direito penal

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1- Exclusão do Crime: O §3° do artigo 150 do Código Repressor, destaca as possibilidades de exclusão do crime de invasão de domicílio, leia-se: Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. §3° - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências: I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. Também podemos encontrar na nossa Carta Magna, em seu Art.5°, Inciso XI, possibilidades de exclusão do crime, assim como também estabelecer uma interpretação mais abrangente a cerca de algumas das possibilidades de exclusão, ipsis litteris: Art. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 1.1- Cumprimento de determinação judicial: Em análise do §3° do Art.150 do Decreto Lei 2848/40, retiramos do seu inciso I, que à exclusão de ilicitude se o

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Exclusão do Crime, Pena, Ação Penal, Competência para julgamento e suspenção condicional do processo.

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1- Excluso do Crime:O 3 do artigo 150 do Cdigo Repressor, destaca as possibilidades de excluso do crime de invaso de domiclio, leia-se:Art. 150- Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tcita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependncias:Pena - deteno, de um a trs meses, ou multa.

3 - No constitui crime a entrada ou permanncia em casa alheia ou em suas dependncias:I- durante o dia, com observncia das formalidades legais, para efetuar priso ou outra diligncia;II- a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime est sendo ali praticado ou na iminncia de o ser.

Tambm podemos encontrar na nossa Carta Magna, em seu Art.5, Inciso XI, possibilidades de excluso do crime, assim como tambm estabelecer uma interpretao mais abrangente a cerca de algumas das possibilidades de excluso, ipsis litteris:Art.5Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:XI- a casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinao judicial;1.1- Cumprimento de determinao judicial:Em anlise do 3 do Art.150 do Decreto Lei 2848/40, retiramos do seu inciso I, que excluso de ilicitude se o agente adentrar ou permanecer em residncia contra a vontade de quem de direito, se o fizer para cumprimento de mandado de priso ou outras diligncias, como por exemplo, mandado de busca e apreenso. Porm, o mesmo inciso destaca que a excluso s ser configurada se o cumprimento destas diligncias forem feitas durante o dia.A concepo de dia para o STF, compreende o perodo temporal das 06h s 20 horas, tornando ilegal o ato praticado antes ou depois deste limite.Analisando este tema especificamente sob a tica do que preconiza a Constituio, percebe-se que a Carta Magna tambm tem o mesmo entendimento cerca do procedimento para cumprimento de determinao judicial, no Inciso XI, posto acima l-se: durante o dia, por determinao judicial;.1.2- Quando um crime est ali sendo praticado ou na iminncia de o ser , em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro:Na considerao do Pargrafo terceiro, inciso II, do art. 150 do Cdigo Penal, est descrito que, quando um crime est ali sendo praticado ou na iminncia de o ser , o agente pode adentrar casa contra a vontade de quem de direito para impedir a consumao do delito e faz-lo cessar na fase da tentativa. Porm, para que ocorra excluso da ilicitude necessrio que os atos executrios do delito j tenham sido iniciados.Deve-se considerar tambm que, o Cdigo Penal faz referncia apenas ao cometimento de crime, no sendo passvel de invaso ou de permanncia contra vontade de quem de direito se existir o cometimento de contraveno penal ou na iminncia da ocorrncia, por conta disso e considerando a possibilidade de adequao supletiva da Constituio Federal ao caso concreto, considerar-se- o que est escrito na Carta Magna em seu Art.5, inciso XI, em caso de flagrante delito, ou seja, a Constituio Federal abraou no s a possibilidade de ocorrncia ou iminncia de cometimento de crime unicamente, mas tambm deixa margem para atuao do agente em caso da ocorrncia ou iminncia de ocorrer contraveno penal. Nesses casos, se o agente for um policial, ser excluda a ilicitude do ato comissivo pelo estrito cumprimento de dever legal, sendo um cidado comum sua excluso da ilicitude pelo ato praticado ser pelo exerccio regular de um direito. Aps anlise de todas as possibilidades de excluso de ilicitude previstas no Cdigo Penal para o crime de invaso de domiclio, temos portanto que analisar agora as hipteses elencadas pela Constituio Federal, no que tange ocorrncia de desastre e na prestao de socorro. Quanto estas hipteses, ficar excluda a ilicitude do agente que cometer o delito de invaso de domiclio para salvaguardar a vida de outrem na ocorrncia de desastre. Agindo assim, tendo o agente obrigao legal de prestar socorro, como o caso do bombeiro, excluso da ilicitude se dar pelo estrito cumprimento de dever legal, se o agente, no tem esta obrigao legal, mas pratica o ato, agi sobre estado de necessidade e portanto afasta-se a ilicitude pelo ato outrora praticado.2- Pena, Ao Penal, Competncia para julgamento e suspeno condicional do processo:2.1 Da pena:O crime de violao de domiclio, existe na forma simples e na forma qualificado, sendo tipificado no Cdigo Penal, no art.150 caput e no 1 respectivamente, nos casos do cometimento do delito na forma simples a pena de deteno de 01(um) 03(trs) meses e multa, considerando a forma qualificada pena elevada para deteno de 06(seis) meses 02(dois) anos, alm da pena correspondente violncia.

2.2 Da Competncia:De incio, a competncia para julgamento deste crime do Juizado Especial Criminal, tanto na ocorrncia do tipo penal do art.150 caput, como em sua forma qualificada, prevista no texto legal em seu 1 do mesmo artigo acima elencado, desde que este delito no tenha sido cometido por funcionrio pblico pois, na ocorrncia disto eleva-se pena em um tero, conforme nos diz o 2 desta lei, aplicando assim o que preconiza a lei 9.099/95.2.3 Iniciativa da Ao:A ao penal de iniciativa pblica incondicionada.