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Aula 00 Temas de Discursivas de Direito Penal Professor: Renan Araujo 00000000000 - DEMO

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  • Aula 00

    Temas de Discursivas de Direito Penal

    Professor: Renan Araujo

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  • Direito Penal CURSO DE DISCURSIVAS Exerccios comentados

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    AULA DEMONSTRATIVA: APRESENTAO DO

    CURSO E EXEMPLOS DE QUESTES

    DISCURSIVAS.

    SUMRIO PGINA Apresentao e Cronograma 01 Lista das Questes da Aula 04 Questes Comentadas 06

    Ol, meus amigos!

    com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo

    ESTRATGIA CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir na

    preparao de vocs nessa rdua caminhada em busca da vaga no

    servio pblico. Ns vamos estudar DIREITO PENAL, num curso

    exclusivamente de questes comentadas. Iremos comentar 30

    questes discursivas cobradas em provas de concursos pblicos e

    da OAB.

    Nosso curso no ser focado para nenhum edital ou concurso

    especfico, sendo destinado primordialmente queles alunos que

    buscam uma preparao antecipada mas que ainda no definiram

    exatamente qual concurso iro prestar.

    E a, povo, preparados para a maratona?

    Vai dar incio sua preparao ou vai deixar a concorrncia

    sair na frente?

    Bom, est na hora de me apresentar a vocs, no ?

    Meu nome Renan Araujo, tenho 27 anos, sou Defensor Pblico

    Federal desde 2010, titular do 16 Ofcio Cvel da Defensoria Pblica da

    Unio no Rio de Janeiro e mestrando em Direito Penal pela

    Faculdade de Direito da UERJ. Antes, porm, fui servidor da Justia

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    Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de Tcnico Judicirio, por dois

    anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e ps-graduado em Direito

    Pblico pela Universidade Gama Filho.

    Disse a vocs minha idade propositalmente. Minha trajetria de vida

    est intimamente ligada aos Concursos Pblicos. Desde o comeo da

    Faculdade eu sabia que era isso que eu queria pra minha vida! E querem

    saber? Isso faz toda a diferena! Algumas pessoas me perguntam como

    consegui sucesso nos concursos em to pouco tempo. Simples: Foco +

    Fora de vontade + Disciplina. No h frmula mgica, no h ingrediente

    secreto! Basta querer e correr atrs do seu sonho! Acreditem em mim,

    isso funciona!

    Abaixo segue o plano de aulas do curso todo:

    AULA CONTEDO DATA

    Aula

    DEMONSTRATIVA

    Apresentao do curso e

    exemplos de questes

    discursivas comentadas

    10/03

    Aula 01 15 Questes discursivas de

    Direito Penal 20/03

    Aula 02 15 Questes discursivas de

    Direito Penal 30/03

    Nesta nossa aula demo iremos apenas trabalhar com trs questes,

    meramente exemplificativas, para que vocs tenham uma ideia de como

    ser nosso curso. As outras duas aulas tero 15 questes cada.

    No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos!

    Prof. Renan Araujo

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    Observao importante: este curso protegido por direitos autorais

    (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida

    a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias.

    Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os

    professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe

    adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos.

    ;-)

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    LISTA DAS QUESTES DA AULA

    01 - (TRF 2 REGIO X CONCURSO PARA JUIZ FEDERAL) Formule, luz da teoria finalista da ao: 1.1 uma hiptese de erro de

    proibio. 1.2 uma hiptese de erro de tipo.

    02 - (TRF 2 REGIO X CONCURSO PARA JUIZ FEDERAL) O ru foi condenado por crime de descaminho a 2 anos e 4 meses de

    recluso, com trnsito em julgado para a acusao. Na data da sentena,

    o ru tinha 71 anos. O fato de julho de 1999 e o recebimento da

    denncia se deu em agosto de 2003. A defesa reclama a extino da

    punibilidade. Est certo? Explique detalhadamente.

    03 - (FGV - OAB - XVIII EXAME DE ORDEM - PROVA DISCURSIVA)

    Em determinada ao fiscal procedida pela Receita Federal, ficou

    constatado que Lucile no fez constar quaisquer rendimentos nas

    declaraes apresentadas pela sua empresa nos anos de 2009, 2010 e

    2011, omitindo operaes em documentos e livros exigidos pela lei fiscal.

    Iniciado processo administrativo de lanamento, mas antes de seu

    trmino, o Ministrio Pblico entendeu por bem oferecer denncia contra

    Lucile pela prtica do delito descrito no art. 1, inciso II da Lei n.

    8.137/90, combinado com o art. 71 do Cdigo Penal. A inicial acusatria

    foi recebida e a defesa intimada a apresentar resposta acusao.

    Atento(a) ao caso apresentado, bem como orientao dominante do STF

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    sobre o tema, responda, fundamentadamente, o que pode ser alegado em

    favor de Lucile.

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    01 - (TRF 2 REGIO X CONCURSO PARA JUIZ FEDERAL) Formule, luz da teoria finalista da ao: 1.1 uma hiptese de

    erro de proibio. 1.2 uma hiptese de erro de tipo.

    COMENTRIOS: Trs teorias buscam explicar a conduta, que um dos

    elementos do fato tpico: Teoria naturalstica (ou clssica), finalista e

    social.

    Para a teoria naturalstica, conduta a ao humana. Assim, basta que

    haja movimento corporal para que exista conduta. Esta teoria est

    praticamente abandonada, pois entende que no h necessidade de se

    analisar a vontade do agente nesse momento, guardando a anlise da

    vontade (dolo ou culpa) para quando do estudo da culpabilidade.

    Para esta teoria, teramos conduta, por exemplo, quando A, mais forte,

    empurra B, mais fraco, de forma que este esbarra em C, que vem a cair

    de um prdio de 20 andares. Aqui, para os adeptos dessa corrente, B

    cometeu fato tpico e ilcito, sendo o crime excludo apenas quando

    analisada sua culpabilidade! Hoje praticamente no aceita no mundo.

    Para a teoria finalista, de HANS WELZEL, a conduta humana a ao

    voluntria dirigida a uma determinada finalidade. Assim:

    Conduta = vontade + ao

    Logo, retirando-se um dos elementos da conduta, esta no

    existir, o que acarreta a inexistncia de fato tpico.

    9HMDPTXHDYRQWDGHDTXHPHUHIHULFRPRHOHPHQWRGDFRQGXWDpXPDvontade de meramente praticar o ato que ensejou o crime, ainda que o

    resultado que se pretendesse no fosse ilcito. Quando a vontade

    (elemento da conduta) dirigida ao fim criminoso, o crime

    QUESTES COMENTADAS

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    doloso. Quando a finalidade dirigida a outro fim (que at pode ser

    criminoso, mas no aquele) o crime culposo.

    ESTA A TEORIA ADOTADA PELO NOSSO CDIGO PENAL. Vejamos

    os termos do art. 20 do CP:

    Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o

    dolo, mas permite a punio por crime culposo, se previsto em lei.

    Ora, se a lei prev que o erro sobre um elemento do tipo exclui o

    dolo, porque entende que o dolo est no tipo (fato tpico), no

    na culpabilidade. Assim, a conduta , necessariamente, voluntria.

    No exempORGDGROiHPFLPD%QmRWHULDFRPHWLGRIDWRWtSLFRSRLVQmRhouve conduta, j que no teve vontade alguma (nem vontade dirigida ao

    resultado dolo, nem vontade dirigida a outro resultado culpa). Nesse caso, estaramos diante do que se chama de coao fsica irresistvel

    (vis absoluta), ou seja, B foi mero instrumento nas mos de A, no

    tendo agido com vontade.

    Para terceira teoria, a teoria social, a conduta a ao humana,

    voluntria, que causa alguma espcie de abalo na relao do agente com

    a sociedade, ou seja, deve ser uma conduta socialmente relevante.

    Assim, um fato admitido pela sociedade (jogo do bicho), mesmo

    que tipificado, no poderia ensejar conduta penal. No adotada

    no nosso sistema jurdico.

    Respondendo especificamente a questo, teramos erro de tipo quando o

    agente incidisse em erro sobre um dos elementos que constituem o tipo

    penal. Assim, quando o agente subtrai um celular que se encontra em

    cima da mesa acreditando que o celular seu (pois deixara o seu ali

    minutos antes), embora no o seja, no comete crime, pois incide em

    erro sobre um dos elementos do tipo do crime de furto, previsto no art.

    155 do CP, qual seja, o elemento coisa alheia. Vejamos: Furto

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    Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mvel:

    Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.

    De fato, o agente subtraiu coisa alheia mvel, mas por acreditar que a coisa no era alheia (e sim sua). Neste caso, agiu em erro de tipo, de forma que resta afastado o dolo da conduta, nos termos do art. 20 do CP.

    Por outro lado, o erro de proibio no est relacionado a um erro sobre

    circunstncia de fato, mas um erro sobre a existncia e/ou limites da

    norma penal incriminadora. Assim, imaginemos que no mesmo exemplo

    acima, o agente soubesse que o celular no era seu, mas acreditasse que

    furtar no crime, ou seja, acreditasse que sua conduta (subtrair bens dos outros) no criminalizada.

    Neste caso, o agente estaria incidindo em erro de proibio, pois estaria

    cometendo um erro sobre a existncia ou limites da norma penal

    incriminadora.

    Assim, temos um exemplo de erro de tipo e outro de erro de proibio,

    respondendo a questo.

    02 - (TRF 2 REGIO X CONCURSO PARA JUIZ FEDERAL) O ru foi condenado por crime de descaminho a 2 anos e 4 meses

    de recluso, com trnsito em julgado para a acusao. Na data da

    sentena, o ru tinha 71 anos. O fato de julho de 1999 e o

    recebimento da denncia se deu em agosto de 2003. A defesa

    reclama a extino da punibilidade. Est certo? Explique

    detalhadamente.

    COMENTRIOS: A prescrio da pretenso punitiva pode ser a

    RUGLQiULDTXHpaquela tradicional, que utiliza a pena mxima prevista como base para o clculo do prazo prescricional, mas tambm pode ser a

    intercorrente.

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    A prescrio da pretenso punitiva em sua modalidade

    LQWHUFRUUHQWH aquela que ocorre DEPOIS da sentena penal condenatria, quando h trnsito em julgado para a ACUSAO, mas no

    para a defesa.

    Como a defesa no pode ser prejudicada no julgamento de seu recurso,

    podemos chegar concluso de que o mximo de pena que o ru ir

    receber a pena j fixada na sentena recorrvel. A partir deste momento

    o prazo prescricional passa a ser calculado tendo como base esta pena

    aplicada, e no mais a pena mxima em abstrato.

    Neste caso, o prazo prescricional pode diminuir consideravelmente, pois a

    pena aplicada pode ser fixada em patamar bem abaixo do mximo.

    Vejamos o art. 110, 1 do CP:

    Art. 110 (...)

    1 A prescrio, depois da sentena condenatria com trnsito em julgado

    para a acusao ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena

    aplicada, no podendo, em nenhuma hiptese, ter por termo inicial data

    anterior da denncia ou queixa. (Redao dada pela Lei n 12.234, de

    2010).

    A prescrio intercorrente, por sua vez, pode ser:

    x Superveniente Quando ocorre entre o trnsito em julgado da sentena condenatria para a acusao e o trnsito em

    julgado da sentena condenatria em definitivo (tanto para a

    acusao quanto para defesa).

    x Retroativa Quando, uma vez tendo havido o trnsito em julgado para a acusao, se chega concluso de que, naquele

    momento, houve a prescrio da pretenso punitiva entre a

    data da denncia (ou queixa) e a sentena condenatria.

    Vejamos o esquema:

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    Esse o sistema que vigora atualmente. Antes da Lei 12.234/10

    havia uma outra hiptese de prescrio retroativa, que era a que ocorria

    entre o fato criminoso e o recebimento da denncia ou queixa.

    Atualmente essa hiptese NO EXISTE MAIS.

    Isso significa que no h mais hiptese de ocorrer prescrio

    entre a data do fato e a data do recebimento da denncia ou

    queixa? No, no isso que ocorreu. O que no pode mais ocorrer a

    prescrio RETROATIVA (ou seja, aquela calculada com base na pena

    aplicada) entre a data do fato e a data do recebimento da denncia ou

    queixa. Nada impede, porm, que nesse lapso temporal ocorra a

    prescrio da pretenso punitiva ordinria (ou comum).

    Tal previso (vedao prescrio retroativa tendo como marco inicial

    data anterior ao recebimento da denncia ou queixa) muito prejudicial

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    ao ru, pois lhe retira uma possibilidade de ver sua punibilidade extinta.

    Desta forma, NO poder retroagir para alcanar crimes praticados

    ANTES de sua entrada em vigora (Em 2010). Assim, aos crimes

    praticados ANTES da Lei 12.234/10, possvel aplicarmos a

    prescrio retroativa entre a data da consumao do delito e o

    recebimento da denncia ou queixa.

    Aqui que passamos a resolver a questo.

    Como o crime foi praticado em 1999, aplica-se o regramento anterior.

    Como o ru foi condenado a 02 anos e 04 meses de recluso, utilizaremos

    este patamar para calcular o prazo prescricional (da prescrio

    intercorrente), e chegaremos a um prazo de 08 anos:

    Art. 109. A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final, salvo

    o disposto no 1o do art. 110 deste Cdigo, regula-se pelo mximo da pena

    privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redao dada pela

    Lei n 12.234, de 2010).

    (...)

    IV - em oito anos, se o mximo da pena superior a dois anos e no excede

    a quatro;

    Contudo, como o agente possua mais de 70 anos na data da sentena,

    tal prazo deve ser reduzido pela metade, por fora do art. 115 do CP:

    Reduo dos prazos de prescrio

    Art. 115 - So reduzidos de metade os prazos de prescrio quando o

    criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na

    data da sentena, maior de 70 (setenta) anos.(Redao dada pela Lei n

    7.209, de 11.7.1984)

    Assim, podemos dizer que a prescrio intercorrente, neste caso, ter

    como lapso temporal o prazo de 04 anos.

    Agora, precisamos saber se em algum momento transcorreu prazo maior

    que 04 anos (entre uma causa interruptiva e outra).

    A questo no d maiores informaes, mas diz que o fato de 07/1999

    e o recebimento da denncia ocorreu em 08/2003, ou seja, mais de 04

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    anos aps o fato. Desta forma, podemos verificar que ocorreu a

    prescrio da pretenso punitiva, na sua modalidade intercorrente

    retroativa, entre a data do fato e o recebimento da denncia.

    Portanto, a defesa possui razo em sua alegao, devendo ser

    reconhecida a extino da punibilidade pela prescrio.

    03 - (FGV - OAB - XVIII EXAME DE ORDEM - PROVA DISCURSIVA)

    Em determinada ao fiscal procedida pela Receita Federal, ficou

    constatado que Lucile no fez constar quaisquer rendimentos nas

    declaraes apresentadas pela sua empresa nos anos de 2009,

    2010 e 2011, omitindo operaes em documentos e livros exigidos

    pela lei fiscal. Iniciado processo administrativo de lanamento,

    mas antes de seu trmino, o Ministrio Pblico entendeu por bem

    oferecer denncia contra Lucile pela prtica do delito descrito no

    art. 1, inciso II da Lei n. 8.137/90, combinado com o art. 71 do

    Cdigo Penal. A inicial acusatria foi recebida e a defesa intimada

    a apresentar resposta acusao. Atento(a) ao caso apresentado,

    bem como orientao dominante do STF sobre o tema, responda,

    fundamentadamente, o que pode ser alegado em favor de Lucile.

    COMENTRIOS: No caso em tela, o crime praticado por Lucile est

    previsto no art. 1, II da Lei 8.137/90:

    Art. 1 Constitui crime contra a ordem tributria suprimir ou reduzir tributo,

    ou contribuio social e qualquer acessrio, mediante as seguintes

    condutas: (Vide Lei n 9.964, de 10.4.2000)

    (...)

    II - fraudar a fiscalizao tributria, inserindo elementos inexatos, ou

    omitindo operao de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela

    lei fiscal;

    Contudo, tal delito considerado crime material pelo STF, que no se consuma enquanto no ocorre o lanamento definitivo do tributo no

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    processo administrativo-fiscal. Vejamos a smula vinculante n 24 do

    STF:

    Smula Vinculante 24

    No se tipifica crime material contra a ordem tributria, previsto no art. 1,

    incisos I a IV, da Lei n 8.137/90, antes do lanamento definitivo do tributo.

    Considerando, portanto, o entendimento sumulado do STF, a conduta de

    Lucile ainda poderia ser considerada como um fato atpico, eis que no

    teria havido, ainda, o lanamento definitivo do tributo, motivo pelo qual

    deveria Lucile ser absolvida sumariamente, por fora do art. 397, III do

    CPP:

    Art. 397. Aps o cumprimento do disposto no art. 396-A, e pargrafos, deste

    Cdigo, o juiz dever absolver sumariamente o acusado quando

    verificar: (Redao dada pela Lei n 11.719, de 2008).

    (...)

    III - que o fato narrado evidentemente no constitui crime; ou (Includo pela

    Lei n 11.719, de 2008).

    Assim, a absolvio sumria de rigor, por fora do enunciado de smula

    vinculante n 24 do STF, c/c art. 397, III do CPP.

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