aula 00 direito processual penal
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EstratégiaC O N C U R S O S
Direito Processual - TJ-RJ (2014) TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA
Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araújo -A ula DEMO
AULA DEMONSTRATIVA: PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO PROCESSUAL PENAL.
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
SUMÁRIO PÁGINAApresentação e Cronograma 01I - Introdução 05II - Ne procedat iudex ex officio 06III - Devido Processo Legal 08IV - Da Presunção de Inocência 13V - Vedação às provas ilícitas 17VI - Obrigatoriedade de motivação das decisões 19VII - Publicidade 21VIII - Isonomia Processual ou par conditio 23IX - Duplo Grau de Jurisdição 24X - Do Juiz Natural e do Promotor Natural 25XI - Aplicação da Lei Processual no espaço 27XII - Aplicação da Lei Processual no tempo 31XIII - Disposições preliminares do CPP (Interpretação e Integração da Lei Processual)
35
Resumo da Aula 37Lista das guestões 41Questões comentadas 50Gabarito 71
Olá, meus amigos!
É com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo
ESTRATÉGIA CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir
para a aprovação de vocês no concurso do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
ESTADO RIO DE JANEIRO (2014). Nós vamos estudar teoria e
comentar exercícios sobre DIREITO PROCESSUAL PENAL, para o cargo
de TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA.
E aí, povo, preparados para a maratona?
A Banca que irá organizar o concurso é a FGV!
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O edital, lançado recentemente, prevê 90 vagas para
provimento imediato, além de cadastro de reserva! Lembrando
que o TJ-RJ é uma das Instituições que mais convoca candidatos
excedentes!
Bom, está na hora de me apresentar a vocês, não é?
Meu nome é Renan Araújo, tenho 27 anos, sou Defensor Público
Federal desde 2010, titular do 16° Ofício Cível da Defensoria Pública da
União no Rio de Janeiro e mestrando em Direito Processual pela
Faculdade de Direito da UERJ. Antes, porém, fui servidor da Justiça
Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de Técnico Judiciário, por dois
anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e pós-graduado em Direito
Público pela Universidade Gama Filho.
Disse a vocês minha idade propositalmente. Minha trajetória de vida
está intimamente ligada aos Concursos Públicos. Desde o começo da
Faculdade eu sabia que era isso que eu queria pra minha vida! E querem
saber? Isso faz toda a diferença! Algumas pessoas me perguntam como
consegui sucesso nos concursos em tão pouco tempo. Simples: Foco +
Força de vontade + Disciplina. Não há fórmula mágica, não há ingrediente
secreto! Basta querer e correr atrás do seu sonho! Acreditem em mim,
isso funciona!
Bom, como já adiantei, neste curso estudaremos todo o conteúdo
de Direito Processual Penal previsto no Edital. Estudaremos teoria e
vamos trabalhar também com exercícios comentados.
Abaixo seaue o plano de aulas do curso todo:
AULA CONTEÚDO DATA
Aula 00Princípios do Direito Processual Penal.
Aplicação da Lei processual penal: Disposições preliminares.
24/09
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Aula 01 Inquérito Policial. 29/09
Aula 02 Ação Penal 04/10
Aula 03 Sujeitos processuais (Juiz, MP, acusado, defensor, etc.)
09/10
Aula 04 Atos e prazos processuais. Citações e intimações. Sentença e coisa julgada.
14/10
Aula 05 Processo comum: rito ordinário e sumário 19/10
Aula 06 Processo e julgamento dos crimes da competência do Tribunal do Júri
24/10
Aula 07 Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95)
29/10
As aulas serão disponibilizadas no site conforme o cronograma
apresentado. Em cada aula eu trarei algumas questões que foram
cobradas em concursos públicos. Utilizaremos questões da própria
FGV e também de outras Bancas, como ESAF, FCC, VUNESP, etc.,
sempre no formato de múltipla escolha, que é o adotado pela FGV.
Antes que eu me esqueça, além das nossas aulas em formato PDF,
teremos também, em alguns temas, videoaulas de apoio, como forma
de COMPLEMENTAR nosso estudo (as aulas 06 e 07 não possuem
videoaulas de apoio).
No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos!
Prof. Renan Araújo
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Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais
(Copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida
a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe
adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos.
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I - INTRODUÇÃO
O estudo de qualquer ramo do Direito, atualmente, se inicia
necessariamente com o estudo das disposições constitucionais a ele
referentes. Não é possível estudar Direito do Trabalho sem estudar os
arts. 6o e 7o, por exemplo, ou estudar Direito Civil sem antes analisar o
art. 5o, XXII.
Esse movimento contemporâneo chamado Constitucionalização do
Direito nos leva a isso. Todo o ordenamento jurídico está impregnado
pela Constituição.
Alguns de vocês talvez ainda não saibam, mas a Constituição é uma
lei (assim como as demais), porém, uma lei de hierarquia superior a
todas as outras. A Constituição Federal não é uma mera "Carta de
recomendações", mas uma lei, em seu sentido mais estrito, que prevê
regras e princípios dotados de alto valor normativo (Eles estabelecem
deveres de conduta, não apenas recomendações).
Assim, no que se refere ao Direito Processual Penal não é diferente.
Existem inúmeros dispositivos da Constituição Federal que se destinam à
aplicação nesse ramo do Direito que vamos estudar.
Mas porque isso> professor? Isso acontece porque o Poder
Constituinte Originário (Aquele que elabora a Constituição) entende que
algumas questões são de extrema relevância, e devem ser tratadas na Lei
Máxima (Que é a Constituição), não deixando esse regramento ao
legislador ordinário (Poder Legislativo). Desta maneira, ao elevar certas
regras e princípios à Constituição, o Poder Constituinte deu a eles uma
hierarquia mais elevada, de forma a garantir que o legislador
infraconstitucional não venha a suprimi-los.
Feita esta breve introdução, vamos passar à análise específica das
disposições constitucionais aplicáveis ao Processo Penal.
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II - PRINCIPIO DO "NE PROCEDAT IUDEX EX OFFICIO" OU DA
INICIATIVA DAS PARTES OU DA INÉRCIA
Alguns doutrinadores não consideram este um princípio do processo
penal com base constitucional. Entretanto, é melhor pecarmos pelo
excesso e estudarmos este também, pois há fatores que podem ser
considerados para caracterizá-lo como um princípio de base
constitucional.
Este princípio diz que o Juiz não pode dar início ao processo penal,
pois isto implicaria em violação da sua imparcialidade, já que, ao dar
início ao processo, o Juiz já dá sinais de que irá condenar o réu.
Antigamente, antes do advento da Constituição, havia o chamado
procedimento judicialiforme, no qual o Juiz iniciava, de ofício (sem
provocação), o processo penal das contravenções penais.
Com o advento da nova Constituição esse procedimento não foi
recepcionado (não tem mais vigência, pois contraria a nova Constituição).
Um dos dispositivos constitucionais que dá base a esse entendimento é o
art. 129, I da Constituição Federal:
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penai pública, na forma da lei;
Percebam que a Constituição estabelece como sendo privativa do MP
a promoção da ação penal pública. Assim, diz-se que o MP é o "titular
da acão penal pública".
Mas e a ação penal privada, professor? Mais à frente vocês verão
que a ação penal privada é de titularidade do ofendido. Assim, o Juiz já
não poderia a ela dar início por sua própria natureza, já que a lei
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considera que, nesses casos, o interesse do ofendido em processar ou não
o infrator se sobrepõe ao interesse do Estado na persecução penal.
Este princípio é o alicerce máximo daquilo que se chama de sistema
acusatório, que é o sistema adotado pelo nosso processo penal. No
sistema acusatório existe uma figura que acusa e outra figura que julga,
diferentemente do sistema inquisitivo, no qual acusador e julgador se
confundem na mesma pessoa, o que gera parcialidade do iulaador.
ofendendo inúmeros outros princípios.
Entretanto, este princípio não impede que o Juiz determine a
realização de diligências que entender necessárias para elucidar
questão relevante para o deslinde do processo. Isso porque no
Processo Penal, diferentemente do que ocorre no Processo Civil, vigora o
princípio da verdade real ou material, não da verdade formai. Assim,
no processo penal não há presunção de veracidade das alegações da
acusação em caso de ausência de manifestação em contrário pelo réu,
pois o interesse público pela busca da efetiva verdade impede isto.
III - PRINCIPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (DUE PROCESS OF
LAW)
Esse princípio é o que se pode chamar de base principal do Direito
Processual brasileiro, pois todos os outros, de uma forma ou de outra,
encontram nele seu fundamento. Este princípio está previsto no art. 5o,
LIV da CRFB/88, nos seguintes termos:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
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Assim, a Constituição estabelece que ninguém poderá sofrer privação
de sua liberdade ou de seus bens sem que haja um processo prévio, em
que lhe seja assegurada toda a sorte de instrumentos de defesa.
Desta maneira, especificamente no processo penal, esse princípio
norteia algumas regras, como o Direito que o acusado possui de ser
ouvido pessoalmente (Sim, o interrogatório é um direito do réu), a fim de
expor sua versão dos fatos, bem como o direito que o acusado possui de
arrolar testemunhas, contradizer todas as provas e argumentos da
acusação etc. Todos eles tiram seu fundamento do Princípio do Devido
Processo Legal.
A obediência ao rito previsto na Lei Processual (seja o rito ordinário
ou outro), bem como às demais regras estabelecidas para o processo é
que se chama de Devido Processo Legal em sentido formal.
Entretanto, existe outra vertente deste princípio, denominada Devido
Processo Legal em sentido material. Nessa última acepção, entende-se
que o Devido Processo Legal só é efetivamente respeitado quando o
Estado age de maneira razoável, proporcional e adequada na
tutela dos interesses da sociedade e do acusado.
Nesse sentido, o devido processo legal não estará sendo respeitado
se o acusado ficar preso provisoriamente por 10 anos, aguardando
julgamento. Sim, pois a prisão provisória possui natureza cautelar, não é
cumprimento de pena. Desta maneira, o acusado não está ali pagando
pelo que fez, pois ainda não foi julgado. Embora a lei não diga que há um
prazo para o julgamento, essa demora do Judiciário aliada à prisão
provisória do acusado, por tanto tempo, acaba por violar o devido
processo legal, pois não é razoável manter preso por 10 anos alguém que
sequer foi condenado.
O princípio do Devido Processo Legal tem como corolários os
postulados da Ampla Defesa e do Contraditório, ambos também previstos
na Constituição Federal, em seu art. 5o, LV:
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LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Nesse diapasão, vamos analisar os Princípios do Contraditório e da
Ampla Defesa em um tópico próprio. Veremos, posteriormente, o
regramento constitucional da prisão.
a) Dos postulados do contraditório e do ampla defesa
0 princípio do Contraditório estabelece que os litigantes em geral e,
no nosso caso, os acusados, tem assegurado o direito de contradizer os
argumentos trazidos pela parte contrária e as provas por ela produzidas.
Isso, como disse, é uma decorrência lógica do devido processo legal, pois
não se pode admitir que um processo no qual o acusado não pode se
manifestar seja válido.
Entretanto, este princípio sofre limitações, notadamente quando a
decisão a ser tomada pelo Juiz não possa esperar a manifestação
do acusado ou a ciência do acusado pode implicar a frustração da
decisão.
EXEMPLO: Imagine que o MP ajuiza ação penal em face de José,
requerendo seja decretada sua prisão preventiva, com base na ocorrência
de uma das circunstâncias previstas no art. 312 do CPP. O Juiz, ao
receber a denúncia, verificando estarem presentes os requisitos que
autorizam a decretação da prisão preventiva, a decretará sem ouvir o
acusado, pois aguardar a manifestação deste acerca da prisão preventiva
pode acarretar na frustração desta (fuga do acusado).
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FIQUE
atento!
CUIDADO! No inquérito policial não há
contraditório, pois ainda não se pode falar em
"acusado", mas apenas em "investigado" ou
"indiciado". O Inquérito Policial não visa à
condenação do infrator, mas apenas à colheita
de informações acerca da autoria e da
materialidade do delito para subsidiar
eventual acão penal pelo MP. Assim, como
no IP ninguém está sendo acusado, não há
contraditório. Exceção feita ao Inquérito para
expulsão de estrangeiro, pois neste há acusado
e culmina numa punição, nos termos do art.
70, da lei 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro).
Já o postulado da ampla defesa prevê que não basta dar ao acusado
ciência das manifestações da acusação e facultar-lhe se manifestar, se
não lhe forem dados instrumentos para isso. Ampla Defesa e
Contraditório caminham juntas (até por isso estão no mesmo inciso da
Constituição), e retiram seu fundamento no Devido Processo Legal.
Entre os instrumentos para o exercício da defesa estão a previsão
legal de recursos em face das decisões judiciais, direito à produção de
provas, bem como a obrigação de que o Estado forneça assistência
jurídica integral e gratuita, primordialmente através da Defensoria
Pública. Vejamos:
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integrai e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
Portanto, ao acusado que não possuir meios de pagar um advogado,
deve ser garantida a defesa por um Defensor Público, ou, em não
havendo sede da Defensoria Pública na comarca, ser nomeado um
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defensor dativo (advogado particular pago pelos cofres públicos), a fim de
que lhe seja prestada defesa técnica.
Além da defesa técnica, realizada por profissional habilitado
(advogado particular ou Defensor Público), há também a autodefesa,
que é realizada pelo próprio réu, especialmente quando do seu
interrogatório, oportunidade na qual pode, ele mesmo, defender-se
pessoalmente, sem a intermediação de procurador. Assim, se o Juiz
recusar-se a interrogar o réu, por exemplo, estará violando o princípio da
ampla defesa, por estar impedindo o réu de exercer sua autodefesa.
Ao contrário da defesa técnica, que não pode faltar no processo
criminal, sob pena de nulidade absoluta, o réu pode recusar-se a
exercer a autodefesa, ficando em silêncio, por exemplo, pois o direito
ao silêncio é um direito expressamente previsto ao réu.
Este princípio não impede, porém, que o acusado sofra as
consequências de sua inércia em relação aos atos processuais (não-
interposição de recursos, ausência injustificada de audiências, etc.).
Entretanto, o princípio da ampla defesa se manifesta mais explicitamente
quando o réu, embora citado, deixe de apresentar Resposta à Acusação.
Nesse caso, dada a importância da peça de defesa, deverá o Juiz
encaminhar os autos à Defensoria Pública, para que atue na qualidade de
curador do acusado, ou, em não havendo Defensoria no local, nomear
defensor dativo para que patrocine a defesa do acusado.
b) Direitos constitucionais do preso
A CRFB/88 estabelece alguns regramentos em relação à prisão,
desde sua inadmissibilidade em alguns casos, até os direitos do preso.
Vejamos:
Art. 5o (...)
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LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminai, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
(...)
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
Assim, podemos dizer que a prisão é:
• VEDADA - Quando for admitida a liberdade provisória, com ou
sem fiança. Ou seja, caso não estejam presentes os requisitos
para a decretação da prisão preventiva, deverá ser concedida
liberdade provisória.
• ADMITIDA - Por ordem escrita e fundamentada da autoridade
judiciária competente ou em flagrante delito, bem como em
caso de transgressão militar ou crime propriamente militar.
Com relação aos direitos do preso, podemos assim enumerá-los:
• Ter a prisão relaxada, quando ilegal.
• Caso possua identificação civil, não ser criminalmente
identificado (salvo nas hipóteses legais).
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• Comunicação de sua prisão e do local onde se encontra ao
Juiz e à sua família (ou à pessoa que indicar).
• Ser informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da
família e de advogado.
• Identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial.
IV - PRINCIPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU DA NÃO
CULPABILIDADE
A Presunção de inocência é o maior pilar de um Estado Democrático
de Direito, pois, segundo este princípio, nenhuma pessoa pode ser
considerada culpada (e sofrer as consequências disto) antes do trânsito
em julgado se sentença penal condenatória. Nos termos do art. 5o, LVII
da CRFB/88:
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
O que é trânsito em julgado de sentença penai condenatória?
É a situação na qual a sentença proferida no processo criminal,
condenando o réu, não pode mais ser modificada através de recurso.
Assim, enquanto não houver uma sentença criminal condenatória
irrecorrível, o acusado não pode ser considerado culpado e, portanto,
não pode sofrer as consequências da condenação.
Desse princípio decorre que o ônus (obrigação) da prova cabe ao
acusador (MP ou ofendido, conforme o caso). O réu é, desde o começo,
inocente, até que o acusador prove sua culpa.
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Em razão dele existe, ainda, o princípio do in dubio pro reo ou
favor rei, segundo o qual, durante o processo (inclusive na sentença),
havendo dúvidas acerca da culpa ou não do acusado, deverá o Juiz decidir
em favor deste, pois sua culpa não foi cabalmente comprovada.
Resumindo, para vocês gravarem: O Processo Penal é um jogo no
qual o acusado e o acusador tentam marcar pontos a seu favor, a fim de
comprovarem suas teses. Só que o empate dá o título ao acusado! ©
CUIDADO: Existem hipóteses em aue o Juiz não decidirá de
acordo com princípio do in dubio oro reo. mas pelo princípio do in
dubio oro societate. Por exemplo, nas decisões de recebimento de
denúncia ou queixa e na decisão de pronúncia, no processo de
competência do Júri, o Juiz decide contrariamente ao réu (recebe a
denúncia ou queixa no primeiro caso, e pronuncia o réu no segundo) com
base apenas em indícios de autoria e prova da materialidade. Ou seja,
nesses casos, mesmo o Juiz tendo dúvidas quanto à culpabilidade do réu,
deverá decidir contrariamente a ele, e em favor da sociedade, pois destas
decisões não há consequências para o réu, permitindo-se, apenas, que
seja iniciado o processo ou a fase processual, na qual serão produzidas as
provas necessárias à elucidação dos fatos.
Desta maneira, sendo este um princípio de ordem Constitucional,
deve a legislação infraconstitucional (especialmente o CPP) respeitá-lo,
sob pena de violação à Constituição. Portanto, uma lei que dissesse, por
exemplo, que o cumprimento de pena se daria a partir da sentença em
primeira instância seria inconstitucional, pois a Constituição afirma que o
acusado ainda não é considerado culpado nessa hipótese.
»( P R E S T E
atenção
CUIDADO. GALERA! A existência de
04 nrisões nrovisórias fnrisões decretadas
no curso do nrocesso ̂ não ofende a
nresuncão de inocência, pois nesse caso
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não se trata de uma prisão como
cumprimento de pena, mas sim de uma
prisão cautelar, ou seja, para garantir que o
processo penal seja devidamente instruído ou
eventual sentença condenatória seja
cumprida. Por exemplo: Se o réu está dando
sinais de que vai fugir (tirou passaporte
recentemente), e o Juiz decreta sua prisão
preventiva, o faz não por considerá-lo
culpado, mas para garantir que, caso seja
condenado, cumpra a pena. Vocês verão mais
sobre isso na aula sobre Prisão e Liberdade
Provisória! ©
Vou transcrever para vocês agora alguns pontos que são polêmicos e
a respectiva posição dos Tribunais Superiores:
• Processos criminais em curso e inquéritos policiais em
face do acusado podem ser considerados maus
antecedentes? Segundo o STJ não, pois em nenhum deles o
acusado foi condenado de maneira irrecorrível, logo, não pode
ser considerado culpado nem sofrer qualquer consequência em
relação a eles;
• Regressão de regime de cumprimento da pena - O STJ e
o STF entendem que NÃO HÁ NECESSIDADE DE
CONDENAÇÃO PENAL TRANSITADA EM JULGADO para que
o preso sofra a regressão do regime de cumprimento de pena
mais brando para o mais severo (do semiaberto para o
fechado, por exemplo). Nesses casos, basta que o preso tenha
cometido crime doloso, ou falta grave, para que haja a
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regressão, nos termos do art. 118, I da Lei 7.210/84 (Lei de
Execuções Penais), não havendo necessidade, sequer, de que
tenha havido condenação criminal ou administrativa. A
Jurisprudência entende que esse artigo da LEP não ofende a
Constituição;
• Revogação do benefício da suspensão condicional do
processo em razão do cometimento de crime - Prevê a Lei
9.099/95 que em determinados crimes, de menor potencial
ofensivo, pode ser o processo criminal suspenso por
determinado, devendo o réu cumprir algumas obrigações
durante este prazo (dentre elas, não cometer novo crime),
findo o qual estará extinta sua punibilidade. Nesse caso, o STF
e o STJ entendem que, descoberta a prática de crime pelo
acusado beneficiado com a suspensão do processo, este
benefício deve ser revogado, por ter sido descumprida uma das
condições, não havendo necessidade de trânsito em julgado da
sentença condenatória do crime novo.
Vamos resumir estas posições jurisprudenciais neste quadro:
^V^atento!
TEMA POSIÇÃO DOS TRIBUNAIS
Processos criminais em curso e Segundo o STJ não, pois em
nenhum deles o acusado foi
condenado de maneira irrecorrível,
logo, não pode ser considerado
culpado nem sofrer qualquer
consequência em relação a eles;
inquéritos policiais em face do
acusado podem ser
considerados maus
antecedentes?
Rearessão de reaime de 0 STJ e o STF entendem que NÃO
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cumprimento da pena pode ser
realizada antes do trânsito em
iulaado?
HA NECESSIDADE DE
CONDENAÇÃO PENAL
TRANSITADA EM JULGADO para
que o preso sofra a regressão do
regime de cumprimento de pena
mais brando para o mais severo
(do semiaberto para o fechado, por
exemplo).
Revogação do benefício da
suspensão condicional do
processo em razão do
cometimento de crime deve ser
realizada após o trânsito em
iulaado?
0 STF e o STJ entendem que,
descoberta a prática de crime pelo
acusado beneficiado com a
suspensão do processo, este
benefício deve ser revogado, por
ter sido descumprida uma das
condições, não havendo
necessidade de trânsito em
julgado da sentença
condenatória do crime novo.
V - PRINCIPIO DA VEDAÇÃO DAS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS
ILÍCITOS
No nosso sistema processual penal vige o princípio do livre
convencimento motivado do Juiz, ou seja, o Juiz não está obrigado a
decidir conforme determinada prova (confissão, por exemplo), podendo
decidir da forma que entender, desde que fundamente sua decisão em
alguma das provas produzidas nos autos do processo.
Antigamente vigorava o sistema da prova tarifada, na qual as provas
tinham "pesos" diferentes, sendo a confissão considerada a "rainha das
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provas", ou seja, confessando o réu, o Juiz deveria condená-lo. Hoje não
é assim.
Para isso, às partes é conferido o direito de produzir as provas que
entendam necessárias para convencer o Juiz a acatar sua tese.
Entretanto, esse direito probatório não é ilimitado, encontrando limites
nos direitos fundamentais previstos na Constituição. Essa limitação
encontra-se no art. 5o, LVI da Constituição. Vejamos:
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Vejam que a Constituição é clara ao dizer que não se admitem no
processo as provas que tenham sido obtidas por meios ilícitos. Mas o que
seriam meios ilícitos? Seriam todos aqueles meios em que para a
obtenção da prova tenha que ser violado um direito fundamental de
alguém. POR EXEMPLO:
Imagine que Joana, que processa José por calúnia, invada sua
residência para obter documentos que comprovam a culpa de José no
crime. Ora, embora os documentos comprovem a culpa de José, pelo
modo como foram obtidos, não poderão ser utilizados no processo, pois
decorrem de violação ao direito fundamental à inviolabilidade da
residência, previsto no art. 5o, XI da Constituição:
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
^J*tom e nota!
ATENÇÃO. MEU POVO! A JurisDrudência
e Doutrina dominantes admitem a
utilização de orovas ilícitas auando
esta for a única forma de se obter a
absolvição do réu. Por exemDlo:
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Imaginem que no exemplo dado lá atrás,
José que invadisse a casa de Joana, atrás
do único documento que pode provar sua
inocência. Nesse caso, os Tribunais
admitem a utilização da prova obtida por
meio ilícito, pelo princípio da
proporcionalidade, pois, embora tenha sido
violado o direito fundamental à
inviolabilidade do domicílio de Joana,
estava em jogo, também, o direito
fundamental à liberdade de José.
VI - PRINCIPIO DA OBRIGATORIEDADE DA MOTIVAÇÃO DAS
DECISÕES JUDICIAIS
Este princípio está previsto no art. 93, IX da Constituição:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federai, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
(...)
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
Como vocês podem ver, é a própria Constituição quem determina
que os atos decisórios proferidos pelo Juiz sejam fundamentados. Desta
maneira, pode-se elevar esse princípio (motivação das decisões judiciais)
à categoria de princípio constitucional, por ter merecido a atenção da Lei
Máxima.
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Portanto, quando o Juiz indefere uma prova requerida, ou prolata a
sentença, deve fundamentar seu ato, dizendo em que fundamento se
baseia para indeferir a prova ou para tomar a decisão que tomou na
sentença (condenando ou absolvendo).
Esse princípio decorre da lógica do sistema jurídico pátrio, em que a
transparência deve vigorar. Assim, a parte (seja o acusado ou o
acusador) saberá exatamente o que se baseou o Juiz para proferir aquela
decisão e, assim, poder examinar se o Magistrado agiu dentro da
legalidade.
Aliás, esse princípio guarda estrita relação com o princípio da
Ampla Defesa, eis que a ausência de fundamentação ou a
fundamentação deficiente de uma decisão dificulta e por vezes impede a
sua impugnação, já que a parte prejudicada não tem elementos para
combatê-lo, já que não sabe seus fundamentos.
Alguns pontos controvertidos merecem destaque:
• A decisão de recebimento da denúncia ou queixa, apesar
de possuir forte carga decisória, não precisa ser
fundamentada, nos termos do CPP (STF entende que isso não
fere a Constituição);
• A fundamentação referida é constitucional
Fundamentação referida é aquela na qual um órgão do
Judiciário se remete às razões expostas por outro órgão do
Judiciário (Ex.: O Tribunal, ao julgar a apelação, mantendo a
sentença, pode fundamentar sua decisão referindo-se aos
argumentos expostos na sentença de primeira instância, sem
necessidade de reproduzi-los no corpo do Acórdão). O STF
entende que essa prática não viola o art. 93, IX da CRFB/88.
Além disso, o STF já decidiu que não viola a Constituição
sentença na qual o magistrado, no relatório, apenas se remete
ao relatório feito pelo MP em suas alegações finais;
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• As decisões proferidas pelo Tribunal do Júri não são
fundamentadas, pois os julgadores (jurados) não tem
conhecimento técnico, proferindo seu voto conforme sua
percepção de Justiça indicar.
Este princípio estabelece que os atos processuais e as decisões
judiciais serão públicas, ou seja, de acesso livre a qualquer do povo. Essa
é a regra prevista no art. 93, IX da CRFB/88:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federai, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX- todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
Percebam que a Constituição determina que os julgamentos dos
órgãos do Poder Judiciário serão públicos, mas entende-se "julgamentos"
como qualquer ato processual.
Entretanto, essa publicidade NÃO É ABSOLUTA, podendo sofrer
restrição, quando a intimidade das partes ou interesse público exigir. A
isso se chama de publicidade restrita.
De fato, em alguns casos, a intimidade do ofendido deve ser
preservada. Imaginem uma ação penal pelo crime de estupro. É natural
que a vítima peça que o processo corra em segredo de Justiça, para evitar
a exposição do fato, que, por si só, já lhe traz transtornos suficientes.
VII - PRINCIPIO DA PUBLICIDADE
(...)
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Ainda, pode ser decretada a tramitação em segredo de Justiça quando
houver interesse público que o justifique.
Essa possibilidade de restrição está prevista, ainda, no art. 5o, LX da
CRFB/88:
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Ressalto a vocês que essa publicidade pode ser restringida apenas às
partes e seus procuradores, ou somente a estes. O que isso significa?
Que alguns atos podem não ser públicos nem mesmo para a outra parte!
Sim! Imaginem que, numa audiência, a ofendida pelo crime de estupro
não queira dar seu depoimento na presença do acusado. Nada mais
natural. Assim, o Juiz poderá mandar que este se retire da sala,
permanecendo, porém, o seu advogado. Aos procuradores das partes
(advogado, membro do MP, etc.) nunca se pode negar publicidade
dos atos processuais! Gravem isso!
Essa impossibilidade de restrição da publicidade aos procuradores
das partes é decorrência natural do princípio do contraditório e da ampla
defesa, pois são os procuradores quem exercem a defesa técnica, não
podendo ser privados do acesso a nenhum ato do processo, sob pena de
nulidade.
Por fim, vale registrar que no Tribunal do Júri (que tem regras muito
específicas) o voto dos jurados é sigiloso, por expressa previsão
constitucional, caracterizando-se em mais uma exceção ao princípio. Nos
termos do art. 5o , XVIII da Constituição:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
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d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
Assim, nesse caso, não há publicidade do voto proferido pelo jurado,
mas a sessão secreta onde ocorre o julgamento pelos jurados (depósito
dos votos na urna) é acessível aos procuradores.
VIII - PRINCIPIO DA ISONOMIA PROCESSUAL ou PAR CONDITIO
O princípio da isonomia processual decorre do princípio da isonomia,
genericamente considerado, segundo o qual as pessoas são iguais
perante a lei, sendo vedadas práticas discriminatórias. Está previsto no
art. 5o da Constituição:
Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
No campo processual este princípio também irradia seus efeitos,
devendo a lei processual tratar ambas as partes de maneira igualitária,
conferindo-lhes os mesmos direitos e deveres. Por exemplo: Os prazos
recursais devem ser os mesmos para acusação e defesa, o tempo para
sustentação oral nas sessões de julgamento também devem ser idênticos,
etc.
Entretanto, é possível que a lei estabeleça algumas situações
aparentemente anti-isonômicas, a fim de equilibrar as forças dentro do
processo.
Explico: Quando a lei estabelece que a Defensoria Pública possui prazo
em dobro para recorrer, não está ferindo o princípio da isonomia, mas
está apenas corrigindo uma situação de desequilíbrio. Isso porque a
Defensoria Pública é uma Instituição absolutamente assoberbada, que
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não pode escolher se vai ou não patrocinar uma demanda. Caso o
assistido se enquadre como hipossuficiente, a Defensoria Pública deve
atuar. Um escritório de advocacia pode, por exemplo, se recusar a
patrocinar uma defesa alegando estar muito atarefado.
CUIDADO! Como o MP possui prazo em dobro para recorrer no processo
civil, muito se discutiu a respeito da aplicação de tal prerrogativa no
processo penal, até mesmo em razão do fato de a DP possuir prazo em
dobro. Contudo, o STJ firmou entendimento no sentido de que tal
prerrogativa não se aplica ao MP no processo penal:
2. O prazo em dobro para recorrer previsto no art. 188 do Código de
Processo Civil, quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério
Público, não se aplica ao feitos de natureza penal, como o presente,
onde a prerrogativa é assegurada exclusivamente à Defensoria
Pública.
3. Embargos de declaração rejeitados.
(EDcl no AgRg no RMS 36.050/PI, Rei. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA
TURMA, julgado em 22/10/2013, DJe 05/11/2013)
IX - PRINCIPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Este princípio estabelece que as decisões judiciais devem estar
sujeitas à revisão por outro órgão do Judiciário. Embora não esteja
expresso na Constituição, grande parte dos doutrinadores o aceita
como um princípio de índole constitucional, fundamentando sua tese nas
regras de competência dos Tribunais estabelecidas na Constituição, o que
deixaria implícito que toda decisão judicial deva estar sujeita a recurso,
via de regra.
Entretanto, mesmo aqueles que consideram ser este um princípio de
índole constitucional entendem que há exceções, que são os casos de
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competência originária do STF, ações nas quais não cabe recurso da
decisão de mérito (óbvio, pois o STF é a Corte Suprema do Brasil). Assim,
essa exceção não anularia o fato de que se trata de um princípio
constitucional, apenas não lhe permite ser absoluto.
O princípio da ampla defesa também é bastante citado como o
fundamento da tese de que se trata de um princípio constitucional, pois a
possibilidade de revisão da decisão judicial é circunstância necessária
para que se garanta o respeito à ampla defesa, que restaria violada caso
não se pudesse impugnar determinada decisão judicial.
Este princípio norteia a legislação processual penal
infraconstitucional, como por exemplo, pela inexigibilidade de preparo
no recurso (preparo é o valor cobrado da parte para que interponha um
recurso), bem como pela recente inovação legislativa que aboliu a
previsão do art. 595 do CPP, que determinava que o réu devesse se
recolher à prisão para apelar. Assim, entendeu-se, acertadamente, que o
direito ao duplo grau de jurisdição e à ampla defesa não podem estar
condicionados à prisão do réu.
X - PRINCIPIO DO JUIZ NATURAL E DO PROMOTOR NATURAL
A Constituição estabelece em seu art. 5o, LIII que:
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
Assim, desse dispositivo constitucional podemos extrair os Princípios
do Juiz Natural e do Promotor Natural.
O princípio do Juiz Natural estabelece que toda pessoa tem direito de
ser julgada por um órgão do Poder Judiciário brasileiro, devidamente
investido na função jurisdicional, cuja competência fora previamente
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definida. Assim, está vedada a formação de Tribunal ou Juízo de exceção,
que são aqueles criados especificamente para o julgamento de um
determinado caso. Isso não é tolerado no Brasil!
Porém, vocês não devem confundir Juízo ou Tribunal de
exceção com varas especializadas. As varas especializadas são
criadas para otimizar o trabalho do Judiciário, e sua competência
é definida abstratamente, e não em razão de um fato isolado. O
que este princípio impede é a manipulação das "regras do jogo" para se
"escolher" o Juiz que irá julgar a causa.
Assim, proposta a ação penal, ela será distribuída para um dos Juizes
com competência para julgá-la. Por exemplo: Se na comarca existem
cinco varas criminais, a ação será distribuída por sorteio a uma dessas
varas, não podendo o Promotor escolher o Juiz de sua preferência.
Já o princípio do Promotor Natural estabelece que toda pessoa
tem direito de ser acusada pela autoridade competente. Assim, é
vedada a designação pelo Procurador-Geral de Justiça de um Promotor
para atuar especificamente num determinado caso. Isso seria
simplesmente um acusador de exceção, alguém que não estava
previamente definido como o Promotor (ou um dos Promotores) que
poderia receber o caso, mas alguém que foi definido como o acusador de
um réu após a prática do fato, cuja finalidade é fazer com que o acusado
seja processado por alguém que possui determinada característica.
EXEMPLO: Imagine que José é amigo do Procurador-Geral de Justiça do
estado do Ceará. José vem a cometer um crime, cuja atribuição para
acusá-lo é de um dos 10 Promotores Criminais da Comarca de Fortaleza.
Entretanto, receoso de ser condenado, José conversa com seu amigo, o
PGJ, que designa um Promotor de sua "confiança" para atuar no caso, a
fim de que José não seja processado ou, então, seja requerida uma pena
branda. O contrário também é verdadeiro. Sendo José inimigo do PGJ,
este poderia, querendo se vingar, indicar um Promotor mais rigoroso
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para atuar em seu caso. Estas práticas são vedadas pelo Princípio do
Promotor Natural.
Entretanto, a definição de atribuições especializadas (Promotor para
crimes ambientais, crimes contra a ordem financeira, etc.) não viola este
princípio, pois não se está estabelecendo uma atribuição casuística,
apenas para determinado caso, mas uma atribuição abstrata, que se
aplicará a todo e qualquer caso semelhante.
XI - APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
O estudo da aplicabilidade da Lei Processual Penal está relacionado à
sua aptidão para produzir efeitos. Essa aptidão para produzir efeitos
está ligada a dois fatores: espacial e temporal.
Assim, a norma processual penal (como qualquer outra) vigora em
determinado lugar e em determinado tempo. Nesse sentido, devemos
analisar onde e quando a lei processual penal se aplica.
O art. I o do CPP diz o seguinte:
Art. Ia O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2a, e 100);
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, nA 17);
V - os processos por crimes de imprensa. Vide ADPF n° 130
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nas. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
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Assim, podemos perceber que o CPP adotou, como regra, o
princípio da territorialidade. O que seria esse princípio? Esse
princípio determina que a lei produzirá seus efeitos dentro do
território nacional. Simples assim!
Desta maneira, o CPP é a lei aplicável ao processo e julgamento das
infrações penais no Brasil. As regras de aplicação da Lei Penal brasileira
estão no Código Penal, mas isso não nos interessa aqui. O que nos
interessa é o seguinte: Se for caso de aplicação da Lei Penal brasileira, as
regras do processo serão aquelas previstas no CPP, em todo o território
nacional.
Portanto, não se admite a existência de Códigos Processuais
estaduais, até porque compete privativamente à União legislar sobre
direito processual, nos termos da Constituição Federal:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comerciai, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Como disse a vocês, esta é a regra! Mas toda regra possui exceções.
São elas:
A) Tratados, convenções e regras de Direito Internacional -
Quando um determinado Estado (em sentido amplo, como
sinônimo de País, Governo Soberano) exerce a Jurisdição (poder
de dizer a quem pertence o direito no caso concreto),
notadamente na seara do direito processual penal (exercício do
ius puniendi), está exercendo sua soberania. Porém, é possível
que esta soberania estatal fique afastada em algumas hipóteses,
nas quais o próprio Estado assim concorda. É o caso dos tratados
e convenções, que são acordos firmados entre diversos países
(pelo menos dois), nos quais se reconhece a lesividade de
determinados crimes e se estabelece uma forma especial de julgá-
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los. Desta maneira, quando o Brasil firma tratados no plano
internacional, poderá afastar pontualmente (apenas para aquela
hipótese) a aplicação da lei interna. É o que acontece com relação
aos diplomatas, que são imunes à legislação brasileira (penal e
processual penal), sendo julgados, pelos crimes que aqui cometer,
em seu país de origem. Essa disposição está prevista na
Convenção de Viena, que foi incorporada ao nosso ordenamento
jurídico através do Decreto n° 56.435/65.
B) Prerrogativas constitucionais do Presidente da República,
dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do
Presidente da República, e dos ministros do Supremo
Tribunal Federai, nos crimes de responsabilidade
(Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100) - Essa é a hipótese
de não-aplicação da lei processual penal no território nacional
relativa a crimes de responsabilidade, ou seja, trata-se de uma
exceção de jurisdição política. O que é isso? Determinados
crimes, relativos ao exercício da vida política, são chamados de
crimes de responsabilidade. Quando um agente político
(Presidente, Ministro de Estado, Ministro do STF) pratica uma
determinada conduta, esta pode ser tanto um crime comum
quanto um crime de responsabilidade (crime político). Nos crimes
de responsabilidade não há previsão de sanções criminais (prisão,
etc.), mas sanções políticas (perda do cargo, inelegibilidade
temporária, etc.). Em ALGUNS CASOS destes, o CPP não será
aplicado, sendo adotado um processo específico, geralmente de
competência do Poder Legislativo. Vamos ver o que diz a
Constituição:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma
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natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional n9 23, de 02/09/99)
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional n9 45, de 2004)
Vejam que a Constituição vai além do que prevê o CPP,
aumentando as hipóteses de afastamento da aplicação da lei
processual penal. Assim, ocorrendo a prática de crime de
responsabilidade por algum daqueles agentes, naquelas
circunstâncias previstas na Constituição e no CPP, não se aplicará
o CPP, mas o Regimento Interno do Senado Federal. Aqui, trata-
se de exercício da Jurisdição pelo Poder Legislativo! Apenas a
título de curiosidade (pois isso foge ao nosso objetivo aqui), os
crimes de responsabilidade estão previstos no art. 2o do Decreto-
Lei n° 201/67 e na lei 1.079/50. Cuidado! Os artigos da
Constituição mencionados no CPP estão desatualizados,
pois o CPP foi editado quando vigorava a Constituição de
1937!
C) Processos de competência da Justiça Militar - Os crimes
militares (que são definidos no art. 9o do Código Penal Militar) não
são submetidos a julgamento através do rito do CPP, mas, sendo
de competência da Justiça Militar, aplica-se o Código de
Processo Penai Militar. Os crimes militares podem ser próprios
(aqueles que só estão previstos no COM), ou impróprios (estão
previstos também no Código Penal, mas em determinadas
circunstâncias são considerados militares. Por exemplo: Quando
praticado por militar em serviço ou dentro de estabelecimento
militar). Ocorrendo uma destas hipóteses, estaremos diante de
crime militar, cuja competência para julgamento é da Justiça
Militar, motivo pelo qual se afasta a aplicação do CPP! Cuidado!
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Nessa hipótese> não se aplica o CPP nem mesmo de
maneira subsidiária!
D) Processos de Competência de Tribunal Especial - Essa
previsão não mais vigora, pois, com o advento da Constituição de
1988, houve a abolição expressa de toda e qualquer possibilidade
de existência de Tribunais de Exceção (especiais). Esses Tribunais
eram formados apenas para o julgamento de determinado crime,
após seu cometimento, ou seja, uma violação clara ao já estudado
princípio do Juiz Natural!
E) Processos relativos a crimes de imprensa - Esta disposição é
muito polêmica! A maioria da Doutrina entende que esse
dispositivo do CPP foi revogado pela Lei 5.250/67 (posterior ao
CPP), que prevê a aplicação do CPP se forma subsidiária nos
crimes de imprensa. Ou seja, em se tratando de crime de
imprensa, aplicam-se as regras estabelecidas na Lei própria.
Entretanto, havendo alguma lacuna, usa-se a regra geral
estabelecida pelo CPP para o caso. Assim, havendo previsão de
aplicação do CPP, ainda que de maneira subsidiária, não há que se
falar em exceção ao princípio da territorialidade. Devo frisar a
vocês, ainda, que o STF, em decisão na ADPF 130-7/DF,
considerou inconstitucionais diversos dispositivos da Lei de
Imprensa, por considerá-la fora dos padrões de Democracia
brasileiros, o que nos leva a crer que o STF corrobora o
entendimento de que o CPP aplica-se nestes casos, ainda
que subsidiariamente.
Assim, o CPP aplica-se aos crimes cometidos no território nacional
(princípio da territorialidade), assim considerados aqueles cuja ação ou
omissão ocorreu no Brasil, ou ainda, aqueles cujo resultado aqui ocorreu
(teoria da ubiquidade do lugar do crime), ressalvadas as hipóteses legais
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e constitucionais nas quais o CPP só se aplica subsidiariamente e aquelas
nas quais ele não se aplica nem mesmo de maneira subsidiária.
XII - APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
Nos termos do art. 2o do CPP:
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
Por este artigo podemos extrair o princípio do tempus regit actum,
também conhecido como princípio do efeito imediato ou aplicação
imediata da lei processual. Este princípio significa que a lei processual
regulará os atos processuais praticados a partir de sua vigência, não se
aplicando aos atos já praticados.
Esta é a regra de aplicação temporal de toda e qualquer lei, meus
caros, ou seja, produção de efeitos somente para o futuro. Caso
contrário, o caos seria instalado!
Assim, vocês devem ter muito cuidado! Ainda que o processo tenha
se iniciado sob a vigência de uma lei, sobrevindo outra norma, alterando
o CPP (ainda que mais gravosa ao réu), esta será aplicada aos atos
futuros. Ou seja, a lei nova não pode retroagir para alcançar atos
processuais já praticados, MAS SE APLICA AOS PROCESSOS EM
CURSO!
Esta possibilidade não ofende o art. 5o, XL da Constituição Federal,
que diz:
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
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Não ofende, pois não se trata de retroatividade da lei. Mais que isso,
esse dispositivo não se aplica às normas puramente processuais.
Vamos dar um exemplo: Imaginemos que uma pessoa responda pelo
crime de homicídio. Nesse caso, a Lei prevê dois recursos, "A" e "B".
Durante o processo surge uma lei alterando o CPP e excluindo a
possibilidade de interposição do recurso "B", ou seja, é prejudicial ao réu.
Nesse caso, trata-se de norma puramente processual, e a aplicação da lei
nova será imediata. Entretanto, se o acusado já tiver interposto o recurso
"B", a lei nova não terá o condão de fazer com que o recurso deixe de ser
julgado, pois se trata de ato processual já praticado (interposição do
recurso), devendo o Tribunal apreciá-lo.
Ocorre, porém, que dentro de uma lei processual pode haver normas
de natureza material. Como assim? Uma lei processual pode estabelecer
normas que, na verdade, são de Direito Processual, pois criam ou extinguem
direito do indivíduo, relativos à sua liberdade, etc. Nesses casos de leis
materiais, inseridas em normas processuais (e vice-versa), ocorre
o fenômeno da heterotopia.
Em casos como este, o difícil é saber identificar qual regra é de
direito processual e qual é de direito material (penal). Porém, uma vez
identificada a norma como sendo uma regra de direito material, sua
aplicação será regulada pelas normas atinentes à aplicação da lei penal no
tempo, inclusive no que se refere à possibilidade de eficácia retroativa
para benefício do réu.
Diferentemente das normas heterotópicas (que são ou de direito
material ou de direito processual, mas inseridas em lei de natureza
diversa), existem normas mistas, ou híbridas, que são aquelas que
são, ao mesmo tempo, normas de direito processual e de direito
material.
Vou dar um exemplo:
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional,
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podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei n9 9.271, de 17.4.1996)
Nesse caso acima, temos uma norma que possui conteúdo misto (ou
híbrido). A primeira parte trata da suspensão do processo
(natureza processual) e a segunda trata da suspensão do prazo
prescricional (natureza material).
Como vocês podem ver, trata-se de norma que alterou o Código
Processual Penal em 1996. Imaginemos que quando do advento desta lei
que alterou o CPP tramitasse um processo no qual o acusado foi citado
por edital e não apresentou resposta. A lei não previa nem a suspensão
do processo nem a do prazo prescricional. Nesse sentido, poderiamos
aplicar a lei? Os Tribunais entenderam que a parte processual até
poderia ser aplicada aos processos em curso (suspensão do processo),
mas a parte material não poderia ser aplicada (suspensão do prazo
prescricional), por ser prejudicial ao réu.
Já disse a vocês que a norma processual penal, como qualquer outra,
possui eficácia imediata, para o futuro. Isso se chama de atividade da lei.
Entretanto, em alguns casos, a lei pode produzir efeitos fora do
seu período de vigência (que começa com a entrada em vigor e
termina com sua revogação). Nesse caso, teremos o que se chama de
extratividade, ou seja, atividade fora (do período de vigência).
A extra tivida de, por sua vez, pode se dar na forma de
retroatividade ou de ultratividade. A primeira ocorre quando uma lei
atinge fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor. Já a segunda ocorre
quando uma lei é aplicada a fatos que ocorreram mesmo após sua
revogação (saída do mundo jurídico).
Quando a lei processual penal traz conteúdo de direito material
(estabelecimento de regime prisional, livramento condicional, extinção de
punibilidade), poderá ser aplicada a crimes cometidos antes de sua
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vigência (eficácia retroativa). Mais que isso: Por ser benéfica ao réu, caso
seja revogada por uma norma que preveja situação mais gravosa (regime
prisional prejudicial, prazo prescricional maior), a lei antiga (já revogada)
continuará a reger aqueles fatos (ultratividade da lei).
P R E S T E
atenção
CUIDADO! No que se refere às normas
relativas à execução penal (cumprimento
de pena, saídas temporárias, etc.), a
Doutrina diverge quanto à sua natureza. Há
quem entenda tratar-se de normas de
direito material, há quem as considere
como normas de direito processual.
Entretanto, para nós, o que importa é o que
o STF e o STJ pensam! E eles entendem
que se trata de norma de direito material.
Assim, se uma lei nova surge, alterando o
regime de cumprimento da pena,
beneficiando o réu, ela será aplicada aos
processos em fase de execução, por ser
considerada norma de direito material.
XIII - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CPP
O art. 3o do CPP diz:
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
Vamos explicar, assim, o que seriam interpretação extensiva,
aplicação analógica e princípios gerais do Direito.
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A interpretação extensiva é uma atividade na qual o intérprete
estende o alcance do que diz a lei, em razão de sua vontade (vontade
da lei) ser esta. No crime de extorsão mediante sequestro, por exemplo,
é lógico que a lei quis incluir, também, extorsão mediante cárcere
privado. Assim, faz-se uma interpretação extensiva, que pode ser
aplicada sem que haja violação ao princípio da legalidade, pois, na
verdade, a lei diz isso, só que não está expresso em seu texto. A Doutrina
processualista diverge um pouco com relação a isso. Embora o CPP
admita expressamente sua possibilidade de aplicação, há doutrinadores
que entendem que no caso de se tratar de norma mista, ou norma
puramente material inserida em lei processual, não caberá interpretação
extensiva em prejuízo do réu.
A aplicação analógica, por sua vez, é bem diferente. Como o nome
diz, decorre da analogia, que é o mesmo que comparação. Assim, essa
forma de integração da lei penal somente será utilizada quando
não houver norma disciplinando determinando caso. Nesta situação,
utiliza-se uma norma aplicável a outro caso, considerado semelhante.
Na aplicação analógica, o Juiz aplica a um caso uma norma que não
foi originariamente prevista para tal, e sim para um caso semelhante.
A grande questão é saber o que se enquadra como "caso
semelhante". Para isso, a Doutrina elenca três fatores que devem ser
respeitados:
• Semelhança essencial entre os casos (previsto e não
previsto pela norma). Desprezam-se as diferenças não
essenciais.
• Igualdade de valoração jurídica das hipóteses
• Igualdade de circunstâncias ou igualdade de razão
jurídica de ambos os institutos
A Doutrina entende, ainda, que no caso de aplicação analógica
(analogia) in malam partem, não pode haver lesão a conteúdos de
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natureza material (penal), pois não se admite analogia in matam partem
no Direito Processual.
Já os princípios gerais do Direito são regras de integração da lei,
ou seja, de compiementação de lacunas. Assim, quando não se
vislumbrar uma lei que possa reger adequadamente o caso concreto, o
CPP admite a aplicação dos princípios gerais do Direito. Esses princípios
gerais do Direito são inúmeros, e são aqueles que norteiam a atividade de
aplicação do Direito.
Como exemplo, imaginemos que uma lei estabeleça a participação
das partes (autor e réu) em determinado ato processual. Se a lei nada
disser em relação a ordem de participação das partes no ato processual,
deve-se permitir que a defesa atue por último, pois é de conhecimento
geral daqueles que aplicam o Direito que a defesa deve falar por último
no processo, a fim de que possa se defender plenamente dos fatos que
lhe são imputados.
RESUMO DA AULA
FIQUEatento!
1. PRINCÍPIOS
• NE PROCEDAT IUDEX EX OFFICIO - Também chamado de
princípio da inércia, prega que o Juiz não deve se movimentar
para dar início ao processo, pois isso cabe ao acusador, que
na ação penal pública é o MP, e na ação penal privada é o
ofendido. Isso consagra a adoção do SISTEMA
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ACUSATORIO, em contraposição ao sistema inquisitivo, não
adotado em regra. ESTE PRINCÍPIO NÃO IMPEDE QUE O
JUIZ DETERMINE A REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS, EM
HOMENAGEM AO PRINCÍPIO DA VERDADE REAL;
• DEVIDO PROCESSO LEGAL - Prega que alguém só pode
ser privado de sua liberdade ou de seus bens após ser
devidamente processado em processo que respeite as
normas constitucionais e legais. Divide-se basicamente em
CONTRADITÓRIO e AMPLA DEFESA. O contraditório é, em
resumo, o direito que cada parte tem de poder se manifestar
sempre que a outra parte se manifeste. A ampla defesa prega
que aqueles que estão sendo acusados devem poder se
defender de todas as formas possíveis, não sendo possível
restringir o direito de defesa. O postulado da ampla defesa
engloba a defesa técnica [= prestada por profissional
habilitado] e a autodefesa [= realizada pelo próprio acusado,
por exemplo, quando se manifesta no interrogatório]. NO
INQUÉRITO POLICIAL NÃO HÁ CONTRADITÓRIO.
• PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA - Ninguém pode ser
considerado culpado antes que seja condenado por sentença
da qual não caiba mais recurso. Isso gera a obrigação de que
o acusador PROVE a culpa do réu, já que este é,
presumidamente, inocente. A existência de prisões
cautelares (no curso do processo) NÃO OFENDE ESTE
PRINCÍPIO, pois não se fundamentam na culpa do réu, mas
em possível risco ao processo (cautelaridade). Quanto à
posição do STF e do STJ sobre temas específicos deste
princípio, ver quadrinho da pág. 19;
• VEDAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE PROVAS ILÍCITAS -
Nenhuma prova obtida por meio ilícito pode ser utilizada no
processo. Dentre estas provas ilícitas incluem aquelas que,
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embora lícitas, originam-se de um ato ilícito [= ilícitas por
derivação]. A Jurisprudência, no entanto, tem admitido a
utilização destas provas quando for a única forma de o réu
PROVAR SUA INOCÊNCIA.
• NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES
JUDICIAIS - Todas as decisões do Judiciário devem ser
devidamente fundamentadas, sob pena de nulidade, até em
respeito ao princípio da ampla defesa, para possibilitar que o
prejudicado possa recorrer da decisão. CUIDADO: 1)
Decisão de recebimento da inicial acusatória não precisa ser
fundamentada; 2) Fundamentação referida é constitucional;
3) Decisões do Júri não são fundamentadas;
• PUBLICIDADE - Os atos do processo devem ser públicos,
mas essa publicidade não é irrestrita, podendo ser restringida
em alguns casos [= preservação da intimidade ou para a
perfeita realização do ato], inclusive em relação às partes no
processo, MAS NUNCA AOS PATRONOS DAS PARTES.
DECISÃO DO JÚRI É SIGILOSA;
• ISONOMIA PROCESSUAL - Diz que todas as partes devem
ser tratadas de maneira equânime no processo. Essa
isonomia busca a igualdade material [= tratar iguais
igualmente e desiguais desigualmente], de forma que a
previsão de prazos diferenciados para determinadas partes
não viola este princípio;
• DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO - Os atos judiciais devem
estar sujeitos à revisão por outro órgão do Judiciário. NÃO É
UM PRINCÍPIO EXPRESSO NA CONSTITUIÇÃO;
• JUIZ NATURAL E PROMOTOR NATURAL - Toda pessoa
tem o direito de ser processada [= promotor natural] e
julgada [= Juiz natural] por órgão do Estado previamente
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designado para tal, sendo vedada a formação de Tribunais de
exceção, ou seja, para julgamento de apenas determinado
fato, após a sua prática. O princípio do Promotor natural não
é unânime na Doutrina. A existência de VARAS
ESPECIALIZADAS não ofende este princípio, pois não
violação à imparcialidade do Juiz, já que se trata apenas de
divisão funcional de tarefas.
2. APLICACÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
• TEMPUS REGIT ACTUM - A norma processual nova se
aplica aos fatos praticados antes de sua vigência, desde que
o processo ainda esteja em curso, sendo aplicada somente
aos atos processuais ainda não praticados, ou seja, aplica-se
imediatamente aos processos em curso, daquele momento
em diante;
• HETEROTOPIA - No caso de normas de Direito Material
dentro de uma lei processual, essa norma material não possui
aplicação imediata, seguindo a regra de aplicação da lei penal
[= retroatividade somente se benéfica ao réu];
• NORMAS MISTAS - São normas que mesclam aspectos de
direito material e aspectos de direito processual. Segundo os
Tribunais superiores, a parte de Direito material não poderia
ser aplicada aos fatos criminosos já praticados, mas a parte
de direito processual sim, aplicando-se, portanto, ao processo
em curso.
• PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE - O CPP é aplicável a
todo e qualquer crime praticado no território nacional, salvo:
1) Processos de julgamento de CRIMES MILITARES 2)
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Crimes de RESPONSABILIDADE; 3) Exceções previstas em
TRATADOS INTERNACIONAIS; 4) Crimes de IMPRENSA.
• DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CPP - Admite-se a
utilização de INTERPRETAÇÃO EXTENSIVAf APLICAÇÃO
ANALÓGICA E PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO.
QUESTÕES PARA PRATICAR
HORA DE
praticar!
01 - (TJ-SC - 2009 - TJ-SC - ANALISTA JURÍDICO)
Segundo De Plácido e Silva, os "princípios jurídicos, sem dúvida,
significam os pontos básicos, que servem de ponto de partida ou de
elementos vitais do próprio Direito. Indicam o alicerce do Direito."
(Vocabulário Jurídico. 28 ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2009. p.
1091)
Tendo em mira o trecho acima transcrito, mormente os seus
conhecimentos sobre a matéria, julgue as proposições a seguir:
I. Decorre do princípio da presunção de inocência a imputação do ônus da
prova à acusação.
II. Em razão do princípio da soberania dos veredictos, não pode o
Tribunal reformar a decisão, apenas designar um novo júri.
III. O Juiz deve ser previamente designado previamente, por lei, sendo
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vedado o Tribunal de Exceção, conforme preleciona o princípio do Juiz
Natural.
IV. De toda alegação fática ou de direito e das provas apresentadas tem o
adverso o direito de se manifestar, tendo em vista o que preleciona o
princípio do contraditório.
A) Todas as proposições estão corretas.
B) Todas as proposições estão incorretas.
C) As proposições II, III e IV estão corretas.
D) As proposições I, II e III estão corretas.
E) As proposições I, III e IV estão corretas.
02 - (CESPE - 2008 - TJ-SE - JUIZ DE DIREITO)
Os princípios constitucionais aplicáveis ao processo penal incluem
A) a publicidade.
B) a verdade real.
C) a identidade física do juiz.
D) o favor rei.
E) a indisponibilidade.
03 - (FCC - 2011 - NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO -
ADVOGADO)
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A regra que, no processo penal, atribui à acusação, que apresenta a
imputação em juízo através de denúncia ou de queixa- crime, o ônus da
prova é decorrência do princípio
A) do contraditório.
B) do devido processo legal.
C) do Promotor natural.
D) da ampla defesa.
E) da presunção de inocência.
04 - (MPE-SP - 2006 - MPE-SP - PROMOTOR DE JUSTIÇA)
Assinale a afirmação incorreta.
A) 0 direito à ampla defesa abrange a autodefesa
B) A retirada do réu da sala de audiência não precisa ser motivada pelo
juiz.
C) 0 direito de o réu estar presente à produção da prova testemunhai
decorre do direito à autodefesa.
D) 0 direito à autodefesa é renunciável.
E) A retirada do réu da sala de audiência, quando sua presença ou atitude
possa prejudicar a verdade do depoimento, não viola o direito à
autodefesa.
05 - (VUNESP - 2008 - DPE-MS - DEFENSOR PÚBLICO)
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O princípio da publicidade
A) não tem aplicabilidade no direito processual penal brasileiro, visto que
não está previsto na Constituição Federal.
B) é aquele que garante à imprensa acesso a todas as informações
processuais, em nome do interesse público.
C) é regra geral no sistema processual do tipo acusatório.
D) manifesta-se claramente nos atos praticados durante a feitura do
inquérito policial, em razão da natureza inquisitiva da referida peça
informativa.
06 - (FCC - 2009 - MPE-SE - TÉCNICO DO MP - ÁREA
ADMINISTRATIVA)
A condenação de um réu sem defensor viola o princípio
A) da oficialidade.
B) da publicidade.
C) do juiz natural.
D) da verdade real.
E) do contraditório.
07 - (FCC - 2009 - TJ-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA)
A Constituição Federal NÃO prevê expressamente o princípio
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Estratégiat O N C U Ü i O S * '
A) da publicidade.
B) do duplo grau de jurisdição.
C) do contraditório.
D) da presunção da inocência.
E) do juiz natural.
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08 - (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA PROCESSUAL)
Dispõe o art. 5o, inciso XXXVII da Constituição da República Federativa do
Brasil que "Não haverá juízo ou Tribunal de exceção; inciso LIII ?
Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente". Tais disposições consagram o princípio
A) da presunção de inocência.
B) da ampla defesa.
C) do devido processo legal.
D) da dignidade.
E) do juiz natural.
09 - (FGV - 2008 - TJ-MS - JUIZ DE DIREITO)
Relativamente aos princípios processuais penais, é incorreto afirmar que:
A) o princípio da presunção de inocência recomenda que em caso de
dúvida o réu seja absolvido.
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B) o princípio da presunção de inocência recomenda que processos
criminais em andamento não sejam considerados como maus
antecedentes para efeito de fixação de pena.
C) os princípios do contraditório e da ampla defesa recomendam que a
defesa técnica se manifeste depois da acusação e antes da decisão
judicial, seja nas alegações finais escritas, seja nas alegações orais.
D) o princípio do juiz natural não impede a atração por continência nos
casos em que o co-réu possui foro por prerrogativa de função quando o
réu deveria ser julgado por um juiz de direito de primeiro grau.
E) o princípio da vedação de provas ilícitas não é absoluto, sendo
admissível que uma prova ilícita seja utilizada quando é a única disponível
para a acusação e o crime imputado seja considerado hediondo.
10 - (FCC - 2008 - TCE/AL - PROCURADOR)
Em relação à lei processual penal no tempo, em caso de lei nova, a regra
geral consiste na sua aplicação
A) imediata, independentemente da fase em que o processo em
andamento se encontre.
B) imediata, somente em relação aos processos que se encontrem na fase
instrutória.
C) somente a processos futuros, ainda que por fatos anteriores.
D) somente a processos futuros e sobre fatos posteriores.
E) imediata ou a processos futuros conforme decisão fundamentada do
juiz em cada caso.
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11 - (FCC - 2009 - TJ/MS - JUIZ)
A lei processual penal
A) tem aplicação imediata apenas nos processos ainda não instruídos.
B) tem aplicação imediata apenas se beneficiar o acusado.
C) é de aplicação imediata, sem prejuízo de validade dos atos já
realizados.
D) vigora desde logo e sempre tem efeito retroativo.
E) é aplicável apenas aos fatos ocorridos após a sua vigência.
12 - (FCC - 2008 - MPE/CE - PROMOTOR)
Quanto à eficácia temporal, a lei processual penal
A) aplica-se somente aos fatos criminosos ocorridos após a sua vigência.
B) vigora desde logo, tendo sempre efeito retroativo.
C) tem aplicação imediata, sem prejuízo da validade dos atos já
realizados.
D) tem aplicação imediata nos processos ainda não instruídos.
E) não terá aplicação imediata, salvo se para beneficiar o acusado.
13 - (FCC - 2009 - TJ/PA - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA)
A nova lei processual penal
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A) é de incidência imediata, pouco importando a fase em que esteja o
processo.
B) não é aplicável aos processos, ainda em curso, iniciados na vigência da
lei processual anterior.
C) não é aplicável aos processos de rito ordinário, ainda em andamento,
quando de sua vigência.
D) é aplicável, inclusive, aos processos já findos.
E) é aplicável somente aos processos, ainda em curso, da competência do
Tribunal do Júri.
14 - (VUNESP - 2010 - FUNDAÇÃO CASA - ANALISTA
ADMINISTRATIVO - DIREITO)
No que concerne à lei processual penal, considere as seguintes
assertivas:
I. aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados
sob a vigência da lei anterior;
II. não admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica;
III. admitirá o suplemento dos princípios gerais de direito.
É correto o que se afirma em
A) III, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) todas as assertivas.
15 - (FCC - 2013 - TJ/PE - TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS)
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Sobre a aplicação da lei processual penal e a interpretação no processo
penal, é INCORRETO afirmar:
a) A legislação brasileira segue o princípio da territorialidade para a
aplicação das normas processuais penais.
b) O princípio da territorialidade na aplicação da lei processual penal
brasileira pode ser ressalvado por tratados, convenções e regras de
direito internacional.
c) A lei processual penal aplica-se desde logo, sem prejuízo da validade
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
d) A norma processual penal mista constitui exceção à regra da
irretroatividade da lei processual penal.
e) No processo penal, assim como no Direito Processual, é sempre
ãtfmiibKÉàaação extensiva e aplicação analógica das normas.
16 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR)
Sansão Herculano, brasileiro, médico veterinário, maior de idade, foi
preso em flagrante delito e levado à Delegacia de Polícia. Segundo o que
estabelece a Constituição Federal, Sansão tem os seguintes direitos:
a) a assistência da família e de um advogado, cela especial por ter curso
superior e uma ligação telefônica para pessoa por ele indicada.
b) ser criminalmente identificado, mesmo se possuir identificação civil,
cela especial em razão de ter curso superior e assistência de um
advogado.
c) avistar-se pessoalmente com o promotor de justiça, entrar em contato
com uma pessoa da família ou quem ele indicar e assistência de um
advogado ou defensor público.
d) relaxamento imediato de sua prisão se ela foi ilegal, permanecer
calado e cela especial privativa.
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e) permanecer calado, identificação dos responsáveis por sua prisão e que
o juiz e sua família sejam imediatamente comunicados sobre sua prisão.
17 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - AGENTE)
Conforme estabelece a Constituição Federal, o preso tem direitos
expressamente previstos no Texto Maior, sendo um deles o seguinte:
a) de ser identificado criminalmente, mesmo se já identificado civilmente.
b) assistência da família.
c) sala especial se tiver curso superior.
d) liberdade mediante fiança, independentemente do crime que cometeu.
e) avistar-se pessoalmente com o Promotor de Justiça.
18 - (ESAF - 2004 - CGU - ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE -
ÁREA - CORREIÇÃO - PROVA 3)
Ao ser interrogado, "B" confessa a autoria do crime, diz que está
arrependido e que concorda com a condenação que vier a ser imposta,
dispensando em razão disso qualquer defesa em seu favor. 0 juiz
a) não pode concordar com a vontade do acusado, porque haveria
violação ao princípio da imparcialidade.
b) pode concordar com a vontade do acusado, porque a confissão
dispensa a produção de outras provas.
c) não pode concordar com a vontade do acusado, porque haveria
violação ao princípio da mais ampla defesa.
d) pode concordar com a vontade do acusado, porque a defesa técnica é
disponível.
e) não pode concordar com a vontade do acusado, porque haveria
violação ao princípio do juiz natural.
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QUESTÕES COMENTADAS
01 - (TJ-SC - 2009 - TJ-SC - ANALISTA JURÍDICO)
Segundo De Plácido e Silva, os "princípios jurídicos, sem dúvida,
significam os pontos básicos, que servem de ponto de partida ou
de elementos vitais do próprio Direito. Indicam o alicerce do
Direito." (Vocabulário Jurídico. 28 ed. Rio de Janeiro: Editora
Forense, 2009. p. 1091)
Tendo em mira o trecho acima transcrito, mormente os seus
conhecimentos sobre a matéria, julgue as proposições a seguir:
I. Decorre do princípio da presunção de inocência a imputação do
ônus da prova à acusação.
CORRETA: Como nós estudamos, a presunção de inocência, ou estado de
inocência, determina que o acusado é inocente até que haja sentença
penal transitada em julgado contra si. Assim, o réu inicia o processo
inocente, cabendo ao acusador comprovar sua culpa.
II. Em razão do princípio da soberania dos veredictos, não pode o
Tribunal reformar a decisão, apenas designar um novo júri.
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CORRETA: A decisão proferida no Tribunal do Júri é soberana, cabendo
recursos em poucas hipóteses e, no caso de o Tribunal verificar
ilegalidade, deverá anular a decisão e determinar seja formado um novo
júri, não podendo reformar a decisão.
III. O Juiz deve ser designado previamente, por lei, sendo vedado
o Tribunal de Exceção, conforme preleciona o princípio do Juiz
Natural.
CORRETA: O princípio do Juiz natural veda a formação de Tribunais ou
Juízos de exceção, casuisticamente, para atender a determinada intenção
de quem quer que seja. Assim, toda pessoa tem direito a ser processada
e julgada por autoridade previamente definida em lei, nos termos do art.
5o, LIII da CRFB/88.
IV. De toda alegação fática ou de direito e das provas
apresentadas tem o adverso o direito de se manifestar, tendo em
vista o que preleciona o princípio do contraditório.
CORRETA: O princípio do contraditório determina que às partes (tanto
acusado quanto acusador) deva ser dada ciência dos fatos alegados e
provas juntadas aos autos pela outra parte, abrindo-se prazo para
contradita-los.
A) Todas as proposições estão corretas.
B) Todas as proposições estão incorretas.
C) As proposições II, III e IV estão corretas.
D) As proposições I, II e III estão corretas.
E) As proposições I, III e IV estão corretas.
GABARITO: LETRA A
02 - (CESPE - 2008 - TJ-SE - JUIZ DE DIREITO)
Os princípios constitucionais aplicáveis ao processo penal incluem
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A) a publicidade.
CORRETA: O princípio da publicidade está expressamente previsto no art.
93, IX da Constituição Federal.
B) a verdade real.
ERRADA: A verdade real não é um princípio previsto constitucionalmente,
embora seja um princípio do processo penal.
C) a identidade física do juiz.
ERRADA: A identidade física do Juiz é o princípio do processo penal
segundo o qual o Juiz que presidiu a audiência de instrução e julgamento
deverá proferir a sentença. Entretanto, não está previsto na Constituição.
D) o favor rei.
ERRADA: O favor rei ou favor libertatis, embora decorra logicamente do
princípio da presunção de inocência, está previsto implicitamente no art.
386, VII do CPP, mas não na Constituição Federal.
E) a indisponibilidade.
ERRADA: A indisponibilidade é o princípio pelo qual entende-se que o MP
não pode dispor da Ação Penal, ou seja, havendo prova da materialidade
do delito, e indícios de sua autoria, deverá o MP oferecer denúncia. Na
Ação Penal Privada, ao contrário, vige o princípio da oportunidade,
cabendo ao ofendido escolher se oferece ou não a queixa. Este princípio
não está expressamente previsto na Constituição.
GABARITO: LETRA A
03 - (FCC - 2011 - NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO -
ADVOGADO)
A regra que, no processo penal, atribui à acusação, que apresenta
a imputação em juízo através de denúncia ou de queixa- crime, o
ônus da prova é decorrência do princípio
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A) do contraditório.
ERRADA: 0 contraditório determina a necessidade de dar-se ciência a
uma parte quando a outra se manifestar no processo.
B) do devido processo legal.
ERRADA: O devido processo legal determina que o acusado só poderá
ser condenado após ser adotado todo o procedimento previsto na lei
processual, dentro de um processo conduzido por um Juiz devidamente
investido na função jurisdicional e cuja competência tenha sido
previamente definida por lei,
C) do Promotor natural.
ERRADA: O princípio do Promotor Natural determina que toda pessoa
tem direito de ser acusada por um órgão do Estado cuja atribuição tenha
sido previamente definida em lei.
D) da ampla defesa.
ERRADA: A ampla defesa significa que à parte acusada deve ser
garantido o direito de produzir todas as provas que entender necessárias
à comprovação de sua inocência, bem como de recorrer das decisões
judiciais que lhe forem desfavoráveis, além do direito de ser patrocinado
por profissional habilitado, inclusive Defensor Público, se não puder
pagar, e de exercer, ele próprio, a autodefesa.
E) da presunção de inocência.
CORRETA: Da presunção de inocência (ou não-culpabilidade) decorre que
aquele que acusa deverá provar suas alegações acusatórias, a fim de
demonstrar a culpa do acusado que, de início, é considerado inocente.
GABARITO: LETRA E
04 - (MPE-SP - 2006 - MPE-SP - PROMOTOR DE JUSTIÇA)
Assinale a afirmação incorreta.
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A) O direito à ampla defesa abrange a autodefesa.
CORRETA: A autodefesa é uma das espécies de defesa de que o réu
dispõe, sendo a outra a defesa técnica, que é aquela realizada por
profissional do Direito devidamente habilitado.
B) A retirada do réu da sala de audiência não precisa ser motivada
pelo juiz.
ERRADA: Como vimos, um dos princípios constitucionais do processo
penal é a publicidade. Vimos, ainda, que essa publicidade pode ser
restringida às partes e seus procuradores ou somente a estes últimos
(art. 93, IX da CRFB/88). Entretanto, para que o Juiz determine a
restrição da publicidade, em qualquer caso, deverá motivar, fundamentar
sua decisão, sob pena de estar agindo arbitrariamente, violando o devido
processo legal.
C) O direito de o réu estar presente à produção da prova
testemunhai decorre do direito à autodefesa.
CORRETA: Conforme estudamos, a autodefesa é aquela exercida
pessoalmente pelo réu. Assim, o direito que o réu possui de presenciar a
produção de provas e se manifestar, se for o caso, decorre do direito à
autodefesa.
D) O direito à autodefesa é renunciável.
CORRETA: Como disse a vocês, embora o direito à autodefesa deva ser
garantido ao réu pelo Juiz, o réu não é obrigado a exercê-lo.
Diferentemente do que ocorre no direito à defesa técnica, que é
obrigatoriamente exercido, sob pena de nulidade.
E) A retirada do réu da sala de audiência, quando sua presença ou
atitude possa prejudicar a verdade do depoimento, não viola o
direito à autodefesa.
CORRETA: De fato, estudamos que a publicidade pode ser restringida,
em casos excepcionais. Um deles é quando a presença do réu é
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prejudicial ao processo, como no caso da questão. Nesse caso,
prevalecerá o interesse público da busca da verdade em detrimento da
autodefesa do réu que, LEMBREM-SE, DEVERÁ TER SEU PROCURADOR
PRESENTE, pois a defesa técnica não pode ser restringida.
GABARITO: LETRA B
05 - (VUNESP - 2008 - DPE-MS - DEFENSOR PÚBLICO)
O princípio da publicidade
A) não tem aplicabilidade no direito processual penal brasileiro,
visto que não está previsto na Constituição Federal.
ERRADA: O princípio da publicidade aplica-se ao processo penal, estando
previsto no art. 93, IX da Constituição Federal.
B) é aquele que garante à imprensa acesso a todas as informações
processuais, em nome do interesse público.
ERRADA: O princípio da publicidade não garante apenas à imprensa o
acesso às informações do processo, mas a qualquer pessoa.
C) é regra geral no sistema processual do tipo acusatório.
CORRETA: No sistema acusatório, corolário do Estado Democrático de
Direito, a publicidade deve imperar, dentre outros princípios
democráticos, como o Juiz Natural, etc. No sistema inquisitivo, típico de
Estados autoritários, vigoram princípios como o sigilo, Tribunal de
exceção, etc.
D) manifesta-se claramente nos atos praticados durante a feitura
do inquérito policial, em razão da natureza inquisitiva da referida
peça informativa.
ERRADA: Estudaremos mais o Inquérito Policial na aula própria, mas já
posso adiantar que o IP possui natureza inquisitiva, mas isso não é ilegal,
pois o Inquérito não visa a condenar ninguém, mas apenas à colheita de
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elementos de prova. Assim, o Inquérito Policial é predominantemente
sigiloso.
GABARITO: LETRA C
06 - (FCC - 2009 - MPE-SE - TÉCNICO DO MP - ÁREA
ADMINISTRATIVA)
A condenação de um réu sem defensor viola o princípio
A) da oficialidade.
ERRADA: Viola o princípio da ampla defesa e do contraditório, nos
termos do art. 5o, LV da Constituição.
B) da publicidade.
ERRADA: Viola o princípio da ampla defesa e do contraditório, nos
termos do art. 5o, LV da Constituição.
C) do juiz natural.
ERRADA: Viola o princípio da ampla defesa e do contraditório, nos
termos do art. 5o, LV da Constituição. O Juiz Natural seria violado em
caso de julgamento por Juiz casuisticamente escolhido para o caso.
D) da verdade real.
ERRADA: A verdade real é o princípio pelo qual no processo penal deve-
se buscar saber o que de fato ocorreu, a verdade real. O julgamento seu
defensor, portanto, não viola a verdade real, mas o princípio da ampla
defesa e do contraditório, nos termos do art. 5o, LV da Constituição.
E) do contraditório.
CORRETA: O julgamento do acusado sem defensor viola o princípio do
contraditório e da ampla defesa, até mais este do que aquele, pois é
direito de todo acusado a ser defendido por profissional do Direito
devidamente habilitado, inclusive Defensor Público, caso não tenha meios
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de arcar com as despesas de advogado particular, nos termos do art. 5o,
LXXIV da Constituição. Essa é a chamada defesa técnica.
GABARITO: LETRA E
07 - (FCC - 2009 - TJ-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA)
A Constituição Federal NÃO prevê expressamente o princípio
A) da publicidade.
ERRADA: Possui previsão expressa no art. 93, IX da Constituição
Federal.
B) do duplo grau de jurisdição.
CORRETA: O princípio do duplo grau de jurisdição, embora reconhecido
pela Doutrina, não está expressamente previsto na CRFB/88, mas
implícito nas regras definidoras de competência dos Tribunais e, ainda,
por decorrência lógica do princípio da ampla defesa.
C) do contraditório.
ERRADA: O princípio do contraditório está expressamente previsto no
art. 5o, LV da Constituição.
D) da presunção da inocência.
ERRADA: O princípio da presunção de inocência (ou estado de inocência)
tem previsão expressa no art. 5o, LVII da Constituição Federal.
E) do juiz natural.
ERRADA: Este princípio está expressamente previsto no art. 5o, LIII da
Constituição Federal.
GABARITO: LETRA B
08 - (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA PROCESSUAL)
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Dispõe o art. 5o, inciso XXXVII da Constituição da República
Federativa do Brasil que "Não haverá juízo ou Tribunal de
exceção; inciso LIII: "Ninguém será processado nem sentenciado
senão pela autoridade competente". Tais disposições consagram o
princípio
A) da presunção de inocência.
ERRADA: A presunção de inocência está prevista no art. 5o, VII da
Constituição, não guardando qualquer relação com os incisos trazidos pela
questão.
B) da ampla defesa.
ERRADA: A ampla defesa está prevista, juntamente com o contraditório,
no art. 5o, LV da Constituição, e também não guarda relação com os
trechos narrados pela questão.
C) do devido processo legal.
ERRADA: Embora o devido processo legal seja fundamento de todos os
demais princípios processuais, não é o princípio especificamente aplicável
às hipóteses trazidas, que se referem ao princípio do Juiz Natural.
D) da dignidade.
ERRADA: A dignidade da pessoa humana está prevista no art. I o, III da
Constituição, e é um dos fundamentos da República, mas não guarda
relação com os incisos mencionados.
E) do juiz natural.
CORRETA: O princípio do Juiz Natural está materializado nos dispositivos
constitucionais citados, que vedam a formação de Juízo de exceção e que
estabelecem ser direito de toda pessoa ser julgada por autoridade
competente.
GABARITO: LETRA E
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09 - (FGV - 2008 - TJ-MS - JUIZ DE DIREITO)
Relativamente aos princípios processuais penais, é incorreto
afirmar que:
A) o princípio da presunção de inocência recomenda que em caso
de dúvida o réu seja absolvido.
CORRETA: Como vimos, a presunção de inocência norteia todo o
desenvolvimento do processo, pois se considera o acusado inocente até
que haja sentença penal condenatória irrecorrível. Assim, havendo
dúvidas, deverá o réu ser absolvida, pelo princípio do favor rei, que
decorre da presunção de inocência.
B) o princípio da presunção de inocência recomenda que
processos criminais em andamento não sejam considerados como
maus antecedentes para efeito de fixação de pena.
CORRETA: Como estudamos, o STF entende que Inquéritos e Processos
criminais em curso não podem ser considerados maus antecedentes, pois,
no primeiro caso, sequer há acusado, e no segundo ainda não houve
decisão irrecorrível condenando o réu.
C) os princípios do contraditório e da ampla defesa recomendam
que a defesa técnica se manifeste depois da acusação e antes da
decisão judicial, seja nas alegações finais escritas, seja nas
alegações orais.
CORRETA: Um dos baluartes da ampla defesa é do contraditório é o
direito que a defesa possui de se manifestar após a acusação. Sim, pois
se isso não fosse possível, a acusação podería fazer alegações que não
poderíam ser refutadas pela defesa, o que implicaria em violação à ampla
defesa e ao contraditório.
D) o princípio do juiz natural não impede a atração por
continência nos casos em que o co-réu possui foro por
prerrogativa de função quando o réu deveria ser julgado por um
juiz de direito de primeiro grau.
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CORRETA: Quando dois réus cometem um crime, e um deles possui
prerrogativa de foro, conhecido também como foro privilegiado (direito de
ser julgado perante determinado Tribunal, conforme o cargo ocupado), é
possível que, por conveniência da instrução criminal, ambos sejam
julgados conjuntamente pelo Tribunal perante o qual responde aquele que
tem prerrogativa de foro. Isso não ofende o Juiz natural pois é uma
possibilidade previamente e abstratamente prevista em lei.
E) o princípio da vedação de provas ilícitas não é absoluto, sendo
admissível que uma prova ilícita seja utilizada quando é a única
disponível para a acusação e o crime imputado seja considerado
hediondo.
INCORRETA: De fato, a Jurisprudência tem admitido que a vedação a
provas ilícitas não é absoluta, mas, ao contrário do que admite a questão,
não pode ser relativizada em favor da acusação, mas somente em favor
da defesa, quando esta prova for o único meio de se obter a absolvição
do réu, em razão de estar em jogo o direito à liberdade do acusado.
GABARITO: LETRA E
10 - (FCC - 2008 - TCE/AL - PROCURADOR)
Em relação à lei processual penal no tempo, em caso de lei nova, a
regra geral consiste na sua aplicação
A) imediata, independentemente da fase em que o processo em
andamento se encontre.
CORRETA: O princípio do tempus regit actum não encontra barreiras em
nenhuma fase do processo, ou seja, será aplicado ainda que o processo já
tenha terminado e estejamos em fase de execução de sentença;
B) imediata, somente em relação aos processos que se encontrem
na fase instrutória.
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ERRADA: O art. 2o do CPP não faz qualquer distinção entre processos
que estejam na fase instrutória ou que já tenha se encerrado ou
quaisquer outras hipóteses, determinando a aplicação da lei processual
penal imediatamente; "Art. 22 A lei processual penal aplicar-se-á desde
logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei
anterior."
C) somente a processos futuros, ainda que por fatos anteriores.
ERRADA: O princípio do tempus regit actum determina a aplicação da lei
nova aos atos processuais futuros, independentemente de o processo
já ter se iniciado sob a égide de uma outra lei, ainda que esta lei
anterior seja mais benéfica ao réu (lembrem-se da diferença entre
normas puramente processuais, puramente materiais e mistas!);
D) somente a processos futuros e sobre fatos posteriores.
ERRADA: Como disse acima, a aplicação se dá também aos processos já
iniciados, mas só alcança os atos ainda a serem praticados,
permanecendo válidos os atos praticados sob a égide da lei anterior, pois
são atos perfeitos e acabados;
E) imediata ou a processos futuros conforme decisão
fundamentada do juiz em cada caso.
ERRADA: A aplicação imediata da lei processual penal é o que se pode
chamar de ope legis, ou seja, não depende de manifestação do
Magistrado nesse sentido, decorrendo diretamente da lei. Caso
dependesse de decisão do Juiz determinando ou não sua aplicação,
teríamos o que se chama de ope judieis.
GABARITO: LETRA A
11 - (FCC - 2009 - TJ/MS - JUIZ)
A lei processual penal
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A) tem aplicação imediata apenas nos processos ainda não
instruídos.
ERRADA: Conforme estudamos, ainda que estejamos diante de processos
já bastante adiantados (inclusive em sede recursal ou de execução de
pena), será aplicado o princípio do tempus regit actum, por não ter o CPP,
em seu art. 2o, feito qualquer restrição nesse sentido: Art. 7P- A lei
processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos
atos realizados sob a vigência da lei anterior.
B) tem aplicação imediata apenas se beneficiar o acusado.
ERRADA: A aplicação imediata da lei processual penal, inclusive a
processos em curso, se dá independente de sua natureza benéfica ou
prejudicial ao réu, nos termos do art. 2o do CPP;
C) é de aplicação imediata, sem prejuízo de validade dos atos já
realizados.
CORRETA: A aplicação da lei processual penal é imediata, e os atos
praticados sob a vigência de outra lei são considerados plenamente
válidos, pois foram devidamente praticados em respeito à lei vigente à
época;
D) vigora desde logo e sempre tem efeito retroativo.
ERRADA: A Lei processual penal vigora desde logo, isso é fato (art. 2o do
CP). Entretanto, em regra, não há efeito retroativo, salvo se se tratar de
norma material inserida na lei processual (heterotopia) ou norma
processual mista (parte de direito processual, parte de direito material) e
que sejam benéficas ao réu, hipótese na qual se admite a retroatividade
da lei processual.
E) é aplicável apenas aos fatos ocorridos após a sua vigência.
ERRADA: A lei processual penal pode ser aplicada a fatos ocorridos antes
de sua entrada em vigor, desde que o processo ainda tramite ou se esteja
executando a pena.
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Estratégiat O N C U Ü i O S * '
GABARITO: LETRA C
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12 - (FCC - 2008 - MPE/CE - PROMOTOR)
Quanto à eficácia temporal, a lei processual penal
A) aplica-se somente aos fatos criminosos ocorridos após a sua
vigência.
ERRADA: A lei processual penal pode ser aplicada a fatos ocorridos antes
de sua entrada em vigor, desde que o processo ainda tramite ou se esteja
executando a pena.
B) vigora desde logo, tendo sempre efeito retroativo.
ERRADA: A Lei processual penal vigora desde logo, isso é fato (art. 2o do
CP). Entretanto, em regra, não há efeito retroativo, salvo se se tratar de
norma material inserida na lei processual (heterotopia) ou norma
processual mista (parte de direito processual, parte de direito material) e
que sejam benéficas ao réu, hipótese na qual se admite a retroatividade
da lei processual.
C) tem aplicação imediata, sem prejuízo da validade dos atos já
realizados.
CORRETA: Essa é a redação do artigo 2o do CPP: "Art. 2a A lei processual
penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos
realizados sob a vigência da lei anterior.". Assim, esse artigo consagra o
princípio da atividade da lei processual penal, ou do tempus regit actum.
D) tem aplicação imediata nos processos ainda não instruídos.
ERRADA: Conforme estudamos, ainda que estejamos diante de processos
já bastante adiantados (inclusive em sede recursal ou de execução de
pena), será aplicado o princípio do tempus regit actum, por não ter o CPP,
em seu art. 2o, feito qualquer restrição nesse sentido: Art. 2a A lei
processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos
atos realizados sob a vigência da lei anterior.
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E) não terá aplicação imediata, salvo se para beneficiar o acusado.
ERRADA: A aplicação imediata da lei processual penal, inclusive a
processos em curso, se dá independente de sua natureza benéfica ou
prejudicial ao réu, nos termos do art. 2o do CPP.
GABARITO: LETRA C
13 - (FCC - 2009 - TJ/PA - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA
JUDICIÁRIA)
A nova lei processual penal
A) é de incidência imediata, pouco importando a fase em que
esteja o processo.
CORRETA: O CPP não distinguiu as fases do processo para fins de
aplicação da lei processual penal nova. Nesse caso, a lei processual penal
é sempre aplicável aos atos processuais ainda não praticados, por força
do princípio do tempus regit actum (Vou fazer lavagem cerebral em
vocês!), ainda que o processo esteja em fase de execução de pena.
B) não é aplicável aos processos, ainda em curso, iniciados na
vigência da lei processual anterior.
ERRADA: O princípio do tempus regit actum determina a aplicação da lei
nova aos atos processuais futuros, independentemente de o processo
já ter se iniciado sob a égide de uma outra lei, ainda que esta lei
anterior seja mais benéfica ao réu (lembrem-se da diferença entre
normas puramente processuais, puramente materiais e mistas!);
C) não é aplicável aos processos de rito ordinário, ainda em
andamento, quando de sua vigência.
ERRADA: O CPP não faz distinção entre aplicação a processos em curso
ou processos futuros, tampouco diferencia a aplicação da lei processual
penal no que se refere ao rito adotado para o processo;
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Direito Processual - TJ-RJ (2C TÉCNICO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA
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D) é aplicável, inclusive, aos processos já findos.
ERRADA: Essa alternativa é polêmica. De fato, se o processo já se
findou, não há como aplicar-se a lei processual penal aos atos
processuais, pois todos eles já foram praticados anteriormente à sua
entrada em vigor. Entretanto, para isso, temos que entender como
"processo findo" aquele em que já se esgotou também a fase de execução
de pena, e não só aquele em que se esgotou a fase de conhecimento,
pois, como vimos, na fase de execução também aplica-se o tempus regit
actum.
E) é aplicável somente aos processos, ainda em curso, da
competência do Tribunal do Júri.
ERRADA: O CPP não faz distinção entre aplicação a processos em curso
ou processos futuros, tampouco diferencia a aplicação da lei processual
penal no que se refere ao rito adotado para o processo.
GABARITO: LETRA A
14 - (VUNESP - 2010 - FUNDAÇÃO CASA - ANALISTA
ADMINISTRATIVO - DIREITO)
No que concerne à lei processual penal, considere as seguintes
assertivas:
I. aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos
realizados sob a vigência da lei anterior;
CORRETA: Esta é a previsão literal do art. 2o do CPP: "Art. 2Q A lei
processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos
atos realizados sob a vigência da lei anterior.". Portanto, a afirmativa está
corretíssima!
II. não admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica;
ERRADA: O CPP admite, expressamente, em seu art. 3o, a possibilidade
de interpretação extensiva e aplicação analógica: "Art. 3S A lei processual
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penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o
suplemento dos princípios gerais de direito."
III. admitirá o suplemento dos princípios gerais de direito.
CORRETA: Esta possibilidade também está prevista no art. 3o do CPP, já
transcrito. Lembrando que os princípios gerais do Direito são são regras
de integração da lei, ou seja, de complementação de lacunas. Assim,
quando não se vislumbrar uma lei que possa reger adequadamente o caso
concreto, o CPP admite a aplicação dos princípios gerais do Direito.
É correto o que se afirma em
A) III, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) todas as assertivas.
GABARITO: LETRA C
15 - (FCC - 2013 - TJ/PE - TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS)
Sobre a aplicação da lei processual penal e a interpretação no
processo penal, é INCORRETO afirmar:
a) A legislação brasileira segue o princípio da territorialidade para
a aplicação das normas processuais penais.
b) O princípio da territorialidade na aplicação da lei processual
penal brasileira pode ser ressalvado por tratados, convenções e
regras de direito internacional.
c) A lei processual penal aplica-se desde logo, sem prejuízo da
validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
d) A norma processual penal mista constitui exceção à regra da
irretroatividade da lei processual penal.
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e) No processo penal, assim como no Direito Processual, é sempre
admitida a interpretação extensiva e aplicação analógica das
normas.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: De fato, adota-se, como regra, o princípio da
territorialidade, ou seja, no território nacional aplica-se a lei processual
penal brasileira, nos termos do art. I o do CPP;
B) CORRETA: De fato, é possível que normas de Direito Processual
internacional restrinjam o princípio da territorialidade, conforme
expressamente permitido pelo art. I o, I do CPP;
C) CORRETA: Pelo princípio do tempus regit actum, a lei processual penal
aplica-se desde logo, e os atos já praticados na vigência da lei anterior
são preservados, conforme art. 2o do CPP;
D) CORRETA: As normas processuais são irretroativas, ou seja, não
retroagem, nem mesmo para beneficiar o réu. Contudo, caso a norma
possua conteúdo de direito processual e conteúdo de direito material
(norma mista), poderá retroagir, caso a parte de direito material seja
benéfica ao réu;
E) ERRADA: Conforme art. 3o do CPP, admite-se interpretação extensiva
e aplicação analógica no processo penal. Contudo, não se admite a
interpretação extensiva no Direito Processual, quando em prejuízo do réu.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA É A LETRA E.
16 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR)
Sansão Herculano, brasileiro, médico veterinário, maior de idade,
foi preso em flagrante delito e levado à Delegacia de Polícia.
Segundo o que estabelece a Constituição Federal, Sansão tem os
seguintes direitos:
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a) a assistência da família e de um advogado, cela especial por ter
curso superior e uma ligação telefônica para pessoa por ele
indicada.
b) ser criminalmente identificado, mesmo se possuir identificação
civil, cela especial em razão de ter curso superior e assistência de
um advogado.
c) avistar-se pessoalmente com o promotor de justiça, entrar em
contato com uma pessoa da família ou quem ele indicar e
assistência de um advogado ou defensor público.
d) relaxamento imediato de sua prisão se ela foi ilegal,
permanecer calado e cela especial privativa.
e) permanecer calado, identificação dos responsáveis por sua
prisão e que o juiz e sua família sejam imediatamente
comunicados sobre sua prisão.
COMENTÁRIOS: Dentre as alternativas trazidas pela questão aquela que
apresenta direitos constitucionalmente garantidos ao preso é a letra E.
Vejamos:
Art. 5o (...)
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E.
17 - (VUNESP - 2013 - PC-SP - AGENTE)
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Conforme estabelece a Constituição Federal, o preso tem direitos
expressamente previstos no Texto Maior, sendo um deles o
seguinte:
a) de ser identificado criminalmente, mesmo se já identificado
civilmente.
b) assistência da família.
c) sala especial se tiver curso superior.
d) liberdade mediante fiança, independentemente do crime que
cometeu.
e) avistar-se pessoalmente com o Promotor de Justiça.
COMENTÁRIOS: 0 preso terá direito à assistência da família, nos termos
do art. 5°, LXIII da CRFB/88:
Art. 5o (...)
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
18 - (ESAF - 2004 - CGU - ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE -
ÁREA - CORREIÇÃO - PROVA 3)
Ao ser interrogado, "B" confessa a autoria do crime, diz que está
arrependido e que concorda com a condenação que vier a ser
imposta, dispensando em razão disso qualquer defesa em seu
favor. O juiz
a) não pode concordar com a vontade do acusado, porque haveria
violação ao princípio da imparcialidade.
b) pode concordar com a vontade do acusado, porque a confissão
dispensa a produção de outras provas.
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c) não pode concordar com a vontade do acusado, porque haveria
violação ao princípio da mais ampla defesa.
d) pode concordar com a vontade do acusado, porque a defesa
técnica é disponível.
e) não pode concordar com a vontade do acusado, porque haveria
violação ao princípio do juiz natural.
COMENTÁRIOS: 0 processo penal não admite que alguém seja
processado sem defesa técnica, ou seja, aquela realizada por profissional
habilitado (advogado ou defensor público). Assim, o requerimento
formulado pelo réu deve ser indeferido pelo Juiz, sob pena de violação ao
princípio da ampla defesa. Caso o acusado não constitua advogado,
deverá o Juiz encaminhar os autos à Defensoria Pública, para o patrocínio
da causa ou, caso não haja Defensoria Pública na localidade, deverá
nomear advogado dativo para o exercício da defesa técnica do réu.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
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Gabarito
01. ALTERNATIVA A
02. ALTERNATIVA A
03. ALTERNATIVA E
04. ALTERNATIVA B
05. ALTERNATIVA C
06. ALTERNATIVA E
07. ALTERNATIVA B
08. ALTERNATIVA E
09. ALTERNATIVA E
10. ALTERNATIVA A
11. ALTERNATIVA C
12. ALTERNATIVA C
13. ALTERNATIVA A
14. ALTERNATIVA C
15. ALTERNATIVA E
16. ALTERNATIVA E
17. ALTERNATIVA B
18. ALTERNATIVA C
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