protagonista acredita escutar um ruído, mas não sabe a origem dele. Depois, acredita que esse somvai se modificando e associa-o às batidas do coração do velho. O narrador acredita que o som do coração do velhoestá denunciando-o aos policiais e, a medida que sua tensão aumenta, ele fica confuso e acredita escutar o ruídocada vez mais alto, o que o leva a entregar-se à polícia.

9) Ao longo do conto, o narrador-personagem procura justificar suas ações em uma tentativade aproximar o leitor de seus confl itos. Exemplifique com trechos do conto os momentos emque se dá essa aproximação. Além disso, responda como você descreveria o protagonista dahistória psicologicamente. Justifique sua resposta.

A fim de causar um efeito de aproximação com o leitor, o protagonista fala diretamente com ele, como em um

diálogo. Para isso, ele usa como recurso expressões que chamam a atenção do leitor, ou mesmo o pronome

“você”. Exemplos que comprovam a uti l ização desses recursos: “(. . . ) mas, por que você diria que estou louco?”;

“Você me imagina louco.”; “Mas você devia ter me visto.”; “Nisso você poderia pensar que eu recuaria – mas não.”;

“E assim, eu a abri – você não pode imaginar quão furtivo, furtivo (. . . )”; “Você está me ouvindo bem? Eu lhe disse

que estou nervoso: portanto, estou.”; “Ouça com atenção! E veja com que sanidade, com que calma sou capaz de

contar a história inteira.”; “Veja que ele teria de ser um velho muito astucioso, (. . . )”.

Quanto à caracterização psicológica do personagem, é possível afirmar que ele é desequil ibrado, alucinado,

psicótico, louco. No início da narrativa, ele dá indícios de que tem algum problema, pois diz ter uma doença, que

pode relacionar-se as suas alucinações e ao desfecho da história: “A doença tinha aguçado os meus sentidos –

não destruído -, não amortecido. Acima de tudo, aguçado estava o sentido da audição. Eu escutava todas as

coisas no céu e na terra. Eu escutava muitas coisas do inferno.”. Além disso, ele tenta o tempo todo convencer o

leitor de que não é louco, o que pode parecer que ele está negando isso a si próprio: “(. . . ) por que você diria que

estou louco?”; “Como posso estar louco?”; “Ah! – um doido seria esperto assim?”; “E eu não lhe disse que você

confunde a loucura com um simples aguçamento dos sentidos?”. Além disso, suas atitudes e decisões também são

indícios de que seu estado mental estava alterado: observar o velho, sentir horror ao ver seus olhos, cometer um

assassinato. “E isso eu fiz durante sete longas noites – toda noite, exatamente à meia-noite -, (. . . )”; “Se você ainda

pensa que sou louco, vai mudar de ideia depois de eu descrever as sábias precauções que tomei para ocultar o

corpo. A noite definhava e trabalhei apressado, mas em silêncio. Primeiro, desmembrei o cadáver. Cortei a cabeça

e os braços e as pernas.”

1 0) O conto que você acabou de ler é narrado por um narrador-personagem, cujo papel é atuare contar a história, sempre em primeira pessoa. Você acha que esse tipo de narrador é usadopara causar uma aproximação ou um afastamento do leitor? Por quê? Justifique sua resposta

O narrador-personagem é uti l izado para aproximar o narrador do leitor, pois esse tipo de recurso apresenta asubjetividade e as emoções de quem narra. A subjetividade e as emoções do narrador-personagem aparecem nosseguintes trechos: “eu estava assustadoramente nervoso e ainda estou”, “Eu escutava todas as coisas no céu e naterra. Eu escutava muitas coisas do inferno. Como posso estar louco?”, “Eu mal podia conter meu sentimento devitória”, “e fiquei furioso ao fixá-lo”, “Eram as batidas do coração do velho. Elas aumentaram a minha fúria”, “Eu lhedisse que estou nervoso: portanto, estou”, “Eu estava particularmente à vontade”, “Espumejei – fiquei furioso -,praguejei! ”.

11 ) Após ler o conto, o que você acha que o título revela a respeito da história?

O título revela que o coração do velho assassinado foi o que denunciou o crime cometido pelo narrador, ao menosem sua mente. Por conta desse delírio/dessa alucinação, o narrador acabou por se entregar aos policiais, poisacreditou que eles escutaram que o coração do velho voltara a bater, denunciando-o. O narrador pensou que elesestavam tratando-o com escárnio ao fingir não escutar o som, e assim, não suportando o suposto som do coraçãobatendo e a suposta atitude dos policiais, o narrador optou por se entregar.

1 7

Page 19: Clima de... Suspense!

TTII PPOOSS DDEE NNAARRRRAADDOORR

NNAARRRRAADDOORR--PPEERRSSOONNAAGGEEMM:: a história é contada em primeirapessoa, e o narrador faz parte da história. Há uma visão parcialda narrativa, pois é considerado apenas o ponto de vista donarrador. É forte também a presença de característicassubjetivas e emocionais, devido à interação do narrador com asoutras personagens, prevalecendo suas opiniões e sentimentos.

NNAARRRRAADDOORR--OOBBSSEERRVVAADDOORR:: a história, da qual o narrador nãoparticipa, é contada por ele em terceira pessoa. Por essemotivo, a narração apresenta mais objetividade eimparcial idade. Ele relata os acontecimentos sem terconhecimento dos pensamentos e sentimentos daspersonagens.NNAARRRRAADDOORR--OONN II SSCCII EENNTTEE:: narra a história em terceira pessoae conhece todos os aspectos da história, assim como ascaracterísticas íntimas, sentimentos e pensamentos das

CCOONNTTOO é uma narrativacurta que apresenta osmesmos elementos deum romance: narrador,personagens, enredo,espaço e tempo.Diferencia-se doromance pela suaconcisão, l inearidade eunidade: o conto deveconstruir uma históriafocada em um confl itobásico e apresentar odesenvolvimento eresolução desseconfl ito.

FFAANNTTÁÁSSTTIICCOO

É um gênero l iterário que invadiu ocinema, e que define narrativas ficcionais quepossuem elementos não explicados pelalógica da nossa realidade. Ele agrupa trêssubgêneros: ficção científica, fantasia e horror(ou terror).

Tzvetan Todorov cita, em seu livroIntrodução à Literatura Fantástica (1 968), que,dentro da nossa realidade regida por leis,ocorrências que não podem ser explicadas poressas leis incidem na incerteza de ser real ouimaginário. Para Todorov, um evento fantásticosó ocorre quando há a dúvida se esse eventoé real, explicado pela lógica, ou sobrenatural,ou seja, regido por outras leis quedesconhecemos. “Há um fenômeno estranhoque se pode explicar de duas maneiras, pormeio de causas de tipo natural e sobrenatural.A possibi l idade de se hesitar entre os doiscriou o efeito fantástico.” (TODOROV, 1 968, p.31 ).

SSUUSSPPEENNSSEE

É um sentimento de incerteza ouansiedade mediante as consequências dedeterminado fato, mais frequentementereferente à perceptividade da audiênciaem um trabalho dramático. Não é, porém,uma exclusividade da ficção, pode ocorrerem qualquer situação onde há apossibi l idade de um grande evento ou ummomento dramático, com a tensão comoemoção primária mediante a situação,como a espera de um resultado de umexame de gravidez, a revelação de umassassino em novelas e fi lmes, arevelação dos aprovados na lista devestibular, o resultado de um sorteio emprogramas de televisão, entre outros. Emuma definição mais ampla do suspense,tal emoção surge quando alguém estápreocupado com sua falta deconhecimento sobre o desenvolvimentode um evento significativo.

RETOMANDO...

1 8

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SSEE VVOOCCÊÊ GGOOSSTTOOUU DDEESSSSEE GGÊÊNNEERROO,, AAQQUU II VVÃÃOO AALLGGUUMMAASS SSUUGGEESSTTÕÕEESS::

AAUUTTOORREESS:: E.T.A. Hoffmann; Guy de Maupassant, Stephen King, Nikolai S. Leskov, HansChristian Andersen, Gérard de Nerval, Agatha Christie, Arthur Conan Doyle; Lygia FagundesTelles; Álvares de Azevedo; Charles Baudeleire; Júl io Cortázar, Jorge Luis Borges; HorácioQuiroga; Adalbert Von Chamisso; Mary Shelley; Bram Stoker; H.P. Lovecraft.

FFII LLMMEESS:: O Silêncio dos Inocentes (1 991 ), de Jonathan Demme; Poltergeist (1 982), de TobeHooper; Carrie, a Estranha (1 976), de Brian de Palma; Atividade Paranormal (2007), de OrenPeli ; Psicose (1 960) e Os Pássaros (1 963), de Alfred Hitchcock; Tubarão (1 975), de StevenSpielberg; Fome de Viver (1 983), de Tony Scott; A Queda da Casa de Usher (1 928), de JeanEpstein; O Orfanato (2007), de Juan Antonio Bayona; A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça(1 999), de Tim Burton; A Espinha do Diabo (2001 ), de Guil lermo del Toro.

Veja agora alguns trechos de contos que também exploram o suspense em seu enredo.

““OO GGUUAARRDDAA--CCHHUUVVAA”” -- LL.. FF.. RRII SSEEMMBBEERRGG

Era uma noite nublada e nevoenta. Um tanto incomodados, tocamos pouco no assunto. Às vintehoras e trinta minutos, no meio do jantar, a campainha tocou.— Não havia ninguém na porta, senhor — informou o criado. — Devia ser alguma criançabrincando. Ou então, os senhores sabem, o vento. . .

Fonte: RISEMBERG, L.F. O guarda-chuva. In: Grafias noturnas. São Paulo: Luiz Risemberg, 2009. Disponível em:

<http: //riesemberg.blogspot.com.br/201 2/01 /o-guarda-chuva.html> Acesso em 11 de maio de 201 2.

““AASS FFOORRMM II GGAASS”” -- LLYYGGII AA FFAAGGUUNNDDEESS TTEELLLLEESSQuando minha prima e eu descemos do táxi já era quase noite. Ficamos imóveis diante do velhosobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada.Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.— É sinistro.Fonte: TELLES, Lygia Fagundes. As formigas. In: Seminário dos Ratos. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. Disponível em:

<http: //www.companhiadasletras.com.br/trechos/1 2792.pdf> Acesso em 11 de maio de 201 2.

““AA MMÃÃOO DDOO MMAACCAACCOO”” -- WW..WW.. JJAACCOOBBSSNenhum dos dois disse nada, mas permaneceram deitados em silêncio, ouvindo o tique-taquedo relógio. Um degrau rangeu, e um rato correu guinchando através do muro. A escuridão eraopressiva e, depois de ficar deitado por algum tempo, criando coragem, ele pegou a caixa defósforos e, acendendo um, foi até embaixo para pegar uma vela. Nos pés da escada o fósforose apagou, e ele parou para riscar outro; no mesmo momento ouviu-se uma batida na porta dafrente, tão baixa e furtiva que quase não se fazia ouvir. Os fósforos caíram-lhe da mão eespalharam-se no corredor. Ele permaneceu imóvel, com a respiração presa até a batida serepetir. Então virou-se e fugiu rapidamente para o quarto, fechando a porta atrás de si.

Fonte: JACOBS, W.W. A mão do macaco. In: Alberto, Miguel (org.). Contos de horror do século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

Disponível em: <http: //riesemberg.blogspot.com.br/search/label/W.W.%20Jacobs> Acesso em 11 de maio de 201 2.

Professor, após a leitura desses trechos com seus alunos, peça para que eles observem quais os elementosusados para a construção do suspense e procure relacioná-los aos elementos já vistos até agora nessa unidade:mistério, ambientes nublados e escuros, vento, casas assustadoras, a descrição de sons, elementos sinistros(cadáveres, morte), fluxo narrativo (encadeamento/sequência das ações). Atente-os também para o aparecimentode expressões com funções emotivas – as interjeições - nos dois últimos trechos.

VALE A PENA CONFERIR...

1 9

Page 21: Clima de... Suspense!

““OO MMEEDDOO”” -- GGUUYY DDEE MMAAUUPPAASSSSAANNTT

Em algum lugar, perto de nós, numa direção indeterminada, um tambor rufava, o misteriosotambor das dunas; rufava distintamente, ora mais forte, ora mais fraco, parando e depoisrecomeçando seu rufar fantástico.Os árabes olhavam-se apavorados e um deles disse na sua língua: "A morte paira sobre nós".Fonte: MAUPASSANT, Guy de. O medo. In: 1 25 contos. Seleção de Noemi Moritz Kon; Tradução de Amilcar Bettega Barbosa. São Paulo, SP:Companhia das Letras, 2009. Disponível em: <http: //www.ufrs.br/proin/versao_2/maupassant/index02.html#> Acesso em 11 de maio de 201 2.

““JJOOHHAANNNN”” -- ÁÁLLVVAARREESS DDEE AAZZEEVVEEDDOO

O último clarão dela banhou a cabeça do defunto` e apagou-se` Eu não podia crer: era umsonho fantástico toda aquela noite. Arrastei o cadáver pelos ombros, levei-o pela laje dacalçada até ao lampião da rua, levantei-lhe os cabelos ensanguentados do rosto` (umespasmo de medo contraiu horrivelmente a face do narrador — tomou o copo, foi beber: osdentes lhe batiam como de frio: o copo estalou-lhe nos lábios).Fonte: AZEVEDO, Álvares de. Johann. In: Noite na taverna: texto integral; apresentação de Alcides Vil laça. 2. ed. São Paulo, SP: NovaAlexandria, 1 997. Disponível em: < http: //riesemberg.blogspot.com.br/search/label/%C3%81 lvares%20de%20Azevedo> Acesso em 11 de maiode 201 2.

“SSOORRTTII LLÉÉGGIIOO DDEE OOUUTTOONNOO”” –– JJOOSSEEPPHH VVOONN EEII CCHHEENNDDOORRFFFF

Súbito fez-se silêncio nas profundezas e ao redor, só o ribeirão embaixo rugia com mais força,como se toda a minha vida pretérita estivesse sepultada sob essas águas turbulentas e tudofosse para sempre passado. Corri em disparada para longe daquele lugar terrível. Foi entãoque me pareceu ouvir uma risada estrepitosa, perversa, como se viesse da copa das árvores àsminhas costas; ao mesmo tempo, na confusão dos meus sentidos, supus rever o pássaro queperseguira antes, nos galhos acima de mim. Acuado, transido de medo e meio desfalecido, corripelas selvas e transpus o mundo do jardim rumo ao castelo (. . . ).Fonte: EICHENDORFF, Joseph Von. Sorti légio de outono. In: Calvino, I talo. (org.). Contos fantásticos do século XIX: o fantástico visionário e ofantástico cotidiano. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

““OO HHOOMMEEMM DDEE AARREEII AA”” –– EE.. TT..AA HHOOFFFFMMAANNNN

Ah, como escrever no estado de afl ição em que me encontro e que tão confuso me deixa? –Algo terrível ocorreu em minha vida! – Negros presságios de um destino horrendo e ameaçadorpesam sobre mim qual nuvens sombrias, impenetráveis à benevolência de um raio de sol.Fonte: HOFFMANN, E.T.A. O homem de areia. In: Calvino, I talo. (org.). Contos fantásticos do século XIX: o fantástico visionário e o fantásticocotidiano. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

““AA MMOORRTTEE AAMMOORROOSSAA”” –– TTHHÉÉOOPPHH II LLEE GGAAUUTTII EERR

Quando ia transpor a soleira, abruptamente a mão de alguém pegou a minha; a mão de umamulher! Eu nunca tinha tocado numa. Era fria como a pele de uma serpente, e deixou-me amarca escaldante como a de um ferro em brasa. Era ela. “Ai de ti ! Ai de ti ! Que fizeste?”, disse-me em voz baixa; depois de desaparecer na multidão.Fonte: GAUTIER, Théophile. A morte amorosa. In: Calvino, I talo. (org.). Contos fantásticos do século XIX: o fantástico visionário e o fantásticocotidiano. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

Agora vamos analisar outros gêneros, presentes em nosso cotidiano, que se uti l izam dorecurso do suspense, como os anúncios publicitários, com que temos contato diariamente pelatelevisão, pelos jornais e revistas; as tiras, presentes em jornais, revistas e na Internet; asquestões de exames nacionais, como o ENEM, que avalia todos os estudantes do país; e as

O SUSPENSE EM OUTROSMEIOS...

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Page 22: Clima de... Suspense!

lendas urbanas, cujas histórias são sempre assustadoras. Observe atentamente cada figura,vídeo e/ou texto e faça o que se pede.

Fonte:

<http://w

ww.eitapiula.net/vid

eos/p

ropaganda-de-

smartp

hone-ca

usa-te

rror-e

m-cria

ncas-e

-e-

Esse é um anúncio publicitário britânico do smartphone Phones4U de 2011 que foiretirado de circulação, pois ao invés de incentivar a compra do aparelho celular, a propagandacausava medo nas crianças. Você sabe a qual fi lme se relaciona esse anúncio? Se sim, qual éo enredo desse fi lme e como ele se relaciona a essa propaganda? Se não, analise oselementos da própria imagem: cenário, características da personagem, atmosfera. Respondatambém por que você acha que as crianças ficaram assustadas com ele. Para você, quais daimagem do anúncio contribuiram para causar esse efeito?

Confira ao vídeo-propaganda desse anúncio e veja se você também ficariacom medo!http: //www.eitapiula.net/videos/propaganda-de-smartphone-causa-terror-em-criancas-e-e-cancelada/ (Primeiro vídeo)

Faixa 6

O anúncio faz referência ao fi lme O Chamado (2002), de Gore Verbinski, em especial à personagem Samara.Nesse fi lme, as pessoas que assistissem a um determinado vídeo recebiam um telefonema da personagemSamara. No telefonema, ela dizia “Sete dias” – que correspondia ao tempo que a pessoa ainda tinha de vida.Passados os sete dias, Samara saía da televisão e matava aqueles que haviam assistido ao vídeo. A relação entreo fi lme e a propaganda é que em ambos há menção ao telefonema/telefone. A propaganda quer vender umaparelho celular e, no fi lme, é por conta do telefonema que as pessoas morrem. As crianças sentiram medo, pois oambiente da foto é sombrio. Os elementos da imagem do anúncio que se destacam são: a imagem de uma meninamolhada, com cabelos desarrumados, olhar fixo e olheiras causa medo. Também contribui para esse efeito aambientação: há apenas a menina em um estacionamento vazio, a meia luz.

Professor, esse vídeo é opcional, os alunos podem assisti-lo em casa.

EM PROPAGANDAS...

VALE A PENA CONFERIR...

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Page 23: Clima de... Suspense!

http: //www.eitapiula.net/videos/propaganda-de-smartphone-causa-terror-em-criancas-e-e-cancelada/ (Segundo vídeo)

Faixa 7

Assista à vídeo-propaganda, com seu professor e com seus colegas, e responda aquestão:

A vídeo-propaganda que você acabou de assistir é do celular smartphone, Phones4U, eassim como a propaganda anterior, também foi tirada do ar, pois há nela um clima de suspensee terror, que assustava as crianças. A partir do que você já viu até agora a respeito daconstrução do suspense, responda quais elementos contribuem para criar esse clima na vídeo-propaganda?

(ENEM, 2011 )

Fonte:<http: //download. inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2011 /08_ROSA_GAB.pdf>

Acesso em 23 de maio de 201 2.

Professor, a faixa 8 do CD deve ser assistida em sala de aula para realização do exercício. Na vídeo-propagada, oexpectador fica apreensivo esperando que algo apareça a qualquer momento, pois não se sabe do que,inicialmente, o menino está correndo. Tudo indica que não é algo bom, pois pela expressão do personagem épossível perceber que ele está com muito medo. A ambientação da floresta escura, repleta de neblina, e o garotocorrendo sozinho corroboram para construir esse clima sombrio, característico de fi lmes de suspense e terror. Porfim, aparece um personagem de terror que estava correndo atrás do menino para avisá-lo da promoção do celularsmartphone.

Resposta: D

EM VÍDEO ‐ PROPAGANDAS...

NOS EXAMES NACIONAIS...

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Page 24: Clima de... Suspense!

Fonte: <http: //www.rotinatensa.co.cc/201 0/1 0/tirinhas-de-hal loween.html> Acesso em 24 de março de 201 2

1 ) Como você já deve conhecer, o gênero de texto acima é uma tira. As tiras, em geral, sempreexploram a comicidade. No caso dessa tira do Garfield o humor existe, entretanto ele éapresentado por outro viés. Qual é esse viés e quais imagens ajudam a construí-lo? Justifique.

Garfield conta uma história pelo viés do terror respaldada no suspense. Ele usa, em sua história, elementos

associados ao terror, ou que dão medo, como “bruxas”, “gatos amaldiçoados”, “olhos vermelhos de sangue” etc. As

imagens também contribuem para o clima de terror e suspense, como a noite com lua cheia, a árvore seca, e

própria imagem do Garfield que vai se transformando.

2) O Garfield está contando uma história, e nela existe uma progressão, uma sequência defatos narrados. Que efeito isso causa na tira e no personagem Garfield?

A sequência dos fatos narrados, assim como a divisão da tirinha em quadrinhos, causa um efeito de suspense, poiso Garfield vai contando a história gradativamente, e conforme ela vai progredindo, sua aparência também vaificando mais assustadora, assemelhando-se a um gato amaldiçoado.

3) O que causa o humor na tira?

O humor na tirinha ocorre devido ao fato de Garfield contar uma historinha de suspense/terror enquanto vaimudando sua aparência e no final, ao se olhar no espelho, ele acaba se assustando com medo do seu próprioreflexo.

Você conhece alguma lenda urbana? Se sim, comparti lhe-a com seus colegas.

Lendas urbanas são pequenas histórias de caráter fantástico, um tipo de folclore moderno,divulgadas oralmente, o que permite que ocorram versões diferentes para a mesma narrativa.Atualmente, essas lendas também são passadas através da imprensa e internet, por exemplo.

EM TIRAS...

EM LENDAS URBANAS...

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Page 25: Clima de... Suspense!

Ao longo da unidade, você observou certos elementos que são frequentemente usadosna construção do suspense. Na lenda urbana que você acabou de ler não é diferente, háestratégias no texto que causam um efeito de suspense e de mistério. Quais são elas?Explique e exemplifique com trechos da lenda urbana.

Você pode ler a lenda urbana da Loira do banheiro também no gibi da Turma daMônica. Acesse o link abaixo e curta a historinha!http: //www.monica.com.br/comics/banheiro/welcome.htm

Veja também em sua casa um episódio do Bob Esponja, em que o Lula Moluscoinventa uma lenda urbana! Divirta-se!http: //www.videolog.tv/video.php?id=688905

Faixa 8

Os fatos são narrados como sendo de conhecimento público ou como histórias particulares eneles as situações são contadas como algo acontecido a terceiros. Essas narrativas,originalmente, são baseadas em fatos reais, em preocupações legítimas. Assim como oscontos, as lendas urbanas apresentam personagens e cenários que também são caracterizadose desenvolvidos ao longo da história, mas diferentemente dos contos, que apresentam um autordefinido, as lendas urbanas, ao longo do tempo, pela sua ampla divulgação, acabam distorcidase perdem sua suposta veracidade. Várias dessas lendas são antigas e muito conhecidas, comoA loira do banheiro. Eis uma das versões dessa história:

O suspense se dá no modo de contar a história, que não ocorre de maneira imediata, mas sim gradativamente, afim de criar expectativas no leitor. Primeiro, cria-se expectativa ao dizer que é uma lenda famosa entre os alunos darede pública na cidade de São Paulo. Após isso, apresentam-se as características da personagem principal dalenda e, aos poucos, os fatos que culminaram na morte da menina são revelados. Além disso, os adjetivosuti l izados na história e a descrição da menina após sua morte também corroboram para o suspense e para o climasombrio, característicos dessas histórias, por exemplo: “acidente terrível”, “fim trágico e prematuro”, “famosa loirado banheiro, pál ida e com algodão no nariz para evitar que o sangue escorra”.

Esta lenda urbana é muito famosaentre os alunos de escolas da rede públicana cidade de São Paulo. Diz a lenda queuma garota muito bonita de cabelos loiros,com aproximadamente 1 5 anos, sempreplanejava maneiras de matar aula. Umadelas era ficar no banheiro da escolaesperando o tempo passar. No entanto, umdia, um acidente terrível aconteceu. A loiraescorregou no piso molhado do banheiro ebateu sua cabeça no chão. Ficou em coma epouco tempo depois veio a falecer.

No fim de tudo isso, a menina não se conformou com seu fim trágico e prematuro, suaalma não quis descansar em paz e passou a assombrar os banheiros das escolas. Muitosalunos juram ter visto a famosa loira do banheiro, pál ida e com algodão no nariz para evitar queo sangue escorra.

Fonte:<http: //contoselendas.blogspot.com.br/2004/1 2/loira-do-banheiro_1 0.html>Acesso em 22 de abri l de 201 2

VALE A PENA CONFERIR...

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Page 26: Clima de... Suspense!

Em certos textos, a língua, além de comunicar e informar, apresentatambém uma função emotiva ou expressiva para representar sentimentos,sensações e situações de oral idade. Existem certas categorias da língua que

formas expressivas. Exemplos: “Oh!”, “Ah!”, “Ufa!”, “Ai! ”, “Viva!”, “Que horror!”,“Queira Deus!”, “Quem me dera!”. Essas expressões podem exprimir diversossentimentos. Observe:

•“Oh!” pode exprimir tanto desejo como surpresa, dependendo docontexto enunciativo;

•“Eia!” exprime uma imposição de ânimo e encorajamento, do locutoraos ouvintes, é também usada para ordenar animais a alguma atividade;

•“Ai! ” é usada tanto para exprimir dor quanto para exprimir

dor quanto para exprimir desesperança;•“Psiu!” exprime ordem de silêncio, podendo também ser usado para chamar alguém;•“Ui! ” varia de acordo com um contexto, mas pode exprimir tanto uma sensação de dor

como uma sensação agradável.

Fonte:<http: //www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/morfologia/interjeicao.php#ixzz1 vNTmVkmw> Acesso em 24 de Maio de 201 2.

Agora, a partir dessa breve explicação e dos exemplos acima, pesquise na sua casa, emjornais, revistas, l ivros ou na internet, mais exemplos dessas expressões, procurando identificarqual sentido elas apresentam.Resposta pessoal. Professor, procure realizar essa atividade em sala de aula. Peça para seus alunos trazerem omaterial necessário e deixe-os trabalharem em grupos. Acompanhe-os durante a atividade e esclareça possíveisdúvidas que possam aparecer, já que se trata, por enquanto, apenas de uma introdução ao tema das interjeições.

PENSANDO SOBRE A LÍNGUA...

No conto l ido acima, O coração denunciador, de Edgar Allan Poe, na página X, essasexpressões, que você observou nos exemplos acima e no exercício anterior, responsáveis porapresentar funções emotivas e sensoriais, aparecem também como um elemento responsávelpela construção da ambientação típica do suspense, pois contribuem para criar os momentosde tensão, de alucinação, de dor, de nervosismo, bem como para enfatizar sensações, atos epercepções do narrador. Retire do conto trechos em que elas aparecem e identifique qual osentido que elas apresentam nessa história.

• “É verdade!” – concordância• “oh, com tanta delicadeza!” – ênfase• “Oh, você riria de ver a astúcia com que a fazia entrar!” – ênfase• “Ah! – um doido seria esperto assim?” – convencimento do leitor• “Não era um gemido de dor ou um lamento – oh não!” – ênfase• “Um ralo havia sorvido tudo – ah! ah!” – risos• “Oh, Deus! O que eu podia fazer?” – nervosismo/tensão/alucinação• “Deus Todo-Poderoso! - não, não!” – nervosismo/tensão/alucinação• “de novo! – Ouça! Mais alto! Mais alto! Mais alto! Mais alto!” – tensão/alucinação

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Page 27: Clima de... Suspense!

Você viu anteriormente, nos exercícios acima, no conto l ido de Edgar AllanPoe e em alguns trechos de outros contos de suspense, que existem categoriasda língua cuja função é expressar sentimentos, sensações e situações deoral idade. Essas categorias da língua são chamadas de interjeições. Vimosalguns exemplos de interjeições que expressam medo, terror e tensão no contoque lemos. No entanto, segundo sua pesquisa em revistas e jornais, você deveter percebido que as interjeições estão mais presentes em nosso cotidiano doque imaginamos pelo fato de serem capazes de expressar diversas sensações esentimentos. .

Assista ao vídeo a seguir em sala de aula . Trata-se do trai ler do fi lmeAtividade Paranormal (2007) de Oren Peli . Nele, você pode observar a reação daplateia ao assistir às cenas do fi lme. Perceba que as interjeições servem tantopara auxil iar na construção do suspense como também para demonstrar asreações advindas de um momento de tensão, medo ou expectativa. Além deaparecerem graficamente, nos textos e em quadrinhos, as interjeições podem seridentificadas pelas expressões faciais, seja em filmes, desenhos ou no cotidiano.

Quais são as principais interjeições que aparecem no vídeo para expressar omedo, a tensão e outros sentimentos na plateia?

1 ) Observe as tirinhas abaixo e responda as questões.

Fonte:<http://e

xtravirg

em.file

s.wordpress.co

m/2010/07/ca

lvinharodotir

a230.gif>

Acesso

em14deMaiode2012.

http: //www.youtube.com/watch?v=Gkd7ei0KxdwFaixa 9

Professor, o trai ler do fi lme Atividade Paranormal encontra-se na faixa 1 0 do CD. As interjeições que aparecemnele são: “AHHH!”, “OHH!”, “UOOOU!”. Professor, discuta com seus alunos sobre as interjeições que apareceramno vídeo e o que elas exprimem, isto é, sensações de medo, de pavor, de expectativa e de ansiedade. Dê atençãopara o fato de as interjeições serem também expressas facialmente, e como isso é comum em nosso dia a dia.

APROFUNDANDO O TEMA...

MAIS ALGUNS EXERCÍCIOS...

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Page 28: Clima de... Suspense!

Fonte:Depósito

deTirin

has:A

cesso

em23deMaiode2012:

<http://w

ww.facebook.co

m/photo.php?fbid=370982286283148&set=a.261714877209890.61540.26170

5443877500&typ

e=1&theater>

a) Quais são os sentimentos e as sensações físicas expressas nessas duas tiras?

b) Nas tiras quais são as interjeições? E a qual sentimento ou sensação física elas estãorelacionadas?

AATTEENNÇÇÃÃOO!!

Não confunda interjeição com onomatopeia!

Onomatopeias imitam um som com um fonema ou palavra, como ruídos, gritos, cantode animais, sons da natureza, barulho de máquinas, o timbre da voz humana. Ao dizermosque um grilo faz "cri cri" ou que batemos à porta e fazemos "toc toc", estamos uti l izandoonomatopeias.

Fonte:<http: //www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/7626/o-que-e-onomatopeia> Acesso em 06 de Junho de

201 2

Na primeira tira, temos as sensações físicas de frio e calor e a expressão do sentimento de alegria. Nasegunda, são expressos os sentimentos de raiva, susto e fel icidade.

Tirinha 1 : Yahhhh/ Ahhhhh: fel icidadeOw ow quente quente/ Brrrrrrrrrr frio frio:

Tirinha 2: Ah não: decepçãoAh carro idiota/ Calvin, fica quieto: raivaAii i i i i i i i i i i i : susto

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Page 29: Clima de... Suspense!

2) Classifique as interjeições de acordo com o valor semântico que elas têm nas frasesabaixo:( A ) Admiração ( B ) Desapontamento ( C ) Alívio ( D ) Dor ( E ) Advertência

( B ) - Ah! Não acredito que você quebrou o meu vaso de flores preferido, fi lho!( D ) - Ai! Queimei meu dedo!( A ) - Uau! Que presente mais l indo! Obrigada, Carol!( C ) - Ufa! Passei na prova de química!( E ) - Cuidado! Pista sinuosa!

3) Leia as frases a seguir em voz alta e, a partir da sua entonação, identifique o sentimentoque as interjeições exprimem.

a) - Ah! Nem ligo para aquele menino chato mesmo!Desprezo

b) - Ah! Adorei a surpresa, mamãe!Admiração/Surpresa

c) - Ah! Meu pai quer que eu vá embora, justo agora que eu estava me divertindo tanto!Desapontamento

d) - Ah! Ainda bem que a prova de matemática já passou!Alívio

4) Escolha uma interjeição dentre as que você viu até agora e uti l ize-a para escrever cincofrases diferentes a fim de produzir, em cada uma delas, diferentes efeitos, como desprezo,alegria, tristeza, dor, etc.

Resposta Pessoal.

5) Observe a tira. Identifique as interjeições e as expressões faciais das crianças e dos peruse analise de que modo elas significam e contribuem para o seu efeito de humor.

Fonte: <http: //arteemanhasdalingua.blogspot.com.br/2011 /1 2/charge-natal ina-1 5.html> Acesso em 1 4 de Maio de 201 2

As interjeições presentes na tira são “Ebaaa!” e “Oh meu Deus! ! ! ”. A primeira expressa sentimento de alegria e asegunda, de desespero, o que também se revela nas expressões faciais das figuras, respectivamente, das criançase dos perus. A partir disso, o efeito de humor é criado, pois, para as crianças, o Natal representa uma datacomemorativa, em que ganham presentes e reúnem-se com a famíl ia. Já para os perus, seria uma data triste, poiseles serão mortos e assados na ceia.

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Page 30: Clima de... Suspense!

II NNTTEERRJJEEIIÇÇÃÃOO

As interjeições são os vocábulos de representação das emoções ousensações dos falantes. As interjeições podem exprimir satisfação, espanto,dor, surpresa, desejo, terror etc. O sentido deste tipo de vocábulo dependemuito do contexto enunciativo em que se encontram e da forma como sãopronunciados.

A interjeição é quase sempre seguida por um ponto de exclamação,embora às vezes a entonação de voz exija outra pontuação:

“Ah menino, não deixe a alegria morrer. . . ”.A mesma interjeição pode ter mais de um significado, até mesmo

oposto, dependendo do contexto. Exemplos:Ah! Que bom que eu te encontrei! (Alegria)Ah! Que raiva eu tive! (Contrariedade)Ah! Minha fi lha não pode viver de lembranças. . . (Desapontamento)

LLOOCCUUÇÇÃÃOO IINNTTEERRJJEEII TTII VVAA

São grupos de palavras com o mesmo valor da interjeição, como porexemplo:

“Puxa Vida!”, “Não diga!”, “Que Horror!”, “Graças à Deus!”, “Ora Bolas!”,“Cruz Credo!” etc.

Mais exemplos:Alegria: Ah! Oh!Animação, encorajamento: Coragem! Força! Vamos!Aplauso: Bravo! Viva!Chamamento (invocação): Alô! Olá! Psiu!Dor: Ai! Ui!Espanto/Surpresa: Oh! Ah!Alívio: Ufa!

RETOMANDO...

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6) Observe a propaganda abaixo e responda a questão:

http: //www.youtube.com/user/RenaultBrasil?v=yrIPGF1 R-Lw Faixa 1 0

A propaganda da Renault Brasil mostra que há duas alternativas a serem escolhidas, adepender se o carro tem ou não GPS integrado. Uma é “Sim”, a outra é “Ah, não!”. Nesse caso,o que exprime a interjeição “Ah, não!”? Qual opção você acha que a moça da propaganda vaiescolher? Qual a função da interjeição na propaganda? Justifique suas respostas apontandocomo o contexto contribuiu para a sua interpretação.A propaganda começa com uma afirmação de que nem sempre se sabe o caminho até o destino desejado. A partir

disso, faz-se uma pergunta: “seu carro possui GPS integrado?” E tem-se duas alternativas: “Sim” e “Ah, não!”. Pelo

contexto da propaganda, a interjeição “Ah, não!” significa que a pessoa está perdida e que não encontrará

facilmente seu destino, já que não tem GPS integrado no seu carro. A moça da propaganda escolheria a opção

“Ah, não!”, pois a sua expressão facial demonstra que ela não sabe chegar ao seu destino, bem como não tem

GPS integrado em seu carro. Assim, a interjeição, associada à expressão da moça, é essencial na propaganda

para causar o efeito de humor, pois o espectador percebe que ela está em uma má situação, e para incentivar a

compra de um carro com GPS integrado, por ser o único capaz de guiar as pessoas a seus destinos desejados.

Page 31: Clima de... Suspense!

Durante toda a unidade, você estudou como se dá a construção dosuspense por meio de diversas estratégias, fundamentais para queelementos como a tensão, a expectativa e o terror estejam presentes demaneira recorrente em contos, fi lmes, propagandas, tiras e imagens donosso cotidiano. Agora, o que você acha de escrever a sua própria cena desuspense e, depois, transformá-la em uma radionovela? A ideia é que você continueescrevendo a partir de um trecho retirado de um conto de Edgar Allan Poe.

Você deve se inspirar em tudo o que aprendeu a respeito da construção do suspensenessa unidade para produzir seu texto. Para isso, faça a listagem inicial dos personagens,caracterize-os quanto a aparência, a personalidade, ao timbre de voz, as vestimentas. Dica: sevocê for criar diversos personagens, indique o nome de cada personagem antes de sua falaquando estiver escrevendo seu texto. Além disso, indique também qual será ambientação dasua cena: descreva o cenário e as localidades em que se darão os acontecimentos. Como vocêviu anteriormente, lembre-se que também pode usar o recurso esti lístico da interjeição paraajudar na expressão dos sentimentos e das sensações das personagens.

Atenção! Nós vimos anteriormente que existem três tipos de narrador: narrador-personagem, narrador-observador e narrador-onisciente. Se você não se lembra, volte à página1 8 e consulte o box sobre Tipos de Narrador. Preste atenção ao tipo de narrador uti l izado notrecho com o qual você irá trabalhar, pois é a partir dele que você escreverá a próxima cena.Por isso, você deve manter o mesmo tipo de narrador uti l izado, já que um conto deveapresentar o mesmo tipo de narrador do começo ao fim.A partir das orientações dadas acima, leia o trecho abaixo, retirado de um conto de Edgar AllanPoe, e escreva uma cena de continuação:

“A peça em que me encontrava era muito espaçosa e alta. As janelas eram compridas,estreitas e pontudas, e colocadas a uma distância tão grande do sombrio soalho de carvalhoque se tornavam inteiramente inacessíveis pela parte de dentro. Débeis raios de luzavermelhada coavam-se através das vidraças e das rótulas, servindo para tornarsuficientemente distintos os objetos mais proeminentes, em torno; a vista, contudo, esforçava-se em vão por alcançar os cantos mais remotos do aposento, ou os recessos do teto,abobadados e cheios de ornatos. Tapeçarias escuras pendiam das paredes. A mobíl ia eraprofusa, sem conforto, antiquada, e encontrava-se em estado precário. Muitos l ivros einstrumentos de música estavam espalhados em torno, mas não conseguiam dar nenhumavital idade ao ambiente. Senti que estava respirando uma atmosfera de angústia. Um sopro deprofunda, penetrante e irremediável tristeza andava no ar e tudo invadia.”

Professor, o trecho acima foi retirado do conto A Queda da Casa de Usher de Edgar Allan Poe. (POE, Edgar Allan.A queda da casa de Usher. In: Contos de terror, de misterio e de morte. 7. ed. São Paulo, SP: Nova Fronteira,1 981 . Disponívelem:<http: //virtualbooks.terra.com.br/freebook/traduzidos/download/A_Queda_da_Casa_de_Usher.pdf> Acesso em31 de Maio de 201 2).No entanto, esta referência foi omitida para que os alunos não se influenciassem pelo título do conto. Após aentrega do exercício, revele o nome do conto e as referências bibl iográficas para que eles possam lê-lo na íntegrae compará-lo com suas próprias produções, se for do interesse deles. Além disso, ajude-os na produção oral,mostrando o vídeo com dicas de sonoplastia no box abaixo.

PRODUÇÃO ESCRITA EORAL...

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Page 32: Clima de... Suspense!

Após produzir sua cena de suspense, é chegada a hora então de transformá-la em umaradionovela. Como você já viu, na página 1 0, a radionovela é uma narrativa folhetinesca sonora,nascida da dramatização do gênero l iterário novela, produzida e divulgada em rádio. Na era deouro do rádio, as radionovelas foram fundamentais para que a história do rádio brasileiro seconfigurasse. Elas estimularam a imaginação dos ouvintes (fundamentalmente mulheres, assenhoras e senhoritas que acompanhavam o enredo) e projetaram uma série de radio-atoresque, posteriormente, migraram para a televisão.Professor, se os alunos não lembrarem sobre o que foi trabalhado a respeito da radionovela, retome com eles oassunto.

A sonoplastia é, como você já sabe, um dos elementos mais importantes para acomposição do suspense, por isso narre a sua história e acrescente elementos sonoros que ointensifiquem. Na cena da radionovela, o som poderá ser produzido a partir de vários objetosque você tem na sua própria casa, por exemplo: use duas metades secas de um coco e bata

A RRAADDIIOONNOOVVEELLAA fez enorme sucesso no início doséculo XX, numa era pré-televisiva. Boas histórias,bons atores e efeitos sonoros realistas eram osegredo do gênero para captar a atenção dosouvintes. Diz-se que os grandes mestres da magiaeram os sonoplastas - considerado mestre dasonoplastia era Urgel de Castro da Rádio NacionalRJ -, que para estimular a imaginação das pessoas,reproduziam todo tipo de sons e ruídos: O som dachuva, do telefone, da passagem de tempo, dospassos dos personagens.

Se quiser, forme um grupo com mais três colegas e escolham entre vocês uma dascenas escritas para ser uti l izada na produção oral. Confira no vídeo a seguir algumas dicas desonoplastia:

http: //www.youtube.com/watch?v=WlbFv0Ljd4o Faixa11

Professor, mostre o vídeo da faixa 11 do CD para seus alunos em sala de aula para que eles vejam quais recursospodem uti l izar na produção dos sons na realização dessa atividade.

uma contra a outra para fazer o som do galope de um cavalo. O som de fogo pode serproduzido por papel celofane, ou “papel de pão”, o barulho de trovão por uma chapa de raio X.

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RETOMANDO...

Page 33: Clima de... Suspense!

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DIVIRTA‐SE!

Fonte: Fi losofia da Depressão: Acesso em 04 de abri l de 201 2:

<http: //www.facebook.com/photo.php?fbid=405434752800627&set=a.330996780244425.891 30.330973473580089&type=1 >

Fonte:josoares:A

cesso

em06deJunhode2012:

http://w

ww.facebook.co

m/photo.php?fbid=391428687574374&set=a.322545541129356.90086.18506510821

0734&typ

e=1&theater

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Page 34: Clima de... Suspense!

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Page 36: Clima de... Suspense!

RUBENS Suspense. Blogspot. Disponível em <http://rubens-suspense.blogspot.com.br/>.Acesso em 1 6 maio 201 2.

SCHNEWWLY, B; DOLZ, J. e colaboradores. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas:Mercado das Letras, 2004.

SOCINE. Site. Disponível em <http://www.socine.org.br/adm/ver_sem2.asp?cod=654>. Acessoem 31 maio 201 2.

SPECTRUM GOTHIC. Site. Disponível em<http://www.spectrumgothic.com.br/l iteratura/autores/al lan.htm>. Acesso em 26 abri l 201 2.

TELLES, Lygia Fagundes. As formigas. In: Seminário dos Ratos. São Paulo: Companhia dasLetras, 2009. Disponível em < http://www.companhiadasletras.com.br/trechos/1 2792.pdf>.Acesso em 11 maio 201 2.

TODOROV, T. A narrativa fantástica. In: As estruturas narrativas. Trad. Leyla Perrone-Moisés.São Paulo: Perspectiva, 1 979.

UOL educação. Site. Disponível em <http://educacao.uol.com.br/biografias/edgar-al lan-poe. jhtm>. Acesso em 26 abri l 201 2.

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WIKIPEDIA, Radionovela. Enciclopédia online. Disponível em<http://pt.wikipedia.org/wiki/Radionovela> Acesso em 1 8 abri l 201 2.

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FILMOGRAFIA

A MULHER de Preto (fi lme). Direção: James Watkins. Produção: Richard Jackson, SimonOakes. Intérpretes: Daniel Radcliffe, Ciarán Hinds, Janet McTeer, Lucy May Barker, EmmaShorey, Molly Harmon, Sophie Stuckey,Misha Handley. Distribuição: Paris Filmes. 2011 . 1 DVD(95 min).

ATIVIDADE Paranormal (fi lme). Direção: Oren Peli . Produção: Jason Blum, Oren Peli .Intérpretes: Katie Featherston, Micah Sloat, Michael Bayouth, Amber Armstrong. Distribuição:PlayArte. 2007. 1 DVD (86 min).

ILHA do Medo (fi lme). Direção: Martin Scorsese. Produção: Brad Fischer, Mike Medavoy, ArnoldMesser, Martin Scorsese. Intérpretes: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, EmilyMortimer, Michelle Wil l iams, Max von Sydow, Jackie Earle Haley, Dennis Lynch. Distribuição:Paramount Pictures. 2009. 1 DVD (1 48 min).

PROPOSTA Curricular do Estado de São Paulo: Língua Portuguesa/Coord. Maria Inês Fini. –São Paulo: SEE, 2008.

RISEMBERG, L.F. O guarda-chuva. In: Grafias noturnas. São Paulo: Luiz Risemberg, 2009.Disponível em <http://riesemberg.blogspot.com.br/201 2/01 /o-guarda-chuva.html>. Acesso em11 maio 201 2.

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TOY Story (animação. Direção: John Lasseter. Produção: Bonnie Arnold, Ralph Guggenheim.Distribuição: Disney-Pixar. 1 995. 1 DVD (77 min).

VVÍÍDDEEOOSS

A MULHER de Preto (trai ler). Disponível em<http://www.youtube.com/watch?v=4l3cfZ5Hpp0&feature=related>. Acesso em 02 maio 201 2.

ATIVIDADE Paranormal – Trailer Oficial (trai ler). Disponível em<http://www.youtube.com/watch?v=Gkd7ei0Kxdw>. Acesso em 25 abri l 201 2.

BOB Esponja – Turno Macabro (cl ip). Episódio de Bob Esponja, 2ª temporada. Disponível em<http://www.videolog.tv/video.php?id=688905>. Acesso em 24 abri l 201 2.

CLÁSSICA cena do fi lme “O I luminado” (1 980) – Legendado (cl ip). Disponível em<http://www.youtube.com/watch?v=bubwylnL76I>. Acesso em 02 maio 201 2.

EFEITOS sonoros radionovelas (cl ip). Cenas sobre a sonografia das radionovelas. Disponívelem <http://www.youtube.com/watch?v=xpAPjdLOT3c>. Acesso em 1 8 abri l 201 2.

ESTRELAS 20-11 -201 2 – Parte 5/5 (cl ip). Processo de criação e gravação de uma música porAlexandre Nero. Apresentação de Angélica. Disponível em<http://www.youtube.com/watch?v=WlbFv0Ljd4o>. Acesso em 1 9 abri l 201 2.

RADIONOVELA (clip). A Volta da Radio Novela, patrocinada pela Bral impia. Disponível em<http://www.youtube.com/watch?v=BMUTvOiznXE&feature=related>. Acesso em 1 8 abri l 201 2.

TOY Story. (re-cut trai ler). Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=BuNF7Z7sAt8>.Acesso em 02 maio 201 2.

TRECHO da radionovela “O Direito de Nascer” (cl ip). Radionovela dos anos 1 950. Disponívelem <http://www.youtube.com/watch?v=xUjfFY4BgwY>. Acesso em 1 8 abri l 201 2.

O ILUMINADO (fi lme). Direção: Stanley Kubrick. Produção: Robert Fryer. Intérpretes: JackNicholson, Shelley Duvall , Danny Lloyd, Scatman Crothers, Barry Nelson, Phil ip Stone. 1 980. 1DVD (1 46 min).

O SEXTO Sentido (fi lme). Direção: M. Night Shyamalan. Produção: Kathleen Kennedy, FrankMarshall , Barry Mendel. Intérpretes: Bruce Wil l is, Haley Joel Osment, Toni Collette, OliviaWil l iams, Donnie Wahlberg, Glenn Fitzgerald, Mischa Barton. 1 999. 1 DVD (1 05 min).

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