direito empresarial ii revisÃo

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  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    DIREITO EMPRESARIAL II

    Prof. Handerson BentesOABPA: 17008

    [email protected]

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    TTULOS DE CRDITO

    Legislao aplicvel:

    - letra de cmbio + nota promissria = decreto57.663/66 (Lei Uniforme de Genebra);

    - duplicata = lei 5.474/68;- cheque = lei 7.357/85;

    - o artigo 903 do CC/02 traz o preceito de que [...]

    salvo disposio diversa em lei especial, regem-seos ttulos de crdito pelo disposto nesse cdigo[...], portanto, a aplicao do cdigo civil subsidiria;

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    Conceito:

    - ttulo de crdito o documento necessriopara o exerccio do direito, literal e autnomo,nele mencionado (conceito de Vivante);

    - ttulo de crdito o documento necessriopara o exerccio do direito, literal e autnomo,nele contido (conceito do Cdigo Civil);

    - o cdigo civil, no artigo 887, adotou o mesmo

    conceito de Vivante, apenas trocando apalavra mencionado, pela palavra contido,o que j foi objeto de questo;

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    Princpios:

    a)Cartularidade:

    - vem do latim chartula, que significa pequenopapel;

    - o crdito deve estar representado(materializado) em um documento (ttulo).Para transferncia do crdito, necessrio atransferncia do documento. No h que se

    falar em exigibilidade do crdito sem aapresentao do documento;

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    b)Literalidade:

    - s tem eficcia para o direito cambirio aquilo

    que est literalmente escrito no ttulo;

    - finalidade: assegurar certeza quanto natureza,contedo e modalidade de prestaoprometida ou ordenada;

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    c)Autonomia:- o vcio entre uma das relaes no compromete as

    demais. Deste modo, o endosso ou o aval dado por

    pessoa incapaz no atinge as demais obrigaesassumidas no ttulo de crdito;

    - as relaes jurdicos cambiais so autnomas eindependentes entre si;

    - h dois sub-princpios da autonomia:- princpio da abstrao: o ttulo se desprende

    (desvincula) da causa que lhe deu origem;- princpio da inoponibilidade de excees pessoais

    a terceiros de boa f: o devedor somente podeapresentar exceo pessoal para o credorprimitivo, no podendo apresentar exceopessoal para o credor terceiro de boa f;

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    - Classificao dos ttulos de crdito:

    de quanto forma:

    - forma vinculada: tem uma padronizaodefinida em lei, devendo seguir essaformatao (ex.: duplicata; cheque). o

    Conselho Monetrio Nacional que define osrequisitos;

    - de forma livre: no tem uma padronizaodefinida em lei, no devendo seguir umapadronizao (ex.: nota promissria);

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    quanto s hipteses de emisso:

    - causal: somente pode ser emitido nas

    hipteses (causas) autorizadas por lei. Ex.:duplicata (precisa de uma causa especfica paraser emitida compra e venda mercantil ou

    prestao de servio);

    - no-causal: a emisso no depende de causa

    especfica, razo pela qual servem paradocumentar diversos tipos de negcios (ex.:cheque);

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    quanto sua circulao:classificao tradicional:

    - ao portador: no h a identificao do beneficirio. O

    ttulo ao portador transfere-se por mera tradio.- nominativo: h identificao do beneficirio no ttulo. A

    transferncia do ttulo nominativo depende se ele ordem ou no ordem: o ttulo nominativo ordem

    circula por meio de endosso; o nominativo no ordemcircula por cesso civil.

    Obs.Desde a edio da lei 8.021/90, no se admite maiso ttulo ao portador, exceto se com previso expressa em

    lei especial. Um exemplo dessa previso expressa a lei9.069/95, que em seu artigo 69 diz que o chequeobrigatoriamente deve ser nominativo se superior a R$100,00.

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    quanto estrutura:

    - ordem de pagamento: h trs intervenientes(quem d a ordem + quem recebe a ordem +tomador beneficirio). Exemplos: cheque;

    duplicata; letra de cmbio;

    - promessa de pagamento: h apenas dois

    intervenientes (promessa feita pelo promitente+ tomador beneficirio). Exemplos: notapromissria;

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    TTULOS EM ESPCIE

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    Letra de cmbio:

    conceito: um ttulo de crditodecorrente de relaes de crdito, entre duasou mais pessoas, pelo qual a designadasacador d a ordem de pagamento pura e

    simples a outrem, denominado sacado, a seufavor ou de terceira pessoa (tomadorbeneficirio), no valor e nas condies dela

    constantes;

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    - sacador: quem cria o ttulo atravs do saque (atode criao e emisso de um ttulo de crdito), ouseja, quem d a ordem;

    - sacado: quem recebe a ordem;- tomador: o beneficirio da ordem;- aceite: o ato de concordncia realizado pelo

    sacado com a ordem de pagamento dada,devendo ser feito no anverso (frente) do ttulo. Oaceite ato privativo do sacado. Quando o sacadod o aceite ele se torna o devedor principal dottulo, mas antes do aceite, o sacado no tem

    obrigao cambiria. Com o aceite do sacado, osacador passa a ser co-devedor da letra. O co-devedor ter direito de regresso contra o devedorprincipal. O aceite facultativo, uma vez que

    lcito ao sacado recusar o aceite;

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    - efeitos da recusa do aceite: recusando o aceite,o sacado no tem obrigao cambiria, sendo

    o sacador o devedor principal. A recusa doaceite provoca o vencimento antecipado dottulo;

    - clusula no aceitvel: impede a apresentaodo ttulo para aceite, devendo o ttulo ser

    apresentado ao sacado na data do vencimento(logicamente, para pagamento). Essa clusula muito til para evitar o vencimento antecipado

    do ttulo;

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    - endosso: o ato pelo qual o credor de um ttulo de crdito com aclusula ordem transmite o direito ao valor constante no ttulo aoutra pessoa,sendo acompanhado da tradio da crtula, quetransfere a posse desta;

    - endossante: transfere o ttulo;

    - endossatrio: recebe o ttulo;

    - efeitos do endosso: transferncia da titularidade do crdito doendossante para o endossatrio; tornar o endossante co-devedor dottulo de crdito (respondendo pela existncia e solvncia do ttulo)o tomador beneficirio sempre o primeiro endossante do ttulo decrdito;

    - o endosso pode ser dado no verso do ttulo com uma simplesassinatura. Porm, pode tambm o endosso ser dado no anverso dottulo, desde que tenha uma assinatura e uma expressoidentificadora do endosso (pague-se a; endosso a; transfiro a; etc.);

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    - endosso em preto: o endossatrio estidentificado;

    - endosso em branco: no est identificado oendossatrio;

    - endosso parcial: no permitido, uma vez que impossvel entregar somente uma parte do ttulo,sendo o endosso parcial nulo;

    - limite de endosso: no h limite de endosso nosttulos de crdito, podendo o ttulo ter quantosendossos forem necessrios;

    - endosso de ttulo vencido: pode haver endosso de

    ttulo vencido. Se alm do vencimento, houverprotesto do ttulo ou estiver expirado o prazo doprotesto, o endosso ter efeito de cesso civileser chamado de endosso pstumoou endosso

    tardio;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    - endosso imprprio: o endosso prprio transfere atitularidade do crdito. No endosso imprprio noh troca de titularidade do crdito, sendo usado

    apenas para legitimar a posse do endossatrio. Nstemos duas modalidades de endosso imprprio:- endosso mandato: utilizado para transferir poderes

    e autorizar um terceiro a exercer os direitos

    inerentes ao ttulo.Surge a figura do endossantemandante e do endossatrio mandatrio. como seestivesse dando uma procurao para algumcobrar o ttulo por voc;

    - endosso cauo ou pignoratcio: instrumentoadequado para a instituio de penhor sobre ottulo de crdito. Normalmente coloca-se no ttulo aexpresso empenhor;

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    - aval: garantia. a declarao cambiriadecorrente de uma manifestao unilateral de

    vontade pela qual a pessoa, fsica ou jurdica,assume a obrigao cambiria autnoma eincondicional de garantir no vencimento, o

    pagamento do ttulo nas condies neleestabelecidas. O avalista garante o pagamentodo avalizado;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    - o aval no anverso se d por simples assinatura,e no verso deve haver a assinatura e uma

    expresso inequvoca no sentido de dizer quetrata-se de aval (avalizo ; dou aval ; etc.);

    - assim como o endosso, o aval pode ser em

    preto ou em branco;- aval em preto: identifica-se o avalizado;

    - aval em branco: no identifica o avalizado. No

    aval em branco, avalizado o sacadoremitente do ttulo;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    - aval parcial: a lei especial admite o avalparcial, porm, o Cdigo Civil, no seu artigo

    897, pargrafo nico, no admite o aval parcial.O Decreto 57.663/66, e seu artigo 30, admite oaval parcial expressamente. Assim, deve-seutilizar, de acordo com o critrio daespecialidade, a orientao de que possvel oaval parcial;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    - aval Xfiana: o aval somente pode ser dado emttulo de crdito e a fiana somente pode ser

    dada em contrato. O aval autnomo, j afiana acessria (em caso de morte,incapacidade ou falncia do avalizado, o avalista

    continua responsvel). Aval no tem benefciode ordem, j a fiana possui benefcio de ordem.Segundo o artigo 1.647 do CC/02, nenhum doscnjuges pode, sem a autorizao do outro(salvo quando o regime for de separaoabsoluta), prestar fiana ou aval;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    - caso o avalista seja acionado ele ter direitode regresso contra o avalizado e todos os

    devedores anteriores a ele;

    - o aval dado aps o vencimento, mesmo aps oprotesto, continua tendo o mesmo efeito deaval;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    Tipos de vencimento:- vista: exigvel de imediato, podendo apresentar

    para pagamento a qualquer tempo;

    - data certa/data fixada/data marcada: h data fixadano ttulo em relao ao vencimento;

    - a certo termo de vista: estipula-se um determinadonmero de dias contados de um marco temporal

    (nesse caso, a vista do sacado aceite). Fica claroque conta-se o vencimento depois da data doaceite;

    - a certo termo de data: estipula-se um nmero

    determinado de dias contados de um marco inicial(nesse caso, o saque). Fica claro que conta-se ovencimento depois da data do saque, ou seja, daemisso;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    Nota promissria:

    - o decreto 57.663/66, no artigo 77 diz que as

    mesmas regras que foram vistas em relao letra de cmbio aplicam-se no que for possvel nota promissria;

    - a nota promissria uma promessa de

    pagamento (portanto, h opromitente/subscritor/emitente que o devedore o tomador/beneficirio que o credor);

    - por no se tratar de ordem, e sim de promessa depagamento, no h sacado na nota promissria.O aceite portanto, inexistente na notapromissria;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    - a Lei Uniforme de Genebra, em seu artigo 78, diz que anota promissria pode ter os mesmos 4 tipos devencimento, assim, o vencimento a certo termo de vista

    conta-se do visto do subscritor, j que a nota promissriano tem aceite;

    - muito comum a vinculao de nota promissria a

    determinado contrato. Segundo o princpio da autonomiados ttulos de crdito, caso o ttulo seja transferido aterceiro de boa f, ocorre a abstrao, onde o ttulo sedesprende da causa. Agora, se na nota promissria

    constar que ela foi emitida em razo de determinadonegcio jurdico, esse ttulo no goza de autonomia, umavez que poder ser alegada exceo pessoal em desfavorde terceiro de boa f. Nota-se portanto, que notapromissria vinculada a contrato no goza de autonomia;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    - segundo a smula 258 do STJ a notapromissria vinculada a contrato de abertura

    de crdito no goza de autonomia em razo dailiquidez do ttulo que a originou. Nessasmula, apesar da causa ser distinta, o ttulo

    tambm no goza de autonomia;

    - portanto, de extrema importncia

    lembrar que nota promissria vinculada acontrato no goza de autonomia;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    - Duplicata:

    - duplicata regida pela 5.474/68;

    - conceito: duplicata um ttulo de crdito ordem, extrado pelo vendedor ou prestador deservios, que visa a documentar o saquefundado sobre crdito decorrente de compra evenda mercantil ou de prestao de servios,tem como pressuposto a extrao de umafatura;

    - a duplicata um ttulo causal, uma vez que elasomente pode ser emitida no caso de compra evenda mercantil ou no caso de prestao deservios;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    - a emisso de fatura obrigatria, mas a emisso deduplicata facultativa. Do crdito (correspondente fatura), pode ser emitida uma duplicata;

    - na duplicata, quem d a ordem o vendedor, que duma ordem para o comprador pagar para ele (ovendedor);

    - a duplicata somente pode representar uma nicafatura (art. 2, 2 da lei 5.474/68). Porm, pode haveruma nica fatura com mais de uma duplicata (ex.:exemplo claro o comum parcelamento em prestaes,onde para cada prestao feita uma duplicata);

    - na letra de cmbio, se o sacado concordar com opagamento, ele vai dar o aceite, sendo facultativo oaceite. Na duplicata, o aceite obrigatrio;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    hipteses legais de recusa do aceite:

    avaria/no recebimento da mercadoria/noprestao dos servios;

    vcio/defeito de quantidade ou qualidade doproduto ou servio;

    divergncias quanto prazo/preo/condiesde pagamento;

    Obs.:a recusa do aceite deve ser motivada.

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    O endosso da duplicata segue a regra do endosso daletra de cmbio. No que se refere ao aval, tambm

    se aplica as disposies referentes letra decmbio. Porm, h algumas pequenas diferenas:

    - a duplicata ou vista ou com data certa, no seadmitindo duplicata a certo termo de vista ou acerto termo de data;

    - a triplicata a segunda via da duplicata, s podendoser emitida nas hipteses previstas na lei:

    - a perda ou extravio da duplicata obrigar o vendedor extrair triplicata, portanto, s pode haver atriplicata em caso de perda ou extravio;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    Modalidades de protesto da duplicata:

    - protesto pro falta de aceite surge em razo da

    devoluo da duplicata sem aceite e semjustificativa para recusa do aceite;

    - protesto por falta de devoluo caso o comprador

    no devolva a duplicata no prazo de 10 dias que eletem para dar o aceite, cabe o protesto por falta dedevoluo;

    - protesto por falta de pagamento quando aduplicata aceita, devolvida mas no honrado opagamento, cabendo esse protesto;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    PERGUNTA: possvel a execuo de duplicata semaceite?

    RESPOSTA: sim possvel, desde que preenchidoalguns requisitos da lei. Esses requisitos so:

    protesto + comprovante da entrega damercadoria ou da prestao de servios. Noprecisa-se do contrato, mas precisa-se do

    comprovante da entrega da mercadoria.

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    Cheque:

    - a lei do cheque a lei 7.357/85;

    - conceito: cheque uma ordem de pagamento vista, incondicional, contra um banco, em

    razo de proviso que o emitente possui juntoao sacado, proveniente esta de contrato dedepsito bancrio ou de abertura de crdito;

    - a relao jurdica do cheque composta de:sacador + sacado (banco) + tomador;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    - smula 387 do STF: A cambial emitida ouaceita com omisses ou em branco, pode ser

    completada pelo credor de boa f, antes dacobrana ou do protesto.

    - o cheque no admite aceite;

    - com relao ao vencimento, o cheque somentepode ser vista, no existindo cheque a data

    certa, a certo termo de vista ou a certo termode data;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    Da surge o problema do cheque ps-datado (oupr-datado, com querem alguns): segundo oartigo 32 da lei do cheque, ele pagamento

    vista, considerando-se no escrita qualquermeno em contrrio (portanto, o bom para considerado no escrito), podendo portanto,haver execuo, protesto, de cheque pr-datado

    antes da data estipulada no ttulo (esseprocedimento por parte do credor pode gerardano moral para o devedor segundo a smula370 do STJ caracteriza dano moral a apresentaoantecipada de cheque pr-datado);

    Segundo a smula, o dano presumido, noprecisa ser comprovado.

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    - No caso de devoluo indevida do cheque (chequeperfeito, apresentado para pagamento, comfundos no banco, e devolvido): assim, o STJ editoua smula 388, no sentido de que a simplesdevoluo indevida de cheque caracteriza danomoral;

    - No que se refere ao endosso, tudo visto na letra de

    cmbio tambm se aplica ao cheque.Obs.: quando ainda vigorava a CPMF, existia o

    motivo 36 para devoluo do cheque, para o casode cheque com mais de um endosso (a regra

    proibitiva de dava pelo fato do endosso fazer ocheque circular sem a incidncia de CPMF).Atualmente, no h mais limite de endosso para ocheque.

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    - prazo de apresentao: de 30 dias seemitido na praa do sacado ou de 60 dias se

    for emitido em praa diferente da do sacado.Esse prazo contato partir da data deemisso do cheque. H duas finalidades

    principais do prazo de apresentao:

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    sustao:

    A sustao pode ser de dois tipos:Contra ordem/revogao (art. 35 da lei) somente pode ser realizada pelo emitente, sproduzindo efeito depois do prazo de

    apresentao;

    Oposio/sustao (art. 36 da lei) pode ser

    realizado pelo emitente e o portador legitimado,ocorrendo esta mesmo durante o prazo deapresentao;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    Pagamento:- pagamento parcial: segundo o artigo 38, pargrafo

    nico da lei, diz que o portador no pode recusarpagamento parcial;

    - No caso de apresentao de dois cheques, mas naconta s exista saldo para pagamento de apenasum, o banco deve efetuar o pagamento do chequeco data mais antiga.

    - conta conjunta: segundo o STJ, na conta conjunta hsolidariedade ativa, no sentido de que ambospodem movimentar a conta, mas no hsolidariedade passiva. A responsabilidade passiva do emitente do cheque;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    ALIENAO FIDUCIRIA

    - aqui ser estudado a alienao fiduciria debens mveis, no mercado de capitais, aplicandoo decreto-lei 911, devendo o credor nesse casoser uma instituio financeira em sentido

    amplo ou um consrcio;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    - Portanto, se a alienao fiduciria de bensmveis for entre particulares, aplica-se o Cdigo

    Civil. Porm, mesmo no caso da alienaofiduciria em mercado de capitais, aplica-se ocdigo civil de forma subsidiria;

    - O contrato de alienao fiduciria chamadode contrato de carter instrumental, pois ele

    utilizado para instrumentalizar, viabilizar umoutro contrato (que na maioria das vezes serum contrato de compra e venda com

    financiamento);

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

    42/66

    - o devedor fiduciante quem aliena em fidciapara o credor, quem recebe a confiana o

    credor, chamado de credor fiducirio (portanto,devedor fiduciante e credor fiducirio, no existe:credor fiduciante e devedor fiducirio);

    - quando se aliena por meio de alienao fiduciria,o credor fiducirio tem a posse indireta e apropriedade resolvel, assim, com o pagamento

    da dvida, o devedor fica com a propriedadeplena. Antes do pagamento, o credor tempropriedade resolvel e posse indireta;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

    43/66

    - s ser constituda a propriedade fiduciriacom o registro do contrato de alienao

    fiduciria. O art. 129, V da lei 6.515, diz que ocontrato de alienao fiduciria deve serlevado registro no cartrio de Registro deTtulos e Documentos (RTD). O artigo 1.361,

    1 do CC, diz que no caso de veculo o registrodeve ser feito no rgo competente (DETRAN),sendo, segundo o STJ, dispensado o registro nocartrio de Registro de Ttulos e Documentos,argumentando que o simples registro noDETRAN suficiente para dar publicidade aoato;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

    44/66

    - segundo smula 28 do STJ diz que ocontratode alienao fiduciria em garantia pode ter

    por objeto bem que j integrava o patrimniodo devedor.

    - no caso de inadimplemento do devedor, odecreto-lei 911 prev a possibilidade deajuizao de ao de busca e apreenso (queno a ao de busca e apreenso do CPC),ainda h a possibilidade de propositura daao de execuo;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

    45/66

    Ao de busca e apreenso:

    - para se ajuizar a ao de busca e apreenso,

    deve-se provar a mora (a mora se d com ovencimento, mas no se comprova s com ovencimento), devendo ser a mora provada pormeio de protesto ou notificao. Somente

    depois da mora comprovada que o juizconcede a liminar de busca e apreenso(smula 245 do STJ);

    - cinco dias aps executada a liminar de buscae apreenso, segundo a lei, o credor passa ater propriedade plena e posse plena do bem,podendo vender o bem j;

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    - o prazo para contestao de 15 dias contados daexecuo da liminar, segundo o artigo 3 do diplomanormativo;

    - caso a venda do carro seja realizada e a ao de buscae apreenso seja julgada improcedente, alm dadevoluo do valor pago, haver uma multa de 50% dovalor originariamente financiado, devidamenteatualizado;

    - quando mesmo abatendo o saldo remanescente, aindasobra uma dvida por parte do devedor, assim, no casode alienao judicial, pode-se executar o valor restante.No caso de venda extrajudicial, o restante da dvida nocomporta execuo (sob pena de gerar-se muitas

    fraudes), uma vez que falta a liquidez. A smula 384 doSTJ diz que cabe ao monitria para haver saldoremanescente oriundo de venda extrajudicial de bemalienado fiduciariamente em garantia(portanto, apesarde no caber execuo, cabe monitria);

  • 8/14/2019 DIREITO EMPRESARIAL II REVISO

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    CONTRATO DE LEASING OU ARRENDAMENTO MERCANTIL

    - est previsto na resoluo 2.309/96 do BACEN;- um contrato de locao com opo de compra

    no fim do contrato;

    - arrendador: a empresa de leasing, tem de seruma pessoa jurdica e necessariamente umasociedade annima;

    - arrendatrio: pessoa fsica ou pessoa jurdica;- o leasing serve tanto para bem mvel quanto

    para bem imvel;

    ao final do contrato de leasing s rgem trs opes para o

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    - ao final do contrato de leasing, surgem trs opespara oarrendatrio:

    a) devolver o bem;

    b) renovar o contrato; c) comprar o bem (pagando o VRG);

    Obs.: quanto da prtica de pagamento do VRG (Valor

    Residual Garantido) desde o incio do contrato (diludosnas prestaes), o STJ editou a smula 263, no sentido deque a cobrana antecipada do VRG descaracterizava ocontrato de arrendamento mercantil transformando-a emcompra e venda prestao. Porm, julgando alguns

    Recursos Especiais, o STJ muda a orientao, cancela asmula 263 e edita a smula 293 do STJ, no sentido de quea cobrana antecipada do VRG no descaracteriza ocontrato de arrendamento mercantilo STJ, para chegara essa orientao, adotou o principio da liberdade de

    escolha e o princpio da livre conveno das partes.

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    - modalidades de leasing:

    a) leasing financeiro:

    - esse leasing possui trs intervenientes, tendo afigura do arrendador, do arrendatrio e dofornecedor exemplo: algum vai aconcessionria, escolhe um carro, indica aquele

    bem para a empresa de leasing, a empresacompra o carro e depois faz um contrato deleasing (arrendamento mercantil) com oarrendatrio;

    - de acordo com a resoluo do Banco Central, ovalor total das prestaes do leasing vai ter de serigual ao valor do bem acrescido do lucro para oarrendador;

    b) l i i l

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    b) leasing operacional:- nesse leasing, h a figura do arrendador e a do

    arrendatrio. Nesse caso, a mesma pessoa que fornece o

    produto j realiza o leasing (coincide a pessoa dofornecedor com a pessoa do arrendador);

    - a resoluo do BACEN que regula a matria sofreurecente alterao (que exerceu muita influncia sobre oleasing operacional). Atualmente, o valor total dasprestaes no pode ser superior a 90% do valor total dobem;

    - a vantagem do leasing operacional se refere assistnciatcnica, uma vez que de acordo com o contrato afornecedora sempre deve ser a prestadora de assistnciatcnica (seja para o fornecimento de peas ousuprimentos);

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    c) lease back (leasing de retorno):- o arrendatrio deve ser necessariamente pessoa jurdica

    (pessoa fsica no pode ter leasing de retorno);

    - a grande finalidade do lease back o capital de giro;- o lease backcabe em duas operaes: compra e venda

    + dao em pagamento (saindo o bem da esfera depropriedade por meio dessas operaes, passando a ser

    titular do bem a sociedade de arrendamento mercantil);- assim, o bem que foi transferido para a empresa dearrendamento (seja por compra e venda, seja por daoem pagamento), e o arrendatrio pode fazer umcontrato de leasing com a sociedade de arrendamento

    mercantil, uma vez que vai precisar do bem paraexerccio das suas atividades comerciais (no final dessecontrato de leasing, surge para o arrendatrio as trsopes tpicas do leasing);

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    -ao de reintegrao de posse:

    - esse o mecanismo de defesa da sociedade de

    arrendamento mercantil no caso de nopagamento por parte do arrendatrio;

    - a smula 369 do STJ prev como necessria anotificao prvia do arrendatrio paraconstitu-lo em mora (mesmo que haja clusula

    expressa em contrrio);

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    CONTRATO DE FRANQUIA

    - previso legal:

    - a lei 8.955/94 - trata do contrato de franquia,nos seus 11 artigos (leitura obrigatria);

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    - noes gerais da franquia:

    - na franquia, h a figura do franqueador e do

    franqueado; - franqueador: o titular da franquia, que

    deve ser um empresrio individual ou uma

    sociedade empresria - franqueado: tambm vai ser um empresrio

    individual ou uma sociedade empresria;

    - entre franqueador e franqueado celebradoum contrato empresarial;

    t t d f i

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    - contrato de franquia:

    - se refere licena de uso de marca ou patente

    pelo franqueador;- h a distribuio exclusiva ou semi-exclusiva de

    produtos ou servios pelo franqueado;

    - transferncia de know-how, ou seja, deconhecimento tcnico do franqueado para ofranqueador;

    - Obs.: a doutrina chama a distribuio exclusivaou semi-exclusiva de produtos e servios e atransferncia de know-how de organizaoempresarial;

    - o contrato de franquia deve ser necessariamente

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    o contrato de franquia deve ser necessariamenteescrito e na presena de duas testemunhas (art.6 da lei 8.955/94);

    - o contrato de franquia plenamente vlido entreas partes, e para isso ele no precisa do registro,porm, para produzir efeitos perante terceiros, a

    histria diferente, devendo aplicar a regra da lei9.279/96 (lei de propriedade imaterial), que emseu artigo 211, diz que para que o contrato defranquia produza efeito perante terceiros, eledeve ser registradono INPI ( obrigatrio);

    - O franqueador no responde de forma algumapor dividas do franqueado.

    Circular de Oferta de Franquia (COF):

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    Circular de Oferta de Franquia (COF):- esse documento to importante que est previsto

    expressamente na lei de franquia;- tudo que importante em relao franquia est previsto

    nesse documento;- recebendo a Circular de Oferta de Franquia, o franqueado

    tem 10 dias para poder definir se vai aderir franquia ouno;

    - s se pode assinar o contrato de franquia 10 dias depois deter recebido a Circular de Oferta de Franquia;- o art. 4, pargrafo nico, diz que o franqueado pode

    invocar a anulabilidade do contrato com a devoluo detodas as parcelas at ento pagas, caso no seja observadoesse prazo de 10 dias (s o franqueado que pode pedir essaanulabilidade, no cabendo o mesmo para o franqueador)nota-se que tal direito pode ser exercido pelo franqueadosem prejuzo de eventuais perdas e danos;

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    CONTRATO DE FACTORINGFOMENTOMERCANTIL

    - no h legislao especfica tratando do contrato defactoring(tambm chamado de FomentoMercantil),portanto, atpico, devendo ser aplicadas as regras decesso de crdito, contida nos artigos 286 e seguintes docdigo civil;

    - a LC 123/06, em seu artigo 17, traz um conceito defactoring, sendo tal contrato aquele que exploraatividade de prestao cumulativa e contnua de servios

    de assessoria creditcia, gesto de crdito, seleo eriscos, administrao de contas a pagar e a receber,gerenciamento de ativos, compras de direitos creditriosresultantes de vendas mercantis prazo ou de prestaode servios.

    f t i h fi d f t i d d

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    - no factoring h a figura do faturizador e dofaturizado:

    - faturizador: empresa de leasing, que uma pessoajurdica que no uma instituio financeira,portanto, no instituio financeira, razo queno precisa de autorizao do Banco Central parafuncionamento. A factoring compra direitoscreditrios (no se deve pensar que trata-se deuma agiotagem legalizada);

    - a factoringcompra um faturamento que tem um

    valor, da a factoringaplica o chamado valor decompra (tambm chamado de desgio) e paganesse faturamento um valor inferior ao seu valornominal;

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    - o art. 296 do CC/02 diz que salvo estipulaoem contrrio, o cedente no responde pela

    solvncia do devedor. A factoring faznegcios jurdicos com seus clientes que sovistos como cesso de crdito. Em razo disso,

    a factoring s vai comprar os ttulos quepossui grandes chances de vender ( umaespcie de seleo e riscos);

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    - modalidades de factoring:

    - factoring tradicional->o pagamento antecipado;

    - factoring de vencimento->o pagamentose d no vencimento;

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    CONTRATO DE REPRESENTAO COMERCIAL

    - Previso legal:- a lei 4.886/65 que regula a matria;

    - alguns autores, como Maria Helena Diniz

    entendem que o contrato de representao amesma coisa que o contrato de agncia, e oCC/02, nos artigos 710 e seguintes, trata docontrato de agncia;

    - a posio majoritria a de que o contrato derepresentao comercial distinto do contrato deagncia;

    I t d

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    - Introduo:

    - pode ser representante pessoa fsica ou pessoa

    jurdica, devendo ter carter no eventual eexercer a mediao para negcio mercantis,agenciando propostas ou pedidos para transmiti-los aos representados (ver art. 1 da lei);

    - portanto, representante pode ser pessoa fsica oupessoa jurdica;

    - o representado vai ser sempre um empresrio

    individual ou uma sociedade empresria;- no h vnculo empregatcio entre o representante

    e o representado;

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    - atividade do representante: consiste namediao de negcios mercantis, na

    agenciao de pedidos;

    - caracteriza-se a distribuio quando o agentetiver a coisa em sua posse para ser entregue

    (nesse caso, no se caracteriza representao);

    - Exclusividade:

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    - Exclusividade: de zona geogrfica: o artigo 31 da lei trata da matria.

    Mesmo se o contrato for omisso, haver presuno de

    exclusividade de zona geogrfica, em outras palavras, aexclusividade da zona geogrfica presumida. - de representao: s vezes, o representado no quer

    que o representante represente outra marca, nopodendo representar outras empresas no mesmo ramo

    de atividade, podendo tal clusula constar no contrato.O problema que essa regra no cai na prova, mas oque cai se essa exclusividade presumida ou no. Opargrafo nico do artigo 31 da lei claro emestabelecer a regra de que a exclusividade de

    representao no presumida; Obs.: na agncia (art. 711 do CPC), a exclusividade

    ocorrer sempre sem relao zona geogrfica e emrelao representao (salvo disposio em contrrio);

    i i i d d d

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    Resciso imotivada do contrato de representao:- essa resciso pode gerar indenizao, devendo olhar se

    o prazo do contrato era determinado ou se o prazo era

    indeterminado;- em caso de contrato com prazo determinado, deve ser

    paga a ttulo de indenizao a mdia mensal emultiplicar pela metade dos meses que faltam paraterminar o contrato;

    - em caso de contrato com prazo indeterminado, o valor aser indenizado de 1/12 do valor total recebido emrazo da representao;

    Obs.: no caso do contrato de agncia, no h previso

    expressa do CC/02, devendo aplicar subsidiariamente aprpria regra do contrato de representao, conformeestabelece o prprio CC/02, que prev a aplicaosubsidiria de lei especial;