políticas públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de ct&i brasileiro

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI CARLOS EDUARDO CAMARGO ROSA Políticas Públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de CT&I brasileiro. São Paulo 2013

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Monografia sobre Políticas Públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de CT&I brasileiro.

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Page 1: Políticas públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de ct&i brasileiro

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

CARLOS EDUARDO CAMARGO ROSA

Políticas Públicas reguladoras para beneficiar e gerir o

sistema nacional de CT&I brasileiro.

São Paulo

2013

Page 2: Políticas públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de ct&i brasileiro

CARLOS EDUARDO CAMARGO ROSA

Políticas Públicas reguladoras para beneficiar e gerir o

sistema nacional de CT&I brasileiro.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

exigência parcial para a obtenção do título de

Especialista do curso de Gestão Empresarial da

Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação

da Profa. Andréa Ventura Valdívia.

São Paulo

2013

Page 3: Políticas públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de ct&i brasileiro

CARLOS EDUARDO CAMARGO ROSA

Políticas Públicas reguladoras para beneficiar e gerir o

sistema nacional de CT&I brasileiro.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como

exigência parcial para a obtenção do título de

Especialista do curso de Gestão Empresarial da

Universidade Anhembi Morumbi, sob a orientação

da Profa. Andréa Ventura Valdívia.

Aprovado em

Nome do orientador/titulação/IES

Nome do convidado/ titulação/IES

Nome do convidado/IES

Page 4: Políticas públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de ct&i brasileiro

RESUMO

Dentro do novo marco regulatório e da necessidade de fomentar o sistema nacional de

inovação, as políticas públicas passam a ter função estratégica dentro da transformação da

cadeia produtiva com atividades inovativas. Agindo como regulador e principal ator, o

governo deve fazer com que as suas estratégias sejam cumpridas, como forma de alavancar a

inovação, com responsabilidade do desenvolvimento integrado e sustentável de seus

territórios. No novo contexto do cenário global, a competição existe até mesmo entre países,

que devem ser atrativos para as grandes empresas e explorar as suas características

demográficas e geográficas para tornar-se referência. O Brasil então passa a introduzir

políticas públicas que geram um marco regulatório para a inovação. Com a finalidade de obter

diretrizes sobre tais políticas, o presente trabalho tem a finalidade de dar uma visão geral

sobre as políticas públicas de incentivo a inovação e verificar a sua eficácia, com foco nas

leis, nos seus benefícios, nas instituições de ciências e tecnologia e nos recursos humanos

formados no país.

PALAVRAS-CHAVE: Inovação. Políticas públicas. Atividades inovativas. Sistema

Nacional de Ciências, Tecnologia e Inovação.

Page 5: Políticas públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de ct&i brasileiro

ABSTRACT

Within the new regulatory mark and the need to foster the national innovation system,

public policies are replaced strategic function in the transformation of the supply chain with

innovative activities. Acting as a regulator and main actor, the government should make their

strategies are met, as a way to leverage innovation with responsibility of sustainable and

integrated development of their territories. In the new context in the global scenario,

competition exists even among countries that should be attractive to large companies and

explore their demographic and geographic reference to become. The Brazil then proceeds to

introduce public politics that create a regulatory milestone for innovation. With the purpose of

guidelines about such policies, this paper aims to give an overview of public policies to

encourage innovation and verify its effectiveness, with a focus on law, its benefits, the

institutions of science and technology and trained human resources in the country.

KEYWORDS: Innovation. Public policies. Innovative activities. National System of Science,

Technology and Innovation.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

PIB – Produto Interno Bruto

PD&I – Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

BRIC´s - Grupo político de cooperação formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do

Sul

CT&I - Ciências, Tecnologia e Inovação

CGEE - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos

MCTI - Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação

SNCT&I - Sistema Nacional de Ciências, Tecnologia e Inovação

CESAR – Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife

TIC´s - Tecnologias de Informação e Comunicação

ICT´s - Instituições de Ciências e Tecnologia

IFI - Incentivos fiscais à inovação

ROI - Taxa de retorno sobre o investimento

IPI - Imposto sobre produto industrializado

PDP - Política de Desenvolvimento Produtivo

MPE´s - Micro e pequenas empresas

ENCTI - Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação

PACTI - Plano de Ação de C,T&I para o Desenvolvimento Nacional

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 8

1. A NECESSIDADE DE POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA INOVAÇÃO .............................. 10

1.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................................................... 10

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................................................. 10

1.3 PROBLEMA................................................................................................................................................... 10

1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................................. 10

1.5 HIPÓTESES ................................................................................................................................................... 11

2. A INOVAÇÃO ................................................................................................................................................. 12

2.1 ESTIMULAR A INOVAÇÃO E FORTALECER O SNCT&I ................................................................... 12

2.1 AS RELAÇÕES ENTRE INOVAÇÃO, DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO E POLÍTICA ................................. 14

2.2 POLÍTICAS REGULATÓRIA EM PROL DE ATIVIDADES INOVATIVAS ................................................................ 17

2.3 FORMAR CAPITAL INTELECTUAL E FOMENTAR ATIVO INTANGÍVEL .............................................................. 19

3 ESTUDO DE CASO –AS ATUAIS POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCENTIVO AO SNCT&I NO

BRASIL ................................................................................................................................................................ 22

3.1 LEI DA INFORMÁTICA ........................................................................................................................... 24

3.2 LEI DO BEM .............................................................................................................................................. 24

3.3 LEI DA INOVAÇÃO .................................................................................................................................. 26

3.4 LEI ROUANET DE PESQUISA................................................................................................................. 26

4. METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................................................................ 28

4.1 IDENTIFICAÇÃO DO MÉTODO ........................................................................................................................ 28

4.2 ANÁLISE DE DADOS SOBRE O SNCT&I BRASILEIRO ...................................................................... 28

4.2.1 ANALISE DA LEI DA INFORMÁTICA E DA LEI DO BEM ......................................................................... 30

4.2.2 ANALISE DOS DIRETOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL ..................................................................... 35

4.2.3 ANALISE DOS RECURSOS HUMANOS CIENTÍFICOS ............................................................................... 37

CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................................. 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................. 441

Page 8: Políticas públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de ct&i brasileiro

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INTRODUÇÃO

A incessante busca do desenvolvimento socioeconômico dos países está inserida

dentro dos contextos da sociedade do conhecimento, tornando o conhecimento o insumo

principal e o aprendizado a ferramenta mais importante. Com este cenário, a inovação aparece

como uma das principais manifestações dentro do processo de aprendizado, impulsionando o

dinamismo econômico. A partir destas percepções, um sistema de inovação conceitua e

justifica a necessidade da construção de uma sociedade pautada por processos inovativos.

O presente trabalho tem a finalidade de identificar os impactos da política direcionada

à inovação, auxiliando de forma a incentivar e criar no Brasil um sistema nacional de

inovação. Demonstrar que a política tem poderes e é a forma mais completa de criar um

sistema nacional de inovação, desenvolvendo um círculo complexo de subsistemas para

fomentar bases sólidas, criando um ambiente propício ao surgimento de inovações e

estimulando novos empreendimentos tecnológicos, sugerindo como o poder público pode e

deve estimular um povo inovador, formando uma nova sociedade. Apresentar a visão do

governo brasileiro sobre inovação, onde permeia em parte, a filosofia de que a inovação é

uma consequência apenas do desenvolvimento industrial, tido como problema apenas

empresarial. Sem dispor de um ambiente estimulador e também com Leis e aspectos

socioeconômicos e políticos, que impedem o desenvolvimento e o surgimento de empresas e

ou pessoas inovadoras, o Brasil não é capaz de impulsionar a inovação. Mesmo com o atual

quadro de incentivos encontrados em nosso país, estamos muito além de atingirmos um nível

de recursos humanos e do percentual do produto interno bruto investidos (PIB) em pesquisa,

desenvolvimento e inovação (PD&I), próximos ao dos países membros da organização para a

cooperação e desenvolvimento econômico (OCDE), inclusive quando comparado aos outros

membros do grupo político de cooperação formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África

do Sul (BRIC´s), têm-se também uma defasagem acentuada sobre as exportações brasileiras,

pois são na sua grande maioria dominadas pelas commodities primárias e manufaturadas de

baixa tecnologia, e é preciso se adequar a nova demanda do comércio mundial, que prefere

produtos de alta e média tecnologia, frutos de produtos das áreas de ciências, tecnologia e

inovação (CT&I).

A justificativa pessoal para a escolha deste tema se deu porque durante os estudos foi

apresentando a matéria inovação sem abordar a influência que o poder público tem sobre está

área, e a chance de levantar dados substanciais sobre o tema, para averiguar se a atual política

pública esta preparada para as mudanças advindas com a era do conhecimento.

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A justificativa profissional, é que este tema trará conhecimento para entender as

necessidades de políticas públicas voltadas a gestão da inovação, e como elas auxiliam no

fomento do SNCT&I, estimulando o desenvolvimento produtivo e parcerias entre as

instituições de ciências e tecnologia (ICT´s) com empresas, centradas na área de PD&I.

O trabalho esta fundamento em obras sobre o tema, redigidas por grandes

influenciadores da inovação no país, como Ricardo Sennes, professor de Ciência Política da

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e sócio diretor da Prospectiva Consultoria, e

Aziz Eduardo Calzolaio, doutorando em ciências econômicas na universidade federal do Rio

Grande do Sul (UFRGS). Colaboram para o estudo obras publicadas por grandes centros de

estudos, como o CGEE, uma associação civil qualificada como organização social,

supervisionada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), além também de

publicações do próprio MCTI, e do centro de estudos e sistemas avançados do Recife

(CESAR), um centro privado de inovação que cria produtos, serviços e empresas com

tecnologias de informação e comunicação (TIC´s).

Como metodologia de pesquisa foi utilizada a abordagem qualitativa, considerando os

aspectos econômicos e sociais envolvidos na problemática, e a abordagem quantitativa, pois

foi feita uma analise estatística sobre a efetividade dos programas públicos de incentivo a

inovação pesquisados, analisando e comparando os resultados obtidos.

A observação sistemática foi utilizada para compreender como funcionam

determinadas políticas e a sua aplicação. Os dados para a pesquisa foram obtidos de forma

indireta, através de fontes primárias e bibliográficas.

Este trabalho buscou produzir uma avaliação dos impactos das políticas públicas de

inovação, sobre os seus benefícios e a sua gestão estratégica. Para avaliação de impacto

entendeu-se a tentativa de identificação causal dos efeitos dos acessos aos benefícios

socioeconômicos produzidos pela política de inovação e os investimento em PD&I das

empresas.

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1 A NECESSIDADE DE POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA INOVAÇÃO

1.1 OBJETIVO GERAL

Identificar os impactos da política direcionada à inovação, auxiliando de forma a

incentivar e criar no Brasil um sistema nacional de inovação.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Demonstrar que a política tem poderes e é a forma mais completa de criar um sistema

nacional de inovação, desenvolvendo um círculo complexo de subsistemas para fomentar

bases sólidas, criando um ambiente propício ao surgimento de inovações e estimulando novos

empreendimentos tecnológicos, sugerindo como o poder público pode e deve estimular um

povo inovador, formando uma nova sociedade.

1.3 PROBLEMA

No Brasil, permeia ainda a filosofia que a inovação é uma consequência apenas do

desenvolvimento industrial, tido como problema apenas empresarial. Sem dispor de um

ambiente estimulador e também com Leis e aspectos socioeconômicos e políticos, que

impedem o desenvolvimento e o surgimento de empresas e ou pessoas inovadoras, o Brasil

não é capaz de impulsionar a inovação. Mesmo com o atual quadro de incentivos encontrados

em nosso País, estamos muito além de atingirmos um nível de recursos humanos próximos ao

dos Países membros da OCDE, inclusive quando comparado aos outros membros do BRIC´s,

têm-se também uma defasagem acentuada sobre as exportações brasileiras, pois são na sua

grande maioria dominadas pelas commodities primárias e manufaturadas de baixa tecnologia,

e é preciso se adequar a nova demanda do comércio mundial, que prefere produtos de alta e

média tecnologia, frutos de produtos das áreas de CT&I.

1.4 JUSTIFICATIVA

A incessante busca do desenvolvimento socioeconômico dos países está inserida

dentro dos contextos da sociedade do conhecimento, tornando o conhecimento o insumo

principal e o aprendizado a ferramenta mais importante. Com este cenário, a inovação aparece

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11

como uma das principais manifestações dentro do processo de aprendizado, impulsionando o

dinamismo econômico. A partir destas percepções, um sistema de inovação conceitua e

justifica a necessidade da construção de uma sociedade pautada por processos inovativos A

justificativa pessoal para a escolha deste tema se dá porque durante os estudos foi

apresentando a matéria inovação sem abordar a influência que o poder público tem sobre está

área, e a chance de levantar dados substanciais sobre o tema, para averiguar se a atual política

pública esta preparada para as mudanças advindas com a era do conhecimento.

A justificativa profissional, é que este tema trará conhecimento para entender as

necessidades de políticas públicas voltadas a gestão da inovação, e como elas auxiliam no

fomento do SNCT&I, estimulando o desenvolvimento produtivo e parcerias entre as ICT´s

com empresas, centradas na área de PD&I.

Enquanto que a justificativa acadêmica é que no curso de gestão empresarial, foi

lecionado sobre inovação e os seus benefícios nas organizações de modo geral, e com este

trabalho os futuros alunos poderão ter uma fonte de informação focada na capacidade do

poder público em fomentar a inovação.

E, por fim, a justificativa social é que o trabalho poderá contribuir dar

informações sobre o quadro atual das políticas públicas voltadas para a inovação,

apresentando seus meios, finalidades e impactos sociais em nosso país, observando o contexto

que a inovação esta transformando a sociedade, o país e as regiões onde está inserida.

1.5 HIPÓTESES

Hipótese 1: Existe no poder público brasileiro estratégias para fomentar o SNCT&I.

Hipótese 2: As Leis criadas em prol da CT&I fez crescer os investimentos em PD&I

no país.

Hipótese 3: As ICT´s têm atuado de forma significativa como parceria das empresas

no desenvolvimento do SNCT&I.

Hipótese 4: O Brasil possui recursos humanos formados e alocados em empresas

suficiente para competir com países desenvolvidos no segmento de PD&I.

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2 A INOVAÇÃO

A necessidade de adicionar conhecimentos nas atividades produtivas, fez com que a

inovação passasse a ser entendida como uma variável estratégica para a competitividade das

organizações e dos países. A inovação era vista antes com uma visão linear, onde deveria ser

o resultado de estudos sucessivos, independentes de pesquisa básica, pesquisa aplicada,

desenvolvimento, produção e difusão, baseada na importância do avanço científico ou pela

demanda por novas tecnologias. Hoje, a inovação passou a ser compreendida como um

processo de aprendizado não-linear, cumulativo, específico da localidade e disposto

institucionalmente, que resulta em novidade ou renovação. A inovação para as empresas e

governos é, então, atenuada como um processo sistêmico e interativo, passando a fazer parte

do planejamento estratégico (Cassiolato, 2005).

Para Brito Filho e Sennes (2009), a inovação com suas causas, implicações,

formulações e beneficiações atuam entre os diversos atores do cenário onde é inserida, como

empresas, universidades e governos.

A Inovação pode ser exemplificada ou compreendida por aquilo que ela é, uma

evolução essencialmente qualitativa, para traçar o caminho da prosperidade das nações e das

vantagens competitivas para as empresas (Sennes, 2009).

Calzolaio (2010) diz que a inovação pode ser a principal fonte de transformações

oriundas em um macroambiente, gerando desenvolvimento socioeconômico e riquezas,

permitindo entrar em mercados diferenciados e, portanto, de preços mais elevados.

2.1 ESTIMULAR A INOVAÇÃO E FORTALECER O SNCT&I

A busca da inovação é uma atividade incerta de altos custos e riscos, que pode trazer

grandes retornos e benefícios para uma empresa, um setor industrial e até para um País.

Devido a isso, este tipo de atividade de PD&I, está entre as que se credenciam para receber

incentivos dos governos através das políticas públicas. Entretanto, para essas políticas

surtirem efeitos reias, devem-se articular diferentes campos da ação governamental e do

marco regulatório. Em contrapartida, pesa o risco de desperdício de recursos, pois algumas

iniciativas governamentais podem ser virtualmente neutralizadas por outras políticas que

estejam atuando no sentido contrário (Sennes, 2009).

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Segundo o CGEE (2008), a inovação bem-sucedida raramente resulta da ação de uma

empresa individual. Na prática, o sucesso na inovação envolve interações complexas entre

empresas e o seu ambiente, sendo um problema importante para o governo compreender e

estruturar esse ‘ambiente’, de maneira a alavancar o desempenho inovador dos negócios.

Esses problemas têm sido abordados em contextos internacionais, usando a abordagem dos

sistemas de inovação para discutir a estrutura e ação de políticas que apoiem o ambiente de

inovação em geral. O conceito de sistema de inovação é provavelmente o mais importante

desenvolvimento dos estudos sobre inovação nos últimos anos, e parece estar desempenhando

um papel cada vez mais crucial no desenvolvimento de políticas.

“O "sistema de inovação" é conceituado como um conjunto de instituições

distintas que contribuem para o desenvolvimento da capacidade de inovação e

aprendizado de um país, região, setor ou localidade - e também o afetam.

Constituem-se de elementos e relações que interagem na produção, difusão e uso do

conhecimento. A ideia básica do conceito de sistemas de inovação é que o

desempenho inovativo depende não apenas do desempenho de empresas e

organizações de ensino e pesquisa, mas também de como elas interagem entre si e

com vários outros atores, e como as instituições - inclusive as políticas - afetam o

desenvolvimento dos sistemas. Entende-se, deste modo, que os processos de

inovação que ocorrem no âmbito da empresa são, em geral, gerados e sustentados

por suas relações com outras empresas e organizações, ou seja, a inovação consiste

em um fenômeno sistêmico e interativo, caracterizado por diferentes tipos de

cooperação (Cassiolato e Lastres, 2005).”

Um ambiente competitivo favorece a criação de inovação por parte das empresas,

fazendo com que as capacitações específicas de cada empresa e o seu conhecimento local se

desenvolvam. Portanto, faz com que a empresa desenvolva vantagens competitivas e ganhe

mercado, resultando em crescimento econômico (Calzolaio, 2012, apud SUZIGAN;

VILLELA, 1997).

De acordo com De Negri e Kubota (2008), o termo sistema nacional de inovação,

baseia-se em um conceito de criar e analisar processos de produção, de difusão e do uso de

CT&I, considerando a diversidade complexa dos aspectos organizacionais, institucionais e

econômicos, envolvidos no processo inovativo.

Para o MCTI (2012), o SNCT&I tem como funções principais: apoiar a economia,

auxiliando os setores portadores de futuro, transformando o atual modelo produtivo em uma

cadeia tecnológica e verde; consolidar o processo inovativo; e, promover o aperfeiçoamento

do marco legal e a integração dos diferentes instrumentos de apoio a C,T&I disponíveis,

sendo capaz de unir esforços entre as esferas públicas (federal, estadual, municipal) e

privadas.

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14

É essencial criar um SNCT&I consistente e interativo, com bases sólidas de

organização e regulamentação, buscando gerar aprendizado e desenvolvimento para a

sociedade, e proporcionar meios de aumentar o desempenho econômico das empresas, criando

um ambiente atrativo e seguro (CGEE, 2008).

2.1 AS RELAÇÕES ENTRE INOVAÇÃO, DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO

E POLÍTICA

A incessante busca do desenvolvimento socioeconômico dos países está inserida

dentro dos contextos da sociedade do conhecimento, tornando o conhecimento o insumo

principal e o aprendizado a ferramenta mais importante. Com este cenário, a inovação aparece

como uma das principais manifestações dentro do processo de aprendizado, impulsionando o

dinamismo econômico. A partir destas percepções, um SNCT&I conceitua e justifica a

necessidade da construção de uma sociedade pautada por processos inovativos (Gordon,

2009).

“Cunham-se, então, as expressões “economia do conhecimento” e

“sociedade do conhecimento”, para caracterizar uma dinâmica fortemente apoiada

nas atividades intensivas em conhecimento, a qual é, simultaneamente, econômica,

política e social. É econômica em razão da geração de riqueza com produtos de alta

tecnologia; é social porque esses produtos interferem na vida social – crianças usam

jogos em computadores, há votação eletrônica, a Internet deve incorporar telefone e

transmissões de TV e de rádio, etc.; e é política porque os governos, de todos os

principais países do mundo, e daqueles aspirantes a tal posto, desenvolvem

instrumentos de apoio ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação

pelas empresas (De Negri e Kubota, 2008).”

Na opinião de Sennes (2009), inovar significa desenvolver novos produtos,

tecnologias, serviços, processos, modelos de negócios, estruturas organizacionais, logísticas e

estratégias. A inovação não pode mais ser tratada meramente como um componente adicional

do desenvolvimento econômico e da competitividade empresarial, ou seja, deve ser enxergada

como o eixo central das ações governamentais (incluindo políticas tradicionais) e esforços

empresariais, pois o mundo contemporâneo absorveu a ideia de que a inovação deve ser o

centro das estratégias voltadas para o crescimento e a competitividade das nações. A

globalização acirrou ainda mais a competitividade entre empresas, e os países não ficaram

fora deste quadro.

De acordo com o CGEE (2008), a inovação é uma novidade, onde seus resultados são

incertos e os seus impactos podem ser imensuráveis. Identificar e gerir as incertezas são

essenciais a qualquer sistema de inovação, e os sistemas podem diferenciar-se agudamente na

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15

forma de como são moldados. No âmbito social, a melhor maneira de tratar essas diferenças é

assegurando que muitos experimentos empresariais se realizem. As experiências são

tentativas contínuas, onde muitos falharão e alguns terão sucesso, contudo, será criado um

processo social de aprendizagem no decorrer desses experimentos.

O processo inovativo fez surgir um novo paradigma tecnológico advindo da ideia da

evolução do capitalismo, onde as iniciativas dos governos devem dar suporte as incertezas e a

competitividade mundial criada pela globalização, partindo da hipótese de que o livre

comércio seria desvantajoso para países menos desenvolvidos, afetando as suas empresas

regionais (Cassiolato e Lastres, 2005).

Moraes (2010) diz que, para poder fazer frente a grande complexidade dos mercados e

das questões sociais, o Estado precisa estar atento aos novos desafios, envolvendo crescente

racionalização, liberando recursos para políticas públicas complexas em prol da criação de um

ambiente inovador, satisfazendo os anseios do setor empresarial e da sociedade brasileira.

A partir desse pressuposto, o CGEE (2008) destaca a abertura do comércio a nível

mundial e o alto grau de competitividade, exigindo que as empresas melhorem a qualidade

dos seus produtos e introduzam inovações organizacionais, para conseguir enfrentar a

concorrência. Nos setores intensivos de mão de obra e recursos naturais, a disputa é por

baixos custos, enquanto que nos setores de tecnologia mais avançada, a competição acontece

na diferenciação de produto. Com a globalização, uma empresa pode competir no mercado

internacional e sofrer no seu mercado doméstico com a concorrência de empresas de qualquer

lugar do mundo, fazendo com que todos estejam sujeitos à competição global, mesmo as

empresas que atuam apenas no seu mercado local.

É importante destacar que a CT&I tem grande peso na competitividade entre as

nações, não se limitando apenas à esfera econômica. A inovação e o conhecimento são os

motores da política e do desenvolvimento, sendo fundamental dissipar novos conhecimentos e

novas tecnologias, com métodos capazes de aumentar o acesso da população a novos bens e

serviços, e que propiciem melhorias concretas para a coletividade, reduzindo a desigualdade

social (MCTI, 2012).

De acordo com Sennes (2009, apud Pacheco, 2007) a globalização acirrou a

competitividade dos países e corporações integrados à economia mundial, que, por sua vez,

tem acentuado a necessidade por inovação, tornando-a um pilar central de qualquer política

pública, que busque o desenvolvimento econômico e a industrialização. Isto ocorre porque a

competição global impõe um nível competitivo de alto padrão às empresas e a necessidade

constante de ampliar a sua capacitação.

Page 16: Políticas públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de ct&i brasileiro

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“Estados e municípios devem ter mais responsabilidades no fomento do

desenvolvimento integrado e sustentável de seus territórios, na atração de

investimentos e na melhoria do ambiente de negócios. Para fazer frente a tais

responsabilidades, são necessárias políticas inovadoras de gestão que aumentem e

fortaleçam as capacidades institucionais dos entes subnacionais” (Moraes, 2010).

Durante um processo de aprendizagem, acontece a formação de conhecimentos, de

uma forma mais complexa que a do início do processo. Os aspectos políticos aqui referem-se

ao papel desempenhado pelo governo em reduzir, mudar ou diversificar os riscos durante um

processo de aprendizagem, atuando como um incentivador para a formação deste processo.

Podem existir diversos problemas políticos que impeçam a criação de um processo de

aprendizagem, um deles é exigir portfólios complexos de projetos inovadores, sendo que

pequenas empresas, ou até mesmo pequenas economias, podem não ser capazes de produzi-

los. Na prática, os governos devem atuar diminuindo os riscos das empresas, auxiliando com

suporte financeiro, garantia de continuidade, e subsídios (CGEE, 2008).

Para Cassiolato e Lastres (2005) a necessidade de aumentar os conhecimentos nas

atividades produtivas, faz entender o porquê da inovação ser uma variável estratégica para a

competitividade de organizações e países, pois estes têm enfrentado transformações dinâmicas

de forma diferenciada, levando em consideração suas especificidades históricas e

socioeconômicas e as possibilidades permitidas pela sua inserção geopolítica. Alguns países

conseguiram resultados significativos em termos do aproveitamento das oportunidades

apresentadas, mesmo com as dificuldades inerentes ao processo de transformação. Alguns

conseguiram definir e implantar novas estratégias capazes de reforçar e ampliar suas políticas

CT&I. As políticas favoráveis à inovação realçam a mobilização dos processos de aquisição e

uso de conhecimentos e de capacitações produtivas, sendo parte integrante fundamental de

suas estratégias de desenvolvimento, criando assim um sólido SNCT&I.

As leis, políticas públicas, programas de governo, disponibilidade de financiamento e

a atuação das ICT´s, dos fornecedores, dos clientes e dos concorrentes afetam diretamente a

capacidade inovadora das empresas. Um ambiente sólido, com um SNCT&I eficaz, enfatiza a

gestão política de incentivo à inovação e as interações são facilitadas pela semelhança

linguística e cultural, ampliando a capacidade de transmissão de conhecimento tácito entre os

indivíduos. Então, a geração de inovações não pode ser cobrada exclusivamente das empresas,

é preciso um ambiente, não só favorável, mas estimulador às atividades inovadoras. Empresas

com estratégias inovadoras almejam seu desenvolvimento em ambientes favoráveis, no qual

elas ingressam estimuladas a executar seus projetos inovadores (Sennes, 2009).

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Figura 1: Estrutura lógica dos impactos das políticas de inovação

Fonte: Adpatado de Kannebley Jr. e Porto (2012, apud Araujo, 2009).

2.2 POLÍTICAS REGULATÓRIAS EM PROL DE ATIVIDADES INOVATIVAS

Um sistema regulador está diretamente ligado ao sistema fiscal e a outros sistemas,

não existindo uma definição certa sobre políticas regulatórias para inovação, destacando que

pode haver diferenças de interesses entre o setor público e o privado. A política regulatória

parte do princípio que o Estado deve intervir em esferas privadas, onde os propósitos públicos

são controlados e sustentados em atividades que são, geralmente, consideradas

imprescindíveis para a sociedade. Podem-se incluir dentro do contexto de políticas

reguladoras, as políticas de estimulação e as políticas de controle, porque consistem em

regulação direta como: controle de preços; ciências da saúde e do meio ambiente, com

Page 18: Políticas públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de ct&i brasileiro

18

padrões mínimos de segurança; e, a exigência de normas técnicas. Existe também a regulação

indireta, proporcionada pelas políticas tributárias (CGEE, 2008).

Cassiolato e Lastres (2005) destacam que cabe ao Estado desempenhar o papel de

maior importância, como ator ordenador das novas forças produtivas, impulsionando e

estimulando a difusão da inovação, através de políticas socioeconômicas. As alianças

estratégicas entre o Estado e os segmentos da sociedade civil, devem ter objetivos claros e

compromissos bilaterais. O Estado deve atuar como coordenador, regulando e incentivando

mercados propícios a receberem instituições interessadas em PD&I, com políticas

descentralizadas de expansão ao longo prazo para o país.

“Ao mesmo tempo, as políticas nacionais de apoio a C,T&I são cada vez

mais amplas e interdependentes. De um lado, a inovação não tecnológica e a difusão

e aplicação de novos conhecimentos são vistas como fatores primordiais para o

aumento da produtividade e a promoção do crescimento. De outro, há o

reconhecimento crescente que políticas horizontais de apoio à inovação empresarial

— que incluem desde crédito tributário sobre o dispêndio em PD&I até recursos não

reembolsáveis para micro, pequenas e médias empresas — devem considerar de

maneira mais ampla os contextos local e global (MCTI, 2012).”

Segundo Sennes (2009), as políticas públicas voltadas para a inovação, estão se

tornando habituais e essenciais nos países, porque cria ambientes benéficos a investimentos de

longo prazo, ao desenvolvimento de pesquisas tecnológicas, a criatividade inovativa e o

surgimento de novos produtos no mercado. Estados Unidos, Japão e a União Europeia,

ampliaram suas ações políticas de CT&I. Por se tratar de uma novidade, as políticas públicas

de inovação não possuem ainda um padrão específico, e devem ser trabalhadas considerando

as características geológicas de cada país e o perfil das empresas dispostas a correr riscos com

atividades inovadoras.

Existem três formas diferentes dos governos auxiliarem as empresas privadas a

reduzirem os riscos com os processos de pesquisas inovadores. A primeira é assumindo parte

dos riscos envolvidos em transações comerciais de empréstimo, entre bancos comercias e

empresas, quando a inadimplência ocorrer, o governo atua arcando com um percentual,

devidamente registrado em contrato, reembolsando uma parte aos bancos. Esses subsídios

estimulam os bancos comerciais a emprestar aos inovadores, disponibilizando capital ao

empreendimento inovador. A segunda é reduzir a carga tributária sobre os lucros gerados por

produtos tecnológicos inovadores, principalmente, por oferecer maior risco de retorno as

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19

empresas. A terceira opção é formar um sistema de financiamento correlacionado aos ganhos

das empresas com tecnologia e inovação, disponibilizando através de um banco estatal, verbas

exclusivas para projetos de PD&I (CGEE, 2008).

“Incentivos fiscais à inovação (IFI) são instrumentos utilizados pelos

governos para interferir na quantidade e qualidade das atividades de inovação.

Geralmente algum benefício fiscal, como deduções ou reduções de tributos, é

concedido com vistas a ampliar as atividades de inovação. Existem diversos

mecanismos do IFI, quais sejam: deduções, amortizações, depreciações ou crédito

fiscal (Calzolaio, 2012).”

Já Kannebley Jr. e Porto (2012) destacam que os estímulos aos investimentos em

PD&I podem ser realizados por meio de subsídios creditícios, incentivos fiscais, ou com a

proteção à propriedade intelectual. A proteção à propriedade intelectual tem como objetivo

aumentar a taxa de retorno sobre o investimento (ROI), fornecendo meios de segurança e

melhores condições de apropriação, em contrapartida, os subsídios creditícios e os incentivos

fiscais fomentam a redução dos custos com a produção ou com o desenvolvimento de um

produto ou serviço.

2.3 FORMAR CAPITAL INTELECTUAL E FOMENTAR ATIVO INTANGÍVEL.

Na sociedade do conhecimento ou sociedade da informação, o aprendizado é muito

importante para estimular o desenvolvimento econômico e social. As informações existentes

em empresas ou instituições presentes em uma determinada sociedade, não podem ser

simplesmente transferidas para outro local ou país, pois dependem de inúmeras condições

encontradas no ambiente onde pretende inseri-la e de mão de obra qualificada para recebê-la.

O ativo intangível é, muitas vezes, não transferível e faz com que as informações necessárias

para a realização de inovações sejam restritivas. Devido a tais considerações, não é possível

pensar em conhecimento globalizado, que flua livremente entre as nações, empresas,

localidades, etc. O ativo intangível é cada vez mais valorizado e considerado importantíssimo

para o crescimento das empresas e dos países (Gordon, 2009).

Segundo o CGEE (2008), existe atualmente uma grande necessidade dos países

elevarem os níveis de produtividade do trabalho humano, pois se tornaram a essência do

desenvolvimento das nações. É de grande importância formar capital intelectual para colocar

a disposição das empresas e do setor público, porque o desenvolvimento da nação depende da

Page 20: Políticas públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de ct&i brasileiro

20

capacidade que o povo tem para inovar, e consequentemente, de produzir e qualificar

produtos e serviços disponibilizados pelas empresas e pelo setor público. O homem é o único

ator presente no SNCT&I, capaz de aprender e gerar conhecimento, ele então, passa a ser o

centro das atenções no processo de valorização produtiva, e a aprendizagem torna-se uma

prática contínua para o trabalhador.

“A liberdade acadêmica, em especial, é hoje um valor mal compreendido.

Essa incompreensão deriva do utilitarismo que tem pautado a discussão sobre

ciência e tecnologia no Brasil; da cobrança de certos resultados e contribuições que a

universidade pode oferecer, mas que não lhe são essenciais, nem fazem parte de sua

razão de existir. Com o risco de perder em precisão, mas ganhando em concisão,

podem-se observar duas faces desse utilitarismo: a primeira, a do utilitarismo de

direita, define como principal função das universidades o apoio às empresas, para

que elas se tornem mais competitivas, mantenham o ritmo das exportações, o

crescimento da economia do país etc.; a segunda, o utilitarismo de esquerda, define

como função principal ajudar a sociedade brasileira, por ações imediatas, a ser

menos pobre, mais saudável, menos desigual (Sennes e Brito Filho, 2011).”

A inovação, anteriormente, era projetada em aprendizados voltados a elaboração de

bens físicos, associando-a a capacidade de projetar produtos e processos novos. Tendo como

finalidade um novo bem físico, o aprendizado envolve o conhecimento sobre a manipulação e

operação de matérias-primas e outros bens físicos, além de aspectos cognitivos e relacionais.

Atualmente, o aprendizado envolve a transformação de conhecimento antigo em

conhecimento novo, ou seja, o conhecimento se torna um insumo, onde o meio do

aprendizado das pessoas permite a geração de novos conhecimentos, com a finalidade do

intangível (conhecimento novo, ou um sentido no qual um bem físico irá se agregar), o

aprendizado é associado a uma transformação que se dá na esfera do intangível, o que

significa que a inovação passa a esboçar um processo de comunicação e não de manipulação

(CGEE, 2010).

Figura 2: Antiga dinâmica de inovação, processo de manipulação.

Fonte: Adaptado de CGEE (2010).

Page 21: Políticas públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de ct&i brasileiro

21

Figura 3: Nova dinâmica de inovação, processo de comunicação.

Fonte: Adaptado de CGEE (2010).

Sennes (2009) expõe que desenvolver somente CT&I não é suficiente para criar de um

círculo virtuoso de geração de inovações, porque à geração de inovação consiste em uma

abordagem mais abrangente, focada nos processos de aprendizado, como fatores de

crescimento interno, baseados em uma perspectiva interdisciplinar e evolucionária dos

processos inovativos, com caráter interdependente, requerendo interação constante entre os

participantes.

É de suma importância fortalecer as ICT’s com políticas estratégicas de planejamento

voltadas ao longo prazo, para fomentar recursos humanos capacitados para o novo mercado

de trabalho. Além de reforçar as ICT’s, as políticas devem proporcionar a interação entre os

diferentes atores, de formar a proporcionar geração, obtenção e disseminação de

conhecimentos, pois assim, serão criados, de fato, processos interativos e simultâneos

(Cassiolato e Lastres, 2005).

Sennes e Brito Filho (2011) destacam que a ciência e a educação advêm das

universidades, e o desenvolvimento de tecnologias, normalmente, das empresas. Quem cria

inovação é o cientista ou engenheiro alocado no setor de PD&I das empresas, desenvolvendo

ou aperfeiçoando produtos ou serviços. Por isso, é fundamental o papel do governo, com

políticas de incentivo para as ICT´s e empresas, e com intervenções no macroambiente,

capazes de propiciar a interação entre esses atores.

O CESAR (2009) relata que as empresas procuram por ambientes inovadores, onde

encontram a disposição mão de obra qualificada, cientistas e engenheiros talentosos, para

alocarem seus recursos nos laboratórios de PD&I, desenvolvendo e aprimorando produtos e

serviços, com foco no baixo custo, qualidade e logística, transformando a inovação em

vantagem competitiva. Os Países emergentes precisam ser capazes de formar e qualificar

indivíduos para atender a nova demanda mundial de recursos humanos, pois correm o risco de

perder atratividade e, consequentemente, os recursos enviados de empresas multinacionais a

suas filiais.

Page 22: Políticas públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de ct&i brasileiro

22

3 ESTUDO DE CASO – AS ATUAIS POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCENTIVO AO

SNCT&I NO BRASIL

“É possível caracterizar o esforço brasileiro de desenvolvimento desde a 2ª

Grande Guerra Mundial em três diferentes fases. A primeira fase, que se estendeu

desde o pós-guerra até aproximadamente o ano de 1980, pode ser caracterizada

como a fase da busca do desenvolvimento por intermédio do crescimento ou da

industrialização extensiva.

A segunda fase, que correspondente aproximadamente às duas últimas

décadas do século 20, foi marcada pela busca (a princípio relutante, mas

progressivamente decidida) da eficiência, por intermédio da liberação das forças do

mercado, como a forma de assegurar o desenvolvimento brasileiro. Nesse período, a

percepção dominante era a de que as políticas públicas mais atrapalhavam do que

ajudavam o processo de desenvolvimento.

Na fase atual, iniciada aproximadamente na virada para o século 21, o país

busca um novo tipo de desenvolvimento, que ainda não assumiu uma identidade

claramente definida. Inicia-se um processo de revalorização das políticas públicas

como ferramenta necessária ao desenvolvimento, mas não há uma ruptura com a

valorização dos mecanismos de mercado como instrumentos do desenvolvimento,

assim como também não há tentativas de retorno às políticas de desenvolvimento

características do período de substituição de importações (CGEE, 2008).”

O quadro atual de políticas públicas voltadas para a CT&I no Brasil, é satisfatório,

pois existem Leis bem formuladas e grande oferta de instrumentos e recursos voltados para a

inovação (Kannebley Jr. e Porto, 2012).

“Nos moldes em que se encontra organizada a economia mundial moderna

e na velocidade com que hoje ocorrem as mudanças tecnológicas, os Países como o

Brasil tem que realizar um enorme esforço para avançar na geração e utilização do

conhecimento técnico-científico, criando capacidades e competências em áreas

estratégicas. Avançar na estruturação de uma base econômica apoiada em um

processo endógeno e dinâmico de inovação, é decisivo para que o Brasil possa

realizar o sonho de uma sociedade próspera, justa e soberana capaz de interferir à

escala global, nos rumos e na gestão do desenvolvimento mundial (MCTI, 2012).”

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23

Figura 4: Incentivos a inovação - Evolução recente do marco regulatório brasileiro.

Fonte: Adaptado de IBGE (2012).

Para o CESAR (2009), o Brasil está focado em gerar e implantar políticas públicas

para sustentar o processo inovativo, partindo de duas frentes estratégicas: Política de

Desenvolvimento Produtivo (PDP), que fomenta as ações do Governo Federal com a

finalidade de estimular o mercado interno com um processo produtivo baseado em inovações;

e desenvolvendo um sistema jurídico de apoio a inovação, criando Leis que assegurem

investimentos públicos para sustentar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, e

incentivos fiscais com a redução dos impostos e das contribuições federais.

Page 24: Políticas públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de ct&i brasileiro

24

3.1 LEI DA INFORMÁTICA

A Lei da Informática (Leis nº 8.248/91, 10.176/01 e 11.077/04) concede incentivos

fiscais para empresas do setor de tecnologia da informação (hardware e automação industrial),

desde que invistam parte do lucro com o produto em projetos de PD&I. Os IFI são concedidos

com a redução do imposto sobre produto industrializado (IPI) incidente sobre o produto

fabricado, conforme lista dos produtos incentivados disponível no Decreto nº 6.405, de

19.03.2008. Os projetos podem ser executados dentro da empresa ou em parceira com ICT´s

credenciadas junto ao MCTI. Os benefícios esperados oriundos desta Lei são: gerar novas

patentes, diminuir a importação de tecnologia, atrair novas empresas tecnológicas e dispor

recursos para as ICT´s (CESAR, 2009).

3.2 LEI DO BEM

Figura 5: Segmento de atuação da Lei do Bem.

Fonte: MCTI (2011).

Page 25: Políticas públicas reguladoras para beneficiar e gerir o sistema nacional de ct&i brasileiro

25

“A Lei n.º 11.196, de 21 de novembro de 2005, conhecida como Lei do

Bem, permite de forma automática (dispensadas de apresentação de projeto prévio) a

utilização de incentivos fiscais pelas pessoas jurídicas que realizem pesquisa

tecnológica e desenvolvimento tecnológico, aperfeiçoando os antigos benefícios

fiscais criados pela Lei n.º 8.661, de 1993.

Seus benefícios visam estimular a fase de maior incerteza quanto à

obtenção de resultados econômicos e financeiros pelas empresas no processo de

inovação que envolve risco tecnológico. A Lei considera como “inovação

tecnológica a concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem como a

agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que

implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade,

resultando maior competitividade no mercado” (BRASIL, 2005). Assim, as

atividades de P&D&I compreendidas na lei se referem à pesquisa básica dirigida,

pesquisa aplicada e desenvolvimento experimental. Além de considerar as atividades

de tecnologia industrial básica, incluindo o patenteamento do produto ou processo

desenvolvido, serviços de apoio técnico, que inclui também a capacitação dos

recursos humanos a eles dedicados. É importante esclarecer que a Lei não estabelece

incentivos diferenciados segundo critérios regionais ou categorias de empresas,

ainda que a necessidade de aplicação somente às empresas tributadas pelo Lucro

Real, como destacado a seguir, tende a favorecer as grandes empresas. Ressalte-se

que os maiores benefícios, tais como a exclusão adicional dos dispêndios com

atividades de P&D&I, depreciação integral acelerada e amortização acelerada

somente se aplicam às empresas tributadas pelo Lucro Real. Os benefícios podem

ser adquiridos por meio de dedução, para efeito de lucro líquido, sendo que firmas

que apresentem lucro líquido negativo no ano de exercício não podem fazer uso dos

benefícios da lei. As demais empresas, optantes do regime tributário de Lucro

Presumido somente podem utilizar-se dos benefícios da redução de IPI e

anteriormente a revogação do crédito de imposto sobre a renda retido na fonte

(IRRF) incidente sobre as remessas ao exterior de valores para pagamento de

royalties. A prestação de contas anual das empresas sobre as informações dos seus

programas de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica é

realizada ao MCTI por meio de preenchimento de formulário eletrônico (Kannebley

Jr. e Porto, 2012).”

Calzolaio (2012) destaca a grande quantidade de atividades inovativas apoiadas pela

Lei do Bem, como: despesas operacionais com PD&I, aquisição de bens de capital e bens

intangíveis, construção de instalações físicas voltadas à pesquisa, aquisição e cooperação para

o desenvolvimento de PD&I (com ICT´s, micro e pequenas empresas (MPE´s) e inventores

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26

independentes), registros e manutenção de marcas, patentes e cultivares e contratação de

pesquisadores.

Os benefícios gerados pela Lei do Bem são: direcionar recursos para projetos

empresariais de PD&I, gerar novas patentes, diminuir a importação de tecnologia e atrair

novas empresas tecnológicas (CESAR, 2009).

3.3 LEI DE INOVAÇÃO

Lei n°10.973/2004, a Lei de Inovação, estabelece medidas de incentivo à inovação e à

pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas à capacitação e ao alcance

da autonomia tecnológica e ao desenvolvimento industrial do País, nos termos dos artigos 218

e 219 da Constituição. Regulamentada pelo Decreto nº 5.563, que dispõe sobre incentivos à

inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, e dá outras

providências. A Lei de Inovação pode ser considerada um grande avanço do governo federal,

pois ela serve como norte para a criação de futuras Leis e intervenções do governo no

SNCT&I. A Lei de Inovação foi criada, principalmente, para estimular: a criação de

ambientes especializados e cooperativos de inovação entre empresas e ICT´s; a participação

de ICT´s no processo de inovação; a inovação nas empresas; o inventor independente; e, a

criação de fundos de investimentos para a inovação (CESAR, 2009).

3.4 LEI ROUANET DA PESQUISA

A Lei Rouanet da Pesquisa prevê benefícios fiscais para empresas investirem nas

ICT´s. A sua regulamentação pressupõe seis diretrizes de ações que poderão ser executadas

em parceria: promover e incentivar o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação

tecnológica visando o bem público, o progresso da ciência, a autonomia tecnológica do Brasil

e o aprimoramento do ambiente produtivo e industrial nacional ou regional; potencializar a

capacidade de criação e inovação das ICT´s nacionais; fomentar a pesquisa aplicada ao

ambiente produtivo e industrial; dinamizar a obtenção de direitos de propriedade industrial e

intelectual por ICT´s e empresas nacionais como forma de incremento à competitividade do

setor produtivo e industrial do país; formar recursos humanos para a pesquisa científica e

tecnológica; induzir formas alternativas de financiamento a projetos de pesquisa científica e

tecnológica e de inovação tecnológica nas ICT´s; e, articular estruturalmente o sistema de

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27

criação e inovação das ICT´s ao ambiente produtivo e industrial. No contexto geral, a Lei

Rouanet de Pesquisa deve advir de uma das ICT´s credenciadas pelo MCTI, e a empresa que

se interessarem pelos projetos de uma das ICT´s, poderá financia-los e usufruir dos seus

benefícios. Contudo, só serão aceitos projetos de pesquisa e desenvolvimento analisados e

aprovados por um comitê designado pelo MCTI (CESAR, 2009).

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28

4 METODOLOGIA DE PESQUISA

4.1 IDENTIFICAÇÃO DO MÉTODO

Como metodologia de pesquisa foi utilizada a abordagem qualitativa, porque foram

considerados os aspectos econômicos e sociais envolvidos na problemática, e a abordagem

quantitativa, pois foi feita uma analise estatística sobre a efetividade dos programas públicos

de incentivo a inovação pesquisados, analisando e comparando os resultados obtidos.

A observação sistemática foi utilizada para compreender como funcionam

determinadas políticas e a sua aplicação. Os dados para a pesquisa foram obtidos de forma

indireta, através de fontes primárias e bibliográficas.

Este trabalho busca produzir uma avaliação dos impactos das políticas públicas de

inovação, sobre os seus benefícios e a sua gestão estratégica. Para avaliação de impacto

entende-se a tentativa de identificação causal dos efeitos dos acessos aos benefícios

socioeconômicos produzidos pela política de inovação e os investimentos em PD&I das

empresas.

Dentro deste contexto, foi elaborada uma analise sobre como estão sendo utilizadas as

principais políticas publicas regulamentadas até a presente data, citadas no capitulo 3 deste

trabalho, para averiguação da sua efetividade e se o SNCT&I, objeto de estudo deste trabalho,

está fortalecido.

4.2 ANÁLISE DE DADOS SOBRE O SNCT&I BRASILEIRO

A inovação faz parte das estratégias das políticas publicas brasileira, em um conjunto

com ciências e tecnologia, tendo um Ministério voltado somente as atividades de CT&I. O

MCTI tem em seu planejamento estratégico o foco no aperfeiçoamento dos instrumentos da

política voltados para o SNCT&I, pois, como fundado pela abordagem teórica no capitulo 2

deste trabalho, a inovação é um pilar central da atual política socioeconômica de qualquer

País desenvolvido ou desenvolvimento, aumentando seu nível de competitividade dentro do

contexto global e fomentado o desenvolvimento da cadeia produtiva.

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29

Os incentivos fiscais à inovação tecnológica fazem parte da Estratégia

Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação – ENCTI, o que representa uma

continuidade aos esforços do Plano de Ação de C,T&I para o Desenvolvimento

Nacional (PACTI). [..] O Plano Brasil Maior que estabelece uma política industrial,

tecnológica, de serviços e de comércio exterior embasada no estímulo à inovação e à

produção nacional para alavancar a competitividade da indústria nos mercados

interno e externo (MCTI, 2011).

Figura 6: Mapa estratégico ENCTI 2012-2015.

Fonte: Adaptado de MCTI (2012).

O estímulo da inovação no setor produtivo é um dos eixos centrais da estratégia

nacional de CT&I do Brasil. Atualmente, 45,7% dos investimentos em PD&I no país são

feitos por empresas privadas, e nos países mais desenvolvidos tecnologicamente, como

Estados Unidos, Alemanha, China, Coreia e Japão, as empresas privadas custeiam com 70%

do total dos investimentos em PD&I, demonstrando que a participação do setor empresarial

nos processos inovativos brasileiros ainda está longe do nível mundial (MCTI, 2012).

Os gastos com PD&I, em relação ao PIB, na economia brasileira, evoluíram de 1% no

ano de 2000 para 1,13% do PIB em 2008, tendo significativamente subido entre 2007 e 2008.

O Brasil está em um nível inferior aos dos países membros da OCDE, que investem cerca 2%

do PIB em PD&I (Kannebley Jr. e Porto, 2012).

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30

A globalização acirrou a competitividade dos países e corporações integrados à

economia mundial, que, por sua vez, tem acentuado a necessidade por inovação, tornando-a

um pilar central de qualquer política pública, que busque o desenvolvimento econômico e a

industrialização. Isto ocorre porque a competição global impõe um nível competitivo de alto

padrão às empresas e a necessidade constante de ampliar a sua capacitação (Sennes, 2009,

apud Pacheco, 2007).

O MCTI (2012, apud PINTEC, 2008) destaca que a ampliação da participação

empresarial no desempenho da inovação no país não abstém o papel do Estado. Ao invés

disso, é dever do Estado fomentar o SNCT&I, tanto que nos países desenvolvidos os recursos

investidos pelas empresas em PD&I são custeados em grande parte por recursos públicos,

colocados à disposição das empresas na forma de subvenção ou com juros subsidiados. No

Brasil, a participação pública cresceu, mas o financiamento em PD&I é em torno de 24% dos

investimentos totais, sendo a maior parte arcada pelas empresas com recursos próprios.

As leis, políticas públicas, programas de governo, disponibilidade de financiamento e

a atuação das ICT´s, dos fornecedores, dos clientes e dos concorrentes afetam diretamente a

capacidade inovadora das empresas. Um ambiente sólido, com um SNCT&I, enfatiza a gestão

política de incentivo à inovação e as interações são facilitadas pela semelhança linguística e

cultural, ampliando a capacidade de transmissão de conhecimento tácito entre os indivíduos.

Então, a geração de inovações não pode ser cobrada exclusivamente das empresas, é preciso

um ambiente, não só favorável, mas estimulador às atividades inovadoras. Empresas com

estratégias inovadoras almejam seu desenvolvimento em ambientes favoráveis, no qual elas

ingressam estimuladas a executar seus projetos inovadores (Sennes, 2009).

4.2.1 Analise da Lei da Informática e da Lei do Bem

Um estudo para avaliação dos impactos da Leia da Informática, demandada pela

SEPIN (2010), demonstrou grande evolução na indústria brasileira de TIC´s beneficiadas pela

Lei da informática. Os segmentos mais afetados foram o setor de telecomunicações e o de

automação industrial. As empresas favorecidas alcançaram, em comparação com as empresas

não favorecidas, 5,5 vezes a mais de faturamento e uma produtividade 42% maior.

O país deve estimular os investimentos em PD&I assumindo parte dos riscos

envolvidos em transações comerciais de empréstimo, reduzindo a carga tributária sobre os

lucros gerados por produtos tecnológicos inovadores, e formar um sistema de financiamento

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31

correlacionado aos ganhos das empresas com tecnologia e inovação, disponibilizando verbas

exclusivas para projetos de PD&I (CGEE, 2008).

Entretanto, todos estes números não foram suficientes para estimular as exportações

no segmento das TIC´s, deixando o país aquém dos lideres mundiais neste segmento, gráfico

7, que investem em média 30% do total das verbas em PD&I voltados para área de TICs.

Atualmente, o Brasil participa pouco desse mercado, ocupando a 27ª posição no ranking

mundial de exportação destes equipamentos, tendo no período de 10 anos aumentado suas

exportações de TIC´s de US$1 bilhão/ano para US$2 bilhões/ano (SEPIN, 2010).

Gráfico 1: Exportação de TIC´s.

Fonte: Adaptado de SEPIN (2010).

Foi averiguado também que a maiorias das atividades de PD&I foram custeadas com

os investimentos advindos do beneficio concedido pela Lei, sendo, grande maioria, aplicado

em desenvolvimento experimental, com 60% deste total voltados para o desenvolvimento de

softwares. Em relação à capacidade de inovação, 96% das beneficiárias da Lei realizaram

alguma inovação, e por volta de 40% deste total, exportaram inovação.

Cabe ao Estado desempenhar o papel de maior importância, como ator ordenador das

novas forças produtivas, impulsionando e estimulando a difusão da inovação, através de

políticas socioeconômicas, incentivando mercados propícios a receberem instituições

interessadas em PD&I (Cassiolato e Lastres, 2005).

No Brasil existem 263 ICT´s cadastradas no CATI, e 92 delas fizeram convênio com

empresas beneficiadas por esta Lei. O agravo foi o alto grau de concentração de verbas, pois

apenas 15 ICT´s obtiveram 74% dos recursos financeiros totais investidos, e, ainda, 11 destas

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ICT´s são privadas de pesquisa. As ICT´s privadas de pesquisa cresceram a partir de 2003,

principalmente devido à iniciativa das empresas multinacionais de criar institutos de pesquisa

próprios, para aprimorar a aplicação dos investimentos em PD&I. Em 2008, as ICT´s privadas

de pesquisa contabilizavam quase 20 vezes mais recursos do que as ICTs públicas de ensino e

privadas de ensino.

É de suma importância fortalecer as ICT’s (Instituições de Ciências e Tecnologia) com

políticas estratégicas de planejamento voltadas ao longo prazo, para fomentar recursos

humanos capacitados para o novo mercado de trabalho. Além de reforçar as ICT’s, as

políticas devem proporcionar a interação entre os diferentes atores, de formar a proporcionar

geração, obtenção e disseminação de conhecimentos, pois assim, serão criados, de fato,

processos interativos e simultâneos (Cassiolato e Lastres, 2005).

As empresas assistidas pelos incentivos da Lei do Bem possuem algumas regras

diferentes das demais, como por exemplo, prestar informações anualmente, ao MCTI, por

meio eletrônico, com os dados sobre os seus programas de pesquisa tecnológica e acerca do

desenvolvimento de inovação (MCTI, 2011).

Gráfico 2: Empresas participantes x empresas cadastradas na Lei do Bem.

Fonte: Adaptado de MCTI (2011).

O número de empresas classificadas pela Lei do Bem, subiu de 130 para 639 no

período de 2006 a 2010. Levando em conta a estimativa (da PINTEC) de existir em torno de 6

mil empresas executando operações de PD&I no Brasil, verifica-se que a Lei atinge,

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aproximadamente, 11% das empresas, comprovando a necessidade e a possibilidade de

ampliar a sua abrangência. Destaca-se o setor de mecânica e transportes, pois desde a

regulamentação foi o maior beneficiado (Kannebley Jr. e Porto, 2012).

Os incentivos fiscais à inovação são tidos como instrumentos dos governos para

interferir na quantidade e qualidade da atividade inovativa. Geralmente algum benefício

fiscal, como deduções ou reduções de tributos, é concedido com vistas a ampliar as atividades

de inovação. Existem diversos mecanismos de IFI, podendo vir a ser usado como: dedução,

amortização, depreciação ou crédito fiscal (Calzolaio, 2012).

Tabela 1 – Distribuição do número de empresas por segmentos

Segmento / Ano 2006 % 2007 % 2008 % 2009 % 2010 %

Mecânica e Transportes 30 23,1 81 27,0 114 24,8 111 20,5 147 23,0

Química 22 16,9 12 4,0 27 5,9 47 8,7 65 10,2

Alimentos 4 3,1 14 4,7 33 7,2 40 7,4 46 7,2

Bens de Consumo 2 1,5 21 7,0 33 7,2 37 6,8 46 7,2

Metalurgia 22 16,9 26 8,7 32 7,0 43 7,9 45 7,0

Software 4 3,1 1 0,3 20 4,3 31 5,7 45 7,0

Eletro-Eletrônica 13 10,0 45 15,0 66 14,3 53 9,8 42 6,6

Farmacêutica 11 8,5 13 4,3 16 3,5 31 5,7 37 5,8

Papel e Celulose 5 3,8 7 2,3 7 1,5 12 2,2 13 2,0

Agroindústria 0 0,0 14 4,7 23 5,0 20 3,7 10 1,6

Textil 1 0,8 4 1,3 6 1,3 9 1,7 9 1,4

Moveleira 0 0,0 8 2,7 11 2,4 14 2,6 8 1,3

Construção Civil 3 2,3 7 2,3 17 3,7 17 3,1 7 1,1

Mineração 2 1,5 1 0,3 1 0,2 4 0,7 7 1,1

Telecomunicação 0 0,0 3 1,0 17 3,7 21 3,9 6 0,9

Petroquímica 0 0,0 14 4,7 5 1,1 8 1,5 2 0,3

Outras Indústrias 11 8,5 29 9,7 32 7,0 44 8,1 104 16,3

TOTAL DE EMPRESAS 130 100 300 100 460 100 542 100 639 100

Fonte: Adaptado de MCTI (2011).

Segundo Kannebley Jr. e Porto (2012), os dispêndios aumentaram de R$ 1.447,48

milhões em 2006 para R$ 7.183,25 milhões em 2010. O acréscimo de 396% no total do valor

de dispêndios é acompanhado com a alta de 391% no total de empresas beneficiadas, e os

valores médios anuais despendidos com custeio em PD&I no período de 2006 a 2010 foram,

de aproximadamente, R$ 13,2 milhões por empresa/ano, destacando o ano de 2008 com

média de R$ 17,21 milhões.

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Gráfico 3: Evolução dos dispêndios com custeio à inovação.

Fonte: Adaptado de Kannebley Jr. e Porto (2012).

Referente ainda aos dispêndios, as empresas podem requerer incentivos adicionais

como à redução adicional de até 60% (por exclusão); ao adicional de até 20%, no caso de

incremento do número de pesquisadores contratados no ano de referência supramencionado; e

do adicional de 20%, no caso de patente concedida ou cultivar registrado, na base de cálculo

do IRPJ e CSLL. Os incentivos da Lei do Bem passaram de R$ 661 milhões em 2006 para R$

5,03 bilhões em 2010. A abdicação fiscal de R$ 229 milhões em 2006 aumentou para R$ R$

1,73 bilhões em 2010 (Kannebley Jr. e Porto, 2012).

Calzolaio (2012) destaca que as empresas usuárias da Lei do Bem já tinham tradição

no lançamento de produtos e processos novos mesmo antes da Lei entrar em vigor, em 2005.

As empresas beneficiadas alcançaram alta taxa de inovação no período de 1998 a 2008, com

máxima de 81,7% e mínima de 74,7%. Portanto, as empresas que utilizam a Leio do Bem já

estavam propensas à inovação. Observa-se ainda, a grande diferença da taxa de inovação das

empresas que usam a Lei do Bem, em relação as que não utilizam, entretanto, vale-se destacar

que mesmo aumentando o número de participantes e os valores custeados, a Lei do Bem

apenas gerou leve alta na taxa de inovação.

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Gráfico 5: Evolução dos dispêndios com custeio à inovação.

Fonte: Adaptado de Calzolaio (2012).

4.2.2 Analise dos diretos de propriedade intelectual

O Brasil fez 584 pedidos de patentes internacionais no Escritório de Marcas e Patentes

dos Estados Unidos, em 2012, estando muito abaixo da quantidade de pedidos feitos pelas

economias desenvolvidas, dos Países considerados inovadores, como: Estados Unidos

254.895, Japão 84.842, Alemanha 28.157, Coreia do Sul 26.648, Reino Unido 11.852, França

10.641 e Itália 4.576 (MCTI, 2012).

O INPI (2012) informou que o País esta em constante crescimento em relação aos

pedidos de patentes, tendo recebido, em 1998, 14.970 pedidos e em 2011 foram 31.765

pedidos, atingindo assim, um aumento de 112% em 13 anos, com média de 8,7% de

crescimento por ano nos pedidos de patentes. Nota-se também que a grande maioria dos

pedidos são feitos por não residentes no Brasil, em 2011 foram 24.001 pedidos, resultando em

76% do total. O pedido de patentes dos residentes teve grande alta até o ano de 2004, quando

atingiu 7.690 pedidos, porem, após este ano, os depósitos dos residentes se manteve na casa

dos 7.000 pedidos, apenas oscilando altas e baixas, não conseguindo alavancar.

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Gráfico 6: Pedido de patentes.

Fonte: Adaptado de INPI (2012).

Atualmente, as patentes são concedidas no Brasil em um prazo de 6 à 9 anos,

comparando a quantidade de patentes recebidas (o gráfico 6) com o quantidade de patentes

concedidas (gráfico 7), sobressai uma grande diferença, com uma defasagem média de 83,7%

das quantidade de concessões para a quantidade de pedidos.

Gráfico 7: Concessão de patentes.

Fonte: Adaptado de INPI (2012).

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A proteção à propriedade intelectual tem como objetivo aumentar o ROI (retorno

sobre investimento), fornecendo meios de segurança e melhores condições de apropriação, em

contrapartida, os IFI fomentam a redução dos custos com a produção ou com o

desenvolvimento de um produto ou serviço (Kannebley Jr. e Porto, 2012).

4.2.4 Analise dos recursos humanos científicos

O País tem aproximadamente 50 mil cientistas trabalhando em empresas, cujos quais,

competem em cenário mundial, como por exemplo, com 182 mil cientistas que trabalham para

empresas na Coreia do Sul e mais de um milhão de cientistas em empresas nos Estados

Unidos (Brito Filho e Sennes, 2012, apud Organization for Economic Co-operation and

Development, 2010/1, p.50).

O estudo do CGEE (2012) demonstra que os programas de mestrado e doutorado

brasileiro têm colaborado de forma eficaz, auxiliando no crescimento da população de mestres

e doutores no país. Em 1998, foram concedidos 12.540 títulos de mestrado e 3.797 títulos de

doutorado no Brasil, passando esses números em 2011 para 42.830 e 12.217, respectivamente,

atingindo crescimento de 341,6% de mestres e de 321,7% de doutores.

Gráfico 8: Quantidade de títulos de mestrado e de doutorado concedidos.

Fonte: Adaptado de CGEE (2012).

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O número de doutores titulados no Brasil começa a alcançar um nível respeitável no

cenário mundial. Em 2010, a quantidade de doutores brasileiros titulados corresponderam a

quase um quarto (23,54%) do total dos titulados nos Estados Unidos. O destaque foi a taxa de

crescimento apresentada de 188,99%, ficando apenas atrás do México com 348,55%, da

Dinamarca com 197,22% e da República Checa com 196,28%. Em contrapartida, o País esta

longe do número ideal de titulados em programas de doutorado por milhão de habitantes, hoje

a proporção é de 58 doutores por milhão de habitantes. Existem Países com até 8 vezes mais

doutores por milhão de habitantes que o Brasil.

A ciência e a educação advêm das universidades, e o desenvolvimento de tecnologias,

normalmente, das empresas. Quem cria inovação é o cientista ou engenheiro alocado no setor

de PD&I das empresas, desenvolvendo ou aperfeiçoando produtos ou serviços. Por isso, é

fundamental o papel do governo, com políticas de incentivo para as ICT´s e empresas, e com

intervenções no macroambiente, capazes de propiciar a interação entre esses atores (Brito

Filho e Sennes, 2011).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, o SNCT&I brasileiro possui políticas publicas que o fortalecem e está em

constante evolução, sua melhora é caracterizada por ações do governo federal com a criação

de Leis e com a introdução da concepção de inovação nas estratégias do desenvolvimento de

políticas públicas. O governo tem atuado de forma a fomentar e fortalecer o SNCT&I, com

políticas públicas regulatórias eficazes, colocando a inovação como um pilar central da sua

estratégia governamental, como é a dos países desenvolvidos e a que deve ser também para

aqueles que queiram atingir tal patamar. A inovação é novidade e gera desconfiança,

entretanto, quando um país possui regulamentos de apoio a esta atividade, torna-se atrativo

para as grandes empresas do cenário mundial e fortalece as empresas nacionais. A inovação

faz surgir novos produtos e serviços, gera ganho de produtividade, acirra a competitividade,

aumenta a margem de lucro e cria novos mercados. Os benefícios advindos com a inovação

não se limitam apenas ao meio empresarial, nos países e regiões, a inovação possibilita a

sociedade o aumento do nível de emprego, da formação educacional e da renda, gerando

qualidade de vida e acesso ao mundo globalizado. Focando em PDP para fomentar as suas

ações o governo estimula o mercado interno e criando um arcabouço jurídico capaz de

assegurar investimentos públicos em projetos de pesquisa, gera IFI, alcançando assim,

resultados positivos satisfatórios.

Apesar da legislação ainda não alcançar o almejado com o SNCT&I, percebe-se um

grande aumento de empresas beneficiadas pelos IFI, acompanhada da alta movimentação de

valor. Apesar do país estar longe da realidade praticada nos grandes centro inovativos

mundiais, que possuem intensos investimento voltados para PD&I, estamos em crescimento,

devido as oscilações do mercado mundial o Brasil não esta em um nível mais avançado.

Para sanar possíveis falhas, recomenda-se reavaliação da metodologia de ingresso das

empresas para obtenção dos recursos par financiar seus projetos de PD&I, sugerindo

preferências de classificação como: região de atuação da empresa, porte da empresa, tipo de

tecnologia e a quantidade de participantes envolvidos. Outro fato a ser apreciado é que

existem muitas empresas que não utilizam os incentivos governamentais, possibilitando o

aumento do alcance com ajustes na legislação, uma forma de se obter feedback rápido sobre

este tema, é com a formulação e aplicação de pesquisa entre os que não participam dos

benefícios, com o objetivo de averiguar quais as razões do não usufruto da legislação de

incentivo a inovação.

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As ICT´s tem estimulado o desenvolvimento produtivo no segmento de PD&I,

formando parcerias com empresas, criando novas tecnologias para o país e estimulando o

mercado de TIC´s. Porem, propõe-se que o governo deve realizar ajustes na regulamentação

atual, estimulando um aumentar na quantidade de parcerias possíveis entre empresas e ICT´s,

e, também, alastrar os investimentos entre as ICT´s espalhadas pelo país, concentrando nas

características geográficas e demográficas de cada região, para disseminar o desenvolvimento

de forma proporcional e racional por todo o país. Deve-se, do mesmo modo, estreitar o

relacionamento entre as empresas e as ICT´s, para despertar interesse mutuo de alocar e

receber tecnologia, indiferente da região ou da distância entre elas.

Não há como negar a existência de grandes desafios paras ICT´s em formar e

qualificar recursos humanos, as políticas ajudam, mas não o suficiente para colocar o país

entre os principais inovadores no cenário mundial. Os doutores e mestres titulados no Brasil

representam apenas 23% do número dos titulados nos Estados Unidos, por exemplo. Alem

disso, é necessário distribuir o corpo científico nas empresas privadas para qualificar o setor

de PD&I, atualmente, o capital intelectual é o maior ativo da empresa. Consequentemente,

com o tempo, a inovação irá se tornar algo cíclico e natural dentro das empresas que investem

em recursos humanos qualificados.

Contemplado todas as premissas, recomenda-se a realização de novos estudos a fim de

avaliar outros aspectos, como: o impacto social, apreciando aspectos cognitivos sobre a

inovação na transformação de uma sociedade; estudo do impacto econômico financeiro dentro

do país, quando a inovação introduz novos produtos e serviços, gera riqueza e qualidade de

vida; e, outros aspectos políticos, sobre como o governo pode ampliar o SNCT&I, quais os

impactos do SNCT&I na estratégia das esfera pública municipal e ou estadual.

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