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DIAGNÓSTICO DO GERENCIAMENTO DA OBRA DE UM PRÉDIO
MULTIFAMILIAR COM ENFOQUE NA CONCRETAGEM
ELISANGELA SOARES DA SILVA
JUAZEIRO DO NORTE - CE
2017
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ELISANGELA SOARES DA SILVA
Aluna do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento da Construção Civil -
URCA
DIAGNÓSTICO DO GERENCIAMENTO DA OBRA DE UM PRÉDIO
MULTIFAMILIAR COM ENFOQUE NA CONCRETAGEM
Monografia elaborada para fins de avaliação final do
Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento da
Construção Civil, pela Universidade Regional do Cariri -
URCA, sob a orientação do Prof° Ms. Jefferson Luiz
Alves Marinho
JUAZEIRO DO NORTE - CE
2017
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DIAGNÓSTICO DO GERENCIAMENTO DA OBRA DE UM PRÉDIO
MULTIFAMILIAR COM ENFOQUE NA CONCRETAGEM
Elaborado por: Elisangela Soares da Silva
Aluna do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento da Construção
Civil – URCA
BANCA EXAMINADORA
Ms. Jefferson Luiz Alves Marinho
ORIENTADOR
__________________________________________________
MEMBRO 1
__________________________________________________
MEMBRO 2
Monografia aprovada em _____ /______ /_______, com nota_______.
JUAZEIRO DO NORTE – CE
2017
4
Dedico esse trabalho primeiramente a Deus por
ter iluminado meu caminho durante essa
trajetória, a toda a minha família e em especial
aos meus pais Cícero Galdino e Espedita Soares
pelo amor e confiança investidos em mim durante
toda a minha vida, aos meus irmãos Edson Soares
e Elidiane Soares pelo apoio, enfim a todos que
direta ou indiretamente torceram pelo meu
sucesso profissional.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado saúde para enfrentar mais uma etapa
da minha vida. Obrigada Senhor das vezes que saí correndo do trabalho cansada e mesmo
assim não desisti de alcançar essa vitória.
Aos Meus pais Cícero Galdino e Espedita Soares por ter me dado condições necessárias
para chegar aonde cheguei e assim alcançar meus objetivos, que apesar das dificuldades da
vida nunca deixaram de me aconselhar a seguir o melhor caminho.
A Universidade Regional do Cariri – URCA Campus Crajubar, Juazeiro do Norte, pelo
apoio, dedicação e confiança que sempre tiveram por aqueles aprendizes que por aqui
passaram.
A todos os professores que nos acompanharam durante todos os módulos nos
incansáveis finais de semana, e em especial ao nosso Coordenador Jefferson Marinho por ter
nos dado a oportunidade de concluir esse trabalho e pelos ensinamentos que levarei sempre
comigo, meus sinceros agradecimentos.
Ao meu coorientador e grande amigo Antonio Alex Matias Lêu, pelo apoio e incentivo.
Aos meus colegas que me acompanharam durante toessa jornada, muitos finais de
semana sacrificados em prol dessa especialização, que apesar da falta de tempo pela correria
do trabalho alguns não abandonaram o barco: Marta, Rogéria, Deógenes, Dirceu, Milena e
alguns outros, meu muito obrigada.
A todos aqueles que, mesmo distantes, torceram por mim.
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“Cada dia que amanhece assemelha-se a uma página em branco, na qual gravamos os
nossos pensamentos, ações e atitudes. Na essência, cada dia é a preparação de nosso próprio
amanhã.”
Chico Xavier
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RESUMO
A Engenharia Civil traz grande influência para a economia do país, e o setor imobiliário vem
se destacando pela demanda cada vez maior, principalmente por construções verticais, por
garantir mais segurança e qualidade de vida aos clientes. Com isso aumenta ainda mais a
preocupação quanto à qualidade, durabilidade e segurança dessas edificações. As exigências
para o setor da construção civil só vêm aumentando, sejam elas decorrentes das normas de
segurança do corpo de bombeiros, prefeituras ou órgãos ambientais. Nisso já pensam também,
com grande preocupação, as grandes empresas da indústria da Construção Civil que sentem
de perto as dificuldades por falta de qualificação de profissionais. A fase estrutural de uma
obra requer grandes cuidados e profissionais capacitados, tanto para a execução quanto para e
inspeção dessa fase executiva. Sendo o concreto o material mais utilizado nas obras, o
trabalho dará enfoque ao mesmo. Cuidados referentes ao preparo, manuseio, lançamento, cura
e todo o acompanhamento, tudo isso garantirá a qualidade, durabilidade e segurança de um
elemento estrutural. Por fim, é apresentado um estudo de caso envolvendo uma obra
residencial, em Juazeiro do Norte, acompanhada durante a fase de concretagem, verificando
in loco os cuidados com relação ao controle tecnológico do concreto da estrutura, ou seja, do
concreto que chega à obra. Propondo também soluções para os casos de não conformidade.
Palavras-chave: Indústria da Construção Civil, Fase de Concretagem, Qualidade e
Segurança, Controle Tecnológico.
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ABSTRACT
Civil Engineering brings great influence to the economy of the country, and the real estate
sector has been highlighted by the increasing demand, mainly for vertical constructions, to
guarantee more security and quality of life to the clients. This further increases the concern
about the quality, durability and safety of these buildings. The requirements for the
construction industry are only increasing, whether they are due to the safety standards of the
fire department, city halls or environmental agencies. In this, they also think, with great
concern, the big companies of the Civil Construction industry that feel the difficulties of near
lack of qualification of professionals. The structural phase of a work requires great care and
trained professionals, both for the execution and for the inspection of this executive phase.
Concrete being the material most used in the works, the work will focus on it. Care regarding
preparation, handling, launching, curing and all accompaniment, all this will guarantee the
quality, durability and safety of a structural element. Finally, a case study involving a
residential project is presented in Juazeiro do Norte, followed during the concreting phase,
verifying in loco the care with regard to the technological control of the concrete of the
structure, that is, of the concrete that arrives at the construction site . It also proposes solutions
for cases of non-compliance.
Keywords: Construction Industry, Concrete Phase, Quality and Safety, Technological
Control.
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LISTA DE FIGURAS
Página
FIGURA 01: Lançamento do Concreto na Laje ............................................................. 26
FIGURA 02: Adensamento do Concreto........................................................................ 27
FIGURA 03: Cura Química ............................................................................................ 30
FIGURA 04: Estrutura em formas na Obra Vista Laguna Residence Club ................... 31
FIGURA 05: Slump test ................................................................................................. 33
FIGURA 06: Ensaio de Resistência à Compressão ........................................................ 34
FIGURA 07: Grágico que Relaciona as Principais Causas de Patologias ..................... 35
FIGURA 08: Estrutura Metálica Apresentando Corrosão .............................................. 38
FIGURA 09: Processo de Medição de Peça de Concreto Carbonatado ......................... 39
FIGURA 10: Imagem de Maquete Eletrônica Vista Laguna Residence Club ............... 41
FIGURA 11: Imagem Aérea da Obra Vista Laguna Residence Club ............................ 41
FIGURA 12: Formas de Plástico da Laje Nervurada ..................................................... 43
FIGURA 13: Placa da Obra ............................................................................................ 44
FIGURA 14: Vista Geral das duas Torres Residenciais................................................. 44
FIGURA 15: Chegada do Caminhão Betoneira a obra .................................................. 45
FIGURA 16: Slump test em Laboratório ....................................................................... 46
FIGURA 17: Lançamento do Concreto nas Formas ...................................................... 47
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LISTA DE QUADROS
Página
QUADRO 01: Tipos de Cimento ................................................................................... 18
QUADRO 02: Tamanho das Pedras ............................................................................... 18
QUADRO 03 – Limites Granulométricos do Agregado Miúdo.....................................19
QUADRO 04: Efeito dos Vazios ................................................................................... 22
QUADRO 05: Transporte de Concreto .......................................................................... 25
QUADRO 06: Prazos Estabelecidos para desforma....................................................... 32
QUADRO 07: Classe de Agressividade Ambiental ....................................................... 37
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
a/c - Água Cimento
ABESC - Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem
ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas
BR – Brasil
CE – Ceará
cm – Centímetros
CP – Cimento Portland
Cp´s – Corpos-de-prova
EPC´s – Equipamentos de Proteção Coletiva
EPI´s – Equipamentos de Proteção Individual
FCK – Feature Compression Know (Resistência Característica do Concreto)
FVM – Ficha de Verificação do Material
Kg – Quilograma
Km - Quilômetros
Km²- Quilômetros quadrados
m²- Metros quadrados
m³- Metros cúbicos
Mpa – Mega Pascal
NBR- Norma Brasileira
Pag - Peso da água
Pc - Peso do cimento
PH - potencial Hidrogeniônico
UFPR – Universidade Federal do Paraná
URCA – Universidade Regional do Cariri
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13
1.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 15
1.2 Objetivos Específicos .............................................................................................. 15
1.3 Justificativa .............................................................................................................. 15
1.4 Problemas ................................................................................................................ 15
1.5 Metodologia ............................................................................................................. 16
2. CONCRETAGEM .................................................................................................... 17
2.1 Principais constituintes do concreto ........................................................................ 17
2.1.1 Cimento ...................................................................................................... 17 2.1.2 Agregado Graúdo ....................................................................................... 18 2.1.3 Agregado miúdo (Areia) ............................................................................ 19 2.1.4 Água 20
2.2 Fatores que influenciam a qualidade e resistência do Concreto .............................. 20
2.2.1 Fator água/cimento (a/c) ............................................................................ 21
2.2.2 Trabalhabilidade ........................................................................................ 21
2.3 Controle Tecnológico do Concreto ......................................................................... 22
2.3.1 Dosagem .................................................................................................... 23 2.3.2 Mistura ....................................................................................................... 24
2.3.3 Transporte .................................................................................................. 24 2.3.4 Lançamento ................................................................................................ 25
2.3.5 Adensamento ............................................................................................. 26 2.3.6 Cura 28 2.3.7 Desforma .................................................................................................... 31
2.4 Ensaios ..................................................................................................................... 32
2.4.1 Consistência ............................................................................................... 32
2.4.2 Resistência à Compressão .......................................................................... 33
2.5 Manifestações Patológicas....................................................................................... 34
2.5.1 Corrosão ..................................................................................................... 36
2.5.2 Carbonatação ............................................................................................. 38
3. DIAGNÓSTICOS DO GERENCIAMENTO DA OBRA ..................................... 40
3.1 Área de Estudo ........................................................................................................ 40
3.2 Descrição da Obra ................................................................................................... 42
3.3 Procedimentos de Gerenciamento adotados na Obra .............................................. 45
4. PROBLEMAS E SOLUÇÕES PROPOSTAS NA FASE DE CONCRETAGEM48
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 51
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1. INTRODUÇÃO
A indústria da contrução civil vem aumentando consideravelmente nos últimos anos,
seja a nivel mundial ou nacional, criando novas tecnologias e desafiando ainda mais esse
mercado. Com isso a Engenharia Civil tem se caracterizado por uma grande preocupação com
a qualidade, durabilidade e segurança das edificações e obras em geral, afim de evitar
problemas futuros na sua estrutura.
Manter a qualidade e a segurança das obras de edificações é de fundamental
importância para o sucesso de um projeto. É crescente o aumento de exigências quanto a
qualidade, mais também quanto aos prazos curtos de entrega, e isso é desafiador para toda a
gestão responsável pelo o empreendimento, de modo a garantir espectativas de qualidades a
todos os interessados envolvidos. Com isso, é necessários os cuidados inicias para execução,
um cuidado maior quanto a qualidade dos materiais empregados, bem como a qualidade da
mão de obra, além do gerenciamento e fiscalização realizada durante cada fase da obra, até a
sua conclusão.
Atualmente um dos maiores problemas enfrentados na construção civil, além da falta de
planejamento por parte dos gestores é a falta de fiscalização. Uma fiscalização precária da
obra acarreta grandes prejuízos futuros, trazendo danos a estrutura, patologias e até mesmo
desabamentos. Com isso torna-se indispensável o gerenciamento da obra, a existência de um
centro coordenador que seja capaz de priorizar tarefas, de alocar recursos otimamente, de
conferir a qualidade, contornar falhas, etc. Portanto, o gerenciamento de obras deve trabalhar
com uma margem de erros muito pequena, pois se ele falhar, toda a obra é comprometida.
Alem disso, sem um planejamento adequado, é mais propício acontecer emérgências na obra,
tendo que relocar equipes para trabalharem sob pressão, ou em outros casos deixando
operários ociosos, diminuindo a afetividade das tarefas.
O acompanhamento técnico de engenheiros durante a execução deve ser realizada de
forma contínua, independentemente do porte da obra, para que se consiga manter em
desenvolvimento e, se possível, um adiantamento da obra, entregando antes do prazo
estabelecido. Esse acompanhamento exige uma grande atenção, podendo ser dividida para que
se possa cobrir todos os setores da obra, como armazenamento de materiais, uso de
equipamentos de proteção individual (EPI’s) e equipamentos de proteção coletiva (EPC´s),
etapas da execução, entre outros. Acompanhar também o método de execução, observando se
os mesmos estão seguindo as orientações das Normas Técnicas vigentes, além de estar apto
para tirar qualquer dúvida sobre o projeto e execução da obra.
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Com relação aos materiais empregados, o concreto é um dos materiais estruturais mais
usados no setor da construção civil devido às suas inúmeras vantagens. Na construção de
prédios residenciais, comerciais, industriais e públicos, pontes, viadutos, barragens, túneis,
reservatórios e etc. Entre as vantagens deste material de construção pode-se destacar seu
baixo custo relativo, durabilidade, versatilidade, resistência e disponibilidade dos seus
materiais componentes em quase todos os lugares.
Segundo o Professor Aloísio Leoni da Universidade Federal do Paraná (UFPR), para ter
um concreto com as características desejadas, durável e de boa aparência, é necessário que o
traço do concreto seja bem elaborado e que suas propriedades sejam investigadas em
laboratório especializado. É Importante também que todos os cuidados sejam tomados com a
seleção e a procedência dos materiais que o compõe, preparação, lançamento, cura,
qualificação da mão-de-obra que o manuseará, para assim evitar problemas futuros.
(PROPRIEDADES..., 2016).
A concretagem é a fase final de execução dos elementos estruturais. Por isso, antes
mesmo de se realizar esse serviço, é preciso o cuidado no acompanhamento, verificando as
armaduras se estão corretamente montadas, e se as formas estão firmes juntamente com os
escoramentos, enfim, se o concreto tem as características em conformidade com o que foi
estabelecido em projeto. O concreto por sua vez, tanto pode ser virado em obra quanto
entregue por caminhão-betoneira, o chamado concreto usinado. Independentemente da forma
como a concretagem é feita, é importante observar os cuidados com a segurança dos
colaboradores e a qualidade do produto final.
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1.1 Objetivo Geral
O objetivo desta pesquisa é o de diagnosticar o acompanhamento da fase de
concretagem em obra de grande porte na cidade de Juazeiro do Norte, relatando os possíveis
erros que podem vir a acarretar e a danificar a estrutura da obra por falta de um
acompanhamento adequado na hora da execução.
1.2 Objetivos Específicos
Neste trabalho, procura-se:
Obter informações sobre os cuidados necessários na fase de concretagem, seguindo a
NBR 12655/96 - Concreto - Preparo, controle e recebimento.
Descrever as etapas e cuidados necessários na fase de concertagem conforme NBR
12.655/96.
Verificar in loco, registrando através de imagens todo o processo de preparo e
execução de peças de concreto na obra.
Apresentar um diagnóstico do gerenciamento da obra Residencial Vista Laguna,
localizada na cidade de Juazeiro do Norte - CE, com foco no setor de concretagem,
desde o preparo com os materiais até o processo de cura.
Apresentar soluções viáveis para os problemas apresentados.
Apresentar um diagnóstico do gerenciamento da obra em estudo durante a
concretagem.
Apresentar soluções viáveis para os problemas surgidos na fase de concretagem.
1.3 Justificativa
Este projeto de pesquisa tem como principal interesse compreender o processo
gerenciamento e acompanhamento de obras na fase de concretagem, tendo em vista os
grandes problemas decorrentes de falhas de execução e a qualidade do processo construtivo
em obras de edificações. Nesse contexto, dando ênfase a etapa estrutural, mostrando alguns
cuidados a fim de evitar patologias futuras.
1.4 Problemas
Ultimamente, tem-se observado um aumento significativo na incidência de anomalias
em obras de edificações. Esses problemas podem está ligados à falta de acompanhamento ou
simplesmente uma fiscalização precária. Essas anomalias são patologias decorrentes da má
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execução do concreto, falhas que surgem inicialmente com pequenas fissuras, decorrentes de
uma cura mal realizada do concreto, posteriormente se agravando com a abertura de trincas
deixando ainda mais aberturas para outras patologias, como a corrosão e a carbonatação.
1.5 Metodologia
A pesquisa foi realizada através de consultas em diversas fontes, como trabalhos
acadêmicos, artigos, normas, arquivos disponíveis na internet e livros abordando o assunto em
questão, como é o caso de Neville com as propriedades do concreto e Giammusso com o
manual de dosagem do concreto.
Para o estudo de campo deste trabalho foi realizada uma pesquisa direta por meio de
visitas locais a obra, e no momento foram feitos vários registros fotográficos no decorrer da
concretagem. O trabalho se concretizou pelo método de abordagem indutivo que foi utilizado
na análise e desenvolvimento da pesquisa.
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2. CONCRETAGEM
Segundo Mussi (2000), “O concreto é um material resultante da mistura íntima e
proporcionada de um aglomerante (cimento), agregados miúdos, agregados graúdos e água.”
A proporção entre todos os materiais que fazem parte do concreto é também conhecida por
dosagem ou traço, sendo que pode-se obter concretos com características especiais, ao se
acrescentar à mistura, aditivos, isopor, pigmentos, fibras ou outros tipos de adições.
As propriedades do concreto dividem-se em duas fases:
1ª- Fase: concreto fresco. Mistura, lançamento, compactação e acabamento.
Trabalhabilidade, plasticidade, tempo de pega inicial e tempo de pega final são alguns
exemplos das propriedades do concreto na primeira fase.
2ª- Fase: concreto endurecido. Resistência do concreto à compressão e à tração,
resistência ao desgaste superficial, resistência ao impacto, módulo de elasticidade,
porosidade, fluência e retração são outros exemplos de propriedades do concreto na
segunda fase.
2.1 Principais constituintes do concreto
Os materiais constituintes do concreto depois de bem misturados formam uma massa
plástica, que após algumas horas e totalmente endurecida formam uma espécie de “rocha”.
2.1.1 Cimento
Os componentes da mistura do cimento são formados basicamente por uma mistura de
calcário, argila, gesso e materiais aditivos, adicionados em alguns casos específicos de uso.
Para passar pelo processo de endurecimento, o cimento precisa que a água seja misturada a
sua composição, formando uma pasta homogênea, essa reação química provoca o
endurecimento, só assim poderá ser utilizado em construções.
Existem diversos tipos de cimento disponíveis no mercado para compra, com diferentes
composições, que atribuem ao Concreto maior resistência, trabalhabilidade, durabilidade,
impermeabilidade, entre outras funções. Mas todos atendem às exigências das Normas
Técnicas Brasileiras. Cada cimento tem o nome e a sigla correspondente estampada na sua
embalagem, isso para facilitar a identificação específica de uso, como mostra o QUADRO 01.
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QUADRO 01: Tipos de cimento
Fonte: NBR 11578 (1991).
2.1.2 Agregado Graúdo
O agregado graúdo é um material pétreo, cujo grão passa por uma peneira de malha com
abertura de 152 mm e fica retido na de 4,8 mm, estabelecidos em normas. Há dois tipos de
agregados utilizados na mistura do concreto são:
Seixos rolados, cascalhos ou pedregulhos;
Pedra britada ou brita.
Os seixos rolados são pedras, com características arredondadas, encontradas nos rios,
mas existem também os seixos artificiais, rolados em máquinas. Já a pedra britada é uma
pedra fragmentada, obtida pela trituração de rochas e classificada conforme sua
granulometria. A dimensão das pedras varia muito e tem influência significativa na qualidade
do concreto. Logo, são consideradas por tamanhos, medidos em peneiras, conforme a abertura
da malha.
A NBR 7211 (2005) estabelece os seguintes tamanhos para os agregados graúdos:
QUADRO 02 – Tamanho das pedras
Fonte: NBR 7211 (2005)
TIPOS DE CIMENTO
NOME SIGLA (Estampa na Embalagem)
CIMENTO PORTLAND comum com adição CP I-S-32
CIMENTO PORTLAND composto com escória CP II-E-32
CIMENTO PORTLAND composto com pozolana CP II-Z-32
CIMENTO PORTLAND composto com filer CP II-F-32
CIMENTO PORTLAND de alto forno CP III-32
CIMENTO PORTLAND pozolânico CP IV-32
TAMANHO DAS PEDRAS
Pedra zero (ou pedrisco) 4,8 mm a 9,5mm
Pedra 1 9,5 mm a 19 mm
Pedra 2 19 mm a 25 mm
Pedra 3 25 mm a 38 mm
Pedra 4 38 mm a 76 mm
Pedra-de-mão --------------------------
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Antes da utilização desses agregados graúdos, deve-se ter o cuidado de verificar se esses
materiais estão limpos, livres de livres de quaisquer vestígios de pó de britagem, galhos,
folhas e raízes, entre outros. Todos esses cuidados para não influenciarem na qualidade do
concreto fabricado.
2.1.3 Agregado miúdo (Areia)
A areia é também um material pétreo, contudo com dimensões inferiores aos agregados
graúdos. Esse agregado passa na peneira de 4,8mm e fica retido na de 0,075mm. Agregado
utilizado para concreto ou argamassa de cimento. A areia utilizada no concreto pode ser
encontrada na natureza, em portos de areia dos rios ou em bancos de areia. Deve-se também
evitar impurezas, mantendo-se limpa e livre de torrões de barros, galhos, folhas e raízes antes
de ser usada, necessitando de lavagem para que possam ser aproveitadas em obras da
construção civil.
A NBR 7211 (2005) classifica a areia segundo o tamanho de seus grãos em: muito fina,
fina, média e grossa, veja no QUADRO 03.
QUADRO 03 – Limites granulométricos do agregado miúdo.
Peneira
(Abertura em mm)
Percentagem, em massa, retida nas peneiras (%)
ZONA 1 ZONA 2 ZONA 3 ZONA 4
Muito fina Fina Média Grossa
9,5 0 0 0 0
6,3 0 – 3 0 – 7 0 – 7 0 – 7
4,8 0 – 5* 0 – 10 0 – 11 0 – 12
2,4 0 – 5* 0 – 15* 0 – 25* 5* – 40
1,2 0 – 10* 0 – 25* 10* – 45* 30* – 70
0,6 0 – 20 21 – 40 41 – 65 66 – 85
0,3 50 – 85* 60 – 85* 70 – 92* 80* – 95
0,15 85* - 100 90** - 100 90** - 100 90** - 100
*Tolerância de até 5%; Para agregado miúdo resultante de britagem esse limite poderá ser de 80%
Fonte: NBR 7211 (2005)
Mas isso só tem importância em obras de maior porte. Nesses casos, é necessário
consultar um profissional especializado, pois essa classificação só pode ser feita com
precisão, em laboratório.
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2.1.4 Água
A água utilizada no emassamento interfere diretamente na qualidade do concreto, seja
na composição ou na relação água/cimento. A água também participa diretamente na
qualidade, quando nos referimos a cura do concreto, importante fase da concretagem, pois
uma cura bem feita impossibilita o aparecimento de patologias decorrentes de trincas nas
peças de concreto.
A água usada no preparo da mistura do concreto ou até mesmo na pasta de
emassamento deve ser limpa de impurezas como o barro, óleo, galhos, folhas e raízes.
Portanto a agua quanto mais potável melhor, isso para garantir a qualidade do concreto.
2.2 Fatores que influenciam a qualidade e resistência do Concreto
Para garantir as propriedades ativas do concreto, como a facilidade de manuseio quando
fresco, boa resistência mecânica, durabilidade e impermeabilidade quando endurecido, é
necessário conhecer todos os elementos que influem na sua qualidade (ALMEIDA 2002).
Qualidade dos materiais – Materiais adquiridos de boa qualidade produzem concreto
também de boa qualidade;
Proporcionamento adequado – É necessário garantir a quantidade adequada dos
elementos de sua mistura, tais como: de cimento e de agregados, de agregados graúdo
e miúdo, água e o cimento.
Manipulação adequada – a utilização e manuseio apropriado após a sua mistura, deve
ser transportado, lançado nas formas e adensado corretamente.
Cura Cuidadosa – É importante que a hidratação do concreto ocorra após a sua
desforma, evitando assim a evaporação prematura da água da sua mistura, impedindo
futuras patologias. Isso que se denomina cura do concreto.
Geralmente a resistência é considerada como a propriedade mais importante do
concreto, embora, em alguns casos práticos, outras características, como a durabilidade e
permeabilidade sejam, de fato, mais importantes (NEVILLE, 1997). Para se obter bons
resultados, alguns fatores importantes devem ser observados:
21
2.2.1 Fator água/cimento (a/c)
A resistência do concreto, fundamentalmente, depende de seu fator água/cimento.
Quanto mais baixo o fator água/cimento maior a resistência do concreto.
Define-se fator água/cimento como a EQUAÇÃO 01:
c
ag
P
PX
(01)
Sendo:
X Fator água/cimento
agP Peso da água
cP Peso do cimento
Parte dos defeitos na resistência mecânica do concreto se dá pelo fato da quantidade
excessiva de água utilizada na pasta de cimento, para facilitar a trabalhabilidade com a pasta
de emassamento.
2.2.2 Trabalhabilidade
Neville (1997) define trabalhabilidade como sendo “a propriedade do concreto ou da
argamassa recém-misturados, que determina a facilidade e a homogeneidade com a qual
podem ser misturados, lançados, adensados e acabados”. Portanto, a trabalhabilidade também
é um dos parâmetros importantes para definição da dosagem do concreto.
A presença de vazios no concreto pode prejudicar não só o aspecto e a proteção da
estrutura como pode afetar seriamente a resistência. Os vazios devido ao ar não eliminado têm
o mesmo efeito que os vazios devido as excesso de água no concreto (GIAMMUSSO, 1992).
Como mostra o QUADRO 03.
22
QUADRO 04: Efeito dos vazios
Fonte: Giammusso (1992, p.33)
A medida da trabalhabilidade no concreto é relativa, depende do modo de preparar a
mistura e do tipo de adensamento. Uma pasta boa de preparar em betoneira pode ser difícil de
virar com pá; uma pasta que se molda facilmente quando se usa o vibrador pode ser ruim de
colocar sem esse aparelho (VERÇOZA, 1987).
Um concreto bem trabalhável facilita todo o trabalho de preparação e moldagem, além
de evitar desperdícios e falhas na execução. Para que isso ocorra, outros fatores devem ser
analisados como: a fluidez da pasta de cimento, dada pelo fator água/cimento; a plasticidade
da mistura, dada pela proporção entre a pasta e os agregados e as características desses
agregados.
2.3 Controle Tecnológico do Concreto
O controle tecnológico do concreto é uma etapa muito importante, pois consiste em
checar a quantidade dos materiais empregados na obra, verificando principalmente sua
durabilidade e resistência. A propriedade desses materiais também deve ser testada, como
partes das patologias que podem afetar o concreto estão fortemente vinculadas à falta de
qualidade dos materiais empregados.
É de grande importância que as pessoas envolvidas no processo construtivo da obra
tenham o conhecimento básico sobre este assunto, antes mesmo de se iniciar todo o processo
de concretagem, evitando assim transtornos excessivos e desperdícios de materiais
empregados.
Segundo a NBR 12654(1992) - Controle Tecnológico dos Materiais Componentes do
Concreto, ela dispõe sobre os ensaios que devem ser efetuados nestes materiais. Sabendo-se
que é praticamente impossível encontrar materiais completamente livres de substâncias
maléficas, as normas exercem um papel de principal importância, pois apresentam os limites
de tolerância destes elementos.
Ultimamente vem-se trabalhando muito com o concreto usinado, portanto deve-se
inicialmente realizar alguns ensaios importantes, ensaio esses realizados com o concreto
fresco e o concreto endurecido.
EFEITOS DOS VAZIOS
Teor de vazios 1% 2% 3% 4% 5% 10%
Redução de resistência 8% 17% 24% 31% 37% 60%
23
O primeiro ensaio a ser realizado é para verificar a consistência do concreto, essa
consistência é uma propriedade relacionada com o estado de fluidez da mistura. A
consistência apropriada do concreto é importante para garantir uma melhor trabalhabilidade,
facilitando inclusive o lançamento do concreto nas formas sem que ocorra a segregação na
sua mistura.
Logo após é realizado o ensaio de Resistência do Concreto à Compressão (fck) com
corpos-de-prova em formato cilíndrico. Essa resistência é definida no projeto de estrutura da
obra, que é feito por profissionais e empresas especializadas.
Lembrando que os dois ensaios citados anteriormente não se referem ao controle
tecnológico do concreto da estrutura, mas ao controle tecnológico do concreto que chega à
obra. Partindo do pressuposto que o concreto que chega à obra é moldado de forma correta, e
a cura é adequada, ele terá condições de chegar na resistência que rompeu em laboratório.
Mas tudo isso não garante que o concreto da estrutura da obra tenha a mesma resistência. Para
o concreto atingir a mesma resistência é necessário ter o controle tecnológico da concretagem.
Em artigo publicado pelo SiNAENCO (2006), Mentone comenta que o conceito de
controle tecnológico não se restringe a ensaios de materiais, mas deve se estender à sua
aplicação. Para que todo ciclo de qualidade se cumpra, é importante o planejamento prévio de
quais materiais serão ensaiados, quando e como isso será feito. O passo seguinte é o
acompanhamento da aplicação dos materiais ensaiados na obra. (ADES, 2015, p.1)
Segundo Helene; Terzian (1993) a organização e a implementação do controle da
qualidade da construção civil devem envolver um mecanismo duplo de ação: o controle de
produção e o controle de recebimento. O controle de produção é exercido por quem gera
produtos em uma das etapas do processo, tratando-se de um controle interno. O controle de
recebimento é exercido por quem fiscaliza e aceita os produtos e os serviços executados nas
várias etapas do processo (apud ADES, 2015, p.1).
Para garantir a qualidade necessária do concreto devemos ter alguns cuidados
importantes dentro da obra:
2.3.1 Dosagem
A resistência do concreto depende da qualidade dos constituintes e também da sua
dosagem, ou seja, a dosagem adequada vai determinar a sua resistência. Avaliando que os
constituintes são de boa qualidade, o concreto com maior teor de cimento é mais resistente.
Portanto, dosagem são os procedimentos adotados a fim de determinar a composição do traço
24
do concreto, ou seja, a relação entre as quantidades de cimento, aglomerado miúdo e
aglomerado graúdo.
2.3.2 Mistura
Há duas formas de se fazer a mistura do concreto: manualmente ou mecânica.
Segundo a NBR 12655(1996), os componentes do concreto, devem ser misturados até
formar uma massa homogênea. Esta operação pode ser executada na obra, na central de
concreto ou em caminhão betoneira. O equipamento de mistura utilizado para este fim, bem
como sua operação, devem atender às especificações do fabricante quanto à capacidade de
carga, velocidade e tempo de mistura.
A mistura manual pode ser utilizada para pequenas obras, ou em concretagens de
pequenos volumes. Recomenda-se que a cada mistura de concreto, seja feita para um traço
correspondente a um saco de cimento.
O concreto deve ser preparado sobre uma superfície rígida, limpa e impermeável (pode
ser um piso de chapa de madeira ou cimentado).
2.3.3 Transporte
O transporte do concreto pode ser realizado dentro ou fora do canteiro, e é uma
atividade bastante importante, pois poderá influenciar diretamente nas características do
concreto, como na trabalhabilidade e produtividade dos serviços realizados.
A princípio deve-se pensar em um sistema de transporte que permita o lançamento do
concreto direto nas fôrmas, para evitar depósitos intermediários ou transferência de
equipamentos dentro do canteiro. É viável que o andamento desse transporte seja realizado
em menor tempo possível, para diminuir os efeitos relativos à redução da trabalhabilidade. Na
verdade a razão de tudo isso é muito simples; o concreto endurece, e caso seja usinado,
transportado em um caminhão betoneira, além de se tornar inútil para a obra, ainda irá causar
prejuízos ao equipamento da empresa fornecedora.
Conforme com o grau de racionalização proporcionado pelo sistema de transporte, pode
ser classificado em:
25
QUADRO 05 – Transporte de Concreto
Sistema de Transporte Capacidade Característica
Carrinho de mão Menos de 80 litros Concebido para movimentação de terra, seu
uso é improdutivo, pois há a dificuldade de
equilíbrio em apenas uma roda.
Jerica 110 a 180 litros Evolução do carrinho de mão, facilita a
movimentação horizontal do concreto.
Bombas de concreto 35 a 45 m³/hora Permite a continuidade no fluxo do material.
Reduz a quantidade de mão de obra.
Grua e caçamba 15 m³/hora Realiza a movimentação horizontal e vertical
com um único equipamento. Apresenta um
abastecimento do concreto descontinuado.
Libera o elevador de cargas.
FONTE: comunidadedaconstrucao.com.br
2.3.4 Lançamento
O lançamento consiste na colocação do concreto produzido até as formas. Nesta etapa,
deve-se ter o cuidado de lança-lo o mais próximo possível dessas formas.
Quando a altura do lançamento for muito elevada, acima de 2 metros, utilizam-se
anteparos ou funil, para a desagregação do concreto. A consequência de um concreto
segregado é o surgimento de futuras patologias, como é o caso do aparecimento de ninhos e
bicheiras. A segregação consiste na separação dos materiais componentes da mistura do
concreto, quão a pasta de cimento e os agregados. Quando o lançamento for submerso, o
concreto deve ter no mínimo 350 Kg de cimento por metro cúbico, ter consistência plástica e
ser levado para dentro da água por uma tubulação, mantendo-se a ponta do tubo imersa no
concreto já lançada. Após o lançamento, o concreto não deve ser manuseado para não alterar
sua forma definitiva.
Com relação ao lançamento convencional dentro do canteiro de obras, o caminho não
pode ter obstáculos ou inclinações excessivas, precauções essas para manter a homogeneidade
do concreto.
26
FIGURA 01: Lançamento do concreto na Laje
Fonte: construcaocivil.info (2017).
2.3.5 Adensamento
O adensamento é um procedimento que pode ser manual ou mecânico para compactar a
mistura do concreto em seu estado fresco, com a finalidade de eliminar os vazios internos
dessa mistura, como bolhas de ar, por exemplo, ou simplesmente para facilitar o lançamento
do concreto no interior das formas com preenchimento completo. Geralmente, são utilizados
vibradores de imersão e de superfície para o acabamento (réguas vibratórias). O concreto deve
ser adensado prontamente após o lançamento nas formas, levando em consideração que tanto
a falta quanto o excesso de vibração pode trazer sérios problemas para o concreto.
Os seguintes cuidados são importantes nesta fase da execução do concreto:
Ir lançando o concreto em camadas de no máximo 50cm, o recomendável é 30 cm, ou
em camadas compatíveis com o cobrimento do vibrador de imersão;
Utilizar o vibrador sempre na vertical;
27
Vibrar em diferentes pontos da peça;
Botar e retirar o vibrador devagar, fazendo com que a cavidade deixada pela agulha se
feche novamente;
Permitir que o vibrador permaneça no mesmo ponto por 15 segundos, o excesso de
vibração poderá causar segregação da mistura;
Deixar que a agulha adentre 5 cm na camada que já foi adensada;
Impedir que o vibrador toque na armadura, pois acarretará problemas de aderência
entre a ferragem e o concreto;
Evitar a aproximação da agulha nas paredes da forma, para impedir danos na madeira
e evitar bolhas de ar;
Não desligar o aparelho vibrador ainda mergulhado no concreto;
Tomar todos os cuidados necessários de segurança recomendados para o manuseio do
equipamento elétrico.
FIGURA 02: Adensamento do concreto
Fonte: gatticasas.com.br/concreto-usinado (2017).
O adensamento do concreto é uma das etapas mais importantes da concretagem,
portanto, se for mal executada pode desencadear uma série de problemas, como vazios ou
28
nichos de concretagem, popularmente conhecidos como bicheiras, afetando a durabilidade e
resistência das estruturas de concreto, que poderão sofrer deformações ou até mesmo entrar
em colapso, por isso precisa ser feita por profissionais capacitados e devidamente fiscalizado
por engenheiros ou corpo técnico.
2.3.6 Cura
A cura é um processo técnico pelo qual o concreto passa a fim de desacelerar a
evaporação da água em sua mistura, seja pela ação do sol ou dos ventos. O concreto deve ser
protegido durante todo o seu processo de endurecimento (ganho de resistência), contra
quaisquer intempéries, ou até mesmo pela ação do homem, como é o caso choques e
vibrações. É preciso impedir qualquer outro procedimento construtivo que possa vir a
danificar as estruturas recém concretadas, tais como bater estacas, utilizar rompedores de
concreto, furadeiras a ar comprimido. Esse cuidado é para evitar uma secagem muito rápida
do concreto, e consequentemente o surgimento de fissuras e a redução da resistência em
estruturas muito grandes, como é o caso de lajes, Portanto, faz-se necessário iniciar a cura
úmida do concreto tão logo a superfície esteja seca ao tato.
Os processos de cura úmida visam garantir as reações de hidratação e retardar a retração
dos concretos, de forma que o concreto possa desenvolver resistência razoável antes que
se manifestem as tensões de tração nas superfícies das peças. (THOMAZ, 1999, p.17).
A seguir são listados alguns dos métodos mais comuns para a cura do concreto, que
podem ser usados isoladamente ou concomitantemente:
Irrigar consecutivamente durante 7 dias (no mínimo 3 dias) a estrutura de pilares e
vigas;
Deixar uma lâmina de água sobre a superfície de lajes e pisos;
Outro método utilizado é espalhar areia, serragem ou sacos sobre a superfície das lajes
e dos pisos para mantê-los umedecidos;
Deixar as formas dos pilares, vigas e escadas sempre molhadas;
Jogar água sobre a superfície e cobrir com lona, evitando assim a evaporação rápida;
Usar materiais aditivos impermeabilizantes para cura de concreto, como por exemplo,
a película impermeável.
O tempo estimado de cura do concreto depende e varia muito com as condições do
clima local (ventos, umidade do ar, temperatura e etc). O clima no Brasil de uma forma geral
29
é bom para a cura do concreto, porém não dispensa a aplicação de nenhum desses
procedimentos técnicos.
Conforme as especificações deve-se manter o concreto e em uma temperatura acima de
10ºC, e em condições de saturação durante os sete primeiros dias após seu lançamento, para
concretos produzidos com cimento Portland. Portanto, quanto mais tempo durar a cura,
melhor será para o concreto.
É importante que se impeça a perda da água do concreto não somente para não
prejudicar o aumento da resistência, mas também para evitar a retração plástica, uma
maior permeabilidade e a redução da resistência à abrasão. (NEVILLE, 1992, p.
326).
Para evitar essas possíveis patologias, deve-se garantir que o concreto apresente
condições sustentáveis. Com isso a cura torna-se uma etapa importante nesse processo
construtivo. Se o concreto sofrer algum problema de cura nas primeiras idades terá seu desempenho
comprometido durante sua vida útil.
A cura nas estruturas de concreto pode ser realizada de várias formas:
Cura Úmida: Deve-se manter a superfície do concreto úmida por meio de aplicação de
água ou manter o concreto coberto com água ou totalmente imerso em água para evitar
que ocorra evaporação.
Cura Química: É realizada com aplicação de produtos químicos destinados a evitar
que a água contida na mistura evapore. Esse produto é aplicado após a concretagem
formando uma película impermeável evitando assim a saída contínua da água como
mostra a FIGURA 03. Uma vez feita essa cura química, não há necessidade alguma de
se fazer a cura por umidade.
Fatores como a velocidade do vento e umidade do ar, contribuem diretamente na taxa de
evaporação e perda de água do concreto, podendo resultar em fissuras e perda de durabilidade
das peças concretadas. Portanto, medidas devem ser tomadas para controlar a taxa de
evaporação de água na superfície do concreto ainda no seu estado plástico, caso contrário,
fissuras por retração irão surgir.
30
FIGURA 03: Cura química
Fonte: Pavimentos industriais (2017).
Cura Térmica ou a vapor: A cura térmica ou a vapor tem como objetivo principal
tornar mais rápido o processo de cura dos concretos e obter uma resistência mecânica
mínima desejada em um curto período de tempo. Ela é mais utilizada em empresas que
trabalham com concreto pré-moldado, pois reduzindo o tempo de cura permitem a
utilização das fôrmas, leitos de proteção e equipamentos de cura em intervalos mais
frequentes, reduzindo as áreas de estocagem e permitindo colocar peças em serviço em
um período menor ao que se teria se fosse utilizado um procedimento de cura
convencional.
A cura tem por objetivo manter o concreto o mais saturado possível, ou próximo dessa
condição, para que os espações ocupados pela água sejam ocupados pelos produtos de
hidratação do aglomerante (NEVILLE,1997).
Uma boa cura deve proporcionar uma lenta evaporação da água na sua mistura, e deve
ser iniciado o quanto antes. O problema maior verificado nos canteiros de obras é que a cura
só é iniciada um dia após a concretagem, e, na maioria das vezes, só é feita nas primeiras
horas. É importante lembrar também que a água usada para cura deve ser potável e totalmente livre de
quaisquer impurezas.
31
2.3.7 Desforma
A desforma deve ser feita de forma muito cuidadosa. Nas estruturas onde os vãos são
grandes ou com balanços, o correto é pedir um programa de desforma progressiva, para evitar
tensões internas, que podem acarretar fissuras e até trincas no concreto.
Quanto à desforma em estruturas muito esbeltas deve-se ser realizada com muito mais
cuidados, evitando-se desformas ou retiradas de escoras bruscas ou choques fortes,
ocasionando até mesmo desmoronamentos.
FIGURA 04: Estrutura em formas da obra Vista Laguna
FONTE: ferrazengenharia.com.br (2016)
A desforma deve ser realizada de forma progressiva, isso para evitar o aparecimento de
fissuras ou trincas, isso porque a estrutura recebe uma grande carga ainda no seu período
prematuro.
Nas concretagens usuais, em que não foram utilizados cimentos de alta resistência
inicial os prazos são:
32
QUADRO 06 - Prazos estabelecidos para desforma
Elemento a ser desmoldado Prazo (dias)
Concreto Armado comum Concreto Armado + Aditivos
Faces laterais de vigas e
pilares
3 -
Faces inferiores de vigas e
lajes, retirada de algumas
escoras e encunhamentos
7
-
Faces inferiores de vigas e
pilares com desmoldagem
quase total e retirada de
escoras esparsas
14
7
Desmoldagem total 21 11
Vigas e arcos com vão maior
que 10 m
28 21
Fonte: RIPPER (1995)
2.4 Ensaios
Os principais ensaios utilizados no controle são os de rompimento de corpos-de-prova,
para determinar a resistência, e abatimento em tronco de cone (slump), que diz respeito à
consistência e trabalhabilidade do concreto. Determina-se também o módulo de elasticidade,
importante para conhecer as deformações elástica e plástica da estrutura.
2.4.1 Consistência
Devem ser realizados ensaios de consistência pelo abatimento do tronco de cone, Slamp
Test, conforme a NBR 7223 (1992).
No ensaio de abatimento o procedimento incide em encher um cone metálico em três
etapas, realizando o adensando em cada uma dessas etapas com uma barra de aço. Em
seguida, após retirar o molde devagar em forma de cone, é feito a medição do desnível do
concreto em relação à sua altura inicial, ou seja, a altura da forma. O limite de aceitação da
deformação da massa depende das especificações exigidas no cálculo estrutural, geralmente
varia de 8 a 12 cm. Com isso, quanto maior a deformação, mais fluído a massa, o que pode ser
desejado, para melhorar a plasticidade, ou não, vindo inclusive a prejudicar a sua resistência.
Quando o concreto é preparado no canteiro de obra, também faz-se necessário a
realização dos ensaios de consistência, sempre que ocorrem alterações de umidade, nas
seguintes condições:
33
No primeiro traço do dia;
Reiniciando uma jornada de concretagem, interrompida em pelo menos 2 horas;
Durante a troca de colaboradores, operários;
Toda vez que forem moldar os corpos corpos-de-prova.
Em caso de concreto usinado, ou seja, fabricado por uma empresa de serviços de
concretagem, esse ensaio de consistência deverá ser realizado a cada betonada.
FIGURA 05: Slump Test
FONTE: commons.wikimedia.org
2.4.2 Resistência à Compressão
Conforme a NBR 5738(2003) o corpo de prova deverá ser preparado de forma
adequada, seguindo todas as exigências, para evitar falsos resultados que podem vir a
acarretar em problemas futuros, causando prejuízos tanto para o dono da obra, quanto ao
corpo técnico responsável pela execução.
São utilizados cilindros metálicos de 15 cm de diâmetros e 30 com de altura para
moldagem dos corpos de prova. Deve-se preencher o cilindro com o concreto, em quatro
camadas consecutivas, aproximadamente de mesma altura. Cada uma dessas camadas devem
receber 30 golpes com uma haste metálica. Os golpes devem ser espalhados de maneira
uniforme na camada, sem atingir a inferior.
Terminada a compactação da última camada, é necessário o acabamento final, alisando
a superfície com a colher de pedreiro e protegendo com uma chapa de material não
absorvente. Deverá ser feito a desforma após 24 h, retirando dos moldes. Os corpos de prova
34
passam por um processo de cura (7, 14, 28 ou 91 dias), e em seguida deve-se saber se o
concreto atingiu a resistência especificada em projeto ou não. Para isso, rompem-se em
prensas apropriadas. Após a ruptura dos corpos de prova e, de posse dos resultados é realizado
o “controle estatístico da resistência do concreto”.
FIGURA 06: Ensaio de Resistência à compressão.
FONTE: Acervo do Autor (2016)
2.5 Manifestações Patológicas
Segundo o dicionário Aurélio Patologia é o estudo das enfermidades em seus mais
amplos e variados sentidos, como estado anormal de causa conhecida ou desconhecida.
Portanto, na engenharia civil é basicamente quando um edifício apresenta defeitos, ou
anomalias.
Segundo Helene (2001) outro termo importante que é necessário caracterizar é “vida
útil”. A estrutura, ao decorrer de sua vida útil, estará naturalmente sujeita ao “desgaste”,
devido à ação de cargas e sobrecargas, estáticas, dinâmicas, vibrações, impactos, assim como
a recalques diferenciados em pontos da fundação com o decorrer dos anos e erosão e
cavitação por ação de agentes sólidos e líquidos em reservatórios, canais, tanques. Isto leva a
definir “vida útil” como o tempo que a estrutura conserva seus índices mínimos de resistência
35
e funcionalidade. Prolongar este tempo ao máximo é um dos desejos de quem trabalha com
construções de edificações (apud ALBUQUERQUE, 2011, p. 18).
As patologias mais frequentes manifestadas em obras de edificações são geralmente
ocasionadas por:
Falhas na leitura de projetos, principalmente o estrutural;
Ausência do controle tecnológico;
Materiais de baixa qualidade empregados na execução;
Erro de uso, utilizando a estrutura para fins não vistos e dimensionados no
projeto estrutural;
Falta de manutenção periódica;
Falhas na fase de execução.
FIGURA 07: Gráfico que relaciona as principais causas de patologias.
FONTE: forumdaconstrucao.com.br (2017)
A presença indesejável de patologia se dá pelos fatores mostrados na FIGURA 07,
vemos que 45%, maior percentual apresentado, ocorre por culpa de maus profissionais que
executam os projetos sem o devido cuidado, e pode também ser caracterizado pela falha de
interpretação dos projetos apresentados. Quanto às falhas de execução 22%, pode se dá pela
falta de treinamento do corpo de operários ou simplesmente pela falta de fiscalização, dos
técnicos ou engenheiros responsáveis.
36
Abaixo relacionado os erros mais comuns ocasionados por falhas na execução:
Utilização do concreto já vencido;
Ausência da limpeza e estanqueidade das formas das estruturas;
Dimensionamento e posicionamento das armaduras realizadas de forma
incorreta;
Ausência de espaçadores e pastilhas para o cobrimento;
Falha no posicionamento das formas e das ferragens;
Segregação do concreto por erro de lançamento;
Cura não realizada ou mal feita;
Erros na vibração do concreto;
Aumento da quantidade de água no concreto não previsto nas
especificações;
Juntas de concretagem posicionadas incorretamente ou mal executadas;
A NBR 14931 define como execução da estrutura de concreto todas as atividades
desenvolvidas na sua execução, ou seja, sistema fôrmas, armaduras, concretagem, cura e
outras, bem como as relativas à inspeção e documentação de como construído, incluindo a
análise do controle de resistência do concreto. Falhas construtivas durante a etapa de
execução da obra podem causar repercussões danosas ao desempenho da estrutura de
concreto.
É importante destacar que as falhas de concretagem quando são ignoradas, ou
simplesmente reparadas de forma indevida, podem acarretar uma série de consequências à
estrutura, principalmente se ela estiver localizada em regiões agressivas ou de difícil acesso à
inspeção.
2.5.1 Corrosão
A corrosão é uma patologia muito importante e põe em risco a estrutura, que é a
corrosão da armadura. Muitas das vezes quando se termina uma obra, percebem-se umas
fissuras ao longo dos elementos estruturais acompanhando a armadura, por muita das vezes
isso gera o desprendimento do reboco ou do concreto, deixando assim a ferragem exposta,
dando a oportunidade de acontecer esse tipo de patologia futuramente.
Nós temos a oxidação superficial das armaduras e temos também a corrosão das
armaduras, sendo que na corrosão já se percebe que na armadura já se formou uma crosta de
37
ferrugem que se descola da armadura, ou seja, quando você tem perca de sessão e nesse caso a
armadura passa a ser condenada. Portanto, o processo de corrosão define-se como a interação
de um material com o ambiente, seja por reação química, ou eletroquímica.
A corrosão ocorre quando a armadura do elemento estrutural entra em contato com o
oxigênio mais umidade. O concreto funciona como uma espécie de protetor para a armadura,
sendo em partes considerado impermeável ele evita que o oxigênio e a umidade alcance a
armadura, além do que é um meio altamente alcalino, o seu PH é +- 13, e neste PH é difícil
que ocorra as reações necessárias para que a sua armadura sofra a corrosão, com isso, dessas
duas formas o concreto se torna protetor das armaduras. Mas para que o concreto possa
exercer essa função é preciso alguns cuidados importantes. A primeira coisa é garantir o
cobrimento da armadura, ou seja, a sua ferragem necessita de uma camada de concreto para
que a água e o oxigênio não possam atingir essa ferragem, e isso se faz com a utilização de
espaçadores para garantir o cobrimento adequado. Na NBR 6118, existem várias classes de
agressividade do meio em que essa estrutura está exposta e isso influencia muito. Observe no
QUADRO 07.
QUADRO 07 – Classes de Agressividade Ambiental
Classe de
Agressividade
Ambiental
Agressividade Classificação Geral do tipo de
ambiente para efeito de projeto
Risco de
deterioração da
estrutura
I Fraca Rural Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana Pequeno
III Forte Marinha Grande
Industrial
IV Muito Forte Industrial Elevado
Respingos de Maré
Fonte: NBR 6118 (2003)
Outro fator importante é que nunca se deve fabricar um concreto aguado, ou seja, com
uma alta relação a/c, e inevitavelmente esses concretos se tornam muito porosos depois de
prontos, além da grande perca de resistência que isso ocasiona. Então deve-se aos parâmetros
38
que a NBR 6118 (2003) indica para cada classe de agressividade, e o máximo de água que a
norma permite é a utilização de 650 ml para cada kg de cimento.
FIGURA 08: Estrutura Metálica apresentando corrosão
FONTE: concreto-ma4 (2017)
Esse tipo de patologia apresentado pode iniciar-se através de uma simples fissura, que
se não corrigida pede se agravar deixando vazios para que os agentes agressivos possam
penetrar na estrutura metálica, ocasionando a corrosão. Uma das causas que podem evoluir a
estrutura para uma corrosão são as falhas de execução, como; uma cura mal realizada, dando
brecha para o aparecimento de fissuras, falta de atenção ao lançar o concreto nas peças,
lembrando em não exceder a altura de 2 metros, deixando o concreto segregar, ou
simplesmente erros de dimensionamento de cobrimento das formas.
2.5.2 Carbonatação
Nos poros de Concreto nós temos água (H2O) e hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) e no
meio ambiente nós temos o hidróxido de carbono (CO2). Quando o hidróxido de carbono
entra nesse concreto ele, reage com a água formando o ácido carbônico (H2CO3), que tem um
PH baixo. Quando o ácido carbônico reage com o hidróxido de cálcio, ele forma o Carbonato
de Calcio (CaCO3+H2O), no caso, a Carbonatação, com PH neutro. Sabendo que a alta
alcalinidade do concreto protege a camada apassivadora do aço, e se há uma transformação de
39
uma região devido a carbonatação em um PH neutro, é quebrada essa camada apassivadora de
proteção. O concreto também protege com o recobrimento da armadura, para que a
carbonatação ao passar da superfície até o contato com o aço, passe nesse processo de forma
lenta.
A profundidade de carbonatação é medida através de um teste com um líquido chamado
fenoftaleína. Ao aplicar o líquido na peça, onde não apresentar coloração o concreto estará
corbonatado, já a parte que apresenta uma coloração lilás o concreto não estará carbonatado.
Veja na FIGURA 09.
FIGURA 09: Processo de medição de peça de concreto carbonatada
.
FONTE: cimentoitambe.com.br (2017)
Os danos que ocasionam esse tipo de patologia são vários, como fissuração do concreto,
destacamento do cobrimento do aço, redução da seção da armadura e perda de aderência desta
com o concreto.
40
3. DIAGNÓSTICOS DO GERENCIAMENTO DA OBRA
3.1 Área de Estudo
A cidade de Juazeiro do Norte está localizada no extremo sul do Estado do Ceará, no
chamado Vale do Cariri, distante cerca de 514 km de Fortaleza, pela BR 116. É a maior
cidade do interior cearense, mas a área do Município é de apenas 249 km². A cidade vem se
destacando nos últimos anos no setor da construção civil, as construções verticais avançam na
cidade, tanto residenciais como prédios comerciais, e com isso vem alavancando o setor
imobiliário e econômico da cidade.
A cidade de Juazeiro do Norte é um grande polo de atividades culturais, além de se
destacar também pela a relisiosidade no Brasil inteiro. A cidade também conhecida como um
dos maiores centros de artesanato e cordel do nordeste desse pais. Juazeiro do Norte tem
ainda um dos maiores polos acadêmico do interior Nordestino e é carinhosamente chamada de
" A metrópole do Cariri”. Devido à imagem religiosa do Padre Cícero Romão Batista, é
respeitado um dos três maiores centros de religiosidade popular do Brasil.
O estudo proposto foi realizado tendo como base, o empreendimento Vista Laguna
Residence Club é um complexo residencial de duas torres que será construído pela Ferraz
Engenharia no bairro Lagoa Seca em Juazeiro do Norte. O residencial além de seguir o padrão
dos condomínios de luxo que são marca do bairro onde o mesmo irá erguer-se vem também
com a proposta tornar o empreendimento um clube de lazer e centralização de atividades de
lazer num mesmo espaço. Além de contar com as especificações de condomínio jardim o
complexo será o primeiro do Cariri a vir equipado com isolamento acústico em todos os
apartamentos para garantir o bem estar dos condôminos.
41
FIGURA 10: Imagem da maquete eletônica Vista Laguna Residence Club
Fonte: ferrazengenharia.com.br
A obra está sendo executada pela Construtora Ferraz Engenharia, que tem sede principal
na capital, Fortaleza – Ce. A Ferraz Engenharia é uma construtora que preza pela qualidade e
o comprometimento em manter informado os clientes do andamento de suas obras. Seu slogan
é "De perto é que se constrói". A execução a presente obra iniciou-se em outubro de 2015 e
tem data prevista para término em dezembro de 2018.
A obra dispõe de algumas empresas que trabalham em parceria para esse grande projeto,
entre elas: A GNG Fundações Especiais, a Impacto Protenção e a Estrutech Engenharia,
responsável pelo controle tecnólogico do concreto na obra.
FIGURA 11: Imagem aérea da obra Vista Laguna Residence Club
Fonte: ferrazengenharia.com.br (2016)
42
3.2 Descrição da Obra
A obra Vista Laguna Residence Club é um empreendimento residencial composto por
duas torres residenciais (apartamentos 73m² e 83m²) com opção de junção de planta 156m²,
com área a ser construída de 24.581,79 m², localizado na Rua Dr. Mauro Sampaio, 300 -
Lagoa Seca.
Veja mais especificações do empreendimento:
2 ou 4 vagas na garagem
Isolamento acústico
Salão home theater
Espaço pizzaiolo
Salinha lan house e games
Salão de festas adulto
Salão de festas infantil
Salão de jogos juvenil
Sauna
Spa
Espaço fitness
Prainha
Snook room (salão de sinuca)
Kids club
Quadra para squash
Garage band
Espaço mulher
Atelier/estudo
Espaço zen
Piscina adulto
Piscina infantil
Deck
Guarita elevada com eclusa
Circuito fechado de tv
Espaço pet
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A presente obra, ainda em andamento, está sendo acompanhada pela Construtora Ferraz
Engenharia, tendo como responsável técnico o Engenheiro Daniel Victor Ferraz. Cada torre é
composta por vinte e três pavimentos, sendo que cada pavimento contempla quatro
apartamentos, exceto no primeiro pavimento que é o pilotis que consistirá de área de garagem,
e o último pavimento, que será cobertura do penúltimo pavimento.
Nesta obra, foi executada lajes nervuradas, essa escolha refletiu numa redução de até
30% no consumo de aço e concreto, comparado às lajes convencionais (maciças), garantindo
assim uma economia considerável.
FIGURA 12: Formas de plástico da laje nervurada
FONTE: Acervo do Autor (2016)
O projeto arquitetônico foi elaborado pelo arquiteto Luiz Ricardo Pereira de Farias,
tendo ainda os projetos complementares abaixo listados:
Projeto Estrutural: Eng. Mário Esmeraldo dos Santos;
Projetos de Instalações Hidrossanitárias e Elétricas: Eng. Tiago Alves Morais e
Patrícia Peixoto Amorim Barreto;
Projetos Anti-Incêndio e de Gás: Eng. Francisco Alberto Pinto.
44
FIGURA 13: Placa da Obra
FONTE: Acervo do Autor (2016)
FIGURA 14: Vista geral das duas torres residenciais.
Fonte: ferrazengenharia.com.br (2016)
45
3.3 Procedimentos de Gerenciamento adotados na Obra
O Concreto utilizado da obra é 100% usinado, ou seja, o concreto fabricado por uma
empresa prestadora de serviços de concretagem (concreteira). A empresa encarregada no
fornecimento desse concreto é a Bendermix Concretos Ltda, localizada também na cidade de
Juazeiro do Norte.
No momento em que o caminhão betoneira carregado chega à obra em estudo, inicia-se
o procedimento de recebimento do material. Esta etapa trata-se da aceitação preliminar do
concreto, ou seja, aceitação da mistura ainda em seu estado fresco. Portanto, antes de tudo é
realizado o controle tecnológico, através de amostras retiradas para a verificação do
abatimento do concreto por meio do Slump Test (Concreto fresco) e de compressão com
concreto endurecido. A característica do concreto desta obra é de 35 Mpa.
É de grande importância à qualificação dos veículos e do cumprimento das normas, os
motoristas-operadores de betoneira exerçam uma função estratégica para que o concreto
preserve suas características ao longo do transporte entre a central e o canteiro de obras. A
recomendação da ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem) é
que ele entregue o concreto com as características previstas com o cliente, seguindo as normas
da ABNT, mais precisamente a NBR 7212 (1984) - Execução de Concreto Dosado em
Central.
FIGURA 15: Chegada do caminhão betoneira a obra.
FONTE: Acervo do Autor (2016)
46
O Slump test é realizado de acordo com a chegada do caminhão-betoneira, e seu
resultado anotado na FVM (Ficha de Verificação de Material). Como todos se encontravam
dentro da tolerância do traço combinado, de 12+-2 cm, o concreto é recebido e aceito. Foram
moldados 6 CPs para o ensaio de compressão do concreto com aproximadamente 7, 28 e, caso
necessário, 45 dias. Respeitando o critério estabelecido pela ABNT NBR 12655 (1996), esse
controle é realizado para cada betonada.
De acordo com a NBR 7212 (1984), estabelece que em alguns casos o abatimento pode
ser corrigido na obra através da adição de água, sendo que essa correção, somente pode ser
realizada antes do início da descarga do caminhão e nas seguintes condições:
O abatimento inicial tem que ser igual ou superior a 10 mm;
A correção não pode aumentar o abatimento em mais de 25 mm;
O abatimento, após a correção, não pode ser superior ao especificado;
O tempo transcorrido entre a primeira adição de água e o início da
descarga não pode ser superior a 15 minutos.
FIGURA 16: Slump test em laboratório
.
Fonte: Acervo do Autor (2016)
47
O tempo correto de lançamento de um concreto usinado, conforme a NBR 7212 (1984),
é de 150min ou 2h e 30', após a 1ª adição de água, porém, foi observado in loco, no caso desta
obra em questão, uma demora significativa de 3h.
Foi observado in loco que a empresa responsável pelo fornecimento do concreto segue
as normas exigentes quanto ao lançamento às formas, não deixando ultrapassar uma altura
superior a 2 metros, conforme NBR 12655 (1996).
A cura das peças concretadas é realizada sempre no dia seguinte a concretagem, com
água, regando com mangueira, dentro do período, dependendo de como esteja o concreto,
apto a receber água. A laje é regada a cada 3 horas, e os pilares mantidos em formas.
FIGURA 17: Lançamento do Concreto nas formas.
FONTE: Acervo do Autor (2016)
Na produção do concreto pela usina concreteira Bendermix foi adicionado o gelo a sua
mistura, ou seja, utilizou-se o concreto gelado, resfriado, que é aquele que tem a temperatura
de lançamento reduzida, através dessa adição, em substituição total ou parcial da água da
dosagem. È utilizado esse concreto na execução das bases, por causa do imenso volume e
controle da temperatura. No caso, é adicionado no caminhão betoneira para baixar a
temperatura, e só depois inserido nas formas.
48
4. PROBLEMAS E SOLUÇÕES PROPOSTAS NA FASE DE CONCRETAGEM
Ao analisar todo o contexto, foi observado o quanto é importante à fase de concretagem.
No caso da obra em questão que trabalha com concreto usinado, os cuidados na hora do
recebimento, na análise através dos ensaios, especificados de acordo com a necessidade dos
projetos, e todas as outras etapas mostradas anteriormente.
No momento que o caminhão bomba chega à obra é necessário realizar alguns
procedimentos básicos para garantir a qualidade do concreto, como: a verificação e
conferência do lacre do caminhão com o código da nota, informações referentes à resistência
contidas obrigatoriamente em nota fiscal, assim como o uso de aditivos, ou seja, é realizada
toda essa checagem antes do concreto ser liberado para ser testado. Esta verificação é
normatizada pela NBR 12655 (1996) – Norma de Preparo de Controle e Recebimento do
Concreto, portanto, deve-se segui-la corretamente. Com isso, foi visto algumas situações de
atrasos e falhas, quanto a esse procedimento. Algumas vezes da concretagem se iniciar pela
manhã e concluir à noite, por volta das 21h.
Durante o procedimento para o controle tecnológico previamente à concretagem, a
empresa responsável por este procedimento observou uma falha na dosagem do concreto
recebido pela concreteira, o slump test deu superior à margem permitida, que com isso
poderia comprometer a qualidade da avaliação da resistência do concreto. Diante dessa
situação apresentada, o caminhão betoneira teve que voltar para fazer uma redosagem, e só
depois retornou a obra, com isso houve atrasos e retrabalho. A concreteira alegou falha
durante o trajeto da central dosadora até a obra, o que é comum ocorrer perda na consistência
do concreto devido às condições climáticas. O correto a se fazer é repor na obra parte da água
da mistura compensando a perda por evaporação durante o trajeto. As regras para a reposição
de água perdida por evaporação são especificadas pela NBR 7212 (1984) - Execução de
Concreto Dosado em Central. Outra solução seria modificar o concreto com aditivos, para que
ele permaneça com a trabalhabilidade adequada e tenha retardado o tempo de início de pega.
Foi observado in loco que durante a concretagem de uma das lajes uma falha com
relação à cura. Foi visto que era molhada com uma mangueira a cada três horas, onde parte da
laje já estava seca, devido o forte calor. Levando em consideração que a região do Cariri é
muito quente o ideal seria deixar a laje submersa a uma lâmina de água, e sempre observando
49
e fiscalizando pelo menos a cada hora, durante os sete primeiros dias. Infelizmente a equipe
não possui uma pessoa disponível para o acompanhamento integral da concretagem. Sendo
assim, ocorre um rodízio entre os funcionários, que tem outras atribuições para serem feitas e
por isso não podem se dedicar exclusivamente àquele serviço. Atuam como “fiscais” os
estagiários ou encarregados, os quais nem sempre possuem instruções adequadas para função
de tamanha responsabilidade.
50
5. CONCLUSÃO
Este trabalho apresentou um embasamento teórico sobre a importância do
acompanhamento de obras de edificação em fase de concretagem. Ficou evidente que
atualmente com a tecnologia e materiais mais avançados no setor da construção civil, os
cuidados quanto à qualidade, durabilidade e segurança aumentaram significadamente.
Deve-se salientar que para dar qualidade ao produto final, como no caso da edificação,
devemos trabalhar com mão de obra qualificada e acima de tudo treinada, tanto da parte de
execução quanto na inspeção do produto final, para só assim satisfazer o cliente. Afinal, para
seguir as normas técnicas e entregar a construção de acordo com os padrões de qualidade é
fundamental acompanhar constantemente a obra, a fim de evitar erros e retrabalho.
A concretagem é a etapa de execução dos elementos que compõem toda a estrutura de
sustentação da edificação. A responsabilidade pelo correto desenvolvimento desse ciclo
construtivo é do responsável técnico pela obra, o engenheiro, não importando se os serviços
de montagem de formas, armação e a própria concretagem sejam realizados por empresas
terceirizadas, como foi o caso da obra Vista Laguna Residence Club. Tamanha
responsabilidade nesta etapa de execução exige desse profissional um rigoroso plano de
serviço, não só para ajudá-lo no processo, como também para evitar alguns problemas
considerados críticos, inclusive os de logística, como; atrasos na entrega do concreto, falha na
conferência de materiais, erros de dosagem da concreteira, entre outros observados durante o
acompanhamento no estudo de caso.
Uma sugestão para trabalhos futuros é um estudo de caso que compare duas empresas
concreteiras, analisando a qualidade do concreto, materiais, mão de obra e principalmente a
logística rápida, para evitar atrasos durante a fase de concretagem da obra.
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