doença obstrutiva alta

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Doença Obstrutiva Alta

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  • 54 Revista de Pediatria SOPERJ - v. 13, no 2, p54-60 dez 2012

    Obstruo Respiratria Alta em Pediatria

    Rosanna Vilardo Mannarino Pneumologista e Endoscopista Peditrica do Setor de Pneumologia Peditrica UNIRIO Mdica da UTI neonatal do HUGG/UNIRIO Mestre em pediatria pela UFRJ

    iNtRODUOA obstruo das vias respiratrias um

    dos problemas mais comuns encontra-

    dos em servios de atendimento mdico

    peditrico e resulta em morbidade sig-

    nificativa em todo o mundo. Lactentes

    e crianas maiores so mais suscetveis

    ao comprometimento das vias respira-

    trias por estes motivos: (i) as vias dessa

    populao so mais estreitas e compla-

    centes em relao s do adulto; e (ii)

    a laringe das crianas mais ceflica.

    Alguns pacientes podem evoluir rapida-

    mente para quadros mais graves, com

    obstruo completa das vias respirat-

    rias, caracterizando uma emergncia

    mdica que dever ser prontamente

    identificada e tratada. Caso contrrio,

    poder evoluir para hipoxemia grave,

    com possvel leso neurolgica e des-

    fecho ruim.1-3

    importante ressaltar que a resistn-

    cia das vias respiratrias inversamente

    proporcional a 1/4 da potncia do raio.

    Logo, pequenas redues na rea trans-

    versal, causadas por edema ou outros

    processos inflamatrios, acarretam um

    importante aumento na resistncia ao

    fluxo de ar e no esforo respiratrio.1,3,4

    Clinicamente, a obstruo da via

    respiratria superior inclui sintomas

    gerais, como, por exemplo, o aumen-

    to da frequncia e do trabalho respira-

    trios, ao passo que, ao exame fsico,

    frequentemente se encontram: altera-

    o da voz, do choro e da tosse, estridor

    (estridor inspiratrio, mais comum, ou

    bifsico), e diminuio da expansibili-

    dade pulmonar, com pouca entrada de ar ausculta.

    O estridor um som respiratrio s-

    pero produzido pela passagem de ar

    em uma via respiratria estreitada. De

    acordo com a fase respiratria em que

    o estridor ouvido, localiza-se a obstru-

    o, que pode estar: (i) no nvel supra-

    gltico ou gltico, em caso de estridor

    inspiratrio; ou (ii) abaixo das cordas

    vocais verdadeiras (por exemplo, tra-

    queomalcia), em caso de estridor ex-

    piratrio. Leses fixas produzem estri-

    dor bifsico, ouvido em ambas as fases

    respiratrias.1,2

    Do ponto de vista fisiopatolgico, na

    obstruo da via respiratria superior,

    o paciente apresenta hipoventilao

    devido reduo do volume corrente,

    a qual compensa com o aumento da

    frequncia respiratria. Na gasome-

    tria, encontram-se o aumento do gs

    carbnico e a reduo do oxignio. Ao

    ofertar oxignio, obtm-se a melhora

    da oxigenao; entretanto, em relao

    ao gs carbnico, somente h melhora

    com a ventilao.5

    As principais causas da obstruo da

    via respiratria em crianas so infec-

    ciosas, destacando-se aquelas virais. As

    excees so difteria, traquete bacte-

    riana e epiglotite.

    O termo crupe ou obstruo aguda da laringe refere-se a um grupo he-

    terogneo de processos infecciosos que

    cursam com tosse ladrante ou estriden-

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    te e associam-se rouquido, estridor

    inspiratrio e angstia respiratria.

    Diante de um quadro de obstruo

    respiratria alta, de suma importncia

    uma anamnese detalhada, para verifi-

    car: o incio abrupto ou no, o tempo

    de evoluo, a existncia de sinais de

    infeco viral ou a existncia de histria

    pregressa de alergia. Essas informaes

    so importantssimas e norteiam o diag-

    nstico.

    Aps a introduo da vacinao con-

    tra H. influenzae, a epidemiologia das

    doenas infecciosas das vias respirat-

    rias mudou, haja vista que diminuram

    os casos de epiglotite e reapareceram

    aqueles de traquete bacteriana.6

    As principais patologias em crian-

    as so de causa congnita, infecciosa,

    tumoral, traumtica, alrgica, entre

    outras. As principais doenas de cada

    grupo so estas:1

    (i) Patologias congnitas anoma-lias craniofaciais (micrognatia e

    glossoptose), como, por exemplo,

    Pierre-Robin, Treacher-Collins

    e Mobius; macroglossias (trisso-

    mia 21 e metablicas), como, por

    exemplo, glicogenoses e hipergli-

    cemia; atresia de coanas; cistos

    tireoglossos e glossofarngeos,

    malcias, como, por exemplo, tra-

    queo, laringo e bronquiomalcia.

    (ii) Patalogias infecciosas supra-glotite, laringotraqueobronquite

    (crupe), laringite bacteriana-pseu-

    domembranosa, laringite estridu-

    losa, celulites cervicais, adenites,

    hipertrofia amigdalianas ou ade-

    noidais, abscessos retrofarngeo e

    periamigdaliano.

    (iii) Patologias tumorais, hemato-lgicas e vasculares anel vas-cular, linfomas, hemangiomas.

    (iv) Patologias traumticas este-

    nose subgltica aps a extubao,

    ruptura de traqueia, inalao e

    queimaduras, aspirao de corpo

    estranho.

    (v) Patologias alrgicas edema an-gioneurtico e alrgico.

    (vi) Outras patologias paralisia de cordas vocais, laringoespasmo,

    neuropatias.

    PATOLOGIAS INFECCIOSAS

    Crupe viralO termo sndrome do crupe caracte-

    riza um grupo de doenas que variam

    em relao etiologia e ao comprome-

    timento anatmico, cuja sintomatolo-

    gia inclui: rouquido, tosse ladrante,

    estridor inspiratrio e desconforto res-

    piratrio, de acordo com a gravidade de

    cada caso.5.Quando a etiologia viral,

    denomina-se crupe viral; porm, outras

    etiologias podem estar presentes, in-

    cluindo traquete bacteriana e difteria. 7

    Classifica-se a doena conforme a

    extenso do acometimento das vias

    respiratrias; (i) se restrita laringe,

    denomina-se laringite; (ii) se a inflama-

    o compromete a laringe e a traqueia,

    chama-se laringotraquete; (iii) se hou-

    ver comprometimento dos bronquolos,

    associado ao da laringe e da traqueia,

    caracteriza-se um quadro de laringotra-

    queobronquite. 5,7

    Laringotraqueobronquite a causa mais comum da obstruo das

    vias respiratrias superiores em crianas

    e responsvel por 90% dos casos de

    estridor. Para essa patologia, a etiologia

    viral a mais comum, cujos principais

    vrus so: parainfluenza (tipos 1, 2 e

    3), influenza A e B e vrus respiratrio

    sincicial (VSR). Em crianas maiores de

    5 anos, destaca-se o Mycoplasma pneu-

    moniae.4,7

    Essa doena acomete crianas de 1 a

    6 anos, com pico de incidncia aos 18

    meses, e mais frequente no sexo mas-

    culino. 7 A maioria dos casos inicia-se

    com uma infeco do trato respiratrio

    superior, havendo rinorreia, faringite,

    tosse leve e febre baixa com durao

    de 1 a 3 dias. Posteriormente, surgem

    os sinais e os sintomas da obstruo das

    vias respiratrias superiores. Nesse per-

    odo, a criana apresenta tosse ladrante,

    rouquido e estridor inspiratrio, bem

    como elevao e persistncia de febre.

    Os sintomas pioram noite e, em ge-

    ral, resolvem-se entre 3 a 7 dias, mas

    podem durar at 14 dias em episdios

    mais graves. 4,7

    Os pacientes com laringotraqueo-

    bronquite apresentam sintomas leves

    que no progridem para obstruo pro-

    gressiva das vias respiratrias. O diag-

    nstico clnico e no requer radiogra-

    fias de pescoo com raios horizontais,

    pois os achados radiolgicos so de pou-

    co valor, uma vez que possvel encon-

    trar, na radiografia de regio cervical,

    um estreitamento da subglote (sinal da

    ponta de lpis ou torre de igreja) em

    crianas saudveis ou com crupe. At

    50% das crianas com quadro clnico de

    crupe viral apresentam radiografia cer-

    vical normal. Entretanto, a radiografia

    de pescoo ser til quando se inves-

    tigar outra etiologia para os sintomas

    apresentados (aspirao de corpo es-

    tranho ou epiglotite), embora o exame

    radiolgico no possa postergar a ma-

    nuteno da via respiratria prvea.4,7

    Tratamento

    O principal objetivo do tratamento a

    manuteno da via respiratria prvea.

    As principais teraputicas utilizadas so:

    (i) Nebulizao com soluo fisio-lgica prtica muito utilizada; porm, sem comprovao de efi-

    ccia.

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    (ii) Administrao de oxignio e hidratao adequada medidas de suporte bsicas.

    (iii) Corticosteroide medicao muito utilizada e de importante

    impacto na involuo do crupe.

    Ampla evidncia de melhora,

    com reduo da gravidade dos

    sintomas, da necessidade de in-

    ternao, da durao da hospita-

    lizao, do tempo de permanncia

    na emergncia, da necessidade de

    admisso em unidade de terapia

    intensiva (UTI) e da necessidade

    de associao de adrenalina rac-

    mica (nvel de evidncia 1a).

    Extensamente estudada, a dexa-

    metasona foi considerada um po-

    tente glicocorticoide, em virtude

    do longo perodo de ao e da pos-

    sibilidade de ser administrada por

    via oral ou parenteral. A adminis-

    trao oral mostrou ser to eficaz

    quanto a intramuscular; porm,

    mais barata, menos invasiva e de

    mais fcil aplicao. As doses va-

    riam de 0,15 a 0,6 mg/kg de acor-

    do com a gravidade da doena,

    com dosagem mxima de 10 mg.

    A budesonida inalatria tambm

    utilizada e apresenta resultados

    semelhantes queles da dexame-

    tasona em casos de crupe leve ou

    moderado. Trata-se de um glico-

    corticosteroide sinttico com forte

    atividade anti-inflamatria tpica

    e baixa atividade sistmica, cuja

    dose de 2 mg/dose, duas vezes

    por dia, durante 5 dias.

    (iv) Epinefrina inalatria tem um efeito importante na diminuio da

    sintomatologia do crupe, pois atua

    como vasoconstrictor na mucosa

    da regio subgltica e, dessa for-

    ma, diminui o edema. Utiliza-se a

    adrenalina pura, com efeito similar

    adrenalina racmica, na nebuli-

    zao, com uma dose de 0,5 ml,

    na concentrao de 1:1000 para

    cada 1 a 2 kg de peso (mximo de

    5 ml). Como o efeito da medica-

    o breve, em torno de 2 horas,

    o paciente pode retornar ao estado

    inicial de desconforto aps o final

    da ao desse medicamento, logo,

    a criana deve permanecer no setor

    de emergncia por 3 a 4 horas.

    (v) Intubao a maioria das crian-as com crupe melhora com o uso

    de dexametasona e epinefrina;

    portanto, no so necessrias a

    admisso na UTI e a intubao. J

    os casos que evoluem com sinais

    de obstruo progressiva e hipoxia

    so admitidos na UTI. A manipu-

    lao de vias respiratrias doentes

    e edemaciadas complicada, pelo

    risco de sua obstruo total. Nos

    episdios em que essa obstruo

    iminente, o procedimento deve

    ser realizado em local adequado e

    por profissional experiente. O di-

    metro interno da cnula traque-

    al de 0,5 mm a menos do que

    o dimetro ideal para a idade da

    criana. 1,5

    Laringite estridulosa clinicamente semelhante laringo-

    traqueobronquite aguda; porm, no se

    apresenta com prdromos virais e febre

    no paciente e na famlia. Alm disso,

    parece ter origem alrgica, e no infla-

    matria, e pode ser desencadeada por

    uma infeco viral.

    Os episdios ocorrem, com mais fre-

    quncia, durante a noite, em crianas

    entre 3 meses e 3 anos de idade, tm

    incio sbito e podem ser precedidos

    por coriza e rouquido. A criana acor-

    da com tosse seca e metlica, inspirao

    ruidosa e angstia respiratria e man-

    tm-se afebril. Geralmente, a gravidade

    dos sintomas diminui em algumas ho-

    ras, e o paciente permanece com uma

    leve rouquido. Esses episdios recor-

    rem vrias vezes; portanto, quando ne-

    cessrio, o tratamento segue a mesma

    linha de conduta da laringotraqueo-

    bronquite.

    A laringite estridulosa representa

    mais uma reao alrgica a antgenos

    virais do que uma infeco direta, ape-

    sar de a patognese ser desconhecida.1,4

    Supraglotite uma infeco grave da epiglote e das

    estruturas supraglticas que resulta em

    obstruo da via respiratria superior

    e letalidade elevada. Anteriormente, a

    terminologia da doena era epiglotite;

    porm, foi alterada por se tratar de uma

    doena que no envolve apenas a epi-

    glote, mas tambm regies adjacentes.

    1,5

    Aps a introduo, no calendrio, da

    vacina contra o H. influenzae tipo b, a

    incidncia dessa doena diminuiu bas-

    tante. Alm desse, outros microrganis-

    mos podem estar envolvidos, tais como

    S. aureus, Klebsiela sp, S. pyogenes, vrus

    e cndida.6

    O padro etrio de acometimento

    pela doena mudou: era mais comum

    em crianas em torno de 3 anos e, a

    partir de 1990, passou a predominar a

    partir de 7 anos e afetar, com mais fre-

    quncia, adolescentes e adultos.6

    um quadro de instalao rpida e

    abrupta, havendo febre e toxemia pre-

    coce. Na maioria dos casos, as crianas

    apresentam disfagia, estridor, salivao

    profusa, voz abafada, desconforto res-

    piratrio progressivo, agitao e ansie-

    dade. A criana assume uma postura de

    proteo da via respiratria, inclinando

    o corpo para frente, com hiperextenso

    do pescoo, protuso do queixo e posi-

    cionamento da lngua para fora, fazendo

    que a saliva escorra pela boca (posio

    tripoide). A criana apresenta sinais de

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    descompensao circulatria e sepse.5,8

    A supraglotite uma emergncia m-

    dica e necessita de tratamento imedia-

    to, de modo que uma via respiratria

    seja instalada sob condies adequadas

    o mais rpido possvel. Para tanto, a

    criana deve ficar sentada e com oxi-

    gnio, estando acompanhada dos pais

    ou de pessoa conhecida para acalm-la.4

    Haja vista a possibilidade de uma cri-

    cotireotomia ou de uma traqueostomia,

    o cirurgio e o anestesista devem ser

    contactados, alm de o material j estar

    separado. Com o reconhecimento pre-

    coce da doena e a intubao eletiva,

    em um ambiente adequado e por pro-

    fissional treinado, a evoluo da criana

    bem melhor. Dessa forma, reduz-se a

    mortalidade. O dimetro da cnula tra-

    queal deve ter de 0,5 a 1,0 mm a menos

    do que a ideal para a idade, bem como

    se utiliza a lmina curva, para no cau-

    sar mais danos epiglote.

    Aps a estabilizao das vias respira-

    trias, as culturas devem ser coletadas

    (hemocultura e cultura da superfcie

    epigltica), alm de iniciar antibitioco-

    terapia venosa (ceftriaxone, cefotaxime

    e associao de ampicilina com sulbac-

    tam). Aps os resultados das culturas, o

    esquema antibitico deve ser reavaliado

    de acordo com o germe isolado.4,5

    A supraglotite geralmente se resol-

    ve aps alguns dias de antibitico, e o

    paciente estvel que apresenta escape

    ao redor do tubo endotraqueal pode

    ser extubado. Entretanto, essa prtica

    controversa e, por conseguinte, no

    adotada em todos os servios. A anti-

    bioticoterapia deve permanecer de 7 a

    10 dias, no havendo recomendaes

    para o uso de corticoide ou epinefrina

    inalatria no curso da doena.1,4

    Laringotraquete bacteriana uma obstruo grave da via respira-

    tria superior. Aps a imunizao con-

    tra H. influenzae, a traquete bacteriana

    tornou-se uma doena rara e emergiu

    como a principal causa da obstruo das

    vias respiratrias, considerada poten-

    cialmente fatal.4-6

    O principal agente etiolgico o S.

    aureus, porm H. influenzae, Streptococcus

    piognico (grupo A), S. pneumoniae, Neis-

    seria sp, Moraxella catarrhalis, Klebsielal

    sp e outros micro-organismos podem

    caus-la. H evidncias de co-infeco

    viral, indicando que a infeco viral pr-

    via favorece a colonizao bacteriana.5

    O quadro inicia-se como uma larin-

    gotraquete viral, ocorrendo piora gra-

    dual, com febre alta, toxicidade, pros-

    trao e obstruo das vias respiratrias.

    Alm disso, o paciente no melhora

    com o uso de corticoide e epinefrina

    inalatria.1

    A confirmao diagnstica faz-se pela

    endoscopia respiratria, que demonstra

    um exsudato purulento na laringe e na

    traqueia, com necrose da mucosa e for-

    mao de membranas semiaderentes na

    luz da traqueia. Essas membranas, em

    geral, so responsveis pela obstruo

    das vias respiratrias.

    A maioria dos casos evolui para intu-

    bao endotraqueal devido obstruo

    das vias respiratrias; logo, esses pacien-

    tes devem ser admitidos na UTI. Geral-

    mente associada a uma cefalosporina

    de terceira ou quarta gerao, inicia-se

    a antibioticoterapia venosa, com cober-

    tura para os germes mencionados. Alm

    disso, a terapia suplementar com oxig-

    nio pode ser necessria. No obstante, o

    prognstico para os episdios costuma

    ser bom.

    PATOLOGIAS CONGNITAS

    Laringomalcia e laringotraqueo-malciaLaringomalcia a anomalia congnita

    mais comum da laringe e acompanha-

    da de estridor inspiratrio, o qual me-

    lhora na posio prona e detectvel

    desde o nascimento ou nas primeiras

    semanas de vida. Nesses pacientes, o

    choro normal.1

    A laringomalcia deve-se flacidez

    da cartilagem da laringe e resulta em

    colapso das pregas ariepiglticas sobre a

    epiglote durante a inspirao. Dessa for-

    ma, o estridor do tipo inspiratrio.9 O

    diagnstico faz-se pela laringoscopia, e

    a maioria dos casos resolve-se em torno

    dos dois anos de idade, sem interveno

    cirrgica.

    As crianas portadoras dessa anomalia

    pioram em infeces virais, sendo neces-

    sria, em alguns casos, a intubao endo-

    traqueal, devido ao colapso das vias res-

    piratrias. Nesses episdios, comum a

    administrao de corticosteroide e adre-

    nalina racmica, na tentativa de dimi-

    nuir o edema inflamatrio. Alm disso,

    evita-se o uso de broncodilatadores, pois

    pode relaxar ainda mais a musculatura

    brnquica e piorar o quadro.

    A traqueomalcia pode ser primria

    ou secundria, cujas causas mais co-

    muns so os anis vasculares e a dilata-

    o cardaca.1,9 A forma primria deve-

    -se ao comprometimento estrutural da

    prpria traqueia; enquanto a secund-

    ria resulta da compresso extrnseca das

    vias respiratrias

    Estenose traquealA estenose subgltica responsvel por

    12% das obstrues de origem cong-

    nita e so mais frequente em meninos.

    As estenoses congnitas so raras e de

    etiopatogenia obscura. A estenose deve-

    -se formao de um tecido fibroso e

    espessado, entre as cordas vocais e a re-

    gio cricoide, e ocasiona uma reduo

    das vias respiratrias.1,10

    O estridor ocorre desde as primeiras

    semanas de vida, ou quando o paciente

    apresenta uma infeco das vias respi-

    ratrias, cujo diagnstico confirmado

    pela broncoscopia. No h melhora do

    estridor com a mudana de decbito.

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    At 30% desses pacientes apresentam

    malformaes cardacas ou vasculares,

    que devem ser reparadas antes do repa-

    ro da traqueia.1

    O tratamento depende de avaliao

    endoscpica prvia, em que se analisam

    o tipo e a extenso da estenose. Em al-

    guns casos, esse exame pode ser comple-

    mentado com a realizao de tomografia

    computadorizada helicoidal de pescoo,

    com reconstruo tridimensional.9

    Nos segmentos curtos, menores de

    1 cm, de aspecto membranoso e sem

    sinais de malcia, opta-se pela dilata-

    o mecnica. Aps esse procedimento,

    utiliza-se corticosteroide. A cirurgia

    indicada quando no h respostas aps

    3 ou 4 semanas de dilatao e uso de es-

    teroides, bem como quando o segmento

    afetado grande.1,9

    A tcnica de dilatao por vlvulas

    metlicas um procedimento seguro,

    quando realizado por profissionais ade-

    quadamente treinados, em centro ci-

    rrgico e sob anestesia geral. Utiliza-se

    a sonda metlica de Chevalier-Jackson,

    com ogivas elpticas de 7 cm de exten-

    so e calibre progressivo que varia a cada

    0,5 mm no maior dimetro. Aumenta-se

    o dimetro da sonda de acordo com a

    facilidade da dilatao. O procedimento

    procura atingir 80% a 90% da via respi-

    ratria esperada para o paciente.9

    Fstula traqueoesofgicaEm geral, a fstula traqueoesofgica

    (FT) vem acompanhada de atresia de

    esfago ou esfago em fundo cego. A

    conexo fistulosa com a traqueia ocorre

    no esfago distal, o que corresponde a

    87% dos casos. Pacientes acometidos

    por essa patologia apresentam espuma

    e bolhas na boca e no nariz, aps o nas-

    cimento, assim como episdios de tosse,

    cianose e desconforto respiratrio. Na

    maioria dos casos, o diagnstico rea-

    lizado no perodo neonatal. Em relao

    aos pacientes que no possuem atresia

    de esfago, o diagnstico mais tardio,

    quando a criana tem pneumonites re-

    correntes sem uma causa evidente.1,11

    A taxa de sobrevivncia a essa patolo-

    gia alta, em torno de 90%, devido ao

    grande desenvolvimento dos cuidados

    intensivos neonatais, do reconhecimen-

    to precoce e da interveno adequada.

    Alm disso, 50 % dos pacientes so no

    sindrmicose no apresentam outras

    anomalias; enquanto o restante pos-

    sui anomalias associadas, geralmente a

    sndrome VATER (vertebral, anorretal,

    traqueal, esofgica, renal ou displasia

    ssea do rdio).1,11

    Anomalias craniofaciaisNo grupo das anomalias craniofaciais,

    destaca-se a sndrome de Pierre-Robin,

    na qual os lactentes portadores apre-

    sentam quadro obstrutivo precoce.1

    Essa sndrome consiste em micrognatia

    acompanhada por uma arcada alta ou

    fenda palatina. A lngua de tamanho

    normal, mas o assoalho bucal reduzi-

    do. Portanto, pode ocorrer obstruo

    passagem de ar, o que, na maioria dos

    casos, requer interveno cirrgica para

    evitar a sufocao. Alguns pacientes

    necessitam de intubao endotraqueal

    ou, mais raramente, de traqueostomia.

    A posio prona melhora a condio

    desses pacientes, pelo menos no incio;

    porm, em muitos casos, faz-se mister

    a cirurgia. A extenso mandibular no

    recm-nascido pode melhorar o tama-

    nho da mandbula, aprimorando a res-

    pirao e facilitando a alimentao.1

    Aps o procedimento cirrgico, esses

    pacientes precisam de cuidados intensi-

    vos e intubao endotraqueal prolonga-

    da, devido ao edema de face e pescoo.1

    Vasculares e tumores

    Anis vasculares

    So anomalias congnitas do arco arti-

    co e dos ramos principais que resultam

    na formao de anis vasculares em tor-

    no da traqueia e do esfago e levam

    obstruo das vias respiratrias. Os dois

    tipos mais comuns de anis completos

    so o arco artico duplo e o arco artico

    direita, com subclvia esquerda aber-

    rante e ligamento arterioso esquerdo.1,12

    Quando o anel vascular comprime a

    traqueia e o esfago, a sintomatologia

    inicia-se no perodo de lactncia. Os sin-

    tomas encontrados so: sibilncia cr-

    nica, estridor persistente, disfagia com

    vmito e tosse metlica. Os pacientes

    podem, ainda, apresentar apneia ou cia-

    nose, relacionadas alimentao. Alm

    disso, morte sbita pode ocorrer. 1,12

    O diagnstico realizado pela radio-

    grafia simples de trax e pescoo, que

    evidencia o desvio traqueal, e deve ser

    complementado pelo ecocardiograma,

    que delimita o anel vascular e afasta ou-

    tras cardiopatias. Alm desses exames,

    a broncoscopia determina a extenso

    do estreitamento das vias respiratrias.

    Convm destacar que o cateterismo car-

    daco raramente necessrio.1,12

    O tratamento cirrgico para pa-

    cientes sintomticos que apresentem

    evidncias radiolgicas de compresso

    traqueal. Aps a correo cirrgica, at

    10% dos pacientes podem permanecer

    com sintomatologia respiratria, as quais

    desaparecero em torno de um ano. Os

    pacientes podem apresentar traqueoma-

    lcia e estenose brnquica, o que exige,

    muitas vezes, reparo cirrgico.

    Hemangioma

    Embora no seja uma causa comum de

    estridor, o hemangioma um dos tumo-

    res mais comum na infncia, cuja loca-

    lizao normalmente a regio supra-

    gltica ou subgltica. Algumas crianas

    com hemangioma de laringe tambm

    apresentam hemangiomas cutneos,

    malformao vascular que apresenta

    crescimento, em mdia, at o sexto ms

    de vida, quando comea a regredir.

    Revista de Pediatria SOPERJ - v. 13, no 2, p54-60 dez 2012

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    A manifestao clnica mais comum o

    estridor, que pode ser bifsico. O diagns-

    tico realizado pela endoscopia respira-

    tria. Corticoides so utilizados dos casos

    moderados aos graves; porm, s vezes,

    necessria a correo cirrgica.1,13

    Papilomatose de laringe

    Papilomatose larngea uma doen-

    a rara, causada pelo papilomavrus

    humano tipos 6 e 11. A idade mdia

    de surgimento 3 anos de idade. As

    crianas apresentam rouquido; e os

    lactentes, alterao no choro e estridor.

    comum o diagnstico inicial de larin-

    gite recorrente. Os papilomas possuem

    rpido crescimento e levam obstru-

    o das vias respiratrias superiores.

    O diagnstico realizado pelo aspecto

    das leses na endoscopia e confirmado

    pela patologia. O tratamento consta na

    remoo das leses e, em alguns casos,

    no uso de radiao.13

    PATOLOGIAS ALRGICAS E TRAUMAMTICAS

    Obstruo aps a intubaoNesse grupo de patologias, destaca-se a

    obstruo alta aps a intubao endo-

    traqueal. Os melhores cuidados intensi-

    vos atuais e a melhora da qualidade dos

    tubos endotraqueais diminuram a inci-

    dncia de leses nas vias respiratrias.

    As complicaes relacionadas intu-

    bao endotraqueal podem ser precoces

    ou tardias. As precoces relacionam-se ao

    ato da intubao, quando, por exemplo,

    pode ocorrer a lacerao ou o hematoma

    das cordas vocais, ao passo que as tardias

    referem-se permanncia do tubo, sendo

    a mais comum a estenose subgltica. Os

    sintomas de obstruo alta relacionados

    estenose subgltica podem aparecer entre

    2 e 6 semanas aps a extubao.1

    O tratamento, nesses casos, segue a

    mesma linha da estenose subgltica

    congnita.

    Edema angioneurticoO edema angioneurtico faz parte de

    uma reao alrgica global que compro-

    mete as vias respiratrias, em razo de

    edema de mucosas, como, por exem-

    plo, lngua, faringe, laringe e traqueia.

    de instalao sbita e, portanto, deve

    ser prontamente tratado; caso contr-

    rio, evolui para obstruo total das vias

    respiratrias.1

    O tratamento envolve administrao

    de adrenalina intramuscular ou endo-

    venosa (IM ou EV), associada a anti-

    -histamnicos e corticosteroide.

    Aspirao de corpo estranhoAcidentes na infncia so importante

    causa de morbimortalidade no mundo,

    entre os quais se destaca a aspirao de

    corpo estranho (ACE) nas vias respira-

    trias.2 Estatsticas americanas demons-tram que 5% de bitos por acidentes de

    menores de 4 anos decorrem de ACE,

    principal causa de morte acidental de

    menores de 6 anos nos domiclios.2 No Brasil, a ACE a terceira maior causa

    de acidentes com morte.2,14. A ACE mais comum em meninos e nas crianas

    menores de trs anos.

    A ACE em crianas associa-se falha

    no reflexo de fechamento da laringe,

    ao controle inadequado da deglutio

    e ao hbito de levar objetos boca. O

    descuido ou o desaviso dos pais com

    determinados objetos passveis de as-

    pirao, como, por exemplo, brinque-

    dos pequenos e alguns alimentos, so

    fatores predisponentes da ACE. 14 O diagnstico precoce da ACE essen-

    cial, pois o retardo no reconhecimento

    e no tratamento pode incorrer em se-

    quela definitiva ou dano fatal. O grande

    nmero de pacientes tratado por se-

    manas ou meses como casos de doen-

    as respiratrias recorrentes, antes da

    suspeita da ACE. O tempo gasto para

    realizar o diagnstico de corpo estranho

    extremamente importante, haja vista

    que o diagnstico tardio ou errado re-

    sulta em complicaes respiratrias, tais

    como pneumonias, abscessos pulmona-

    res e sequelas brnquicas que podem

    ser reversveis ou no.

    Clinicamente, aps a ACE, ocorre

    acesso de tosse e engasgo, que podem,

    ou no, ser valorizados pelos pais. A

    ACE tambm pode ser suspeitada no

    primeiro quadro sbito de sibilncia. Os achados clnicos dependem do tipo,

    do tamanho e da localizao do corpo

    estranho e incluem tosse persistente,

    diminuio localizada da entrada de ar,

    sibilos localizados ou difusos e dificul-

    dade respiratria.

    A radiografia de trax normal no ex-

    clui o diagnstico de ACE, pois o corpo

    estranho pode no ser metlico e, por-

    tanto, no ser visualizado no exame de

    raios X. Alm disso, pode no ter com-

    prometimento de atelectasias ou hipe-

    rinsuflao localizada.

    Na literatura, a predominncia do

    corpo estranho de natureza orgnica,

    como, por exemplo, amendoim, feijo

    e milho, variando de acordo com os h-

    bitos alimentares regionais.

    Sempre que houver suspeita de aspi-

    rao de corpo estranho mandatria

    a realizao de broncoscopia rgida sob

    anestesia geral.

    CONCLUSOPediatras que trabalham em emergn-

    cias devem estar familiarizados com as

    principais causas da obstruo das vias

    respiratrias de pacientes, cujo diagns-

    tico precoce e intervenes adequadas

    favorecem a evoluo desses quadros.

    Alm disso, a habilidade na manipu-

    lao das vias respiratrias deve ser

    constantemente treinada. Portanto,

    atualizaes sobre os principais mto-

    dos diagnsticos e teraputicos tambm

    so de grande relevncia, de modo a

    evitar o uso desnecessrio de recursos

    e medicaes.

    Revista de Pediatria SOPERJ - v. 13, no 2, p54-60 dez 2012

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  • 60

    1. Garros D, Piva JP, Garcia PCR. Obstruo respiratria alta em pediatria medicina in-tensiva em pediatria. Piva & Celiny. 2006; 20:377-99.

    2. Carvalho WB. Obstruo das vias areas su-periores: corpo estranho em vias areas. In: Rozov T. Doenas pulmonares em pediatria. 1999; 504-13.

    3. Loftis L. Acute infectious upper airways obs-tructions in children. Semin Pediatr Infect Dis. 2006; 17(1):5-10.

    4. Roosevelt GE. Obstruo inflamatria aguda das vias areas superiores. In: Nelson, Trata-do de pediatria; 2009; 1768-73.

    5. Simon Jr, Preto MM, Miszputen PT. Afeces das vias areas superiores. Pronto-socorro. 2010; 18:237-54.

    6. Hopkins A, Lahiri T, Salerno R, Heath B. Changing epidemiology of life-threate-ning upper airway infectious: the reemer-ge of bacterial tracheitis. Pediatrics. 2006; 118(4):1418-21.

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    8. Wheeber DS, Dauplaise DJ, Giuliano JS Jr. An infant with fever and stridor. Pediatr Emerg Care. 2008; (1):46-9.

    9. Macedo Filho ED, Gomes GF. Patologias be-nignas da laringe. In: Pedreira Jr. Broncosco-pia diagnstica e teraputica. 2005; 81-96.

    10. Holinger LD. Anomalias congnitas da la-ringe, traqueia e brnquios. In: Nelson WE. Tratado de pediatria. 2009; 1773-5.

    11. Holinger LD. Neoplasias da laringe, traqueia e brnquios. In: Nelson WE. Tratado de pe-diatria; 2009; 1778-9.

    12. Bernstein D. Cardiopatias congnitas: outras malformaes congnitas cardacas e vascu-lares. In: Nelson WE. Tratado de pediatria. 2009; 1936-40.

    13. Eber E. Congenital and acquired abnorma-lities of the upper airways. In: Priftis KN, Anthracopoulos MB, Eber E, Koumbour-lis AC, Wood RE. Pediatric bronchoscopy. 2010; 120-9.

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    AVALiAO

    42. Qual o principal agente etiolgico da traquete bacteriana?

    a) H. influenzae

    b) Moraxella catarrhalis.

    c) S. aureus.

    d) Streptococcus piognico.

    43. Qual a posio adotada pela criana com supraglotite?

    a) Sentada, mantendo a boca fechada.

    b) Deitada e de boca aberta.

    c) Em p, sem hiperextenso do pescoo.

    d) Sentada, com hiperextenso do pescoo e inclinao do corpo para frente.

    44. Assinale a afirmativa verdadeira em relao aspirao de corpo estranho.

    a) Suspeita-se de ACE apenas quando houver relato de engasgo.

    b) Radiografia de trax normal exclui o diagns-tico de ACE.

    c) A ACE mais comum em crianas maiores.

    d) Os meninos e os lactentes so mais acometidos pela ACE.

    45. Em relao laringomalcia, correto afirmar que:

    a) uma patologia grave da laringe, com prog-nstico reservado.

    b) O choro da criana normal, e o estridor melhora na posio prona.

    c) uma patologia da laringe que frequente-mente apresenta cianose.

    d) Aparece desde os primeiros dias de vida e requer correo cirrgica.

    46. Qual a complicao tardia mais comum relacionada ao tubo endotra-queal?

    a) Estenose brnquica.

    b) Hematoma de cordas vocais.

    c) Estenose subgltica.

    d) Enfisema subcutneo.

    47. Em caso de laringotraquete viral, na emergncia, qual a conduta aps a nebulizao com epinefrina?

    a) Alta para casa, com prescrio de corticoide inalatrio.

    b) Alta para casa, com prescrio de nebulizao com broncodilatador.

    c) Observao na emergncia por um perodo de 3a 4 horas e reavaliao do quadro.

    d) Observao na emergncia por um perodo de 3 a 4 horas e prescrio de nebulizao com epinefrina para casa

    Revista de Pediatria SOPERJ - v. 13, no 2, p54-60 dez 2012

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  • 90 Revista de Pediatria SOPERJ - v. 13, no 2, dez 2012

    A Criana Vtima de Violncia .................... 4

    1. a) M b) M C) M d) M

    2. a) M b) M C) M d) M

    3. a) M b) M C) M d) M

    4. a) M b) M C) M d) M

    5. a) M b) M C) M d) M

    6. a) M b) M C) M d) M

    Reanimao Neonatal ................................ 10

    7. a) M b) M C) M d) M

    8. a) M b) M C) M d) M

    9. a) M b) M C) M d) M

    10. a) M b) M C) M d) M

    11. a) M b) M C) M d) M

    12. a) M b) M C) M d) M

    Falncia Cardiopulmonar em Paciente Peditrico ..................................................... 14

    13. a) M b) M C) M d) M

    14. a) M b) M C) M d) M

    15. a) M b) M C) M d) M

    16. a) M b) M C) M d) M

    17. a) M b) M C) M d) M

    18. a) M b) M C) M d) M

    Anafilaxia ..................................................... 24

    19. a) M b) M C) M d) M

    20. a) M b) M C) M d) M

    21. a) M b) M C) M d) M

    22. a) M b) M C) M d) M

    23. a) M b) M C) M d) M

    24. a) M b) M C) M d) M

    Abordagem das Crises Epilpticas na Emergncia Peditrica................................ 29

    25. a) M b) M C) M d) M

    26. a) M b) M C) M d) M

    27. a) M b) M C) M d) M

    28. a) M b) M C) M d) M

    29. a) M b) M C) M d) M

    30. a) M b) M C) M d) M

    Urgncia em Cirurgia Peditrica ............... 35

    31. a) M b) M C) M d) M

    32. a) M b) M C) M d) M

    33. a) M b) M C) M d) M

    34. a) M b) M C) M d) M

    35. a) M b) M C) M d) M

    Asma Aguda na Infncia ............................ 43

    36. a) M b) M C) M d) M e) M

    37. a) M b) M C) M d) M e) M

    38. a) M b) M C) M d) M e) M

    39. a) M b) M C) M d) M e) M

    40. a) M b) M C) M d) M e) M

    41. a) M b) M C) M d) M e) M

    Obstruo Respiratria Alta em Pediatria ........................................ 54

    42. a) M b) M C) M d) M

    43. a) M b) M C) M d) M

    44. a) M b) M C) M d) M

    45. a) M b) M C) M d) M

    46. a) M b) M C) M d) M

    47. a) M b) M C) M d) M

    Febre no Lactente ....................................... 64

    48. a) M b) M C) M d) M

    49. a) M b) M C) M d) M

    50. a) M b) M C) M d) M

    51. a) M b) M C) M d) M

    52. a) M b) M C) M d) M

    53. a) M b) M C) M d) M

    Doena Falciforme na Emergncia .......... 68

    54. a) M b) M C) M d) M

    55. a) M b) M C) M d) M

    56. a) M b) M C) M d) M

    57. a) M b) M C) M d) M

    58. a) M b) M C) M d) M

    59. a) M b) M C) M d) M

    MeningiteBacterianaAguda..................... 72

    60. a) M b) M C) M d) M

    61. a) M b) M C) M d) M

    62. a) M b) M C) M d) M

    63. a) M b) M C) M d) M

    64. a) M b) M C) M d) M

    65. a) M b) M C) M d) M

    Atualidades na Sepse e Choque Sptico Peditrico ..................................................... 77

    66. a) M b) M C) M d) M e) M

    67. a) M b) M C) M d) M e) M

    68. a) M b) M C) M d) M e) M

    69. a) M b) M C) M d) M e) M

    Ficha de avaliao

    Enviar SOPERJ por correio, fax ou e-mailRua da Assemblia, 10 - Grupo 1812 - Centro20011-901 - Rio de Janeiro - RJTel: 2531-3313 - e-mail: [email protected]

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