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Doença de Crohn Doença de Crohn Universidade Federal Fluminense Disciplina: Dietoterapia 3 Professora: Ana Lúcia Alunas: Bruna de Andrade Messi Janaína Andreani Valadares

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Page 1: Doença de Crohn Universidade Federal Fluminense Disciplina: Dietoterapia 3 Professora: Ana Lúcia Alunas: Bruna de Andrade Messias Janaína Andreani Valadares

Doença de CrohnDoença de Crohn

Universidade Federal Fluminense

Disciplina: Dietoterapia 3

Professora: Ana Lúcia

Alunas: Bruna de Andrade Messias

Janaína Andreani Valadares

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IdentificaçãoNome: M.S.P.

Gênero: Masculino

Data de nascimento: 15/03/2001 (9 anos e 2 meses)

Data da internação: 25/05/2010 (Internado a 1 semana)

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Anamnese Clínica QP: Diarréia e dor abdominal intensa HPP: Os sintomas da doença começaram a

surgir aos 7 anos de idade, apresentando dor abdominal intensa, diarréia, prurido anal, anorexia, emagrecimento, anemia, e comprometimento do crescimento. Após a realização de alguns exames, como a colonoscopia e biópsia foi detectada a Doença de Crohn, localizada no íleo terminal, sendo então, iniciado o tratamento com corticóides.

HDA: Apresenta recidivas freqüentes do quadro agudo da doença devido a não adesão à dieta. Também apresenta ingestão alimentar reduzida, devido a falta de apetite. Há 15 dias antes da internação começou a sentir fortes dores abdominais seguidas de diarréia.

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Anamnese ClínicaHF: O pai apresenta doença de Crohn.

Mãe não apresenta nenhuma patologia.

HS: Mora em casa de alvenaria com boas condições higiênico-sanitárias.

Diagnóstico: Doença de Crohn.

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Histórico da Doença

A doença de Crohn é uma doença inflamatória intestinal que possui origem multifatorial;

Inicia-se mais freqüentemente na segunda e terceira décadas de vida(entre 20 e 30 anos, adultos jovens);

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Características da DCPor processo inflamatório crônico, idiopático,

de natureza transmural. Comprometendo não só a mucosa como a parede intestinal, o mesentério e os gânglios linfáticos.

Em crianças, sua localização mais freqüente é na região do íleo e cólon direito.

Nas porções do intestino envolvidas, a inflamação pode ocorrer de forma contínua ou segmentada.

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Características da DC

Íleo terminal

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Fisiopatologia

Ativação anormal da resposta imunológica da mucosa. Resposta sistêmica secundária.

Dano às células do intestino delgado e/ou grosso com má absorção, ulceração ou estritura

Diarréia, Perda de peso, Crescimento precário

Predisposição genética

Fatores ambientais(microbiológicos) e

alimentares

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FisiopatologiaA inflamação da mucosa,o edema, a

fibrose, a obstrução linfática, quando localizada no intestino delgado, podem provocar diferentes fenômenos disabsortivos;

Podem ocorrer espessamento mucoso e a formação de feridas.

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FisiopatologiaComprometimento do duodeno e jejuno

proximal leva à má absorção de folatos, vitaminas, ferro, glicídios e lipídios;

O comprometimento do íleo distal provoca má absorção de gorduras e aminoácidos;

O comprometimento do íleo terminal, pode levar à má absorção de vitamina B12 e lipídios.

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FisiopatologiaDepleção de potássio ocorre com

certa freqüência;

Pode ocorrer também a hipocalcemia, acompanhada de hipomagnesemia.

A hipoalbuminemia também ocorre

freqüentemente.

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FisiopatologiaA anemia é comum e múltiplos fatores

concorrem para o seu aparecimento, sendo freqüentemente do tipo microcítica hipocrômica.

Fenômenos disabsortivos + ingestão insuficiente de calorias = grande déficit de crescimento.

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Quadro ClínicoO quadro clínico da doença, depende da

localização, extensão, atividade da doença e da presença ou não de complicações.

Sintoma mais comum: Dor abdominal intensa.

Outros sintomas comuns: Anorexia, prurido anal, diarréia intensa, vômitos, náuseas.

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Tratamento

Tratamento

Medicamentoso Cirúrgico Dietético

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Exames LaboratoriaisTipo de Exame Valor de Normalidade 26/05

Glicose 70-99 mg/dl 80mg/dlUréia 11-38 mg/dl 15mg/dlCreatinina 0,31-0,60 mg/dl 0,43mg/dlSódio 136-145 mEq/L 138mEq/LPotássio 3,5-5,1mEq/L 3,0mEq/LFósforo 3,4-6,3mg/dl 4,3mg/dlMagnésio 1,7-2,2mg/dl 1,2mg/dlCálcio 8,8-10,8mg/dl 6,5mg/dlAlbumina 3,8-5,4g/dl 3,0g/dl

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Exames Laboratoriais

HemogramaTipo de Exame Valor de Normalidade 26/05

Hemácea 4,2-5,4 x 106/mm3 3,8 x 106/mm3

Hemoglobina 14-18g/dl 11,0g/dl

Hematócrito 36-46% 31,7%

Leucócitos 4,5-11mil/mm3 12,1mil/mm3

Basófilos 0-2% -

Mielócitos - -

Linfócitos 22-40% 48%

Monócitos 3-10% -

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Avaliação NutricionalAnamnese alimentar:

Refeição Local Alimentos QuantidadeDesjejum Em casa Leite integral

Achocolatado1 copo1 colher de sobremesa

Almoço Em casa ArrozFeijãoBife (carne bovina)Refresco de cajú

2 colheres de sopa1 concha pequena1 unidade pequena1 copo

Lanche Na escola

Biscoito recheadoGuaraná natural

4 unidades1 copo

Jantar Em casa Idem ao almoço

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Avaliação NutricionalDATA 27/05/2010

Antropometria Atual Padrão % e/ou z-score

Interpretação

Peso (kg) 20kg P/I= 28,6kg z= -2,9 Baixo peso para a idade (MS 2007)

Estatura (cm) 119cm E/I= 133,4cm z= -3,5 Baixa estatura para a idade (MS 2007)

IMC (kg/m2) 14,1kg/m2 IMC/I= 16,1 kg/m2

z= -1,8 Eutrófico (MS 2007)

Circunferência do Braço- CB (cm)

14cm P 50= 20cm (Frisancho)

70% de adequação

Depleção de 3º grau (Jelliffe)

Prega Cutânea Tricipital- PCT (mm)

6,8mm P 50= 10mm 68% de adequação

Depleção de 3º grau (Jelliffe)

Circunferência Muscular do Braço- CMB (cm)

11,9cm P 50= 17cm 70% de adequação

Depleção de 3º grau (Jelliffe)

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Parecer Nutricional

De acordo com a avaliação antropométrica, esta criança apresenta baixo peso e estatura para a idade, e eutrofia quanto ao parâmetro IMC para idade. Apresenta depleção grave de reserva adiposa, indicada pela taxa de adequação de 68% da prega cutânea tricipital, e depleção grave de massa muscular esquelética, indicada pela taxa de adequação de 70% da Circunferência Muscular do Braço.

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Parecer Nutricional

Segundo os exames laboratoriais, os níveis de hemáceas, hemoglobina e hematócrito encontam-se baixos confirmando o quadro de anemia característico da doença, assim como os quadros de hipoalbuminemia, hipocalemia, hipomagnesemia e hipocalcemia também são confirmados através dos baixos níveis de albumina, potássio, magnésio e cálcio. Apresenta leucocitose e aumento nos níveis de linfócitos, quadros característicos da doença devido a reação inflamatória.

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Conduta dietoterápica- Valor Energético Total (VET)

VET= kcal/kg/dia x Peso x FIVET= 66,6 x 20 x 1,3VET= 1732kcal

- Taxa Calórica Taxa calórica= VET/kg de pesoTaxa calórica= 1732/20Taxa calórica= 87 kcal/kg/dia

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Conduta dietoterápica

- Taxa Protéica Taxa protéica= 2,2g de proteína x kg de pesoTaxa protéica= 2,2 x 20Taxa protéica= 44g de proteína/dia - Relação kcal/g de proteína kcal/g de proteína= 1732/44kcal/g de proteína= 40kcal/g de proteína

 

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Conduta dietoterápica- Taxa Hídrica Taxa hídrica= 140ml – (idade x 10)/ kg de peso/diaTaxa hídrica= 140 – (9 x 10) x 20Taxa hídrica= 1000ml/dia

- Planejamento

Energia: 1732 kcalProteína: 11% / 176kcal / 44g / 2,2g/kg de PesoCarboidrato: 60% / 1039kcal / 260g / 13g/kg de PesoLipídios: 29% / 502kcal / 56g / 2,8g/kg de Peso

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Conduta dietoterápica - Prescrição Dietoterápica

Será oferecida uma dieta elementar por via enteral,

através de sonda nasogástrica e administrada por

gastróclise.

A dieta será normocalórica, normoprotéica,

normoglicídica e normolipídica.

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Conduta dietoterápica

- Prescrição Dietoterápica

A fórmula oferecida será: Vivonex Pediatric (Novartis)-

crianças de 1 a 10 anos.

Dieta elementar enriquecida com arginina, glutamina e

aminoácido de cadeia ramificada. Isosmótica, isenta de

sacarose, lactose e glúten.

Indicada para doença de Crohn.

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Composição da Fórmula

-Proteína: Aminoácidos livres (100%), glutamina

(12,9%), arginina (6,2%) e aminoácidos de cadeia

ramificada (21,6%).

- Carboidrato: Maltodextrina (63%) e amido de milho

(37%).

- Lipídios: Óleo de soja (32%) e TCM (68%).

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Volume da Dieta

DC= 0,8kcal/mlVET= 1732kcal

Volume total= 1732/0,8Volume total= 2164ml

8 frascos- 271ml cada

Horários- 6h / 9h / 12h / 15h / 18h / 21h / 24h / 3h