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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO VIVIANE CRISTINE FERREIRA Independência Funcional do Idoso com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Ribeirão Preto, 2010

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO

VIVIANE CRISTINE FERREIRA

Independência Funcional do Idoso com Doença Pulmonar

Obstrutiva Crônica

Ribeirão Preto, 2010

Page 2: Dissertação Independencia Funcional do Idoso com Doença ...€¦ · Independência Funcional do Idoso com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica / Viviane Cristine Ferreira; orientadora

VIVIANE CRISTINE FERREIRA

Independência Funcional do Idoso com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

Dissertação apresentada à Escola de

Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade

de São Paulo para obtenção do título de Mestre

em Ciências

Linha de Pesquisa: Saúde do Idoso

Orientadora: Profa. Dra. Sueli Marques

Ribeirão Preto, 2010

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FICHA CATALOGRÁFICA

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA

FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Catalogação da Publicação

Serviço de Documentação em Enfermagem Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Ferreira, Viviane Cristine

Independência Funcional do Idoso com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica / Viviane Cristine Ferreira; orientadora Sueli Marques. - Ribeirão Preto, 2010.

174 f Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, 2010-07-28 1. Idoso. 2. Doença pulmonar obstrutiva. 3. Atividade cotidiana.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

FERREIRA, Viviane Cristine

Independência Funcional do Idoso com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

Dissertação apresentada à Escola de

Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade

de São Paulo para obtenção do título de Mestre

em Ciências

Aprovada em: ____/____/______

Banca Examinadora

Prof. Dr. ________________________________ Instituição:___________________

Julgamento: _____________________________ Assinatura: __________________

Prof. Dr. ________________________________ Instituição:___________________

Julgamento: _____________________________ Assinatura: __________________

Prof. Dr. ________________________________ Instituição:___________________

Julgamento: _____________________________ Assinatura: __________________

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DEDICATÓRIADEDICATÓRIADEDICATÓRIADEDICATÓRIA

Aos meus pais, João Domingos e TerezinhaJoão Domingos e TerezinhaJoão Domingos e TerezinhaJoão Domingos e Terezinha, pelo imenso amor, respeito, incentivo

e companheirismo, a mim dedicados nos momentos cruciais deste trabalho.

Às minhas irmãs, Ana Cintia e Mônica BeatrizAna Cintia e Mônica BeatrizAna Cintia e Mônica BeatrizAna Cintia e Mônica Beatriz, pelo carinho, atenção e apoio

nas horas difíceis.

Ao meu sobrinho, VicenteVicenteVicenteVicente, pelo sorriso de incentivo

Aos pacientes com DPOCpacientes com DPOCpacientes com DPOCpacientes com DPOC, que com respeito ao profissional de saúde colaboraram

para a existência desta dissertação

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AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS

À Deus,Deus,Deus,Deus, pela benção e proteção em todos os dias de minha vida.

À meus pais, Terezinha e João DomingosTerezinha e João DomingosTerezinha e João DomingosTerezinha e João Domingos, que com muito amor souberam ensinar

o valor da educação, jamais negando qualquer apoio e sempre dizendo frases de incentivo:

“não desanime, nada é fácil”; “o estudo tem muito valor”. Por estarem sempre ao meu lado,

sem poupar nenhum esforço para que pudesse alcançar meus objetivos e, principalmente, pela

doação de vocês aos filhos, deixando de lado a vida social e nos ajudando a todo o momento

em nossa caminhada.

Às minhas irmãs, Ana Cintia e MonicaAna Cintia e MonicaAna Cintia e MonicaAna Cintia e Monica, pelo carinho, pelas inúmeras ligações de

apoio, conselhos e paciência que tiveram comigo neste período.

À minha orientadora, Profa. Dra. Sueli MarquesProfa. Dra. Sueli MarquesProfa. Dra. Sueli MarquesProfa. Dra. Sueli Marques, pela presença constante e

dedicação para minha formação. Durante esses anos de convívio, pude reconhecer o que é ser

um educador. Seu êxito na carreira docente é reflexo seu empenho, dedicação e apoio à

família, amigos e alunos. Aprendi muito e continuarei aprendendo, todos os dias, com base

nos seus princípios e ensinamentos e procurarei transmiti-los da melhor forma aos alunos,

pacientes e amigos. Meu eterno respeito e carinho!

À Leontina Sales Ramos Pereira VendruscoloLeontina Sales Ramos Pereira VendruscoloLeontina Sales Ramos Pereira VendruscoloLeontina Sales Ramos Pereira Vendruscolo, pelo carinho, pelas diversas

conversas de apoio e pelas orações. Minha imensa gratidão!

À minha amiga Thais VendruscoloThais VendruscoloThais VendruscoloThais Vendruscolo, minha eterna gratidão e respeito

Ao meu namorado Guilherme TrockeGuilherme TrockeGuilherme TrockeGuilherme Trockel Vitorial Vitorial Vitorial Vitoria, pela paciência, companheirismo e

contribuição na finalização deste trabalho.

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À família VendruscoloVendruscoloVendruscoloVendruscolo, pelo acolhimento e carinho.

À minha amiga FlavinhaFlavinhaFlavinhaFlavinha, uma mineirinha linda de Paraguaçu que pude conhecer

durante o mestrado e nos tornarmos amigas.

À minha amiga DésirreDésirreDésirreDésirre e seu esposo, pelo aconchego do lar, pela amizade e pelas

palavras de apoio.

Aos Amigos Luiz Henrique (Rick), Carolzinha Baeta, Miriazinha, Tiago, Luiz Henrique (Rick), Carolzinha Baeta, Miriazinha, Tiago, Luiz Henrique (Rick), Carolzinha Baeta, Miriazinha, Tiago, Luiz Henrique (Rick), Carolzinha Baeta, Miriazinha, Tiago,

Mateuzinho, Saulo, Samuel, Luciana, Valdirene (Val), Dudu, Silvinha, Iris (IrisiMateuzinho, Saulo, Samuel, Luciana, Valdirene (Val), Dudu, Silvinha, Iris (IrisiMateuzinho, Saulo, Samuel, Luciana, Valdirene (Val), Dudu, Silvinha, Iris (IrisiMateuzinho, Saulo, Samuel, Luciana, Valdirene (Val), Dudu, Silvinha, Iris (Irisinha), nha), nha), nha),

Dante GavioDante GavioDante GavioDante Gavio, pela amizade sincera e pelo convívio frequente.

À Bety,Bety,Bety,Bety, pela presteza e pelo apoio em todos os momentos da coleta de dados no

Ambulatório de Pneumologia.

Ao amigo Vanderlei José HaasVanderlei José HaasVanderlei José HaasVanderlei José Haas, pela sua competência, atenção e paciência para a

análise dos dados.

Á meu primo Cristian RibeiroCristian RibeiroCristian RibeiroCristian Ribeiro, pelo apoio e companheirismo.

À Profª Drª Geruza Alves da SilvaProfª Drª Geruza Alves da SilvaProfª Drª Geruza Alves da SilvaProfª Drª Geruza Alves da Silva, pela valiosa contribuição no Exame de

Qualificação e pela permissão para a realização deste estudo no Ambulatório de

Pneumologia.

À Profª DrProfª DrProfª DrProfª Drª Claudia Benedita dos Santosª Claudia Benedita dos Santosª Claudia Benedita dos Santosª Claudia Benedita dos Santos, pela valiosa contribuição no Exame de

Qualificação.

Ao amigo distante Felipe CortopassiFelipe CortopassiFelipe CortopassiFelipe Cortopassi, pela contribuiução e profissionalismo.

Aos amigos da EERP/USP, Hellen, Marília, Gabriela, Laís e LuanaHellen, Marília, Gabriela, Laís e LuanaHellen, Marília, Gabriela, Laís e LuanaHellen, Marília, Gabriela, Laís e Luana pela ajuda

nos momentos finais.

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À todos os funcionários da EERP/USP, que contribuíram com este estudo.

Aos amigos da Santa Casa de Passos, Débora, Camila, Ivaneide, Rejane, Débora, Camila, Ivaneide, Rejane, Débora, Camila, Ivaneide, Rejane, Débora, Camila, Ivaneide, Rejane,

Cassinha, Juliana, Simone, Thais, Lilian e LucéliaCassinha, Juliana, Simone, Thais, Lilian e LucéliaCassinha, Juliana, Simone, Thais, Lilian e LucéliaCassinha, Juliana, Simone, Thais, Lilian e Lucélia, pelo apoio em todos os momentos em que

estive lá.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAISAGRADECIMENTOS ESPECIAISAGRADECIMENTOS ESPECIAISAGRADECIMENTOS ESPECIAIS

À minha mãe TerezinhaTerezinhaTerezinhaTerezinha, por ser uma guerreira e batalhadora. Lembro-me que na

madrugada, após o falecimento de meu avo, ela me acompanhou até Ribeirão Preto para a

entrega do projeto para o exame de seleção para o mestrado. Lembrança que nunca saíra do

meu pensamento. Somente você, mamãe, sabe de todas as dificuldades que enfrentei para

estar aqui! Mamãe te amo muito!

À minha orientadora, Sueli,Sueli,Sueli,Sueli, falo agora não mais como aluna, mas sim, como

amiga, lhe respeito muito, por tudo que fez e faz para minha formação. As longas

madrugadas e noites mal dormidas que estivemos juntas para a construção deste trabalho,

nunca serão esquecidas, mais uma vez, a minha eterna gratidão!

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“Quando você quer al“Quando você quer al“Quando você quer al“Quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você realize o guma coisa, todo o universo conspira para que você realize o guma coisa, todo o universo conspira para que você realize o guma coisa, todo o universo conspira para que você realize o

seu desejo”seu desejo”seu desejo”seu desejo”

((((Paulo CoelhoPaulo CoelhoPaulo CoelhoPaulo Coelho))))

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RESUMO

FERREIRA, V.C. INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL DO IDOSO COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA. 2010. 174 f Dissertação (Mestrado) -Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2010. As transformações demográficas e epidemiológicas do século anterior trouxeram

significativas modificações sociodemográficas e de saúde, em todo o mundo, com o

aumento de idosos na população. Ao processo de envelhecimento pode estar

associado às doenças crônicas não transmissíveis, dentre elas a doença pulmonar

obstrutiva crônica (DPOC), um problema de saúde pública, parcialmente reversível,

progressivo e incapacitante. Assim, os objetivos do estudo foram caracterizar os

idosos com diagnóstico de DPOC nos estádios I a IV, atendidos no Ambulatório de

Pneumologia Geral do HCFMRP/USP, segundo as variáveis sociodemográficas,

história de tabagismo e condição de saúde; identificar o grau de independência

funcional; identificar a presença de sintomas de depressão; analisar a correlação

entre o grau de independência funcional, idade, número de morbidades, tempo e

grau de DPOC e a associação entre a presença de sintomas de depressão, as

variáveis sociodemográficas, o grau de DPOC e as comorbidades. Trata-se de um

estudo descritivo, transversal e correlacional. A coleta dos dados ocorreu no período

de março a maio de 2010. Utilizou-se um instrumento para caracterização da

amostra, a Medida da Independência Funcional (MIF) e a Escala de rastreamento de

sintomas depressivos (CES-D). Foram estudados 84 idosos, média de idade 70,4

anos (s=7,3); 61,9% homens; 51,2% casados; 36,9% viúvos; 36,9% sabiam ler e

escrever informalmente/analfabetos; 82,8% eram aposentados; 73,2% recebiam um

salário mínimo; 54,8% moravam com a família; 75% deixaram de fumar, 20,2%

ainda fumavam e 4,8% nunca fumaram; a carga tabágica foi superior para os

homens, sendo a diferença significativa (p<000,1); 100% tinham DPOC, 51,2%

pressão alta, 39,3% problemas para dormir e 33,3 problemas cardíacos; a média de

morbidades foi de 3,4(s=2,4); 41,7% referiram internação nos últimos 12 meses;

34,5% por exacerbação da DPOC e 34,3% por pneumonia. Houve predomínio da

DPOC nos estádios III (40,5%) e II (35,7%), verificou-se prevalência de homens

(79,5%) no estádio III e de mulheres (56,7%) no II; os homens apresentaram níveis

de DPOC mais elevados que as mulheres, sendo a diferença estatisticamente

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significativa (p=0,05); tempo médio de DPOC foi 8,3 anos (s=6,4). O escore médio

da MIF total foi 117,0 pontos; 96,4% com nível de Independência

completa/modificada; a correlação de Pearson entre número de morbidade e MIF

(total e motora) foi inversa e significativa (p=0,02). A CES-D classificou 71,4% com

sintomas de depressão. Houve diferenças significativas entre presença de sintomas

de depressão e as variáveis, sexo (p=0,01), estado conjugal (p=0,02) e problemas

para dormir (p=0,01). O estudo revelou que a maioria dos idosos apresentava

independência completa/modificada e presença de sintomas de depressão. Apesar

de não ter encontrado diferenças significativas na correlação entre os escores da

MIF e as variáveis, idade, tempo e grau de DPOC, bem como entre a associação de

sintomas depressivos com idade, grau de DPOC e comorbidades, os resultados são

relevantes para discussões entre os profissionais da área da saúde, uma vez que a

identificação correta de fatores que podem influenciar no tratamento, reabilitação e

qualidade de vida do idoso com DPOC torna efetiva as praticas assistenciais

voltadas para as necessidades dos mesmos.

Palavras - Chave: Idoso, Doença pulmonar obstrutiva crônica, atividade cotidiana

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ABSTRACT

FERREIRA, V.C. FUNCTIONAL INDEPENDENCE OF THE ELDERLY WITH CHRONIC OBSTRUCTIVE PULMONARY DISEASE. 2010. 174 p. Thesis (Master) – University of São Paulo at Ribeirão Preto College of Nursing, Ribeirão Preto, 2010.

The demographic and epidemiological transformations of the previous century

brought significant sociodemographic and health changes, globally, with an increase

of the elderly population. The aging process can be associated to non transmissible

chronic diseases, among them the chronic obstructive pulmonary disease (COPD),

which is a partially reversible, progressive and debilitating public health problem.

Thus, this descriptive, cross-sectional and correlational study aimed to characterize

the elderly with diagnosis of COPD at stages I to IV, who receive care at the

Outpatient Clinic of General Pneumology of the Hospital das Clínicas of the

University of São Paulo at Ribeirão Preto Medical School (HCFMRP/USP), according

to sociodemographic variables, history of smoking and health conditions; to identify

the degree of functional independence; to identify the presence of symptoms of

depression; to analyze the correlation among the degree of functional independence,

age, number of morbidities, time and stage of COPD and the association between

the presence of symptoms of depression, the sociodemographic variables, the stage

of COPD and the comorbidities. Data collection was carried out between March and

May 2010. An instrument was used for the characterization of the sample, as well as

the Measure of Functional Independence (MFI) and the Center for Epidemiologic

Studies Depression Scale (CES-D). In total, 84 elderly adults were studied, with

average age of 70.4 years (sd=7,3); 61.9% men; 51.2% married; 36.9% widower;

36.9% could read and write and were informally illiterate; 82.8% were retired; 73.2%

received one minimum wage monthly; 54.8% lived with the family; 75% quit smoking,

20.2% still smoked and 4.8% never smoked; the tobacco load was higher for men,

with significant difference (p<0.001); 100% had COPD, 51.2% had high blood

pressure, 39.3% problems to sleep and 33.3 heart problems; the average of reported

morbidities was 3.4 (sd=2.4); 41.7% reported being hospitalized in the last 12

months; 34.5% for aggravation of COPD and 34.3% pneumonia. There was

predominance of COPD at stages III (40.5%) and stage II (35.7%), with prevalence of

men (79.5%) at stage III and women (56.7%) at stage II; men presented higher levels

of COPD than women, with statistically significant difference (p=0.05); average time

Page 14: Dissertação Independencia Funcional do Idoso com Doença ...€¦ · Independência Funcional do Idoso com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica / Viviane Cristine Ferreira; orientadora

of COPD was 8.3 years (sd=6.4). The average score of total MIF was 117.0 points;

96.4% with level of complete/altered independence; Person correlation between

number of morbidity and MIF (total and motor) was inverse and significant (p=0.02).

CES-D classified 71.4% of the participants with symptoms of depression. There were

significant differences between the presence of symptoms of depression and the

variables gender (p=0.01), marital status (p=0.02) and problems to sleep (p=0.01).

The study revealed that most elderly adults presented complete/altered

independence and presence of symptoms of depression. Although there were no

significant differences between the correlation of the scores of MIF and the variables

age, time and stage of COPD, as well as the association of depressive symptoms

with age, stage of COPD and comorbidities, results are relevant for discussions

among health professionals, once the correct identification of factors that can

influence on the treatment, rehabilitation and quality of life of the elderly with COPD

make care practices targeting the needs of the elderly more effective.

Descriptors: aged; pulmonary disease, chronic obstructive; activities of daily living

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RESUMEN

FERREIRA, V.C. INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL DEL ANCIANO COM ENFERMEDAD PULMONAR CRÔNICA OBSTRUCTIVA. 2010. 174 f. Disertación (Maestria) - Escuela de Enfermería de Ribeirão Preto, Universidad de São Paulo, Ribeirão Preto, 2010. Las transformaciones demográficas y epidemiológicas del siglo anterior trajeron

significativas modificaciones sociodemográficas y de salud, en todo el mundo, com

el aumento de los ancianos en la población. El proceso de envejecimiento puede

estar asociado a las enfermedades crónicas no transmisibles dentro de ellas la

Enfermedad Pulmonar Obstructiva Crónica (EPOC) un problema de salud publica

parcialmente reversible, progresivo e incapacitante. Así el objetivos de este estudio

fueran caracterizar los ancianos con diagnostico de EPOC I o IV atendidos en el

Ambulatorio de Neumonía General del HCFMRP/USP, según las variables

sociodemográficas, tabaquismo y condición de salud; identificar el grado de

independencia funcional, identificar presencia de síntomas de depresión; análisis y

correlación entre el grado de dependencia funcional y la edad, numero de

morbilidades, tiempo y grado de EPOC y la asociación en presencia de síntomas de

depresión y las variables sociodemográficas, el grado de EPOC y co morbilidades.

Se trata de un estudio descriptivo, transversal y correlacional. La recolección de los

datos se llevó acabo en el periodo de marzo-mayo de 2010. Se utilizo un

instrumento para la caracterización de la muestra, la Medida Independencia

Funcional (MIF) y la escala de rastreamiento de síntomas depresivos (CES-D).

Fueron estudiados 84 ancianos, media de edad 70.4% (s=7,3) años; 61,9%

hombres; 51,2% casados; 36,9% viudos; 36,9% sabían escribir

informalmente/analfabetos; 82,8% jubilados; 73,2% recibían un salario mínimo;

54,8% vivían con la familia, 75% dejaron de fumar, 20,2% todavía fumaban y 4,8%

nunca fumaron; la carga tabáquica fue superior para los hombres, siendo la

diferencia significativa (p<000,1); 100% tenían EPOC; 51,2% presión alta; 39,3%

problemas para dormir y 33,3% problemas cardiacos; la media de morbilidad fue de

3,4(s=2,4); 41,7% refirieron internamiento en los últimos 12 meses; 34,5%

exacerbación del EPOC; 34,3% neumonía. Hubo predominio del EPOC en los

estadios III (40,5%) y estadio II (35,7,%), con prevalencia de hombres (79,5%) en el

estadio III y de mujeres (56,7%) en el estadio II; los hombres presentaron niveles de

Page 16: Dissertação Independencia Funcional do Idoso com Doença ...€¦ · Independência Funcional do Idoso com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica / Viviane Cristine Ferreira; orientadora

EPOC mas altos que las mujeres, siendo la diferencia estadísticamente significativa

(p=0.05); el tiempo medio del EPOC fue 8,3años (s=6,4); el score de la MIF total fue

117,0; 96,4% con nivel de Independencia completa/modificada; la correlación de

Pearson entre numero de morbilidad y MIF (total y motora) fue inversa y significativa

(p=0,02). La CES-D clasificó 71,4% con síntomas de depresión. Hubo diferencias

significativas entre presencia de síntomas de depresión y las variables, sexo

(p=0.01), estado conyugal (p=0,02), y problemas para dormir (p=0,01). El estudio

revelo que la mayoría de los ancianos presentaba independencia

completa/modificada y presencia de síntomas de depresión. A pesar de no haber

encontrado diferencias significativas la correlación entre los scores de la MIF y las

variables edad, tiempo y grado de EPOC, así como la asociación de síntomas

depresivos con la edad, grado de EPOC y comorbilidad, los resultados son

relevantes para discusiones entre los profesionales de la salud, una vez que la

identificación correcta de los factores que pueden influir en el tratamiento,

rehabilitación y calidad de vida del anciano con EPOC se torna efectiva las practicas

asistenciales enfocadas en las necesidades de los mismos.

Palabras clave: Anciano, Enfermedad Pulmonar Obstructiva Crónica, actividad cotidiana

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Organização esquemática da composição da Medida de

Independência Funcional (MIF) em MIF total, domínios,

dimensões, categorias e sua respectivas pontuações ...........

55

Quadro 1 Níveis de Dependência Funcional, com suas respectivas

pontuações ............................................................................

56

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado, segundo variáveis sociodemográficas, por sexo, Ribeirão Preto, 2010.....................................................................

63

Tabela 2 Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado, segundo variáveis socioeconômicas, Ribeirão Preto, 2010...................................................................................

64

Tabela 3 Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado, segundo situação de moradia, por sexo, Ribeirão Preto, 2010.....................................................................

65

Tabela 4 Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado (n=84), segundo as variáveis relacionadas à história de tabagismo, por sexo, Ribeirão Preto, 2010.................

66

Tabela 5 Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado (n=84), segundo os problemas de saúde autorreferidos, Ribeirão Preto, 2010............................................

68

Tabela 6 Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado (n=84), segundo as variáveis, número de morbidades referidas, o uso de medicamentos, a ocorrência e motivos de internação hospitalar nos últimos doze meses, Ribeirão Preto, 2010.....................................................................

70

Tabela 7 Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado, segundo a classificação da DPOC pela espirometria e tempo da doença em anos, por sexo, Ribeirão Preto, 2010...................................................................................

71

Tabela 8 Distribuição das variações possível e observada para a MIF, dos idosos atendidos em um ambulatório especializado, Ribeirão Preto, 2010.....................................................................

74

Tabela 9 Distribuição dos valores da MIF, segundo suas categorias para os idosos atendidos em um ambulatório especializado, por sexo, Ribeirão Preto, 2010...........................................................

75

Tabela 10 Classificação do nível de independência dos idosos atendidos em um ambulatório especializado, segundo o subescore da MIF total, por sexo, Ribeirão Preto, 2010.....................................

75

Tabela 11 Distribuição da dependência funcional dos idosos atendidos em um ambulatório especializado (n=84), segundo as dimensões e categorias da MIF total, Ribeirão Preto, 2010..............................

77

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Tabela 12 Coeficiente de correlação entre os escores da MIF global, motora e cognitiva e as variáveis, idade autorreferida, morbidades e tempo de DPOC, para os idosos atendidos em um ambulatório especializado (n=84), Ribeirão Preto, 2010.......

80

Tabela 13 Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado, segundo as variáveis relacionadas à ajuda no dia a dia, por sexo, Ribeirão Preto, 2010.....................................

81

Tabela 14 Prevalência dos sintomas de depressão em idosos atendidos em um ambulatório especializado (n=84), segundo variáveis sociodemográficas, Ribeirão Preto, 2009.....................................

83

Tabela 15 Prevalência dos sintomas de depressão em idosos atendidos em um ambulatório especializado (n=84), segundo variáveis clínicas, Ribeirão Preto, 2009.......................................................

85

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LISTA DE SIGLAS

ALAT - Associação Latino-Americana de Tórax

ATS - American Thoracic Society

ATT - Alfa Antitripsina

AVDs - Atividades da Vida Diárias

CES –D - Center for Epidemiologic – Depression

CID-10 - Código Internacional de Doenças versão 10

CIF - Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

CRF - Capacidade Residual Funcional

CVF - Capacidade Vital Forçada

DCNT - Doença Crônica não Transmissível

DM - Diabetes Mellitus

DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

ERS - European Respiratory Society

FiO2 - Fração Inspirada de Oxigênio

GOLD - Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica

HCMRP/USP - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

da Universidade de São Paulo

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBERPOC - Epidemiological study of chronic obstructive pulmonary disease in

Spain

IC - Intervalo de confiança de 95% do erro amostral

IMC - Índice de Massa Corpórea

LHS - Lung Health Study

LTB4 - Leucotrieno B4

MIF - Medida de Independência Funcional

NHANES III - National Health and Nutrition Examination Surveys III

NLHEP - National Lung Health Education Program

OMS - Organização Mundial de Saúde

PA - Pressão Arterial

PLATINO - Projeto Latino-Americano de Investigação em Obstrução Pulmonar

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SBPT - Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

SUS - Sistema Único de Saúde

VEF 1 - Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo

CVF - Capacidade Vital Forçada

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 1.1 Transição de demográfica e epidemiológica ............................................ 1.2 Processo de envelhecimento humano e funcionalidade........................... 1.3 Envelhecimento do sistema respiratório .................................................. 1.4 Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)........................................... 1.4.1 Definição e epidemiologia...................................................................... 1.4.2 Sintomatologia ...................................................................................... 1.4.3 Diagnóstico ........................................................................................... 1.4.4 Tratamento da DPOC............................................................................

24 25 30 35 37 37 40 42 45

2 OBJETIVOS.................................................................................................

48

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................... 3.1 Tipo de estudo........................................................................................... 3.2 Local de Investigação................................................................................ 3.3 População e Amostra................................................................................ 3.3.1 População.............................................................................................. 3.3.2 Critérios de inclusão .............................................................................. 3.3.3 Amostra.................................................................................................. 3.4 Procedimentos para a coleta de dados..................................................... 3.4.1 Pré-teste................................................................................................. 3.4.2 Entrevistas.............................................................................................. 3.5 Processamento e análise estatística dos dados....................................... 3.6 Aspectos e éticos......................................................................................

50 51 51 52 52 52 52 53 58 58 59 59

4 RESULTADOS............................................................................................. 4.1 Características sociodemográficas dos idosos com doença pulmonar

obstrutiva crônica, participantes do estudo.............................................. 4.2 Caracterização dos idosos com doença pulmonar obstrutiva crônica

quanto à história de tabagismo ............................................................... 4.3 Caracterização do estado de saúde dos idosos com doença pulmonar

obstrutiva crônica ..................................................................................... 4.4 Caracterização dos idosos quanto a doença pulmonar obstrutiva

crônica .................................................................................................... 4.5 Avaliação funcional dos Idosos com doença pulmonar obstrutiva

crônica ................................................................................................... 4.6 Avaliação dos sintomas de depressão nos idosos com doença

pulmonar obstrutiva crônica......................................................................

61

62

66

68

71

74

5. DISCUSSÂO............................................................................................... 5.1 Características sociodemográficas dos idosos com doença pulmonar

obstrutiva crônica, participantes do estudo............................................... 5.2 Caracterização dos idosos com doença pulmonar obstrutiva crônica

quanto a história de tabagismo................................................................. 5.3 Caracterização do estado de saúde dos idosos com doença pulmonar

obstrutiva crônica .....................................................................................

87

88

95

98

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5.4 Caracterização dos idosos quanto a doença pulmonar obstrutiva crônica .....................................................................................................

5.5 Avaliação funcional dos idosos com doença pulmonar obstrutiva crônica......................................................................................................

5.6 Avaliação dos sintomas de depressão em idosos com doença pulmonar obstrutiva crônica......................................................................................

103

109

118

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................

123

REFERENCIAS..............................................................................................

128

APÊNDICES...................................................................................................

164

ANEXOS......................................................................................................... 170

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1 INTRODUÇÃO1 INTRODUÇÃO1 INTRODUÇÃO1 INTRODUÇÃO

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Introdução 25

1.1 Transição demográfica e epidemiológica

Chega-se ao século XXI com características peculiares das transformações

demográficas e epidemiológicas do século anterior. Tais transformações foram

significativas nos âmbitos sociodemográfico e de saúde em todo o mundo,

considerando-se o aumento do número de idosos na população (NASRI, 2008), de

caráter não uniforme, cujas diferenças entre os países desenvolvidos e em

desenvolvimento ainda permanecem presentes, devido aos fatores históricos,

culturais, sociais e econômicos, caracterizando o envelhecimento populacional

(NASRI, 2008; VERAS, 2009).

A mudança na estrutura etária da população na qual uma sociedade passa de

uma situação de altas taxas de fecundidade e mortalidade a uma situação de baixas

taxas destes índices é denominada de Transição demográfica, ou seja, quando há

queda na taxa de mortalidade, aumento da expectativa de vida, e diminuição da

fecundidade a população começa a envelhecer (KALACHE, 2008; CARVALHO;

GARCIA, 2003).

O envelhecimento populacional está relacionado ao aumento da expectativa

de vida, isto é, ao aumento do número de anos de vida de uma pessoa,

acompanhado do declínio gradual das taxas de mortalidade e natalidade

(KALACHE; VERAS; RAMOS, 1987). É considerado um fenômeno demográfico,

universal e inexorável, suas causas são multifatoriais e se diferem entre os países

desenvolvidos e os em desenvolvimento (PAIXÃO JUNIOR; REICHENHEIN, 2005).

Nos países desenvolvidos, a transição demográfica teve início no século XX,

onde o aumento da população idosa ocorreu de modo insidioso e lento, ao longo de

100 anos, decorrente da urbanização das cidades, melhores condições sanitárias,

nutricional, de higiene pessoal e das condições ambientais, tanto de moradia como

de trabalho, além dos avanços tecnológicos e nos padrões de saúde. Tais fatores

foram fundamentais para a queda na taxa de mortalidade, principalmente a infantil

(PASCHOAL; FRANCO; SALLES, 2007; VERAS, 2009; KALACHE, 2008).

Vale ressaltar, também, que as conquistas tecnológicas da medicina moderna

ao longo do tempo, como assepsia, vacinas, antibióticos, quimioterápicos e exames

complementares de diagnóstico que favoreceram a adoção de medidas capazes de

prevenir ou curar muitas doenças até então fatais, foram responsáveis pela queda

da mortalidade infantil e, pelo aumento da expectativa de vida (PASCHOAL;

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Introdução 26

FRANCO; SALLES, 2007). Nos países em desenvolvimento, este fenômeno ocorreu

e vem ocorrendo desde a metade do século XX, porém em um ritmo bem mais

acelerado. As taxas de fecundidade e de mortalidade permaneceram altas até o

início dos anos 50, apesar da introdução de antibióticos e de vacinas (VERAS,

2009). E, somente nas décadas de 60 e 70 pode-se observar quedas na

fecundidade, pela utilização dos métodos de anticoncepção, acarretando baixas

taxas de natalidade, mortalidade e, concomitante, aumento das doenças crônicas

não transmissíveis (DCNT) (CARVALHO; GARCIA, 2003; PASCHOAL; FRANCO;

SALLES, 2007).

Em especial, no Brasil, tais mudanças ocorreram de forma radical e acelerada

(VERAS, 2009). O envelhecimento populacional brasileiro é, predominantemente,

urbano resultado, sobretudo, do intenso movimento migratório iniciado na década de

60, motivado pela industrialização. Esse processo de urbanização permitiu maior

acesso da população ao serviço de saúde e saneamento, diminuindo o índice de

mortalidade (PASCHOAL; FRANCO; SALLES, 2007).

Ao conceituar o termo idoso a Organizacíon Mundial de la Salud (OMS, 1974)

considera a idade e o grau de desenvolvimento do país, propondo assim, para

países desenvolvidos o limite de 65 anos ou mais de idade e, para países em

desenvolvimento 60 anos ou mais.

Para a Organização das Nações Unidas (ONU, 1990) os idosos são

classificados em três categorias: os pré-idosos (entre 55 e 64 anos); os idosos

jovens (entre 65 e 79 anos, ou entre 60 e 69 para quem vive na Ásia e na região do

Pacífico); e os idosos de idade avançada (com mais de 75 ou 80 anos). Estes, com

mais de 80 anos, são e vão continuar sendo, na sua maior parte, do sexo feminino.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2001) em 2006 o número

de pessoas com 60 anos ou mais de idade, no mundo, era de 650 milhões, estima-

se que para 2025, este número dobre para 1,2 bilhões de pessoas nesta faixa etária,

chegando a 2 bilhões em 2050. Acrescenta que após 2010, o número e a proporção

de pessoas mais idosas, ou seja, acima de 80 anos, crescerão rapidamente na

maioria dos países desenvolvidos e, em muitos, países em desenvolvimento. Até

2040, os países em desenvolvimento terão 1 bilhão de pessoas com 60 anos ou

mais.

Em 1991, no Brasil, segundo o levantamento censitário, a população idosa

era de 10.722.705, passando em 2000 para 14.536.029, chegando mais de 20

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Introdução 27

milhões em 2008. As projeções para 2050 são de 30 milhões, colocando o Brasil

como a sexta maior população de idosos do mundo. Em especial, a Região Sudeste

possui 6.732.888 idosos, o estado de São Paulo conta com 3.316.957 e a cidade de

Ribeirão Preto comporta 51 mil idosos (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA

E ESTATÍSTICA - IBGE, 2000).

É importante ressaltar o envelhecimento dentro da própria população idosa,

pois em 1980 os idosos com 80 anos ou mais representavam 17%, ou seja, cerca de

2 milhões e, em 2050 corresponderão a 28%, aproximadamente 3,5 milhões (IBGE,

2000).

O aumento do número de idosos acarreta uma série de repercussões para o

País e a sociedade, dentre elas, destacam-se a desigualdade social, representada

pela situação de a pobreza e a carência de recursos aos idosos; o aumento da

procura pelos serviços de saúde, bem como do número de internações hospitalares

e da prevalência das DCNT (VERAS, 2009).

A partir das últimas quatro décadas do século passado, seguindo a tendência

mundial, observa-se, no Brasil, um processo de transição que vem causando

significativas alterações no perfil das doenças que acometem a população (MALTA

et al., 2006). Este processo, denominado transição epidemiológica se refere a

“mudanças nos padrões de morbimortalidade, principalmente pelo declínio das

doenças infectoparasitárias e aumento das doenças crônico-degenerativas”

(CARVALHO-FILHO; PAPALEO NETTO, 2006).

Esse processo acarreta modificação no perfil de saúde da população, ou seja,

ao invés de processos agudos com resolução rápida, por cura ou óbito, predomina a

incidência de DCNT e suas complicações, o que implica em anos de utilização dos

serviços de saúde (NASRI, 2008).

Para Paschoal (1996) as DCNTs levam as pessoas a precisar de maior

suporte familiar, comunitário e cuidado de longa duração devido às consequentes

incapacidades, o que gera para a saúde pública necessidade contínua de medidas

preventivas essenciais para a manutenção da qualidade de vida do idoso.

Para Lima-Costa (2004) a mudança do perfil epidemiológico, é uma

consequência da urbanização, das melhorias nos cuidados com a saúde, da

mudança nos estilos de vida e da globalização.

Até recentemente, as prioridades da Saúde Pública brasileira, seguiam as

determinações da Conferência de Alma-Ata em 1978, sendo elas: a saúde materno-

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Introdução 28

infantil, a imunização contra as principais doenças infecciosas, a nutrição, a

prevenção e o controle das doenças endêmicas (ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA

DE SAUDE – OPAS; OMS, 2005).

As DCNT sequer eram mencionadas entre as prioridades determinadas por

esta conferência, pois eram consideradas doenças de países desenvolvidos e,

portanto, consequentes a hábitos de vida diferentes daqueles observado na maioria

dos países em desenvolvimento (LIMA-COSTA et al., 2000). Paulatinamente, o

problema vem afetando as populações dos países desenvolvidos e,

seqüencialmente, os países emergentes (OPAS, 2005).

Em decorrência do aumento das condições crônicas, termo mais abrangente,

pois incluem as DCNT, os distúrbios mentais, algumas doenças transmissíveis como

HIV/AIDS e, incapacidades estruturais (amputações, cegueira) a Organização

Mundial de Saúde (OMS, 2002) elaborou um relatório para alertar o mundo acerca

das mudanças no âmbito da saúde e para a necessidade de se tomar decisões

efetivas para este novo perfil epidemiológico.

E caso não sejam tomadas medidas satisfatórias, as condições crônicas, não

só serão as primeiras causas de incapacidades em todo o mundo, como também se

tornarão os problemas de saúde mais dispendiosos para os sistemas de saúde.

Atualmente, estas enfermidades são responsáveis por 56,5 milhões de óbitos

anuais, constituindo um sério problema de saúde pública, tanto nos países

desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento (OMS, 2002).

Diante desse cenário epidemiológico o Ministério da Saúde (BRASIL, 2003a)

tem desenvolvido ações que visam reduzir o impacto dessas doenças, por meio do

monitoramento da morbimortalidade e seus fatores de risco, análise de acesso e

utilização de serviços de saúde, indução e apoio a ações de promoção à saúde,

prevenção e controle das doenças, avaliação das ações, programas e políticas de

ações a saúde.

Neste sentido, em 2003, o MS, por meio da Secretaria de Vigilância à Saúde

iniciou ações de estruturação e operacionalização de um sistema Nacional de

vigilância especifica para as doenças não transmissíveis, sendo criada a

Coordenação Nacional para a Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis

e Promoção da Saúde – CGDANT. Os agravos não transmissíveis abrangem as

doenças decorrentes dos acidentes e violências (BRASIL, 2003a). As DCNT se

caracterizam por ter uma etiologia incerta, múltiplos fatores de risco, longos períodos

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Introdução 29

de latência, curso prolongado, origem não infecciosa e por estar associadas as

deficiências e as incapacidades funcionais. Destacam-se, entre elas, a hipertensão

arterial, o diabetes, as neoplasias, as doenças cérebro vasculares e as doenças

pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC) (OPAS, 2005).

Estas doenças têm, em comum, fatores comportamentais de risco

modificáveis como o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, a

obesidade, as dislipidemias (determinadas principalmente pelo consumo excessivo

de gorduras saturadas de origem animal), a ingestão insuficiente de frutas e

hortaliças e a inatividade física (OMS, 2005).

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD)

realizada no ano de 2003, com 384,8 mil brasileiros, evidenciou-se que cerca de

52,6 milhões declararam ter DCNT diagnosticadas por um profissional da saúde;

desses 30,5 milhões eram mulheres e, 22,1 milhões eram homens; com relação as

comorbidades 9,7 milhões informaram possuir três ou mais doenças (IBGE, 2000).

As DCNT, no ano 2001 foram às principais causas de internação pelo

Sistema Único de Saúde (SUS), sendo responsáveis por 62% de todas as mortes e

39% de todas as hospitalizações registradas pelo SUS (BRASIL, 2009).

Embora as DCNT sejam comumente encontradas entre os idosos, o processo

de envelhecimento humano não está, necessariamente, relacionado às doenças ou

incapacidades. Porém, um número cada vez maior de idosos apresenta maiores

condições crônicas. Neste sentido, a tendência atual é de que cada vez mais idosos

apresentem mais condições crônicas (ALVES et al., 2007).

Apesar da evidencia de maior prevalência de doenças na população que

envelhece, o conceito de saúde defendido para os idosos está relacionado à sua

capacidade funcional e não apenas à presença ou não de doenças crônicas, mesmo

quando essas surgem acompanhadas de incapacidades (KALACHE; VERAS;

RAMOS, 1987)

Gordilho et al. (2000) mencionam que, no contexto do envelhecimento

populacional, as DCNT representam ônus pelo fato de serem complexas e por afetar

a capacidade funcional do indivíduo. De acordo com o ministério da Saúde (BRASIL,

2006) as DCNT podem acarretar prejuízos para a capacidade funcional do idoso e

ressalta que a dependência para as atividades de vida diária tende a aumentar cerca

de 5% na faixa etária de 60 anos, elevando-se para cerca de 50% para os com 90

anos ou mais.

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Introdução 30

Neste contexto, observa-se que as mudanças no perfil demográfico e

epidemiológico da população, nos remete considerar a relevância do processo de

envelhecimento humano e a funcionalidade, uma vez que, questões relacionadas à

capacidade funcional, dependência, autonomia e morbidade representam

implicações sobre a qualidade de vida dos idosos.

1.2 Processo de envelhecimento humano e funcionalidade

O envelhecimento é um processo que vai se instalando no transcorrer da

existência humana. É fisiológico e natural, vivenciado por todos os seres vivos com

características variadas e, geralmente, está relacionado com aspectos pessoais

(DUARTE; DIOGO, 2000), ou seja, envelhecer procede de alterações fisiológicas,

biológicas, psicológicas e sociais que ocorrem de forma particular, natural, gradativa

e que progridem de acordo com a genética e hábitos de vida de cada um, de forma

precoce ou não (SANT’ANNA; CÂMARA; BRAGA 2003, ZIMERMAN, 2000).

Segundo a Organização Panamericana de Saúde (OPAS, 1993, p. 96)

[...] envelhecer é um processo seqüencial, individual, acumulativo, irreversível, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente e, portanto aumente sua possibilidade de morte.

Para Araújo e Caldas (2002) o envelhecimento pode ser definido em

Senescência, quando acontece a perda gradual das funções orgânicas e a pessoa

mantém sua capacidade intelectual e física em níveis aceitáveis; e em Senilidade,

quando aparecem sinais de degeneração intensos, ocorrendo o que se denomina de

envelhecimento patológico.

É sabido que com o processo de envelhecimento há uma série de mudanças,

tanto morfológicas como funcionais, que reduzem a capacidade funcional individual

comprometendo o enfrentamento de demandas necessárias para a manutenção da

vida (PERRACINI; FLÓ; GUERRA, 2009)

No entanto, em condições normais, um organismo sobrevive adequadamente,

mas se submetido a tensões emocionais e físicas pode culminar em condições

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Introdução 31

patológicas. Neste sentido, atribuir ao envelhecimento natural todas as alterações

encontradas no idoso é um equivoco, pois esse comportamento impede o

diagnóstico e o tratamento das doenças (DUARTE; DIOGO, 2000).

As doenças não são somente o produto final da atuação de agentes

biológicos no organismo, uma vez que distintos aspectos psicossociais, ambientais e

comportamentais podem influir no seu desenvolvimento. Assim, como existem

fatores que aumentam o risco para o declínio funcional, para o aumento das

comorbidades e do comprometimento da saúde, há também fatores que atuam

como protetores da saúde e da funcionalidade, evitando o aparecimento de

enfermidades vida (PERRACINI; FLÓ; GUERRA, 2009).

Ramos (2003 p.794) ressalta que o envelhecimento saudável pode ser

considerado “a resultante da interação multidimensional entre saúde física, saúde

mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e

independência econômica”. Acrescenta que o desequilíbrio entre um ou mais destes

fatores pode comprometer a capacidade funcional de uma pessoa.

Entende-se então, que apesar do processo de envelhecimento ser fisiológico

e inevitável, pode acarretar para a pessoa a diminuição de sua capacidade

funcional, podendo levá-la à perda da autonomia e independência, gerando

dificuldade para a realização do autocuidado e tornando-o dependente de outros

para as atividades da vida diária (AVDs), comprometendo sua qualidade de vida

(MARQUES, 2004).

Hogstel e Gaul (1991) definem autonomia como a habilidade de controlar,

lidar e tomar decisões pessoais sobre como se deve viver diariamente, de acordo

com suas próprias regras e preferências, e entende a independência como a

habilidade de executar funções relacionadas à vida diária, isto é, a capacidade de

viver independente na comunidade com alguma ou nenhuma ajuda de outros.

Para Diogo (1997) a autonomia inclui, ainda, a liberdade de escolha, de ação

e de autocuidado sobre a vida e, está diretamente relacionada à capacidade do

indivíduo em ser dependente ou independente para realizar as AVDs.

O conceito de capacidade funcional é complexo e envolvem outros, tais como

os de autonomia e independência. De acordo com Gordilho et al. (2000, p. 48)

“capacidade funcional é a manutenção das habilidades físicas e mentais necessárias

á vida independente e autônoma”.

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Introdução 32

Paschoal (2000) menciona que para alcançar vida mais saudável na velhice,

os indivíduos, as políticas sociais e de saúde devem atentar para a manutenção da

autonomia e do máximo de independência possível. Acrescenta que quando a

autonomia e a independência se apresentarem comprometidas, esforços devem ser

realizados na tentativa de restaurá-las no menor espaço de tempo e o mais próximo

possível do nível anterior. O autor entende por autonomia a capacidade de decisão,

de comando e acrescenta que para o idoso, a autonomia é mais útil que a

independência, pois pode ser restaurada mesmo que continue com dependência.

Segundo Baltes e Silverberg (1994) dependência significa um estado em que

a pessoa é incapaz de existir ou funcionar de maneira satisfatória, sem a ajuda de

outrem.

Na medida em que o idoso apresenta algum grau de comprometimento na

capacidade funcional, vai surgindo a dependência para executar as AVDs,

caracterizando a incapacidade funcional.

Para Rosa et al. (2003, p. 41) a incapacidade funcional define-se “pela

presença de dificuldade no desempenho de certos gestos e de certas atividades da

vida cotidiana ou mesmo pela dificuldade de desempenhá-las”. Acrescentam que na

prática trabalham-se tanto com o conceito de capacidade funcional quanto com o de

incapacidade funcional.

As atividades da vida cotidiana ou AVDs são representadas pelas: a)

Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD) consideradas tarefas fundamentais para a

sobrevivência como as de autocuidado ou cuidado pessoal dentro de casa

(alimentar-se, ter continência urinária e fecal, locomover-ser, tomar banho, vestir se,

transferências e mobilidade); b) Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD)

relacionadas à vida independente e ativa na comunidade englobam a execução de

atividades rotineiras (cozinhar, arrumar a casa, fazer compras, telefonar, tomar

medicamentos, executar e controlar finanças, usar meios de transporte) e c)

Atividades Avançadas de Vida Diária (AAVD) que incluem trabalhos voluntários

sociais, ocupacionais e de recreação (PERRACINI; GAZZOLA, 2009).

O termo avaliação da funcionalidade foi criado com intuito de mensurar

objetivamente o desempenho do individuo na realização dessas atividades

(KAWASAKI, 2004). A esse respeito Alves et al. (2007) refere que as ABVDs, as

AIVDs e a mobilidade são medidas comumente utilizadas para avaliar a capacidade

funcional dos indivíduos, entre eles os idosos.

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Introdução 33

Vários são os instrumentos existentes para avaliar a funcionalidade em

idosos. Em geral, esses instrumentos avaliam o potencial do idoso para execução da

atividade (capacidade funcional) e/ou o nível de dificuldade para a realização da

mesma (desempenho funcional). Para a seleção do instrumento a ser utilizado deve-

se levar em conta os objetivos a serem alcançados, bem como o ambiente

operacional (PAIXÃO JUNIOR; REICHENHEIM, 2005).

Estes instrumentos podem ser aplicados por meio de entrevistas, a qual pode

ser realizada pessoalmente ou por meio do telefone. Em alguns tipos de

instrumentos o avaliador pode fazer o papel de observador, quando solicita uma

tarefa e observa sua execução. Há também aqueles aplicados por meio de auto-

relatos (GOMES; DIOGO, 2004).

Escalas utilizadas para avaliação funcional podem ser diferenciadas de

acordo com o número de dimensões avaliadas (física, psicológica, funcional, social

entre outros), denominando-se unidimensionais, mistas ou globais. Entre os

instrumentos utilizados destacam-se: as Escalas de Katz, Lawton e Brody e a de

Barthel, o OARS (Older American Resources and Services), o MAI (Multilevel

Acessment Instrument), a MIF (Medida de Independência Funcional), POMA

(Performance Oriented Mobility Assessment), GARS (Gait Abnormality rating Scale),

PPME (Physical Performance and Mobility Examinations), BERG TEST e o Perfil

PULSES, London Chest Activity of Daily Living scale (LCADL) (KAWASAKI, 2004).

A escolha do instrumento de avaliação funcional deve ser criteriosa, visto que

existem diversas opções propostas na literatura. Na realidade brasileira, poucos

foram amplamente utilizados e testados em sua especificidade, sensibilidade e

confiabilidade (GOMES; DIOGO, 2004).

A Medida de Independência Funcional (MIF) foi traduzida para a língua

portuguesa por Riberto et al. (2001), que testaram, também, a sua reprodutibilidade,

destacando que para sua aplicação todos os avaliadores devem ser devidamente

treinados, pois este instrumento não é auto-aplicado. Sua validade de construto foi

testada em pacientes com lesão medular e lesões encefálica por Riberto et al.

(2004) com evidencias de que a versão brasileira da MIF mostrou-se sensível a

alterações e clinicamente útil para a avaliação de resultados de reabilitação em

pacientes ambulatoriais subagudos e crônicos no Brasil. Outros estudos americanos

mostraram a validade (DODDS, T. et al., 1993; HEINEMANN et al., 1993);

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Introdução 34

confiabilidade (DODDS, M. et al., 1993; POLLACK; RHEAULT; STOECKER, 1996) e

estabilidade (LINACRE et al., 1994) deste instrumento.

A MIF foi criada em 1984, por uma força-tarefa da Academia Americana de

Medicina Física e Reabilitação e pelo Congresso Americano de Medicina de

Reabilitação (GUIDE FOR THE UNIFORM DATA SYSTEM FOR MEDICAL

REHABILITATION, 1993), com a finalidade de medir o grau de solicitação à

terceiros, que o paciente portador de deficiência exige para a realização de tarefas

motoras e cognitivas (RIBERTO et al., 2004).

A utilização deste instrumento foi expandida pelo Departamento de Medicina

de Reabilitação da Universidade Estadual de Nova York, em Búfalo. Atualmente a

MIF faz parte da Uniform Data System for Medical Rehabilitation, um banco de

dados onde são armazenadas as informações de, aproximadamente, 60% dos

centros de reabilitação de outros países como Austrália, Canadá, França, Alemanha,

Itália, Portugal e Israel (GUIDE FOR THE UNIFORM DATA SYSTEM FOR MEDICAL

REHABILITATION, 1993).

Nos EUA, a MIF é amplamente utilizada no credenciamento de programas de

avaliação de qualidade dos centros de reabilitação, realizados pela Comissão de

Acreditação de centros de reabilitação, que selecionam e garantem o bom

funcionamento dessas instituições (COHEN; MARINO, 2000).

No Brasil, autores como Pedrazzi (2008), Monteiro (2007), Scattolin, Diogo e

Colombo (2007), Dias et al. (2005), entre outros, utilizaram a MIF em seus estudos

para avaliar a capacidade funcional de idosos.

A capacidade funcional indica o nível máximo de funcionalidade que uma

pessoa pode atingir em um dado momento, retrata a habilidade de um indivíduo

executar uma tarefa ou uma ação (OMS, 2001). Fato que torna a avaliação da

capacidade funcional no idoso uma ferramenta fundamental para estabelecer o

diagnóstico, o prognóstico e fazer um julgamento clínico do estado geral de saúde

em um indivíduo, além de servir de base para adequar tratamentos e necessidades

especiais (GOMES; DIOGO, 2004).

A importância da manutenção e restauração da capacidade funcional do idoso

vem sendo reconhecida entre os profissionais da área da saúde e, portanto, a

adequada avaliação funcional deste seguimento da população viabiliza o acesso a

informações do estado funcional do idoso com a finalidade de subsidiar equipes

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Introdução 35

interdisciplinares na construção de planos assistenciais com vistas na promoção da

reabilitação e/ou manutenção da independência e autonomia.

1.3 Envelhecimento do sistema respiratório

O envelhecimento constitui, fisiologicamente, modificações morfofuncionais

em diversos sistemas orgânicos. E as alterações associadas à idade podem ser

encontradas nas estruturas anatômicas do sistema respiratório como pulmão, caixa

torácica e músculos respiratórios (MAYOR; MAYOR, 2004).

Com o envelhecimento, ocorre redução significativa da complacência1 da

caixa torácica pelo enrijecimento das costelas ocasionado pelo processo de

osteoartrose senil, o que torna a caixa torácica mais rígida, mais curta e resistente à

deformação, aumento do diâmetro ântero-posterior e diminuição do movimento do

gradil costal (KAUFFMAN; JACKSON, 2001; GORZONI; RUSSO, 2002).

Por conseguinte, o diafragma (principal músculo respiratório) se encontra em

desvantagem mecânica pela mudança na forma do tórax, fator que reduz a eficácia

da tosse, predispõe ao acumulo de secreção e facilita a fadiga da musculatura

respiratória em doenças que requerem alta ventilação por minuto (GORZONI;

RUSSO, 2002).

Nos pulmões, há uma diminuição do diâmetro bronquiolar, pela redução de

elastina e aumento de colágeno, principalmente tipo III, no tecido conjuntivo de

suporte, sendo fator determinante para o aumento da resistência ao fluxo aéreo

(KAUFFMAN; JACKSON, 2001).

Além disso, ocorre o aumento no diâmetro dos ductos alveolares; sacos

alveolares menos profundos, diminuição do número de poros de Khon e do número

de alvéolos, acarretando maior acúmulo de ar e, prejudicando as trocas gasosas

nessas áreas (GORZONI; RUSSO, 2002; KAUFFMAN; JACKSON, 2001).

As alterações da membrana alveolocapilar se caracterizam pela perda dessa

interface e pelo aumento do tamanho dos alvéolos devido à destruição de paredes

1 Complacência é uma medida da tendência de um orgão oco a resistir ao recuo às suas dimensões originais com a remoção de uma força compressiva ou distensiva. É um termo recíproco à elastância (WEST, 2002).

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Introdução 36

individuais dos alvéolos (GORZONI; RUSSO, 2002; COHEN, 2001). Ocorre também,

a redução do número de células mucociliares e de sua atividade no epitélio de

revestimento brônquico, reduzindo a limpeza mucociliar e predispondo a infecção

pulmonar (PAPALÉO-NETO, 2002).

Tais alterações, na estrutura da caixa torácica e morfológica do pulmão

modificam o desempenho pulmonar e contribuem para a redução da função do

pulmão com o avançar da idade (COHEN, 2001). A prova de função pulmonar

evidencia diminuição da capacidade vital (CV), volume de ar expirado, após

inspiração máxima, e da capacidade inspiratória (CI) (LORENZO; VELLOSO, 2007;

JANSSENS, PACHE; NICOD, 1999). Ainda, nesta prova de função o volume

residual (VR), volume que permanece no pulmão após uma expiração máxima e

forçada e, a capacidade residual funcional (CRF), volume de ar que permanece nos

pulmões após uma expiração basal, aumentam; já a capacidade pulmonar total

(CPT), ou seja, o volume contido nos pulmões após uma inspiração máxima, pouco

se altera (LORENZO; VELLOSO, 2007).

A função pulmonar é avaliada pelo exame de espirometria e pode fornecer

informações práticas a respeito das mudanças relacionadas com a idade

(LORENZO; VELLOSO, 2007).

A espirometria é um dos exames utilizados para avaliar a função pulmonar

(volumes e capacidades), auxilia na prevenção e no diagnóstico de afecções

pulmonares. Por meio dela verificam-se os volumes inspirados e expirados, as

capacidades e os fluxos respiratórios (PEREIRA, 2002).

A idade avançada, a história de tabagismo e a exposição ambiental são

fatores que afetam a função e que se refletem na espirometria. Neste caso, a

espirometria evidencia um declínio progressivo da capacidade vital forçada (CVF),

do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e do fluxo expiratório

forçado entre 25% e 75% da CVF (FEF 25% - 75%). Entende-se por CVF o volume de

ar exalado de forma forçada após o esforço inspiratório máximo, por VEF1 o volume

expirado no primeiro segundo da CVF e, finalmente por FEF 25% - 75% a média do ar

que sai dos pulmões durante a metade da manobra da CVF (LORENZO; VELLOSO,

2007).

Um fato importante são as mudanças na troca gasosa e no desequilíbrio entre

ventilação e perfusão (V/Q) que são resultantes do colapso das vias aéreas distais,

da limitação ao fluxo aéreo, do aumento do colágeno nas paredes alveolares e da

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Introdução 37

diminuição da área de superfície alveolar que contribuem para uma elevada

diferença alvéolo arterial de oxigênio P(A-a)O2.

(MAYOR; MAYOR, 2004; LORENZO; VELLOSO, 2007).

Observa-se uma resposta ventilatória à hipoxemia e hipercapnia reduzida em

50% no idoso. Tais mudanças decorrem de mecanismos neurais centrais e,

possivelmente, da diminuição da força e da coordenação dos músculos respiratórios.

Dessa forma, em casos de alterações clinicamente significativas em gases do

sangue arterial, o sintoma de dispnéia está ausente. Há evidencias sugestivas de

que os idosos não desenvolvem dispnéia até uma fase substancialmente tardia de

sua enfermidade clínica, comparado as pessoas mais jovens (LORENZO;

VELLOSO, 2007).

As alterações do sistema respiratório com o envelhecimento contribuem para

o aparecimento de doenças respiratórias principalmente infecções das vias aéreas,

agravando-se na presença de DPOC e consumo de tabaco (JACOB-FILHO; SOUZA,

2000, FLÓ; MENDONÇA; MAZONI, 2009).

1.4 Doença pulmonar obstrutiva crônica

1.4.1 Definição e epidemiologia

A DPOC é caracterizada pela redução do fluxo aéreo pulmonar, pela presença

de obstrução crônica, lentamente progressiva e, não totalmente reversível. Associa-

se a uma resposta inflamatória das vias aéreas à inalação de partículas e/ou gases

nocivos, sobretudo a fumaça do cigarro. É retratada como uma combinação variada

de doenças das vias aéreas (bronquite crônica) e do parênquima pulmonar

(enfisema pulmonar), sendo que a predominância de um ou outro componente é

variável e difícil de quantificar in vivo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA - SBPT, 2002; JARDIM; OLIVEIRA; NASCIMENTO,

2004).

Segundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2005 a DPOC atingiu

80 milhões de pessoas no mundo e, somente no Brasil alcançou, aproximadamente,

5 milhões. Dados que alarmam, pois incluem todas as faixas etárias e, portanto,

subestimam a verdadeira prevalência da DPOC em idade mais avançada. Para

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Introdução 38

Mannino (2009) a DPOC é uma das principais causas de mortalidade e morbidade

em todo o mundo acarretando impacto no âmbito econômico e social.

Como na América Latina não havia dados de valores reais da prevalência de

DPOC a Associação Latino-Americana de Tórax (ALAT, 2005) desenvolveu um

estudo denominado PLATINO (Projeto Latinoamericano de Investigação em

Obstrução Pulmonar) com a finalidade de identificar a prevalência de DPOC em

cinco cidades de grandes regiões metropolitanas da América Latina: São Paulo

(Brasil), Montevidéu (Uruguai), Santiago (Chile), Caracas (Venezuela) e Cidade do

México (México).

O Estudo PLATINO (MENEZES et al.,2005) realizado no Brasil avaliou os

indivíduos com 40 anos ou mais de idade, residentes na área metropolitana da

grande São Paulo, com o objetivo de verificar a prevalência da DPOC e analisar o

impacto da doença na amostra estudada. Os resultados mostraram que a

prevalência total de DPOC foi de 18% para os homens e 14% para as mulheres.

Quanto a distribuição por faixa etária obteve-se uma distribuição de 25,7% para o

intervalo igual ou maior a 60 anos; 16,2 % para 50-59 anos e 8,4% para 40-49 anos.

Em relação ao estádio de gravidade da DPOC, segundo a classificação da

Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD, 2006) e da Sociedade

Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT, 2002) evidenciou-se 10,1% dos

participantes no estádio I; 4,6% no estádio II; 0,9% no estádio III e 0,2% no estádio

IV (MENEZES et al., 2005).

De acordo com a revisão do II Consenso Brasileiro de DPOC (JARDIM;

OLIVEIRA; NASCIMENTO, 2006), utilizando dados epidemiológicos da DPOC no

Brasil extraídos do IBGE (2000) e Menezes et al. (2005) encontrou-se que 7.358.323

pessoas, no país, apresentavam DPOC entre os estádios I e IV, sendo 3.936.161

homens e 3.422.162 mulheres; 2.639.760 com DPOC entre os estádios II e IV. No

que se refere a ocorrência de internações, 191.681 pessoas foram internadas, no

ano de 2004, por DPOC, na faixa etária com mais de 40 anos, sendo 105.883

homens e 85.798 mulheres. Quanto ao número de óbitos por DPOC, em 2003,

observou-se um total de 33.560, sendo 20.713 homens e 12.844 mulheres, com

idade maior que 40 anos.

A DPOC é descrita como um conjunto de alterações clínica, radiológicas,

funcionais e patológicas do pulmão que abrange a bronquite crônica e o enfisema

pulmonar (BETHLEN, 2001).

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Introdução 39

A bronquite crônica é uma doença pulmonar caracterizada por produção

excessiva de muco na arvore brônquica, suficiente para causar expectoração

excessiva de escarro, com relato de expectoração na maioria dos dias pelo menos

três meses no ano, durante pelo menos dois anos consecutivos. As principais

causas são o consumo de tabaco, a exposição ocupacional por longo período em

ambiente poluído e a infecção. Estes fatores desencadeiam a produção de muco

mais espesso, dificultando o movimento ciliar e gerando limitação ao fluxo aéreo,

aumento da quantidade de muco intraluminal e produzindo alterações nas pequenas

vias aéreas, características da inflamação crônica (WEST, 2002).

O enfisema pulmonar é caracterizado pelo aumento dos espaços aéreos

distais ao bronquíolo terminal, com destruição das suas paredes. O pulmão

enfisematoso apresenta perda de paredes alveolares com consequente destruição

de partes do leito capilar. As pequenas vias aéreas estão estreitadas, tortuosas, e

reduzidas em número, além de, possuírem paredes finas e atrofiadas. Dentre as

causas estão o consumo do tabaco, poluição atmosférica; deficiência de Alfa 1 -

antitripsina (SCANLAN, C. L.; WILKINS, R. L.; STOLLER, 2000; WEST, 2002).

O enfisema pulmonar por deficiência de alfa 1 - antitripsina atinge indivíduos

com idade de 40 anos com ou sem história de fumo ou tosse. Esta deficiência é um

distúrbio genético de descoberta recente, decorre de diferentes mutações no gene

SERPINA1 que possui diversas implicações clínicas. A alfa1 - antitripsina é

produzida principalmente no fígado e atua como uma antiprotease, cuja principal

função é inativar a elastase neutrofílica, impedindo a ocorrência de dano tecidual. A

mutação mais freqüentemente relacionada à doença clínica é o alelo Z, que

determina polimerização e acúmulo dentro dos hepatócitos. O acúmulo e a

conseqüente redução dos níveis séricos de alfa-1 antitripsina determinam,

respectivamente, doença hepática e pulmonar, sendo que esta última se manifesta

principalmente sob a forma de enfisema de aparecimento precoce, habitualmente

com predomínio basal (CAMELIER et al., 2008)

Apesar do substrato anatomopatológico dessas doenças serem diferentes,

elas são estudadas, do ponto de vista terapêutico, como uma única entidade, a

DPOC. Isto decorre do fato de que habitualmente essas duas moléstias estão

presentes no mesmo paciente, podendo predominar os sintomas de uma ou outra

(JARDIM; OLIVEIRA; NASCIMENTO, 2005).

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Introdução 40

As características fisiopatológicas da DPOC são a inflamação crônica das

vias aéreas e destruição do parênquima pulmonar que leva a limitação do fluxo

aéreo, marcador principal da doença. Essas alterações conduzem a uma troca

gasosa ineficaz, aprisionamento aéreo, hiperinsuflação pulmonar que geram um

desequilíbrio na mecânica pulmonar, fraqueza dos músculos inspiratórios e, por

conseguinte recrutamento da musculatura acessória da inspiração (GOLD, 2006;

JARDIM; OLIVEIRA; NASCIMENTO, 2004; SBPT, 2002). Diante disso o paciente

passa a respirar em altos volumes pulmonares, próximos a CPT, levando a limitação

ventilatória em repouso e frente à exercícios (VANHEES et al., 2005).

Apesar de a DPOC ser uma doença prevalente, geralmente é subestimada e

subdiagnosticada. Segundo o estudo PLATINO (MENEZES, 2005),

aproximadamente 88% dos pacientes com DPOC não tinham o diagnóstico prévio,

devido a não identificação da doença pela equipe de saúde.

1.4.2 Sintomatologia

As manifestações clínicas da DPOC não se restringem ao comprometimento

pulmonar, uma vez que trazem conseqüências sistêmicas significativas, tais como

inflamação sistêmica (desequilíbrio entre a formação de radicais livres de oxigênio e

capacidade antioxidante resultando no estresse oxidativo sistêmico e ativação das

células inflamatórias) e disfunção músculo esquelética (perda da massa muscular

esquelética e anomalias bioenergéticas) (JARDIM; OLIVEIRA; NASCIMENTO, 2004;

SBPT, 2002; DOURADO et al., 2006; AMERICAN THORACIC SOCIETY;

EUROPEAN RESPIRATORY SOCIETY -ATS; ERS, 1999).

A perda de massa esquelética é um preditor de mortalidade em pacientes

com DPOC e, pode estar associada á acentuação dos sintomas, piora da qualidade

de vida e, intolerância ao exercício (JARDIM; OLIVEIRA; NASCIMENTO, 2006).

Estas manifestações sistêmicas decorrentes da patologia submetem o

individuo a limitação da capacidade física e, declínio da condição de saúde, fatores

que se traduzem em pior prognóstico (KUNIKOSHITA, 2006; ATS; ERS, 1999).

Os principais sintomas limitantes pela DPOC são: sensação de dispnéia,

fadiga, tosse, geralmente produtiva, diminuição da capacidade funcional e

intolerância aos esforços que compromete o desempenho para as AVD (BETHLEM,

2001; SBPT, 2002).

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Introdução 41

O sintoma de tosse pode ser diário ou intermitente e pode preceder a dispnéia

ou surgir simultaneamente a ela. A tosse produtiva ocorre em, aproximadamente,

50% dos fumantes (BETHLEM, 2001).

A dispnéia ou falta de ar, sensação de respiração curta, é o principal sintoma.

Está presente no estágio inicial da doença, somente nos esforços fisicos e, a medida

que o comprometimento se agrava é referida, também, no repouso (SBPT, 2002).

Em decorrência da progressão da DPOC o individuo limita a execução de

suas AVD para amenizar os sintomas, apresentando um quadro de

descondicionamento cardiovascular, disfunção musculo esquelética e transtornos

psicológicos (CELLI et al., 2004; FREITAS; PEREIRA; VIEGAS, 2007).

A limitação para as AVD e/ou para exercicios é decorrente de diversos

fatores: alteração ventilatória, disfunção muscular periférica, perda da capacidade

elástica pulmonar e diminuição do fluxo expiratório que promovem aprisionamento

aéreo com aumento da CRF e diminuição da CI (FREITAS; PEREIRA; VIERAS,

2007). Somado a estes fatores, a hiperinsuflação estática e o aumento desta durante

as atividades fisicas (hiperinsuflação dinamica) associam-se à limitação ao exercício

nessa população.

Além disso, a presença de outras doenças relacionadas ao tabagismo, como

hiertensão arterial e doença cardiaca, também, conduzem ao sedentarismo

progressivo (JARDIM et al., 2003; FREITAS; PEREIRA; VIEGAS, 2007).

Segundo Killian et al. (1992), a disfunção muscular esquelética acarreta

prejuízos na capacidade funcional para a realização das AVD em pacientes com

DPOC. Estes autores observaram que muitos destes indivíduos queixavam-se de

fadiga dos membros inferiores durante a prova de esforço máximo sem, no entanto,

relatarem dispnéia como fator limitante do desempenho. Porém, notaram que a força

muscular em membros superiores foi preservada em relação aos inferiores (KILLIAN

et al., 1992; CELLI et al., 2004).

Um fator relevante a ser destacado é a presença de sintomas de depressão

em pessoas com DPOC. Esta situação pode ocorrer pelo fato da doença ser crônica

e apenas parcialmente reversível, além do que a maioria dos pacientes apresenta

limitações para a realização das atividades diária, diminuição da capacidade física e

da auto-estima, queda do desempenho no trabalho, perda do emprego ou até

aposentadoria precoce, mudanças de papel e de posição na família e na sociedade,

permanecendo mais confinados em suas casas (HECKLER et al., 1997).

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Introdução 42

O mesmo autor verificou em um estudo com 51 pacientes com DPOC, sendo

34 (66,7%) homens e 17 (33,3%) mulheres; a média de idade era de 61 anos (±11);

26,9% apresentavam depressão (oito mulheres e três homens). A intensidade da

depressão variou entre leve, presente em cinco pacientes, moderada, em três e

grave, em outros três.

Godoy e Godoy (2002) ao avaliar 46 pacientes com DPOC participantes do

programa de reabilitação pulmonar (PRP) da rede hospitalar de Porto Alegre, no

período de outubro de 1999 a junho de 2001, observaram que 73,9% apresentavam

DPOC nos estádios de moderado a grave; a média de idade foi de 63,28 anos.

Evidenciaram, também, que a depressão foi diagnosticada em 58,8% dos homens e

58,3% das mulheres, sendo que os pacientes no estádio moderado apresentaram-se

mais ansiosos e mais deprimidos em relação aos estádios graves.

Assim sendo, considera-se importante identificar a presença de sintomas de

depressão na população deste estudo.

1.4.3 Diagnóstico

O Diagnóstico de DPOC deve ser considerado em qualquer individuo com

tosse, expectoração, dispneia e/ou história de exposição a fatores de risco (IBGE,

2000) e a Espirometria deve ser considerada na definição diagnóstica dos casos da

doença visto que outras condições podem apresentar quadro clinico semelhante a

esta condição (PEREIRA, 2002; IBGE, 2000).

De acordo com Pereira (2002) o exame ouro para o diagnóstico da DPOC é a

Espirometria, teste que auxilia na prevenção e permite o diagnóstico e a

quantificação dos distúrbios ventilatórios. Avalia a entrada e saída do ar dos

pulmões, durante uma respiração lenta ou durante as manobras expiratórias

forçadas, exigindo a compreensão e colaboração do paciente, além de

equipamentos exatos e emprego de técnicas padronizadas aplicadas por pessoal

especialmente treinado. Os valores obtidos devem ser comparados a valores

previstos adequados para a população avaliada. Sua interpretação deve ser feita à

luz dos dados clínicos e epidemiológicos (PEREIRA, 2002; JARDIM et al., 2003)

Por meio deste exame avalia-se o grau de obstrução ao fluxo aéreo

expiratório forçado, analisando a curva expiratória volume-tempo, realizada antes e

após administração de broncodilatador, preferencialmente, na fase estável da

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Introdução 43

doença. A espirometria permite a avaliação de uma multiplicidade de parâmetros. Os

mais importantes na aplicação clínica são a CVF; VEF1 e a relação VEF1/CVF ou

índice de Tiffeneau, pela menor variabilidade inter e intra-individual (GOLD, 2006;

SBPT, 2000).

Segundo a GOLD (2001) os critérios diagnósticos da DPOC pela espirometria

exigem que a relação entre VEF1/CVF pós-broncodilatador seja menor que 0,70. De

acordo com estes critérios estabelecem-se os estadiamentos da DPOC, dispostos

em quatro níveis de gravidade de acordo com o VEF1 pós-broncodilatador e critérios

clínicos. O Estádio I (DPOC leve): apresenta VEF1 maior ou igual a 80% do previsto;

o Estádio II (DPOC moderada): VEF1 entre 50% e 80% do previsto; o Estádio III

(DPOC grave): VEF1 entre 30% e 50% do previsto; o Estádio IV (DPOC muito grave):

VEF1 menor do que 30% do previsto ou VEF1 entre 30% e 50% do previsto, com

sinais de insuficiência respiratória e/ou insuficiência ventricular direita. O VEF1

diminui de acordo com o aumento da idade, uma redução de 0,003 L/ano.

Além destes quatro estádios da doença existe o estádio 0, no qual o indivíduo

não tem alteração na função pulmonar (espirometria com relação entre a relação

VEF1/CVF maior ou igual a 0,70), mas possui sintomas crônicos ou presença de

exposição a fatores de risco (GOLD, 2006).

Na DPOC deve-se solicitar, rotineiramente, uma radiografia simples de tórax

nas posições póstero-anterior e perfil, não para definição da doença, mas para

afastar outras doenças pulmonares, principalmente a neoplasia pulmonar. A

radiografia de tórax pode ainda identificar bolhas, com possível indicação cirúrgica.

A tomografia computadorizada de tórax está indicada na DPOC somente em casos

especiais, como suspeita da presença de bronquiectasias ou bolhas, indicação de

correção cirúrgica destas ou programação de cirurgia redutora de volume (SBPT,

2000).

A avaliação da oxigenação pode ser feita, inicialmente, de maneira não

invasiva pela oximetria de pulso. Se for identificada saturação arterial de oxigênio

(SaO2) igual ou inferior a 90%, está indicada a realização de gasometria arterial (GA)

(SBPT, 2000).

A GA é um exame realizado por meio da coleta de uma amostra de sangue

de uma artéria, utilizando seringa e agulha e a amostra pode ser coletada da artéria

radial, da artéria femoral ou da artéria braquial. Após a extração, o sangue é

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Introdução 44

encaminhado imediatamente ao laboratório para análise (JARDIM; NASCIMENTO,

2007).

Por meio deste exame é possível avaliar o distúrbio acido básico analisando o

pH, a pressão arterial do gás carbônico PaCO2 e o bicarbonato (HCO3), além da a

pressão arterial de oxigênio PaO2, saturação das hemoglobinas e excesso de base

(VIEGAS, 2002).

O valor diagnóstico também se amplia com o cálculo da diferença alvéolo-

arterial de oxigênio P(A-a)O2, e da mistura venosa, pois são clássicos indicadores de

disfunção alvéolo-capilar (RIBEIRO-SILVA; SILVA, 2004).

Para Jardim e Nascimento (2007) estes dados são importantes na avaliação

de doenças respiratórias e de outras condições que afetem os pulmões e, também

para determinação da eficiência de terapias com oxigênio.

Os valores normais da PaO2 podem ser considerados de 100mmHg para

pessoas saudáveis aos 20 anos e de 80mmHg aos 70 anos. Ocorre uma queda

média de cerca de 4mmHg a cada década vivida. Além da idade, fatores como

índice de massa corporal (IMC), PaCO2, postura e altitude, influem nos valores da

PaO2 (VIEGAS, 2002)

A diminuição da PaO2 com a idade é decorrente do aumento dos

desequilíbrios ventilação perfusão V/Q, sendo que após os 75 anos de idade não há

progressão do declínio (VIEGAS, 2002).

Enfim, para o diagnóstico da DPOC deve-se investigar a sintomatologia

clínica, o resultado da espirometria e os exames complementares (GA, radiografias,

entre outros), porém deve-se levar em consideração, também, outros fatores

importantes que influenciam no impacto e na evolução desta doença, tais como:

baixa composição de massa corporal e diminuição na capacidade de exercício que

estão associadas ao alto risco de mortalidade (O’DONNELL; LAM; WEBB, 1998;

CELLI et al., 2004), bem como diminuição da capacidade funcional (MAN et al.,

2003).

1.4.4 Tratamento da DPOC

Segundo Dourado e Godoy (2004) as terapias clínicas trazem benefícios

mínimos para o paciente com DPOC, enquanto as terapias voltadas ao

condicionamento físico possuem fundamental importância para diminuir a demanda

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Introdução 45

respiratória e dispnéia. São terapias: a assistência de suplementação de oxigênio,

os exercícios resistivos para musculatura respiratória, a suplementação de

esteróides anabolizantes, estimulação elétrica neuromuscular (ATS; ERS, 1999;

NEDER, 2001) e as técnicas de conservação de energia que são utilizadas para

reduzir o gasto energético destes pacientes frente a realização das AVD (VELLOSO;

JARDIM, 2006).

A Reabilitação Pulmonar constitui uma estratégia importante no tratamento de

pacientes com DPOC, reduzindo o acúmulo de secreções e broncoespasmos. É

necessário recuperar o indivíduo do ponto de vista físico, psicológico e social. Para

tanto é preciso ajudar o doente a retomar seus papéis na família e na sociedade

(CARDOSO; LEMLE; BETHLEM, 2001).

Assim, programas estruturados e multidisciplinares de reabilitação pulmonar

possuem impacto na melhora da qualidade de vida de pacientes com diversas

doenças pulmonares, sobretudo a DPOC. Dentre os objetivos destes programas

destacam-se o aumento da tolerância ao exercício dinâmico, a redução da dispnéia

nas atividades cotidianas, a diminuição do nível de dependência do paciente aos

cuidados médicos e condução positiva da doença (GOLD, 2003; NEDER et al.,

1997).

Dourado e Godoy (2004) mostraram em seu estudo a importância de se

trabalhar em qualquer estágio com o condicionamento aeróbio em pacientes com

DPOC. Explicam que o treinamento aumenta a concentração de enzimas oxidativas

mitocondriais, a capilarização dos músculos treinados, o limiar anaeróbio, o

consumo máximo de oxigênio (VO2max) e diminui o tempo de recuperação da

creatina fosfato (CP), resultando em melhora da capacidade de exercício. Os

benefícios do condicionamento aeróbio resultam no aumento da distância percorrida

no teste de caminhada de seis minutos (TC6), na melhora do desempenho em

questionários de qualidade de vida e no alívio da intolerância ao exercício.

Para Pitta (2002) e Dourado e Godoy (2004) o treinamento de membros

inferiores realizado em cicloergômetros ou esteiras rolantes, ou mesmo por meio de

caminhadas resultam em melhora no VO2max, no tempo do teste de 6 minutos, no

tempo de endurance na esteira ergométrica, da pressão inspiratória máxima e da

sensação de dispnéia, sugerindo aspectos positivos no desempenho cotidiano

deste individuo.

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Introdução 46

Em relação ao treino com membros superiores a SBPT (2000) recomenda a

pratica destas atividades com pesos, bastões, ou elásticos a fim de minimizar a

dispnéia e incrementar o desempenho nas AVDs. Alguns músculos do ombro

auxiliam a respiração, e quando envolvidos em outras atividades, estes músculos

passam a ter função diminuída na respiração, aumentando o trabalho do diafragma

(DOURADO; GODOY, 2004)

Recomenda-se o fortalecimento muscular pela intolerância ao exercício

devido a fraqueza muscular nos indivíduos com DPOC, afetando principalmente os

membros inferiores (SPRUIT et al., 2002). Troosters et al. (2005), analisaram 100

pacientes com DPOC grave e identificaram valores significativamente maiores no

desempenho máximo de exercício, no TC6, na força muscular periférica e na

qualidade de vida entre os pacientes que realizaram seis semanas de treino de força

em relação àqueles que não treinaram.

Velloso e Jardim (2006) preconizam a utilização das técnicas de conservação

de energia em todos os programas de reabilitação pulmonar com a finalidade de

diminuir a sensação de dispnéia e de prevenir, reduzir e retardar o aparecimento das

disfunções durante a realização das AVDs, aumentando a capacidade funcional dos

pacientes. Estas técnicas de conservação de energia consistem em adequar e

adaptar o ambiente para a realização dessas atividades, amenizando o gasto de

energia.

A prática de conservação de energia segue a reeducação da respiração

diafragmática em repouso e depois frente às tarefas, evitando breves períodos de

apnéia; treinamento dos membros superiores, visando o aumento da tolerância ao

trabalho; programas de atividades com níveis distintos de exigência, iniciando com

atividades leves, lentas e com menor gasto energético, como atividades de higiene

pessoal em posição sentada e com apoio dos membros superiores (escovar dentes,

pentear cabelos, fazer a barba, lavar o rosto, maquiar se) até orientação quanto à

importância do auxílio de familiares, cuidadores ou outros, quando necessário

(VELLOSO; JARDIM, 2006).

Diante deste contexto, faz-se necessário a atenção voltada ao idoso com

DPOC, por meio da avaliação da capacidade funcional com a finalidade de se

estabelecer um planejamento para o tratamento adequado, bem como orientações

para os cuidados diários.

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Introdução 47

É importante ressaltar que a dependência se traduz pela necessidade de

ajuda indispensável para o desempenho das AVDs. Não se deve considerar a

dependência como um estado fixo, pois se trata de um processo que pode ser

prevenido e, se instalado, sua evolução pode ser modificada com a redução de suas

manifestações por meio de serviços e ambientes adaptados (TRIADÓ; VILLAR,

2006).

Lawton (1971) entende a avaliação da capacidade funcional como uma

tentativa sistematizada de mensurar objetivamente os níveis nos quais uma pessoa

está funcionando em uma variedade de áreas tais como: integridade física,

qualidade da automanutenção, qualidade no desempenho de papéis, estado

intelectual, atividades sociais, atitude em relação a si mesmo e ao estado emocional.

Assim sendo, a avaliação da capacidade funcional visando a

independência do idoso com DPOC, permite determinar a repercussão da sua

intolerância para o desempenho de atividades habituais. E atualmente, com a busca

de novas ferramentas que permitem, de forma simples, determinar objetivamente

esta intolerância, acredita-se que com isto será possível elaborar estratégias que

auxiliem os serviços de saúde e os profissionais desta área no tratamento e no

planejamento de ações com enfoque na reabilitação do idoso com vistas a melhorar

sua independência e autonomia e, consequentemente, sua qualidade de vida.

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2 2 2 2 OBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOSOBJETIVOS

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Objetivos 49

� Caracterizar os idosos com diagnóstico de DPOC nos estádios I a IV,

atendidos no Ambulatório de Pneumologia Geral da Divisão de

Pneumologia do Departamento de Clínica Médica do HCFMRP/USP,

segundo as variáveis sociodemográficas, história de tabagismo e

condição de saúde;

� Identificar o grau de independência funcional desses idosos;

� Identificar a presença de sintomas de depressão entre os idosos;

� Analisar a correlação entre o grau de independência funcional, idade,

número de morbidades, tempo de DPOC e grau de DPOC;

� Analisar a associação entre a presença de sintomas de depressão e as

variáveis sociodemográficas, o grau de DPOC e as comorbidades.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

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Procedimentos Metodológicos

51

3.1 Tipo de estudo

Trata-se de pesquisa realizada com a utilização do método quantitativo

não experimental, em que o pesquisador constrói o quadro de um fenômeno ou

explora acontecimentos, pessoas ou situações à medida em que ocorrem

naturalmente. Dessa forma, o pesquisador explora relações ou diferenças na

amostra a ser pesquisada (LoBIONDO-Wood e HABER, 2001). Segundo Borges

(2002), os resultados adquiridos são apresentados de forma numérica (absoluta,

proporções ou taxas) que retratam a realidade do universo em questão.

Para tanto, este estudo é de caráter descritivo, transversal e correlacional.

Esse tipo de estudo visa coletar descrições detalhadas das variáveis existentes e

utilizar os dados para justificar e descrever os aspectos da situação investigada

(LoBIONDO-Wood e HABER, 2001), envolvendo a predominância, a prevalência, o

tamanho e os atributos mensuráveis de um fenômeno, buscando descrever os

relacionamentos entre as variáveis, sem estabelecer entre elas conexão causal

(POLIT, BECK e HUNGLER, 2004). Para LoBiondo-Wood e Haber (2001), estudos

transversais analisam os dados coletados em uma determinada ocasião e com os

mesmos assuntos, sem período de acompanhamento.

3.2 Local de investigação

O estudo foi realizado com idosos (≥60 anos), com DPOC e em

atendimento no Ambulatório de Pneumologia Geral do Hospital das Clínicas da

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

O Ambulatório recebe pacientes de ambos os sexos e de todas as idades,

encaminhados pelos médicos responsáveis por seu tratamento. Após a primeira

avaliação, são agendados retornos que podem ser mensais, trimestrais, semestrais

ou anuais, conforme a gravidade da patologia. Os retornos são previamente

agendados.

Para a realização da avaliação da função pulmonar (espirometria) os

pacientes são orientados a evitar ingestão de substâncias como chá, chocolate, café

ou bebida alcoólica, pelo efeito broncodilatador, bem como não fumar cigarro até

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Procedimentos Metodológicos

52

duas horas antes do exame, pelo aumento da resistência ao fluxo aéreo (RUBIN et.

al., 2002).

O horário de funcionamento do referido Ambulatório é das 8 às 17h de

segunda a sexta feira.

3.3 População e amostra

3.3.1 População

Idosos atendidos no referido Ambulatório, no período de março a maio de

2010, com diagnóstico de DPOC, nos estádios I a IV, confirmados pela espirometria

e que atenderem os critérios de inclusão.

3.3.2 Critérios de inclusão

� Possuir 60 anos ou mais de idade.

� Ter diagnóstico de DPOC, independente do tempo, nos estádios I a IV

confirmado pela espirometria, de acordo com os seguintes critérios:

Estádio I (DPOC leve); Estádio II (DPOC moderada); Estádio III (DPOC

grave) e Estádio IV (DPOC muito grave) (GOLD (2006).

� Possuir, no momento da entrevista, condições para compreender e

responder às questões e/ou a presença de um familiar ou cuidador

para auxiliá-lo nas respostas.

3.3.3 Amostra

Para a seleção da amostra foi utilizada amostragem de conveniência, que

é um tipo de amostragem não probabilística, na qual a probabilidade de um indivíduo

ser incluído não é conhecida (PAGANO e GAUVREAU, 2006).

Assim, a amostra foi constituída por 84 idosos, abordados após o exame

espirométrico, que atenderam os critérios de inclusão e aceitaram participar do

estudo. Vale ressaltar que, no período de coleta de dados, estavam agendados para

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Procedimentos Metodológicos

53

atendimento no Ambulatório 108 idosos, totalizando perda de 24 sujeitos, como não

houve recusas, as perdas foram decorrentes de faltas e pela não disponibilidade de

os entrevistadores estarem presentes no dia do retorno.

3.4 Procedimentos para a coleta de dados

A coleta de dados foi realizada no período de março a maio de 2010, por

meio de entrevista estruturada, dirigida pela pesquisadora e por uma enfermeira,

pesquisadora na área de gerontologia, devidamente treinada para a aplicação do

instrumento proposto. Utilizou-se um instrumento de coleta de dados composto por

três partes, mostrados a seguir.

Parte 1 - questionário construído pela pesquisadora com base na literatura e

submetido à validação de rosto. Esse tipo de validação necessita da

colaboração de profissionais especialistas na área ou sujeitos da

pesquisa, para ler o instrumento e avaliar o conteúdo (WOOD; HABER,

2001). Dessa forma, foi encaminhado para análise de três pesquisadores

das áreas clínica, gerontologia e pneumologia, e as sugestões indicadas

foram acatadas e organizadas na formatação atual, que constou dos

seguintes itens (APÊNDICE A):

A) perfil sociodemográfico do idoso: idade, gênero, estado civil, naturalidade e

procedência, escolaridade, profissão/ocupação, renda mensal, com quem vive e

moradia;

B) história de tabagismo: se fuma ou não, deixou de fumar, há quanto tempo,

número de cigarros e presença de fumantes na residência/trabalho;

C) condição de saúde: morbidades referidas, uso de medicamentos prescritos ou

não, tempo da DPOC, uso de oxigênio em casa, necessidade de ajuda para as

atividades, quem ajuda, gênero do cuidador, uso de dispositivo para apoio,

internações nos últimos 12 meses, tratamento fisioterápico e

D) resultados de exames para diagnóstico: laudo da espirometria.

Parte 2 – A medida da independência funcional (MIF) (Anexo A)

A MIF foi desenvolvida a partir da análise de outras escalas, para ser um

instrumento simples e padronizado para medir a capacidade funcional e o grau de

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Procedimentos Metodológicos

54

solicitação de cuidados a terceiros, pela pessoa com deficiência, para a realização

de tarefas motoras e cognitivas. Dessa forma, é possível distinguir as dificuldades e

as incapacidades reais observadas pelo examinador ou relatadas pelo indivíduo ou,

ainda, induzidas pelo protecionismo do cuidador e do ambiente (RIBERTO e col.,

2001).

Essa escala avalia 18 tarefas funcionais, ou seja, 13 motoras e 5

cognitivas. Cada item é pontuado de 1 (cotação mínima) a 7 (cotação máxima), de

acordo com o nível de dependência funcional.

A composição da MIF em seus domínios, dimensões e categorias, bem

como as respectivas pontuações, pode ser visualizada na Figura 1.

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Procedimentos Metodológicos

55

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Procedimentos Metodológicos

56

A pontuação adquirida em cada área é somada obtendo dois subtotais,

um para as funções motoras e outro para as cognitivas. Com a soma dos dois

subtotais, obtém-se a pontuação final, cujo mínimo é 18 pontos, caracterizando

altíssimo nível de dependência, e o máximo de 126 pontos, revelando

independência completa.

O Quadro 1 apresenta os níveis de dependência funcional, com seus

respectivos subescores.

Os subescores dos níveis de dependência são assim classificados: 18

pontos, dependência completa (assistência total); 19 a 60 pontos, varia da

dependência máxima (19 pontos - assistência de 75% na tarefa) até à dependência

moderada (60 pontos - assistência de até 50% na tarefa); 61 a 103 pontos, variando

da dependência mínima (61 pontos - assistência de até 25% na tarefa) até o

desenvolvimento da tarefa com supervisão, estímulo ou preparo (103 pontos) e 104

a 126 pontos que significa independência completa/modificada (RIBERTO et al.,

2001).

Os mesmos autores mencionam que a versão brasileira da MIF possui boa

equivalência cultural e boa reprodutibilidade (Pearson: 0,87 - 0,98; ICC: 0,87 - 0,98),

e permite seu uso em nosso meio, porém, exige treinamento formal antes da sua

utilização para fins de pesquisa ou acompanhamento clínico.

Para o uso desse instrumento, a autora participou do “Curso de

Capacitação para Uso da Medida de Independência Funcional – MIF”, com carga

horária de 8 horas, oferecido pela Divisão de Medicina de Reabilitação do Hospital

das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, ministrado

pelo Dr. Riberto, em março de 2009, ficando autorizada a utilizar a MIF (Anexo B)

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Procedimentos Metodológicos

57

Parte 3 - Escala de Rastreamento de Sintomas Depressivos - Center for

Epidemiologic Survey – Depression (CES-D) (Anexo C).

Trata-se de escala, originalmente desenvolvida por Radloff (1977), no

National Institute of Mental Health dos Estados Unidos, com a finalidade de detectar

sintomas depressivos em populações adultas, por meio do autorrelato de sintomas

ligados à depressão. Nessa escala investiga-se a freqüência de ocorrência de 20

sintomas depressivos na última semana. Possui 29 itens relacionados ao humor,

sintomas somáticos, interação com os outros e funcionamento motor. Para cada

questão as respostas são em forma de Likert e as pontuações correspondem a:

nunca ou raramente (0), poucas vezes (1), na maioria das vezes (2) e sempre (3). O

escore é uma soma simples que varia de 0 a 60. O ponto de corte de 16 ou mais

pontos é, geralmente, usado para distinguir indivíduos com maior possibilidade de

apresentar depressão. É escala autoaplicada, de fácil administração e compreensão.

A CES-D é um dos instrumentos de rastreio reconhecido como recurso

rápido, simples e útil para a identificação de sintomas depressivos ou de

vulnerabilidade à depressão. Segundo Grayson et al. (2000), é instrumento

amplamente usado, mundialmente, em pesquisas com idosos e, quando comparado

aos critérios clínicos e de autorrelato, possui boa confiabilidade e consistência

interna. Relata que a escala foi desenvolvida para medir sintomas depressivos, não

fornece o diagnóstico de depressão, apenas identifica indivíduos com maior

probabilidade de estarem deprimidos.

No Brasil, a validade interna, de construto e de critério, dessa escala, para

idosos, foi realizada por Bastitoni; Neri; Cupertino, (2007). Neste estudo, a escala foi

aplicada em 903 idosos, com média de idade 72,3 anos e 72,4% eram mulheres.

Visando comparar os resultados, dos 903 idosos, 446 responderam, também, à

versão brasileira da Geriatric Depression Scale (GDS). O instrumento evidenciou

índices satisfatórios de validade interna (α=0,860), sensibilidade (74,6%) e

especificidade (73%), para a nota de corte >11. Segundo os autores, esse escore foi

o que melhor discriminou entre casos e não casos, pois mostrou melhor capacidade

de equilibrar os resultados da sensibilidade e da especificidade.

Assim sendo, esse escore será adotado para este estudo, ou seja, sujeitos

com pontuação >11 serão considerados com presença de sintomas de depressão.

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Procedimentos Metodológicos

58

3.4.1 Pré-teste

O pré-teste foi realizado no período de 15 a 19 de março de 2010, com

cinco idosos atendidos no ambulatório, local de estudo, utilizando-se os

instrumentos de coleta de dados, com a finalidade de determinar se o instrumento foi

formulado com clareza, sem parcialidade e se é eficaz na geração das informações

às quais se destina (POLIT, BECK E HUNGLER, 2004).

Dessa forma, os objetivos do pré-teste foram verificar a clareza das

perguntas e entendimento e compreensão dos entrevistados, a coerência das

perguntas, a duração das entrevistas, a adequada estruturação do instrumento de

coleta de dados, considerando a sequência das perguntas, a existência de

interferência da sequência nas respostas dadas e o espaço deixado para as

mesmas, além de verificar a aplicabilidade de todos os instrumentos de coleta de

dados para a população a estudada.

A realização do pré-teste não indicou necessidade de alterações no

instrumento.

3.4.2 Entrevistas

As entrevistas foram realizadas em determinados dias e horários, de

acordo com a disponibilidade dos entrevistadores. Foram aplicadas entre segunda e

quinta-feira, nos períodos entre 8 e 12h e, 13 e 17h. Assim, nos dias determinados

para a realização das mesmas era verificada, na agenda diária do Ambulatório, o

nome e idade dos pacientes que seriam atendidos naquele dia e horário e, em

seguida, era realizada a impressão da mesma.

De posse da agenda impressa, a entrevistadora destacava os nomes dos

idosos com a finalidade de identificar os possíveis participantes do estudo.

Dessa forma, o idoso era abordado após o exame de espirometria,

quando o entrevistador se identificava e realizava os devidos esclarecimentos sobre

o estudo, além de apresentar e discutir o termo de consentimento livre e esclarecido

(APÊNDICE B).

Após os esclarecimentos e aquiescência de cada participante, era

solicitada a assinatura do idoso ou seu responsável e entregue uma cópia do

documento aos mesmos.

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Procedimentos Metodológicos

59

Assim, as entrevistas eram realizadas no próprio ambulatório, na sala de

espera ou em um consultório disponível naquele momento, no intuito de garantir a

privacidade e evitar possíveis interrupções e ruídos. As entrevistas tiveram duração

média de 25 minutos.

3.5 Processamento e análise estatística dos dados

Para o processamento dos dados, foi elaborada uma planilha no programa

computacional Microsoft Excel, contendo um dicionário (codebook) e duas planilhas

que foram utilizadas para a validação por dupla entrada (digitação). Após a digitação

e a validação, os dados foram exportados para o programa Statistical Package for

the Social Sciences (SPSS, 2007), versão 15.0, para a realização da análise

exploratória e confirmatória dos dados. Para a comparação das variáveis

quantitativas, foram utilizadas medidas de tendência central e dispersão,

empregando-se o teste t de Student na análise bivariada. Na análise de correlação,

empregou-se tanto o coeficiente de correlação de Pearsonm para 2 variáveis

quantitativas, quanto a correlação de postos de Spearman quando uma delas era

ordinal. Já as variáveis categóricas foram analisadas por medidas de associação

(qui-quadrado) em tabelas de contingência, assim como a razão de prevalência.

A análise inferencial considerou o nível de significância α=0,05 em todos

os testes estatísticos realizados e intervalo de confiança (IC) = 95%. No entanto,

como o processo de recrutamento não envolveu amostragem probabilística, os

valores de p deveriam ser interpretados considerando a hipótese de que essa

casuística constitui uma amostra aleatória simples de população com características

similares.

3.6 Aspectos e éticos

Conforme as Resoluções 196/96 e 251/97, do Conselho Nacional de

Saúde, este projeto foi encaminhado para a apreciação do Comitê de Ética do

HCFMRP – USP/SP, Protocolo nº13138/2009, obtendo aprovação. (ANEXO D).

Como parte da documentação prevista na referida legislação, foi elaborado o termo

de consentimento livre e esclarecido, contendo informações relevantes referentes,

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Procedimentos Metodológicos

60

ao estudo, além de mencionar que a participação aconteceria por livre e espontânea

vontade, com possibilidade de desistência em qualquer momento e assegurando o

anonimato. Antes das entrevistas, o termo foi apresentado e discutido com cada um

dos participantes da pesquisa. Após os esclarecimentos e aquiescência, foi

solicitada a assinatura do idoso ou seu responsável e entregue uma cópia do

documento para os mesmos.

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4 RESULTADOS4 RESULTADOS4 RESULTADOS4 RESULTADOS

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Resultados 62

Os dados obtidos no presente estudo estão apresentados a seguir.

4.1 Características sociodemográficas dos idosos com doença

pulmonar obstrutiva crônica, participantes do estudo

Participaram deste estudo 84 idosos, com 60 anos ou mais de idade, com

diagnóstico de DPOC, nos estádios I a IV, atendidos no Ambulatório de

Pneumologia Geral da Divisão de Pneumologia do Departamento de Clínica Médica

do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da

Universidade de São Paulo.

A distribuição dos idosos por sexo, segundo faixa etária, estado conjugal e

escolaridade está descrita na Tabela 1.

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Resultados 63

Tabela 1 - Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado,

segundo variáveis sociodemográficas, por sexo, Ribeirão Preto, 2010

Variáveis Masculino Feminino Total

n % n % n %

Faixa etária (em anos)

60-69 24 58,5 17 41,5 41 48,8

70-79 24 72,7 9 27,3 33 39,3

80 + 4 40,0 6 60,0 10 11,9

Estado civil

Casado(a) 37 86,0 6 13,9 43 51,2

Viúvo(a) 8 25,8 23 74,2 31 36,9

Divorciado(a)/separado(a) 5 83,4 1 16,6 6 7,2

Solteiro(a) 2 50,0 2 50,0 4 4,8

Nível de Escolaridade (em anos)

1-4 27 73,0 10 27,0 37 44,0

5-8 11 78,6 3 21,4 14 16,7

9-11 0 0 0 0 0 0

12 + 2 100,0 0 0 2 2,4

Analfabeto 2 22,2 7 77,8 9 10,7

Saber ler/escrever informal 10 45,5 12 54,5 22 26,2

Total 52 61,9 32 38,1 84 100

Os dados da tabela acima evidenciam o predomínio de homens 52

(61,9%) na amostra estudada. A idade dos idosos variou entre 60 e 92 anos, com

média de 70,4 (s=7,3), sendo o intervalo com maior distribuição o de 60 a 69 anos,

com 41 (48,8%) participantes de ambos os sexos.

Com relação ao estado conjugal, 43 (51,2%) dos idosos eram casados,

seguidos de 31 (36,9%) viúvos, sendo que a maioria 37(86,0%) era de homens

casados e 23 (74,2%) mulheres viúvas.

Quanto à escolaridade, o tempo de estudo para o sexo masculino variou

entre 1 e 13 anos, perfazendo média de 4,5 (s=2,5), já para as mulheres, o tempo

variou entre 2 e 5 anos com média de 3,6 (s=1,0). Destaca-se que 37 (44,0%)

estudaram entre 1 e 4 anos e 14 (16,7%) entre 5 e 8 anos, houve predomínio do

sexo masculino em ambas as categorias. Vale ressaltar que 31 (36,9%) dos

participantes sabiam ler e escrever informalmente ou eram analfabetos, sendo que

desses, 19 (61,3%) eram mulheres.

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Resultados 64

Na Tabela 2, pode-se observar a distribuição dos idosos de acordo com as

principais atividades profissionais/ocupações exercidas anteriormente, bem como a

situação atual e a renda mensal.

Tabela 2 - Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado,

segundo variáveis socioeconômicas, Ribeirão Preto, 2010

Variáveis Total

n %

Profissional/ocupação

Do lar 25 29,8

Lavrador 23 27,4

Funcionário público 7 8,4

Empregada doméstica 4 4,8

Comerciante 4 4,8

Motorista 4 4,8

Caldeireiro 2 2,4

Ferroviário 2 2,4

Mecânico 2 2,4

Outras atividades* 11 13,2

Situação atual

Aposentado 69 82,8

Aposentados e ainda trabalham 7 8,4

Pensão 2 2,4

Não aposentados e não trabalham 6 7,2

Renda mensal

Menos que um salário mínimo (SM) 2 2,4

1 SM 61 73,2

2 a 3 SM 12 14,4

4 a 5 SM 4 4,8

Não tem renda 3 3,6

Naõ sabe/não respondeu 2 2,4

Total 84 100

*Ocupações que tiveram frequência de apenas um caso: açougueiro, almoxarifado, carpinteiro, contabilista, ferramenteiro, fotógrafo, laticínio, mecânico, pedreiro, soldado e vigia.

Dentre as principais atividades profissionais/ocupações exercidas

anteriormente à aposentadoria e referidas pelos idosos, destacam-se “do lar” com 25

(29,8%) e lavrador com 23 (27,4%).

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Resultados 65

Quanto à situação atual, 69 (82,8%) dos entrevistados referiram ser

aposentados, enquanto que 7 (8,4%) mencionaram que, apesar da aposentadoria,

ainda trabalhavam.

No que se refere à renda mensal, 61 (73,2%) dos participantes informaram

que recebiam um salário mínimo (SM) e 12 (14,4%) entre 2 e 3 SM. Vale mencionar

que o SM vigente no país no período da coleta de dados, era de quinhentos e dez

reais - R$ 510,00 (BRASIL, 2009).

A Tabela 3 apresenta a distribuição dos idosos de acordo com a situação

de moradia.

Tabela 3 - Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado,

segundo situação de moradia, por sexo, Ribeirão Preto, 2010

Variáveis Masculino Feminino Total

n % n % n %

Com quem vive

Família 22 47,8 24 52,2 46 54,8

Cônjuge 24 80 6 20 30 35,7

Sozinho 5 71,4 2 28,6 7 8,3

Asilo 1 100,0 0 0 1 1,2

A casa onde mora

Própria - quitada 41 63,1 24 36,9 65 77,4

Paga aluguel 7 53,8 6 46,2 13 15,5

Própria – paga prestação 3 60,0 2 40,0 5 6,0

Cedida – sem aluguel 1 100,0 0 0 1 1,2

Tipo de Moradia

Casa 49 60,5 32 39,5 81 96,4

Apartamento 3 100,0 0 0 3 3,6

Total 52 61,9 32 38,1 84 100

De acordo com os dados apresentados acima, 46 (54,8%) dos idosos

informaram viver com a família, 30 (35,7%) com o cônjuge e 7 (8,3%) viviam

sozinhos. Observa-se que houve equilíbrio entre as menções de idosas 24 (52,2%) e

idosos 22 (47,8%) vivendo com a família, entretanto, evidencia-se o predomínio de

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Resultados 66

homens 24 (80%) vivendo com o cônjuge, em detrimento de mulheres 6 (20%).

Quando indagados sobre a situação de moradia, 65 (77,4%) dos

entrevistados relataram possuir casa própria e quitada, sendo 41 (63,1%) homens e

24 (36,9%) mulheres; 13 (15,5%) pagavam aluguel e, ainda, 5 (6,0%) pagavam

prestação da casa própria. Os idosos, em sua maioria 81 (96,4%) moravam em casa

térrea.

4.2 Caracterização dos idosos com doença pulmonar obstrutiva

crônica quanto à história de tabagismo

A seguir, na Tabela 4 serão, destacados os resultados relacionados à

história de tabagismo dos participantes do estudo.

Tabela 4 - Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado

(n=84), segundo as variáveis relacionadas à história de tabagismo, por

sexo, Ribeirão Preto, 2010

Variáveis

Masculino

(n=52)

Feminino

(n=32)

Total

(n=84)

n % n % n %

Fuma atualmente?

SIM 11 64,7 6 35,3 17 20,2

NÃO 41 61,2 26 38,8 67 79,8

Já Fumou?

SIM 41 65,1 22 34,9 63 75,0

NÃO 0 0 4 100,0 4 4,8

Não se aplica 11 64,7 6 35,3 17 20,2

Alguém fuma no trabalho/residência?

SIM 12 60,0 8 40,0 20 23,8

NÃO 40 62,5 24 37,5 64 76,2

Considerando a história de tabagismo, de fato, dos 84 idosos, 63 (75%)

referiram ter abandonado o hábito de fumar, 17 (20,2%), ainda fumam e 4 (4,8%)

nunca fumaram, ou seja, 67 (79,8%) dos entrevistados não fumam atualmente.

Dentre os 17 (100,0%) que ainda fumam, 11 (64,7%) eram homens. O

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Resultados 67

tempo de tabagismo, para ambos os sexos, variou entre 3 e 60 anos, perfazendo

média de 20,1 (s=20,3) e mediana de 5,3 anos, sendo que 7 (41,2%) estavam

fumando há menos de 5 anos, 3 (17,6%) entre 5 e 29 anos e outros 7 (41,2%) há 30

anos ou mais. O consumo de maço de cigarros por ano, também, para ambos os

sexos, variou entre 36 e 1460 maços/ano, com média de 405,8 (s=393,6) e mediana

de 365, sendo que 10 (58,8%) consumiam entre 101 e 399 maços/ano, 4 (23,6%)

400 ou mais e 3 (17,6%) entre 1 e 100 maços/ano.

Dos 63 (100%) idosos que deixaram de fumar, 41 (65,1%) eram homens.

O tempo de tabagismo, para homens e mulheres, variou entre 3 meses e 65 anos,

perfazendo média de 39,6 (s=14,8) e mediana de 41 anos; 50 (79,4%) fumaram por

30 anos ou mais, 12 (19,0%) entre 5 e 29 anos e 1 (1,6%) menos que 5 anos. A

quantidade de maço/ano variou entre 18,2 e 1095, com média de 418,9 (s=288,4) e

mediana de 365; 29 (46,0%) consumiam entre 101 e 399 maços/ano, seguidos de

22 (34,9%) entre 400 ou mais e 12 (19,0%) entre 1 e 100 maços/ano.

Com relação à carga tabágica (número de maços por anos x o tempo que

fumou ou fuma), considerando os 84 participantes (100%) da amostra, observou-se

que para os homens, o consumo de maços/ano variou entre 192 e 61.320, com

média de 20.854 (s=14.945) e mediana de 16.425, já para as mulheres a variação foi

entre 0 e 56.940, média de 6.284 (s=11.483) e mediana de 2.144 maços/ano. De

fato, os resultados indicam que a carga tabágica é superior para os homens, sendo

a diferença entre as médias estatisticamente significativa, p< 0,01 (teste t de

Student).

Quando indagados se “alguém na sua residência/trabalho fuma”, 64

(76,2%) responderam que não convivem com fumantes na residência/trabalho, já 20

(23,8%) mencionaram a existência de fumantes no ambiente familiar e/ou

profissional.

4.3 Caracterização do estado de saúde dos idosos com doença

pulmonar obstrutiva crônica

Todos os idosos 84 (100%) que participaram deste estudo possuíam a

DPOC. Além dessa doença, outros problemas de saúde foram, por eles, referidos,

bem como a interferência ou não de cada um deles no desempenho das atividades

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Resultados 68

diárias, o que pode ser visualizado na Tabela 5.

Tabela 5 - Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado

(n=84), segundo os problemas de saúde autorreferidos, Ribeirão Preto,

2010

Problemas de saúde Tem,

interfere

n (%)

Tem, não

interfere

n (%)

Prevalência

total

n (%)

Não tem

n (%)

NS

n (%)

Reumatismo 3 (3,6) 3 (3,6) 6 (7,2) 76 (90,5) 2 (2,4%)

Pressão alta 12 (14,3) 31 (36,9) 43 (51,2) 41 (48,8) 0

Má circulação (varizes) 13 (15,5) 7 (8,3) 20 (23,8) 64 (76,2) 0

Diabetes 9 (10,7) 8 (9,5) 17 (20,2) 67 (79,8) 0

Obesidade 5 (6,0) 4 (4,8) 9 (10,8) 75 (89,3) 0

Derrame 2 (2,4) 0 2 (2,4) 82 (97,6) 0

Incontinência urinaria 13 (15,5) 4 (4,8) 17 (20,2) 67 (79,8) 0

Prisão de ventre 12 (14,3) 9 (10,7) 21 (25,0) 63 (75,0) 0

Incontinência fecal 6 (7,1) 4 (4,8) 10 (11,9) 74 (88,1) 0

Catarata 10 (11,9) 10 (11,9) 20 (23,8) 61 (72,6) 3 (3,6)

Problemas para dormir 21 (25,0) 7 (8,3) 28 (33,3) 56 (66,7) 0

Alcoolismo 0 0 0 84 (100,0) 0

Confusão mental 0 0 0 84 (100,0) 0

Problemas cardíacos 13 (15,5) 13 (15,5) 26 (31,0) 57 (67,9) 1 (1,2)

Câncer 4 (4,8) 2 (2,4) 6 (7,2) 78 (92,9) 0

Osteoporose 6 (7,1) 0 6 (7,1) 76 (90,5) 2 (2,4)

Artrite 3 (3,6) 2 (2,4) 5 (6,0) 79 (94,0) 0

Problemas de coluna 20 (23,8) 13 (15,5) 33 (39,3) 51 (60,7) 0

Outros* 8 (9,5) 2 (2,4) 10 (11,9) 74 (88,1) 0

*Outros problemas de saúde autorreferidos: colesterol elevado, depressão, diverticulite, gastrite, doença de Parkinson; tireoidismo.

Os resultados acima revelam que os problemas de saúde mais referidos

pelos idosos foram: pressão alta 43 (51,2%), problemas de coluna 33 (39,3%),

problemas para dormir 28 (33,3%), problemas cardíacos 26 (31,0%), prisão de

ventre 21 (25,0%), catarata 20 (23,8%), má circulação 20 (23,8%), diabetes 17

(20,2%) e incontinência urinária 17 (20,2%).

Quanto à interferência dos problemas de saúde para o desempenho das

atividades da vida cotidiana, 21 (25,0%) mencionaram os problemas para dormir, 20

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Resultados 69

(23,8%) os problemas de coluna, 13 (15,5%) problemas cardíacos, 13 (15,5%)

incontinência urinária, 13 (15,5%) má circulação, 12 (14,3%) pressão alta e 12

(14,3%) prisão de ventre.

Observou-se que houve a referência de mais de um problema de saúde

por idoso. Dessa forma, a Tabela 6 apresenta o número de morbidades referidas

pelos mesmos, além de evidenciar o uso de medicações, a ocorrência e motivos de

internação hospitalar nos últimos doze meses.

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Resultados 70

Tabela 6 - Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado

(n=84), segundo as variáveis, número de morbidades referidas, o uso de

medicamentos, a ocorrência e motivos de internação hospitalar nos

últimos doze meses, Ribeirão Preto, 2010

Variáveis n %

Morbidades referidas

Nenhuma 6 7,1

Uma a cinco 63 75,0

Seis ou mais 15 17,9

Medicação por ordem médica

SIM 82 97,6

NÃO 2 2,4

Medicação sem ordem médica

SIM 8 9,5

NÃO 76 90,5

Ficou internado nos últimos 12 meses?

SIM 35 41,7

NÂO 49 58,3

Sim, motivo da internação

Cirúrgia de próstata 1 2,9

Problemas cardíacos 2 5,7

Exacerbação da DPOC 12 34,3

Diverticulite 1 2,9

Fratura de fêmur 3 8,6

Hipertensão arterial sistêmica (HAS) 2 5,7

Insuficiência renal aguda (IRA) 1 2,9

Pneumonia 12 34,3

Nódulo na mama 1 2,9

O número de morbidades referidas variou entre 0 e 12, com média de 3,4

morbidades por idoso (s=2,4). A análise do número de morbidades referidas pelos

idosos evidencia que 63 (75%) informaram apresentar entre 1 e 5 morbidades e 15

(17,9%) 6 ou mais e 6 (7,1%) negaram a presença de morbidades.

Quanto ao uso de medicamentos por ordem médica, 82 (97,6%) dos

entrevistados afirmaram que o faziam por ordem médica e 8 (9,5%) relataram a

prática de automedicação.

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Resultados 71

No que tange à ocorrência de internação nos últimos doze meses, 35

(41,7%) as mencionaram e, desses, 26 (74,3%) referiram internação por apenas

uma vez, 8 (22,9%) entre 2 e 4 vezes e 1 (2,9%) 5 ou mais vezes. O número de

internações variou entre 1 e 5 vezes com média de 1,4 (s=0,8). Os motivos que

levaram os idosos à internação foram: exacerbação da DPOC, referida por 12

(34,3%) participantes e pneumonia por outros 12 (34,3%).

4.4 Caracterização dos idosos quanto a doença pulmonar

obstrutiva crônica

A distribuição dos idosos, segundo a classificação da DPOC pela

espirometria e o tempo de conhecimento sobre o diagnóstico estão descritos na

Tabela 7.

Tabela 7 - Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado,

segundo a classificação da DPOC pela espirometria e tempo da doença

em anos, por sexo, Ribeirão Preto, 2010

Classificação pela espirometria

Masculino

(n=52)

Feminino

(n=32)

Total

(n=84) n % n % n %

DPOC Estádio I 9 52,9 8 47,1 17 20,2

DPOC Estádio II 13 43,3 17 56,7 30 35,7

DPOC Estádio III 27 79,5 7 21,9 34 40,5

DPOC Estáio IV 3 100,0 0 0 3 3,6

Tempo do DPOC (em anos)

<1 5 83,3 1 16,7 6 7,3

1-5 17 70,8 7 29,2 24 29,3

6-15 24 55,8 19 44,2 43 52,4

16+ 5 55,6 4 44,4 9 11,0

De acordo com os resultados obtidos por meio da espirometria classifica-

se a DPOC em estádios de I a IV, ou seja, Estádio I (DPOC leve), Estádio II (DPOC

moderada), Estádio III (DPOC grave) e Estádio IV (DPOC muito grave) (GOLD,

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Resultados 72

2009). De acordo com essa classificação internacional, pode-se observar na Tabela

7, maior distribuição de idosos entre os estádios II e III, ou seja, 34 (40,5%)

classificados com DPOC grave (estádio III) e 30 (35,7%) com DPOC moderada

(estádio II), seguidos de 17 (20,2%) com DPOC leve (estádio I). Houve predomínio

de homens 27 (79,5%) no estádio III e de mulheres 17 (56,7%) no estádio II. De fato,

isso indica que os homens apresentam níveis de DPOC mais elevados que as

mulheres, sendo a diferença estatisticamente significativa, p=0,05 (teste de Mann-

Whitney).

Quando questionados sobre “há quanto tempo sabe que tem DPOC”, 2

(2,4%) entrevistados não souberam responder. Para os 82 (97,6%) que

responderam adequadamente à questão, o tempo variou entre 2 meses e 38 anos,

perfazendo média de 8,3 anos (s=6,4) e mediana de 8,0 anos.

Ainda, de acordo com a Tabela 7, os dados revelam que os intervalos de

tempo com maior distribuição foram: entre 6 e 15 anos para 43 (52,2%) dos idosos,

seguido pelo intervalo entre 1 e 5 anos com 24 (29,3%). Para os homens o tempo

variou entre 2 meses e 38 anos, perfazendo média de 7,8 anos (s=7,0) e para as

mulheres variou entre 5 meses e 20 anos, média 9,0 (s=5,2). A média amostral do

tempo da DPOC para as mulheres foi maior que para os homens, no entanto, essa

diferença de tempo não foi estatisticamente significativa, p=0,31 (teste t de Student)

A análise da correlação de Spearman entre a carga tabágica e o grau de

DPOC se revelou fraca (rs=0,112) e não foi estatisticamente significativa (p=0,31).

No que se refere ao tratamento da DPOC, neste estudo abordou-se

aspectos referentes à oxigenoterapia domiciliar e à fisioterapia respiratória. Dessa

forma, a seguir serão apresentados os dados referentes a essas duas modalidades

de tratamento.

No que tange à utilização de oxigenoterapia domiciliar, 9 (10,7%) dos

participantes mencionaram que faziam uso de oxigênio em casa,e, desses 7 (77,8%)

entre 1 e 4 anos, 1 (11,1%) há menos de um ano e 1 (11,1%) há 5 anos ou mais; a

maioria 6 (66,7%) por cilindro e 3 (33,3) por concentrador; 4 (44,4%) entre 11 e 19

horas por dia, 3 (3,33%) por menos de 10 horas/dia e 2 (22,2%) por 21 horas ou

mais; 4 (44,4%) recebiam oxigênio a 2L/min, 3 (3,33%) a 3L/min e dois (22,2%) a

1L/min, para todos os 9 (100,0%) o dispositivo utilizado era o cateter nasal tipo

óculos. O tempo de uso de oxigênio pelos idosos variou de 17 dias a 60 meses, com

média de 7,7 (s=19,6). O consumo diário de oxigênio, em horas, variou entre 6 e 24

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Resultados 73

horas, com média de 13,9 (s=7,0).

No que se refere à fisioterapia observou-se que 6 (7,1%) dos idosos

realizavam a fisioterapia respiratória,e, desses 3 (50,0%) a realizavam há menos de

1 ano, 1 (16,7%) entre dois e quatro anos, 1 (16,7%) há cinco anos ou mais e 1

(16,7%) não soube responder; 3 (50,0%) recebiam o tratamento uma vez por

semana, 1 (16,7%) duas vezes, 1 (16,7%) três vezes ou mais e 1 (16,7%) não soube

responder; para 5 (83,3%) o atendimento ocorria em ambulatório ou centro de

reabilitação, e para 1 (16,7%) em domicílio; 5 (83,3%) mencionaram a rede pública

de saúde como mantenedora do atendimento e 1 (16,7%) subsidiava o tratamento.

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Resultados 74

4.5 Avaliação funcional dos Idosos com doença pulmonar

obstrutiva crônica

A MIF foi utilizada para avaliar a independência funcional dos idosos com

DPOC. O instrumento foi respondido pelo próprio idoso, viabilizando a identificação

do seu desempenho e o nível de ajuda necessária para efetuar 18 atividades,

distribuídas entre dois domínios: o motor e o cognitivo.

A variação e valores médios da MIF em seus domínios, para a amostra

estudada, estão descritos na Tabela 8.

Tabela 8 - Distribuição das variações possível e observada para a MIF, dos idosos

atendidos em um ambulatório especializado, Ribeirão Preto, 2010

MIF Variação possível Variação observada Média (s) Motor 13 - 91 59 - 91 83,0 (6,8) Cognitivo 5 - 35 14 - 35 34,0 (2,6) Total 18 - 126 93 - 126 117,0 (7,5)

Evidencia-se que a diferença entre a variação observada e a variação

possível, nos valores da MIF, foi mais acentuada em relação aos valores mínimos

nos três domínios, permanecendo acima dos mesmos, o que aponta para

independência funcional dos idosos em estudo.

A seguir, na Tabela 9, estão descritos os valores médios e variação das

dimensões da MIF, com suas categorias encontradas para cada atividade,

agrupadas em tarefas de autocuidado, controle de esfíncteres, transferências e

locomoção (MIF motora); comunicação e cognição social (MIF cognitiva), de acordo

com o sexo.

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Resultados 75

Tabela 9 – Distribuição dos valores da MIF, segundo suas categorias para os idosos

atendidos em um ambulatório especializado, por sexo, Ribeirão Preto,

2010

Categorias da MIF Variação

possível

Masculino Feminino p

X s X s

MIFI motora

Autocuidado 24 - 42 39,7 3,1 39,4 3,7 0,67

Controle de esfíncteres 8 - 14 13,6 1,0 13,8 1,1 0,52

Transferências 15- 21 19,7 1,4 19,3 1,5 0,17

Locomoção 5 - 14 10,5 2,9 10,0 3,1 0,41

MIF cognitiva

Comunicação 2 - 14 13,7 0,9 13,5 2,1 0,60

Cognição social 12 - 21 20,5 0,9 20,2 1,9 0,32

Os resultados acima demonstram que a média de pontos para todas as

dimensões ficaram próximas aos valores máximos para cada uma delas, não

havendo diferença substancial entre gêneros.

A Tabela 10 evidencia a classificação do nível de independência dos

participantes, por meio dos subescores da MIF total.

Tabela 10 - Classificação do nível de independência dos idosos atendidos em um

ambulatório especializado, segundo o subescore da MIF total, por sexo,

Ribeirão Preto, 2010

Nível de dependência Subescore Masculino

(n=52)

Feminino

(n=32)

Total

(n=84)

N % n % n %

Dependência total

(assistência total)

18 pontos 0 0 0 0 0 0

Dependência moderada

(assistência de até 50%)

19-60 pontos 0 0 0 0 0 0

Dependência mínima

(assistência de até 25%)

61-103 pontos 1 33,3 2 66,7 3 3,6

Independência

modificada/completa

104-126 pontos 51 63,0 30 37,0 81 96,4

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Resultados 76

Quanto ao nível de dependência dos idosos com DPOC, a análise global

dos dados revelou que 51 (63,8%) dos homens e 30 (37,0%) das mulheres deste

estudo classificam-se no nível de independência completa ou modificada.

De fato, 81 dos participantes desta amostra (96,4%) apresentam-se nesse

nível de dependência, porém, a Tabela 11 destaca a distribuição da dependência

funcional dos idosos deste estudo, de acordo com as dimensões e categorias da

MIF, nos domínios motor e cognitivo, onde é possível observar a presença de idosos

com algum grau de funcionalidade prejudicada e idosos completamente

independentes, o que pode ter contribuído para elevar o escore da MIF total.

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Resultados 77

Tabela 11 - Distribuição da dependência funcional dos idosos atendidos em um ambulatório especializado (n=84), segundo as

dimensões e categorias da MIF total, Ribeirão Preto, 2010

Dimensões Categorias Dependência funcional

DT

f (%) D MA f (%)

D MO f (%)

D MI f (%)

SUP f (%)

IND M f (%)

IND C f (%)

MIF MOTORA

Autocuidado

Alimentação 1 (1,2) 0 0 0 2 (2,4) 15 (17,9) 66 (78,6)

Higiene pessoal 0 0 0 1 (1,2) 3 (3,6) 28 (33,3) 52 (61,9)

Banho 0 0 0 3 (3,6) 2 (2,4) 35 (41,7) 44 (52,4)

Vestir acima da cintura 0 0 0 1 (1,2) 2 (2,4) 28 (33,3) 53 (63,1)

Vestir abaixo da cintura 0 0 0 2 (2,4) 0 29 (34,5) 53 (63,1) Uso do vaso sanitário 0 0 0 1 (1,2) 1 (1,2) 19 (22,0) 63 (75,0)

Controle de urina 1 (1,2) 0 0 0 0 9 (10,7) 74 (88,1)

Controle de fezes 1 (1,2) 0 0 0 0 5 (6,0) 78 (93,0)

Mobilidade

Transferências leito, cadeira/cadeira de rodas 0 0 0 0 1 (1,2) 42 (50,0) 41 (48,8)

Transferência vaso sanitário 0 0 0 0 2 (2,4) 27 (32,1) 55 (65,5)

Transferência chuveiro/banheiro 0 0 0 0 4 (4,8) 41 (48,8) 39 (46,4)

Locomoção

Marcha/cadeira de rodas 3 (3,6) 0 0 1 (1,2) 7 (8,3) 46 (54,8) 27 (32,1)

Escadas 30 (35,7) 0 1 (1,2) 2 (2,4) 6 (7,1) 27 (32,1) 18 (21,4) continua...

Controle esfíncteres

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Resultados 78

Dimensões Categorias Dependência funcional

DT

f (%) D MA f (%)

D MO f (%)

D MI f (%)

SUP f (%)

IND M f (%)

IND C f (%)

MIF COGNITIVA

Comunicação Compreensão 2 (2,4) 0 0 0 0 8 (9,5) 74 (88,1)

Expressão 1 (1,2) 0 0 0 0 4 (4,8) 79 (94,0)

Cognição social

Interação social 0 0 0 0 2 (2,4) 7 (8,3) 75 (89,3)

Resolução de problemas 1 (1,2) 0 0 0 8 (9,5) 2 (2,4) 73 (86,9)

Memória 0 0 0 0 2 (2,4) 13 (15,5) 69 (82,1) conclusão.

DT(dependência total) D MA(dependência máxima) D MO(dependência moderado) D MI(dependência mínima) SUP(supervisão) IND M(independência modificada) IND C(independência completa).

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Resultados 79

Os resultados apresentados na Tabela acima evidenciam a concentração

de participantes no nível seis de função, ou seja, independência modificada,

principalmente, no domínio da MIF motora, o que significa que, para a realização da

atividade, é requerida ajuda técnica, adaptação, prótese ou órtese, um tempo de

realização demasiado elevado, ou não pode ser realizada em condições de

segurança suficientes.

Assim, destaca-se, com independência modificada, na dimensão

autocuidado, 35 (41,7%), 29 (34,5%), 28 (33,3%) e outros 28 (33,3%) dos idosos,

nas categorias banho, vestir abaixo da cintura, vestir acima da cintura e higiene

pessoal, respectivamente; na dimensão mobilidade, 42 (50%), 41 (48,8%) e 27

(32,1%) nas categorias transferências leito/cadeira/cadeira de rodas,

chuveiro/banheiro e vaso sanitário, respectivamente, e, na dimensão locomoção, 46

(54,8%) e 27 (32,1%) nas categorias marcha/cadeira de rodas e escadas,

respectivamente.

Com relação ao nível um de função, dependência total, que significa que a

pessoa efetua menos da metade do esforço para realizar a tarefa, necessita de

ajuda máxima ou total, sem a qual a atividade não pode ser realizada, para a

amostra estudada, chama a atenção que 30 (35,7%) encontram-se nesse nível, para

a dimensão locomoção, na categoria escadas.

Quanto ao domínio da MIF cognição, os idosos deste estudo se

mostraram com independência completa, ou seja, realizam as tarefas que

constituem as categorias desse domínio, em segurança, sem modificação e/ou ajuda

técnica e em tempo razoável, porém, ressalta-se que, na dimensão cognição social,

na categoria memória, 13 (15,5%) dos participantes incluíam-se no nível

independência modificada.

Na Tabela 12 pode-se observar o resultado da correlação entre as

variáveis, idade autorreferida, morbidades e tempo de DPOC e os escores da MIF

global, motora e cognitiva.

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Resultados 80

Tabela 12 - Coeficiente de correlação entre os escores da MIF global, motora e

cognitiva e as variáveis, idade autorreferida, morbidades e tempo de

DPOC, para os idosos atendidos em um ambulatório especializado

(n=84), Ribeirão Preto, 2010

Variáveis

MIF total

r (p)

MIF motora

r (p)

MIF cognitiva

r (p)

Idade autorreferida -0,180(a) (0,10) -0,184(a) (0,09) -0,032(a) (0,77)

Número de morbidades referidas -0,253(a) (0,02) -0,261(a) (0,02) -0,040(a) (0,72)

Tempo de DPOC (anos) -0,036(a) (0,75) -0,090(a) (0,42) 0,135(a) (0,14)

Grau de DPOC -0,171(b) (0,12) -0,131(b) (021) -0,087(b) (0,43) (a) Correlação de Pearson (b) Correlação de Spearman

Os resultados da Tabela acima revelam que a correlação entre a idade

(anos completos) e os escores da MIF (total, motora e cognitiva) é inversa, indicando

que quanto maior a idade menor é a independência funcional e cognitiva.

Com relação ao número de morbidade e a MIF (total, motora e cognitiva),

a correlação, também é inversa, demonstrando que quanto maior o número de

morbidades mais prejudicada a funcionalidade, sendo estatisticamente significativa

para a MIF total (p=0,02) e motora (p=0,02).

No que se refere à DPOC, a correlação tanto do tempo quanto do grau da

doença com os escores da MIF é inversa, ou seja, quanto maior o tempo e o grau da

DPOC maior a dependência funcional, com exceção da correlação entre o tempo da

DPOC e o escore da MIF cognitiva.

Os idosos foram indagados acerca da necessidade de ajuda para as

atividades da vida diária, bem como quem era o provedor dessa ajuda. Assim, a

Tabela 13 apresenta os resultados referentes a essa temática.

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Resultados 81

Tabela 13 - Distribuição dos idosos atendidos em um ambulatório especializado,

segundo as variáveis relacionadas à ajuda no dia a dia, por sexo,

Ribeirão Preto, 2010

Necessidade de ajuda

Masculino

(n=52)

Feminino

(n=32)

Total

(n=84)

n % n % n %

Precisa de ajuda para as atividades do dia a dia?

SIM 7 38,9 11 61,1 18 21,4

NÃO 45 68,2 21 31,8 66 78,6

Sim. De quem?

Cônjuge 3 60,0 2 40,0 5 27,8

Filho(a) 4 30,8 9 69,2 13 72,2

Gênero do cuidador 1 5,5 17 94,4 18 100,0

A necessidade de ajuda para o desempenho das atividades do dia a dia

foi relatada por 18 (21,4%) dos idosos, sendo que, desses 11 (61,1%) eram

mulheres; 13 (72,2%) a recebiam dos filhos e 5 (27,8%) dos cônjuges, a maioria 17

(94,4%) dos cuidadores era do sexo feminino.

Com relação à utilização de dispositivo de apoio pelos idosos, 2 (2,4%)

utilizavam bengala, 1 (1,2%) cadeira de rodas e 1 (1,2%) andador.

4.6 Avaliação dos sintomas de depressão nos idosos com doença

pulmonar obstrutiva crônica

A presença de sintomas de depressão na amostra estudada foi avaliada

por meio da aplicação da CES-D, cuja pontuação pode variar de zero a 60 pontos.

Um escore menor ou igual a 11 caracteriza um sujeito sem sintomas de depressão e

a pontuação de 12 a 60 é indicativa de presença de sintomas depressivos

(BASTISTONI, NERI, CUPERTINO, 2007). Dessa forma, o escore para presença ou

não de sintomas de depressão variou entre 7 e 45 pontos, média de 21 (s=8,5). De

fato, dos 84 idosos estudados, 60 (71,4%) apresentaram sintomas de depressão e

24 (28,6%) não.

Segue abaixo, na Tabela 14, a distribuição da prevalência dos sintomas de

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Resultados 82

depressão na amostra estudada, de acordo com sexo, idade e estado conjugal.

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Resultados 83

Tabela 14 - Prevalência dos sintomas de depressão em idosos atendidos em um ambulatório especializado (n=84), segundo

variáveis sociodemográficas, Ribeirão Preto, 2009

Variáveis

sociodemográficas

Sintomas de depressão Total

Sim Não RP (IC) p

n (%) n (%) n (%)

Sexo Masculino 32 (61,5) 20 (38,5) 52 (61,9) 0,70 (0,55-0,91) 0,01

Feminino 28 (87,5) 4 (12,5) 32 (38,1)

Idade 60 - 74 43 (70,5) 18 (29,5) 61 (72,6) 0,95 (0,71-1,27) 0,76

75 + 17 (73,9) 6 (26,1) 23 (27,4)

Estado conjugal Casado(a) 26 (60,5) 17 (39,5) 43 (51,2) 0,73 (0,55-0,96) 0,02

Solteiro/separado, divorciado/ viúvo 34 (82,9) 7 (17,1) 41 (48,8)

* As variáveis foram dicotomizadas para a realização do qui-quadrado e razão de prevalência.

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Resultados 84

Nessa análise, observa-se que houve maior prevalência de sintomas

depressivos entre as mulheres (87,5%), idosos com idade igual a 75 anos ou mais

(73,9%), bem como entre os solteiros/separados,divorciados/viúvos (82,9%),

revelando diferença estatisticamente significativa para as variáveis, sexo (p=0,01) e

estado conjugal (p=0,02).

A prevalência de sintomas de depressão entre os graus de DPOC e os

problemas de saúde, mais referidos pelos idosos, também foi analisada e está

descrita na Tabela 15.

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Resultados 85

Tabela 15 - Prevalência dos sintomas de depressão em idosos atendidos em um ambulatório especializado (n=84), segundo

variáveis clínicas, Ribeirão Preto, 2009

Variáveis clínicas

Sintomas de depressão Total

Sim Não RP (IC) p

n (%) n (%) n (%)

DPOC Grau I e II 34 (72,3) 13 (27,7) 47 (56,0) 1,03 (0,78-1,35) 0,84

Grau III e IV 26 (70,3) 11 (29,7) 37 (44,0)

Pressão alta SIM 31 (72,1) 12 (27,9) 43 (51,2) 1,02 (0,78-1,34) 0,89

NÃO 29 (70,7) 12 (29,3) 41 (48,8)

Problema de coluna SIM 24 (72,7) 9 (27,3) 33 (39,3) 1,03 (0,78-1,36) 0,83

NÃO 36 (70,6) 15 (29,4) 51 (60,7)

Problemas para dormir SIM 25 (89,3) 3 (10,7) 28 (33,3) 1,43 (1,12-1,82) 0,01

NÃO 35 (62,5 21 (37,5) 56 (66,7)

Problemas cardíacos SIM 20 (76,9) 6 (23,1) 26 (31,3) 1,12 (0,85-1,48) 0,43

NÃO 39 (68,4) 18 (31,6) 57 (68,7)

Incontinência urinária SIM 15 (88,2) 2 (11,8) 17 (20,2) 1,31 (1,03-1,67) 0,86

NÃO 45 (67,2) 22 (32,8) 67 (79,8)

* As variáveis foram dicotomizadas para a realização do qui-quadrado e razão de prevalência.

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Resultados 86

Evidencia-se que houve maior prevalência de sintomas de depressão

entre os idosos que apresentavam DPOC entre os graus I e II, (72,3%). Com relação

aos problemas de saúde, 89,3% dos que referiram problemas para dormir, 88,2%

daqueles com incontinência urinária e 76,9% entre os idosos com problemas

cardíacos apresentavam sintomas de depressão, havendo diferença

estatisticamente significativa apenas para a variável problemas para dormir (p=0,01).

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5555. . . . DISCUSSÃODISCUSSÃODISCUSSÃODISCUSSÃO

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Discussão 88

Este capítulo apresenta a discussão dos resultados referentes às

características sociodemográficas, a história de tabagismo, o estado de saúde, a

doença pulmonar obstrutiva crônica, a identificação da independência funcional,

utilizando a MIF e a identificação dos sintomas de depressão pela escala CES-D,

dos idosos em estudo.

5.1 Características sociodemográficas dos idosos com doença

pulmonar obstrutiva crônica, participantes do estudo

Evidenciou-se que houve predomínio de homens (61,9%) dado que

corrobora com os encontrados na literatura internacional e nacional (ESTEBAN, et

al., 2006; FERRARI, et al., 2010; GARRIDO, et al., 2006; GODOY; GODOY, 2002;

PASQUA et al., 2009; SCATTOLIN; DIOGO; COLOMBO, 2007)

A preponderância do sexo masculino na população estudada pode ser

explicada pela maior exposição do homem ao tabagismo (ESTEBAN et al., 2006),

uma vez que, a DPOC considerada uma doença grave, está relacionada, entre

outros fatores causais, com o hábito de fumar (NEVES, et al., 2005).

Vale ressaltar que em um estudo realizado por Nascimento (2006), com

adultos, cujo percentual de idosos foi de 44,5%, não foi encontrada diferença entre

homens e mulheres. O autor sugere que isto se deve ao crescente número de

mulheres com história de exposição ao tabagismo nas últimas décadas. Chama a

atenção pelo fato de que apesar da proporção de mulheres tabagistas ser inferior a

dos homens, elas possuem vias aéreas mais suscetíveis a alterações relacionadas à

exposição ao tabaco, fato este, apresentados nos trabalhos de Kanner et al., 1994 e

Prescott, et al.,1997.

As mulheres, também, estão mais expostas à fumaça de lenha, utilizada

na cocção de alimentos, tradicionalmente realizada por elas e que, ainda, é

frequente no Brasil (IBGE, 2004). Já, nos países europeus esta exposição ocorre

pela utilização do combustível de biomassa para o aquecimento do ambiente

(RAMÍREZ-VENEGAS et al., 2006).

A fumaça do fogão a lenha, bem como o tabagismo são considerados

fatores de risco para a DPOC, pois o fogão a lenha se localiza, na maioria das

vezes, dentro de casa e, em locais de baixa ventilação com sistema de exaustão

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Discussão 89

deficiente e/ou inexistente. Fato este que facilita a propagação da fumaça para os

demais cômodos da casa, expondo os moradores à fumaça (IBGE, 2004). Estudo

realizado por Moreira et al. (2008) mostrou que 85,3% das mulheres foram mais

expostas à fumaça de lenha por longo tempo. Apesar disto, as alterações funcionais

e clinicas compatível com a DPOC tenderam a ser menos acentuadas que nos

pacientes expostos ao tabaco.

A média de idade dos idosos foi de 70,4 anos (s=7,3), a maioria (48,8%)

no intervalo entre 60 e 69 anos para ambos os sexos. Esta média de idade foi maior

que as encontradas por Francisco et al. (2006) e Godoy et al. (2009) e semelhantes

as observadas por Pasqua et al. (2009) e Gudmundsson et al. 2005.

Nascimento (2006) ao comparar a média de idade entre o grupo de

sujeitos com DPOC e os do grupo controle, observou que o primeiro apresentou

média de idade maior em relação ao segundo, bem como maior proporção de

pessoas acima de 60 anos. Acrescenta que com o envelhecimento ocorre um

declino da função pulmonar, mais acentuado nos tabagistas, o que favorece a

associação entre o aumento da idade e a obstrução brônquica.

De acordo com Ito e Barnes (2009) a prevalência de DPOC é dependente

da idade, indicando a possibilidade de que a patogenia desta doença está

intimamente ligada ao processo de envelhecimento.

A média de idade elevada pode também estar relacionada à estrutura

etária da sociedade, com cada vez mais idosos vivendo até perto dos 100 anos, o

que também contribui para o fato de que a DPOC vá se agravando com o

envelhecimento, tornando mais frequentes as exacerbações graves da doença

(SANTOS et al., 2006).

Com relação ao estado conjugal 51,2% dos idosos eram casados,

seguidos de 36,9% viúvos, sendo que a maioria 86,0% era de homens casados e

74,2% de mulheres viúvas.

De acordo com Paschoal, Franco e Salles (2007) o estado marital difere

no Brasil, uma vez que mais de um quarto dos homens vive em companhia de

cônjuge, enquanto dois terços das mulheres são viúvas, solteiras ou separadas.

Segundo Caramano et al. (2003) esta desigualdade é explicado por dois fatores: a

maior longevidade da mulher e a tendência, por questões culturais, à união de

homens com mulheres mais jovens.

Além disso, Grou-Volpe (2006) e Farinasso (2005) ressaltam as várias

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Discussão 90

razões da recusa das mulheres idosas pelo recasamento, dentre as quais,

casamentos com homens mais velhos, respeito pelo esposo falecido, receio de

experiências negativas novamente, perda da liberdade conquistada e resistência dos

filhos, prevalecendo a opção de permanecerem sozinhas.

Loyod-Sherlock (2002) ressalta que a longevidade da população feminina,

embora não universal, leva a uma prevalência de mulheres viúvas em uma situação

econômica desfavorecida, visto que, a maioria delas não possuiu trabalho

remunerado durante a vida adulta.

Quanto à escolaridade, o tempo médio de estudo para o sexo masculino

foi de 4,5 anos (s=2,5), já para as mulheres foi de 3,6 (s=1,0). Ressalta-se que

44,0% dos idosos estudaram entre 1 e 4 anos e 16,7% entre 5 e 8, com predomínio

de homens em ambas as categorias. Vale destacar que 36,9% dos participantes

sabiam ler e escrever informalmente ou eram analfabetos, sendo que destes 61,3%

eram mulheres.

A prevalência de analfabetos e semi-analfabetos dentre os idosos

brasileiros, ainda, é elevada. Morais et al. (2008) verificaram, em seu estudo, que a

maioria (58,8%) era analfabeta e/ou assinava o nome, para ambos os sexos,

contudo os homens apresentaram maiores índices de escolaridade.

Os dados acima podem ser explicados pelo fato de que antigamente a

educação era restrita aos homens, ou seja, as idosas nasceram e cresceram sem o

incentivo á educação (IBGE, 2006 e SOUSA; SILVER, 2008). Além disto, o último

Censo mostra que embora esteja ocorrendo mudanças na escolaridade feminina a

exclusão educacional, ainda, está presente, principalmente entre as mulheres

pobres e este número aumenta progressivamente com o avanço da idade (BRASIL,

2000).

Em um estudo realizado por Brown (2010) a prevalência da DPOC foi

significativa entre aqueles com menor escolaridade, desempregados ou com

incapacidades para trabalhar e com baixo nível de renda. Santos, Rosa e Battagin

(2009) encontraram em pacientes com DPOC redução da função cognitiva e

sugeriram uma possível relação com a baixa escolaridade, verificada nestes

indivíduos.

Para Rosa et al. (2003), o nível de escolaridade baixo predispõe os idosos

a maior risco de apresentarem problemas de saúde e, como conseqüência, um

declínio na funcionalidade. Fato inverso ocorre quando os indivíduos apresentaram

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Discussão 91

maior nível educacional, pois geralmente, possuíam maior poder de compra e

recursos materiais, facilitando o acesso à assistência médica, farmacológica e

terapêutica (MARTINEZ et al.,2001)

Dentre as principais atividades profissionais/ocupações exercidas

anteriormente à aposentadoria, 29,8% dos idosos referiram a “do lar” e 27,4%

lavrador.

Freitas (2009) e Baccan (2009) encontraram em seus estudos que a

maioria das idosas era do lar. Probst (2004) descreve a evolução da mulher no

mercado de trabalho, pois antigamente, o provedor do lar era o homem, aquele que

sustentava a família. Enquanto, que as mulheres não precisavam ter ou ganhar

dinheiro e, deste modo, era considerada dona do lar. Entretanto, fatores como

viuvez, baixa condição socioeconômica, entre outros, fizeram com que elas

buscassem o mercado de trabalho para sustentar a casa.

De acordo com o IBGE (2004) o ramo agrícola é um dos mais importantes

na absorção da mão de obra, sendo que a maioria são homens (lavradores),

trabalhando com plantações de grãos, colheitas, conduzindo maquinas, entre outros.

Embora, significativa para o país, estes trabalhadores, na sua maioria, não possui

carteira assinada, o que acarreta situação socioeconômica baixa.

Atualmente 82,8% dos entrevistados referiram ser aposentados, enquanto

8,4% mencionaram que, apesar da aposentadoria, ainda trabalhavam.

Hernandes et al. (2009) evidenciaram em seu estudo que 100% dos

pacientes com DPOC eram aposentados, porém 32,5%, ainda trabalhavam

informalmente. Godoy e Godoy (2002) encontraram dados semelhantes, porém sem

distinção da situação socioeconômica.

Um ponto importante, retratado nos estudos de Camarano (2001) e

Wajnman, Oliveira e Oliveira (2004) é o retorno do aposentado ao mercado de

trabalho, característica peculiar da sociedade brasileira. Contudo, esta situação pode

ser reflexo do aumento da longevidade associado á melhores condições de saúde

que permitem à pessoa ao atingir os 60 anos ou mais de idade, com facilidade,

exercer uma atividade econômica (CAMARANO, 2001).

A este respeito Farinasso (2005) chama a atenção para a necessidade de

uma discussão ampliada em relação às ofertas de emprego e a capacidade de

trabalho dos idosos, bem como para a discriminação de pessoas nesta faixa etária

para o mercado de trabalho.

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Discussão 92

No que se refere à renda mensal, 73,2% dos participantes informaram que

recebiam um SM e 14,4% entre 2 e 3 SM. Vale lembrar que o SM vigente no país no

período da coleta de dados, era de quinhentos e dez reais - R$ 510,00 (BRASIL,

2009).

Considerando o baixo valor de renda mensal dos idosos estudados, vale

destacar que o custo financeiro da DPOC pode ser direto, quando relacionado ao

diagnóstico e a atenção médica; ou indireto, se referente ao custo da incapacitação,

da ausência ao trabalho, dos cuidados domiciliários e da mortalidade prematura, ou

seja, um custo considerado alto (CAMPOS; LEMOS, 2009; MIRAVITTLES, 2004).

Neste sentido, os gastos com a DPOC são elevados tanto para o país

quanto para o paciente, pois a doença pode acarretar maior número de

hospitalizações, utilização de medicamentos de alto custo, tratamentos de

reabilitação cardiopulmonar, oxigenoterapia e necessidade de cuidado formal ou

informal (CAMPOS; LEMOS, 2009, JARDIM; NASCIMENTO, 2007).

As agudizações são acometimentos freqüentes para o paciente com esta

doença. Miravitlles et at. (2004) em um estudo realizado na América Latina,

estimaram custo da agudização da DPOC e observaram uma diversidade dos custos

entre os países (Argentina, Brasil, Peru, Colômbia, Equador, México, e Venezuela).

Alguns destes países apresentaram valores elevados quanto à assistência para a

DPOC, como por exemplo, no Peru a consulta ambulatorial foi estimada em 124

dólares; na Venezuela a atenção na urgência foi de 310,48 dólares e na Argentina o

custo da hospitalização foi de 3.120 dólares. Valores estes que, também, diferiram

em relação ao Brasil, onde foram encontrados os custo de 25,0 dólares para a

consulta ambulatorial, 65,6 para a atenção na urgência e de 2.761 para a

hospitalizações. Dentre os vários fatores que puderam justificar a presença destas

diferenças incluíram-se o grau de utilização de tecnologia pelos hospitais, a política

de compra de medicamentos, as diferenças salariais dos funcionários e a situação

econômica do país (inflação e taxa de cambio em relação ao dólar).

Em um estudo realizado com médicos pneumologistas 54% deles

indicaram que a DPOC representa, entre outros, um sério problema para o paciente,

devido ao absenteísmo no trabalho e as aposentadorias precoces, além disso, 49%

a apontou como sendo um peso para os familiares, pois, acarreta, também, a

ausência de um familiar no trabalho para assistir o doente no domicilio ou

acompanhá-lo em situações de emergências, reduzindo, assim, a renda familiar

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Discussão 93

(CAMPOS; LEMOS, 2009).

Lima-Costa, Barreto e Giatti (2003) observaram que 50% dos idosos

recebiam um SM mês e o gasto médio mensal com medicamentos comprometia,

aproximadamente, um quarto da renda dos mesmos. Ressaltam, ainda, a influência

da situação econômica na saúde dos idosos, uma vez que, menor renda familiar

estava associada a piores condições de saúde, menor acesso aos serviços de

saúde e maiores prejuízos na função física.

A American Thoracic Society (ATS, 1999) apontou que pacientes com

nível socioeconômico baixo elevaram as taxas de admissão nos setores de urgência

e de enfermarias devido a presença de morbidades decorrentes da DPOC. Outros

estudos, também, relataram que o estado socioeconômico baixo contribui para o

desenvolvimento da DPOC (MENEZES, VICTORA, RIGATTO, 1994; PRESCOTT,

LANGE, VESTBO, 1999), o que pode estar relacionado, entre outros fatores, com a

dificuldade em suprir as necessidades de alimentação adequada, a aquisição de

medicamentos, menores possibilidades de acesso a educação, informação e

assistência a saúde.

A maioria 54,8% dos idosos estudados informou viver com a família,

35,7% viviam com o cônjuge. Ressalta-se que houve equilíbrio entre as menções de

idosas (52,2%) e idosos (47,8%) vivendo com a família, entretanto, 80% dos homens

viviam com o cônjuge, dados que corroboram com os encontrados por Baldaia

(1999) e Freitas (2009).

Para Saad (2003) a condição de casado reflete em uma espécie de fator

protetor contra o risco para a dependência nas atividades da vida diária. Menciona,

também, que os arranjos domiciliares são frequentemente associados às

necessidades de suporte ao idoso e, que apesar da preferência por arranjos

independentes, residir junto com outros membros da família aumenta a

probabilidade de receber ajuda para o autocuidado.

Ramos (2003) ressalta que a principal fonte de suporte para o idoso,

ainda, é a família, o que o leva a coabitar em domicílios multigeracionais. Acrescenta

que, o perfil desses idosos, muitas vezes, inclui os mais pobres, com mais

problemas de saúde, os com maiores dependência para o desempenho de suas

atividades cotidianas, entre outros.

De acordo com Marques (2004) a viuvez, a presença de doença

incapacitante e a escassez de recursos financeiros, podem levar o idoso a coabitar

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Discussão 94

com pessoas de outras gerações, acarretando a necessidade de rearranjos

familiares devido a presença do mesmo no domicílio. Além disto, no que tange à

solidariedade, apoio, proteção e relações de afeto a família possui fundamental

relevância, para os idosos. No entanto, conflitos familiares e intergeracionais podem

ocorrer devido a fatores como as responsabilidades de gastos com a saúde e com

as atividades de cuidado decorrentes do comprometimento da independência e da

autonomia.

Neste sentido, estas questões repercutem diretamente no planejamento

das ações de saúde, no que se refere ao suporte formal e informal para o cuidado

ao idoso, considerando os arranjos domiciliares e o funcionamento e a estrutura

familiar.

Embora, a maioria dos idosos referiu morar com cônjuge e/ou família,

observa-se que 8,3% deles viviam sozinhos. Esta condição pode refletir a

independência e a capacidade para o autocuidado destes idosos. Rosa et al. (2003)

evidenciou que o morar sozinho mostrou-se como um fator protetor para a

independência, que poderia ser explicado, pela maioria ainda ser ativa e com nível

socioeconômico satisfatório.

Idosos residindo em domicílios unipessoais, ou seja, que possuem um só

morador, por opção ou necessidade, poderá se tornar cada vez mais comum em

nossa sociedade. Desta forma, cabe ao Estado, a família e a sociedade oferecer

condições e suporte necessários para que este tipo de arranjo domiciliar não se

configure em risco para a saúde e a qualidade de vida desta parcela da população

(CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2007).

Acerca da situação de moradia 77,4% dos entrevistados relataram morar

em casa própria e quitada, 15,5% ainda pagavam aluguel e, 6,0% pagavam a

prestação da casa própria. Situação esta encontrada também nos estudos Freire

(2009), Baccan (2009). Estudo realizado por Santos et al. (2002) demonstra que

82% dos idosos estudados possuíam casa própria, como resultado de patrimônio

acumulado ao longo da vida. Freitas (2009) destaca que ações governamentais vem

priorizando e possibilitando a aquisição da casa própria entre a população idosa.

Neste sentido, sobre os direitos do idoso nas relações de consumo o

Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC, 2007, p.20) estabelece que:

O Estado ainda assegura ao idoso a reserva de 3% das unidades

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Discussão 95

residenciais de programas habitacionais públicos, dando-lhe prioridade na aquisição da casa própria, assim como todo um aparato na estrutura urbana local que propicie acessibilidade e liberdade, bem como critérios de financiamento adequados aos rendimentos da aposentadoria ou pensão do idoso, caso este queira adquirir tais imóveis (p. 20)

5.2 Caracterização dos idosos com doença pulmonar obstrutiva

crônica quanto a história de tabagismo

Antigamente o tabagismo era considerado como um hábito de vida,

atualmente é reconhecido como uma dependência química que expõe o indivíduo a

inúmeras substâncias tóxicas (IGLESIAS et al., 2007). O tabagismo é a principal

causa de morte evitável em todo mundo, responsável por cerca de cinco milhões de

mortes por ano (OMS, 2004). Além disso, é responsável por elevados custos sociais,

econômicos e ambientais (SILVA; KOIFMAN, 1998).

De acordo, com o Departamento de Informática do Sistema Único de

Saúde (BRASIL, 2007), os homens, ainda, fumam cigarros com maior freqüência

que as mulheres, o que acarreta maior vulnerabilidade às DNCT. Estimativas da

OMS (2003) apontam que as DCNT são responsáveis por 58,5% de todas as mortes

ocorridas no mundo e por 45,9% da carga global de doenças.

Em estudo realizado com a população de 27 Capitais do país, a

frequência de fumantes foi de 16,2% no conjunto da população adulta, sendo maior

para o sexo masculino (20,3%) do que para o feminino (12,8%). No entanto, o

número de fumantes tende a aumentar, para ambos os sexos, com idade até os 54

anos, decrescendo a partir de então e, alcançando a menor frequencia entre

indivíduos com 65 ou mais anos de idade (VIGILÂNCIA DE FATORES DE RISCO E

PROTEÇÃO PARA DOENÇAS CRÔNICAS POR INQUÉRITO TELEFÔNICO -

VIGITEL, 2006).

Considerando a história de tabagismo 75% dos entrevistados referiram ter

abandonado o hábito de fumar, 20,2% ainda fumam e 4,8% nunca fumaram, ou seja,

79,8% dos entrevistados não fumam atualmente.

Coultas et al. (2001), verificaram que 5% a 12% dos pacientes com

diagnóstico de DPOC nunca haviam fumado e, associaram o aumento da incidência

com o aumento da idade. Em outro estudo, Birring et al. (2002) analisaram a DPOC

em pacientes não fumantes e verificaram que a presença de obstrução ao fluxo

aéreo estava associada a presença de doença auto-imune e a prevalência foi maior

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Discussão 96

entre as mulheres.

Por conseguinte, Downs et al. (2005) observaram durante 11 anos a

susceptibilidade dos efeitos nocivos do tabagismo entre homens e mulheres.

Constataram que houve diferenças dos efeitos nocivos do fumo na função pulmonar

entre os gêneros, uma vez que, as mulheres, que cessaram o hábito de fumar,

recuperam mais rapidamente as funções pulmonares, porém, foram particularmente

mais sensíveis aos efeitos nocivos deste hábito, quando comparadas aos homens.

De certa forma, os resultados deste estudo seguem a tendência da

mudança que vem ocorrendo no país desde a década de 90. Segundo Mirra et. al.

(2009), no Brasil, a redução de fumantes iniciou-se a partir da década de 90 e segue

até a atualidade. Acrescentam que no período de 1989 a 2003 a taxa de fumantes

passou de 35% para 18%, reduzindo para 16% em 2006. Igualmente, houve

redução acentuada do consumo per capita de unidades de cigarros por ano,

passando de 1.989 na década de 80, para 1.194 no ano de 2000. É importante

ressaltar, que o aumento do preço do cigarro contribuiu para a redução do

tabagismo em nosso país.

A educação formal da população, também, contribuiu de forma efetiva

para a redução do consumo de cigarros, conforme evidenciado em pesquisa, na

qual os indivíduos com menor tempo de escolaridade (até oito anos) apresentaram

taxas maiores de fumantes, ou seja, 24,2% de homens e 14,7% de mulheres,

enquanto, que entre os com doze anos ou mais de estudo mostraram-se menos

fumantes, 14,4% e 9,1% de homens e mulheres, respectivamente (VIGITEL, 2006).

Para a análise da carga tabágica, neste estudo, foi considerado o número

de maços (1 maço = 20 cigarros) consumidos por ano multiplicado pelo tempo que a

pessoa fumou ou fuma.

Assim, com relação à carga tabágica, observou-se que para os homens, o

consumo de maços/ano variou entre 192 e 61.320, com média de 20.854 maços/ano

(s=14.945), já para as mulheres a variação foi entre 0 e 56.940, média de 6.284

(s=11.483). De fato, os resultados indicam que a carga tabágica é superior para os

homens, sendo a diferença entre as médias estatisticamente significativas (p< 0,01).

Mirra et al. (2009) mencionam que o consumo anual de cigarros, no

mundo, era de 7 trilhões e 30 bilhões, correspondendo a 20 bilhões de cigarros

fumados por dia, ou seja, cerca de 75.000 toneladas de nicotina foram consumidas

por ano, das quais 200 toneladas diariamente. Acrescentam que no Brasil o

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Discussão 97

montante de fumantes era de 27,9 milhões, que consumiam até 110 bilhões de

cigarros por ano.

Segundo dados da International Agency for Research on Cancer (IARC,

2002) cerca de 15% dos fumantes que consomem um maço de cigarros por dia e

25% dos que fumam mais que um maço/dia, desenvolvem DPOC. Este percentual

relativamente baixo sugere que fatores ambientais e/ou genéticos influenciam nos

mecanismos que podem desencadear a obstrução das vias aéreas de pessoas que

tem o hábito de fumar. No entanto, acrescenta que 85% dos diagnósticos da DPOC

tem origem tabágica.

Guazzelli, Terra-Filho e Fiss (2005) em um estudo realizado para avaliar a

prevalência do tabagismo entre médicos, observaram que em relação a intensidade

do tabagismo entre os sexos, a maioria dos homens fumava de onze a vinte cigarros

por dia e a maior parte de mulheres em torno de um a dez cigarros por dia. Os

autores, também, encontraram que 60% dos fumantes consumiam entre onze e 40

maços/ano, com média de consumo 23 (± 17,7) maços/ano. A média de consumo

entre os sexos foi de 26,6 (± 18) maços /ano para os homens e de 17,2 (± 15,9) para

as mulheres. Resultados considerados baixos se comparados com os do presente

estudo.

No que se refere à convivência dos idosos deste estudo com fumantes em

sua residência ou local de trabalho, 76,2% responderam que não há este tipo de

convívio e 23,8% mencionaram a existência de fumantes no ambiente familiar e/ou

profissional.

Castro, Matsuo e Nunes (2010) verificaram em seu estudo que 46,7% dos

fumantes informaram o convívio com pessoas que fumam em suas casas, enquanto

que 16,4% dos não fumantes negaram este convívio. Chatkin (2006) ressalta que a

predisposição genética bem como o ambiente domiciliar e/ou profissional são fatores

determinantes para desencadear o inicio da primeira fumada, bem como para,

também manter o hábito de fumar.

Neste sentido o impacto do uso do tabaco não se limita aos próprios

usuários, existem evidências claras que demonstram o risco maior de câncer de

pulmão entre os não-fumantes expostos ao fumo passivo, ou seja, risco estimado

em 20% para as mulheres e de 30% para os homens que vivem com fumantes. Há

evidencias, também, de que não-fumantes que moram com fumantes apresentam

risco 30% maior de sofrerem ataques cardíacos ou de morrerem de doenças

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Discussão 98

cardíacas (IGLESIAS et al., 2007).

A inalação da fumaça resultante da queima de derivados de qualquer tipo

de tabaco, por não fumante, constitui o tabagismo passivo, ou seja, exposição

involuntária ao tabaco ou a poluição tabágica ambiental. O tabagismo passivo é

considerado a terceira causa de morte evitável no mundo, depois do tabagismo ativo

e do alcoolismo. Estima-se que metade das crianças do mundo encontra-se exposta

a este tipo de poluição, e destas, 9 a 12 milhões possuem menos de cinco anos de

idade e são atingidas em seus próprios ambientes domiciliares (MIRRA e cols.,

2009).

De acordo a OMS (2003), é obrigatório aos países adotar e

implementar/promover medidas efetivas que possibilitem a proteção contra a

exposição à fumaça do tabaco em locais públicos fechados e nos locais de trabalho.

5.3 Caracterização do estado de saúde dos idosos com doença

pulmonar obstrutiva crônica

Conforme já mencionado anteriormente, todos os idosos deste estudo possuíam

a DPOC, condição esta para serem incluídos na pesquisa.

A DPOC é uma desordem progressiva que frequentemente leva a falência

respiratória considerada como um indicador crescente de mortalidade (SBTP, 2004). Além

disso, a presença de co-morbidades associadas a DPOC potencializa o declínio físico e

funcional (KAWAKAMI et al., 2005).

Segundo Casaburi e ZuWallack (2009) a Previdência Social considera a DPOC

como a segunda causa mais comum de morte entre os segurados, perdendo apenas para

as doenças coronarianas. Desta forma, ela é considerada um problema de saúde pública,

pelo impacto significativo na saúde das pessoas. Além disso, gera alto custo

financeiro para o Sistema de Saúde, por estar comumente associada a outras

doenças como a hipertensão arterial, o diabetes mellitus, entre outras (PETTY,

2003).

Fato este, decorrente do componente pulmonar desta patologia, que pela

limitação do fluxo aéreo associada a resposta inflamatória anormal dos pulmões

propiciam infecções respiratórias de repetições e, conseqüências sistêmicas, como

descondicionamento físico, fraqueza muscular, perda de peso e desnutrição, que

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Discussão 99

implicam na redução das atividades cotidianas desempenhadas pelo individuo

(LANGER et al. 2009).

Além da DPOC outros problemas de saúde foram referidos pelos idosos,

assim os mais prevalentes foram: pressão alta (51,2%), problemas de coluna

(39,3%), problemas para dormir (33,3%), problemas cardíacos (31,0%), prisão de

ventre (25,0%), catarata (23,8%), má circulação (23,8%), diabetes (20,2%) e

incontinência urinária (20,0%). Dados semelhantes aos encontrados por Duarte e

Rego (2007).

Zaitune et al. (2006) realizaram um estudo com 426 idosos do Município

de Campinas e observaram a prevalência de 51,8% de hipertensão arterial.

Mencionaram que a desigualdade social pode prejudicar o acesso das pessoas ao

conhecimento e a utilização de outras práticas de controle da pressão arterial, como

dieta adequada e atividade física, além do tratamento medicamentoso, o que

contribui para o aumento da prevalência desta doença.

No estudo de Kawakami et al. (2005), a hipertensão arterial foi uma das

principais co-morbidades referidas pelos pacientes com DPOC. Para a Sociedade

Brasileira de Cardiologia (SBC, 2006) esta doença foi considerada como de alta

prevalência na população mundial e está associada ao aumento da idade, chegando

até a 75% em idosos acima de 70 anos. Segundo Van Manen et al. (2003), a

presença de hipertensão arterial associada à DPOC pode ser um fator significativo

para o esclarecimento das prováveis complicações cardiovasculares decorrente da

DPOC.

Aidar et al. (2009), verificaram maior prevalência de hipertensão arterial

em pacientes com DPOC durante o sono e associaram este fato, à redução do nível

de saturação de oxigênio no sangue arterial com aumentos da atividade simpática,

liberando catecolaminas na circulação sanguínea e elevando, assim, os níveis

pressóricos.

Dados do DATASUS (BRASIL, 2007) evidenciaram a prevalência das

doenças do aparelho circulatório como causas de internações pelo Sistema Único de

Saúde, representadas por 28,9% delas, seguidas pelas doenças respiratórias e

digestivas. Lima-Costa, Barreto e Giatti (2003) encontraram a hipertensão arterial

como principal doença relatada pelos idosos, anteriormente a artrite, patologias

cardíacas, diabetes mellitus, asma/bronquite, doença renal crônica, câncer e cirrose.

A análise da interferência dos problemas de saúde para o desempenho

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Discussão 100

das atividades da vida cotidiana revelou que 25,0% mencionaram os problemas para

dormir, 23,8% os problemas de coluna e 15,5% problemas cardíacos. Walter e

McNicholas (2000) e Baccan (2009) encontraram resultados semelhantes.

Vale lembrar que as doenças que mais interferem na vida dos idosos

também devem ser consideradas, uma vez que a classificação de morbidades

geralmente não leva em consideração a interferência do problema de saúde, mas

sim a sua prevalência (FARINASSO, 2005).

Segundo O’Donoghue et al. (2004), os indivíduos quando adormecem

hipoventilam (respiram a baixos volumes pulmonares) e ocorre uma hipercapnia

(aumento da pressão arterial de dióxido de carbono) acarretando alterações no

sono, quadro freqüente entre os pacientes com DPOC.

A ocorrência de problemas relacionados ao sono indica a necessidade de

planejamento e execução de intervenções efetivas direcionadas para a saúde

mental dos idosos, com ênfase na prevenção de fatores estressantes e na resolução

do problema.

Weiner et al. (2006) verificaram que a dor lombar crônica foi um achado

comum entre os idosos. Situação esta, também apresentada por Mossey et al.

(2000) que estimaram que 36% a 83% da população idosa estudada relataram

algum grau de dor na coluna que interferia no desempenho para as AVDs. Estudos

como os de Gill et al., (2000) e Falcão (2006) também apontaram que a dor lombar

estava associada a outros problemas de origem músculo esquelética ou articular

que afetavam de forma significativa o desempenho para as AVDs.

Moura et al. (1999) com relação à interferência na vida cotidiana dos

idosos, destacam que as dores nas costas e articulações são, muitas vezes,

incapacitantes. A coluna cervical, quando comprometida, pode levar à alteração do

eixo corporal e à diminuição da mobilidade do tronco, causando atrofia e diminuição

da força muscular.

A média de morbidades referidas foi de 3,4 morbidades por idoso (s=2,4),

sendo que, de fato 75% informaram apresentar entre 1 e 5 morbidades, 17,9% entre

6 ou mais e 7,1% negaram a presença delas.

Lima-Costa, Barreto e Giatti (2003), verificaram em seu estudo que, cerca

de 70% dos idosos referiram pelo menos uma condição crônica e a proporção

daqueles com alterações de saúde aumentou com o avançar da idade para ambos

os sexos. Feliciano, Moraes e Freitas (2004) verificaram que 74,9% dos idosos de

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Discussão 101

seu estudo possuíam de uma a cinco morbidades, a maioria, mulheres.

Kawakami et al. (2005) identificaram ou que 84% dos pacientes com

DPOC e 50% dos sem DPOC apresentaram uma ou mais comorbidades. As

doenças mais comuns relatadas foram a insônia, hipertensão arterial, gastrite e as

doenças do sistema musculoesquelético. Os autores constataram que os pacientes

com DPOC apresentaram maior número de morbidades, quando comparados ao

grupo que não possuíam a doença, o que permitiu verificar uma tendência de piora

na associação de comorbidades, DPOC e qualidade de vida, o que passa a interferir

nas AVDs.

Vale ressaltar que se o idoso mesmo com uma ou mais doenças crônicas,

aderir adequadamente ao tratamento e manter seus problemas de saúde sob

vigilância e controle, poderá contribuir para a redução do impacto da doença sobre a

sua vida. Entretanto, o contrario disto, pode acarretar o comprometimento de sua

funcionalidade, ou seja, torná-lo dependente para a execução das AVDs (RAMOS,

2003; ROSA et al., 2003).

Quanto ao uso de medicamentos 97,6% dos entrevistados afirmaram que

o faziam por ordem médica e 9,5% relataram a prática de automedicação, dados

que corroboram com os dos estudos de Freitas (2009) e Coelho-Filho, Marcopito e

Castelo (2004). Neste último, verificou-se a tendência de maior utilização de

medicamentos prescritos entre as mulheres idosas, com idade mais avançada,

melhor nível socioeconômico, com doenças crônicas e frequentam com regularidade

os serviços de saúde. Entretanto, os idosos com baixo nível socioeconômico, com

comprometimento funcional e incapacidades, entre outros tenderam a prática da

ingestão de medicamentos não prescritos.

O aumento da prevalência das DCNT, o surgimento de novas doenças, o

desenvolvimento e o progresso de tecnologias para diagnósticos permitindo a

detecção precisa e precoce de processos de doenças, tendo como pano de fundo o

envelhecimento populacional, vem contribuindo para a demanda ampliada pelos

medicamentos (BARROS e SÁ; BARROS; SÁ, 2007).

O acompanhamento de idosos em uso de medicação contínua deve

privilegiar orientação e informação periódica do conjunto de medicamentos e de

seus possíveis efeitos adversos. A literatura recomenda a preferência por

monodoses em detrimento das associações em doses fixas, eleição de

medicamentos de eficácia comprovada pelas evidências científicas, verificação da

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Discussão 102

compreensão da prescrição e das orientações farmacológicas, além da simplificação

dos esquemas de administração, bem como atenção para os custos dos fármacos

(ROSENFELD, 2003).

Barros e Sá, Barros e Sá (2007) ao pesquisarem a automedicação na

população idosa, constataram prevalência de 77% de automedicação entre os

idosos, com destaque para a utilização de analgésicos (30%) e antipiréticos (29,0%).

Observaram, também, que a dor foi indicada como o principal motivo para a

automedicação, seguida pela febre, diarréia, pressão alta e tosse. Ressaltaram,

ainda, que esta prática foi mais freqüente entre as mulheres e que os idosos

sedentários se automedicam mais que os praticantes de atividade física.

Vale ressaltar a relevância da atenção para a automedicação entre os

idosos. A este respeito Loyola-Filho et al. (2005) chamam a atenção para o fato de

que a automedicação pode estar substituindo a atenção formal à saúde dos idosos.

No que tange à ocorrência de internação nos últimos doze meses, 41,7%

dos idosos as mencionaram, 74,3% por pelo menos uma vez, com média de 1,4

(s=0,8). Os motivos que levaram os idosos à internação foram a exacerbação da

DPOC, referida por 34,3% dos participantes e a pneumonia mencionada por outros

34,3%.

Para Mannino et al. (2008) os problemas de saúde aumentam o risco de

hospitalizações e de mortalidade para os pacientes com DPOC. Acrescentam que a

associação de morbidades como diabetes mellitus, hipertensão arterial e doenças

cardiovasculares com a DPOC nos estádios III ou IV levaram a maior numero de

internações e de mortalidade. Sin e Man (2005) acrescentam que 48,0% das

internações de pacientes com DPOC ocorrem por complicações cardiovasculares,

independentemente do gênero, idade e presença do tabagismo.

Rizzi et al. (2009) encontraram que dos pacientes com DPOC que

recebem alta hospitalar 40 a 50% foram readmitidos durante o ano subseqüente, e

17% dos que buscaram atendimento em emergência necessitaram de internações.

Incorvaia et al. (2008) definiram as exacerbações agudas como a piora da

dispnéia, tosse e produção de escarro sustentada, por um tempo maior ou igual a 48

horas. Levando ao aumento da utilização de medicações para a manutenção ou

suplementação adicional. As exacerbações agudas representam a principal causa

de visitas médicas, admissões hospitalares e morte entre os pacientes com DPOC.

As exacerbações frequentes resultam em declínio acelerado na função pulmonar.

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Discussão 103

Entre as estratégicas que visam prevenir as exacerbações, encontram-se a

cessação do hábito de fumar e a reabilitação pulmonar.

Toyoshima, Ito e Gouveia (2005) observaram que o aumento da idade

populacional e do tempo de exposição ao tabagismo foram significativos para o

surgimento de pneumonia e de exacerbações agudas nos idosos. Para Garrido et al.

(2006) as exacerbações agudas da DPOC foram determinantes para a redução da

qualidade de vida dos pacientes, pela limitação no desempenho de suas atividades

cotidianas, alem de, elevar as taxas de mortalidade como verificado, também, por

Almagro et al. (2002) e Villas Boas e Ruiz (2004).

5.4 Caracterização dos idosos quanto a doença pulmonar

obstrutiva crônica

Preconiza-se que o diagnóstico clínico da DPOC deve ser baseado na

história minuciosa da doença e na avaliação da obstrução das vias aéreas.

Diretrizes Internacionais e Nacionais incentivam para que o exame de espirometria

seja o padrão ouro para a medida da função pulmonar pela sua acurácia e

reprodutibilidade. Os resultados da espirometria auxiliam o médico e/ou

pneumologista a classificar a DPOC de forma adequada (GOLD, 2006; SBTP, 2004).

De acordo com o Consenso GOLD (2008) a espirometria é o melhor modo

de se detectar a presença de obstrução das vias aéreas e fazer o diagnóstico

definitivo da DPOC. Dentre as contribuições deste exame destacam-se a

confirmação da presença de obstrução das vias aéreas, a detecção da doença em

indivíduos expostos a fatores de risco, predominantemente, fumaça de cigarro,

independente da presença de sintomas respiratórios, a monitorizarão da progressão

da doença, além de estimar o prognóstico e sobrevida em longo prazo.

Segundo a American Thoracic Society (ATS, 1986) o diagnostico do grau

de disfunção pulmonar é primordial para estimar o nível de incapacidade para

determinadas tarefas ou atividades.

Neste sentido, para o presente estudo, utilizou-se o resultado da

espirometria, para confirmação do diagnóstico e a classificação da DPOC seguindo

os critérios estabelecidos na literatura (GOLD, 2006). Assim, a maior distribuição de

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Discussão 104

idosos foi observada nos estádios II e III, ou seja, 40,5% classificados com DPOC

grave (estádio III) e 35,7% com DPOC moderada (estádio II), seguidos de 20,2%

com DPOC leve (estádio I). Houve predomínio de homens 79,5% no estádio III e de

mulheres 56,7% no estádio II. De fato, isso indica que os homens apresentam níveis

de DPOC mais elevados que as mulheres, sendo a diferença estatisticamente

significativa (p=0,05). Dados que corroboram com os encontrados por Neder et al

(1997).

No estudo de Nascimento (2006) a maioria dos indivíduos encontrava-se

nos estádios I (leve) e II (moderado). A proporção de indivíduos no estádio I foi de

62,5% e no estádio II, de 29,9%. O projeto PLATINO realizado em cinco grandes

centros da America Latina, no qual no Brasil a cidade escolhida foi São Paulo,

observou-se o aumento progressivo nos estadios da DPOC relacionados com o

aumento da idade e com o sexo masculino (MENEZES et al., 2005).

Por meio do estadiamento da doença pode-se estimar a presença,

intensidade e evolução da sintomatologia nos pacientes com DPOC, como dispnéia,

cansaço físico aos esforços, progredindo para as limitações das atividades

cotidianas e a presença de exacerbações. Estes fatores possibilitam ao

fisioterapeuta identificar a gravidade e as alterações recorrentes, conduzindo a

avaliação para o rastreamento das limitações funcionais deste paciente,

possibilitando com isto a reabilitação pulmonar (RP) adequada.

No estudo de Neder et al. (1997) foi encontrado 83,3% dos pacientes com

DPOC nos estádios II e III e ao avaliar estes pacientes antes e após a RP,

encontraram aumento da tolerância ao exercício dinâmico pelos pacientes.

Quando questionados sobre “há quanto tempo sabe que tem DPOC”,

2,4% entrevistados não souberam responder e 97,6% responderam adequadamente

à questão.

Porém a literatura, ainda, mostra um percentual razoável de pacientes que

desconhecem o diagnóstico da doença. De acordo, com Pena et al. (2000) em

estudo realizado na Espanha, 78,2% dos pacientes com DPOC não sabiam o

diagnóstico previamente ao estudo. Nascimento (2006) identificou que apenas

12,5% dos indivíduos com DPOC informaram que já haviam recebido o diagnóstico

médico da DPOC. Stang et al. (2000) verificaram que 14% a 46% dos pacientes

tinham conhecimento do diagnostico de DPOC.

Esta situação pode ser explicada pelo fato de que apesar do Consenso

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Discussão 105

GOLD (2008) recomendar a utilização da espirometria em cuidados primários, esta

pratica, ainda, é negligenciada, inviabilizando o acesso ao diagnóstico e ao

estadiamento da doença. Vale ressaltar que, mesmo, em locais onde a espirometria

é mais comum, existe a preocupação com capacidade do profissional técnico em

realizar o exame e registrar os resultados. Chama a atenção, também, o fato de que

médicos, enfermeiras e outros profissionais da área de saúde que atuam na atenção

primária, possuem pouco treinamento formal em espirometria, bem como o alto

custo de cursos para capacitação e dos aparelhos utilizados para o exame, o que

são fatores que dificultam o diagnóstico precoce da DPOC.

A média de tempo de conhecimento sobre o diagnóstico da doença foi de

8,3 anos (s=6,4), com maior distribuição no intervalo entre 6 e 15 anos para 52,2%

dos idosos. A média amostral do tempo da DPOC para as mulheres (9,0 anos;

s=5,2) foi maior que para os homens (7,8 anos; s=7,0), no entanto, essa diferença

de tempo não foi estatisticamente significativa (p=0,31).

A análise da correlação entre a carga tabágica e o grau de DPOC se

revelou fraca (rs=0,112) e não foi estatisticamente significativa (p=0,31).

Embora, o estudo não tenha evidenciado correlação da DPOC com a

carga tabagica, Nascimento (2006) verificou que a DPOC obteve maior proporção

nos pacientes tabagistas e ex-tabagistas. O tabagismo esta associado a mais de

10% de todas as mortes cardiovasculares do mundo e a diversos tipos de câncer,

como pulmão, bexiga, laringe, faringe e boca, e está intimamente relacionado ao

surgimento e a progressão da DPOC (ISSA, 2006).

Observa-se, nos tabagistas, maior prevalência de sintomas respiratórios e

de anormalidades da função pulmonar, com diminuição, anual, mais acentuada do

volume expiratório forçado em um segundo e maior índice de mortalidade por

DPOC. A idade em que se começa a fumar, o total de maços/ano e a carga

tabagística, são preditores de mortalidade para esta doença (U. S. DEPARTMENT

OF HEALTH AND HUMAN SERVICES, 2006). Entretanto, nem todos os fumantes

desenvolvem a DPOC, sugerindo que fatores genéticos devem modificar o risco

para cada individuo (SMITH; HARRISON, 1997; MENEZES et al. 2005).

Celli et al. (2005) verificaram que 23,0% dos pacientes com DPOC não

tinham historia de tabagismo e, identificaram forte associação entre a presença

desta doença com a idade mais avançada, o sexo masculino, o menor índice de

massa corpórea e a história de alergias.

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Discussão 106

Coultas et al. (2001) utilizando os dados da National Health and Nutrition

Third Examination Survey (NHANES III), verificaram que a prevalência do tabagismo

foi maior no sexo masculino (89,5%) do que entre mulheres (70,6%) e, nos

indivíduos com DPOC (93,9%), porém, 5% a 12%, destes, nunca haviam fumado.

O papel do sexo em determinar o risco de DPOC continua indefinido

(JOHN et al., 2005). Anteriormente, os estudos mostravam que a prevalência e

mortalidade da DPOC eram maiores em homens do que em mulheres

(REDELMEIER, 1997; CASABURI, 2001). Estudos realizados em países

desenvolvidos (CHAMBELLAN; CHAILLEUX; SIMILOWSKI, 2005) mostram que

atualmente a prevalência da DPOC é quase igual em homens e mulheres, o que

provavelmente reflete as mudanças nos padrões do tabagismo. Esta é uma questão

importante considerando o crescente índice de tabagismo entre as mulheres tanto

em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento.

No estudo PLATINO os dados revelaram que 12,5% dos pacientes com

DPOC nunca haviam sido expostos ao tabaco, sugerindo a presença do fator

genético para a predisposição à doença nestes indivíduos, ou seja, devido a

deficiência de alfa antitripsina (ATT). Ainda, de acordo, com o mesmo estudo,

estima-se que haja de 5 a 7 milhões de pessoas com DPOC no Brasil, porém não se

sabe quantos destes têm a deficiência de AAT ou qual o alelo deficiente mais

comum (MENEZES et al., 2005).

No que se refere ao tratamento da DPOC, neste estudo abordou-se

aspectos referentes à oxigenoterapia domiciliar e à fisioterapia respiratória.

Assim, verificou-se que a minoria (10,7%) realizava a oxigenoterapia

domiciliar com tempo médio de 7,7 meses de terapia e 13,9 horas por dia.

A American Thoracic Society (ATS, 1991) preconiza que a suplementação

de oxigênio associada a reabilitação pulmonar e a utilização de medicamentos

broncodilatadores contribuem para amenizar os prejuízos decorrentes da DPOC ao

paciente, além de melhora a capacidade de execução dos exercícios, o estado de

saúde e a qualidade de vida das pessoas (FERNANDES, 2009).

Segundo o GOLD (2006; 2009), a oxigenoterapia é um dos principais

tratamentos não-farmacológicos para pacientes no estádio IV, ou seja, com DPOC

muito grave. Este critério pode ter influenciado para o reduzido número de pacientes,

na amostra estudada, que utilizavam a oxigenoterapia domiciliaria, uma vez que

somente 3,6% dos idosos encontravam-se neste estádio. Embora, o referido

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Discussão 107

Consenso, tenha estabelecido este critério, a escolha do uso prolongado de oxigênio

deve-se basear nos valores da PaO2 em repouso e/ou durante a caminhada. A

prescrição médica desta terapia deve sempre incluir a fonte de oxigênio suplementar

(gás ou liquido), o método de administração, a duração de uso e os fluxos em

repouso, durante o exercício e durante o sono. O objetivo principal deste tratamento

é o de elevar a PaO2 basal e/ou produzir uma SaO2 de no mínimo 90%, que

assegure a funcionalidade dos órgãos vitais garantindo transporte de oxigênio

adequado (GOLD, 2006).

A administração de oxigênio a longo prazo, ou seja, acima de 15 horas

diárias para pacientes com insuficiência respiratória crônica tem mostrado aumento

significativo na sobrevida dos mesmos. A oxigenoterapia prolongada melhora o

estado de alerta geral, a velocidade motora e a força de apreensão palmar, além de,

possibilitar melhor condicionamento físico quando associado à caminhada, o que

tem propiciado benefícios para o estado psicológico dos pacientes (PETTY, 1998).

De acordo com, ZuWallack (2008) a utilização do oxigênio aumenta a

capacidade para o exercício, reduzindo o desconforto respiratório e isto é possível

pela redução da hipoxemia, da acidose metabólica e da hiperinsuflação dinâmica, o

que consequentemente, diminui a frequência respiratória. Enfim, essa terapia a

longo prazo reduz a dispnéia, a policitemia, a pressão arterial pulmonar, as

desordens do sono, as arritmias noturnas, as anormalidades neuropsiquiátricas,

além de aumentar a tolerância ao exercício e, bem como a sobrevida das pessoas

com DPOC (RIZZI et al., 2009).

Há que se considerar que evidencias mostram que podem ocorrer

prejuízos com a utilização da oxigenoterapia domiciliaria para alguns pacientes com

DPOC. Almagro et al. (2002), evidenciaram que aos pacientes submetidos a terapia

á longo prazo associou-se a presença de maior dependência funcional e maior

numero de comorbidades e, apresentaram as menores taxas de sobrevivência.

Garrido et al. (2006) observaram que os pacientes que utilizaram

oxigenoterapia domiciliaria apresentaram a significativa redução da qualidade de

vida, para ambos os sexos, associada á terapia. Wectzicha (2000) identificaram

algumas razões para a recusa da terapia pelos pacientes, dentre as quais, estão a

visão negativa à utilização de um aparelho por longo período para manter a saúde, o

ruído, a restrição a mobilidade e o confinamento domiciliar por mais tempo.

Em relação, a terapia pela fisioterapia respiratória os pacientes do

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Discussão 108

presente estudo informaram que 7,1% a realizavam, 50,0% há menos de 1 ano;

50,0% 1 vez/semana e 83,3% utilizavam serviço ambulatorial e disponibilizado pela

rede pública.

Para o tratamento com fisioterapia respiratória os resultados, também,

mostraram número reduzido dos idosos com DPOC acompanhados por esta

modalidade de assistência, ou seja, a reabilitação pulmonar (RP). Dado importante,

pois, evidencia o desconhecimento dos profissionais da saúde, pacientes e

familiares sobre os benefícios obtidos por meio da RP em pacientes com DPOC.

Segundo, ZuWallack (2008) a RP é integrada ao tratamento individualizado do

paciente com a finalidade de reduzir os sintomas, otimizar e reverter os custos com a

saúde, estabilizar e/ou amenizar as manifestações sistêmicas da doença.

De acordo, com o Consenso GOLD (2006) a RP visa reduzir os sintomas,

melhorar a qualidade de vida, estimular a participação do paciente em atividades

físicas e, consequentemente em suas atividades diárias. Para tanto, a RP supre uma

diversidade de problemas que podem não ser adequadamente tratados por

medicamentos. Tais problemas incluem descondicionamento ao exercício,

isolamento social, distúrbios do humor (principalmente depressão), perda de massa

muscular, perda de peso, entre outros.

Os benefícios da RP foram avaliados em estudos clínicos, ATS (1991),

Celli et al. (2005), Fernandes (2009), Ferreira, Guimarães e Taveira (2009) que

evidenciaram os seguintes benefícios deste tratamento: melhora da capacidade para

o exercício, redução da intensidade percebida de falta de ar, melhora da qualidade

de vida relacionada à saúde, redução do número de hospitalizações e dias de

internação, redução da ansiedade e da depressão associada à DPOC.

Bott e Singh (2002), Fishman (1994) retratam que o propósito da RP é o

de melhorar e manter o nível de independência e funcionalidade do paciente em

suas atividades cotidianas. Acrescentam, também, que a mesma proporciona

sessões educativas aos pacientes, familiares e outras pessoas envolvidas com o

processo da doença, tratamento medicamentoso e técnicas terapêuticas.

Vale alertar para o fato de que os benefícios diminuem após o término do

programa de reabilitação, mas se o treinamento for mantido em casa o estado de

saúde do paciente permanece acima dos níveis pré-reabilitação (GOLD, 2006).

Para esse tipo de tratamento preconiza-se a participação e o envolvimento

de vários profissionais da área de saúde, dentre eles o fisioterapeuta respiratório.

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Discussão 109

Este profissional desempenha papel fundamental no programa de RP, no qual

assume a supervisão das atividades executadas a cada sessão, prescreve os

exercícios pré-determinados pelos testes específicos, estabelece o treinamento da

musculatura respiratória e periférica. Além disso, ensina as técnicas de conservação

de energia a fim de amenizar o gasto energético pelo paciente frente às atividades

cotidianas, avalia e ajuda na assistência para mobilidade com indicação de

tecnologia assistida como bengala, andador entre outras (BOTT; SINGH, 2002).

A fisioterapia respiratória atua tanto na prevenção quanto no tratamento

das doenças respiratórias. Para tanto, utiliza-se de diversas técnicas e

procedimentos terapêuticos, tanto ambulatoriais, hospitalares ou em unidade de

terapia intensiva, com o objetivo de estabelecer ou restabelecer um padrão

respiratório funcional, condicionando o paciente a realizar as diferentes atividades de

vida diária sem promover repercussões negativas para o estado de saúde

(AZEREDO, 1993; COSTA, 1999).

No estudo de Roceto et al. (2007) pode-se constatar a eficácia do

tratamento fisioterapeutica na RP em pacientes com DPOC que realizavam o

tratamento apenas uma vez por semana, com exercícios domiciliares. Os autores

verificaram diferença estatisticamente significativa nos períodos pré e pós-

reabilitação com incrementos nas pressões respiratórias máximas nesta baixa

frequencia diária.

5.5 Avaliação funcional dos idosos com doença pulmonar

obstrutiva crônica

Para Perracini, Fló e Guerra (2009) a funcionalidade é um dos atributos

essenciais da evolução humana, pois, integram as capacidades físicas,

psicocognitiva e as condições de saúde para a realização de atividades cotidianas.

É, então, influenciada pelo processo de envelhecimento fisiológico, por

características de gênero, idade, classe social, renda, escolaridade, condições de

saúde, cognição, ambiente, história de vida e por recursos de personalidade.

Neste sentido, ressalta-se a importância da utilização da avaliação

funcional para o planejamento da assistência e para promoção e manutenção da

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Discussão 110

saúde. A avaliação funcional tem sido destacada na literatura como uma ferramenta

importante para a compreensão da sobrecarga de determinadas doenças no dia a

dia das pessoas (SCATTOLIN; DIOGO; COLOMBO, 2007). Dessa forma, esta

avaliação torna-se essencial para estabelecer o diagnóstico, o prognóstico e o

julgamento clínico, adequados para embasar as decisões sobre os tratamentos e

cuidados necessários (DUARTE; ANDRADE; LEBRÃO, 2007).

Para Wilkins, Lan e Lets (2001), a avaliação funcional pode ser uma

alternativa para medir, de forma objetiva, os níveis pelos quais uma pessoa é capaz

de, independentemente, desempenhar as atividades necessária para cuidar de si

mesma e de seu entorno e, identificar a presença de dependência, seja esta, parcial

(necessidade de assistência, supervisão ou adaptação) ou total.

Dentre os vários instrumentos de medida da avaliação funcional, neste

estudo, optou-se pela MIF (RIBERTO et al., 2001) com o propósito de identificar o

nível de independência funcional em idosos com DPOC. Visto que, antigamente o

diagnóstico desta doença crônica era baseado, somente, nas alterações da função

pulmonar, pelo valor do valor do volume espirado forçado no primeiro segundo.

Assim, este valor é o parâmetro correto para estabelecer a severidade e o

prognóstico da doença (PEREIRA, 2002; NEDER, 2002), porém é limitado para

predizer a capacidade física, a qualidade de vida e a funcionalidade que estão

relacionadas à saúde e a sintomatologia (CELLI et al. 2004). A relevância desta

avaliação está no fato de que a determinação do grau de dependência norteia o tipo

de assistência a ser proporcionada ao idoso.

No contexto da funcionalidade torna-se relevante realizar a classificação

da DPOC pela CIF, pois esta se baseia na função e disfunção (estrutura e função,

atividade e participação) e nos fatores contextuais (ambientais e pessoais). Assim, o

paciente com DPOC poderá ser analisado nos diversos níveis de comprometimento.

O presente estudo evidenciou que a diferença entre a variação observada

e a variação possível, nos valores da MIF, foi mais acentuada em relação aos

valores mínimos nos três domínios, permanecendo acima dos mesmos, o que

aponta para a independência funcional dos idosos.

Segundo Kalache (1999) a independência se mostra presente na maioria

dos idosos, muitos chegam à idade avançada fisicamente bem adaptados. No

entanto, recursos para a assistência à saúde e ao cuidado são direcionados aos

indivíduos dependentes. Entende-se com isso que o mais apropriado seria verificar o

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Discussão 111

nível que antecede as limitações funcionais para desempenho das AVDs (DUARTE,

2003)

Os idosos do estudo, de modo geral, mostraram se independentes na

presença da doença crônica, a DPOC. Este achado sugere que os mesmo podem

ter desenvolvido adaptações para desempenhar as atividades cotidianas, uma vez

que, como visto anteriormente, a minoria estava sendo submetida a terapias não

farmacológicas como, a fisioterapia respiratória (ambulatorial ou domiciliária) e a

oxigenoterapia domiciliária, práticas que contribuem para melhorar a funcionalidade

do individuo.

O fisioterapeuta possui papel importante no desenvolvimento de ações de

promoção a saúde, uma vez que, no exercício de suas atividades, ele pode dedicar

tempo considerável com o idoso e sua família, com oportunidades de desenvolver

ações planejadas no âmbito da educação, com intervenções para o ambiente, além

da possibilidade de realizar avaliações e reavaliações globais e monitorar os

resultados (GOMES; BRITO, 2009).

Pasqua et al. (2009) avaliaram pacientes com DPOC por meio da MIF, no

ambiente hospitalar após a exacerbação aguda e pós RP. Os autores observaram

melhora estatisticamente significativa na MIF total (p<0,001), e em diferentes itens,

tais como os relacionados ao autocuidado e a locomoção. Concluíram que os

benefícios após a reabilitação pulmonar, para estes pacientes, estavam relacionados

a diminuição da dispnéia e ao aumentou da capacidade para o exercício, bem como

com melhor qualidade de vida.

Veras et al. (2002) relatam que a avaliação da capacidade funcional, do

ponto de vista da saúde coletiva, deve envolver ações preventivas, assistenciais e

de reabilitação, com a finalidade de promover, melhorar ou manter a funcionalidade

da pessoa. Ressaltam que se estas atividades forem desenvolvidas com habilidade,

os resultados tenderão a valorizar a autonomia ou a autodeterminação, bem como a

manutenção da independência física e mental do idoso.

Ricci et al. (2006) avaliaram a evolução da independência funcional dos

idosos, por meio da analise de prontuário de pacientes atendidos em um programa

de assistência domiciliária, que continham duas avaliações pela MIF com intervalo

de um ano. Os resultados mostraram que os idosos da amostra, tanto na avaliação

como reavaliação pontuaram para o nível de dependência modificada/assistida, ou

seja, os idosos foram capazes de manter ou retardar seu declínio funcional, sendo a

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Discussão 112

maioria (72,7%) dos pacientes do sexo feminino e (9,0%) com idade avançada.

Kawasaki e Diogo (2005) avaliaram a independência funcional de idosos

hospitalizados em unidades de clínica médica, utilizando a MIF, no momento da

internação, durante o período de hospitalização, no momento da alta hospitalar e um

mês após a alta. Os resultados revelaram diminuição nos valores da MIF total e seus

domínios durante a hospitalização, quando comparados com os valores do momento

da admissão, ou seja, a amostra apresentou um o declínio da independência

funcional durante o período de hospitalização. Ressalta-se que ao regressar ao

domicilio houve melhora dos valores da MIF total.

No entanto, Monteiro (2007) ao avaliar a independência funcional de

idosos, vítimas de fratura em tres momentos: admissão hospitalar, alta e regresso ao

domicilio, ao contrario do estudo anterior, encontrou redução nos valores da MIF

motora e total após um mês de regresso ao lar quando comparados aos valores do

momento da alta dos idosos. O autor menciona que este declínio pode estar

relacionado ao baixo índice de acompanhamento fisioterápico após a alta, pelo

excesso de proteção da família (no que se refere a realização das atividades), as

barreiras arquitetônicas, entre outras.

Quanto ao nível de dependência dos idosos com DPOC, a análise global

dos dados revelou que 63,8% dos homens e 37,0% das mulheres, deste estudo,

classificaram-se no nível de independência completa ou modificada. Os resultados

mostraram que não houve diferença no nível de dependência entre os gêneros.

Contudo, o avanço da idade e o sexo são considerados fatores

importantes no declínio da funcionalidade (RAMOS, 2003; ROSA et al., 2003). No

estudo de Pedrazzi (2008) não houve diferença estatística entre os sexos na

amostra, porém houve prevalência de mulheres nos níveis de dependência total e

moderada. Uma possível explicação para o predomínio feminino é a maior

expectativa de vida entre as mulheres e, é neste seguimento de idade que se

encontram os idosos mais vulneráveis e com maiores possibilidades de

comprometimento da funcionalidade (MARIN-LARRAIN, 1997).

Neste estudo ficou evidente a concentração de participantes no nível seis

de função, ou seja, independência modificada, principalmente, no domínio da MIF

motora, o que significa que, para a realização da atividade, é requerida ajuda

técnica, adaptação, prótese ou órtese, um tempo de realização demasiado elevado,

ou não pode ser realizada em condições de segurança suficientes. Uma explicação

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Discussão 113

possível, para este achado, é o fato de que a maioria dos idosos da amostra foi

classificada nos Graus II e II da DPOC e a literatura aponta que quanto maior a

gravidade da doença, maiores são as limitações para o desempenho das AVDs. A

presença de dispnéia e/ou fadiga durante a realização destas atividades pode exigir

da pessoa um tempo maior para a execução de determinadas tarefas (HAJIRO, et

al., 1999; VELOSO, et al., 2003).

Dessa forma, a análise das categorias de cada dimensão da MIF motor e

cognitivo revelou que na dimensão autocuidado as categorias com maior prevalência

de idosos foram banho (41,7%), vestir acima da cintura (34,5%), vestir acima da

cintura (33,3%) e higiene pessoal (33,3%). Na dimensão mobilidade destacam-se as

categorias transferências leito/cadeira/cadeira de rodas (50,0%), chuveiro/banheiro

(48,8%) e vaso sanitário (32,1%). Para dimensão Locomoção na categoria

marcha/cadeira de rodas (54,8%) e escadas (32,1%). Esta dimensão apresentou

35,7% dos idosos no nível de dependência total na categoria escadas.

Garrido et al. (2006) ao analisar o impacto da DPOC na funcionalidade,

evidenciou que os pacientes, mesmo estáveis, apresentaram redução nos escores

da MIF motor, mesmo nos estágios iniciais da doença, porém a redução da MIF

cognitiva foi evidente nas fases mais avançadas da idade.

Embora os resultados deste estudo não tenham revelado níveis elevados

de declínio na funcionalidade, verificou-se uma tendência dos idosos para a

independência modificada com relação a execução de atividades necessárias para o

autocuidado. De acordo com Brito; Nunes e Yuaso (2007) a diminuição gradual e

progressiva da funcionalidade se faz numa sequência e de modo hierárquico, ou

seja, das atividades pessoais básicas simples (alimentar-se, ir ao banheiro) para as

atividades básicas mais complexas (se vestir ou se banhar por si mesmo). Beissner,

Collins, Holmes (2000), também, encontraram na amostra estudada a redução da

funcionalidade em idosos, principalmente nas atividades cotidianas, porém com

tendências semelhantes para as atividades instrumentais.

Alvarez-Gutierrez et al. (2007) também analisou o impacto da DPOC para

o desempenho das atividades de vida diária e, encontraram que as atividades mais

afetadas, para estes pacientes, foram as correspondentes às áreas de lazer e

esporte, atividades cotidianas e relação sexual.

Os dados acima atendem, principalmente, ao que é esperado pela

deteriorização progressiva da função pulmonar ao longo do tempo pela DPOC, com

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Discussão 114

efeitos sistêmicos, como intolerância ao exercício, perda de massa muscular,

redução da força muscular, que levam a diminuição da funcionalidade do paciente,

condição esta, que predispõe estas pessoas ao sedentarismo.

Hernandes et al. (2009) mostrou que os idosos com DPOC no Brasil são

menos ativos em suas atividades diárias se comparados aos idosos saudáveis. Isto

se deve ao fato de passarem maior tempo deitados ou sentados e caminharem em

uma intensidade menor, adotando estilo de vida sedentário, o que acarreta

conseqüências sistêmicas.

Araujo e Ceolim (2007) avaliaram o grau de independência em idosos de

uma instituição de longa permanência para idosos em dois momentos. No primeiro,

37% dos residentes foram classificados no nível de independência total e, no

segundo momento (5 meses após), 19% destes idosos apresentaram redução do

nível de funcionalidade motora e cognitiva. Os autores concluíram que os cuidadores

na instituição de longa permanência parecem não estimular os idosos ainda capazes

de desenvolver as atividades básicas e instrumentais da vida diária, uma vez que

mais de um terço deles que eram independentes para as AVDs passaram

apresentar declínio da funcionalidade.

Embora, o estudo em questão não se dirigiu a idosos institucionalizados, a

abordagem do estimulo funcional tanto motor como cognitivo deve ser considerada

pelos profissionais da área da saúde.

O GOLD (2006) e o II Consenso Brasileiro de DPOC (2004) preconizam

que os pacientes com DPOC sejam assistidos pela RP, indepedente do estádio da

doença. A RP segundo o GOLD (2006) é um tratamento não farmacológica de

Evidencia A, cujo principal objetivo é reduzir os sintomas e a intolerância ao

exercício, incentivar a pratica de atividade física diária, educar e incentivar a

cessação do tabagismo. Para tanto, se faz necessário a atuação de uma equipe

multidisciplinar, composta por médico, enfermeiro, nutricionista, psicólogo, educador

físico, assistente social e o fisioterapeuta, e que desenvolva condutas para atingir o

propósito da reabilitação. Zanchet, Viegas e Lima (2005), Pryor e Webber (2002),

mostraram que a RP amenizou a intolerância ao exercício, por tratar-se de um

programa individualizado e multidisciplinar que visa integrar o manejo clinico e

modalidades terapêuticas.

Costa, Nakatani e Bachion (2006, p.47) mencionam que:

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Discussão 115

[...] Tendo em vista que a capacidade funcional do ser humano declina com a idade, é necessário planejar estratégias que melhorem o estilo de vida dos idosos [...], principalmente em relação a programas que proporcionem: promoção e melhoria da força muscular e de articulação; promoção, tratamento e reabilitação da capacidade funcional dos esfíncteres urinário e intestinal; integração social dentro e fora do contexto familiar; construção de um sistema adequado de suporte ao idoso; educação permanente ao longo da vida e valorização do processo de envelhecimento individual e populacional.

Farinasso (2005) constatou em uma amostra de idosos da comunidade

que as atividades subir e descer escadas e andar perto de casa, obtiveram maior

número de respostas positivas quanto a dificuldade de execução e da mesma forma,

essas atividades foram as que mais requeriam ajuda de outra pessoa. Ressalta que

emerge deste tema, a necessidade de adequação arquitetônica das construções

urbanas para os idosos, principalmente, os mais dependentes, uma vez que a

proporção de idosos mais velhos e mais dependentes tende a aumentar nos

próximos anos, discussões de cunho político a respeito da reestruturação dos

espaços urbanos para facilitar a vida dos idosos devem ser estimuladas.

Quanto ao domínio da MIF cognição, os idosos deste estudo se

mostraram com independência completa, ou seja, realizam as tarefas que

constituem as categorias desse domínio, em segurança, sem modificação e/ou ajuda

técnica e em tempo razoável, porém, ressalta-se que, na dimensão cognição social,

na categoria memória, 15,5% dos participantes incluíam-se no nível de

independência modificada.

Uma possível explicação para a redução da função cognitiva nos

pacientes com DPOC é a diminuição da oferta de oxigênio nos tecidos encefálicos e

pelas alterações do fluxo sangüíneo pelo déficit pulmonar.

Com a longevidade da população aumenta-se a preocupação com a

prevalência da deterioração cognitiva e de sintomas depressivos entre os idosos,

uma vez que o comprometimento cognitivo traz como consequências a perda da

funcionalidade, o que acaba por sobrecarregar por um tempo longo a pessoa

encarregada por suprir as necessidades de cuidado do idoso (CERQUEIRA et al.,

2003).

Viana et al. (2008) identificaram nos idosos com AVE a presença de baixa

pontuação na MIF cognitiva, situação esta, que demonstra a necessidade de ajuda

dos idosos para resolução dos problemas sociais, financeiros e pessoais.

A necessidade de ajuda para o desempenho das atividades do dia a dia

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Discussão 116

foi relatada por 21,4% dos idosos, sendo que destes 61,1% eram mulheres; 72,2% a

recebiam dos filhos e 27,8% dos cônjuges, a maioria 94,4% dos cuidadores era do

sexo feminino.

No estudo de Campos e Lemos (2009) foi verificado que 54% dos

profissionais da área médica consideram que a DPOC representa o maior problema

de saúde para o seu portador. Além disto, 40% destes profissionais apontaram a

DPOC como a que representa uma maior carga para os familiares (cuidador

informal).

Tanto no que se refere às pessoas que oferecem suporte aos idosos para

a realização das atividades diárias, quanto nas menções sobre a rede de apoio, a

família merece destaque. Saad (2003) menciona que as pessoas que residem no

mesmo domicílio que o idoso, em geral, são as que assumem a responsabilidade do

cuidado com o mesmo. Em segundo lugar, encontram-se os filhos que moram fora

do domicilio, sendo que a ajuda prestada por outros parentes ou não mostrou-se

menos freqüente.

A este respeito Marques (2004) considera que a família possui um

importante papel no que se refere ao suporte social e econômico do idoso. No

entanto, não existe, ainda, um sistema formal eficiente de amparo à saúde do idoso

e ao bem estar da família.

O Paciente com DPOC em decorrência das limitações funcionais requer

assistência de um familiar ou de um profissional de nível técnico da área de saúde,

que atenda as suas necessidades de execução das atividades básicas e/ou

instrumentais da vida diária. Para tanto, o cuidador passa a conviver

constantemente, com o idoso e com suas responsabilidades de cuidados, o que

acaba por gera o estresse no cuidador.

Cabe aos profissionais da área de saúde atuar para suprir e solucionar a

ausência de suporte formal para o idoso e a família. Educar a família quanto a

correta execução do cuidado, ensiná-la a adotar medidas preventivas para as

incapacidades e doenças são atividades que devem ser exercidas por estes

profissionais. Junto às ações educativas, há a necessidade de oferecer apoio moral

e psicológico, valorizando o papel da família como cuidadora, esta atitude contribui

para melhorar a auto-estima da família.

Cabe também aos profissionais da saúde a implementação de estratégias

de educação permanente com ênfase na geriatria e gerontologia para que os

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Discussão 117

profissionais de saúde possam analisar e compreender a situação da população

idosa (FARINASSO, 2005).

Apesar disto, a minoria dos idosos, da amostra estudada, informou usar os

dispositivos de auxilio a marcha, 2,4% utilizou bengala, 1,2% cadeira de rodas e

1,2% andador

A tendência, pelo crescimento demográfico, é de se observar um numero

crescente de idosos convivendo com suas condições crônicas, se possível,

controlada por fármaco e tratamentos não farmacológicos e orientado por

profissionais especializados quanto a utilização adequado da tecnologia assistiva.

Esta modalidade refere-se a uma ampla gama de equipamentos, serviços,

estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas

encontrados pelos indivíduos com deficiências (COOK; HUSSEY, 1995). É utilizada

com benefícios para a economia no gasto de energia e de tempo para completar

uma tarefa básica ou instrumental dentro ou fora do domicilio.

Andrade e Pereira (2009) em uma revisão da literatura sobre tecnologia

assistiva e desempenho funcional de idosos, identificaram diminuição da

dependência dos idosos para o cuidado pessoal, melhoria de sua socialização,

incremento da tranquilidade e segurança dos cuidadores quanto à realização das

tarefas funcionais pelos idosos e diminuição de episódios de reinternação hospitalar

e de gastos relacionados à saúde devido a utilização de dispositivos de tecnologia

assistiva que são de grande valia para os idosos, aumentando sua capacidade

funcional, autonomia e a qualidade de vida.

5.6 Avaliação dos sintomas de depressão em idosos com doença

pulmonar obstrutiva crônica

Como já mencionado anteriormente ao processo de envelhecimento pode

estar associado a presença de DCNTs, dentre elas a DPOC, considerada a forma

mais frequente de doença pulmonar crônica. Alguns aspectos relevantes devem ser

monitorados no controle desta doença, dentre eles, a identificação e manejo das

alterações do humor (HECKLER et al., 1997). Para (ALEXOPOULOS et al., 2002)

doenças clínicas podem contribuir para o surgimento de sintomas depressivos por

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Discussão 118

efeitos diretos na função cerebral ou por efeitos psicológicos ou psicossociais.

A depressão, um distúrbio da área afetiva ou do humor, envolve aspectos

biológicos, sociais e psicológicos, o que configura sua natureza multifatorial. Nos

idosos, é geralmente ignorada ou subdiagnosticada, pois muitas vezes, os

profissionais da saúde entendem os sintomas depressivos como manifestações

comuns do processo de envelhecimento (SNOWDON, 2002). A depressão

associada a DPOC possui impacto significativo nos doentes e em suas famílias, na

sociedade e na evolução da doença.

Assim sendo, neste estudo, foi investigada a presença de sintomas de

depressão utilizando-se a escala de rastreamento de sintomas depressivos, a CES-

D.

A CES-D não se configura em um instrumento de diagnóstico, mas

representa um indicador de possível presença de depressão. No entanto, a

depressão deve ser avaliada por meio de critérios clínicos, bioquímicos e

psicossociais, para uma afirmação segura de sua presença ou não (DAVIDSON;

FELDMAN; CRAWFORD, 1994).

Neste estudo a presença de sintomas de depressão foi observada em

71,4% da amostra. Percentual elevado se comparado aos de Alvarenga et al.

(2010), Duarte e Rego (2007), Linhares et al. (2003), que encontraram 34,4%, 23,4%

e 36,7% respectivamente, em pesquisas com idosos que apresentavam morbidades,

porém sem DPOC. Estudos realizados em adultos com DPOC por Heckler et al.,

(1997) 26,9% da amostra (média de idade 61 anos) apresentava depressão, Godoy

e Godoy (2002) encontraram 58,8% de homens e 58,3% de mulheres com

depressão. Em estudo realizado em idosos com DPOC, Yohannes et al.,(1998)

evidenciaram 46,6% de pacientes com sintomas depressivos. Vale ressaltar que nos

referidos estudos não foi utilizada a CES-D e, outro fato que pode explicar esta

variação na prevalência encontrada pelos estudos são as características especificas

de cada população.

Um fator que pode explicar a alta prevalência de sintomas depressivos em

pacientes com DPOC é a resposta psicológica do indivíduo à medida que se

deparam com as limitações para desempenhar as atividades do dia a dia e o esforço

exigido para ajustar-se a incapacidade (Godoy;Godoy, 2002). Soma-se a isso o

desgaste gradual imposto pela doença, o que pode representar perdas nos âmbitos

social, profissional, entre outros. Além disso, pesa o fato de a doença ser crônica e

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Discussão 119

parcialmente reversível (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E

TISIOLOGIA SBPT, 2002)

Neste sentido Godoy e Godoy (2002) enfatizam a necessidade da RP para

estes pacientes, uma vez que o tratamento é direcionado a melhorar o desempenho

físico e reduzir com isto a ansiedade e depressão. Acrescentam ainda, a importância

de o atendimento ser de caráter interdisciplinar e individualizado, com vistas à

abordagem multidimensional ao paciente.

Duarte e Rego (2007) chamam a atenção pelo fato de que os idosos com

depressão e doença crônica, podem estar sendo atendidos nos serviços de saúde

por médicos não geriatras e não psiquiatras, profissionais teoricamente preparados

para investigar a sintomatologia da depressão.

Com relação à prevalência de sintomas de depressão considerando-se o

sexo, a idade e estado conjugal dos sujeitos estudados, observou-se maior

prevalência deles entre as mulheres (87,5%), os idosos com idade igual a 75 anos

ou mais (73,9%) e entre os solteiro/separado, divorciado/viúvo (82,9%), revelando

diferença estatisticamente significativa para as variáveis sexo (p=0,01) e estado

conjugal (p=0,02). A prevalência entre mulheres também foi apontada por Godoy e

Godoy (2002).

Duarte e Rego (2007) encontraram associação entre o sexo feminino e a

idade, evidenciaram um percentual maior de mulheres com depressão na população

estudada, e entre os com 75 anos de idade. Os autores mencionam que a

depressão é uma doença e não uma manifestação do envelhecimento normal, assim

necessita ser diagnosticada e tratada.

Heckler, et al. (1997) também identificaram maior proporção de mulheres

com depressão (1:4). Cunha e Costa (1990) referem que os fatores determinantes

para o predomínio feminino não são bem conhecidos. Beekman et al.(1997)

explicam o predomínio de depressão em mulheres por questões: metodológicas,

mulheres referem mais a sintomatologia; psicopatológicas, maior vulnerabilidade e

exposição a fatores etiológicos; e sociais, papeis femininos mais conflitivos e e

menos reconhecido.

Não existe consenso sobre a faixa etária de maior de maior prevalência de

depressão, embora autores afirmassem que ocorre em idades mais avançadas e

outros demonstram o contrário (ALEXOPOULOS et al., 2004). Para Blazer et al.

(1994) a idade não parece ser fator de risco para sintomas de depressão, afirma

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Discussão 120

que são mais relevantes os fatores relacionados com a incapacidade, doença

crônica, suporte social, entre outros.

Houve prevalência de sintomas de depressão entre os idosos com DPOC

nos graus I e II (72,3%). Em estudo realizado por Heckler et al. (1997) foi encontrado

percentual de 26,9% de pacientes com DPOC e os pesquisadores sugerem que

presença de depressão nesta amostra esta associada à limitação progressiva para

as AVDs em conseqüência da doença, bem como pelo esforço para suprir as suas

incapacidades.

Godoy et al. (2005) avaliaram o efeito da psicoterapia sobre os níveis de

ansiedade, depressão, qualidade de vida e capacidade de exercícios em pacientes

com DPOC submetidos a RP. Para a comparação, os sujeitos pesquisados foram

distribuídos no grupo 1 com RP e psicoterapia; grupo 2 sem exercícios e com

psicoterapia e o grupo 3 sem psicoterapia. Identificaram que para os pacientes dos

grupos 1 e 2 apresentaram redução significativa dos níveis de ansiedade e

depressão, bem como melhora no índice de qualidade de vida. Concluíram que a

psicoterapia num programa de RP auxilia os pacientes com DPOC no manejo das

limitações impostas pela doença.

Vale ressaltar, a importância dos cuidados primários aos pacientes na

presença de depressão, Roundy et al. (2005), em seu estudo retrataram esta

questão. Colocaram que a triagem da doença mental na atenção primária é muito

recomendável, mas pouco é sabido sobre a avaliação, tratamento e processos.

Identificaram que 49% dos pacientes com DPOC apresentavam ansiedade ou

transtorno depressivo. Concluíram que a depressão e transtornos de ansiedade são

reconhecidos em cerca de metade dos pacientes, no entanto, a avaliação, o

tratamento agudo (exceto medicamentos) e a orientação a longo prazo, raramente

ocorre no contexto dos cuidados primários. Para Solomon (2002), a depressão é

uma doença, e não uma manifestação do envelhecimento fisiológico; portanto,

necessita ser diagnosticada e tratada. Contudo, Batistoni, Neri e Cupertino (2007),

retrata que o idoso percebe que o declínio é irreversível e se vê-se susceptível à

dependência física, cognitiva e social. Fato, que talvez, contribua para a presença de

sintomas disfóricos, somáticos e comportamentais indicativos de depressão.

No que se refere aos problemas de saúde houve prevalência de sintomas

de depressão nos idosos com problemas para dormir (89,3%), com incontinência

urinária (88,2%) e com problemas cardíacos (76,9%), havendo diferença

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Discussão 121

estatisticamente significativa apenas para a variável problemas para dormir (p=0,01).

Ferreira (2009) mostrou em seu estudo, que para este grupo especifico de

idosos, uma das explicações recai sobre o fato de que alterações do sono e

sintomas depressivos covariam, sendo difícil identificar os determinantes e os efeitos

separados de cada uma das anomalias.

O distúrbio do sono, também, foi analisado por Hynninen et al. (2010), na

amostra estudada, em que todos os pacientes tiveram pelo menos níveis subclínicos

de ansiedade ou depressão, dificuldades para dormir não foram significativamente

relacionados a sintomas de distúrbios psicológicos. Apesar das queixas de

alterações do sono ser comuns entre os pacientes com DPOC, a relação entre o

sono, as aflições psicológica e de saúde têm recebido pouca atenção. Segundo os

autores, os distúrbios psicológicos e os problemas de sono podem agravar os

sintomas e intensificar os efeitos da DPOC sobre o estado de saúde em todos os

estágios de gravidade da doença, levando a maior comprometimento do estado de

saúde, bem como redução da qualidade de vida.

Bellia et al. (2003) investigou a prevalência do distúrbio do sono em

idosos com DPOC e, observou que 60,6% deles apresentaram uma ou mais

perturbações do sono. Ressaltam que a depressão e o convívio com a artrite foi

significativo nos pacientes com DPOC, independente das alterações do sono.

Acrescentam que os distúrbios do sono são mais comuns em idosos com DPOC.

Kapella et al. (2006), investigou a fadiga em pessoas com DPOC, por ser

um sintoma comum da DPOC, mas pouco se sabe sobre a natureza específica da

fadiga à DPOC e seu impacto na vida diária. As evidencias apontaram que a

dispnéia, a depressão, e a qualidade do sono foram responsáveis por 42 % da

fadiga subjetiva. Concluíram que a fadiga é um problema importante que afeta o

desempenho para atividades diárias das pessoas com DPOC.

Duarte e Rego (2007) investigaram as comorbidades, depressão e

doenças crônicas em idosos, embora não direcionado ao DPOC, o estudo mostrou a

presença de incontinência urinaria em 35,2% e problemas cardíacos em 12,2%, tais

doenças contribuíram para a sintomatologia depressiva nos idosos estudados. Ko et

al. ( 2005) em pesquisa com idosos com incontinência urinária, observaram que 25%

destes tinham problemas urinários e 30% deles com idade maior que 75 anos.

Situação esta que pode levar o idoso ao isolamento social e a sintomatologia de

depressão. Os autores acrescentam que a os idosos incontinentes podem

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Discussão 122

apresentar-se deprimidos até duas vezes mais que os continentes.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS6. CONSIDERAÇÕES FINAIS6. CONSIDERAÇÕES FINAIS6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Considerações Finais 124

As mudanças no perfil demográfico e epidemiológico da população

remetem a considerações sobre a relevância do processo de envelhecimento

humano e a funcionalidade, uma vez que questões relacionadas à capacidade

funcional, dependência, autonomia e morbidade representam implicações sobre a

qualidade de vida dos idosos.

A relevância da manutenção e restauração da capacidade funcional do

idoso vem sendo reconhecida entre os profissionais da área da saúde. Neste

sentido, a adequada avaliação da funcionalidade desse seguimento da população

viabiliza o acesso a informações do estado funcional do idoso com a finalidade de

subsidiar equipes interdisciplinares na construção de planos assistenciais com vistas

à promoção da reabilitação e/ou manutenção da independência e autonomia.

A busca por ferramentas mais apropriadas para a atenção à assistência

ao idoso com condição crônica, como a DPOC, impulsiona à compreensão do

estado de saúde desta pessoa por parte dos profissionais da área de saúde, como

no caso do fisioterapeuta. Este profissional assiste o idoso em todas as suas

dimensões, com vistas à promoção e manutenção da saúde, bem como na

prevenção de doenças e/ou agravos. Assistência esta, desenvolvida nos âmbitos

hospitalar, ambulatorial e domiciliar.

Assim sendo, acredita-se que a identificação do grau de funcionalidade do

idoso com DPOC, visando a sua independência para o desempenho das AVDs,

permitirá a determinação da repercussão da sua intolerância para a execução de

atividades habituais. Portanto, determinar objetivamente essa intolerância, possibilita

a elaboração de estratégias que auxiliem os serviços de saúde e os profissionais

desta área no tratamento e no planejamento de ações com enfoque na reabilitação

do idoso com vistas a melhorar sua independência e autonomia e,

consequentemente, sua qualidade de vida.

Dessa forma a construção deste estudo permitiu identificar o grau de

independência funcional de idosos com diagnóstico de DPOC nos estádios I a IV,

atendidos no Ambulatório de Pneumologia Geral da Divisão de Pneumologia do

Departamento de Clínica Médica do HCFMRP/USP, bem como caracterizá-los do

ponto de vista sociodemográfico, história de tabagismo e condição de saúde, além

de identificar a presença de sintomas de depressão entre eles, analisando também o

grau de funcionalidade encontrado com algumas variáveis.

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Considerações Finais 125

Ao estudar esses idosos, percebeu-se algumas peculiaridades e

singularidades pelas próprias características da população. Portanto, generalizações

mais abrangentes, devem ser evitadas, prevenindo possíveis conclusões

equivocadas.

Os resultados encontrados permitiram as seguintes conclusões:

• Houve predomínio de homens e a média de idade foi de 70,4 anos. A

maioria era casada, seguida por viúvos, com predomínio de homens

casados e mulheres viúvas.

• A baixa escolaridade foi mais evidente entre as mulheres. A fonte de

renda foi quase que exclusivamente, a aposentadoria. Quanto a

moradia pouco mais de dois terços possuíam casa própria.

• Com relação a história de tabagismo a grande maioria deixou o hábito

de fumar, porém menos de um terço ainda fumam. Com predomínio de

homens em ambas as categorias. Fizeram parte da amostra, também

quatro idosos que nunca fumaram, todas mulheres. Para os ex-

fumantes a média de tempo de hábito foi de 39,6 anos e para os que

ainda fumam 20,1. A carga tabágica foi superior para os homens,

sendo a diferença entre as médias estatisticamente significativa. A

maioria referiu não conviver com fumantes em sua residência/trabalho.

• Todos os idosos possuíam a DPOC. Os problemas de saúde mais

referidos foram pressão alta, problemas de coluna, problemas para

dormir, problemas cardíacos, entre outros. E os mais indicados quanto

à interferência para as AVDs foram, problemas para dormir e

problemas de coluna. A média de morbidades por idoso foi de 3,4. A

grande maioria relatou o uso de medicamentos por ordem médica. Em

relação, ao tempo de internação nos últimos doze meses a maioria

referiu um episódio.

• No que se refere a houve maior distribuição de homens no estádio III e

de mulheres no II. O tempo médio da doença foi de 8,3 anos. E a

média amostral do tempo de DPOC foi maior para os homens. Quanto

ao tratamento por oxigenoterapia domiciliar e o fisioterápico houve um

mínimo de referência para estes.

• Quanto a identificação da funcionalidade a maioria classificou-se no

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Considerações Finais 126

nível de independência completa ou modificada, porém a análise da

distribuição dos idosos de acordo com as categorias da MIF revelou

uma parcela de idosos com algum grau de funcionalidade prejudicada

no domínio motor para as categorias autocuidado, transferência e

locomoção. Quanto a MIF cognitiva, os idosos se mostraram na

categoria independência completa, porém um número reduzido de

idosos apresenta alguma dificuldade na categoria memória.

• Quanto a presença de sintomas de depressão, o escore médio vario foi

de 21 pontos, ou seja, a maioria apresentaram tais sintomas, com

predomínio de mulheres, com idade igual ou superior a 75 anos e que

viviam sem companheiro(a). Houve também maior prevalência para os

idosos entre os graus I e II de DPOC, que referiram problemas para

dormir, com incontinência urinária e problemas cardíacos.

Lawton (1971) define a avaliação funcional como uma tentativa

sistematizada de mensurar objetivamente os níveis nos quais uma pessoa está

funcionando em diversas áreas tais qual a integridade física, qualidade da

automação, qualidade no desempenho dos papéis, estado intelectual, atividades

sociais, atitude em relação a si mesmo e ao estado emocional.

Considerando-se as peculiaridades do envelhecimento, bem como a

presença da DPOC, uma doença crônica de caráter lento e progressivo, com

manifestações sistêmicas que favorecem ao declínio da funcionalidade, com

possibilidades de causar prejuízos para a independência e/ou autonomia das

pessoas. Acredita-se na necessidade constante de se desenvolver estratégias de

avaliação que favoreça ao profissional da área da saúde, instrumentos que

quantifiquem e qualifiquem o grau de funcionalidade, antecipando o declínio precoce

que a DPOC acarreta para o indivíduo. Dessa forma, pensa-se que o estudo

contribuiu para a caracterização dessa população especifica de idosos com DPOC

atendidos em um Ambulatório de Pneumologia.

Os resultados deste estudo são relevantes para os fisioterapeutas, pois,

pode auxiliá-lo na identificação precoce de problemas que acometem o idoso com

DPOC e no planejamento de condutas terapêuticas e/ou de promoção à saúde, que

viabilizem o tratamento adequado deste idoso. Vale ressaltar que cabe aos

fisioterapeutas uma atuação mais abrangente e focada nas necessidades reais de

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Considerações Finais 127

saúde da população, uma vez que este profissional é considerado um agente ativo

no que se refere ao cuidado da pessoa.

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REFERÊNCIASREFERÊNCIASREFERÊNCIASREFERÊNCIAS

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APÊNDICESAPÊNDICESAPÊNDICESAPÊNDICES

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Apêndices 165

APENDICE A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Nº Questionário:______ Prontuário:___________

Data da Entrevista: ___/___/____ Início: _______ h Término: _______ h

Entrevistador: ____________________

A) Perfil Social do Idoso

Iniciais do paciente_________________ D.N. ___/___/____ Idade:_____ anos

1) Gênero: ( 1) Masculino (2) Feminino

2) Estado Civil: (1) Solteiro(a) (2) Casado(a) (3) união consensual

(4) Viúvo(a) (5) Divorciado/separado(a) (66) Outros _________

3) Escolaridade: (1) Analfabeto(a) (2) Sabe ler/escrever informal

Quantos anos o/a Sr(a) estudou? _________ anos

4) Profissão/ocupação: Anterior: ________________________________

Atual: ______________________________________

Se aposentado ainda trabalha? (1) Sim (2) Não

Que atividade exerce? ____________________________

5) Quanto é sua renda mensal? (1) 1 salário mínimo (SM) (2) 2 a 3 (SM)

(3) 4 a 5 (SM) (4) 6 ou mais (SM)

(5) Não tem Renda (88) NS

6) Com quem vive? (1) Sozinho (2) Cônjuge (3) Família

(4) asilo (66) Outros:_________

7) A casa onde mora é: (1) Própria quitada (2) Própria - paga prestação

(3) Paga aluguel (4) Cedida - sem aluguel

(5) Asilo (66) Outro tipo___________ (88) NS

8) Tipo de moradia: (1) Casa (2) Apartamento (66) Outros:_________

B) História de Tabagismo

9) O Sr(a) fuma? (1) Sim (2) Não

Se fuma, há quanto tempo? ___________ anos (88) NS (99) NSA

Quantos cig. fuma/dia? __(1 maço=20 cigarros) maço/ano ___ (88) NS (99) NSA

10) Se não fuma, já fumou alguma vez? (1) Sim (2) Não (88)NS

Se fumou, por quanto tempo, em anos? ______anos (88) NS (99) NSA

Quantos cig. Fumou/dia? ________ maço/ano _______ (88) NS (99) NSA

Alguém na sua residência/trabalho fuma? (1) Sim (2) Não (88) NS

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Apêndices 166

C) Condição de Saúde

11) O(a) Sr(a) no momento tem algum destes problemas de saúde e que podem ou não

interferir nas suas atividades do dia a dia?

NÃO SIM NS QUANDO E TIPO

(INCONT.)

Interfere na

vida diária

Não

interfere

A) Reumatismo 1 2 3 9

B) Pressão Alta 1 2 3 9

C) Ma circulação (varizes) 1 2 3 9

D) Diabetes 1 2 3 9

E) Obesidade 1 2 3 9

F) Derrame 1 2 3 9

G) Incontinência Urinaria 1 2 3 9

H) Prisão de ventre 1 2 3 9

I) incontinência Fecal 1 2 3 9

J) Catarata 1 2 3 9

K) problemas para dormir 1 2 3 9

L) Alcoolismo 1 2 3 9

M) Confusão mental 1 2 3 9

N) Problemas cardíacos 1 2 3 9

O) Câncer 1 2 3 9

P) osteoporose 1 2 3 9

Q) Artrite 1 2 3 9

R) problemas de coluna 1 2 3 9

S) Outras 1 2 3 9

Especifique

12) Faz uso de medicamentos por ordem médica? (1) SIM (1) NÃO (88) NS

13) Faz uso de medicamentos sem ordem médica? (1) SIM (1) NÃO (88) NS

14) Há quanto tempo sabe que tem DPOC? ________ meses

15) Utiliza oxigênio em casa? (1) SIM (2) NÃO

Se sim, há quanto tempo? ____________ meses (88) NS (99) NSA

Tipo: (1) Concentrador (2) Cilindro (88) NS (99) NSA

Tempo de uso diário: __________ hs de dia _______hs de noite (88) NS (99) NSA

Fluxo: ____L/min (dia) ___L/min (noite) (66) Outros________ (88) NS (99) NSA

Via utilizada: (1) Cateter nasal (66) Outra: ________ (88) NS (99) NSA

16) Necessita de ajuda para as atividades do dia a dia? (1) SIM (2) NÃO

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Apêndices 167

Se sim, de quem? (1) cônjuge (2) Filho(a) (3) genro/nora (4) neto(a)

(5) Irmão(ã) (6) pessoa sem vínculo de parentesco (66) ) Outros ________ (99) NSA

17) Gênero do cuidador principal: (1) Masculino (2) Feminino (99) NSA

18) Usa dispositivo de apoio: Bengala: (1) Sim (2) Não

Bengala quatro pontos: (1) Sim (2) Não

Barras: (1) Sim (2) Não

Cadeira de rodas: (1) Sim (2) Não

Andador: (1) Sim (2) Não

Outros_________________

19) Ficou internado nos últimos 12 meses? (1) Sim (2) Não (88) NS

Se sim, quantas vezes? _______vezes (88) NS (99) NSA

Motivo da Internação: __________________________________________

20) Faz Fisioterapia Respiratória? (1) Sim (2) Não

Há quanto tempo? _______ meses (88) NS (99) NSA

Quantas vezes por semana? __________ (88) NS (99) NSA

Local: (1) Domicílio (2) Ambulatório/Centro de reabilitação (66) outro_______ (99) NSA

O Atendimento de Fisioterapia é: (1) Público (2) Privado (3) Convenio (88) NS (99) NSA

D) Resultados de exames para diagnóstico

21) Espirometria pulmonar:

( ) DPOC estádio I – leve ( ) DPOC estádio III - grave

( ) DPOC estádio II – moderado ( ) DPOC estádio IV – muito grave

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Apêndices 168

APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Titulo da pesquisa: Independência funcional do idoso com doença pulmonar

obstrutiva crônica – DPOC

A Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença pulmonar que trás

para o idoso algumas dificuldades nas suas atividades de cuidar de si mesmo pela

falta de ar. Por isto, estamos realizando um estudo com a participação de idosos

atendidos no Ambulatório de Pneumologia Geral do Hospital das Clínicas da

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, com

diagnóstico de Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Os objetivos do estudo

são: caracterizar os idosos considerando sexo, idade, estado civil, escolaridade,

moradia e outros; conhecer a historia de tabagismo, quais os problemas de saúde

que possui e, o quanto a falta de ar afeta na realização da suas atividades do dia a

dia.

Desta forma, gostaríamos de convidá-lo para participar deste estudo. A sua

participação constará em responder, por meio de uma entrevista, 23 questões sobre

a idade, sexo, estado civil, naturalidade, procedência, escolaridade, renda mensal,

profissão e ocupação (anterior e atual), moradia (vive sozinho, situação da casa),

historia de tabagismo (fuma ou não, quantos anos fuma ou parou), situações da

saúde (doenças presentes como derrame, artrite, osteoporose, outras), utilização de

medicamentos (ordem medica ou não), em relação ao diagnóstico (informação do

tempo), utilização de oxigenio (via de acesso, quanto tempo), o cuidador

(necessidade de um para as tarefas, sexo), utilização de dispositivo de apoio,

internação nos últimos 24 meses; 18 questões sobre a capacidade deste em realizar

as atividades de vida diária e 22 questões sobre se está com quadro de depressão.

A entrevista será realizada pela pesquisadora no ambulatório, num período de não

mais que uma hora.

O(a) senhor(a) poderá se recusar a participar do estudo, podendo inclusive, retirar-

se do mesmo em qualquer momento, sem que isso lhe cause nenhum prejuízo no

atendimento do idoso no Ambulatório de Pneumologia Geral do HC.

O(a) senhor(a), também, poderá solicitar novos esclarecimentos sobre o estudo a

qualquer momento, se achar necessário. Nosso telefone para contato é 3602-0534

As informações fornecidas serão utilizadas para fins de pesquisa científica e os

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Apêndices 169

dados registrados, em nenhum momento, serão divulgados com a sua identificação.

Sua participação neste estudo não lhe trará despesas, gastos ou danos e nem

mesmo nenhuma gratificação.

Atenciosamente,

Viviane C. Ferreira (CREFITO n° 57805) Sueli Marques (COREN nº 61337)

(pesquisadora) (orientadora)

Eu ______________________________________________________ declaro estar

ciente das informações recebidas e concordo em participar desta pesquisar.

Ribeirão Preto, ____ de _____________ de _____.

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ANEXOANEXOANEXOANEXO

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Anexos 171

ANEXO A - E) FUNCIONAL MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL - MIF

Por favor, responda as seguintes questões sobre quanto de ajuda o idoso necessita para algumas

atividades

NÍVEL DEPENDÊNCIA FUNCIONAL

7 DEPENDÊNCIA TOTAL (ASSISTÊNCIA TOTAL) SEM AJUDA

6 DEPENDÊNCIA MÁXIMA (ASSISTÊNCIA DE ATÉ 75% NA TAREFA)

5 DEPENDÊNCIA MODERADA (ASSISTÊNCIA DE ATÉ 50% NA TAREFA)

AJUDA

4 DEPENDÊNCIA MÍNIMA (ASSISTÊNCIA DE ATÉ 25% NA TAREFA)

3 SUPERVISÃO, ESTÍMULO OU PREPARO

2 INDEPENDÊNCIA MODIFICADA

1 INDEPENDÊNCIA COMPLETA

Autocuidado Nivel

A) Alimentação B) Higiene Pessoal

C) Banho ( lavar o corpo) D) Vestir-se acima da cintura E) Vestir-se abaixo da cintura

F) Uso do vaso sanitário Controle de esfincteres

G) Controle da urina

H) Controle das fezes

Mobilidade

Transferências I) Leito, cadeira, cadeira de rodas J) Vaso sanitario

K) Banheira ou chuveiro Locomoção

L) Marcha/ cadeira de rodas M C

M) Escadas Comunicação

N) Compreensão a A

V

O) Expressão V

N

Cognição P) Interação social Q) Resolução de problemas

R) Memoria TOTAL

nota: não deixe nenhum item em branco; se não possivel de ser testado, marque 1

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Anexos 172

ANEXO B - CERTIFICADO DO CURSO DA MIF

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Anexos 173

ANEXO C - G - ESCALA DE RASTREAMENTO DE SINTOMAS DEPRESSIVOS

(Center for Epidemiological Studies - Depression - CES-D)

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Anexos 174

ANEXO D - COMITE DE ÉTICA