direito processual penal aula 00

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  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 00

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    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula DEMO

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    AULA DEMONSTRATIVA: PRINCPIOS

    APLICVEIS AO DIREITO PROCESSUAL PENAL.

    APLICAO DA LEI PROCESSUAL PENAL

    SUMRIO PGINAApresentao e Cronograma 01I - Introduo 05II - Ne procedat iudex ex officio 06III - Devido Processo Legal 08IV - Da Presuno de Inocncia 16V - Vedao s provas ilcitas 24VI - Obrigatoriedade de motivao das decises 27VII Publicidade 29VIII - Isonomia Processual oupar conditio 34IX - Duplo Grau de Jurisdio 35X - Do Juiz Natural e do Promotor Natural 37XI - Aplicao da Lei Processual no espao 42XII - Aplicao da Lei Processual no tempo 47XIII - Disposies preliminares do CPP(Interpretao e Integrao da Lei Processual)

    59

    Resumo da Aula 63

    Lista das questes 66Gabarito 77

    Ol, meus amigos!

    com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo

    ESTRATGIA CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir

    para a aprovao de vocs no concurso da POLCIA CIVIL DODISTRITO FEDERAL. Aqui vamos estudar (E muito!) teoria e comentar

    exerccios sobre DIREITO PROCESSUAL PENAL, para o cargo de

    ESCRIVO DE POLCIA.

    E a, povo, preparados para receber mais de R$ 7.800,00

    mensais?

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    A Banca que ir organizar o concurso o CESPE/UnB. So nada

    mais nada menos que 98 VAGAS! Asprovas esto agendadas para o

    dia 22.09.2013.

    Bom, est na hora de me apresentar a vocs, no ?

    Meu nome Renan Araujo, tenho 26 anos, sou Defensor Pblico

    Federal desde 2010, titular do 16 Ofcio Cvel da Defensoria Pblica da

    Unio no Rio de Janeiro e mestrando em Direito Penal pela

    Faculdade de Direito da UERJ. Antes, porm, fui servidor da Justia

    Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de Tcnico Judicirio, por dois

    anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e ps-graduado em Direito

    Pblico pela Universidade Gama Filho.

    Disse a vocs minha idade propositalmente. Minha trajetria de vida

    est intimamente ligada aos Concursos Pblicos. Desde o comeo da

    Faculdade eu sabia que era isso que eu queria pra minha vida! E querem

    saber?Isso faz toda a diferena! Algumas pessoas me perguntam como

    consegui sucesso nos concursos em to pouco tempo. Simples: Foco +

    Fora de vontade + Disciplina. No h frmula mgica, no h ingredientesecreto! Basta querer e correr atrs do seu sonho! Acreditem em mim,

    isso funciona!

    Bom, como j adiantei, neste curso estudaremos todo o contedo

    de Direito Processual Penal previsto no Edital. Estudaremos teoria e

    vamos trabalhar tambm com exerccios comentados.

    Abaixo segue o plano de aulas do curso todo:

    Aula DEMONSTRATIVA 27.06.13

    Princpios Constitucionais e gerais do Direito Processual Penal. Aplicao

    da Lei processual penal.

    Aula 01 04.07.13

    Inqurito Policial

    Aula 02 10.07.13

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    Ao Penal

    Aula 03 17.07.13

    Jurisdio e Competncia

    Aula 04 24.07.13Sujeitos do Processo Penal

    Aula 05 30.07.13

    Provas (Parte I)

    Aula 06 05.08.13

    Provas (Parte II)

    Aula 07 10.08.13

    Lei de Interceptao Telefnica (Lei 9.296/96).

    Aula 08 - 15.08.13

    Da priso, das medidas cautelares e da Liberdade Provisria (Parte I).

    Priso temporria (Lei 7.960/89)

    Aula 09 - 20.08.13

    Da priso, das medidas cautelares e da Liberdade Provisria (Parte II).

    Aula 10 25.08.13

    Processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionrios

    pblicos. Habeas Corpus e seu processo.

    Conforme consta no edital, somente ser exigida atualizao

    legislativa em vigor at a data de publicao do edital, de forma que

    nosso curso est perfeitamente atualizado. Alm disso, eventuais leis

    que entrarem em vigor posteriormente (durante o curso) nosero objeto de cobrana na prova.

    As aulas sero disponibilizadas no site conforme o cronograma

    apresentado. Em cada aula eu trarei algumas questes que foram

    cobradas recentemente em concursos pblicos.

    De maneira a facilitar a compreenso da matria, o

    Estratgia Concursos ir disponibilizar, neste curso, videoaulas de

    apoio, com durao entre 30 a 60 minutos por aula, a variar de

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    acordo com o contedo. Nas videoaulas eu irei abordar os

    aspectos mais importantes e/ou complexos da matria, de forma

    a COMPLEMENTAR o estudo realizado atravs do nosso material

    principal, que o material em formato PDF. Em regra, asvideoaulas de apoio sero disponibilizadas simultaneamente com

    o PDF. Contudo, possvel que sejam disponibilizadas

    posteriormente, em razo do tempo com edio dos vdeos, etc.

    No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos!

    Prof. Renan Araujo

    Observao importante: este curso protegido pordireitos autorais

    (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida

    a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias.

    Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os

    professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe

    adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos.

    ;-)

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    I INTRODUO

    O estudo de qualquer ramo do Direito, atualmente, se inicia

    necessariamente com o estudo das disposies constitucionais a ele

    referentes. No possvel estudar Direito do Trabalho sem estudar os

    arts. 6 e 7, por exemplo, ou estudar Direito Civil sem antes analisar o

    art. 5, XXII.

    Esse movimento contemporneo chamado Constitucionalizao do

    Direito nos leva a isso. Todo o ordenamento jurdico est impregnado

    pela Constituio.

    Alguns de vocs talvez ainda no saibam, mas a Constituio uma

    lei (assim como as demais), porm, uma lei de hierarquia superior a

    todas as outras. A Constituio Federal no uma mera Carta de

    recomendaes, mas uma lei, em seu sentido mais estrito, que prev

    regras e princpios dotados de alto valor normativo (Eles estabelecem

    deveres de conduta, no apenas recomendaes).

    Assim, no que se refere ao Direito Processual Penal no diferente.

    Existem inmeros dispositivos da Constituio Federal que se destinam

    aplicao nesse ramo do Direito que vamos estudar.

    Mas porque isso, professor? Isso acontece porque o Poder

    Constituinte Originrio (Aquele que elabora a Constituio) entende que

    algumas questes so de extrema relevncia, e devem ser tratadas na Lei

    Mxima (Que a Constituio), no deixando esse regramento ao

    legislador ordinrio (Poder Legislativo). Desta maneira, ao elevar certas

    regras e princpios Constituio, o Poder Constituinte deu a eles uma

    hierarquia mais elevada, de forma a garantir que o legislador

    infraconstitucional no venha a suprimi-los.

    Feita esta breve introduo, vamos passar anlise especfica das

    disposies constitucionais aplicveis ao Processo Penal.

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    II PRINCPIO DO NE PROCEDAT IUDEX EX OFFICIO OU DA

    INICIATIVA DAS PARTES OU DA INRCIA

    Alguns doutrinadores no consideram este um princpio do processo

    penal com base constitucional. Entretanto, melhor pecarmos pelo

    excesso e estudarmos este tambm, pois h fatores que podem ser

    considerados para caracteriz-lo como um princpio de base

    constitucional.

    Este princpio diz que o Juiz no pode dar incio ao processo penal,

    pois isto implicaria em violao da sua imparcialidade, j que, ao dar

    incio ao processo, o Juiz j d sinais de que ir condenar o ru.

    Antigamente, antes do advento da Constituio, havia o chamado

    procedimento judicialiforme, no qual o Juiz iniciava, de ofcio (sem

    provocao), o processo penal das contravenes penais.

    Com o advento da nova Constituio esse procedimento no foirecepcionado (no tem mais vigncia, pois contraria a nova Constituio).

    Um dos dispositivos constitucionais que d base a esse entendimento o

    art. 129, I da Constituio Federal:

    Art. 129. So funes institucionais doMinistrio Pblico:

    I - promover, privativamente, a ao penalpblica, na forma da lei;

    Percebam que a Constituio estabelece como sendo privativa do MP

    a promoo da ao penal pblica. Assim, diz-se que o MP o titular

    da ao penal pblica.

    Mas e a ao penal privada, professor?Mais frente vocs vero

    que a ao penal privada de titularidade do ofendido. Assim, o Juiz j

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    no poderia a ela dar incio por sua prpria natureza, j que a lei

    considera que, nesses casos, o interesse do ofendido em processar ou no

    o infrator se sobrepe ao interesse do Estado na persecuo penal.

    Este princpio o alicerce mximo daquilo que se chama de sistemaacusatrio, que o sistema adotado pelo nosso processo penal. No

    sistema acusatrio existe uma figura que acusa e outra figura que julga,

    diferentemente do sistema inquisitivo, no qual acusador e julgador se

    confundem na mesma pessoa, o que gera parcialidade do julgador,

    ofendendo inmeros outros princpios.

    Entretanto, este princpio no impede que o Juiz determine a

    realizao de diligncias que entender necessrias para elucidar

    questo relevante para o deslinde do processo. Isso porque no

    Processo Penal, diferentemente do que ocorre no Processo Civil, vigora o

    princpio da verdade real ou material, no da verdade formal. Assim,

    no processo penal no h presuno de veracidade das alegaes da

    acusao em caso de ausncia de manifestao em contrrio pelo ru,

    pois o interesse pblico pela busca da efetiva verdade impede isto.Isto matria que, eventualmente, tambm cai na prova:

    (CESPE 2011 STM ANALISTA JUDICIRIO- EXECUO DE

    MANDADOS)

    A adoo do princpio da inrcia no processo penal brasileiro no

    permite que o juiz determine, de ofcio, diligncias para dirimir

    dvida sobre ponto relevante dos autos.ERRADA: Como ns vimos, embora vigore no Brasil o princpio da inrcia

    (ne procedat iudex ex officio), isso no impede que o Magistrado

    determine a realizao de diligncias que repute necessrias elucidao

    de algum fato, em razo do princpio da verdade real, que tambm

    vigora no processo penal.

    GABARITO: ERRADA

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    (CESPE 2008 PC-TO DELEGADO DE POLCIA)

    Impera no processo penal o princpio da verdade real e no da

    verdade formal, prprio do processo civil, em que, se o ru no se

    defender, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor.

    CORRETA: Conforme estudamos, no processo penal vigora o princpio da

    verdade material, que, em resumo, determina que o Juiz deve buscar

    trazer para os autos do processo a verdade dos fatos, esclarecendo

    pontos obscuros, at mesmo atravs de diligncias determinadas de

    ofcio, sem que isso importe em quebra de sua parcialidade.GABARITO: CORRETA

    III PRINCPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (DUE PROCESS OF

    LAW)

    Esse princpio o que se pode chamar de base principal do Direito

    Processual brasileiro, pois todos os outros, de uma forma ou de outra,

    encontram nele seu fundamento. Este princpio est previsto no art. 5,

    LIV da CRFB/88, nos seguintes termos:

    LIV - ningum ser privado da liberdade ou

    de seus bens sem o devido processo legal;

    Assim, a Constituio estabelece que ningum poder sofrer privao

    de sua liberdade ou de seus bens sem que haja um processo prvio, em

    que lhe seja assegurada toda a sorte de instrumentos de defesa.

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    Desta maneira, especificamente no processo penal, esse princpio

    norteia algumas regras, como o Direito que o acusado possui de ser

    ouvido pessoalmente (Sim, o interrogatrio um direito do ru), a fim de

    expor sua verso dos fatos, bem como o direito que o acusado possui dearrolar testemunhas, contradizer todas as provas e argumentos da

    acusao etc. Todos eles tiram seu fundamento do Princpio do Devido

    Processo Legal.

    A obedincia ao rito previsto na Lei Processual (seja o rito ordinrio

    ou outro), bem como s demais regras estabelecidas para o processo

    que se chama de Devido Processo Legal em sentido formal.

    Entretanto, existe outra vertente deste princpio, denominada Devido

    Processo Legal em sentido material. Nessa ltima acepo, entende-se

    que o Devido Processo Legal s efetivamente respeitado quando o

    Estado age de maneira razovel, proporcional e adequada na

    tutela dos interesses da sociedade e do acusado.

    Nesse sentido, o devido processo legal no estar sendo respeitado

    se o acusado ficar preso provisoriamente por 10 anos, aguardandojulgamento. Sim, pois a priso provisria possui natureza cautelar, no

    cumprimento de pena. Desta maneira, o acusado no est ali pagando

    pelo que fez, pois ainda no foi julgado. Embora a lei no diga que h um

    prazo para o julgamento, essa demora do Judicirio aliada priso

    provisria do acusado, por tanto tempo, acaba por violar o devido

    processo legal, pois no razovel manter preso por 10 anos algum que

    sequer foi condenado.

    O princpio do Devido Processo Legal tem como corolrios os

    postulados da Ampla Defesa e do Contraditrio, ambos tambm previstos

    na Constituio Federal, em seu art. 5, LV:

    LV - aos litigantes, em processo judicial ou

    administrativo, e aos acusados em geral so

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    assegurados o contraditrio e ampla defesa,

    com os meios e recursos a ela inerentes;

    Nesse diapaso, vamos analisar os Princpios do Contraditrio e da

    Ampla Defesa em um tpico prprio:

    a) Dos postulados do contraditrio e do ampla defesa

    O princpio do Contraditrio estabelece que os litigantes em geral e,no nosso caso, os acusados, tem assegurado o direito de contradizer os

    argumentos trazidos pela parte contrria e as provas por ela produzidas.

    Isso, como disse, uma decorrncia lgica do devido processo legal, pois

    no se pode admitir que um processo no qual o acusado no pode se

    manifestar seja vlido.

    Entretanto, este princpio sofre limitaes, notadamente quando a

    deciso a ser tomada pelo Juiz no possa esperar a manifestao

    do acusado ou a cincia do acusado pode implicar a frustrao da

    deciso.

    EXEMPLO: Imagine que o MP ajuza ao penal em face de Jos,

    requerendo seja decretada sua priso preventiva, com base na ocorrncia

    de uma das circunstncias previstas no art. 312 do CPP. O Juiz, ao

    receber a denncia, verificando estarem presentes os requisitos queautorizam a decretao da priso preventiva, a decretar sem ouvir o

    acusado, pois aguardar a manifestao deste acerca da priso preventiva

    pode acarretar na frustrao desta (fuga do acusado).

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    CUIDADO! No inqurito policial no h

    contraditrio, pois ainda no se pode falar em

    acusado, mas apenas em investigado ou

    indiciado. O Inqurito Policial no visa condenao do infrator, mas apenas colheita

    de informaes acerca da autoria e da

    materialidade do delito para subsidiar

    eventual ao penal pelo MP. Assim, como

    no IP ningum est sendo acusado, no h

    contraditrio. Exceo feita ao Inqurito para

    expulso de estrangeiro, pois neste h acusadoe culmina numa punio, nos termos do art.

    70, da lei 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro).

    J o postulado da ampla defesa prev que no basta dar ao acusado

    cincia das manifestaes da acusao e facultar-lhe se manifestar, se

    no lhe forem dados instrumentos para isso. Ampla Defesa eContraditrio caminham juntas (at por isso esto no mesmo inciso da

    Constituio), e retiram seu fundamento no Devido Processo Legal.

    Entre os instrumentos para o exerccio da defesa esto a previso

    legal de recursos em face das decises judiciais, direito produo de

    provas, bem como a obrigao de que o Estado fornea assistncia

    jurdica integral e gratuita, primordialmente atravs da Defensoria

    Pblica. Vejamos:

    LXXIV - o Estado prestar assistncia jurdica

    integral e gratuita aos que comprovarem

    insuficincia de recursos;

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    no ser privado de sua liberdade em um processo que seguiu a

    forma estabelecida na lei; desse princpio deriva o fato de o

    descumprimento de qualquer formalidade pelo juiz ensejar a

    nulidade absoluta do processo, por ofensa a esse princpio.ERRADA: Tendo sido obedecido o procedimento previsto em lei, no h

    violao ao devido processo legal forma, podendo o acusado ser privado

    de sua liberdade e de seus bens. Alm disso, o descumprimento de uma

    formalidade pelo Juiz s anular o processo se trouxer prejuzo s partes,

    pelo princpio dopas de nullit sans grief. Sim, pois, imagine que o Juiz

    tenha negado ao acusado o direito de ouvir uma de suas testemunhas,

    mas ao final, tenha este sido absolvido. No caso, a atitude do

    magistrado, aparentemente violadora do devido processo legal, no

    trouxe qualquer prejuzo ao ru.

    GABARITO: ERRADA

    (CESPE 2011 STM ANALISTA JUDICIRIO- EXECUO DE

    MANDADOS)

    No se admite, por caracterizar ofensa ao princpio do

    contraditrio e do devido processo legal, a concesso de medidas

    judiciais inaudita altera parte no processo penal.

    ERRADA: Como estudamos, em alguns casos, o Juiz dever decidir sem

    antes ouvir a outra parte (no caso, o acusado), pois a eficcia da deciso

    pode ficar prejudicada se este tomar cincia prvia da medida, de formaque isto no viola o princpio do devido processo legal.

    GABARITO: ERRADA

    (MPE-SP 2006 MPE-SP PROMOTOR DE JUSTIA)

    Assinale a afirmao incorreta.

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    A) O direito ampla defesa abrange a autodefesa.

    CORRETA: A autodefesa uma das espcies de defesa de que o ru

    dispe, sendo a outra a defesa tcnica, que aquela realizada por

    profissional do Direito devidamente habilitado.

    B) A retirada do ru da sala de audincia no precisa ser

    motivada pelo juiz.

    ERRADA: Como vimos, um dos princpios constitucionais do processo

    penal a publicidade. Vimos, ainda, que essa publicidade pode ser

    restringida s partes e seus procuradores ou somente a estes ltimos(art. 93, IX da CRFB/88). Entretanto, para que o Juiz determine a

    restrio da publicidade, em qualquer caso, dever motivar, fundamentar

    sua deciso, sob pena de estar agindo arbitrariamente, violando o devido

    processo legal.

    C) O direito de o ru estar presente produo da prova

    testemunhal decorre do direito autodefesa.

    CORRETA: Conforme estudamos, a autodefesa aquela exercida

    pessoalmente pelo ru. Assim, o direito que o ru possui de presenciar a

    produo de provas e se manifestar, se for o caso, decorre do direito

    autodefesa.

    D) O direito autodefesa renuncivel.

    CORRETA: Como disse a vocs, embora o direito autodefesa deva ser

    garantido ao ru pelo Juiz, o ru no obrigado a exerc-lo.

    Diferentemente do que ocorre no direito defesa tcnica, que

    obrigatoriamente exercido, sob pena de nulidade.

    E) A retirada do ru da sala de audincia, quando sua presena ou

    atitude possa prejudicar a verdade do depoimento, no viola o

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    direito autodefesa.

    CORRETA: De fato, estudamos que a publicidade pode ser restringida,

    em casos excepcionais. Um deles quando a presena do ru

    prejudicial ao processo, como no caso da questo. Nesse caso,

    prevalecer o interesse pblico da busca da verdade em detrimento da

    autodefesa do ru que, LEMBREM-SE, DEVER TER SEU PROCURADOR

    PRESENTE, pois a defesa tcnica no pode ser restringida.

    GABARITO: LETRA B

    11 - (FCC 2009 MPE-SE Tcnico do MP reaadministrativa)

    A condenao de um ru sem defensor viola o princpio

    A) da oficialidade.

    ERRADA: Viola o princpio da ampla defesa e do contraditrio, nos

    termos do art. 5, LV da Constituio.

    B) da publicidade.

    ERRADA: Viola o princpio da ampla defesa e do contraditrio, nos

    termos do art. 5, LV da Constituio.

    C) do juiz natural.

    ERRADA: Viola o princpio da ampla defesa e do contraditrio, nos

    termos do art. 5, LV da Constituio. O Juiz Natural seria violado em

    caso de julgamento por Juiz casuisticamente escolhido para o caso.

    D) da verdade real.

    ERRADA: A verdade real o princpio pelo qual no processo penal deve-

    se buscar saber o que de fato ocorreu, a verdade real. O julgamento seu

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    defensor, portanto, no viola a verdade real, mas o princpio da ampla

    defesa e do contraditrio, nos termos do art. 5, LV da Constituio.

    E) do contraditrio.

    CORRETA: O julgamento do acusado sem defensor viola o princpio do

    contraditrio e da ampla defesa, at mais este do que aquele, pois

    direito de todo acusado a ser defendido por profissional do Direito

    devidamente habilitado, inclusive Defensor Pblico, caso no tenha meios

    de arcar com as despesas de advogado particular, nos termos do art. 5,

    LXXIV da Constituio. Essa a chamada defesa tcnica.

    GABARITO: LETRA E

    IV PRINCPIO DA PRESUNO DE INOCNCIA OU DA NO

    CULPABILIDADE

    A Presuno de inocncia o maior pilar de um Estado Democrticode Direito, pois, segundo este princpio, nenhuma pessoa pode ser

    considerada culpada (e sofrer as consequncias disto) antes do trnsito

    em julgado se sentena penal condenatria. Nos termos do art. 5, LVII

    da CRFB/88:

    LVII - ningum ser considerado culpado at o

    trnsito em julgado de sentena penal

    condenatria;

    O que trnsito em julgado de sentena penal condenatria?

    a situao na qual a sentena proferida no processo criminal,

    condenando o ru, no pode mais ser modificada atravs de recurso.

    Assim, enquanto no houver uma sentena criminal condenatria

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    irrecorrvel, o acusado no pode ser considerado culpado e, portanto,

    no pode sofrer as consequncias da condenao.

    Desse princpio decorre que o nus (obrigao) da prova cabe ao

    acusador (MP ou ofendido, conforme o caso). O ru , desde o comeo,inocente, at que o acusador prove sua culpa.

    Em razo dele existe, ainda, o princpio do in dubio pro reo ou

    favor rei, segundo o qual, durante o processo (inclusive na sentena),

    havendo dvidas acerca da culpa ou no do acusado, dever o Juiz decidir

    em favor deste, pois sua culpa no foi cabalmente comprovada.

    Resumindo, para vocs gravarem: O Processo Penal um jogo noqual o acusado e o acusador tentam marcar pontos a seu favor, a fim de

    comprovarem suas teses. S que o empate d o ttulo ao acusado!

    CUIDADO: Existem hipteses em que o Juiz no decidir de

    acordo com princpio do in dubio pro reo, mas pelo princpio do in

    dubio pro societate. Por exemplo, nas decises de recebimento de

    denncia ou queixa e na deciso de pronncia, no processo de

    competncia do Jri, o Juiz decide contrariamente ao ru (recebe a

    denncia ou queixa no primeiro caso, e pronuncia o ru no segundo) com

    base apenas em indcios de autoria e prova da materialidade. Ou seja,

    nesses casos, mesmo o Juiz tendo dvidas quanto culpabilidade do ru,

    dever decidir contrariamente a ele, e em favor da sociedade, pois destas

    decises no h consequncias para o ru, permitindo-se, apenas, que

    seja iniciado o processo ou a fase processual, na qual sero produzidas as

    provas necessrias elucidao dos fatos.

    Desta maneira, sendo este um princpio de ordem Constitucional,

    deve a legislao infraconstitucional (especialmente o CPP) respeit-lo,

    sob pena de violao Constituio. Portanto, uma lei que dissesse, por

    exemplo, que o cumprimento de pena se daria a partir da sentena em

    primeira instncia seria inconstitucional, pois a Constituio afirma que o

    acusado ainda no considerado culpado nessa hiptese.

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    CUIDADO, GALERA! A existncia de

    prises provisrias (prises decretadas

    no curso do processo) no ofende apresuno de inocncia, pois nesse caso

    no se trata de uma priso como

    cumprimento de pena, mas sim de uma

    priso cautelar, ou seja, para garantir que o

    processo penal seja devidamente instrudo ou

    eventual sentena condenatria seja

    cumprida. Por exemplo: Se o ru est dando

    sinais de que vai fugir (tirou passaporte

    recentemente), e o Juiz decreta sua priso

    preventiva, o faz no por consider-lo

    culpado, mas para garantir que, caso seja

    condenado, cumpra a pena. Vocs vero mais

    sobre isso na aula sobre Priso e Liberdade

    Provisria!

    Vou transcrever para vocs agora alguns pontos que so polmicos e

    a respectiva posio dos Tribunais Superiores:

    Processos criminais em curso e inquritos policiais emface do acusado podem ser considerados maus

    antecedentes? Segundo o STJ no, pois em nenhum deles o

    acusado foi condenado de maneira irrecorrvel, logo, no pode

    ser considerado culpado nem sofrer qualquer consequncia em

    relao a eles;

    Regresso de regime de cumprimento da pena O STJ eo STF entendem que NO H NECESSIDADE DE

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    CONDENAO PENAL TRANSITADA EM JULGADO para que

    o preso sofra a regresso do regime de cumprimento de pena

    mais brando para o mais severo (do semiaberto para o

    fechado, por exemplo). Nesses casos, basta que o preso tenhacometido crime doloso, ou falta grave, para que haja a

    regresso, nos termos do art. 118, I da Lei 7.210/84 (Lei de

    Execues Penais), no havendo necessidade, sequer, de que

    tenha havido condenao criminal ou administrativa. A

    Jurisprudncia entende que esse artigo da LEP no ofende a

    Constituio;

    Revogao do benefcio da suspenso condicional doprocesso em razo do cometimento de crime Prev a Lei

    9.099/95 que em determinados crimes, de menor potencial

    ofensivo, pode ser o processo criminal suspenso por

    determinado, devendo o ru cumprir algumas obrigaes

    durante este prazo (dentre elas, no cometer novo crime),

    findo o qual estar extinta sua punibilidade. Nesse caso, o STF

    e o STJ entendem que, descoberta a prtica de crime pelo

    acusado beneficiado com a suspenso do processo, este

    benefcio deve ser revogado, por ter sido descumprida uma das

    condies, no havendo necessidade de trnsito em julgado da

    sentena condenatria do crime novo.

    Vamos resumir estas posies jurisprudenciais neste quadro:

    TEMA POSIO DOS TRIBUNAIS

    Processos criminais em curso e

    inquritos policiais em face do

    acusado podem ser

    Segundo o STJ no, pois em

    nenhum deles o acusado foi

    condenado de maneira irrecorrvel,

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    considerados maus

    antecedentes?

    logo, no pode ser considerado

    culpado nem sofrer qualquer

    consequncia em relao a eles;

    Regresso de regime decumprimento da pena pode ser

    realizada antes do trnsito em

    julgado?

    O STJ e o STF entendem que NOH NECESSIDADE DE

    CONDENAO PENAL

    TRANSITADA EM JULGADO para

    que o preso sofra a regresso do

    regime de cumprimento de pena

    mais brando para o mais severo

    (do semiaberto para o fechado, por

    exemplo).

    Revogao do benefcio da

    suspenso condicional do

    processo em razo do

    cometimento de crime deve ser

    realizada aps o trnsito emjulgado?

    O STF e o STJ entendem que,

    descoberta a prtica de crime pelo

    acusado beneficiado com a

    suspenso do processo, este

    benefcio deve ser revogado, porter sido descumprida uma das

    condies, no havendo

    necessidade de trnsito em

    julgado da sentena

    condenatria do crime novo.

    muito importante dar ateno especial ao estudo deste princpio,

    eis que um dos mais cobrados nas provas. Vejam:

    (FCC 2011 NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO ADVOGADO)

    A regra que, no processo penal, atribui acusao, que apresenta

    a imputao em juzo atravs de denncia ou de queixa- crime, o

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    nus da prova decorrncia do princpio

    A) do contraditrio.

    ERRADA: O contraditrio determina a necessidade de dar-se cincia auma parte quando a outra se manifestar no processo.

    B) do devido processo legal.

    ERRADA: O devido processo legal determina que o acusado s poder

    ser condenado aps ser adotado todo o procedimento previsto na lei

    processual, dentro de um processo conduzido por um Juiz devidamente

    investido na funo jurisdicional e cuja competncia tenha sido

    previamente definida por lei,

    C) do Promotor natural.

    ERRADA: O princpio do Promotor Natural determina que toda pessoa

    tem direito de ser acusada por um rgo do Estado cuja atribuio tenha

    sido previamente definida em lei.

    D) da ampla defesa.

    ERRADA: A ampla defesa significa que parte acusada deve ser

    garantido o direito de produzir todas as provas que entender necessrias

    comprovao de sua inocncia, bem como de recorrer das decises

    judiciais que lhe forem desfavorveis, alm do direito de ser patrocinado

    por profissional habilitado, inclusive Defensor Pblico, se no puder

    pagar, e de exercer, ele prprio, a autodefesa.

    E) da presuno de inocncia.

    CORRETA: Da presuno de inocncia (ou no-culpabilidade) decorre

    que aquele que acusa dever provar suas alegaes acusatrias, a fim de

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    demonstrar a culpa do acusado que, de incio, considerado inocente.

    GABARITO: LETRA E

    (CESPE 2011 STM ANALISTA JUDICIRIO- EXECUO DE

    MANDADOS)

    Os efeitos causados pelo princpio constitucional da presuno de

    inocncia no ordenamento jurdico nacional incluem a inverso,

    no processo penal, do nus da prova para o acusador.

    CORRETA: Da presuno de inocncia (ou no-culpabilidade) decorreque aquele que acusa dever provar suas alegaes acusatrias, a fim de

    demonstrar a culpa do acusado que, de incio, considerado inocente.

    Assim, no cabe ao ru provar sua inocncia, pois esta presumida.

    GABARITO: CORRETA

    (CESPE 2011 STM ANALISTA JUDICIRIO- EXECUO DE

    MANDADOS)

    O princpio da inocncia est expressamente previsto na

    Constituio Federal de 1988 e estabelece que todas as pessoas

    so inocentes at que se prove o contrrio, razo pela qual se

    admite a priso penal do ru aps a produo de prova quedemonstre sua culpa.

    ERRADA: Embora a questo afirme corretamente que o princpio da

    presuno de inocncia est previsto na Constituio, erra ao afirmar que

    a mera produo de prova contrria ao ru possa autorizar sua priso. A

    priso do ru, como decorrncia de sua culpa, s admitida aps o

    trnsito em julgado da sentena condenatria, nos termos do art. 5,

    LVII da CRFB/88.

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    GABARITO: ERRADA

    (FGV 2008 TJ-MS JUIZ DE DIREITO)

    Relativamente aos princpios processuais penais, incorreto

    afirmar que:

    A) o princpio da presuno de inocncia recomenda que em caso

    de dvida o ru seja absolvido.

    CORRETA: Como vimos, a presuno de inocncia norteia todo o

    desenvolvimento do processo, pois se considera o acusado inocente at

    que haja sentena penal condenatria irrecorrvel. Assim, havendo

    dvidas, dever o ru ser absolvida, pelo princpio do favor rei, que

    decorre da presuno de inocncia.

    B) o princpio da presuno de inocncia recomenda que

    processos criminais em andamento no sejam considerados como

    maus antecedentes para efeito de fixao de pena.

    CORRETA: Como estudamos, o STF entende que Inquritos e Processos

    criminais em curso no podem ser considerados maus antecedentes,

    pois, no primeiro caso, sequer h acusado, e no segundo ainda no

    houve deciso irrecorrvel condenando o ru.

    C) os princpios do contraditrio e da ampla defesa recomendamque a defesa tcnica se manifeste depois da acusao e antes da

    deciso judicial, seja nas alegaes finais escritas, seja nas

    alegaes orais.

    CORRETA: Um dos baluartes da ampla defesa do contraditrio o

    direito que a defesa possui de se manifestar aps a acusao. Sim, pois

    se isso no fosse possvel, a acusao poderia fazer alegaes que no

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    poderiam ser refutadas pela defesa, o que implicaria em violao ampla

    defesa e ao contraditrio.

    D) o princpio do juiz natural no impede a atrao por

    continncia nos casos em que o co-ru possui foro por

    prerrogativa de funo quando o ru deveria ser julgado por um

    juiz de direito de primeiro grau.

    CORRETA: Quando dois rus cometem um crime, e um deles possui

    prerrogativa de foro, conhecido tambm como foro privilegiado (direito

    de ser julgado perante determinado Tribunal, conforme o cargo

    ocupado), possvel que, por convenincia da instruo criminal, ambos

    sejam julgados conjuntamente pelo Tribunal perante o qual responde

    aquele que tem prerrogativa de foro. Isso no ofende o Juiz natural pois

    uma possibilidade previamente e abstratamente prevista em lei.

    E) o princpio da vedao de provas ilcitas no absoluto, sendo

    admissvel que uma prova ilcita seja utilizada quando a nica

    disponvel para a acusao e o crime imputado seja considerado

    hediondo.

    INCORRETA: De fato, a Jurisprudncia tem admitido que a vedao a

    provas ilcitas no absoluta, mas, ao contrrio do que admite a

    questo, no pode ser relativizada em favor da acusao, mas somente

    em favor da defesa, quando esta prova for o nico meio de se obter a

    absolvio do ru, em razo de estar em jogo o direito liberdade doacusado.

    GABARITO: LETRA E

    V PRINCPIO DA VEDAO DAS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS

    ILCITOS

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    No nosso sistema processual penal vige o princpio do livre

    convencimento motivado do Juiz, ou seja, o Juiz no est obrigado a

    decidir conforme determinada prova (confisso, por exemplo), podendo

    decidir da forma que entender, desde que fundamente sua deciso emalguma das provas produzidas nos autos do processo.

    Antigamente vigorava o sistema da prova tarifada, na qual as provas

    tinham pesos diferentes, sendo a confisso considerada a rainha das

    provas, ou seja, confessando o ru, o Juiz deveria conden-lo. Hoje no

    assim.

    Para isso, s partes conferido o direito de produzir as provas que

    entendam necessrias para convencer o Juiz a acatar sua tese.

    Entretanto, esse direito probatrio no ilimitado, encontrando limites

    nos direitos fundamentais previstos na Constituio. Essa limitao

    encontra-se no art. 5, LVI da Constituio. Vejamos:

    LVI - so inadmissveis, no processo, as provasobtidas por meios ilcitos;

    Vejam que a Constituio clara ao dizer que no se admitem no

    processo as provas que tenham sido obtidas por meios ilcitos. Mas o que

    seriam meios ilcitos? Seriam todos aqueles meios em que para a

    obteno da prova tenha que ser violado um direito fundamental dealgum. POR EXEMPLO:

    Imagine que Joana, que processa Jos por calnia, invada sua

    residncia para obter documentos que comprovam a culpa de Jos no

    crime. Ora, embora os documentos comprovem a culpa de Jos, pelo

    modo como foram obtidos, no podero ser utilizados no processo, pois

    decorrem de violao ao direito fundamental inviolabilidade da

    residncia, previsto no art. 5, XI da Constituio:

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    XI - a casa asilo inviolvel do indivduo,

    ningum nela podendo penetrar sem

    consentimento do morador, salvo em caso de

    flagrante delito ou desastre, ou para prestar

    socorro, ou, durante o dia, por determinao

    judicial;

    ATENO, MEU POVO! A Jurisprudncia

    e Doutrina dominantes admitem a

    utilizao de provas ilcitas quando

    esta for a nica forma de se obter a

    absolvio do ru. Por exemplo:

    Imaginem que no exemplo dado l atrs,

    Jos que invadisse a casa de Joana, atrs

    do nico documento que pode provar suainocncia. Nesse caso, os Tribunais

    admitem a utilizao da prova obtida por

    meio ilcito, pelo princpio da

    proporcionalidade, pois, embora tenha sido

    violado o direito fundamental

    inviolabilidade do domiclio de Joana,

    estava em jogo, tambm, o direitofundamental liberdade de Jos.

    Analisemos uma questo sobre o tema:

    (CESPE 2011 STM ANALISTA JUDICIRIO- EXECUO DE

    MANDADOS)

    O dispositivo constitucional que estabelece serem inadmissveis

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    preservao do direito intimidade do interessado

    no sigilo no prejudique o interesse pblico

    informao;

    Como vocs podem ver, a prpria Constituio quem determina

    que os atos decisrios proferidos pelo Juiz sejam fundamentados. Desta

    maneira, pode-se elevar esse princpio (motivao das decises judiciais)

    categoria de princpio constitucional, por ter merecido a ateno da Lei

    Mxima.

    Portanto, quando o Juiz indefere uma prova requerida, ou prolata asentena, deve fundamentar seu ato, dizendo em que fundamento se

    baseia para indeferir a prova ou para tomar a deciso que tomou na

    sentena (condenando ou absolvendo).

    Esse princpio decorre da lgica do sistema jurdico ptrio, em que a

    transparncia deve vigorar. Assim, a parte (seja o acusado ou o

    acusador) saber exatamente o que se baseou o Juiz para proferir aquela

    deciso e, assim, poder examinar se o Magistrado agiu dentro da

    legalidade.

    Alis, esse princpio guarda estrita relao com o princpio da

    Ampla Defesa, eis que a ausncia de fundamentao ou a

    fundamentao deficiente de uma deciso dificulta e por vezes impede a

    sua impugnao, j que a parte prejudicada no tem elementos para

    combat-lo, j que no sabe seus fundamentos.Alguns pontos controvertidos merecem destaque:

    A deciso de recebimento da denncia ou queixa, apesarde possuir forte carga decisria, no precisa ser

    fundamentada, nos termos do CPP (STF entende que isso no

    fere a Constituio);

    A fundamentao referida constitucional Fundamentao referida aquela na qual um rgo do

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    Judicirio se remete s razes expostas por outro rgo do

    Judicirio (Ex.: O Tribunal, ao julgar a apelao, mantendo a

    sentena, pode fundamentar sua deciso referindo-se aos

    argumentos expostos na sentena de primeira instncia, semnecessidade de reproduzi-los no corpo do Acrdo). O STF

    entende que essa prtica no viola o art. 93, IX da CRFB/88.

    Alm disso, o STF j decidiu que no viola a Constituio

    sentena na qual o magistrado, no relatrio, apenas se remete

    ao relatrio feito pelo MP em suas alegaes finais;

    As decises proferidas pelo Tribunal do Jri no sofundamentadas, pois os julgadores (jurados) no tem

    conhecimento tcnico, proferindo seu voto conforme sua

    percepo de Justia indicar.

    VII PRINCPIO DA PUBLICIDADE

    Este princpio estabelece que os atos processuais e as decises

    judiciais sero pblicas, ou seja, de acesso livre a qualquer do povo. Essa

    a regra prevista no art. 93, IX da CRFB/88:

    Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do

    Supremo Tribunal Federal, dispor sobre o

    Estatuto da Magistratura, observados os seguintes

    princpios:

    (...)

    IX- todos os julgamentos dos rgos do Poder

    Judicirio sero pblicos, e fundamentadas

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    todas as decises, sob pena de nulidade,

    podendo a lei limitar a presena, em determinados

    atos, s prprias partes e a seus advogados, ou

    somente a estes, em casos nos quais apreservao do direito intimidade do interessado

    no sigilo no prejudique o interesse pblico

    informao;

    Percebam que a Constituio determina que os julgamentos dos

    rgos do Poder Judicirio sero pblicos, mas entende-se julgamentos

    como qualquer ato processual.

    Entretanto, essa publicidade NO ABSOLUTA, podendo sofrer

    restrio, quando a intimidade das partes ou interesse pblico exigir. A

    isso se chama depublicidade restrita.

    De fato, em alguns casos, a intimidade do ofendido deve ser

    preservada. Imaginem uma ao penal pelo crime de estupro. natural

    que a vtima pea que o processo corra em segredo de Justia, para evitar

    a exposio do fato, que, por si s, j lhe traz transtornos suficientes.

    Ainda, pode ser decretada a tramitao em segredo de Justia quando

    houver interesse pblico que o justifique.

    Essa possibilidade de restrio est prevista, ainda, no art. 5, LX da

    CRFB/88:

    LX - a lei s poder restringir a publicidade dos

    atos processuais quando a defesa da intimidade ou

    o interesse social o exigirem;

    Ressalto a vocs que essa publicidade pode ser restringida apenas s

    partes e seus procuradores, ou somente a estes. O que isso significa?

    Que alguns atos podem no ser pblicos nem mesmo para a outra parte!

    Sim! Imaginem que, numa audincia, a ofendida pelo crime de estupro

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    no queira dar seu depoimento na presena do acusado. Nada mais

    natural. Assim, o Juiz poder mandar que este se retire da sala,

    permanecendo, porm, o seu advogado. Aos procuradores das partes

    (advogado, membro do MP, etc.) nunca se pode negar publicidadedos atos processuais! Gravem isso!

    Essa impossibilidade de restrio da publicidade aos procuradores

    das partes decorrncia natural do princpio do contraditrio e da ampla

    defesa, pois so os procuradores quem exercem a defesa tcnica, no

    podendo ser privados do acesso a nenhum ato do processo, sob pena de

    nulidade.

    Por fim, vale registrar que no Tribunal do Jri (que tem regras muito

    especficas) o voto dos jurados sigiloso, por expressa previso

    constitucional, caracterizando-se em mais uma exceo ao princpio. Nos

    termos do art. 5 , XVIII da Constituio:

    XXXVIII - reconhecida a instituio do jri,com a organizao que lhe der a lei, assegurados:

    a) a plenitude de defesa;

    b) o sigilo das votaes;

    c) a soberania dos veredictos;

    d) a competncia para o julgamento dos crimesdolosos contra a vida;

    Assim, nesse caso, no h publicidade do voto proferido pelo jurado,

    mas a sesso secreta onde ocorre o julgamento pelos jurados (depsito

    dos votos na urna) acessvel aos procuradores.

    Vejam como isso vem sendo cobrado:

    (CESPE 2008 TJ-SE JUIZ DE DIREITO)

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    Os princpios constitucionais aplicveis ao processo penal incluem

    A) a publicidade.CORRETA: O princpio da publicidade est expressamente previsto no

    art. 93, IX da Constituio Federal.

    B) a verdade real.ERRADA: A verdade real no um princpio previsto

    constitucionalmente, embora seja um princpio do processo penal.

    C) a identidade fsica do juiz.ERRADA: A identidade fsica do Juiz o princpio do processo penal

    segundo o qual o Juiz que presidiu a audincia de instruo e julgamento

    dever proferir a sentena. Entretanto, no est previsto na Constituio.

    D) o favor rei.ERRADA: O favor rei ou favor libertatis, embora decorra logicamente do

    princpio da presuno de inocncia, est previsto implicitamente no art.

    386, VII do CPP, mas no na Constituio Federal.

    E) a indisponibilidade.ERRADA: A indisponibilidade o princpio pelo qual entende-se que o MP

    no pode dispor da Ao Penal, ou seja, havendo prova da materialidade

    do delito, e indcios de sua autoria, dever o MP oferecer denncia. Na

    Ao Penal Privada, ao contrrio, vige o princpio da oportunidade,

    cabendo ao ofendido escolher se oferece ou no a queixa. Este princpio

    no est expressamente previsto na Constituio.

    GABARITO: LETRA A

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    (VUNESPE 2008 DPE-MS DEFENSOR PBLICO)

    O princpio da publicidade

    A) no tem aplicabilidade no direito processual penal brasileiro,

    visto que no est previsto na Constituio Federal.

    ERRADA: O princpio da publicidade aplica-se ao processo penal, estando

    previsto no art. 93, IX da Constituio Federal.

    B) aquele que garante imprensa acesso a todas asinformaes processuais, em nome do interesse pblico.

    ERRADA: O princpio da publicidade no garante apenas imprensa o

    acesso s informaes do processo, mas a qualquer pessoa.

    C) regra geral no sistema processual do tipo acusatrio.

    CORRETA: No sistema acusatrio, corolrio do Estado Democrtico deDireito, a publicidade deve imperar, dentre outros princpios

    democrticos, como o Juiz Natural, etc. No sistema inquisitivo, tpico de

    Estados autoritrios, vigoram princpios como o sigilo, Tribunal de

    exceo, etc.

    D) manifesta-se claramente nos atos praticados durante a feitura

    do inqurito policial, em razo da natureza inquisitiva da referidapea informativa.

    ERRADA: Estudaremos mais o Inqurito Policial na aula prpria, mas j

    posso adiantar que o IP possui natureza inquisitiva, mas isso no ilegal,

    pois o Inqurito no visa a condenar ningum, mas apenas colheita de

    elementos de prova. Assim, o Inqurito Policial predominantemente

    sigiloso.

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    dedicar exclusivamente ao seu processo. Ora, esse ru est em situao

    de vantagem perante o MP, pois o Promotor de Justia tem vrios outros

    processos para se concentrar, no podendo se dedicar exclusivamente a

    um ou alguns. Assim, essa regra, embora trate as partes de mododiferente, no viola a isonomia processual, pois apenas corrige uma

    situao de desigualdade entre as partes.

    Mas e se o ru for defendido por um Defensor Pblico? O

    Defensor Pblico tambm no possui vrios outros processos para

    se dedicar? Sim, e por isso que a lei estabelece que os Defensores

    Pblicos tambm gozam da prerrogativa do prazo em dobro (Previsto na

    LC 80/94).

    IX PRINCPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIO

    Este princpio estabelece que as decises judiciais devem estar

    sujeitas reviso por outro rgo do Judicirio. Embora no estejaexpresso na Constituio, grande parte dos doutrinadores o aceita

    como um princpio de ndole constitucional, fundamentando sua tese nas

    regras de competncia dos Tribunais estabelecidas na Constituio, o que

    deixaria implcito que toda deciso judicial deva estar sujeita a recurso,

    via de regra.

    Entretanto, mesmo aqueles que consideram ser este um princpio de

    ndole constitucional entendem que h excees, que so os casos de

    competncia originria do STF, aes nas quais no cabe recurso da

    deciso de mrito (bvio, pois o STF a Corte Suprema do Brasil). Assim,

    essa exceo no anularia o fato de que se trata de um princpio

    constitucional, apenas no lhe permite ser absoluto.

    O princpio da ampla defesa tambm bastante citado como o

    fundamento da tese de que se trata de um princpio constitucional, pois a

    possibilidade de reviso da deciso judicial circunstncia necessria

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    para que se garanta o respeito ampla defesa, que restaria violada caso

    no se pudesse impugnar determinada deciso judicial.

    Este princpio norteia a legislao processual penal

    infraconstitucional, como por exemplo, pela inexigibilidade de preparono recurso (preparo o valor cobrado da parte para que interponha um

    recurso), bem como pela recente inovao legislativa que aboliu a

    previso do art. 595 do CPP, que determinava que o ru devesse se

    recolher priso para apelar. Assim, entendeu-se, acertadamente, que o

    direito ao duplo grau de jurisdio e ampla defesa no podem estar

    condicionados priso do ru.

    Vejam a aplicabilidade prtica de se estudar este princpio:

    (FCC 2009 TJ-AP ANALISTA JUDICIRIO REA

    JUDICIRIA)

    A Constituio Federal NO prev expressamente o princpio

    A) da publicidade.

    ERRADA: Possui previso expressa no art. 93, IX da Constituio

    Federal.

    B) do duplo grau de jurisdio.

    CORRETA: O princpio do duplo grau de jurisdio, embora reconhecido

    pela Doutrina, no est expressamente previsto na CRFB/88, mas

    implcito nas regras definidoras de competncia dos Tribunais e, ainda,

    por decorrncia lgica do princpio da ampla defesa.

    C) do contraditrio.

    ERRADA: O princpio do contraditrio est expressamente previsto no

    art. 5, LV da Constituio.

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    D) da presuno da inocncia.

    ERRADA: O princpio da presuno de inocncia (ou estado de inocncia)

    tem previso expressa no art. 5, LVII da Constituio Federal.

    E) do juiz natural.

    ERRADA: Este princpio est expressamente previsto no art. 5, LIII da

    Constituio Federal.

    GABARITO: LETRA B

    X PRINCPIO DO JUIZ NATURAL E DO PROMOTOR NATURAL

    A Constituio estabelece em seu art. 5, LIII que:

    LIII - ningum ser processado nem

    sentenciado seno pela autoridadecompetente;

    Assim, desse dispositivo constitucional podemos extrair os Princpios

    do Juiz Natural e do Promotor Natural.

    O princpio do Juiz Natural estabelece que toda pessoa tem direito de

    ser julgada por um rgo do Poder Judicirio brasileiro, devidamente

    investido na funo jurisdicional, cuja competncia fora previamentedefinida. Assim, est vedada a formao de Tribunal ou Juzo de exceo,

    que so aqueles criados especificamente para o julgamento de um

    determinado caso. Isso no tolerado no Brasil!

    Porm, vocs no devem confundir Juzo ou Tribunal de

    exceo com varas especializadas. As varas especializadas so

    criadas para otimizar o trabalho do Judicirio, e sua competncia

    definida abstratamente, e no em razo de um fato isolado . O

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    que este princpio impede a manipulao das regras do jogo para se

    escolher o Juiz que ir julgar a causa.

    Assim, proposta a ao penal, ela ser distribuda para um dos Juzes

    com competncia para julg-la. Por exemplo: Se na comarca existemcinco varas criminais, a ao ser distribuda por sorteio a uma dessas

    varas, no podendo o Promotor escolher o Juiz de sua preferncia.

    J o princpio do Promotor Natural estabelece que toda pessoa tem

    direito de ser acusada pela autoridade competente. Assim, vedada a

    designao pelo Procurador-Geral de Justia de um Promotor para atuar

    especificamente num determinado caso. Isso seria simplesmente um

    acusador de exceo, algum que no estava previamente definido como

    o Promotor (ou um dos Promotores) que poderia receber o caso, mas

    algum que foi definido como o acusador de um ru aps a prtica do

    fato, cuja finalidade fazer com que o acusado seja processado por

    algum que possui determinada caracterstica.

    EXEMPLO: Imagine que Jos amigo do Procurador-Geral de Justia

    do estado do Cear. Jos vem a cometer um crime, cuja atribuio paraacus-lo de um dos 10 Promotores Criminais da Comarca de Fortaleza.

    Entretanto, receoso de ser condenado, Jos conversa com seu amigo, o

    PGJ, que designa um Promotor de sua confiana para atuar no caso, a

    fim de que Jos no seja processado ou, ento, seja requerida uma pena

    branda. O contrrio tambm verdadeiro. Sendo Jos inimigo do PGJ,

    este poderia, querendo se vingar, indicar um Promotor mais rigoroso para

    atuar em seu caso. Estas prticas so vedadas pelo Princpio do Promotor

    Natural.

    Entretanto, a definio de atribuies especializadas (Promotor para

    crimes ambientais, crimes contra a ordem financeira, etc.) no viola este

    princpio, pois no se est estabelecendo uma atribuio casustica,

    apenas para determinado caso, mas uma atribuio abstrata, que se

    aplicar a todo e qualquer caso semelhante.

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    CORRETA: O princpio do Juiz Natural est materializado nos dispositivos

    constitucionais citados, que vedam a formao de Juzo de exceo e que

    estabelecem ser direito de toda pessoa ser julgada por autoridade

    competente.

    GABARITO: LETRA E

    (TJ-SC 2009 TJ-SC ANALISTA JURDICO)

    Segundo De Plcido e Silva, os princpios jurdicos, sem dvida,

    significam os pontos bsicos, que servem de ponto de partida oude elementos vitais do prprio Direito. Indicam o alicerce do

    Direito. (Vocabulrio Jurdico. 28 ed. Rio de Janeiro: Editora

    Forense, 2009. p. 1091)

    Tendo em mira o trecho acima transcrito, mormente os seus

    conhecimentos sobre a matria, julgue as proposies a seguir:

    I. Decorre do princpio da presuno de inocncia a imputao do

    nus da prova acusao.

    CORRETA: Como ns estudamos, a presuno de inocncia, ou estado

    de inocncia, determina que o acusado inocente at que haja sentena

    penal transitada em julgado contra si. Assim, o ru inicia o processo

    inocente, cabendo ao acusador comprovar sua culpa.

    II. Em razo do princpio da soberania dos veredictos, no pode o

    Tribunal reformar a deciso, apenas designar um novo jri.

    CORRETA: A deciso proferida no Tribunal do Jri soberana, cabendo

    recursos em poucas hipteses e, no caso de o Tribunal verificar

    ilegalidade, dever anular a deciso e determinar seja formado um novo

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    O estudo da aplicabilidade da Lei Processual Penal est relacionado

    sua aptido para produzir efeitos. Essa aptido para produzir efeitos

    est ligada a dois fatores: espacial e temporal.

    Assim, a norma processual penal (como qualquer outra) vigora em

    determinado lugar e em determinado tempo. Nesse sentido, devemos

    analisar onde e quando a lei processual penal se aplica.

    O art. 1 do CPP diz o seguinte:

    Art. 1o O processo penal reger-se-, em todo o territrio

    brasileiro, por este Cdigo, ressalvados:

    I - os tratados, as convenes e regras de direito internacional;

    II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da

    Repblica, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os

    do Presidente da Repblica, e dos ministros do Supremo

    Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituio,

    arts. 86, 89, 2o, e 100);

    III - os processos da competncia daJustia Militar;

    IV - os processos da competncia do tribunal especial

    (Constituio, art. 122, n

    o

    17);

    V - os processos porcrimes de imprensa.Vide ADPF n 130

    Pargrafo nico. Aplicar-se-, entretanto, este Cdigo aos

    processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que

    os regulam no dispuserem de modo diverso.

    http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=12837http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=12837http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=12837http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=12837
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    Assim, podemos perceber que o CPP adotou, como regra, o

    princpio da territorialidade. O que seria esse princpio? Esse

    princpio determina que a lei produzir seus efeitos dentro do

    territrio nacional. Simples assim!Desta maneira, o CPP a lei aplicvel ao processo e julgamento das

    infraes penais no Brasil. As regras de aplicao da Lei Penal brasileira

    esto no Cdigo Penal, mas isso no nos interessa aqui. O que nos

    interessa o seguinte: Se for caso de aplicao da Lei Penal brasileira, as

    regras do processo sero aquelas previstas no CPP, em todo o territrio

    nacional.

    Portanto, no se admite a existncia de Cdigos Processuais

    estaduais, at porque compete privativamente Unio legislar sobre

    direito processual, nos termos da Constituio Federal:

    Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:

    I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio,

    martimo, aeronutico, espacial e do trabalho;

    Como disse a vocs, esta a regra! Mas toda regra possui excees.

    So elas:

    A)Tratados, convenes e regras de Direito Internacional -

    Quando um determinado Estado (em sentido amplo, como

    sinnimo de Pas, Governo Soberano) exerce a Jurisdio (poder

    de dizer a quem pertence o direito no caso concreto),

    notadamente na seara do direito processual penal (exerccio do

    ius puniendi), est exercendo sua soberania. Porm, possvel

    que esta soberania estatal fique afastada em algumas hipteses,

    nas quais o prprio Estado assim concorda. o caso dos tratados

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    Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

    I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da

    Repblica nos crimes de responsabilidade, bem como os

    Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exrcito e

    da Aeronutica nos crimes da mesma natureza conexos com

    aqueles; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 23, de

    02/09/99)

    II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal,

    os membros do Conselho Nacional de Justia e do Conselho

    Nacional do Ministrio Pblico, o Procurador-Geral da Repblica

    e o Advogado-Geral da Unio nos crimes de responsabilidade;

    (Redao dada pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)

    Vejam que a Constituio vai alm do que prev o CPP,

    aumentando as hipteses de afastamento da aplicao da lei

    processual penal. Assim, ocorrendo a prtica de crime de

    responsabilidade por algum daqueles agentes, naquelas

    circunstncias previstas na Constituio e no CPP, no se aplicar

    o CPP, mas o Regimento Interno do Senado Federal. Aqui, trata-

    se de exerccio da Jurisdio pelo Poder Legislativo! Apenas a

    ttulo de curiosidade (pois isso foge ao nosso objetivo aqui), os

    crimes de responsabilidade esto previstos no art. 2 do Decreto-

    Lei n 201/67 e na lei 1.079/50. Cuidado! Os artigos da

    Constituio mencionados no CPP esto desatualizados,

    pois o CPP foi editado quando vigorava a Constituio de

    1937!

    C)Processos de competncia da Justia Militar Os crimesmilitares (que so definidos no art. 9 do Cdigo Penal Militar) no

    so submetidos a julgamento atravs do rito do CPP, mas, sendo

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc23.htm#art52ihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc23.htm#art52ihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc23.htm#art52ihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art52http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art52http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art52http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc23.htm#art52ihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc23.htm#art52i
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    brasileiros, o que nos leva a crer que o STF corrobora o

    entendimento de que o CPP aplica-se nestes casos, ainda

    que subsidiariamente.

    Assim, o CPP aplica-se aos crimes cometidos no territrio nacional

    (princpio da territorialidade), assim considerados aqueles cuja ao ou

    omisso ocorreu no Brasil, ou ainda, aqueles cujo resultado aqui ocorreu

    (teoria da ubiquidade do lugar do crime), ressalvadas as hipteses legais

    e constitucionais nas quais o CPP s se aplica subsidiariamente e aquelas

    nas quais ele no se aplica nem mesmo de maneira subsidiria.

    XII APLICAO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO

    Nos termos do art. 2 do CPP:

    Art. 2o A lei processual penal aplicar-se- desde logo, sem

    prejuzo da validade dos atos realizados sob a vigncia da lei

    anterior.

    Por este artigo podemos extrair o princpio do tempus regit actum,

    tambm conhecido como princpio do efeito imediato ou aplicao

    imediata da lei processual. Este princpio significa que a lei processual

    regular os atos processuais praticados a partir de sua vigncia, no se

    aplicando aos atos j praticados.

    Esta a regra de aplicao temporal de toda e qualquer lei, meus

    caros, ou seja, produo de efeitos somente para o futuro. Caso

    contrrio, o caos seria instalado!

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    Assim, vocs devem ter muito cuidado! Ainda que o processo tenha

    se iniciado sob a vigncia de uma lei, sobrevindo outra norma, alterando

    o CPP (ainda que mais gravosa ao ru), esta ser aplicada aos atos

    futuros. Ou seja, a lei nova no pode retroagir para alcanar atosprocessuais j praticados, MAS SE APLICA AOS PROCESSOS EM

    CURSO!

    Esta possibilidade no ofende o art. 5, XL da Constituio Federal,

    que diz:

    XL - a lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru;

    No ofende, pois no se trata de retroatividade da lei. Mais que isso,

    esse dispositivo no se aplica s normas puramente processuais.

    Vamos dar um exemplo: Imaginemos que uma pessoa responda pelo

    crime de homicdio. Nesse caso, a Lei prev dois recursos, A e B.

    Durante o processo surge uma lei alterando o CPP e excluindo a

    possibilidade de interposio do recurso B, ou seja, prejudicial ao ru.

    Nesse caso, trata-se de norma puramente processual, e a aplicao da lei

    nova ser imediata. Entretanto, se o acusado j tiver interposto o recurso

    B, a lei nova no ter o condo de fazer com que o recurso deixe de ser

    julgado, pois se trata de ato processual j praticado (interposio do

    recurso), devendo o Tribunal apreci-lo.

    Portanto, meus caros, vocs estar atentos diferenciao da

    aplicao da lei penal e da lei processual penal. Isto tema recorrente em

    provas:

    (FCC 2008 TCE/AL PROCURADOR)

    Em relao lei processual penal no tempo, em caso de lei nova,

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    a regra geral consiste na sua aplicao

    A) imediata, independentemente da fase em que o processo em

    andamento se encontre.

    CORRETA: O princpio do tempus regit actum no encontra barreiras em

    nenhuma fase do processo, ou seja, ser aplicado ainda que o processo

    j tenha terminado e estejamos em fase de execuo de sentena;

    B) imediata, somente em relao aos processos que se encontrem

    na fase instrutria.

    ERRADA: O art. 2 do CPP no faz qualquer distino entre processos

    que estejam na fase instrutria ou que j tenha se encerrado ou

    quaisquer outras hipteses, determinando a aplicao da lei processual

    penal imediatamente: Art. 2o A lei processual penal aplicar-se- desde

    logo, sem prejuzo da validade dos atos realizados sob a vigncia da lei

    anterior.

    C) somente a processos futuros, ainda que por fatos anteriores.

    ERRADA: O princpio do tempus regit actum determina a aplicao da lei

    nova aos atos processuais futuros, independentemente de o processo

    j ter se iniciado sob a gide de uma outra lei, ainda que esta lei

    anterior seja mais benfica ao ru (lembrem-se da diferena entre

    normas puramente processuais, puramente materiais e mistas!);

    D) somente a processos futuros e sobre fatos posteriores.

    ERRADA: Como disse acima, a aplicao se d tambm aos processos j

    iniciados, mas s alcana os atos ainda a serem praticados,

    permanecendo vlidos os atos praticados sob a gide da lei anterior, pois

    so atos perfeitos e acabados;

    E) imediata ou a processos futuros conforme deciso

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    fundamentada do juiz em cada caso.

    ERRADA: A aplicao imediata da lei processual penal o que se pode

    chamar de ope legis, ou seja, no depende de manifestao do

    Magistrado nesse sentido, decorrendo diretamente da lei. Caso

    dependesse de deciso do Juiz determinando ou no sua aplicao,

    teramos o que se chama de ope judicis.

    GABARITO: LETRA A

    (FCC 2009 TJ/MS JUIZ)

    A lei processual penal

    A) tem aplicao imediata apenas nos processos ainda no

    instrudos.

    ERRADA: Conforme estudamos, ainda que estejamos diante de

    processos j bastante adiantados (inclusive em sede recursal ou deexecuo de pena), ser aplicado o princpio do tempus regit actum, por

    no ter o CPP, em seu art. 2, feito qualquer restrio nesse sentido: Art.

    2o A lei processual penal aplicar-se- desde logo, sem prejuzo da

    validade dos atos realizados sob a vigncia da lei anterior.

    B) tem aplicao imediata apenas se beneficiar o acusado.

    ERRADA: A aplicao imediata da lei processual penal, inclusive a

    processos em curso, se d independente de sua natureza benfica ou

    prejudicial ao ru, nos termos do art. 2 do CPP;

    C) de aplicao imediata, sem prejuzo de validade dos atos j

    realizados.

    CORRETA: A aplicao da lei processual penal imediata, e os atos

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    praticados sob a vigncia de outra lei so considerados plenamente

    vlidos, pois foram devidamente praticados em respeito lei vigente

    poca;

    D) vigora desde logo e sempre tem efeito retroativo.

    ERRADA: A Lei processual penal vigora desde logo, isso fato (art. 2

    do CP). Entretanto, em regra, no h efeito retroativo, salvo se se tratar

    de norma material inserida na lei processual (heterotopia) ou norma

    processual mista (parte de direito processual, parte de direito material) e

    que sejam benficas ao ru, hiptese na qual se admite a retroatividade

    da lei processual.

    E) aplicvel apenas aos fatos ocorridos aps a sua vigncia.

    ERRADA: A lei processual penal pode ser aplicada a fatos ocorridos

    antes de sua entrada em vigor, desde que o processo ainda tramite ou se

    esteja executando a pena.

    GABARITO: LETRA C

    (FCC 2008 MPE/CE PROMOTOR)

    Quanto eficcia temporal, a lei processual penal

    A) aplica-se somente aos fatos criminosos ocorridos aps a sua

    vigncia.

    ERRADA: A lei processual penal pode ser aplicada a fatos ocorridos

    antes de sua entrada em vigor, desde que o processo ainda tramite ou se

    esteja executando a pena.

    B) vigora desde logo, tendo sempre efeito retroativo.

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    ERRADA: A Lei processual penal vigora desde logo, isso fato (art. 2

    do CP). Entretanto, em regra, no h efeito retroativo, salvo se se tratar

    de norma material inserida na lei processual (heterotopia) ou norma

    processual mista (parte de direito processual, parte de direito material) eque sejam benficas ao ru, hiptese na qual se admite a retroatividade

    da lei processual.

    C) tem aplicao imediata, sem prejuzo da validade dos atos j

    realizados.

    CORRETA: Essa a redao do artigo 2 do CPP: Art. 2o A lei

    processual penal aplicar-se- desde logo, sem prejuzo da validade dos

    atos realizados sob a vigncia da lei anterior.. Assim, esse artigo

    consagra o princpio da atividade da lei processual penal, ou do tempus

    regit actum.

    D) tem aplicao imediata nos processos ainda no instrudos.

    ERRADA: Conforme estudamos, ainda que estejamos diante deprocessos j bastante adiantados (inclusive em sede recursal ou de

    execuo de pena), ser aplicado o princpio do tempus regit actum, por

    no ter o CPP, em seu art. 2, feito qualquer restrio nesse sentido: Art.

    2o A lei processual penal aplicar-se- desde logo, sem prejuzo da

    validade dos atos realizados sob a vigncia da lei anterior.

    E) no ter aplicao imediata, salvo se para beneficiar o

    acusado.

    ERRADA: A aplicao imediata da lei processual penal, inclusive a

    processos em curso, se d independente de sua natureza benfica ou

    prejudicial ao ru, nos termos do art. 2 do CPP.

    GABARITO: LETRA C

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    (FCC 2009 TJ/PA ANALISTA JUDICIRIO REA

    JUDICIRIA)

    A nova lei processual penal

    A) de incidncia imediata, pouco importando a fase em que

    esteja o processo.

    CORRETA: O CPP no distinguiu as fases do processo para fins de

    aplicao da lei processual penal nova. Nesse caso, a lei processual penal

    sempre aplicvel aos atos processuais ainda no praticados, por fora

    do princpio do tempus regit actum (Vou fazer lavagem cerebral em

    vocs!), ainda que o processo esteja em fase de execuo de pena.

    B) no aplicvel aos processos, ainda em curso, iniciados na

    vigncia da lei processual anterior.

    ERRADA: O princpio do tempus regit actum determina a aplicao da leinova aos atos processuais futuros, independentemente de o processo

    j ter se iniciado sob a gide de uma outra lei, ainda que esta lei

    anterior seja mais benfica ao ru (lembrem-se da diferena entre

    normas puramente processuais, puramente materiais e mistas!);

    C) no aplicvel aos processos de rito ordinrio, ainda em

    andamento, quando de sua vigncia.

    ERRADA: O CPP no faz distino entre aplicao a processos em curso

    ou processos futuros, tampouco diferencia a aplicao da lei processual

    penal no que se refere ao rito adotado para o processo;

    D) aplicvel, inclusive, aos processos j findos.

    ERRADA: Essa alternativa polmica. De fato, se o processo j se

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    findou, no h como aplicar-se a lei processual penal aos atos

    processuais, pois todos eles j foram praticados anteriormente sua

    entrada em vigor. Entretanto, para isso, temos que entender como

    processo findo aquele em que j se esgotou tambm a fase deexecuo de pena, e no s aquele em que se esgotou a fase de

    conhecimento, pois, como vimos, na fase de execuo tambm aplica-se

    o tempus regit actum.

    E) aplicvel somente aos processos, ainda em curso, da

    competncia do Tribunal do Jri.

    ERRADA: O CPP no faz distino entre aplicao a processos em curso

    ou processos futuros, tampouco diferencia a aplicao da lei processual

    penal no que se refere ao rito adotado para o processo.

    GABARITO: LETRA A

    (VUNESP 2010 FUNDAO CASA ANALISTAADMINISTRATIVO DIREITO)

    No que concerne lei processual penal, considere as seguintes

    assertivas:

    I. aplicar-se- desde logo, sem prejuzo da validade dos atos

    realizados sob a vigncia da lei anterior;

    CORRETA: Esta a previso literal do art. 2 do CPP: Art. 2o A lei

    processual penal aplicar-se- desde logo, sem prejuzo da validade dos

    atos realizados sob a vigncia da lei anterior.. Portanto, a afirmativa

    est corretssima!

    II. no admitir interpretao extensiva e aplicao analgica;

    ERRADA: O CPP admite, expressamente, em seu art. 3, a possibilidade

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    de interpretao extensiva e aplicao analgica: Art. 3o A lei processual

    penal admitir interpretao extensiva e aplicao analgica, bem como

    o suplemento dos princpios gerais de direito.

    III. admitir o suplemento dos princpios gerais de direito.

    CORRETA: Esta possibilidade tambm est prevista no art. 3 do CPP, j

    transcrito. Lembrando que os princpios gerais do Direito so so regras

    de integrao da lei, ou seja, de complementao de lacunas. Assim,

    quando no se vislumbrar uma lei que possa reger adequadamente o

    caso concreto, o CPP admite a aplicao dos princpios gerais do Direito.

    correto o que se afirma em

    A) III, apenas.

    B) I e II, apenas.

    C) I e III, apenas.

    D) II e III, apenas.

    E) todas as assertivas.

    GABARITO: LETRA C

    (CESPE 2002 CONSULTOR LEGISLATIVO DO SENADO

    FEDERAL)

    Alfeu responde, em juzo de primeiro grau, a processo pela

    prtica de crime contra o patrimnio. Considerando, nesse caso,

    que o crime est sujeito s disposies do Cdigo de Processo

    Penal (CPP), julgue o item abaixo.

    A edio de uma lei processual penal nova que provoque

    mudanas nas regras recursais do CPP ser aplicada ao

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    procedimento penal a que Alfeu responde.

    COMENTRIOS: Nos termos do art. 2 do CPP:

    Art. 2o A lei processual penal aplicar-se- desde logo, sem

    prejuzo da validade dos atos realizados sob a vigncia da lei

    anterior.

    Por este artigo podemos extrair o princpio do tempus regit actum,

    tambm conhecido como princpio do efeito imediato ou aplicao

    imediata da lei processual. Este princpio significa que a lei processual

    regular os atos processuais praticados a partir de sua vigncia, no se

    aplicando aos atos j praticados.

    Esta a regra de aplicao temporal de toda e qualquer lei, meus

    caros, ou seja, produo de efeitos somente para o futuro. Caso

    contrrio, o caos seria instalado!

    Assim, vocs devem ter muito cuidado! Ainda que o processo tenha se

    iniciado sob a vigncia de uma lei, sobrevindo outra norma, alterando o

    CPP (ainda que mais gravosa ao ru), esta ser aplicada aos atos

    futuros. Ou seja, a lei nova no pode retroagir para alcanar atos

    processuais j praticados, MAS SE APLICA AOS PROCESSOS EM

    CURSO!

    GABARITO: CORRETA

    Ocorre, porm, que dentro de uma lei processual pode haver normas

    de natureza material. Como assim?Uma lei processual pode estabelecer

    normas que, na verdade, so de Direito Penal, pois criam ou extinguem

    direito do indivduo, relativos sua liberdade, etc. Nesses casos de leis

    materiais, inseridas em normas processuais (e vice-versa), ocorre

    o fenmeno da heterotopia.

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    Em casos como este, o difcil saber identificar qual regra de

    direito processual e qual de direito material (penal). Porm, uma vez

    identificada a norma como sendo uma regra de direito material, sua

    aplicao ser regulada pelas normas atinentes aplicao da lei penal notempo, inclusive no que se refere possibilidade de eficcia retroativa

    para benefcio do ru.

    Diferentemente das normas heterotpicas (que so ou de direito

    material ou de direito processual, mas inseridas em lei de natureza

    diversa), existem normas mistas, ou hbridas, que so aquelas que

    so, ao mesmo tempo, normas de direito processual e de direito

    material.

    Vou dar um exemplo:

    Art. 366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer,

    nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso

    do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo

    antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso,

    decretar priso preventiva, nos termos do disposto no art. 312.

    (Redao dada pela Lei n 9.271, de 17.4.1996)

    Nesse caso acima, temos uma norma que possui contedo misto (ou

    hbrido). A primeira parte trata da suspenso do processo

    (natureza processual) e a segunda trata da suspenso do prazoprescricional (natureza material).

    Como vocs podem ver, trata-se de norma que alterou o Cdigo

    Processual Penal em 1996. Imaginemos que quando do advento desta lei

    que alterou o CPP tramitasse um processo no qual o acusado foi citado

    por edital e no apresentou resposta. A lei no previa nem a suspenso

    do processo nem a do prazo prescricional. Nesse sentido, poderamos

    aplicar a lei? Os Tribunais entenderam que a parte processual at

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9271.htm#art366http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9271.htm#art366http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9271.htm#art366
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    poderia ser aplicada aos processos em curso (suspenso do processo),

    mas a parte material no poderia ser aplicada (suspenso do prazo

    prescricional), por ser prejudicial ao ru.

    J disse a vocs que a norma processual penal, como qualquer outra,possui eficcia imediata, para o futuro. Isso se chama de atividade da lei.

    Entretanto, em alguns casos, a lei pode produzir efeitos fora do

    seu perodo de vigncia (que comea com a entrada em vigor e

    termina com sua revogao). Nesse caso, teremos o que se chama de

    extratividade, ou seja, atividade fora (do perodo de vigncia).

    A extratividade, por sua vez, pode se dar na forma de

    retroatividade ou de ultratividade. A primeira ocorre quando uma lei

    atinge fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor. J a segunda ocorre

    quando uma lei aplicada a fatos que ocorreram mesmo aps sua

    revogao (sada do mundo jurdico).

    Quando a lei processual penal traz contedo de direito ma