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Em entrevista exclusiva, o ministro Henrique Eduardo Alves fala sobre planos, desafios e metas que podem mudar a postura política sobre o turismo e melhorar o ambiente de negócios de uma indústria que contribui com 9,6% do PIB nacional.

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Page 2: 262 / Junho

Há mais de 50 anos, a Eletrobras é a força que transforma um país inteiro.

Década de 60

A Eletrobras nasce com a missão de aumentara capacidade de energia do País.

Década de 70

Início da construção das usinas nuclearesde Angra I e Angra II.

Criação do CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica.

Década de 80 e 90

Inauguração das usinas Angra I, Xingó,Serra da Mesa, Itaipu e Tucuruí.

Criação do Procel, programa que contribuipara o uso eficiente da energia no país.

2000 até hoje

Instituídos os programas Luz para Todose Proinfa.

Início da construção de Belo Monte,Jirau, Santo Antônio, Teles Pirese retomada de Angra III.

Expansão das matrizes eólica e solar no Paíscom a viabilização de vários empreendimentos:Geribatu, Mangue Seco, Rei dos Ventos,Miassaba e MegaWatt Solar.

Até 2030

Objetivo de estar entre as dez maiores empresas de energia elétrica do mundo.

Somos a Eletrobras. Somos a energia do Brasil.

eletrobras.com

Tudo começou em 62. E a Eletrobras já nasceu impulsionando o país. Nas décadas seguintes, a gente continuou buscando chegar mais longe, construindo novas linhas de transmissão, novas usinas, investindo em tecnologia, investindo no futuro. Há mais de 50 anos, a história vem mostrando que superação é a marca da Eletrobras. Por isso, temos certeza: em 2030, vamos estar entre as três maiores empresas globais de energia limpa e entre as dez maiores em energia elétrica do mundo.

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Há mais de 50 anos, a Eletrobras é a força que transforma um país inteiro.

Década de 60

A Eletrobras nasce com a missão de aumentara capacidade de energia do País.

Década de 70

Início da construção das usinas nuclearesde Angra I e Angra II.

Criação do CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica.

Década de 80 e 90

Inauguração das usinas Angra I, Xingó,Serra da Mesa, Itaipu e Tucuruí.

Criação do Procel, programa que contribuipara o uso eficiente da energia no país.

2000 até hoje

Instituídos os programas Luz para Todose Proinfa.

Início da construção de Belo Monte,Jirau, Santo Antônio, Teles Pirese retomada de Angra III.

Expansão das matrizes eólica e solar no Paíscom a viabilização de vários empreendimentos:Geribatu, Mangue Seco, Rei dos Ventos,Miassaba e MegaWatt Solar.

Até 2030

Objetivo de estar entre as dez maiores empresas de energia elétrica do mundo.

Somos a Eletrobras. Somos a energia do Brasil.

eletrobras.com

Tudo começou em 62. E a Eletrobras já nasceu impulsionando o país. Nas décadas seguintes, a gente continuou buscando chegar mais longe, construindo novas linhas de transmissão, novas usinas, investindo em tecnologia, investindo no futuro. Há mais de 50 anos, a história vem mostrando que superação é a marca da Eletrobras. Por isso, temos certeza: em 2030, vamos estar entre as três maiores empresas globais de energia limpa e entre as dez maiores em energia elétrica do mundo.

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Leitor

Coragem, audácia e vontade política. Essa é a recei-ta do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, para alavancar uma indústria que envolve 52 segmentos eco-nômicos e ocupa a quinta posição na pauta de exporta-ção brasileira.

Para tanto, ele definiu algumas prioridades de sua gestão no comando da pasta: mudar o olhar e a postura política sobre o setor de turismo, criar condições mais fa-voráveis para o setor privado investir no Brasil, incremen-tar as parcerias e mudar o modelo de gestão da Embratur, autarquia responsável por “vender” o País no exterior.

“Temos atrativos suficientes para atrair estrangeiros de todas as partes do mundo, mas temos que nos posi-cionar, ir ao mercado e nos diferenciar. Mas sem uma estratégia combinada, sem parcerias, não vamos a lugar nenhum”, ressalta.

Segundo o ministro, os números provam que o Brasil continua sendo um dos mercados turísticos mais promis-sores do mundo: “Precisamos ser mais agressivos em nos-sas ações de promoção internacional”, afirma Henrique Alves, ressaltando que o aumento da competitividade foi um dos maiores legados da Copa do Mundo de 2014, pois o país preparou o setor do turismo como um todo.

Henrique Eduardo Alves tem uma meta ambiciosa: transformar o Brasil em um dos destinos mais desejados do mundo. Após o sucesso da Copa, agora ele aposta nos Jogos Olímpicos de 2016 como o próximo auge promo-cional do turismo brasileiro. “O ano olímpico nos coloca em um novo e mais qualificado patamar no mercado in-ternacional de viagens e turismo”

Em entrevista exclusiva a Estados & Municípios, ele fala sobre planos, desafios e metas que podem mudar a postura política sobre o turismo e melhorar o ambiente de negócios de uma indústria que contribui com 9,6% do PIB nacional.

Turismo alavanca PIB

O Editor

&EstadosMunicípios

Editor GeralGuilherme Gomes - SJP-DF 1457

Diretora ComercialCarla Alessandra dos S. Ferreira

Conselho EditorialClovis Souza / Gerson Matos

Mauricio Cardoso / Rangel Cavalcante Renato Riella / Gerson de Castro / Getúlio Cruz

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DiagramaçãoAndré Augusto Dias

Agências de NotíciasBrasil / Senado / Câmara

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PARCEIROS

Região NorteMeio & Mídia Comunicação Ltda

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Minas GeraisRodrigo Amaral(31) 8841-1515

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Nacional e InternacionalBento Neto Corrêa [email protected]

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Tiragem 36 mil exemplares

As colunas e matérias assinadas não serão remuneradas e o texto é de exclusiva responsabilidade de seus autores

Sua revista de gestão, política e empreendedorismo

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CAPA

Em entrevista exclusiva, o ministro Henrique Eduardo Alves fala sobre planos, desafios e metas que podem mudar a postura política sobre o turismo e melhorar o ambiente de negócios de uma indústria que contribui com 9,6% do PIB nacional. A estratégia para alavancar o setor e atrair cada vez mais turistas brasileiros e estrangeiros já está definida: coragem, audácia e vontade política.

28 | DIRETO DE BRASÍLIA Renato Riella

42 | MÍDIA Pedro Abelha

56 | CASOS & CAUSOS Rangel Cavalcante

índiceEdição 262 - Junho / 2015

colu

nas

12 PolíticaNovo Plano de Investimentos tem que sair do papel 12União para ajudar o Brasil 13Começou a reforma política 14Ano de ajustes fiscais nos municípios 16

19 EstadosMatopiba une forças para o desenvolvimento 19Senador insiste na revisão do ICMS 21

22 MunicípiosNovos negócios e mais empregos em Pirapora 22Duque de Caxias vai combater enchentes 24Prefeitos do G100 recorrem ao BNDES 25

26 MobilizaçãoO futuro do “Velho Chico” 26

30 SaúdeCinto de segurança é para todos 30

32 EducaçãoPopulação nos planos municipais de educação 32

33 Infraestrutura Recursos garantidos para obras estruturantes 33

34 EconomiaMais petróleo brasileiro na China 34Não faltará dinheiro para logística 35

36 MoradiaFGTS reforça financiamento de imóveis 36

38 PesquisaComo o Brasil mudou nos últimos 50 anos 38

41 SocialMobilização para identificar crianças desaparecidas 41

44 Meio AmbientePará comemora redução no desmatamento 44De volta à natureza 45

46 CidadaniaSociedade deve debater maioridade penal 46

47 Cultura Frente Parlamentar lidera combate à pirataria 47

48 Câmaras & AssembleiasParaná debate qualidade da telefonia móvel 48Audiência pública debate privatização da Celg 50Plano para aperfeiçoar o ensino em Brasília 51

52 TurismoPraia, diversão e cultura nas praias do Araguaia 52

58 artigoDireitos Humanos 58

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C a p a

O promissor turismo brasileiroCoragem, audácia e vontade política. Essa é a receita do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, para alavancar uma indústria que envolve 52 segmentos econômicos e ocupa a quinta posição na pauta de exportação brasileira.Em entrevista exclusiva a Estados & Municípios, ele fala sobre planos, desafios e metas que podem mudar a postura política sobre o turismo e criar condições mais favoráveis para o setor privado investir no Brasil e melhorar o ambiente de negócios.

De acordo com o ministro, os números provam que o Brasil continua sendo um dos mercados turísticos mais promissores do mundo: “Precisamos ser mais agressivos em nossas ações de promoção internacional”, afirma Henrique Alves, ressaltando que o aumento da competitividade foi um dos maiores legados da Copa do Mundo de 2014, pois o país preparou o setor do turismo como um todo.

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C a p a

“O primeiro desafio é mudar o olhar e a postura política sobre o setor de turismo”

O senhor já afirmou que vai revolucionar o turismo brasileiro. Quais os principais desafios para concretizar essa revolução?

O primeiro é mudar o olhar e a postura política sobre o setor de turismo. Não há indústria que, no atual cenário de ajustes fiscais e incertezas, esteja mais credencia-da para enfrentar a crise. Somos o quinto item da pauta de exporta-ções do país, atrás de minério de ferro, soja, petróleo e açúcar. É a indústria que alcança melhor per-formance com baixo investimento e a atividade econômica que res-ponde com mais rapidez diante das adversidades, porque é capaz de induzir o desenvolvimento re-gional envolvendo 52 segmentos.

O turismo é sustentado, es-sencialmente, por micro e pe-quenas empresas. A nossa grande missão é transformar esse poten-cial em negócios, empregos, divi-sas para o país e renda para a po-pulação. E essa meta será atingida quando transformarmos o turismo em prioridade de Estado.

Recentemente o Fórum Eco-nômico Mundial divulgou estudo global de competitividade em tu-rismo. Nele, foram analisadas 14 dimensões que impactam no turis-mo. Como resultado, o Brasil sal-tou da 51ª posição em 2013 para a 28ª este ano, em um ranking de 141 países.

Se avaliamos isoladamente a posição geral do país no ranking, estamos em uma situação consi-derada positiva. Avançamos 23 posições nos últimos dois anos,

fruto de um trabalho intenso que a indústria do turismo vem rea-lizando isoladamente há anos. Digo isoladamente pois, ao meu ver, ainda falta o governo tratar o turismo como setor central da economia. A imagem do turismo como atividade econômica é des-proporcional ao seu real tamanho, força, amplitude e impacto para o país, apesar de contribuir direta e indiretamente com 9,6% do Pro-duto Interno Bruto nacional. condições mais favoráveis para o

setor privado investir no Brasil e melhorar o ambiente de negócios. Uma demanda quase unânime, desde que virei ministro do Turis-mo, diz respeito à facilitação dos processos de licenciamento. Em-presários da hotelaria, sindicatos de parques temáticos e cruzeiros, investidores nacionais e interna-cionais, todos sofrem com a bu-rocracia excessiva e a legislação ultrapassada.

Uma saída que beneficiaria todos os setores dessa grande in-dústria do turismo é a criação de uma Zona de Processamento Es-pecial do Turismo, uma área de-terminada pela União e pelo mu-nicípio com condições propícias para o investidor. Estamos falando de benefícios econômicos, tribu-tários e facilidades no processo de licenciamento.

Como a indústria do turis-mo pode ajudar na retomada e na aceleração do desenvolvi-mento do país?

Quando assumi o Ministério do Turismo, descobri que há muito

Como avançar ainda mais?Se olharmos para o mesmo

estudo, podemos fazer várias lei-turas para entender onde pode-mos avançar. Somos o primeiro país do mundo no quesito recur-sos naturais, porém, essa nossa posição não se materializa em ne-gócios, porque existe uma grande dificuldade em transformar nossos parques e orlas em pontos turís-ticos, por meio da construção de hotéis, marinas e áreas de entre-tenimento.

Esse é um dos pontos prio-ritários de minha gestão: criar

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O turismo é a atividade econômica que responde com mais rapidez diante das adversidades

preconceito em relação ao setor. As pessoas veem o turismo como “férias e festa”. Mas o turismo não é só isso, muito pelo contrário.

A indústria do turismo con-tribui, direta e indiretamente, com 9,6% do PIB, gera anualmente mais de 3 milhões de empregos e é o 5º principal item da balan-ça de exportações brasileira, atrás apenas de minério de ferro, soja, petróleo e açúcar.

Com a melhoria no ambien-te de negócios e a modernização dos campos jurídico e legislativo para o investidor, os empresários teriam muito mais segurança para investir no Brasil. Ainda há muitas barreiras que intimidam a entrada de investimentos, mas entendo que essa é a hora de mudar para crescer. O desenvolvimento sus-tentável passa pela desburocra-tização, pela desoneração, pela facilidade de acesso ao crédito e por uma série de benefícios tribu-tários que precisamos criar.

O Ministério do Turismo ainda é visto como uma pasta isolada. Como interagir com

as demais pastas e mudar essa sensação de Ministério fraco?

Em um ano delicado como este, acredito que um dos gran-des desafios é unir forças para fa-zer mais por menos. Desta forma, as ações em parceria com outros ministérios são ainda mais impor-tantes nesse momento. Essa é uma determinação, inclusive, da presi-dente Dilma Rousseff. Ela pediu para os ministros trabalharem em parceria para otimizar os recursos e ampliar os resultados.

É o caso da proposta de isenção de vistos para norte-americanos, apresentada ao Mi-nistério de Relações Exteriores. Nossa ideia é fazer um projeto-piloto, com a duração de um ano, para avaliar o resultado dessa ação. Com um gesto ali-nhado entre entes de governo, poderemos duplicar ou até mes-mo triplicar a entrada de divisas por meio do turismo. Em um ano de ajustes fiscais e dificuldades econômicas reais, isso pode sig-nificar muito para o reequilíbrio das contas do país.

Além disso, somos parceiros do Ministério do Meio Ambiente na análise de modelos de con-cessão e de PPPs para preparar os parques nacionais para o turismo. Lapidar o setor para remodelar os

usos de produtos, atrações e des-tinos pode representar um ganho vital em competitividade.

Com o Ministério da Pesca, assinamos um acordo de coope-ração técnica para fortalecer a re-lação entre o mercado de turismo e as atividades ligadas à pesca. Com o MEC executamos o Pro-natec Turismo, o maior programa de qualificação profissional já to-cado pelo MTur, e que já formou mais de 100 mil alunos em diver-sas áreas do receptivo turístico no Brasil. Com a Apex, trabalhamos para emplacar destinos turísticos em associação com a comercia-lização de produtos agrícolas co-nhecidos mundialmente.

Qual o papel da EMBRA-TUR neste novo cenário que o Sr. pretende dar ao turismo brasileiro?

Precisamos ser mais agressi-vos em nossas ações de promoção internacional. Para isso, temos de mudar o modelo de gestão da Embratur, nossa autarquia res-ponsável por “vender” o Brasil no exterior. Não precisamos ir muito longe para encontrar um modelo adequado. Aqui no Brasil temos a Apex, uma agência híbrida, que dialoga muito bem com o merca-do e as diversas esferas de gover-no.

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“O aumento da competitividade é um dos maiores legados da Copa, pois o país preparou o setor do turismo como um todo”

Acredito que a Embratur tem que entender melhor o que cada público quer, como po-demos vender o Brasil. Temos atrativos suficientes para atrair estrangeiros de todas as partes do mundo, mas temos que nos posicionar, ir ao mercado e nos diferenciar. Para isso, é preciso, também, entender o que esses turistas procuram, o que os atrai.

Um exemplo claro disso está na China. Em 2014, cerca de 100 milhões de chineses viajaram pelo mundo, mas apenas pouco mais de 77 mil vieram ao Brasil. Por que não atraímos esse público? O que podemos fazer para reverter esse cená-rio? Temos não só que criar estratégias de marketing, temos que criar uma polí-tica de governo que transforme o Brasil em um país seguro e atrativo para investi-dores e turistas.

Uma experiên-cia que conheci re-centemente foi a do México. Há 40 anos, a região onde hoje existe Cancun era abandonada, não tinha qualquer expectativa. Em 2014, US$ 16 bilhões entraram no país pelo tu-rismo, sendo que apenas Cancun res-pondeu por 70% desse montante. No Brasil, os turistas internacionais dei-xaram no país menos da metade des-se valor (US$ 6,9 bilhões), em 2014.

Minha ideia é termos várias Cancuns no Brasil e atrairmos ainda mais estrangeiros. Mas sem uma es-

tratégia combinada, sem parcerias, não vamos a lugar nenhum.

A Copa do Mundo deixou o legado turístico que o Brasil esperava?

O aumento da competitivida-de é um dos maiores legados da Copa, pois o país preparou o setor do turismo como um todo. Esse legado é, na verdade, onipresen-te: ele está nos serviços, produtos, destinos, novas políticas e visão de governo, com destaque espe-cialmente para algumas modali-dades em que o país foi avaliado

por um estudo global do Fó-rum Econômi-co Mundial.

É perti-nente avaliar-mos os resulta-dos de 2013 e 2015 do mes-mo relatório, que dão uma ideia nítida da evolução entre o ano pré e o pós-Copa. O

levantamento mostra que o Brasil avançou 60 posições no ranking de competitividade em estádios, passando à 3ª posição, ou seja, está entre os três mais competiti-vos do mundo.

Em Recursos Culturais, pas-samos da 23ª à 8ª posição, o que mostra melhor estruturação da nossa vasta e diversa oferta de cultura. Em infraestrutura turística, um tema complexo de se avançar porque envolve grandes projetos

urbanos e, principalmente, longo prazo, melhoramos nove posi-ções.

É um salto importantíssimo, que diz muito sobre o conforto e as facilidades que estamos crian-do para o visitante. No item com-petitividade de preço melhoramos muito, passando da 126ª à 81ª colocação, um número cru e ob-jetivo sobre o custo/benefício de se viajar pelo Brasil. Poderia citar ainda outros indicadores, como passagens aéreas, hotéis, aeropor-tos. Nós temos um legado concre-to que já foi incorporado ao dia-a-dia dos brasileiros, e isso é muito bom.

Qual a expectativa em re-lação à Olimpíada de 2016?

Mas nós sabemos que po-demos mais. O Brasil pode mais. Dessa vez, vamos usar a Olimpí-ada como uma janela de opor-tunidades para colocar o país na vitrine do turismo global. Vamos investir em promoção de uma ma-neira singular, única, mais agressi-va, nunca antes explorada. Nosso objetivo é transformar o Brasil em um dos destinos mais desejados

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O “ano olímpico” nos coloca em um novo e mais qualificado patamar no mercado internacional de viagens e turismo

do mundo, cujo próximo auge promocional será a realização dos Jogos Olímpicos.

O “ano olímpico” nos colo-ca em um novo e mais qualificado patamar no mercado internacio-nal de viagens e turismo. Esse con-ceito é uma das principais expec-tativas para o legado olímpico em turismo. A ideia é que os visitantes possam aproveitar o Rio de Janei-ro e também participar de eventos sociais e culturais em outras cida-des, compartilhando o espírito de unidade e celebração e vivendo os Jogos em vários destinos – exata-mente como aconteceu na Copa do Mundo.

Nossa missão, como governo federal, é pensar e executar inicia-tivas que facilitarão a estadia do turista e farão a experiência turís-tica em solo brasileiro tão única e memorável quando pudermos proporcionar. Infraestrutura, aero-portos, transporte público, hospe-dagem e as mais variadas atrações turísticas estarão de braços aber-tos para visitantes.

Há décadas se fala do potencial turístico do Brasil.

Como transformar todo esse potencial em geração de renda e emprego? O que falta para o potencial virar uma realidade?

Primeiro: coragem, audácia e vontade política. Não há que se falar em turismo como um setor “menor” da economia, ou mesmo reduzido a lazer, passatempo, en-tretenimento. Essa é uma indústria cuja capilaridade ultrapassa as barreiras do próprio setor. Somos um país vocacionado para o turis-mo, somos referência internacio-nal de hospitalidade.

Mas para transformar política e vocação em negócios, é preciso desenvolver uma nova visão, co-locar o turismo como prioridade de governo, de política de Estado.

Existe uma ampla discus-são, por exemplo, no âmbito de governo, sobre a modernização da legislação e a criação de um ambiente mais seguro para investi-mentos. Se o turismo é um grande negócio, é indispensável que os instrumentos jurídicos disponíveis criem bases para que ele aconteça.

No orçamento, por exemplo, é uma Pasta ainda sem essa rele-vância, apesar de ter uma força incrível de movimentar o merca-do doméstico e movimentar uma alta cifra financeira. Mas ao invés de esperar que nos tratem como um “ministério classe A”, nós va-mos adotar medidas e iniciativas que nos qualifiquem para estar entre os grandes. Já conto com o apoio da presidente Dilma nessa missão. Temos um grande poder de responder aos desafios do pre-

sente e do futuro do Brasil, e agora o que precisamos é começar.

Que estratégias o País deve adotar para atrair mais turistas?

Um tema que já está sendo tratado com atenção diz respeito à promoção internacional e fa-cilitação de vistos. Acredito que estamos evoluídos e prontos para debater esse tema, por isso já le-vamos o assunto para discussão junto ao Ministério de Relações Exteriores. Formalizamos nosso pleito para isenção de visto para norte-americanos entre junho de 2015 e dezembro de 2016. Essa seria uma estratégia-piloto que pode ser estendida, posteriormen-te, a outros países importantes para a ampliação do fluxo de es-trangeiros ao Brasil.

Precisamos, ainda, ser mais agressivos em nossas ações de promoção internacional e, para isso, já estamos estudando um novo modelo de gestão da Embra-

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tur. Outro assunto relevante é a co-nectividade aérea. Hoje, só temos cerca de 100 aeroportos em cida-des do interior operando voos. São mais de 40 milhões de pessoas a mais de 100km de distância desses aeroportos. Ou seja: ainda não há integração eficiente e rápida que permita a mobilidade das pessoas. Precisamos fortalecer o plano de aviação regional e investir ainda mais em infraestrutura.

Investir no turismo ainda é um negócio de risco no Brasil. Como reverter esse cenário?

O Brasil é a nona economia de turismo do globo, e o PIB tu-rístico brasileiro já é maior que o PIB global de mais de 100 países. Emprega mais de 3 milhões de brasileiros e já é o terceiro maior mercado de aviação comercial do mundo. Esses números provam que o Brasil continua sendo con-siderado um dos mercados turísti-cos mais e promissores do mundo para grandes investidores. Por isso eu não diria que é um investimen-to de risco, mas talvez carente de apoio.

O papel incansável dos go-vernos vai além de investir na qua-lidade da infraestrutura dos desti-nos. Inclui melhorias no ambiente de negócios para empresas de tu-rismo, simplificação da burocracia para destravar os investimentos no setor e facilitar o acesso ao crédi-to. Isso foi fundamental para esta-belecer as novas regras e demo-cratizar o acesso aos recursos do Fungetur, o Fundo Geral de Turis-

mo. Com o objetivo de fomentar o setor, o Fungetur já movimentou R$ 92 milhões em crédito contra-tado para 34 projetos no Brasil, e o estoque adicional de recursos disponível soma R$ 170 milhões.

No estudo de competitivida-de publicado recentemente pelo Fórum Econômico Mundial, apa-recemos na 126ª posição no que-sito ambiente de negócios. Em alguns subitens que compõem as dimensões estruturais, como o número de dias para se conseguir permissão para construções ou o tempo para abrir um negócio, estamos nas últimas colocações, mais precisamente 137ª e 135ª, respectivamente. Trabalhamos para mudar esse cenário e cir-cunstâncias, o que pode acon-tecer logo com a aprovação da criação das zonas especiais de turismo, por exemplo. Será um recomeço.

Fortalecer o turismo inter-no - rodoviário e aéreo - impli-ca em melhoria das rodovias e na ampliação da malha aérea regional. Isso é possível a cur-to prazo?

O crescimento do interior do Brasil tem apresentado desempe-nho superior as áreas urbanas. De acordo com uma pesquisa recen-te, 38% do consumo do país está fora das capitais e regiões metropo-litanas e de cada 10 brasileiros da classe média, 6 estão no interior.

Outro dado interessante é que as famílias da classe média do interior têm renda 20% maior

que as famílias de classe média das capitais, mas gastam 50% menos em passagem aérea. Isso acontece pela falta de acesso dessa parte da população aos aeroportos.

A missão do Ministério do Tu-rismo é incentivar e facilitar as via-gens, portanto nada mais correto do que apoiarmos o programa de aviação regional do governo fede-ral. A aviação aproxima pessoas e impulsiona a economia do interior. O Programa de Aviação Regional do governo federal investe R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos, o que deve fazer com que cerca de 96% da população brasileira esteja a, no máximo, 100 km de um aeroporto.

Além disso, pelo modelo de concessão dos aeroportos, estima-se que o investimento total das concessionárias ultrapasse os R$ 6,2 bilhões em 13 novos terminais, com um aumento de 81% na capa-cidade de atendimento.

O Ministério do Turismo tam-bém apoia obras de pavimentação, construção e reforma de rodovias em todo o país. É uma forma de co-nectar destinos, pessoas e tornar o Brasil um país mais acessível, mais prático e fácil de se viajar. •

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12 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

P o l í t i c a

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), espera que o Plano de Investimen-tos em Infraestrutura anunciado pelo governo da presidenta Dil-ma Rousseff seja implementado de fato, porque o país precisa de iniciativas no setor. O senador ob-servou que há dois anos o gover-no não faz leilão de ferrovia, e que aguarda que o novo plano de inves-timento realmente saia do papel.

“Sinceramente, eu torço para que não seja uma lista de inten-ções. O Brasil precisa muito des-ses investimentos em infraestru-tura e logística. E chegou a hora definitivamente de fazê-los”, enfa-tizou o presidente do Senado.

O Programa de Investi-mentos em Logística contará com um montante de mais de R$ 198 bilhões. Cerca de um terço desse

valor deverá vir da iniciativa pri-vada, por meio das concessões de portos, aeroportos, ferrovias e rodovias a serem realizadas até o ano de 2018.

Em 2012, o governo lan-çou a primeira versão desse pro-grama, com um total de R$ 133 bilhões em investimentos.

Falsa privatização

O líder do Democratas, se-nador Ronaldo Caiado, de Goiás, ironizou o governo ao ressaltar que a presidenta Dilma Rousseff se contradiz ao liberar novas con-cessões, que, para ele, são priva-tizações. Caiado criticou ainda o fato de o BNDES bancar a maior parte dos investimentos.

“Todo projeto de privati-zação exige que o Governo Fe-

Novo Plano de Investimentos tem que sair do papel

deral entre com 50 ou mais de 50% dessas privatizações. Ora se o governo está dizendo que não tem caixa para a saúde ou para a educação, como ele diz que para fazer as privatizações não tem li-mite? , criticou o parlamentar.

A reação foi imediata. O líder do PT, senador Humberto Costa, de Pernambuco, negou a existência de qualquer contradi-ção, ressaltou que a concessão já foi adotada no primeiro man-dato da presidenta e que o novo modelo permitirá a utilização da outorga para a captação de re-cursos.

O governo quer incentivar a prática da outorga, modelo em que vence a empresa que pagar o maior preço pela exploração do serviço, para atrair novos inves-timentos da iniciativa privada. •

“Torço para que não seja uma lista de intenções. O Brasil precisa desses investimentos”

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 13

P o l í t i c a

Depois de afirmar que o novo plano de concessões de infraestru-tura representa uma “virada de pá-gina” do governo para a retomada do crescimento da economia, a presidenta Dilma Rousseff pediu união para que o país possa superar obstáculos e voltar a se desenvolver.

“Todos nós devemos nos juntar para realizar um trabalho conjunto em favor dos interesses nacionais. O verdadeiro exercí-cio da democracia, sobretudo o verdadeiro exercício da relação construtiva do país, de uma nação, é tarefa de todos nós, cada um fa-zendo a sua parte”, enfatizou a pre-sidenta em discurso de lançamento da nova etapa do Programa de In-vestimentos em Logística.

Dilma defendeu “a tolerân-cia do convívio” e destacou a necessidade de parcerias como a que o governo terá com os es-tados e a iniciativa privada para levar adiante os investimentos em concessões de infraestrutura.

“Isso não significa que te-nhamos todos o mesmo entendi-

mento, a mesma compreensão, os mesmos posicionamentos, mas significa que temos todos a tole-rância do convívio, e, sem exce-ção, a consciência de que cons-truir um país e uma nação é tarefa de todos, não é tarefa de poucos.”

Ponte de diálogo

A presidenta destacou que a sua condução política é uma “fonte” e uma “ponte” de diálogo. “Quanto mais rápidos nos unir-mos, mais rápido vamos vencer os obstáculos.”

União para ajudar o BrasilA nova etapa do Programa de

Investimento em Logística prevê a aplicação de R$ 198,4 bilhões, com o objetivo de destravar a eco-nomia nos próximos anos. Para as rodovias, serão destinados R$ 66,1 bilhões. As ferrovias receberão R$ 86,4 bilhões. Já os investimentos nos portos somam R$ 37,4 bilhões e aos aeroportos serão destinados R$ 8,5 bilhões.

Do total de recursos previs-tos, R$ 69,2 bilhões serão inves-tidos entre 2015 e 2018. A partir de 2019, o programa prevê inves-timentos de R$ 129,2 bilhões.•

Dilma Rousseff pede união para

o País superar crise e voltar a

crescer

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P o l í t i c a

A aguardada reforma política está começando a virar a realida-de, com a votação de várias pro-postas na Câmara dos Deputados. Até o momento, a casa Legislativa Federal já aprovou seis modifi-cações na legislação atual: o fim da reeleição; o mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos; a redução da idade mínima para candidatos a senador, deputado e governador; restrições de acesso de pequenos partidos ao Fundo Partidário; alteração na data da

posse de presidente e governador e permissão de doações de em-presas a partidos.

Entretanto, algumas propos-tas de mudanças estruturais no modelo político brasileiro tam-bém foram sumariamente rejei-tadas pelos parlamentares, como o voto facultativo nas eleições, o fim do sistema proporcional com lista aberta para escolha de deputados; a realização de elei-ções simultâneas para todos os cargos eletivos; e o fim das co-

Começou a reforma política

ligações entre partidos nas elei-ções para a Câmara.

Por decisão dos líderes parti-dários, cada ponto da proposta de emenda à Constituição está vota-do individualmente, com necessi-dade de 308 votos para a aprova-ção de cada item. Ao final, todo o teor da proposta de reforma políti-ca será votado em segundo turno. A PEC da reforma política seguirá para análise do Senado.

A intenção do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é finalizar o primeiro turno o mais rápido possível, para que o segundo turno de votação seja concluído na primeira semana de julho.

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P o l í t i c a

Idade mínima

O plenário da Câmara aprovou a redução da idade mínima para candidatos a se-nador (de 35 para 29 anos), para deputado federal ou es-tadual (de 21 para 18 anos) e para governador (de 30 para 29 anos). Foi mantida a idade mí-nima de 21 anos para candida-tos a prefeito e de 18 anos para candidatados a vereador.

Data da posse

A data de posse de presi-dente da República passou de 1º para 5 de janeiro e as dos

governadores, do dia 1º para 4 de janeiro, facilitando suas pre-senças na cerimônia de posse do presidente. A posse em 1º de janeiro também dificulta a participação de chefes de Esta-do estrangeiros na cerimônia de posse. Pela proposta aprovada, a nova data já valerá para 2018.

Doações

O primeiro tópico aprovado pelos deputados desde o início da discussão da reforma política foi a inclusão na Constituição Fede-ral da possibilidade de doações de empresas a partidos políticos. Pelo texto, pessoa jurídica não poderá financiar candidatos indi-vidualmente.

Doações a candidatos terão que ser feitas por pessoas físicas, que também poderão doar para os partidos.

Reeleição

O fim da reeleição foi apro-vado em plenário logo depois da votação sobre financiamento. A proposta foi defendida pelos líde-res de todos os partidos da Câma-ra. A regra só não vai valer para prefeitos eleitos em 2012 e gover-nadores eleitos em 2014, que te-rão direito a uma última tentativa de recondução.

Duração dos mandatos

Para “compensar” o fim da reeleição, a Câmara aprovou fixar em cinco anos o mandato para

todos os cargos eletivos. Atual-mente o mandato de senador é de oito anos, e, para os demais cargos eletivos, o mandato é de quatro anos.

Os parlamentares criaram uma “regra de transição”, se-gundo a qual presidente, go-vernadores, deputados federais e estaduais eleitos em 2018 ainda terão mandato de quatro anos, enquanto senadores elei-tos naquele ano terão mandato de nove anos.

Os prefeitos eleitos em 2016 também terão mandato de quatro anos. Assim, o mandato de cinco anos passará a valer a partir das eleições municipais de 2020 e presidenciais de 2022.

Barreiras

Os deputados instituíram uma cláusula de barreira para limitar o acesso de partidos pequenos a recursos do fundo partidário e ao horário gratuito em cadeia nacional de rádio e televisão.

Pelo texto, terão direito a verba pública e tempo de pro-paganda os partidos que tenham concorrido, com candidatos próprios, à Câmara e eleito pelo menos um representante para qualquer das duas Casas do Con-gresso Nacional.

A intenção é evitar a prolife-ração de partidos que só tenham interesse em receber os recursos do fundo partidário ou negociar alianças em troca de tempo a mais de televisão.•

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P o l í t i c a

O ajuste das contas públicas se tornou inevitável, pela retração esperada nas receitas da União, de estados e municípios. Os en-tes federativos aumentaram suas despesas nos últimos anos, com apoio do Governo Federal, con-tando com uma recuperação da economia brasileira que não se concretizou. Agora, é preciso não apenas conter o avanço dos gas-tos; será necessário cortá-los.

O resultado é que este ano as perspectivas para os municípios são de ainda mais dificuldades financeiras do que em 2014, de-vido à estagnação econômica e aos planos de ajuste fiscal que o Governo Federal e alguns gover-nos estaduais estão colocando em prática.

Desde o primeiro dia de trabalho, a nova equipe econô-mica, comandada pelo ministro da fazenda, Joaquim Levy, deu sinais claros de que adotaria um rigoroso ajuste fiscal. Anunciou cortes expressivos de despesas, mas também recorreu à elevação de tributos como forma de reequi-librar as contas.

Estados e municípios, no en-tanto, não têm opção de cobrar mais impostos, até porque as ta-rifas de ICMS e ISS já ultrapassam qualquer limite razoável, e alte-rações mais significativas depen-deriam de um acordo por unani-midade no Conselho de Política Fazendária (Confaz), que reúne os secretários estaduais de finanças e o ministro da Fazenda.

Ano de ajustes fiscais nos municípios

Estagnação

A estagnação econômi-ca deve atingir as receitas com transferências legais e constitu-cionais, tanto da cota-parte do ICMS quanto do FPM, enquanto o ajuste fiscal terá como conse-quência a provável redução de transferências voluntárias e de repasses para o financiamento da administração municipal.

O fraco crescimento econô-mico também deve afetar as re-ceitas próprias dos municípios, principalmente o ISS, que tem sido o carro-chefe da arrecada-ção municipal desde 2003. Isso

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P o l í t i c a

porque, até agora, o setor de ser-viços vinha apresentando cresci-mento bem superior ao da indús-tria, mas os dados mais recentes divulgados pelo IBGE indicam re-tração nessa atividade econômica, que é a base do ISS.

Diante de tudo isso, os especia-listas em contas públicas orientam os prefeitos a governarem com ex-trema cautela, atualizando todas as suas previsões de receita e promo-vendo bloqueio nas despesas discri-cionárias que não possuem cobertu-ra, para evitar que a administração municipal incorra em desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal.

É verdade que o aumento dos impostos federais sobre com-bustíveis, operações de crédito e importações poderá “engordar” a fatia destinada ao repasse de esta-dos e municípios. Segundo cálcu-los da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), dos R$ 20,6 bilhões que a Fazenda Nacional estima arrecadar este ano com as alterações, R$ 1,147 bilhão - em Cide, IPI de cosméticos e Imposto de Renda – deverão ficar com as prefeituras.

Mas por conta do ajuste fis-cal para tirar as contas públicas do vermelho, o Governo Federal não repetirá o volume de repasses para investimento feito em 2014, que foi ano eleitoral. E nos estados, os governadores estão reduzindo os repasses voluntários.

PEC 172

Por todos os lados os municí-pios tendem a ter um ano fraco em

termos de arrecadação. Enquanto isso, as despesas dos municípios não param de crescer, impulsio-nadas pelas crescentes obrigações criadas para a esfera municipal.

Por isso, a Frente Nacional de Prefeitos comemorou com tanto entusiasmo a aprovação, na Comissão de Constituição e Justi-ça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, da admissibilidade da Proposta de Emenda à Constitui-ção 172/12 que proíbe a União de delegar a prestação de serviços aos estados ou municípios sem que haja a previsão, em lei, dos repasses financeiros necessários.

A aprovação é uma con-quista do municipalismo, já que esta previsão em lei foi um dos temas da carta entregue pela FNP a todos os candidatos à Pre-sidência da República nas elei-ções de 2014.

O autor da proposta, depu-tado Mendonça Filho (PE), con-sidera que ficou muito difícil no Brasil administrar um município ou um estado, porque não há re-cursos suficientes. “Hoje a União passa as tarefas e missões para os municípios, mas 80% dos recur-sos estão concentrados no gover-no central”, disse.

Já o relator da proposta, de-putado José Carlos Aleluia (BA), ressaltou que a nova regra pode desafogar os municípios. “Esse é um mal que se iniciou com a Constituição de 1988, que con-centrou os recursos na União”.

Equilíbrio

O documento final do III En-contro dos Municípios com o De-senvolvimento Sustentável expôs a posição oficial da Frente Na-cional de Prefeitos (FNP) diante do atual quadro. O texto assinado pelo presidente da FNP e prefeito de Belo Horizonte, Marcio La-cerda (PSB), reconhece as difi-culdades econômicas que o País atravessa e argumenta que “prefei-tos e prefeitas de todo o Brasil têm dado sua parcela de contribuição no enfrentamento dessa situação, e, dessa forma, apoiam e praticam, no âmbito das suas atribuições, os pre-ceitos da responsabilidade fiscal.”

Capitaneados por Marcio La-cerda, os prefeitos também aler-taram que o zelo pelo equilíbrio fiscal, que vem sendo uma das principais bandeiras do segun-do mandato da presidenta Dilma Rousseff, deve levar em conside-

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ração as possibilidades e capaci-dades de cada ente federado.

“Os municípios já enfrentam um descompasso crescente entre a expansão dos serviços públicos e das despesas, e o comportamen-to modesto das receitas públicas. Com, isso, os municípios brasilei-ros encontram-se diante do gran-de desafio de compatibilizar a voz das ruas, que legitimamente de-manda mais e melhores serviços, em especial nas áreas de saúde, educação e mobilidade urbana, e o cenário de ajustes e restrições econômicas e fiscais.”

O prefeito de Aparecida e 2º Vice-Presidente da Frente Nacio-nal de Prefeitos, Maguito Vilela (PMDB), conhece bem os proble-mas que os municípios estão en-frentando, mas defende que este é um momento de solidariedade e compreensão. “A crise econômica está batendo as portas de todos. Temos que ter solidariedade no

sentido de encontrar um caminho e uma solução para o problema. É preciso compreensão e dedica-ção”, ressaltou..

Para ele, o ajuste fiscal pro-posto pelo governo federal é a solução mais palpável para que o país volte a crescer. “É impor-tante que todo mundo saiba que o ajuste fiscal em um primeiro mo-mento vai trazer alguns problemas para os municípios e os Estados, mas a médio e longo prazo é ex-tremamente necessário e depois que passar esse momento, depois da tempestade vem a bonança”.

A equipe econômica do governo acredita que o ajuste fiscal possibilitará uma recupe-ração mais rápida, com recuo da inflação e menos pressão so-bre as contas externas do país. Se estados e municípios fizerem também sua parte, o período de sacrifício diminuirá, com benefí-cios para todos.

Dívidas

Após o evento, o presidente e representantes da Frente Na-cional dos Prefeitos se reuniram com Dilma Rousseff para tratar da questão da dívida dos muni-cípios e ouviram da própria pre-sidenta que 2015 será uma ano de vacas magras. Ela deixou claro que o contingenciamento no or-çamento deste ano “será grande” e que os prefeitos não devem es-perar ajuda do Governo Federal.

Presente na reunião, Joaquim Levy, reiterou sua posição para que o novo indexador da dívida dos es-tados e municípios só passe a vigorar em 2016, A mudança no indexador da dívida é questão central para 170 municípios - ou seja, a maioria dos 250 filiados à FNP, que concentra cidades grandes e médias, incluin-do as 26 capitais.

Sem a alteração, aprovada no fim do ano passado pelo Con-gresso, mas que o Planalto não pretende regulamentar tão cedo, as capitais e vários estados têm limitada ou mesmo anulada sua capacidade de investimento.

Mesmo assim, a FNP convo-cou todas as esferas de poder, os partidos políticos, as instituições públicas e privadas e as organiza-ções da sociedade civil à defesa da retomada do crescimento econô-mico do País, “com a preservação da estabilidade macroeconômica e das políticas e direitos sociais, o avanço e aprimoramento das polí-ticas de combate às desigualdades sociais e às iniquidades entre mu-nicípios e regiões”.•

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E s t a d o s

A ideia de unir forças e de fir-mar parcerias entre os governos es-taduais para incrementar o desen-volvimento sustentável na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) está se fortalecendo a cada dia. O encontro, promovido pelo governador do Piauí, Welling-ton Dias (PT), culminou na assina-tura de dois protocolos de intenções entre os governadores da região.

“A nossa união é a nossa força”, destacou o governador piauiense, ao concluir a reunião realizada em Teresina. Wellington Dias ressaltou a importância do Matopiba para o desenvolvimento

do País e o potencial econômico e agrícola da região.

O Protocolo de Intenções vai viabilizar uma grande parceria voltada para a integração e pro-moção do desenvolvimento sus-tentável em toda a extensão geo-gráfica que abrange o Parque do Jalapão, as nascentes do Rio Par-naíba, na chapada das Mangabei-ras, e as nascentes do Rio Preto.

“Através deste convênio, os participantes se comprometeram a adequar suas ações às neces-sidades ambientais, com aten-ção especial para a preservação

Matopiba une forças para o desenvolvimento

dos mananciais de água”, frisou Wellington Dias.

Tocantins

O governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), reite-rou a necessidade de novos inves-timentos na área de infraestrutura, como forma de facilitar o esco-amento da produção gerada na região. Também defendeu um planejamento estratégico para elencar prioridades para o de-senvolvimento do Matopiba, so-licitou empenho para a retomada da Ferrovia Norte Sul e, principal-mente, no retorno do percurso da Leste-Oeste, passando pelo Tocan-tins, como havia sido planejada inicialmente. Atualmente, o per-curso passa pelo Estado de Goiás.

Outra reivindicação apresenta-da pelo governador do Tocantins foi a retomada de projetos direciona-dos à construção de eclusas. “Temos várias hidrelétricas, mas não temos eclusas. Precisamos garantir a nave-gabilidade dos nossos rios”, justificou.

O secretário de Estado do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária, Clemente Barros, defen-deu a imediata criação da Agência de Desenvolvimento do Matopiba, proposta já incluída nas sugestões apresentadas pelo governo do To-cantins ao Ministério da Agricultu-ra em reuniões anteriores.•

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“O ICMS precisa deixar de ser um imposto de produção para ser um imposto de consumo”

E s t a d o s

Relator da Comissão Espe-cial do Pacto Federativo, o sena-dor Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) aproveitou a Marcha dos Prefeitos realizada em Brasília, para reforçar a urgência de uma ampla reforma do sistema tributá-rio brasileiro: “Para que ele possa, de fato, ser mais justo, sobretudo com as regiões mais pobres”.

Defensor do que ele classifica de “reforma definitiva do ICMS”, Bezerra insistiu na necessidade da definição das alíquotas inte-restaduais do tributo. “O ICMS precisa deixar de ser um imposto de produção para ser um impos-to de consumo. É na ponta, no consumo, que se deve pagar a maior parte deste imposto”, des-tacou o senador.

Além da reforma do ICMS – “a grande mudança tributária pela

qual o setor produtivo, os municí-pios e todo o país clamam desde a Constituição de 1988” - o senador defendeu a criação do Fundo de Desenvolvimento Regional para auxiliar as regiões mais carentes do país. “É importante que o Bra-sil tenha instrumentos para poder retirar dos mais ricos e oferecer aos mais pobres maiores oportu-nidades de educação, saúde e in-fraestrutura”, afirmou.

Agenda municipalista

Como relator da Comissão Especial do Pacto Federativo, o senador reiterou que defenderá o estabelecimento de uma Agenda Municipalista capaz de resgatar a esperança e a confiança daqueles que governam os municípios bra-sileiros.

Senador insiste na revisão do ICMS

Fernando Bezerra infor-mou que a Comissão Especial do Pacto Federativo vai identificar os projetos de interesse dos gover-nadores e prefeitos para que eles tramitem e sejam votados em re-gime de urgência.

Uma destas matérias deverá ser a Proposta de Emenda Cons-titucional (PEC 172/12), proposta pelo deputado Mendonça Filho (DEM-PE). Conhecida como PEC do Pacto Federativo, ela proíbe o Governo Federal de criar encar-gos aos estados e municípios sem a devida previsão de recursos fi-nanceiros.

Ao lembrar que foi prefeito de Petrolina (PE) por três vezes, o senador se solidarizou com os prefeitos que, segundo ele, estão passando por um momento de profunda dificuldade financeira e precisam equilibrar as contas, manter o custeio e realizar o mí-nimo de investimento.•

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M u n i c í p i o s

Em Pirapora, as ações e articulações da pre-feitura para atrair novos investimentos e gerar mais empregos no município não param de avançar. In-centivos fiscais, parcerias e negociações iniciadas em 2014 e aprofundadas em 2015, já resultaram na instalação e ampliação de novas empresas nos seto-res alimentício, de vestuário, telemarketing, calça-dos, fiação e tecidos.

A expectativa é que a abertura de novos pos-tos de trabalho seja ainda mais ampliada até 2016, possibilitando a geração de pelo menos outras qua-tro mil vagas. Entre as novas empresas recentemente instaladas em Pirapora, estão a VGX Contact Center (que poderá ultrapassar 300 funcionários em 2015); a Real Minas Têxtil (com um quadro de funcionários que deverá chegar a 245 pessoas); a Emifor alimen-

Novos negócios e mais empregos em Pirapora

tos (somando 100 postos de trabalho); e a renomada grife de calçados e acessórios de moda, Carmen Ste-ffens (que projeta 100 vagas até o mês de dezembro).

Outros empreendimentos investem no aumento da produção agropecuária, caso da Fazenda Santa Elisa, que se tornou uma das maiores produtoras de laranja do país, além da Fazenda São Thomé, que ampliará seu projeto de cafeicultura irrigada (café do cerrado). Em fase de implantação e licen-ciamento, o Frigorífico União prevê a geração de até 200 empregos diretos e indiretos, com capaci-dade de abater 200 animais por dia, entre bovinos e suínos.

Mais negócios A transferência da sede regional da empresa

Assolar Energy, de Montes Claros para Pirapora (em andamento), deve gerar mais 112 postos de trabalho na cidade. Para 2016, as perspectivas de atração de novos investimentos e geração de empregos são ain-

Flávia Fernandes e Max Rocha

Fotos: Ivan Rodrigues

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M u n i c í p i o s

da mais animadoras, com a previsão de abertura de centenas de vagas por intermédio de duas empresas de energia fotovoltaica, a Solatio e SunEdison - que já anunciaram implantação de duas usinas no mu-nicípio.

A Prefeitura ainda não descarta a concreti-zação do projeto envolvendo a empresa CS agrone-gócio, que prevê a instalação em Pirapora de uma unidade de beneficiamento de grãos, aproveitando o escoamento da produção de soja e milho, através do terminal intermodal de cargas da VLI. O corredor de exportação da ferrovia liga Pirapora ao porto de Tubarão, no Espírito Santo.

Ampliado com a recente chegada da Casas Bahia, o setor de comércio-serviços em Pirapo-ra continua crescendo e atualmente responde por 52,8% do Produto Interno Bruto (PIB/soma de todas as riquezas geradas no município em 1 ano), absor-vendo boa parte dos R$ 206,2 milhões em salários pa-gos - que circulam mensalmente na economia local. O setor é considerado, tradicionalmente, o termôme-tro de qualquer crise.

Otimismo Até o ano passado, o PIB de Pirapora somava

R$ 1,17 bilhão, sendo 43,5% da riqueza produzi-

da nas indústrias. O município contava com 1.810 empresas (dos mais variados portes e segmentos) e 13,2 mil trabalhadores formais ocupados, receben-do, 2,1 salários mínimos, em média. O objetivo da Prefeitura é reduzir o índice de desemprego, que já atinge 6% da população economicamente ativa do município.

O prefeito de Pirapora, Léo Silveira (PSB), comemora o fato da chegada de novas empresas ao município e a abertura de novos postos de trabalho estar acontecendo em um momento econômico delicado no país, envol-vendo recessão, cortes orçamentários, quedas na arrecadação dos municípios, carência ener-gética e a consequente crise no setor metalúr-gico - com desligamento de fornos, queda nas exportações e onda de demissões.

“Apesar da situação de crise generalizada, as dificuldades não estagnaram as ações do governo municipal em busca de novos investimentos para Pirapora e novas oportunidades de trabalho para o nosso povo. Estamos fazendo o possível para que esse processo de diversificação da economia local continue”, ressalta o prefeito.•

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M u n i c í p i o s

O município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, fechou um financiamento de R$ 32 milhões com a Caixa Econômi-ca Federal para combater enchen-tes na região. A partir de agosto, o Rio Meriti - que corta a cidade - será dragado para permitir um melhor escoamento da água e, as-sim, evitar novas enchentes.

A Caixa Econômica Federal informou, em nota, que vai liberar os recursos à medida que a pre-feitura de Duque de Caxias com-provar a execução das obras, que devem ser finalizadas até o mês de abril do ano que vem. De acor-do com a prefeitura, cerca de 100 mil moradores da região central do município, serão beneficiadas.

O convênio assinado entre a prefeitura e o Governo Federal inclui recursos para terminar uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – um pré-dio de 174 apartamentos, cuja construção está parada –, uma es-cola, uma creche e obras no Ca-nal Caboclo.

Mais obras

O prefeito Alexandre Car-doso (PSD) disse que, com a dre-nagem do Rio Meriti, as enchen-tes vão acabar na região da Vila Ideal, Laguna e Dourados e na comunidade do Lixão.

“O material proveniente da dragagem do rio será colocado em cápsulas e enterrado em um terreno na região central da cidade, onde futuramente deve ser construído um parque. A prefeitura está nego-

Duque de Caxias vai combater enchentes

ciando com a Marinha a doação do terreno”, anunciou.

O secretário de Meio Am-biente do município, Luiz Renato Vergara, disse que “será feita uma drenagem de dois quilômetros de extensão da foz do Rio Cabloco até a Rodovia Washington Luiz (Rio-Petrópolis), além da pavi-mentação e instalação de galerias em quatro ruas da cidade e uma praça de 6.500 metros quadrados na comunidade do Lixão”.

Vergara explicou que, como o Rio Meriti faz divisa com a ca-pital fluminense, outros rios serão beneficiados, como os rios Acari e Pavuna, na zona norte da cidade.•

Obras vão beneficiar 100 mil moradores da região central do município

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M u n i c í p i o s

Prefeitos do G100 (grupo que reúne cidades brasileiras com mais de 80 mil habitantes, baixa renda e alta vulnerabilidade so-cioeconômica) se reuniram com o diretor de Infraestrutura Social do Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social (BN-DES), Henrique Paim, para debater propostas, programas, produtos e serviços oferecidos pelo banco em condições especiais para esses municípios.

Entre as solicitações do grupo ao BNDES estão a simplificação nos processos para a aquisição do Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Bási-cos (PMAT) e o fortalecimento de parcerias estratégicas em outras questões urgentes, como ilumi-nação pública e a destinação dos resíduos sólidos.

O prefeito de Carapicuíba (SP) e vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) para assuntos do G100, Sergio Ribei-ro, sugeriu, por exemplo, uma parceria com a Petrobras para o financiamento de pavimentação nas cidades do grupo.

“A matéria-prima utilizada para o asfaltamento é fornecida pela empresa. Dessa maneira o BNDES poderia abrir uma linha de financiamento, a princípio, para os municípios vulneráveis, para a compra direta com a Petro-bras”, frisou.

Conversão

O Congresso Nacional apro-vou projeto de conversão da Me-dida Provisória 663, que aumen-ta em R$ 50 bilhões o limite de recursos repassados pela União

Prefeitos do G100 recorrem ao BNDES

ao BNDES, subindo para R$ 452 bilhões o valor total dos finan-ciamentos subvencionados pela União, sob a modalidade de equalização de taxas de juros.

A equalização de taxas fun-ciona quando a União paga a diferença entre o encargo do mu-tuário final e o custo de captação dos recursos na fonte, acrescido da remuneração do BNDES e dos agentes financeiros por ele cre-denciados.

Os incentivos financeiros aos empréstimos do BNDES e também da Financiadora de Es-tudos e Projetos (Finep) foram instituídos pela Lei 12.096/09 para conter a estagnação da renda e do emprego domésticos no cenário da crise econômica de 2008. Naquela época, o li-mite inicial previsto na lei era de R$ 209 bilhões.•

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M o b i l i z a ç ã o

O debate “A crise hídrica pre-sente e o futuro da Bacia do Rio São Francisco”, que

abriu o IV Encontro Popular da Bacia do São Francisco, realizado em Bom Jesus da Lapa, na Bahia, reuniu mais de 100 representantes de organiza-ções e movimentos sociais, entre pescadores, quilombolas, indígenas e agricultores das diversas comu-nidades tradicionais existentes ao longo da bacia do São Francisco.

As ações de revitalização da bacia do Rio foram debatidas durante o encontro, que contou com a presença do gerente de revitalização da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (CODEVASF) do médio São Francisco, Edson Marques.

Diante dos relatos dos par-ticipantes, que não enxergam as ações da Companhia na revitaliza-ção do rio, mas sim interferências

que têm piorado o desempenho do Velho Chico, Edson Marques esclareceu que, por ser um ór-gão executor, a Codevasf enfren-ta dificuldades para implemen-tar projetos e conseguir resul-tados em curto prazo.

“O que eu puder fazer en-quanto gerente de revitalização eu vou fazer. Tenho aqui em Bom Jesus da Lapa, uma gama de profissio-nais capacitados para ajudar nesse trabalho e precisamos também do apoio da população”, disse, infor-mando que no momento a compa-nhia está trabalhando em projetos para a recuperação de nascentes.

O futuro do “Velho Chico”

Mobilização

Coordenador da Câmara Con-sultiva do médio São Francisco do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio (CBHSF), Claudio Pereira res-saltou a importância da partici-pação popular na elaboração do

Revitalização da bacia é prioridade

número um

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M o b i l i z a c ã o

O futuro do “Velho Chico” Plano da Bacia: “Se os usuários não se empenharem para manter o rio vivo teremos um desastre, porque não há política pública que se sustente ou que mantenha água onde já não tem. Precisa-mos que a população participe junto com o comitê para traba-lhar no plano”.

Representantes de cada um dos pontos da bacia participaram da mesa redonda, apresentando as dificuldades que têm enfrentado em suas regiões.

João Carlos da Silva, da co-munidade Caraíbas, do alto São Francisco, relatou que no ano passado a comunidade sofreu com a falta de água. “Nós pre-cisamos pedir água de poço para poder beber, ou seja, além da di-ficuldade de encontrar pescado, agora também estamos enfrentan-do a falta de água”.

Maria Alice Borges, presidente da Associação de Pescadores e Pes-cadoras de Juazeiro, afirmou que o problema é sentido no submédio

São Francisco. “Recebemos do Governo uma lista dos peixes que não podemos pescar. Além disso, o rio está cada vez mais estreito e mais raso. Tivemos que cortar nos-sas redes pela metade”, desabafou.

Representando o Baixo São Francisco, Zennus Dinys, do Conselho Indigenista Missionário (CIIMI) de Alagoas, apontou a si-tuação dos povos indígenas como crítica. “O governo não regulariza as áreas e querem mudar as popu-lações de lugar, ignorando suas ori-gens e seus antepassados”.

Análise

“Estou ouvindo hoje as mes-mas demandas e reclamações que ouvi há 10 anos atrás dos povos que vivem à beira do Rio São Fran-cisco. São as mesmas reclamações, mas pioradas”, ressaltou o ambien-talista e jornalista Henrique Cortez.

Para ele, o que aconte-ce atualmente não é novidade, porque as comunidades têm lu-

Ponte Marechal Hermes - Pirapora/ MG

tado durante anos pelos seus direitos e não são ouvidas pelos órgãos governamentais. “A contribuição técnica da sociedade civil é desprezada. Os planos não ouvem a po-pulação”, disse.

O ambientalista apontou exemplos de lutas, como as experiências de Sobradinho e Belo Monte, com a desapro-priação de terras de diversas comunidades, e também as lutas contra a transposição do Rio São Francisco.

“Quantas vezes os com-promissos foram traídos duran-te a história da transposição? Hoje nós estamos enxugando gelo. Gastamos dias e parte das nossas vidas em uma luta que está cada dia mais difícil de vencer”, afirmou.

O ambientalista aponta duas alternativas: recuar, reconhecen-do as derrotas e refazer todo o caminho para não bater no muro, ou derrubar este muro.•

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RENATO RIELLA [email protected]

28 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

BRASIL DEVERÁ TER REGISTRO CIVIL ÚNICO

O Brasil vai criar o Registro Civil Nacional, espécie de cadas-tro único, que deve reunir em um cartão todos os dados pessoais do cidadão. A presidente Dilma Rous-seff enviou projeto ao Congresso Nacional com esta proposta.

O registro faz parte do “Plano Bem Mais Simples Brasil”, lança-do neste ano pelo Governo Fede-ral, com o objetivo de desburo-cratizar alguns setores, como o de micro e pequenas empresas.

BRASILEIROS VIAJAM MUITO AO EXTERIOR

Em tempo de crise e aperto, o número de passageiros brasilei-ros que viajam ao exterior cresce muito mais do que o crescimento dos passageiros locais.

De abril do ano passado a abril deste ano, o número de pas-sageiros transportados ao exterior cresceu 11,81%, somando-se 565 mil viajantes. Já o número de passageiros transportados em voos do-mésticos teve alta de 6,39% em comparação a abril do ano passado, totalizando mais de 8 milhões de pessoas.

PREVISTA INFLAÇÃO DE 8,79% ESTE ANO

Analistas do mercado financeiro con-sultados pelo Banco Central prevêem in-flação de 8,79% ao final deste ano. A es-timativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vem tendo resultados preocupantes há nove semanas. Para 2016, a projeção continua em 5,50%. As previsões são do boletim Focus, publicação feita pelo Banco Central (BC) com base em projeções de instituições financeiras para os princi-pais indicadores da economia.

PISO DOS PROFESSORES PREOCUPA CRISTOVAM

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) proto-colou no Senado Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para que a União ajude as prefeituras a pagar o piso salarial nacional dos professores da rede pública, atualmente de R$ 1.917,78 por mês.

As prefeituras gastam, em média, 77% da res-pectiva cota do Fundo de Manutenção e Desenvol-vimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para pagar os salários dos professores.

NÃO FALTA ÁGUA NO DISTRITO FEDERAL

O Distri-to Federal não sofre da falta d'água que atinge estados como São Pau-lo. As cortinas d'água que cobrem as paredes das Barragens do Torto, de Santa Maria e do Des-coberto são a melhor garantia de que a estiagem iminente não vai comprometer o abastecimento dos brasilienses.

Os três reservatórios mais im-portantes da cidade, que juntos respondem por 87% da água dis-tribuída nas torneiras do Distrito Federal, estão com ótimos níveis.

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ELEIÇÃO DA CBF DEVE SER BEM INVESTIGADAVai ocorrer em 2018 a Copa do Mundo da Rússia, certa-

mente resultante de negociações criminosas, assim como a do Catar. É o escândalo da Fifa.

No Brasil, há um fato específico que deve ser pesquisado. Em maio de 2014, o paulista Marco Polo foi eleito presidente da Confederação Brasileira de Futebol. É preciso investigar a partici-pação de 27 presidentes de federações estaduais nessa votação cercada de suspeitas. Pode ter ocorrido negociação fraudulenta.

VEJA O QUE FAZER SE ROUBAREM SEU CELULAR

O Cadastro de Estações Móveis Im-pedidas (CEMI) per-mite que proprietários de telefones celula-res possam bloquear, além da linha, também o aparelho, no caso de furto desse bem.

O importante é saber o número de série do aparelho, chamado de IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel). Para desco-brir o IMEI, basta digitar no teclado *#06# e aparecerá um número, que deverá ser anotado e guardado.

NÃO ESPERE MUITO DA REFORMA POLÍTICA

Neste momento, não dá para se dizer que tipo de reforma políti-ca deve sair do Congresso Nacional. A questão da estrutura partidária brasileira, por exemplo, carece de mu-dança, mas deputados e senadores não devem fazer nenhuma alteração subs-tancial nessa área.

Um fato grave da vida política bra-sileira está sendo esquecido: trata-se da eleição de suplentes de senadores sem voto. É uma realidade negra na política brasileira.s em 2002.

PIB PODE CAIR -1,35% ESTE ANO

Os analistas do mercado fi-nanceiro consultados toda se-mana pelo Banco Central estão mais pessimistas com a retração da economia brasileira este ano, que pode ser de -1,35%. Essa é a quarta piora seguida na estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Para o próxi-mo ano, a projeção de crescimen-to é de 0,9%.

Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve ter uma queda de 3,2% este ano e crescimento de 1,6%, em 2016.

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30 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

S a ú d e

Muitos brasileiros ainda não têm o hábito de usar o cinto de segurança no banco de trás. Pes-quisa do Ministério da Saúde, realizada em parceria com o Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE), aponta que apenas 50,2% da população afirmam sem-pre usar o cinto quando estão no banco traseiro de carro, van ou táxi.

Os entrevistados mostram mais consciência quando es-tão no banco da frente, em que 79,4% das pessoas com 18 anos ou mais dizem sempre usar o item de segurança. Contudo, o cinto na parte traseira do veículo reduz mais o risco de morte, pois, em uma colisão, impede que o cor-po dos passageiros seja projetado para frente, atingindo o motorista e o carona.

O uso do cinto de seguran-ça no banco de trás é ainda me-nor na zona rural, onde apenas 44,8% disseram ter o hábito de

colocar o cinto. Entre as regiões, Norte e Nordeste registram os ín-dices mais preocupantes, 36,7% e 39,5%, respectivamente, enquan-to os moradores da região Sul de-monstraram ter mais consciência da importância deste item de se-gurança.

Na região Sul, 65,1% das pessoas com 18 anos ou mais dis-seram sempre usar cinto no banco de trás. O cenário nas regiões se repete quando o assunto é utilizar o cinto no banco da frente: Norte e Nordeste apresentaram os me-nores índices (67,2% e 66%) e Sudeste e Sul os maiores (86,5% e 86,2%).

Proteção total

“Ao utilizar o cinto de segu-rança no banco de trás, o passa-geiro também está protegendo o motorista e o carona, as pessoas que estão na frente do carro. O

Cinto de segurança é

para todos

uso do cinto de segurança no banco da frente e, principalmen-te, no banco de trás pode evitar muitas mortes”, explica o minis-tro da Saúde, Arthur Chioro.

Ele ressalta que milhares de pessoas perdem suas vidas no trânsito e que o uso correto dos itens de segurança pode re-duzir essa estatística. “O Brasil também está buscando cada vez mais fortalecer a nossa ação no campo da prevenção e do moni-

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S a ú d e

toramento. Essa é uma discussão que o Ministério da Saúde vem fazendo junto com outros órgãos do governo”, destacou o ministro.

Estudo da Associação Bra-sileira de Medicina de Tráfego (Abramet) mostra que o cinto de segurança no banco da frente re-duz o risco de morte em 45% e, no banco traseiro, em até 75%. Em 2013, um levantamento da Rede Sarah apontou que 80% dos passageiros do banco da frente deixariam de morrer se os cintos do banco de trás fossem usados com regularidade.

Motociclista

Também preocupa o percen-tual de pessoas que vivem na área rural que deixam de usar o capa-cete quando estão como passagei-ros em motocicletas. Do total de entrevistados, 80,1% afirmaram

usar capacete mesmo quando não estão dirigindo, mas esse índice cai para 59% se consideramos so-mente os moradores da área rural.

A pesquisa revelou ainda que 4,4 milhões (3,1%) de brasileiros sofreram acidente de trânsito com lesões corporais nos últimos 12 meses anteriores à pesquisa. No Brasil, 42,2 mil pessoas morreram por conta de acidentes de trânsito em 2013, sendo 12.040 envolven-do motocicletas.

Foram registrados no ano passado, mais de 127 mil interna-ções por conta desses acidentes, o que representa um gasto de R$ 183,1 milhões para o SUS. Os aci-dentes por moto responderam por 83,4 mil internações.

Pesquisa

Os dados integram o segun-do volume da Pesquisa Nacional

de Saúde (PNS) feita em 64 mil domicílios em 1.600 municípios de todo o país entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014. O estudo é considerado o mais com-pleto inquérito de saúde do Brasil e traz dados inéditos sobre vários aspectos, entre eles, acidente no trânsito, acesso aos serviços de saúde (atendimento e medicamen-tos) e violência. A pesquisa serve de base para que o Ministério da Saúde possa traçar suas políticas públicas para os próximos anos.•

Metade dos brasileiros não usa cinto de segurança no banco de trás

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32 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

E d u c a ç ã o

A deputada federal Eliziane Gama (PPS-MA) criticou a forma e os atrasos na elaboração dos planos municipais de educação nas cida-des brasileiras. Para ela, os planos precisam ser construídos democra-ticamente para que possam atender as metas apresentadas pelo Plano Nacional de Educação (PNE) na ex-pectativa de mudança do país.

“Enquanto a educação não for prioridade, não teremos um Brasil melhor”, afirmou a parla-mentar, ressaltando que o portal do G1 fez uma avaliação desse cenário nacional e constatou que apenas 2,6% dos municípios bra-sileiros conseguiram concluir os seus Planos Municipais. “Já temos nove meses de aprovação do Pla-

no Nacional, e agora já se discute uma prorrogação desse prazo”, criticou.

A deputada maranhense dis-se que muitos municípios estão construindo seus planos sem aten-der aos critérios e sem uma discus-são aprofundada com a sociedade civil, entre eles a cidade de São

Participação popular nos planos municipais de educação

Luís, capital do Maranhão. “Isso é algo preocupante porque, além da falta de prioridade para o quesito educação, alguns municípios ela-boraram os seus planos sem os de-vidos critérios estabelecidos”

Compromisso

A parlamentar reiterou a necessidade de participação da sociedade na construção destes planos. Para ela, é imprescindí-vel a participação dos conselhos municipais no debate. “Um dos pontos fundamentais é o envol-vimento popular. A sociedade precisa participar para que o pro-cesso seja democrático. Os con-selhos municipais têm um papel preponderante na construção desses planos”, afirmou.

Eliziane Gama finalizou seu discurso enfatizando a importân-cia dos gestores públicos terem compromisso com a educação, pois com uma educação forte e es-truturada, com os Planos Munici-pais de Educação sendo efetivados para serem executados, teremos uma redução nesses indicativos de tráfico e consumo de drogas.

“Deixo aqui nosso protesto, porque as cidades brasileiras pre-cisam priorizar crianças e ado-lescentes para, acima de tudo, também termos um país melhor”, concluiu a parlamentar.•

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I n f r a e s t r u t u r a

As obras prioritárias na área de infraestrutura e de recursos hí-dricos em todo o estado de Ala-goas terão continuidade e estão com recursos garantidos por parte do Ministério da Integração Na-cional, mesmo com o ajuste fis-cal anunciado recentemente pelo Governo Federal.

A garantia foi dada pelo mi-nistro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, durante reunião técnica realizada em Maceió com os secretários estaduais Infraes-trutura, Transporte e Desenvol-vimento Urbano, e dirigentes da Companhia de Saneamento de Alagoas, DER e Caixa Econômica.

Entre as obras prioritárias es-tão o Canal do Sertão, cujos traba-lhos em andamento contemplam os trechos 3 e 4 da maior obra de infraestrutura do estado; as Adu-toras do Alto Sertão e da Bacia

Leiteira, além da continuidade de obras rodoviárias e de pavimenta-ção situadas no Litoral Norte.

Segundo o ministro, o en-contro serviu para estabelecer um alinhamento entre o ministério e o governo estadual para a conclu-são de obras importantes, como o Canal do Sertão e a Adutora do Alto Sertão, que levará água para Delmiro Gouveia e municípios vizinhos. “Acreditamos que até o fim do ano a presidenta Dilma

Recursos garantidos para obras estruturantes em Alagoas

Roussef venha inaugurar o Tre-cho 3 do Canal do Sertão”, res-saltou Gilberto Occhi.

Otimismo

Para a secretária estadual da Infraestrutura, Aparecida Macha-do, a notícia de liberação de re-cursos para a conclusão da Adu-tora do Alto Sertão é de extrema importância para superar os efei-tos da mancha de algas do Rio São Francisco, que interrompe o abastecimento do município de Delmiro Gouveia. “Com a ace-leração das obras da adutora, o problema estará resolvido e, em poucos meses, estaremos abaste-cendo mais outros sete municí-pios”, ressaltou.

Outra obra que terá recur-sos garantidos, segundo o minis-tro, é a primeira etapa do Marco Referencial de Maceió. “Estamos só aguardando a finalização do projeto por parte da Secretaria de Infraestrutura para liberarmos os recursos”, afirmou.

De acordo com Aparecida Machado, o projeto do Marco Referencial está orçado em R$ 17 milhões, sendo R$ 10 mi-lhões do Governo Federal e R$ 7 milhões de contrapartida do governo do estado. •

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34 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

A China mais do que tripli-cou as compras de petró-leo do Brasil neste ano,

tornando-se o principal destino do produto no exterior. De janei-ro a maio, foram 5,4 milhões de toneladas enviadas ao país asi-ático ou 35% de todo o petró-leo brasileiro embarcado ao ex-terior. É a maior compra já feita por um único país no período.

O volume embarcado ao país asiático é mais que o dobro do en-viado aos Estados Unidos, que em 2014 foi o maior importador. Com isso, o país asiático passa a ser o maior comprador de quatro dos dez principais produtos da pauta exportadora brasileira. A China já era destino principal de soja, mi-nério de ferro e celulose.

O aumento das importações chinesas ajudou o país a bater re-

corde na venda de petróleo neste ano. No total, foram mais de 15 milhões de toneladas exportadas até maio – uma alta de 80% ante igual período de 2014.

No início dos anos 2000, o petróleo significava apenas 0,5% do que o Brasil embar-cava para a China em valores. Atualmente, ele representa 13% das receitas de exportação para o país asiático.

Crescimento

O aumento das vendas bra-sileiras acontece em um mo-mento em que a Petrobras inten-sifica os acordos com a China para garantir financiamento. No mês passado, a estatal obteve crédito de US$ 7 bilhões com bancos chineses.

Mais petróleo brasileiro na China

O interesse chinês pelo petróleo brasileiro vem cres-cendo desde 2009. Naquele ano, durante visita do ex-pre-sidente Lula à China, o país liberou um financiamento de US$ 10 bilhões para a Petro-bras por meio do Banco de Desenvolvimento da China.

Neste ano, a Petrobras vol-tou a pedir dinheiro a Pequim. Dois empréstimos que somam US$ 7 bilhões foram aprovados para socorrer a estatal brasileira.

“Isso sugere que mais óleo deve seguir para a Ásia. Conside-rando a dificuldade de financia-mento que a Petrobras enfrenta, o Brasil deve voltar-se à China para mais empréstimos em troca de mais petróleo”, afirma Viren-dra Chauhan, analista da consul-toria britânica Energy Aspects.•

E c o n o m i a

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E c o n o m i a

O ministro da Fazenda, Joa-quim Levy, garantiu que não fal-tará dinheiro para o Programa de Investimento em Logística, plano de concessões que prevê investi-mentos de R$ 198,4 bilhões para promover crescimento sustentável do país nos próximos anos.

Levy criticou os pessimis-tas e disse que todos os setores devem se mobilizar para que tudo dê certo. “Não vai faltar dinheiro. E não adianta apostar que não vai dar certo. O desenho feito é para atrair projetos de longo prazo e que vão ajudar o país a crescer.”

O presidente do Banco Na-cional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES), Lucia-no Coutinho, reiterou a posição do ministro e destacou que há uma mudança na política opera-cional da instituição, que conti-nua a preservar os recursos para a infraestrutura e energia em anda-

mento, “projetos que demandam longos prazos de maturação”.

Expansão

No programa, o BNDES con-tinuará a ter papel relevante no financiamento da expansão de infraestrutura. A participação dos bancos e do mercado de capi-tais será ampliada, por meio de emissão de debêntures – dívidas de uma empresa – que assume o compromisso de devolver, com juros, o valor estabelecido pre-viamente. Os operadores deverão aportar capital próprio, com o de-senvolvimento de mecanismo de gestão e redução de riscos.

No caso das rodovias, a emissão de pelo menos 10% de debêntures de infraestrutura eleva a participação de financiamento

Não faltará dinheiro para logística

pela Taxa de Juros de Longo Pra-zo (TJLP) para 45%. Para os por-tos, a emissão corresponde tam-bém a 10% de debêntures, pelo menos, com a participação do financiamento para 45%.

Para os aeroportos, a emis-são – para se enquadrar nas condições de financiamento – corresponde a pelo menos 15% de debêntures de infraestrutura – o que eleva a participação de financiamento referenciado em Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) em 30%. Para as ferrovias, o BNDES poderá financiar até 70% referenciados em TJLP e até 20% em taxas de mercado, inde-pendentemente da emissão de debêntures de infraestrutura.•

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36 E s t a d o s & M u n i c í p i o s36 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M o r a d i a

O Conselho Curador do FGTS aprovou um aporte de R$ 5 bilhões à linha Pró-Cotista, que libera créditos para financiamen-to de casa própria com valor até R$ 400 mil a famílias com renda mensal acima dos limites do Pro-grama Minha Casa Minha Vida.

A linha é voltada somente para trabalhadores com contas vinculadas do FGTS. Com a deci-são, o orçamento para investimen-tos em habitação com recursos arrecadados pelo FGTS em 2015 passa a ser de R$ 62,9 bilhões.

Segundo o ministro do Traba-lho e Emprego, Manoel Dias, que é presidente do Conselho, a medida foi tomada tendo em vista o cenário de escassez atual de recursos para financiamento imobiliário.

“Estamos beneficiando os co-tistas do FGTS, que continuarão podendo adquirir suas casas pró-

FGTS reforça financiamento de imóveis da casa própria

ção do Conselho, o Ministério das Cidades vai regulamentar o montante a ser remanejado e o valor máximo dos imóveis cuja construção poderá ser financiada com recursos do FGTS.

Para Dias, a medida visa aquecer o mercado da constru-ção civil. “Nosso propósito é contribuir para geração de pos-tos de trabalho no setor, pois os financiamentos serão direciona-dos à construção de imóveis no-vos”, explicou.

Medida visa aquecer o mercado da construção civil

prias com taxas de juros bastante favoráveis”, afirmou o ministro, que também destacou o fato de que o limite de R$ 400 mil cria condições para que mais famílias possam conseguir financiamen-tos.

O orçamento do FGTS pre-vê investimentos da ordem de R$ 307 bilhões no quadriênio 2015-2018. A estimativa do alcance so-cial destes recursos é beneficiar mais de 540 mil famílias por meio dos financiamentos em habitação, além da geração de 3,7 milhões de empregos. Neste ano, já foram investidos R$ 17,3 bilhões (R$ 17,1 bilhões em habitação e R$ 200 milhões em saneamento).

Construção

Outra decisão do Conselho foi autorizar a contratação de fi-nanciamento às construtoras para a produção de imóveis com valor acima de R$ 190 mil, teto estabe-lecido pelo Programa Minha Casa, Minha Vida. A partir da autoriza-

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M o r a d i a

Também como forma de incentivar a construção de resi-dências, o Conselho autorizou orçamento de R$ 1,5 bilhão em instrumentos de capital (Fundos de Investimento Imobiliário, Fun-dos de Investimento em Direitos Creditórios, debêntures e Certifi-cados de Recebíveis Imobiliários) que possuam lastro em operações na área de habitação.

Infraestrutura

Com o objetivo de estimular outros setores da construção civil, o Conselho permitiu que o Comi-tê de Investimento do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS)

analise um aporte de até R$ 10 bilhões em projetos de infraestru-tura financiados pelo Banco Na-cional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES).

O Banco apresentará uma carteira de projetos que será ava-liada pelo Comitê, o qual indicará a destinação dos recursos, desde que seja em empreendimentos

novos e no território nacional, in-cluindo os setores de portos, aero-portos, rodovias, ferrovias, hidro-vias, energia e saneamento.

O Conselho aprovou ainda aporte R$ 700 milhões para con-tinuidade das obras previstas no âmbito da Operação Urbana Con-sorciada do Rio de Janeiro (Porto Maravilha).•

Conselho estuda novo aporte para projetos de infraestrutura

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38 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

P e s q u i s a

A América Latina apresenta os mais elevados índices de de-sigualdade do mundo e o Brasil ainda está entre os países mais desiguais da América Latina. Porém as desigualdades, em várias áreas, vêm diminuindo consistentemente.

São reduções gradativas. Não houve nenhum grande salto de superação das desigualdades con-centrado em um momento espe-cífico, mas o processo, como um todo, está fortemente associado à reconstrução da democracia.

Esta é uma das conclusões do livro Trajetórias das desigual-dades: como o Brasil mudou nos últimos 50 anos, organizado por Marta Arretche, professora titular

do Departamento de Ciência Polí-tica da Universidade de São Paulo (USP) e diretora do Centro de Es-tudos da Metrópole (CEM).

“O livro é o primeiro grande balanço feito nas ciências sociais que considera o Brasil como um todo, em todas as dimensões tidas como relevantes, ao longo de 50 anos de trajetória”, garante Marta Arretche.

Interdisciplinar

Uma equipe composta por 23 pesquisadores, de diversas áre-as das ciências sociais (demogra-fia, economia, sociologia e ciên-cia política), realizou a síntese, a

Como o Brasil mudou nos últimos 50 anos

Ao longo desse meio século, o país apresentou configurações econômicas e políticas muito distintas

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P e s q u i s a

partir da sistematização de dados censitários.

“Contamos com a participa-ção de professores da Universida-de de São Paulo (USP), da Univer-sidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universi-dade Federal de São Carlos (UFS-Car), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da University of Illinois at Urbana-Champaign, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) e do CEM”, informou a organizadora.

Ao longo desse meio sécu-lo, o país apresentou configu-rações econômicas e políticas muito distintas: transição rural-ur-bana; industrialização, crescimen-to econômico acelerado e retração econômica; inflação e estabilida-de monetária; autoritarismo e de-mocracia.

Conforme destacou Arretche

na apresentação da obra, o Brasil dos anos 1960 era um país rural, com três quartos de sua popula-ção funcionalmente analfabeta e esmagadoramente católica e um mercado de trabalho com amplo predomínio masculino.

Confinadas no lar e com suas atividades restritas ao trabalho doméstico, as mulheres tinham em média seis filhos. A desigual-dade entre brancos e não brancos começava no acesso aos bancos do ensino fundamental.

Altamente urbanizado

Em 2010, o Brasil já era um país altamente urbanizado, com 85% de seus habitantes viven-do em cidades. Entre os jovens, a conclusão do ensino básico tornara-se praticamente universal e 70% deles completavam oito anos de estudo. O analfabetismo funcional, restrito então a 20% da

população economicamente ati-va, concentrava-se entre os mais velhos.

Em uma sociedade cada vez mais plural em termos religio-sos, ter filhos passara a ser uma escolha, as mulheres haviam-se tornado maioria no contingente universitário e deixara de haver diferenças entre profissões tipi-camente masculinas ou femini-nas.

Entre um marco cronológi-co e outro, a taxa de mortalidade infantil caiu de 69 para 16 por

Em 2010, o Brasil já era um país altamente urbanizado, com 85% de seus habitantes vivendo em cidades

1.000 nascidos vivos e a espe-rança de vida subiu de 62 para 73 anos. O acesso muito maior ao ensino médio e superior exer-ceu grande impacto no funciona-mento do mercado de trabalho e na participação política.

Segundo cálculo realizado pelos autores do livro, com base nos dados das Pesquisas Nacio-nais por Amostra de Domicílio (PNADs), do IBGE, o pico da

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P e s q u i s a

desigualdade de renda no Brasil ocorreu em 1989, final do gover-no Sarney, quando o piso da renda dos 5% mais ricos correspondia a 79 vezes o teto da renda dos 5% mais pobres. “Desde então, essa razão vem apresentando queda sistemática. Em 2012, ano em que a série atingiu seu patamar mais baixo, ela era de 36 vezes”, afir-mou Arretche.

Desigualdade de renda

O estudo mostrou que as desi-gualdades de renda vêm caindo prin-cipalmente entre os 90% mais po-bres. “A desigualdade entre os 10% mais ricos e os 90% mais pobres manteve-se praticamente estável. Mas, no conjunto dos 90% mais po-bres, houve mudanças importantes”.

Segundo a pesquisadora, a extrema pobreza, definida por ren-da inferior a um quarto do salário mínimo, foi muitíssimo reduzida,

basicamente por causa do pro-grama Bolsa Família. “Na década de 1990, os extremamente pobres compunham 38% da população. Hoje, são 5%. E, devido à política salarial, a pobreza também dimi-nuiu”, contabilizou a pesquisadora.

Por mais importante que seja a variável renda, ela não é super-dimensionada no livro. “Até agora, os balanços das desigualdades no Brasil concentravam-se demais nas diferenças de renda, desta-cando menos outras dimensões relevantes. Fizemos um balanço multidimensional, contemplando, além da renda, dimensões como mercado de trabalho, educação, acesso a serviços, desigualdades de gênero, desigualdades de cor e desigualdades territoriais”.•

Cor da pele

Nesse amplo leque de va-riáveis, o tratamento dos dados confirmou que há desigualda-des muito mais persistentes do que outras. É o caso daquelas decorrentes da cor da pele. Em um país que muitos ainda acreditam ser uma “democra-cia racial”, a velocidade com que as mulheres diminuíram sua desigualdade em relação aos ho-mens foi muito maior do que a velocidade com que os não bran-cos diminuíram sua desigualdade em relação aos negros.

“Se o mundo universitá-rio na década de 1960 era um mundo branco e masculino, hoje ele é apenas branco. As mulheres superaram os ho-mens, mas os brancos ainda compõem 75% da população universitária. Para ela, a redução das desigualdades de cor no sis-tema escolar permaneceu restri-ta ao ensino fundamental.

Desigualdades de renda vêm caindo principalmente entre os 90% mais pobres

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S o c i a l

Os Conselhos Federal e Re-gionais de Medicina estão mobi-lizando médicos e pacientes para o combate de um grave problema social: o desaparecimento de crian-ças. Estima-se que anualmente 50 mil crianças somem no Brasil e cer-ca de 250 mil casos ainda não fo-ram solucionados. No mundo esse número chega a 25 milhões.

“Os Conselhos enaltecem o grave situação que afeta a socie-dade brasileira, notadamente a parcela mais carente. Queremos pedir aos médicos para que fi-quem atentos, principalmente os da área de Pediatria, pois é cada

vez maior o número de casos”, alertou o presidente do CFM, Car-los Vital Tavares Corrêa Lima.

Para chamar a atenção dos médicos, grupos de conselheiros estão visitando os principais hos-pitais do País para mobilizar e esti-mular colegas e outros profissionais da saúde a colaborarem na identi-ficação dessas crianças. Além de conversar com os profissionais de saúde, os conselheiros distribuem

Mobilização para identificar crianças desaparecidas

Paiva ressalta a importância da participação de médicos e so-ciedade no debate que envolve a questão: “Precisamos urgen-temente de uma política públi-ca permanente que nos permita avançar e unir toda a Nação para esse grande enfrentamento”.

Ação

O marco deste processo de conscientização iniciou-se em março, no estado do Paraná. Na ocasião, os membros da Comis-são de Ações Sociais do CFM visitaram o Hospital Pequeno Príncipe e orientaram médicos e profissionais da saúde sobre como ajudar neste esforço.

Portanto, é importante que profissionais e instituições de tratamento médico, clínico, ambulatorial ou hospitalar ob-servem e ajudem no esforço contra o desaparecimento de menores.•

Estima-se que anualmente 50 mil crianças somem no Brasil

folders explicativos para os pacien-tes com instruções de como evitar o desaparecimento de menores e como proceder caso ocorra.

Integrante da Comissão de Ações Sociais do CFM, Ricardo

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PEDRO ABELHA [email protected]

42 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

PROJECT SOLI

#SNACKHOLIDAYS

Agora os franceses podem adicionar passagens aéreas em suas listas de compras. Pelo menos durante a nova cam-panha da Transavia Airline , #Snackholidays. A companhia francesa ofereceu voos mais baratos, impressos em pacotes de batatas fritas, gomas e bar-

ras de cereais. Ao comprar tais produtos, os clientes encontravam um QR Code que podia ser reverti-do em grandes descontos para passagens com destino a Barcelona (€ 35), Dublin (€ 40) ou Lisboa (€ 40). A ação aconteceu durante o mês passado e preparou reservas entre os dias 1 de junho e 27 de outubro.

Os snacks ficaram disponíveis na rede Carrefour de Paris e um cinema, além de duas máquinas de venda automática.

INTERNET DAS COISAS

Entre as novidades apresentadas pelo Google em sua conferência anual para desenvolvedores, o Google I/O 2015, um projeto inovador, sur-preendeu por lançar uma tecnologia “pós-touch”. Nomeado como Project Soli, a tecnologia nada mais é que um sensor de movimento dentro de um chip. Este dispositivo poderá ser usado para rastrear gestos de pessoas com uma precisão nunca alcançada por sensores similares, como o Kinect.

A ideia é que ele interprete os movimentos de mãos e dedos nos seus mínimos detalhes, permitindo que o usuário controle seus eletrônicos de acordo com simples gestos. O chip poderá ser embutido em smartphones e smartwatches para facilitar o comando de funções como ajuste do volu-me do som, navegação no Maps e alteração de data e hora. Ainda não há previsão sobre a data de lançamento do Project Soli ao mercado.

Não restam dúvidas de que a “Internet das Coisas” deixou de ser previsão de um futuro tecno-lógico para se tornar realidade. Prova disso é o interesse das duas grandes do universo digital, Apple e Google, em desenvolver siste-mas que controlem várias coisas dentro das casas. Na empresa da maçã, os preparativos giram em torno do lançamento do Home, aplicativo capaz de se conectar, mesmo à distância, a dispositivos domésticos como garagem, luz e até fechadura da porta.

Ao que tudo indica, o app de-verá estar disponível no iOS 9. Já o Google trabalha para desenvol-ver o “Brillo”, versão do Android voltado para vários sensores es-palhados pela casa, conectando-se assim a vários dispositivos do lar. Ainda não há data de previsão para o anúncio de lançamento.

Para quem não conhece, o termo “Internet das Coisas” é usado para falar sobre a revolu-ção tecnológica que tem como objetivo conectar os itens usados do dia a dia à rede mundial de computadores. Dessa forma, ele-trodomésticos, meios de transpor-te e até mesmo tênis poderão ser conectadas à Internet e a outros dispositivos, como computadores e smartphones.

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midia

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MENSAGENS AOS MOTORISTASMandar mensagens de texto enquanto di-

rigimos é um hábito crescente a cada dia, e inú-meras campanhas de combate a esse risco já foram feitas mundialmente. Enquanto a maioria das ações apela à consciência dos motoristas, a campanha criada pela McCann México para a Chevrolet lida com o lado oposto da questão: quem está do outro lado da conversa, mandan-do mensagens de texto para o celular do moto-rista. A campanha é composta de um filme e 3

anúncios sob o conceito: “Quando você manda um texto para um motorista, você se torna o perigo”. Em todas as peças vemos pessoas que estão enviando mensagens de texto em determinado contexto,

mas cuja imagem é transportada para o universo automobilístico, a fim de criar um contraste impactante. No filme vemos um homem sentando numa privada mandando mensagens de texto no celular. Porém essa privada se desloca rapidamente, na velocidade de um carro, por uma estrada. De repente a privada para numa curva. Na sequência vemos um motorista na mão contrária, digitando no seu celular enquanto dirige. Ele então tem que frear bruscamente para não se chocar com seu amigo sentado na privada no meio da estrada.

RESPIRE ALIVIADO

Com mil possibilidades proporcionadas pela web, fazer mídia out of home exige uma dose a mais de criatividade para surpreender no cenário urbano. Neste quesito, a Publicis Brasil não decepcionou. Em sua nova criação, feita para P&G, a agência instalou peças inéditas por toda a Grande São Paulo. Com a frase “Respire aliviado”, a campanha de lançamento do Vick Inalador representa, na prática, o alívio que o medicamento causa combatendo a congestão nasal.

A partir da imagem de um nariz, o outdoor en-rola e desenrola simulando uma boa respiração. Isso é possível graças a um mecanismo embutido que ocasiona o contínuo movimento do banner. Ao lado, a marca Vick aparece como a resposta para quem não quer sofrer com os resfriados. A ação está sendo executada em parceria com a Otima e a Artfix, res-peitando as determinações da Lei Cidade Limpa.

BOTÃO VIRTUAL

O aumento das telas dos smartphones é algo que vem sendo notado na maior parte dos últimos lançamentos. Esse aspecto favorece a visualização de conteúdo digitais, mas pode ser um problema na praticidade. Devido ao seu tamanho consideravel-mente maior, o Iphone 6 Plus, por exemplo, pode se tornar um pouco difícil de ser manuseado. A função “voltar” dentro do sistema iOS fica normalmente no canto superior esquerdo do display, praticamente im-possível de ser acessada se o usuário estiver seguran-do seu celular com apenas uma mão.

Um projeto, no entanto, promete por um ponto final no problema. “Halo Back” consiste numa pelí-cula inteligente que “cria um novo botão” no Iphone. Ao lado do botão principal do aparelho, uma parte da película sensível ao toque transfere uma leve cor-rente elétrica para a parte superior onde está locali-zada opção “voltar” no display, acionando-a. Além do botão virtual, os criadores do projeto garantem boa visualização e proteção à tela. O produto pode ser adquirido no site do projeto e por enquanto só está disponível para Iphone 6 e Iphone 6 Plus.

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M e i o A m b i e n t e

No Pará, segundo maior estado da Amazônia brasileira, cinco municípios já saíram da lista negra do Ministério do Meio Ambiente, graças ao Programa Municípios Verdes (PMV), criado para fortalecer as parcerias insti-tucionais e incrementar o incen-tivo à gestão ambiental.

Segundo o secretário ad-junto de Gestão e Regularidade Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Thales Samuel Matos, o es-tado está ampliando os caminhos traçados para a preservação.

“Há um avanço muito grande no que diz respeito ao monitora-mento e à fiscalização das áreas florestais, sobretudo nos últimos anos, com a implantação de novas ferramentas, que nos permitem conhecer melhor nossas reservas naturais e aplicar as penalidades, quando necessário”, avalia.

Pará comemora redução no desmatamento

para 4.848 km²). Como resulta-do do trabalho, cinco municí-pios paraenses já saíram da lista do Ministério do Meio Ambien-te dos que mais desmatam a Amazônia e outros estão prestes a deixá-la.

O trabalho, encabeçado pelo Programa Munícipios Ver-des, se baseia na construção de uma ampla rede de parcerias, que envolve municípios, produ-tores rurais, ongs e órgãos públi-cos em geral, promovendo pac-tos contra o desmatamento.

Atualmente, o PMV reú-ne 105 municípios e já supe-rou a meta prevista para 2015. O PMV foi incluído no Fundo Amazônia para a concessão dos benefícios aos municípios contemplados pela iniciativa. O projeto é o maior já aprovado até então pelo BNDES, no valor de R$ 82,4 milhões.•

Entre as ferramentas para uma gestão ambiental eficaz des-tacadas pelo secretário, além da aquisição e implantação do siste-ma de monitoramento da cadeia florestal, está a adoção e o aper-feiçoamento dos dados coletados na sala de monitoramento, insta-lada na sede da Semas, em Belém.

De lá, em parceria com os municípios, são emitidos rela-tórios diários sobre os níveis de desmatamento e do impacto am-biental das principais atividades extrativistas no território paraense, com base em imagens de satélite.

Desmatamento

Em pouco mais de quatro anos, o Pará conseguiu reduzir em 39% o desmatamento (de 3.008 km² para 1.829 km²), enquanto que a redução média na Amazô-nia foi de 24% (de 6.418 km²

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M e i o A m b i e n t e

Quatro mil e quinhentos fi-lhotes de tracajá (espécie de que-lônio comum na Amazônia) foram soltos na Ilha de Ponta Baixa, no município de Pracuúba, no Ama-pá. Largamente consumida na região devido à fonte proteica en-contrada em sua carne e ovos, a espécie é alvo da pesca predatória e está ameaçada de extinção.

A ação faz parte do projeto Tracabaixa, realizado há mais de 40 anos em parceria com o Insti-tuto do Meio Ambiente (IBAMA) para preservar o ecossistema da região. Ele integra o Quelônios da Amazônia, programa que surgiu em 1980 para combater ativida-des predatórias na Amazônia. No Amapá, 10 comunidades aderi-ram ao projeto, três delas atuam na preservação da espécie tracajá

Em Pracuúba, o Tracabaixa é desenvolvido pelo ribeirinho Má-rio Brito e sua família que, nos úl-timos 34 anos, já devolveram à natureza mais de 53 mil tracajás. Este ano foram soltos 4,5 mil fi-lhotes, mil a mais que na soltura do ano passado. Desses, cerca de mil filhotes conseguirão chegar à fase adulta, porque os predado-res naturais se alimentam desses animais.

Dedicação

Soltar todos esses filhotes anualmente exige muito trabalho e dedicação. No período de julho a dezembro, Mário Brito recolhe

De volta à naturezaos ovos de tracajá nas praias que se formam ao longo do rio. Depois, os ovos são levados para a in-cubadora onde ficam de 60 a 70 dias até a eclosão.

Nesta etapa, os filhotes são leva-dos para um berçário onde são cuidados por mais 30 a 120 dias, até que o casco fique rígido e possam voltar à natureza du-rante a soltura que ocorre no mês de junho.

“Saímos a noi-te para identificar os ovos. É um traba-lho contínuo e faço isso por amor a nature-za. Quero que as pessoas aprendam com o projeto e conscientizem-se, pois preci-samos preservar o ecossistema. Ano que vem quero aumentar o número de filhotes na soltura”, relata Má-rio Brito.

Falando em nome do governo do Estado, o secretário de Desenvolvimento Rural, Hélio Dantas, reafirmou o apoio incondicional ao projeto Tracabaixa: “Vamos desenvolver todas as ações possíveis para contribuir com o projeto. Temos o Fundo Rural e outras verbas para incentivar ini-ciativas como essa que preservam o nosso ecossistema”.•

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C i d a d a n i a

A estratégia do governo para fazer o enfrentamento à PEC171, que propõe reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos, é estabelecer um processo de esclarecimento da sociedade brasileira acerca dos números reais do envolvimento de jovens com crimes no País.

A orientação foi transmitida pelo ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidên-cia da República, Pepe Vargas, após reunião com a presidenta Dilma Rousseff e a presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Co-nanda), Angelica Goulart.

Segundo dados do Ministé-rio da Justiça, os menores de 16 a 18 anos são responsáveis por

0,9% dos crimes praticados no Brasil. Conside-rando apenas os homicídios e

tentativas de homicídio, o percen-tual cai para 0,5%. Para o ministro Pepe Vargas, os números mostram que a redução da maioridade pe-nal não é uma questão de gover-no, mas um debate de toda a so-ciedade brasileira

“Entendemos que essa é uma questão da sociedade brasileira. Nós confiamos que quando o de-bate for colocado, quando houver mais esclarecimento nesse deba-te, vai ficar claro que a redução ao invés de reduzir o problema da criminalidade e da violência ten-de a aumentá-lo”.

Menores cooptados

E a explicação é simples: “colocar adolescentes em prisões de adultos, nos parece, apenas servirá para que esses adolescen-tes sejam cooptados pelas facções de crime organizado”, afirmou o ministro em entrevista coletiva,

Sociedade deve debater maioridade penal

no Palácio do Planalto.Pepe também enfatizou que

é fundamental esclarecer à socie-dade que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não coloca o menor que comete atos infra-cionais em situação de impuni-dade e que há uma série de san-ções previstas pelo Estatuto para o jovem infrator.

Ele ressaltou que a aspiração da sociedade brasileira por mais segurança é legítima, mas lamen-tou que muitas pessoas têm essa opinião porque acham que os adolescentes não são privados da sua liberdade, que ele pode fazer qualquer coisa sem sofrer nenhu-ma sanção.

“Isso não é verdadeiro. Em alguns casos, os adolescentes chegam a ficar mais tempo pri-vados da liberdade do que adul-tos que eventualmente tenham cometido um crime análogo”, destacou.•

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C u l t u r a

O Congresso Nacional pode dar um importante passo no com-bate à pirataria e no respeito à propriedade intelectual da produ-ção audiovisual brasileira. Tramita no Senado um projeto que altera o Código Penal e transforma cópias e reproduções de obras audiovisu-ais não autorizadas em qualquer de seus segmentos, inclusive na publicidade, em pirataria, consti-tuindo crime.

O tema, capitaneado pela MPAA (Motion Picture Association of America) e APRO (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais), em documento assi-nado por todas as associações do audiovisual brasileiro, culminou com a instalação da Frente Parla-mentar em defesa da propriedade intelectual e do combate à pirataria.

Além de chancelar a pro-posta já apresentada, a Frente tra-balhará unida para melhorar os mecanismos de controle, fiscali-zação e punição do desrespeito e descumprimento dos direitos au-torais dos artistas, talentos e pro-dutores audiovisuais.

Perdas

“O País perde 92 mil postos de trabalhos por conta da pirataria e do desrespeito à propriedade in-telectual, o que desestimula a ino-vação e a competitividade. O pre-juízo para a indústria chega a R$ 4 bilhões anuais, sem contar a perda tributária de quase R$ 1 bilhão por ano”, afirma o idealizador e presi-dente da Frente Parlamentar, sena-dor Marchezan Junior (PSDB-RS).

Frente Parlamentar lidera combate à pirataria

Ele ressalta que é fundamen-tal que as produtoras brasileiras recebam os direitos autorais pelo filmes produzidos para que no-vos casos de sucesso internacio-nal, como o Vale dos Vinhedos, se multipliquem. “A frente quer estimular dentro do Congresso Nacional debates e soluções para multiplicar estes casos de suces-so”, defende Marchezan.

A Associação Brasileira da Produção de Obras Audio-visuais atua em nome da indús-tria audiovisual brasileira há 42 anos, centrando seus esforços no fortalecimento do segmento e na qualificação de suas empre-sas, através do estabelecimento de padrões de ética e qualidade para o mercado. •

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A qualidade dos serviços de telefonia móvel foi o principal tema do Encontro Regional de Vereadores do Paraná, que reu-niu representantes das operadoras de celular e vereadores de todo o estado para debater e esclarecer questões relacionadas à expansão da cobertura de sinal da telefonia móvel, por meio da instalação de novas antenas nas áreas urbanas e rurais dos municípios.

Gugu Bue-no explicou que as empresas TIM, Claro, Vivo e Oi apresentaram os investimentos e ações que estão desenvolvendo no es-tado, especialmente em Cas-cavel. Ele informou que a opera-dora TIM confirmou a realização de novos investimentos na área urbana do município e também no interior, com a instalação de antenas em São João, Espigão Azul e Rio do Salto, esta última atendendo também os morado-res de Juvinópolis, o que vai fa-cilitar o dia a dia dos moradores de todas essas localidades.

Pacto das Antenas

O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e Fiscali-zação dos Serviços Municipais, vereador João Paulo (PSD), con-

Paraná debate qualidade da telefonia móvel

siderou o encontro um grande avanço. “Estamos discutindo a possibilidade das câmaras pensa-rem projetos de lei que garantam o número de antenas e ajudem a regular o serviço de telefonia, uma demanda importante da co-munidade”, afirmou.

O movimento intitulado de “Pacto das Antenas” é um des-membramento dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inqué-rito da Telefonia Móvel instaura-da no último ano na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

Em seu relatório final, a CPI sugeriu uma nova legislação aos municípios como forma de agili-zar a instalação dos equipamen-tos necessários. Deste pacto, as operadoras também assumiram o compromisso de acelerarem a instalação de pelo menos 300 novas Estações Rádio Base (ERBs) nas diversas regiões do estado nos próximos meses.•

O presidente da Câmara de Cascavel, Gugu Bueno (PR), res-saltou a importância da iniciati-va da Acampar (Associação das Câmaras, Vereadores e Gestores Públicos do Paraná) de organizar uma reunião de trabalho com re-presentantes de todas as operado-ras que atuam no Paraná. Para ele, a concretização deste Pacto das Antenas será muito importante para o estado,

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A Assem-bleia Legisla-tiva de Goiás realizou audi-ência pública para debater a privatização da Companhia Energética de

Goiás (Celg). A iniciativa partiu do líder do PMDB, deputado José Nelto, que questiona o argumento do Executivo estadual de que o processo de priva-tização é um salva-vidas para a saúde financeira da Companhia.

Para o parlamentar, ao longo dos últimos 16 anos, a Celg foi sufocada por um intenso processo de sucateamento, má gestão e falta de investimento por parte do estado. “É preciso resistir de todas as formas possíveis, por entender que esse patrimônio é estratégico para o nosso estado e nossa gente”, res-salta o deputado.

A audiência foi proposta com o objetivo de elu-cidar o processo de privatização da Celg e debater sua real necessidade. A situação financeira da em-presa energética goiana foi objeto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa em 2009/2010.

Audiência pública debate privatização da Celg

Na época, a CPI detectou que o principal pro-blema da companhia foi a venda da Usina de Ca-choeira Dourada, na década de 80. “Os depoimen-tos indicam que a venda de Cachoeira Dourada foi fato determinante para a situação de endividamento da Celg”, afirmou, na ocasião, o relator, deputado Humberto Aidar (PT).

Resistência

A privatização da Celg vem encontrando forte resistência no meio político. O deputado federal Ru-bens Otoni (PT) anunciou que está formando uma frente Parlamentar em Defesa da Celg, com a par-ticipação de deputados federais, estaduais e verea-dores. São mais de dois mil vereadores no estado. “Precisamos nos mobilizar para buscar os diálogos necessários”, afirmou.

José Nelto informou que o sindicato que re-presenta os funcionários da empresa vai entrar com uma representação junto ao Ministério Público con-tra a proposta de privatização, e que já agendou au-diência com o vice-presidente da República, Michel Temer, para tratar do assunto.

“Se esta luta, hoje, é possível, amanhã será impossível. Essa audiência pública ficará marcada como o início de uma luta histórica”, ressaltou.•

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A Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legis-lativa do Distrito Federal já está analisando a proposta do primei-ro Plano Distrital de Educação (Projeto de Lei 428, de 2015) da história de Brasília. O PDE, como é conhecido, estabelece 21 metas para a melhoria da rede pública de ensino no DF e traça estraté-gias para que sejam alcançadas em até dez anos.

“Tivemos ensaios de planos parecidos em governos anteriores, mas nunca iniciados realmente na base e que chegaram até a apro-vação pela Câmara Legislativa”, explica o subsecretário de Pla-nejamento, Acompanhamento e Avaliação Educacional da Secre-taria de Educação, Fábio Pereira de Sousa.

Professor de Biologia e espe-cializado em gestão, ele participou de todo o processo de elaboração

do PDE, que começou com deba-tes nas escolas, em 2013, passou por conferências das regionais de ensino e pela Conferência Distri-tal de Educação, em 2014, antes de ser apreciado pela secretaria e pelo Conselho de Educação do Distrito Federal.

Neste ano, a proposta teve ajustes finais na Secretaria de Educação para chegar ao Poder Executivo, que o enviou à análi-se dos parlamentares no início do mês na forma de um projeto de lei. “O documento está tendo um olhar especial pela CLDF, pois é o primeiro PDE da história de Brasí-lia”, ressalta Sousa.

Mais abrangente

Para o subsecretário, o PNE apresenta algumas metas mais modestas em relação ao plano distrital, porque as diretrizes da

Plano para aperfeiçoar

o ensino em Brasília

versão nacional devem ser cum-pridas por todas as unidades da Federação e pelos municípios. “O federal trabalha com a inclu-são de pessoas com deficiência entre 4 e 17 anos, enquanto o PDE tem como objetivo atender a todos, independentemente da idade”, compara.

Em relação à educação in-tegral, a expectativa é oferecer o serviço a 60% das escolas de Brasília, atendendo 33% dos es-tudantes, enquanto os índices estabelecidos pela legislação nacional são de respectivamente 50% e 25%, ambos com prazo de 10 anos para implementação.

Ele pondera que o texto en-viado à CLDF prevê etapas interme-diárias, para que a responsabilidade sobre as medidas não recaiam sobre o governante que assumir o Distrito Federal às vésperas do fim dos pra-zos (dez anos).•

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Tu r i s m o

Julho está chegando e, com ele, as belas praias fluviais do Rio Araguaia. O mês coincide com o iní-cio do período em que as águas do rio estão em um nível mais baixo, for-mando longos bancos de areia.

Com 2 630 km, a maior parte navegável, o Rio Araguaia atrai tu-ristas de todo o país, que buscam as praias de areias claras e obser-

vam a fauna local passeando em pequenas embarcações.

Na metade do seu percurso, antes de desaguar no Rio Tocan-tins, o Araguaia se divide em dois braços, que se reencontram 500 km ao norte, formando a Ilha do Bana-nal – maior ilha fluvial do mundo, com 20 mil km². Dentro dela, fica o Parque Nacional do Araguaia.

Praia, diversão e cultura nas praias do Araguaia

Fauna exuberante

A poucos minutos dos cen-tros urbanos, são encontrados, tartarugas, botos e uma grande variedade de pássaros, como tuiuiús, garças, jacus e gaviões. As cidades de Aruanã e Concei-ção do Araguaia são as preferidas pelos turistas.

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Tu r i s n o

Com 2.630 km, a maior parte navegável, o Rio Araguaia atrai turistas de todo o país

Além de se divertir de jet ski e banana boat, dá para fazer pas-seios de barcos e admirar a rica fauna local. Para aproveitar todas as belezas ao longo dos 2,6 mil quilômetros, os turistas se dividem em diversas pousadas e acampa-mentos.

Na alta temporada, as águas, geralmente calmas, passam a ser movimentadas por lanchas e moto aquáticas. Diversas opções de pas-seios e atividades radicais estão à disposição de todos. Para os que preferem atividades mais calmas, a pescaria é uma boa opção.

Cultura

O artesanato local é repre-sentado por uma variedade de uso de matéria-prima, que vai da madeira, produtos naturais (coco, palha, argila, peixes taxidermiza-dos, etc.), além de trabalhos em tecelagem e arranjos florais.

A região guarda ainda rico legado cultural e histórico, repre-sentado pela Cultura e História do Povo Karajá, com suas historias, artesanato e festas folclóricas.

Mas é importante que o turis-ta tenha em mente a necessidade de se preservar o meio ambiente, para que a diversão esteja garanti-da por várias gerações e continue sendo um dos maiores cartões--postais de Goiás.•

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M o t o r e s

FIT retocadoA linha 2016 do Honda Fit começa a chegar às concessionárias

com mudanças pontuais no interior. Mesmo com pouco tempo de vida – a 3ª geração foi lançada no ano passado como ano 2015 -, o Fit ga-nhou retoques para melhorar a percepção de conforto da cabine.

Sai o painel de instrumentos com iluminação laranja, que apa-recia nas versões de entrada, e entra um azul e branco, mais sofisti-cado, entre outros itens.

Desejado CamaroDepois do estrondoso sucesso, o Camaro jamais deixou de ser um sonho de consumo entre os brasilei-

ros. A sexta geração do modelo vai utilizar a plataforma de longa distância entre eixos Alpha, que sustenta o Cadillac, que reduziu o peso do carro e melhorou seu consumo.

O motor do Novo Camaro 2016 deverá ser o mesmo que a versão anterior, mas agora com um novo bloco 2.0 turbo de quatro cilindros turbo, capaz de gerar até 272 cavalos de potência.

Híbrido Prius

O lançamento do Toyota Prius 2016 já foi confirmado em diversos países, como no Brasil. O esportivo deve ser uma opção para quem gosta desta categoria.

A quarta geração do híbrido mais vendido no mundo passou por mudanças em todo o seu visual in-terno e externo – dos faróis e lanter-nas às linhas laterais. Pode-se dizer que o carro ficou ainda mais robus-to, mantendo os detalhes do hatch.

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Estilo F

Se você deseja comprar uma moto potente e ver-sátil no próximo ano, não deixe de conferir a Nova Honda CBR 650 F 2016. O modelo é um dos mais aguardados da categoria para quem gosta de esporti-vidade e estilo.

A nova versão passou por poucas modificações e ainda garante muita resistência e capacidade, seja na estrada ou na cidade, graças à caixa de câmbio com seis marchas, suave e dinâmica, e o bom torque em baixos e médios regimes, que permite rodar a 50 km/h em sexta marcha sem pedir redução.

M o t o r e s

Custom HorizonAs motos custom ganharam espaço no catá-

logo da Dafra Motos. Na próxima temporada, um dos mais aguardados lançamentos da categoria no mercado nacional é a Nova Dafra Horizon 2016, que está ainda mais moderna, mas com um jeitão custom inconfundível. Uma de suas novidades é o painel em estilo “caneco”, posicionado à frente do guidão, o marcador de combustível integrado ao tanque, assento único em dois níveis, para-lamas mais compactos e lanterna traseira em LED e o esca-pamento duplo.

Tracker urbanoMais uma SUV deve ser lançada pela Chevro-

let no próximo ano. É o Novo Tracker 2016, um car-ro pensado para os espaços urbanos, com ótimos detalhes de acabamento e muito espaço.

O modelo chega ao mercado no final deste ano apenas com uma versão – flex, 1.8 e com 5 portas, em tamanho um pouco menor que a nova Tail-Blazer. O Tracker é uma opção mais modesta, mas de muito bom gosto, para quem procu-ra espaço e estabilidade e prefere uma SUV completa.

Escolha seu IvecoA Iveco está com uma linha completa de cami-

nhões leve (Daily), médio (Vertis HD), semipesado (15 toneladas e Stradale), pesado e extra-pesado (Stralis Hi-Way). Todos os modelos fazem parte da Geração Tector Economy, que apresenta reduções de até 5% no consu-mo de combustível.

O catálogo Iveco inclui o Tector Attack 280, o off-road Trakker e o Stralis Ecoline de 9 litros, com câmbio automatizado de série. É só escolher!

do guidão, o marcador de combustível integrado ao tanque, assento único em dois níveis, para-lamas mais compactos e lanterna traseira em LED e o esca-pamento duplo.

Mais uma SUV deve ser lançada pela Chevro-let no próximo ano. É o Novo Tracker 2016, um car-ro pensado para os espaços urbanos, com ótimos detalhes de acabamento e muito espaço.

O modelo chega ao mercado no final deste ano apenas com uma versão – flex, 1.8 e com 5 portas, em tamanho um pouco menor que a nova Tail-Blazer. O Tracker é uma opção mais modesta, mas de muito bom gosto, para quem procu-ra espaço e estabilidade e prefere uma SUV

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RANGEL CAVALCANTE [email protected]

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O último programa

O bem sucedido engenheiro e empresário Elano de Paula, irmão do Chico Anísio, é também um compositor de renome. Atuou por vários anos na televisão carioca, dirigiu o programa “Praça Onze”, na antiga TV Rio e é autor de várias composições de sucesso na nossa música popular brasileira, como “Canção de Amor”, feita em parceria com Cho-colate. Nos anos 60, Elano dirigia a Rádio Guanabara, no Rio, na qual o jornalista Carlos Lacerda tinha um programa diário denominado “A Voz da Cidade”. Eram cinco minutos, durante os quais o radical udenista baixava o pau nos adversários, especialmente no governo do seu estado. Uma noite, ao chegar à emissora para apresentar o programa, Lacerda foi recebido à porta pelo Elano. Foi direto ao assunto:

- Olha, Carlos, não se trata de censura. Continuamos a respeitar as suas opiniões, mas as coisas muda-ram, por aqui. Você deve agir como achar melhor. É que o dr. Adhemar de Barros, governador de São Paulo, acaba de comprar a nossa emissora. Somos, desde ontem, empregados dele. Não peço que você fale a favor dele, mas apenas que o esqueça em seus programas.

Lacerda não esboçou qualquer reação. Logo estava no estúdio e começou a apresentar o programa. De repente uma gritaria:

- Tira do ar. Tira do ar!Não deu tempo pra nada. Lacerda acabara de apresentar o seu programa, que foi também último, com

esta frase:- Um ladrão comprou a Rádio Guanabara!.Saiu do estúdio dizendo: - É demais para mim!Foi embora e nunca mais voltou à rádio.

RANGEL CAVALCANTE [email protected]

Só os que não sãoO jornalista e escritor Luciano Barreira, que nos deixou no ano passa-

do, tinha um amigo, o Carlos Bananeira, que, com os filhos, todos mecâni-cos como o pai, tocava uma próspera oficina de consertos de veículos. Lu-ciano gostava do humor do Bananeira e ia com freqüência à oficina dele, nem sempre para consertar o carro, mas para papear com o amigo. Ele era conhecido pela mania de chamar todo mundo de corno. Não poupava ninguém. Político, delegado, promotor, médico, jornalista. Nem mesmo o vigário escapava da pecha de chifrudo. Certa vez, o Bananeira recebeu a visita de um cidadão, conhecido como um dos mais eméritos chifrudos da cidade. Depois de longo bate-papo, o visitante perguntou:

- Bananeira, você tem a mania de chamar todo mundo de corno. Por que nunca me chamou?

A resposta, em cima das buchas:- É que eu só chamo os que não são!

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CASOS & CAUSOS

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Sem fundos

Autor da emenda constitucional que concedeu em 1965 a autonomia político-administrativa à cida-de de São Luís – naquela época as capitais situadas em ilhas eram áreas de segurança nacional e tinham os prefeitos nomeados pelos governadores - o então deputado Epitácio Cafeteira aproveitou a maré de prestígio e tornou-se o primeiro prefeito eleito da ca-pital maranhense, derrotando o candidato do PSP, o deputado estadual Ivar Saldanha, que gozava de gran-de prestigio na cidade.

No final da campanha, os ânimos estavam mui-tos exaltados, para o que contribuía a propaganda dos candidatos pela televisão, já presente na maioria das casas ludovicenses. A coisa pegou fogo quando Ivar Saldanha exibiu no vídeo um cheque sem fundos que teria sido emitido pelo candidato Cafeteira. Foi um alvoroço. O cheque virou motivo de debates em to-dos os todos os lugares. Até que Cafeteira foi à tevê para se defender da acusação de estelionatário.

Depois de muitas explicações, que confundiam ainda mais os eleitores, decidiu partir para o deses-pero. E terminou a apresentação de modo patético, gesticulando, os cabelos em desalinho e gritando o que logo se tornou o seu novo slogan de final de cam-panha:

“Com fundos ou sem fundos, vote no Cafeteira!”Ganhou de goleada.

São João da Barra

Roberto Gaspar, nosso contemporâneo no Li-ceu do Ceará e hoje empresário bem sucedido e bem relacionado na imprensa e na política, depois de alguns anos estudando no Seminário, teve seu primeiro emprego como vendedor na loja “O Ga-briel”. Era um verdadeiro paraíso, onde se vendiam principalmente artigos religiosos. Estatuetas e retra-tos de todos os moradores dos céus, santinhos para primeira comunhão, terços, medalhas, óleos, essên-cias, fitas, água benta, lembrancinhas para batizado, casamentos, missas de sétimo dia. Tinha de tudo.

Roberto era um vendedor de primeira. Até vendeu um São Pedro a um freguês que queria um São Jorge, convencendo o homem de que era mes-mo o santo do Dragão, que agora estava moderno e ao invés de cava-lo andava de jipe. E a prova era a chave do carro na mão do porteiro do Céu. Um dia estava ele no balcão quan-do entrou um

bêbado e pediu uma cachaça. Olhou para o ho-mem e disse, sério:

- Olha, aqui é a casa de Deus. Só vendemos santos.

E o bêbado, impaciente:- Pois então bota aí um “São João da Barra”

duplo!

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58 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

Art igoa r t i g oValéria Borges da Silveira

Direitos Humanos

Se queremos que o século XXI seja de fato o século dos direitos humanos, é absolutamente vital ganhar a batalha pela igualdade em todo o planeta. Todos possuem os mesmos direitos humanos, sem exceção, incluindo o direito à vida, à dignidade, à segurança, ao trabalho em condições justas, à saú-de, à educação e à igualdade perante à lei.

Com a proliferação das novas tecnologias da informação, nota-se uma “revolução” na natureza sócio-político-eco-nômica mundial em uma ve-locidade sem precedentes na história. E isso, de certa forma, causou um “impacto positi-vo” até em termos de segurança, prin-cipalmente nos países mais desen-volvidos.

Na América Latina, a moderni-zação dos órgãos de segurança e o uso da tecnologia no trabalho policial ainda se encon-tram em uma fase muito incipiente. Contudo, auto-ridades da área de segurança e representantes das polícias do Brasil, Argentina, Chile, México e Estados Unidos vêm se reunindo periodicamente desde meados de setembro do ano 2000, a fim de examinar estra-tégias para modernizar e aumentar a eficácia da instituição policial.

Sabe-se que a incorporação de novas tecno-logias é um ingrediente fundamental para reduzir os índices de criminalidade. Deve-se estabelecer os pontos críticos e as tendências dos crimes de cada cidade, permitindo uma melhor orientação preven-tiva no trabalho policial. Para uma nação ter con-

dições mais dignas de construir uma vida melhor é necessário ter educação, saúde, segurança, enfim quesitos indispensáveis para qualquer cidadão.

Cabe a nós o otimismo e persistência, enfren-tando os labores que irão surgir, vencendo-os dia-a-dia. É preciso que o país assuma o compromisso ético na implantação determinante da erradicação dos problemas sociais, com os setores empresarial e

governamental em uma corresponsabi-lidade, com projetos estratégicos,

pois só assim o Brasil seria ca-paz de gerar uma igualda-

de social.A proteção das

minorias e de outros grupos vulneráveis ocupa um espa-ço na agenda da comunidade in-ternacional, mas ainda resta muito a ser feito a res-peito. Como elimi-

nar as disparidades no acesso às oportu-

nidades econômicas e sociais para, desse modo,

desterrar as causas básicas do preconceito, da discriminação e

da violência? Como usar os meios de comunicação para difundir as mensagens sobre a unicidade da humanidade, o respeito, a tolerância e a boa vizinhança?

Em lugar de permitir que a diversidade de raça ou de cultura represente um limite para o intercâmbio e desenvolvimento humanos, é necessário percebe-la como potencial para um enriquecimento mútuo.

Valéria Borges da Silveira é escritora e poetisa. Formada em administração, é pós-graduada em direito, orientação e supervisão escolar, gestão empresarial e gestão cultural.

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