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“O ônibus deve ser inovador, inteligente e ter prioridade”

Edição 262 - 9 de fevereiro 2017

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Dinheiro público não tem dono

Editor - Antonio Ferro Jornalista responsável - Luiz Neto - MTB 30420/134/59-SP

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E não tem mesmo. Sua destinação é para o investimento em diversos setores de administrações públicas (saúde, educação, segurança e transporte, porque não?) que se destinam a promover o bem estar do cidadão. Porém, o princípio da correta arrecadação, gestão, aplicação, controle e o destino da verba pública

é um fator não muito observado por grande parte dos gestores em diversas es-feras de Governo no Brasil. A farra da gastança do meu, do seu, do nosso di-nheiro ficou tão banal, que as atitudes de se larapiar o cidadão nem promovem mais a ruborização dos causídicos da má governança.

Quer um exemplo? O portal UOL noticiou há alguns dias que os projetos de trens, metrôs e VLT´s (Veículos Leves sobre Trilhos) destinados a mobilidade

urbana durante a realização da Copa do Mundo de futebol de 2014 (note bem,

2014) no Brasil estão mais empacados que mula teimosa. Muito dinheiro públi-co jogado fora. Projetos mal elaborados, corrupção, problemas na execução das obras e falta de capacidade para gerir o tesouro são alguns dos pontos identifi-cados com os investimentos errôneos ou quiçá, mal intencionados. Como se vê, é fácil torrar a nossa grana. É muito claro que isso é ilícito, porém, transparên-cia não é uma palavra muito usada no poder público.

Diz o UOL em sua matéria que as cidades de Manaus, São Paulo, Fortaleza, Cuiabá e Brasília estão com as obras travadas, atrasadas, canceladas ou mes-mo nunca saíram do papel, pois são vítimas de falta de planejamento e dinhei-ro, ações judiciais, erros de projeto, denúncias de desvio de verbas e proble-mas nas desapropriações e licitações. Os trens prometidos para a Copa malo-gram e apenas um deve sair ainda este ano, como é o caso de Fortaleza. Tais projetos envolvem um volume de R$ 6,5 bilhões, recursos que bem aplicados,

dariam muito retorno ao contribuinte. Como é sabido, sistemas de trilhos são onerosos ao erário, apesar de trans-

portarem um grande volume de passageiros. Já os sistemas de ônibus raciona-lizados, estruturados, com prioridade e modernização operacional, podem ser soluções de baixo custo e de reduzido impacto ambiental. Corredores, do tipo BRT (Trânsito Rápido de Ônibus), têm conquistado expressivo espaço pelo mundo, pois suas vantagens de flexibilidade operacional podem ser um trunfo

quando se pensa em desenvolvimento sustentável. A viabilidade é comprovada. Faltam atitudes. Parcerias público-privada são soluções para se alcançar uma mobilidade urbana eficaz em um momento crítico vivido pelo Brasil.

E, quanto aos projetos de sistemas de trilhos que algum dia iriam prover me-lhorias nos deslocamentos urbanos do País e seriam legados, viraram mico ou o pato, pagos por mim, por você e por todos nós.

Imagem - Reprodução

Conectividade e suas ferramentas

Os serviços de ônibus urbanos da cidade paulista de Bauru contam com a co-nectividade a favor, proporcionando benefícios a quem os usa. O sistema local foca no gerenciamento eletrônico da frota desenvolvido pela empresa Transdata Smart. A Transurb Bauru – Associação das Empresas de Transporte Coletivo Ur-

bano de Bauru - é cliente da fabricante da tecnologia desde 2004, período em que implementou a bilhetagem eletrônica em seu sistema (cartões inteligentes Bauru Integrado).

Somado a melhoria na gestão da frota e na pontualidade do atendimen-to prestado aos usuários, há o aplicativo Ônibus + (baixado gratuitamente), dis-ponível nas versões IOS, Android e Windows Phone. Essa ferramenta, segundo a Transdata, possibilita ao empresário melhorar a percepção dos serviços ofere-

cidos à população, sendo que o passageiro pode identificar em tempo real qual linha de ônibus melhor atende os pontos de partida e finais definidos para a sua viagem. “Com as duas ferramentas integradas, conseguimos fazer o controle de motor ligado do ônibus no ponto final, desvio de trajeto, cumprimento de horá-rios, excesso de velocidade, aceleração, redução de quilometragem, diminuição dos níveis de poluentes no meio ambiente, economia de combustível, isso sem

contar a melhoria da pontualidade no atendimento aos passageiros”, disse Ri-naldo Polo Bonicontro, Coordenador de Operação da Transurb.

De acordo com a Transdata Smart, com esta solução o gestor tem acesso onli-ne à localização do veículo, posicionamento no trânsito, cumprimento de horá-rios, velocidade, comunicação direta com gestor da frota, solicitações de para-da, além de mostrar se há a formação de comboio, como também notificar e-mergências via botão pânico e se comunicar diretamente com o Centro de Con-

trole Operacional (CCO) via teclado. A frota de ônibus urbanos de Bauru é composta por 234 veículos.

Imagem - Divulgação

Tecnologia de recarga com alta quilometragem

A tecnologia de recarga elétrica para ônibus urbanos desenvolvida pela empre-sa Bombardier ultrapassou os 500 mil quilômetros de operação. Denominado de PRIMOVE, o sistema está incorporado em 15 ônibus elétricos (100% a baterias) que prestam serviços em cidades da Alemanha, Bélgica e Suécia. Mais de 527

toneladas de CO² deixaram de ser emitidas nessas localidades, configurando-se como um excelente exemplo ambiental, com viabilidade econômica.

O PRIMOVE é um sistema integrado que permite às cidades incorporar em sua estrutura de transporte a mobilidade elétrica. Seu pacote tecnológico inclui a estação de recarga elétrica por indução, as baterias de longa duração e a pro-pulsão. De acordo com a Bombardier, mais de 90 mil ciclos de recarregamento foram realizados desde a primeira unidade aplicada na cidade alemã Braunsch-

weig. Tal conceito é mais um exemplo que se insere em centros urbanos preocupa-

dos com um ambiente mais limpo e com a alta qualidade de vida de seus mora-dores. Berlim, Braunschweig, Mannhein, Bruges e Södertälje são as cidades que já utilizam a tecnologia em seus e-buses.

Imagem - Bombardier

Condução segura

Uma das formas de se conseguir melhor rendimento e segurança operacional é promover uma condução segura dos veículos comerciais. Segundo dados do Da-taSUS, do Ministério da Saúde, apresentados pelo Observatório Nacional de Se-gurança Viária (ONSV), entre 2010 e 2014, o Brasil teve crescimento de 15%

no número de acidentes fatais envolvendo caminhões e ônibus (ficando atrás apenas das ocorrências registradas com ocupantes de motocicletas, que tiveram alta de 16% em igual período). E como uma das soluções para alterar esse ce-nário negativo no segmento de transporte, o imperativo é proporcionar uma consciência ao condutor, por meio de treinamento e conhecimento.

Simuladores de direção veicular são ferramentas que oferecem a possibilidade de treinamentos na condução em dias de chuva, sob neblina, em rodovias de

pista simples e de mão dupla (com e sem acostamento), em pista dupla com canteiro central, além de reproduzir a sensação de passar por estradas com pa-vimento danificado e até trechos de serra sem asfalto. “O simulador de direção é um equipamento que colabora para que o motorista seja mais consciente de seu papel no trânsito, sendo ainda possível acompanhar o desempenho dos alu-nos em tempo real e monitorar a evolução de cada um. Além disso, essa experi-

ência representa a oportunidade de aprender a utilizar de maneira mais racional o veículo, o que gera economia de combustível e redução de despesas com ma-nutenção”, ressaltou Sheila Borges, especialista em simuladores de direção e diretora de produtos da ProSimulador.

Divulgação

Eucatur adquire o maior ônibus rodoviário

Ele é um modelo de grande proporção, idealizado para viagens rodoviárias de longas distâncias. Trata-se da versão estradeira com 15 metros de comprimen-to, desenvolvida pela encarroçadora gaúcha Marcopolo, capaz de transportar 60 pessoas em poltronas que oferecem muito conforto. O Paradiso 1800 DD é

uma das carroçarias mais sofisticadas para os serviços em linhas regulares ou transporte turístico. E foi a escolhida pela operadora paranaense Eucatur (Empresa União Cascavel) para a renovação de sua frota.

As 20 unidades, todas com chassis da Volvo, modelo B450R (8x2), irão ser operadas em três frentes de serviços da transportadora, no norte, noroeste e sul do Brasil. Os veículos contam com 60 poltronas, sendo 48 do tipo semi-leito no piso superior e 12 leitos no inferior. Além disso, os passageiros podem con-

tar com conexão de internet via Wi-Fi, tomadas elétricas, espaço pet climatiza-do para acomodação de seu animal de pequeno porte e sistema de entreteni-mento com vídeos que podem ser acessados em smartphones, tablets e note-books.

Outra inovação fica por conta dos layouts externos, com identidades visuais variadas em conotação à fauna amazônica, região atendida pela operadora,

com o serviço Amazon Bus. Os primeiros veículos contam com pinturas que destacam a onça e araras.

O chassi Volvo B450R (8x2), escolhido pela operadora, é equipado, de série, com a caixa de câmbio eletrônica I-Shift; suspensão eletrônica; sistema de frei-os inteligentes EBS; e o sistema de freio motor Volvo (VEB), com 390cv de po-tência. Outro diferencial é o ESP (Controle Eletrônico de Estabilidade), moderno sistema de segurança ativa que evita o risco de derrapagem e capotagem em

curvas. “Com o aumento das tarifas pelas companhias áreas, os passageiros estão voltando a optar por viagens de ônibus, especialmente nas rotas de mé-dias e longas distâncias. Além disso, o ônibus chega a cidades que não têm ae-roporto”, disseTiago Mondoni, representante regional de vendas da Volvo Bus Latin América.

Imagem - Revista AutoBus

Tração alternativa em evidência

A tecnologia da eletromobilidade de-senvolvida pela fabricante sueca de ôni-bus Volvo alcançou números expressi-vos de participação em sistemas de

transporte urbanos em 22 países em seis anos de história.

Três mil ônibus, híbridos (diesel/eletricidade), híbridos elétricos e 100% elétricos, já foram comercializados des-de 2010, quando a primeira versão com propulsão alternativa foi apresentada.

Somente em 2016 foram mais de 500 unidades vendidas, sendo que o princi-pal mercado é o Reino Unido, com 1.425 ônibus.

A montadora sueca disponibiliza ao mercado as versões integrais 7900 hí-

brida e híbrida elétrica convencionais (com 12 metros), articuladas (com 18 metros), bem como os chassis B5LH9 e B5LHC para carroçarias com um ou dois pavimentos.

Imagem - Revista AutoBus

Aberta licitação dos serviços de ônibus de

Santiago do Chile

Um marco da reestruturação do sistema de transporte público da cidade de Santiago (Chile), com a finalidade de se alcançar mais qualidade de serviço pa-ra o usuário e o uso eficiente dos recursos do sistema, pode ser visto com a a-bertura do processo licitatório da concessão das operações e serviços comple-

mentares de ônibus locais. Nesta primeira etapa serão licitadas seis, das Unidades de Negócio, que levam

adiante a operação do sistema: quatro vigentes, que vencem em 2018, e duas novas unidades criadas neste processo de reestruturação. O objetivo da licita-ção em questão é a concessão para a prestação de serviços urbanos de trans-porte remunerado de passageiros por ônibus.

Por ser membro da Associação Latino-Americana de Sistemas Integrados para

a Mobilidade Urbana Sustentável - SIMUS, o Diretório de Transporte Público Metropolitano (DTPM), da capital chilena, firmou parceria com a mesma para que coordene uma série de encontros visando a promoção do processo licitató-rio, nos quais uma delegação especializada de Santiago realizará apresentações técnicas dos principais aspectos técnicos do sistema e da corrente licitação, bem como, sobre as condições econômicas e os riscos associados no investi-

mento no Chile. Outro importante aspecto nesse processo trata da adoção de tecnologias de

tração veicular que permitam alcançar índices com baixa ou nenhuma emissão poluente, por meio do atendimento à norma Euro 6 para motores de combustão interna.

A SIMUS ainda será a responsável pela realização de toda a convocação e co-ordenação desses encontros, os quais terão suas datas e locais divulgados em

breve. O processo de reestruturação terá continuidade com a licitação dos ser-viços complementares e das unidades de negócio restantes entre os anos de

2020 e 2021. Mais informações poderão ser obtidas com Tomás Varano,

G e re nte de P ro je tos , Q ua l i dade e Be nchmark i ng da Associação Latino-Americana de Sistemas Integrados para a Mobilidade Urbana (SIMUS).

www.alasimus.org tomas.varano@alasimus.org

Imagem - Reprodução