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PORTO ALEGRE, SEGUNDA-FEIRA, 17/3/2014 3 DIÁRIO GAÚCHO Três dias de protesto de professores A tradicional oposição entre governo do Estado e Cpers/Sindicato fica, mais uma vez, evidente. Com a paralisação dos professores estaduais marcada para de hoje até quarta-feira, há distintas orientações aos pais: a Secretaria Estadual da Educação recomenda que os alunos compareçam às escolas, enquanto o sindicato diz para ficarem em casa. Na sexta-feira, foi aprovada em assembleia-geral no Gigantinho a adesão dos professores estaduais à greve nacional. A paralisação de três dias é uma iniciativa da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. O carro- chefe das reivindicações é o cumprimento da lei do piso do magistério como vencimento básico da categoria. Enquanto o piso nacional é de R$ 1.697, o vencimento básico para um professor de nível 1 do Estado é de R$ 1.040,52. Adesão é questionada O Cpers/Sindicato acredita na adesão ao movimento. – É muito importante que os pais ouçam os professores, porque a defesa da escola pública passa por uma parceria com a comunidade – salienta a presidente do sindicato, Rejane de Oliveira. O secretário estadual da Educação, Jose Clovis de Azevedo, diz não haver motivos para os professores pararem as atividades. Ele cita investimentos em pessoas e estrutura física – R$ 300 milhões somente em obras. – Há todo um esforço nosso no sentido de valorizar o professor. Iniciamos um processo de recuperação, tanto salarial, quanto das condições funcionais dos nossos educadores – salienta o secretário. CAIXINHAS X FISCAIS Jogo de gato e rato C om sol a pino, muitos pedestres estranhavam quando uma voz no meio da multidão gritava o famoso “olha a chuva” no Centro da Capital. Embora todos em volta olhassem para cima, a expressão não significava uma cachoeira desabando do céu. Era, na verdade, a senha usada por ambulantes irregulares para avisar a chegada dos fiscais aos parceiros. Em segundos, os caixinhas desapareciam sem deixar rastros. Porém, nos últimos anos, esse jogo de gato e ratou mudou. Ambulantes que não possuem cadastro na prefeitura continuam com um olho nos produtos piratas e outro na fiscalização. E seguem sumindo como mágicos no vaivém de pedestres. A diferença é que eles perderam o medo das ações da Smic. Depois que os agentes passam, os caixinhas voltam a exercer a ação ilegal com a maior tranquilidade. Hoje, ocupam as calçadas da área central a qualquer hora do dia. Mercadorias para todos os gostos Na sexta-feira, a reportagem flagrou caixinhas em várias partes vendendo os produtos piratas de sempre: do cigarro em pacote ou por unidade à cópia de DVDs piratas e óculos de sol e de grau. – A carteira é R$ 2 e o pacote, R$ 20 – disse a mulher que vendia cigarros expostos em cima de uma caixa de papelão em plena Borges de Medeiros. Produtos incomuns também estavam à venda. Mesmo longe de sua data oficial, comemorada em outubro, imagens e fitinhas de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, também eram vendidas. Perto dali, um senhor com três mata-mosquitos na mão oferecia o acessório aos passantes, mas ninguém comprava. Cada um custava R$ 2. EDUARDO RODRIGUES [email protected] A venda de produtos ilegais começa nas primeiras horas e se estende até o começo da noite no Centro da Capital. Smic atua, mas não consegue impedir. RESUMO DA NOTÍCIA Interessados entrar em contato pelos telefones: (51) 3268 7464 ou (51) 3268 4276, em horário comercial. Sujeitos com: Glicose no sangue acima 100 mg/dL (glicemia de jejum); Diabetes; Não estar usando medicação para o diabetes. O Centro de Pesquisas em Diabetes está selecionando voluntários para participar de estudos clínicos Responsável por coibir a atividade que prejudica o comerciante legal, que paga impostos, e o consumidor, que compra produtos sem nota fiscal, a Smic combate o mal, mas não elimina a doença. E enfrenta uma limitação histórica. Segundo o secretário adjunto José Peres, o órgão conta com 86 funcionários para fiscalizar 180 mil empresas registradas. Ou seja, cada fiscal tem 2.094 pontos comerciais para cuidar (média de 95 locais por dia). As ações no Centro são feitas por apenas cinco fiscais, que trabalham acompanhados por PMs. – Nosso efetivo não é tão grande assim, mas diariamente temos ações fiscais na região. Infelizmente, a gente não consegue debelar esse processo. Quando o fiscal se retira do local, surge outro ambulante – admitiu José. Somente este ano, a Smic apreendeu 144 mil mercadorias, como óculos, celulares, cigarros e medicamentos. O secretário não soube informar se foram fechados depósitos de produtos irregulares. Efetivo é limitado SAIBA MAIS Apreensões este ano DVDs piratas: 70 mil Cigarros: 3 mil Óculos: 5 mil Celulares: 1.050 Outros produtos (bebidas, medicamentos etc.): 64.950 DVDs piratas estão entre os produtos mais vendidos Óculos: perigo para quem compra Comércio nas barbas da fiscalização FOTOS MATEUS BRUXEL O assunto já foi notícia no Diário 21/11/2013

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PORTO ALEGRE, SEGUNDA-FEIRA, 17/3/2014 3DIÁRIO GAÚCHO

Três dias de protesto de professoresA tradicional oposição

entre governo do Estadoe Cpers/Sindicato fica,mais uma vez, evidente.Com a paralisação dosprofessores estaduaismarcada para de hojeaté quarta-feira, hádistintas orientaçõesaos pais: a SecretariaEstadual da Educaçãorecomenda que osalunos compareçam àsescolas, enquanto osindicato diz paraficarem em casa.

Na sexta-feira, foiaprovada emassembleia-geral no

Gigantinho a adesãodos professoresestaduais à grevenacional. A paralisaçãode três dias é umainiciativa daConfederação Nacionaldos Trabalhadores emEducação. O carro-chefe das reivindicaçõesé o cumprimento da leido piso do magistériocomo vencimentobásico da categoria.Enquanto o pisonacional é deR$ 1.697, ovencimento básico paraum professor de nível 1

do Estado é deR$ 1.040,52.

● Adesão équestionada

O Cpers/Sindicatoacredita na adesão aomovimento.

– É muito importanteque os pais ouçam osprofessores, porque adefesa da escolapública passa por umaparceria com acomunidade – salientaa presidente dosindicato, Rejane deOliveira.

O secretário estadualda Educação, JoseClovis de Azevedo, diznão haver motivos paraos professores pararemas atividades. Ele citainvestimentos empessoas e estruturafísica – R$ 300 milhõessomente em obras.

– Há todo um esforçonosso no sentido devalorizar o professor.Iniciamos um processode recuperação, tantosalarial, quanto dascondições funcionaisdos nossos educadores– salienta o secretário.

CAIXINHAS X FISCAIS

Jogo degato e rato

Com sol a pino,muitos pedestresestranhavam

quando uma voz nomeio da multidãogritava o famoso “olhaa chuva” no Centro daCapital. Embora todosem volta olhassempara cima, a expressãonão significava umacachoeira desabandodo céu. Era, naverdade, a senha

usada por ambulantesirregulares para avisar achegada dos fiscais aosparceiros. Emsegundos, os caixinhasdesapareciam semdeixar rastros.

Porém, nos últimosanos, esse jogo degato e ratou mudou.Ambulantes que nãopossuem cadastro naprefeitura continuamcom um olho nos

produtos piratas eoutro na fiscalização. Eseguem sumindo comomágicos no vaivém depedestres. A diferençaé que eles perderam omedo das ações daSmic. Depois que osagentes passam, oscaixinhas voltam aexercer a ação ilegalcom a maiortranquilidade. Hoje,ocupam as calçadas daárea central a qualquerhora do dia.

● Mercadorias paratodos os gostos

Na sexta-feira, areportagem flagroucaixinhas em váriaspartes vendendo osprodutos piratas desempre: do cigarro empacote ou por unidadeà cópia de DVDs

piratas e óculos desol e de grau.

– A carteira éR$ 2 e o pacote,R$ 20 – disse amulher que vendiacigarros expostos emcima de uma caixa depapelão em plenaBorges de Medeiros.

Produtos incomunstambém estavam àvenda. Mesmo longede sua data oficial,comemorada emoutubro, imagens efitinhas de NossaSenhora Aparecida,padroeira do Brasil,também eramvendidas. Perto dali,um senhor com trêsmata-mosquitos namão oferecia oacessório aospassantes, masninguém comprava.Cada um custava R$ 2.

EDUARDO [email protected]

A venda de produtos ilegais começa nasprimeiras horas e se estende até o começoda noite no Centro da Capital. Smic atua,mas não consegue impedir.

RESUMO DA NOTÍCIA

Interessados entrar em contato pelos telefones:(51) 3268 7464 ou (51) 3268 4276,

em horário comercial.

Sujeitos com:Glicose no sangue acima

100 mg/dL (glicemia de jejum);Diabetes;

Não estar usando medicaçãopara o diabetes.

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O Centro de Pesquisas emDiabetes está selecionando

voluntários para participar deestudos clínicos

Responsável porcoibir a atividade queprejudica ocomerciante legal,que paga impostos,e o consumidor, quecompra produtossem nota fiscal, aSmic combate omal, mas nãoelimina a doença. Eenfrenta umalimitação histórica.

Segundo osecretário adjuntoJosé Peres, o órgãoconta com86 funcionários parafiscalizar 180 mil

empresasregistradas. Ou seja,cada fiscal tem2.094 pontoscomerciais paracuidar (média de95 locais por dia).

As ações noCentro são feitas porapenas cinco fiscais,que trabalhamacompanhados porPMs.

– Nosso efetivonão é tão grandeassim, masdiariamente temosações fiscais naregião. Infelizmente,

a gente nãoconsegue debelaresse processo.Quando o fiscal seretira do local, surgeoutro ambulante –admitiu José.

Somente este ano,a Smic apreendeu144 milmercadorias, comoóculos, celulares,cigarros emedicamentos. Osecretário não soubeinformar se foramfechados depósitosde produtosirregulares.

Efetivo é limitado

SAIBA MAIS

Apreensões este ano● DVDs piratas: 70 mil

● Cigarros: 3 mil

● Óculos: 5 mil

● Celulares: 1.050

● Outros produtos(bebidas, medicamentosetc.): 64.950

DVDs piratas estãoentre os produtosmais vendidos

Óculos:perigo paraquem compra

Comércio nasbarbas dafiscalização

FOTOS MATEUS BRUXEL

O assunto já foinotícia no Diário

21/11/2013