direito penal - aula 00.pdf

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  • Direito Penal RECEITA FEDERAL (2014) PS-EDITAL AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

    Teoria e exerccios comentados Prof. Renan Araujo Aula DEMO

    Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 1 de 63

    AULA DEMONSTRATIVA: PRINCPIOS

    CONSTITUCIONAIS E GERAIS DO DIREITO

    PENAL.

    SUMRIO PGINA Apresentao e Cronograma 01 I - Princpio da LEGALIDADE 05 II- Princpio da INDIVIDUALIZAO DA PENA 12 III - Princpio da INTRANSCEDNCIA DA PENA 14 IV - Princpio da LIMITAO DAS PENAS 15 V Presuno de INOCNCIA OU Presuno de NO CULPABILIDADE

    17

    VI Outros Princpios do Direito Penal 21 Lista das Questes da Aula 25 Questes Comentadas 35 Gabarito 62

    Ol, meus amigos!

    com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo

    ESTRATGIA CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir

    para a aprovao de vocs no concurso da RECEITA FEDERAL DO

    BRASIL (2014). Ns vamos estudar teoria e comentar exerccios sobre

    DIREITO PENAL, para o cargo de AUDITOR-FISCAL DA RECEITA

    FEDERAL DO BRASIL.

    E a, povo, preparados para receber mais de R$ 15.000,00

    mensais?

    A Banca que ir organizar o concurso, provavelmente, ser a ESAF!

    Vai dar incio sua preparao ou vai deixar a concorrncia

    sair na frente?

    Bom, est na hora de me apresentar a vocs, no ?

    Meu nome Renan Araujo, tenho 26 anos, sou Defensor Pblico

    Federal desde 2010, titular do 16 Ofcio Cvel da Defensoria Pblica da

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    Aula 3 Do Crime (parte II) 26/01/14

    Aula 4 Crimes contra a f pblica 02/02/14

    Aula 5 Crimes contra a administrao pblica

    (parte I) 09/02/14

    Aula 6 Crimes contra a administrao pblica

    (parte II) 16/02/14

    Aula 7 Abuso de autoridade 23/02/14

    Aula 8 Lavagem de capitais 28/02/14

    Aula 9 Crimes contra o Sistema Financeiro

    Nacional 05/03/14

    Aula 10

    Dos crimes contra a organizao do

    Trabalho. Legislao sobre Priso

    Especial para os Dirigentes de

    Entidades Sindicais e para o

    Empregado do Exerccio de

    Representao Profissional ou no

    Cargo de Administrao Sindical (Lei

    n. 2.860, de 31/08/56). Dos Crimes

    contra a Previdncia Social e

    sonegao de contribuio

    previdenciria.

    12/03/14

    Aula 11

    Crimes contra a Ordem Tributria, a

    Ordem econmica, as relaes de

    consumo e a economia popular.

    19/03/14

    Aula 12 Lei dos Juizados Especiais (Lei

    9.099/95 e Lei 10.259/01) 26/03/14

    As aulas sero disponibilizadas no site conforme o cronograma

    apresentado. Em cada aula eu trarei algumas questes que foram

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    cobradas recentemente em concursos pblicos. Sempre que

    possvel trarei questes da prpria ESAF. Entretanto, como a ESAF

    no possui muitas questes de Direito Penal, utilizaremos muitas

    questes das demais Bancas tops do pas, como CESPE, FGV e FCC.

    Outro diferencial importante que nosso curso em PDF ser

    complementado por videoaulas de at 30 minutos cada uma. Nas

    videoaulas sero apresentados alguns pontos considerados mais

    relevantes da matria, seja atravs da apresentao da teoria seja

    atravs da resoluo de exerccios anteriores.

    No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos!

    Prof. Renan Araujo

    Observao importante: este curso protegido por direitos autorais

    (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida

    a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias.

    Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os

    professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe

    adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos.

    ;-)

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    e) o juiz tem o poder de impor sano penal ao autor de um fato no

    descrito como crime na lei penal, se esse fato for imoral, antissocial ou

    danoso sociedade.

    03 - (FCC 2009 MPE-SE TCNICO DO MP REA ADMINISTRATIVA)

    O art. 5, LVII, da Constituio Federal dispe que "ningum ser

    considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena penal

    condenatria". Nesse dispositivo constitucional est consagrado o

    princpio

    a) da anterioridade da lei penal.

    b) da presuno de inocncia.

    c) da legalidade.

    d) do contraditrio.

    e) do juiz natural.

    04 - (FCC 2007 MPU TCNICO ADMINISTRATIVO)

    Em matria penal, a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o

    agente, aplica-se aos fatos anteriores,

    a) desde que o representante do Ministrio Pblico no tenha apresentado

    a denncia.

    b) desde que a autoridade policial ainda no tenha instaurado inqurito

    policial a respeito.

    c) ainda que decididos por sentena condenatria transitada em julgado.

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    d) desde que ainda no tenha sido recebida a denncia apresentada pelo

    Ministrio Pblico.

    e) desde que a sentena condenatria ainda no tenha transitado em

    julgado.

    05 - (FCC 2007 MPU TCNICO ADMINISTRATIVO)

    Dispe o artigo 1 do Cdigo Penal: "No h crime sem lei anterior que o

    defina. No h pena sem prvia cominao legal". Tal dispositivo legal

    consagra o princpio da

    a) ampla defesa.

    b) legalidade.

    c) presuno de inocncia.

    d) dignidade.

    e) isonomia.

    06 - (FCC 2008 TCE-SP AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS)

    O princpio constitucional da legalidade em matria penal encontra efetiva

    realizao na exigncia, para a configurao do crime, de

    a) culpabilidade.

    b) tipicidade.

    c) punibilidade.

    d) ilicitude.

    e) imputabilidade.

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    07 - (FGV-2008-SENADO-ADVOGADO DO SENADO)

    Relativamente ao princpio da presuno de inocncia, analise as

    afirmativas a seguir:

    I. O indiciado em inqurito policial ou acusado em processo criminal deve

    ser tratado como inocente, salvo quando preso em flagrante por crime

    hediondo, caso em que ser vedada a concesso de liberdade

    provisria.

    II. S lcito o uso de algemas em caso de resistncia e de fundado

    receio de fuga ou de perigo integridade fsica prpria ou alheia, por

    parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito,

    sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da

    autoridade, e a nulidade da priso ou do ato processual a que se refere,

    sem prejuzo da responsabilidade civil do estado.

    III. Milita em favor do indivduo o benefcio da dvida no momento da

    prolao da sentena criminal: in dubio pro ru.

    IV. A presuno de inocncia incompatvel com as prises cautelares

    antes de transitada em julgado a sentena penal condenatria.

    Assinale:

    (A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

    (B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

    (C) se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas.

    (D) se apenas as afirmativas I, III e IV estiverem corretas.

    (E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

    08 - (FGV-2008-INSPETOR-INSPETOR DE POLICIA)

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    Relativamente aos princpios de direito penal, assinale a afirmativa

    incorreta.

    (A) No h crime sem lei anterior que o defina.

    (B) No h pena sem prvia cominao legal.

    (C) Crimes hediondos no esto sujeitos ao princpio da anterioridade da

    lei penal.

    (D) Ningum pode ser punido por fato que a lei posterior deixa de

    considerar crime.

    (E) A lei posterior que de qualquer modo favorece o agente aplica-se aos

    casos anteriores.

    09 - (FGV-2008-INSPETOR-INSPETOR DE POLICIA)

    Em matria de princpios constitucionais de Direito Penal, correto

    afirmar que:

    (A) a lei penal no retroagir mesmo que seja para beneficiar o ru.

    (B) a prtica de racismo no considerada crime, salvo se a vtima for

    detentor de funo pblica.

    (C) os presos tm assegurado o respeito sua integridade fsica, mas no

    integridade moral.

    (D) a Constituio no autoriza a criao de penas de trabalhos forados.

    (E) as penas privativas de liberdade podero ser impostas aos sucessores

    do condenado.

    10 - (FGV-2008-INSPETOR-INSPETOR DE POLICIA)

    Assinale a alternativa correta.

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    ocorrer a ultratividade da lei penal mais favorvel, salvo se houver a

    edio de uma outra lei ainda mais gravosa, situao em que prevalecer

    a lei intermediria.

    (E) A lei penal posterior que de qualquer forma prejudicar o agente no

    se aplica aos fatos praticados anteriormente, salvo se houver previso

    expressa na prpria lei nova.

    12 - (CESPE 2006 - DELEGADO DE POLCIA POLCIA CIVIL/PA)

    Julgue os itens seguintes, com relao aos princpios constitucionais de

    direito penal.

    I - A deciso acerca da regresso de regime deve ser calcada em

    procedimento no qual sejam obedecidos os princpios do contraditrio e

    da ampla defesa, sendo, sempre que possvel, indispensvel a inquirio,

    em juzo, do sentenciado.

    II - A vigente Constituio da Repblica, obediente tradio

    constitucional, reservou exclusivamente lei anterior a definio dos

    crimes, das penas correspondentes e a conseqente disciplina de sua

    individualizao.

    III - O princpio da presuno de inocncia probe a aplicao de penas

    cruis que agridam a dignidade da pessoa humana.

    IV - Em virtude do princpio da irretroatividade in pejus, somente o

    condenado que ter de se submeter sano que lhe foi aplicada pelo

    Estado.

    A quantidade de itens certos igual a

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    Direito Penal. Tambm no se trata de um Princpio Constitucional do

    Direito Penal.

    (E) proporcionalidade.

    ERRADA: O princpio da proporcionalidade no um princpio prprio do

    Direito Penal, embora esteja implcito na Constituio. No guarda relao

    com a vedao interpretao extensiva das normas incriminadoras.

    Determina que as medidas tomadas pelo Poder Pblico (seja na edio de

    leis, edio de atos administrativos) seja pautada pela proporcionalidade,

    que significa, grosso modo, correlao entre os fins pretendidos e os

    meios utilizados, bem como necessidade da medida.

    02 - (FCC 2008 MPE-RS SECRETRIO DE DILIGNCIAS)

    Tendo em conta o Princpio da Reserva Legal, correto afirmar

    que

    a) lcita a aplicao de pena no prevista em lei se o fato

    praticado pelo agente for definido como crime no tipo penal.

    ERRADA: O tipo penal deve derivar de uma Lei em sentido estrito. Se o

    tipo penal derivar de Medida Provisria, Decreto, etc., haver violao ao

    princpio da reserva legal.

    b) o juiz pode fixar a pena a ser aplicada ao autor do delito acima

    do mximo previsto em lei, aplicando os costumes vigentes na

    localidade em que ocorreu.

    ERRADA: Assim como no h crime sem lei anterior que o defina

    (princpio da anterioridade), tambm no h pena sem prvia disposio

    legal (tambm princpio da anterioridade), previstos no art. 1 do CP e no

    art. 5, XXXIX da Constituio Federal. Desta forma, a aplicao de pena

    no prevista em lei, com base apenas nos costumes, alm de ilegal

    inconstitucional.

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    c) vedado o uso da analogia para punir o autor de um fato no

    previsto em lei como crime, mesmo sendo semelhante a outro por

    ela definido.

    CORRETA: No Direito Penal no se admite a analogia in malam partem,

    ou seja, a aplicao de uma norma penal incriminadora a um fato

    parecido com o descrito nela, mas que no possui previso legal como

    crime. Veremos mais sobre isso na aula de aplicao da lei penal.

    d) fica ao arbtrio do juiz determinar a abrangncia do preceito

    primrio da norma incriminadora se a descrio do fato delituoso

    na norma penal for vaga e indeterminada.

    ERRADA: a abrangncia do preceito primrio na norma penal

    incriminadora (a conduta a ser praticada pelo agente) deve ser clara e

    precisa, no comportando discricionariedade do Juiz, sob pena de violao

    ao princpio da reserva legal, que subdiviso do princpio da legalidade,

    conforme estudamos.

    e) o juiz tem o poder de impor sano penal ao autor de um fato

    no descrito como crime na lei penal, se esse fato for imoral, anti-

    social ou danoso sociedade.

    ERRADA: Esta chega a ser bizarra. Trata-se de alternativa que elenca

    hiptese clara e flagrante de violao ao festejado princpio da reserva

    legal.

    03 - (FCC 2009 MPE-SE TCNICO DO MP REA ADMINISTRATIVA)

    O art. 5, LVII, da Constituio Federal dispe que "ningum ser

    considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena penal

    condenatria". Nesse dispositivo constitucional est consagrado o

    princpio

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    a) da anterioridade da lei penal.

    ERRADA: O princpio da anterioridade determina que a lei penal

    incriminadora deve ser anterior ao crime;

    b) da presuno de inocncia.

    CORRETA: Como estudamos, o princpio da presuno de inocncia ou da

    presuno de no-culpabilidade implica a impossibilidade de que o

    acusado seja considerado culpado (para qualquer fim!) antes de ocorrer o

    trnsito em julgado de eventual sentena penal condenatria;

    c) da legalidade.

    ERRADA: O princpio da legalidade determina que a incriminao de uma

    conduta deve se dar por Lei, em sentido estrito, que seja prvia prtica

    da conduta, no que se divide em princpio da reserva legal e princpio da

    anterioridade da lei penal;

    d) do contraditrio.

    ERRADA: O princpio do contraditrio um postulado processual penal (e

    do processo em geral) que implica a obrigatoriedade de se oportunizar a

    uma parte contraditar argumentos e provas produzidos pela outra parte,

    em homenagem ao princpio do devido processo legal. Estes princpios

    so mais ligados rea do Direito Processual Penal;

    e) do juiz natural.

    ERRADA: O princpio do Juiz Natural tambm outro princpio ligado ao

    Processo Penal, e determina que o Juzo competente para processar e

    julgar determinada demanda deve ter sido definido previamente prtica

    da conduta, mediante a aplicao de regras de definio abstratas e

    impessoais de competncia;

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    04 - (FCC 2007 MPU TCNICO ADMINISTRATIVO)

    Em matria penal, a lei posterior, que de qualquer modo favorecer

    o agente, aplica-se aos fatos anteriores,

    a) desde que o representante do Ministrio Pblico no tenha

    apresentado a denncia.

    ERRADA: A lei penal posterior mais benfica se aplica, em qualquer caso,

    ainda que j tenha ocorrido o trnsito em julgado. O nico limite a

    extino da punibilidade, atravs da qual j no existem mais efeitos

    decorrentes da punio, no havendo meios de se aplicar a lei nova mais

    benfica. Falaremos mais disso na prxima aula.

    b) desde que a autoridade policial ainda no tenha instaurado

    inqurito policial a respeito.

    ERRADA: Como disse a vocs, a aplicao da lei penal nova mais

    benfica pode se dar ainda quando o processo se encontre em fase de

    execuo penal, nos termos do art. 2, nico do CP: Pargrafo nico - A

    lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos

    anteriores, ainda que decididos por sentena condenatria transitada em

    julgado;

    c) ainda que decididos por sentena condenatria transitada em

    julgado.

    CORRETA: Esta a previso contida no art. 2, nico do CP, como

    vimos. Frise-se que o STJ possui verbete de smula (n 611)

    determinando que, nos casos de processo j em fase de execuo,

    compete ao Juiz da execuo aplicar a lei nova mais benfica, no ao Juiz

    que proferiu a sentena;

    d) desde que ainda no tenha sido recebida a denncia

    apresentada pelo Ministrio Pblico.

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    ERRADA: Nos termos do art. 2, nico do CP;

    e) desde que a sentena condenatria ainda no tenha transitado

    em julgado.

    ERRADA: Ser aplicada ainda que a sentena condenatria j tenha

    transitado em julgado, nos termos do art. 2, nico do CP, j transcrito;

    05 - (FCC 2007 MPU TCNICO ADMINISTRATIVO)

    Dispe o artigo 1 do Cdigo Penal: "No h crime sem lei anterior

    que o defina. No h pena sem prvia cominao legal". Tal

    dispositivo legal consagra o princpio da

    a) ampla defesa.

    ERRADA: Trata-se de descrio do princpio legal e tambm

    constitucional da legalidade, que, conforme se extrai da prpria redao

    do artigo, divide-se em Princpio da anterioridade e da Reserva Legal, na

    medida em que a norma penal incriminadora deve ser prvia e prevista

    em Lei em sentido estrito (decorrente de ato do Poder Legislativo que

    obedea ao processo legislativo previsto na Constituio, no servindo MP

    ou Decreto);

    b) legalidade.

    CORRETA: Como disse, trata-se de descrio do princpio legal e tambm

    constitucional da legalidade, que, conforme se extrai da prpria redao

    do artigo, divide-se em Princpio da anterioridade e da Reserva Legal, na

    medida em que a norma penal incriminadora deve ser prvia e prevista

    em Lei em sentido estrito (decorrente de ato do Poder Legislativo que

    obedea ao processo legislativo previsto na Constituio, no servindo MP

    ou Decreto);

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    c) presuno de inocncia.

    ERRADA: A presuno de inocncia est ligada impossibilidade de se

    considerar culpado o indivduo que no possui contra si sentena penal

    condenatria transitada em julgado;

    d) dignidade.

    ERRADA: O princpio da dignidade no est relacionado descrio do

    enunciado da questo, estando previsto no art. 1, III da CRFB/88;

    e) isonomia.

    ERRADA: O princpio constitucional da isonomia determina que todos so

    iguais perante a lei, sem que possa ser legtima qualquer distino

    arbitrria (que no se fundamente na necessidade de equalizar distoro

    ftica existente);

    06 - (FCC 2008 TCE-SP AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS)

    O princpio constitucional da legalidade em matria penal

    encontra efetiva realizao na exigncia, para a configurao do

    crime, de

    a) culpabilidade.

    ERRADA: A culpabilidade est afeta a aspectos subjetivos do indivduo, e

    no ao fato criminoso em si, conduta prevista na lei. Veremos mais

    sobre isso na aula prpria;

    b) tipicidade.

    CORRETA: A tipicidade a previso de uma determinada conduta como

    crime. Assim, quando se faz a subsuno de uma norma penal

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    incriminadora a uma conduta ocorrida no mundo fsico, diz-se que se est

    a fazer o Juzo de tipicidade da conduta, a fim de se verificar se sobre ela

    recai previso legal incriminadora. Portanto, a alternativa est correta;

    c) punibilidade.

    ERRADA: A punibilidade a existncia de um Poder conferido ao Estado

    para aplicar a sano penal no caso concreto. Deriva da conjugao de

    dois fatores: legal e ftico. No basta a previso legal, pois deve haver a

    prtica de uma conduta que nela se enquadre para que surja o Poder-

    dever de punir, o jus puniendi;

    d) ilicitude.

    ERRADA: A ilicitude a contrariedade da conduta ao direito. Uma

    conduta pode ter previso legal incriminadora(tipicidade) mas, no caso

    concreto, no ser contrria ao Direito, por estar acobertada por uma

    causa excludente da ilicitude, que estudaremos mais frente;

    e) imputabilidade.

    ERRADA: A imputabilidade est ligada possibilidade, ou no, de se

    aplicar ao agente, no caso concreto, a lei penal, em razo de fatores

    relacionados sua capacidade de entendimento da ilicitude da conduta e

    de sua possibilidade de se comportar conforme o direito. Tambm

    estudaremos melhor este tema na aula prpria.

    07 - (FGV-2008-SENADO-ADVOGADO DO SENADO)

    Relativamente ao princpio da presuno de inocncia, analise as

    afirmativas a seguir:

    I. O indiciado em inqurito policial ou acusado em processo

    criminal deve ser tratado como inocente, salvo quando preso em

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    flagrante por crime hediondo, caso em que ser vedada a

    concesso de liberdade provisria.

    ERRADA: A discusso doutrinria e jurisprudencial acerca da

    possibilidade, ou no, de decretao da liberdade provisria no guarda

    relao com o princpio da presuno de inocncia de uma maneira direta,

    mas apenas reflexamente. A afirmativa est errada pois, ainda que fosse

    terminantemente proibida a liberdade provisria nestes casos, a

    existncia de prises processuais de natureza cautelar no ofende o

    princpio da presuno de inocncia, pois o acusado no passa a ser

    considerado culpado, eis que no se cuida de priso-pena (derivada de

    condenao), mas de priso-no pena, que modalidade de priso que

    visa a um fim no punitivo, mas cautelar, de forma a assegurar a

    aplicao da lei penal, a instruo do processo, etc.

    II. S lcito o uso de algemas em caso de resistncia e de

    fundado receio de fuga ou de perigo integridade fsica prpria ou

    alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a

    excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade

    disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e a nulidade

    da priso ou do ato processual a que se refere, sem prejuzo da

    responsabilidade civil do estado.

    CORRETA: O uso indiscriminado de algemas pode levar violao do

    princpio da presuno de inocncia, notadamente nos crimes de

    competncia do Tribunal do Jri, eis que nessa hiptese a deciso

    proferida por pessoas leigas, que poderiam ser influenciadas pela

    associao da imagem do indivduo algemado sua culpa (que pode ou

    no estar presente). Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal editou a

    Smula Vinculante Q S lcito o uso de algemas em casos de resistncia e de fundado receio de fuga ou de perigo integridade fsica

    prpria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a

    excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar,

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    civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da priso ou do ato

    processual a que se refere, sem prejuzo da responsabilidade civil do

    Estado III. Milita em favor do indivduo o benefcio da dvida no

    momento da prolao da sentena criminal: in dubio pro ru.

    CORRETA: Como vimos, um dos desdobramentos prticos do princpio da

    presuno de inocncia o benefcio da dvida que labora em favor do

    ru, pois cabe acusao provar que acusado cometeu, de fato, o ato

    criminoso, pois somente prova cabal dessa autoria que pode ilidir a

    presuno de no-culpabilidade do ru.

    IV. A presuno de inocncia incompatvel com as prises

    cautelares antes de transitada em julgado a sentena penal

    condenatria.

    ERRADA: Conforme passado durante a aula, a existncia de prises de

    natureza cautelar no ofende, de maneira nenhuma, o princpio da

    presuno de inocncia, por no se basearem em uma suposta culpa do

    acusado, mas na necessidade de mant-lo custodiado em razo da

    possibilidade de restar frustrada a instruo processual, a aplicao da lei

    penal, etc.

    Assinale:

    (A) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

    (B) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

    (C) se apenas as afirmativas III e IV estiverem corretas.

    (D) se apenas as afirmativas I, III e IV estiverem corretas.

    (E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

    08 - (FGV-2008-INSPETOR-INSPETOR DE POLICIA)

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    Relativamente aos princpios de direito penal, assinale a

    afirmativa incorreta.

    (A) No h crime sem lei anterior que o defina.

    (B) No h pena sem prvia cominao legal.

    (C) Crimes hediondos no esto sujeitos ao princpio da

    anterioridade da lei penal.

    (D) Ningum pode ser punido por fato que a lei posterior deixa de

    considerar crime.

    (E) A lei posterior que de qualquer modo favorece o agente aplica-

    se aos casos anteriores.

    COMENTRIOS: O princpio da anterioridade da lei penal prev que a lei

    incriminadora s pode atingir fatos praticados antes de sua vigncia, por

    uma questo de lgica e de homenagem ao princpio da segurana

    jurdica. Assim, os brocardos nullum crimen sine lege, nulla poena sine

    lege, traduzem a necessidade de que a descrio do fato como crime bem

    como a previso de pena, devem ser anteriores a ele. Alm disso, tanto a

    Constituio como o Cdigo Penal estabelecem a abolitio criminis, que a

    hiptese de surgimento de uma lei que estabelece no ser mais crime

    determinado fato. Essa lei nova abolitiva retroagir, pois milita em

    benefcio do ru. Com relao vedao da retroatividade da lei, quando

    estivermos diante de lei que cria fato tpico, ou agrava a situao do ru,

    essa lei no retroagir, nem mesmo em relao aos crimes hediondos,

    que tambm devem respeitar o princpio da anterioridade da lei penal.

    Assim, a alternativa correta a letra C.

    09 - (FGV-2008-INSPETOR-INSPETOR DE POLICIA)

    Em matria de princpios constitucionais de Direito Penal,

    correto afirmar que:

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    (A) a lei penal no retroagir mesmo que seja para beneficiar o

    ru.

    ERRADA: A lei penal que for mais favorvel ao ru dever retroagir (ser

    aplicada a fatos cometidos anteriormente sua vigncia), nos termos do

    art. 5, XL da Constituio: XL - a lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru;

    (B) a prtica de racismo no considerada crime, salvo se a

    vtima for detentor de funo pblica.

    ERRADA: O crime de racismo crime, previsto no art. 5, XLII da

    Constituio, e pode ser cometido contra qualquer pessoa: XLII - a prtica do

    racismo constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso, nos termos da lei;

    (C) os presos tm assegurado o respeito sua integridade fsica,

    mas no integridade moral.

    ERRADA: Os presos tm direito tanto integridade fsica quanto

    integridade moral, conforme art. XLIX: XLIX - assegurado aos presos o

    respeito integridade fsica e moral;

    (D) a Constituio no autoriza a criao de penas de trabalhos

    forados.

    CORRETA: A pena de trabalhos forados, como vimos, vedada

    expressamente pela Constituio, sendo vedado ao legislador ordinrio

    institu-la, pois se trata de clusula ptrea da Constituio (imutvel). Nos

    termos do art. 5, XLVII, c da Constituio: XLVII - no haver penas: (...)

    c) de trabalhos forados;

    (E) as penas privativas de liberdade podero ser impostas aos

    sucessores do condenado.

    ERRADA: Como vimos, em razo do princpio da intranscendncia da

    pena, que veda a aplicao da pena pessoa diversa daquela que

    cometeu o crime e que fora condenada, os sucessores do condenado no

    podem cumprir pena privativa de liberdade por este, embora a obrigao

    de reparar o dano e os reflexos patrimoniais da condenao, at o limite

    do patrimnio transferido pelo falecido aos herdeiros, nos termos do art.

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    5, XLV da Constituio: XLV - nenhuma pena passar da pessoa do

    condenado, podendo a obrigao de reparar o dano e a decretao do

    perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra

    eles executadas, at o limite do valor do patrimnio transferido;

    10 - (FGV-2008-INSPETOR-INSPETOR DE POLICIA)

    Assinale a alternativa correta.

    (A) Expirado o prazo de validade da lei temporria, no se poder

    impor priso em flagrante queles que pratiquem o crime aps a

    expirao, mas ainda ser possvel a instaurao de processo

    criminal.

    (B) Todos aqueles que praticaram o crime durante a vigncia da

    lei temporria podero ser processados, mesmo depois de

    expirado seu prazo de vigncia.

    (C) Cessada a vigncia da lei temporria, consideram-se

    prescritos os crimes praticados durante sua vigncia.

    (D) O princpio da ultra atividade da lei penal permite que todos

    aqueles que pratiquem o crime no intervalo de trs anos a partir

    do fim do prazo de vigncia da lei temporria sejam processados

    criminalmente.

    (E) Terminado o prazo de vigncia da lei temporria, ocorrer a

    abolitio criminis, libertando-se os que estiverem presos em razo

    da prtica do crime previsto nessa lei.

    COMENTRIOS: $V OHLV FKDPDGDV GH LQWHUPLWHQWHV WHPSRUiULDV Hexcepcionais) so leis que produzem efeitos tambm aps sua revogao,

    dado o seu carter meramente temporrio. Se assim no o fosse, todos

    os crimes praticados sob a gide destas leis ficariam impunes, pois

    deveriam ser julgados, o acusado ser condenado e cumprir integralmente

    a pena ainda durante a vigncia da lei, o que um absurdo.

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    Assim, como vimos na aula, a lei excepcional ultra ativa, aplicando-se

    aos fatos praticados durante a sua vigncia (no aps esta), mesmo que

    venha a, posteriormente, ser revogada (at porque isso necessariamente

    ir acontecer). No h, nesses casos, abolitio criminis.

    Assim, nos termos do art. 3 do Cdigo Penal, a alternativa correta a

    letra B.

    11 - (FGV-2008-TCM-PROCURADOR)

    A respeito do tema da retroatividade da lei penal, assinale a

    afirmativa correta.

    (A) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente

    no se aplica aos fatos praticados durante a vigncia de uma lei

    temporria.

    (B) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente

    aplica-se aos fatos anteriores, com exceo daqueles que j

    tiverem sido objeto de sentena condenatria transitada em

    julgado.

    (C) A lei penal mais gravosa pode retroagir, aplicando-se a fatos

    praticados anteriormente sua vigncia, desde que trate de

    crimes hediondos, tortura ou trfico de drogas, como

    expressamente ressalvado na Constituio.

    (D) Quando um fato praticado na vigncia de uma determinada

    lei e ocorre uma mudana que gera uma situao mais gravosa

    para o agente, ocorrer a ultratividade da lei penal mais favorvel,

    salvo se houver a edio de uma outra lei ainda mais gravosa,

    situao em que prevalecer a lei intermediria.

    (E) A lei penal posterior que de qualquer forma prejudicar o

    agente no se aplica aos fatos praticados anteriormente, salvo se

    houver previso expressa na prpria lei nova.

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    COMENTRIOS: Conforme estudamos, o princpio da anterioridade

    determina que a lei incriminadora deva ser, necessariamente, anterior ao

    crime. Alm disso, a lei penal que agrava a situao do ru, de qualquer

    forma, tambm deve ser anterior ao crime. Disto resulta o princpio da

    irretroatividade da lei penal, previsto no art. 5, XL da Constituio

    Federal.

    Essa regra s excepcionada pela possibilidade de retroatividade da lei

    penal caso esta seja mais benfica ao ru, seja porque no mais

    considera o fato como crime, seja porque prev consequncias menos

    gravosas para estes fatos. Os crimes hediondos (principalmente, alis)

    tambm devem respeitar o princpio da anterioridade da lei penal.

    No entanto, a lei penal nova mais benfica no retroage para alcanar

    fatos praticados quando da vigncia de uma lei temporria, pois esta

    continua a produzir efeitos mesmo aps sua revogao, pois, por sua

    prpria natureza, a sua revogao no sinnimo de alterao do

    pensamento do legislador acerca da necessidade de se criminalizar ou no

    a conduta, mas decorrncia natural da cessao de uma determinada

    situao temporria, nos termos do art. 3 do CP.

    Assim, a alternativa correta a letra A.

    12 - (CESPE - DELEGADO DE POLCIA POLCIA CIVIL/PA 2006)

    Julgue os itens seguintes, com relao aos princpios

    constitucionais de direito penal.

    I - A deciso acerca da regresso de regime deve ser calcada em

    procedimento no qual sejam obedecidos os princpios do

    contraditrio e da ampla defesa, sendo, sempre que possvel,

    indispensvel a inquirio, em juzo, do sentenciado.

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    CORRETA: A regresso a transferncia do preso de um regime menos

    gravoso para outro regime de cumprimento de pena mais gravoso. Por

    ser medida de tamanha gravidade, sua aplicao depende do respeito ao

    contraditrio e ampla defesa, de forma que a aplicao do instituto da

    regresso s se efetive caso extremamente necessrio, ouvindo-se o

    preso, em respeito ao princpio da individualizao da pena, no que se

    refere sua terceira etapa.

    II - A vigente Constituio da Repblica, obediente tradio

    constitucional, reservou exclusivamente lei anterior a definio

    dos crimes, das penas correspondentes e a conseqente disciplina

    de sua individualizao.

    CORRETA: Essa afirmativa est correta, pois elenca, acertadamente, os

    princpios da legalidade e da individualizao da pena como princpios

    explcitos da Constituio Federal.

    III - O princpio da presuno de inocncia probe a aplicao de

    penas cruis que agridam a dignidade da pessoa humana.

    ERRADA: O princpio da presuno de inocncia (que ligado ao

    Processo Penal) determina que nenhuma pessoa ser considerada culpada

    antes do trnsito em julgado de sentena penal condenatria. A vedao

    aplicao de penas cruis decorre do princpio constitucional da

    limitao das penas.

    IV - Em virtude do princpio da irretroatividade in pejus, somente

    o condenado que ter de se submeter sano que lhe foi

    aplicada pelo Estado.

    ERRADA: O princpio que veda a aplicao da pena a outra pessoa que

    no seja o condenado o princpio da Instranscendncia da Pena.

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    ERRADA: Nesse caso, conforme estudamos, por ser a lei nova mais

    benfica ao ru, ela ter aplicao mesmo aos crimes praticados antes de

    sua vigncia, pelo princpio da retroatividade da lei mais benigna, nos

    termos do art. 5, XL da Constituio: XL - a lei penal no retroagir, salvo para EHQHILFLDURUpX

    15 - (CESPE 2012 AGU ADVOGADO DA UNIO) Julgue o item subsecutivo, a respeito dos efeitos da condenao

    criminal e de crimes contra a administrao pblica.

    inaplicvel o princpio da insignificncia aos crimes contra a

    administrao pblica, pois a punio do agente, nesse caso, tem

    o propsito de resguardar no apenas o aspecto patrimonial, mas,

    principalmente, a moral administrativa.

    COMENTRIOS: A questo foi corretamente anulada pela Banca, pois h

    decises judiciais em ambos os sentidos. Vejamos:

    RECURSO ESPECIAL. PENAL. CRIME DE DESCAMINHO. DBITO

    TRIBUTRIO INFERIOR A R$ 10.000,00. APLICAO DO

    PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA.INVIABILIDADE.

    HABITUALIDADE NA PRTICA DA CONDUTA CRIMINOSA.

    PRECEDENTES DE AMBAS AS TURMAS DO SUPREMO TRIBUNAL

    FEDERAL E DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIA. RECURSO

    PROVIDO.

    1. O Estado o sujeito passivo do delito de descaminho, o

    que enseja a aplicao do princpio da insignificncia,

    como causa supralegal de excluso da tipicidade, apenas

    quando a conduta imputada na pea acusatria no

    chegou a lesar o bem jurdico tutelado, qual seja, a

    Administrao Pblica em seu interesse fiscal.

    (...) (REsp 1322847/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA

    TURMA, julgado em 07/08/2012, DJe 15/08/2012)

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    Em sentido contrrio...

    AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CRIME CONTRA

    A ADMINISTRAO PBLICA. PECULATO. APLICAO DO

    PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA. IMPOSSIBILIDADE.

    PRECEDENTES.

    1. O entendimento firmado nas Turmas que compem a

    Terceira Seo do Superior Tribunal de Justia no

    sentido de que no se aplica o princpio da insignificncia

    aos crimes contra a Administrao Pblica, ainda que o

    valor da leso possa ser considerado nfimo, uma vez que

    a norma visa resguardar no apenas o aspecto

    patrimonial, mas, principalmente, a moral administrativa.

    2. Agravo regimental a que se nega provimento.

    (AgRg no REsp 1275835/SC, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA

    MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA

    TURMA, julgado em 11/10/2011, DJe 01/02/2012)

    Assim, havendo jurisprudncia dos Tribunais Superiores em sentido

    diametralmente oposto, no h como precisar se a afirmativa est correta

    ou errada.

    Portanto, a afirmativa foi corretamente ANULADA.

    16 (CESPE 2011 TRE-ES ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)

    A lei penal que beneficia o agente no apenas retroage para

    alcanar o fato praticado antes de sua entrada em vigor, como

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    01. ALTERNATIVA C

    02. ALTERNATIVA C

    03. ALTERNATIVA B

    04. ALTERNATIVA C

    05. ALTERNATIVA B

    06. ALTERNATIVA B

    07. ALTERNATIVA B

    08. ALTERNATIVA C

    09. ALTERNATIVA D

    10. ALTERNATIVA B

    11. ALTERNATIVA A

    12. ALTERNATIVA B

    13. CORRETA

    14. ERRADA

    15. ANULADA

    16. CORRETA

    17. CORRETA

    18. CORRETA

    19. ERRADA

    20. ERRADA

    21. ERRADA

    22. ERRADA

    23. CORRETA

    24. ERRADA

    25. CORRETA

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    26. CORRETA

    27. CORRETA

    28. ALTERNATIVA B